guia do programa de saúde para a onça pintada ou - Panthera
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GUIA DO PROGRAMA DE SAÚDE PARA A ONÇA PINTADA OU<br />
JAGUAR<br />
Dr. Sharon L. Deem<br />
Dr. William B. Karesh<br />
Programa <strong>de</strong> Veterinária no Campo<br />
June 2005<br />
(Revised)<br />
1
PROGRAMA DE SAÚDE DO JAGUAR<br />
INTRODUÇÃO REVISADA<br />
Os principais objetivos <strong>do</strong> Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> Jaguar são: 1) fornecer méto<strong>do</strong>s<br />
padroniza<strong>do</strong>s <strong>para</strong> avaliar o esta<strong>do</strong> geral <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> jaguar na natureza; 2) <strong>de</strong>terminar as<br />
ameaças <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças <strong>para</strong> os jaguares, incluin<strong>do</strong> tanto as ameaças diretas (como<br />
<strong>do</strong>enças infecciosas - intraespecíficas e co-específicas, via animais <strong>do</strong>mésticos, rebanhos,<br />
<strong>ou</strong>tros felinos <strong>de</strong> vida livre que ocupam a mesma área, suas presas) como as ameaças<br />
indiretas (como a fragmentação e <strong>de</strong>gradação <strong>do</strong> habitat que po<strong>de</strong> aumentar os riscos <strong>de</strong><br />
<strong>do</strong>enças); e 3) fornecer recomendações baseadas nos acha<strong>do</strong>s da avaliação <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>para</strong><br />
o manejo e conservação <strong>do</strong> jaguar a longo prazo.<br />
As orientações a seguir são direcionadas somente <strong>para</strong> biólogos <strong>de</strong> campo e<br />
veterinários com experiência prévia em vida selvagem e que estejam trabalhan<strong>do</strong> em<br />
conjunto com a Socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação da Vida Selvagem (Wildlife Conservation<br />
Society – WCS) e com o Programa <strong>de</strong> Conservação <strong>do</strong> Jaguar (Jaguar Conservation<br />
Program – JCP) (www.savethejaguar.com). Estas orientações não são dirigidas <strong>para</strong><br />
pessoal sem experiência. Elas foram <strong>de</strong>senvolvidas por veterinários em conjunto com o<br />
Programa <strong>de</strong> Veterinária <strong>de</strong> Campo da WCS (www.fieldvet.org). O objetivo <strong>de</strong>ssas<br />
orientações é fornecer um méto<strong>do</strong> ético, seguro e padroniza<strong>do</strong> <strong>para</strong> capturar, manusear e<br />
coletar amostras a fim <strong>de</strong> certificar-se que o Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> Jaguar esteja sen<strong>do</strong><br />
conduzi<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma maneira uniforme por to<strong>do</strong> o território por on<strong>de</strong> o jaguar se distribui.<br />
A equipe <strong>do</strong> Programa <strong>de</strong> Veterinária <strong>de</strong> Campo da WCS NÃO recomenda a<br />
imobilização e manuseio <strong>de</strong> qualquer animal selvagem por pessoal sem experiência.<br />
Estas orientações foram <strong>de</strong>senvolvidas <strong>para</strong> serem “<strong>do</strong>cumentos dinâmicos” e<br />
serão atualizadas anualmente conforme necessário. Em um esforço <strong>de</strong> tornar o<br />
<strong>do</strong>cumento mais útil, seus usuários são encoraja<strong>do</strong>s a enviar seus comentários <strong>para</strong><br />
melhorar o lay<strong>ou</strong>t, conteú<strong>do</strong> <strong>ou</strong> apresentação <strong>do</strong> material à medida que trabalhem com<br />
estas orientações. Quaisquer erros encontra<strong>do</strong>s <strong>ou</strong> seções que não estejam claras também<br />
<strong>de</strong>vem ser salientadas. Favor enviar estas sugestões ao Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Programa –<br />
Wildlife Conservation Society, 2300 S<strong>ou</strong>thern B<strong>ou</strong>levard , Bronx, NY 10460 – 1099<br />
USA. Telefone: 718-220-2189, Fax: 718-364-4275.<br />
A principal priorida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> Jaguar é a segurança <strong>do</strong> biólogo<br />
e a segurança e o bem estar <strong>do</strong> animal. É altamente recomenda<strong>do</strong> que o biólogo <strong>de</strong> campo<br />
consulte um veterinário antes <strong>de</strong> realizar o trabalho <strong>de</strong> campo. Os veterinários que<br />
trabalham com o Programa <strong>de</strong> Veterinária <strong>de</strong> Campo da WCS estão disponíveis <strong>para</strong><br />
consultas <strong>ou</strong> seções <strong>de</strong> treinamentos <strong>para</strong> pessoal <strong>de</strong> campo <strong>ou</strong> consultas sobre<br />
imobilização, manuseio e estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> através <strong>do</strong> PCJ (Programa <strong>de</strong> Conservação <strong>do</strong><br />
Jaguar). Favor contatar o Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Programa na Wildlife Conservation Society,<br />
2300 S<strong>ou</strong>thern B<strong>ou</strong>levard, Bronx, NY, 10460 – 1099 USA. Telefone: 718-220-2189;<br />
Fax: 718-364-4275.<br />
To<strong>do</strong>s os testes genéticos e <strong>de</strong> diagnóstico serão realiza<strong>do</strong>s em laboratórios<br />
seleciona<strong>do</strong>s nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s reconheci<strong>do</strong>s pela sua experiência em felinos não<strong>do</strong>mésticos.<br />
A capacida<strong>de</strong> da equipe <strong>do</strong> Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> Jaguar e seus assessores<br />
<strong>para</strong> realizar esses testes com sucesso é fator contingente na exportação <strong>de</strong>ssas amostras<br />
2
<strong>do</strong>s diversos países por on<strong>de</strong> o jaguar se distribui e sua conseqüente importação <strong>para</strong> os<br />
Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s. Jaguares estão lista<strong>do</strong>s no Apêndice I <strong>do</strong> CITES (Convenção Sobre o<br />
Comércio Internacional <strong>de</strong> Espécies Ameaçadas), portanto uma licença <strong>de</strong> importação e<br />
exportação <strong>do</strong> CITES é exigida <strong>para</strong> transportar amostras <strong>de</strong> teci<strong>do</strong>s <strong>para</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s<br />
Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s. O PCJ está <strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> uma licença geral <strong>para</strong> estas amostras,<br />
entretanto, enquanto isto não ocorre, é imperativo que licenças apropriadas <strong>de</strong> pesquisa<br />
estejam disponíveis antes <strong>de</strong> transportar qualquer amostra. Pesquisa<strong>do</strong>res que coletarem<br />
amostras <strong>para</strong> análises <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem ter certeza que po<strong>de</strong>rão estocar estas amostras no<br />
seu país se h<strong>ou</strong>ver qualquer <strong>de</strong>mora na obtenção da licença. As licenças <strong>de</strong>vem ser<br />
emitidas por ambos os países <strong>de</strong> importação e exportação da amostra. Em muitos casos,<br />
uma licença <strong>de</strong> exportação só será emitida após a apresentação <strong>de</strong> uma licença <strong>de</strong><br />
importação válida ao <strong>de</strong>partamento que emite tal <strong>do</strong>cumento. O Escritório <strong>de</strong><br />
Administração <strong>do</strong> Serviço <strong>de</strong> Pesca e Vida Selvagem <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s (US Fish and<br />
Wildlife Service’s Office of Management Authority) é a agência <strong>do</strong> governo que<br />
atualmente emite licenças <strong>de</strong> importação CITES nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s. Geralmente,<br />
quan<strong>do</strong> uma licença <strong>de</strong> importação for necessária, será exigi<strong>do</strong> um <strong>do</strong>cumento que prove<br />
a permissão <strong>para</strong> trabalhar no país hospe<strong>de</strong>iro da pesquisa. Maiores informações sobre<br />
pedi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> licença po<strong>de</strong>m ser obtidas através <strong>do</strong> site<br />
http://international.fws.gov/permits/permits.html, <strong>ou</strong> consulte orientações sobre licenças<br />
no Website <strong>do</strong> Programa <strong>de</strong> Veterinária <strong>de</strong> Campo (www.fieldvet.org) sob o título <strong>de</strong><br />
“Informações Úteis <strong>para</strong> Veterinários, Biólogos da Vida Selvagem e Outros” (Helpful<br />
Information for Veterinarians, Wildlife Biologists, and Others).<br />
3
GUIA DO PROGRAMA DE SAÚDE PARA A ONÇA PINTADA OU JAGUAR<br />
Dr. Sharon L. Deem<br />
Dr. William B. Karesh<br />
Programa <strong>de</strong> Veterinária no Campo<br />
Socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação da Vida Silvestre<br />
ÍNDICE<br />
I. Introdução<br />
II. Captura e Imobilização<br />
III. Manuseio <strong>de</strong> Jaguares Imobiliza<strong>do</strong>s e Soluções <strong>para</strong> Emergências Anestésicas<br />
IV. Recuperação Pós-Anestésica<br />
V. Amostragem <strong>de</strong> Animais<br />
VI. Coleta <strong>de</strong> Da<strong>do</strong>s, Análise e Distribuição<br />
VII. Bibliografia<br />
VIII. Figuras<br />
IX. Tabelas<br />
X. Apêndices<br />
I. INTRODUÇÃO<br />
Um importante componente <strong>do</strong> <strong>programa</strong> <strong>de</strong> conservação <strong>do</strong> jaguar (<strong>Panthera</strong><br />
onca) é uma abordagem padronizada à vigilância (supervisão?) da saú<strong>de</strong> e das <strong>do</strong>enças<br />
<strong>do</strong>s jaguares livres na natureza. As ameaças à saú<strong>de</strong> da vida selvagem por influências<br />
antropogênicas geralmente estão associadas com o contato crescente <strong>do</strong>s animais<br />
selvagens com rebanhos, animais <strong>do</strong>mésticos e seres humanos, assim como a<br />
fragmentação e contaminação <strong>de</strong> seus habitats. Embora as ameaças específicas aos<br />
jaguares livres na natureza ainda sejam muito <strong>de</strong>sconhecidas, acredita-se que as situações<br />
mencionadas acima sejam importantes na conservação a longo prazo <strong>do</strong>s jaguares livres<br />
na natureza em toda a extensão <strong>de</strong> seus territórios.<br />
Orientações padronizadas vão garantir que este <strong>programa</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> seja<br />
<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma forma consistente através <strong>de</strong> toda a abrangência <strong>do</strong> jaguar. Muitos<br />
pesquisa<strong>do</strong>res <strong>de</strong> campo estão atualmente imobilizan<strong>do</strong> jaguares livres na natureza com<br />
p<strong>ou</strong>ca <strong>ou</strong> nenhuma experiência em práticas veterinárias, tal como anestesias e coleta <strong>de</strong><br />
teci<strong>do</strong>s biológicos. Este fato sozinho já sugere a necessida<strong>de</strong> premente <strong>de</strong> diretrizes<br />
padronizadas <strong>para</strong> garantir a segurança e o bem estar <strong>do</strong>s jaguares sen<strong>do</strong> manusea<strong>do</strong>s no<br />
campo. As seguintes orientações são direcionadas àqueles biólogos <strong>de</strong> campo e<br />
veterinários com experiência em vida selvagem que estão trabalhan<strong>do</strong> em conjunto com o<br />
<strong>programa</strong> <strong>de</strong> conservação <strong>do</strong> jaguar da WCS. Estas diretrizes não são direcionadas a<br />
pessoas inexperientes. Os veterinários trabalhan<strong>do</strong> no Programa <strong>de</strong> Veterinária no Campo<br />
da WCS, através <strong>do</strong> Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Programa Global <strong>de</strong> Carnívoros, estão à disposição<br />
<strong>para</strong> sessões <strong>de</strong> treinamento <strong>para</strong> pessoal <strong>de</strong> campo, e consultas sobre trabalhos <strong>de</strong><br />
imobilização, manuseio e saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> jaguar, como um componente <strong>do</strong> <strong>programa</strong> <strong>de</strong><br />
conservação <strong>do</strong> jaguar (veja Apêndice 1).<br />
4
Os principais objetivos <strong>do</strong> <strong>programa</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> jaguar (PSJ) são os seguintes: 1)<br />
fornecer méto<strong>do</strong>s padroniza<strong>do</strong>s <strong>para</strong> avaliar o esta<strong>do</strong> geral <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>do</strong>s jaguares na<br />
natureza; 2) <strong>de</strong>terminar as ameaças <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças <strong>para</strong> o jaguar, incluin<strong>do</strong> tanto as ameaças<br />
diretas (isto é, <strong>do</strong>enças infecciosas – intra e co-específicas via animais <strong>do</strong>mésticos,<br />
rebanhos, <strong>ou</strong>tros felinos livres na natureza, presas) como as indiretas (<strong>ou</strong> seja,<br />
fragmentação e <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> habitat que possa incluir riscos <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças); e 3) fornecer<br />
recomendações baseadas nas <strong>de</strong>scobertas <strong>de</strong>sta avaliação <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>para</strong> serem<br />
consi<strong>de</strong>radas nas políticas <strong>de</strong> conservação a longo prazo <strong>do</strong> jaguar.<br />
II. CAPTURA E IMOBILIZAÇÃO<br />
As informações fornecidas neste <strong>guia</strong> são <strong>para</strong> serem utilizadas por pesquisa<strong>do</strong>res<br />
<strong>de</strong> campo com experiência prévia em imobilização <strong>de</strong> felinos. O Programa <strong>de</strong> Veterinária<br />
<strong>de</strong> Campo e a equipe da WCS NÃO recomendam a imobilização <strong>ou</strong> manuseio <strong>de</strong><br />
qualquer animal silvestre por pessoal sem experiência. É imperativo que as pessoas que<br />
manuseiam jaguares levem em conta a segurança das pessoas e <strong>de</strong>sses animais acima <strong>de</strong><br />
tu<strong>do</strong>, antes, durante e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> qualquer méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> imobilização.<br />
1. Técnicas Padronizadas <strong>para</strong> Procedimento e Registro <strong>de</strong> Captura e Imobilização<br />
To<strong>do</strong> o pessoal <strong>de</strong> campo <strong>de</strong>ve utilizar um formulário padrão <strong>para</strong> registrar os<br />
eventos <strong>de</strong> captura e imobilização. Isto vai assegurar que to<strong>do</strong>s os pesquisa<strong>do</strong>res estejam<br />
coletan<strong>do</strong> os mesmos da<strong>do</strong>s em cada imobilização, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que esses da<strong>do</strong>s possam ser<br />
compila<strong>do</strong>s e com<strong>para</strong><strong>do</strong>s. Dessa maneira, isto nos permitirá <strong>de</strong>terminar os melhores e<br />
mais seguros protocolos <strong>de</strong> imobilização <strong>para</strong> jaguares livres na natureza.<br />
Nós recomendamos o uso <strong>do</strong> software <strong>do</strong> <strong>programa</strong> Medarks (ISIS, 12101 Johnny<br />
Cake Rd., Apple Valley,MN 55124 USA) <strong>para</strong> compilar os da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> imobilização. (Este<br />
software também po<strong>de</strong> ser usa<strong>do</strong> <strong>para</strong> coletar os da<strong>do</strong>s relaciona<strong>do</strong>s a to<strong>do</strong>s os aspectos<br />
<strong>do</strong> <strong>programa</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>). Uma amostra <strong>de</strong> um formulário padrão <strong>de</strong> anestesia da medarks<br />
está apresenta<strong>do</strong> no apêndice 2.<br />
2. Méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Captura<br />
Existe uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> captura e imobilização <strong>para</strong> felinos livres na<br />
natureza (De Wet, 1993). Wilson et al. (1996) fornecem uma excelente apresentação <strong>de</strong><br />
méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> captura <strong>para</strong> mamíferos <strong>de</strong> médio e gran<strong>de</strong> porte. Os méto<strong>do</strong>s que têm si<strong>do</strong><br />
usa<strong>do</strong>s <strong>para</strong> a captura <strong>de</strong> jaguares incluem encurralar o animal em árvores com o auxílio<br />
<strong>de</strong> cães, e o uso <strong>de</strong> armadilhas forradas tipo trampa, armadilhas <strong>de</strong> laço (isto é, Laços<br />
Aldrich), e armadilhas tipo gaiolas <strong>ou</strong> caixas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira. Os <strong>do</strong>is últimos méto<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>m<br />
<strong>ou</strong> não incluir uma isca <strong>para</strong> atrair o animal <strong>para</strong> a armadilha. Uma vez que o jaguar<br />
estiver preso na armadilha <strong>ou</strong> em cima da árvore ele po<strong>de</strong> ser atingi<strong>do</strong> com o dar<strong>do</strong>. É<br />
melhor não atirar o dar<strong>do</strong> em um jaguar que esteja em uma árvore a mais <strong>de</strong> 5 metros <strong>de</strong><br />
