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FECHAMENTO AUTORIZADO PODE SER ABERTO PELA ECT<br />

DIOCESE DE GUAXUPÉ<br />

A SERVIÇO DAS COMUNIDADES<br />

COM NIDADES<br />

JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ ANO XXVIII - 274 SETEMBRO DE 2012<br />

Impresso<br />

Especial<br />

9912259129/2005-DR/MG<br />

MITRA<br />

CORREIOS<br />

FÉ E CIÊNCIA<br />

Revelação divina e <strong>de</strong>scoberta humana em questão<br />

NESTA EDIÇÃO<br />

OPINIÃO – FÉ E CIÊNCIA<br />

“É plausível afi rmar, sem medo, que a ciência em geral dá-se bem<br />

com a interrogação do como funciona o mundo (do macro ao<br />

microcosmos), como caminha a história. A religião, por sua vez,<br />

busca respon<strong>de</strong>r ao por quê e ao para quê <strong>de</strong> tudo, ou seja, orientase<br />

para a busca do sentido que se po<strong>de</strong> alcançar no horizonte da<br />

transcendência.”<br />

Confi ra esta refl exão na íntegra! Página 03<br />

ATUALIDADE – DEI VERBUM<br />

Padre José Ronaldo Rocha diz que: “Lendo a ‘Dei Verbum’ po<strong>de</strong>se<br />

afirmar categoricamente: não se faz teologia sem o uso da<br />

palavra <strong>de</strong> Deus. No entanto, <strong>de</strong>ve-se usá-la <strong>de</strong> maneira clara<br />

e sem fundamentalismo. Crer na revelação <strong>de</strong> Deus é crer em<br />

sua palavra e na tradição <strong>de</strong> seu povo”.<br />

Página 06<br />

1


editorial<br />

voz do pastor<br />

expediente<br />

Chegou o tempo em que a crença<br />

quer ser compreendida. Compreen<strong>de</strong>r<br />

não signifi ca esgotar o mistério, tampouco<br />

<strong>de</strong>sacreditar. Compreen<strong>de</strong>r a fé<br />

signifi ca saber o que creio, o que é fundamental<br />

para cristãos <strong>de</strong> um mundo<br />

secularizado e envolvido pelas continuadas<br />

<strong>de</strong>scobertas científi cas.<br />

Não é a ciência quem diz à Igreja que<br />

precisa compreen<strong>de</strong>r sua fé. É a própria<br />

Igreja que, apaixonada pelos mistérios<br />

<strong>de</strong> Deus, quer aproximar-se Dele e, por<br />

isso, agra<strong>de</strong>ce a colaboração das ciên-<br />

VISITA PASTORAL OU PRÁTICA PASTORAL<br />

A atitu<strong>de</strong> do bispo durante a visita<br />

pastoral <strong>de</strong>ve ter como mo<strong>de</strong>lo Jesus -<br />

Bom Pastor. Apresente -se aos fi éis não<br />

com “ostentação <strong>de</strong> eloquência” (1 Cor<br />

2,1) nem com <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> efi cientismo,<br />

mas revestido <strong>de</strong> humilda<strong>de</strong> e<br />

bonda<strong>de</strong>, mostrando-se interessado pelas<br />

pessoas, capaz <strong>de</strong> ouvir e <strong>de</strong> fazer-se<br />

compreen<strong>de</strong>r (Diretório para o Ministério<br />

Pastoral dos Bispos, nº 223).<br />

Quando se fala <strong>de</strong> tal visita, a impressão<br />

que se tem é <strong>de</strong> que o bispo<br />

vem só para fiscalizar, cobrar e exigir.<br />

Cria-se uma expectativa negativa, improdutiva<br />

e temerosa.<br />

Em gran<strong>de</strong> parte, os frutos da visita<br />

pastoral <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da motivação,<br />

“A Igreja sempre venerou as divinas Escrituras, como também o próprio corpo do<br />

Senhor; sobretudo na sagrada liturgia, nunca <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> tomar e distribuir aos fi éis, da<br />

mesa tanto da Palavra <strong>de</strong> Deus como do corpo <strong>de</strong> Cristo, o pão da vida.” (DV 21)<br />

compreensão, organização e do objetivo<br />

que se quer alcançar.<br />

O envolvimento <strong>de</strong> toda paróquia<br />

com suas comunida<strong>de</strong>s, pastorais,<br />

grupos e movimentos é indispensável.<br />

Deve ser um tempo <strong>de</strong> oração, expectativa<br />

e <strong>de</strong> graça. Todos <strong>de</strong>vem sentir-<br />

-se contemplados.<br />

Esta prática pastoral tem dado<br />

muita alegria e realização. O bispo<br />

não po<strong>de</strong> ficar prisioneiro, ocupado<br />

apenas com a administração e outras<br />

reuniões. O contato direto com o povo<br />

e as comunida<strong>de</strong>s faz sentir o real significado<br />

do pastoreio. Nada melhor do<br />

que celebrar junto às comunida<strong>de</strong>s,<br />

sentir-lhes o calor, as preocupações,<br />

Diretor geral<br />

DOM JOSÉ LANZA NETO<br />

Editor<br />

PE. GILVAIR MESSIAS DA SILVA<br />

Jornalista responsável<br />

ALEXANDRE ANTÔNIO DE OLIVEIRA - MTB: MG14.256JP<br />

Revisão<br />

MYRTHES BRANDÃO<br />

Projeto gráfico e editoração<br />

AGÊNCIA TOM - www.agenciatom.com - (35) 3064-2380<br />

Tiragem<br />

3.950 EXEMPLARES<br />

cias quando seus recursos permitem tocar<br />

a face <strong>de</strong> seu amor.<br />

Fé e ciência não são opostas. A ciência,<br />

além <strong>de</strong> tornar a fé mais sólida, faz<br />

com que ela se aventure a falar e a compreen<strong>de</strong>r<br />

o Mistério. A fé, dado o caráter<br />

inacessível <strong>de</strong> Deus que lhe é próprio,<br />

não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser a irmã mais velha da<br />

ciência que aconselha, fazendo-a esperar<br />

e ver o que não consegue visualizar<br />

quando dogmatizada em seus supostos<br />

ídolos e verda<strong>de</strong>s. A ciência ensina a fé<br />

a perguntar. A fé ensina a ciência a nem<br />

os anseios e os sonhos.<br />

É <strong>de</strong> fundamental importância o<br />

contato com doentes e as famílias que,<br />

muitas vezes, estão carentes <strong>de</strong> uma<br />

Palavra e <strong>de</strong> uma presença amiga.<br />

A visita pastoral <strong>de</strong>ve ser bem<br />

<strong>de</strong>scontraída e alegre. Marcada pela<br />

oração, celebração, encontro e confraternização.<br />

Nesses momentos, po<strong>de</strong>remos<br />

sentir as pessoas mais <strong>de</strong> perto,<br />

pois são mais espontâneas e verda<strong>de</strong>iras.<br />

Deverá haver aqueles momentos<br />

<strong>de</strong> maior reflexão e atenção. Junto aos<br />

conselhos e pessoas mais envolvidas<br />

na comunida<strong>de</strong> , po<strong>de</strong>remos sentir o<br />

caminhar da comunida<strong>de</strong> paroquial,<br />

Impressão<br />

GRÁFICA SÃO SEBASTIÃO<br />

Ilustração<br />

MARCELO A. VENTURA<br />

Conselho editorial<br />

PADRE JOSÉ AUGUSTO DA SILVA, PADRE FRANCISCO<br />

CARLOS PEREIRA, IR. MÁRCIO DINIZ, MARIA INÊS<br />

MOREIRA E NEUZA MARIA DE OLIVEIRA FUGUEIREDO.<br />

sempre respon<strong>de</strong>r e compreen<strong>de</strong>r.<br />

COMUNHÃO <strong>de</strong> setembro fala da<br />

relação fé e ciência e, ainda mais, da<br />

revelação <strong>de</strong> Deus, sempre intermediada<br />

pelo saber e compreen<strong>de</strong>r humano.<br />

Destaque neste <strong>mês</strong> é a Constituição<br />

Dogmática sobre a Divina Revelação,<br />

Dei Verbum. Com isso, <strong>de</strong>staca o jornal<br />

a importância <strong>de</strong> se conhecer a Palavra<br />

para saber o caminho, da mesma forma<br />

que alimentar-se da Eucaristia é fortalecer-se<br />

para caminhar<br />

Dom José Lanza Neto<br />

suas forças, mas também suas <strong>de</strong>ficiências.<br />

Saberemos, às luzes das diretrizes<br />

da Igreja, o que é melhor e mais conveniente.<br />

Traçar novos projetos que correspondam,<br />

<strong>de</strong> forma mais eficiente, aos<br />

trabalhos pastorais e à evangelização.<br />

A mística iluminadora vem da fé, da<br />

disponibilida<strong>de</strong> e do serviço alegre. A<br />

exemplo do Senhor, queremos acolher<br />

nossas comunida<strong>de</strong>s e nosso povo,<br />

muitas vezes <strong>de</strong>siludido, caminhando<br />

como ovelhas sem pastor.<br />

Somos portadores do anúncio<br />

comprometedor que gera a inclusão<br />

tão necessária.<br />

Redação<br />

Praça Santa Rita, 02 - Centro<br />

CEP. 37860-000, Nova Resen<strong>de</strong> - MG<br />

Telefone<br />

(35) 3562.1347<br />

E-mail<br />

PASCOM.GUAXUPE@GMAIL.COM<br />

Os Artigos assinados não representam necessariamente a<br />

opinião do Jornal.<br />

Uma Publicação da <strong>Diocese</strong> <strong>de</strong> Guaxupé<br />

www.guaxupe.org.br<br />

2 JORNAL COMUNHÃO


FÉ E CIÊNCIA: CIÊNCIA: UM DIÁLOGO POSSÍVEL E FECUNDO<br />

A aventura humana no mundo compõe-se<br />

<strong>de</strong> realizações variadas, <strong>de</strong> projetos,<br />

esperanças, angústias, questionamentos<br />

e incertezas. Por uma tendência<br />

inata, o homem almeja conhecer, <strong>de</strong>seja<br />

ir além <strong>de</strong> seus limites, alcançar um sentido<br />

para sua existência. Des<strong>de</strong> <strong>aqui</strong>lo<br />

que se po<strong>de</strong> dizer pequeno e simples<br />

até o grandioso e complexo, o homem<br />

busca investigar seu fundamento e seu<br />

modo <strong>de</strong> realização. Nesse itinerário,<br />

próprio <strong>de</strong> alguém incompleto e perfectível,<br />

estão presentes formas diferentes<br />

<strong>de</strong> abordagem das questões com que o<br />

sujeito humano se <strong>de</strong>para, entre as quais<br />

se po<strong>de</strong> encontrar a investigação científi<br />

ca e a fé religiosa. Ambas se propõem<br />

respon<strong>de</strong>r às múltiplas interrogações<br />

humanas. Seria possível conjugá-las?<br />

Seriam elas instâncias inconciliáveis?<br />

Po<strong>de</strong>riam encontrar-se e colaborar mutuamente?<br />

FÉ E CIÊNCIA SÃO INTOLERANTES?<br />

Não raro, ouve-se: a ciência <strong>de</strong>smente<br />

a religião; a ciência dispensa a fé. Ou<br />

senão, a fé não precisa da ciência; a religião<br />

é intolerante com as <strong>de</strong>scobertas<br />

da ciência. Ou ainda, quem se <strong>de</strong>dica<br />

aos estudos acaba per<strong>de</strong>ndo a fé. Tais<br />

afi rmações fazem transparecer a dicotomia<br />

iluminista entre fé e saber, estigmatizando<br />

a fé religiosa como ignorante e<br />

obscurantista, ao mesmo tempo em que<br />

enaltece a razão científi ca como <strong>de</strong>tentora<br />

<strong>de</strong> todo conhecimento possível e<br />

ateia por natureza. Augusto Comte, pai<br />

do positivismo, cristalizou essa visão<br />

com sua lei dos três estágios, segundo<br />

a qual a humanida<strong>de</strong> já teria superado<br />

os estágios religioso e metafísico (fi losófi<br />

co) e estaria no estágio científi co <strong>de</strong><br />

seu <strong>de</strong>senvolvimento, prescindindo totalmente<br />

dos anteriores. Curiosamente,<br />

para Comte, o que caracterizaria este<br />

último seria o “saber para po<strong>de</strong>r; po<strong>de</strong>r<br />

para dominar”, através da tecnologia.<br />

Será mesmo assim? Não há como<br />

acolher as respostas válidas da ciência,<br />

utilizar <strong>de</strong> modo a<strong>de</strong>quado a técnica e,<br />

simultaneamente, ser uma pessoa <strong>de</strong><br />

fé? A postura que <strong>aqui</strong> se <strong>de</strong>seja apresentar<br />

