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Vera Adelina A. M. Marques Witold Zimitrowicz - Publicações - USP

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Boletim Técnico da Escola Politécnica da <strong>USP</strong><br />

Departamento de Engenharia de Construção Civil<br />

ISSN 0103-9830<br />

BT/PCC/234<br />

A Inserção do Campus da Cidade<br />

Universitária " Armando de Salles<br />

Oliveira" na Malha Urbana<br />

da Cidade de São Paulo<br />

<strong>Vera</strong> <strong>Adelina</strong> A. M. <strong>Marques</strong><br />

<strong>Witold</strong> <strong>Zimitrowicz</strong><br />

São Paulo - 1999


Escola Politécnica da Universidade de São Paulo<br />

Departamento de Engenharia de Construção Civil<br />

Boletim Técnico - Série BT/PCC<br />

Diretor: Prof. Dr. Antônio Marcos de Aguirra Massola<br />

Vice-Diretor: Prof. Dr. Vahan Agopyan<br />

Chefe do Departamento: Prof. Dr. Alex Kenya Abiko<br />

Suplente do Chefe do Departamento: Prof. Dr. João da Rocha Lima Junior<br />

Conselho Editorial<br />

Prof. Dr. Alex Abiko<br />

Prof. Dr. Francisco Cardoso<br />

Prof. Dr. João da Rocha Lima Jr,<br />

Prof, Dr. Orestes Marraccini Gonçalves<br />

Prof. Dr. Antônio Domingues de Figueiredo<br />

Prof. Dr. Cheng Liang Yee<br />

Coordenador Técnico<br />

Prof. Dr. Alex Abiko<br />

O Boletim Técnico é uma publicação da Escola Politécnica da <strong>USP</strong>/Departamento de Engenharia de<br />

Construção Civil, fruto de pesquisas realizados por docentes e pesquisadores desta Universidade.<br />

Este texto faz parte da dissertação de mestrado, de mesmo título, que se encontra à disposição com os<br />

autores ou na biblioteca da Engenharia Civil.<br />

FICHA CATALOGRÁFICA<br />

<strong>Marques</strong>, <strong>Vera</strong> <strong>Adelina</strong> A. M.<br />

A inserção do compus da cidade universitária Armando de Salles<br />

Oliveira na malha urbana da cidade de São Paulo 1 V.A.A.M. <strong>Marques</strong>,<br />

W. Zmitrowicz. -- São Paulo: EP<strong>USP</strong>, 1998.<br />

34 p. -- (Boletim Técnico da Escola Politécnica da <strong>USP</strong>, Departamento<br />

de Engenharia de Construção Civil, BT/PCC/234)<br />

1. Cidade universitária - São Paulo 2. Planejamento urbano 1.<br />

Zmitrowicz, <strong>Witold</strong> li. Universidade de São Paulo. Escola Politécnica.<br />

Departamento de Engenharia de Construção Civil III. Título IV. Série<br />

ISSN 0103-9830 CDU 711.47(815.6)<br />

711.4


Artigo sobre a pesquisa<br />

A inserção do compus da Cidade Universitária "Armando de Salles Oliveira“ na malha urbana da<br />

Cidade de São Paulo.<br />

para Boletim Técnico da EP<strong>USP</strong><br />

Orientador<br />

Prof. Dr. <strong>Witold</strong> Zmitrowicz<br />

Aluna<br />

Arq. <strong>Vera</strong> <strong>Adelina</strong> Amarante Machado <strong>Marques</strong><br />

São Paulo<br />

1998


INTRODUÇÃO<br />

O presente trabalho aborda, numa visão prospectiva, a gradual inserção do campus da Cidade<br />

Universitária "Armando de Salles Oliveira" - CUASO, da Universidade de São Paulo.<br />

Num quadro mais amplo de preocupações, objetivadas na compreensão, esclarecimento e discussão da<br />

dinâmica espacial da relação entre a Cidade de São Paulo e a Cidade Universitária, o tema nos conduz a<br />

reflexões sobre qual é o papel que a Universidade de São Paulo representa para a sociedade paulistana<br />

nos diversos aspectos da universidade: sua estrutura, sua concentração, sua integração, sua autonomia<br />

financeira, seu desenvolvimento físico, a quantidade e qualidade do quadro docente e de pesquisadores<br />

e, principalmente, o produto final oferecido à sociedade, na forma de propostas que contribuam para o<br />

grande desafio de alcançar soluções para os principais problemas sociais e urbanos, como a miséria, a<br />

fome, a saúde, a habitação, o transporte, a educação, o desemprego, não só para a cidade, mas também,<br />

o Estado e o País.<br />

Embora a <strong>USP</strong> preserve a sua integridade como entidade de ensino superior, o campus da CUASO<br />

insere-se cada vez mais no dia-a-dia da capital paulista, seja pelas missões que lhe são próprias: ensino;<br />

pesquisa e extensão, seja por motivos diversos, como por exemplo: o Hospital Universitário, que atende à<br />

comunidade uspiana e à vizinhança; as suas áreas livres e verdes, que servem à população no lazer e<br />

cultura; o sistema de transporte municipal integrado ao campus e o ônibus "Circular" gratuito; a<br />

incorporação gradual da gestão dos problemas habitacionais do entorno da CUASO (favela São Remo) e<br />

mesmo daqueles relacionados à comunidade uspiana (CR<strong>USP</strong>).<br />

Entretanto, a verificação de alguns fatos relacionados à localização urbana, ao desenvolvimento físico, ao<br />

planejamento e à gestão da Cidade Universitária<br />

"A.S.O." e, ainda, ao próprio crescimento da cidade de São Paulo, evidenciam atualmente a relação<br />

problemática do campus da CUASO com a malha urbana da Cidade de São Paulo, que pode ser<br />

verificada inclusive através da imprensa:<br />

"Os paulistanos correm o risco de perder uma de suas já raras áreas de fazer A decisão da Universidade<br />

de São Pauto (<strong>USP</strong>) de fechar as portas dos seus campus da capital para a população nos fins de<br />

semana afetará milhares de pessoas que buscam nesta cidade terrivelmente inóspita, um local agradável<br />

para divertir-se ou exercitar -se".<br />

FOLHA DE SÃO PAULO - SÃO PAULO, 1210111995<br />

Atualmente, cerca de 25 mil veículos circulam a cada dia na Cidade Universitária. A Prefeitura estima que<br />

metade desses veículos corresponde ao que chama de "tráfego de passagem" - os veículos, muitos deles<br />

de grande pode, que usam o campus para fugir aos congestionamentos das ruas e rodovias vizinhas à<br />

<strong>USP</strong>.<br />

CASTRO, G.C.R. JORNAL DA <strong>USP</strong> - SÃO PAULO, 14 a 20/08/1995.<br />

Tendo como ponto de partida as intenções e ideais fundamentais da Universidade de São Paulo, cabe<br />

indagar até que ponto os objetivos de ensino e pesquisa da Universidade de São Paulo estão sendo<br />

ampliados para a sociedade, no sentido de uma relação harmônica entre a Cidade de São Paulo e a<br />

Cidade Universitária, na qual é viável se conciliar a vida universitária com o cotidiano da cidade.<br />

É neste sentido que o tema se coloca e para que seja abordado convenientemente a pesquisa abrange,<br />

sinteticamente, os três enfoques principais.<br />

O primeiro, é que a escolha da gleba do Butantã para a instalação do campus da CUASO, traduziu o<br />

ideário dos fundadores da <strong>USP</strong>, de que a concentração de todas as unidades universitárias, em um só<br />

campus comum, distante e "isenta de bulício e ruídos das zonas urbanas centrais", fortaleceria a idéia de<br />

integração e autonomia da Universidade.


