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INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - GAPO

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<strong>INSTITUTO</strong> <strong>DE</strong> <strong>CIÊNCIAS</strong> <strong>DA</strong> SAÚ<strong>DE</strong><br />

FUNORTE-SOEBRÁS<br />

Tracionamento de canino superior direito na região de incisivo<br />

central com reabsorção radicular: caso clínico<br />

CLODOALDO MROGINSKI<br />

Monografia apresentada ao programa de<br />

pós-graduação do Instituto de Ciências da<br />

Saúde-FUNORTE/ SOEBRÁS núcleo<br />

Lages, como requisito à obtenção do título<br />

de Especialista em Ortodontia.<br />

Lages, 2009


<strong>INSTITUTO</strong> <strong>DE</strong> <strong>CIÊNCIAS</strong> <strong>DA</strong> SAÚ<strong>DE</strong><br />

FUNORTE-SOEBRÁS<br />

Tracionamento de canino superior direito na região do incisivo<br />

central com reabsorção radicular: caso clínico<br />

CLODOALDO MROGINSKI<br />

Monografia apresentada ao programa de<br />

pós-graduação do Instituto de Ciências da<br />

Saúde-FUNORTE/ SOEBRÁS núcleo<br />

Lages, como requisito à obtenção do título<br />

de Especialista em Ortodontia.<br />

Orientador: Álvaro Furtado<br />

Lages, 2009


AGRA<strong>DE</strong>CIMENTOS<br />

Convivemos em sociedade porque sabemos das dificuldades de vencermos<br />

as etapas sozinhos. A realização deste trabalho não seria possível sem o incentivo,<br />

dedicação e desprendimento destas pessoas:<br />

— Professor Álvaro Furtado;<br />

— Professor Ronaldo Ruela;<br />

— Professor Vilmar Campos;<br />

— A eterna amiga Marcia;<br />

— Ao meu amor Marcia;<br />

— Ao meu filho Mateus;<br />

— Aos meus pais Tadeu e Ledi;<br />

— Aos meus sogros Antonio e Amélia;<br />

— Aos meus colegas de turma;<br />

— Aos meus pacientes;<br />

E a todos que de alguma forma contribuíram para elaboração deste estudo.


RESUMO<br />

ABSTRACT<br />

SUMÁRIO<br />

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 1<br />

2 REVISÃO <strong>DA</strong> LITERATURA ........................................................................... 3<br />

3 PROPOSIÇÃO .................................................................................................. 34<br />

4 <strong>DE</strong>SCRIÇÃO DO CASO CLÍNICO.................................................................... 35<br />

5 DISCUSSÃO ..................................................................................................... 41<br />

6 CONCLUSÃO ................................................................................................... 42<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 43


LISTA <strong>DE</strong> FIGURAS<br />

Figura 1 Frontal .................................................................................................... 35<br />

Figura 2 Lateral direita.......................................................................................... 35<br />

Figura 3 Lateral esquerda .................................................................................... 35<br />

Figura 4 Perfil da paciente.................................................................................... 36<br />

Figura 5 Panorâmica inicial .................................................................................. 36<br />

Figura 6 Telerradiografia perfil inicial ................................................................... 36<br />

Figura 7 Fases do alinhamento e nivelamento, A Frontal, B Lateral direita e C<br />

Lateral esquerda .................................................................................................. 37<br />

Figura 8 – A, B, C, D, E e F Procedimentos cirúrgicos para colagem de<br />

acessórios para tracionamento ............................................................................ 37<br />

Figura 9 – A, B, C, D, E e F Fases do tracionamento frontal................................ 38<br />

Figura 10 – A, b, C, D, E e F Remoção do aparelho após o caso concluído........ 38<br />

Figura 11 – A, B, C, D e E Proservação do caso após 1 ano ............................... 39<br />

Figura 12 Panorâmica na remoção do aparelho .................................................. 39<br />

Figura 13 Panorâmica após 1 ano da remoção do aparelho ................................ 39<br />

Figura 15 Telerradiografia na remoção do aparelho ............................................ 40


RESUMO<br />

O diagnóstico em odontologia é fator decisivo na correção dos desvios da oclusão<br />

dentária. As maloclusões podem se desenvolver junto com o crescimento<br />

craniofacial. A retenção dos caninos superiores é frequentemente discutido por<br />

cirurgiões dentistas na hora de decidir qual a melhor forma de tratamento. O<br />

principal fator da situação é suas causas e conseqüências para o paciente. Os<br />

caninos superiores e inferiores são elementos chaves na normalidade do sistema<br />

estomatognático, por desenpenharem ação importante no equilíbrio funcional e na<br />

estética facial. Os caninos superiores, em alguns casos, podem ficar retidos na<br />

maxila e alterar esse equilíbrio. A localização do canino impactado deve ser<br />

realizado por meio de exames clínicos e radiográficos, e é fundamental para um<br />

correto planejamento e tratamento a ser realizado. O diagnóstico precoce pode<br />

evitar que a retenção dos caninos cause transtornos ao paciente como,<br />

perturbações mecânicas, infecciosas e neoplásicas. No prognóstico considera-se a<br />

localização dos caninos em relação aos dentes adjacentes, a sua altura no processo<br />

alveolar, a sua inclinação e também a possibilidade de não se movimentar<br />

ortodonticamente. Demonstrou-se um caso clínico de irrupção ectópica de um<br />

canino superior na região de incisivo superior provocando a reabsorção radicular<br />

deste e a terapêutica utilizada para a realização do tracionamento.<br />

Palavras-chave: Caninos impactados. Erupção ectópica. Tração ortodôntica.


ABSTRACT<br />

The diagnosis in dentistry is decisive factor in the correction of the deviations of the<br />

dental occlusion. The malocclusion can grow with the growth craniofacial. The<br />

retention of the upper canine teeth is frequently discussed by surgeons dentists in<br />

the hour of deciding which the best treatment form. The main factor of the situation is<br />

their causes and consequences for the patient. The upper canine teeth and lower are<br />

key elements in the normality of the system stomatognathic , for play important action<br />

in the functional balance and in the facial aesthetics. The upper canine teeth, in some<br />

cases, they can be kept in the jawbone and to alter that balance. The location of the<br />

canine tooth impacted of being accomplished through clinical exams and<br />

radiographic, and it is fundamental for a correct planning and treatment to be<br />

accomplished. The precocious diagnosis can avoid that the retention of the canine<br />

teeth causes upset to the patient as, disturbances mechanical, infectious and<br />

neoplastic. In the prognostic he/she is considered the location of the canine teeth in<br />

relation to the adjacent teeth, his/her height in the alveolar process, his/her inclination<br />

and also the possibility not to move orthodontic. We will demonstrate a clinical case<br />

of irruption ectopic of a upper canine tooth in the area of upper incisor provoking the<br />

reabsorption root of this and the therapeutics used for the accomplishment of the<br />

traction.<br />

Key-word: Canine impacted. Eruption ectopic. Orthodontic traction.


1 INTRODUÇÃO<br />

Considera-se dente retido aquele que não está presente na arcada dentária,<br />

passada sua época de irrupção e não apresenta potencial de movimentação, já que<br />

sua raiz está completamente formada; ou, mesmo, quando o dente homólogo está<br />

presente na cavidade bucal há pelo menos seis meses, com formação radicular<br />

completa. Os caninos permanentes são os dentes que mais se apresentam retidos,<br />

após os terceiros molares, em uma prevalência de 0,9% a 2,5%; estão unilaterais<br />

em 75% a 95% dos casos, na maioria das vezes em posição palatina (60% a 80%),<br />

além de aparecerem de duas a três vezes mais no gênero feminino que no<br />

masculino (CAPPELLETTE et al., 2004).<br />

A etiologia da retenção dos caninos é multifatorial, abrange fatores locais e<br />

gerais. Nos gerais temos os fatores hereditários, distúrbios endócrinos e síndromes<br />

com mal formação craniofacial. Nos fatores locais relaciona-se a falta de espaço na<br />

arcada dentária, os distúrbios na seqüência de irrupção dos dentes permanentes,<br />

trauma dos dentes decíduos, agenesia dos incisivos laterais permanentes, má<br />

posição do germe dentário, dilaceração radicular, anquilose, retenção prolongada ou<br />

perda prematura do canino decíduo, presença de desordens como cistos, tumores,<br />

dentes supranumerários na região, servindo de impedimento mecânico, pacientes<br />

portadores de fissura alveolar e além do fato de serem os últimos dentes a<br />

erupcionar na cavidade bucal, com um trajeto de irrupção longo e tortuoso<br />

(CAPPELLETTE et al., 2004).<br />

A retenção dos caninos por vestibular está relacionada com a falta de<br />

espaço na arcada dentária.<br />

1


Para Jacobs (1996), o germe do canino permanente localiza-se por<br />

vestibular do incisivo lateral e do primeiro pré-molar. Então, nos casos de deficiência<br />

de comprimento de arco, o canino continuará nessa posição vestibular, podendo<br />

irromper em infravestibuloversão. Já a sua retenção por palatino acontece quando<br />

há espaço disponível para sua irrupção. Os caninos não encontram o guia mesial<br />

correto para a irrupção, seguindo, então, um trajeto de irrupção ectópico. Devido à<br />

espessura do osso cortical do palato e da espessa e resistente mucosa palatina<br />

esses dentes não irrompem.<br />

O objetivo deste trabalho foi estudar as causas das impacções de caninos,<br />

bem como as manobras para: diagnosticá-los, tratá-los e minimizar suas<br />

consequências na cavidade oral. Para tal ilustrou-se a presente revisão com um<br />

caso clínico.<br />

2


2.1. Conceito<br />

2 REVISÃO <strong>DA</strong> LITERATURA<br />

Conforme Rossato e Romero (2001), devemos diferenciar dente incluso e<br />

impactado. No primeiro caso, o dente encontra-se nos ossos maxilares, além de seu<br />

tempo de erupção normal, rodeado por um saco pericoronário e circundado por uma<br />

camada óssea. No segundo, o saco coronário apresenta-se aberto ou não na<br />

cavidade bucal, mas a cobertura óssea desapareceu parcialmente e pode-se<br />

perceber a coroa do dente por inspeção ou palpação. Geralmente os inclusos<br />

apresentam certa ectopia, enquanto os impactados normalmente encontram-se em<br />

boa posição axial.<br />

A presença dos caninos superiores no arco dentário está relacionada a<br />

estética, além de ser um dente chave para a função do sistema estomatognático.<br />