altura <strong>para</strong> evitar quedas traumáticas. Um apanha<strong>do</strong> geral <strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> captura <strong>para</strong><br />
jaguares está sen<strong>do</strong> atualmente <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>.<br />
3. Administração <strong>de</strong> Anestésicos<br />
Os anestésicos somente <strong>de</strong>vem ser administra<strong>do</strong>s em jaguares livres na natureza<br />
usan<strong>do</strong>-se o sistema <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> droga por via remota (Remote Drug Delivery System<br />
5
– RDDS). Existe uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> RDDSs disponíveis <strong>para</strong> os profissionais da área,<br />
revisa<strong>do</strong>s por Bush (1992) e Nielsen (1999). Uma zarabatana <strong>ou</strong> uma seringa especial<br />
po<strong>de</strong>m ser usadas <strong>para</strong> imobilizar jaguares que estiverem <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> gaiolas, armadilhas<br />
tipo trampa <strong>ou</strong> <strong>de</strong> laço. Em todas as <strong>ou</strong>tras situações <strong>de</strong> campo, é melhor usar um rifle <strong>ou</strong><br />
pistola (tais como, TelinjectTM, Cap-ChurTM , Dan-InjectTM ) (Apêndice 3). Descrever os<br />
fundamentos <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s estes produtos está além <strong>do</strong> objetivo das orientações <strong>de</strong>ste <strong>guia</strong>. O<br />
profissional <strong>de</strong>ve estar familiariza<strong>do</strong> com o equipamento que escolher <strong>para</strong> uso no<br />
campo. Atingir animais com dar<strong>do</strong>s sempre está associa<strong>do</strong> com algum grau <strong>de</strong> risco.<br />
Sérios danos ao animal (e também aos indivíduos participantes) ocorrem <strong>ou</strong> po<strong>de</strong>m<br />
ocorrer se equipamentos impróprios forem utiliza<strong>do</strong>s e/<strong>ou</strong> se os equipamentos forem<br />
utiliza<strong>do</strong>s <strong>de</strong> maneira imprópria.<br />
A seleção <strong>do</strong> dar<strong>do</strong> e da agulha também são importantes nos pre<strong>para</strong>tivos <strong>para</strong> a<br />
imobilização <strong>do</strong> jaguar. Dar<strong>do</strong>s que são muito pesa<strong>do</strong>s <strong>ou</strong> agulhas que sejam muito<br />
compridas <strong>ou</strong> muito grossas po<strong>de</strong>m causar sérios danos no impacto. (Os danos também<br />
são possíveis quan<strong>do</strong> a pressão <strong>do</strong> dar<strong>do</strong> <strong>ou</strong> <strong>do</strong> rifle <strong>ou</strong> pistola for muito alta.) As agulhas<br />
disponíveis po<strong>de</strong>m ser simples, com colarinho <strong>ou</strong> farpadas. Um dar<strong>do</strong> com colarinho é<br />
frequentemente emprega<strong>do</strong> durante os processos <strong>de</strong> imobilização porque ele permanece<br />
no animal e assim assegura a inoculação total da droga. Infelizmente, se o jaguar não for<br />
imobiliza<strong>do</strong> a<strong>de</strong>quadamente e não pu<strong>de</strong>r ser conti<strong>do</strong>, o dar<strong>do</strong> permanecerá no animal e<br />
po<strong>de</strong>rá causar problemas.<br />
Nós recomendamos o uso <strong>de</strong> agulhas com colarinho <strong>de</strong> 1,5 X 30 mm ( calibre<br />
18 X 1¼ polegadas) <strong>para</strong> a imobilização <strong>de</strong> jaguares adultos livres na natureza.<br />
Entretanto, se o jaguar já estiver encurrala<strong>do</strong> na árvore <strong>ou</strong> preso numa armadilha antes <strong>de</strong><br />
ser dis<strong>para</strong><strong>do</strong> o dar<strong>do</strong>, po<strong>de</strong>-se usar uma agulha simples, não farpada. Agulhas simples,<br />
não farpadas, causam menos trauma aos teci<strong>do</strong>s, mas freqüentemente não permanecem<br />
no animal tanto tempo quanto as agulhas com colarinho e assim po<strong>de</strong>m não injetar toda a<br />
droga antes <strong>de</strong> cair <strong>do</strong> animal.<br />
Quan<strong>do</strong> dis<strong>para</strong>r um dar<strong>do</strong> em um animal, é mais seguro mirar a região proximal<br />
(mais perto <strong>do</strong> corpo) <strong>do</strong> membro traseiro (figura 1). Alguns pesquisa<strong>do</strong>res recomendam<br />
dis<strong>para</strong>r o dar<strong>do</strong> no membro dianteiro na região <strong>do</strong> tríceps. Se o anestesiologista preferir<br />
a região <strong>do</strong> membro dianteiro, <strong>de</strong>ve ser lembra<strong>do</strong> que a região torácica e a cabeça estão<br />
muito próximas <strong>do</strong> local escolhi<strong>do</strong> <strong>para</strong> como alvo. Sérios danos po<strong>de</strong>m ser causa<strong>do</strong>s aos<br />
felinos se o dar<strong>do</strong> atingir uma <strong>de</strong>stas regiões. Por esta razão é que recomendamos o<br />
membro posterior, a não ser que o anestesiologista esteja dis<strong>para</strong>n<strong>do</strong> o dar<strong>do</strong> a uma<br />
distância curta (isto é, com o jaguar em uma armadilha tipo caixa). Quan<strong>do</strong> mirar no<br />
membro posterior, os dar<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vem ser direciona<strong>do</strong>s <strong>para</strong> a parte mais caudal da massa<br />
muscular <strong>para</strong> evitar o osso femural e o nervo ciático. As agulhas e dar<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vem ser<br />
<strong>de</strong>sinfeta<strong>do</strong>s antes <strong>de</strong> serem usa<strong>do</strong>s em um <strong>ou</strong>tro animal <strong>para</strong> se evitar a disseminação <strong>de</strong><br />
<strong>do</strong>enças. Embora a <strong>de</strong>sinfecção seja freqüentemente o único meio disponível <strong>de</strong> cuida<strong>do</strong><br />
com o equipamento no campo, seria melhor se as agulhas fossem esterilizadas entre um<br />
animal e <strong>ou</strong>tro.<br />
6
4. Méto<strong>do</strong>s Anestésicos<br />
Nesta seção, nós recomendamos um protocolo padrão <strong>para</strong> ser usa<strong>do</strong> por aquelas<br />
pessoas no campo com uma experiência mínima em imobilização. Este protocolo <strong>de</strong>ve<br />
fornecer um plano a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> <strong>de</strong> anestesia com um comprometimento mínimo da função<br />
respiratória e cardiovascular. Adicionalmente, nós listamos méto<strong>do</strong>s anestésicos que<br />
foram utiliza<strong>do</strong>s com sucesso na captura <strong>de</strong> jaguares livres na natureza, basea<strong>do</strong>s em<br />
literatura e em experiências pessoais. Deve-se observar que as <strong>do</strong>sagens das drogas neste<br />
<strong>guia</strong> são dadas em miligramas (mg) e microgramas (mcg). As <strong>do</strong>ses não são em<br />
mililitros (exceto quan<strong>do</strong> anotadas na tabela na página 8). A via <strong>de</strong> administração da<br />
droga é intramuscular (IM), a não ser que seja especifica<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>ou</strong>tra forma.<br />
Calculan<strong>do</strong> as <strong>do</strong>sagens da droga – As pessoas que usam agentes anestésicos <strong>para</strong><br />
imobilizar jaguares <strong>de</strong>vem estar familiariza<strong>do</strong>s com o processo <strong>de</strong> calcular o volume da<br />
droga (ml) a ser administra<strong>do</strong>, basea<strong>do</strong> na <strong>do</strong>se recomendada (mg/kg) <strong>para</strong> a espécie, e<br />
também na concentração da droga (mg/ml).<br />
1. mg necessários = <strong>do</strong>se recomendada (mg/kg) X peso corporal <strong>do</strong> animal (kg)<br />
2. ml necessários = mg necessários (veja item 1 acima ) ) concentração da droga (mg/ml)<br />
= mg necessários X (ml/mg)<br />
Exemplo:<br />
1. Jaguar <strong>de</strong> 90 kg<br />
2. Concentração da droga é <strong>de</strong> 100 mg/ml<br />
3. Dose recomendada é <strong>de</strong> 5 mg/kg<br />
mg necessários = 5 X 90 = 450 mg<br />
ml necessários = 450 ) 100 = 450 mg X ml / 100 mg = 4,5 ml<br />
Nota: 1 kg = 2,2 libras (a <strong>do</strong>se recomendada po<strong>de</strong> ser dada em mg/kg OU mg/lb.<br />
Certifique-se <strong>de</strong> fazer a conversão correta. Por exemplo, se o peso <strong>do</strong> animal for estima<strong>do</strong><br />
em libras e a <strong>do</strong>se recomendada da droga for dada em mg/kg, então <strong>de</strong>ve-se converter a<br />
<strong>do</strong>se).<br />
1 kg / 2,2 lb X mg / kg = mg / lb<br />
A. Protocolo padrão recomenda<strong>do</strong> <strong>para</strong> imobilização <strong>de</strong> jaguares livres na natureza<br />
Atualmente, nós recomendamos (exceto <strong>para</strong> a imobilização <strong>de</strong> jaguares acua<strong>do</strong>s<br />
no alto <strong>de</strong> árvores; veja baixo) o seguinte méto<strong>do</strong> anestésico <strong>para</strong> ser usa<strong>do</strong> pelo pessoal<br />
<strong>de</strong> campo com p<strong>ou</strong>ca experiência na imobilização <strong>de</strong> jaguares livres na natureza. Este<br />
méto<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve fornecer um plano a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> <strong>de</strong> anestesia <strong>para</strong> um procedimento <strong>de</strong> curta<br />
duração no animal (tais como, aplicação <strong>de</strong> rádio-colar, medidas morfométricas, coleta <strong>de</strong><br />
material biológico), mas também exige um nível mínimo <strong>de</strong> conhecimento técnico em<br />
anestesiologia.<br />
7
Telazol (6-10mg/kg) por via intramuscular com dar<strong>do</strong>, em animais silvestres. A pessoa que<br />
faz a tranquilização/anestesia po<strong>de</strong> suplementar esta <strong>do</strong>se <strong>de</strong> Telazol com 150 mg <strong>de</strong> ketamina no<br />
primeiro dar<strong>do</strong>, esta recomendação se baseia nos trabalhos <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s por Cavalcanti e<br />
Hoogesteijn (da<strong>do</strong>s não publica<strong>do</strong>s). Ketamina suplementar numa <strong>do</strong>se <strong>de</strong> 1-2 mg/kg,<br />
en<strong>do</strong>venosa <strong>ou</strong> intramuscular, conforme necessário <strong>para</strong> se manter um nível a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
anestesia. (Ketamina suplementar não <strong>de</strong>veria ser aplicada por pelo menos 10 minutos após o<br />
dar<strong>do</strong> <strong>de</strong> telazol). Uma <strong>do</strong>se única <strong>de</strong> atropina a 0,04 mg/kg, subcutânea <strong>ou</strong> intramuscular, po<strong>de</strong><br />
ser administrada se o felino apresentar salivação excessiva.<br />
NOTA: A suplementação da droga é <strong>de</strong>finida como a administração <strong>de</strong> qualquer droga<br />
imobiliza<strong>do</strong>ra adicional após a administração da(s) droga(s) inicial(ais) (veja II D<br />
abaixo). Drogas suplementares são necessárias quan<strong>do</strong> o animal é anestesia<strong>do</strong> somente<br />
parcialmente pela(s) droga(s) original(ais) e/<strong>ou</strong> a anestesia está fican<strong>do</strong> superficial (isto é,<br />
os agentes anestésicos estão per<strong>de</strong>n<strong>do</strong> o efeito) durante o procedimento.<br />
JAGUARES ACUADOS NO ALTO DE ÁRVORES: O uso <strong>de</strong> telazol em um jaguar<br />
acua<strong>do</strong> no alto <strong>de</strong> uma árvore po<strong>de</strong> fazer com que o animal caia da árvore durante a<br />
indução, como já foi relata<strong>do</strong> com <strong>onça</strong>s pardas injetadas com essa droga. Por esta razão,<br />
é recomenda<strong>do</strong> que jaguares acua<strong>do</strong>s em árvores após a perseguição por cães recebam<br />
dar<strong>do</strong>s com ketamina (7 mg/kg) <strong>para</strong> a imobilização inicial. Uma vez que o jaguar esteja<br />
no chão em segurança, xylazina (0.7 mg/kg) i.m. <strong>de</strong>veria ser administrada <strong>para</strong> aumentar<br />
o relaxamento muscular e a analgesia. Anestesia suplementar é feita pela administração<br />
<strong>de</strong> ketamina (0.5 – 1.5 mg/kg) i.m.<br />
TELAZOL (100mg/ml) – é apresenta<strong>do</strong> como um pó na Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 500 mg <strong>de</strong> que<br />
geralmente é reconstituí<strong>do</strong> com 5 ml <strong>de</strong> água <strong>de</strong>stilada estéril. Telazol é uma combinação<br />
que contém uma droga dissociativa, a tiletamina (50 mg/ml) e uma benzodiazepina, o<br />
zolazepam (50 mg/ml). Em alguns países, o zoletil está disponível e não o telazol. A<br />
concentração <strong>do</strong> zoletil é <strong>de</strong> [50 mg/ml] quan<strong>do</strong> reconstituí<strong>do</strong> com 5 ml <strong>de</strong> água <strong>de</strong>stilada<br />
estéril.<br />
PESO CORPORAL (KG) QUANTIDADE DA DROGA (ML)*<br />
50 2-4<br />
60 2,4-4,8<br />
70 2,8-5,6<br />
80 3,2-6,4<br />
90 3,6-7,2<br />
100 4-8<br />
110 4,4-8,8<br />
120 4,8-9,6<br />
* a uma <strong>do</strong>se <strong>de</strong> 4-8 mg.kg<br />
É imperativo que haja uma observação visual e um monitoramento fisiológico <strong>do</strong><br />
jaguar durante a imobilização (veja III 2 abaixo). Jaguares imobiliza<strong>do</strong>s com telazol (e<br />
ketamina) normalmente terão a salivação aumentada, pálpebras abertas, rigi<strong>de</strong>z muscular<br />
8
no corpo to<strong>do</strong> (inclusive tônus na mandíbula), e reflexos intactos (tais como, corneal,<br />
podal). Os jaguares <strong>de</strong>vem manter os reflexos <strong>de</strong> <strong>de</strong>glutição e tosse. Não <strong>de</strong>ve haver<br />
tremores musculares e ativida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> tipo convulsivas.<br />
B. Revisão da Literatura <strong>de</strong> Jaguares Cativos – Cativos aqui se refere aos jaguares<br />
manti<strong>do</strong>s em zoológicos e <strong>ou</strong>tras situações <strong>de</strong> confinamento (isto é, cativeiro).<br />
1. Telazol<br />
a. 5 mg/kg <strong>de</strong> telazol com 2 mg/kg <strong>de</strong> ketamina como suplementação (Kreeger, 1996)<br />
b. 3,5 – 4,4 mg/kg (Boever et al, 1977)<br />
c. 2,0 – 4,0 mg/kg (Shobert, 1987)<br />
d. 3,5 – 4,4 mg/kg (Shobert, 1987)<br />
e. 2 – 4 mg/kg (Gray et al, 1974) – referências indicam uma contenção química<br />
insuficiente em <strong>do</strong>sagens menores.<br />
Nota: Flumazenil é a droga antagônica <strong>do</strong> zolazepan (o componente benzodiazepino <strong>do</strong><br />
telazol) e po<strong>de</strong> ser administra<strong>do</strong> após to<strong>do</strong>s os procedimentos, numa <strong>do</strong>sagem<br />
intramuscular <strong>de</strong> 1,0 mg <strong>de</strong> flumazenil <strong>para</strong> cada 20 mg <strong>de</strong> zolazepan utiliza<strong>do</strong>s.<br />
Flumazenil não <strong>de</strong>ve ser administra<strong>do</strong> por um perío<strong>do</strong> mínimo <strong>de</strong> 30 minutos após a<br />
administração <strong>do</strong>s agentes anestésicos iniciais, <strong>para</strong> certificar-se que a tiletamina (o <strong>ou</strong>tro<br />
componente <strong>do</strong> telazol) esteja quase totalmente metabolizada. Também <strong>de</strong>ve haver no<br />
mínimo 30 minutos entre a administração <strong>de</strong> qualquer suplementação com ketamina e o<br />
flumazenil.<br />
2. Ketamina e Xilazina<br />
a. 4 mg/kg <strong>de</strong> ketamina e 2 mg/kg <strong>de</strong> xilazina<br />
Droga antagônica = 0,125 mg/kg yohimbine (Kreeger, 1996)<br />
b. 15-20 mg/kg <strong>de</strong> ketamina e 1-1,5 mg/kg <strong>de</strong> xilazina <strong>ou</strong> 1-2 mg <strong>de</strong> promazina<br />
Suplementação com 3-5 mg/kg <strong>de</strong> ketamina conforme necessário e 2-5 mg <strong>de</strong><br />
Diazepan <strong>para</strong> o relaxamento muscular (Seal e Kreeger, 1987)<br />
c. 2-2,5 mg/kg <strong>de</strong> ketamina e 2-2,5 mg/kg <strong>de</strong> xilazina (Yates, da<strong>do</strong>s não publica<strong>do</strong>s,<br />
1999)<br />
Nota: A Xilazina somente <strong>de</strong>ve ser administrada na <strong>do</strong>se inicial <strong>do</strong> dar<strong>do</strong>. Xilazina NÃO<br />
<strong>de</strong>ve ser usada como suplementação se o jaguar estiver somente parcialmente anestesia<strong>do</strong><br />
após o primeiro dar<strong>do</strong> e/<strong>ou</strong> se a anestesia se tornar superficial antes que os<br />
procedimentos com o animal tenham termina<strong>do</strong>. Os efeitos sedativos da xilazina são<br />
facilmente anula<strong>do</strong>s com estímulos externos (tais como ruí<strong>do</strong>, movimento). É importante<br />
que as pessoas permaneçam calmas e em silêncio enquanto o animal estiver seda<strong>do</strong> com<br />
xilazina.<br />
Nota: Yohimbine é a droga antagonista <strong>para</strong> a xilazina e <strong>de</strong>ve ser administrada na <strong>do</strong>se<br />
<strong>de</strong> 0,125 mg/kg IM sen<strong>do</strong> que sua administração <strong>de</strong>ve ocorrer somente após o término<br />
<strong>do</strong>s procedimentos com o animal, e pelo menos 30 minutos após a última <strong>do</strong>se <strong>de</strong><br />
9
ciclohexano (ketamina) tenha si<strong>do</strong> dada.<br />
3. Ketamina e Me<strong>de</strong>tomidine<br />
a. 2,5 mg/kg <strong>de</strong> ketamina e 70 mcg/kg <strong>de</strong> me<strong>de</strong>tomidine (Kreeeger, 1996) (note bem:<br />
