Diversidade Sexual na Escola - Notícias
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Um professor homossexual pode<br />
criar problemas para a escola? Provavelmente<br />
sim. Não pela sua sexualidade,<br />
mas pelas reações preconceituosas<br />
que podem surgir a partir<br />
da orientação sexual declarada ou<br />
prejulgada desse educador. O mais<br />
importante aqui, em primeiro lugar,<br />
é lembrar que não é o professor gay<br />
ou professora lésbica a causa das situações<br />
de conflito. O preconceito<br />
de alguns responsáveis, alunos/as<br />
ou colegas é, de fato, a verdadeira<br />
fonte dos problemas.<br />
Muitas pessoas vão dizer que<br />
não existe nenhum problema em<br />
ter <strong>na</strong> escola um professor homossexual,<br />
desde que ele se comporte.<br />
Mas o que significa esse se comportar?<br />
Em grande parte das vezes, se<br />
comportar significa ser, mas não<br />
parecer homossexual. Significa que<br />
esse profissio<strong>na</strong>l, para ser aceito e<br />
respeitado, tem que abrir mão de<br />
ser, agir, falar do seu jeito, para se<br />
adaptar a uma determi<strong>na</strong>da norma<br />
de comportamento de gênero. Significa<br />
que ele ou ela tem que vestir<br />
uma máscara, interpretar um papel<br />
dentro da <strong>Escola</strong> que não levante<br />
nenhum indício de sua identidade<br />
sexual.<br />
Alguém pode dizer que não há<br />
necessidade de um educador ou<br />
educadora homossexual ficar expondo<br />
a sua sexualidade <strong>na</strong> <strong>Escola</strong>.<br />
Que isso é algo íntimo e que só diz<br />
respeito a ele ou ela. Mas professoras<br />
heterossexuais falam para os<br />
colegas o nome do seu <strong>na</strong>morado, o<br />
marido pode vir buscá-las de carro<br />
<strong>na</strong> porta do colégio, ela pode andar<br />
com uma foto dele <strong>na</strong> carteira. Professores<br />
heterossexuais podem levar<br />
a sua esposa <strong>na</strong> festa de fi<strong>na</strong>l de ano<br />
da escola e apresentá-la, não como<br />
uma amiga, mas como sua companheira<br />
a todos os colegas, pais,<br />
mães ou alunos. Ou seja, manter a<br />
privacidade sobre sua vida particular<br />
não significa ter que escondê-la,<br />
como quem oculta algo de errado.<br />
Os educadores homossexuais têm<br />
tanto direito de falar sobre sua vida<br />
afetiva quanto qualquer educador<br />
heterossexual.<br />
Profissio<strong>na</strong>lismo não tem <strong>na</strong>da<br />
a ver com falar grosso ou fino, com<br />
andar assim ou assado, vestir essa<br />
ou aquela cor. Profissio<strong>na</strong>lismo tem<br />
a ver com ética, compromisso com<br />
o trabalho, dedicação, capacidade,<br />
respeito. Educadores têm de ser julgados<br />
como educadores, não como<br />
gays, lésbicas, heterossexuais, ou o<br />
que seja. E dizer que a identidade<br />
sexual do profissio<strong>na</strong>l não importa<br />
não significa dizer que ele tem<br />
de apagá-la, escondê-la ou negála,<br />
como se fosse um algo errado,<br />
tolerado pela escola, mas que não<br />
quer que se torne visível. Dizer que<br />
a identidade sexual do profissio<strong>na</strong>l<br />
não importa significa que TODAS as<br />
identidades sexuais serão respeitadas,<br />
sejam quais forem.