Ressalta-se um canino retido aquele que, passada a época normal de irrupção, não<br />

encontra-se presente no arco dentário, sem potencial de irrupção, pois sua raiz está<br />

completamente formada; ou quando o dente homólogo está irrompido a pelo menos<br />

6 meses, com formação radicular completa, (GARIB et al., 1999) e (MAAHS, 2004).<br />

O canino superior tem sua formação inicial entre o quarto e o quinto mês de<br />

idade e sua coroa está completa entre os seis e sete anos. Com desenvolvimento no<br />

assoalho orbital, superior e palatal ao primeiro pré-molar e incisivo lateral, próximo à<br />

abertura piriforme. Percorre um trajeto uma vez e meia o comprimento de sua raiz,<br />

se movimentando para vestibular e mesial, na parte mais profunda do vestíbulo pode<br />

ser palpado, até atingir o plano oclusal. Devido a esta distância e o longo período de<br />

erupção, pode sofrer desvios no seu curso eruptivo e irromper por palatino ou<br />

3


vestibular, ou migrar para mesial ou distal e entrar em transposição com o incisivo<br />

lateral, central ou com o primeiro pré-molar, ou ficar impactado (MAIA e CARDOSO,<br />

2003).<br />

O canino é o dente que completa a forma da arcada dentária, determina o<br />

contorno da boca, mantém a harmonia e a simetria da relação oclusal, suporta,<br />

devido à anatomia da sua raiz, os movimentos de lateralidade e a carga<br />

mastigatória. Possui o desenvolvimento e a trajetória de irrupção mais complexos de<br />

todos os demais dentes e é um dos últimos dentes a irromper na arcada dentária<br />

superior, admira-se que um dente com um padrão de irrupção tão complicado possa<br />

vir a irromper de maneira natural. Por isso, sua impactação é bastante freqüente,<br />

superada apenas pela do 3º molar (TANAKA, 2000).<br />

De acordo com Freitas et al. (1998), há diferença entre dentes retidos e<br />

impactados. Dentes retidos são aqueles que por falta de força de erupção não<br />

conseguem erupcionar; e impactados são aqueles impossibilitados de erupcionar<br />

devido a existência de uma barreira física em sua via de erupção. Os caninos retidos<br />

são menos freqüentes que os terceiros molares.<br />

Colombini (1991) classificou a retenção de duas maneiras: intra-óssea e<br />

sub-gengival. Preconiza a classificação de Thoma quanto à posição do dente na<br />

maxila: posição vestibular; posição palatina; posição intermediária e posição<br />

paranormal. E considera que a permanência do canino decíduo no arco pode levar a<br />

retenção do respectivo permanente. Após comprovar a retenção com exame clínico<br />

é necessário um estudo mais detalhado quanto a sua posição e a relação com as<br />

estruturas vizinhas.<br />

A terminologia empregada para as retenções dentárias é variada,<br />

provocando controvérsias. Centeno (1987) e Marzola (1995) denominam como<br />

4


dentes retidos aqueles que uma vez chegada a época de sua erupção continuam<br />

dentro dos maxilares, mantendo a integridade do saco pericoronário fisiológico. A<br />

retenção dentária pode apresentar-se retenção intra-óssea ou retenção subgengival.<br />

A inclusão é intra-óssea quando o dente estiver no interior do osso,<br />

submucosa quando recoberto por fibromucosa e semi-incluso quando o dente<br />

venceu a camada fibromucosa, porém não terminou sua erupção (GRAZIANI, 1995).<br />

De acordo com Peterson (1996), um dente impactado é aquele que não<br />

consegue erupcionar atingindo sua posição na arcada dentária dentro do tempo<br />

esperado. Afirma também que o termo incluso abrange tanto dentes impactados<br />

quanto aqueles em processo de erupção.<br />

2.2 Epidemiologia<br />

Segundo Zanini (1990), Ferguson (1990), Garib et al. (1999), Maahs (2004)<br />

e Martinez et al. (2007), o termo de erupção ectópica deve ser entendido como<br />

alteração do trajeto de erupção normal de um germe dentário, a qualquer momento,<br />

desde a sua origem. Após os terceiros molares, os caninos superiores estão entre<br />

os dentes mais freqüentes a apresentarem distúrbios no seu trajeto eruptivo. A<br />

incidência de caninos permanentes superiores ectópicos na população tem sido<br />

estimada entre 0,9 e 2%, mostrando-se de 2 a 3 vezes mais freqüentes no gênero<br />

feminino, predominando a ocorrência unilateral, com deslocamento mais comum por<br />

palatino, sendo dez vezes mais comum na maxila do que na mandíbula. Supõe-se<br />

que existam incidências diferentes entre as raças, em 1,7% para chineses e 5,9%<br />

para caucasianos.<br />

Segundo Becker (2004), a menor prevalência foi registrada entre japoneses<br />

em apenas 0,27% seguida dos EUA 0,92%, israelitas 1,57%, chineses 1,7%,<br />

islandeses 1,8%, e caucasianos 5,7%.<br />

5


2.3 Etiologia<br />

Para Vasconcellos et al. (2003) muitos fatores podem ser considerados<br />

responsáveis pela impacção ou retenção dos caninos entre eles: o crescimento da<br />

caixa craniana em detrimento dos maxilares, a dieta cada vez menos exigente do<br />

aparelho estomatognático e a consciência de uma odontologia preventiva, em que o<br />

paciente não sofre mutilações em seu período de infância e adolescência,<br />

vivenciando a idade adulta com todos os elementos dentários no arco, podendo<br />

assim gerar falta de espaço.<br />

Segundo Rossato e Romero (2001), a mudança do nosso hábito alimentar<br />

levou a uma diminuição do uso da força mastigatória que parece ser uma das<br />

responsáveis pela redução gradual do tamanho das estruturas maxilares. Não sendo<br />

acompanhado, na mesma intensidade, pela diminuição do número dos dentes, o que<br />

tem acarretado o frequente aumento de impacções dentárias.<br />

Ferguson (1990) relatou que os fatores etiológicos são múltiplos; citou o<br />

apinhamento dentário, tendência familiar, formação de cistos e estreitamento dos<br />

arcos.<br />

Para Moyers (1991); Bishara (1992); Maahs (2004); Becker (2004); Araújo<br />

(2006) e Cappellette et al. (2008), a não erupção destes dentes pode estar<br />

relacionada a diversas causas, dentre elas: grau de reabsorção de dentes decíduos,<br />

trauma dentoalveolar, distúrbios na seqüência de erupção, viabilidade do espaço<br />

para a erupção do canino, rotação dentária, fechamento prematuro do ápice<br />

radicular, erupção dos caninos para o espaço de fissuras em pacientes fissurados,<br />

processos odontogênicos patológicos, agenesia do incisivo lateral, trajeto longo para<br />

erupção do canino, presença de dente supranumerário, condições idiopáticas,<br />

6


pressão anormal da musculatura, desordens febris, distúrbios endócrinos e<br />

deficiência de vitamina D.<br />

Tanaka (2000); Callá e Cuffari (2004) e Martinez (2007) falam a respeito da<br />

etiologia da erupção ectópica e sugere que sua trajetória de erupção longa, desde<br />

sua origem alta sob o assoalho da órbita, pode contribuir para a freqüência de<br />

problemas eruptivos. Os distúrbios aparecem tanto no sentido mesiodistal, como por<br />

exemplo a transposição entre o canino e o primeiro pré-molar, como no sentido<br />

vestíbulo-lingual. A maioria dos caninos está deslocada por palatino, mas de 15,5%<br />

a 20% ocorrem por vestibular, quando são considerados de manejo mais difícil.<br />

Alguns autores relacionam a erupção ectópica por vestibular à discrepância dente-<br />

osso negativa ou apinhamento, já cerca de 85% dos caninos impactados por<br />

palatino apresentam espaço suficiente para sua erupção no arco dentário, sugerindo<br />

que tenham origem genética. Quando o germe do canino superior está se<br />

desenvolvendo, localiza-se por vestibular do incisivo lateral e do primeiro pré-molar.<br />

Logo, nos casos com deficiência de comprimento do arco, o canino continuará nessa<br />

mesma posição vestibular, podendo irromper em infravestibuloversão. Por outro<br />

lado, na impacção dos caninos por palatino costuma haver espaço suficiente no arco<br />

dentário, o que é favorecido pelas anomalias ou agenesias dos incisivos laterais<br />

superiores. Assim, os caninos não encontram o guia mesial correto de erupção,<br />

seguindo então um trajeto de erupção ectópico, posicionando-se por lingual dos<br />

dentes adjacentes, na tentativa de irromper. Devido à espessura do osso cortical do<br />

palato, assim como espessa e resistente mucosa palatina, não conseguem<br />

irromperem.<br />

Jacoby (1983), concluiu que 85% dos casos de caninos superiores retidos<br />

por palatino têm espaço suficiente no arco e afirmou que uma deficiência no<br />

