28 um <strong>olhar</strong> <strong>para</strong> aS altaS habilidadeS: ConStruindo CaminhoS o qUe medem os testes de inteliGênCia? Os testes medem, como foi dito acima, algum<strong>as</strong> habili- dades definid<strong>as</strong> de antemão como componentes da inteligência. o teste, portanto, depende da concepção de inteligência de seu criador. 1. Há testes que avaliam apen<strong>as</strong> a inteligência geral. Normalmente são testes não-verbais, isto é, compostos apen<strong>as</strong> por figur<strong>as</strong>, e não por palavr<strong>as</strong>. Neles, o sujeito deve estabelecer relações lógic<strong>as</strong> cada vez mais complex<strong>as</strong>. Por serem não-verbais, considera-se que superem <strong>as</strong> fronteir<strong>as</strong> culturais, podendo ser aplicados a qualquer população. Neste grupo encontramos testes como o Eqüicultural de Inteligência, desenvolvido no Br<strong>as</strong>il, e o reconhecido Teste de Matrizes Progressiv<strong>as</strong> de Raven, normalmente considerado o mais eficaz na identificação d<strong>as</strong> alt<strong>as</strong> <strong>habilidades</strong>. 2. Há testes que consideram <strong>as</strong>pectos gerais da inteligência, como a capacidade de desenvolver raciocínio abstrato, e <strong>as</strong>pectos específicos. Neste grupo encontram-se os instrumentos mais usados: a Escala Wechsler de Inteligência e a Escala Terman-Merrill. São testes complexos, que avaliam <strong>as</strong>pectos como memória, habilidade verbal, raciocínio matemático, manejo de situações da vida prática, organização no tempo e no espaço, habilidade motora, entre outr<strong>as</strong> cois<strong>as</strong>. Essa forma de identificação tem, entretanto, limites. As cl<strong>as</strong>sificações numéric<strong>as</strong> de nível mental têm pouc<strong>as</strong> aplicações prátic<strong>as</strong>. A principal del<strong>as</strong> é a se<strong>para</strong>ção de diferentes grupos com fins educacionais. Essa foi a origem dos testes de inteligência, e a intenção nessa se<strong>para</strong>ção era incentivar o uso de recursos pedagógicos diferenciados conforme <strong>as</strong> necessidades d<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong>. Sabemos, no entanto, os resultados dessa medida, com relação à sua conseqüência mais indesejável: a discriminação. Além disso, a redução da pessoa a um número não é eficiente quanto aos procedimentos educacionais, uma vez que não há du<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> com um mesmo Q.I. que sejam iguais. Assim, podemos concluir que essa modalidade de avaliação, quando usada exclusivamente, tira de contexto os diferentes modos de “ser inteligente”, que são infinit<strong>as</strong> form<strong>as</strong> de arranjo de comportamentos inteligentes. Rodolfo Marson, 17 anos – EM EE Dona Cota Leonel – Diretoria de Ensino Região de Avaré
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