é aquela que vê como possível<br />

e muito importante o encontro entre<br />

essas distintas dimensões do relacionamento<br />

do homem com a realida<strong>de</strong>: fé e<br />

saber, religião e ciência.<br />

Inquestionavelmente, ambas possuem<br />

um papel fundamental na formação<br />

e consolidação do que se po<strong>de</strong>ria<br />

chamar <strong>de</strong> civilização contemporânea,<br />

notadamente a oci<strong>de</strong>ntal. O modo <strong>de</strong><br />

pensar e <strong>de</strong> viver da humanida<strong>de</strong> plasmou-se<br />

a partir <strong>de</strong> elementos oriundos<br />

<strong>de</strong>ssas vertentes. Por exemplo, mesmo<br />

quem não crê, ten<strong>de</strong> a aceitar conceitos<br />

DIOCESE DE GUAXUPÉ<br />

como o da dignida<strong>de</strong> humana, valores<br />

como os direitos humanos (fundamentados<br />

originariamente em dados <strong>de</strong> fé);<br />

mesmo alguém não cristão reconhece o<br />

valor <strong>de</strong> tantas peças <strong>de</strong> arte (literatura,<br />

pintura, escultura) inspiradas no cristianismo.<br />

Assim também, avanços da cosmologia,<br />

da psicologia, das ciências médicas,<br />

da informática, entre outros, são<br />

em geral acolhidos por pessoas religiosas.<br />

Por outro lado, não faltam aqueles<br />

que, em nome <strong>de</strong> sua fé, recorrem até<br />

mesmo à violência e ao terrorismo, em<br />

atitu<strong>de</strong>s verda<strong>de</strong>iramente irracionais<br />

que ferem o bem comum e a sadia convivência<br />

entre pessoas e povos. Não<br />

falta, igualmente, quem <strong>de</strong>fenda um<br />

ateísmo agressivo e militante, ofensivo<br />

aos crentes <strong>de</strong> qualquer religião e i<strong>de</strong>ologicamente<br />

danoso à cultura em geral.<br />

Extremismos <strong>de</strong>sse tipo são anomalias,<br />

jamais po<strong>de</strong>rão ser consi<strong>de</strong>rados como<br />

a regra da dialética fé-saber.<br />

POR UM TRABALHO DE<br />

COOPERAÇÃO<br />

Por se falar em dialética, seguindo<br />

um sábio princípio <strong>de</strong> Jacques Maritain,<br />

é necessário distinguir para unir.<br />

Deve-se dar conta da peculiarida<strong>de</strong><br />

própria da esfera do conhecimento<br />

científico (bem como das especificida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> cada área da ciência) e daquela<br />

da religião (também nas suas múltiplas<br />

formas <strong>de</strong> realização). Religião e<br />

ciência são distintos modos <strong>de</strong> ver a<br />

realida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> relacionar-se com ela;<br />

não se reduzem uma à outra; jamais<br />

po<strong>de</strong>rão igualar-se em termos <strong>de</strong> métodos,<br />

<strong>de</strong> conteúdos e <strong>de</strong> pretensões.<br />

Isso é muito importante levar em consi<strong>de</strong>ração,<br />

para que não se queira justificar<br />

uma com a outra, nem avaliar<br />

uma com os critérios da outra.<br />

Em contrapartida, ciência e religião<br />

têm muito a per<strong>de</strong>r se se isolarem<br />

mutuamente. Ambas po<strong>de</strong>m enriquecer-se<br />

com uma cooperação feita <strong>de</strong><br />

partilha <strong>de</strong> resultados e <strong>de</strong> questionamentos,<br />

na busca <strong>de</strong> elucidar o fenômeno<br />

humano em suas múltiplas<br />

dimensões. O esforço <strong>de</strong> compreensão<br />

recíproca é fundamental para que haja<br />

diálogo e respeito entre aqueles que<br />

se <strong>de</strong>dicam a uma e a outra <strong>de</strong>ssas<br />

constelações. Como escreveu o Beato<br />

João Paulo II, numa carta dirigida ao<br />

diretor do Observatório Astronômico<br />

do Vaticano, em 1988:“A ciência po<strong>de</strong><br />

purificar a religião do erro e da superstição;<br />

a religião po<strong>de</strong> purificar a ciência<br />

da idolatria e dos falsos absolutos.”<br />

É plausível afirmar sem medo que a<br />

ciência em geral dá-se bem com a interrogação<br />

do como funciona o mundo<br />

(do macro ao microcosmos), como<br />

caminha a história. A religião, por sua<br />

opinião<br />

Por Pe. Juliano <strong>de</strong> Almeida Oliveira, Mestre e Doutorando em Filosofi a pela PUC-SP, Professor da Faculda<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> Pouso Alegre<br />

vez, busca respon<strong>de</strong>r ao por quê e ao<br />

para quê <strong>de</strong> tudo, ou seja, orienta-se<br />

para a busca do sentido que se po<strong>de</strong><br />

alcançar no horizonte da transcendência.<br />

Quem sabe, um elemento mediador<br />

entre tais instâncias seja a filosofia,<br />

misto <strong>de</strong> ciência e sabedoria, cuja<br />

função no campo do saber sempre foi<br />

o <strong>de</strong> alargar as dimensões da racionalida<strong>de</strong>.<br />

É disso que hoje precisam tanto os<br />

homens <strong>de</strong> ciência quanto os fiéis das<br />

várias expressões religiosas: ampliar<br />

seus horizontes, <strong>de</strong> modo a se solidarizarem<br />

no itinerário <strong>de</strong> busca das melhores<br />

interpretações do mistério do<br />

existir, sabendo articular <strong>aqui</strong>lo que<br />

Paul Ricoeur <strong>de</strong>nominava <strong>de</strong> a crítica<br />

(o momento do pensamento reflexivo)<br />

e a convicção (a esfera dos compromissos<br />

existenciais).<br />

Nenhum tipo <strong>de</strong> conhecimento<br />

isolado esgota a verda<strong>de</strong> sobre o ser e<br />

os entes. É, pois, bem-vinda uma nova<br />

aliança entre fé e saber, pois não se<br />

está à altura <strong>de</strong> uma Palavra <strong>de</strong>finitiva<br />

e final a respeito <strong>de</strong> tudo, mas sim,<br />

<strong>de</strong> uma Palavra possível – ainda que<br />

limitada – <strong>de</strong> significação do mundo<br />

e do próprio homem, para o que muito<br />

po<strong>de</strong> colaborar o entrecruzamento<br />

das dimensões horizontal e vertical da<br />

realida<strong>de</strong>.<br />

3


notícias<br />

EM ENCONTRO REGIONAL, CATEQUISTAS DISCUTEM ANO DA FÉ<br />

Aconteceu, nos dias 19, 20, 21 e 22 <strong>de</strong><br />

julho <strong>de</strong> 2012, o Encontro Regional <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nadores<br />

Diocesanos <strong>de</strong> Catequese do<br />

Regional Leste 2, em Belo Horizonte, na<br />

Casa <strong>de</strong> Retiros São José. Participaram do<br />

encontro, 30 das 32 dioceses do Regional<br />

Leste 2, chegando a um número <strong>de</strong> 110<br />

participantes (entre coor<strong>de</strong>nadores e organizadores).<br />

O tema principal foi “O Ano da<br />

Fé e a catequese”, sob assessoria do Padre<br />

Antônio Luiz Catelan Ferreira, da Comissão<br />

<strong>de</strong> Doutrina da Fé da CNBB.<br />

Houve ainda um painel sobre os 50<br />

anos do Concílio Vaticano II e as tendências<br />

para a Igreja e a Catequese hoje, com<br />

Padre Wolfgang Gruen, sacerdote salesiano,<br />

professor e escritor e Edward Neves<br />

Guimarães, professor e mestre em Teolo-<br />

PARÓQUIA DE MONTE SANTO REÚNE FAMÍLIAS DE CATEQUIZANDOS<br />

Aproveitando o encerramento da Semana<br />

da Família, ocorrido no domingo,<br />

19 <strong>de</strong> agosto, a paróquia <strong>de</strong> São Francisco<br />

<strong>de</strong> Paula, em Monte Santo <strong>de</strong> Minas, promoveu<br />

encontro com as famílias dos catequizandos<br />

da pré-eucaristia, eucaristia<br />

e adolescentes. O evento realizou-se no<br />

Seminário São Camilo, das 14 às 16 horas,<br />

com a participação <strong>de</strong> aproximadamente<br />

350 pessoas entre pais e catequizandos e<br />

dividiu-se em três momentos.<br />

O primeiro fundou-se numa conversa/<br />

refl exão sobre o tema “catequese familiar”.<br />

Utilizando-se do texto da Exortação Apostólica<br />

Catechesi Tra<strong>de</strong>ndae, do Papa João<br />

Paulo II, passando pelo Concílio Vaticano<br />

II, Catequese Renovada, Diretório Nacional<br />

<strong>de</strong> Catequese e Diretório Diocesano<br />

SEMANA DA FAMÍLIA ABORDOU QUESTÕES DE SAÚDE<br />

Por Edon Fonseca Borges<br />

Por Edon Fonseca Borges<br />

Entre os dias 12 e 18 <strong>de</strong> agosto, toda a diocese foi convocada a refl etir e celebrar a vida <strong>de</strong> suas famílias. Subsídio para encontros,<br />

nas casas, preparado pelo Setor Família foi distribuído às paróquias, além <strong>de</strong> carta do bispo diocesano, entregue nas celebrações<br />

eucarísticas.<br />

Neste ano, a temática da Semana da Família acompanhou a abordagem sobre saú<strong>de</strong> pública da Campanha da Fraternida<strong>de</strong>.<br />

Três encontros e uma celebração ilustraram os valores e o papel da família no cuidado com seus membros e na formação humana<br />

da socieda<strong>de</strong>.<br />

ASSEMBLEIA DIOCESANA DA PASTORAL DA CRIANÇA É REALIZADA COM SUCESSO<br />

Foto: Pastoral da Criança<br />

gia Sistemática pela Faculda<strong>de</strong> Jesuíta <strong>de</strong><br />

Filosofi a e Teologia (FAJE) e professor da<br />

PUC/MG. No sábado, dia 21, foi discutido o<br />

tema “juventu<strong>de</strong> e catequese”, com a participação<br />

do Padre Enivaldo João <strong>de</strong> Oliveira,<br />

ex-assessor nacional da Juventu<strong>de</strong>. Esteve<br />

presente também, Dom Aloísio Vitral, bispo<br />

<strong>de</strong> Teófi lo Otoni e presi<strong>de</strong>nte da Comissão<br />

