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Curso de Gestão da <strong>Segurança</strong> nas<br />
Organizações<br />
<strong>Segurança</strong> <strong>Física</strong><br />
Prof Wilmar A. C. Peixoto<br />
Prof HMoura<br />
2004
<strong>Segurança</strong> <strong>Física</strong><br />
Índice<br />
1.0 Introdução ----------------------------- 03<br />
2.0 Base teórica ----------------------------- 04<br />
2.1 Princípios ----------------------------- 04<br />
2.2 Classificação geral ----------------------------- 07<br />
2.3 Teoria dos círculos concêntricos ----------------------------- 09<br />
2.4 Compartimentação ----------------------------- 10<br />
2.5 Acesso não autorizado ----------------------------- 11<br />
2.5.1 Entrada forçada ----------------------------- 11<br />
2.5.2 Entrada consentida ----------------------------- 11<br />
2.6 Controle de acesso de segurança ----------------------------- 12<br />
2.7 Crachás ----------------------------- 13<br />
2.8 CPTED ----------------------------- 14<br />
2.8.1 Origens ----------------------------- 14<br />
2.8.2 Princípios gerais ----------------------------- 15<br />
2.9 Triângulo do roubo ----------------------------- 17<br />
3.0 Meios de <strong>Segurança</strong> <strong>Física</strong> ----------------------------- 18<br />
3.1 Barreiras ----------------------------- 18<br />
3.2 Benefícios do uso de barreiras ----------------------------- 19<br />
3.3 Cercaduras ----------------------------- 20<br />
3.4 Material utilizado na cercadura ----------------------------- 24<br />
3.5 Construção das cercaduras ----------------------------- 25<br />
3.6 Composição das cercaduras ----------------------------- 26<br />
3.7 A guarda superior ----------------------------- 27<br />
3.8 BDV ----------------------------- 28<br />
3.9 Eclusas ----------------------------- 30<br />
3.10 Portões ----------------------------- 32<br />
3.11 Porta blindada ----------------------------- 33<br />
3.12 Porta interna ----------------------------- 36<br />
3.13 Janelas ----------------------------- 37<br />
3.14 Fechaduras ----------------------------- 39<br />
3.15 Cofres e armários ----------------------------- 41<br />
3.16 Salas-fortes ----------------------------- 43<br />
3.17 Iluminação ----------------------------- 45<br />
3.18 Vigilantes ----------------------------- 50<br />
3.19 Cães de guarda ----------------------------- 51<br />
4.0 Planejamento de <strong>Segurança</strong> <strong>Física</strong> ----------------------------- 54<br />
4.1 Iniciando o plano ----------------------------- 57<br />
4.2 Fatores importantes na elaboração do plano ----------------------------- 58<br />
4.3 Esboço de um Plano Operacional ----------------------------- 59<br />
4.4 Implementação do Plano ----------------------------- 65<br />
4.5 Controle ----------------------------- 66<br />
4.6 Avaliação ----------------------------- 67<br />
Leitura recomendada ----------------------------- 68<br />
Prof. Wilmar A. C. Peixoto Prof HMoura<br />
wilmar.peixoto@tvglobo.com.br hmoura4@hotmail.com<br />
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1.0 - Introdução<br />
A atividade desenvolvida pelo homem visando proteger sua vida, a vida de seus familiares e<br />
seu patrimônio não é nova. Para não sofrer o dano o ser humano criou com sua inteligência<br />
elementos de proteção e defesa. Antes as cidades eram cercadas por muralhas e os castelos por<br />
fossos ou construídos em locais de difícil acesso. Com o tempo foram organizadas guarnições<br />
compostas por seres humanos para a segurança da comunidade. Os elementos de proteção e defesa<br />
foram se diversificando e acompanhando a evolução da sociedade e hoje em dia a gama de opções<br />
para a defesa do patrimônio e da vida é imensa.<br />
Com a diversidade de técnicas e de elementos de proteção por fim surgiu a sua utilização<br />
organizada e de forma profissional.<br />
Prof. Wilmar A. C. Peixoto Prof HMoura<br />
wilmar.peixoto@tvglobo.com.br hmoura4@hotmail.com<br />
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2.0 - Base Teórica<br />
2.1 - Princípios<br />
Há certo número de conceitos que possuem valor empírico e que devem ser aplicados com<br />
intensidades diferentes de acordo com cada situação. Delinearam 14 conceitos de segurança,<br />
calcados na visão feudal dos castelos europeus medievais, os quais tinham barreiras sucessivas de<br />
proteção em torno do seu ponto mais valioso, a torre principal.<br />
1° - Um sistema de segurança compreende um conjunto de medidas que se sobrepõem.<br />
Qualquer subsistema de segurança examinado isoladamente será considerado falho. Não há<br />
uma segurança perfeita. O agressor sempre poderá encontrar uma falha, seja ela causada por<br />
negligência, esquecimento, hábito, vício ou circunstâncias. Se outras medidas de segurança<br />
estiverem ativas e sobrepondo-se à primeira, haverá menor possibilidade de sucesso do agressor.<br />
2° - A importância de um sistema de segurança é função das ameaças que pesam sobre o<br />
que ele protege.<br />
Ao se planejar um sistema de segurança deve-se considerar o valor do que ele se propõe a<br />
proteger. Um custoso sistema de segurança protegendo algo de valor (material ou simbólico) bem<br />
menor não tem sentido prático.<br />
3° - A fraqueza de um sistema de segurança mede-se por seu ponto mais fraco.<br />
Sempre haverá pontos mais fracos em um sistema defensivo, e eles definem o sistema como<br />
um todo. Sendo assim, ao se planejar um sistema de segurança ou examinar um já existente, os seus<br />
pontos mais fracos devem ser levantados e deverão receber a maior parte da atenção do planejador.<br />
Um modo de identificá-los consiste em tomarmos o lugar do agressor e imaginarmos como ele<br />
agiria. Identificando os pontos mais fracos, podemos então criar outras medidas de segurança que se<br />
sobreponham à primeira, de forma a suprir eventuais falhas.<br />
4° - Um sistema de segurança deve reduzir ao máximo a demora de intervenção da<br />
defesa e retardar ao máximo a possibilidade de agressão.<br />
Segundo os autores, “...quanto mais rápida for a intervenção quando de uma agressão, mais<br />
fácil será controlá-la e reduzir seu dano...”.<br />
A chave da defesa reside na rapidez da reação do serviço de segurança interna quando de uma<br />
agressão. Seguindo a idéia medieval de barreiras sucessivas para proteção, os sistemas de segurança<br />
devem buscar o retardo da ação do agressor, para que aumentem as possibilidades de ser barrado<br />
antes de chegar ao seu objetivo, o torreão central.<br />
5° - O acesso às informações sigilosas é limitado unicamente às pessoas que têm<br />
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necessidade de conhecê-las em razão de suas funções.<br />
Esse conceito, também conhecido entre nós como “necessidade de conhecer”, estabelece que<br />
devemos restringir ao máximo o número de pessoas que têm acesso às informações restritas.<br />
Podemos guardar um bem em um cofre, mas precisamos saber quem tem acesso ao cofre, sua chave<br />
e seu segredo, e o número dessas pessoas deve ser limitado ao máximo.<br />
6° - As pessoas vulneráveis não devem ter acesso às informações sigilosas.<br />
São pessoas vulneráveis os alcoólatras, jogadores, gabolas (aqueles que exaltam a si mesmos),<br />
mexeriqueiros, conquistadores ou viciados. Há também aqueles cuja vulnerabilidade vem de<br />
circunstâncias tais como ciúmes, dificuldades familiares ou financeiras, má adaptação ao meio<br />
social etc. Esse conceito, que complementa o anterior, estabelece que mesmo as pessoas que têm<br />
necessidade de conhecer aspectos sigilosos pela função que exercem devem ser analisadas pelo<br />
pessoal de segurança e, caso se enquadrem nos casos citados, isso representará uma vulnerabilidade<br />
no sistema de segurança como um todo e que pode eventualmente vir a torná-lo muito fraco (3º<br />
conceito). Deverão ser tomadas medidas adicionais de segurança em torno dessa pessoa para<br />
diminuir essa vulnerabilidade (1º conceito). Cabe ressaltar que esse conceito deve permanecer<br />
sempre dentro dos limites da ética e da legalidade, como será visto mais adiante (13º conceito).<br />
7° - Os riscos devem ser agrupados e segredos divididos.<br />
Ainda lembrando os castelos medievais, agrupar-se os riscos permite uma segurança única<br />
como a que se fazia que em torno do torreão. Porém, da mesma forma que o senhor feudal guardava<br />
parte de seu tesouro escondido fora do castelo para evitar um desastre total no caso da chegada do<br />
agressor ao torreão, aquilo que pretendemos proteger deve ser fracionado, sendo decompostos em<br />
partes que, por si só, não tenham significado, e cada parte protegida por diferentes medidas de<br />
segurança. Dessa forma, caso um agressor tenha sucesso em quebrar sucessivas barreiras e tenha<br />
acesso ao que queremos proteger, terá acesso somente à parte do segredo. Para consegui-lo<br />
completo terá que quebrar outra seqüência de barreiras de segurança, o que diminui suas chances de<br />
sucesso.<br />
8° - Trancados ou não, os bens a serem protegidos devem estar sempre colocados sob<br />
uma responsabilidade bem definida.<br />
A melhor pessoa para proteger um bem é seu proprietário. Na falta de uma propriedade<br />
individual, deve haver uma responsabilidade individual pelo bem claramente definida perante a<br />
coletividade. Este conceito, juntamente com o 11º e 14º, remete ao gerenciamento de RH. Pessoas<br />
se tornam mais responsáveis quando recebem tarefas importantes e de confiança.<br />
9° - Tudo que serve para proteger um segredo é secreto.<br />
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Um segredo deixa de ser segredo quando um potencial agressor toma conhecimento de que há<br />
um segredo, sendo atraído apenas por esse conhecimento. Deve-se, portanto, manter segredo de<br />
tudo que protege um segredo, de forma que outros não saibam nem mesmo que existe algo sendo<br />
protegido. Esse interessante conceito estabelece que a primeira opção da segurança será sempre não<br />
fazê-la de forma ostensiva para que agressores não saibam que algo está sendo protegido, o que<br />
significa que a primeira opção do profissional de segurança deve ser sempre atuar na área da<br />
segurança da informação, que por natureza é não-ostensiva. A segurança ostensiva, da qual a<br />
segurança física é parte, é sempre uma segunda opção e, mesmo esta, se deve buscar minimizar a<br />
aparência agressiva das barreiras aplicando-se primeiramente, por exemplo, a teoria de CPTED, que<br />
será vista mais adiante. Exceções à regra são os casos em que pela própria natureza da atividade,<br />
não há como esconder a existência de algo valioso. Exemplificando, caso um profissional de<br />
segurança seja chamado para garantir a proteção de algo esteja sendo criado na empresa, a primeira<br />
opção é sempre protegê-lo pelo segredo.<br />
10°- Todo sistema de segurança deve comportar, no mínimo, um elemento de surpresa<br />
para o agressor.<br />
Esse conceito complementa o 4º. Guardando-se o segredo de parte das defesas, o agressor<br />
será surpreendido por fatores desconhecidos e inesperados. As surpresas mais eficientes são aquelas<br />
que causam nervosismo, que fazem o agressor hesitar e perder tempo. Por exemplo, pode-se<br />
ostentar rondas de vigilantes e cães junto ao perímetro defensivo, como forma de desencorajar<br />
possíveis agressores. Mas pode-se fazer segredo sobre um segundo sistema mais interiorizado de<br />
sensores de intrusão, que acionarão sirenes se ultrapassados e que causarão susto e hesitação ao<br />
agressor que tenha se planejado para passar apenas por vigias e cães. Como será visto mais adiante,<br />
esse conceito de elemento surpresa se aplica bem à segurança eletrônica.<br />
11°- As medidas de segurança jamais devem atrapalhar a marcha da empresa.<br />
Conforme o 1º conceito, não há proteção total. Mas é possível conseguir-se altos graus de<br />
proteção com medidas que se sobreponham. Porém, se tais medidas se tornam um entrave para o<br />
trabalho das pessoas, estas se sentirão saturadas e haverá a tendência de negligenciar a segurança, o<br />
que trará prejuízos à empresa. Esse é, como foi visto, o segundo conceito que se refere à RH.<br />
12°- A segurança deve ser compreendida, admitida e aprovada por todos.<br />
Ao contrário do senso geral, a segurança não é encargo apenas de especialistas. Para ser<br />
eficaz, deve contar com a cooperação de todos, pois é função do empenho e discrição de cada um<br />
individualmente e interage com o trabalho cotidiano. Esse conceito estabelece a importância do<br />
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profissional de segurança dominar as técnicas de marketing e atuar agressivamente em<br />
endomarketing.<br />
13°- A defesa é sempre moral.<br />
A proteção só se justifica se for implementada respeitando-se a liberdade e dignidade da<br />
pessoa humana. Esse conceito envolve todos os outros. Não há segurança se ela não for moral e<br />
legal. Os prejuízos a médio e longo prazo causados por ações ilegais ou amorais sobrepujam em<br />
muito os ganhos de curto prazo que tais medidas podem trazer.<br />
Esse conceito nos remete também ao assunto “Ética Profissional”.<br />
14°- A segurança exige um entendimento harmonioso no interior da empresa.<br />
Esse é o terceiro conceito que remete à RH. Empresas com empregados descontentes são alvo<br />
fácil para aliciamento por parte de agressores. Um empregado descontente constitui um perigo em<br />
potencial para a segurança da empresa, e o profissional de segurança deve estar atento a isso.<br />
2.2 - Classificação Geral<br />
Vários autores classificam de várias formas a segurança física. Normalmente, tais<br />
classificações ou enfatizam ou os meios utilizados (humanos, animais ou técnicos) ou o modo como<br />
esses meios atuam.<br />
Classificação Geral<br />
Quanto aos meios Quanto à atuação<br />
Humanos<br />
Animais<br />
Técnicos<br />
Eletroeletrônicos<br />
Mecânicos<br />
Os meios humanos são os denominados vigilantes. São caros em comparação com outros<br />
elementos de segurança e por isso já há algum tempo vem ocorrendo a gradual substituição de parte<br />
dos recursos humanos utilizados por equipamentos.<br />
Passivos<br />
Ativos<br />
De inteligência<br />
