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CURSO DE TEOLOGIA PARA LEIGOS DECANATO CENTRO ...

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<strong>CURSO</strong> <strong>DE</strong> <strong>TEOLOGIA</strong> <strong>PARA</strong> <strong>LEIGOS</strong><br />

<strong>DE</strong>CANATO <strong>CENTRO</strong><br />

ARQUIDIOCESE <strong>DE</strong> LONDRINA<br />

Ir. Elizabeth Mendes, fcj<br />

Londrina, julho de 2011<br />

1


Sumário<br />

FORMAÇÃO <strong>DE</strong> UM POVO SANTO ....................................................................................................................... 3<br />

INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................... 3<br />

1. QUESTÕES EXEGÉTICAS ............................................................................................................................... 3<br />

1.1 ESCRITOR ............................................................................................................................................... 3<br />

1.2 LEIS E REGULAMENTOS ......................................................................................................................... 3<br />

2. TRADIÇÃO JUDAICA - VAYIKRÁ .................................................................................................................... 4<br />

2.1 ORIGEM DO NOME DO LIVRO ............................................................................................................... 4<br />

2.2 ORIGENS DO TEXTO ............................................................................................................................... 4<br />

2.3 TEXTO ........................................................................................................................................................ 4<br />

a. Vayikrá (ארקיו) .......................................................................................................................................... 4<br />

b. Tzav(וצ) .................................................................................................................................................... 5<br />

c. Shemini (ינימש) ......................................................................................................................................... 5<br />

d. Tazria (עירזת) ............................................................................................................................................ 6<br />

e. Metzorá (ערוצמ)........................................................................................................................................ 6<br />

f. Akharey (ירחא)........................................................................................................................................... 6<br />

g. Qedoshim (םישודק) ................................................................................................................................... 7<br />

h. Emor (רומא) .............................................................................................................................................. 7<br />

i. Behar (רהב) ................................................................................................................................................ 8<br />

j. Behuqotai (יתוקוחב) ................................................................................................................................... 8<br />

II. CONSAGRAÇÃO DOS SACERDOTES (Capítulos 8-10) ................................................................................. 10<br />

III. O PURO E O IMPURO (Capítulos 11-16) ................................................................................................... 10<br />

IV. A LEI <strong>DE</strong> SANTIDA<strong>DE</strong> (Capítulos 17-26) .................................................................................................... 11<br />

V. APENDICE (Capítulo 27) ............................................................................................................................. 13<br />

BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................................ 14<br />

2


FORMAÇÃO <strong>DE</strong> UM POVO SANTO<br />

INTRODUÇÃO<br />

Levítico é o terceiro livro da Bíblia, vem depois do livro de Livro do Êxodo e antes de Números. Faz parte do<br />

Pentateuco, os cinco primeiros livros bíblicos, cuja autoria é, tradicionalmente, atribuída a Moisés. Recebe essa<br />

denominação porque contém a Lei dos sacerdotes da Tribo de Levi a tribo de Israel que foi escolhida para<br />

exercer a função sacerdotal no meio do seu povo.<br />

É um dos livros do Primeiro Testamento da Bíblia e possui 27 capítulos. Os judeus chamam-no Vayikrá ou<br />

Vaicrá. Basicamente é um livro teocrático, isto é, seu caráter é legislativo; possuí, ainda, em seu texto, o ritual<br />

dos sacrifícios, as normas que diferenciam o puro do impuro, a lei da santidade e o calendário litúrgico entre<br />

outras normas e legislações que regulariam a religião.<br />

Levítico provém do nome Levi, a tribo de Israel que foi escolhida para exercer a função sacerdotal no meio do<br />

seu povo.<br />

Embora situado logo após o êxodo e atribuído a Moisés, o livro do Levítico, na verdade, foi escrito depois do<br />

exílio na Babilônia. Concorreram para a sua formação textos elaborados pelos sacerdotes através dos tempos:<br />

um ritual para os sacrifícios, um ritual para a consagração dos sacerdotes e critérios para distinguir o que é<br />

puro e o que é impuro. A tudo isso foi acrescentado Lv 17-26, chamado Lei de Santidade.<br />

Por trás da repetição monótona das leis, podemos descobrir o ideal proposto ao povo que, no passado, Javé<br />

havia libertado da escravidão do Egito e que, no presente, Javé libertou do exílio na Babilônia: cultuar o Deus<br />

libertador que vive no meio do povo, reconhecer seus dons através dos sacrifícios, servi-lo através dos<br />

sacerdotes e voltar sempre à comunhão com ele através do perdão. Acima de tudo, porém, está a exigência de<br />

ser coerente na aliança: ser santo como o próprio Javé é santo (Lv 19,2). Essa santidade não consiste apenas<br />

em oferecer um culto minucioso, mas em viver a justiça e o amor de Javé nas relações concretas. É dessa<br />

concepção de santidade encarnada que temos o mandamento fundamental de toda a ética: «Ame o seu<br />

próximo como a si mesmo» (Lv 19,18).<br />

1. QUESTÕES EXEGÉTICAS<br />

Terceiro livro do Pentateuco, contendo as leis de Deus sobre sacrifícios, pureza e outros assuntos relacionados<br />

com a adoração de YHVH.<br />

1.1 ESCRITOR<br />

Embora não haja evidência compatível com o rigor científico a respeito da autoria, a tradição judaica-cristã,<br />

identifica Moisés como o escritor, assim como os demais livros do Pentateuco. Ele teria obtido as informações<br />

de Javé (Levítico 26,46), entretanto a Edição Pastoral da Bíblia sustenta que foi escrito depois do exílio na<br />

Babilônia.<br />

1.2 LEIS E REGULAMENTOS<br />

Mediante as leis sanitárias e dietéticas, e os regulamentos sobre a Teologia Moral e sexual, proveram-se-lhes<br />

proteção contra doenças. (Levítico, capítulos 11-15;18) Tais leis os beneficiariam em sentido espiritual, porque<br />

os habilitariam a familiarizar-se com os modos de agir do Deus Javé, e ajudaria-os a ajustar-se a tais. (11,44) Os<br />

cristãos entendem que tais regulamentos como parte da Lei de Moisés, serviam como tutor para conduzir os<br />

judeus ao Messias, que seria o grande Sumo Sacerdote de Deus, prefigurado pelos incontáveis sacrifícios<br />

oferecidos em harmonia com a Lei. Gl 3,19, 24; Hb 7,26-28; 9,11-14; 10,1-10.<br />