O segundo enfoque, é, propriamente, a questão da inserção urbana do campus, onde são evidenciados e<br />

descritos os elementos (ou diferentes aspectos), que atuam no processo de inserção do campus, através<br />

da análise das variáveis urbanas denominadas: motrizes, dependentes, condicionantes e independentes,<br />

O terceiro, compreende às indagações conceituais sobre a relação entre a CUASO e a cidade que a<br />

envolve, mediante a simulação dos cenários isolado e expandido que assinalam algumas tendências<br />

futuras para a inserção da CUASO na malha urbana da cidade de São Paulo.<br />

EVOLUÇÃO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO NA CAPITAL PAULISTA<br />

Na cidade de São Paulo, o que verificamos é que, apesar do planejamento urbano ser uma prática antiga,<br />

a atuação intencional por parte do Poder Público na estruturação da cidade é limitada, principalmente<br />

quando se refere aos custos e benefícios urbanos. As intervenções estão voltadas, principalmente, para<br />

os aspectos relacionados com a circulação viária. Por exemplo, no período de 1926 a 1945 foram<br />

realizadas transformações na estrutura da cidade, significativas para a época, com a implantação do<br />

sistema viário básico. (Plano de Avenidas - Prestes Maia, 1930).<br />

Se pensarmos que a expansão física da cidade de São Paulo, nestes últimos 40 anos, deu-se num<br />

processo de grandes transformações economias, sociais, culturais e tecnológicas e num ritmo de<br />

crescimento acelerado e desordenado, pode-se ponderar que esta expansão ocorreu de forma<br />

espontânea aonde outros aspectos básicos da vida urbana têm uma dinâmica mais rápida que as ações<br />

do planejamento.<br />

Sem estabelecer uma ordem de importância, destacamos a presença de alguns aspectos ou fatores<br />

considerados básicos entre aqueles que evidenciam a gradual inserção da CUASO na malha urbana.<br />

Crescimento da Cidade de São Paulo<br />

O primeiro fator é o crescimento populacional da cidade de São Paulo decorrente do rápido<br />

desenvolvimento econômico e social neste século, que trouxe:<br />

a) uma urbanização desordenada e de certa maneira incontrolável;<br />

b) alta densidade dos aglomerados urbanos marcados por precária condição de vida;<br />

c) um padrão de ocupação rarefeita de áreas periféricas, através de assentamentos espontâneos e pouco<br />

racionais.<br />

Política de Desenvolvimento Urbano<br />

O segundo fator é o aspecto de que a provisão da infra-estrutura urbana é quase sempre controlada ou<br />

fornecida pelo governo.<br />

'No caso do Brasil, o sistema de transporte, com exceção dos carros e parte dos ônibus, é diretamente<br />

controlado pelo governo, podendo ele ser de nível municipal, estadual ou federal. O fornecimento da água<br />

e a coleta do esgoto são de propriedade pública e são pelo governo operados. A drenagem das águas<br />

fluviais e o sistema de comunicação telefônica são ambos, diretamente construídos e operados pelo<br />

governo. A produção -de energia elétrica e quase totalmente realizada pelo governo, porém a distribuição<br />

é feita por concessionárias particulares. A pavimentação das ruas é quase toda feita pelas<br />

municipalidades. "CAMPOS FILHO (1972)<br />

O papel da CUASO na ótica da <strong>USP</strong>, na cidade de São Paulo<br />

O terceiro fator é a importância da fundação da Universidade de São Paulo para a cidade de São Paulo,<br />

que traduziu-se num projeto de desenvolvimento social, econômico e cultural para o Estado.<br />

"O exame das origens e antecedentes da Universidade de São Paulo chama a atenção para pontos


importantes que a distinguem no contexto gera! do ensino superior brasileiro, particularmente suas<br />

vinculações estreitas com as classes dominantes paulistas cuja configuração mais clara se expressa no<br />

nome ao seu fundador Armando de Salles Oliveira que por uma ironia da História criou a <strong>USP</strong> em plena<br />

ditadura de Getúlio Vargas, enquanto era interventor neste estado." UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO,<br />

Prefeitura da Cidade Universitária (1985).<br />

A Universidade de São Paulo, em síntese, foi fundamentada em algumas idéias e princípios diretores, tais<br />

como: integração universitária; autonomia universitária (administrativo - financeiro e acadêmica), princípio<br />

da universalidade-, concentração física da vida acadêmica.<br />

Esses ideais, de certa maneira, permanecem até os dias de hoje.<br />

"A idéia de integração, tal como foi concebida inicialmente pelos fundadores da <strong>USP</strong>, deve ser entendida<br />

de forma bastante ampla, aplicando-se não apenas às necessidades pragmáticas de administração e<br />

utilização comum de dependências e laboratórios, mas principalmente a necessidade intelectual de busca<br />

da unidade dos conhecimentos e portanto de exigência de contacto e de comunicação entre os diversos<br />

campos do saber.<br />

"A autonomia universitária não impede o relacionamento com a sociedade e o Estado, isto é a prestação<br />

de serviços e a prestação de contas aos órgãos que a financiam e a mantêm . A autonomia não se<br />

confunde assim é com o pretenso direito de extra - territorialidade, segundo o qual a Universidade se<br />

regeria unicamente pelas próprias normas e regulamentos e dentro de seus muros não teriam validade as<br />

leis e a autoridade do país. Pelo contrário, intra-muros, na Universidade, além das leis comuns válidas<br />

para todos os cidadãos, acrescentam-se outras normas de conduta social que regem aquele tipo especial<br />

de cidadão, o cidadão universitário, seja ele administrador, funcionário, professor ou aluno. "ANTUNHA<br />

(1974).<br />

A escolha da gleba do Butantã para a instalação do campus da CUASO traduziu o ideário dos fundadores<br />

da <strong>USP</strong> de que a concentração de todas as unidades do saber, em um só campus comum, fortaleceria `a<br />

idéia de integração e autonomia da Universidade de São Paulo.<br />

O desenho e o planejamento da Cidade Universitária "A.S.O"<br />

O quarto fator é o próprio desenho da CUASO que fundamentou-se, na sua concepção, no conceito de<br />

campus isolado, segundo o qual permite-se conciliar a autonomia da vida universitária com o cotidiano da<br />

cidade.<br />

O desenho original da CUASO organizou, de forma racional, o espaço físico em aglomerados à parte,<br />

voltados para dentro, deixando o limite da sua área vazia para a sua própria expansão.<br />

Após a criação da <strong>USP</strong>, em 1935, foi designada pelo governador uma comissão, presidida pelo Reitor<br />

Reinaldo Porchat, para a escolha de um local onde as diversas escolas pertencentes a <strong>USP</strong>, que se<br />

encontravam instaladas em prédios adaptados e dispersas no centro da cidade, pudessem se agregar em<br />

uma área comum e isolada, permitindo o intercâmbio técnico e científico entre as mesmas, assim como o<br />

convívio social e esportivo.<br />

A idéia e configuração de Campus - Cidade Universitária para a Universidade de São Paulo deveria ser<br />

semelhante às já adotadas na Europa e Estados Unidos. 0 tamanho da área, por exemplo, seguiria os<br />

moldes de várias universidades americanas, "não inferior a 200 alqueires paulistas"<br />

Na escolha de áreas para se localizar um campus, algumas considerações despontam como<br />

fundamentais. São elas:<br />

"( .. ) a existência prévia de unidades de ensino e pesquisa no local ou adjacências; a possibilidade de<br />

futura expansão física, obrigando a reserva de grandes glebas de terra; a utilização de mecanismos para<br />

a aquisição dos terrenos para se assentar o campus foram feitos, via de regra, através de<br />

desapropriações de áreas existentes em terrenos contíguos, por preço acessível, a utilização de áreas


públicas desocupadas e da preferência por áreas periféricas, devido ao baixo custo do terreno, para casos<br />

em que novas edificações são projetadas" MACEDO (1987).<br />

No caso do Campus da CUASO, as atenções originais para a escolha de uma área comum voltaram-se<br />

para os terrenos quase desocupados junto a Avenida Dr. Arnaldo, onde instalou-se a Faculdade de<br />

Medicina, por motivo da escassez de terrenos livres na área central e bairros da Luz e Bom Retiro.<br />

“(..)a gleba a ela destinada foi considerada insuficiente para a 'Cidade Universitária”-, uma vez que só o<br />

centro médico, segundo os cálculos da época, necessitaria de mais de 250.000 m² para os laboratórios,<br />

hospitais geral. clínicas especiais, escola e residência de enfermeiras e institutos anexos. A pesquisa se<br />

orientou, então, para os terrenos próximos à referida escola, procurando-se, de preferência se estabelecer<br />

continuidade com os do centro hospitalar.<br />

Pretendeu-se destinar à Cidade Universitária uma área de 7.800.000 M , atravessada peia linha de alta<br />

tensão da Light e pela adutora de Cotia, e que se estendia do centro hospitalar até o rio Pinheiros, em vias<br />

de retificação, junto à antiga Fazenda Butantã já pertencente ao Governo do Estado, a qual, se incluída<br />

daria uma área total de cerca de 12. 000 000 m².<br />

(...) Devido ao alto custo das desapropriações previstas, complicado por protestos de. CITY OF SAO<br />