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Atualmente são utilizados principalmente cães de guarda treinados para o serviço de<br />
vigilância. Eles representam uma das formas mais econômicas de proteção física pois um vigilante<br />
e um cão de guarda treinado podem substituir entre cinco e dez postos de vigilância, especialmente<br />
em locais espaçosos.<br />
Dentro da área tecnológica se encontram enquadrados os chamados Meios Técnicos de<br />
<strong>Segurança</strong>, que são todos os materiais, dispositivos e sistemas que podemos empregar ou<br />
implementar especificamente para a prevenção e proteção contra riscos e ameaças. Como a<br />
denominação abrange uma série extensa de artefatos inanimados, os autores dividem-na<br />
normalmente em meios eletrônicos e meios mecânicos.<br />
Meios eletrônicos são materiais, elementos, dispositivos e sistemas que utilizam as<br />
propriedades da elétrica ou da eletrônica – ou ambas – para prover proteção. Já meios mecânicos<br />
são materiais, elementos, dispositivos e sistemas que utilizam as propriedades da mecânica para<br />
prover proteção.<br />
As defesas passivas são aquelas estáticas, que permanecem constantes haja ou não agressão.<br />
Um muro, por exemplo, estará sempre lá, haja risco ou não. E mesmo que uma agressão ocorra, o<br />
muro continuará lá, não alterando seu comportamento. As defesas ativas são aquelas móveis, que<br />
alteram sua configuração reagindo a uma agressão. Um portão que se feche automaticamente<br />
quando acionado o alarme de invasão é um exemplo de defesa ativa. Por fim, as defesas de<br />
inteligência são aquelas que possuem comportamento proativo, visando antecipar-se ao risco e<br />
evitar uma agressão. Normalmente atuam à distância, antes que o problema atinja a empresa Note-<br />
se que o termo “distância” aqui é utilizado em seu conceito mais amplo, não significando apenas<br />
distância física. Pode ser também distância temporal. Sendo assim, quando colocamos um<br />
empregado dentro da linha de produção com a tarefa de levantar uma possível ação futura de<br />
fraude, estamos atuando com uma defesa de inteligência na distância temporal, mesmo sendo<br />
fisicamente dentro da empresa.<br />
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2.3 - Teoria dos Círculos Concêntricos<br />
Calcada no princípio feudal europeu<br />
das sucessivas cinturas de proteção em torno<br />
de uma torre principal, essa teoria determina<br />
que um sistema de segurança deve<br />
estabelecer zonas (círculos de proteção) ao<br />
redor do objetivo.<br />
Ela não discrimina na verdade quantos<br />
círculos serão estabelecidos, mas sim qual o<br />
objetivo de cada um deles.Tem evoluído nos<br />
últimos tempos para uma “Teoria das Esferas<br />
Concêntricas” que, diferente dos círculos que consideram os perigos somente ao nível do solo ou<br />
próximos a ele, as esferas consideram também os perigos advindos do subsolo e do espaço. Isso<br />
significa que além de considerar possíveis ataques de ladrões que tentem ultrapassar as cercas de<br />
proteção, considera também a possibilidade de infiltrações por bueiros ou túneis escavados<br />
intencionalmente, bem como a possibilidade de invasão pelo ar, por pára-quedas, ultraleves ou asa<br />
delta, além da espionagem por satélite.<br />
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2.4 - Compartimentação.<br />
Caso as instalações que precisem ser protegidas cubram uma área física muito extensa, sua<br />
segurança como um todo pode não ser possível por questão de custos. Os custos podem ser<br />
diminuídos se a área for dividida em partes e as partes mais importantes e sensíveis possuírem<br />
proteção adequada. Essa técnica é conhecida como “compartimentação” e consiste em proteger<br />
várias áreas menores dentro de uma área maior.<br />
A partir desse conceito se pode também classificar as áreas segundo um critério de criticidade,<br />
ou seja, o quanto a violação dessa área interfere no negócio da empresa. Uma classificação muito<br />
usada hoje em dia utiliza cores para definir as áreas, conforme o quadro seguinte:<br />
COR CRITICIDADE ACESSO<br />
Branca Inexistente Livre acesso aos empregados e visitantes, sem muita<br />
necessidade de acompanhamento específico.<br />
Verde Baixa Acesso controlado. Poderá haver acompanhamento por<br />
CFTV ou pessoal dos transeuntes.<br />
Amarela Média Acesso restrito e controlado. Há algumas restrições sobre<br />
quem poderá acessar a área e sua permanência poderá ser<br />
acompanhada por CFTV ou pessoal.<br />
Vermelha Alta Acesso restrito. Há muitas restrições sobre quem poderá<br />
acessar a área e sua permanência deverá ser<br />
acompanhada por CFTV ou pessoal.<br />
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2.5 – Acesso não autorizado<br />
2.5.1 - Entrada forçada<br />
A entrada forçada é o método mais comum para entradas não autorizadas. Portões, janelas e<br />
portas são especialmente vulneráveis a entradas forçadas, mas também podem ser realizadas através<br />
de paredes (especialmente as finas), pisos, telhados, clarabóias ou dutos de serviço ou ventilação.<br />
Mesmo quando uma invasão não tem sucesso, sempre haverá prejuízos.<br />
Se o agressor estiver convencido de que há tamanha segurança a ponto de se tornar um<br />
obstáculo desencorajador, o número de tentativas de invasão diminuirá. Pode-se conseguir este<br />
efeito por meio de avisos bem visíveis informando às pessoas sobre os sistemas de segurança –<br />
“CUIDADO COM O CÃO”, “PERIGO, CERCA ELÉTRICA” etc.<br />
2.5.2 - Entrada consentida<br />
O acesso não autorizado pode ser conseguido também sem o uso da força. Cadeados deixados<br />
desbloqueados, portas ou janelas deixadas destrancadas ou uso de chaves roubadas são os métodos<br />
mais comuns, normalmente com ajuda interna.<br />
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2.6 - Controle de acesso de segurança<br />
É um dos pontos mais importantes na prevenção e proteção contra os riscos derivados das<br />
atividades anti-sociais. É hoje uma das áreas de segurança com maior índice de crescimento com<br />
uma oferta e uma demanda absolutamente crescentes.<br />
A maior parte dos problemas de controle de acesso vem de nossa cultura. Por exemplo, uma<br />
pessoa de terno bem alinhado e carregando uma pasta tipo 007 possivelmente poderá entrar na<br />
maioria das empresas sem muitos obstáculos, mesmo sendo um desconhecido.<br />
O primeiro passo para controlar quem entra na área da companhia ou sai dela, e aonde vão<br />
internamente ou de onde vieram e os motivos é criar um sistema efetivo que identifique as pessoas,<br />
mantenha o controle de seus passos internamente e que possa ser facilmente conhecido por todos - e<br />
reconhecido pelo pessoal da segurança em particular. Isso normalmente é conseguido por um<br />
sistema de crachás.<br />
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2.7 - Crachás<br />
Há atualmente vários tipos de crachás, desde os mais simples e baratos de papel aos mais<br />
sofisticados e caros com microprocessadores. O que garante o sucesso do controle não é a<br />
sofisticação dos crachás, mas a capacidade do gestor de criar um processo simples de identificação<br />
que consiga a participação de todos os empregados, caso contrário qualquer que seja o tipo de<br />
crachá utilizado, e qualquer que seja seu custo, provavelmente não funcionará.<br />
Um sistema de crachás deve se apoiar na compartimentação das áreas. Sendo assim, qualquer<br />
que adentre a empresa, funcionário ou não, receberá um crachá que lhe garantirá o acesso à algumas<br />
áreas da empresa e a outras não. Uma forma simples e com algum uso atual é colorir os crachás nas<br />
mesmas cores das áreas de acesso. Se combinado com a pintura das portas de acesso e das paredes<br />
(ou pelo menos de faixas nas portas e paredes) com as mesmas cores, isso permite ao usuário do<br />
crachá a reconhecer as áreas em que pode entrar e a todo o pessoal da empresa – e a segurança em<br />
particular – identificar e informar sobre entradas não autorizadas. Crachás de visitantes e<br />
prestadores de serviço devem ser devolvidos na saída, bem como os dos empregados que deixem de<br />
trabalhar na empresa. Os crachás que dão acesso às áreas mais críticas devem receber maior<br />
atenção, principalmente visando evitar duplicações.<br />
Crachás eletrônicos apenas facilitam o trabalho, pois se houver, por exemplo, sensores de<br />
passagem nos portais da empresa, o controle de presença torna-se mais fácil. O uso da eletrônica<br />
não resolverá o problema de um sistema de controle mal desenhado. Pelo contrário, se o controle de<br />
crachás simples estiver ruim, a sua substituição por crachás eletrônicos possivelmente aprofundará<br />
o problema.<br />
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2.8 - CPTED<br />
CPTED é um acrônimo, na língua inglesa, para Crime Prevention Through Environmental<br />
Design, “Prevenção de Crimes por meio de Projetos”. É uma abordagem multidisciplinar que busca<br />
reduzir o crime e a insegurança colocando lado a lado planejadores, projetistas, arquitetos e<br />
profissionais de segurança que trabalham para criar um clima seguro em de um ambiente, com<br />
projetos que eliminem ou reduzam o comportamento criminal e ao mesmo tempo encorajem as<br />
pessoas a manterem-se alertas, provendo segurança uns aos outros.<br />
"O próprio projeto e uso efetivo do ambiente<br />
construído podem conduzir a uma redução no<br />
medo e incidência de crimes, e a uma melhoria<br />
da qualidade de vida”.<br />
National Crime Prevention Institute - EUA<br />
A abordagem do CPTED torna a segurança menos agressiva para as pessoas, evitando o<br />
sentimento de "estar prisioneiro" naqueles que se pretende proteger. Além disso, é totalmente<br />
transparente aos usuários, permitindo que se consiga maiores graus de segurança sem que mostre<br />
que se está preocupado com a segurança, o que pode ser uma vantagem.<br />
Os princípios do CPTED podem ser aplicados de forma fácil e barata no construir ou<br />
remodelar. Em algumas comunidades que aplicaram os princípios de CPTED nos EUA a atividade<br />
criminal diminuiu em até 40 por cento.<br />
Historicamente, a ênfase da prevenção de crimes esteve na abordagem da dificultação do<br />
acesso ao bem que se queria proteger por meio de dispositivos (fechaduras, sistemas de segurança,<br />
alarmes, equipamentos de monitoração etc) e processos (patrulhamento, legislação etc), estratégias<br />
de prevenção de crime que pretendem tornar o acesso ao objetivo do criminoso mais difícil, mas<br />
que podem também criar um sentimento de "estar prisioneiro". Esta abordagem tradicional tende a<br />
negligenciar a oportunidade para controle de acesso e vigilância natural. O CPTED coloca sua<br />
ênfase no "natural".<br />
2.8.1 - Origens<br />
1968, Jane Jacobs discutiu a interação do ambiente físico com seus habitantes e quão<br />
importante isto era para a vida e vitalidade de uma rua ou bairro no livro The Death and Life of<br />
Great American Cities.<br />
1969, o arquiteto Oscar Newman cunhou a expressão "espaço defensável" quando iniciou seu<br />
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estudo sobre planejamento de moradias, associando a ele a percepção das pessoas que ali residiriam<br />
sobre segurança. O foco era de como aquelas pessoas se sentiriam em relação ao senso de<br />
propriedade - ou à sua falta (reforço territorial), e a relação disso com a atividade criminal. Parte de<br />
seu trabalho relacionou-se desde então ao projeto de uso de ruas residenciais como um fator<br />
impeditivo para o crime.<br />
1971, Clarence Ray Jeffery, criminologista norte-americano cunhou o termo Crime<br />
Prevention Through Environmental Design após estudar a relação entre o ambiente físico e<br />
incidência de crimes.<br />
2.8.2 - Princípios gerais<br />
a. Vigilância natural<br />
Considera a combinação de características físicas, atividades que serão desenvolvidas e as<br />
pessoas que as desenvolverão no local de tal modo sobre que maximize a visibilidade. O desenho da<br />
planta deve permitir que estranhos sejam facilmente observados por todos. Deve-se buscar a<br />
visibilidade sobre as pessoas, estacionamentos, entradas dos prédios (portas e janelas faceando ruas<br />
e estacionamentos), passeios de pedestres e iluminação adequada à noite.<br />
b. Reforço territorial<br />
Encoraja o uso de itens físicos – primordialmente barreiras naturais mas, se necessário,<br />
incluindo barreiras artificiais- que expressem propriedade. O desenho da planta pode criar ou<br />
estender a esfera de influência das pessoas. Os utilizadores desenvolvem então um senso de<br />
controle territorial que, quando percebidos por potenciais agressores, serve de fator de dissuasão.<br />
Devem ser definidos os limites da propriedade e tornar bem clara a distinção entre espaço público e<br />
privado, utilizando-se cercas-vivas ou outros métodos.<br />
c. Controle de acesso natural<br />
Busca a orientação física das pessoas indo e vindo em um espaço pela colocação judicial de<br />
entradas, saídas, cercaduras, ajardinados e iluminação. Nega-se o acesso aos locais que<br />
possivelmente poderão ser alvos de agressões e cria-se nos agressores uma sensação de risco.<br />
Consegue-se por meio de rotas, passeios e elementos estruturais que indiquem claramente a direção<br />
que as pessoas em geral devem seguir, desencorajando o acesso indevido a áreas privadas.<br />
d. Manutenção<br />
Deve permitir o uso continuado de um espaço para seu propósito planejado e servir como uma<br />
expressão de propriedade. Não se deve permitir qualquer redução da visibilidade de todos sobre o<br />
local ou obstrução na iluminação noturna.<br />
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Alguns autores incluem o CPTED com parte integrante da teoria da <strong>Segurança</strong> <strong>Física</strong>, outros<br />
o consideram como um planejamento separado, que se insere após a análise do risco e antes do<br />
planejamento da segurança física propriamente dito. Porém, mais importante que discutir se CPTED<br />
pertence ou não à segurança física é compreendermos que sempre haverá estreita ligação entre a<br />
arquitetura do projeto e a segurança.<br />
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2.9 - Triângulo do Roubo<br />
É a teoria segundo a qual um ato ilícito somente<br />