7


comprimento do arco tenderá o canino a erupcionar por vestibular. A explicação para<br />

a impactação palatina pode ser um espaço excessivo na área do canino que<br />

permitirá ao dente se mover palatinamente no osso e encontrar um local atrás dos<br />

germes dos outros dentes. Este espaço pode ser criado por: 1) crescimento ósseo<br />

excessivo na área do canino; 2) agenesia ou hipodesenvolvimento do incisivo lateral<br />

e; 3) erupção estimulada do incisivo lateral ou primeiro pré-molar. Há autores que<br />

defendem que o posicionamento ectópico do canino esteja fortemente ligado a<br />

fatores genéticos.<br />

Para Cappellette et al. (2008), a etiologia do deslocamento da maioria dos<br />

caninos para palatino e sua subseqüente impactação é primariamente de origem<br />

genética. Segundo os autores, este fenômeno costuma ocorrer em associação com<br />

outros fatores controlados geneticamente. Dentre eles estão: 1) A ocorrência<br />

concomitante com outras anomalias dentárias como alterações de forma, tamanho e<br />

número de dentes. 2) Relatos de incidência bilateral de 17 a 45% dos casos de<br />

desvio palatino do canino, apontam para o mecanismo genético como fator<br />

etiológico intrínseco. 3) A ocorrência ligada ao sexo, com prevalência maior para o<br />

sexo feminino e em grau semelhante a outras anomalias dentárias de origem<br />

genética. 4) A incidência alta nos membros de uma mesma família juntamente com<br />

outras anomalias dentárias. 5) Diferenças de ocorrência em grupos populacionais,<br />

com maior incidência em europeus e o alargamento do espaço folicular foi citado<br />

como um dos fatores etiológicos para a retenção dos caninos superiores.<br />

Brin et al. (1986), estudaram a posição dos caninos superiores retidos com<br />

incisivos laterais anômalos ou ausentes. Numa amostragem de 2.440 adolescentes<br />

estudados. Os incisivos laterais foram classificados como: ausentes; cônicos<br />

(distância mésio-distal maior na cervical); pequenos (distância mésio-distal igual ou<br />

8


menor que o incisivo lateral inferior). A ocorrência de incisivos laterais anômalos foi<br />

maior no gênero feminino. As retenções por palatino estavam associadas a incisivos<br />

laterais anômalos ou ausentes em 42,6% dos casos. Conclui-se haver forte ligação<br />

entre os dois fenômenos. A explicação dada foi a falta de guia do incisivo lateral<br />

para a irrupção do canino.<br />

2.4 Classificação<br />

com:<br />

Corrêa e Barbosa (2007) classificaram as retenções de canino de acordo<br />

1. Número de dentes retidos:<br />

1.1. Unilateral;<br />

1.2. Bilateral.<br />

2. Posição no arco dentário:<br />

2.1. Pré-alveolar (localizado na face vestibular);<br />

2.2. Retro alveolar (localizado na abóboda palatina);<br />

2.3. Trans alveolar (localizado atravessando o arco dental com a coroa voltada para<br />

vestibular ou lingual);<br />

2.4. Alveolar ou vertical (localizado verticalmente).<br />

2.5 Complicações e consequências<br />

No que se refere as complicações do canino impactado não tratado Becker<br />

(2004), ressalta a morbidez do canino decíduo, alteração cística, reabsorção da<br />

coroa do canino permanente e reabsorção da raiz do incisivo lateral, ou demais<br />

dentes adjacentes.<br />

Sasakura et al. (1984), avaliaram a reabsorção radicular em incisivos<br />

superiores permanentes causados por caninos retidos. Verificaram 12 incisivos<br />

centrais e 11 laterais estudados. O grau de reabsorção encontrado foi de ¼ da raiz<br />

9


até sua completa perda. Concluíram que devido a pressão exercida pelos caninos<br />

retidos nas raízes dos dentes adjacentes poderia causar reabsorção radicular, que<br />

eram indolores e recomendaram a necessidade de exames radiográficos o mais<br />

precoce possível para a detecção do problema. As reabsorções eram mais comuns<br />

no gênero feminino (10 vezes mais) e a idade média foi de 13,5 anos. Não foi notado<br />

nenhum fator sistêmico relacionado com as reabsorções.<br />

O trajeto ectópico dos caninos e a espessura do seu folículo dentário podem<br />

acarretar reabsorção dos dentes vizinhos, incisivo lateral e central, mas tal evento é<br />

relacionado na literatura em pequena porcentagem: de 0,3% a 14%, (WOITCHUNAS<br />

et al., 2004; CONSOLARO e CONSOLARO, 2008; CAPPELLETTE et al., 2008).<br />

Ericson e Kurol (1987) relataram a respeito de 46 casos de reabsorção<br />

radicular associados a caninos retidos. Na maioria dos casos, 82% a reabsorção<br />

estava localizada no terço médio da raiz, o que dificilmente é detectado nas<br />

radiografias periapicais. Abrangendo em alguns casos a câmara pulpar. As<br />

reabsorções apareceriam entre 10 e 11 anos de idade, indicando a necessidade de<br />

diagnóstico precoce. Afirmaram também que 12% dos indivíduos infantis com<br />

reabsorção radicular apresentaram imagens normais nas radiografias periapicais. As<br />

tomografias seriam de grande valia para se localizar e quantificar reabsorções. Estas<br />

reabsorções poderiam ocorrer até mesmo antes dos 11 anos. Verificaram também,<br />

alterações dimensionais dos folículos dos caninos em apenas 22% dos casos<br />

relacionados às reabsorções dos incisivos laterais. As larguras dos folículos<br />

dentários dos caninos foram medidas em radiografias, em 19% dos caninos<br />

impactados apresentavam a largura máxima entre 3 e 5mm e em 81% dos caninos<br />

impactados a largura estava abaixo de 3mm.<br />

10


2.6 Prevalência de reabsorção<br />

Callá e Cuffari (2004) citaram um estudo sobre a reabsorção das raízes de<br />

incisivos adjacentes ao canino ectópico, através de tomografia computadorizada foi<br />

observado reabsorção radicular em 64% dos casos estudados, de um grupo de 107<br />

crianças.<br />

Ericson e Kurol (1987) observaram que 80% dos dentes que sofreram<br />

reabsorção provocada pela erupção ectópica dos caninos foram os incisivos laterais.<br />

2.7 Diagnóstico<br />

Para Maahs (2004), o diagnóstico de impacção dos caninos superiores<br />

permanentes é baseado em exame clínico (inspeção e palpação) e radiográfico. Na<br />

maioria dos casos, somente a radiografia periapical é suficiente para avaliar a<br />

posição dos caninos, sendo que, para fornecer a posição (vestibular ou palatino),<br />

utiliza-se a técnica de Clark. Além da radiografia periapical, pode-se solicitar oclusal,<br />

panorâmica, póstero-anterior, telerradiografia de perfil e tomografia<br />

computadorizada, sendo que a última fornece uma posição mais exata dos caninos<br />

impactados e é indicada principalmente para determinar a relação da coroa do<br />

canino impactado com a raiz do incisivo lateral adjacente, dando um diagnóstico<br />

mais seguro, embora não substitua as outras radiografias.<br />

2.7.1 Exame clínico<br />

Conforme Bishara (1992); Jacobs et al. (1996); Silva et al. (1997); Maahs<br />

(2004) e Martinez et al. (2007), o exame clínico e radiográfico devem ser o mais<br />

precoce possível, uma vez que podem permitir que as complicações sejam<br />

detectadas o quanto antes. O exame clínico é realizado por inspeção visual e<br />

palpação, indícios que sugerem a erupção ectópica dos caninos superiores são: a<br />

11


inclinação exagerada e migração distal de um ou ambos os incisivos laterais<br />

permanentes superiores, com ou sem desvio da linha mediana durante a conhecida<br />

fase do patinho feio, a incapacidade de palpar um ou ambos os caninos<br />

permanentes no vestíbulo (palpação digital negativa), retenção prolongada do<br />

canino decíduo, histórico familiar de retenção, incisivos laterais anômalos ou<br />

ausentes, assimetria na palpação ou grande diferença na irrupção entre os caninos<br />

superiores direito e esquerdo (caninos mal posicionados por palatino, vestibular, ou<br />

transalveolar). Em havendo angulação distal e vestibularização dos incisivos laterais,<br />

provavelmente envolveriam caninos retidos por vestibular. Se o canino estiver por<br />

palatino, ele pode pressionar a raiz do incisivo lateral para vestibular e levar sua<br />

coroa para palatino. Aconselham então, o exame radiográfico imediato como<br />

complemento do diagnóstico.<br />

Quanto à anquilose, pode ser diagnosticada por dois métodos, a percussão<br />

e a aparência da lâmina dura na radiografia, mas, nos casos de impacção, não é<br />

possível realizar a percussão enquanto o dente estiver incluso. Nas radiografias, a<br />

lâmina dura aparece com uma membrana periodontal como uma névoa, ou<br />

extensões de esclerose óssea podem obliterar a membrana periodontal. Devido à<br />

dificuldade de realizar as radiografias com correta angulação e à superposição dos<br />

vários pontos de referência maxilares sobre suas raízes, a tomografia<br />

computadorizada seria a radiografia ideal para diagnóstico nos casos de suspeita de<br />

anquilose da raiz do canino (MAAHS, 2004).<br />

2.7.2 Exame radiográfico<br />

Para Cappellette et al. (2008), o exame radiográfico é imprescindível na<br />

elaboração do diagnóstico, verifica a presença do canino em questão e o localiza<br />

dentro do osso maxilar no sentido vestíbulo-lingual, cérvico-oclusal e mésio-distal.<br />

