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<strong>Prof</strong>. <strong>Marco</strong> <strong>Pádua</strong><br />
O <strong>ARCO</strong> <strong>ROMANO</strong><br />
O experimento antecede a teoria<br />
"O arco está para a Arquitetura assim como a roda está para a mobilidade humana"<br />
A Física como conhecemos surge no sec. XVII através de personagens como Isaac Newton,<br />
Galileu Galilei e muitos outros. Com eles nasce a ciência, inaugurando o conceito da<br />
experimentação para comprovar as descobertas. Assim as leis da Natureza deveriam ser provadas<br />
através de experimentos. Os romanos já praticavam uma destas experimentações, ou seja, distribuir<br />
o peso das estruturas de forma angular, obtendo vãos maiores, há pelo menos 1.500 anos antes de<br />
ser anunciado o conceito de força.<br />
O arco é um elemento arquitetônico revolucionário. Permitiu às edificações maior leveza e<br />
sofisticação. Os romanos são responsáveis por esta inovação. Através de uma simples estrutura<br />
arqueada foi possível chegar ao arco de meio ponto e à abóboda de canhão. Esse elemento eternizou<br />
as honrarias, através dos Arcos Triunfais, transportou água para as cidades, através dos aquedutos e<br />
embelezou as fachadas. Com vários arcos entrelaçados foi possível cobrir os edifícios através dos<br />
tetos em abóboda. Sua evolução possibilitou que as edificações ganhassem maior altura com o arco<br />
ogival, caracterizando as catedrais góticas. Apesar da criação de materiais modernos como o aço e o<br />
concreto, o arco ainda é utilizado como conceito arquitetônico, embelezando as fachadas e<br />
sustentando pontes.<br />
A despeito da monumentalidade da obra, os templos egípcios se caracterizam por ser uma<br />
construção compacta, pesada e limitada espacialmente. O diâmetro avantajado das colunas é notório<br />
e contrasta com o espaço entre elas. Resultado do sistema construtivo adotado na época, brilhante<br />
por sinal, semelhante à construção de uma chaminé, onde o construtor assenta os blocos de forma<br />
circular estando ele no centro. Os blocos já esculpidos em formato curvo constituem o cilindro que,<br />
atingindo a altura desejada, recebem ornamentos denominados capitéis. Não e sabido se havia<br />
cobertura e mesmo havendo seria executada com materiais vindo da vegetação e não resistiria ao<br />
tempo, inexistindo como hoje se apresenta. O vão limitado era resultado da dificuldade da elevação<br />
de grandes blocos de rocha para compor a cobertura. A altura de 20 a 24 metros era expressiva para<br />
a época, não existindo nada além como comparação. Apesar disto o aglomerado de colunas dava ao<br />
ambiente um aspecto de labirinto. De qualquer forma esses edifícios são referência na Historia da<br />
Arquitetura e demonstram o máximo da técnica disponível naquela época.<br />
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Tomando-se por base a celebre frase "O que move o mundo são as perguntas e não as<br />
respostas", a adoção do arco para cobrir vãos maiores alimenta varias delas, como por exemplo:<br />
Em que momento descobriu-se que o posicionamento ascendente de uma peça, faria com<br />
que ela suportasse um peso maior?<br />
Que modelo serviu de base para estudos e aplicações até chegar-se a uma forma<br />
definitiva?<br />
Há na Antiguidade algum elemento arquitetônico que poderia servir como ponto de partida<br />
para favorecer esta evolução na Arquitetura?<br />
Nestas e noutras questões, estaremos caminhando a passos largos de encontro às respostas<br />
se simplesmente, tivermos coragem de perguntar.<br />
Seria necessário um bom exercício de imaginação para tentar decifrar este enigma e,<br />
evidentemente, recorrer aos dados históricos disponíveis. Com poucos exemplares ainda restantes<br />
qualquer tese estaria alicerçada, fatalmente, em suposições, mas com grande dose de acerto. Este<br />
assunto se torna intrigante e apaixonante, pois é necessário imaginar o comportamento dos<br />
construtores da época, com suas dificuldades e soluções que, obviamente seriam tomadas se<br />
fossemos nós os autores.<br />
Outros elementos arquitetônicos são característicos de determinada época ou cultura.<br />
No período Neolítico os dolmens inauguravam os espaços cobertos. Os blocos de pedras<br />
verticais serviam de apoio para sustentar blocos lamelares na horizontal, cuja finalidade era a de<br />
proteger contra as intempéries. Os trílitos de Stonehenge poderiam ser reconhecidos como<br />