ocorre se três fatores estiverem presentes, quais sejam:<br />
DESEJO = Está ligado a características culturais<br />
ou a efeitos da propaganda atuando no subconsciente<br />
do indivíduo;<br />
MOTIVAÇÃO = Está ligada ao raciocínio, à<br />
capacidade de planejar a ação;<br />
OPORTUNIDADE = Está ligada ao ambiente, à<br />
maneira como as coisas estão dispostas.<br />
Os dois primeiros fatores atuam internamente no<br />
ser humano e modificá-los torna-se uma tarefa difícil,<br />
pois lidamos com aspectos da psicologia humana. O terceiro fator é externo, ligado ao ambiente.<br />
Até bem pouco tempo considerava-se que o profissional de segurança atuaria somente sobre a<br />
OPORTUNIDADE. Atualmente, em uma abordagem multidisciplinar, o profissional de segurança<br />
atua, em conjunto com outros profissionais de outras áreas tais como psicólogos e pedagogos,<br />
também sobre a MOTIVAÇÃO e, em uma escala menor, sobre o DESEJO.<br />
Oportunidade<br />
Desejo Motivação<br />
TRIÂNGULO DO ROUBO<br />
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3.0 – Meios de segurança física.<br />
3.1 – Barreiras<br />
A segurança física utiliza um combinado de barreiras, cada uma com um propósito específico,<br />
o que inclui barreiras naturais e estruturais.<br />
- Barreiras naturais: São acidentes do terreno que por sua disposição natural impedem ou<br />
dificultam o acesso ou o trânsito na área da empresa. Podem ser um rio, montanha, alagadiço,<br />
encosta ou outro acidente geográfico que seja de difícil transposição.<br />
Observações:<br />
- Rios e fossos<br />
Seu valor como barreira está no grau de agravamento de suas margens e na violência de sua<br />
correnteza, impedindo que sejam transpostos com facilidade.<br />
- Alagadiços<br />
Seu valor reside no solo pouco firme, que dificulta e por vezes impede o movimento a pé.<br />
- Montanhas<br />
Podem ser visualizadas como barreiras dependendo da altura e do ângulo de inclinação de<br />
suas encostas.<br />
- Barreiras estruturais: São obras, permanentes ou temporárias, realizadas na empresa, não<br />
necessariamente com a única finalidade de prover segurança. Podem ser cercaduras, portas, janelas<br />
ou a parede de uma outra construção que sirva à função de deter a entrada não autorizada.<br />
A criação de barreiras de proteção serve para:<br />
1°) Prevenir a entrada de pessoas e veículos de forma indesejada.<br />
2°) Prevenir saídas indesejadas.<br />
3°) Definir zonas de isolamento para áreas sensíveis.<br />
4°) Prevenir o acesso de pessoas a áreas restritas internas.<br />
Instalar barreiras não significa que sempre será necessário instalar cercas ou outros<br />
obstáculos, uma vez que por vezes a natureza nos provê barreiras mais eficientes. Por exemplo, uma<br />
barreira natural poderá ser um rio, montanha ou outro terreno difícil de ser atravessado por pessoas<br />
ou veículos. Construções também devem ser consideradas, como por exemplo, uma parede externa<br />
de um prédio. É importante notar que barreiras raramente por si só impedem a intrusão. A<br />
segurança se dá com o seu uso integrado.<br />
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3.2 - Benefícios do uso de barreiras<br />
São quatro os benefícios do uso de barreiras:<br />
1°) Benefício psicológico. Uma barreira visível e que não seja fácil de ser transposta serve<br />
para desestimular entrada indesejada. Poucas pessoas sobem cercas altas e que tenham arame<br />
farpado no topo, principalmente sabendo que a área é patrulhada por cães ou seguranças.<br />
Normalmente, pessoas com intenção de roubar ou causar danos desistem frente a barreiras de<br />
proteção, reconhecendo que, mesmo que entrem, talvez não possam escapar.<br />
2°) Diminui a necessidade de pessoal de segurança e permite seu uso em atividades mais<br />
importantes.<br />
3°) Canaliza o fluxo de pessoas que entram e saem da empresa, uma vez que só poderão fazê-<br />
lo através de pontos estabelecidos e controlados pela segurança.<br />
4°) Causam confusão no invasor. Uma vez dentro da área da empresa, ele pode ser<br />
confundido por suas barreiras de proteção internas. Quando seu sistema de barreiras possui<br />
complexidade suficiente para causar confusão, a chance de um intruso sair da área sem ser visto<br />
torna-se baixa.<br />
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3.3 - Cercaduras<br />
É o tipo de barreira estrutural mais utilizado. Normalmente são construídas em uma única<br />
linha mas, quando for essencial o estabelecimento de maior grau de segurança, duas linhas de<br />
cercaduras podem ser instaladas no perímetro. Estas cercaduras devem ser separadas por distância<br />
não inferior a 4,5 metros e não mais de 45 metros para melhor proteção e controle. As cercaduras<br />
devem permitir passagens para execução de serviços, que terão no mínimo 25 cm de diâmetro,<br />
devendo ser protegidas para prevenir abertura não autorizada. A escolha da melhor cercadura<br />
depende da situação dos riscos que cada empresa está sujeita, bem como do orçamento da<br />
segurança. Sugere-se um estudo conforme o quadro abaixo:<br />
Tipo de cercadura Tempo de<br />
instalação<br />
por m²<br />
Custo de<br />
instalação<br />
por m²<br />
Manutenção<br />
periódica<br />
Facilidade de<br />
transposição<br />
por seres<br />
humanos<br />
Durabilidade<br />
no tempo<br />
Tela de arame Média Média Média<br />
Arame farpado Alta Alta Baixa<br />
Concertina Média Baixa Baixa<br />
Fio cortante Média Baixa Baixa<br />
Muro de alvenaria Baixa Baixa Alta<br />
Grade de ferro Baixa Média Alta<br />
Cerca viva Alta Alta Baixa<br />
Para melhorar a segurança de uma cercadura, os seguintes pontos devem ser considerados:<br />
1) Postes, árvores, caixas ou quaisquer outros objetos junto à cercadura podem ser utilizados<br />
pelo agressor para escalá-la.<br />
2) Escadas deixadas junto à cercadura são um convite aos invasores. Escadas fixas devem ter<br />
seu início protegido dentro de uma gaiola de metal, com porta fechada.<br />
3) Cercaduras conjugadas com a de outra propriedade, ou que se toquem em pontos<br />
específicos, representam perigo extra. Um invasor pode entrar na propriedade vizinha e depois<br />
invadir a propriedade que se quer proteger escalando ou abrindo a outra cercadura.<br />
4) Deve-se ter especial atenção quando a cercadura toca em outras edificações, pois poderá<br />
ser transposta a partir dos telhados vizinhos ou mesmo utilizando-se as janelas e outras saliências da<br />
edificação como apoio para a transposição.<br />
Os tipos mais encontrados são:<br />
Tela de arame ou rede laminada.<br />
É o tipo de cercadura mais usado para propósitos de segurança. Provê o sistema permanente<br />
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de melhor custo-benefício e sua eficiência aumenta com a introdução de arame farpado no seu topo.<br />
Uma vantagem deste tipo de cercadura é permitir a observação de ambos os lados. Sendo assim,<br />
folhagem ou outros materiais decorativos devem ser evitados, pois reduzem a visibilidade e<br />
auxiliam o invasor que, uma vez dentro, estará fora das vistas dos transeuntes.<br />
Devem ser construídas com no mínimo 2 m de altura e, no caso de cerca dupla, a segunda<br />
deve ter no mínimo 1,80 m. Sua trama não deve ter mais que 2,5 cm de abertura.<br />
De preferência, o arame de suas bordas superior e inferior não deve ser protegido,<br />
permanecendo pontiagudo e retorcido, criando o efeito de arame farpado, pois o risco de alguém<br />
inadvertidamente se cortar nas pontas é menor que o risco de permitir que algum agressor escale a<br />
cerca e ultrapasse-a com facilidade (pode-se também lançar arame farpado no seu topo como guarda<br />
superior, criando-se o mesmo efeito).<br />
Considera-se sempre a possibilidade de alguém lançar sobre a cerca uma lona, de forma a<br />
permitir escalá-la sem se ferir nas pontas dos arames do topo.<br />
Deve ser suportada por posteamento de metal ou concreto armado, preso em sapatas com 6 a<br />
8 cm de profundidade e a tela deve ser rigidamente presa no posteamento. Para impedir que<br />
pequenos animais ou pessoas passem por baixo da cerca, a tela não deve estar a mais de 5 cm do<br />
solo, quando este for consistente e não possa ser cavado (cimento, pedra etc). Caso seja sobre terra<br />
ou outro solo não consistente, deve estar enterrada no mínimo 5 cm no solo.<br />
Deve ser pintada com alguma tinta não reflexiva, de forma a não permitir o reflexo da luz do<br />
sol. Em dias ensolarados, o reflexo do metal da cerca – principalmente cercas novas – podem cegar<br />
momentaneamente a vigilância, permitindo que um agressor não seja visto.<br />
Deve ser feita manutenção periódica, procurando pontos de ferrugem e locais onde a cerca se<br />
desprendeu do posteamento.<br />
O posteamento também deve ser testado para certificação de que continua firme, pois caso se<br />
solte a cerca cairá com ele. A distância entre postes deve ser de no máximo 2 m.<br />
Cerca de arame farpado<br />
Permitem a passagem de pessoas e podem ser facilmente cortadas. São efetivas quando a<br />
ameaça se resume a animais de grande porte. No Brasil não existe normatização versando sobre o<br />
assunto, porém as especificações federais norte-americanas relativas a cercaduras de arame farpado<br />
são:<br />
1) O arame farpado standard é trançado, duplo-fio, arame padrão 12, com 4 farpas, espaçadas<br />
por igual distância entre cada uma.<br />
2) Cercaduras de arame farpado não devem ter menos 2 m de altura, excluindo-se a guarda<br />
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superior.<br />
de 1,8 m.<br />
3) O arame deve ser fixado firmemente a postes, os quais não devem estar separados por mais<br />
4) A distância entre os fios não excederá 15 cm e pelo menos um arame será entrelaçado<br />
verticalmente a meia distância entre os postes.<br />
Cerca de concertina<br />
A concertina foi desenvolvida pelas forças armadas norte-americanas buscando uma barreira<br />
de lançamento rápido. Lançada com estaqueamento em X, cria uma barreira de 90 cm, podendo ser<br />
lançada em duas camadas, uma sobre a outra, criando uma barreira de 1,80 m. Sua efetividade<br />
aumenta grandemente caso seja feito um lançamento triplo, com um estaqueamento sobre outros<br />
dois em paralelo, assumindo uma forma piramidal, conseguindo-se assim uma barreira de 1,80 m de<br />
altura por 1,80 m de largura, muito difícil de ser transposta. Cercaduras de concertina são muito<br />
úteis para uso temporário, como apoio enquanto se repara a cercadura original danificada.<br />
O arame farpado padrão para concertina é um rolo de arame farpado fabricado com aço muito<br />
forte, unidos intervalos regulares de maneira a formar um cilindro. Aberta, a concertina de arame<br />
deve ter 15 m de comprimento e 1 m de diâmetro.<br />
Cerca de fita farpada<br />
Muito parecidas com a concertina, possuem o mesmo uso. Por seu baixo custo, estão se<br />
tornando populares atualmente. A fita farpada é fabricada em uma tira de aço com uma resistência à<br />
quebra de no mínimo 230 Kg, a largura geral é 3/4" e tem farpas de 7/16” espaçadas a intervalos de<br />
1/2" ao longo de cada lado.<br />
Muro de alvenaria.<br />
Tem grande uso. Possui a vantagem da durabilidade, além de poder acompanhar o estilo<br />
arquitetônico de todo o complexo, tornando-se menos agressivo às vistas. Pode ser feitos de tijolos,<br />
concreto armado, pedra ou similar e aumenta seu grau de segurança se possuir arame farpado,<br />
pregos ou vidro quebrado no seu topo.<br />
Não permite a visibilidade de dentro para fora e nem de fora para centro, o que pode ser uma<br />
vantagem ou uma desvantagem dependendo do que se pretende, pois sem visibilidade se ganha<br />
privacidade, mas uma vez que o agressor tenha transposto o muro não poderá ser observado por<br />
transeuntes nem por patrulhas policiais.<br />
sociais.<br />
Muros sempre apresentam aparência agressiva e o uso da hera tem servido para torná-los mais<br />
Grades de ferro<br />
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Também são duráveis, podem acompanhar o estilo arquitetônico do complexo e são<br />
devassáveis, isto é, permitem que se observe de fora para dentro e de dentro para fora.<br />
Normalmente são de alto custo.<br />
Cercas-vivas<br />
São utilizadas como cercadura, principalmente em casas, por sua beleza estética. O uso de<br />
plantas espinhosas pode desestimular o agressor.<br />
Há a necessidade de ser cuidada por jardineiro.<br />
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3.4 - Material utilizado nas cercaduras<br />
Em geral são:<br />
- Aço, com fabricação básica de alta resistência em vários perfis.<br />
- Ligas ligeiras, com fabricação especial de alta resistência em vários perfis.<br />
- Concretos, com fabricação básica ou de alta resistência em perfis ou módulos de específico<br />
desenho e construção.<br />
específicos.<br />
- Madeiras, com fabricação especial em perfis reforçados de desenho e construção<br />
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3.5 - Construção das cercaduras<br />
- Industrializada, com construção mediante o emprego de materiais ou perfis de caráter<br />
industrial, geralmente não específica.<br />
- Pré-fabricada, com construção mediante o emprego de materiais ou peças selecionados e<br />
preparados para obter módulos completos enlaçados.<br />
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3.6 - Composição das cercaduras<br />
- Alicerce (ou base). Elemento estrutural, geralmente de concreto armado, que serve de base<br />
para colocação do posteamento.<br />
- Posteamento. Elementos estruturais, geralmente de perfis metálicos, que servem de<br />
sustentação e fixação das malhas e painéis.<br />
- Trama ou painéis. Elemento estrutural, geralmente de aço, que constitui a base de<br />
fechamento ou configuração da cercadura.<br />
- Elementos de fecho. Dispositivos de segurança que garantirão o ajuste e sustentação dos<br />
elementos e painéis fixos ou móveis.<br />
-Elementos praticáveis. Painéis, portas e dispositivos móveis ou fraturáveis que permitam a<br />
passagem através da cercadura.<br />
- Acabamento. Determinação do material e seu tratamento final de proteção. Pode ser:<br />
Galvanizado<br />
Pintado<br />
Plastificado<br />
Inoxidáveis<br />
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3.7 - A guarda superior<br />
Uma guarda superior é uma projeção de arame farpado ou fita farpada ao longo do topo da<br />