PAULO IMPROVEMENTS AND FREEHOLD AND COMPANY LIMITED, proprietária de boa parte das<br />

lerias particulares inclusas, o projeto acabou praticamente se restringido à qleba do Butantã, mantendo na<br />

margem direita do rio Pinheiros apenas o espaço a ser ocupado para fins esportivo - culturais e através do<br />

qual se daria o acesso principal ao CAMPUS, por meio de uma ponte sobre o canal. Entretanto, a<br />

iniciativa que tinha sido transformada no projeto de lei n.º 378, já em tramitação na Assembléia<br />

Legislativa, foi esvaziada com o Golpe de Estado de 1937.-ZMITROWICZ (1989).<br />

Na consolidação do campus da CUASO, algumas áreas foram cedidas à órgãos afins, resultando<br />

"bolsões" na planta física e gerando tráfego específico. São os casos: IPEN -Instituto de Pesquisas<br />

Energéticas e Nucleares e a Comissão Nacional de Energia e Coordenadoria para Projetos Especiais, em<br />

regime de comodato; a Casa da Cultura Japonesa, o posto de serviços da Petrobrás, o Paço das Artes, as<br />

redes bancárias (Banespa, Real, Caixa Econômica, Banco do Brasil), a substação da Eletropaulo, a Cia<br />

Brasileira de Cimento Portland, a escola Estadual de V e 2º graus Mona Clorinda Dante'', em regime<br />

parcial de comodato e, em área cedida integralmente, o IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas do<br />

Estado de São Paulo e a Academia de Polícia do Estado de São Paulo. Para o CEPAM - Centro de<br />

Pesquisa e Amparo aos Municípios, da Fundação Prefeito Faria Lima, foi cedido o acesso, assim como o<br />

Instituto Butantã.<br />

A localização geográfica destas instituições, implica em tratamentos comuns, da ordem de infra-estrutura,<br />

tais como, controle de tráfego, vigilância e em alguns aspectos, de manutenção da parte da Universidade<br />

(CUASO).<br />

Cabe ressaltar neste contexto, que encontra-se instalada na área sudoeste do campus, a Favela São<br />

Remo. Trata-se de área invadida pela população de entorno, cerca de 260.000 m², que são destinadas as<br />

ampliações do Hospital Universitário.<br />

O campus da CUASO, ao longo de sua implantação, caracterizou-se, como uma cidade dentro do bairro<br />

do Butantã , onde se agregaram cerca de 21 Unidades de ensino e pesquisa. Além das unidades de<br />

direção, há no campus uni Hospital Universitário, um anfiteatro de convenções, um centro de práticas<br />

esportivas, um restaurante central, dois museus e outros ligados às unidades, tais como, lanchonetes,<br />

creches, viveiro de plantas, reserva ecológica, a Rádio Universidade, a TV Educativa, uma editora, um<br />

conjunto habitacional, banco, correio, farmácia, escola de V' e 20 graus e onde circulam uma população<br />

fixa e flutuante em torno de 100.000 pessoas.<br />

O espaço físico do campus é parcialmente cercado, com cinco acessos para veículos e diversos para<br />

pedestres e bicicletas. Através de um sistema viário estabelecido, a interligação das unidades é feita pelos<br />

"caminhos -calçadas" para pedestres e pelo sistema de vias que comporta a circulação de automóveis,<br />

caminhões, bicicletas e do transporte coletivo - ônibus "circular" da <strong>USP</strong> e ônibus urbanos - que adentram<br />

o campus.


O importante a salientar é -que as metas básicas e as idéias que nortearam o planejamento do Campus<br />

da CUASO têm, na sua essência, mantido-se até os dias de hoje.<br />

Localização urbana do campus da Cidade Universitária "ASO"<br />

O quinto fator é a localização regional e urbana do campus da CUASO e a ligação com o seu entorno.<br />

A Cidade Universitária "Armando de Salles Oliveira" localizou -se, originalmente, numa extensa área<br />

urbana periférica e isolada, com baixa densidade populacional de entorno, com a finalidade de agregar<br />

numa área comum, as diversas escolas, pertencentes a <strong>USP</strong>, que se encontravam instaladas em prédios<br />

adaptados e dispersos no centro da cidade.<br />

A área total de terreno destinada ao Campus de São Paulo, localizado na zona oeste da capital, é de S.<br />

117.294 M2 . Entretanto, a CUASO, efetivamente, dispõe de área de terreno de 4-175,054 M2 - devido a<br />

diferença das áreas cedidas.<br />

Atualmente, o campus da CUASO, está inserido na malha urbana da cidade de São Paulo, com seus<br />

limites bem definidos pelo sistema viário/corredor de transporte: Avenida Engenheiro Billings na marginal<br />

Pinheiros; Avenida Escola Politécnica, antiga Nossa Senhora da Paz junto ao Centro Industrial do<br />

Jaguaré; Avenida Corifeu de Azevedo <strong>Marques</strong>, antiga Estrada de Itú, e a Rua Alvarenga junto a Ponte da<br />

Cidade Universitária.<br />

Historicamente, o dinamismo e a escala de atividades da <strong>USP</strong> demonstram um rebatimento imediato na<br />

organização do espaço urbano no entorno. Esse rebatimento pode ser visto sob várias perspectivas:<br />

serviços e comércio criados como respostas a demanda da comunidade uspiana; localização<br />

habitacional., de funcionários, docentes e alunos; circulação viária decorrente dos fluxos de transporte<br />

gerados e outros.<br />

"São Paulo não foi dotada de infra-estrutura suficiente para atender à sua demanda de transporte. Houve<br />

falta de planejamento e investimentos adequados. A cidade cresce desordenadamente, e as soluções são<br />

muitas vezes improvisadas. Corre -se aliás do prejuízo, atacando os problemas do momento. Surge ,<br />

assim, um círculo vicioso. Quando se introduz alguma melhoria num corredor de transporte, aumenta-se a<br />

facilidade de acesso à região servida. Por força dessa intervenção, ocorre o redimensionamento das<br />

atividades locais Uma área predominantemente residencial vai-se transformando em comercial. Com o<br />

tempo, passará a atrair fluxo maior Surgirão os congestionamentos e nova necessidade de aumentar a<br />

capacidade de circulação."<br />

GUALDA (1996)<br />

A RELAÇÃO ENTRE A CIDADE UNIVERSITÁRIA E A CIDADE DE SÃO PAULO<br />

O propósito da pesquisa é entender o porquê da, relação CIDADE – CUASO apresentar-se nos dias de<br />

hoje, problemática e verificar alguns comportamentos possíveis no futuro.<br />

Num ambiente sócio -econômico complexo e de grandes incertezas, fazer prognósticos sobre o<br />

comportamento futuro de qualquer fenômeno ou variável é tarefa de dificil execução. Os métodos<br />

tradicionais de projeção, previsão e planejamento são frágeis e limitados em tal contexto.<br />

Para superar tal desafio, optou-se por adotar como ponto de partida para o trabalho, o "Método de<br />

Cenários", apresentado no Manual de Prospectiva Estratégica da Antecipação à Acção", por Michel Godet<br />

(1993),<br />

Este manual foi construído combinando a lógica intelectual de construção de cenários desenvolvido no<br />

princípio dos anos setenta (Bluet e Zemor, 1970) com os instrumentos da análise sistêmica desenvolvidos,<br />

na sua maioria, nos Estados Unidos, nos anos cinqüenta e sessenta (Jantsch, 1967),<br />