3


2. TRADIÇÃO JUDAICA - VAYIKRÁ<br />

Vaicrá ou Vayikrá (do hebraico ארקיו E chamou da primeira palavra do texto) é o nome da terceira parte da<br />

Torá. Vayikrá é chamado comumente de Levítico pela tradição ocidental e trata-se praticamente do mesmo<br />

livro apesar de algumas diferenças, principalmente no que lida com interpretações religiosas com outras<br />

religiões que aceitam o livro de Levítico.<br />

2.1 ORIGEM DO NOME DO LIVRO<br />

O termo Vayikrá (E chamou) trata-se da primeira palavra do livro, e é o costume judaico dividir seus livros e<br />

citar como nome do capítulo o nome de sua primeira palavra. O nome Levítico usado geralmente pelos nãojudeus<br />

é baseado no latim Liber Leviticus originado do grego (το) Λευιτικόν. Este título é relacionado ao fato do<br />

livro tratar de aspectos legais e sacerdotais do antigo culto mosaico.<br />

2.2 ORIGENS DO TEXTO<br />

Ainda que a tradição impute a autoria do texto a Moshé, os estudiosos geralmente a atribuem a um período<br />

posterior, provavelmente no retorno do Exílio Babilônico, onde teria havido uma fusão de diversas lendas<br />

mitológicas dos povos do Levante com a cultura judaica.<br />

Os estudiosos crêem que a Torá, e subseqüentemente Vayikrá, é o resultado de diversas tradições que<br />

evoluíram em conjunto através da história do antigo povo de Israel, porém Vayikrá seria composto<br />

principalmente baseado no Código Sacerdotal. Este código teria uma ênfase maior no primado da tribo de Levi<br />

como tribo escolhida, e da família de Aharon para gerenciar os aspectos rituais no Tabernáculo (ver Cohen).<br />

2.3 TEXTO<br />

Vayikrá 1 descreve os aspectos legais e sacerdotais do culto no Tabernáculo. O texto é comumente dividido em<br />

dez parashot (porções – plural de parashá ), cuja divisão serve para a leitura semanal do texto nas sinagogas,<br />

acompanhadas das haftarot 2 . Assim, a narrativa de Vaicrá está dividida em:<br />

a. Vayikrá (ארקיו)<br />

Na parashá 3 Vayikrá, Moisés é chamado ao Tabernáculo e recebe os mandamentos relacionados aos korbanot 4 .<br />

Estes korbanot podem ser divididas em três categorias principais:<br />

Korban olá - oferendas queimadas no altar;<br />

Korban minchá- oferendas queimadas parcialmente no altar e o restante consumida pelos cohanim<br />

Korban shelamim- oferenda de paz, queimada parte sobre o altar, e o restante consumido pelos<br />

ofertantes e pelos cohanim.<br />

1 Significado literal: E chamou<br />

2 A Lei de Moisés e as Haftarot é a primeira tradução completa da Torah (5 livros da Lei de Moisés) para a língua<br />

portuguesa. As Haftarot são passagens de outros livros bíblicos relacionados com as porções semanais de leitura da Torah.<br />

3 Parashá , Parshah ou Parashah (no hebraico השרפ porção no pl. parashot )é o nome dado à porção semanal de textos<br />

da Torá dentro do judaísmo. Também são conhecidas como Parashat haShavuá (Porção semanal) ou Sidra ,e cada uma<br />

possui um nome geralmente derivada de suas primeiras palavras no hebraico. Geralmente o judaísmo ao mencionar um<br />

texto da Torá menciona este nome particular, e não capítulos ou versículos como o fazem outras religiões.<br />

4 Korban ou Qorban ( em hebraico ןברק plural korbanot תונברק ) é o nome dado aos diversos tipos de sacríficios e<br />

ofertas dentro do judaísmo.<br />

4


A parashá prossegue discorrendo sobre as oferendas em caso de chatat (erro, pecado) e 'asham<br />

(culpa), esta última sendo a expiação por transgressões involuntárias.<br />

A haftará desta porção é Isaías 43,21–44:23.<br />

Quando a porção coincide com Shabat Zachor 5 , a haftará é I Samuel 15,2–34<br />

b. Tzav(וצ)<br />

Tzav 6 descreve os detalhes dos serviços dos cohanim 7 . Descreve a manutenção do fogo sobre o altar e os<br />

mandamentos relacionados aos corbanot que Aharon e seus filhos deveriam oferecer continuamente.<br />

Prossegue com o término dos melu'im, serviço de consagração do Tabernáculo e a unção de Aharon e seus<br />

filhos para o serviço sagrado.<br />

A haftará desta porção é Jeremias 7,21–8,3 & 9,22–23.<br />

Quando a parashá coincide com Shabat Hagadol 8 a haftará é Malaquias 3,4–24.<br />

c. Shemini (ינימש)<br />

A parashá Shemini 9 apresentam os eventos que ocorrem no último dia dos melu'im, com a unção e preparação<br />

de Aharon e seus filhos para o serviço sacerdotal. Aharon abençoa o povo e a Presença do Eterno paira sobre<br />

eles. No entanto, os dois filhos mais velhos de Aharon, Nadav e Avihu, morrem consumidos por terem<br />

oferecido "fogo estranho" no Tabernáculo. A interpretação do que seria fogo estranho até hoje gera<br />

discussões, podendo ser uma oferta não-autorizada, um sacríficio idólatra ou outra interpretação.<br />

A parashá prossegue sobre as regras de pureza para os cohanim, de pureza e impureza para o povo e de<br />

animais kasher e não-kasher.<br />

A haftará desta porção é:<br />

para os asquenazitas: 2 Samuel 6,1–7:17<br />

para os sefaraditas: 2 Samuel 6,1–19<br />

5 O Shabat que precede Purim é chamado de Shabat Zachor. Novamente são retirados dois Sefarim. No primeiro, é<br />

lida a porção semanal, e no segundo, a parashá Ki-Tetsê, Cap. 25 Vers. 17 ao 19, que fala da batalha contra Amalec. Como<br />

esta leitura começa com a palavra Zachor (lembrança), daí o nome deste Shabath. A Haftarah especial lida é Samuel I Cap.<br />