embriões, considerando seus elementos verticais suportando vigas de pedra, das estruturas metálicas<br />
ou de concreto armado dos dias de hoje.<br />
Os egípcios criaram teto com blocos de rocha dispostos em balanço, como se o observador<br />
estivesse olhando por debaixo de uma enorme escadaria, capaz de suportar os milhares de toneladas<br />
de uma pirâmide. Quéops sendo a mais evoluída tecnicamente possui um teto em forma de "V"<br />
invertido onde foi utilizado blocos de granito estimados em 70 tons. cada. Suportou plenamente o<br />
peso do edifício que na época tinha 146 m de altura. Hoje sabemos que este recurso é usado na<br />
montagem de treliças que constituem as estruturas metálicas, pois, desfrutam do chamado<br />
"triângulo de forças", distribuindo o peso de forma angular e uniforme, tornando-as mais rígidas.<br />
Curiosamente há 4.500 anos não havia esta informação.<br />
O frontão adotado pelos gregos identifica sua arquitetura, pois não é encontrado<br />
anteriormente. O formato triangular sobre as colunatas distingue as vistas do edifício, separando-as<br />
entre frente, lateral e posterior. Seu uso exclusivo nos templos os torna característicos, ressaltando a<br />
fachada, inaugurando um novo formato e distinguindo-o dos outros edifícios. Pode ter surgido como<br />
um fechamento para encobrir o teto que se apresentava em formato duas águas.<br />
Voltando ao surgimento do arco, seria necessário identificar um modelo arquitetônico que<br />
originou sua efetivação. Sim, pois historicamente, na Arquitetura nada se inventa, tudo evolui.<br />
Sempre há um ponto de partida e, descobri-lo, é sempre uma aventura. Há evidencia de uma estreita<br />
relação, por incrível que pareça, entre os trílito de Stonehenge, o teto das câmaras funerárias<br />
egípcias e o frontão adotado pelos gregos, cujo resultado pode ter originado esse modelo<br />
arquitetônico. Com o passar do tempo ele assume uma função especifica conhecida como "Arco<br />
Triunfal" difundido pelos Romanos. Através deste ultimo, o arco se disseminou até os tempos<br />
atuais.<br />
Seria necessário analisar as fontes históricas para achar fundamentos que satisfaça esta<br />
afirmação, o que é um tanto difícil, porem não impossível.<br />
O enigma esta nos eventos que tenham iniciado um experimento novo quando da<br />
construção de alguma edificação que teria a finalidade de cobrir uma área maior. Os primeiros<br />
edifícios lembrados são os templos.<br />
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A grande inovação trazida pelos gregos é o frontão, valorizando a questão estética. Este<br />
elemento arquitetônico propicia ao edifício algo diferente: a fachada. Diferentemente dos templos<br />
egípcios que não a possuíam, pois se apresentavam como um conjunto de templos unificados<br />
caracterizando uma grande área construída.<br />
Atualmente poderíamos associar o frontão com uma estrutura de telhado, a tesoura ou um<br />
oitão. Se esta era a função é desconhecido, pois não resistiu ao tempo. Mas, um detalhe pode ser<br />
importante nesta descoberta se observarmos que o frontão aparece somente nas extremidades do<br />
edifício, ressaltando a fachada.<br />
Considerando o Parthenon como exemplo, com quase 70 m de comprimento, deduzimos<br />
que seriam necessárias várias estruturas em forma de frontão neste intervalo para suportar o plano<br />
de águas de uma cobertura. E não é isto que percebemos. Daí a crença de que este elemento teria<br />
somente uma função decorativa.<br />
Quanto aos vãos obtidos, percebemos que não excediam a três metros livres e um total de<br />
quatro a cinco metros para a arquitrave, elemento horizontal com a função de viga em nosso tempo.<br />
Esta distancia é um pouco mais significativa no chamado pronao, algo como um saguão de entrada.<br />
Ora uma peça como esta deveria pesar em torno de 15 tons. aproximadamente. Valor este muito<br />
significativo para a época.<br />
Os templos gregos floresceram 1.000 anos após os egípcios e neste intervalo de tempo os<br />
avanços nos sistemas construtivos não foram significativos. Maiores vãos necessitariam de peças<br />
maiores e conseqüentemente peso excessivo, mesmo utilizando um tipo rudimentar de guindaste já<br />
empregando um sistema de roldanas, aliviando a carga inicial. Hoje seria fácil elevar um bloco<br />
desses a dez ou doze metros de altura, mas há 2.500 anos, não. No caso egípcio ainda há vestígios<br />