Regional Bíblico Catequética.<br />

Além <strong>de</strong> atualização, o encontro tem<br />

por objetivo a partilha <strong>de</strong> experiências<br />

e análise da realida<strong>de</strong> da catequese nas<br />

dioceses. Sempre preparado com muito<br />

cuidado pelo Regional Leste 2, foi um momento<br />

precioso <strong>de</strong> aprendizagem, <strong>de</strong>scobertas<br />

e encaminhamentos para a missão<br />

eclesial. Nossa diocese esteve presente ao<br />

evento, com cinco representantes da coor-<br />

Foto: Arquivo – Edon<br />

Foto: Arquivo – Edon<br />

Além <strong>de</strong> refl exões, gincana bíblica e confraternização fi zeram parte do encontro<br />

<strong>de</strong> Catequese, foi dito que os pais cristãos<br />

precisam esforçar-se para prosseguir e retomar<br />

a formação no ambiente familiar,<br />

lugar que <strong>de</strong>ve ser “impregnado <strong>de</strong> amor<br />

Coor<strong>de</strong>nadores e agentes da Pastoral da Criança, durante o encontro, reafi rmaram os compromissos do trabalho<br />

Grupo <strong>de</strong> catequistas da <strong>Diocese</strong> <strong>de</strong> Guaxupé<br />

<strong>de</strong>nação diocesana (foto), o que <strong>de</strong>monstra<br />

não só o entusiasmo, mas também a<br />

e respeito”. Para isso, é necessário esforço<br />

dos pais cristãos, no sentido <strong>de</strong> se prepararem<br />

para esse verda<strong>de</strong>iro “ministério <strong>de</strong><br />

catequistas <strong>de</strong> seus próprios fi lhos” (CT, nº<br />

Ocorreu nos dias 27, 28 e 29 <strong>de</strong> julho,<br />

em Paraguaçu, a Assembleia Diocesana da<br />

Pastoral da Criança. Estiveram presentes<br />

os coor<strong>de</strong>nadores <strong>de</strong> ramo (paróquias) e<br />

áreas (Poços <strong>de</strong> Caldas, Alfenas, Areado,<br />

Guaxupé, São Sebastião do Paraíso, Passos,<br />

Cássia (ou seus representantes).<br />

Houve apresentação <strong>de</strong> várias ativida<strong>de</strong>s<br />

como aprofundamento em reunião <strong>de</strong><br />

refl exão e avaliação (Ramos e Comunida<strong>de</strong>s),<br />

atualizações apresentadas pelos coor<strong>de</strong>nadores<br />

da área Poços <strong>de</strong> Caldas: Pedro<br />

Alexandre Neto (Neto), esclarecimento <strong>de</strong><br />

dúvidas, apresentação <strong>de</strong> Mães <strong>de</strong> Minas<br />

disponibilida<strong>de</strong> em levar adiante a catequese<br />

diocesana.<br />

68). A conversa <strong>de</strong>senvolveu-se com base<br />

nos encontros do subsídio para a Semana<br />

da Família, fazendo-se um paralelo entre a<br />

catequese na comunida<strong>de</strong> e a catequese<br />

na família, sendo que uma complementa<br />

a outra. Afi nal, ambas são lugares <strong>de</strong> encontro,<br />

aconchego, alegria, acolhimento,<br />

cuidado e esperança. O segundo momento<br />

consistiu numa gincana bíblica, quando<br />

as famílias foram divididas em quatro<br />

equipes, participando <strong>de</strong> provas voltadas<br />

para o conhecimento bíblico.<br />

O terceiro e último momento foi precedido<br />

pela fala do pároco, padre Elias,<br />

que agra<strong>de</strong>ceu a presença <strong>de</strong> todos, disse<br />

que outros encontros como este <strong>de</strong>vem<br />

ser realizados e convidou-os para uma<br />

gran<strong>de</strong> confraternização.<br />

Por Florângela Serafi n<br />

como apoio para que todas as gestantes<br />

sejam atendidas pela Pastoral da Criança,<br />

grupos <strong>de</strong> avaliação, oração e mística.<br />

Além dos trabalhos realizados nos dias do<br />

encontro, o grupo participou <strong>de</strong> missa presidida<br />

pelo padre Pedro Meloni e confraternização,<br />

no sábado, à noite, que alegrou e<br />

<strong>de</strong>scontraiu com brinca<strong>de</strong>iras saudáveis e<br />

música.<br />

Crianças participaram também do<br />

evento, o que alegrou o grupo <strong>de</strong> agentes.<br />

Estes contam com elas para a continuida<strong>de</strong><br />

da Pastoral da Criança, pois com os “pequenos”<br />

apren<strong>de</strong>m a prosseguir a caminhada.<br />

4 JORNAL COMUNHÃO


V COLÓQUIO LATINO AMERICANO DE<br />

DIREITO CANÔNICO ACONTECEU EM BOGOTÁ<br />

Aconteceu nos dias 23 a 27 <strong>de</strong> julho,<br />

em Bogotá – Colômbia, o V Colóquio<br />

Latino Americano <strong>de</strong> Direito Canônico.<br />

O encontro foi organizado pela Pontifícia<br />

Universida<strong>de</strong> Javeriana (Jesuítas)<br />

<strong>de</strong> Bogotá, que tem presença marcante<br />

no país, no campo do Direito Canônico,<br />

juntamente com o Tribunal Eclesiástico<br />

Interdiocesano <strong>de</strong> Bogotá.<br />

O Colóquio teve como público alunos<br />

e ex-alunos da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Direito<br />

Canônico da Pontifícia Universida<strong>de</strong> Gregoriana<br />

<strong>de</strong> Roma e dos <strong>de</strong>mais Institutos<br />

fi liados à Gregoriana na América Latina.<br />

Participaram aproximadamente 150<br />

pessoas <strong>de</strong> diversos países, com o objetivo<br />

<strong>de</strong> uma maior e melhor refl exão e<br />

compreensão da Justiça Canônica, sua<br />

aplicação, assim como os <strong>de</strong>safi os atuais.<br />

Foi possível observar as conquistas e<br />

a organização da formação acadêmica e<br />

PARÓQUIA SÃO BENEDITO DE PAS-<br />

SOS TEM ENCONTRO DE LITURGIA<br />

COM GREGÓRIO LUTZ<br />

Foto: Hernane Freitas<br />

Assessor do encontro<br />

A Paróquia São Benedito <strong>de</strong> Passos realizou<br />

nos dias 17, 18 e 19 <strong>de</strong> agosto, encontro<br />

<strong>de</strong> liturgia com a presença do padre Gregório<br />

Lutz, renomado doutor em liturgia, tendo<br />

vários livros publicados, sendo tradutor<br />

do Missal Romano para o português. Cerca<br />

<strong>de</strong> 100 pessoas participaram <strong><strong>de</strong>ste</strong> encontro,<br />

durante o qual foram abordados vários<br />

temas litúrgicos, com ênfase na Sacrosanctum<br />

Concilium. Foram convidadas pessoas<br />

<strong>de</strong> todas as paróquias <strong>de</strong> Passos e do setor.<br />

Em entrevista, padre Gregório Lutz<br />

ressaltou a importância da liturgia para a<br />

Igreja Católica; Jesus Cristo como o coração<br />

da Igreja e a liturgia como parte integrante<br />

<strong>de</strong>sse conjunto. Lembrou ainda a gran<strong>de</strong><br />

importância da participação do povo na liturgia,<br />

mostrando que ela <strong>de</strong>ve chegar até<br />

o povo e este, até ela. Comentou também<br />

os vários avanços durante esses quase 50<br />

anos <strong>de</strong> liturgia no Brasil. Declarou-se apaixonado<br />

pela vida litúrgica. Com 81 anos <strong>de</strong><br />

ida<strong>de</strong>, disse que enquanto Deus <strong>de</strong>r-lhe<br />

DIOCESE DE GUAXUPÉ<br />

Foto: Pe. Francisco Clóvis<br />

Objetivo do evento foi refl etir e compreen<strong>de</strong>r melhor a Justiça Canônica e sua aplicação<br />

dos tribunais dos diversos países latino<br />

americanos.<br />

Basicamente, o Direito Canônico atual<br />

é composto pelos documentos: Co<strong>de</strong>x<br />

Por Hernane Freitas<br />

vida, continuará fazendo seu trabalho <strong>de</strong><br />

divulgação em todo o país e na América<br />

Latina.<br />

Nas palavras <strong>de</strong> padre Gregório, o povo<br />

batizado tem o direito <strong>de</strong> celebrar a liturgia<br />

com a Igreja. A proximida<strong>de</strong> do pároco<br />

com os fi éis ajuda a liturgia a trabalhar com<br />

mais facilida<strong>de</strong>, apoiando-se nas <strong>de</strong>mais<br />

pastorais. Segundo o assessor, muito já foi<br />

feito, mas um gran<strong>de</strong> caminho ainda precisa<br />

ser percorrido. Hoje, a liturgia participa<br />

diretamente da caminhada da Igreja e da<br />

vivência das pessoas.<br />

Agra<strong>de</strong>ceu a acolhida na Paróquia <strong>de</strong><br />

São Benedito e felicitou os paroquianos.<br />

Na oportunida<strong>de</strong>, presidiu a eucaristia na<br />

Igreja Matriz <strong>de</strong> São Benedito, com padre<br />

Robison Inácio, pároco, elogiou o trabalho<br />

realizado pela pastoral litúrgica e pelas<br />

<strong>de</strong>mais pastorais. Ressaltou a importância<br />

do estudo e pediu que o trabalho litúrgico<br />

continue com afi nco na paróquia <strong>de</strong> São<br />

Benedito e em toda a <strong>Diocese</strong> <strong>de</strong> Guaxupé.<br />

Iuris Canonici (CIC) que, em português,<br />

traduz-se por Código <strong>de</strong> Direito Canônico<br />

e o Co<strong>de</strong>x Canonum Ecclesiarum<br />

Orientalium (CCEO) ou Código dos Câ-<br />

notícias<br />

PADRES JOVENS PROMOVEM<br />

ENCONTROS PERIÓDICOS<br />

Foto: Pe. Gilvair Messias<br />

Bispo e o grupo <strong>de</strong> padres<br />

Há vários anos, a Pastoral Presbiteral<br />

promove encontros com os chamados “padres<br />

jovens”, aqueles que estão entre 0 e 5<br />

anos <strong>de</strong> ministério. Em agosto, a reunião<br />

ocorreu no dia 22. Até março <strong><strong>de</strong>ste</strong> ano, a<br />

ativida<strong>de</strong> acontecia na se<strong>de</strong> da diocese. Por<br />

<strong>de</strong>cisão do grupo, cada encontro passou a<br />

realizar-se nas paróquias aon<strong>de</strong> os próprios<br />

padres atuam. Esta última foi acolhida pela<br />

Paróquia Imaculada Conceição e São Carlos<br />

Borromeu <strong>de</strong> Jacuí, através do padre<br />

Adirson Costa Morais.<br />

O objetivo do trabalho é reunir os padres<br />

jovens, uma vez que os mesmos residiram,<br />

estudaram e conviveram juntos, no<br />

seminário. Preten<strong>de</strong> ainda provocar a partilha<br />

<strong>de</strong> vida e experiências pastorais e ministeriais,<br />

apresentar difi culda<strong>de</strong>s e espe-<br />

Por Pe. Francisco Clóvis Nery<br />

nones das Igrejas Orientais (referente às<br />

23 Igrejas Católicas do Rito Oriental, em<br />

comunhão com o Papa).<br />

Como curiosida<strong>de</strong>, o Código <strong>de</strong> Direito<br />

Canônico atual foi promulgado em<br />

1983 e o anterior era <strong>de</strong> 1917. Sua fi nalida<strong>de</strong><br />

não é, <strong>de</strong> forma alguma, substituir<br />

na vida da Igreja ou dos fi éis, a fé, a graça,<br />

os carismas, muito menos, a carida<strong>de</strong>.<br />

Pelo contrário, sua fi nalida<strong>de</strong> é, antes,<br />

criar na socieda<strong>de</strong> eclesial uma or<strong>de</strong>m<br />

que, dando primazia ao amor, à graça e<br />

aos carismas, facilite ao mesmo tempo<br />

seu <strong>de</strong>senvolvimento orgânico na vida,<br />

seja na socieda<strong>de</strong> eclesial, seja na vida <strong>de</strong><br />

cada um <strong>de</strong> seus membros.<br />

O próximo Colóquio Latino Americano<br />

<strong>de</strong> Direito Canônico da Pontifícia Universida<strong>de</strong><br />