15 Vers. 1 ao 34, que fala da batalha contra os amalequitas, e que se encontra nas páginas 467 da Lei de Moisés, edição<br />

antiga, ou 615, da edição nova.Esta matéria está associada com Purim, porque a tradição conta que Haman era um<br />

descendente dos amalequitas.<br />

6 A parashá Tsav, entre outros assuntos, nos descreve com detalhes as regras sobre alguns tipos de rituais de<br />

sacrificios animais e eliminação de cinzas que eram efetuados em tempos bíblicos pelos Kohanim, que funcionavam como<br />

uma espécie de intermediários entre as pessoas normais e Deus.<br />

7 Cohen ou Kohen (em hebraico ןהכ, sacerdote, pl. םינהכ kohanim) é o nome dado aos sacerdotes na Torá, cujo líder<br />

era o Cohen Gadol, sendo que todos deveriam ser descendentes de Aarão. Hoje, dentro do judaísmo, Cohen é uma classe<br />

de pessoas que possuem a tradição e reconhecimento da comunidade judaica, de que sejam descendentes da casta<br />

sacerdotal. Realizam alguns serviços especiais nas sinagogas, e devem obedecer certos preceitos para garantir que<br />

estejam aptos a exercerem novamente o sacerdócio quando ocorrer a reconstrução do Templo de Jerusalém. Segundo as<br />

escrituras, e profecia de Ezequiel, somente os Cohen da semente de Zadoque serão selecionados para o ministério<br />

sacerdotal.<br />

8 O Shabat anterior a Pessach é denominado “Shabat Hagadol” (O Grande Sábado), em recordação do preceito<br />

divino da preparação do cordeiro para o sacrifício pascal: “No décimo dia do mês tomará todo o varão um cordeiro por<br />

família” (Êxodo 12:3) e no ano em que o povo de Israel saiu do Egipto, coincidiu no dia 10 de Nissan, em Shabat.<br />

9 Shemini Atzeret, é a festa da conexão do Oitavo Dia de Assembléia, de acordo com o judaísmo. Depois de<br />

completar os sete dias de Sucot, o Oitavo dia significa que o judeu quer permanecer mais um dia na Sucá (na presença<br />

Divina).<br />

5


Quando a parashá coincide com Shabat Parah 10 a haftará é Ezequiel 36,16–38.<br />

d. Tazria 11 (עירזת)<br />

Esta parashá analisa as diversas impurezas os quais as pessoas podem entrar quer por parto e por doenças<br />

de pele (tsaraat às vezes traduzido erroneamente como lepra).<br />

A haftará desta parashá é II Reis 4,42–5,19.<br />

Quando a parashá coincide com Shabat HaChodesh 12 , a haftará é Ezequiel 45,16–46,18.<br />

Quando a parashá coincide com Shabat Rosh Chodesh 13 , a haftará é Isaías 66,1–24.<br />

e. Metzorá (ערוצמ)<br />

A parashá Metzorá 14 continua a discorrer sobre tsaraat e os processos de purificação, incluindo os corbanot,<br />

imersões e raspagem. Prossegue com uma descrição dos mandamentos sobre tsaraat em casas e finaliza com a<br />

descrição dos graus de impureza decorrentes de emissões humanas como menstruação, polução e afins.<br />

A haftará desta parashá é II Reis 7,3–20.<br />

Quando a parashá coincide com Shabat HaChodesh, a haftará é Ezequiel 45,16–46,18.<br />

Quando a parashá coincide com Shabat Rosh Chodesh, a haftará é Isaías 66,1–24.<br />

f. Akharey (ירחא)<br />

Após a morte dos dois filhos de Aharon, Nadav e AVihu conforme descrito na parashá Shemini, são descritos os<br />

mandamentos relativos ao serviço sagrado de Yom Kipur 15 realizado pelo Cohen Gadol, incluindo a entrada<br />

10 Shabat Parah, onde é lembrado o sacrifício da vaca vermelha (parah adumah). Ele deve sempre preceder o Shabat<br />

especial chamado Shabat Hachodesh. Se Rosh Chodesh Nisan cair num Shabat e, portanto, se tornar um Shabath<br />

Hachodesh (veremos a seguir sobre o Shabat Hachodesh), então o Shabat Parah passa a ser o último Shabath do mês de<br />

Adar, mês este que precede o de Nisan. Se Rosh Chodesh Nisan ocorrer num meio de semana, o Shabat Hachodesh é<br />

celebrado no último Shabath do mês de Adar, e Shabat Parah é celebrado no Shabat precedente.<br />

São retirados, novamente, dois Sefarim. No primeiro é lida a porção semanal, e no segundo Sefer, é lida a parte que se<br />

encontra na parashá Chucat, Cap. 19 Vers. 1 ao 22. A Haftarah especial lida é do livro de Ezequiel, Cap. 36 Vers. 16 ao 38,<br />

que trata da futura purificação de Israel, e que se encontra nas páginas 469 da Lei de Moisés, edição antiga, ou 616, da<br />

edição nova.<br />

11 Tazria, Thazria, Thazri'a, Sazria, ou Ki Tazria "( י ר ז ת - hebraico para "ela concebe," a palavra 13, ea primeira<br />

palavra distintos na Parashá) é o 27 porção semanal da Torá (Parashá) no relatório anual judaica ciclo de leitura da Torá eo<br />

quarto no livro de Levítico . Constitui Levítico 12:01-13:59. judeus na Diáspora lê-lo a 27 ou 28 Sabbath após Simchat Torá<br />

, geralmente em abril.<br />

12 O Shabat imediatamente antes do mês de Nisan, ou o primeiro dia de Nisan, caso ele ocorra no dia de Shabat, é<br />

chamado de Shabath Hachodesh. Novamente, são retirados dois Sefarim. No primeiro é lida a porção semanal, e no<br />

segundo, a parte referente à Shabat Hachodesh, que se encontra no Cap. 12 Vers 1 ao 20, da parashá Bo, do livro de<br />

Exodus, onde Deus fala a Moisés e a Aarão sobre a obrigatoriedade de se comer pães ázimos entre os dias 14 e 21 de<br />

