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Jornal da Matemática.pmd - Universidade Gama Filho

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4<br />

ENGENHARIA CIVIL<br />

Maria Smith B. A. Graça<br />

Coordenadora do Curso de<br />

Engenharia Civil<br />

C<br />

onvi<strong>da</strong><strong>da</strong> pela amiga e<br />

professora Sueli a<br />

escrever para este primeiro<br />

número do <strong>Jornal</strong> <strong>da</strong><br />

<strong>Matemática</strong>, aceitei de imediato,<br />

não só por representar uma nova<br />

experiência, mas também por<br />

ser um tema que me interessa,<br />

e muito, que é falar um pouco<br />

sobre a interação entre a<br />

matemática e a engenharia,<br />

particularmente a engenharia<br />

civil.<br />

Um fato comum que encontro<br />

ao conversar com os alunos dos<br />

primeiros períodos do curso de<br />

engenharia é o questionamento<br />

sobre a necessi<strong>da</strong>de de tantos<br />

cálculos, álgebra, integrais.<br />

— Professora, por que aprender<br />

tanta matemática se na vi<strong>da</strong><br />

profissional usaremos a calculadora<br />

e os programas de<br />

computador para fazer os cálculos<br />

estruturais, os orçamentos,<br />

os custos nas construções?<br />

— perguntam.<br />

Caro aluno. A matemática é o<br />

instrumento principal <strong>da</strong><br />

Extensão<br />

em <strong>Matemática</strong><br />

O curso de licenciatura em<br />

<strong>Matemática</strong> <strong>da</strong> UGF, coordenado<br />

pelos professores Cesar Luiz<br />

Farah e Simone Dutra Ramos,<br />

está desenvolvendo o projeto de<br />

extensão “A escola vai à escola”.<br />

Nele, uma equipe de alunos, em<br />

regime de ativi<strong>da</strong>de complementar,<br />

irá às escolas <strong>da</strong>s<br />

redes municipal e estadual<br />

oferecer apoio e complementação<br />

aos alunos do ensino<br />

fun<strong>da</strong>mental com dificul<strong>da</strong>des em<br />

matemática. Os interessados<br />

devem entrar em contato com os<br />

coordenadores do projeto.<br />

Equilibrio de um elemento de viga<br />

engenharia. Não há como dissociálos.<br />

A capaci<strong>da</strong>de do<br />

engenheiro de ser um profissional<br />

de raciocínio rápido, objetivo,<br />

capaz de apresentar soluções<br />

simples — e em pouco tempo —<br />

para problemas nas diversas áreas<br />

deve-se à sua formação científica,<br />

ao seu raciocínio lógico, à sua base<br />

matemática!<br />

Na engenharia civil tem-se diversos<br />

problemas que exigem o<br />

estabelecimento e a resolução de<br />

equações diferenciais. O cálculo<br />

estrutural de uma ponte, de uma<br />

barragem ou de um edifício baseiase<br />

no estabelecimento e na<br />

JM Online<br />

O <strong>Jornal</strong> <strong>da</strong> <strong>Matemática</strong> (JM)<br />