A opção é baseada na consideração de que o método de cenários é um instrumento de análise


prospectiva que permite visualizar alternativas passíveis e extremas de uma relação investigada num<br />

ambiente de grande incerteza quanto ao comportamento futuro das principais variáveis envolvidas, além<br />

de entender que o emprego de cenários não deve ser apenas um complemento - aos método tradicionais<br />

de elaboração de projeções, mas sim, podem permitir delinear alternativas de sistemas de planejamento<br />

mais flexíveis e qualitativos.<br />

Neste sentido, procura-se direcionar as pesquisas e análises para o conhecimento da problemática do uso<br />

e ocupação do solo, onde se configura a inserção da Cidade Universitária - CUASO na malha urbana da<br />

cidade de São Paulo.<br />

Desta forma, a presente pesquisa, apoiada. no método de cenários, compreende duas partes: a primeira,<br />

é a construção da base analítica e histórica, que procura evidenciar, através do levantamento histórico e<br />

empírico, as variáveis -chave e os agentes fundamentais relacionados à estrutura urbana da Cidade<br />

Universitária.<br />

"A.S.O."; a segunda parte, resultado da base analítica e histórica, descreve sob forma de cenários<br />

exploratórios a evolução da inserção do campus da CUASO na malha urbana da cidade, sem que seja<br />

assumida qualquer opção ou preferência por um dos futuros configurados.<br />

A Base Analítica para o estudo da relação da CUASO e a cidade de São Paulo é elaborada através de<br />

levantamentos bibliográficos, da imprensa e do trabalho profissional desenvolvido na <strong>USP</strong> e é organizada,<br />

conforme a figura 1, compreendendo as seguintes etapas:<br />

a- identificar as variáveis: apresentar os principais elementos ou aspectos relacionados ao sistema<br />

urbano estudado, isto é, com a inserção da CUASO na malha urbana da Cidade; b- listar e separar os<br />

conjuntos das variáveis: apresenta r os conjuntos de variáveis qualitativas, quantificáveis ou não, que<br />

caracterizam o sistema estudado; --- classificar as informações nos conjuntos das variáveis: se!ecionar<br />

e organizar os levantamentos e as pesquisas realizadas, de forma a se poder caracterizar as variáveis<br />

no período, ao extrair as idéias, opiniões e sugestões sobre a questão da relação entre a Cidade<br />

Universitária e a Cidade de São Paulo.


d- analisar as variáveis: concluídas as três etapas anteriores, isto é, elaborada uma lista o mais completa<br />

possível das variáveis, é feita a análise estrutural destas, com o objetivo de explicar a estrutura das<br />

relações entre as variáveis qualitativas, quantitativas ou não, que caracterizam a inserção da CUASO na<br />

malha urbana da cidade de São Paulo , pondo em evidência as variáveis essenciais para o estudo e a<br />

elaboração de cenários futuros.<br />

e- determinar os agentes envolvidos: verificar quais os agentes que participam de forma significativa nas<br />

transformações ocorrentes nas interfaces da CUASO e Cidade de São Paulo.<br />

O Resultado da Base Analítica e Histórica é elaborado através de um quadro, tendo em conta o peso das<br />

variáveis na relação passada, situação atual e comportamentos dos agentes, de maneira a se identificar<br />

como os f -atores de cada variável influenciam cada um dos cenários alternativos.<br />

Estudo das variáveis urbanas da relação entre a CUASO e a Cidade<br />

O estudo das variáveis urbanas tem por objetivo caracterizar, diagnosticar e analisar, através da base<br />

analítica os principais aspectos urbanos da Relação Cidade Universitária - Cidade: uso e ocupação<br />

territorial, institucional. transporte, habitação, infra-estrutura, serviço, e segurança, e os respectivos<br />

agentes envolvidos na relação.<br />

Partindo do pressuposto de que as variáveis urbanas podem ter ou assumir diferentes aspectos, segundo<br />

os casos particulares ou circunstâncias, reagrupamos e relacionamos os aspectos da relação entre a<br />

CUASO e a Cidade de São Paulo, na forma de variáveis. motrizes, dependentes; condicionantes e<br />

independentes, conforme veremos a seguir, no quadro analítico (Figuras 2).<br />

Caracterização das variáveis urbanas relacionadas com a CUASO<br />

• As internas são as variáveis próprias que caracterizam, a Cidade Universitária "A.S.O." -CUASO,<br />

nosso objeto de estudo.<br />

• As externas são as variáveis que se configuram e caracterizam a Cidade de São Paulo, isto é, não<br />

pertencem propriamente a CUASO.<br />

As diretas são as variáveis que influem diretamente na gestão das atividades da CUASO.<br />

• As indiretas são as variáveis que influem indiretamente nas atividades e nas possíveis ações<br />

relacionadas à CUASO<br />

• As motrizes são as variáveis próprias da CUASO que predominam e influenciam diretamente as<br />

diretrizes e ações para o planejamento da Cidade Universitária. São estabelecidas através da<br />

identificação das variáveis que são ao mesmo tempo internas e diretas.<br />

• As dependentes são as variáveis próprias da CUASO que indiretamente influem nas ações e<br />

atividades do campus e dependem das demandas das Comunidades - <strong>USP</strong> e Geral. São<br />

estabelecidas através da identificação das variáveis que são ao mesmo tempo Internas e indiretas.<br />

• As condicionantes são as variáveis configuradas na Cidade de São Paulo e que condicionam<br />

diretamente as ações na CUASO. São verificadas através da identificação das variáveis que são ao<br />

mesmo tempo externas e diretas<br />

• As independentes são as variáveis que se caracterizam ria metrópole de São Paulo e que influem<br />

indiretamente nas ações da CUASO. São as variáveis que implicam numa relação em potencial. São<br />

estabelecidas através das variáveis externas e indiretas.


VARIÁVEIS MOTRIZES<br />

Diagnóstico das variáveis urbanas<br />

Variável uso e ocupação territorial.<br />

O planejamento físico do campus, isto é, o aspecto zoneamento, que compreende a organização no<br />

território da CUASO e a efetiva construção das edificações acadêmicas, administrativas, serviços<br />

complementares e implantação da circulação viária e das áreas livres (verdes, expansão e Jazer), é<br />

baseado nos Planos Diretores elaborados pelos agentes de controle da Universidade, o FUND<strong>USP</strong> e a<br />

PCO.<br />

Variável institucional.<br />

O campus da CUASO que é destinado ao exercício das atividades para o ensino superior, engloba a<br />

comunidade universitária composta pelos docentes, alunos de graduação e pós-graduação e servidores<br />

funcional e operacional. É administrado conforme regulamentos, normas próprias e autônomas, por<br />

agentes de controle que estão distribuídos na reitoria, unidades, departamentos, associações e grêmios<br />

instalados na CUASO e na gestão do Estado, no que se refere a disposição de recursos orçamentários do<br />

governo para a Universidade.<br />

Variável transporte<br />

Os meios de transporte utilizados para a circulação no campus, pela comunidade universitária e pelos que<br />

possuem vínculos diretos com as atividades de trabalho e ensino são: transporte individual - automóvel,<br />

bicicleta, motocicletas, caminhões e outros; transporte de carga - carro pipa, por exemplo, de propriedade<br />

da <strong>USP</strong>; transporte comunitário - ambulâncias ; transporte coletivo ônibus rodoviários e ônibus urbanos -<br />

"Circular"- internos, que possuem itinerários próprios do campus.<br />

Variável habitação<br />

Na área campus da CUASO está instalado o CR<strong>USP</strong> - Conjunto Residencial da Universidade de São<br />

Paulo - destinado ao alojamento dos alunos de graduação e pós-graduação da <strong>USP</strong>. O conjunto possue<br />

regulamentos e orçamentos próprios para a sua administração.<br />

Variável infra-estrutura<br />

Os aspectos da infra-estrutura interna da CUASO, referentes: ao sistema viário (desenho das vias,<br />

calçadas padronizadas, pavimento das vias e estacionamentos, redutores de velocidade, sinalização de<br />

solo, placas, acessos e regulamentação do tráfego interno); ao sistema de drenagem, redes de esgoto e<br />

abastecimento de água (construção de poços artesianos); a coleta dos resíduos sólidos. A isso<br />

poderíamos acrescentar os sistemas de apoio as atividades da Universidade: a comunicação visual<br />

(padrão <strong>USP</strong> - cartão, selos, placas de eventos e outros), radio <strong>USP</strong>, que são administrados por órgãos da<br />

própria <strong>USP</strong>: Prefeitura da Cidade Universitária (PCO); Fundo de Construção da Universidade de São<br />

