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Cássio Baumgratz Viotti - Relatório de Participação - Comitê ...

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<strong>Relatório</strong> <strong>de</strong> participação na Reunião Anual e Congresso Internacional <strong>de</strong> Kyoto –<br />

Junho <strong>de</strong> 2012<br />

<strong>Cássio</strong> <strong>Baumgratz</strong> <strong>Viotti</strong><br />

1. Inicialmente tive oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> participar, no dia 3 <strong>de</strong> junho, da excursão técnica<br />

“Lake Biwa”. Este lago é um lago natural <strong>de</strong> 670km 2 , que <strong>de</strong>scarrega no rio Seta. A<br />

região a jusante era sujeita a gran<strong>de</strong>s enchentes. No início do século XX (1905), foi<br />

construído um dique (Nango Weir) com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> enchentes e <strong>de</strong><br />

provimento <strong>de</strong> água em caso <strong>de</strong> seca. Um novo dique (Seta Weir) foi completado em<br />

1961 para substituir o antigo. Em 1992 foi completado um canal <strong>de</strong> “by-pass”.<br />

Atualmente há também geração hidrelétrica.<br />

Foram também visitadas as barragens <strong>de</strong> Amagase (arco) e Kisenyama<br />

(enrocamento). Um dado obtido no campo: a somatória das vazões pela referida<br />

barragem <strong>de</strong> enrocamento é <strong>de</strong> 500 l/min.<br />

2. Participei, no dia 4 <strong>de</strong> junho, <strong>de</strong> 2 reuniões <strong>de</strong> <strong>Comitê</strong>s Técnicos. Na parte da<br />

manhã participei do comitê “Dams for Hydroelectric Energy”, cujo Boletim <strong>de</strong>verá ser<br />

enviado ao “Central Office” até o final <strong>de</strong> setembro após as ações previstas na ata da<br />

reunião (anexa).<br />

Como <strong>de</strong> costume, o Boletim <strong>de</strong>verá ser encaminhado aos <strong>Comitê</strong>s Nacionais para<br />

comentários, prevendo-se sua aprovação na Reunião Anual <strong>de</strong> Seattle, em agosto <strong>de</strong><br />

2013.<br />

Depen<strong>de</strong>ndo da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comentários, po<strong>de</strong>rá ser necessária uma reunião do<br />

<strong>Comitê</strong> Técnico em Seattle.<br />

Em seguida à sua aprovação, o Boletim estará disponível no site da ICOLD para<br />

download pelos <strong>Comitê</strong>s Nacionais.<br />

Para publicação final, em papel, é necessária uma tradução em francês, que é <strong>de</strong><br />

responsabilida<strong>de</strong> dos <strong>Comitê</strong>s Nacionais <strong>de</strong> lingua francesa, os quais se encontram<br />

muito atarefados com tais traducões, havendo atualmente muitos atrasos.<br />

Para facilitar a futura publicação, o Chairman do <strong>Comitê</strong>, Giovanni Ruggeri, negociou<br />

com os membros Boulet (francês) e Leroy (suiço), que se dispuseram a fazer a<br />

tradução até a Reunião Annual <strong>de</strong> Seattle.<br />

À tar<strong>de</strong> participei da reunião do <strong>Comitê</strong> Técnico “Embankment Dams”. É a primeira vez<br />

que participei da reunião <strong>de</strong>sse <strong>Comitê</strong>.<br />

Até a reunião <strong>de</strong> Lucerna, o representante brasileiro era Joaquim Pimenta, que<br />

também é o representante brasileiro no <strong>Comitê</strong> Técnico <strong>de</strong> Barragens <strong>de</strong> Rejeito.


Este é um <strong>Comitê</strong> que tem produzido muitos boletins. Era anteriormente chefiado por<br />

Alberto Marulanda, da Colômbia e atualmente por Jean-Pierre Tournier, do Canadá.<br />

Na minha observação <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> barragens <strong>de</strong> terra <strong>de</strong>senvolvidos em diferentes<br />

países do mundo, há importantes discrepâncias entre “tecnologias nacionais”. Cito, por<br />

exemplo, um fato: todas as barragens <strong>de</strong> aterro (embankment) japonesas têm talu<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> montante mais abatido que o <strong>de</strong> jusante, alegadamente por causa <strong>de</strong> terremotos.<br />

Já as barragens chinesas têm talu<strong>de</strong>s semelhantes a montante e a jusante, sendo os<br />

terremotos <strong>de</strong> mesma magnitu<strong>de</strong> que os japoneses.<br />

Citei propositadamente um assunto em que a experiência brasileira não tem como<br />

colaborar, porque não tenho condições ainda <strong>de</strong> citar com proprieda<strong>de</strong> outros<br />

assuntos que i<strong>de</strong>ntifiquei preliminarmente, on<strong>de</strong> a nossa experiência difere da <strong>de</strong><br />

outros países. Acredito que teremos muito que contribuir e possivelmente também nos<br />

beneficaremos <strong>de</strong>ssa troca <strong>de</strong> informações.<br />

