OS RIOS NA DIVINA COMÉDIA I – O INFERNO ... - Officina arTium
OS RIOS NA DIVINA COMÉDIA I – O INFERNO ... - Officina arTium
OS RIOS NA DIVINA COMÉDIA I – O INFERNO ... - Officina arTium
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
A cidade de Dite, cercada pelo Estige (Botticelli, Séc. XV)<br />
O barqueiro Flégias, segundo a tradição grega, foi um rei lapita cuja filha<br />
fora seduzida por Febo (Apolo) e que, para se vingar do deus, incendiou seu templo em<br />
Delfos, tendo sido por isso precipitado ao Tártaro 13 . Flégias não atravessava a travessia<br />
do Estige na mitologia grega: este tarefa cabia a Caronte, que ora cruzava este rio, ora o<br />
Aqueronte, como na versão de Dante. Para pagar-lhe a travessia, os gregos colocavam<br />
moedas sob a língua dos mortos, por medo a que, recusadas, as almas tornassem à Terra.<br />
Após se aventurarem pelo Sexto Círculo, onde penam os hereges, os dois<br />
poetas ingressam no círculo dos violentos, e aí avistam o rio Flegetonte, no famoso<br />
canto dos Centauros (Inferno, Canto XII). O Flegetonte é um rio de sangue fervente,<br />
que escalda perpetuamente as almas dos violentos contra seus semelhantes 14 <strong>–</strong> tiranos,<br />
latrocidas e assassinos <strong>–</strong>; e aqueles que ousavam levantar-se da fervura eram<br />
prontamente flechados pelos centauros 15 .<br />
13 Também a Eneida o situa no Tártaro (Canto VI).<br />
14 “la riviera del sangue in la qual bolle qual che per vïolenza in altrui noccia”, Inferno, Canto XII, 47-<br />
48.<br />
15 “saettando qual anima si svelle del sangue piú che ua colpa sortille”, Inferno, Canto XII, 74-75.