Paulo (FUND<strong>USP</strong>); Coordenadoria de Assistência Social (COSEM) e outros.<br />

Variável serviço<br />

Os aspectos relacionados com a comunidade <strong>USP</strong> e referentes: a educação (ensino superior,), saúde<br />

(atendimentos médico, odontológico, psicológico, hospitalar), lazer (esporte - %"-.entro Esportivo da<br />

Universidade de São Paulo CEPE<strong>USP</strong>, áreas verdes -Parque esporte para todos, Praça Relógio e outras,<br />

cultural - museus MAC e MAE, teatro -T<strong>USP</strong> e Coral <strong>USP</strong>), social (bolsas moradia, transporte,<br />

alimentação e trabalho), são geradas e administradas diretamente pela <strong>USP</strong>/CUASO.<br />

Cabe salientar, que os aspectos: social - instalações para o comércio interno, saúde - o atendimento<br />

hospitalar ; lazer - a oferta de áreas verdes, possuem características de prestação de serviços de


extensão, por atenderem, também, à comunidade geral. São os casos, das redes bancárias, do posto de<br />

gasolina, do hospital universitário e praça do relógio e outros.<br />

Esses aspectos são diagnosticadas, em primeira instância, como variáveis motrizes, entretanto, conforme<br />

as circunstâncias em que são relacionados, podem assumir características de variáveis dependentes,<br />

condicionantes e independentes, que serão tratadas adiante.<br />

Variável segurança<br />

Na área interna do campus da CUASO, o policiamento, nó de preservar a segurança para comunidade<br />

<strong>USP</strong> é administrado pela Prefeitura da Cidade Universitária e pelos vigias das próprias unidades com<br />

recursos próprios. A Prefeitura Universitária, por exemplo, instala e equipa as guaritas e cancelas nos<br />

estacionamentos do campus como medida preventiva, contra o roubo de automóveis. Nas situações<br />

"pontuais internas" ou de emergências, tais como, roubo e acidentes domésticos, vandalismo, etc., a<br />

guarda de segurança da CUASO<br />

está equipada para um determinado limite de atendimento.<br />

VARIÁVEIS DEPENDENTES<br />

Variável uso e ocupação do solo.<br />

No campus da CUASO, os aspectos edificações, referente as localizações das entidades afins e outras<br />

são considerados variáveis depende ritos, uma vez que a cessão destas áreas depende dos acordos,<br />

contratos ou regulamentos regidos pela Universidade. Por exemplos, a escola estadual de 1º e 2º graus<br />

Mona Clorinda Dante'', posto de serviços da Petrobrás.<br />

Variável institucional<br />

O aspecto dependentes da Comunidade <strong>USP</strong>, que diz respeito aos parentes (adultos e crianças) é<br />

considerado variável dependente, uma vez que se configura como um vínculo direto com a <strong>USP</strong>. 0 mesmo<br />

se aplica ao aspecto alunos de V e 20 graus. Por exemplo, as creches instaladas no campus, para o<br />

atendimento dos filhos de funcionários e a Escola de Aplicação junto as instalações da Faculdade de<br />

Educação.<br />

Variável transporte<br />

transporte individual (automóvel, bicicleta, moto, caminhão e outros) não pertencente a comunidade <strong>USP</strong><br />

e que circula no campus pelos motivos de deslocamentos necessários para o trabalho localizados nas<br />

entidades afins e outras instaladas no. campus e, pelos que utilizam as vias do campus como "passagem"<br />

de ligação de um bairro ao outro, é considerado variável dependente pois influem diretamente no<br />

acréscimo de fluxo de tráfego dentro do campus.<br />

Cabe observar, que o ônibus circular , transporte coletivo e gratuito ao atender também a população em<br />

geral, caracteriza-se como variável dependente.<br />

Variável segurança<br />

As ocorrências no campus de roubo e assalto à bancos, acidentes no trânsito, uso e tráfico de drogas,<br />

violência e até mesmo o vandalismo, são variáveis dependentes, pois apesar de se tratarem de aspectos<br />

comuns à sociedade em geral, influem diretamente nas ações de segurança internas ao campus.


VARIÁVEIS CONDICIONANTES<br />

Variável transporte.<br />

Os aspectos: transporte comunitário - taxi, bombeiro e polícia, veículos utilizados em situações de<br />

emergência, e os utilizados para a coleta de lixo doméstico, lixo hospitalar e lixo seletivo; transporte<br />

coletivo urbano - ônibus municipal, ônibus seletivo, ônibus fretado, utilizados pela comunidade <strong>USP</strong> e,<br />

transporte de carga alimentos, gás, outros gêneros, que adentram o campus para o atendimento dos<br />

interesses da comunidade universitária, estão condicionados às ações e diretrizes ditadas pelos agentes<br />

de controle da cidade de São Paulo.<br />

Assim, por exemplo, o transporte para a retirada do lixo doméstico do campus depende fundamentalmente<br />

do cronograma e da oferta destes acionados pela Prefeitura Municipal de São Paulo. 0 mesmo acontece<br />

com o fixo hospitalar.<br />

Na mesma linha de pensamento, o transporte de passageiros utilizado pela comunidade <strong>USP</strong> e realizado<br />

através dos ônibus urbanos, depende dos itinerários ofertados pelo Município.<br />

Variável infra-estrutura.<br />

Os aspectos: energia elétrica, gás e diesel, que abastecem o campus da CUASO, assim como as redes<br />

de água e esgoto, drenagem, pavimentação de vias, acessos viários e os diversos sistemas de<br />

comunicação: telefonia, celular, informática, televisão e rádio do campus são variáveis que dependem e<br />

estão condicionadas à qualidade de atendimento e ações dos diversos agentes fornecedores.<br />

Por exemplo: o saneamento, a coleta de esgoto e o abastecimento de água canalizada da CUASO estão<br />

condicionados as ampliações dos sistemas integrados ditados pelo Estado de São Paulo. 0 mesmo<br />

acontece com a telefonia e outros aspectos relacionados com o sistema de comunicação na CUASO,<br />

sendo que as ampliações destes dependem, dos planos de expansão.<br />

Na mesma linha de pensamento, o aspecto acesso viário ao campus realizado através de portarias<br />

localizadas à leste, noroeste e sudeste nos limites da CUASO, está condicionado as alterações e<br />

modificações que se estabelecem quanto ao uso e ocupação do entorno.<br />

Variável serviços<br />

O aspecto fornecedores relativo à comunidade geral, que abastece o comércio do campus, as<br />

lanchonetes, restaurantes, redes bancárias, papelarias, posto de gasolina e outros, é diretamente<br />

relacionado com a demanda e oferta da Universidade e é condicionado ao mercado econômico da cidade<br />

de São Paulo.<br />

Da mesma forma, os respectivos aspectos relativos à comunidade geral, os visitantes e a vizinhança estão<br />

diretamente condicionados e relacionados os com a questão de possível oferta de áreas para o lazer no<br />

campus, em função do déficit de áreas verdes na cidade de São Paulo.<br />

O atendimento hospitalar realizado pelo H.U. para a vizinhança, através de convênios, condicionam<br />

diretamente as ações da CUASO<br />

Variável segurança<br />

O aspecto policiamento no campus da CUASO está condicionado ao aperfeiçoamento e ampliação dos<br />

convênios entre a Prefeitura e a Polícia Militar, que visam a melhoria das condições materiais e<br />

operacionais da corporação, em benefício da segurança geral da população paulistana, o que inclue a<br />

comunidade uspiana.