Nisan. Se Rosh Chodesh Nisan ocorrer num Shabath, são retirados três Sefarim. No primeiro é lida a porção semanal. No<br />

segundo, a porção de Rosh Chodesh, parashá Pinchás, Cap. 28 Vers. 9 ao 15, do livro Números. E no terceiro, a parte<br />

referente à Shabath Hachodesh. A Haftarah especial lida é do livro de Ezequiel, Cap. 45 Vers. 16 ao Cap. 48 Vers. 18, que<br />

trata dos sacrifícios a serem trazidos em primeiro de Nisan, Pessach e outras festividades num futuro Templo Sagrado.<br />

Esta leitura se encontra nas páginas 471 da Lei de Moisés, edição antiga, ou 617, da edição nova.<br />

13 Rosh Chodesh é o início de um novo mês no calendário judaico. Dependendo do mes, Rosh Chodesh pode ser<br />

comemorado em um ou dois dias. Na época dos nossos antepassados, os dias de Rosh Chodesh eram dias solenes, com<br />

sacrifícios especiais e toques de instrumentos musicais no Santuário.<br />

14 Infecção da pele parecida com a lepra.<br />

15 O Yom Kipur ou Kippur (do hebraico םוי רופיכ , IPA: [ˈjɔm kiˈpur]) é um dos dias mais importantes do judaísmo. No<br />

calendário hebreu começa no crepúsculo que inicia o décimo dia do mês hebreu de Tishrei (que coincide com Setembro<br />

6


anual no Qodesh HaQodeshim (Santo dos Santos), lugar mais sagrado do Tabernáculo onde residia a Arca da<br />

Aliança. A porção conclui com uma lista das principais imoralidades sexuais proibidas ao povo de Israel.<br />

A haftará desta porção é:<br />

para os asquenazitas: Ezequiel 22,1–19<br />

para os sefaraditas: Ezequiel 22,1–16<br />

Quando a parashá coincide com Shabat HaGadol a haftará é Malaquias 3,4–24.<br />

g. Qedoshim 16 (םישודק)<br />

Nesta parashá descreve-se a ordem de santidade para o povo de Israel através da exigência de diversos<br />

mandamentos da parte de D-us através de preceitos positivos e negativos de ordem moral, social, familiar e<br />

religiosa. Também descreve mandamentos sobre kilayim (misturas proibidas) e sobre as punições a serem<br />

executadas contra os que praticarem as imoralidades descritas na parashá Akharey.<br />

A haftará desta parashá é:<br />

os para os asquenazitas: Amós 9,7–15<br />

para sefaraditas Ezequiel 20,2–20<br />

h. Emor 17 (רומא)<br />

Esta parashá descreve as leis específicas aos cohanim e ao Cohen Gadol, sobre as restrições para garantir a<br />

pureza destes. Também são citados os defeitos físicos que impedem um cohen de realizar o serviço sagrado,<br />

assim como as restrições a todo aquele que esteja tamê ou seja, impuro. Prossegue descrevendo as leis acerca<br />

de terumá, das festividades religiosas e do uso dos utensílios do Tabernáculo como a menorá. A parashá<br />

encerra-se com a descrição da morte de um homem que amaldiçoou o nome de D-us.<br />

A haftará desta parashá é Ezequiel 44,15–31.<br />

ou Outubro), continuando até ao seguinte pôr do sol. Os judeus tradicionalmente observam esse feriado com um período<br />

de jejum de 25 horas e reza intensa.<br />

16 Kedoshim, K'doshim, ou Qedoshim (םי - hebraico para "santos", a palavra 14, ea primeira palavra distintos na<br />

Parashá) é o 30 porção semanal da Torá (Parashá) na anual judaica ciclo de leitura da Torá e o sétimo no livro de Levítico .<br />

Constitui Levítico 19:01-20:27. judeus na Diáspora geralmente lê-lo no final de abril ou maio.<br />

17 Emor (ר מ א - hebraico para "falar", a palavra quinta, ea primeira palavra distintos na Parashá) é o 31 porção semanal da<br />

Torá (Parashá) na anual judaica ciclo de leitura da Torá eo oitavo no livro de Levítico . Constitui Levítico 21:1-24:23. judeus<br />

na Diáspora geralmente lê-lo no final de abril ou início de maio. Os judeus também ler partes da Parashá, Levítico 22:26-<br />

23:44, como as leituras iniciais Torá para o segundo dia de Páscoa e os dias primeiro e segundo Sucot . Parashá estabelece<br />

regras de pureza para os sacerdotes, reconta a dias santos , prevê luzes e pão no santuário, e conta a história de um<br />

blasfemador e sua punição.<br />

7


i. Behar 18 (רהב)<br />

A parashá de Behar descreve os mandamentos relativos a terra de Israel. Inicia com o mandamento de<br />

shemitá, mandamento que ordena deixar o campo sem cultivo ou colheita por sete anos. Também descreve o<br />

yovel, ou o 50o ano, no qual as propriedades retornam aos seus donos ancestrais. Prossegue com a enfâse na<br />

necessidade de auxiliar os necessitados à saírem de seu estado de necessidade, com os mandamentos<br />

referentes à escravidão e remissão de escravos assim como mandamentos acerca do Shabat.<br />

A haftará desta porção é Jeremias 34,6–27.<br />

Quando a parashá Behar é combinada com a parashá Behukotai, a haftará é a haftará de Behukotai, Jeremias<br />

16,19–17,14.<br />

j. Behuqotai (יתוקוחב)<br />

A última porção de Vaicrá descreve as bençãos e recompensas que os os israelitas receberão se seguirem os<br />

mandamentos da Torá e os castigos que o povo receberia se abandonassem estes mandamentos. A parashá<br />

prossegue descrevendo os processos de santificação dos bens para o Tabernáculo e sobre os dízimos. A haftará<br />

desta porção é Jeremias 16,19–17,14.<br />

Resumo da Parashá<br />

A Parashat HaShavua (porção da leitura da Tora desta semana) é chamada de “Behar-Bechukotai – No Monte<br />

(de Sinai) - Nos Meus Estatutos”. Esta porção é chamada de forma especial: Parashat Mechuberet (Porção<br />