mcg=microgramas e correspon<strong>de</strong> a um milésimo <strong>de</strong> uma mg)<br />
b. 2,5 mg/kg <strong>de</strong> ketamina e 60-80 mcg/kg <strong>de</strong> me<strong>de</strong>tomidine (Jalanka e Roeken, 1990)<br />
c. 2 mg/kg <strong>de</strong> ketamina e 40 mcg/kg <strong>de</strong> me<strong>de</strong>tomidine (Spelman, da<strong>do</strong>s não publica<strong>do</strong>s<br />
1997)<br />
Nota: Me<strong>de</strong>tomidine somente <strong>de</strong>ve ser administrada na <strong>do</strong>se inicial <strong>do</strong> dar<strong>do</strong>.<br />
Me<strong>de</strong>tomidine NÃO <strong>de</strong>ve ser utilizada como suplementação se o jaguar estiver somente<br />
parcialmente anestesia<strong>do</strong> após o primeiro dar<strong>do</strong> e/<strong>ou</strong> se a anestesia se tornar superficial<br />
antes que os procedimentos com o animal tenham termina<strong>do</strong>.<br />
Nota: Atipamezole é a droga antagonista <strong>para</strong> a me<strong>de</strong>tomidine e po<strong>de</strong> ser administrada<br />
uma vez que to<strong>do</strong>s os procedimentos com o animal tenham termina<strong>do</strong>, numa <strong>do</strong>se <strong>de</strong> 4-5<br />
X a <strong>do</strong>se <strong>de</strong> me<strong>de</strong>tomidine. Exemplo: se 40 mcg/kg <strong>de</strong> me<strong>de</strong>tomidine tiver si<strong>do</strong> usa<strong>do</strong> na<br />
imobilização, a reversão com atipamezole <strong>de</strong>ve ser em uma <strong>do</strong>se <strong>de</strong> 160-200 mcg/kg. A<br />
administração <strong>de</strong>ve ser intramuscular. Atipamezole não <strong>de</strong>ve ser administra<strong>do</strong> por um<br />
perío<strong>do</strong> mínimo <strong>de</strong> 30 minutos após a aplicação <strong>do</strong>s agentes anestésicos iniciais, <strong>para</strong><br />
assegurar que a ketamina tenha si<strong>do</strong> quase que completamente metabolizada.<br />
4. Ketamina e Midazolam<br />
a. 10 mg/kg <strong>de</strong> ketamina e 0,25 mg/kg <strong>de</strong> midazolan intramuscular segui<strong>do</strong> <strong>de</strong> 4,4<br />
mg/kg <strong>de</strong> thiopental en<strong>do</strong>venoso 15 minutos mais tar<strong>de</strong>, <strong>para</strong> entubação e anestesia com<br />
isoflurane (McLaughlin e Kuzma, 1991)<br />
Nota: Midazolan <strong>de</strong>ve ser administra<strong>do</strong> somente na <strong>do</strong>se inicial <strong>do</strong> dar<strong>do</strong>. Midazolan<br />
NÃO <strong>de</strong>ve ser utiliza<strong>do</strong> como suplementação se o jaguar estiver somente parcialmente<br />
anestesia<strong>do</strong> após o primeiro dar<strong>do</strong> e/<strong>ou</strong> se a anestesia se tornar superficial antes que os<br />
procedimentos com o animal tenham termina<strong>do</strong>.<br />
Nota: Flumazenil é a droga antagonista <strong>de</strong> midazolan e po<strong>de</strong> ser administrada após o<br />
término <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os procedimentos com o animal em uma <strong>do</strong>se intramuscular <strong>de</strong> 1,0 mg<br />
<strong>de</strong> flumazenil <strong>para</strong> cada 20 mg <strong>de</strong> midazolan que tenha si<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong>. Flumazenil não<br />
<strong>de</strong>ve ser administra<strong>do</strong> por um perío<strong>do</strong> mínimo <strong>de</strong> 30 minutos após a administração <strong>do</strong>s<br />
agentes anestésicos iniciais, <strong>para</strong> se ter certeza que a ketamina tenha si<strong>do</strong> quase que<br />
completamente metabolizada.<br />
C. Literatura Revisada <strong>para</strong> Jaguares Livres na Natureza<br />
(Nota: muitas das <strong>do</strong>ses publicadas na literatura são baseadas em um número muito<br />
pequeno <strong>de</strong> amostras (n) <strong>de</strong> imobilizações <strong>de</strong> jaguares. O número <strong>de</strong> amostras é da<strong>do</strong><br />
quan<strong>do</strong> for conheci<strong>do</strong>).<br />
10
1. Ketamina<br />
a. 10-12 mg/kg (Hoogesteijn e Mon<strong>do</strong>lfi, 1992)<br />
b. 7-40 mg/kg (Crawshaw, 1992) (n=9)<br />
c. 22 mg/kg (Rabinowitz e Nottingham, 1986) (n=7)<br />
2. Ketamina e Diazepan<br />
a. 11,8 mg/kg <strong>de</strong> ketamina e 0,25 mg/kg <strong>de</strong> diazepan (Hoogesteijn e Mon<strong>do</strong>lfi, 1992) (n=2)<br />
3. Ketamina e Xilazina<br />
a. 3 mg/kg <strong>de</strong> ketamina e 0,6 mg/kg <strong>de</strong> xilazina com 0,05 mg/kg <strong>de</strong> atropina<br />
(Hoogesteijn e Mon<strong>do</strong>lfi, 1992) (n=1)<br />
b. 7 mg/kg <strong>de</strong> ketamina e 0,5 mg/kg <strong>de</strong> xilazina com 10 mg <strong>de</strong> diazepan (Hoogesteijn e<br />
Mon<strong>do</strong>lfi, 1992) (n=1)<br />
c. 10,6–11,5 mg/kg <strong>de</strong> ketamina e 1,3-1,4 mg/kg <strong>de</strong> xilazina (L4pez <strong>de</strong> Buen e<br />
Sanchez, 1986) (n=2)<br />
d. 11 mg/kg <strong>de</strong> ketamina e 1 mg/kg <strong>de</strong> xilazina (Quigley, 1987) (n=8) 6,6 mg/kg <strong>de</strong><br />
ketamina e 0,66 mg/kg <strong>de</strong> xilazina (Kathy Quigley, da<strong>do</strong>s não publica<strong>do</strong>s)<br />
Nota: Xilazina <strong>de</strong>ve ser administrada somente na <strong>do</strong>se inicial <strong>do</strong> dar<strong>do</strong>. A xilazina NÃO<br />
<strong>de</strong>ve ser utilizada como suplementação se o jaguar estiver somente parcialmente<br />
anestesia<strong>do</strong> após o primeiro dar<strong>do</strong> e/<strong>ou</strong> se a anestesia se tornar superficial antes que os<br />
procedimentos com o animal tenham termina<strong>do</strong>.<br />
Nota: Yohimbine é a droga antagonista <strong>para</strong> a xilazina e po<strong>de</strong> ser administrada após o<br />
término <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os procedimentos com o animal, numa <strong>do</strong>se intramuscular <strong>de</strong> 0,125<br />
mg/kg. Yohimbine não <strong>de</strong>ve ser administra<strong>do</strong> por um perío<strong>do</strong> mínimo <strong>de</strong> 30 minutos<br />
após a administração <strong>do</strong>s agentes anestésicos iniciais, <strong>para</strong> se ter certeza que a ketamina<br />
tenha si<strong>do</strong> quase que completamente metabolizada.<br />
4. Ketamina e Me<strong>de</strong>tomidine<br />
a. 1,46-3,48 mg/kg <strong>de</strong> ketamina e 36-87 mcg/kg <strong>de</strong> me<strong>de</strong>tomedine<br />
reversível com 122-163 mcg/kg <strong>de</strong> atipamezole (Hoogesteijn et al, 1996) (n=2)<br />
Nota: Me<strong>de</strong>tomidine <strong>de</strong>ve ser administra<strong>do</strong> somente na <strong>do</strong>se inicial. Me<strong>de</strong>tomidine NÃO<br />
<strong>de</strong>ve ser utiliza<strong>do</strong> como suplementação se o jaguar estiver somente parcialmente<br />
anestesia<strong>do</strong> após o primeiro dar<strong>do</strong> e/<strong>ou</strong> se a anestesia se tornar superficial antes que os<br />
procedimentos com o animal tenham termina<strong>do</strong>.<br />
Nota: Atipamezole é a droga antagonista <strong>para</strong> a me<strong>de</strong>tomidine e po<strong>de</strong> ser administrada<br />
após o término <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os procedimentos com o animal, numa <strong>do</strong>se <strong>de</strong> 4-5 vezes a <strong>do</strong>se<br />
usada <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>tomidine. Por exemplo, se 40 mcg/kg <strong>de</strong> me<strong>de</strong>tomidine foram usa<strong>do</strong>s <strong>para</strong><br />
a imobilização, a reversão com atipamezole <strong>de</strong>ve ser numa <strong>do</strong>sagem <strong>de</strong> 160-200 mcg/kg,<br />
intramuscular. Atipamezole não <strong>de</strong>ve ser administra<strong>do</strong> por um perío<strong>do</strong> mínimo <strong>de</strong> 30<br />
minutos após a administração <strong>do</strong>s agentes anestésicos iniciais <strong>para</strong> se ter certeza que a<br />
ketamina tenha si<strong>do</strong> quase que completamente metabolizada.<br />
11
5. Telazol<br />
a. 4 -8 mg/kg (<strong>do</strong>se recomendada nesse manual ver punto 4.A.)<br />
b. 6,6–16,4 mg/kg (Morato et al, no prelo) (n=11)<br />
c. 10 mg/kg (Morato, 1997)<br />
d. 3,9 mg/kg (Hoogesteijn e Mon<strong>do</strong>lfi, 1992) (n=11)<br />
e. 3,5–9,1 mg/kg (Crawshaw, 1992) (n=6)<br />
Nota: O telazol <strong>de</strong>ve somente ser administra<strong>do</strong> na <strong>do</strong>se inicial <strong>do</strong> dar<strong>do</strong>. Telazol NÃO<br />
<strong>de</strong>ve ser utiliza<strong>do</strong> como suplementação se o jaguar estiver somente parcialmente<br />
anestesia<strong>do</strong> após o primeiro dar<strong>do</strong> e/<strong>ou</strong> se a anestesia se tornar superficial antes que os<br />
procedimentos com o animal tenham termina<strong>do</strong>. A ketamina é a droga suplementar <strong>de</strong><br />
escolha nestas situações. (Veja Abaixo Suplementação Anestésica )<br />
Nota: Flumazenil é a droga antagonista <strong>para</strong> o zolazepan (o componente benzodiazepina<br />
<strong>do</strong> telazol) e po<strong>de</strong> ser administrada após o término <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os procedimentos com o<br />
animal, em uma <strong>do</strong>se intramuscular <strong>de</strong> 1,0 mg <strong>de</strong> Flumazenil <strong>para</strong> cada 20 mg <strong>de</strong><br />
zolazepan usa<strong>do</strong>s.<br />
Flumazenil não <strong>de</strong>ve ser administra<strong>do</strong> por um perío<strong>do</strong> mínimo <strong>de</strong> 30 minutos após a<br />
administração <strong>do</strong>s agentes anestésicos iniciais <strong>para</strong> se ter certeza que o componente<br />
tiletamina <strong>do</strong> telazol tenha si<strong>do</strong> quase que completamente metabolizada.<br />
6. Xilazina<br />
a. 8 mg/kg (Bauditz, 1972)<br />
Nota: Yohimbine é a droga antagonista <strong>para</strong> a xilazina e po<strong>de</strong> ser administrada após o<br />
término <strong>do</strong>s procedimentos com o animal, em uma <strong>do</strong>se intramuscular <strong>de</strong> 0,1–0,2 mg/kg.<br />
NÃO RECOMENDAMOS ESSE PROTOCOLO – A xilazina é um sedativo,<br />
analgésico e relaxante muscular. Em espécies não <strong>do</strong>mésticas como o jaguar, a<br />
xilazina, por si só, não produz uma sedação a<strong>de</strong>quada. Vômitos e DEPRESSÃO<br />
RESPIRATÓRIA são efeitos colaterais frequentes quan<strong>do</strong> se usa a xilazina. Além<br />
disso, os animais ficam extremamente sensíveis a estímulos externos (tais como<br />
ruí<strong>do</strong>s, movimentos) e po<strong>de</strong>m facilmente <strong>de</strong>spertar da anestesia.<br />
D. Drogas suplementares <strong>para</strong> serem administradas durante o processo <strong>de</strong><br />
imobilização<br />
1. Suplementação Anestésica<br />
Haverá ocasiões quan<strong>do</strong> os agentes anestésicos iniciais não proporcionam uma<br />
imobilização a<strong>de</strong>quada <strong>ou</strong> quan<strong>do</strong> o efeito <strong>do</strong>s agentes anestésicos começam a diminuir<br />
(tais como, aumento <strong>do</strong>s movimentos <strong>do</strong> animal, aumento da respiração e <strong>do</strong>s batimentos<br />
cardíacos) antes que to<strong>do</strong>s os procedimentos com o animal (tais como, aplicação <strong>de</strong><br />
rádio-colar, coleta <strong>de</strong> amostras) tenham termina<strong>do</strong>. Nestes casos, po<strong>de</strong> ser necessária a<br />
administração <strong>de</strong> drogas adicionais <strong>para</strong> uma anestesia a<strong>de</strong>quada que permita um<br />
manuseio seguro <strong>do</strong> animal. As orientações a seguir <strong>de</strong>vem ser lembradas caso surja uma<br />
12
<strong>de</strong>ssas situações.<br />
a. Telazol NUNCA <strong>de</strong>ve ser administra<strong>do</strong> como uma droga suplementar. Se o<br />
telazol for o agente inicial da imobilização e não proporcion<strong>ou</strong> uma anestesia a<strong>de</strong>quada,<br />
<strong>ou</strong> se o seu efeito anestésico estiver terminan<strong>do</strong>, é melhor suplementar com ketamina<br />
intramuscular <strong>ou</strong> en<strong>do</strong>venosa. A <strong>do</strong>se <strong>de</strong> ketamina a ser administrada vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>do</strong><br />
nível <strong>de</strong> anestesia anterior à suplementação. A <strong>do</strong>se <strong>de</strong> 25–50 mg (en<strong>do</strong>venoso) a 50–100<br />
mg (intramuscular) <strong>de</strong> ketamina por animal <strong>de</strong>ve ser segura na MAIORIA <strong>do</strong>s jaguares<br />
adultos.<br />
b. Xilazina, me<strong>de</strong>tomidine e midazolan NUNCA <strong>de</strong>vem ser administra<strong>do</strong>s como<br />
droga suplementar. Essas substâncias somente <strong>de</strong>vem ser administradas em combinação<br />
com <strong>ou</strong>tras drogas (como a ketamina) <strong>para</strong> provocar a indução da anestesia. É melhor<br />
suplementar com ketamina en<strong>do</strong>venosa <strong>ou</strong> intramuscular. A <strong>do</strong>se <strong>de</strong> ketamina a ser<br />
administrada vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>do</strong> nível <strong>de</strong> anestesia anterior à suplementação. A <strong>do</strong>se <strong>de</strong> 25–<br />
50 mg (en<strong>do</strong>venoso) a 50–100 mg (intramuscular) <strong>de</strong> ketamina <strong>de</strong>ve ser uma <strong>do</strong>se segura<br />
na MAIORIA <strong>do</strong>s jaguares adultos.<br />
c. Diazepam (Valium) numa <strong>do</strong>se <strong>de</strong> 5–10 mg/jaguar <strong>de</strong>ve ser administra<strong>do</strong><br />
lentamente por via en<strong>do</strong>venosa <strong>para</strong> qualquer jaguar que apresente rigi<strong>de</strong>z muscular<br />
extrema, tremores musculares e/<strong>ou</strong> convulsões. O diazepan po<strong>de</strong> ser administra<strong>do</strong><br />
en<strong>do</strong>venoso após 3 minutos se não h<strong>ou</strong>ver resposta à injeção inicial. Se o jaguar ainda<br />
não respon<strong>de</strong>r após a segunda injeção, uma <strong>ou</strong>tra causa <strong>para</strong> as convulsões <strong>de</strong>ve ser<br />
consi<strong>de</strong>rada. Se uma veia não pu<strong>de</strong>r ser localizada (<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a movimentação <strong>do</strong> animal,<br />
por exemplo), o diazepan po<strong>de</strong> ser administra<strong>do</strong> intramuscular. Deve-se ter cautela na<br />
administração <strong>de</strong> uma segunda <strong>do</strong>se <strong>de</strong> diazepan após uma injeção intramuscular, pois<br />
por esta via <strong>de</strong> administração a sua absorção é mais lenta.<br />
d. Se você não estiver certo da quantida<strong>de</strong> da(s) droga(s) inicial(ais) administrada<br />
com sucesso (por problemas na localização <strong>do</strong> dar<strong>do</strong>, <strong>ou</strong> o dar<strong>do</strong> penetr<strong>ou</strong> e caiu<br />
rapidamente), <strong>de</strong>ve esperar pelo menos 15 minutos após a injeção <strong>do</strong> dar<strong>do</strong> inicial antes<br />
<strong>de</strong> administrar qualquer droga suplementar.<br />
2. Anticolinérgicos<br />
Alguns autores recomendam a adição <strong>de</strong> atropina ao protocolo <strong>de</strong> anestesia <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à sua<br />
proprieda<strong>de</strong> anticolinérgica <strong>de</strong> diminuir a secreção salivar. Entretanto, a atropina po<strong>de</strong> ser<br />
relacionada com efeitos colaterais negativos, mais comumente sintomas cardíacos e no<br />
trato gastrointestinal. Em situações <strong>de</strong> campo, talvez seja mais apropria<strong>do</strong><br />
administrar a atropina apenas <strong>para</strong> aqueles animais que apresentem um excesso <strong>de</strong><br />
salivação durante o processo <strong>de</strong> imobilização. Uma única <strong>do</strong>se <strong>de</strong>ve ser administrada.<br />
Atropina – 0,04 mg/kg por via subcutânea <strong>ou</strong> intramuscular.<br />
3. Medicações <strong>de</strong> Apoio<br />
a. Ivermectina – 200 mcg/kg subcutânea <strong>para</strong> miíase– em áreas on<strong>de</strong> haja Cochliomyia<br />
hominovorax .<br />
13
. Solução <strong>de</strong> Lactato <strong>de</strong> Ringer – 1 a 2 litros subcutâneo <strong>para</strong> rehidratação,<br />
especialmente se o jaguar fic<strong>ou</strong> preso por um longo perío<strong>do</strong> na armadilha e/<strong>ou</strong> fic<strong>ou</strong><br />
muito estressa<strong>do</strong>/hipertérmico.<br />
c. Penicilina G Benzatina 40.000 UI/kg intramuscular (antibiótico <strong>de</strong> larga duração)<br />
especialmente em jaguares que tiveram uma lesão significativa <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao dar<strong>do</strong>, um<br />
<strong>de</strong>nte fratura<strong>do</strong>, que tenha apresenta<strong>do</strong> vômitos durante os procedimentos e/<strong>ou</strong> qualquer<br />
<strong>ou</strong>tra lesâo ativa.<br />
d. Antibiótico triplo tópico <strong>para</strong> se colocar no local <strong>do</strong> dar<strong>do</strong> <strong>ou</strong> em qualquer <strong>ou</strong>tra lesão<br />