do uso de aprisionamento de terra no espaço da construção do templo de Luxor. Juntamente com<br />
uma rampa facilitava o arraste de blocos de pedra sobre as colunas já erguidas. Este recurso é<br />
revelado por parte de um muro remanescente em seu entorno. Depois de pronto bastava desaterrar o<br />
espaço e expor a obra.<br />
Mas a pergunta que não se cala é: em que ocasião uma peça horizontal foi apontada para<br />
cima e apoiada simetricamente em outra com a finalidade de vencer um vão maior? Em alguma<br />
edificação em especial que não um templo? Em uma estrutura que tivesse outra finalidade? Qual? É<br />
difícil acreditar que num certo dia qualquer alguém tenha decidido "fazer uma janela em arco"<br />
Percebemos algo de estético nesta solução a princípio. Quem sabe para diferenciar da<br />
Arquitetura grega. Porem em dado momento se torna evidente que as qualidades apresentadas pelas<br />
estruturas arqueadas são sentidas, ou seja, maior resistência. Isto é sentido quando comparamos as<br />
arcadas do Coliseu Romano, cujos arcos são talhados num só bloco e os Arcos Triunfais, onde a<br />
estrutura arqueada compõe-se de varias peças menores cortadas em formato curvo. A disposição das<br />
peças citadas neste último parece obedecer um projeto específico, identificado por sua curvatura,<br />
bem como o bloco zenital de travamento. Este era tão importante que merecia um entalhe especial,<br />
dando destaque ao conjunto. Neste caso deduz-se que fosse necessário um escoramento de madeira<br />
para dar sustentação a montagem do arco. É presumível que até chegar neste "gabarito" dezenas de<br />
anos se passaram entre tentativas e erros. Daí a importância desses monumentos na busca desse<br />
modelo usado com a finalidade de testar algo novo. Eles podem ter surgido como elementos de<br />
sustentação para as primeiras estruturas arqueadas. Quanto a função de homenagear os imperadores<br />
e suas façanhas, pode ter sido adquirida após a efetivação da idéia como forma justificativa. Aliás<br />
esta prática era usada primitivamente, segundo registros históricos, usando-se estruturas<br />
temporárias. Sendo assim, provavelmente, eram executadas em madeira onde as armas conquistadas<br />
nas batalhas eram expostas.<br />
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A suspeita que torna o Arco Triunfal propício para ser um embrião na elaboração dos arcos<br />
está no fato deles serem encontrados fora das cercanias das cidades, praticamente em sua totalidade.<br />
Isto pode ser identificado como uma atitude de experimentação. É certo que essas cidades eram<br />
cercadas por muralhas e, as vezes continham arcos em sua constituição, porem nada indica que este<br />
costume tenha prescedido o processso.<br />
<strong>ARCO</strong> DE AUGUSTUS - RIMIN I - 27 a.C.<br />
Um exemplo típico está no Arco Triunfal acima, já existente, serviu de ancoradouro para a<br />
muralha que protegeria a cidade. Sua construção posterior ao arco é claramente visível. Além disso,<br />
tornou-se um portal de entrada. Historicamente as muralhas vieram a ser construídas após os arcos.<br />
Basicamente um Arco Triunfal clássico é formado por dois pilares maciços e interligados<br />
por um arco semi-esférico contendo ainda, uma cobertura em forma de telhado ou reta,<br />
complementado por estátuas e inscrições ressaltando vitórias ou eventos importantes.<br />
A decoração utilizada através das esculturas inclui figuras aladas do sexo feminino,<br />
semelhante aos anjos, obedecendo sempre o mesmo posicionamento como o topo da curva do arco.<br />
Outros modelos mais elaborados possuem arcadas laterais, porem a linguagem visual definido por<br />
colunas salientes e decoração são constantes e se repetirão nos modelos que viriam a ser construídos<br />
ao longo da História. A maioria dos Arcos Triunfais erigidos foram por iniciativa do Senado, tendo<br />
como justificativa homenagear conquistas romanas. Por outro lado incertezas cobrem este costume<br />
com relação as suas origens inclusive quanto ao modo construtivo.<br />
Esses e outros monumentos da Antiguidade causam ao leigo espanto e admiração pela<br />
engenhosidade que despertam. Muitas vezes alguns põem em duvida a capacidade humana de<br />
empreendê-los. Isto decorre do fato de haver apenas poucos exemplares, sempre demonstrando um<br />
domínio do processo ao longo do tempo. Não havendo modelos intermediários a descontinuidade<br />
construtiva colabora para essas incertezas.<br />
