significativamente mais acentua<strong>da</strong> do que a observa<strong>da</strong> durante os tratamentos com NOMA e NOMA associado a FLU (p
de diminuir a <strong>ativi<strong>da</strong>de</strong> <strong>antigonadotrófica</strong> desses compostos. A FLU é um antagonista não esteróide do receptor de androgênio, altamente específico e sem nenhum efeito agonista em outras <strong>ativi<strong>da</strong>de</strong>s hormonais ou anti-hormonais. Além disso, demonstramos previamente, em mulheres normais, a ausência de efeito <strong>da</strong> FLU e de outros antiandrogênios não esteróides na secreção de gonadotrofinas (23,24). A ausência de <strong>ativi<strong>da</strong>de</strong> agonista <strong>da</strong> FLU na ação <strong>da</strong> progestina foi confirma<strong>da</strong> pelos resultados observados em três pacientes castra<strong><strong>da</strong>s</strong> com CAI e altos níveis de gonadotrofinas. O NOMA e o NETA exerceram o mesmo efeito inibidor nas gonadotrofinas observado nas mulheres pós-menopáusicas. Portanto, o receptor de androgênio não tem grande participação na <strong>ativi<strong>da</strong>de</strong> <strong>antigonadotrófica</strong> <strong><strong>da</strong>s</strong> <strong>progestinas</strong>, mesmo com os <strong>derivados</strong> <strong>da</strong> 19-nortestosterona. As <strong>progestinas</strong> agem por meio do receptor de progesterona; seria, portanto, interessante mostrar que uma antiprogestina poderia reverter o efeito antigonadotrófico dos dois compostos. No entanto, demonstramos previamente que a antiprogestina RU 486 (um derivado <strong>da</strong> noretisterona) tem por si só um potente efeito antigonadotrófico (25). Portanto, essa antiprogestina não poderia ser usa<strong>da</strong> no presente experimento como meio de confirmar a participação do receptor de progesterona. Espera-se que, no futuro, sejam usa<strong><strong>da</strong>s</strong> outras anti<strong>progestinas</strong> sem qualquer <strong>ativi<strong>da</strong>de</strong> <strong>antigonadotrófica</strong> para confirmar os presentes <strong>da</strong>dos. Tem-se como certo que os <strong>derivados</strong> <strong>da</strong> 19-norprogesterona induzem alterações metabólicas, ou seja, estimulação <strong>da</strong> lipoproteína lipase, aumento dos níveis de LDL colesterol e diminuição dos níveis de HDL colesterol, efeitos esperados em virtude de sua <strong>ativi<strong>da</strong>de</strong> androgênica (26-28). O presente estudo confirma que os estrogênios transdérmicos não têm nenhum efeito nos níveis de lipídios plasmáticos e que o NETA, administrado na dose de 10 mg ao dia, já provoca diminuição do HDL colesterol e <strong>da</strong> Apo A1 após somente 12 dias de tratamento. Esse efeito tão rápido já foi descrito antes (3) e também é observado em homens que fazem terapia de reposição com testosterona (29). Em outros estudos, descreveram-se comprometimento <strong>da</strong> tolerância à glicose e aumento <strong>da</strong> resposta <strong>da</strong> insulina a uma carga de glicose com os <strong>derivados</strong> <strong>da</strong> nortestosterona (3). Em contraste, o NOMA, usado na dose diária de 5 mg, não exerceu nenhum efeito no HDL-colesterol, na Apo A1, no LDL-colesterol ou na Apo B. Os atuais <strong>da</strong>dos corroboram as observações prévias, de que essa progestina não antagoniza a dimi- nuição benéfica do LDL-colesterol induzi<strong>da</strong> pelos estrogênios orais (12,27,31). Também se demonstrou que o NOMA não altera a tolerância à glicose ou a secreção de insulina depois de uma carga de glicose (30). Ao contrário do que ocorre com os compostos <strong>derivados</strong> <strong>da</strong> 19-nortestosterona, a ausência de efeito androgênico dos <strong>derivados</strong> <strong>da</strong> 19-norprogesterona pode explicar por que não se observam alterações dos parâmetros metabólicos (12,26) quando se administram esses compostos. Concluindo, o presente estudo demonstra que os <strong>derivados</strong> <strong>da</strong> 19-nortestosterona e <strong>da</strong> 19-norprogesterona têm <strong>ativi<strong>da</strong>de</strong> <strong>antigonadotrófica</strong> potente e semelhante. Este efeito não é mediado pelo receptor de androgênio, como se demonstra pela ação persistente após a adição do antiandrogênio FLU e pelos resultados obtidos nas três pacientes com CAI. Em contraste, as ações desses compostos nos parâmetros metabólicos são diferentes segundo a presença ou ausência de <strong>ativi<strong>da</strong>de</strong> androgênica. O NOMA não causa diminuição deletéria do colesterol HDL e <strong>da</strong> Apo A1 durante o tratamento, como ocorre com o NETA. Assim, sempre que houver indicação de tratamento com progestina, devem-se preferir os <strong>derivados</strong> <strong>da</strong> 19-norprogesterona aos <strong>derivados</strong> <strong>da</strong> 19-nortestosterona. Agradecimentos Agradecemos ao Dr Paul Robel pelas valiosas discussões e ao Dr Guy Thomas, pela excelente assistência na área de estatística. Referências 1. Neumann F. 1978 The physiological action of progesterone and the pharmacological effects of progestogens-a short review. Postgrad Med J. 54(Suppl.2):11-24. 2. Bullock LP, Bardin CW. 1977 Androgenic, synandrogenic and antiandrogenic actions of progestins. Ann NY Acad Sci. 286:321-330. 3. Hirvonen E, Mälkönen M, Manninen V. 1981 Effects of different progestogens on lipoproteins during postmenopausal replacement therapy. N Engl J Med. 304:560-563. 4. Sitruk-Ware R. 1991 Hormonal replacement therapy: what to prescribe, how, and for how long. In: Sitruk-Ware R, Utian WH, eds. The menopause and hormonal replacement therapy. New York: Marcel Dekker; 259-282. 5. Paris J, Fournau P, Granero M, Lanquetin A, Thévenot R. 1986 Pharmacological profile of the new pituitary-gonadic suppressant 17 -Acetoxy-5, 17-pregn-2-ene-20-yne. Arzneim Forsch Drug Res. 6. 36:1069-1074. Duc I, Botella J, Bonnet P, Fraboul F, Delansorne R, Paris J. 1995 Antiandrogenic properties of nomegestrol acetate. Arzneim Forsch Drug Res. 45:70-74. 7. Bazin B, Theévenot R, Bursaux C, Paris J. 1987 Effects of nomegestrol acetate, a new 19-nor-progesterone derivative, on pituitary-ovarian function in women. Br J Obstet Gynecol. 94:1199-1204. A <strong>ativi<strong>da</strong>de</strong> <strong>antigonadotrófica</strong> <strong><strong>da</strong>s</strong> <strong>progestinas</strong> (<strong>derivados</strong> <strong>da</strong> 19-nortestosterona e <strong>da</strong> 19-norprogesterona) não é media<strong>da</strong> pelo receptor de androgênio–9