Gregoriana, na América Latina<br />

será d<strong>aqui</strong> a 2 anos, em Assunção, no Paraguai.<br />

Por Pe. Gilvair Messias<br />

ranças do caminho. É uma forma também<br />

<strong>de</strong> criar comunhão presbiteral, além do<br />

próprio grupo se autoacompanhar quanto<br />

às mudanças e transformações dos primeiros<br />

anos <strong>de</strong> sacerdócio.<br />

Cada encontro é preparado por uma<br />

pequena equipe a qual sugere o tema e a<br />

dinâmica da reunião. Neste último, os padres<br />

estudaram e refl etiram a atual estatística<br />

religiosa do país que apresenta queda<br />

quanto ao número <strong>de</strong> católicos. Possíveis<br />

causas, consequências e atitu<strong>de</strong>s necessárias<br />

foram discutidas.<br />

Ao fi nal, foi possível observar os benefícios<br />

da ativida<strong>de</strong>. O grupo reunido é o<br />

maior ganho, tanto individual quanto coletivo.<br />

5


DEI VERBUM<br />

atualida<strong>de</strong><br />

Vaticano II foi um Concílio Pastoral.<br />

Sua fi nalida<strong>de</strong> pastoral foi proclamada<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início pelo seu i<strong>de</strong>alizador, papa<br />

João XXIII.<br />

O papa Paulo VI dizia aos padres<br />

conciliares que a doutrina católica não<br />

<strong>de</strong>ve ser somente verda<strong>de</strong> explorada<br />

pela razão sob a luz da fé, mas sim, Palavra<br />

geradora <strong>de</strong> vida e pela ação.Um<br />

dos documentos mais importantes do<br />

Concílio foi, sem dúvida, a Constituição<br />

Dogmática “Dei Verbum” sobre a Revelação<br />

Divina . O texto conta com um proêmio,<br />

seis capítulos e a conclusão.<br />

O TEXTO<br />

No proêmio, temos a atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> escuta<br />

da Palavra <strong>de</strong> Deus pelos bispos<br />

que se colocam como anunciadores<br />

<strong>de</strong>sta mesma Palavra. Tem como ponto<br />

<strong>de</strong> partida as Palavras <strong>de</strong> São João:<br />

”Anunciamo-vos a vida eterna que estava<br />

junto do Pai e se nos manifestou.”<br />

O capítulo I é sobre a revelação,<br />

Deus se revela a si mesmo e se dá a conhecer<br />

pelo mistério da encarnação.<br />

“Cristo, Verbo encarnado, tem acesso no<br />

Espírito Santo ao Pai e se tornou participante<br />

da natureza divina.”<br />

Esta constituição apresenta forte<br />

fundamento bíblico, quando se refere<br />

ao plano da economia da revelação.<br />

Esta economia se manifesta na história<br />

da salvação que conhece a plena revelação<br />

em Jesus Cristo, Verbo encarnado.<br />

“E o verbo se fez carne e habitou entre<br />

nós.” Cristo é ao mesmo tempo mediador<br />

e plenitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> toda a revelação.<br />

Isto é imprescindível para a teologia da<br />

revelação. Jesus é a plenitu<strong>de</strong> da revelação,<br />

Ele é a própria Palavra <strong>de</strong> Deus feita<br />

gente, feita carne. Nele, Deus se <strong>de</strong>u totalmente<br />

a nós.<br />

O capítulo II trata da transmissão<br />

da Divina revelação. Cristo or<strong>de</strong>nou aos<br />

apóstolos que pregassem a mensagem<br />

salvífi ca. Os apóstolos <strong>de</strong>ixaram como<br />

sucessores os bispos, a eles “transmitindo<br />

o seu próprio encargo <strong>de</strong> magistério.”<br />

Portanto, a tradição e a bíblia são como<br />

espelho em que a Igreja contempla a<br />

Deus, <strong>de</strong> quem tudo recebe.<br />

A tradição progri<strong>de</strong> na Igreja sob a<br />

assistência do Espírito Santo. A sagrada<br />

tradição e a sagrada escritura estão,<br />

portanto, entre si, estreitamente unidas<br />

e comunicantes.<br />

A sagrada escritura é a Palavra <strong>de</strong><br />

Deus enquanto escrita sob as luzes do<br />

Espírito Santo; a sagrada tradição transmite<br />

aos sucessores dos apóstolos a Palavra<br />

<strong>de</strong> Deus confi ada por Cristo e pelo<br />

Espírito Santo aos apóstolos.<br />

Capítulo III; Inspiração divina da sagrada<br />

escritura e sua interpretação.<br />

Uma profunda teologia da revelação<br />

vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>de</strong> uma correta interpretação<br />

da Palavra <strong>de</strong> Deus. A sagrada escritura<br />

<strong>de</strong>ve ser lida e interpretada no mesmo<br />

espírito em que foi escrita e <strong>de</strong>ve<br />

levar em conta a tradição viva da Igreja.<br />

Capítulo IV: O antigo testamento.<br />

A história da salvação nos livros do antigo<br />

testamento. O antigo testamento<br />

aponta para o Cristo e só po<strong>de</strong> ser bem<br />

entendido à luz do mistério salvífi co:<br />

paixão, morte e ressurreição <strong>de</strong> Nosso<br />

Senhor Jesus Cristo.<br />

Capítulo V: O novo testamento. É<br />

excelente, pois é cumprimento <strong>de</strong> tudo<br />

<strong>aqui</strong>lo que o antigo testamento anunciava.<br />

Há uma pedagogia divina: o novo<br />

testamento está latente no antigo testamento.<br />

Não enten<strong>de</strong>mos a Revelação<br />

sem uso do antigo e do novo testamento.<br />

Capítulo VI: A sagrada escritura na<br />

vida da Igreja. Este capítulo <strong>de</strong>ixa claro<br />

que toda a vida <strong>de</strong> pregação da Igreja<br />

seja alimentada e regida pela sagrada<br />

escritura. Está explícito também que é<br />

urgente que o acesso à sagrada escritura<br />

seja amplamente aberto aos fi éis. Ela<br />

é a alma <strong>de</strong> toda a teologia. Enfatiza que<br />

a celebração eucarística é o lugar por excelência<br />

para a proclamação e escuta da<br />

Palavra <strong>de</strong> Deus; a palavra aí anunciada,<br />

que é Jesus Cristo, se faz carne que alimenta<br />

e dá a vida. A salvação anunciada<br />

é eucaristizada.<br />

Conclusão: A conclusão é óbvia.<br />

Lendo a “Dei Verbum” po<strong>de</strong>-se afi rmar<br />

categoricamente: não se faz teologia<br />

sem o uso da Palavra <strong>de</strong> Deus. Mas<br />

<strong>de</strong>ve-se usá-la <strong>de</strong> maneira clara e sem<br />

fundamentalismo. Crer na revelação <strong>de</strong><br />

Deus é crer em sua palavra e na tradição<br />

<strong>de</strong> seu povo.<br />

Por Padre José Ronaldo Rocha<br />

“DEI VERBUM”<br />

Dei Verbum!<br />

O Verbo <strong>de</strong> Deus<br />

Encarnado e acampado<br />

Na história.<br />

No meio do povo;<br />

Dos simples e humil<strong>de</strong>s;<br />

Revelado, manifestando<br />

O humano rosto do Pai.<br />

Com o Espírito, em comunhão.<br />

Na eucaristia,<br />

Se tornando Pão,<br />

Para a vida do mundo.<br />

Convocando, provocando,<br />

Para um mundo solidário,<br />

Fraterno, justo e igual;<br />

Projeto do Pai<br />

Manifestado pelo Filho:<br />

Na doação total,<br />

Expressão total<br />

Do amor paterno,<br />

Da entrega fi lial<br />

Para que o fi nal<br />

Não seja fi m,<br />

Mas, o começo sem fi m,<br />

Da eterna participação,<br />

Na glória e na vida<br />

Daquele que é;<br />

Por toda a eternida<strong>de</strong><br />

A suprema divinda<strong>de</strong><br />

Dos três em um<br />

<strong>Comunhão</strong> perfeita<br />

Do amor perfeito,<br />

Pleno. Amém.<br />

6 JORNAL COMUNHÃO


DIOCESE DE GUAXUPÉ<br />

entrevista<br />

A PALAVRA DE DEUS INSPIRA COMPROMISSO PARA COM OS POBRES<br />

Dom Tomás Balduíno esteve na <strong>Diocese</strong> <strong>de</strong> Guaxupé, no <strong>mês</strong> <strong>de</strong> julho <strong><strong>de</strong>ste</strong> ano, para assessorar o 29º Encontro <strong>de</strong> CEBs diocesano que aconteceu em Passos.<br />

Ele conta com 89 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> e continua com vitalida<strong>de</strong>, anunciando a Boa Nova do Reino <strong>de</strong> Deus através <strong>de</strong> sua vida e da pregação do Evangelho. Com<br />

muita mística, fundamenta sempre suas teorias para preocupação social, à luz do Evangelho e do Concílio Vaticano II.<br />

Um pouco <strong>de</strong> sua biografi a: Dom Tomás foi or<strong>de</strong>nado bispo da <strong>Diocese</strong> <strong>de</strong> Goiás em 26 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1967. Ao todo, viveu lá por 11 anos. Nessa missão,<br />

teve gran<strong>de</strong> contato com a vida dos índios e lavradores, assumindo sua causa. Foi coofundador do Conselho Indigenista Missionário em 1972 e seu segundo<br />

presi<strong>de</strong>nte. Ajudou também a fundar a CPT - Comissão Pastoral da Terra, em 1975, sendo seu presi<strong>de</strong>nte entre 1997-1999. De 1967 a 1998, foi bispo <strong>de</strong> Goiás,<br />

<strong>de</strong> on<strong>de</strong> tornou-se bispo emérito em 2 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1998.<br />