Alguns historiadores antigos deixaram registros desses eventos, porem superficiais.<br />
Principalmente quanto aos métodos construtivos. Vale lembrar aqui os templos egípcios repletos de<br />
inscrições mas, apenas com fatos históricos relacionados os faraós.<br />
Plínio, o Velho, menciona em seus escritos do primeiro século d.C. o uso desses<br />
monumentos para comemorar triunfos e eventos, referindo-se a eles como de invulgar importância.<br />
Curiosamente, Vitrúvio, o primeiro escritor da arquitetura romana no primeiro século a.C.<br />
não menciona essas edificações, teoricamente já existentes.<br />
Os Arcos Triunfais erguidos posteriormente eram destinados também a outras finalidades.<br />
No segundo século d.C a cidade de Ancona construiu o seu para homenagear o imperador Trajano<br />
devido as melhorias trazidas por ele ao porto da cidade.<br />
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Apesar desses registros não se sabe ao certo quando esse processo teve início, especula-se<br />
que tenha originado no período republicano com três exemplares construídos em Roma. Eram<br />
estruturas temporárias e não sobreviveram. O primeiro foi construído por Lúcio Stertinius em 196<br />
a.C., segundo dados históricos. Há algo de incorreto nesta afirmação, pois esse personagem não<br />
aparece na lista de consules republicanos de Roma nesta data e em nenhuma outra.<br />
O período imperial romano é responsável pela construção da maioria dos Arcos Triunfais<br />
sendo que no quarto século d.C. eles já somavam 36 unidades. Atualmente apenas 5 são<br />
remanescentes.<br />
Ao longo da História os Arcos Triunfais tornaram-se cada vez mais elaborados.<br />
Primeiramente identificados por simples estruturas arqueadas executados em tijolos ou pedra. As<br />
vezes fazendo o papel de pórtico da cidade eram interligado por muralhas. Os que eram construídos<br />
externamente espunham armas e objetos conquistados nas batalhas. Os Arcos construídos<br />
posteriormante continham arcadas laterais e recebiam mármore de alta qualidade em sua<br />
constituição. O teto, avantajado pela espessa parede de apoio, originou a abóboda de berço,<br />
principalmente nos modelos externos. Esse teto espunha um trabalho artezanal com a lapidação da<br />
pedras que constituiam o conjunto. Inscrições, adornos, baixos-relevos e estátuas de bronze<br />
completavam o trabalho. A ordem coríntia adornava as colunas padronizando o sistema por longa<br />
data.<br />
Se este tipo de edificação surge durante o período republicano Romano, isto é, no sec. I<br />
a.C. e denominada como sendo estruturas provisórias, não resistindo ao tempo, certamente eram<br />
construídos em madeira. Recebeu aprimoramentos conforme se fixava o costume. A princípio seria<br />
semelhante a um pórtico rudimentar servindo de suporte para as armas conquistadas dos inimigos<br />
de Roma. Com o passar do tempo fatalmente não seria suficiente para esta finalidade. Como na<br />
Arquitetura Neolítica a madeira é substituída pela pedra no decorrer do tempo cuja finalidade seria<br />
dar maior importância ou eternizar aquele feito. Se o formato seguiu o anterior, as primeiras<br />
unidades seriam semelhantes a um trílito. Supondo que a quantidade de armas, escudos e outros<br />
pertences valiosos na época, fossem em grande quantidade, seria necessário uma série de trilitos<br />
para expô-los.<br />
Com a adoção dos arcos aos portais de entrada, surge o costume de inserir a eles inscrições<br />
e referências aos seus construtores, dando-lhes maior importância e ao acesso às cidades. O fato<br />
desses elementos serem edificados separadamente, inclusive fora da zona urbana, induz a um<br />
questionamento quanto a sua construção apenas para servir de suporte de armas.<br />
<strong>ARCO</strong> TRIUNFAL DE GLANUM - FRANÇA<br />
A despeito dessas estruturas serem descritas somente no primeiro século d.C. pelo<br />
historiador Plínio, curiosamente, há exemplos desses monumentos que resistiram ao tempo e datam<br />
de época anterior a esses registros, como o arco triunfal de Glanum (França - 25 a 10 a.C.). O fato<br />
de estar fora de Roma confirma seu objetivo de ostentar vitórias e conquistas de seus exércitos.<br />
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Vale lembrar, nesta busca pelas origens dos arcos, que há vestígios do uso deste elemento<br />
quando da conquista da Gália, pelos romanos, onde se originou a França. Fato este ocorrido no<br />
