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Os Meus Pais
Os meus pais nunca me deram nada para mostrar que me amavam e que ainda me amam.
Nunca precisaram de me comprar presentes, de me satisfazer as vontades. Vejo que me
amam em cada memória que recordo no silêncio da noite, quando deprimida penso nos que
me rodeiam para me levantar de novo. Nunca precisaram de me dar aquela boneca que eu
mais queria, aquele brinquedo com que tanto sonhei. Bastou estarem sempre ao meu lado,
quando precisei deles e sobretudo nas alturas em que julgava não precisar. Nada neste
mundo poderia comprar aquele momento em que aprendia a andar de bicicleta, com o meu
pai atrás de mim segurando-a para eu manter o equilíbrio. Por nada seria eu capaz de trocar
aqueles sorrisos, que sempre me ofereceram quando se sentiam orgulhosos de mim, mesmo
que tivesse feito uma coisa mínima. Só eles para se sentirem assim… alegres por me verem a
nadar, correr, brincar… Viram-me dar os primeiros passos, tropeçar e cair, estiveram sempre
lá estendendo a mão para me ajudarem a levantar mesmo que fosse para cair de novo. Ainda
hoje o fazem e por isso estou-lhes grata e sei que me amam. Ao ver o que sou hoje sei que me
amam, sempre me amaram e com certeza me amarão. Se não me amassem, não me teriam
educado com tanto carinho, zelando pelo meu futuro, ensinando-me que é a cair que se
aprende a andar.
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White Lady
The Pickwick Society - vol. I Pág. 16 de 117