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Tema: Eu e os outros - Editora Saraiva

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<strong>Tema</strong>:<br />

<strong>Eu</strong> e <strong>os</strong> outr<strong>os</strong><br />

ESTUDO DO TEXTO<br />

Aprendizado<br />

— A arte é um longo aprendizado, e a vida d<strong>os</strong> grandes escritores está cheia de lutas e de<br />

sacrifíci<strong>os</strong>.<br />

Padre Ângelo olhou um instante pelo vitrô que dava para a rua; depois voltou-se de novo para<br />

a classe e olhou para ele:<br />

— Meu filho, Deus te deu uma vocação; cultive-a com carinho. Um grande futuro te espera.<br />

O resto da aula ele mal vira — nada mais tinha importância, nada mais existia a não ser aquele<br />

mundo dentro dele, aquela coisa maior que tudo lá fora.<br />

Agora ia pela rua, a caminho de casa. Quando chegou no Jardim, teve uma vontade doida de sair<br />

correndo, gritando e saltando sob as árvores.<br />

Tirou a redação da pasta e olhou mais uma vez: no canto da página, em cima, um dez grande,<br />

escrito com tinta vermelha, seguido de um ponto de exclamação. E seus pais, quando ele m<strong>os</strong>trasse<br />

e contasse?<br />

Não podia mais, e já ia correr, quando foi olhar para trás e viu Jordão e Grilo: Jordão fezlhe<br />

um sinal para esperar. Ele ficou parado, olhando para <strong>os</strong> dois, que vinham contra o fundo<br />

da tarde que morria: Jordão gordo e gingando, e Grilo comprido e curvo. Alguma coisa ia encolhendo<br />

dentro dele.<br />

— Como é, escritor?... — Jordão abraçou-o.<br />

Ele procurou sorrir. Grilo vinha meio atrás, sem falar nada.<br />

— Fiquei contente pra burro: tenho um colega gênio... Cadê a redação?<br />

— Está aqui na pasta.<br />

— Deixa eu ver.<br />

— Amanhã te m<strong>os</strong>tro; estou com pressa agora, mamãe<br />

pediu para eu chegar mais cedo hoje — ele mentiu.<br />

— Num instantinho eu leio.<br />

— Amanhã eu levo no colégio.<br />

Vinha trazendo a pasta dependurada pela mão;<br />

passou-a para debaixo do braço e ficou segurando<br />

com força. Sentia seu coração bater<br />

contra ela.<br />

Jordão tirava uma pedrinha do sapato,<br />

apoiado em Grilo.<br />

— Enchem o saco essas pedrinhas.<br />

Recomeçaram a andar.<br />

— Você não foi na festa ontem — disse<br />

Jordão. — Foi bacana, dançam<strong>os</strong> e bebem<strong>os</strong><br />

pra burro. Por que você não foi?...<br />

— Não deu.<br />

49


— Você estava escrevendo?<br />

— Não.<br />

— É verdade que sua mãe te ajuda a escrever?<br />

— Quem disse isso?<br />

— Ouvi dizer lá no colégio.<br />

— Quem disse?<br />

— Ouvi dizer. Você também não ouviu, Grilo?<br />

— Ouvi.<br />

— Quero saber quem disse isso.<br />

— Quê que tem? Acho que não tem nada de mais a mãe da gente ajudar.<br />

— Minha mãe não me ajuda — ele disse.<br />

— Pois minha mãe me ajuda. De vez em quando eu peço a ela. Não é porque eu tenho preguiça;<br />

é que mulher é que tem jeito pra essas coisas.<br />

Ele ficou calado.<br />

— <strong>Eu</strong> não tenho jeito nenhum — continuou Jordão. — Meu negócio é ser macho — e virou-se<br />

e deu uns soc<strong>os</strong> em Grilo, provocando-o.<br />

— Você não dá nem pro começo — disse Grilo.<br />

— Uma esquerda só, e eu te amasso, Grilo.<br />

— Você não dá nem pra começar — disse Grilo.<br />

Jordão atirou a esquerda, não com tanta força que machucasse; Grilo desviou-se e deu-lhe uma<br />

gravata.<br />

— Agora — disse Grilo, segurando-o com o braço <strong>os</strong>sudo, <strong>os</strong> olh<strong>os</strong> brilhantes.<br />

— Me larga — Jordão t<strong>os</strong>siu sufocado —, você tá me enforcando...<br />