primeiro século a.C. sob comando de Julio Cesar. Sob as fundações da catedral de Notre Dame, em<br />
Paris, há um sítio arqueológico que retrata este episódio.<br />
O cotidiano dos primeiros habitantes da antiguidade, onde hoje se encontra Paris, foi<br />
preservado sob a cripta arqueológica da Catedral de Notre Dame. Esse espaço se apresenta como<br />
uma cápsula do tempo composto por artefatos galo-romano. Esta residência pertencia a um dos<br />
precursores da cidade, conhecido como Lutèce. Assim, é possível ter uma visão fascinante de como<br />
viviam os personagens do poderoso Império Romano.<br />
Este sítio arqueológico também reforça a corrente das estruturas arqueadas construídas<br />
longe do perímetro urbano romano, aparentemente mais antigas que as executadas por lá.<br />
Teoricamente uma nova técnica construtiva deveria fazer o caminho inverso, ou seja, teria<br />
de ser levada por seus criadores às terras conquistadas quando da sua reurbanização. E não é isto<br />
que aparenta ser, pois há vestígios de sua aplicação fora dos domínios romanos muito antes de ser<br />
adotada à capital do império.<br />
SITIO ARQUEOLÓGICO DE PARIS<br />
É sabido que pouca coisa sobrava das cidades conquistadas e por este fato elas precisavam<br />
ser reconstruídas. Considerando que naquele tempo as informações demoravam anos para serem<br />
assimiladas e aplicadas é justificável seu uso nas cercanias de Roma muito tempo depois.<br />
Ao que tudo indica os arcos não foram criados para embelezar as muralhas ou acessos das<br />
cidades antigas e muito menos decorar as fachadas com janelas arqueadas. Esse novo recurso foi<br />
sendo disseminado em outras estruturas em decorrência de sua evolução técnica.<br />
Outra "invenção" trazida pelos romanos são os aquedutos, estruturas lavradas em pedra<br />
formando calhas com o propósito de levar água das nascentes aos pontos de consumo.<br />
Hoje são preservados vários exemplares que em sua grande maioria se apresentam com<br />
estruturas arqueadas. Porem os mais antigos são subterrâneos ou se desenvolvem na superfície. Em<br />
um dado momento na História eles são reconstruídos e recebem estruturas arqueadas ganhando com<br />
isso a possibilidade de atravessar terrenos irregulares e atingir uma distância muito maior.<br />
Deduzimos então, que os aquedutos também não foram responsáveis pela criação do arco e foram<br />
sim, beneficiados por ele.<br />
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AQUEDUTO DE SEGOVIA - ESPANHA<br />
Os aquedutos mais antigos datam do ano 312 a.C. e foram construídos pelos censores Appio<br />
Claudio e Caio Plauzio Venox, recebendo o nome de Aqua Appia. Este captava água das nascentes<br />
ao longo da via Prenestina e de forma subterrânea adentrava pela Porta Maggiore, alimentando<br />
vários pontos até o Fórum Boario. Passou por várias intervenções enquanto outros eram construídos<br />
nos anos 144 a.C., 33 a.C. e entre 11 e 4 a.C.<br />
Outro conhecido como Anio Vetus, construído pelos censores Manio Curio Dendato e<br />
Flavio Flacco entre os anos 272 e 270 a.C. terminava na Porta Esquilina, também se desenvolvia de<br />
forma subterrânea quase que em sua totalidade.<br />
Analisando esses dois casos somente, percebemos que os aquedutos são muito antigos e<br />
foram reconstruídos inúmeras vezes porem nada indica que tenham recebido arcos em sua forma<br />
original.<br />
Para os aquedutos a adoção dos arcos foi fundamental na irrigação de longa distância,<br />
abastecendo as cidades. Há desses equipamentos que se estenderam por cerca de 50 Km,<br />
atravessando terrenos irregulares, mas mantendo a inclinação necessária para o escoamento da água.<br />
As fachadas arqueadas mais famosas e expressivas são as do Coliseu Romano. Os arcos dão<br />
ao edifício uma clara unidade estilística ressaltada pela modularidade dos vãos. Demonstra uma<br />
evolução significativa dessa técnica denotando sua época como uma grande obra. Sem os arcos não<br />
teria a mesma expressividade plástica e talvez nem fosse possível sua execução como hoje se<br />
apresenta. Se o arco permite um espaçamento maior ente os apoios, sem ele os vãos seriam<br />
menores, trazendo ao edifício uma aparência mais pesada.<br />
COLISEU E <strong>ARCO</strong> DE CONSTANTINO - ROMA<br />
Com apenas linhas retas o Coliseu seria igual aos edifícios já existentes e não teria a mesma<br />