cutânea ativa.<br />
e. Ungüento tópico repelente <strong>para</strong> evitar moscas no local <strong>do</strong> dar<strong>do</strong> <strong>ou</strong> em qualquer <strong>ou</strong>tra<br />
lesão cutânea ativa.<br />
f. Ungüento oftálmico com antibiótico triplo <strong>para</strong> uso tópico <strong>para</strong> se colocar nos olhos <strong>do</strong><br />
animal.<br />
III. MANUSEIO DE JAGUARES IMOBILIZADOS E SOLUÇÕES PARA<br />
EMERGÊNCIAS ANESTÉSICAS<br />
Qualquer pessoa que imobiliza um jaguar selvagem <strong>de</strong>ve lembrar-se que ela é<br />
inteiramente responsável pela saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> animal <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o momento que a droga é<br />
administrada (<strong>ou</strong> a partir <strong>do</strong> momento que o animal é captura<strong>do</strong> <strong>ou</strong> acua<strong>do</strong> em cima <strong>de</strong><br />
uma árvore) até o momento em que animal esteja completamente recupera<strong>do</strong> <strong>do</strong> agente<br />
anestésico.`É imperativo que qualquer um envolvi<strong>do</strong> na imobilização <strong>de</strong> jaguares livres<br />
na natureza saiba como lidar com o felino anestesia<strong>do</strong>, monitorar parâmetros fisiológicos<br />
e reagir a emergências médicas caso aconteçam. Embora muitos agentes anestésicos<br />
sejam relativamente seguros em espécies felinas, emergências anestésicas po<strong>de</strong>m ocorrer<br />
e realmente OCORREM mesmo sob as melhores circunstâncias.<br />
Estas orientações não preten<strong>de</strong>m abranger to<strong>do</strong>s os aspectos <strong>de</strong> emergências<br />
veterinárias relacionadas à anestesia. São direcionadas, todavia, <strong>para</strong> fornecer o mínimo<br />
<strong>de</strong> conhecimento necessário <strong>para</strong> to<strong>do</strong>s aqueles envolvi<strong>do</strong>s no trabalho <strong>de</strong> imobilizar<br />
jaguares, na esperança <strong>de</strong> minimizar as emergências, e <strong>para</strong> aqueles casos em que,<br />
quan<strong>do</strong> as emergências vierem a acontecer, os pesquisa<strong>do</strong>res estejam equipa<strong>do</strong>s <strong>para</strong><br />
melhor atendê-las. Recomenda-se fortemente que os pesquisa<strong>do</strong>res trabalhan<strong>do</strong> com<br />
imobilização <strong>de</strong> jaguares leiam mais a respeito (Kreeger, capítulo 5; Nielsen capítulo 9;<br />
Evans, capítulo 25; Wildlife Restraint Series, 1991; Fowler, 1995). Aqueles<br />
pesquisa<strong>do</strong>res inexperientes em imobilização <strong>de</strong> jaguares <strong>de</strong>vem procurar o auxílio <strong>de</strong><br />
colegas mais experientes neste assunto.<br />
l. Manuseio<br />
Imediatamente após o animal ter si<strong>do</strong> atingi<strong>do</strong> pelo dar<strong>do</strong> (veja informação acima<br />
a respeito <strong>de</strong> drogas imobilizantes) e uma avaliação inicial <strong>de</strong>terminan<strong>do</strong> que a freqüência<br />
respiratória e os batimentos cardíacos estão <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s limites normais,<br />
Freqüência Respiratória (FR) 8 - 24 movimentos respiratórios por minuto<br />
Batimentos Cardíacos (BC) 70 - 140 batimentos p/min.<br />
14
o dar<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve ser retira<strong>do</strong> (evite manusear a agulha) e guarda<strong>do</strong> em local seguro. (É<br />
melhor que uma pessoa assuma imediatamente a avaliação <strong>do</strong>s parâmetros fisiológicos,<br />
enquanto uma segunda pessoa se encarrega <strong>do</strong> dar<strong>do</strong>). O local atingi<strong>do</strong> pelo dar<strong>do</strong> no<br />
animal não <strong>de</strong>ve ser toca<strong>do</strong> <strong>para</strong> evitar contato com resíduos da droga <strong>ou</strong> sangue. As<br />
pessoas que estarão em contato com o animal imobiliza<strong>do</strong> <strong>de</strong>vem usar luvas <strong>de</strong> látex<br />
durante o procedimento <strong>de</strong> imobilização <strong>para</strong> evitar a transmissão <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças infecciosas<br />
entre o animal e elas próprias, assim como minimizar o contato com resíduos da droga no<br />
local da injeção.<br />
O animal <strong>de</strong>ve ser coloca<strong>do</strong> numa posição que permita que ele respire facilmente<br />
(Figura 2). De preferência, o jaguar <strong>de</strong>ve ser coloca<strong>do</strong> em <strong>de</strong>cúbito lateral (<strong>de</strong>ita<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
la<strong>do</strong>). A cabeça e o pescoço <strong>de</strong>vem ser coloca<strong>do</strong>s numa posição que permita que o ar<br />
possa fluir entre a boca e a traquéia. A boca <strong>de</strong>ve ser mantida em posição mais baixa <strong>do</strong><br />
que a parte <strong>de</strong> trás da garganta e pescoço <strong>para</strong> que a saliva saia pela boca e não <strong>para</strong><br />
<strong>de</strong>ntro da traquéia.<br />
Uma vez que o animal esteja anestesia<strong>do</strong> e coloca<strong>do</strong> na posição correta, os olhos<br />
<strong>de</strong>vem ser protegi<strong>do</strong>s. Deve-se aplicar uma pomada oftálmica antibiótica em ambos os<br />
olhos <strong>para</strong> evitar que fiquem resseca<strong>do</strong>s pela falta da reação <strong>de</strong> piscar. Uma toalha<br />
(preferivelmente <strong>de</strong> material não-abrasivo), <strong>de</strong>ve então ser colocada sobre os olhos <strong>para</strong><br />
protegê-los contra o sol e a sujeira, assim como minimizar estímulos estressantes <strong>para</strong> o<br />
animal. É importante minimizar ferimentos <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao alto risco <strong>de</strong> infestação <strong>de</strong> miíase.<br />
Betadine tópica e um ungüento repelente contra moscas po<strong>de</strong> ser aplica<strong>do</strong> no local <strong>do</strong><br />
dar<strong>do</strong> (veja a seção a respeito <strong>de</strong> resolução <strong>de</strong> problemas – cuida<strong>do</strong>s com ferimentos).<br />
To<strong>do</strong> o equipamento <strong>de</strong> uso (isto é, toalhas, luvas não <strong>de</strong>scartáveis) <strong>de</strong>ve ser<br />
<strong>de</strong>sinfeta<strong>do</strong> antes <strong>de</strong> ser usa<strong>do</strong> em <strong>ou</strong>tro animal <strong>para</strong> evitar a disseminação <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças).<br />
2. Monitoramento<br />
Durante todas as imobilizações <strong>de</strong> jaguares, os parâmetros fisiológicos (por<br />
exemplo, freqüência respiratória, batimentos cardíacos e temperatura) DEVEM ser<br />
monitora<strong>do</strong>s. Se estes valores saírem fora da variação normal, a equipe <strong>de</strong> imobilização<br />
<strong>de</strong>ve ficar alerta <strong>para</strong> uma emergência em potencial e estar pre<strong>para</strong>da <strong>para</strong> reagir da<br />
maneira apropriada. Os parâmetros fisiológicos normais <strong>para</strong> um jaguar que vive livre na<br />
natureza e esteja imobiliza<strong>do</strong> são os seguintes:<br />
Temperatura (T) 37 – 39,5ºC (98,6 – 103,1ºF)<br />
Freqüência Respiratória (FR) 8 – 24 movimentos respiratórios por minuto<br />
Batimentos Cardíacos (BC) 70 – 140 batimentos por minuto<br />
Tanto a freqüência respiratória quanto os batimentos cardíacos <strong>de</strong>vem ser<br />
monitora<strong>do</strong>s a cada cinco minutos e a temperatura verificada a cada <strong>de</strong>z minutos.<br />
A melhor maneira <strong>de</strong> se monitorar estes parâmetros é com o uso <strong>de</strong> um<br />
15
termômetro, observação visual da expansão <strong>do</strong> peito e palpação <strong>do</strong> pulso femural <strong>ou</strong> o<br />
uso <strong>de</strong> um estetoscópio. Um termômetro retal <strong>de</strong>ve ser introduzi<strong>do</strong> no ânus (termômetros<br />
digitais são os melhores e mais fáceis <strong>de</strong> usar no campo) e a temperatura monitorada em<br />
intervalos <strong>de</strong> 10 minutos durante a anestesia. A respiração po<strong>de</strong> ser monitorada<br />
observan<strong>do</strong>-se os movimentos <strong>do</strong> tórax quan<strong>do</strong> o animal respirar. A forma mais fácil <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>terminar a freqüência respiratória por minuto é contar os movimentos torácicos durante<br />
15 segun<strong>do</strong>s e <strong>de</strong>pois multiplicar este valor por 4. Caso não se tenha um estetoscópio no<br />
campo, uma leve pressão digital sobre a artéria femural (esta artéria está localizada na<br />
região interna da coxa) fornecerá uma medida <strong>do</strong>s batimentos cardíacos. Por <strong>ou</strong>tro la<strong>do</strong>,<br />
um estetoscópio po<strong>de</strong> ser utiliza<strong>do</strong> <strong>para</strong> auscultar o coração diretamente sobre a porção<br />
lateral craneal <strong>do</strong> tórax (abaixo <strong>do</strong> cotovelo).<br />
Nota: Recomendamos que todas as imobilizações <strong>de</strong> jaguar somente sejam feitas quan<strong>do</strong><br />
se tiver um estetoscópio disponível. O estetoscópio também po<strong>de</strong> ser utiliza<strong>do</strong> <strong>para</strong><br />
monitorar a freqüência respiratória.<br />
Também é imperativo o reconhecimento <strong>do</strong> que <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> como<br />
reações normais <strong>de</strong> um jaguar diante <strong>de</strong> agentes anestésicos. Jaguares imobiliza<strong>do</strong>s com<br />
telazol (e ketamina) geralmente apresentarão uma salivação aumentada, pálpebras<br />
abertas, rigi<strong>de</strong>z muscular <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o corpo (inclusive o tônus da mandíbula) e reflexos<br />
intactos (por exemplo, corneal, podal).<br />
Os jaguares <strong>de</strong>vem manter reflexos <strong>de</strong> <strong>de</strong>glutição e tosse quan<strong>do</strong> se utilizam estes<br />
agentes anestésicos, mas não <strong>de</strong>vem apresentar tremores musculares nem ativida<strong>de</strong>s <strong>do</strong><br />
tipo convulsivas.<br />
3. Resolução <strong>de</strong> problemas comuns em emergências anestésicas<br />
A tabela I contém as drogas mais comumente utilizadas como medidas<br />
preventivas e <strong>para</strong> tratar emergências durante imobilizações <strong>de</strong> campo.<br />
A. Depressão e <strong>para</strong>da respiratória resulta em hipóxia <strong>de</strong> teci<strong>do</strong> causada por<br />
oxigenação ina<strong>de</strong>quada da hemoglobina <strong>do</strong> sangue e provavelmente é a principal<br />
emergência anestésica encontrada em campo.<br />
Diagnóstico <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão/<strong>para</strong>da respiratória baseia-se em:<br />
1. o jaguar inspiran<strong>do</strong> p<strong>ou</strong>cas (i.e. menos <strong>de</strong> 4) <strong>ou</strong> nenhuma vez por minuto(nenhuma<br />
expansão <strong>do</strong> peito);<br />
2. a coloração da membrana mucosa (gengiva) está azulada/acinzentada;<br />
3. a saturação <strong>de</strong> oxigênio é menor <strong>do</strong> que 80% na oximetria <strong>do</strong> pulso (se disponível).<br />
Durante a imobilização <strong>de</strong> campo existe um número <strong>de</strong> causas <strong>para</strong><br />
<strong>de</strong>pressão/<strong>para</strong>da respiratória, incluin<strong>do</strong> 1) <strong>de</strong>pressão <strong>do</strong> centro respiratório induzida por<br />
drogas; 2) obstrução das vias aéreas <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a mal posicionamento, salivação excessiva <strong>ou</strong><br />
regurgitação, e<strong>de</strong>ma da laringe; 3) pressão no diafragma por conteú<strong>do</strong> gastrointestinal; e<br />
16
4) formação excessiva <strong>de</strong> dióxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> carbono que altera a respiração normal.<br />
Tratamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão/<strong>para</strong>da respiratória <strong>de</strong>ve incluir o seguinte:<br />
1. NÃO ENTRE EM PÂNICO (isto se aplica a todas as emergências anestésicas!)<br />
2. Não administre nenhuma droga <strong>de</strong> imobilização adicional.<br />
3. Certifique-se <strong>de</strong> que a cabeça e o pescoço estejam em posição a<strong>de</strong>quada (estendida, sem<br />
nada a comprimi-los) <strong>para</strong> que o ar possa circular pela boca e traquéia. Certifique-se que<br />
não haja vômito <strong>ou</strong> objetos estranhos bloquean<strong>do</strong> a traquéia (veja abaixo).<br />
4. Entube imediatamente caso disponha <strong>de</strong> um tubo en<strong>do</strong>traqueal (ETT). Administre<br />
oxigênio pelo tubo utilizan<strong>do</strong> uma bolsa ambu, sua própria respiração <strong>ou</strong> um tubo <strong>de</strong><br />
oxigênio.<br />
5. Caso não tenha nenhum tubo <strong>ou</strong> suplemento adicional <strong>de</strong> oxigênio disponíveis, use<br />
pressão intermitente sobre o peito <strong>para</strong> tentar movimentar o ar pelos pulmões. O jaguar já<br />
<strong>de</strong>ve estar em <strong>de</strong>cúbito lateral. Pressione firmemente o peito a intervalos regulares (isto é,<br />
pressione durante 1 segun<strong>do</strong>, espere um segun<strong>do</strong>, pressione 1 segun<strong>do</strong> e assim por<br />
diante). Alternativamente, você po<strong>de</strong> tentar a respiração boca-a-boca <strong>ou</strong> boca-a-nariz.<br />
Expire <strong>de</strong>ntro da boca <strong>ou</strong> nariz <strong>do</strong> jaguar por 2 segun<strong>do</strong>s e <strong>de</strong>pois inspire longe da boca<br />
<strong>ou</strong> nariz <strong>do</strong> felino por <strong>ou</strong>tros 2 segun<strong>do</strong>s.<br />
6. Administre 1-2 mg/kg <strong>de</strong> <strong>do</strong>xapram E.V. (<strong>ou</strong> I.M. no músculo da língua, se não<br />
encontrar uma veia rapidamente) Isto equivale a aproximadamente 80-160 mg (4-8 ml)<br />
<strong>para</strong> um jaguar adulto <strong>de</strong> 80 kg.<br />
Nota: O <strong>do</strong>xapram po<strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar o animal, especialmente se o felino estiver<br />
imobiliza<strong>do</strong> com telazol, e o cuida<strong>do</strong> com a segurança das pessoas <strong>de</strong>ve ser<br />
consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>, caso se opte pelo uso <strong>de</strong>sta droga como estimulante respiratório.<br />
Alguns anestesistas veterinários não recomendam mais o uso <strong>de</strong>sta droga. Se a<br />
<strong>para</strong>da respiratória não for solucionada com os passos <strong>de</strong> 1 a 5 acima,<br />
recomendamos o uso <strong>de</strong> <strong>do</strong>xapram como último recurso <strong>para</strong> a ressuscitação. Caso a<br />
pessoa necessite injetar a droga na língua, ela <strong>de</strong>ve tomar muito cuida<strong>do</strong> <strong>para</strong> não<br />
traumatizar a cavida<strong>de</strong> oral.<br />
7. Administrar anestésico antagônico apropria<strong>do</strong>, se estiver disponível (i.e., yohimbine,<br />
atipamezole). Entretanto, faça isto cautelosamente, pois a droga antagônica somente<br />
reverterá o efeito da droga que antagoniza, e o jaguar po<strong>de</strong> ficar semi-anestesia<strong>do</strong> e difícil<br />
<strong>de</strong> manusear após a administração <strong>de</strong>sta droga.<br />
B. Parada cardíaca é geralmente precedida <strong>de</strong> <strong>para</strong>da respiratória e é <strong>de</strong>finida como<br />
a perda da efetiva função cardíaca, resultan<strong>do</strong> na <strong>para</strong>da da circulação. Esta é a<br />
emergência anestésica mais séria encontrada durante a imobilização <strong>de</strong> campo.<br />
Diagnóstico da <strong>para</strong>da cardíaca é basea<strong>do</strong> em:<br />
1. Pulso <strong>ou</strong> batimentos cardíacos fracos <strong>ou</strong> ausentes;<br />
2. Membranas mucosas (gengivas) azuladas <strong>ou</strong> acinzentadas<br />
3. Tempo <strong>de</strong> perfusão capilar anormal, medi<strong>do</strong> aplican<strong>do</strong>-se pressão digital à membrana<br />
17
mucosa até que esta fique pálida e <strong>de</strong>pois afr<strong>ou</strong>xan<strong>do</strong> a pressão e monitoran<strong>do</strong> os<br />
segun<strong>do</strong>s que leva até que a cor da membrana volte ao normal (este valor <strong>de</strong>ve ser<br />
inferior a 2 segun<strong>do</strong>s).<br />
4. Pupilas dilatadas<br />
5. Extremida<strong>de</strong>s frias<br />
6. Perda <strong>de</strong> consciência<br />
As causas mais comuns <strong>de</strong> <strong>para</strong>da cardíaca durante a imobilização <strong>de</strong> campo são<br />
1) causadas por drogas; 2) <strong>de</strong>pressão respiratória provocan<strong>do</strong> hipóxia; e 3) <strong>de</strong>sequilíbrio<br />
áci<strong>do</strong>-básico <strong>ou</strong> eletrólito.<br />
Tratamento <strong>de</strong> <strong>para</strong>da cardíaca <strong>de</strong>ve incluir o seguinte:<br />
1. Não administrar nenhuma droga imobilizante adicional<br />
2. Certificar-se que o animal po<strong>de</strong> respirar antes <strong>de</strong> iniciar a massagem cardíaca (veja<br />
acima)<br />