COMUNHÃO: O senhor foi responsável<br />

pela fundação da CPT em 1975. Qual o objetivo<br />

<strong>de</strong>sta pastoral?<br />

DOM TOMÁS: A pastoral da terra nasceu<br />

da abertura da Igreja para o mundo dos<br />

pobres <strong>aqui</strong> na América Latina, a partir do<br />

encontro dos bispos em Me<strong>de</strong>lín, em 1968,<br />

a pedido do Papa Paulo VI, para aplicar à<br />

nossa realida<strong>de</strong> as luzes do Concílio Vaticano<br />

II. De um ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> abertura, a<br />

Igreja na América Latina completou maravilhosamente<br />

o concílio que foi uma abertura<br />

para o mundo, mas tem mundo e mundo:<br />

mundo rico, mundo do saber e mundo do<br />

po<strong>de</strong>r. E tem nosso mundo, o mundo <strong>de</strong><br />

baixo: o mundo do sem nada, do sem terra,<br />

do sem po<strong>de</strong>r, dos índios, dos negros, dos<br />

quilombolas, dos camponeses, das mulheres,<br />

dos povos da rua... e foi justamente o<br />

que aconteceu naquela famosa assembleia<br />

<strong>de</strong> Me<strong>de</strong>lín. Os bispos se <strong>de</strong>pararam com<br />

isso e fi zeram, naturalmente coerentes com<br />

o Evangelho e com as luzes do Concílio, a<br />

opção por esse mundo, o mundo dos pobres,<br />

preferencial na linha da libertação.<br />

Isso foi importante. A Igreja sempre foi<br />

muito atenta aos pobres através das obras<br />

<strong>de</strong> misericórdia: dar <strong>de</strong> comer a quem tem<br />

fome, <strong>de</strong> beber a quem tem se<strong>de</strong>, vestir os<br />

nus, dar pousada aos peregrinos... Me<strong>de</strong>lín<br />

teve um relacionamento diferente com os<br />

pobres, reconhecendo neles, não o objeto<br />

<strong>de</strong> nossa ação caritativa - isso é bom - mas<br />

reconhecendo no pobre a condição <strong>de</strong><br />

sujeito, autor e <strong>de</strong>stinatário <strong>de</strong> sua própria<br />

caminhada. Isso muda completamente. E<br />

foi assim que nasceu a CPT. Nasceu <strong>de</strong> uma<br />

posição samaritana em relação aos caídos,<br />

aos perseguidos... Era o tempo da ditadura<br />

militar e eles não podiam ver nenhuma<br />

organização camponesa pela frente que<br />

caíam em cima com toda violência. A Igreja<br />

se sensibilizou, mesmo porque estas violências<br />

atingiam os pobres e muitos padres e<br />

irmãs que acompanhavam este povo. Foram<br />

muitos os torturados e <strong>de</strong>saparecidos<br />

nos porões da ditadura.<br />

COMUNHÃO: O senhor acha que a luta<br />

social continua ou a Igreja está mais adormecida<br />

e/ ou preocupada com outro tipo<br />

<strong>de</strong> evangelização?<br />

DOM TOMÁS: Adormecida! É um sono<br />

confortável, porque a Igreja voltou-se para<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> si. E o que quer dizer para <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>de</strong> si? é a realida<strong>de</strong> eclesiástica, as celebra-<br />

ções, a vida interna das paróquias, muito<br />

bem, tudo muito bem organizado, mas o<br />

mundo pegando fogo.... Isso foi a gran<strong>de</strong><br />

preocupação e a gran<strong>de</strong> solicitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> pastores<br />

e profetas. No pós-Concílio Vaticano II,<br />

alguns pagaram com a própria vida. Olha<br />

o caso <strong>de</strong> Dom Oscar Romero: era um homem<br />

fechado <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> Igreja, e no dia que<br />

se abriu para gritar em favor dos assassinados<br />

gratuitamente pelo po<strong>de</strong>r militar, sobrou<br />

para ele a morte.<br />

COMUNHÃO: E o senhor não acha que ainda<br />

há vozes que tentam dar o seu grito embora<br />

abafado? Como as CEBs, por exemplo?<br />

Aliás, o que é CEBs?<br />

DOM TOMÁS: As CEBs vieram como inspiração<br />

<strong>de</strong> Deus. É como o clima. Nós entra-<br />

mos nele e não sabemos por quê. Assim,<br />

tivemos um clima pentecostal no pós-<br />

-Concílio Vaticano II que repercutiu diretamente<br />

na base eclesial. Surgiram <strong>aqui</strong> as<br />

comunida<strong>de</strong>s como surgiu a comunida<strong>de</strong><br />

dos apóstolos e dos mártires. É o mesmo<br />

mo<strong>de</strong>lo, gente do povo, solidária, que não<br />

estava ali a fi m <strong>de</strong> ganhar dinheiro, mas <strong>de</strong><br />

dar a própria vida uns pelos outros. A palavra<br />

<strong>de</strong> Deus, a fração do pão que é Eucaristia<br />

e também a solidarieda<strong>de</strong>. É isso que<br />

nós chamamos <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s eclesiais<br />

<strong>de</strong> base.<br />

COMUNHÃO: O que é essa Igreja que renasce<br />

das pequenas comunida<strong>de</strong>s – tema<br />

do encontro <strong>de</strong> CEBs e uma Igreja a serviço<br />

da vida e da missão - lema do 29º Encontro<br />

Diocesano <strong>de</strong> CEBs?<br />

Por Diác. Gladstone Miguel da Fonseca<br />

DOM TOMÁS: O novo modo <strong>de</strong> ser Igreja.<br />

Dom Aloísio Lorschei<strong>de</strong>r dizia que não é<br />

o novo modo <strong>de</strong> ser Igreja, mas o melhor<br />

modo <strong>de</strong> ser Igreja. O que quer dizer o melhor<br />

modo <strong>de</strong> ser Igreja? É uma Igreja <strong>de</strong><br />

irmãos, circular e não uma Igreja piramidal<br />

que nasce <strong>de</strong> cima para baixo. Ela nasce<br />

do chão pela inspiração do Espírito Santo.<br />

E tudo começou naturalmente, ninguém<br />

chegou <strong>aqui</strong> e disse: nós vamos começar as<br />

comunida<strong>de</strong>s eclesiais <strong>de</strong> base, não houve<br />

isso, assim como na comunida<strong>de</strong> dos apóstolos,<br />

ninguém chegou e disse nós vamos<br />

fazer comunida<strong>de</strong> assim, on<strong>de</strong> tudo é comum,<br />

on<strong>de</strong> não haja necessida<strong>de</strong>... não foi<br />

programado. Isso foi um sopro, e esta é uma<br />

característica fundamental da eclesiogênese,<br />

a Igreja nasce quando Deus sopra, quando<br />

o Espírito sopra e não quando a gente<br />

chega e estabelece a torre, o campanário,<br />

o santuário e etc. Não é por aí. São leigos,<br />

comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> iguais, em que ninguém<br />

está em busca <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, mas <strong>de</strong> um serviço<br />

para o reino. Uma Igreja que não é feita para<br />

ela mesma, esse que é o mo<strong>de</strong>lo novo, uma<br />

Igreja que é feita a serviço <strong>de</strong> um mundo<br />

que está sofrendo <strong>de</strong> visão, <strong>de</strong> falta <strong>de</strong> paz,<br />

saú<strong>de</strong>, educação, todas as coisas humanas.<br />

E isso não quer dizer sair do Evangelho, é<br />

entrar nele. Entrar profundamente no Evangelho,<br />

Jesus mesmo falou na vocação <strong>de</strong>le,<br />

o pórtico inicial O Espírito do Senhor está<br />

sobre mim, Ele me enviou para anunciar a<br />

boa nova aos pobres e libertar os cativos.<br />

Libertação é inerente a isso, daí surgiu a teologia<br />

da libertação, muita gente não gostou,<br />

prefere aquele sistema antigo, mas a<br />

Igreja é sempre renovável, rejuvenecível. Eu<br />

acho que as comunida<strong>de</strong>s eclesiais <strong>de</strong> base<br />

é uma forma <strong>de</strong> rejuvenescimento profundo<br />

da Igreja, embora minoritário.<br />

COMUNHÃO: Uma mensagem:<br />

DOM TOMÁS: Quero dizer uma palavra <strong>de</strong><br />

esperança, a profecia sempre foi inspirada<br />

no sentido em dar esperança, confi ança ao<br />

povo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o tempo mais difícil do cativeiro.<br />

Imagine a prisão em terra estrangeira,<br />

trabalhando como escravos, e vem o profeta<br />

e anuncia a esperança e ela acontece<br />

e o povo se liberta. Não po<strong>de</strong>mos per<strong>de</strong>r a<br />

esperança, têm muitos problemas na socieda<strong>de</strong>,<br />

um futuro que aparece obscuro, mas<br />

o Senhor está no meio <strong>de</strong> nós, e Ele é a nossa<br />

força, nossa esperança e só Ele é bom.<br />

Que Deus pelas asas dos Anjos leve a vocês<br />

todos esta esperança.<br />

7


catequese<br />

A BÍBLIA NA CATEQUESE<br />

“A Fonte na qual a Catequese busca a sua mensagem é a Palavra <strong>de</strong> Deus” (DNC106)<br />

PARA NOSSA FORMAÇÃO:<br />

Muitas vezes, os catequistas procuram alguém que, em poucas horas, oriente-os a usar a Bíblia nos encontros catequéticos. Esquecem-se <strong>de</strong> que esse assunto não po<strong>de</strong> ser<br />

tratado em poucas horas ou em poucos dias. Um dos conteúdos e, eu diria o mais importante para a formação inicial do catequista, é o conteúdo bíblico. A Bíblia é a primeira fonte<br />

da Catequese. Toda a Catequese <strong>de</strong>ve estar impregnada da Bíblia, receber <strong>de</strong>la a luz para confrontar a vida com a Palavra <strong>de</strong> Deus. O Concílio Vaticano II, ao proclamar que a “Igreja<br />

sempre venerou as Divinas Escrituras da mesma forma que o próprio Corpo <strong>de</strong> Cristo”, não só valorizou a Palavra <strong>de</strong> Deus, como também estimulou o acesso pessoal e comunitário<br />

ao Livro Sagrado. Portanto, reconhecemos que hoje a Bíblia está muito presente tanto nas ativida<strong>de</strong>s da Igreja como no coração do povo.<br />

A PALAVRA DE DEUS NO CORAÇÃO<br />

DO CATEQUISTA<br />

INICIANDO NOSSO ENCONTRO:<br />

• Preparar o ambiente com fl ores, velas,<br />

símbolos que lembrem a caminhada<br />

do povo <strong>de</strong> Deus. Ter um lugar especial<br />

para que a Bíblia fi que em <strong>de</strong>staque.<br />

• Fazer uma bonita procissão <strong>de</strong> entrada<br />

e colocar a Bíblia no local que foi<br />

especialmente preparado para Ela.<br />

Animador (a): Convidamos você, catequista,<br />

para caminhar conosco, abrir seu<br />

coração e compreen<strong>de</strong>r a beleza da Palavra<br />

<strong>de</strong> Deus. Procure não só enten<strong>de</strong>r<br />

com a mente ou com o intelecto, mas<br />

com o coração.<br />

Vamos cantar: “Toda Bíblia é comunicação<br />

<strong>de</strong> um Deus amor, <strong>de</strong> um Deus irmão/<br />

é feliz quem crê na revelação e tem<br />

Deus no coração.” (bis)<br />

Viver a Palavra: ler Hb 4,12a<br />

“Pois a Palavra <strong>de</strong> Deus é viva e efi -<br />

caz. É mais cortante que a espada <strong>de</strong><br />

dois gumes; penetra até a separação <strong>de</strong><br />

alma e espírito, articulações e medula, e<br />

discerne sentimentos e pensamentos do<br />

coração.”<br />

Animador (a): Diante da beleza <strong>de</strong>sta<br />

leitura, vamos refl etir: Quando A Palavra<br />

torna-se vida e quando a vida<br />

torna-se Palavra em nossa caminhada<br />

catequética?(Tempo para refl exão e partilha).<br />

Leitor (a) 1: “A Palavra <strong>de</strong> Deus é viva e efi -<br />

caz.” É Palavra viva e efi caz porque é Palavra<br />

do Deus da Vida, do Deus Criador, do<br />

Deus <strong>de</strong> Jesus Cristo.<br />

Canto: “É como a chuva que lava/ é como<br />

fogo que arrasa/ tua Palavra é assim, não<br />

passa por mim sem <strong>de</strong>ixar um sinal.”<br />

Leitor (a) 2: É Palavra viva porque produz<br />

vida, dá sustento à vida.É Palavra viva<br />

porque mesmo passando séculos, continua<br />

sempre atual, viva e efi caz no meio<br />

do povo.<br />

CONTINUANDO NOSSA REFLEXÃO<br />

Animador (a) “Uma das gran<strong>de</strong>s conquistas<br />

da caminhada bíblica em nosso país<br />

foi a <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> que a Bíblia é o mais<br />