aura que o personifica. Porem seus arcos demonstram uma técnica apurada adquirida por longa<br />
data. Outros edifícios já haviam servido de modelos experimentais, quem sabe por pelo menos dois<br />
séculos antes de sua construção.<br />
Tentando identificar o ponto de partida até chegar aos arcos podemos imaginar uma<br />
estrutura sustentada por um escoramento de madeira permitindo uma montagem de peças lavradas<br />
em pedra apoiadas em maciços também de pedra.<br />
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É comum nas edificações romanas a representação, esculpida em pedra, de um frontão<br />
grego apoiado em duas colunas. Aparecem como detalhe estético nas fachadas ou emoldurando uma<br />
fonte d' água, por exemplo. Isto seria um bom modelo para a montagem de uma estrutura arqueada.<br />
Vamos imaginar um vão constituídos por rochas-vigas dispostas em forma de "V" invertido.<br />
E, se num dado momento nesta evolução, uma terceira peça horizontal unisse ou se apoiasse nas<br />
duas inclinadas para se obter um vão maior. Evidentemente que seria necessário o auxílio de alguma<br />
forma de escoramento, um anteparo que, com certeza, seria feito de madeira. O aprisionamento de<br />
terra entre dois maciços de pedra, gerando uma rampa, também poderia auxiliar no arraste e<br />
elevação das peças, recurso este, muito usado na antiguidade.<br />
Efetivada a construção do arco, sua evolução viabilizaria a criação da abóboda de canhão,<br />
outra inovação romana. Neste formato vários arcos são construídos paralelamente formando um<br />
tubo cortado ao meio, quem debaixo olha.<br />
<strong>ARCO</strong> ETRUSCO - PERUGIA - ITÁLIA<br />
(Curiosamente poderíamos supor que convivem lado a lado um embrião - a fonte - e o produto: o arco)<br />
Anteriormante, se alguma estrutura fosse construída em pedra e semelhante a um trilito,<br />
fatalmente ela receberia este novo recurso para vencer um vão maior.<br />
A partir da estabilidade esta estrutura poderia sustentar blocos de rocha menores<br />
preenchendo os espaços até formar um paredão nivelado. Todo o peso estaria distribuído de forma<br />
angular e não vertical, propriedade esta exclusiva dos arcos, ou seja, a resultante de forças seria<br />
transferida para os maciços laterais.<br />
Podemos imaginar também, nosso construtor primitivo montando uma sucessão de arcos<br />
sobre os vãos, preenchidos por um dos anteparos já descritos, até sua conclusão. Em seguida era só<br />
desmontar os escoramentos, admirar a obra e, certamente destiná-la a um uso muito especial: servir<br />
de berço para o transporte de água. Equipamento este já existente, porem numa configuração<br />
limitada.<br />
Inicialmente seria um modelo unitário isolado que não precisasse ser tão alto e servisse<br />
apenas de experimento. Com sucesso, uma série deles seriam executados. Podemos imaginar que<br />
dessas três peças que compusessem os primeiros arcos, para uma série delas seria apenas uma<br />
questão de tempo. Muito tempo, evidentemente, considerando as dificuldades de materiais,<br />
ferramentas e principalmente, conhecimentos de Física que viriam a serem disponibilizados 1.700<br />
anos depois.<br />
Infelizmente não encontramos nenhuma edificação com essas características, sinal que<br />
podem ter sido apenas experimentos. Somente vemos edificações que apresentam arcos<br />
perfeitamente estruturados, porem não é aceitável que eles, subitamente, foram montados nesta<br />
configuração.<br />
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Quando citamos as pirâmides, Quéops, Quéfrem e Miquerinos são as mais lembradas,<br />
porem em sua evolução há aquelas que se assemelham a escadas e as que desabaram e foram<br />
abandonadas.<br />
TETO DA CÂMARA FUNERARIA (PIRAMIDE DE QUÉOPS)<br />
Não podemos esquecer que as Pirâmides possuem câmaras mortuárias cujo teto é formado<br />
por blocos de granito lavrados com extrema precisão e dispostos em forma de "V" invertido,<br />
semelhante a um telhado duas águas dos dias de hoje.<br />
É sabido também, que os Romanos dominaram os Egípcios em certa época, por sinal na<br />
mesma em questão, quando da batalha do Áccio. Certamente conheciam os edifícios citados e sua<br />
configuração.<br />
A referida batalha ocorreu em 2 de setembro de 31 a.C. na região chamada Actium,<br />
pertencente a Grécia e foi protagonizada pelo general <strong>Marco</strong> Antonio e Otaviano, caracterizando<br />
uma guerra civil. Nesta batalha naval, <strong>Marco</strong> Antonio era apoiado pela frota de barcos da rainha<br />