ganhará uma versão eletrônica<br />

brevemente. Ele poderá ser<br />

acessado na página do curso de<br />

<strong>Matemática</strong>: www.ugf.br>Cursos ><br />

Graduação>Exatas e Tecnológicas ><br />

<strong>Matemática</strong>.<br />

Próximos eventos<br />

GaMat 2009: de 27 a 30 de<br />

outubro, na UGF (Departamento de<br />

Mate-mática).<br />

A programação será divulga<strong>da</strong><br />

brevemente.<br />

VII Oktobermat: de 29 e 30 de<br />

outubro, na PUC Rio (Departamento<br />

de Mate-mática). Informações no<br />

endereço: www.mat.puc-rio.br/<br />

oktober2009.<br />

solução de uma equação<br />

diferencial. A função incógnita,<br />

nesses casos, corresponde<br />

sempre aos deslocamentos<br />

nos vários pontos <strong>da</strong><br />

estrutura. Como calcular a<br />

flexão de uma viga sem a<br />

modelagem matemática de<br />

uma equação diferencial?<br />

Aprender a resolver as<br />

diferentes integrais duplas,<br />

triplas, as equações diferenciais<br />

permite ao aluno o<br />

desenvolvimento <strong>da</strong> lógica,<br />

do raciocínio objetivo,<br />

sequenciado.<br />

Pode ser que não haja em<br />

sua vi<strong>da</strong> profissional a<br />

aplicação direta <strong>da</strong>quela<br />

integral que lhe tomou algumas<br />

horas para resolver,<br />

mas, com certeza, o seu<br />

aprendizado abriu-lhe o<br />

caminho para solucionar<br />

problemas técnicos até mais<br />

complexos.<br />

O aluno que escolhe a<br />

engenharia civil como seu<br />

curso de graduação deve<br />

estar ciente que a matemática<br />

será sua parceira ao<br />

longo de sua vi<strong>da</strong> nos<br />

bancos escolares e na vi<strong>da</strong><br />

profissional.<br />

Expediente<br />

Coordenador<br />

do Curso de <strong>Matemática</strong><br />

César Roberto Marconi <strong>da</strong> Costa<br />

Coordenadora<br />

Sueli Cunha<br />

Colaboradores<br />

Maria Smith B. A. Graça<br />

Maria Cruz V. L. Pedrosa<br />

Viviane de Souza Santos<br />

Núcleo de Comunicação Social<br />

Editor<br />

Luiz Otávio Alvarenga<br />

Arte<br />

Nathália Rodrigues<br />

e-mail do <strong>Jornal</strong> <strong>da</strong> <strong>Matemática</strong><br />

jm@ugf.br<br />

telefone: 2599-7176<br />

A<br />

Sueli Cunha<br />

mbos Prof. Ducos e Prof.<br />

Marconi assumiram<br />

neste segundo semestre<br />

a Pró-Reitoria de Ciências<br />

Exatas e Tecnologia (PROCET)<br />

e a Coordenação do Curso de<br />

<strong>Matemática</strong>, respectivamente.<br />

Neste primeiro número do<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>da</strong> <strong>Matemática</strong>, um dos<br />

projetos lançados no Curso de<br />

<strong>Matemática</strong> pelo Prof. Marconi,<br />

ele entrevista nosso Pró-Reitor<br />

que, entre outros assuntos,<br />

opina sobre a implantação do<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>da</strong> <strong>Matemática</strong>.<br />

Cesar Marconi — O senhor<br />

assumiu recentemente a Pró-<br />

Reitoria de Ciências Exatas e<br />

Tecnologia. Quais os seus<br />

projetos nessa nova missão?<br />

Ducos — Inicialmente gostaria<br />

de agradecer a confiança do<br />

chanceler, Doutor Paulo <strong>Gama</strong>,<br />

e <strong>da</strong> Reitora, professora Maria<br />

José Wehling, pela oportuni<strong>da</strong>de<br />

e também ressaltar que<br />

Ano I - nº 1 / Setembro de 2009 - jm@ugf.br<br />

COM A PALAVRA O PRÓ-REITOR<br />

Prof. Paulo Cesar Dahia Ducos e Prof. Cesar Roberto Marconi <strong>da</strong> Costa<br />

me sinto orgulhoso e confiante com<br />

o cargo assumido, tendo a certeza<br />

de que não medirei esforços para<br />

corresponder às expectativas.<br />

Na função, gostaria, assim como<br />

um jovem sonhador, de realizar<br />

projetos que atualmente considero<br />

prioritários na área de Ciências<br />

Exatas e Tecnologia, como o<br />

incentivo à pesquisa e à produção<br />

acadêmica; a melhoria <strong>da</strong>s instalações;<br />

o incentivo à extensão como<br />

forma de buscar uma maior integração<br />

com a comuni<strong>da</strong>de do entorno<br />

de Pie<strong>da</strong>de; a ampliação dos<br />

cursos de Pós-graduação LatoSensu<br />

e a implantação de cursos<br />

de mestrado profissional e acadêmico.<br />

Cesar Marconi — Qual a importância<br />

<strong>da</strong> matemática para a Pró-<br />

Reitoria de Ciências Exatas e<br />

Tecnologia?<br />

Ducos — Como ciência, a matemática<br />

é a base essencial, juntamente<br />

com a física e a química, para a<br />

capacitação do aluno na construção<br />

do conhecimento e do espírito<br />

crítico, bem como no desenvolvimento<br />

científico dos cursos de<br />

bacharelado na área de ciências<br />

exatas e tecnologia. Já o curso de<br />

licenciatura em matemática, por<br />

sua vez, é o responsável pela formação<br />

dos futuros docentes que<br />

irão atuar nos ensinos fun<strong>da</strong>mental<br />

e médio com os jovens que, num<br />

futuro próximo, serão os alunos <strong>da</strong><br />

Procet e do Brasil<br />

Cesar Marconi — Que papel o<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>da</strong> <strong>Matemática</strong> pode<br />

desempenhar junto à comuni<strong>da</strong>de<br />

acadêmica <strong>da</strong> UGF?<br />

Ducos — O jornal pode não só<br />

servir para divulgar resumos de<br />

produções acadêmicas, mas dirimir<br />

dúvi<strong>da</strong>s de matemática relaciona<strong>da</strong>s<br />

a questões do cotidiano <strong>da</strong><br />

comuni<strong>da</strong>de acadêmica e, principalmente,<br />

servir como estímulo as<br />

pessoas com dificul<strong>da</strong>des no<br />

aprendizado <strong>da</strong> matemática.