cerca ou do muro, apontando para fora (ofensiva) ou para dentro (defensiva) e para cima em um<br />
ângulo de aproximadamente 45º. Os braços de suporte para a guarda superior devem ser fixados<br />
permanentemente no topo dos postes para aumentar a altura global da cerca em menos 30 cm, e três<br />
fios de arame farpado espaçados 15 cm devem ser colocados apoiados nos braços.<br />
Atualmente está ganhando força o uso da guarda superior com cercadura elétrica.<br />
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3.8 - BDV<br />
Barreiras de detenção de veículos (BDV) são dispositivos de proteção que formam uma<br />
barreira compacta mediante barras ou fileiras de elementos e se dispõe para a detenção de veículos<br />
diante de invasão agressiva ou não autorizada. Este tipo de elemento pode ser utilizado tanto como<br />
um sistema de segurança que impeça invasões de veículos quanto como apoio ao controle de<br />
acesso.<br />
Tipos<br />
- Fixas ou fundeadas. Passivas, não acionáveis, de caráter estacionário e permanente.<br />
- Basculantes. Acionáveis que giram em um movimento de básculo sobre um eixo horizontal.<br />
- Ascendentes. Elementos verticais ou horizontais acionáveis que se elevam sobre o solo.<br />
- Extensíveis. Elementos pulsantes acionáveis manualmente que se estendem sobre o solo.<br />
Construção<br />
- Tradicional. Construção ou fabricação básica e generalizada.<br />
-Industrializada. Construção ou fabricação empregando equipamentos e sistemas de fechos de<br />
caráter industrializado.<br />
- Específica. Construção ou fabricação de caráter específico e diferenciado.<br />
Operacionalidade<br />
- Manual. Funcionamento mediante o acionamento pela força manual.<br />
- Semi-automática. Funcionamento mediante sistemas de acionamento de caráter elétrico ou<br />
pneumático controlados pela ação humana.<br />
- Automática. Funcionamento mediante sistemas de acionamento de caráter elétrico ou<br />
pneumático controlados sem a ação humana.<br />
Grau de segurança<br />
Determinado pelos seguintes parâmetros:<br />
- Tipo de veículo. Características técnicas, dimensões e funcionamento dos veículos que<br />
devem ser detidos.<br />
- Peso do veículo. Dimensionamento em toneladas do veículo mais a sua carga.<br />
- Velocidade de impacto. Dimensionamento em Km/h no ponto de impacto do veículo.<br />
- Conteúdo do veículo. Definição da carga passiva ou ativa do veículo.<br />
Espaço posterior percorrido<br />
É a limitação em metros do possível deslocamento do veículo depois do impacto na barreira.<br />
As barreiras de detenção de veículos têm uma dupla função. São empregadas contra a<br />
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intenção de invasão não autorizada e como sistema de controle de acesso de veículos. Seu desenho<br />
e implantação permitem utilizá-la ostensivamente como um sistema de segurança dissuasório ou<br />
oculta como elemento de surpresa para o agressor.<br />
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3.9 - Eclusas<br />
Eclusas. Como é designado o conjunto de elementos fixos e móveis (anteparas, biombos ou<br />
parede fina, divisória e portas) que formam um sistema de controle de acesso para pessoas, veículos<br />
ou objetos constituído por duas ou mais portas que não se abrem de uma só vez, não permitindo o<br />
contato direto entre duas áreas adjacentes.<br />
Classificam-se em função de:<br />
a) Manobra<br />
Refere-se à forma de ação ou movimento que realizam suas portas e partes móveis.<br />
a.1) Pivotante - O movimento de suas folhas realiza-se sobre um eixo vertical, lateral ou<br />
central. Pode ser tipo abatível ou giratória.<br />
a.2) Elevadiça - O movimento de suas folhas realiza-se em forma ascendente ou descendente.<br />
Tipo guilhotina.<br />
a.3) Deslizante - O movimento de suas folhas realiza-se horizontalmente para direita ou para<br />
esquerda. Tipo corredeira.<br />
b) Utilização<br />
b.1) Para pessoas - Dimensionadas para o controle de acesso de pessoas.<br />
b.2) Para veículos - Dimensionadas para o controle de acesso de veículos.<br />
b.3) Para objetos - Dimensionadas para o controle de acesso de maletas, valises, miudezas,<br />
correspondências etc.<br />
c) Fluxo<br />
É o número de elementos que por unidade de tempo que poderão passar pela eclusa.<br />
d) Ordem de passagem<br />
É a seqüência de passagem dos elementos.<br />
e) Grau de segurança<br />
Refere-se ao nível de resistência a ataques que deve oferecer a eclusa. Sendo e eclusa um<br />
sistema, esse grau é determinado pelo menor grau de segurança dos elementos individuais que<br />
compõem a eclusa, os quais serão vistos mais adiante.<br />
f) Configuração<br />
Refere-se à forma arquitetônica na qual está constituída a eclusa. Pode ser:<br />
f.1) Linear - Forma de passagem em linha reta. Pode ser unidirecional ou bidirecional.<br />
f.2) Angular - Forma de passagem em linha quebrada (ou em ângulo). Também pode ser<br />
unidirecional ou bidirecional<br />
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Equipamentos que compõem a eclusa<br />
Uma eclusa é um sistema de equipamentos que deve ser projetada para cada situação. Não há<br />
duas eclusas iguais. O desenho das eclusas está intimamente ligado aos diferentes parâmetros que<br />
intervém em sua definição e montagem, obtendo com isto diferentes tipos e modelos e sua correta<br />
adequação as necessidades de cada caso e circunstâncias.<br />
1) Estrutura. Elementos que constituem sua armação básica.<br />
2) Painéis. Elementos que constituem seu fechamento perimetral.<br />
3) Portas. Elementos móveis.<br />
4) Equipamento de vigilância. Elementos que permitem a observação da operação da eclusa<br />
(CFTV, espelhos de observação etc).<br />
eclusa.<br />
passagem.<br />
eclusa.<br />
painéis.<br />
5) Sistema de comunicação. Equipamentos de falar e escutar entre o interior e o exterior da<br />
6) Sistema de detecção de presença. Equipamentos de detecção volumétrica ou detecção por<br />
7) Sistema de fechamento. Fechaduras para bloqueio manual ou automático de portas.<br />
8) Sistema de sinalização. Equipamentos de indicação do estado de portas e utilização da<br />
9) Sistema de emergência. Dispositivos antipânico ou de abertura emergencial de portas ou<br />
10) Sistema radioscópico. Equipamentos de inspeção por raios-X para materiais, objetos,<br />
pacotes e pessoas.<br />
passagem.<br />
eclusa.<br />
11) Compartimento de custódia. Locais seguros para objetos de passagem não autorizados.<br />
12) Sistema de controle de acesso. Leitoras de dispositivos para validação e autorização de<br />
13) Postos de controle geral. Locais com capacitação para centralizar o manejo e controle da<br />
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3.10 - Portões<br />
Portões são barreiras necessárias para o controle do tráfego de entrada e saída através da<br />
cercadura. São utilizados para impedir o acesso ou saída de veículos não autorizados. Quando<br />
menos portões houver, maior a segurança, pois são pontos de vulnerabilidade na cercadura da<br />
mesma forma que portas e janelas são pontos de vulnerabilidade em paredes. Em geral são fechados<br />
com correntes e cadeados. O portão em uma cercadura deve ser tão alto quanto a cerca adjacente e<br />
as suas guardas superiores ser verticais para evitar problemas com seu movimento.<br />
São também exemplos de portões a cancela e o muro móvel.<br />
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3.11 - Porta blindada<br />
móveis.<br />
Classificam-se por:<br />
1) Manobra<br />
Entendo-se como manobra a forma de ação ou movimento que realiza sua folha ou partes<br />
1.1) Portas pivotantes (apoiadas por pivôs). O movimento de sua folha é sobre eixo vertical,<br />
lateral ou central.<br />
verticais<br />
1.1.1) Abatível (mais comum).<br />
1.1.2) Giratório em eixo lateral.<br />
1.1.3) Giratório em eixo central.<br />
1.2) Portas suspensas. O movimento de sua folha ou lâminas é sobre guias de deslizamento<br />
1.2.1) Rígida.<br />
1.2.2) Lâmina.<br />
1.2.3) Guilhotina.<br />
1.3) Portas deslizantes. O movimento de sua folha é sobre guias de deslizamento horizontais.<br />
1.3.1) Reta.<br />
1.3.2) Tangente<br />
2) Material de defesa<br />
Entendo-se como material de defesa a aquele que faz parte de sua configuração ou fabricação<br />
e que se servem para sua proteção.<br />
2.1) Madeira – Material selecionado empregado como base estrutural e em peças maciças. A<br />
madeira deve ser dura e estratificada.<br />
ou lâmina.<br />
2.2) Material metálico – Material empregado como base estrutural ou de painéis, em moldura<br />
2.2.1) Aço tradicional.<br />
2.2.2) Aço de alta resistência.<br />
2.3) Material sintético – Material empregado como base estrutural ou de painéis e<br />
normalmente em lâminas rígidas ou flexíveis.<br />
2.3.1) Blindagem anti-maçarico – Material de diversas composições resistente à aplicação de<br />
calor direto.<br />
2.3.2) Blindagem anti-térmica – Material de diversas composições resistente à aplicação de<br />
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elevadas temperaturas.<br />
2.4) Material combinado – Material empregado como base estrutural ou painéis onde a<br />
combinação de alguns materiais permite melhores graus de segurança.<br />
2.4.1) Concreto de resistência normal – Conglomerado à base de cimento que possui<br />
resistência característica do tipo básico, habitual e fácil de obter.<br />
2.4.2) Concreto de alta resistência – Conglomerado à base de cimento que possui resistência<br />
característica de tipo especial, pouco habitual e difícil de obter.<br />
2.4.3) Concreto de fibras – Conglomerado à base de cimento e fibras plásticas ou metálicas<br />
que possui elevado grau de segurança ante o ataque.<br />
2.4.4) Armaduras tradicionais – Contorno de aço de resistência e formas habituais,<br />
normalmente utilizado em obras de construção e concretos armados estruturais.<br />
parede.<br />
3) Composição.<br />
3.1) Batente de porta. Estrutura básica para sustentação da folha da porta e integração com a<br />
3.2) Folha da porta. Elemento móvel que constitui a base do fechamento e alojamento dos<br />
materiais de defesa, dispositivos de fechamento e segurança.<br />
3.3) Sistema de ancoragem. Elementos ou dispositivos situados para sua adequada e eficaz<br />
integração entre os elementos da folha de porta e moldura e este ao batente.<br />
3.4) Grade interior. Elemento móvel que funciona como fechamento complementar e controle<br />
de acesso nos períodos em que a porta blindada permanece aberta.<br />
3.5) Sistema de fechos. Elementos fixos e móveis que constituem a base do fechamento e<br />
segurança das portas blindadas.<br />
3.6) Abertura motorizada. Mecanismo geralmente elétrico que permite o manejo do sistema<br />
de fechos em forma não manual ou remota.<br />
3.7) Fechadura. Elemento mecânico ou motorizado que constitui a base do acesso e segurança<br />
para a abertura e fechamento das portas.<br />
3.8) Retardador. Elemento mecânico ou motorizado que constitui a base do controle horário<br />
para a abertura das portas blindadas.<br />
3.9) Sistema de alarme. Dispositivo de segurança que, incorporado às portas blindadas,<br />
permite a detecção de ataque assim como transmite um sinal correspondente de alerta ou alarme.<br />
3.10) Sistema de bloqueio. Dispositivo de segurança que, incorporado ao sistema de fechos da<br />
porta blindada, provoca o bloqueio desta em caso de ataque mecânico ou térmico.<br />
4) Grau de segurança.<br />
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UNE 108-113-86. Camaras Encouraçadas<br />
4.1) Grau A - Equipamento E-3 e tempo T –30. Ataque com a utilização de pé-de-cabra,<br />
pinça, punção, marreta, alavanca, martelo percussor, furadeira portátil, serra mecânica ou gás<br />
oxiacetilênico. Tempo mínimo de resistência, 30 minutos.<br />
4.2) Grau B - Equipamento E-4 e tempo T-45. Ataque com a utilização dos equipamentos<br />
listados em E-3 mais furadeira elétrica com broca diamantada. Tempo mínimo de resistência, 45<br />
minutos.<br />
4.3) Grau C - Equipamento E-5 e tempo T –60. Ataque com a utilização dos equipamentos<br />
listados em E-4 mais o emprego de chama térmica. Tempo mínimo de resistência, 60 minutos.<br />
4.4) Grau D - Equipamento E-6 e tempo T –60. Ataque com a utilização dos equipamentos<br />
listados em E-5 mais o emprego de explosivo equivalente a 200 gramas de TNT. Tempo mínimo de<br />
resistência, 60 minutos.<br />
4.5) Grau E - Equipamento E-5 e tempo T –90. Ataque com a utilização dos equipamentos<br />
listados em E-4 mais o emprego de chama térmica. Tempo mínimo de resistência, 90 minutos.<br />
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3.12 - Porta interna<br />
Deve-se atentar para o fato de que uma porta fina e frágil, mesmo que tenha uma boa<br />
fechadura, poderá simplesmente ser ignorada e atravessada por um agressor. Uma porta sólida, de<br />
madeira ou de metal, é um investimento necessário. Molduras de madeira de pelo menos 10 cm ou<br />
de metal permitirão que haja segurança. Quando utilizando uma moldura de metal, deve-se ter o<br />
cuidado de que seja sólida, e não apenas o perfil, o que a tornaria frágil. Se for utilizado apenas o<br />
perfil, deve ser preenchida com cimento, de forma a resistir a impactos. Por fim, quando utilizando<br />
dobradiças para cadeados, as dobradiças devem ser fixadas de tal forma que os parafusos não<br />
fiquem expostos.<br />
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3.13 - Janelas<br />
Elemento de fechamento principalmente exterior utilizado na arquitetura e na construção em<br />
geral e raras vezes é colocado segundo condições específicas de segurança. Seu emprego diante de<br />
invasão tem, em qualquer caso, planejamentos especiais. Sua função mais comum é a ocultação de<br />
vistas e a regulação da luz solar, mas pode vir a apresentar condições notáveis de segurança.<br />
Classificam-se por:<br />
a) Tipo de manejo<br />
Refere-se à forma de ação ou movimento que realiza o conjunto ou a parte móvel.<br />
a.1) Pregado (horizontal ou vertical). Movimento de seus painéis ou partes móveis de<br />
fechamento sobre eixos horizontais ou verticais agrupando-se ou pregando-se para sua abertura.<br />
a.2) Extensível. Movimento de seus painéis ou partes móveis de fechamento sobre eixos<br />
verticais agrupando-se para sua abertura.<br />