Unida).<br />

1. A primeira Parashá, Behar, concentra-se principalmente nas mitzvot 19 referentes à terra de Israel,<br />

começando com a ordem de cumprir a Shemitá 20 . Aqui nos é ensinado a proibição sobre o cultivo agrícola, a<br />

cada sete anos, da Terra de Israel. Esse "Shabat" da terra é chamado Shemitá (5761 foi ano de Shemitá em<br />

Israel).<br />

Após a sétima Shemitá, no qüinquagésimo ano, Yovel (Jubileu), é anunciado em Yom Kipur com os sons do<br />

shofar 21 . Então a parashá fala sobre os servos: todo servo deve ser liberado totalmente; assim como toda a<br />

terra deve voltar a seu dono original, excedido as posses nas cidades muradas e as cidades dos Leviím.<br />

18 Behar, mais precisamente Behar Sinai ([רהב [יניס - hebraico para "no Monte [Sinai]," o quinto [sexta e] palavra [s], e o<br />

distintivo primeiro da porção da Torá) é o 32 seção semanal do ciclo anual de leitura do Torá e do Livro nono de Levítico.<br />

Corresponde a Levítico 25:1-26:2 . Os judeus da Diáspora lê-lo normalmente em maio. O calendário judaico lunisolar<br />

inclui até 54 semanas , o número exato varia de ano para ano, "cheio" ou "defeituoso". Em todo o ano (por exemplo,<br />

2008), parashá Behar é lido de forma independente durante o 32 º sábado após Simchat Torah . Em anos de menos de 54<br />

semanas (por exemplo, 2006, 2007 e 2009), a leitura da Torá e da porção da Torá que combina próxima Be'houkotaï para<br />

alcançar o número necessário de leituras semanais.<br />

19 Os 613 mandamentos ou 613 mitzvot (do hebraico:ירת"ג תווצמ ou Taryag mitzvot sendo TaRYaG um acrônimo do<br />

valor numérico "613") é o nome dado ao conjunto de todos os mandamentos que, de acordo com o judaísmo, constam na<br />

Torá (os cinco livros de Moisés). De uma forma geral, a expressão "A Lei de Moisés" (em hebraico Torat Moshé תרות השמ)<br />

também é utilizada em referência ao corpo legal judaico.<br />

20 Shemitá (hebraico): הטימש, literalmente "libertação"), também chamado de Ano Sabático, é o sétimo ano do ciclo<br />

de sete anos da agricultura ordenado pela Torá para o povo de Israel. Assim como o sábado é o descanso semanal das<br />

pessoas e dos animais, a terra também tem o seu sábado: seis anos são para a semeadura, ] mas o sétimo ano é de<br />

descanso. Neste sétimo ano, é proibido semear o campo, podar a vinha, segar o que nascer da seara e colher as uvas da<br />

vinha não podada. Apenas o produto do descanso da terra servirá como alimento, inclusive o gado e os animais da terra.<br />

Após sete períodos de sete anos, o quinquagésimo ano é santificado - este é o ano do jubileu.<br />

21 Shofar (do hebraico רפוש shofar ) é considerado um dos instrumentos de sopro mais antigos. Somente a flauta do<br />

pastor – chamada Ugav, na Bíblia – tem registro da mesma época, mas não tem função em serviços religiosos nos dias de<br />

hoje. O shofar não produz sons delicados como o clarim moderno, a trombeta ou outro instrumento de sopro, mas para os<br />

8


A parashá ainda relaciona as mitzvot pertencentes a um Judeu ser proibido de tirar vantagem de outros Judeus,<br />

seja emprestando ou pedindo emprestado, através do pagamento de juros. Os parentes devem redimir<br />

qualquer membro familiar que tenha sido vendido como servo devido a sua pobreza.<br />

A porção conclui repetindo a proibição de idolatria, e as mitzvot de guardar o Shabat da profanação e<br />

reverenciar os locais santificados de D'us.<br />

2. A segunda Parashá, Bechukotai, a última porção da Torá do Chumash Vaikra (livro de levítico), começa<br />

relacionando brevemente algumas das bênçãos e recompensas que o povo judeu receberá por seguir<br />

diligentemente a Torá e por cumprir as mitzvot.<br />

A porção então muda para o assunto que a tornou “famosa” - a tochachá, a severa admoestação de D'us. Aqui<br />

a Torá detalha o severo processo histórico que ocorre quando a Proteção Divina é removida, devido a o Povo<br />

Judeu ter abandonado a observância da Torá e mitzvot. Essas punições, cujo objetivo é fazer com que o Povo se<br />

arrependa, serão sete estágios, cada um mais rigoroso do que o anterior. Passo a passo, a Torá descreve as<br />

tragédias que acontecerão ao povo judeu, fornecendo uma lúgubre descrição daquilo que foi nossa história até<br />

este dia.<br />

A porção então prossegue e fala sobre a santificação dos presentes voluntários ao Templo Sagrado, Erachin<br />

(Avaliações)- o processo através do qual alguém pode fazer juramento para doar ao Beit HaMikdash o valor<br />

monetário equivalente a uma pessoa, animal ou propriedade e como redimi-los.<br />

O Livro de Vaikra conclui com uma breve discussão sobre os dízimos, ma’asser, incluindo uma porção que<br />

o fazendeiro deve ele próprio consumir dentro da cidade de Jerusalém, chamada ma'asser sheni.<br />

3. O LIVRO 22<br />

I. RITUAL DOS SACRIFÍCIOS (Capítulos 1-7)<br />

Shofar Ienemita<br />

1-7: Estes capítulos apresentam uma classificação dos sacrifícios e dão normas para as cerimônias com que são<br />

realizados. Sacrifício é um ato pelo qual o homem oferece a Deus algo que ele estima muito, tornando-o<br />

sagrado. Tal generosidade atinge o máximo significado quando alguém sacrifica a si próprio, em vista de outra<br />

pessoa ou de uma causa que poderá beneficiar a outros (cf. Jo 15,13).<br />

1,1-17: Holocausto é um sacrifício no qual a vítima é queimada completamente e sobe ao céu em forma de<br />

fumaça. Trata-se de um gesto de homenagem, gratidão e súplica a Javé. A imolação é um talho que se faz no<br />

pescoço da vítima para retirar-lhe todo o sangue. A expressão «suave odor para Javé» mostra que Deus aceita<br />

o sacrifício. O sangue é a vida do animal e, no sacrifício, representa a vida da pessoa que o oferece.<br />