3. Iniciar a massagem cardíaca externa. O jaguar já <strong>de</strong>ve estar em <strong>de</strong>cúbito lateral.<br />
Pressione firmemente <strong>para</strong> baixo sobre o coração. A compressão sobre o coração <strong>de</strong>ve<br />
durar 1 segun<strong>do</strong>, <strong>para</strong>n<strong>do</strong>-se por 1 segun<strong>do</strong>, com 60-100 ciclos/minuto. Se um assistente<br />
estiver disponível, este <strong>de</strong>ve palpar o pulso femural <strong>para</strong> se assegurar que a pressão<br />
a<strong>de</strong>quada <strong>para</strong> a circulação <strong>do</strong> sangue esteja sen<strong>do</strong> aplicada durante as compressões<br />
cardíacas.<br />
4. Administrar 0.02mg/kg <strong>de</strong> 1:l000 (1.0mg/ml) <strong>de</strong> epinefrina E.V. <strong>ou</strong> intracardíaca e<br />
continuar com a massagem cardíaca externa. Esta <strong>do</strong>se é aproximadamente 1.6 mg<br />
(l.6ml) <strong>para</strong> um jaguar adulto <strong>de</strong> 80 kg. Somente veterinários <strong>de</strong>vem aplicar injeções<br />
intracardíacas.<br />
5. Administrar 20 ml/kg <strong>de</strong> Solução <strong>de</strong> Lactato <strong>de</strong> Ringer resfriada como um bolus<br />
en<strong>do</strong>venoso (isto é, uma infusão única rápida).<br />
6. Se não h<strong>ou</strong>ver reação, repita o item 4 acima a intervalos <strong>de</strong> 5 minutos<br />
in<strong>de</strong>finidamente.<br />
C. Hipertermia é <strong>de</strong>finida como um aumento da temperatura corporal até o ponto<br />
on<strong>de</strong> a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> oxigênio ultrapassa o fornecimento <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao metabolismo<br />
aumenta<strong>do</strong>.<br />
Diagnóstico da hipertermia é facilmente <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> com o uso <strong>de</strong> termômetro retal.<br />
1. Temperaturas > 41º C (105,8ºF) são consi<strong>de</strong>radas verda<strong>de</strong>iras emergências<br />
As causas da hipertermia na imobilização <strong>de</strong> campo incluem 1) produção <strong>de</strong> calor<br />
interno <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a esforço físico excessivo; 2) absorção <strong>de</strong> calor externo; 3)<br />
comprometimento da termo-regulação induzi<strong>do</strong> por drogas; e 4) incapacida<strong>de</strong> <strong>para</strong><br />
utilizar termo-regulação comportamental.<br />
Tratamento da hipertermia inclui o seguinte:<br />
1. Certificar-se que o jaguar esteja na sombra.<br />
2. Usar compressas frias portáteis que possam ser colocadas na virilha, nas axilas e<br />
barriga <strong>do</strong> jaguar.<br />
18
3. Resfriar o jaguar aplican<strong>do</strong> água sobre o corpo e/<strong>ou</strong> álcool nas extremida<strong>de</strong>s (pernas e<br />
patas).<br />
4. Administrar um enema <strong>de</strong> água fria se possível.<br />
5. Administrar 20 ml/kg <strong>de</strong> Solução <strong>de</strong> Lactato <strong>de</strong> Ringer resfriada como um bolus<br />
en<strong>do</strong>venoso (isto é, infusão rápida).<br />
6. Verificar a temperatura a cada 5 – 10 minutos <strong>para</strong> <strong>de</strong>terminar se esta está<br />
diminuin<strong>do</strong>. Continuar a molhar o animal se a temperatura permanecer alta.<br />
7. Administrar a substância antagonista por via en<strong>do</strong>venosa (<strong>ou</strong> intramuscular se não<br />
h<strong>ou</strong>ver uma veia disponível). Entretanto, fazer isso com cautela, pois a substância<br />
antagonista somente irá reverter a ação da droga que lhe é antagônica e o jaguar po<strong>de</strong><br />
ficar semi-anestesia<strong>do</strong> e se tornar difícil o seu manuseio após esta aplicação.<br />
8. Se achar que a hipertermia é <strong>de</strong>vida à rigi<strong>de</strong>z muscular e um plano superficial <strong>de</strong><br />
anestesia, diazepan na <strong>do</strong>se <strong>de</strong> 5 – 10 mg/jaguar, como <strong>do</strong>se TOTAL, po<strong>de</strong> ser<br />
administra<strong>do</strong> lentamente por via en<strong>do</strong>venosa <strong>para</strong> diminuir a ativida<strong>de</strong> muscular.<br />
Nota: Hipotermia (< 35° C = < 95° F ) – a diminuição da temperatura corporal até o<br />
ponto <strong>de</strong> morte celular – é muito mais incomum <strong>de</strong> acontecer na maioria das condições<br />
<strong>de</strong> campo durante a imobilização. Entretanto, isto po<strong>de</strong> ocorrer (i.e. em regiões <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />
altitu<strong>de</strong>) e <strong>de</strong>ve ser tratada aquecen<strong>do</strong>-se o animal.<br />
D. Vômito e aspiração são <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s respectivamente como a ejeção <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong><br />
estomacal pelo esôfago e boca e aspiração <strong>de</strong>sse conteú<strong>do</strong> <strong>para</strong> <strong>de</strong>ntro das vias aéreas.<br />
Diagnóstico da aspiração <strong>do</strong> vômito nem sempre é feito imediatamente. Os sintomas<br />
clínicos sugestivos <strong>de</strong> aspiração são:<br />
1. membranas azuladas/acinzentadas (gengivas)<br />
2. o animal engasga e respira com dificulda<strong>de</strong><br />
3. sons <strong>de</strong> borbulho durante a respiração<br />
4. presença <strong>de</strong> conteú<strong>do</strong> na laringe e traquéia<br />
5. <strong>para</strong>da respiratória<br />
As causas <strong>de</strong> aspiração durante a imobilização <strong>do</strong> animal no campo po<strong>de</strong>m incluir<br />
1) vômito induzi<strong>do</strong> pela droga (i.e. xilazina) com subsequente aspiração; 2) stress; 3)<br />
excitação; e 4) posição da cabeça mais baixa que o estômago.<br />
Tratamento <strong>do</strong> vômito e aspiração incluem o que se segue:<br />
1. Não administrar nenhum agente anestésico adicional.<br />
2. Desobstruir as vias respiratórias.<br />
3. Se o jaguar não estiver respiran<strong>do</strong> sozinho, iniciar ventilação artificial (veja<br />
<strong>de</strong>pressão/<strong>para</strong>da respiratória acima).<br />
4. Se a região da laringe estiver SABIDAMENTE irreversivelmente bloqueada com<br />
vômito, po<strong>de</strong> se fazer uma traqueotomia na porção distal da traquéia <strong>para</strong> permitir a<br />
passagem <strong>do</strong> oxigênio (este procedimento <strong>de</strong>ve ser feito apenas por veterinários já<br />
familiariza<strong>do</strong>s com o procedimento cirúrgico).<br />
19
5. Administrar antibióticos <strong>de</strong> longa duração (i. e. Penicilina G benzatina 40.000 UI/kg<br />
I.M.)<br />
A aspiração <strong>do</strong> vômito po<strong>de</strong> ser uma situação aguda <strong>de</strong> ameaça à vida <strong>do</strong> animal<br />
<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao bloqueio inicial <strong>do</strong> trato respiratório e asfixia. Entretanto, <strong>de</strong>ve-se ter em mente<br />
que uma conseqüência crônica da aspiração é a pneumonia, que também po<strong>de</strong> representar<br />
uma ameaça à vida <strong>do</strong> animal. Qualquer jaguar que sabidamente aspir<strong>ou</strong> o<br />
vômito é suscetível a <strong>de</strong>senvolver pneumonia. O uso <strong>de</strong> um antibiótico <strong>de</strong> longa duração<br />
ajudará a diminuir a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da pneumonia, mas geralmente é<br />
<strong>de</strong> p<strong>ou</strong>ca utilida<strong>de</strong> nos casos on<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vômito tiver si<strong>do</strong> aspirada.<br />
E. Choque é <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> como uma perfusão <strong>de</strong> sangue ineficaz nos teci<strong>do</strong>s,<br />
resultan<strong>do</strong> em hipóxia celular. O choque é tipicamente classifica<strong>do</strong> em três categorias:<br />
hipovolêmico, cardiogênico e distributivo. O choque associa<strong>do</strong> com a captura e<br />
imobilização <strong>de</strong> jaguares livres na natureza po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> qualquer <strong>de</strong>ssas três categorias<br />
mas tipicamente é distributivo <strong>ou</strong> cardiogênico.<br />
Diagnóstico – é feito basea<strong>do</strong> nos sintomas clínicos que incluem<br />
1. Batimentos cardíacos rápi<strong>do</strong>s e fracos<br />
2. Tempo <strong>de</strong> reposição capilar diminuí<strong>do</strong><br />
3. Hiperventilação<br />
4. Prostração naqueles animais não anestesia<strong>do</strong>s.<br />
As causas incluem 1) esforço físico prolonga<strong>do</strong>; 2) stress fisiológico prolonga<strong>do</strong>; 3)<br />
stress psicológico prolonga<strong>do</strong>; e 4) perda severa <strong>de</strong> sangue.<br />
Tratamento <strong>de</strong>ve incluir o que se segue:<br />
1. Não administrar nenhum agente anestésico adicional.<br />
2. Administrar 4 mg/kg <strong>de</strong> <strong>de</strong>xametazona en<strong>do</strong>venosa (exceto se não h<strong>ou</strong>ver uma veia<br />
disponível, então usar a via intra muscular)<br />
3. Administrar 30 ml /kg <strong>de</strong> Solução <strong>de</strong> Lactato <strong>de</strong> Ringer, en<strong>do</strong>venoso.<br />
4. Se o jaguar não estiver respiran<strong>do</strong> sozinho, iniciar a ventilação artificial (veja<br />
<strong>de</strong>pressão/<strong>para</strong>da respiratória acima).<br />
F. Convulsões - são <strong>de</strong>finidas como um distúrbio das funções cerebrais, caracteriza<strong>do</strong> por<br />
uma violenta contração involuntária <strong>ou</strong> por séries <strong>de</strong> contrações <strong>do</strong>s músculos voluntários.<br />
Diagnóstico - é feito basea<strong>do</strong> nos sintomas clínicos que incluem os seguintes:<br />
espasmos incontroláveis <strong>do</strong>s músculos e/<strong>ou</strong> <strong>do</strong> corpo to<strong>do</strong><br />
Extensão rígida <strong>do</strong>s membros<br />
As causas incluem 1) indução por drogas (i. e. Ketamina e tiletamina); 2) trauma; e 3)<br />
hipoglicemia.<br />
20
Tratamento - inclui o que se segue:<br />
Administrar 10 mg <strong>de</strong> Diazepan en<strong>do</strong>venoso, lentamente, durante 10 – 15 segun<strong>do</strong>s.<br />
Repetir o procedimento anterior se não h<strong>ou</strong>ver melhora em 3 minutos.<br />
Monitorar a temperatura corporal <strong>para</strong> <strong>de</strong>terminar se existe hipertermia como efeito<br />
secundário das convulsões.<br />
G. Ferimentos - são frequentemente associa<strong>do</strong>s com o local <strong>do</strong> dar<strong>do</strong> como também<br />
por lesões provocadas pelas armadilhas <strong>ou</strong> na perseguição. (Estar especialmente atento a<br />
quaisquer lesões orais e/<strong>ou</strong> <strong>de</strong>ntes quebra<strong>do</strong>s.)<br />
Diagnóstico - é basea<strong>do</strong> em sintomas clínicos. A gravida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ferimento vai indicar a<br />
modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tratamento a ser utilizada.<br />
1. Exames físicos <strong>para</strong> avaliação <strong>de</strong> lacerações traumáticas e lesões<br />
2. Exame oral <strong>para</strong> avaliação <strong>de</strong> lesões orais e <strong>de</strong>ntes quebra<strong>do</strong>s<br />
Tratamento - <strong>de</strong>verá sempre incluir:<br />
1. Limpar a ferida com uma solução <strong>de</strong> povi<strong>do</strong>ne-iodine <strong>ou</strong> clorexidine a 2%. Se<br />
nenhum <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is estiver disponível, usar água com sabão.<br />
2. Se h<strong>ou</strong>ver teci<strong>do</strong> necrótico e a equipe <strong>de</strong> campo estiver familiarizada com técnicas<br />
cirúrgicas veterinárias, <strong>de</strong>bridar o teci<strong>do</strong> morto e após repetir o procedimento nº 1.<br />
3. Somente suturar os ferimentos SABIDAMENTE recentes (i. e. causa<strong>do</strong>s pelo dar<strong>do</strong>) e<br />
que requeiram suturas <strong>para</strong> minimizar danos posteriores nos teci<strong>do</strong>s. Novamente,<br />
frisamos que somente o pessoal <strong>de</strong> campo familiariza<strong>do</strong> com técnicas cirúrgicas<br />
veterinárias <strong>de</strong>ve suturar qualquer ferida.<br />
4. Aplicar antibiótico local e ungüento repelente <strong>para</strong> moscas no local da ferida.<br />
Administrar antibiótico <strong>de</strong> longa duração intramuscular (i. e. penicilina G benzatina<br />
40.000 UI/kg IM)<br />
5. Administrar 200 mcg/kg <strong>de</strong> Ivermectina subcutâneo (<strong>para</strong> prevenir miíase no local<br />
on<strong>de</strong> h<strong>ou</strong>ve rompimento da pele)<br />
Tratamento <strong>de</strong> Dentes Quebra<strong>do</strong>s: É imperativo que um <strong>de</strong>nte fratura<strong>do</strong> (mais<br />
comumente o canino é quebra<strong>do</strong> durante as capturas e imobilizações <strong>de</strong> jaguar) seja<br />
re<strong>para</strong><strong>do</strong> <strong>para</strong> minimizar a <strong>do</strong>r e a infecção associada ao <strong>de</strong>nte. Um produto <strong>de</strong> hidróxi<strong>do</strong><br />
<strong>de</strong> cálcio (i. e. Dycal∨) po<strong>de</strong> ser usa<strong>do</strong> <strong>para</strong> tapar a polpa <strong>do</strong> <strong>de</strong>nte. As instruções <strong>para</strong> a<br />
aplicação vem junto com os kits <strong>de</strong> reparo.<br />
H. Miopatia da Captura - é <strong>de</strong>finida como uma alteração complexa <strong>do</strong> processo<br />
metabólico que po<strong>de</strong> causar um <strong>de</strong>sequilíbrio áci<strong>do</strong>-basico e eletrólito letal agu<strong>do</strong> <strong>ou</strong><br />
produzir uma necrose aguda <strong>do</strong>s músculos estria<strong>do</strong>s <strong>ou</strong> cardíacos. Embora raramente<br />
encontrada em felinos (é um problema mais comum em ungula<strong>do</strong>s), pesquisa<strong>do</strong>res <strong>de</strong><br />
campo <strong>de</strong>vem estar familiariza<strong>do</strong>s com este problema.<br />
21
Diagnóstico - é basea<strong>do</strong> em sintomas clínicos que incluem:<br />
1. ataxia (alteração na locomoção) e fraqueza<br />
2. paresia e <strong>para</strong>lisia<br />
3. urina <strong>de</strong> coloração escura<br />
4. morte<br />
As causas incluem 1) esforço físico prolonga<strong>do</strong>; e 2) stress fisiológico e/<strong>ou</strong> psicológico<br />
Prolonga<strong>do</strong><br />
Tratamento - geralmente é ineficaz e a parte mais importante <strong>do</strong> tratamento consiste na<br />
PREVENÇÃO.<br />
1. Minimizar o stress <strong>de</strong> qualquer procedimento da imobilização<br />
2. Administrar 5 mEq/kg <strong>de</strong> bicarbonato <strong>de</strong> sódio en<strong>do</strong>venoso<br />
Administrar 30 ml/kg <strong>de</strong> Solução <strong>de</strong> Lactato <strong>de</strong> Ringer en<strong>do</strong>venoso<br />
I. Desidratação - é <strong>de</strong>finida como a redução <strong>do</strong>s flui<strong>do</strong>s normais <strong>do</strong> organismo e é<br />
geralmente associada com a imobilização <strong>de</strong> animais selvagens livres na natureza.<br />
Diagnóstico – é basea<strong>do</strong> nos sintomas clínicos que incluem<br />
1. Pulso fraco<br />
2. Membranas mucosas secas<br />
3. Pele sem flexibilida<strong>de</strong><br />
4. Prostração nos jaguares não anestesia<strong>do</strong>s<br />
As causas incluem 1) ingestão diminuída <strong>de</strong> água; 2) hipertermia; e 3) perda crônica <strong>de</strong><br />
água (i.e. diarréia, vômitos, poliúria).<br />
Tratamento - <strong>de</strong>ve incluir o que se segue<br />
1. Não administrar nenhuma <strong>ou</strong>tra droga imobiliza<strong>do</strong>ra adicional.<br />
2. Administrar Solução <strong>de</strong> Lactato <strong>de</strong> Ringer numa <strong>do</strong>se <strong>de</strong> 20 ml/kg, <strong>de</strong> preferência<br />
en<strong>do</strong>venoso, mas a via subcutânea po<strong>de</strong> ser usada como uma segunda escolha.<br />
Alternativamente, seria melhor calcular o déficit <strong>de</strong> flui<strong>do</strong>s basea<strong>do</strong> numa escala <strong>de</strong> 5%<br />
(membranas mucosas secas; pele pegajosa) a 8% (membranas mucosas secas e<br />
avermelhadas, pele pegajosa) e não volta à posição normal quan<strong>do</strong> pinçada) e administrar<br />
flui<strong>do</strong>s numa proporção <strong>de</strong> –<br />
(% <strong>de</strong> déficit <strong>de</strong> flui<strong>do</strong>s) X (peso corporal(kg)) / 100 = volume em litros<br />
Exemplo <strong>para</strong> um jaguar <strong>de</strong> 80 kg com 5% <strong>de</strong> <strong>de</strong>sidratação<br />
5 X 80 kg / 100 = 4 litros<br />
22
4. Kit médico <strong>para</strong> imobilização a campo<br />
Além <strong>de</strong> uma boa base <strong>de</strong> conhecimento em imobilização e manuseio <strong>de</strong> jaguares,<br />
é imperativo que os pesquisa<strong>do</strong>res tenham junto com eles o equipamento apropria<strong>do</strong><br />
necessário <strong>para</strong> trabalhar no campo. Aparelhos <strong>para</strong> monitorar os parâmetros fisiológicos<br />
irão assegurar que o pesquisa<strong>do</strong>r está alerta <strong>para</strong> possíveis problemas/emergências<br />
anestésicas. Alguns instrumentos e drogas também são necessários <strong>para</strong> lidar com as<br />