VARIÁVEIS INDEPENDENTES<br />

Variável transporte<br />

O aspecto transporte individual - automóvel, bicicletas, cadeiras de rodas, moto, caminhões o peruas,<br />

relacionados com a comunidade em geral,( vizinhança e passagem) que se utilizam da área do campus<br />

finalidades afins com as atividades universitárias é considerado variável independente pois influem<br />

indiretamente nas ações do campus.<br />

Na mesma linha de pensamento o metrô, transporte coletivo "sobre t trilhos", com estações localizadas<br />

fora dos limites do campus da CUASO, pouco interferem nas ações da CUASO.<br />

Variável habitação.<br />

O aspecto favela (São Remo) localizada em área invadida no campus é considerada variável<br />

independente por estar esta, em processo de desapropriação. É de fato, uma variável externa que influe<br />

indiretamente nas ações da Universidade.<br />

Variável infra-estrutura.<br />

O aspecto telefonia celular utilizado na área do campus, com sistema de funcionamento próprio e externo<br />

é variável independente.<br />

Variável serviços<br />

Os aspectos atendimento médico e hospitalar e as áreas verdes utilizados pela vizinhança no campus são<br />

variáveis externas que demandam ações indiretas da Universidade.<br />

Análise das variáveis essenciais:<br />

Ao analisar o comportamento das variáveis urbanas da Cidade Universitária, através dos quadros<br />

analíticos, verificamos alguns pontos críticos da relação entre a CUASO e a Cidade no seu processo de<br />

inserção na malha urbana.<br />

Esses pontos críticos são detectados, essencialmente, através do agrupamento das respectivas<br />

variáveis urbanas: as variáveis, motrizes e dependentes e as variáveis condicionantes e independentes.<br />

As variáveis motrizes e dependentes indicam que as transformações que se estabeleceram no uso e<br />

ocupação do solo urbano do entorno da CUASO, pouco interferiram nas ações internas do campus e no<br />

seu planejamento.<br />

As vezes se procura, através de ações internas, atenuar problemas causados por interferências externas.<br />

Assim, por exemplo, a resolução de se reduzir, de seis (06) para três (03), o número de portarias<br />

controladas destinadas para o acesso viário ao campus, em função dos roubos de veículos no campus<br />

vem demonstrar o caso de solução pontual interna, apesar de estar relacionada com a realidade do<br />

entorno do campus.<br />

Desta forma, as variáveis motrizes e dependentes da CUASO, são as que permitem, através da<br />

interferência da própria <strong>USP</strong>, uma certa estabilidade ou harmonia na relação entre a CUASO e a<br />

Cidade.<br />

As variáveis condicionantes e independentes são as referentes as transformações que se estabelecem no<br />

uso e ocupação do solo no entorno do campus e que interferem de maneira particular no planejamento e<br />

nas ações internas da CUASO.


Assim, por exemplo: o metrô, transporte urbano coletivo sobre trilhos que tem as estações localizadas<br />

atualmente fora dos limites internos e distantes dos limites da CUASO, é considerada variável<br />

independente , uma vez que não existe baldeação direta com o campus, através de itinerário do ônibus<br />

circular; o trem, também, transporte urbano coletivo sobre trilhos, que tem estação localizada nas<br />

proximidades do campus, junto à ponte da Cidade Universitária, pode ser considerado variável<br />

condicionante, uma vez que, além de se situar próxima, a baldeação dos passageiros para os diversos<br />

setores da CUASO é feito através dos itinerários dos ônibus circulares e outros municipais.<br />

Outros aspectos considerados, na realidade atual, como variáveis condicionantes e independentes são,<br />

por exemplos, a favela São Remo, os visitantes do campus e outros.<br />

Parece, hoje, simplesmente idílica aquela descrição de 1938 em que a gleba do Butantã aparecia 'isenta<br />

de bulício e dos ruídos das zonas urbanas centrais e da estéril e perniciosa freqüência dos turistas' Pelo<br />

contrário, além dos pobres moradores das fronteiras o território hospeda sistematicamente uma multidão<br />

de freqüentadores temporários, que o Transformam especialmente nos fins de semana, em um dos<br />

maiores parques de esporte e lazer da cidade de São Paulo. Cidadãos de todas as classes, de todas as<br />

idades apropriam os espaços para esporte, passeios e banhos de sol."<br />

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. O Espaço da <strong>USP</strong>: presente e futuro. Prefeitura da Cidade<br />

Universitária "Armando de Salles Oliveira". São Paulo. 1985 páginas 71 e 72<br />

Desta forma, as variáveis condicionantes, e independentes, são as que podem provocar situações de<br />

conflitos ou problemáticas no processo de inserção da CUASO na malha urbana da cidade.<br />

CENÁRIOS FUTUROS<br />

Com vistas a apresentar os cenários futuros, com a finalidade: de um lado, de informar e conduzir a<br />

discussão sobre a questão dos possíveis desenvolvimentos para o campus e, de outro, de embasar as<br />

concepções de diretrizes e ações relativas a inserção da CUASO na malha urbana da cidade, verificamos,<br />

como ponto de partida, que apesar dos inúmeros obstáculos enfrentados pela <strong>USP</strong> no processo de<br />

consolidação do campus da CUASO, as idéias e intenções da Universidade, de se valorizar a vida<br />

universitária, de forma a interligar as três bases do tripé da <strong>USP</strong>: ensino superior, pesquisa e extensão<br />

para a sociedade paulista, permanecem as mesmas, isto é, desde a sua fundação até os dias de hoje.<br />

Assim, verificadas as tendências predominantes em cada área de investigação, através do estudo das<br />

variáveis urbanas essenciais da CUASO, (figura 2) apresentamos dois cenários exploratórios extremos,<br />

vistos numa visão prospectiva, tendo como ponto de partida, as intenções fundamentais da <strong>USP</strong> e como<br />

horizonte o ano 2010, evidenciando os desafios futuros no processo de inserção da CUASO na malha<br />

urbana da cidade de São Paulo.<br />

Lembrando que, segundo GODET (1993),<br />

“Os Cenários Exploratórios caracterizam futuros possíveis ou prováveis do sistema considerado e dó, seu<br />

contexto, mediante a simulação e desdobramento de certas condições iniciais diferenciadas, sem que seja<br />

assumida qualquer opção ou preferência por um dos futuros configurados”.<br />

"Uma prospectiva exploratória é um panorama dos futuros possíveis (futuríveis), isto é, dos cenários não<br />

improváveis, tendo em conta o peso dos determinismo do passado e da confrontação dos projetos de<br />

actores. Cada cenário (jogo de hipóteses coerentes) da prospectiva pode ser objeto de uma apreciação<br />

cifrada, isto é, de uma previsão.


Cenário universitário Isolado<br />

O cenário universitário denominado isolado configura no futuro como o que foi idealizado e planejado,<br />

conforme o Decreto Estadual n.º 6.283, de 25.- de janeiro de 1934. É o cenário que evidencia o conceito<br />

de campus isolado, onde se verificam os princípios: de integração universitária; concentração física da<br />

vida acadêmica e autonomia da Universidade no que refere a gestão acadêmica, administrativa e<br />

financeira na área do campus da CUASO.<br />

Trata-se do cenário que tem a perspectiva de se manter a posição intra-muros da CUASO na organização<br />

futura da região oeste da cidade de São Paulo.<br />

Tal cenário é regido, principalmente, através das variáveis motrizes e dependentes, é composto dos<br />

seguintes pontos significativos:<br />

• área delimitada e cercada, com acessos controlados através de portarias;<br />

• autonomia na organização físico -territorial, no que se refere ao planejamento do uso e ocupação do<br />

solo;<br />

• desenho e implantação do sistema viário, dos acessos, das edificações, das áreas verdes e outros,<br />

próprios da CUASO<br />

• autonomia administrativa dos serviços relacionados com a saúde, o lazer a segurança, o transporte<br />

coletivo, a coleta de lixo, a habitação e outros.<br />

Cenário universitário Expandido<br />

O Cenário Universitário denominado Expandido configura no futuro -como uma inserção do campus da<br />

CUASO "em quarteirões comuns da cidade', onde se verificam, basicamente, os princípios: de integração<br />

acadêmica, concentração das atividades didáticas nos espaços edificados e autonomia da Universidade<br />

relacionadas com a gestão acadêmica, administrativa e financeira referentes as áreas de atividades<br />

universitárias.<br />

Trata-se do cenário que tem a perspectiva de se admitir o desafio futuro de mudança na organização do<br />

espaço intra - urbano da região oeste da cidade.<br />

O cenário expandido é regido, principalmente, através das variáveis essenciais, condicionantes e<br />

independentes e é composto basicamente dos seguintes pontos significativos ou tendências:<br />

• área edificada de propriedade pública ou privada, localizada na malha urbana da cidade.<br />