2,1-16: A oblação (ou oferta queimada) é própria de uma cultura agrária, e consiste em oferecer alimentos, e<br />

não animais. Uma parte era queimada (memorial) e o resto destinava-se aos sacerdotes. O fermento é<br />

proibido, porque corrompe o alimento; enquanto o sal é obrigatório, porque o conserva e lhe dá sabor; além<br />

judeus, o shofar não é apenas um instrumento "musical". É um instrumento tradicionalmente sagrado. Na tradição<br />

judaica, lembra o carneiro sacrificado por Avraham (Abrão) no lugar de Yitschac (Isaac) através da história da Akedá<br />

(amarração de Yitschac), lida no segundo dia de Rosh Hashaná.<br />

22 Segundo a Edição Pastoral da Bíblia, Editora Paulus.<br />

9


disso, é símbolo da amizade. As primícias são os primeiros frutos: porque são os melhores, se oferecem a Deus<br />

como sacrifício.<br />

3,1-17: O sacrifício de comunhão, também chamado sacrifício pacífico, se caracteriza pelo fato de a gordura e o<br />

sangue, relacionados ao mistério da vida, ser reservados a Javé, Senhor absoluto da vida. O resto é consumido<br />

pelos sacerdotes, pelos ofertantes e suas famílias. O sacrifício terminava com a refeição, sinal da amizade de<br />

Deus com o homem.<br />

4,1-5,13: O texto leva em conta os pecados feitos sem consciência, mas que, apesar de tudo, deixam impuro o<br />

homem. Para se obter o perdão, é necessário um sacrifício, que varia conforme o culpado. O sumo sacerdote e<br />

a comunidade são considerados sagrados; nesse caso, se faz um ritual especial. Já o chefe e a pessoa do povo<br />

pertencem ao domínio profano, e o ritual é mais comum. O centro do sacrifício pelo pecado é o sangue, que é a<br />

sede da vida e tem força para perdoar o pecado (cf. Lv 17,11). Tais sacrifícios foram abolidos na Nova Aliança: a<br />

partir dela, só o sacrifício e o sangue de Jesus é que podem perdoar pecados (cf. Hb 9).<br />

5,14-26: Quando o pecado causa dano às coisas de Deus ou do próximo, não basta confessar e fazer o sacrifício<br />

ritual: é preciso reparar o dano causado. Só a restituição confere eficácia ao rito.<br />

6,1-7,38: Depois de ter descrito os vários tipos de sacrifício, são apresentadas aqui as normas a serem<br />

observadas pelos sacerdotes durante o ritual. Essas normas estabelecem também quais as partes da vítima que<br />

os sacerdotes tinham direito de conservar para si. Sobre a sacralidade do sangue, cf. nota em 4,1-5,13.<br />

II. CONSAGRAÇÃO DOS SACERDOTES (Capítulos 8-10)<br />

8,1-9,24: O ritual aqui apresentado salienta o caráter sagrado do sacerdote. Este rito reflete a mentalidade de<br />

que existem dois tipos de pessoas e coisas: as sagradas, que pertencem a Deus; e as profanas, que não<br />

pertencem a ele. Umas puras, outras impuras; umas «santas», outras que contêm pecado, isto é, não servem<br />

para o culto. Os profetas e o Novo Testamento proclamarão que o pecado não é mancha ou defeito externo,<br />

mas culpa que sai de dentro do homem (cf. Is 29,13; Mc 7,20ss).<br />

Os sacerdotes e reis eram consagrados com a unção de óleo. Tornavam-se assim ungidos de Deus (em<br />

hebraico, Messias; em grego, Cristo), mediadores entre Deus e o povo. A carta aos Hebreus mostra que todo o<br />

sacerdócio antigo foi superado: doravante, Jesus é o único sacerdote-mediador entre Deus e os homens (cf. Hb<br />

5-8).<br />

10,1-20: O texto é um conjunto de elementos reunidos artificialmente. O episódio de Nadab e Abiú salienta o<br />

perigo de profanar o sagrado, e serve de introdução para algumas instruções. Os vv. 16-20 são confusos e de<br />

difícil compreensão.<br />

III. O PURO E O IMPURO (Capítulos 11-16)<br />

11,1-16,34: A lei sobre a pureza está unida à lei de santidade (Lv 17-26), como aspectos negativos e positivos<br />

da mesma exigência divina. Estas regras se baseiam em proibições religiosas muito antigas: é puro aquilo que<br />

pode aproximar-se de Deus, e é impuro aquilo que é impróprio para o culto divino ou dele é excluído. Essa<br />

concepção foi completamente abolida pelo Novo Testamento (cf. Mc 7,14-23; At 10).<br />

11,1-47: Pureza e impureza, aqui, não significam algo de físico ou moral. Impuro é o que pode estar carregado<br />

de forças perigosas ou desencadeá-las. Muitos animais são proibidos para alimentação porque sua carne é<br />

considerada repelente ou anti-higiênica. Entretanto, no Levítico, a observância dessas leis tem objetivo<br />

religioso, que é participar do sagrado, ou seja, entrar na esfera da santidade de Deus. Cf., porém, At 10.<br />

12,1-8: O texto deixa entrever a idéia de que a mulher que dá à luz perde algo de sua vitalidade, que é<br />