a.3) Enrolável. Movimento de seus painéis, lâminas ou partes móveis de fechamento sobre<br />
um eixo horizontal no qual se enrolam para sua abertura.<br />
a.4) Abaixável. Movimento de seus painéis ou partes móveis de fechamento sobre um eixo<br />
vertical lateral ou central sobre o qual giram para sua abertura ou fechamento.<br />
a.5) Deslizante. Movimento de seus painéis ou partes móveis de fechamento sobre guias<br />
horizontais ou verticais nas quais deslizam para a abertura e fechamento.<br />
b) Material<br />
b.1) Aços normais.<br />
b.2) Aços especiais.<br />
b.3) Materiais sintéticos.<br />
b.4) Madeiras.<br />
c) Acionamento<br />
c.1) Manual. Acionamento direto pelo ser humano sem nenhum tipo de mecanismo adicional<br />
para seu manejo.<br />
c.2) Mecânico. Acionamento por meio de dispositivo tipo mecânico.<br />
c.3) Eletromecânico ou eletromagnético. Acionamento por meio de dispositivos tipo<br />
eletromecânico ou eletromagnético.<br />
c.4) Pneumático. Acionamento por meio de dispositivos tipo pneumático ou ar-comprimido<br />
d) Funções<br />
São as possibilidades de uso que apresentam este tipo de fechamento.<br />
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d.1) Proteção. Provê segurança perante diversas formas de ataque.<br />
d.2) Visão. Permite a vigilância ou observação direta.<br />
d.3) Ventilação. Permite a circulação do ar.<br />
d.4) Iluminação. Permite a entrada de luz natural ou artificial.<br />
e) Grau de segurança.<br />
São os níveis de segurança que podem oferecer as janelas.<br />
e.1) Resistente a ataque com elementos manuais. Resiste a ataques utilizando meios básicos<br />
como alavancas, pés-de-cabra, serras, tesouras de corte, martelos etc.<br />
e.2) Resistente a ataque com equipamento mecânico. Resiste a ataques utilizando meios<br />
mecânicos ou eletromecânicos como talhadeiras, serras elétricas, tesouras de pressão etc.<br />
e.3) Resistente a ataque com projéteis ligeiros. Resiste a ataques utilizando de armas de<br />
fogo, de caça ou guerra com projéteis básicos ou especiais.<br />
e.4) Resistente a ataque com explosivos. Resiste a ataques utilizando materiais ou cargas<br />
explosivas para a abertura.<br />
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3.14 - Fechaduras<br />
Quando se pensa em sistema de fechamento, é normal se esqueça das fechaduras. Fechaduras<br />
não podem ser consideradas como equipamentos simples que são adicionados às portas ou janelas<br />
como apêndices. Realmente, fechaduras que não sejam elementos definidos e desenhados para a<br />
segurança são apenas elementos decorativos e não de proteção. Porém, fechaduras devem ser parte<br />
de um sistema de fechamento cujo objetivo é atrasar a entrada ou a saída de um espaço por um<br />
período de tempo tal que permita a detecção do invasor. Esta é a função de um sistema de<br />
fechamento.<br />
São categorizadas como:<br />
Mecânicas – fechaduras com chaves, nos seus vários tipos.<br />
Eletromecânicas – fechaduras com cartões ou similares.<br />
Quase todos os tipos de fechadura operam por meio de uma chave, combinação numérica<br />
(segredo), cartões ou impulso elétrico. A maioria das fechaduras de chave (exceto cadeados) usa<br />
para seu funcionamento um mecanismo de travamento que se estende para além da fechadura,<br />
penetrando no receptáculo na moldura da porta. Para anulá-lo, pode-se utilizar uma chave que mova<br />
manualmente o mecanismo de volta em direção à fechadura. As lingüetas são empurradas por molas<br />
e são menos seguras que os mecanismos de travamento. Possuem um ângulo que permite seu<br />
deslizamento e fechamento na abertura da moldura da porta sempre que esta se fecha. A não ser que<br />
possua ranhura de segurança será necessário apenas um simples cartão plástico ou uma faca para<br />
empurrá-la de volta à porta.<br />
Os cilindros-mestres são a parte da fechadura que contém a ranhura para a inserção da chave e<br />
os pinos do segredo. Fechaduras de cilindro duplo são mais seguras que fechaduras de cilindro<br />
simples porque necessitam de chave também para abrir por dentro. Com fechaduras de um só<br />
cilindro, o lado oposto do cilindro é operado somente por um pino, o que significa dizer que um<br />
ladrão que quebre um vidro ou remova um painel poderá alcançar o pino e abrir a fechadura.<br />
Fechaduras com chave na maçaneta são usadas universalmente. Não possuem mecanismo de<br />
travamento, sendo que o segredo atua diretamente na lingüeta. A maioria delas contém uma ranhura<br />
na parte externa (para receber a chave) e um pino na parte interna. Apresenta as mesmas limitações<br />
que a fechadura de um cilindro. O modelo com duas ranhuras (uma de cada lado) são mais seguros.<br />
Se comparadas com as fechaduras com mecanismo de travamento, são menos seguras,<br />
especialmente porque a lingüeta sofre grande dano caso seja atacada com um martelo, por exemplo,<br />
e sua maçaneta pode facilmente ser arrancada à força, expondo o segredo.<br />
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Há várias maneiras de se atacar uma fechadura. Provavelmente o mais simples, utilizado em<br />
portas sem mecanismo de travamento, seja forçar um cartão plástico ou faca entre a porta e a<br />
moldura, próximo ao local da lingüeta, para soltá-la da moldura, o que acontece sem muita<br />
dificuldade. Fechaduras que possuem ressaltos de segurança na lingüeta ou mecanismos de<br />
travamento não são passíveis de serem abertas dessa forma. Para este tipo e fechadura, pode-se<br />
colocar uma chave de fenda ou pé-de-cabra entre a porta e a moldura, de forma que se afastem uma<br />
da outra e o mecanismo de travamento possa soltar-se da moldura. Este tipo de ataque, caso sejam<br />
tomados cuidados para não danificar nem arranhar portas e molduras, pode vir a se difícil de ser<br />
descoberto mais tarde. Outro método consiste em usar uma serra sobre a parte do mecanismo de<br />
travamento que se apresenta entre a porta e a moldura, cortando-a e liberando a porta. Pode-se<br />
também, com uma chave de fenda ou similar, desgastar a porta onde se prende o mecanismo de<br />
travamento. Por fim, pode-se arrancar o cilindro-mestre da fechadura, com o auxílio de uma<br />
furadeira e broca de metal. Todos esses métodos podem ser evitados com o uso de mecanismos de<br />
travamento de metal duro, que não possa ser serrado, molduras de metal e uso de placas de metal<br />
como proteção dos cilindros.<br />
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3.15 - Cofres e Armários<br />
São classificados por:<br />
1) Utilização<br />
A aplicação ou emprego que se realizará com eles.<br />
1.1) Guarda de valores. Locais para proteção ou guarda de objetos de valor, obras de arte,<br />
documentos, dinheiro etc.<br />
1.2) Guarda de explosivos. Locais para proteção ou guarda de material explosivo e<br />
detonadores.<br />
1.3) Guarda de armas. Locais para proteção ou guarda de armas de fogo e munições.<br />
2) Grau de segurança<br />
UNE 108-112-87.<br />
2.1) Grau A - Equipamento E-1 e tempo T –15. Ataque com a utilização de chaves, pés-de-<br />
cabra, pinças, punções, picaretas, tesouras, marretas ou alavancas. Tempo mínimo de resistência, 15<br />
minutos.<br />
2.2) Grau B - Equipamento E-3 e tempo T –15. Ataque com a utilização dos equipamentos<br />
listados em E-2 mais serras mecânicas ou gás oxiacetilênico. Tempo mínimo de resistência, 15<br />
minutos.<br />
2.3) Grau C - Equipamento E-2 e tempo T –30. Ataque com a utilização dos equipamentos<br />
listados em E-1 mais: martelo e furadeira portátil. Tempo mínimo de resistência, 30 minutos.<br />
2.4) Grau D - Equipamento E-4 e tempo T –30. Ataque com a utilização dos equipamentos<br />
listados em E-3 mais furadeira elétrica com broca diamantada. Tempo mínimo de resistência, 30<br />
minutos.<br />
2.5) Grau E - Equipamento E-5 e tempo T –45 - Ataque com a utilização dos equipamentos<br />
listados em E-3 mais: lança térmica. Tempo mínimo de resistência, 45 minutos.<br />
2.6) Grau F - Equipamento E-6 e tempo T –60 - Ataque com a utilização dos equipamentos<br />
listados em E-5 mais: explosivo equivalente a 200 gramas de TNT. Tempo mínimo de resistência,<br />
60 minutos.<br />
3) Localização<br />
Localização refere-se à disposição final que têm as caixas fortes e para que estão desenhadas e<br />
fabricadas. Em geral, a localização está relacionada com sua segurança.<br />
3.1) Caixa forte autônoma. Independente do ambiente que a cerca.<br />
3.2) Caixa forte fundeada. Presa ao solo ou parede.<br />
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41
segurança.<br />
3.3) Caixa forte embutida.<br />
4) Volume Útil<br />
Refere-se ao espaço disponível no interior da caixa forte, armários ou compartimentos de<br />
- Menor que 50 litros<br />
- De 51 a 100 litros<br />
- De 101 a 200 litros<br />
- De 201 a 500 litros<br />
-Maior de 500 litros<br />
5) Composição especial.<br />
No caso da fabricação de armários de segurança com características especiais, estas não se<br />
enquadrarão nas categorias das normas técnicas, pois seu desenho e construção são de caráter livre.<br />
Serão os testes de classificação, não obrigatórios e difíceis de serem realizados no Brasil, que<br />
permitirão obter o seu grau de segurança específico. Não obstante, é importante assinalar algumas<br />
características que devem ser consideradas pelo planejador, tais como:<br />
- Dimensões interiores e exteriores.<br />
- Peso.<br />
- Volume útil interior.<br />
- Material e acabamento.<br />
- Tipo e quantidade de fechaduras.<br />
- Fechaduras horárias.<br />
- Sistema de detecção e alarme.<br />
Dado o amplo leque de oferta que o mercado apresenta para este tipo de elemento, é<br />
aconselhável analisar e avaliar suas características caso a caso.<br />
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42
3.16 - Salas-fortes<br />
São definidas como recintos de segurança limitados e formados por um conjunto de defesas<br />
físicas integradas por paredes e ou painéis blindados. Salas-fortes (ou câmaras blindadas) são, na<br />
verdade, grandes cofres. Estão sujeitas às mesmas vulnerabilidades ao fogo e a agressões que os<br />
cofres. Por causa de seu tamanho, normalmente somente a porta é feita de aço e o restante de<br />
concreto. São pesadas e em geral construídas no sub-solo do prédio para evitar problemas<br />
estruturais. Este tipo de construção tem normalmente como objetivo a custódia de valores. Podem<br />
ser resistentes a fogo ou resistente a arrombamento.<br />
Classificam-se por:<br />
1) Utilização<br />
Refere-se ao emprego que terá a câmara como recinto protegido para a guarda de valores.<br />
1.1) Câmaras de valores. Guarda de elementos de especial valor, como: metais preciosos,<br />
jóias, obras de arte, documentos etc para uso privado ou bancário.<br />
1.2) Câmara de espécie (papel moeda). Guarda de papel moeda para uso privado ou bancário.<br />
1.3) Câmara de aluguel. Guarda de elementos de especial valor ou dinheiro em espécie para<br />
uso público.<br />
2) Grau de segurança<br />
UNE 108-113-87<br />
2.1) Grau A - Equipamento E-3 e tempo T –30. Nível mínimo. Ataque com a utilização de<br />
chaves, pés-de-cabra, pinças, picaretas, tesouras, marretas, martelos, serras mecânicas ou abrasivas<br />
e gás oxiacetilênico.Tempo mínimo de resistência, 30 minutos.<br />
2.2) Grau B - Equipamento E-4 e tempo T-45. Nível médio. Ataque com a utilização dos<br />
equipamentos listados em E-3 mais furadeira elétrica com broca diamantada. Tempo mínimo de<br />
resistência, 45 minutos.<br />
2.3) Grau C - Equipamento E-5 e tempo T –60. Nível alto. Ataque com a utilização dos<br />
equipamentos listados em E-4 mais: lança térmica. Tempo mínimo de resistência, 60 minutos.<br />
2.4) Grau D - Equipamento E-6 e tempo T –60. Nível muito alto. Ataque com a utilização dos<br />
equipamentos listados em E-5 mais explosivo equivalente a 200 gramas de TNT. Tempo mínimo de<br />
resistência, 60 minutos.<br />
2.5) Grau E - Equipamento E-5 e tempo T –90. Nível muito alto. Ataque com a utilização dos<br />
equipamentos listados em E-4 mais lança térmica. Tempo mínimo de resistência, 90 minutos.<br />
3) Situação<br />
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43
Refere-se à disposição da câmara blindada na planta arquitetônica:<br />
3.1) Baixa. Situação da câmara abaixo do nível da rua ou zona de acesso ao local.<br />
3.2) Ao nível da rua. Situação da câmara planta ao nível da rua ou zona de acesso ao local.<br />
3.3) Alta. Situação da câmara acima do nível da rua ou zona de acesso ao local.<br />
4) Localização<br />
Refere-se às características do local onde se encontra situada ou se situará a câmara e as<br />
condições de utilização deste local.<br />
4.1) Local próprio ou único. Disposição do espaço sem limitações por ser construída em local<br />
não compartilhado com outras atividades.<br />
4.2) Local compartilhado. Disposição do espaço com limitações por ser construída em local<br />
compartilhado com outras atividades.<br />
5) Construção<br />
Refere-se ao sistema utilizado para sua montagem ou configuração.<br />
5.1) Tradicional. Construção no local com materiais básicos e habituais, utilizando formas de<br />
montagem também habituais e genéricos.<br />
5.2) Pré-fabricada. Construção em fábrica mediante sistemas especiais e industrializados e<br />
com formas de montagem e trabalhos específicos.<br />
6) Espessura das paredes<br />
Grau A Até 30 cm<br />
Grau B De 31 a 40 cm<br />
Grau C De 41 a 60 cm<br />
Grau D De 61 a 100 cm<br />
Grau E Mais de 100 cm<br />
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3.17 - Iluminação<br />
A iluminação permite que seu sistema de segurança continue operando durante a noite e<br />
permite que se mantenha um nível de proteção próximo ao nível existente durante o dia. Uma boa<br />
iluminação também funciona como um importante fator de dissuasão para desencorajamento de<br />
possíveis agressores.<br />
Não é comum a compreensão de que a iluminação de proteção sirva para outros propósitos<br />
além de dissuadir possíveis agressores. A falta de uma boa iluminação de proteção é causada por<br />
uma percepção falha de suas vantagens, principalmente seu baixo custo. Para compensar sua falta,<br />
aumenta-se o número de postos de vigilância e patrulhas móveis, o que é bem mais caro.<br />
o intruso.<br />
A iluminação de segurança possui como características gerais:<br />
1º) É relativamente barato mantê-la.<br />