12


Também relaciona o canino com as estruturas e dentes adjacentes. Ainda, devem<br />

ser diagnosticados os aspectos referentes ao canino, como formação e morfologia<br />

radicular, presença de cisto dentígeno etc... Diferentes técnicas de diagnóstico por<br />

imagem podem ser empregadas para localizar os caninos não irrompidos. As mais<br />

comuns são: radiografias periapicais, oclusais, panorâmicas, telerradiografias em<br />

norma lateral e frontal e tomografias não computadorizadas (politomografias) e a<br />

tomografia computadorizada.<br />

2.7.2.1 Radiografias periapicais<br />

Freitas, (2000); Maahs (2004); Daher, (2007) e Cappellette et al. (2008)<br />

citaram que as radiografias são essenciais para localizar e determinar a posição<br />

específica do dente impactado, também possibilitam a avaliação da presença e<br />

tamanho do folículo, assim como a integridade da coroa e raiz do dente. Permitem<br />

uma avaliação bidimensional podendo relacionar o canino com os dentes vizinhos,<br />

localizando-os no sentido mésio-distal ou verticalmente. Deve-se iniciar a<br />

investigação em torno de 9 a 10 anos, quando são detectados sinais de impacção.<br />

Na maioria dos casos, somente a radiografia periapical é suficiente para avaliação<br />

da posição dos caninos. Para localizar o canino maxilar por palatino ou por<br />

vestibular, alguns autores indicam a técnica de mudança de posição do cone do<br />

aparelho de raios X ou ―shift tecnique‖, ou técnica de Clark, que consiste,<br />

basicamente, na angulação horizontal do cone da primeira para a segunda tomada,<br />

na qual o objeto mais distante move-se na mesma direção em que foi movido o<br />

cone, este método foi desenvolvido para determinar a posição vestibular ou palatina<br />

de um canino superior incluso em relação aos demais dentes. As radiografias<br />

periapicais associadas à análise clínica são suficientes para determinar com<br />

precisão a posição do canino em 92% dos casos.<br />

13


2.7.2.2 Radiografias oclusais<br />

As radiografias oclusais ajudam na determinação da posição no sentido<br />

vestíbulo-lingual do canino impactado e junto com as radiografias periapicais,<br />

proporcionam a visualização da sua relação com outros dentes e a identificar a<br />

posição transversal do seu longo eixo. Porém, nos casos de sobreposição dos<br />

caninos com os dentes adjacentes, há limitações na utilização desta técnica<br />

radiográfica (MAAHS, 2004; CAPPELLETTE et al., 2008).<br />

2.7.2.3 Radiografias panorâmicas<br />

A radiografia panorâmica é extremamente útil para determinar a posição de<br />

caninos não irrompidos em dois planos do espaço, além de fornecer uma satisfatória<br />

indicação da altura do canino, sua relação com o plano sagital mediano e a sua<br />

inclinação. Tendo limitações quanto ao posicionamento vestíbulo-lingual do dente<br />

impactado (CAPPELLETTE et al., 2008).<br />

2.7.2.4 Telerradiografias em norma lateral e frontal<br />

As telerradiografias em norma lateral e frontal podem, em alguns casos,<br />

auxiliar na determinação da posição do canino impactado e relacioná-lo com as<br />

estruturas faciais vizinhas, como o seio maxilar e o assoalho da cavidade nasal.<br />

Permite avaliar a posição vestíbulo-lingual do canino, assim como a sua inclinação<br />

axial neste sentido. Por outro lado, a telerradiografia em norma lateral possui<br />

utilidade na determinação da inclinação mésio-distal e na distância vertical que o<br />

canino deve percorrer, para ser alinhado no arco, (CAPPELLETTE et al. 2008).<br />

14


2.7.2.5 Tomografias computadorizadas<br />

A tomografia computadorizada é uma técnica radiográfica que permite a<br />

verificação com maior precisão da relação do canino impactado com o incisivo<br />

lateral permanente, bem como define a real extensão de uma possível reabsorção,<br />

ocorrência de anquilose e dilaceração. A avaliação da condição da raiz de incisivo<br />

lateral é de grande importância para o clínico em função da alta incidência de<br />

reabsorções destes dentes, pela irrupção ectópica dos caninos (CAPPELLETTE et<br />

al., 2008).<br />

Ericson e Kurol (1987) verificaram que, em 40% dos casos de reabsorções<br />

dos incisivos laterais pelos caninos impactados, a extensão destas reabsorções era<br />

observada somente com o emprego das tomografias computadorizadas.<br />

Conforme Martinez et al. (2007) para diagnosticar a presença de reabsorção<br />

vestibular ou palatina dos incisivos laterais, especialmente se suave ou incipiente a<br />

tomografia computadorizada seria o exame de eleição, estudos mostraram uma<br />

porcentagem de 38% de reabsorção radicular dos incisivos laterais e 9% dos<br />

incisivos centrais em 107 crianças com erupção ectópica dos caninos. Observou-se,<br />

ainda, que 33% dos incisivos laterais com reabsorção aparecem normais, de acordo<br />

com as radiografias periapicais. A inclinação medial do canino ectópico, cobrindo<br />

mais de 50% da coroa do incisivo lateral e com raiz completa, representa maior risco<br />

aos incisivos laterais. Mas o custo elevado restringe o uso rotineiro da tomografia<br />

computadorizada.<br />

Segundo Garib et al. (2007) e Cotrim-Ferreira et al. (2008), na atualidade<br />

para a odontologia temos a tomografia computadorizada de feixe cônico (cone<br />

beam) representa o desenvolvimento de um tomógrafo relativamente pequeno e de<br />

menor custo, especialmente indicado para a região dentomaxilofacial. Esta nova<br />

15


tecnologia está provendo à Odontologia a reprodução da imagem tridimensional dos<br />

tecidos mineralizados maxilofaciais, com mínima distorção e dose de radiação<br />

significantemente reduzida em comparação à tomografia computadorizada<br />

tradicional. A dose de radiação da tomografia computadorizada odontológica de um<br />

modo geral, é significantemente reduzida em comparação à tomografia<br />

computadorizada tradicional. Quando comparada às radiografias convencionais, a<br />

dose de radiação da tomografia computadorizada de feixe cônico apresenta-se<br />

similar à do exame periapical da boca toda ou equivale a aproximadamente 4 a 15<br />

vezes a dose de uma radiografia panorâmica. Os programas de tomografia<br />

computadorizada de feixe cônico, igualmente à tomografia computadorizada<br />

tradicional, permitem a reconstrução multiplanar do volume escaneado, ou seja, a<br />

visualização de imagens axiais, coronais, sagitais e oblíquas, assim como a<br />

reconstrução em 3D. Adicionalmente, o programa permite gerar imagens<br />

bidimensionais, réplicas das radiografias convencionais utilizadas na Odontologia,<br />

como a panorâmica e as telerradiografias em norma lateral e frontal, função<br />

denominada reconstrução multiplanar em volume, que constitui outra importante<br />

vantagem da tomografia computadorizada de feixe cônico.<br />

2.7.3 Aplicação da tomografia computadorizada de feixe cônico na ortodontia<br />

A tomografia computadorizada na ortodontia, pode ser aplicada para (GARIB<br />

et al. 2007) e (COTRIM-FERREIRA et al. 2008):<br />

1) avaliação do posicionamento tridimensional de dentes retidos e sua<br />

relação com os dentes e estruturas vizinhas;<br />

2) avaliação do grau de reabsorção radicular de dentes adjacentes a<br />

caninos retidos;<br />

16


3) visualização das tábuas ósseas vestibular e lingual e sua remodelação<br />

após movimentação dentária;<br />

4) avaliação das dimensões transversas das bases apicais e das dimensões<br />

das vias aéreas superiores;<br />

5) avaliação da movimentação dentária para região de osso atrésico ou com<br />

invaginação do seio maxilar;<br />

6) avaliação de defeitos e enxerto ósseo na região de fissuras lábio-palatais;<br />

7) análise do osso alveolar para colocação de miniimplantes de ancoragem<br />

ortodôntica;<br />

8) medições do diâmetro mesiodistal de dentes permanentes não irrompidos<br />

para avaliação da discrepância dente-osso na dentadura mista e<br />

9) avaliações cefalométricas.<br />

2.7.4 Prototipagem rápida<br />

A técnica compreende o uso de várias tecnologias que utilizam dados de<br />

arquivos de desenho auxiliado por computador (CAD; abreviatura do inglês<br />

―computer aided design‖) para produzir modelos físicos por um processo de adição<br />

de matéria. Existem diversas tecnologias de prototipagem rápida e, entre elas, as de<br />

maior precisão e qualidade são sinterização a laser (SLS), estereolitografia (SLA) e<br />

PolyJet. Auxilia no diagnóstico e confecção de um acessório específico para o<br />

tracionamento do dente e auxiliar os cirurgiões na navegação intra-operatória de<br />

exposição e colagem do acessório individualizado. É importante observar que a<br />

resolução das tomografias computadorizadas (CTs) existentes hoje não explora toda<br />

a qualidade possível de um modelo de prototipagem, pois as camadas de resina<br />

polimerizadas são mais delgadas que as fatias obtidas pelo tomógrafo, (FABER,<br />

2006).<br />

17


2.8 Tratamento<br />

Nogueira et al. (1997) e Maahs (2004), relatam que os tipos de tratamento<br />

dependem da idade do paciente, do estágio de desenvolvimento de sua dentição, da<br />

posição do canino não erupcionado, de outras características da maloclusão que<br />

possam requerer tratamento, da evidência de reabsorção radicular dos incisivos<br />

permanentes, da percepção do problema pelo próprio paciente e da quantidade de<br />

tratamento que ele está disposto a realizar. O momento ideal para tratar os caninos<br />

impactados é na descoberta do problema. Antes de decidir o tipo de tratamento,<br />

deve-se avaliar: a posição do canino; a angulação e a relação com os dentes<br />

vizinhos; se há espaço disponível na arcada; se o percurso ao longo do qual o<br />

canino se moverá está livre de qualquer obstrução.<br />

Para Nogueira et al. (1997); Maahs (2004) e Cappellette et al. (2008) , dentre<br />

as opções de tratamento para caninos maxilares não erupcionados, seriam:<br />

tratamento interceptativo, recomendada por alguns autores a remoção precoce de<br />

caninos decíduos para guiar o canino permanente não erupcionado ao alinhamento;<br />

nenhum tratamento, caso o paciente assim desejar, mas fazer o acompanhamento<br />

para o controle de alguma condição patológica; ulectomia com ou sem osteotomia;<br />

luxação do canino; extração do canino não erupcionado; extração do canino com<br />

fechamento do espaço, ou tratamento protético, ou restaurador, ou implante;<br />

exposição cirúrgica com colagem de acessório para tracionamento ortodôntico;<br />

apicotomia; auto transplante.<br />

2.8.1 Tratamento preventivo<br />

Conforme Martinez et al. (2007) e Cappellette et al. (2008), no aspecto<br />

preventivo, tem sido sugerido na literatura que a remoção dos caninos decíduos<br />

pode influenciar de maneira positiva a erupção do canino permanente deslocado<br />