emergências caso elas ocorram. Um kit médico padrão <strong>para</strong> to<strong>do</strong>s os pesquisa<strong>do</strong>res<br />
levarem <strong>para</strong> o campo é apresenta<strong>do</strong> na tabela 2.<br />
IV. Recupeção Pós-Anestésica<br />
O perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> recuperação é tão importante <strong>para</strong> o manuseio e monitoramento<br />
quanto os perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> indução e manutenção. De fato, a maioria das complicações<br />
ocorrem durante indução e recuperação. Não é rara a ocorrência <strong>de</strong> morbida<strong>de</strong> e<br />
mortalida<strong>de</strong> (relacionadas com a anestesia) durante a recuperação. Embora existam<br />
drogas reversoras <strong>para</strong> o componente zolazepam <strong>do</strong> telazol (flumazenil), xylazina<br />
(yohimbina) e me<strong>de</strong>tomidina (atipamezole), a recuperação <strong>de</strong> jaguares não po<strong>de</strong> ser<br />
completamente revertida com um antí<strong>do</strong>to específico como aqueles disponíveis <strong>para</strong> a<br />
imobilização com narcóticos (por exemplo carfentanil e etophina) normalmente usadas<br />
em ungula<strong>do</strong>s. Por esta razão, é importante assegurar que o jaguar não causará<br />
ferimentos em si mesmo e nas pessoas envolvidas com a imobilização durante o perío<strong>do</strong><br />
<strong>de</strong> recuperação.<br />
Durante a recuperação, o jaguar <strong>de</strong>ve ser posiciona<strong>do</strong> que mo<strong>do</strong> a po<strong>de</strong>r respirar<br />
facilmente e não correr o risco <strong>de</strong> ferir-se em objetos próximos. O animal <strong>de</strong>ve ser<br />
<strong>de</strong>ita<strong>do</strong> <strong>de</strong> la<strong>do</strong>, com a cabeça e o pescoço estendi<strong>do</strong>s. Não <strong>de</strong>ve haver material abrasivo<br />
<strong>de</strong>baixo da cabeça <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao risco <strong>de</strong> abrasão da córnea causa<strong>do</strong> por possíveis<br />
movimentos da cabeça. Além disso, o jaguar <strong>de</strong>ve ser coloca<strong>do</strong> em uma área sombreada<br />
<strong>para</strong> proteção contra o excesso <strong>de</strong> calor e <strong>para</strong> que o sol não lese os olhos <strong>do</strong> animal.<br />
Pessoas na área <strong>de</strong>vem fazer silêncio e NÃO <strong>de</strong>vem estimular o jaguar. Ele <strong>de</strong>ve se<br />
recuperar no seu próprio ritmo à medida que metaboliza o(s) agente(s) anestésico(s).<br />
Se o jaguar foi originalmente captura<strong>do</strong> em uma armadilha <strong>de</strong> gaiola, po<strong>de</strong> ser<br />
recomendável <strong>de</strong>ixar o animal se recuperar em uma jaula escura e silenciosa.<br />
Lembramos, porém, que quan<strong>do</strong> o animal estiver <strong>de</strong>sperto o suficiente <strong>para</strong> ser solto, o<br />
pessoal <strong>de</strong> campo corre um perigo significativo ao abrir a jaula. Enquanto estiver<br />
enjaula<strong>do</strong> e em recuperação, o animal po<strong>de</strong> também ser agressivo e ferir a si mesmo.<br />
Portanto, o uso da armadilha <strong>de</strong> gaiola requer discernimento <strong>para</strong> assegurar que o jaguar<br />
esteja <strong>de</strong>sperto o suficiente antes <strong>de</strong> ser solto, mas não fira a si mesmo enquanto<br />
permanece enjaula<strong>do</strong>. Alternativamente, quan<strong>do</strong> não h<strong>ou</strong>ver a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma<br />
jaula (como no caso <strong>do</strong> animal acua<strong>do</strong> no alto <strong>de</strong> uma árvore após perseguição por cães<br />
<strong>ou</strong> alveja<strong>do</strong> com dar<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> um escon<strong>de</strong>rijo), o animal <strong>de</strong>ve ser coloca<strong>do</strong> em uma área<br />
tranqüila, <strong>de</strong>vidamente forrada (com serapilheira, por exemplo) e protegida (sem objetos<br />
duros e cortantes) <strong>para</strong> recuperar-se por conta própria. Ambos méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> recuperação<br />
envolvem riscos. As pessoas <strong>de</strong>vem afastar-se <strong>do</strong> animal em recuperação, com um <strong>ou</strong><br />
23
<strong>do</strong>is observa<strong>do</strong>res permanecen<strong>do</strong> apenas a uma distância que permita a observação <strong>do</strong><br />
animal.<br />
V. COLETA DE AMOSTRAS DE ANIMAIS<br />
A priorida<strong>de</strong> número um <strong>para</strong> o Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> Jaguar está relacionada<br />
com a segurança no manuseio <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os jaguares durante os procedimentos <strong>de</strong><br />
imobilização. O segun<strong>do</strong> aspecto mais importante <strong>do</strong> Programa <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> Jaguar<br />
refere-se ao uso <strong>de</strong> técnicas apropriadas <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> amostras pelos pesquisa<strong>do</strong>res. É<br />
imperativo que todas as amostras seja coletadas, armazenadas e transportadas<br />
apropriadamente <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que teci<strong>do</strong>s viáveis estejam disponíveis <strong>para</strong> os testes <strong>de</strong><br />
diagnóstico. As amostras po<strong>de</strong>m ser coletadas <strong>de</strong> jaguares vivos imobiliza<strong>do</strong>s (i.e.<br />
sangue, fezes, ecto<strong>para</strong>sitas, pêlos), diretamente <strong>do</strong> campo (i.e., fezes, urina, pêlos) <strong>ou</strong><br />
teci<strong>do</strong>s recupera<strong>do</strong>s <strong>de</strong> jaguares mortos.<br />
Nesta seção nós indicamos os tipos <strong>de</strong> amostras que <strong>de</strong>vem ser coletadas, o<br />
equipamento necessário e o mo<strong>do</strong> correto <strong>de</strong> coletá-las, e quais os testes <strong>de</strong> diagnóstico<br />
que po<strong>de</strong>m ser realiza<strong>do</strong>s com estas amostras. Pesquisa<strong>do</strong>res <strong>de</strong> campo terão diferentes<br />
equipamentos disponíveis, assim como diferentes níveis <strong>de</strong> treinamento e experiência<br />
nas técnicas relacionadas à coleta <strong>de</strong> amostras <strong>de</strong> teci<strong>do</strong>s. Por esta razão, o tipo <strong>de</strong><br />
amostra coletada irá variar <strong>de</strong> um evento <strong>de</strong> imobilização <strong>para</strong> <strong>ou</strong>tro.<br />
1. Coleta, estocagem e transporte <strong>de</strong> amostras<br />
A. Exames Físicos – To<strong>do</strong>s os jaguares que forem imobiliza<strong>do</strong>s, <strong>ou</strong> observa<strong>do</strong>s na<br />
natureza, <strong>de</strong>vem ser clinicamente avalia<strong>do</strong>s. Um exame físico da saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> jaguar irá<br />
fornecer informações valiosas sobre o esta<strong>do</strong> geral da sua saú<strong>de</strong>. As observações visuais<br />
são úteis, mas técnicas <strong>de</strong> exames físicos mais específicos (i.e., termômetro, estetoscópio,<br />
palpação, etc.) <strong>de</strong>vem ser utilizadas quan<strong>do</strong> possível. Medidas morfométricas também<br />
são um componente importante <strong>do</strong> exame físico. Um exemplo <strong>de</strong> ficha padrão <strong>de</strong> exame<br />
físico é fornecida no Apêndice 4.<br />
B. Amostras <strong>de</strong> Sangue - O sangue <strong>de</strong>ve ser coleta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s jaguares durante a<br />
imobilização, quan<strong>do</strong> a equipe <strong>de</strong> campo estiver familiarizada e segura <strong>do</strong>s<br />
procedimentos a serem efetua<strong>do</strong>s.<br />
1. Coleta - As veias <strong>para</strong> a coleta <strong>de</strong> sangue <strong>do</strong>s jaguares incluem as veias safena medial<br />
e lateral, veia femural, veia cefálica, veia caudal lateral, e a jugular. Nós<br />
recomendamos que o biólogo que não tenha treinamento em técnicas veterinárias não<br />
tente coletar o sangue. A seringa e calibre da agulha <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rão da veia que for usada<br />
<strong>para</strong> se fazer a coleta <strong>do</strong> sangue. Geralmente, o tamanho da agulha <strong>de</strong>ve variar entre<br />
18 – 22 <strong>de</strong> calibre e ½ a 1 polegada <strong>de</strong> comprimento e as seringas <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong> 6 - 25<br />
ml. O i<strong>de</strong>al é coletar 25 ml <strong>de</strong> sangue total por jaguar.<br />
Além disso, uma amostra também <strong>de</strong>ve ser coletada <strong>de</strong> uma veia periférica da<br />
orelha <strong>do</strong> animal <strong>para</strong> se pre<strong>para</strong>r esfregaços <strong>de</strong> sangue <strong>para</strong> a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong><br />
24
hemo<strong>para</strong>sitas. Esta amostra <strong>de</strong>ve ser coletada usan<strong>do</strong>-se uma agulha esterilizada <strong>de</strong><br />
calibre 18 <strong>ou</strong> 20 <strong>para</strong> puncionar a veia. Tubos microcapilares <strong>de</strong>vem ser usa<strong>do</strong>s <strong>para</strong><br />
aspirar o sangue da veia puncionada e os esfregaços <strong>de</strong>vem ser pre<strong>para</strong><strong>do</strong>s conforme<br />
<strong>de</strong>scrito no Apêndice 9.<br />
2. Estocagem – O sangue <strong>de</strong>ve ser imediatamente transferi<strong>do</strong> <strong>para</strong> os tubos <strong>de</strong><br />
tampa vermelha que não contém anticoagulante e os tubos <strong>de</strong> tampa roxa que<br />
contém EDTA. Uma vez que o sangue seja coloca<strong>do</strong> nos tubos <strong>de</strong> tampa roxa,<br />
estes <strong>de</strong>vem ser levemente inverti<strong>do</strong>s algumas vezes <strong>para</strong> misturar o sangue com o<br />
anticoagulante. Isto ajudará a evitar que o sangue coagule. Os tubos <strong>de</strong> tampa<br />
vermelha <strong>de</strong>vem ser manti<strong>do</strong>s em temperatura ambiente e os tubos <strong>de</strong> tampa roxa são<br />
melhor conserva<strong>do</strong>s sob refrigeração (i.e., caixa térmica com gêlo). O sangue <strong>de</strong><br />
ambos os tubos <strong>de</strong>ve ser centrifuga<strong>do</strong> até 4 horas após a coleta <strong>para</strong> se<strong>para</strong>r as frações<br />
<strong>do</strong> sangue. Uma pequena quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sangue total (sangue com anticoagulante)<br />
<strong>de</strong>ve ser coloca<strong>do</strong> em alguns tubos microcapilares. Este sangue será usa<strong>do</strong> <strong>para</strong><br />
<strong>de</strong>terminar o volume globular celular (hematócrito), sóli<strong>do</strong>s totais , contagem <strong>de</strong><br />
células brancas, pontos <strong>de</strong> sangue no papel filtro e esfregaços <strong>de</strong> sangue (Apêndices 5<br />
– 9). O restante <strong>do</strong> sangue <strong>de</strong>ve ser centrifuga<strong>do</strong> a 3.500 rpm por 10 minutos e o soro<br />
se<strong>para</strong><strong>do</strong> <strong>de</strong>ve ser coloca<strong>do</strong> em criotubos <strong>para</strong> estocagem prolongada. As lâminas <strong>de</strong><br />
esfregaço <strong>de</strong>vem secar ao ar livre e serem fixadas com o fixa<strong>do</strong>r apropria<strong>do</strong>. (Além<br />
disso, a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s esfregaços será melhor se eles forem cora<strong>do</strong>s no campo). As<br />
lâminas <strong>de</strong>vem ser colocadas em um recipiente protetor (por exemplo, uma caixinha<br />
plástica <strong>de</strong> sli<strong>de</strong>s) e armazena<strong>do</strong> a temperatura ambiente. Criotubos <strong>de</strong>vem ser<br />
estoca<strong>do</strong>s congela<strong>do</strong>s, <strong>de</strong> preferência em nitrogênio líqui<strong>do</strong>, mas po<strong>de</strong>m ser<br />
alternativamente conserva<strong>do</strong>s no gelo.<br />
3. Transporte – O soro e o plasma <strong>de</strong>vem ser transporta<strong>do</strong>s em nitrogênio<br />
líqui<strong>do</strong> <strong>ou</strong> em gelo seco <strong>para</strong> se ter certeza <strong>de</strong> que permaneçam congela<strong>do</strong>s. As<br />
lâminas po<strong>de</strong>m ser transportadas em temperatura ambiente.<br />
C. Amostras <strong>de</strong> Fezes <strong>de</strong>vem ser coletadas <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os jaguares sempre - durante a<br />
imobilização, diretamente <strong>de</strong> fezes frescas encontradas no campo e <strong>de</strong> carcaças frescas.<br />
1. Coleta – Em jaguares vivos imobiliza<strong>do</strong>s, as fezes <strong>de</strong>vem ser coletadas<br />
diretamente <strong>do</strong> reto <strong>do</strong> animal usan<strong>do</strong>-se uma luva, e <strong>de</strong>pois colocadas em meio<br />
apropria<strong>do</strong> em uma embalagem herméticas (veja abaixo em estocagem). Cinco a<br />
<strong>de</strong>z gramas <strong>de</strong> fezes é a quantida<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quada <strong>para</strong> se colocar em cada tipo <strong>de</strong><br />
meio <strong>de</strong> conservação.<br />
2. Estocagem – As fezes po<strong>de</strong>m ser estocadas em uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> meios,<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>de</strong> que tipo <strong>de</strong> teste diagnóstico será feito. As fezes <strong>de</strong>vem ser<br />
colocadas em: formalina 5% <strong>para</strong> pesquisa <strong>de</strong> ovos <strong>de</strong> <strong>para</strong>sitas e i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong><br />
larvas. Fezes adicionais po<strong>de</strong>m ser colocadas em<br />
álcool 70 - 95%. Isto po<strong>de</strong> ser usa<strong>do</strong> <strong>para</strong> análise <strong>de</strong> DNA, análise hormonal, (i.e.,<br />
cortisol, estrógeno, progesterona, testosterona), e possivelmente teste <strong>de</strong> reação <strong>de</strong><br />
polimerase em ca<strong>de</strong>ia (PCR) <strong>para</strong> bactérias e vírus. Container criogênico vazio.<br />
Esta amostra <strong>de</strong>ve ser mantida congelada em nitrogênio líqui<strong>do</strong> <strong>ou</strong> gelo seco. Isto<br />
25
po<strong>de</strong> ser usa<strong>do</strong> <strong>para</strong> testar os níveis hormonais da reprodução e <strong>do</strong> stress, e<br />
isolamento <strong>de</strong> vírus.<br />
3. Transporte – Amostras <strong>de</strong> fezes <strong>de</strong>vem ser transportadas nos containers<br />
cita<strong>do</strong>s acima, como se segue:<br />
a. Fezes em formalina e álcool <strong>de</strong>vem ser transportadas em temperatura<br />
ambiente.<br />
b. Fezes em containers criogênicos <strong>de</strong>vem ser transportadas congeladas tanto<br />
em nitrogênio líqui<strong>do</strong> como em gelo seco.<br />
D. Ecto<strong>para</strong>sitas: estas amostras <strong>de</strong>vem ser coletadas <strong>de</strong> jaguares vivos imobiliza<strong>do</strong>s, como<br />
também <strong>de</strong> carcaças frescas.<br />
1. Coleta – Carrapatos e <strong>ou</strong>tros ecto<strong>para</strong>sitas (i.e., moscas) <strong>de</strong>vem ser retira<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s<br />
jaguares com o auxílio <strong>de</strong> pinças, <strong>ou</strong> mesmo manualmente, usan<strong>do</strong>-se luvas.<br />
Deve-se ter o máximo <strong>de</strong> cuida<strong>do</strong> <strong>para</strong> coletar o carrapato com a cabeça <strong>para</strong><br />
minimizar lesões após a sua remoção. Os carrapatos geralmente se fixam ao re<strong>do</strong>r<br />
das orelhas, na região da virilha e axilas.<br />
2. Estocagem – Colocar to<strong>do</strong>s os ecto<strong>para</strong>sitas em embalagens herméticas com<br />
álcool etílico 70 - 95 % e manter em temperatura ambiente.<br />
3. Transporte – To<strong>do</strong>s os ecto<strong>para</strong>sitas po<strong>de</strong>m ser transporta<strong>do</strong>s nos containers<br />
cita<strong>do</strong>s acima em temperatura ambiente.<br />
E. Amostras <strong>de</strong> Pêlos <strong>de</strong>vem ser coletadas <strong>de</strong> jaguares vivos imobiliza<strong>do</strong>s, bem como <strong>de</strong><br />
carcaças (Favor consultar manual <strong>de</strong> genética)<br />
1. Coleta – Amostras <strong>de</strong> pêlos po<strong>de</strong>m ser arrancadas com o auxílio <strong>de</strong> pinças, com<br />
os <strong>de</strong><strong>do</strong>s <strong>ou</strong> cortadas usan<strong>do</strong>-se uma faca <strong>ou</strong> tes<strong>ou</strong>ra. É preferível arrancar o pelo<br />
pois <strong>de</strong>ssa maneira ele será mais útil nos estu<strong>do</strong>s genéticos.<br />
2. Estocagem – Amostras <strong>de</strong> pelos <strong>de</strong>vem ser colocadas em envelopes <strong>de</strong> papel<br />
secos e vazios e armazenadas em temperatura ambiente.<br />
3. Transporte – As amostras <strong>de</strong> pelos <strong>de</strong>vem ser transportadas em temperatura<br />
ambiente nos recipientes cita<strong>do</strong>s acima.<br />