Quadrados Mágicos<br />

Sueli Cunha<br />

Profª do Departamento de<br />

<strong>Matemática</strong><br />

Quadrado mágico é uma tabela<br />

quadra<strong>da</strong> de lado n, contendo<br />

assim n 2 casas, onde são<br />

colocados números naturais<br />

variando de 1 a n 2 , de modo que<br />

a soma dos valores de ca<strong>da</strong><br />

linha, de ca<strong>da</strong> coluna, assim<br />

como de ca<strong>da</strong> diagonal, seja<br />

sempre o mesmo valor<br />

constante, denominado<br />

constante do quadrado<br />

mágico. O tamanho n do<br />

quadrado é denominado módulo<br />

do quadrado mágico.<br />

Um exemplo de quadrado mágico<br />

de módulo três é:<br />

Observe que a constante do<br />

quadrado mágico de módulo 3 é<br />

15, pois:<br />

Nas linhas, 4 + 9 + 2 = 3 + 5 +<br />

7 = 8 + 1 + 6 = 15,<br />

Nas colunas, 4 + 3 + 8 = 9 + 5<br />

+ 1 = 2 + 7 + 6 = 15,<br />

E<br />

m uma figura<br />

retangular,<br />

sua diagonal<br />

é maior que seus<br />

lados (uma<br />

diagonal de um<br />

retângulo o divide em dois<br />

triângulos retângulos, cujas<br />

hipotenusas correspondem a esta<br />

diagonal; e a hipotenusa é o maior<br />

lado de um triângulo retângulo).<br />

Assim, se a tampa for retira<strong>da</strong>,<br />

ela poderá cair no bueiro,<br />

passando um de seus lados no<br />

E nas diagonais, 4 + 5 + 6 = 2 + 5<br />

+ 8 = 15,<br />

Como determinar a constante<br />

de um quadrado mágico de<br />

módulo n?<br />

A soma dos n 2 termos <strong>da</strong> tabela<br />

(ou seja, 1 + 2 + 3 + ... + n 2 )<br />

corresponde à soma dos k primeiros<br />

termos de uma P.A. (k = n 2 ), cujo<br />

valor é determinado por<br />

A soma dos elementos de ca<strong>da</strong> uma<br />

<strong>da</strong>s n linhas de um quadrado mágico<br />

de módulo n é igual a deste valor.<br />

Assim, a constante de um quadrado<br />

mágico de módulo n é determina<strong>da</strong><br />

por<br />

Para n = 3, temos<br />

(resultado já verificado anteriormente).<br />

Para construir um quadrado mágico<br />

de módulo 3, observe que o<br />

Por que tampa de bueiro é redon<strong>da</strong>?<br />

Para evitar que ela caia na abertura do bueiro<br />

sentido <strong>da</strong> diagonal <strong>da</strong> abertura do<br />

bueiro. Entretanto, em um círculo,<br />

um diâmetro (segmento de reta que<br />

passa por dois pontos <strong>da</strong><br />

circunferência do círculo e pelo seu<br />

centro) tem a mesma medi<strong>da</strong>,<br />

qualquer que seja o par de pontos<br />

elemento do centro, c, aparece<br />

em quatro adições: 2ª linha,<br />

2ª coluna e nas duas diagonais;<br />

os elementos dos cantos, d,<br />

aparecem, ca<strong>da</strong> um, em três<br />

adições: a <strong>da</strong> linha e a <strong>da</strong><br />

coluna a que eles pertencem,<br />

e a de uma única diagonal;<br />

e por último, os demais<br />

elementos, e, aparecem em<br />

duas adições: a <strong>da</strong> linha e a<br />

<strong>da</strong> coluna a que pertencem.<br />

Basta decompor 15 como uma<br />

soma de três parcelas,<br />

começando com ca<strong>da</strong> número<br />

de 1 a 9, verificar quantas<br />

ocorrências podem ser<br />

encontra<strong>da</strong>s e analisar as<br />

posições adequa<strong>da</strong>s para ca<strong>da</strong><br />

número.<br />

No próximo número serão<br />

apresenta<strong>da</strong>s, e comenta<strong>da</strong>s,<br />

algumas soluções para o<br />

quadrado mágico de módulo 3.<br />

(Conceitos matemáticos<br />

associados: 1. Soma dos<br />

termos de uma P.A.; 2.<br />

Decomposição de um número<br />

em n parcelas).<br />

<strong>da</strong> circunferência ligados pelo<br />

diâmetro. Dessa forma, em<br />

qualquer posição que a tampa<br />

seja coloca<strong>da</strong>, não haverá<br />

possibili<strong>da</strong>de de ela cair na<br />