10


ecuperada através de ritos que a unem a Deus, fonte da vida. Maria, mãe de Jesus, se submete a esta lei,<br />

levando a oferta dos pobres (cf. Lc 2,22-38).<br />

13,1-44: Estas prescrições visam a proteger a comunidade do contágio de doenças, principalmente da lepra,<br />

que é a mais temida. Observe-se, no entanto, que a tendência é chamar de lepra muitas doenças de pele, que<br />

realmente nada têm a ver com a lepra.<br />

* 45-46: Ao homem declarado leproso impunha-se um comportamento especial para que fosse reconhecido e<br />

vivesse fora da comunidade. Jesus, no seu projeto de libertação, vai até o leproso, o cura e o reintegra na vida<br />

social (cf. Mc 1,40-45 e nota).<br />

* 47-59: As roupas e objetos poderiam tornar-se transmissores da doença. Note-se, porém, que aqui se chama<br />

de lepra qualquer mofo ou decomposição orgânica.<br />

14,1-32: Todo ritual para a purificação do leproso visava a reintroduzir o doente curado na comunidade, da<br />

qual fora excluído por causa da doença. O ritual ainda continuava, no tempo de Jesus (cf. Lc 17,11-19). A ação<br />

de Jesus é bem diferente da ação dos sacerdotes, pois Jesus liberta a pessoa da doença, enquanto os<br />

sacerdotes só declaram se a pessoa está doente ou está curada.<br />

* 33-57: Cf. nota em Lv 13,47-59.<br />

15,1-33: A legislação sobre a vida sexual e as doenças venéreas é aqui influenciada por uma concepção<br />

misteriosa da sexualidade, e procura impedir que a vida sexual seja perturbada por forças ocultas. Sobre a<br />

atitude de Jesus diante de um caso assim, cf. Lc 8,43-48 e nota.<br />

16,1-34: O grande ritual de expiação visa a livrar Israel de todas as falhas conscientes e inconscientes, e<br />

restabelecer as relações da Aliança de todo o povo com Javé. A carta aos Hebreus menciona essa liturgia, para<br />

mostrar que Jesus realizou definitivamente a expiação dos pecados: ele carregou o pecado do mundo e o<br />

expiou com seu próprio sangue (cf. Hb 9,6-14 e nota).<br />

IV. A LEI <strong>DE</strong> SANTIDA<strong>DE</strong> (Capítulos 17-26)<br />

17-26: Estes capítulos provêm de uma coletânea de leis feitas imediatamente antes do exílio, e refletem<br />

provavelmente os usos do Templo de Jerusalém. São capítulos chamados Lei de Santidade, porque no centro<br />

está a santidade de Javé, a qual exige a santidade do povo: «Sejam santos, porque eu, Javé, o Deus de vocês,<br />

sou santo» (19,2; 20,7.26; 21,8; 22,32-33). O texto considera a santidade de modo principalmente ritual; o<br />

Novo Testamento retomará essa exigência, transportando-a para o campo da vida prática (cf. Mt 5,48; Lc 6,36).<br />

* 17,1-16: O sangue não deve servir de alimento, porque ele é vida, e esta pertence unicamente a Deus. Esta lei<br />

sobre o sangue tem sentido educativo, porque mostra o caráter sagrado da vida. Jesus terminará sua missão<br />

derramando o próprio sangue, isto é, dando a própria vida.<br />

18,1-30: No Egito e Canaã, os reis se serviam de relações incestuosas para manter e consolidar o poder político.<br />

Israel é chamado a ter uma identidade social nova, que preserva a unidade do grupo humano e, ao mesmo<br />

tempo, respeita a individualidade de cada pessoa. Nas proibições deste capítulo podemos notar a presença do<br />

sexto mandamento do Decálogo: «Não cometa adultério». O v. 21 proíbe o sacrifício humano como forma de<br />

culto: Deus é fonte e Senhor da vida, e não aceita culto nenhum que produza a morte.<br />

19,1-37: Javé, o Deus que fez Aliança com o povo, exige, nessa união, que o povo seja santo, assim como ele<br />

próprio é santo. Tal santidade se caracteriza pela prática da justiça libertadora, para produzir um<br />

relacionamento comunitário que concretize o projeto de Deus. A norma fundamental é o amor ao próximo (vv.<br />

17-19), incluindo o imigrante (vv. 33-34). As outras normas repetem e comentam os princípios básicos da nova<br />

sociedade, já expostos no Decálogo: não ter outros deuses, não manipular Deus, honrar pai e mãe, guardar o<br />

descanso semanal, não roubar, não levantar falso testemunho (cf. Ex 20,1-17 e notas). Note-se, ainda, a<br />

11


insistência em defender o pobre e o fraco (vv. 9-10.14). Podemos notar que este capítulo é um verdadeiro<br />

tratado de espiritualidade, que ensina o povo a trilhar o caminho da santidade.<br />

20,1-7: Moloc era uma divindade antiga, à qual se sacrificavam crianças. Javé, porém, é o Deus da vida, e pune<br />

com a morte aqueles que adoram o deus da morte. Certos sistemas sociais modernos são verdadeiros<br />

Moloques, que devoram a vida do povo (cf. Jr 32,35 e nota).<br />

* 8-21: Aqui vêm as penas que se referem às proibições sexuais já apresentadas em Lv 18.<br />

* 22-27: Israel é um povo em aliança com Javé. Por isso, não pode viver segundo os projetos de outros povos.<br />

Pelo contrário, deve manter essa originalidade e dedicar-se inteiramente ao projeto de sociedade desejado por<br />

Javé.<br />

21,1-24: As instruções sobre a vida e o comportamento dos sacerdotes se baseiam numa concepção da<br />

transcendência e distância de Deus em relação ao mundo. Por isso, o sacerdote é considerado alguém<br />

separado do mundo e purificado pela sua maior proximidade com Deus. No decorrer do tempo, essa maneira<br />

de pensar gerou privilégios para os sacerdotes, que acabaram se tornando uma casta opressora, fazendo que o<br />

povo dependesse deles para se aproximar de Deus. Jesus inverte essa concepção, mostrando que Deus é que<br />

vem ao encontro dos que dele precisam (cf. Mc 2,17; Lc 15).<br />

22,1-33: Os sacerdotes se alimentavam com parte das ofertas levadas pelo povo ao santuário. Essa<br />

alimentação era proibida para os sacerdotes em estado de impureza e também para as pessoas estranhas ao<br />

serviço do culto. Os vv. 17-33 prescrevem a oferta de animais sem defeito; caso contrário, haveria o risco de o<br />

povo oferecer animais doentes e defeituosos (cf. Ml 1,13-14).<br />

23,1-44: Todas as festas de Israel tiveram origem no meio agrícola ou pastoril, mas acabaram sendo absorvidas<br />

pela tradição do Êxodo e incorporadas à celebração da Aliança. Sobre a festa da Páscoa e dos Pães sem<br />

fermento, cf. notas em Ex 12,1-28. Sobre a festa das Semanas, também chamada Pentecostes, e a festa das<br />