Cleópatra VII, do Egito. <strong>Marco</strong> Vipsânio Agripa comandava a frota de Otaviano que, obtendo a<br />
vitória, pos fim a crescente oposição ao seu poderio crescente, como também a própria república<br />
romana, iniciando o período imperial.<br />
Após um ano aproximadamente Otaviano invade o Egito e, como registra a obra de Virgílio,<br />
Eneida, <strong>Marco</strong> Antonio e Cleópatra protagonisam a tragédia amorosa conhecida de todos.<br />
TRÍLITO DE STONEHENGE<br />
Stonehenge, no período neolítico, surgiu de um simples alinhamento feito com troncos de<br />
madeira e evoluiu por dois mil anos para chegar como hoje se apresenta. Por falar em Stonehenge<br />
nos lembramos de sua constituição formada por Trilitos, ou seja, duas rochas-pilares suportando<br />
uma rocha-viga.<br />
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Esses elementos caracterizam a parte central do monumento tornando-a especial onde eram<br />
realizados cultos místicos. Um trílito seria um bom modelo para se experimentar uma nova<br />
modalidade de vencer vãos maiores alterando a disposição de sua peça horizontal chamada de<br />
arquitrave.<br />
Mas as duas culturas estariam afastadas cerca de 2 mil quilômetros e em uma época tão<br />
remota, como seria possível esta interligação? Gregos e Romanos eram mais próximos e é notório a<br />
influência grega na Arquitetura romana.<br />
Buscando auxílio nos registros históricos verificamos que Júlio César, general romano<br />
invadiu a Britania, hoje Grã-Bretanha, duas vezes. A primeira invasão ocorrida em 55 a.C., no final<br />
do verão, mais se destacou por ser uma expedição de reconhecimento pois, não tendo o sucesso<br />
esperado, alcançou apenas a costa de Kent ou um pouco mais. Estando já em final de temporada de<br />
campanha, César tenta obter informações através de comerciantes e mercadores da região, bem<br />
como a localização dos portos que favorececem sua invasão. Era seu desejo conhecer também os<br />
hábitos dos moradores e militares. Sem sucesso o bastante, Gaius Volusenus, tribuno romano é<br />
enviado com apenas um navio para explorar a costa de Kent entre Hythe e Sandwich, porem não<br />
chegando em terra. Ele temia ser capturado pelos bárbaros da região e após cinco dias, retorna com<br />
suas informações de espionagem a César.<br />
A segunda invasão, ocorrida em 54 a.C., foi melhor planejada e contou com cinco legiões e<br />
dois mil combatentes de cavalaria. Com navios desenhados por ele própio, começa sua invasão a<br />
partir de Portus Itius. Mesmo sem conquistas, César entroniza Mandubracio donde advém uma série<br />
de reinos clientes romanos influenciados por sua cultura e política.<br />
Finalmente em 43 a.C., o imperador Cláudio, beneficiado pelas relações comerciais e<br />
diplomáticas iniciadas por Júlio César, impõe sua conquista permanente com a fundação de<br />
Londinium, hoje Londres, na margem norte do rio Tâmisa. Daí ela passa a ser a capital da província<br />
romana cujo auge se dá no III século a.C. com uma população de aproximadamente 45.000 a 60.000<br />
habitantes.<br />
O mapa abaixo mostra as incursões de Júlio César pelo continente europeu. Esta vasta área<br />
foi dominada e colonizada pelos romanos. Em seguida eles adentram pela Grã-Bretanha até os<br />
limites com a Escócia. As muralhas de Adriano, também imperador romano, sobreviveram para<br />
testemunhar suas conquistas e balizar os limites deste vasto império.<br />
CONQUISTAS ROMANAS NA EUROPA DE HOJE<br />
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<strong>Prof</strong>. <strong>Marco</strong> <strong>Pádua</strong> ---------------------------------------------O <strong>ARCO</strong> <strong>ROMANO</strong>--------------------------------------------------------------------10
Curiosamente os Arcos Triunfais começam a serem erguidos nesta época, fora dos domínios<br />
romanos, simbolizando suas conquistas.<br />
Voltando a Stonehenge, é sabido que os Romanos o conheciam, pois achados arqueológicos<br />
demonstram sua presença através de objetos, utensílios e moedas. Outro indício seria uma área<br />
próxima ao monumento conhecida como "Campos de Vespasiano", onde o imperador romano teria<br />
estacionado suas tropas durante suas incursões àquela região.<br />
Historicamente falando, segundo alguns registros, os arcos já eram utilizados na<br />