18


para palatina. A extração é recomendada na faixa etária entre 10 e 13 anos, já a<br />

realização de radiografia panorâmica para controle é sugerida antes dos 10 anos de<br />

idade.<br />

Ericson e Kurol (1988) avaliaram as extrações de caninos decíduos como<br />

tratamento interceptativo nas retenções dos caninos superiores por palatino.<br />

Avaliaram 46 caninos posicionados ectopicamente em indivíduos entre 10 e 13<br />

anos. Em todos os casos, havia espaço para o canino permanente. Logo após a<br />

extração do canino decíduo, os indivíduos foram examinados em intervalos<br />

semestrais. Em 36 casos (78%) o posicionamento por palatina normalizou-se. Após<br />

06 meses 23 casos melhoraram sua posição. Em até 12 meses 13 casos mostraram<br />

melhora de posição. Nenhum caso normalizou-se após 12 meses. Eles sugeriram<br />

que as extrações de caninos decíduos seriam tratamento de escolha para a<br />

correção de caninos permanentes posicionados por palatino em indivíduos infantis<br />

abaixo de 11 anos, desde que haja espaço para este canino permanente e não haja<br />

reabsorção radicular dos incisivos. Mas após 12 meses, não havendo mudanças,<br />

dever-se-ia para outra alternativa de tratamento.<br />

2.8.2 Técnica cirúrgica com luxação<br />

Cruz e Silva (1994) fizeram um relato de estudo de casos clínicos de canino<br />

incluso, onde foi preconizada a técnica do deslocamento controlado, que consiste<br />

em luxação e deslocamento de 1 a 4mm tanto em movimentos pendulares como<br />

longitudinal, e não foi obtido nenhum caso de anquilose, reabsorção externa ou<br />

interna, perda de vitalidade pulpar ou lesão periodontal capaz de comprometer<br />

esses dentes.<br />

Para Nogueira et al. (1997); Callá e Cuffari (2004), a ulectomia está indicado<br />

para caninos em posição favorável de erupção (disposição vertical), onde é<br />

19


emovida a fibromucosa que recobre o elemento incluso, que pode erupcionar<br />

espontaneamente ou com auxílio de tracionamento ortodôntico. Para facilitar a<br />

erupção de caninos ectópicos, principalmente em casos em que observa anquilose<br />

deste elemento dental em exame radiográfico, recomenda-se a realização de<br />

luxação cirúrgica.<br />

2.8.3 Tratamento com exodontia<br />

Após diagnóstico precoce e tratamento preventivo, na dentadura<br />

premanente, temos a alternativa de tratamento com extração do canino retido, que<br />

segundo Bishara (1992); Silva Filho et al. (1994); Nogueira et al. (1997); Callá e<br />

Cuffari (2004), deve se restringir apenas aos seguintes casos: a) Se estiver<br />

anquilosado e não há possibilidade de ser transplantado; b) apresentar reabsorção<br />

externa e/ou interna; c) a raiz apresentar grande dilaceração; d) se a impacção for<br />

severa, ou seja, se a posição do canino for desfavorável (posição horizontal ou mais<br />

de 45° em relação a linha mediana), com risco de reabsorção radicular dos incisivos<br />

adjacentes durante o tracionamento; e) se a oclusão for aceitável dos incisivos<br />

laterais com os primeiros pré-molares na posição dos caninos; f) presença de<br />

alterações patológicas locais que impeçam o tracionamento ortodôntico; g) se o<br />

paciente não desejar o tratamento ortodôntico; h) falta de espaço entre o incisivo<br />

lateral e o primeiro pré-molar. Após a extração dos caninos retidos, o procedimento<br />

subsequente incluirá uma das seguintes opções: mesialização ortodôntica dos<br />

dentes posteriores para fechar o espaço dos caninos; osteotomia para mesializar o<br />

segmento posterior; ou reposição protética do canino com prótese fixa adesiva ou<br />

prótese sobre implante. Além desses, outros fatores deveriam ser considerados a<br />

respeito da extração do dente envolvido: a idade do paciente, disponibilidade para<br />

20


um tratamento longo, condições econômicas, periodontais, dentárias e saúde geral<br />

deste.<br />

2.8.4 Tratamento cirúrgico-ortodôntico<br />

Já para Bishara (1992); Nogueira et al. (1997) e Martinez et al. (2007), o<br />

tracionamento e alinhamento dos caninos superiores no arco dentário é defendida<br />

devido à importância estética e funcional. Porém o prognóstico desta conduta deve<br />

ser exposto e depende, basicamente, da posição do canino em relação aos dentes<br />

vizinhos, de sua altura no processo alveolar, ausências de anquilose, dilaceração e<br />

patologias. Além dos fatores específicos da má oclusão como, a posição do canino e<br />

a discrepância de modelo, presença satisfatória de espaço natural ou induzido,<br />

outros fatores não devem ser desprezados na decisão clínica, como: condição<br />

financeira, idade, disponibilidade para submeter-se a um tratamento longo, condição<br />

periodontal, condição odontológica geral e condição de saúde geral.<br />

Conforme Garib et al. (1999) e Cappellette et al. (2008), o tracionamento dos<br />

caninos pode ser realizado com aparelhos fixos ou removíveis. Os aparelhos fixos<br />

possuem ancoragem dentária, enquanto os removíveis tem ancoragem<br />

dentomucossuportada e apresenta algumas desvantagens, pois necessitam de<br />

muita cooperação do paciente, utilizam forças intermitentes e proporcionam um<br />

controle limitado do movimento dentário. Mas, consistem na única opção em casos<br />

com ancoragem dentária deficiente, com perdas múltiplas de dentes e/ou suporte<br />

ósseo reduzido e em suspeita de anquilose do dente retido. A força do<br />

tracionamento não deve ultrapassar 60 gramas (2 onças) tanto para o aparelho fixo<br />

quanto removível.<br />

Rossato e Romero (2001) e Araujo (2006), avaliaram várias considerações<br />

formuladas e concluiram que a melhor época para as intervenções cirúrgica e<br />

21


ortodôntica é quando o dente impactado se apresenta com mais da metade do seu<br />

comprimento radicular. Após esta fase, o tracionamento será mais demorado ou<br />

mesmo inviável, pois quanto mais protelados forem a cirurgia e o tratamento<br />

ortodôntico, a partir de sua época normal de erupção, maior será a dificuldade em<br />

levá-los à oclusão normal. Já a intervenção precoce do canino não irrompido<br />

apresenta vantagens porque o osso alveolar que o suporta encontra-se ainda em<br />

fase de calcificação e, dessa forma facilita sua movimentação. Mas a intervenção<br />

precoce, com menos da metade da sua raiz formada, geralmente ocasiona em<br />

malformação radicular. Algumas condições clínicas devem ser observadas para a<br />

indicação do tracionamento ortodôntico de caninos impactados, tais como: o ápice<br />

radicular encontrar-se numa posição relativamente normal, a coroa não ultrapassar a<br />

linha média ou não estar muito próxima das raízes dos incisivos central ou lateral, o<br />

osso alveolar na área do canino amplo e o paciente apresentar menos de 20 anos<br />

de idade. Os principais elementos que contra-indicam o tracionamento são: quanto<br />

mais mesialmente estiver localizado o dente, impacção profunda ou uma inclinação<br />

acentuada, ou até horizontal e um canino posicionado além da linha média, restando<br />

como alternativa de tratamento a remoção cirúrgica.<br />

Segundo Cappellette et al. (2008), antes da exposição cirúrgica, deve-se<br />

realizar tratamento ortodôntico prévio com os objetivos: 1) Conseguir espaço<br />

suficiente no arco dentário para acomodar o canino permanente. 2) Nivelar e alinhar<br />

os dentes até que um fio rígido possa ser colocado para evitar efeitos adversos<br />

produzidos pela força de tração como a intrusão de dentes adjacentes, constricção<br />

do arco ou alteração do plano oclusal, que comprometerão o controle dos<br />

movimentos.<br />

22


Rossato e Romero (2001) citam que para a saúde, função e estética do<br />

paciente, devemos posicionar adequadamente um dente ectópico no arco dentário,<br />

mesmo que necessite de exodontia de um pré-molar.<br />

O tratamento ortodôntico não está livre de riscos ou seqüelas como<br />

reabsorção e descalcificação radicular, descoloração, desvitalização do canino ou<br />

dentes adjacentes, anquilose, problemas periodontais, deficiência de mucosa<br />

ceratinizada e perda de osso alveolar, causando um prognóstico desfavorável do<br />

tratamento. A perda óssea marginal após procedimento cirúrgico está mais<br />

associado ao próprio tratamento ortodôntico e a dificuldade de higienização pelo<br />

paciente após a instalação do aparelho ortodôntico (HENRIQUES, 2002; CALLÁ e<br />