abertura do bueiro.<br />

Joseph Fourier<br />

N<br />

O<br />

Matemáticos Franceses<br />

Império Inca formouse<br />

<strong>da</strong> junção de<br />

grupos indígenas que<br />

tiveram governo, religião e<br />

idioma comuns, mas que<br />

possuíam origens culturais<br />

distintas. Esse fato não só<br />

influenciou o aspecto cultural,<br />

mas também o desenvolvimento<br />

<strong>da</strong> matemática inca.<br />

A leitura matemática do<br />

mundo vem muito antes do<br />

processo de alfabetização<br />

numérica. O povo inca fazia<br />

essa leitura matemática<br />

Sueli Cunha<br />

Profª do Departamento de<br />

<strong>Matemática</strong><br />

o ano <strong>da</strong> França no Brasil, este primeiro<br />

número do <strong>Jornal</strong> <strong>da</strong> <strong>Matemática</strong> <strong>da</strong><br />

Universi<strong>da</strong>de <strong>Gama</strong> <strong>Filho</strong> homenageia os<br />

matemáticos franceses. Todos já ouvimos nomes<br />

como Ampère, D’Alembert, Cauchy, Descartes,<br />

Fermat, Fourier, L’Hôpital, Laplace, Pascal, Poisson,<br />

entre outros, em definições ou teoremas. Devemos<br />

muito a esses matemáticos de séculos passados.<br />

Dentre os matemáticos dos séculos XX e XXI,<br />

podemos citar, por exemplo, Jean-Pierre Serre,<br />

laureado com a Me<strong>da</strong>lha Fields (um prêmio para<br />

os matemáticos, comparado ao Prêmio Nobel,<br />

embora atribuído a ca<strong>da</strong> quatro anos) e o primeiro<br />

laureado com o Prêmio Abel (outro prêmio para os<br />

matemáticos, atribuído anualmente e mais próximo<br />

ain<strong>da</strong> do Prêmio Nobel). Seus trabalhos são,<br />

principalmente, em Teoria dos Números e<br />

Geometria Algébrica. Podemos citar ain<strong>da</strong> Jean-<br />

Marie Laborde (que além de matemático é um<br />

cientista <strong>da</strong> compu-tação), que coordena o<br />

Maria Cruz V. L. Pedrosa<br />

Viviane de Souza Santos<br />

Alunas do 7º período do<br />

Curso de Licenciatura em<br />

<strong>Matemática</strong><br />

muito antes de registrá-la nos<br />

quipus, um sistema formado pela<br />

reunião de cor<strong>da</strong>s de diversas cores<br />

com nós.<br />

O sistema de numeração utilizado<br />

pelo povo inca era o decimal, em<br />

que os algarismos admitiam valores<br />

posicionais em potências de 10 e<br />

usava-se a noção do símbolo zero<br />

(0) para representar ausência de<br />

valor em uma determina<strong>da</strong> posição.<br />

projeto Cabri, software para o ensino <strong>da</strong> geometria;<br />

e Claude Berge, com seus trabalhos em Topologia e<br />

Análise Combinatória e,<br />

principalmente, em Teoria<br />

dos Grafos, publicando o<br />

clássico livro Teoria dos<br />

Grafos e suas Aplicações.<br />

Jean Marie Laborde<br />

Etnomatemática dos Incas<br />

Dessa forma, os nós nas cor<strong>da</strong>s<br />

em um quipu representavam um<br />

valor posicional; a ausência de nós<br />

em alguma posição significava a<br />

ausência de valor. Na representação<br />

de uma fração decimal,<br />

usando essa notação posicional de<br />

base 10, um ponto era utilizado<br />

para separar números inteiros de<br />

frações decimais.<br />

Os quipucamayocs, espécie de<br />

escribas, possuíam um grande<br />

conhecimento matemático para<br />

poder construir, interpretar e<br />

transmitir as informações conti<strong>da</strong>s<br />

nos quipus, que eram ain<strong>da</strong> usados<br />

como banco de <strong>da</strong>dos e não<br />

apenas como calculadora.<br />

A Etnomatemática dos incas é,<br />

então, a maneira particular de como<br />

esta civilização conhecia, entendia,<br />

explicava e organizava seus<br />

conhecimentos matemáticos.<br />

2 3<br />

Quipu

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