Tendas, cf. nota em Ex 23,14-19. A oferta do primeiro feixe (vv. 9-14) é um ato de reconhecimento pelo dom<br />

que Deus realiza através da natureza. E a festa da Lua Nova reflete costumes agrícolas: a vida no campo era<br />

regulada pelas fases da lua. Sobre a festa da Expiação, cf. nota em Lv 16,1-34.<br />

24,1-9: O rito da lâmpada lembra a presença permanente de Javé no santuário. O rito dos pães lembra que o<br />

povo de Israel (doze tribos) está continuamente diante de Javé. Sobre os pães oferecidos a Deus, cf. Mc 2,25-<br />

26.<br />

* 10-23: Amaldiçoar Javé, a fonte e o Senhor da vida, é amaldiçoar a vida mesma e, por isso, é pedir para si a<br />

morte. Sobre a lei do talião, cf. nota em Ex 21,18-27.<br />

25,1-7: A cada sete anos a terra deve descansar, sem nenhum cultivo. Esta lei abre duas grandes perspectivas:<br />

o respeito para o ciclo da natureza (aspecto ecológico) e respeito para Deus, reconhecendo-o como único<br />

proprietário da terra. Ele a dá igualmente para todos, para que todos possam usufruir dela (aspecto social).<br />

Portanto, esta lei supõe a devolução da terra a Deus, para que ela seja redistribuída entre todos.<br />

* 8-17: O ano de júbilo se abre com o toque da trombeta, chamada em hebraico jobel; daí o nome jubileu. Esta<br />

lei enfraquece bastante a legislação antiga do ano sabático, que previa a prática da libertação do escravo e a<br />

devolução das propriedades a cada sete anos (cf. notas em Dt 15,12-18). Esta nova legislação, provavelmente,<br />

prevê a recuperação das propriedades para os judeus que voltam do exílio na Babilônia.<br />

* 18-22: Como o povo se sustentava durante o ano de descanso da terra? (cf. 25,2-7). De um lado, confiando<br />

na providência de Deus, que atende às necessidades do homem; de outro, agindo com previdência, isto é,<br />

produzindo mais no sexto ano e reservando parte desta colheita para a sustentação até a próxima.<br />

* 23-34: A terra pertence unicamente a Javé, que a dá como herança para todo o povo: todos têm direito de<br />

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usufruir desse dom. Se alguém, por circunstâncias diversas, for obrigado a vender sua propriedade, terá direito<br />

de resgatá-la. Essa lei impede a formação de latifúndios; conseqüentemente, evita o surgimento de<br />

desigualdades sociais. Os vv. 29-31 são verdadeiro manifesto contra a especulação imobiliária: todos têm<br />

direito à casa própria e são protegidos por uma legislação que impede a ação arbitrária de despejos e<br />

extorsões. O levita tem direito permanente ao resgate, porque a casa própria é sua única propriedade.<br />

* 35-43: Esta lei exige a solidariedade com quem está em apuros financeiros, e proíbe aproveitar-se da miséria<br />

do outro, que se dispõe a aceitar qualquer trato para aliviar momentaneamente a própria situação. O v. 38 traz<br />

o princípio: quem foi libertado por Deus não pode ser escravizado ou explorado por ninguém.<br />

* 44-55: Esta lei faz uma diferença entre Israel e as outras nações: só Israel é considerado como povo de Deus.<br />

Essa visão será modificada pelo Novo Testamento; através de Jesus, todos poderão fazer parte do povo de<br />

Deus, não se justificando mais nenhuma escravidão.<br />

26,1-46: A «Lei de Santidade» termina com previsão de bênçãos e maldições. O povo que for fiel a Deus e ao<br />

seu projeto terá a bênção, isto é, a prosperidade e a vida. Se for infiel, terá a maldição, ou seja, a ruína e a<br />

morte. Deus quer a vida, mas os homens é que escolhem o próprio destino.<br />

V. APENDICE (Capítulo 27)<br />

27,1-34: O projeto de Deus é vida para todos. Quando o homem reconhece esse projeto, pode oferecer seus<br />

próprios bens com promessa ou voto, e assim participar do mesmo projeto. Se uma promessa ou voto não tem<br />

esse sentido, é mau e deve ser substituído. Sobre o assunto, cf. Mc 7,1-13 e nota. O anátema era um sacrifício<br />

no qual eram oferecidos totalmente a Deus os bens conquistados do inimigo numa guerra; esses bens<br />

pertenciam exclusivamente a Deus, e não podiam ser resgatados. Tal prática visava evitar que o povo<br />

assimilasse religiões e costumes estrangeiros. O presente texto entende o anátema como oferta exclusiva a<br />

Javé, e só podia ser usada pelos sacerdotes.<br />

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BIBLIOGRAFIA<br />

Torá – Editora Sefer, 1962.<br />

G. Fohrer, História da Religião de Israel, Paulinas, 1982.<br />

P. Gilbert, A Bíblia na Origem da História, Paulinas, 1986.<br />

VV.AA (org. A. Barucq), Escritos do Oriente Antigo e Fontes Bíblicas, Paulinas, 1992.<br />

Bíblia Sagrada – Edição Pastoral 16, Paulus, 1995.<br />

R. E. Clements, O mundo do antigo Israel, Paulus, 1995.<br />

Giacomo Perego, Atlas Bíblico Interdisciplinar, Paulinas/Santuário, 2001.<br />

Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento, Edições Vida Nova, 2001.<br />

Lexicon – Dicionário Bíblico-teológico – PIME, 2003.<br />

Milton Schwantes, As monarquias no Antigo Israel, Paulinas/CEBI, 2006.<br />

Milton Schwantes, Projetos de esperança – Meditações sobre Gn 1-11, Paulinas/CEBI, 2006.<br />

Erhard Gerstenberger, Teologias no Antigo Testamento, Sinodal/CEBI, 2007.<br />

WWW.vatican.va/Genesis/bible_levitiico_po.html<br />

www.wikipedia.org/wiki/levitico<br />

www.monfort.org.br/old/index,php?secao=cartas<br />

www.edicoescnbb.com.br/site/files/Biblia/levitico<br />

Esta apostila é para uso interno<br />

Dos alunos do curso de Teologia para Leigos da<br />

Arquidiocese de Londrina – Pr.<br />

Prof. Ir. Elizabeth Mendes, fcj<br />

Londrina, julho de 2011<br />

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