CUFFARI, 2004; WOITCHUNAS et al., 2004; MARTINEZ, 2007).<br />

2.8.4.1 Tipos de exposição cirúrgica<br />

Para Garib et al. (1999); Callá e Cuffari (2004) e Woitchunas et al. (2004)<br />

exposição cirúrgica seguida de tracionamento ortodôntico do canino retido: Consiste<br />

no acesso cirúrgico ao canino retido para colagem de um acessório ortodôntico, no<br />

qual aplica-se uma força para realizar o seu tracionamento. Em alguns casos<br />

necessita de tratamento ortodôntico prévio. A técnica cirúrgica baseia-se nas<br />

condições periodontais esperadas ao final do tratamento, obtendo a melhor largura<br />

suficiente de mucosa ceratinizada, sem recessão gengival ou perda de inserção<br />

óssea alveolar ao término do tracionamento ortodôntico. A técnica do<br />

reposicionamento em sua posição original, envolve o levantamento do retalho<br />

gengival, a remoção do tecido ósseo para expor a coroa do canino retido, a colagem<br />

de um acessório no dente e o reposicionamento do retalho. Deixando apenas o<br />

amarrilho trançado visível na cavidade bucal, tracionando o dente em campo<br />

fechado. Esta é a técnica de eleição da maioria dos ortodontistas, por apresentar<br />

23


melhores resultados estéticos e anatomo-funcionais do periodonto ao final do<br />

tracionamento. Outra técnica cirúrgica é a do retalho reposicionado apicalmente,<br />

consiste em levantar um retalho gengival, remove-se tecido ósseo que recobre o<br />

dente retido, o retalho, então, é suturado apicalmente, deixando a coroa dentária<br />

exposta. Após duas semanas, fixa-se o acessório na coroa do dente para iniciar o<br />

tracionamento, em campo aberto.<br />

Odenrick et al. (1978), estudaram a condição periodontal do canino superior<br />

frente a tratamento ortodôntico cirúrgico. Avaliaram a condição gengival em dois<br />

grupos. No primeiro grupo (11 casos), o dente retido foi radicalmente exposto, sem<br />

reposicionamento da gengiva e tracionado ortodonticamente. No segundo grupo (11<br />

casos), o dente foi exposto, colocado aparato para tração e o retalho mucoperiostal<br />

foi reposicionado. A duração do tratamento, em média, 19 meses, e a idade média<br />

foi de 17,9 anos. Concluíram que na maioria dos casos do primeiro grupo houve<br />

perda de gengiva inserida e hiperplasia gengiva. A combinação entre retalho<br />

mucoperiostal e tração ortodôntica foi melhor, no que diz respeito a baixa perda de<br />

gengiva inserida.<br />

Vermette et al. (1995), compararam o resultado estético e periodontal de<br />

duas técnica de exposição cirúrgica dos caninos superiores retidos. O primeiro grupo<br />

seria exposição cirúrgica e retalho apicalmente posicionado; e o segundo grupo,<br />

exposição cirúrgica, colagem de acessório e recobrimento total do dente para<br />

tracionamento. Examinaram 30 indivíduos. Concluíram que os melhores resultados<br />

estéticos e periodontais foram encontrados no segundo grupo. Acharam efeitos<br />

estéticos e periodontais negativos no primeiro grupo. Mas comparando os dois<br />

grupos com os caninos contralaterais normais, não foi encontrada diferença clínica<br />

significante entre os dois lados.<br />

24


Conforme Garib et al. (1999), a escolha da técnica cirúrgica para expor os<br />

caninos retidos deve fundamentar-se, principalmente, na condição periodontal<br />

esperada ao final do tratamento, ou seja, o melhor procedimento cirúrgico é aquele<br />

que possibilita a obtenção de largura suficiente de mucosa ceratinizada, sem<br />

recessão gengival ou perda óssea alveolar ao término do tracionamento ortodôntico.<br />

2.8.4.2 Técnicas de tracionamento<br />

Segundo Rossato e Romero (2001) e Araújo (2006), Diversas maneiras são<br />

usadas para o tracionamento de caninos inclusos, dentre elas pode ser citada o<br />

laçamento com fio de aço, cimentação do anel cirúrgico, pino rosqueáveis com<br />

perfuração da cúspide e colagem direta de acessório ortodôntico.<br />

2.8.4.2.1 Tratamento técnica de laçamento fio de aço<br />

Após o uso do sistema de colagem de acessório ortodôntico (botão), a<br />

técnica de laçada cirúrgica com fio de aço no nível do colo dentário caiu em desuso,<br />

além de estar totalmente contra-indicada pelas desvantagens que apresenta, tais<br />

como: extensa osteotomia para exposição do colo dentário para o laçamento,<br />

comprometendo de forma significativa as condições periodontais ao final do<br />

tratamento; reabsorção externa na porção cervical da raiz, pelo trauma mecânico<br />

que imprime às células do periodonto; descoloração dentária; ausência de precisão<br />

para controlar a direção de tracionamento, podendo alterar a posição do incisivo<br />

lateral, (SHAPIRA et al., 1981; GARIB et al., 1999; WOITCHUNAS et al., 2004;<br />

CALLÁ e CUFFARI, 2004; CAPPELLETTE et al., 2008).<br />

Garib et al (1999) cita sobre métodos para fixação do acessório, a colagem<br />

direta de acessório ortodôntico é o método mais utilizado devido a mínima<br />

osteotomia necessário, expondo apenas uma parte da coroa para a colagem. Outro<br />

25


método consiste na perfuração da coroa vestibulo-lingual do dente retido para<br />

colagem do acessório, quando não se consegue a manutenção do campo cirúrgico<br />

seco.<br />

2.8.4.2.2 Transfixação e pino rosqueável<br />

Segundo Callá e Cuffari (2004); Cappellette et al. (2008), a transfixação,<br />

consiste em fazer uma pequena perfuração atravessando o ângulo incisal do dente,<br />

permitindo que um fio ortodôntico fosse amarrado ao mesmo e fixado com resina<br />

acrílica ou composta. Apresenta a desvantagem de o dente necessitar tratamento<br />

restaurador e risco de exposições pulpares acidentais. Outra técnica era um pino ou<br />

parafuso que podia ser posicionado na coroa do dente não irrompido e, em<br />

circunstâncias especiais, devido à dificuldade de acesso ideal, este procedimento<br />

apresenta risco de causar dano pulpar e destruição dentária, se a perfuração for<br />

muito próxima do bordo incisa, poderá haver fratura da coroa durante o<br />

tracionamento ortodôntico, esta técnica é utilizada quando verificamos má formação<br />

do esmalte.<br />

Quanto mais horizontal estiver o canino, mais para incisal o acessório<br />

ortodôntico deve ser colado, visando à verticalização do dente. Quando o elemento<br />

retido não permitir acesso pela má posição ou houver dificuldade de manter o campo<br />

operatório seco, uma alternativa mais radical pode ser utilizada, a qual seria a<br />

transfixação ou a perfuração vestibulolingual do terço incisal da coroa dental para<br />

passar um fio de amarrilho ou fio cirúrgico Aciflex n 1 (GARIB et al., 1999;<br />

WOITCHUNAS et al., 2004).<br />

26


2.8.4.2.3 Atração magnética com aparelho removível<br />

Segundo Tanaka et al. (2000) e Cappellette et al. (2008), a atração<br />

magnética do dente impactado através de um braquete magnético colado no dente<br />

retido e um imã intra-oral ligado a uma contenção do tipo Hawley. Esse método faz<br />

uma simulação do processo de erupção normal, expondo o dente em um tempo<br />

certo, mantendo um equilíbrio da junção esmalte-cemento à crista alveolar, a<br />

gengiva inserida, fibras gengivais livres e o epitélio inserido. Outras vantagens desta<br />

técnica são: força leve de tração (reduz o rico de perda óssea); e orientação espacial<br />

(o magneto intra-oral direciona o dente impactado ectópico, para erupcionar em um<br />

curso curvo, simulando o caminho de erupção normal, o que minimiza o risco de<br />

reabsorção radicular do dente vizinho).<br />

2.8.4.2.4 Colagem de acessório ortodôntico<br />

Segundo Callá e Cuffari (2004) e Cappellette et al. (2008), diversos autores<br />

citam que com o advento do ataque ácido, a exposição cirúrgica da coroa pode ser<br />

limitada a uma área suficiente para acomodar a base do acessório ortodôntico de<br />

tracionamento, minimizou-se os efeitos nocivos para o dente impactado e seus<br />

adjacentes. Um fio de ligadura ou ligadura elastomérica pode então ser laçado ao<br />

redor do acessório antes do retalho ser posicionado e suturado. A tração ortodôntica<br />

para trazer o dente impactado para o arco deve começar o mais cedo possível após<br />

a cirurgia ou, não sendo possível, não demorar mais que 2 ou 3 semanas. Vários<br />

dispositivos para tracionamento ortodôntico podem ser usados: botões, fios de aço<br />

acoplados em telas metálicas, ―ganchos de resina‖ e outros.<br />

Para Tanaka et al. (2000), atualmente a técnica mais utilizada é a do<br />

condicionamento ácido e colagem de um acessório ortodôntico (bracket, botão ou<br />

tela) sobre a coroa do dente durante o procedimento cirúrgico, ligado a um fio de<br />