Grilo ainda deu uma apertada, provando sua força; depois soltou-o.<br />

— Você quase me mata — choramingou Jordão, passando a mão pelo pescoço, que estava<br />

vermelho.<br />

Grilo ria contente.<br />

— Filho duma égua — Jordão ameaçou avançar de novo, e Grilo deu uma corridinha, rindo. —<br />

Vem, vem agora, se você é homem...<br />

— <strong>Eu</strong> não, bem, você é muito gorda...<br />

Jordão riu.<br />

— Cavalo...<br />

Ele esperava, olhando para <strong>os</strong> dois.<br />

Jordão foi andando com ele. Olhou para trás:<br />

— Olha que coisa mais esquisita, olha se isso é gente; eu, se<br />

tivesse nascido assim, suicidava...<br />

[...]<br />

Os três iam andando. Tinham atravessado<br />

metade do Jardim.<br />

— Acho que é sacanagem... — disse<br />

Jordão.<br />

— Sacanagem o quê? — ele perguntou,<br />

e seu coração começou a bater depressa de<br />

novo.<br />

— Você não deixar a gente ler agora a<br />

redação...<br />

— Já te falei que amanhã eu levo no colégio;<br />

amanhã você lê.<br />

— Amanhã está longe, queria ler é agora...<br />

50<br />

Português: Linguagens — William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães


Português: Linguagens — William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães<br />

[...]<br />

— Não! — explodiu. [...]<br />

Os dois pararam assustad<strong>os</strong>.<br />

— Você fica enchendo o saco! Já te falei<br />

que agora não dá, que amanhã eu levo no<br />

colégio! Que diabo!<br />

— Tá bem — disse Jordão —; não é caso<br />

de briga não...<br />

Recomeçaram a andar.<br />

— Falei que não dá, e você fica insistindo.<br />

Se desse, eu m<strong>os</strong>trava.<br />

— Tá certo — disse Jordão. — Não tem problema<br />

não; você não quer, não quer; estava só pedindo...<br />

Grilo vinha atrás e parecia mais curvado ainda.<br />

— Só por uma questão de amizade; você tinha m<strong>os</strong>trado para<br />

<strong>os</strong> outr<strong>os</strong>, e então pensei que...<br />

— Está bem — ele parou de repente: — eu vou m<strong>os</strong>trar; mas vê<br />

se lê rápido; em dois minut<strong>os</strong>, tá?<br />

— Em dois minut<strong>os</strong> — concordou Jordão.<br />

Ele apoiou a pasta no peito, abriu, e tirou a redação. Se tivesse olhado<br />

um minuto antes, teria visto Jordão fazer um sinal para Grilo; agora, um minuto<br />

depois, a redação com eles, o que viu foi <strong>os</strong> olh<strong>os</strong> brilhantes de Grilo e Jordão sorrindo — e então<br />

compreendeu tudo.<br />

— Me dá minha redação — avançou, mas Jordão puxou a mão para trás.<br />

— Calma... <strong>Eu</strong> não li ainda...<br />

— <strong>Eu</strong> também não li — disse Grilo, no mesmo tom.<br />

Seu r<strong>os</strong>to queimava, e ele só via aqueles dois na frente, rindo.<br />

— Vocês são uns sacanas.<br />

— Como é que é?... — Jordão pôs a mão no ouvido.<br />

— Ele disse que nós som<strong>os</strong> uns sacanas, Jordão.<br />

— Você disse isso, Eduardo?<br />

Seus olh<strong>os</strong> embaçavam de desespero e ódio.<br />

— Tadinho — Jordão riu —, olha como ele está... Você acreditou mesmo que eu queria ler sua<br />

redação, benzinho?...<br />

— Você é um sacana.<br />

— Olha lá, hem — Jordão ameaçou. — Para de me chamar disso.<br />

— Sacana.<br />

— <strong>Eu</strong> rasgo essa b<strong>os</strong>ta aqui, Eduardo.<br />

— Sacana.<br />

— <strong>Eu</strong> tou avisando, Eduardo.<br />

— Sacana.<br />

— Para, Eduardo!<br />

— Sacana.<br />

Jordão rasgou a folha e tornou a rasgar e a rasgar.<br />

[...] Eduardo deu um murro com tanta força, que Jordão foi cair sentado no chão.<br />

Na mesma hora foi agarrado por trás. Tentou escapar, mas Grilo o segurava com força.<br />