importante livro da Catequese. Esta não<br />

é completa se o fi el não <strong>de</strong>scobrir a importância<br />

<strong>de</strong> ter em suas mãos a Palavra<br />

<strong>de</strong> Deus. Sem dúvida, pela movimentação<br />

que ela provoca, a Bíblia ainda é o<br />

catecismo mais amado e admirado pelos<br />

fi éis <strong>aqui</strong> em nosso país. É inaceitável um<br />

projeto catequético que não parta da Bíblia<br />

e que não leve para a Bíblia.” (Texto<br />

extraído do: Comentário popular à Constituição<br />

Dogmática “Dei Verbum”)<br />

PARA NOSSA CATEQUESE<br />

Para o uso da Bíblia na Catequese é<br />

bom saber:<br />

• Respeitar a interação fé e vida. A Bíblia<br />

esclarece os rumos do nosso cotidiano<br />

e aponta caminhos;<br />

• Ler a Bíblia a partir da vida e em função<br />

<strong>de</strong>la;<br />

• O catequista <strong>de</strong>ve ter uma boa formação<br />

bíblica, para não fazer uma leitura<br />

fundamentalista;<br />

• Para dar uma resposta ao catequizando,<br />

é bom que o catequista esteja<br />

bem seguro <strong>de</strong>la;<br />

• Não só falar da Bíblia, mas também<br />

Por Maria Inês Moreira - Coor<strong>de</strong>nadora Diocesana <strong>de</strong> Catequese<br />

dar-lhe a Palavra, isto é, <strong>de</strong>ixar a Bíblia falar.<br />

Animador (a): Finalizando nosso encontro,<br />

somos todos convidados a viver a<br />

Palavra que é igual à chuva que cai e não<br />

retorna sem produzir seus efeitos, sem<br />

dar frutos que permanecem, pois o efeito<br />

da Palavra <strong>de</strong> Deus é sempre gerar vida,<br />

tecer relações <strong>de</strong> amor, <strong>de</strong> irmanda<strong>de</strong> e<br />

aliança.<br />

Oração fi nal: Ler Is 55,10-11<br />

Canto: Escuta Israel, Javé seu Deus vai falar/Fala<br />

Senhor Javé, Israel quer te escutar.<br />

“Como a chuva e a neve <strong>de</strong>scem do céu e<br />

não voltam para lá,mas empapam a terra,<br />

a fecundam e a fazem germinar,<br />

para que dê semente ao semeador<br />

e pão para comer,<br />

assim será minha palavra,que sai <strong>de</strong><br />

minha boca:<br />

não voltará vazia para mim,<br />

mas realizará a minha vonta<strong>de</strong><br />

e cumprirá a minha recomendação.”<br />

8 JORNAL COMUNHÃO


DIOCESE DE GUAXUPÉ<br />

juventu<strong>de</strong>s<br />

A INCIDÊNCIA DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO SOBRE A FÉ DO JOVEM<br />

Por Ir. Márcio Diniz, Religioso Irmão pertencente à Congregação dos Irmãos do Sagrado Coração – Paraguaçu/MG, na função <strong>de</strong> assessor do Setor Diocesano da Juventu<strong>de</strong><br />

O tema supracitado é fundamental<br />

no tempo <strong>de</strong> pós-mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> em que<br />

vivemos, tendo em vista que alguns acabam<br />

absorvidos por elementos externos<br />

que retiram a essência da fé, aspecto <strong>de</strong><br />

importância ímpar para uma vivência<br />

cristã transformadora. Neste sentido, o<br />

papa Bento XVI, por ocasião do cinquentenário<br />

da abertura do Concílio Vaticano<br />

II, intitulou o momento como Ano da Fé,<br />

<strong>de</strong>sejando <strong>de</strong>stacar a importância <strong>de</strong>ssa<br />

dimensão para a vida do Cristão, tendo<br />

em vista a cultura <strong>de</strong> hoje, <strong>de</strong>fensora do<br />

consumismo, do hedonismo, da competitivida<strong>de</strong>,<br />

do conhecimento cientifi co<br />

etc, elementos estes que não promovem<br />

a “vida em plenitu<strong>de</strong> para as pessoas” (Jo<br />

10,10).<br />

O JOVEM NA SOCIEDADE<br />

Nesta conjuntura <strong>de</strong> <strong>de</strong>squalifi cação<br />

da pessoa humana, o jovem acaba sendo<br />

o principal foco das diversas realida<strong>de</strong>s<br />

que buscam imprimir nele a ênfase do<br />

externo envolto em elementos que <strong>de</strong>squalifi<br />

cam a ele próprio e a seus semelhantes.<br />

Faz-se necessário conceituarmos<br />

brevemente o entendimento do jovem<br />

na socieda<strong>de</strong> atual.<br />

Helena Wen<strong>de</strong>l Abramo refere-se ao<br />

tema por meio <strong>de</strong> quatro categorias sistematizadas<br />

por Dina Krauskopf. Na primeira,<br />

<strong>de</strong>staca a noção <strong>de</strong> condição juvenil<br />

que se remete a uma etapa do ciclo<br />

<strong>de</strong> vida, <strong>de</strong> ligação (transição, diz a noção<br />

clássica) entre a infância, tempo da primeira<br />

fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento corporal<br />

(física, emocional, intelectual). Assim, a<br />

juventu<strong>de</strong> é a transição <strong>de</strong> acesso à vida<br />

adulta, por meio do trabalho e/ou produção,<br />

viabilizando o conceito <strong>de</strong> que<br />

ele é um ser em preparação. No segundo<br />

viés, o jovem é visto como numa etapa<br />

problemática, “o sujeito aparece a partir<br />

dos problemas que ameaçam a or<strong>de</strong>m<br />

social ou <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o défi cit nas manifestações<br />

<strong>de</strong> seu <strong>de</strong>senvolvimento. Há ênfase<br />

no “jovem problema”, que transgri<strong>de</strong> as<br />

normas pré-estabelecidas. Na terceira<br />

categoria, o jovem é olhado como ator<br />

estratégico do <strong>de</strong>senvolvimento, visando<br />

a <strong>de</strong>stacá-lo como mecanismo viabilizador<br />

<strong>de</strong> enfrentamento ao sistema social<br />

mundial. Esta i<strong>de</strong>ia avança no reconhecimento<br />

dos jovens como atores dinâmicos<br />

da socieda<strong>de</strong> e com potencialida<strong>de</strong>s<br />

para respon<strong>de</strong>r aos <strong>de</strong>safi os colocados<br />

pelas inovações tecnológicas e transformações<br />

produtivas. Na quarta categoria,<br />

a juventu<strong>de</strong> é vista como sujeito das políticas;<br />

como afi rma o termo, os jovens são<br />

entendidos como canais ímpares para a<br />

efetivação <strong>de</strong> direitos sociais, retirando o<br />

rótulo como etapa “transitória” ou “problemática”.<br />

NOÇÃO DE FÉ<br />

Após apresentarmos o conceito <strong>de</strong><br />

juventu<strong>de</strong>, é necessário <strong>de</strong>stacar a noção<br />

<strong>de</strong> fé. Muitas vezes, enten<strong>de</strong>-se por Fé<br />

simplesmente o fato <strong>de</strong> acreditar-se no<br />

Transcen<strong>de</strong>nte. Porém, Fé é uma manifestação<br />

natural do ser humano, o acreditar,<br />

o crer, um sentimento difícil <strong>de</strong> ser<br />

<strong>de</strong>fi nido e explicado. Trata-se, portanto,<br />

<strong>de</strong> uma atitu<strong>de</strong> fundamental <strong>de</strong> confi ança<br />

no Transcen<strong>de</strong>nte que, ao longo <strong>de</strong><br />

nossa vida, precisa ser sempre mais explicitada,<br />

assumida e vivenciada. Ter Fé<br />

é crer fi rmemente em algo, sem ter em<br />

mão nenhuma evidência <strong>de</strong> que seja verda<strong>de</strong>iro<br />

ou real o objeto da crença. Este<br />

termo vem do grego pistis, traduzido por<br />

confi ança, fi rme convencimento. Não <strong>de</strong>-<br />

manda provas materiais, po<strong>de</strong> surgir sem<br />

nenhum motivo aparente, estar ligada às<br />

razões i<strong>de</strong>ológicas, emocionais, religiosas<br />

ou a outra razão qualquer.<br />

As experiências <strong>de</strong> cada um, intransferíveis<br />

e totalmente pessoais, dão origem<br />

à Fé. Todos nós temos, em nosso<br />

íntimo, em estado latente, o po<strong>de</strong>r da Fé,<br />

ou seja, <strong>de</strong> tornar real tudo que <strong>de</strong>sejamos<br />

alcançar, através do exercício contínuo<br />

da vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada, focada nos<br />

objetivos que almejamos concretizar. Ter<br />

Fé, para nós, cristãos, não é apenas acreditar,<br />

mas uma direção, um meio para um<br />

fi m, para um ser superior, para Deus. Ela<br />

tem caráter revolucionário, seja no âmbito<br />

religioso, político ou social.<br />

Neste sentido, surgem algumas questões:<br />

Como o jovem tem vivido sua fé?<br />

Qual o impacto <strong>de</strong>sta em sua vida cientifi<br />

ca? De fato, são questões que nos inquietam,<br />

tendo em vista que talvez esteja<br />

no espaço científi co o maior <strong>de</strong>safi o dos<br />

jovens viverem seu testemunho. O Documento<br />

85, em seu capítulo 1 – Elementos<br />

para o conhecimento da realida<strong>de</strong> dos<br />

jovens - problematiza a questão da cultura<br />

mo<strong>de</strong>rna e pós-mo<strong>de</strong>rna e <strong>de</strong>staca<br />

que estas, aliadas à globalização e às TICs<br />

(Tecnologias da Informação) têm contribuído<br />

para a fragmentação da fé juvenil.<br />

“Dentre os muitos elementos da cultura<br />

pós-mo<strong>de</strong>rna que infl uenciam no processo<br />

<strong>de</strong> evangelização dos jovens e no<br />

fenômeno da indiferença <strong>de</strong> uma parcela<br />

da juventu<strong>de</strong> face à Igreja, <strong>de</strong>stacamos<br />

a subjetivida<strong>de</strong>, as novas expressões da<br />

vivência do sagrado e a centralida<strong>de</strong> das<br />

emoções” (2007, nº 15).<br />

De fato, esses três elementos estão<br />

presentes nos espaços <strong>de</strong> ensino por<br />

enten<strong>de</strong>r a pluralida<strong>de</strong> do jovem e isso<br />

vem causando confusão. O confronto<br />

sempre será tenso e causará um processo<br />

catalizador do essencial para sua fé.<br />

Essa essência <strong>de</strong>ve ser no seguimento à<br />

pessoa <strong>de</strong> Jesus Cristo. Para os cristãos, é<br />

na comunida<strong>de</strong> que Ele se revela e essa<br />

ação comunitária <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>fendida nos<br />