27


amarrilho em forma de ligadura, corrente de ouro, ou elástico em cadeia, que<br />

passará pela linha de incisão e servirá de apoio para o tracionamento do dente em<br />

questão, posicionando-o na linha de oclusão. Diversas são as metodologias<br />

sugeridas para o tracionamento e alinhamento dos caninos inclusos, dentre elas os<br />

aparelhos ortodônticos fixos ou removíveis, a utilização de ancoragem na mesma<br />

arcada ou na arcada oposta e a utilização de forças provindas de magnetos<br />

associados à placa removível. Outra forma de tratamento seria associar o uso do<br />

dispositivo móvel numa fase inicial e posteriormente instalar o aparelho ortodôntico<br />

fixo para finalização do caso. Quanto ao apoio da força para movimentação do<br />

canino impactado com aparelho fixo é recomendado que se utilize um fio ortodôntico<br />

retangular de aço, cuja espessura mínima deve ser de 0.018" x 0.022", suficiente<br />

para resistir ao movimento de tracionamento, associado a algum reforço de<br />

ancoragem (barra transpalatina nos primeiros molares ou aos dentes posteriores<br />

amarrados conjugados) e uma mola aberta para manter o espaço entre incisivo<br />

lateral e primeiro pré-molar. Na presença do canino decíduo na arcada dentária, a<br />

exodontia deste dente poderá ser realizada durante a fase cirúrgica da exposição do<br />

canino permanente impactado ou, numa fase posterior, quando já se observar a<br />

movimentação do dente envolvido. Da mesma forma, quando existir a indicação da<br />

exodontia do primeiro pré-molar, a fim de se obter espaço para o canino,<br />

recomenda-se que a mesma não seja realizada antes do canino apresentar sinais de<br />

movimentação, eliminando, assim, a possibilidade de anquilose do mesmo.<br />

2.8.4.2.5 Forças utilizadas no tracionamento<br />

Para Tanaka et al. (2000) e Woitchunas et al. (2004), na busca de melhores<br />

resultados estéticos e periodontais, deve-se utilizar forças leves e exposição<br />

cirúrgica conservadora. A respeito da quantidade de força utilizada para o<br />

28


tracionamento, a literatura varia de 24 a 35 gr. a 100 gr. A maioria dos autores<br />

consideram o ideal de 60 gr. de forças. Esta deve ser obtida por meio de elásticos,<br />

molas, ligadura de aço, ou dispositivo em forma de haste (helicóide) preso no arco<br />

ortodôntico. Recomenda-se cuidado na movimentação inicial dos caninos<br />

impactados pelo lado palatino, sendo necessário que a componente inicial de força<br />

deste movimento seja vertical e posterior, para que se evite danos às raízes dos<br />

dentes anteriores. Somente após esta verticalização o canino deve ser movimentado<br />

em direção vestibular, visando ao correto posicionamento e alinhamento fino.<br />

Henriques (2002) e Cappellette et al. (2008), relacionaram a tração<br />

ortodôntica a finalidade protética e estética. Mencionaram que é necessário o<br />

cumprimento dos preceitos biomecânicos que regem o movimento, a direção e a<br />

aplicação de força em dentes retidos. Estas forças deveriam ser de no máximo 60g,<br />

considerando o movimento de 1mm por mês bastante próximo de uma força ótima,<br />

promovem uma tração lenta, com isto durante o tracionamento, as estruturas de<br />

inserção migram, sendo que esta migração é inversamente proporcional à<br />

velocidade e quantidade de força aplicada e que as fibras de Sharpey seriam<br />

mantidas íntegras, estimulando a deposição de uma camada de tecido osteóide na<br />

região apical e na cristal alveolar, circundada por inúmeros osteoblastos.<br />

2.8.5 Ancoragem<br />

Sinha e Nanda (1999) escreveram a respeito de ancoragem mandibular para<br />

tracionamento dos caninos superiores retidos. Concluíram ser a ancoragem<br />

mandibular melhor no controle vertical de irrupção dos caninos superiores. Indicada<br />

em situações em que os caninos superiores retidos estariam com suspeita de<br />

anquilose e nos casos em que o arco superior não estaria em condição de oferecer<br />

ancoragem (presença de reabsorções radiculares). As forças utilizadas não<br />

29


poderiam exceder 60g, pois poderiam ocorrer problemas nos dentes inferiores. Este<br />

tipo de ancoragem, entretanto, envolve o uso de elásticos, o que dependeria da<br />

colaboração do paciente, dificultando o tratamento.<br />

Para Tanaka et al. (2000), a utilização da arcada inferior como ancoragem<br />

dificulta o controle da direção e da magnitude da força aplicada.<br />

Várias situações apresentam caninos impactados que possuem diferentes<br />

angulações e localizações. Portanto, os aparelhos desenhados para tracionar os<br />

dentes devem ter a versatilidade de permitir a troca da direção do tracionamento de<br />

forma rápida e sensível. Isto pode prevenir efeitos deletérios como reabsorção<br />

radicular dos dentes adjacentes e obstruções como resultado das limitações<br />

anatômicas pela diminuição da velocidade do tratamento. A maioria das técnicas<br />

exige a utilização do arco superior com ancoragem do tracionamento, é<br />

recomendada ancoragem por palatal, se possível utilizar os primeiro e segundo pré-<br />

molares e primeiro molar, que pode ser braquetes e acessório também por lingual.<br />

Após a colagem lingual, o fio 0,016‖ ou 0,018‖ será passivo e receberá dobras em<br />

helicóide para facilitar a tração, ou barra transpalatina com cantilever. Recomenda-<br />

se que quando for necessária a remoção de tecido ósseo, esta seja realizada de<br />

forma conservadora, o que é possível em muitas situações clínicas. Outro método<br />

de correção da má-oclusão e tração do canino, é utilizando-se a técnica<br />

bioprogressiva de Ricketts, com ancoragem máxima através de barra palatina com<br />

botão de Nance modificado, utilizando-se força leve proveniente de ligadura elástica.<br />

Utilizada mola aberta para alargamento e manutenção do espaço. (SINHÁ e<br />

NAN<strong>DA</strong>, 2001; CAPPELLETTE et al., 2008).<br />

Segundo Woitchunas et al. (2004), para a movimentação vertical dos dentes<br />

envolvidos, a maioria das técnicas tem utilizado arco superior como ancoragem,<br />

30


para tração. Entretanto, quando a maxila não apresentar condições para ancoragem,<br />

esta poderá ser feita no arco inferior. As técnicas de ancoragem apresentam<br />

variações e podem ser realizadas por aparelhos fixos ou removíveis. A aplicação de<br />

forças em aparelhos removíveis tem a vantagem de ser mucossuportada, fazendo<br />

com que a força se dirija para o próprio aparelho removível, apresentando como<br />

desvantagens: dependência da colaboração do paciente; aplicação de força<br />

intermitente e dificuldade de controle do movimento. O uso de aparelhos fixos<br />

permite ao profissional melhor controle biomecânico.<br />

2.8.6 Tratamento com apicotomia<br />

Para Puricelli (1987), Callá e Cuffari (2004) e Cappellette et al. (2008) a<br />

técnica da apicotomia consiste no deslocamento de um retalho muco periostal com<br />

incisão na região do ápice do canino, já avaliada radiograficamente, exposição da<br />

coroa com fixação de dispositivos para o tracionamento, uma fratura apical alta<br />

cirurgicamente provocada. A loja cirúrgica é então fechada e o dente começa a ser<br />

tracionado lentamente (2 a 3mm em quatro a oito meses) e com forças leves (60 a<br />

150 gramas). Que permite a erupção dentro dos padrões normais e sua longevidade<br />

é esperada na mesma freqüência dos dentes com fraturas apicais. Também foi<br />

observada uma diminuição progressiva da resposta aos estímulos sensitivos e<br />

atresia do conduto e câmara pulpar. Apicectomia associada ao tracionamento é<br />

indicada quando temos dilacerações na região do terço apical ou presença de<br />

anquilose do ápice, que impossibilita a movimentação do dente frente aos<br />

mecanismos convencionais de tração. A tração ortodôntica é iniciada ainda no<br />

período de proliferação dos odontoblastos e odontoclastos.<br />

31


2.8.7 Auto transplante<br />

Segundo Garib et al. (1999), outro método de tratamento é o transplante<br />

autógeno, um procedimento cirúrgico, que consiste na extração do canino retido,<br />

que é imediatamente transplantado para um alvéolo artificial realizado no rebordo<br />

alveolar, indicado quando a posição do canino contra-indica o tracionamento<br />

ortodôntico. Porém, pode causar necrose pulpar e reabsorções dentárias<br />

frequentementes.<br />

Moss (1975) relatou sobre as indicações dos transplantes dos caninos<br />

superiores retidos. Os requisitos eram: dentes sadios, o dente a ser transplantado<br />

deveria ser de tamanho normal, estar severamente impactado e a transferência<br />

deveria ser feita no menor tempo possível. Deveria ser imobilizado e ter um controle<br />

frequente. O transplante autógeno dos caninos superiores retidos deveria ser feito<br />

em casos com espaço suficiente para o mesmo; o dente deveria ter boa forma e<br />

este deveria ser removido sem muitos danos à sua raiz. Em sua amostra de 100<br />

casos, 68% dos indivíduos apresentaram sucesso satisfatório, com uma<br />

proservação de mais de 10 anos sem contenção. Contra dizendo, Cappellette et al.<br />

(2008) que afirmaram, a reabsorção externa da raiz é a maior causa de fracasso,<br />

aproximadamente 2/3 dos dentes transplantados são funcionais por 5 anos, mas<br />

apenas cerca de 1/3 fica retido por 10 anos.<br />

2.8.8 Tratamento de erupção ectópica<br />

Vários autores conforme Maia e Cardoso (2003) relataram nos casos de<br />

transposição do canino com incisivo central a presença de reabsorção radicular<br />

extensa nos incisivos centrais. Optando pela remoção dos elementos reabsorvidos e<br />

tracionamento ortodôntico dos caninos para o lugar dos centrais e posterior<br />

reanatomização cosmética, para dar a forma de incisivo central. Recomendam<br />

32


cuidado com o contorno gengival, a cor e a morfologia do canino. Comentam da<br />

importância sobre a angulação e o torque desse canino que vai ser posicionado<br />

como um central. Devemos observar a oclusão e a necessidade de recontorno<br />

palatal para evitar contato prematuro.<br />

2.9 Prognóstico<br />

Para Garib et al. (1999), o prognóstico do tracionamento depende da<br />

posição do canino retido com os dentes adjacentes, da angulação de seu eixo, da<br />

altura no rebordo alveolar, da presença de dilaceração radicular e possível presença<br />

de anquilose. Quanto mais horizontal e mesializado o dente mais sombrio o<br />

prognóstico. Quando inicia-se o tracionamento antes do fechamento do ápice<br />

radicular, mais favorável será, pois há menos possibilidade de anquilose apical e<br />

dilaceração radicular. Portanto, devemos informar o paciente deste riscos antes de<br />

iniciar o tratamento.<br />

Bishara (2001) relatou que deveria ser criado ―caminho ósseo‖ para facilitar<br />

o tracionamento dos caninos retidos posicionados muito alto na maxila, evitando<br />

assim, a remoção de grande quantidade de osso ao redor do dente a ser tracionado.<br />