• autonomia na organização físico-territoria!, no que se refere ao desenho e implantação das edificações<br />

que incluem estacionamentos o áreas verdes, delimitadas através de cercas, muros, guaritas e<br />

cancelas, próprios da universidade;<br />

• organização físico -territorial referente ao uso e ocupação do solo das áreas livres, acessos viários e<br />

outros, gerida de acordo com os planos, leis, códigos de zoneamento e outros públicos, da cidade de<br />

São Paulo. (Estado 1 Prefeitura Municipal);<br />

• administração e manutenção pública relacionadas com os serviços:<br />

• segurança do cidadão, o transporte coletivo e a coleta de lixo.<br />

CONCLUSÃO<br />

A metodologia do trabalho, que é baseada na didática do método de cenários, teve a intenção de<br />

esclarecer e compreender a realidade dinâmico espacial do território, onde o campus da CUASO está


inserido, além de proporcionar o enriquecimento da documentação histórico - crítica do planejamento<br />

urbano e das ações da <strong>USP</strong>, na figura do seu principal campus.<br />

Sob o ponto de vista de que o solo que a CUASO ocupa na malha urbana da cidade assume o papel de<br />

grande importância no âmbito dessa realidade, o presente estudo, evidencia, através dos levantamentos e<br />

das análises realizadas., um quadro geral de referências dos elementos e das situações que, direta ou<br />

indiretamente, atuam na relação entre a CUASO e a cidade de São Paulo.<br />

Na sua origem a CUASO instalou-se, de forma isolada, em área periférica da cidade, com falta de<br />

infra-estrutura de serviços urbanos, dentro do vetor oeste de crescimento e expansão da área urbanizada<br />

da cidade<br />

O desenho da CUASO organizou, de forma raciona o espaço físico em aglomerados à parte, voltados<br />

para dentro, deixando o limite da sua área vazia para a sua própria expansão. Cabe salientar que as<br />

metas básicas e as idéias que nortearam o planejamento do campus têm, na sua essência, se mantido<br />

desde a sua origem até os dias de hoje.<br />

As transformações evidenciadas na região situada a oeste da área urbana de São Paulo, após a<br />

instalação da CUASO, junto "à Vila Industrial do Jaguaré bairro fabril de futuro promissor, com fácil<br />

acesso ligação com a Lapa e Alto de Pinheiros", apontam o papel da <strong>USP</strong>, na figura do seu principal<br />

campus, a partir dos anos 70, como um dos mais importantes elementos de estruturação intra – urbana.<br />

A grande área do campus cercada, contribuiu para delimitar, um entorno de ocupação e expansão de<br />

áreas residenciais diferenciadas entre as populações de altas e baixas rendas.<br />

A acessibilidade à área do campus foi favorecida pelo desenvolvimento de novos centros comerciais e de<br />

serviços; pelo incremento de empreendimentos imobiliários; pelos intensivos investimentos públicos,<br />

principalmente, em obras viárias; pelas constantes alterações pontuais da legislação urbana e, ainda, pela<br />

crescente valorização fundiária e imobiliária desta região da cidade.<br />

As diversificadas ações públicas e privadas concentradas na região, isto é, na CUASO e seu entorno,<br />

definiram, nos últimos 20 anos, níveis diferenciados de impactos no espaço urbano da região.<br />

Sob o ponto de vista de que a determinação da responsabilidade de cada uma das intervenções na<br />

relação entre a CUASO e o entorno apresenta-se como tarefa difícil de ser mensurada, a metodologia da<br />

pesquisa utilizada para se compreender as transformações urbanas da região, possibilitou a revelação de<br />

algumas situações críticas, que envolvem a dinâmica desta relação urbana.<br />

Essas situações críticas foram caracterizadas através das variáveis motrizes, dependentes,<br />

condicionantes e independentes, que são a somatória das situações que envolvem os seus elementos<br />

estruturantes, isto é, os principais aspectos urbanos: uso e ocupação do solo; institucional; transporte;<br />

habitação; infra - serviços e segurança da CUASO e seu entorno.<br />

As variáveis urbanas motrizes e dependentes permitem, através da interferência da própria <strong>USP</strong> uma<br />

certa estabilidade ou harmonia na relação entre a CUASO e a cidade. Assim, as transformações urbanas<br />

que se estabelecem no entorno do campus, pouco interferiram nas ações internas e atividades<br />

universitárias do campus.<br />

A análise das variáveis condicionantes e independentes indica que o campus localizado no vetor oeste de<br />

crescimento e expansão da cidade configurou-se como um território estruturador e de interligação dos<br />

bairros vizinhos, gerando situações de conflitos ou problemáticas no processo de inserção da CUASO na<br />

malha da cidade.


No período estudado, verificamos que a relação entre o campus e a cidade, passa por profundas<br />

transformações urbanas e que neste processo a CUASO se insere gradualmente na malha urbana da<br />

cidade.<br />

A consolidação da CUASO não é um fenômeno isolado fechado em. relação a cidade que a envolve, pelo<br />

contrário, as transformações que ocorrem no entorno da CÜASO, integram o campus ao sistema<br />

econômico, social e territorial vigente na cidade São Paulo.<br />

Assim, a simulação dos cenários alternativos apresentada corro contribuição, no capítulo 4, assinala que<br />

os cenários universitários propostos, tanto o isolado como o expandido são passíveis de serem atingidos,<br />

a partir dos cursos que venham a ser tomados nos planos de acordo com a gestão pública, dependendo<br />

das estratégias de planejamento, que devem ser flexíveis envolvendo a antecipação das variadas gamas<br />

de riscos e das potencialidades da inserção da CUASO na malha urbana da cidade.<br />

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ANEXO<br />

MÉTODO DOS CENÁRIOS segundo GODET (11993),<br />

"O método dos cenários consiste em descrever de maneira coerente o encaminhamento entre a situação<br />

atual e o horizonte escolhido. Segue-se a evolução das principais variáveis do fenômeno identificadas por<br />

uma análise estrutural. Procura-se articular os mecanismos de evolução com hipóteses sobre o futuro<br />

provável ou desejável.<br />

A aplicação deste método permite nos percorrer um caminho prospectivo. O propósito é levantar<br />

alternativas de comportamento do fenômeno investigado face à incerteza do futuro, para melhor nos<br />

prepararmos para certas rupturas possíveis - reorientar as opções em função dos contextos futuros em<br />

que as conseqüências de cada hipótese podem inserir-se.<br />

O método dos cenários compreende duas fases, como veremos a seguir, a construção da base analítica e<br />

histórica e, a partir dessa base, a elaboração dos cenários com vistas aos seguintes objetivos,- - revelar<br />

os pontos a estudar com prioridade (variáveis -chave), determinar os atares fundamentais, as suas<br />

estratégias e descrever, sob a forma de cenários, a evolução do sistema estudado e seus contornos.<br />

Primeira fase: - Construção da Base Analítica e Histórica<br />

A base analítica e histórica deve ser<br />

• pormenorizada e aprofundada nos planos quantitativos e qualificativos:<br />

• global (econômica, tecnológica, política, sociológica ecológica);<br />

• dinâmica, pondo em evidência as tendências passadas e o fatos portadores de futuro;<br />