E então viu Jordão se aproximando, com <strong>os</strong> punh<strong>os</strong> fechad<strong>os</strong>:<br />

— Você vai aprender agora.<br />

gingar: curvar para um lado<br />

e outro; balançar-se.<br />

(Luiz Vilela. In: Cont<strong>os</strong> da infância e da adolescência. São Paulo: Ática, 1996. p. 85-9.)<br />

51


COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO<br />

1. O texto retrata um problema que é<br />

comum entre crianças, adolescentes e<br />

52<br />

jovens. Qual é esse problema?<br />

Uma pessoa ou um grupo de pessoas importunar outra pessoa, caçoando,<br />

zombando, humilhando, agredindo, etc.<br />

2. Eduardo estava muito feliz porque algo<br />

especial tinha acontecido a ele.<br />

a) O que o deixara feliz?<br />

b) Identifique no texto uma frase que<br />

demonstre o estado emocional de<br />

Eduardo depois de receber a notícia<br />

do padre Ângelo.<br />

Ter tirado dez numa redação.<br />

Entre outras p<strong>os</strong>sibilidades: “nada mais existia a não ser aquele mundo<br />

dentro dele” e “teve uma vontade doida de sair correndo, gritando”.<br />

3. Num texto narrativo, um fato geralmente<br />

é consequência de outro. Apesar<br />

disso, às vezes encontram<strong>os</strong> “pistas<br />

textuais” que prenunciam o que ainda<br />

vai acontecer. Identifique, no sétimo<br />

parágrafo, uma pista d<strong>os</strong> problemas<br />

que Eduardo enfrentaria mais adiante.<br />

Alguma coisa ia encolhendo dentro dele.<br />

4. Jordão e Grilo aproximaram-se de Eduardo porque, segundo eles, queriam ler a redação. Ao ler<br />

o texto, você acreditou nessa explicação d<strong>os</strong> dois? Caso não, levante hipóteses: Por que, então,<br />

eles insistiram tanto em ler o texto de Eduardo?<br />

5. A propósito das personagens Jordão e Grilo:<br />

a) O narrador as descreve desta forma: “Jordão gordo e gingando, e Grilo comprido e curvo”.<br />

Que relação existe entre <strong>os</strong> nomes das personagens e a descrição delas?<br />

b) Que idade você acha que eles têm? Resp<strong>os</strong>ta pessoal. Sugestão: Entre 10 e 13 an<strong>os</strong>.<br />

c) Como você caracterizaria o relacionamento que há entre eles?<br />

d) Em que Eduardo difere d<strong>os</strong> outr<strong>os</strong> dois?<br />

Eduardo é um menino frágil, ingênuo e inexperiente.<br />

Quem é Luiz Vilela?<br />

Luiz Vilela nasceu em<br />

Ituiutaba, Minas Gerais, em 1942.<br />

Começou a escrever a<strong>os</strong> 13 an<strong>os</strong>.<br />

Formou-se em Fil<strong>os</strong>ofia, em Belo<br />

Horizonte, e foi jornalista em São<br />

Paulo.<br />

Estreou na literatura a<strong>os</strong><br />

24 an<strong>os</strong>, com o livro de cont<strong>os</strong><br />

Tremor de terra, e com ele<br />

ganhou o maior prêmio literário do país, o Prêmio<br />

Nacional de Ficção.<br />

Publicou até agora doze livr<strong>os</strong>, entre romances,<br />

novelas e cont<strong>os</strong>, sendo o mais recente A cabeça (cont<strong>os</strong>).<br />

Luiz Vilela já foi adaptado para o cinema, o teatro e<br />

a televisão, e traduzido para várias línguas.<br />

Depois de morar também n<strong>os</strong> Estad<strong>os</strong> Unid<strong>os</strong> e na<br />

Espanha, ele mora hoje, novamente, em sua cidade natal.<br />

Não. Insistiram porque queriam aprontar alguma armadilha para Eduardo, como depois<br />

se comprovou.<br />

A palavra Jordão, terminada em -ão (que no português indica aumentativo), sugere uma pessoa<br />

grande; a descrição de Grilo — “comprido e curvo” — coincide com a forma física do inseto.<br />