2. Leis e licenças <strong>para</strong> o transporte internacional <strong>de</strong> amostras<br />
To<strong>do</strong>s os testes laboratoriais <strong>de</strong> diagnóstico serão efetua<strong>do</strong>s em alguns p<strong>ou</strong>cos<br />
laboratórios seleciona<strong>do</strong>s nos EUA e que são reconheci<strong>do</strong>s por sua especialização em<br />
felinos não <strong>do</strong>mésticos. Nossa capacida<strong>de</strong> <strong>para</strong> realizar estes exames é uma contingência<br />
na exportação <strong>de</strong> amostras <strong>de</strong> vários países e sua conseqüente importação <strong>para</strong> os EUA.<br />
Os jaguares estão lista<strong>do</strong>s no apêndice I <strong>do</strong> CITES. Portanto, licenças <strong>de</strong> importação e<br />
exportação <strong>do</strong> CITES são exigidas <strong>para</strong> o transporte <strong>de</strong> amostras <strong>de</strong> teci<strong>do</strong>s <strong>para</strong> <strong>de</strong>ntro<br />
<strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s. O PCJ está tentan<strong>do</strong> obter junto ao CITES uma licença generalizada<br />
<strong>para</strong> to<strong>do</strong> este projeto.<br />
O país importa<strong>do</strong>r (EUA) <strong>de</strong>ve emitir uma licença <strong>de</strong> importação e o país<br />
exporta<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ve emitir uma licença <strong>de</strong> exportação. Em geral, uma licença <strong>de</strong> exportação<br />
não será emitida até que uma licença <strong>de</strong> importação válida seja apresentada ao órgão<br />
26
emissor da licença <strong>de</strong> exportação. O Escritório <strong>de</strong> Administração <strong>do</strong> Serviço <strong>de</strong> Pesca e<br />
Vida Selvagem <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s (U.S. Fish and Wildlife Service’s Office of<br />
Management Authority) é o orgão que atualmente emite as licenças <strong>de</strong> importação <strong>do</strong><br />
CITES. Em geral, eles exigem que uma permissão escrita <strong>para</strong> a condução <strong>do</strong> trabalho no<br />
país hospe<strong>de</strong>iro acompanhe o pedi<strong>do</strong> da licença <strong>de</strong> importação. Para maiores informações<br />
sobre solicitações <strong>de</strong> licenças, visite as páginas técnicas <strong>do</strong> website <strong>do</strong> Programa <strong>de</strong><br />
Veterinária no Campo em www.fieldvet.org.<br />
3. Testes Diagnósticos que DEVEM ser realiza<strong>do</strong>s no campo<br />
Os testes <strong>de</strong> sangue que <strong>de</strong>vem ser realiza<strong>do</strong>s no campo incluem o uso <strong>de</strong> sangue<br />
total anteriormente à centrifugação <strong>para</strong> o hematócrito (PCV), sóli<strong>do</strong>s totais (TS) e<br />
contagem <strong>de</strong> glóbulos brancos (WBC). Após o sangue total ter si<strong>do</strong> se<strong>para</strong><strong>do</strong> através da<br />
centrifugação, estes testes não mais po<strong>de</strong>m ser realiza<strong>do</strong>s com o plasma resultante. A<br />
realização <strong>de</strong>stes testes exige uma centrífuga, tubos capilares, tabelas <strong>de</strong> PCV e<br />
refratômetro <strong>para</strong> o PCV e TS, um microscópio e um Unopette kit <strong>para</strong> a contagem <strong>de</strong><br />
glóbulos brancos. Méto<strong>do</strong>s <strong>para</strong> a realização <strong>de</strong>sses testes <strong>de</strong> campo são apresenta<strong>do</strong>s nos<br />
Apêndices 5, 6 e 7.<br />
4. Testes Diagnósticos <strong>para</strong> serem realiza<strong>do</strong>s em laboratório<br />
A maioria <strong>do</strong>s testes <strong>de</strong> diagnóstico serão feitos em laboratórios. Damos a seguir uma<br />
lista <strong>do</strong>s testes que recomendamos <strong>para</strong> uma avaliação completa da saú<strong>de</strong> <strong>do</strong>s jaguares. Estes<br />
testes incluem uma avaliação <strong>do</strong>s agentes <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças <strong>para</strong>sitárias e infecciosas aos quais os<br />
animais foram expostos.<br />
A. Sangue<br />
1. Contagem diferencial <strong>de</strong> glóbulos brancos (em combinação com o teste <strong>de</strong> sangue realiza<strong>do</strong> no<br />
campo);<br />
2. Composição química;<br />
3. Sorologia <strong>para</strong> agentes infecciosos e <strong>para</strong>sitários que incluirão -<br />
Agentes virais<br />
Virus da Leucemia Felina (FeLV - feline leukemia virus)<br />
Peritonite Infecciosa Felina (coronavirus) (FIP - feline infecti<strong>ou</strong>s peritonitis)<br />
Calicivirus (FCV)<br />
Rinotraqueíte Felina (herpesvirus) (FHV - feline rhinotracheitis)<br />
Panleucopenia Felina (parvovirus) (FPV - feline panleukopenia)<br />
Virus da Imuno<strong>de</strong>ficiência Felina (FIV - feline immuno<strong>de</strong>ficiency virus<br />
Puma lentivirus<br />
Virus da Cinomose Canina (CDV - canine distemper virus)<br />
Pseu<strong>do</strong>-rábico (Pseu<strong>do</strong>rabies)<br />
Rábico (Rabies)<br />
27
Agentes Bacterianos<br />
Leptospirose (17 sorotipos)<br />
Bartonella henselae<br />
Hemobartonella felis<br />
Infecções Parasitárias<br />
Toxoplasmosis gondii<br />
Babesioses<br />
Dirofilaria immitis<br />
Cytauxzoon felis<br />
Níveis Hormonais (i.e., cortisol, testosterona, estrógeno, progesterona)<br />
Toxinas (i.e., mercúrio, organofosfatos, carbamatos, PCBs, carbonos hidroclora<strong>do</strong>s)<br />
Vitaminas / Minerais<br />
B. Fezes<br />
1. Parasitas<br />
2. Teste PCR <strong>para</strong> bactérias e vírus<br />
3. Antígeno RNA <strong>para</strong> Coronavirus Felino<br />
Níveis Hormonais (i.e., cortisol, testosterona, estrógeno, progesterona)<br />
C. Ecto<strong>para</strong>sitas<br />
To<strong>do</strong>s os carrapatos <strong>de</strong>vem ser i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s até o nível da espécie por um ácarologista.<br />
Outros ecto<strong>para</strong>sitas <strong>de</strong>vem ser i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s por um entomologista.<br />
D. Protocolo <strong>de</strong> Necrópsia<br />
O Apêndice 10 contém uma cópia impressa <strong>do</strong> manual <strong>de</strong> necrópsia, que também po<strong>de</strong><br />
ser obti<strong>do</strong> na internet em http://www.vetmed.ucdavis.edu/whc/necropsy/toc.html.<br />
O manual <strong>de</strong> necrópsia foi escrito pela Dra. Linda Munson, da Universida<strong>de</strong> da<br />
Califórnia, Davis e traduzi<strong>do</strong> <strong>para</strong> o Espanhol pela Dra. Marcela M. Uhart e <strong>para</strong> o<br />
Português pelo Dr. Paulo Rogerio Mangini. Este manual fornece informações práticas<br />
<strong>para</strong> a realização <strong>de</strong> necrópsias no campo. É imperativo que to<strong>do</strong>s os pesquisa<strong>do</strong>res que<br />
coletam amostras <strong>de</strong> um jaguar morto anotem o seguinte: ida<strong>de</strong>, sexo, leitura <strong>do</strong> GPS,<br />
data e hora da localização, e condição corporal.<br />
É também extremamente importante que o conteú<strong>do</strong> estomacal seja coleta<strong>do</strong> <strong>para</strong> estu<strong>do</strong><br />
das preferências <strong>de</strong> presas <strong>do</strong> jaguar no seu território. Este conteú<strong>do</strong> po<strong>de</strong> ser seco e<br />
armazena<strong>do</strong> em temperatura ambiente, <strong>ou</strong> coloca<strong>do</strong> em álcool a 70 – 95%.<br />
28
E. Laboratórios Centraliza<strong>do</strong>s – O Programa <strong>de</strong> Veterinário no Campo da WCS está<br />
fazen<strong>do</strong> acor<strong>do</strong>s <strong>para</strong> testes em laboratórios com um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> peritos, a fim <strong>de</strong><br />
padronizar os da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s das amostras coletadas <strong>de</strong> jaguares.<br />
VI. COLETA, ANÁLISE E DISTRIBUIÇÃO DE DADOS<br />
Um <strong>do</strong>s maiores benefícios <strong>de</strong> um <strong>programa</strong> cooperativo <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que abranja toda a<br />
área <strong>de</strong> distribuição <strong>do</strong> jaguar é a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compilar e correlatar da<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />
vários habitats e populações <strong>de</strong> jaguares. Um procedimento padrão <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s é<br />
<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valia na compilação <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s em qualquer forma significativa. O Apêndice 2 é<br />
um exemplo <strong>de</strong> formulário medarks <strong>para</strong> coleta <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s anestésicos. Da mesma forma,<br />
um formulário padrão <strong>para</strong> coleta <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> exames físicos seria conveniente. Um<br />
exemplo é apresenta<strong>do</strong> no Apêndice 4. Estes da<strong>do</strong>s necessitarão <strong>de</strong> análises estatísticas e<br />
não-estatísticas <strong>para</strong> nos permitir alcançar nossos objetivos principais <strong>de</strong> avaliar o esta<strong>do</strong><br />
geral <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> jaguar por toda a extensão <strong>de</strong> sua distribuição, <strong>de</strong>terminan<strong>do</strong> as<br />
ameaças <strong>do</strong>enças ao jaguar, e utilizan<strong>do</strong> ambos estes acha<strong>do</strong>s <strong>para</strong> fornecer<br />
recomendações a serem consi<strong>de</strong>radas <strong>para</strong> as políticas <strong>de</strong> conservação a longo prazo <strong>do</strong><br />
jaguar. Estes da<strong>do</strong>s serão apresenta<strong>do</strong>s <strong>para</strong> a comunida<strong>de</strong> científica, representantes<br />
governamentais e leigos em inglês, espanhol e português.<br />
29
VII. BIBLIOGRAPHY<br />
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31
VIII. FIGURAS<br />
1. Locais <strong>para</strong> atirar o dar<strong>do</strong> em jaguares livres na natureza.<br />
.<br />
Quadriceps -gran<strong>de</strong> massa<br />
Triceps - gran<strong>de</strong> massa muscular atrás <strong>do</strong> muscular na frente <strong>do</strong> fêmur<br />
úmero e abaixo da escápula<br />
GrupoSemi-Memb. - Gran<strong>de</strong> massa<br />
muscular atrás <strong>do</strong> fêmur<br />
Karesh and Deem, 2000<br />
2. Exemplo <strong>de</strong> um carnívoro em <strong>de</strong>cúbito lateral durante a anestesia. Observe o pescoço<br />
estendi<strong>do</strong> <strong>para</strong> garantir que a via <strong>para</strong> a passagem <strong>de</strong> ar (traquéia) permaneça aberta, e que<br />
nenhum objeto <strong>ou</strong> instrumento esteja obstruin<strong>do</strong> a boca <strong>ou</strong> o nariz.<br />
32
IX. TABELAS<br />
Tabela 1 Tabela <strong>de</strong> referência rápida <strong>para</strong> administração <strong>de</strong> drogas emergenciais incluídas<br />
nesse manual – basea<strong>do</strong> em um jaguar <strong>de</strong> 80 kg<br />
Droga Concentração Dose (Mg/Kg) Quantida<strong>de</strong> (ml)<br />
Atropina 2.25 mg/ml 0.04 mg/kg 1.4 ml<br />
Diazepam 5 mg/ml 0.1 mg/kg 1.6 ml<br />
Dexametazona 4 mg/ml 2 mg/kg 40 ml<br />
Doxapram 20 mg/ml 1.5 mg/kg 1.5 ml<br />
Epinefrina 1:1,000 0.02 mg/kg 1.6 ml<br />
Sol. Lact. <strong>de</strong> Ringer Não aplicável 20 ml/kg 1,600 ml<br />
Bicarbonato <strong>de</strong> Sódio 1 mEq/ml 1 mEq/kg 80 ml<br />
Tabela 2 Kit médico básico <strong>para</strong> monitoramento e soluções <strong>de</strong> problemas durante<br />
emergências anestésicas<br />
Equipamento <strong>para</strong> monitoramento<br />
Estetoscópio<br />
Termômetro<br />
Manômetro <strong>para</strong> medir o pulso<br />
Equipamento <strong>de</strong> Emergência<br />
Laringoscópio<br />
Tubos En<strong>do</strong>traqueais<br />
Ambu Bag <strong>ou</strong> Oxigênio<br />
Agentes <strong>para</strong> reverter a anestesia (i.e., yohimbina <strong>para</strong> xilazina; atipamezole <strong>para</strong> me<strong>de</strong>tomidine)<br />
Agentes Anestésicos <strong>para</strong> Suplementação<br />
Atropina [2.25 mg/ml] (<strong>para</strong> salivação excessiva e bradicardia)<br />
Doxapram [20 mg/ml] (<strong>para</strong> <strong>de</strong>pressão respiratória)<br />
Epinefrina [1:1.000] (<strong>para</strong> <strong>para</strong>da cardíaca)<br />
Bicarbonato <strong>de</strong> Sódio [1 mEq/ml] (<strong>para</strong> miopatias <strong>de</strong>correntes da captura)<br />
Diazepam [5 mg/ml] (<strong>para</strong> ataques convulsivos)<br />
Dexametazona [4 mg /kg]<br />
Solução <strong>de</strong> Lactato <strong>de</strong> Ringer<br />
Pacotes Portáteis <strong>de</strong> Gelo<br />
Kit <strong>para</strong> Reparos Dentais (i.e., Dycal®)<br />
Pacote Cirúrgico<br />
Material <strong>para</strong> Curativos<br />
33
X. APÊNDICES<br />
Apêndice 1: Equipe <strong>do</strong> Programa <strong>de</strong> Veterinária <strong>de</strong> Campo e o Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r Global <strong>do</strong><br />
Programa <strong>de</strong> Carnívoros<br />
Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r, Programa <strong>de</strong> Conservação <strong>do</strong> Jaguar (pessoa <strong>para</strong> contato)<br />
Kathleen Conforti, M.Sc.<br />
Coordinator, Jaguar Conservation Program<br />
Wildlife Conservation Society<br />
185 th Street and S<strong>ou</strong>thern B<strong>ou</strong>levard<br />
Bronx, NY 10460-1099<br />
Tel: (XX1 718) 220 2189<br />
Fax: (XX1 718) 364 4275<br />
Equipe <strong>do</strong> Programa <strong>de</strong> Veterinária <strong>de</strong> Campo, Wildlife Conservation Society.<br />
William B. Karesh, DVM<br />
Department Head, Field Veterinary Program (Chefe <strong>de</strong> Departamento, Programa <strong>de</strong> Veterinária<br />
<strong>de</strong> Campo)<br />
Wildlife Conservation Society/Bronx Zoo<br />
2300 S<strong>ou</strong>thern B<strong>ou</strong>levard<br />
Bronx, NY 10460<br />
Tel: (XX1 718) 220 5892<br />
Fax: (xx1 718) 220 7126<br />
wkaresh@wcs.org<br />
Marcela M. Uhart, Med. Vet.<br />
S<strong>ou</strong>th American Fellow (Colabora<strong>do</strong>ra sul americana)<br />
Wildlife Conservation Society<br />
14 <strong>de</strong> julio 430<br />
(7000) Tandil - Argentina<br />
Tel: 54-223-15-5292986<br />
Fax: 54-2293-423259<br />
muhart@satlink.com<br />
Lisa Starr<br />
Program Assistant (Assistente <strong>do</strong> Programa)<br />
Wildlife Conservation Society/Bronx Zoo<br />
2300 S<strong>ou</strong>thern B<strong>ou</strong>levard<br />
Bronx, NY 10460<br />
Tel: (xx1 718) 220 5892<br />
Fax: (xx1 718) 220 7126<br />
lstarr@wcs.org<br />
34
Apêndice 2: Formulário <strong>de</strong> Anestesia <strong>para</strong> coleta <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s durante a imobilização <strong>de</strong> jaguares livres na natureza.<br />
Accesso #: Gênero/Espécie:<br />
Data: __ __/ __ __/ __ __ Esta<strong>do</strong> Físico:<br />
d d m 1. [<br />
2. [<br />
Ou<br />
Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>: 3. [ Nome Vulgar:<br />
1. [ ]<br />
2. [ ]<br />
4. [<br />
5. [ Sexo:<br />
Tempo <strong>de</strong> Jejum:<br />
1. [<br />
Condições <strong>de</strong> Imobilização:<br />
1. [ ] Livre na natureza<br />
Data <strong>de</strong> Nasc.<br />
Ou Ida<strong>de</strong>:<br />
] < 8 h 2. [ 2. [ ] Jaula Nome da<strong>do</strong>:<br />
3. [ 3. [ ] Gaiola<br />
4. [ 4. [ ] Armadilha<br />
5. [ ] Imobilização manual<br />
por administração <strong>de</strong> droga<br />
Tatuagem:<br />
Ativida<strong>de</strong>: I<strong>de</strong>ntificação:<br />
1. [ ] calmo 1. [ ] isolada<br />
2. [ ] ativo 2. [ ] em<br />
3. [ ] excita<strong>do</strong><br />
Comportamento: Condições Corporais: Comentários:<br />
1. [ ] 1. [ ] obeso / gor<strong>do</strong><br />
2. [ ] alerta 2. [ ] boas<br />
3. [ ]<br />
3. [ ] regular/magro<br />
4. [ i]<br />
4. [ ] ruim/muito<br />
Temp. ambiente 1. [ ] C<br />
2. [ ] F<br />
Dose<br />
___<br />
____<br />
Droga Dada Quant.<br />
mg <strong>ou</strong> %<br />
Via <strong>de</strong><br />
Adm.<br />
Hora<br />
que foi<br />
dada<br />
Sucesso na<br />
Administraç<br />
ão<br />
Efeito<br />
(estágio<br />
)<br />
Tempo <strong>do</strong><br />
Efeito<br />
Vidro #<br />
______ : ___:___ _______<br />
___________ _______ ______ ____:__<br />
:<br />
___________ ________ ___:___<br />
:<br />
_______<br />
____ ___________ _______ ______ ____:__ ___________ ________ ___:___ _______<br />
____ ___________ _______ ______ ____:__ ___________ ________ ___:___ _______<br />
35
____<br />
___________ _______ ______ ____:__ ___________ ________ ___:___ _______<br />
____ ___________ _______ ______ ____:__ ___________ ________ ___:___ _______<br />
____ ___________ _______ ______ ____:__ ___________ ________ ___:___ _______<br />
% Umida<strong>de</strong>: Dose: Preanestésico<br />
Imobilização<br />
Hora Inicial <strong>do</strong> Avaliação Anestésica : Suplementação<br />
Exc. Boa Manutenção M =<br />
Tempo até Indução 1. [ ] 2. [ ] Antagonista V =<br />
Outros P =<br />
Peso: 1. [ ] kg Relax. Musc. 1. [ ] 2. [ ] S =<br />
2. [ ] Via: Poliseringa<br />
3. [ ] Aval. Total 1. [ ] 2. [ ] Zarabatana<br />
Dar<strong>do</strong> <strong>de</strong> metal<br />