espaços <strong>de</strong> ensino.<br />

O <strong>de</strong>safi o do jovem é buscar o equilíbrio<br />

do falar teórico em consonância<br />

com os ensinamentos da fé (Tradição<br />

Religiosa), priorizando estes últimos e<br />

reverberando como Pedro “é por isso<br />

que exultais <strong>de</strong> alegria, se bem que, por<br />

algum tempo, tenhais <strong>de</strong> andar afl itos<br />

por diversas provações; <strong><strong>de</strong>ste</strong> modo, a<br />

qualida<strong>de</strong> genuína da vossa fé – muito<br />

mais preciosa do que o ouro perecível,<br />

por certo também provado pelo fogo –<br />

será achada digna <strong>de</strong> louvor, <strong>de</strong> glória e<br />

<strong>de</strong> honra, na altura da manifestação <strong>de</strong><br />

Jesus Cristo. Sem O ter<strong>de</strong>s visto, vós O<br />

amais; sem O ver ainda, cre<strong>de</strong>s n’Ele e vos<br />

alegrais com uma alegria in<strong>de</strong>scritível e<br />

irradiante, alçando assim a meta da vossa<br />

fé: a salvação das almas.” (IPd 1, 6-9)<br />

Referências Bibliográfi cas:<br />

ABRAMO, Helena Wen<strong>de</strong>l. “Condição Juvenil no Brasil<br />

Contemporâneo”. In: ABRAMO, Helena e BRANCO,<br />

P.P.M (orgs.). Retratos da Juventu<strong>de</strong> Brasileira. São<br />

Paulo: Ed. Fundação Perseu Abramo, 2005, p. 37-72.<br />

CNBB. Evangelização da juventu<strong>de</strong>: Desafi os e perspectivas<br />

pastorais. Documentos da CNBB – 85. Brasília,<br />

edições CNBB, 2007.<br />

CARTA APOSTÓLICA SOB FORMA DE MOTU PRO-<br />

PRIO – PORTA DA FÉ- DO SUMO PONTÍFICE BENTO<br />

XVI. São Paulo, Paulinas, 2012<br />

Ativida<strong>de</strong>s “Roda <strong>de</strong> Conversa”<br />

Ouvir a música Andar com fé (Gilberto Gil) e fazer<br />

uma roda <strong>de</strong> conversa sobre o tema: A fé do jovem<br />

na cultura pós-mo<strong>de</strong>rna.<br />

9


LECTIO DIVINA<br />

Jesus, nosso Mestre Orante, ensina-nos<br />

que Deus é Pai e todos nós somos<br />

irmãos. Somos uma família chamada a viver<br />

no amor, que é a central <strong>de</strong> toda nossa<br />

espiritualida<strong>de</strong>. A verda<strong>de</strong>ira oração<br />

nos leva a apren<strong>de</strong>r a amar como Jesus<br />

nos ama. E Ele nos <strong>de</strong>u o exemplo, mos-<br />

trando uma vida sustentada na íntima<br />

comunhão com o Pai e essa é expressa na<br />

oração. Po<strong>de</strong>mos ver que toda vez que<br />

Jesus tem que tomar uma gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão,<br />

Ele se recolhe em comunhão com<br />

Deus para <strong>de</strong>scobrir qual era a vonta<strong>de</strong><br />

Daquele que o enviou. Encontramos Jesus<br />

rezando por ocasião <strong>de</strong> seu batismo<br />

(Lc 3,21), em seu primeiro aparecimento<br />

em Cafarnaum (Mc 1,35; Lc 5,16); <strong>de</strong>pois<br />

dos milagres que realiza (Mc 6,46; Mt 23);<br />

antes da escolha dos doze (Lc 6,12); antes<br />

da hora <strong>de</strong>cisiva <strong>de</strong> Cesarea <strong>de</strong> Filipe (Lc<br />

9,18). Antes da Paixão, interce<strong>de</strong> pelos<br />

discípulos (Lc 22,32) e, Ele mesmo, <strong>de</strong>bate-se<br />

na oração diante <strong>de</strong> seu Pai (Mt<br />

26,33-46). A exemplo do nosso Mestre,<br />

apresentaremos um método <strong>de</strong> oração<br />

tão antigo e ao mesmo tempo tão novo,<br />

a Lectio Divina. É o método que a muitos<br />

cristãos alimentou, para alcançar a santida<strong>de</strong>.<br />

Existe <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Santo Antão, é um<br />

método <strong>de</strong> rezar não buscando conhecimento<br />

profundo, nem a exegese técnica<br />

<strong>de</strong> caráter <strong>de</strong> critica literária, ou seja, não<br />

é nenhuma ciência teológica. Tem fi nalida<strong>de</strong><br />

existencial, vital e espiritual, isto<br />

é, preten<strong>de</strong> alimentar a fé e fortalecer a<br />

a<strong>de</strong>são pessoal a Deus. Po<strong>de</strong> ser realizado<br />

individual ou comunitariamente; é o<br />

método que não exige grau <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>.<br />

Basta o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> tirar da Palavra<br />

<strong>de</strong> Deus o alimento para seu ser, como a<br />

abelha tirando da fl or o néctar para alimentar<br />

a si mesma e a sua colmeia.<br />

MÉTODO<br />

Preparar o ambiente: colocar o corpo<br />

em posição digna e cômoda. Invocar<br />

a luz do Espírito Santo. É Ele que nos vai<br />

conduzir durante toda a oração.<br />

1. Leitura: Que diz o texto em si? Criar<br />

o silêncio interior, predispondo-se a escutar.<br />

Realizar uma leitura lenta e atenta<br />

do texto. Consi<strong>de</strong>rar bem o sentido<br />

<strong>de</strong> cada frase. Olhar cada personagem:<br />

seus sentimentos, seu modo <strong>de</strong> pensar...<br />

Estar atento a cada <strong>de</strong>talhe do tex-<br />

ponto <strong>de</strong> vista pastoral<br />

A partir do século XII, a Lectio Divina<br />

vai <strong>de</strong>saparecendo e é substituída pela<br />

<strong>de</strong>votio mo<strong>de</strong>rna, movimento que fermentava<br />

e irradiava a oração metódica.<br />

Ultimamente os bispos, padres e leigos<br />

estão re<strong>de</strong>scobrindo esse tesouro para<br />

valorizar a Palavra <strong>de</strong> Deus. A Lectio Divi-<br />

A Lectio Divina é um momento<br />

orante para alimentar toda nossa<br />

espiritualida<strong>de</strong>, movida pelo Espírito<br />

Santo que suscita a leitura da Palavra<br />

- o modo mais íntimo <strong>de</strong> Oração.<br />

na é um momento orante para alimentar<br />

toda nossa espiritualida<strong>de</strong>, movida pelo<br />

Espírito Santo que suscita a leitura da Palavra<br />

- o modo mais íntimo <strong>de</strong> Oração. É<br />

um diálogo pessoal, no qual a pessoa se<br />

oferece a Deus, a Cristo e por Cristo, no<br />

Espírito Santo, ao Pai. O leitor se transforma<br />

no que está lendo. O Espírito Santo<br />

contido na Palavra opera uma harmonia<br />

humana com o Divino. A palavra permanece<br />

Nele e Ele na Palavra do Pai. É uma<br />

leitura realizada gratuitamente, não para<br />

instrumentalizar a Palavra para outros<br />

fi ns que não seja a pura acolhida da Palavra.<br />

A qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nossa missão <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />

muito <strong>de</strong> nossa interiorida<strong>de</strong> adquirida<br />

por tempos prolongados <strong>de</strong> oração.<br />

Somente uma leitura prolongada, com<br />

<strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> encontrar-se com Aquele que<br />

nos ama gratuitamente nos ensina a<br />

amá-Lo também gratuitamente. Só assim,<br />

po<strong>de</strong>remos ir além dos textos sagrados<br />

e chegar ao centro do Mistério,<br />

abrindo a porta para a contemplação<br />

que nos une - o orante a Deus, na fé e no<br />

amor. O ser humano, no mundo <strong>de</strong> hoje,<br />

encontra um vazio <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> si. Muitas<br />

vezes, procura <strong>de</strong>struir esse vazio. No entanto,<br />

ele não foi feito para ser <strong>de</strong>struído,<br />

mas sim, para ser preenchido. Para isso,<br />

a Lectio Divina é um instrumento efi caz<br />

que constrói a mística <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> nós e<br />

preenche o vazio.<br />

to, vê-lo como uma gran<strong>de</strong> pintura.<br />

2. Meditação: O que diz o texto para<br />

mim? Olhar para o texto e olhar para<br />

a minha vida, olhar a realida<strong>de</strong> em que<br />

vivo, o que me diz.<br />

3. Oração: O que o texto me faz dizer a<br />

Deus? a partir do texto, a partir da minha<br />

vida, da realida<strong>de</strong> em que eu vivo,que<br />

compromisso posso assumir?<br />

4. Contemplação: olhar a vida com os<br />

olhos <strong>de</strong> Deus. Qual o novo olhar que sobrou<br />

em mim, <strong>de</strong>pois da leitura do texto?<br />

Por Pe. Val<strong>de</strong>nísio Justino Goulart, pároco da Paróquia São Paulo Apóstolo <strong>de</strong> Poços <strong>de</strong> Caldas<br />

Como tudo isso me po<strong>de</strong> ajudar a viver<br />

melhor meu compromisso <strong>de</strong> vida? Que<br />

<strong>de</strong>safi o <strong>de</strong>scobri para me aperfeiçoar<br />

como discípulo <strong>de</strong> Jesus?<br />

Nos primeiros dias <strong>de</strong> oração, colocar<br />

em prática o método da leitura orante<br />

da Bíblia. Vamos encontrar as seguintes<br />

“tentações” para serem vencidas: ansieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> fi car acomodado, difi culda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> silenciar nossos pensamentos ( preocupação,<br />

o que tem que fazer, <strong>de</strong>svio da<br />

reta intenção <strong>de</strong> rezar), pois nossos pen-<br />

samentos estão acelerados. Vencendo<br />

essas tentações, você estará no <strong>de</strong>serto<br />

e, nesse <strong>de</strong>serto, estará somente você e<br />

Deus. Neste processo, você vai conhecer<br />

você mesmo, aceitando <strong>aqui</strong>lo que não<br />

po<strong>de</strong> ser mudado e mudando <strong>aqui</strong>lo<br />

que é possível, <strong>de</strong>scobrindo um ser humano<br />

maravilhoso e conhecendo profundamente<br />

seu Criador.<br />

Que você acor<strong>de</strong> o místico que está <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>de</strong> você!<br />

10 JORNAL COMUNHÃO


1<br />

5<br />

6<br />

15<br />

23<br />

1<br />

2<br />

6<br />

10<br />

12<br />

13<br />

14<br />

15<br />

16<br />

NATALÍCIO<br />

Pe. Donizete <strong>de</strong> Brito<br />

Pe. José Ronaldo Rocha<br />

Mons. Hilário Pardini<br />

Pe. Carlos Miranda<br />

Mons. José do Amaral Ornelas<br />

DIOCESE DE GUAXUPÉ<br />

COMEMORAÇÕES DE SETEMBRO<br />

AGENDA PASTORAL DE SETEMBRO<br />

<strong>Diocese</strong>: Reunião da Coord. Diocesana <strong>de</strong> Formação <strong>de</strong> Leigos em<br />

Guaxupé<br />

Reunião do Setor Juventu<strong>de</strong> em Guaxupé<br />

Reunião dos Agentes do SAV<br />

<strong>Diocese</strong>: Reunião do Conselho <strong>de</strong> Presbíteros em Guaxupé<br />

Setores Alfenas e Areado: Reunião dos Presbíteros<br />

Setor Passos: Reunião dos Presbíteros<br />

<strong>Diocese</strong>: Reunião do Setor Famílias em Guaxupé<br />

Setor Poços: Reunião dos Presbíteros<br />

Festa <strong>de</strong> Nossa Sra. das Dores, Padroeira da <strong>Diocese</strong> – Missa em<br />

Guaxupé<br />

<strong>Diocese</strong>: Reunião dos Coord. <strong>de</strong> área da Pastoral da Criança em Passos<br />