2º) Permite reduzir a necessidade de forças de segurança.<br />
3º) Permite proteção pessoal para a força de segurança reduzindo o elemento de surpresa para<br />
4º) Requer menor intensidade que a luz de trabalho.<br />
O planejamento de um sistema de iluminação deve considerar a necessidade de luz a partir do<br />
perímetro externo, passando por áreas e benfeitorias sensíveis dentro da empresa e terminando nos<br />
locais de onde houver atividade noturna. Normalmente há menor necessidade de luz nas partes<br />
externas que nas partes internas da empresa, exceto nos locais onde haverá atividades tais como<br />
portões de entrada e locais de carga e descarga noturna. Pode também ser utilizado acoplado a um<br />
sistema de alarmes, gerando grande benefício para a segurança.<br />
protegidas.<br />
A iluminação de proteção precisa justificar-se por ao menos um dos três motivos abaixo:<br />
1º) Desencorajar entradas não autorizadas na área da empresa.<br />
2º) Simplificar e garantir a detecção de intrusos que se aproximem ou tentem entrar em áreas<br />
3º) Prevenir e detectar roubos internos ou outros problemas do gênero.<br />
O sistema de iluminação deve ter capacidade de continuar operando de forma eficiente<br />
durante períodos de baixa visibilidade tais como serração ou fortes chuvas.<br />
Há também a necessidade de luzes de emergência, iluminação reserva caso haja pane nas<br />
luzes principais, rotinas de teste e manutenção.<br />
Quando se inicia o planejamento de um sistema de iluminação de proteção ou avalia-se um<br />
sistema já existente, os seguintes pontos devem servir de guia:<br />
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45
1º) Fazer uma lista com a descrição, características e especificações dos vários tipos de<br />
lâmpadas existentes.<br />
2º) Fazer uma pesquisa e levantar as características dos vários tipos de iluminação oferecidos<br />
pelo mercado.<br />
3º) Fazer alguns diagramas e definir quais as suas necessidades de iluminação, definindo<br />
altura, direção e espaçamento da iluminação.<br />
iluminar.<br />
4º) Definir o mínimo necessário em termos de luminosidade em cada área que se queira<br />
Para tanto, deve-se levar em consideração:<br />
1) Requisitos de manutenção. O que inclui limpeza periódica e troca de lâmpadas queimadas.<br />
A determinação dos custos de manutenção deve incluir material de apoio tais como escadas e<br />
ferramental, tanto para limpeza e troca das lâmpadas quanto para a segurança de quem vai executar<br />
o trabalho.<br />
2) Controle fotoelétrico. Sua utilização para acionar automaticamente a iluminação deve ser<br />
avaliada. São práticos e reduzem o gasto com energia, porém aumentam o custo de implantação do<br />
projeto.<br />
3) Condições climáticas. As condições de sol, chuva, ventos e serração devem ser avaliadas.<br />
Elas podem influenciar o tipo de lâmpada escolhida e aumentar a necessidade de manutenção.<br />
4) Alimentação. As condições da rede elétrica devem ser levantadas, com especial atenção às<br />
flutuações e períodos de falta de energia. Talvez se torne necessário um sistema de alimentação<br />
próprio com geradores.<br />
5) Aterramento. O aterramento protegerá o sistema contra sobrecargas que poderiam danificá-<br />
lo. Aterramentos são, portanto, de fundamental importância e não devem ser desprezados.<br />
6) Controle de manutenção. Deve-se estabelecer uma pauta de controle onde os tempos de<br />
acionamento dos vários tipos de lâmpadas serão estimados, permitindo o controle e a previsão de<br />
queimas. A expectativa de vida de uma lâmpada é fornecida pelo fabricante, e normalmente se<br />
considera 80% desse tempo como o ideal para adquirirmos sobressalentes, caso não haja em<br />
estoque, e prepararmos uma troca. Na próxima página segue um exemplo de pauta:<br />
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46
Tipo e voltagem Localização<br />
(ver diagrama)<br />
Data da instalação Data esperada da troca<br />
001 Mercúrio 1000W 1-001 10 jul 20002 15 out 2002<br />
002<br />
etc<br />
Sódio 400W 4-002 15 out 2002 09 dez 2004<br />
Diagrama:<br />
7) Áreas restritas. Todas as áreas restritas devem estar iluminadas durante toda a noite no seu<br />
perímetro e pontos de acesso. O posicionamento deve cumprir as seguintes regras:<br />
- Não ter um brilho ofuscante que cause cegueira temporária no pessoal de segurança e<br />
atrapalhe sua tentativa de observar possíveis invasões, fornecendo vantagem ao invasor.<br />
- Não iluminar o pessoal de segurança e nem fornecer a sua silhueta, permitindo que o invasor<br />
saiba quantos são e sua localização.<br />
- Garantir ao pessoal de segurança o controle do acionamento do sistema de iluminação,<br />
evitando seu desligamento mesmo que não intencional.<br />
8) A iluminação de pontos de controle de entrada deve ser de intensidade suficiente para<br />
permitir aos guardas comparar e identificar os portadores de crachás.<br />
9) A iluminação protetora deve permitir ao pessoal de segurança observar sem serem vistos.<br />
10) Sempre deve prever luzes brilhantes nos olhos do intruso.<br />
11) Deve haver pouca luz nas rotas de patrulha da segurança.<br />
12) A queima de uma ou mais luzes não deve afetar a operação das luzes restantes.<br />
13) A fonte de energia substituta deverá ser adequada para sustentar a iluminação de<br />
segurança de todas as áreas sensíveis e estruturas.<br />
14) O cone de iluminação da fonte de luz deve ser dirigido para baixo e pra longe da estrutura<br />
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ou área protegida e para longe do pessoal de segurança da área.<br />
15) A fonte de luz para iluminar cercaduras de perímetro deve ser localizada suficientemente<br />
dentro da área protegida e acima da cerca de forma que a claridade possa cobrir todo o solo<br />
adjacente à cercadura.<br />
16) Deve prover adequada iluminação até mesmo de áreas limítrofes.<br />
Existem quatro tipos gerais de sistemas de iluminação de segurança:<br />
- Contínuo. É o sistema de iluminação de segurança mais comum e que consiste em<br />
luminárias estacionárias. Há dois métodos primários de empregar iluminação contínua, que são:<br />
1º) Projeção de clarão.<br />
2º) Iluminação controlada.<br />
- Auxiliar. É o sistema de iluminação de segurança no qual as luminárias são estacionárias e<br />
não estão continuamente ligadas.<br />
- Móvel. É o sistema de iluminação de segurança que consiste em holofotes móveis,<br />
manualmente operados. Normalmente é utilizado para complementar iluminação contínua ou<br />
auxiliar.<br />
- De emergência. Utilizado em caso de pane geral dos outros sistemas, duplica os outros três<br />
sistemas citados no todo ou em parte. Seu uso é limitado pela possível falta de energia que pode<br />
ocorrer em casos de emergências ou mesmo por requisitos de atendimento à própria emergência,<br />
que poderá limitar o uso de energia elétrica por questões de segurança. Pode depender grandemente<br />
de fontes de energia alternativa como geradores portáteis ou baterias.<br />
Há vários tipos de iluminação usados para propósitos de segurança:<br />
- Luminárias incandescentes. Proporciona iluminação imediata e pode ser montada de<br />
maneira que a luz seja refletida ou difusa. Um exemplo é a lâmpada incandescente comum.<br />
- Luminárias de descarga gasosa. Possuem a vantagem de serem mais eficientes (menor custo<br />
por lux produzido) que as luzes incandescentes e apresentam excelente desempenho onde há névoa<br />
e cerração. Porém possuem a desvantagem de exigirem de dois a cinco minutos para acender<br />
quando frias e períodos mais longos para reacender quando quentes. Há dois tipos principais:<br />
1º) Luminária a vapor de mercúrio – produz luz azul suave.<br />
2º) Luminárias a vapor de sódio – produz luz amarela suave.<br />
- Luminárias de quartzo: Têm luz branca muito luminosa e acendem rapidamente. São<br />
excelentes para uso ao longo de perímetros e em áreas críticas, mas freqüentemente necessitam ser<br />
usadas em potências muito altas e de grande consumo.<br />
Os tipos descritos acima se apresentam no mercado em três tipos básicos de equipamentos<br />
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48
com aplicações de segurança:<br />
1) Holofotes.<br />
Direcionais, protejam luz em um raio concentrado com um pouco de difusão. Por serem fixos,<br />
são apropriados para iluminar áreas específicas e para uso em ocasiões que exijam iluminação<br />
longínqua.<br />
2) Fresnels.<br />
Grandes faróis usados para estender a iluminação em faixas longas, horizontais. Eles projetam<br />
uma faixa curta de aproximadamente 180º na horizontal e de 15º a 30º na vertical.<br />
3) Luzes de rua.<br />
Produzem luz difundida, extensamente usada em áreas de estacionamento.<br />
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3.18 - Vigilantes<br />
Emprego de meios humanos.<br />
Podem ser próprios da empresa ou terceirizados, cada solução apresentando vantagens e<br />
desvantagens.<br />
Vantagens de vigilantes próprios:<br />
- Geralmente de melhor padrão, pois, eles recebem salários mais altos.<br />
- Geralmente prestam melhor serviço, pois se sentem como parte do negócio.<br />
- Podem ser treinados para dirigir alguns deveres de segurança mais complexos.<br />
- Apresenta menor rotatividade.<br />
- São mais familiarizados com as instalações que protegem.<br />
-Tendem a ser mais leais à companhia.<br />
Desvantagens de vigilantes próprios:<br />
- Custam mais caro.<br />
- Têm que ter substitutos disponíveis na própria empresa.<br />
Vantagem de vigilantes terceirizados:<br />
- A empresa reduz seus problemas administrativos e de pessoal, reduzindo a carga sobre seu<br />
Departamento de Pessoal.<br />
- A empresa é aliviada das responsabilidades paralelas relacionadas à folha de pagamento.<br />
- A empresa transfere para a contratada a responsabilidade de programar e supervisionar o<br />
pessoal da vigilância.<br />
necessário.<br />
vigilantes.<br />
- A contratada é capaz de fornecer vigilantes extras em curto espaço de tempo quando<br />
- A contratada assume os riscos da responsabilidade civil.<br />
Desvantagens de vigilantes terceirizados:<br />
- A empresa perde parte de seu controle sobre a qualificação dos vigilantes.<br />
- Objetivando a redução de seus custos, a contratada pode dar treinamento falho aos<br />
- Também objetivando a redução de seus custos, a contratada pode utilizar empregados de<br />
baixo salário e, por conseguinte, de baixa qualidade profissional.<br />
- Os vigilantes terceirizados não apresentam lealdade para com a organização.<br />
- Podem apresentar elevado índice de rotatividade, o que inviabiliza qualquer programa de<br />
treinamento implementado pela empresa.<br />
- Podem não estar familiarizados com a planta.<br />
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3.19 - Cães de Guarda<br />
Seu uso vem crescendo ultimamente, pois os custos envolvidos na aquisição, alimentação e<br />
treinamento de cães são bem mais baixos que o custo agregado dos vigilantes que eles podem<br />
substituir.Também eliminam a necessidade de extensas cercas iluminadas, uma vez que cães de<br />
guarda preferem estar na penumbra, apenas com a iluminação natural da lua ou luzes refletidas à<br />
distância.<br />
Apresentam grande vantagem no uso em áreas sujeitas à serração ou fortes chuvas, que<br />
reduzem a visibilidade humana, mas não ofuscam os sentidos dos cães. Vale ressaltar que os cães<br />
podem distinguir entre vários tipos de ruído a uma grande distância, pois sua acuracidade auditiva é<br />
vinte vezes maior que a acuracidade humana e sua acuracidade visual é dez vezes maior que a<br />
humana, não obstante não distinguirem cores e não poderem focar em um objeto específico.<br />
Os cães imprimem também ao sistema de segurança um forte fator dissuasório. Para o<br />
invasor, saber que na escuridão um cão feroz o espreita é no mínimo inquietante.<br />
Os mais apropriados são os da raça Dobermann, Pastor Alemão e Rottweiler.<br />
- Inconvenientes<br />
Para que possa ser efetivo no serviço, um cão deve obedecer a somente uma pessoa, o que<br />
obriga a maior planejamento por parte do Departamento de Pessoal. Normalmente, a empresa<br />
deverá ter mais de uma equipe de cães, cada uma com seu “dono”, por assim dizer. Quando esse<br />
“dono” estiver no seu turno de vigilância, sua equipe estará com ele e as outras estarão descansando<br />
no canil.<br />
Cães não possuem a capacidade de decisão inerente aos humanos. Mas possuem grande<br />
agressividade natural e elevada capacidade de detectar movimento, sons e odores, mesmo na<br />
escuridão. Um bom planejamento deve prever um trabalho em equipe, no qual o uso desses fatores<br />
de força do animal sirva para aumentar a capacidade de detecção, decisão e reação dos seres<br />
humanos encarregados da vigilância.<br />
Por fim, cães necessitam de um grande esforço de treinamento. Mas se treinados para tal e<br />
bem posicionados, poderão detectar um intruso antes que ele atinja os limites externos da empresa,<br />
mesmo no escuro.<br />
Emprego de cães<br />
Antes de decidir sobre o uso de cães de guarda, o profissional de segurança deve levar em<br />
consideração alguns fatores.<br />
- Presença de distúrbios externos.<br />
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A efetividade dos cães de guarda possui uma grande dependência da ausência de distúrbios<br />
externos. Cães de guarda detectam movimentos, sons e odores estranhos, e isso os faz alarmar a<br />
presença de invasores, ou seja, alguém que não está ali normalmente. Sendo assim, eles devem ser<br />
utilizados em ambientes controlados, ou seja, que não varie de forma difusa. O local deve ser livre<br />
de variações descontroladas de movimento, sons e odores para que o animal possa perceber que a<br />
variação vem de um invasor. Quando utilizados em áreas onde tais variações ocorrem, o cão notará<br />
todas elas e não saberá distinguir quando um invasor se aproximar. Nessa situação, seu valor como<br />
cão de guarda se limitará ao efeito psicológico de dissuasão.<br />
- Visibilidade reduzida e escuridão.<br />
Cães de guarda são mais efetivos quando utilizados à noite, em áreas escuras – não em áreas<br />
iluminadas ou durante períodos de visibilidade reduzida. Cães ficam especialmente alerta quando na<br />
escuridão, pois aguçam seus sentidos de audição e olfato, os quais são suas melhores ferramentas<br />