En<strong>do</strong>traqueal Seringa Manual<br />
Dar<strong>do</strong> não metalico<br />
Complicações: Da<strong>do</strong>s da recuperação: Oral<br />
1. [ ] Nenhuma Máscara facial<br />
2. [ ] Pequenas Hora: : Efeito: Câmara<br />
3. [ ] Gran<strong>de</strong>s Tubo En<strong>do</strong>traqueal<br />
4. [ ] Fatais Cateter Venoso<br />
Hora: : Efeito:<br />
Recuperação: Suces Completo 2<br />
1. [ ] Normal Registra<strong>do</strong> por: Parcial 3<br />
2. [ ] Anormal Nulo 4<br />
3. [ ] Veterinário:<br />
4. [ ] Agitada [ ] Efeit 0 = sem efeito 5 =<br />
5. [ ] 1 = sedação leve<br />
[ ] 2 = Sedação pesada<br />
3 = Anestesia Leve<br />
4 = Anestesia Cirúrgica<br />
5 = Excessivamente Profunda<br />
6 = Morte<br />
Da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Amostra <strong>de</strong><br />
Hora da Coleta: Hematologia: Quími<br />
2. [ ] EDTA (liqui<strong>do</strong>) 1. [<br />
[ ] Cardíaco 3. [ ] EDTA (seco) 2. [<br />
[ ] Cefálico 5. [ ] Heparina (liquida) 3. [<br />
36
[ ] Orelha 6. [ ] Heparina (seca)<br />
[ ] Artéria __________________<br />
[ ] Veia Femural<br />
[ ] Veia Jugular Colet<br />
[ ] Veia [ ]<br />
[ ] Veia Safena [ ]<br />
[ ] Outra: [ ]<br />
[ ] Veia da cauda [ ]<br />
[ ] Veia Ulnar [ ]<br />
[ ]<br />
[ ]<br />
Da<strong>do</strong>s Fisiológicos:<br />
Hora Temp. Corp. Batim.<br />
Card.<br />
Freq.<br />
Resp.<br />
Sat. O2<br />
Pressão Arterial<br />
Sis / Dia / Média<br />
___:___ ______ F/C _____ _____ _____% ____ / ____ / ____<br />
___:___ ______ F/C _____ _____ _____% ____ / ____ / ____ Rx:<br />
___:___ ______ F/C _____ _____ _____% ____ / ____ / ____ _____________________________<br />
___:___ ______ F/C _____ _____ _____% ____ / ____ / ____ _____________________________<br />
___:___ ______ F/C _____ _____ _____% ____ / ____ / ____ _____________________________<br />
___:___ ______ F/C _____ _____ _____% ____ / ____ / ____ _____________________________<br />
___:___ ______ F/C _____ _____ _____% ____ / ____ / ____ _____________________________<br />
___:___ ______ F/C _____ _____ _____% ____ / ____ / ____ _____________________________<br />
___:___ ______ F/C _____ _____ _____% ____ / ____ / ____ _____________________________<br />
___:___ ______ F/C _____ _____ _____% ____ / ____ / ____ _____________________________<br />
___:___ ______ F/C _____ _____ _____% ____ / ____ / ____ _____________________________<br />
37
___:___ ______ F/C _____ _____ _____% ____ / ____ / ____ _____________________________<br />
___:___ ______ F/C _____ _____ _____% ____ / ____ / ____ _____________________________<br />
___:___ ______ F/C _____ _____ _____% ____ / ____ / ____ _____________________________<br />
___:___ ______ F/C _____ _____ _____% ____ / ____ / ____ _____________________________<br />
___:___ ______ F/C _____ _____ _____% ____ / ____ / ____<br />
Comentários:<br />
38
Apêndice 3. Companhias que fornecem equipamentos <strong>para</strong> dar<strong>do</strong>s<br />
Advanced Injection Systems<br />
705 F<strong>ou</strong>rth St.<br />
P.O. Box 1001<br />
St. Joseph, IL 61873 USA<br />
Tel: 217-469-2690<br />
(Armas <strong>de</strong> dar<strong>do</strong>s, seringas <strong>de</strong> vara)<br />
Palmer Chemical & Equipment Co., Inc.<br />
P.O. Box 867<br />
Palmer Village<br />
D<strong>ou</strong>glasville, GA 30133 USA<br />
Tel: 404-942-4395<br />
(Armas <strong>de</strong> dar<strong>do</strong>s, dar<strong>do</strong>s)<br />
Pneu Dart, Inc.<br />
P.O. Box 1415<br />
Williamsport, PA 17703 USA<br />
Tel 570-323-2710<br />
(Armas <strong>de</strong> dar<strong>do</strong>s, dar<strong>do</strong>s)<br />
Telinject USA, Inc.<br />
9316 Soledad Canyon Road<br />
Saugus, CA 91350 USA<br />
Tel: 805-268-0915<br />
(Armas <strong>de</strong> dar<strong>do</strong>s, dar<strong>do</strong>s, zarabatanas)<br />
Wildlife Pharmaceuticals, Inc.<br />
1401 Duff Drive<br />
Suite 600<br />
Fort Collins, CO 80524 USA<br />
Tel: 970-484-6267<br />
(Armas <strong>de</strong> dar<strong>do</strong>s, dar<strong>do</strong>s, zarabatanas, seringas <strong>de</strong> vara)<br />
39
Apêndice 4: Ficha <strong>para</strong> Exames Físicos <strong>do</strong> Jaguar<br />
I<strong>de</strong>nt. Do Animal # Data:<br />
Localização:<br />
Sexo: Peso Corporal:<br />
Temperatura Corporal: Freq. <strong>do</strong> Pulso :<br />
Característica <strong>do</strong> Pulso:<br />
Coloração das Membranas: Freq. Respiratória:<br />
Esta<strong>do</strong> Nutritional: Nódulos Linfáticos Superficiais:<br />
Pele e orelhas:<br />
Olhos:<br />
Sistema Musculoesquelético:<br />
Sistema Respiratório:<br />
Sistema Cardiovascular:<br />
Sistema Endócrino:<br />
Sistema Alimentar (incl. ORAL):<br />
Sistema Urinário:<br />
Sistema Genital:<br />
Sistema Nervoso:<br />
Comentários Gerais:<br />
40
Apêndice 5 – Volume Celular Globular – méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> campo<br />
O Volume Celular Globular (VCG), também chama<strong>do</strong> <strong>de</strong> hematócrito, é a porcentagem <strong>de</strong><br />
sangue total que é constituí<strong>do</strong> <strong>de</strong> células vermelhas, também chamadas <strong>de</strong> eritrócitos. O sangue<br />
total é coleta<strong>do</strong> em anticoagulante, tais como o EDTA <strong>ou</strong> heparina, e é coloca<strong>do</strong> em um tubo<br />
capilar. Tubos <strong>de</strong> microhematócrito <strong>de</strong>vem ser preenchi<strong>do</strong>s até três quartos <strong>de</strong> sua capacida<strong>de</strong>,<br />
uma das extremida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ve ser selada com selante próprio, e coloca<strong>do</strong> numa centrífuga com o<br />
la<strong>do</strong> tampa<strong>do</strong> <strong>para</strong> baixo. Centrifugar a 3.000 – 3.500 rpm durante 5 minutos. Os glóbulos<br />
vermelhos têm a maior <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> específica <strong>de</strong>ntre as células <strong>do</strong> sangue e se <strong>de</strong>positam no fun<strong>do</strong><br />
<strong>do</strong> tubo, aparecen<strong>do</strong> como uma camada vermelha escura. O VCG é então medi<strong>do</strong> usan<strong>do</strong>-se um<br />
leitor específico <strong>para</strong> tubos <strong>de</strong> hematócrito. A parte <strong>de</strong> baixo da camada <strong>de</strong> glóbulos vermelhos<br />
<strong>de</strong>ve estar na marca <strong>do</strong> 0 e a parte superior da camada <strong>de</strong> plasma <strong>de</strong>ve estar na linha superior. A<br />
porcentagem po<strong>de</strong> então ser lida na linha que coinci<strong>de</strong> com a camada superior <strong>do</strong>s glóbulos<br />
vermelhos.<br />
A camada <strong>de</strong> coloração que varia <strong>de</strong> branca a cinza, logo acima da camada <strong>de</strong> glóbulos<br />
vermelhos, é chamada <strong>de</strong> cobertura tampão e consiste <strong>de</strong> células brancas <strong>do</strong> sangue (leucócitos) e<br />
plaquetas. O plasma é o fluí<strong>do</strong> amarela<strong>do</strong> na parte superior. O plasma obti<strong>do</strong> através <strong>de</strong>sse<br />
méto<strong>do</strong> po<strong>de</strong> ser usa<strong>do</strong> <strong>para</strong> <strong>de</strong>terminar a concentração <strong>de</strong> proteína plasmática através da<br />
refratometria (veja apêndice 6). A coloração <strong>do</strong> plasma e sua limpi<strong>de</strong>z po<strong>de</strong>m ser úteis na<br />
<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> um diagnóstico e <strong>de</strong>vem também ser leva<strong>do</strong>s em conta.<br />
41
Apêndice 6 – Sóli<strong>do</strong>s totais – méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> campo<br />
Um refratômetro, <strong>ou</strong> medi<strong>do</strong>r <strong>de</strong> sóli<strong>do</strong>s totais, é usa<strong>do</strong> <strong>para</strong> medir a concentração <strong>de</strong> proteínas<br />
no plasma <strong>ou</strong> a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> específica. Os usos mais comuns <strong>do</strong> refratômetro são a <strong>de</strong>terminação<br />
da concentração <strong>de</strong> proteínas no plasma e a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> específica da urina.<br />
Da mesma forma, a concentração <strong>de</strong> proteínas <strong>do</strong> plasma po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>terminada da pequena<br />
quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> plasma que surge após a centrifugação <strong>de</strong> um tubo <strong>de</strong> microhematócrito. O tubo é<br />
quebra<strong>do</strong> acima da cobertura tampão (fina camada branca logo acima <strong>do</strong>s glóbulos vermelhos)<br />
após a leitura <strong>do</strong> hematócrito, e o plasma é coloca<strong>do</strong> no prisma <strong>do</strong> refratômetro. Da mesma<br />
forma, a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> específica <strong>de</strong> uma amostra <strong>de</strong> urina po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>terminada com somente uma<br />
gota <strong>de</strong> urina.<br />
Procedimentos:<br />
Examinar a cobertura <strong>de</strong> vidro <strong>do</strong> prisma e o prato <strong>do</strong> refratômetro. Limpar com água<br />
esterilizada e secar conforme necessário.<br />
Colocar uma gota <strong>do</strong> plasma da amostra na cobertura <strong>de</strong> vidro <strong>do</strong> prisma.<br />
Direcionar o refratômetro <strong>para</strong> uma luz artificial forte <strong>ou</strong> luz solar.<br />
Focar a linha escura limite giran<strong>do</strong> a ocular.<br />
Ler e registrar o resulta<strong>do</strong> usan<strong>do</strong> a escala apropriada.<br />
42
Apêndice 7 – Contagem das células brancas <strong>do</strong> sangue – méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> campo<br />
O méto<strong>do</strong> manual hemacitômetro Unopette (Becton-Dickinson, Rutherford, NJ) <strong>de</strong><br />
contagem <strong>de</strong> células brancas <strong>do</strong> sangue po<strong>de</strong> ser usa<strong>do</strong> <strong>para</strong> <strong>de</strong>terminar o número <strong>de</strong> células<br />
brancas <strong>do</strong> sangue (WBC) no campo. Kits <strong>de</strong> teste Unopette WBC contém reservatório <strong>para</strong><br />
diluição e pipetas capilares <strong>para</strong> fazer uma diluição <strong>de</strong> 1:100 <strong>do</strong> sangue em oxalato <strong>de</strong> amônia<br />
<strong>ou</strong> áci<strong>do</strong> acético, substâncias estas que lisam os glóbulos vermelhos <strong>do</strong> sangue. As células são<br />
contadas usan<strong>do</strong>-se um hemacitômetro e uma lâmina. Um manual <strong>de</strong> instruções completo está<br />
incluí<strong>do</strong> no kit.<br />
Resumin<strong>do</strong>-se, uma quantida<strong>de</strong> apropriada <strong>de</strong> sangue é adicionada ao diluente (solução<br />
lisa<strong>do</strong>ra) e misturada levemente. Após <strong>de</strong>z minutos, o reservatório é levemente inverti<strong>do</strong> várias<br />
vezes <strong>para</strong> misturar uniformemente as células e é converti<strong>do</strong> <strong>para</strong> um conta-gotas O diafragma<br />
<strong>do</strong> microscópio <strong>de</strong>ve estar fecha<strong>do</strong> até um ponto on<strong>de</strong> as células estão mais visíveis. O<br />
hemacitômetro com a lamínula colocada é preenchi<strong>do</strong> com a solução, <strong>de</strong>ixa<strong>do</strong> em rep<strong>ou</strong>so por<br />
alguns minutos, e coloca<strong>do</strong> no microscópio, e a gra<strong>de</strong> <strong>de</strong> contagem é localizada, usan<strong>do</strong>-se a<br />
objetiva <strong>de</strong> 4X. As células são contadas nos 9 quadra<strong>do</strong>s principais, usan<strong>do</strong>-se a objetiva <strong>de</strong><br />
10X.<br />
O número <strong>de</strong> células contadas é multiplica<strong>do</strong> por fatores da diluição e volume (células<br />
totais contadas mais 10% <strong>de</strong>ssas células, multiplica<strong>do</strong> por um fator <strong>de</strong> diluição <strong>de</strong> 100).<br />
Contagens são expressas como células por microlitro (ul) <strong>de</strong> sangue. Por exemplo, se 80 células<br />
forem contadas, 80 + 8 = 88 x 100 = 8800/ul.<br />
43
Apêndice 8 - Fazen<strong>do</strong> um borrão <strong>de</strong> sangue no papel filtro – méto<strong>do</strong> <strong>de</strong>campo<br />
Pequenas quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sangue (0.1ml / ponto) <strong>de</strong>vem ser colocadas em volta <strong>do</strong><br />
perímetro <strong>de</strong> um papel filtro (o melhor produto é o <strong>de</strong> 3 mm <strong>do</strong> tipo médico). O papel filtro <strong>de</strong>ve<br />
ser i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> usan<strong>do</strong>-se um lápis e colocan<strong>do</strong>-se o número <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> jaguar e a data<br />
da coleta. O sangue no papel filtro <strong>de</strong>ve secar naturalmente em temperatura ambiente. Uma vez<br />
seco, <strong>de</strong>ve ser coloca<strong>do</strong> em um saquinho plástico tipo zip lock junto com um saquinho <strong>de</strong> sílica<br />
gel. A amostra po<strong>de</strong> então ser estocada e transportada em temperatura ambiente.<br />
44
Apêndice 9 – Fazen<strong>do</strong> um esfregaço <strong>de</strong> sangue – méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> campo<br />
Coleta <strong>de</strong> Sangue:<br />
O EDTA <strong>de</strong>ve ser o anticoagulante usa<strong>do</strong> <strong>para</strong> a coleta <strong>de</strong> amostras hematológicas <strong>para</strong> jaguares.<br />
Todas as amostras <strong>de</strong>vem ser homogeneizadas agitan<strong>do</strong>-se levemente o tubo por 5 minutos antes<br />
<strong>de</strong> se fazer o esfregaço.<br />
Uma gota <strong>de</strong> sangue po<strong>de</strong> ser colocada na lâmina usan<strong>do</strong>-se um tubo microcapilar.<br />
Um esfregaço <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve:<br />
Ter as células distribuídas uniformemente;<br />
Ter aproximadamente ¾ da extensão da lâmina;<br />
Ter uma borda distribuída uniformemente;<br />
Usar toda a gota <strong>de</strong> sangue.<br />
Ser da largura total da lâmina na sua base, afilan<strong>do</strong>-se em uma curva no la<strong>do</strong> oposto <strong>do</strong><br />
esfregaço.<br />
Uma vez pronto, o esfregaço <strong>de</strong>ve:<br />
Secar o mais rápi<strong>do</strong> possível. Um seca<strong>do</strong>r <strong>de</strong> cabelo é muito eficaz. Se um seca<strong>do</strong>r <strong>de</strong> cabelo não<br />
estiver disponível, a lâmina <strong>de</strong>ve ser agitada no ar até estar completamente seca.<br />
O esfregaço <strong>de</strong>ve ser coloca<strong>do</strong> imediatamente em uma caixa <strong>de</strong> lâminas. Em condições <strong>de</strong><br />
umida<strong>de</strong> elevada, um absorvente <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser coloca<strong>do</strong> <strong>de</strong>ntro da caixa <strong>para</strong> ajudar a<br />
absorver a umida<strong>de</strong>. Colocar o esfregaço imediatamente na caixa <strong>de</strong> lâminas também previne a<br />
ingestão <strong>do</strong> sangue por moscas e baratas. Manter a caixa sempre fechada.<br />
Se os esfregaços forem fixa<strong>do</strong>s, o que recomendamos, certificar-se <strong>de</strong> que ele esteja<br />
COMPLETAMENTE seco antes <strong>de</strong> colocar na substância fixa<strong>do</strong>ra. A fixação prematura po<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>ixar o esfregaço risca<strong>do</strong> e com uma coloração não uniforme. Deve-se ter o cuida<strong>do</strong> <strong>de</strong> fechar o<br />
pote com o fixa<strong>do</strong>r quan<strong>do</strong> as lâminas <strong>de</strong> esfregaço estiverem <strong>de</strong>ntro, pois este po<strong>de</strong> também<br />
absorver a umida<strong>de</strong> <strong>do</strong> ar. Uma vez que a lâmina seja removida <strong>do</strong> fixa<strong>do</strong>r, ela <strong>de</strong>ve secar na<br />
posição vertical, com a borda arre<strong>do</strong>ndada <strong>para</strong> baixo. Colocar a lâmina na caixa <strong>de</strong> lâminas o<br />
mais breve possível.<br />
As lâminas po<strong>de</strong>m ser coradas no campo seguin<strong>do</strong>-se as instruções que acompanham os corantes<br />
(por exemplo, Diff-Quick®). O melhor é fazer 4 esfregaços <strong>para</strong> cada jaguar e corar somente 2<br />
no campo.<br />
Transportan<strong>do</strong> as lâminas:<br />
A caixa <strong>de</strong> lâminas <strong>de</strong>ve ser transportada longe <strong>de</strong> quaisquer <strong>ou</strong>tras substâncias químicas<br />
<strong>ou</strong> vapores <strong>de</strong>ssas substâncias. A formalina em particular po<strong>de</strong> danificar esfregaços <strong>de</strong> sangue.<br />
Até mesmo armazenar os esfregaços <strong>de</strong> sangue na mesma caixa com formalina po<strong>de</strong> prejudicar a<br />
qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stes esfregaços.<br />
45
Appendix 10: O protocolo <strong>de</strong> necropsia foi escrito pela Dra. Linda Munson e po<strong>de</strong> ser<br />
encontra<strong>do</strong> no website<br />
http://www.vetmed.ucdavis.edu/whc/necropsy/toc.html.<br />
Também disponível em Espanhol e Português.<br />
46