No qual a junção amelocementária não deveria ser atingida na cirurgia, pois poderia<br />

haver danos periodontais ao dente tracionado.<br />

33


3 PROPOSIÇÃO<br />

A proposta deste trabalho foi com fulcro em uma revisão de literatura<br />

planejar e executar o tratamento mais apropriado de um caso clínico de<br />

tracionamento unilateral de canino incluso ectópico na maxila na região de incisivo<br />

central o qual está com reabsorção radicular.<br />

Ao selecionar o paciente realizou-se o exame clínico através da inspeção e<br />

palpação digital a qual foi positiva na região conforme citada por Bishara (1992).<br />

Para confirmar o diagnóstico utilizou-se exame radiográficos recomendado por<br />

Cappellette et al. (2008) a telerradiografia de perfil, panorâmica, periapical e<br />

dissociação de Clark.<br />

Perante o diagnóstico optou-se pelo tratamento recomendado por Tanaka<br />

(2000), Henriques (2002), Maia e Cardoso (2003) e Cappellette et al. (2008), foi a<br />

exposição cirúrgica de campo fechado e tracionamento ortodôntico com tratamento<br />

ortodôntico prévio para alinhar e nivelar. A técnica utilizada foi a do condicionamento<br />

ácido e colagem de um acessório ortodôntico (botão) sobre a coroa do dente<br />

durante o procedimento cirúrgico, ligado a um fio de amarrilho de 0,025mm em<br />

forma de ligadura, utilizando elástico lastec, que passou pela linha de incisão e<br />

serviu de apoio para o tracionamento do dente em questão, posicionando-o na linha<br />

de oclusão, através de aparelho ortodôntico fixo com fio rígido de aço, utilizando<br />

forças leves para o tracionamento.<br />

34


4 <strong>DE</strong>SCRIÇÃO DO CASO CLÍNICO<br />

Por meio da revisão da literatura constata-se que a impacção de caninos<br />

superiores ocorre com uma frequência a ser considerada, com maior incidência por<br />

palatino. Este caso clínico ilustra uma situação inusitada e evidência a eficácia e a<br />

facilidade técnica do tracionamento destes dentes impactados com o advento dos<br />

procedimentos de ataque ácido da superfície do esmalte e da colagem direta,<br />

juntamente com aparelho fixo.<br />

Paciente G. O. S. 12 anos e 09 meses sexo feminino, leucoderma,<br />

brasileira, apresentou ao exame clínico intrabucal de inspeção foi detectado: a<br />

ausência do dente 13, estando presente em seu lugar o elemento 53, sem presença<br />

de apinhamento (Figuras 1, 2 e 3), a palpação notou-se um volume no fundo do<br />

sulco, na região do dente 11, contrariando Tanaka (2000), Callá e Cuffari (2004) e<br />

Martinez (2007) entre outros autores. Na análise facial observou-se que a paciente<br />

reunia características de padrão I (Figura 4). Após exame radiográfico panorâmico,<br />

foi verificado a impacção ectópica do dente 13 em posição vertical no ápice radicular<br />

do 11, já apresentando reabsorção de dois terços de raiz (Figura 5). Por meio da<br />

análise morfológica da telerradiografia confirmou-se o padrão da paciente e, também<br />

pela telerradiografia de perfil, foi identificada a posição vestibular do 13 (Figura 6).<br />

Figura 1 Frontal Figura 2 Lateral direita Figura 3 Lateral esquerda<br />

35


Figura 4 Perfil da paciente Figura 5 Panorâmica inicial<br />

Figura 6 Telerradiografia perfil inicial<br />

Foi elaborado um diagnóstico sombrio, devido a perda do dente 11, possível<br />

comprometimento do 12, pois o plano de tratamento era de tracionar o elemento 13<br />

para o lugar do 11, que seria extraído após o alinhamento e nivelamento. Tinha o<br />

risco de o dente 13 se apresentar aquilosado devido a sua posição ectópica, e<br />

também, a possibilidade de reabsorção pois esta já estava presente no elemento 11.<br />

Realizou-se um tratamento de 03 anos e 04 meses, no qual consistiu em:<br />

alinhamento inicial e nivelamento até o fio 0,020 de aço, (Figura 7 - A, B, e C) neste<br />

momento foi realizada a cirurgia para colagem do acessório ortodôntico com cordão<br />

de amarrilho metálico 0,030, com elos. Juntos com a cirurgia foi realizada a<br />

exodontia do dente 11 e reposicionado o tecido gengival, caracterizando uma<br />

cirurgia de campo fechado, mais indicada para a realização do tracionamento,<br />

36


devido ao resultados estéticos e periodontais pós tratamento (Figura 8 - A, B, C, D,<br />

E e F).<br />

A C<br />

B<br />

Figura 7 Fases do alinhamento e nivelamento, A Frontal, B Lateral direita e C Lateral esquerda<br />

A B C<br />

D E F<br />

Figura 8 – A, B, C, D, E e F Procedimentos cirúrgicos para colagem de acessórios para<br />

tracionamento<br />

Utilizou-se uma mola fechada para manutenção do espaço entre os dentes<br />

12 e 21 e para o tracionamento no primeiro momento foi utilizado elástico lastec,<br />

amarrado do fio ao elo do amarrilho, em seguida um elastic do fio ao elo, depois com<br />

o fio retangular 0,019/0,025 de aço utilizou-se um gurin e um elastic até o elo do<br />

amarrilho (Figura 9, A, B e C). Após 08 meses de tracionamento, foi realizado um<br />

tratamento de tração lento, com o objetivos de tracionar o osso e a gengiva juntos<br />

para obtermos um bom resultado estético e periodontal, então colou-se o braquete<br />

37


correspondente ao dente 11 no 13, e introduzido o fio 0,014 NiTi termo ativado, no<br />

mês seguinte o fio 0,020 NiTi. (Figura 9, D, E e F).<br />

A<br />

D<br />

Figura 9 – A, B, C, D, E e F Fases do tracionamento frontal<br />

Para a colocação do arco retangular foi realizado o desgaste na face<br />

vestibular do dente 13 e recolado o braquete. Prosseguiu-se o tratamentos assim até<br />

a intercuspidação e remoção do aparelho (Figura 10 , A, B, C, D, E e F). Foi<br />

recomendado a reanatomização do dente 13 e proservação do caso, inicial de 03<br />

(Figura 11, A, B, C, D e E), 06 e 12 meses. Depois de ano em ano.<br />

D<br />

Figura 10 – A, B, C, D, E e F Remoção do aparelho após o caso concluído<br />

B<br />

E<br />

A B<br />

C<br />

E<br />

C<br />

F<br />

F<br />

38


Figura 11 – A, B, C, D e E Proservação do caso após 1 ano<br />

Durante o procedimento de tracionamento não foi utilizados nenhum tipo de<br />

ancoragem palatina.<br />

Ao final do tratamento ortodôntico obteve-se guia canina de desoclusão do<br />

lado esquerdo e guia em grupo do lado direito.<br />

Figuras das panorâmicas antes da remoção e após a remoção do aparelho e<br />

da teleradiografia. (Figuras 12, 13 e 15)<br />

Figura 12 Panorâmica na remoção do<br />

aparelho<br />

A B C<br />

D E<br />

Figura 13 Panorâmica após 1 ano da remoção<br />

do aparelho<br />

39


Figura 15 Telerradiografia na<br />

remoção do aparelho<br />

40


5 DISCUSSÃO<br />

De acordo com a proposta deste trabalho e baseado nos autores Moyers<br />

(1991); Bishara (1992); Tanaka (2000); Maahs (2004); Martinez (2007); Cappellette<br />

et al. (2008), entre outros, o tratamento seguido, exemplifica a correção no<br />

tratamento da impacção do canino superior direito optando-se com a extração de<br />

incisivo central superior do lado direito, devido a presença de reabsorção radicular<br />

em mais de 2/3 de sua raiz e tracionamento ortodôntico através de cirurgia para<br />

colagem de acessório direto na face vestibular e reposicionamento do tecido<br />

gengival, o qual apresentou excelente cicatrização pós- cirúrgico, conforme citado<br />

pelos autores estudados.<br />

Quanto ao tratamento de tracionamento obteve-se um resultado rápido pois<br />

a paciente não apresentava apinhamento, a técnica utilizada recomendada pelos<br />

autores foi seguida e ao final a condição periodontal e estética obtida foi considerada<br />

muito boa na avaliação clínica.<br />

41


6 CONCLUSÃO<br />

Devido ao alto grau da reabsorção da raiz do incisivo central superior direito<br />

e a posição do canino o tratamento indicado deste caso com a extração do incisivo<br />

central superior e tracionamento do canino impactado, mostrou-se a prática mais<br />

viável para a terapêutica. A ausência de apinhamento dentário facilitou o correto<br />

posicionamento do canino com menor custo biológico e periodontal, obtendo-se uma<br />

boa estética e função mastigatória.<br />

42


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