para a detecção de invasores. Se utilizados de dia ou em áreas iluminadas devem patrulhar por rotas<br />
alternativas que busquem as sombras ou permanecer em pontos escuros de onde possam vigiar a<br />
área a ser protegida. Por fim, caso seja necessário que se exponham em áreas iluminadas, mesmo<br />
não sendo seu uso ideal do ponto de vista técnico, sua exposição aumentará o efeito psicológico de<br />
dissuasão sobre potenciais invasores.<br />
- Vento, terreno e clima.<br />
De todos os elementos naturais a serem considerados, o vento é o mais importante. Saber a<br />
direção dominante e sua velocidade afeta sobremaneira a forma de se planejar o uso de cães de<br />
guarda, pois se deve utilizar o cão onde ele possa usar o vento a seu favor para aumentar sua<br />
capacidade de detecção. Isso se torna crítico, pois afeta os dois principais sentidos do animal, o<br />
olfato e a audição. Sendo assim, o melhor uso do fator vento consiste em planejar o uso do cão de<br />
forma que ele possa receber o vento vindo da área a ser vigiada.<br />
Da mesma forma o terreno e suas benfeitorias podem, se bem que em menor escala, interferir<br />
no olfato e audição dos cães, na medida em que podem desviar o sentido original dos ventos e<br />
distorcer e difundir os sons de tal forma que se tornará muito difícil para o cão definir o local exato<br />
da origem dos cheiros ou dos sons, dificultando que ele localize o invasor.<br />
As condições climáticas extremas tais como chuva torrencial, frio intenso, ou ventos muito<br />
fortes também devem ser consideradas, pois tendem a reduzir a capacidade de detecção dos cães.<br />
Em tais condições, o uso de rotas alternativas de patrulha onde o animal possa estar mais abrigado.<br />
É razoável considerar que os cães suportam exposição às intempéries da mesma forma que os<br />
humanos, e que também as mesmas conseqüências. Sendo assim, sob condições extremas, da<br />
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mesma forma que o homem deve se proteger deve proteger também os cães. Por exemplo, sob frio<br />
intenso, da mesma forma que os vigias devem se agasalhar, deve-se considerar a necessidade de<br />
agasalho para os cães, inclusive calçados, caso tenham que caminhar sobre geadas.<br />
- Turno de trabalho.<br />
Normalmente o turno de trabalho dos cães deve ser de quatro horas por quatro de descanso.<br />
Caso se queira planejar turnos maiores,<br />
normalmente os cães se cansam e perdem o<br />
interesse em seis horas. Ainda assim, quando o<br />
vento, o frio ou o calor se torna por demais<br />
agressivo, é‘prudente uma redução no turno de<br />
forma a evitar animais cansados e desinteressados<br />
na ronda.<br />
Na figura ao lado temos um exemplo de<br />
planejamento de uso de cães de guarda.<br />
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4.0 – Planejamento de <strong>Segurança</strong> <strong>Física</strong><br />
Numa visão mais ampla, o planejamento da segurança física visa atingir o propósito de<br />
proteger bens e pessoas, prevenindo, coibindo ou neutralizando ações de agentes agressores que<br />
venham a interferir na rotina da empresa. Devemos arquitetar nossas ações com a finalidade<br />
impedir o avanço dos agentes agressores.<br />
Antes de se iniciar um planejamento de segurança física, há necessidade de se definir:<br />
1) Quais os ativos que vamos proteger (O que protegeremos)?<br />
2) A que riscos esses ativos estão sujeitos (Quanto protegeremos)?<br />
Há também a necessidade de se determinar o grau de risco ao qual o que deve ser protegido<br />
está exposto. Uma empresa localizada em área urbana de alta criminalidade e possui itens de alto<br />
custo para proteger precisará de mais segurança que uma empresa na área rural, onde seja baixa a<br />
criminalidade, e que produza, por exemplo, parafusos.<br />
Normalmente (mas não obrigatoriamente) o planejamento se faz apoiado na teoria dos<br />
círculos concêntricos.<br />
Consideraremos primeiramente a segurança de perímetro. Perímetro significa fronteiras<br />
externas, normalmente os limites da propriedade. Esta será a primeira linha de defesa contra as<br />
invasões. A segurança de perímetro é tipicamente composta fossos ou por cercaduras, apoiada em<br />
iluminação, CFTV e patrulhas. Em alguns casos, especialmente áreas urbanas, as paredes dos<br />
prédios são o perímetro e suas portas e janelas seus acessos. O tipo de barreira física que será<br />
utilizada como primeira linha de proteção dependerá do que se pretende proteger. Por exemplo,<br />
proteger um prédio em área urbana difere significativamente de proteger uma fábrica no campo.<br />
Para o planejamento de uma segurança de perímetro, os seguintes fatores devem ser<br />
considerados:<br />
1°) Sempre que houver um planejamento de perímetro, ele precisa estar de acordo com a<br />
visão geral do Plano Estratégico da empresa e do Plano Tático de <strong>Segurança</strong>.<br />
2°) Perímetros de segurança precisam ter uma relação custo-benefício favorável. Quando o<br />
plano for apresentado, certamente alguém perguntará “Que tipo de retorno teremos com esse<br />
investimento?”.<br />
3°) Muito embora quanto menor o número de entradas no perímetro de segurança mais segura<br />
ele fica, seu planejamento não deve interferir negativamente nos negócios nem na execução do<br />
Plano de Evacuação de Emergência. Fazer segurança significa aumentar o grau de proteção para as<br />
pessoas e equipamentos, e não aumentar o risco.<br />
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4°) Perímetros de segurança têm efeito psicológico sobre invasores em potencial. Eles<br />
sinalizam para os de fora – e para os de dentro também – que há medidas para impedir invasões.<br />
5°) Mesmo com uma boa segurança de perímetro, a possibilidade de uma entrada não<br />
autorizada não deve ser desconsiderada.<br />
6°) Se são encontrados invasores dentro da propriedade, houve fragilidade do perímetro de<br />
segurança. Essa fragilidade deve ser encontrada e corrigida.<br />
7°) O perímetro de segurança deve servir como uma primeira linha de uma série de defesas.<br />
8°) Mercadorias sempre poderão ser atiradas por sobre cercas ou através de janelas. Uma<br />
enorme variedade de coisas sempre poderá ser surrupiada por pessoas a pé ou em veículos<br />
legalmente dentro da propriedade.<br />
9°) O perímetro externo de um prédio, principalmente em áreas urbanas, normalmente são<br />
suas paredes externas.<br />
10°) Zonas limpas. Para permitir vistas livres, os dois lados de uma cercadura deverão estar<br />
limpos, sem obstáculos. Deve existir uma zona vazia de 6 metros ou mais entre a barreira de<br />
perímetro e as estruturas de exterior, áreas de estacionamento, características naturais ou<br />
benfeitorias feitas pelo homem. Da mesma forma, deve existir uma zona vazia de 15 metros ou mais<br />
entre a barreira de perímetro e as estruturas internas. Em caso de cercas duplas, o intervalo entre<br />
elas também deve ser suficientemente grande que impeça que uma cerca seja utilizada como apoio<br />
para ultrapassar a outra.<br />
11°) Barreiras perimetrais estão todo o tempo expostas ao público externo. Deve-se cuidar<br />
bem da sua aparência, bem como da aparência do pessoal das patrulhas e das guaritas.<br />
12°) Barreiras perimetrais devem ser inspecionadas periodicamente, em períodos curtos. Não<br />
se deve esperar encontrar um invasor na ante-sala para saber que a cerca está rompida.<br />
Após considerarmos a segurança perimetral, passaremos para o segundo círculo, tipificado<br />
aqui pelo sistema de fechamento. O propósito básico de um sistema de fechamento é obstruir<br />
entradas não autorizadas em locais já dentro do perímetro da empresa. Tentativas de entrada em<br />
lugares não autorizados – protegidos – ocorrem normalmente pela porta ou pela janela, tanto<br />
externas quanto internas e sistemas de fechamento devem deter o acesso não autorizado de pessoas<br />
de dentro ou de fora da empresa.<br />
Um sistema de fechamento é composto por:<br />
1) A abertura em que a porta será inserida, e seus materiais adjacentes.<br />
2) A moldura que é inserida nesta abertura.<br />
3) A porta, janela, portão ou similar e o material que o constitui.<br />
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4) As dobradiças.<br />
5) A maçaneta e sua lingüeta, ou outro dispositivo similar.<br />
6) O cilindro-mestre.<br />
7) O mecanismo de travamento.<br />
Todas as partes do sistema de fechamento devem receber a mesma atenção.<br />
Se em um sistema de fechamento tem um de seus itens especificado de forma tal que forneça<br />
alto grau de segurança, mas outros itens não o acompanham no mesmo grau, não surte o efeito<br />
esperado e perde-se trabalho e dinheiro.<br />
Atualmente fechaduras apresentam alto grau de sofisticação em relação à segurança oferecida,<br />
mas os outros materiais não. Sendo assim, erros são comuns.<br />
Por fim, passamos à terceira linha de proteção, a proteção interna. A terceira linha de proteção<br />
é aquela que visa o controle interno de acesso e é composta por cofres, armários, porta interna, salas<br />
fortes e similares.<br />
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4.1 - Iniciando o plano<br />
Baseado em um diagnóstico e uma análise de risco, o plano tem como finalidade principal,<br />
propor soluções para a diminuição dos riscos levantados.<br />
Iremos então dimensionar os meios humanos, animais e técnicos a serem utilizados para<br />
alcançar nossos objetivos.<br />
O plano deve estar bem alinhado com a política e objetivos da empresa para que possamos<br />
atingir resultados não só eficazes e eficientes, mas também efetivos.<br />
É interessante iniciar apresentando o conceito à alta direção da empresa mostrando as<br />
conseqüências para a empresa caso o sistema produtivo seja atacado e uma visão histórica de fatos<br />
ocorridos em outras empresas – ou na própria empresa.<br />
Após a apresentação das medidas propostas se deve apresentar de forma honesta à direção que<br />
tipo de problemas as medidas de segurança poderão causar na produtividade e, comparando-se tais<br />
problemas com as conseqüências de possíveis ataques ao sistema produtivo (mostradas no início da<br />
apresentação), uma honesta análise do custo/benefício de tais propostas – que deve ser favorável à<br />
segurança, pois se não for não de deve sequer iniciar a apresentação das propostas de segurança.<br />
O plano deverá retratar todas as preocupações que o executivo de segurança deve ter com<br />
relação à aplicação dos recursos adequados, além da descrição das normas e procedimentos que as<br />
equipes de segurança desempenharão através das normas de cada posto de serviço, respeitando-se<br />
as particularidades existentes em cada setor.<br />
Para que isso aconteça, se faz necessário que todos os envolvidos com a segurança, estejam<br />
bem treinados e integrados com o ambiente de trabalho.<br />
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4.2 - Fatores importantes na elaboração do plano<br />
<strong>Segurança</strong>.<br />
Primeiro passo:<br />
- Saber atividade principal da empresa;<br />
- Saber as metas e condicionantes do Plano Estratégico da empresa e do Plano Tático de<br />
- Conhecer a geografia da região;<br />
- Conhecer a planta da empresa;<br />
- Conhecer o entorno da empresa (proximidade de aeroportos, vias principais, córregos de<br />
água, fontes de distribuição de energia, comunidades etc);<br />
- Relacionar o histórico das ocorrências em outras empresas que residem na área;<br />
- Conhecer as benfeitorias da empresa, inclusive internamente;<br />
- Identificar os pontos vulneráveis (diagnóstico);<br />
- Levantar os riscos (análise de risco).<br />
Após isso:<br />
- Identificar as barreiras necessárias (muros,cercas, portões, controle dos acessos, iluminação<br />
etc), considerando o aproveitamento das barreiras naturais;<br />
- Estabelecer postos de segurança (humana ou animal);<br />
- Estabelecer pontos e controles de acesso;<br />
- Estabelecer procedimentos;<br />
- Levantar efetivo necessário;<br />
- Levantar materiais e equipamentos a serem utilizados;<br />
- Calcular o custo;<br />
- Em função do orçamento, reajustar se for necessário.<br />
- Alinhar os possíveis problemas que as medidas de segurança poderão causar (por exemplo,<br />
aumento do tempo de carga ou descarga, aumento do tempo necessário para os empregados<br />
entrarem ou saírem da empresa etc)<br />
Devemos dar especial atenção aos pontos de maior sensibilidade numa organização que são:<br />
- Controle de acesso, circulação e perímetros;<br />
- Controles internos e identificação;<br />
- Áreas restritas, armazéns e estacionamentos;<br />
- Áreas de carga e descarga.<br />
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4.3 - Esboço de um Plano Operacional de <strong>Segurança</strong> <strong>Física</strong><br />
1. Propósito. Explicita o propósito do plano de forma clara que não permita dúvidas.<br />
2. Área de segurança. Define as áreas, prédios e outras estruturas consideradas críticas e que<br />
mereçam proteção, bem como a prioridade para sua proteção.<br />
3. Medidas de controle. Estabelece restrições para o acesso e movimento nas áreas críticas.<br />
Essas restrições devem ser listadas para pessoal, veículos e carga.<br />
a. Controle de pessoal.<br />
(1) Área. Define controles referentes a cada área ou estrutura considerada individualmente<br />
(a) Autorização de acesso. Quem a possui e emitida por quem.<br />
(b) Critério de acesso para:<br />
i. Empregados da empresa.<br />
ii. Visitantes.<br />
iii.Vendedores.<br />
iv Pessoal de manutenção.<br />
v Pessoal contratado para trabalhos específicos.<br />
vi Outros.<br />
(2) Identificação e controle.<br />
(a) Tipo. Descreve o sistema a ser utilizado em cada área. Se for utilizado um sistema de<br />
crachás, deve conter uma descrição completa sobre todo os aspectos relativos ao acesso de pessoal<br />
nas diversas áreas da empresa e como os crachás permitirão sua visualização rápida.<br />
(b) Aplicação. Deve incluir regras específicas para cada caso baixo.<br />
i. Empregados da empresa.<br />
ii. Visitantes.<br />
iii.Vendedores.<br />
iv. Pessoal de manutenção.<br />
v. Pessoal contratado para trabalhos específicos.<br />
vi. Outros.<br />
b. Controle de material. Deve-se ter em mente que a área de segurança não define normas na<br />