Setor Alfenas: Encontro dos Missionários e Coord. do Mov. da Mãe<br />

Peregrina em Alfenas<br />

Setor Passos: Encontro <strong>de</strong> MECEs<br />

sugestões <strong>de</strong> leitura<br />

sugestão <strong>de</strong> filme<br />

11<br />

15<br />

19<br />

19<br />

20<br />

21-23<br />

23<br />

28<br />

28-30<br />

29<br />

30<br />

comunicação<br />

ORDENAÇÃO<br />

Pe. Claiton Ramos<br />

Pe. Benedito Donizetti Vieira<br />

Dom José Lanza Neto (episcopal)<br />

Setor Guaxupé: Reunião dos Presbíteros em Nova Resen<strong>de</strong><br />

<strong>Diocese</strong>: Encontro Diocesano <strong>de</strong> Secretárias/os Paroquiais em Guaxupé<br />

Cursilho Masculino na Casa <strong>de</strong> Oração Dom Inácio, em São Sebastião<br />

do Paraíso<br />

<strong>Diocese</strong>: 3º Encontro Diocesano dos Grupos <strong>de</strong> Refl exão em Guaxupé<br />

Setor Areado: Encontro dos Missionários e Coord. do Mov. da Mãe<br />

Peregrina em Areado<br />

Setores Cássia e Paraíso: Reunião dos Presbíteros<br />

Cursilho Feminino na Casa <strong>de</strong> Oração Dom Inácio, em São Sebastião do<br />

Paraíso<br />

<strong>Diocese</strong>: Reunião do Conselho Diocesano do ECC em S. S. Paraíso<br />

Setor Passos: Encontro dos Missionários e Coord. do Mov. da Mãe<br />

Peregrina em Passos<br />

A LINGUAGEM DE DEUS - Editora Gente<br />

Autor: Francis S.Collins – Diretor do Projeto Genoma<br />

Best-seller do The New York Times<br />

É possível um cientista apresentar indícios da existência <strong>de</strong> Deus?<br />

O brilhante cientista americano. Francis S. Collins, com suas embasadas evidências, expõe que a religião e os conhecimentos<br />

científi cos não são incompatíveis, mas sim, complementares.A ciência investiga o que há <strong>de</strong> natural, já a religião dá respostas<br />

a diversas questões pertencentes a outra esfera, as quais nenhuma teoria da evolução po<strong>de</strong> explicar.<br />

CONVERSA SOBRE A FÉ E A CIÊNCIA - Editora Nova Fronteira<br />

Autores: Wal<strong>de</strong>mar Falcão; Frei Betto; Marcelo Gleiser<br />

Editora Nova Fronteira<br />

Quando ouvem falar sobre a fé e a ciência, muitos esperam <strong>de</strong>sentendimentos. Mas nesta troca <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias entre Frei Betto -<br />

fra<strong>de</strong> dominicano - e Marcelo Gleiser - físico brasileiro radicado nos Estados Unidos, ao contrário, os leitores po<strong>de</strong>rão <strong>de</strong>sfrutar<br />

um diálogo franco e transparente, permeado pela simplicida<strong>de</strong> dos dois autores e <strong>de</strong> tudo que existe em comum entre eles.<br />

Graças a este clima <strong>de</strong> pluralida<strong>de</strong>, mesmo os temas <strong>de</strong>licados para ambas as áreas foram abordados com absoluta naturalida<strong>de</strong><br />

e transparência. A difícil interação entre ciência e fé, suas relações com o po<strong>de</strong>r e com o fundamentalismo, o respeito aos<br />

espaços <strong>de</strong> cada saber, tudo isso foi abordado com muita clareza e, quando necessário, com as <strong>de</strong>vidas críticas, sem nenhum<br />

constrangimento.<br />

A SÉTIMA MORADA<br />

O fi lme a Sétima Morada traça, com veracida<strong>de</strong>, a trajetória da vida <strong>de</strong> Edith Stein, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua tenra infância, até a menina<br />

altiva, <strong>de</strong>terminada, <strong>de</strong> inteligência privilegiada e memória prodigiosa. Na segunda fase, a estudante brilhante, a professora<br />

exímia e a fi lósofa famosa. Na última fase, a convertida ao catolicismo, seu ingresso no Carmelo <strong>de</strong> Colônia, na Alemanha. Esta<br />

última fase trata-se <strong>de</strong> um período atormentado pela perseguição do regime nazista a seu povo, no qual ela aprofunda sua<br />

mística, baseada em Santa Teresa <strong>de</strong> Ávila e São João da Cruz. Obrigada a fugir para o Carmelo <strong>de</strong> Echt, na Holanda, em 1942<br />

foi presa e levada para Auschwitz, on<strong>de</strong> morreu, oferecendo a vida pela Igreja, pela paz e pela salvação <strong>de</strong> seu povo. Em 11 <strong>de</strong><br />

outubro <strong>de</strong> 1998, Edith Stein foi proclamada santa pelo papa João Paulo II.<br />

11


saú<strong>de</strong><br />

A LEITURA E A SAÚDE<br />

Falar sobre saú<strong>de</strong>, ler sobre saú<strong>de</strong>, já é<br />

um convite a querer um cuidado maior com<br />

o que somos, com o que nos tornamos.<br />

Saú<strong>de</strong> é uma conquista diária. In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong> on<strong>de</strong> você está, se com sua família,<br />

trabalhando ou em férias, hábitos que são<br />

aliados da saú<strong>de</strong> são sempre bem vindos e<br />

bem vistos, importantes para o bem estar.<br />

O que todos queremos é viver com saú<strong>de</strong><br />

e uma das formas para a plenitu<strong>de</strong> da<br />

saú<strong>de</strong> é manter a mente sempre ocupada<br />

positivamente. Ler é uma <strong>de</strong>ssas formas.<br />

Ler é um exercício para nossa mente,<br />

ajuda a manter o cérebro em or<strong>de</strong>m para<br />

realizar suas funções da melhor maneira.<br />

A leitura po<strong>de</strong> ser uma boa forma <strong>de</strong><br />

combater o stress, tão comum na rotina das<br />

pessoas.<br />

O prazer do contato com a linguagem<br />

tem o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> <strong>de</strong>sviar o foco dos problemas<br />

do dia a dia, além da oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

entrar em outros mundos, como o da fi cção<br />

e da poesia.<br />

Quando criança, por volta dos 6 anos,<br />

ida<strong>de</strong> em que fui alfabetizada, lembro-me<br />

<strong>de</strong> ter iniciado viagens maravilhosas através<br />

do mundo dos livros (ganhei a coleção do<br />

Monteiro Lobato <strong>de</strong> meu pai), que se esten<strong>de</strong>ram<br />

<strong>de</strong> maneira muito forte vida afora.<br />

Mais tar<strong>de</strong>, tive oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecer<br />

alguns lugares do mundo e fui percebendo<br />

que vários <strong>de</strong>les já estavam presentes na<br />

minha mente, assimilados através do excelente<br />

relato dos autores que havia lido.<br />

Mas, voltando aos benefícios que a leitura<br />

po<strong>de</strong> trazer à saú<strong>de</strong>:<br />

• Aumentar o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> memória do<br />

cérebro. Estimula e ajuda a prevenir <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>ns<br />

(doenças comuns nesta época<br />

<strong>de</strong> maior expectativa <strong>de</strong> vida);<br />

• Quem lê costuma <strong>de</strong>senvolver maior<br />

facilida<strong>de</strong> para se concentrar, habilida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> objetivida<strong>de</strong> e tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões;<br />

• Ajudar a expandir nossos horizontes,<br />

tornar-nos conscientes dos fatos do<br />

mundo exterior.<br />

• Aumentar nosso vocabulário, dando-<br />

-nos mais recursos para melhorar a expressão<br />

clara, a comunicação.<br />

Enfi m, a leitura faz <strong>de</strong>scobrir a si mesmo<br />

e a suas capacida<strong>de</strong>s. Favorece o crescimento<br />

pessoal <strong>de</strong> Ser e Estar no mundo.<br />

VOCÊ SABE O QUE É BIBLIOTERAPIA?<br />

Biblioterapia é um termo criado<br />

por médicos norte-americanos durante<br />

a Segunda Guerra Mundial.<br />

Naquela época, psiquiatras que<br />

acompanhavam as tropas americanas<br />

notaram que os soldados feridos<br />

que tinham acesso à leitura e liam<br />

muito, durante sua recuperação no<br />

hospital, tinham uma evolução melhor,<br />

em diferentes tipos <strong>de</strong> problemas<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, comparados àqueles<br />

que fi cavam sem nada para fazer.<br />

Hoje, Biblioterapia tem sido pro-<br />

posta para o tratamento <strong>de</strong> vários<br />

outros problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, além das<br />

doenças psiquiátricas. Uma das áreas<br />

on<strong>de</strong> há um forte benefício para o<br />

emprego da leitura é nos distúrbios<br />

do sono. Numa época, em que os<br />

meios eletrônicos se expan<strong>de</strong>m cada<br />

vez mais, e há indícios <strong>de</strong> que essa<br />

expansão possa ter relação com o aumento<br />

dos casos <strong>de</strong> insônia e distúrbios<br />

do sono, resgatar a importância<br />

da leitura para regularizar o ritmo do<br />

sono é um avanço.<br />

Os estudos recentes mostram que<br />

o tipo <strong>de</strong> simbolização (e imaginação)<br />

que as pessoas fazem quando<br />

leem um livro é muito diferente daquele<br />

gerado por um fi lme ou outro<br />

método audiovisual. A pessoa constrói<br />

as imagens livremente na imaginação,<br />

<strong>de</strong> acordo com seu universo<br />

conceitual.<br />

A prática da biblioterapia está em<br />

escolher conteúdos, tipos <strong>de</strong> texto,<br />

tamanho e ritmo <strong>de</strong> leitura, a<strong>de</strong>quados,<br />

para o resultado esperado. Por<br />

Por Maria Claudia Cal<strong>de</strong>ira Ribeiro do Valle<br />

exemplo, a leitura indicada para insônia<br />

é mais lenta e repetitiva. Não<br />

se <strong>de</strong>ve propor um texto excitante<br />

<strong>de</strong> um romance para isso. Por outro<br />

lado, muitas fi cções romanceadas<br />

po<strong>de</strong>m ajudar na elaboração <strong>de</strong><br />

confl itos pessoais e, por isso, estão<br />

indicadas em diferentes problemas<br />

psiquiátricos. Alguns psicóticos,<br />

como portadores <strong>de</strong> esquizofrenia,<br />

têm uma excelente adaptação a poesias<br />

e outros textos altamente simbólicos.<br />

ENCONTRO DIOCESANO DE SECRETÁRIOS (AS) PAROQUIAIS<br />

A Pastoral da Comunicação da <strong>Diocese</strong> <strong>de</strong> Guaxupé promove anualmente o ENCONTRO DIOCESANO DE SECRETÁRIOS<br />

(AS) PAROQUIAIS, que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2007, propicia um momento importante para o aperfeiçoamento profissional, troca <strong>de</strong><br />

experiências e <strong>de</strong> espiritualida<strong>de</strong> pastoral.<br />

Com esta motivação, a PASCOM convida os secretários (as) paroquiais a participarem <strong><strong>de</strong>ste</strong> encontro que será realizado em<br />

Guaxupé, no prédio da Cúria Diocesana, no dia 20 <strong>de</strong> setembro, das 8h às 12h e terá como temática central MARKETING<br />

PESSOAL, assessorado pelo Prof. Paulo Smargiassi, ASSESSOR DO SENAC.<br />

Faça sua inscrição no site da diocese:<br />

www.guaxupe.org.br<br />

12 JORNAL COMUNHÃO

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