I<strong>de</strong>ntifico inicialmente que alguns países do chamado primeiro mundo aplicam<br />

tecnologias <strong>de</strong> investigações e <strong>de</strong> projeto mais avançadas do que as usadas<br />

rotineiramente no Brasil. Além disso, neles têm sido <strong>de</strong>senvolvidas pesquisas muito<br />

interessantes sobre diversos assuntos, como as reportadas no Boletim a ser publicado<br />

por este <strong>Comitê</strong> sobre erosões internas.<br />

Por outro lado, acredito que nosso forte seja a experiência prática <strong>de</strong> construção <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> barragens <strong>de</strong> aterro (embankment) nos últimos 50 anos, ou seja,<br />

uma experiência mais recente e/ou mais ampla do que a <strong>de</strong> outros gran<strong>de</strong>s<br />

construtores <strong>de</strong> barragens <strong>de</strong> aterro, tais como Estados Unidos e Canadá. A China é<br />

atualmente a maior construtora <strong>de</strong> barragens <strong>de</strong> aterro, mas não sei se a respectiva<br />

tecnologia está no mesmo nível <strong>de</strong> “consolidação” que a brasileira.<br />

3. No dia 5 foram realizados o Simpósio “Dams for a Changing World” e a Assembléia<br />

Geral.<br />

Participei da Assembléia Geral. É a primeira vez que este nome foi utilizado;<br />

anteriormente se chamava Reunião Executiva. Quando presi<strong>de</strong>nte, i<strong>de</strong>ntifiquei que o<br />

Estatuto da ICOLD estava muito <strong>de</strong>fasado e nomeei um <strong>Comitê</strong> para propor um novo<br />

Estatuto, comandado por Flávio Miguez, cuja aprovação se <strong>de</strong>u no ano passado, em<br />

Lucerna.<br />

Foi muito trabalhosa a elaboração <strong>de</strong>ste novo estatuto, já que havia forças<br />

conservadoras que não viam necessida<strong>de</strong> nele ou insistiam em fazer modificações<br />

mínimas e, <strong>de</strong> outro lado, fortes opiniões personalistas que propunham modificações<br />

inaceitáveis para a maioria dos membros do <strong>Comitê</strong>.


O nome Reunião Executiva escondia um conceito ina<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> administração. Esta<br />

reunião era do tipo assembléia on<strong>de</strong> todos os países membros têm assento. Em<br />

consequência na prática o Secretário Geral ficava muito solto na administração. Havia<br />

no estatuto antigo uma cláusula que dizia que o Tesoureiro só se reportava à Reunião<br />

Executiva e não ao Presi<strong>de</strong>nte ou à Diretoria. Acontece que uma única pessoa vinha<br />

acumulando as funções <strong>de</strong> Secretário Geral e Tesoureiro há muitos e muitos anos. O<br />

Secretário Geral por sua vez <strong>de</strong>via se reportar ao Presi<strong>de</strong>nte. Portanto, uma confusão.<br />

Outro exemplo, no estatuto antigo, os vice-presi<strong>de</strong>ntes não tinham nenhuma função e<br />

não se reuniam com o presi<strong>de</strong>nte, a não ser por ocasião da Reunião Anual.<br />

Atualmente a Diretoria tem funções executivas, há reuniões periódicas da Diretoria,<br />

em geral, em Paris. São atribuídas aos vices tarefas específicas, como, por exemplo,<br />

acompanhar as finanças e obter novos países membros. As reuniões periódicas foram<br />

iniciadas na minha gestão, apesar <strong>de</strong> não estarem previstas no estatuto vigente.<br />

Portanto, foi uma alegria ter participado da primeira “Assembéia Geral” da ICOLD. As<br />

principais <strong>de</strong>cisões já foram divulgadas no Boletim do CBDB.<br />

4. Nos dias 6, 7 e 8 foram realizadas as sessões técnicas do Congresso. O Centro <strong>de</strong><br />

Convenções <strong>de</strong> Kyoto é excelente, com espaço abundante e facilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> primeira<br />

linha. As sessões foram sempre concorridas, com boas apresentações. Os temas<br />

foram: STION 92<br />

Q. 92 ENVIRONMENTAL FRIENDLY TECHNIQUES FOR DAMS AND RESERVOIRS<br />

ON 93<br />

Q. 93 SAFETY<br />

ESTION 94<br />

Q. 94 FLOOD DISCHARGE<br />

QUESTION 95<br />

Q. 95 AGEING AND UPGRADING.<br />

Houve sessões técnicas paralelas, o que <strong>de</strong>veria ser evitado, na minha opinião.<br />

Verifica-se uma ausência <strong>de</strong> assuntos relativos a técnicas <strong>de</strong> construção. Sugiro que o<br />

CBDB se empenhe para que no próximo congresso, a ser realizado na Noruega,<br />

exista espaço para tal. Talvez isso facilite a apresentação <strong>de</strong> trabalhos pelos<br />

brasileiros. No congresso <strong>de</strong> Kyoto não houve nenhum trabalho brasileiro, o que é<br />

uma performance a lamentar. Houve um único trabalho apresentado ao Simpósio, <strong>de</strong><br />

autoria <strong>de</strong> Carlos Henrique Me<strong>de</strong>iros. Houve a participação <strong>de</strong> 17 <strong>de</strong>legados<br />

brasileiros e 9 esposas.<br />

A organização geral do evento (Reunião anual + Congresso) po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada<br />

como muito boa.

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