Antiguidade, entre os povos do Antigo Egito, Babilônia, Grécia Antiga e Assíria. Eram destinados<br />
exclusivamente em obras subterrâneas, como drenagem. Mesmo as abóbadas também eram<br />
utilizadas. É facil imaginar que numa escavação com o objetivo de conduzir água ou a criação de<br />
uma passagem, um abrigo ou outra finalidade qualquer, fatalmente se produziria um teto arqueado.<br />
Isto seria mais perceptível se o terreno escado fosse argiloso. Se arenoso nem ao menos serviria pela<br />
falta de coesão. O teto curvo se justificaria até pela pouca exigência estética que reinava na época.<br />
Esta consequência natural advinda do ato de desmontar o terreno, expos um formato que,<br />
externamente reproduzido, viria revolucionar a forma de construir. Curiosamente não há vestígios<br />
que denuncie o uso do arco em qualquer tipo de edificação erigida por qualquer cultura citada<br />
acima. Nada chegou até nossos dias.<br />
Assim sendo, o arco estaria dentre aquelas criações, como a roda, cujos inventores<br />
permanecem no anonimato. São tão antigos quanto a própria humanidade e suas origens remontam<br />
a pré-História.<br />
Os romanos trouxeram os arcos acima da linha do terreno e difundiram-no em inúmeras<br />
aplicações, porem a pergunta continua: de que maneira?<br />
VOLUBILIA - MARROCOS - 217 a.C.<br />
Acima temos o Arco Triunfal construído pelos romanos no Marrocos. Ele expõe novamente<br />
um detalhe curioso, representado por um nicho estruturado nos moldes de um frontão grego. Este<br />
conceito arquitetônico torna-se relevante a medida que é usado frequentemente. Seu uso ganha tal<br />
importância pelo fato dele sugerir uma relação original com todos os elementos citados<br />
anteriormente. E, se imaginar-mos uma terceira peça apoiada naquelas inclinadas teríamos o<br />
estopim para a cadeia de eventos que culminariam nas estruturas arqueadas. Esta lógica é<br />
irrefutável.<br />
Evidentemente que essas suposições alimentam o imaginário humano, baseadas em<br />
evidências louváveis, porem de difícil comprovação.<br />
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<strong>Prof</strong>. <strong>Marco</strong> <strong>Pádua</strong> ---------------------------------------------O <strong>ARCO</strong> <strong>ROMANO</strong>--------------------------------------------------------------------11
Indo além neste exercício de imaginação podemos associar os dados históricos com os<br />
vestígios remanescentes, juntamente com a técnica construtiva herdada gratuitamente de nossos<br />
antepassados através de louvável esforço, na intenção de ligar os eventos que alimentaram a<br />
evolução de um recurso admirável. Conduzindo um raciocínio lógico, torna-se impossível não<br />
perguntar: Seria possível dizer que os Trilitos de Stonehenge serviram de modelo para que os<br />
Romanos expusessem suas armas conquistadas? Primeiramente feitos em madeira, depois<br />
eternizados em pedra? Seria este novo artefato os anteparos necessários para as rochas em "V"<br />
invertido, imitando tumbas faraônicas, já explorados pelos gregos através do frontão, que<br />
originaram os Arcos Triunfais que conhecemos? Com sucesso uma sucessão desses elementos<br />
serviria de berço para os aquedutos. Daí para as janelas arqueadas o caminho seria curto, pois,<br />
considerando a fachada do Coliseu, se possível fosse torná-la reta, teríamos a estrutura necessária<br />
para sustentar um curso d'água elevado.<br />
Seria imaginação alegar essas afirmações ou, quem sabe, o curso natural desses eventos. Se<br />
os Romanos não são os reais inventores do arco arquitetônico, souberam usar sabiamente os<br />
conceitos herdados nas terras conquistadas. Impondo este recurso como seu estilo arquitetônico eles<br />
presentearam as gerações futuras, permitindo-lhes feitos notáveis.<br />
São perguntas difíceis de serem respondidas e passíveis de injustiças. Certamente como<br />
conquistadores, era de direito assimilar todo esse conhecimento. Contudo, pelo lado positivo,<br />
difundiram este legado também nas terras conquistadas, pois, hoje vemos arenas romanas na<br />
França, pontes em Portugal e aquedutos na Espanha.<br />
O assunto é polêmico e será sempre motivo de intenso debate. Novos dados surgirão através<br />
de novas pesquisas e, certamente continuarão a alimentar o imaginário humano, tornando-o mais<br />
apaixonante. Questionar é o primeiro passo e ele foi dado. Sugestões serão sempre bem vindas.<br />
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