• explicativa dos mecanismos de evolução do sistema.<br />

A construção da base compreende - três etapas:<br />

• delimitação do sistema constituído pelo fenômeno estudando e pelos seus contornos gerais (político.<br />

econômico tecnológico etc.)<br />

• determinação das variáveis chave:<br />

• retrospectiva e estratégia do atores<br />

Delimitar o sistema consiste em elaborar uma lista o mais completa possível das variáveis a terem conta,<br />

quantificáveis ou não, afim de se ter uma visão global tão exaustiva quanto possível do sistema que o<br />

fenômeno estudado e sua envolvente explicativa constituem.<br />

Determinar as variáveis chave consiste em estabelecer a lista, e repartir em dois grupos de variáveis: - as<br />

variáveis internas que caracterizam o fenômeno estudado; - as variáveis externas que caracterizam a<br />

envolvente explicativa geral do fenômeno estudado nos seus aspectos demográficos, políticas,<br />

econômicos, culturais, sociais, tecnológicos, industriais, etc.<br />

A análise estrutural das variáveis (internas e externas) põe em evidencia uma hierarquia destas (motrizes,<br />

dependentes). Avançar certas variáveis confirma instituições iniciais e pode levantar, para outras variáveis,<br />

questões que, de outra forma, não se teriam colocado.<br />

A análise da situação atual permite identificar os germes de mudança - fato portador de futuro - na<br />

evolução das variáveis essenciais, bem como as estratégias dos atores que estão na origem desta<br />

evolução. Esta análise não toma em consideração apenas as informações quantificadas ou quantificáveis,<br />

mas também todos os dados qualitativos fatores econômicos, sociológicos, políticos , ecológicos entre<br />

outros. Esta análise resulta no fim da base, na construção de um quadro 'estratégia dos atores' Este<br />

quadro constitui a síntese da análise da evolução passada e da situação atual. Põe em evidência os<br />

desafios do futuro, o posicionamento de cada ator relativamente aos objetos estratégicos e suas relações<br />

de força.<br />

Resultados da construção da base


• o sistema estudado é limitado aos elementos pertinentes;<br />

• o sistema é estruturado e eventualmente, decomposto em subsistemas;<br />

• a sua evolução passada e o seu estado atual são, explicados;<br />

• os fatores de. evolução ou de estabilidade do sistema são postos em evidência;<br />

• os projetos dos atores são assinalados num quadro estratégico.<br />

• são identificadas as questões - chave para o futuro.<br />

Segunda fase: - Elaboração aos Cenários<br />

Tendo em conta fatores motores, tendências, estratégias dos atores e dos germes de mudança<br />

identificados na fase anterior, aplica -se o método dos cenários fazendo intervir os ,mecanismos de<br />

evolução e confrontando os projetos e as estratégias dos atores.<br />

Alguns domínios determinantes para o futuro do sistema são incertos nomeadamente o resultado dos<br />

conflitos possíveis entre os atores, pelo que se devem elaborar hipóteses a propósito deles bem como<br />

sobre a evolução das tendências A cada jogo de hipóteses corresponde um cenário que se pode constituir<br />

e cuja realização é mais ou menos provável.<br />

Tipos de cenários<br />

Distingue -se dois tipos de Cenários: Cenários Exploratórios e os Normativos<br />

Os Cenários Exploratórios caracterizam futuros possíveis ou prováveis do sistema considerado e do seu<br />

contexto, mediante a simulação e desdobramento de certas condições iniciais diferenciadas, sem que seja<br />

assumida qualquer opção ou preferência por um do.- futuros configurados.<br />

Os Cenários Normativos configuram futuras desejados, exprimindo sempre uma vontade ou compromisso<br />

de um ator ou atares em relação a determinados objetivos ou projetos. A lógica de construção dessas<br />

Cenários consiste em estabelecer, primeiramente, o futuro desejado para, em seguida, definir como<br />

alcançá-lo a partir da situação atual.


BOLETINS TÉCNICOS PUBLICADOS<br />

BT/PCC/214 Modelo para Previsão do Comportamento de Aquecedores de Acumulação em Sistemas<br />

Prediais de Água Quente - ARON LOPES PETRUCCI, EDUARDO IOSHIMOTO. 26 p.<br />

BT/PCC/215 Influência da Formulação das Tintas de Base Acrílica como Barreira Contra a Penetração de<br />

Agentes Agressivos nos Concretos - KAI LOH UEMOTO, VAHAN AGOPYAN 20 p..<br />

BT/PCC/216 Análise da Porosidade e de Propriedades de Transporte de Massa em Concretos - NEIDE<br />

MATIKO NAKATA SATO, VAHAN AGOPYAN. 20 p.<br />

BT/PCC/217 Estruturação Urbana: Conceito e Processo. WITOLD ZMITROWICZ. 51 p.<br />

BT/PCC/218 Formação da Taxa de Retorno em Empreendimentos de Base Imobiliária. JOÃO DA<br />

ROCHA LIMA JUNIOR. 36 p.<br />

BT/PCC/219 Ligação de Peças Estruturais de Madeira com Tubos Metálicos. CARLOS ROBERTO<br />

LISBOA, JOÃO CESAR HELLMEISTER. 28 p.<br />

BT/PCC/220 Contribuições para a Estruturação de Modelo Aberto para o Dimensionamento Otimizado<br />

dos Sistemas Prediais de Esgotos Sanitários. DANIEL C. SANTOS, ORESTES MARRACCINI<br />

GONÇALVES. 12 p.<br />

BT/PCC/221 Implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade em Empresas de Arquitetura.<br />

JOSAPHAT LOPES BAíA, SILVIO BURRATTINO MELHADO. 21 p.<br />

BT/PCC/222 Proposta de Classificação de Materiais e Componentes Construtivos com Relação ao<br />

Comportamento Frente ao Fogo - Reação ao Fogo. MARCELO LUIS MITIDIERI, EDUARDO IOSHIMOTO.<br />

25 p.<br />

BT/PCC/223 Contribuição ao Estudo das Técnicas de Preparo da Base no Desempenho dos<br />

Revestimentos<br />

de Argamassa. MÁRIO COLLANTES CANDIA, LUIZ SÉRGIO FRANCO. 13 p.<br />

BT/PCC/224 A Influência da Temperatura na Hidratação dos Cimentos de Escória de Alto-Forno.<br />

MARISTELA GOMES DA SILVA, VAHAN AGOPYAN. 20 p.<br />

BT/PCC/225 A Influência do Fator de Forma da Fibra na Tenacidade à Flexão do Concreto Reforçado<br />

com Fibras de Aço. NELSON LUCIO NUNES, VAHAN AGOPYAN. 18 p.<br />

BT/PCC/226 Implementação de Sistemas de Gestão da Qualidade em Pequenas e Médias Empresas de<br />

Construção de Edifícios: Estudos de Caso. PALMYRA FARINAZZO REIS, SILVIO BURRATTINO<br />

MELHADO. 18 p.<br />

BT/PCC/227 As Juntas de Movimentação na Alvenaria Estrutural. ROLANDO RAMIREZ VILATÓ, LUIZ<br />

SÉRGIO FRANCO. 11 p.<br />

BT/PCC/228 Painéis em Cimento Reforçado com Fibras de Vidro (GRC). VANESSA GOMES DA SILVA,<br />

VANDERLEY MOACYR JOHN. 20 p.<br />

BT/PCC/229 Derivação de Fundos para Investimento em Empreendimentos de Infra-Estrutura no Brasil:<br />

A Viabilidade da Securitização nas Concessões Rodoviárias e de Geração Independente de Energia<br />

Hidrelétrica. CLÁUDIO TAVARES DE ALENCAR, JOÃO DA ROCHA LIMA JUNIOR. 25 p.


BT/PCC/230 Influência da Dosagem na Carbonatação dos Concretos. FABÍOLA LYRA NUNES, PAULO<br />

ROBERTO DO LAGO HELENE. 26 p.<br />

BT/PCC/231 Resistência ao Cisalhamento do Concreto Fresco por Compressão Triaxial. LEVY VON<br />

SOHSTEN REZENDE, JOÃO GASPAR DJANIKIAN. 30 p.<br />

BT/PCC/232 Mecanismos de Transporte de Agentes Agressivos no Concreto. CARLOS EDUARDO<br />

XAVIER REGATTIERI, PAULO ROBERTO DO LAGO HELENE. 20 p.<br />

BT/PCC/233 Influência do Tipo de Cal Hidratada na Reologia de Pastas. FABIOLA RAGO, MARIA ALBA<br />

CINCOTTO. 24 p.<br />

BT/PCC/234 A Inserção do Campus da Cidade Universitária " Armando de Salles Oliveira" na Malha<br />

Urbana da Cidade de São Paulo. VERA ADELINA AMARANTE MACHADO MARQUES, WITOLD<br />

ZMITROWICZ. 34 p.<br />

Escola Politécnica da <strong>USP</strong> - Deptº de Engenharia de Construção Civil<br />

Edifício de Engenharia Civil - Av. Prof. Almeida Prado, Travessa 2<br />

Cidade Universitária - CEP 05508-900 - São Paulo - SP - Brasil<br />

Fax: (011)8185715- Fone: (011) 8185452 - E-mail: secretarla@pcc.usp.br

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