área contábil ou fiscal. A segurança controla se as normas definidas nessas áreas ppr quem de<br />
direito na empresa estão sendo seguidas para evitar perdas por recebimentos ou liberações<br />
indevidas.<br />
(1) Entrada de material.<br />
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(a) Recebimento. Define normas de segurança a serem observadas para recebimento de<br />
material e suprimentos de modo rotineiro.<br />
(b) Controle. Define normas e responsabilidades a respeito da inspeção de segurança sobre o<br />
material que entra na empresa, incluindo toda a documentação necessária para o aceite.<br />
(2) Saída de material.<br />
(a) Carregamento. Define normas de segurança a serem observadas para o carregamento de<br />
produtos de modo rotineiro.<br />
(b) Controles. Define normas e responsabilidades a respeito da inspeção de segurança sobre o<br />
material que sai da empresa, incluindo toda a documentação necessária para a liberação.<br />
(3) Casos especiais. Define normas de segurança a serem observadas para o recebimento ou<br />
carregamento não usuais, em áreas livres ou restritas. Define também a responsabilidade a respeito<br />
da inspeção e liberação, documentação necessária e outros. Normatiza a procura e inspeção de<br />
material caso haja indícios de ameaça, neste caso específico sempre de acordo com a legislação<br />
vigente.<br />
c. Controle de veículos.<br />
(1) Frota da empresa. Define normas para o controle da utilização dos veículos da empresa.<br />
Note-se que as normas para a utilização em si não são definidas pela área de segurança da empresa,<br />
mas pela logística ou outra área equivalente. A segurança controla apenas o uso determinado para<br />
evitar perdas por utilização indevida.<br />
(2) Veículos particulares dos empregados. Define normas para controle de entrada, revista e<br />
saída dos veículos particulares dos empregados da empresa. A revista só poderá ser realizada se de<br />
acordo com a legislação vigente.<br />
(3) Veículos de vendedores, visitantes, contratados e outros veículos. Normas para controle<br />
de entrada, revista e saída, sendo a revista sempre de acordo com a legislação vigente.<br />
(4) Normas para o controle da entrada de veículos em áreas restritas.<br />
(a) Veículos particulares dos empregados.<br />
(b) Frota da empresa.<br />
(c) Veículos de emergência.<br />
(d) Veículos dos vendedores, visitantes, contratados e outros veículos.<br />
d Política e procedimentos para registro de veículos. A política de autorização de entrada<br />
de veículos de empregados da empresa não é, a princípio, definida pela área de segurança, mas pela<br />
área de RH. Aqui essa política é explicitada e são definidas normas para seu cumprimento.<br />
4. Implementação da segurança. Indica de que forma os seguintes itens de segurança serão<br />
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implementados dentro da área da companhia.<br />
a. Barreiras de proteção.<br />
(1) Definições. Descrição de que barreiras estruturais serão criadas ou barreiras naturais serão<br />
aproveitadas, com o propósito de cada uma. Deve-se ter atenção para o fato de que barreiras de<br />
segurança incluem cercaduras, mas não somente cercaduras. Inclui também portas, janelas,<br />
armários, cofres e todo mais que retarde a ação do agressor que já tenha penetrado em qualquer dos<br />
círculos de proteção.<br />
(2) Zonas Limpas.<br />
(a) Critério. Define os critérios utilizados para a definição da largura de cada zona limpa junto<br />
às barreiras e o propósito de cada uma. Define também, no caso específico das cercaduras, se<br />
poderá haver ou qual o tipo de tráfego de pessoas, animais ou veículos permitidos ou aceitáveis, e<br />
em que situações. No caso de portas, janela e similares define se poderá haver trânsito ou<br />
aglomeração de pessoas nas suas proximidades.<br />
(b) Manutenção. Define critérios para a necessidade de manutenção de cada zona limpa tais<br />
como altura máxima que a grama pode alcançar, tipo de material cuja presença seja inaceitável na<br />
zona limpa (escadas ou martelos, por exemplo) etc.<br />
(3) Sinalização.<br />
(a) Visual. Define tipo de placas, avisos, faixas etc, seu tamanho, cores, dizeres, locais de<br />
colocação e em que direção.<br />
sirene etc.<br />
(b) Auditiva. Define avisos, que podem ser sistemáticos ou não, no sistema de som interno,<br />
(4) Portas, janelas e portões.<br />
(a) Abertura e fechamento. Inclui horário para abertura e fechamento, responsabilidade por<br />
seu fechamento, pela verificação do fechamento após o expediente e pela sua abertura. Possui<br />
também instruções sobre o claviculário, sua localização, seu uso e responsabilidade, sobre o<br />
recebimento das chaves, sua guarda e sua entrega. Deve conter instruções claras sobre quem está<br />
autorizado manter chaves próprias de diferentes setores da empresa consigo, sobre quem está<br />
autorizado a receber quais chaves no claviculário, autorizado por qual autoridade e sob quais<br />
circunstâncias (por exemplo, alguém pode estar autorizado a receber uma chave em dias de<br />
trabalho, mas não em feriados).<br />
(b) Requisitos de segurança. Define o tipo e o material a ser utilizado e o motivo - sempre<br />
ligado à segurança. Portas, janelas e portões devem proporcionar o mesmo grau de segurança que as<br />
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cercaduras, armários ou paredes nas quais eles se inserem.<br />
(c) Travas e fechaduras de segurança. Define também o tipo e o material a ser utilizado.<br />
Deve-se ter em mente que as travas e fechaduras devem proporcionar o mesmo grau de segurança<br />
que os portões, portas ou janelas aos quais pertençam.<br />
b. Sistema de Iluminação de Proteção.<br />
(1) Localização, utilização e controle. Define os locais onde será utilizada a iluminação de<br />
segurança, suas características e o que se pretende com sua utilização.<br />
(2) Inspeção. Define rotinas e responsabilidades para a inspeção da iluminação.<br />
(3) Ação a tomar em caso de falta de energia.<br />
(4) Ação a tomar em caso de falha no sistema de geração de energia de emergência.<br />
(5) Sistema de iluminação de emergência.<br />
(a) Fixo.<br />
(b) Portátil.<br />
c. Sistema de detecção de intrusão.<br />
(1) Localização, utilização e controle. Define os locais onde serão utilizados, suas<br />
características e o que se pretende com sua utilização.<br />
(2) Inspeção. Define rotinas e responsabilidades para a inspeção do seu funcionamento.<br />
(3) Uso e monitoração. Define procedimentos para sua utilização e responsabilidades para<br />
monitoração dos painéis.<br />
(4) Ações a serem tomadas em caso de acionamento do alarme.<br />
(5) Manutenção. Define rotinas de manutenção.<br />
(6) Registros de alarmes. Define procedimentos de catalogação e arquivamento dos alarmes<br />
ocorridos e as providências tomadas. Deve-se atentar para a formatação dos dados, que deve ser de<br />
tal forma que possam vir a ser utilizados posteriormente em juízo, se for o caso.<br />
atenção.<br />
(7) Locais sensíveis. Define os locais sensíveis da empresa onde deverá ser dada maior<br />
(8) Previsão de falhas e interferências. Define regras e procedimentos caso haja falhas ou<br />
interferências nos equipamentos.<br />
(9) Localização do Painel Monitoração.<br />
d. Comunicações.<br />
(1) Localização. Define a localização e os usuários dos postos-rádio fixos, e usuários dos<br />
postos móveis (incluindo telefonia móvel), localização e usuários dos telefones fixos.<br />
(2) Uso. Define o uso que será dado ao sistema, evitando a sua sobrecarga.<br />
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(3) Teste. Define rotinas e responsabilidades de testes do sistema.<br />
(4) Autenticação. Define métodos de autenticação.<br />
5. Forças da <strong>Segurança</strong>. Inclui instruções gerais do que se aplica para todos os agentes de<br />
segurança (em postos fixos ou rondantes).<br />
a. Composição e organização.<br />
b. Turnos de trabalho.<br />
c. Rotas e postos essenciais.<br />
d. Armamento e equipamento.<br />
e. Treinamento.<br />
f. Utilização de cães de guarda.<br />
g. Forças reservas de segurança.<br />
(1) Composição.<br />
(2) Propósito ou missão.<br />
(3) Armamento e equipamento.<br />
(4) Localização.<br />
(5) Conceito de utilização.<br />
6. Plano de contingência. Caso haja falha geral do sistema.<br />
7. Uso de observação aérea. Mais relacionado a grandes propriedades, se for utilizada a<br />
observação aérea (helicópteros, aviões ou veículos aéreos não-tripulados) devem ser estabelecidas<br />
normas, procedimentos e responsabilidades.<br />
8. Instruções para coordenação. Torna explícito o que for necessário para coordenação com<br />
outras agências de segurança, públicas ou privadas, por exemplo, Corpo de Bombeiros, Polícia<br />
Militar, Polícia Civil, Defesa Civil ou mesmo com a gerência de segurança de outras empresas<br />
visando o apoio mútuo.<br />
a. Integração com o conceito de emprego e as necessidades de apoio dessas agências.<br />
b. Ligação e coordenação.<br />
(1) Autoridades locais.<br />
(2) Elementos locais de apoio.<br />
9. Sanções. Normalmente estabelecidas pelo setor de RH, explicitam as sanções<br />
administrativas e legais passíveis de serem aplicadas em caso de descumprimento das normas e<br />
procedimentos estabelecidos.<br />
10. Custos. Uma descrição dos custos da implantação do plano e de sua manutenção (custo<br />
inicial e mensal).<br />
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Anexos.<br />
Normas e procedimentos. As normas e procedimentos citadas no corpo do plano, se<br />
extensas, poderão ser colocadas em anexo.<br />
Planta baixa da empresa com sua compartimentação.<br />
Planta do sistema de barreiras.<br />
Planta de iluminação.<br />
Planta de sensores e CFTV.<br />
Crachás<br />
Plano de comunicações.<br />
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4.4 - Implantação do Plano<br />
Esta é uma das partes mais sensíveis, pois neste momento teremos que mobilizar toda a<br />
empresa, tanto pessoal da área de segurança como de todos os outros departamentos e setores. Este<br />
é o momento em que é posto em prática tudo aquilo que foi previsto. Porém precisamos lembrar que<br />
o sistema de segurança vai ser utilizado por todos os funcionários da empresa e, para que isso<br />
realmente ocorra, o sistema deve ser cômodo para todos e deve ser divulgado antes do início de sua<br />
implementação até que pelo menos a maior parte da resistência seja quebrada.<br />
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4.5 - Controle<br />
Deve ser feito por meio de indicadores, os quais devem ser escolhidos criteriosamente de<br />
forma a permitir uma visão correta dos efeitos causados pelo plano. Por exemplo, pode-se utilizar<br />
uma caixa de sugestões para verificar a satisfação dos clientes internos com os sistemas<br />
implantados. Deve-se ter especial atenção com indicadores que tenham influência direta na<br />
lucratividade da empresa (tais como aumento de casos de recuperação de material roubado por<br />
empregados, a diminuição de tentativas de invasão etc).<br />
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4.6 - Avaliação<br />
A avaliação dará à área operacional a possibilidade de acompanhar o desempenho do Plano de<br />
<strong>Segurança</strong>. Esta ferramenta deverá retratar a aplicação dos processos elaborados, com a finalidade<br />
de medir se o que foi planejado está sendo executado, e se a execução está com o retorno desejado.<br />
Caso contrário, ele deverá ser reajustado. Note-se que a avaliação não deve ser superficial nem<br />
precipitada. O aumento de casos de recuperação de material roubado por empregados por si só não<br />
é concludente. Mas se comparado com o relatório do setor de produção informando que a<br />
quantidade de material agregado por unidade produzida diminuiu (e, portanto, o custo unitário do<br />
produto reduziu) sem que ocorresse qualquer mudança processual na produção, aí sim se torna<br />
significativo. Na avaliação deve-se ter em mente que o objetivo final da segurança é diminuir<br />
perdas, o que proporcionará um aumento dos lucros.<br />
Um Plano de <strong>Segurança</strong> <strong>Física</strong> deve também considerar a maneira de agir dos agressores. As<br />
características das cercaduras, patrulhas, alarmes, fechaduras, janelas e portas devem ser estudadas<br />
pelo pessoal da segurança – para impedir invasões – na medida do possível com a mesma visão dos<br />
possíveis agressores – para tentar invasões. Colocando-se na posição do agressor, pode-se vir a ter a<br />
sua perspectiva, o que ajudará em muito o planejamento das defesas. Agressores normalmente<br />
decidem se tentarão ou não um crime contra aquele local após responder aos seguintes<br />
questionamentos:<br />
1°) É fácil entrar?<br />
2°) O quanto o alvo parece atrativo, vulnerável ou visível?<br />
3°) Quais as chances de ser visto?<br />
4°) Se visto, haverá reação contrária?<br />
5°) Há uma rota de fuga rápida?<br />
Caso seu plano não passe no teste acima, refaça-o antes de iniciar sua implementação.<br />
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Leitura recomendada<br />
BARRAL, Jean, LANGELAAN, George. Espionagem Industrial. 3ed. Rio de Janeiro: Agents<br />
Editores, 1977.<br />
BINTLIFF, Russell L. The Complete Manual of Corporate and Industrial Security. 1ed.<br />
Englewood Cliffs, New Jersey: Prentice Hall, 1992.<br />
BRASILIANO, Antonio Celso Ribeiro. Planejamento da <strong>Segurança</strong> Empresarial. 1ed. São<br />
Paulo: Cia das Artes, 1999.<br />
BRODER, James F. Risk Analysis and the Security Survey. 1ed. Newton, Massachusetts:<br />
Butterworth-Heinemann, 1984.<br />
CONSTERDINE, Peter. The Modern Bodyguard. 1ed. Leeds, United Kingdom: Protection<br />
Publications, 1995.<br />
FISCHER, Robert J., GREEN, Gion. Introduction to Security. 6ed. Newton, Massachusetts:<br />
Butterworth-Heinemann, 1998.<br />
PURPURA, Philip P. Security and Loss Prevention. 3ed. Newton, Massachusetts: Butterworth-<br />
Heinemann, 1998.<br />
SENNEWALD, Charles A. Effective Security Management. 3ed. Newton, Massachusetts:<br />
Butterworth-Heinemann, 1998.<br />
Prof. Wilmar A. C. Peixoto Prof HMoura<br />
wilmar.peixoto@tvglobo.com.br hmoura4@hotmail.com<br />
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