6. Leia a seguinte relação de fat<strong>os</strong> e a numeração que identifica cada um deles.<br />

É um relacionamento agressivo, pois eles se agridem<br />

verbalmente (Grilo chama Jordão de “gorda”, e Jordão,<br />

entre outras agressões, chama Grilo de “filho de uma<br />

égua” e “cavalo”) e chegam a lutar fisicamente, mesmo<br />

que por brincadeira.<br />

1. Jordão e Grilo, com <strong>os</strong> olh<strong>os</strong> brilhantes, tomam a redação com a finalidade de roubá-la ou<br />

rasgá-la.<br />

2. Jordão pede a Eduardo que, em nome da amizade, deixe-o ler a redação.<br />

3. Jordão afirma que era a mãe de Eduardo quem escrevia<br />

as redações.<br />

4. Jordão sugere que escrever bem não é coisa de<br />

“macho”.<br />

a) Que sequência numérica traduz a sequência correta<br />

das ações de Jordão e Grilo no texto? 3, 4, 2, 1<br />

b) Qual dessas ações leva Eduardo ao ponto máximo de<br />

nerv<strong>os</strong>ismo e desespero? A primeira.<br />

<strong>Editora</strong> Ática<br />

Português: Linguagens — William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães


Português: Linguagens — William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães<br />

7. O desespero e a decepção de Eduardo não ocorrem apenas porque a redação foi rasgada, mas<br />

também por outro motivo.<br />

a) Qual é esse motivo? A mentira de Jordão; ele disse que, “por uma questão de amizade”, queria ver a redação, mas sua verdadeira intenção era outra.<br />

b) Indignado, Eduardo chama <strong>os</strong> colegas de classe de “sacanas”. Qual é o sentido dessa palavra<br />

no contexto? Pessoas mentir<strong>os</strong>as, falsas, que se aproveitam da situação.<br />

8. O título do texto é “Aprendizado”.<br />

a) No início do texto, padre Ângelo diz a Eduardo: “A arte é um longo aprendizado, e a vida<br />

d<strong>os</strong> grandes escritores está cheia de lutas e de sacrifíci<strong>os</strong>”. O final da história coincide com a<br />

previsão do padre Ângelo? Sim, pois Eduardo já vive as primeiras dificuldades trazidas pelo fato de escrever bem.<br />

b) Na última cena do texto, Eduardo é segurado por Grilo, enquanto Jordão diz: “Você vai aprender<br />

agora”. O que você acha que vai acontecer em seguida? Provavelmente, Eduardo será esmurrado por Jordão.<br />

c) Justifique o título do texto.<br />

A LINGUAGEM DO TEXTO<br />

1. No trecho “— Meu filho, Deus te deu uma<br />

vocação; cultive-a com carinho.”:<br />

a) O pronome a evita a repetição de uma<br />

expressão empregada anteriormente.<br />

Qual é essa expressão? uma vocação<br />

b) Tomando como exemplo a frase<br />

acima, indique o pronome que pode<br />

substituir adequadamente as palavras<br />

destacadas:<br />

Você não tem com quem deixar<br />

seu irmão menor? Deixe- o comigo.<br />

Você tem gibis antig<strong>os</strong> do<br />

Super-Homem? Traga- <strong>os</strong> para eu ver.<br />

As crianças estão com fome.<br />

Leve- as<br />

até a lanchonete para tomar<br />

um suco.<br />

2. Neste trecho:<br />

O título pode se referir tanto ao tipo de aprendizado dito por padre Ângelo quanto ao aprendizado sugerido por Jordão ou ao<br />

aprendizado que as situações proporcionam a quem as vive.<br />

Com a palavra, o autor<br />

Veja alguns trech<strong>os</strong> de uma entrevista<br />

dada pelo escritor Luiz Vilela:<br />

• “As pessoas pensam que para ser escritor<br />

basta ser alfabetizado. Não é assim. É necessário<br />

todo um aprendizado. É preciso ler muito<br />

e escrever muito. E ter talento, é claro, pois<br />

sem talento qualquer esforço será inútil”.<br />

• “Uma obra de ficção é feita com element<strong>os</strong><br />

reais e element<strong>os</strong> imaginári<strong>os</strong>. Ou seja: coisas<br />

que de fato existiram e coisas que nunca<br />

existiram, a não ser na cabeça do autor”.<br />

• “É preciso estar atento a tudo, ter olh<strong>os</strong> e<br />

ouvid<strong>os</strong> para tudo. Aliás, o escritor é exatamente<br />

isso: alguém que não perde nada,<br />

alguém que tudo observa, tudo registra e<br />

tudo guarda em sua memória”.<br />

“— Fiquei contente pra burro: tenho um colega gênio... Cadê a redação?”<br />

(In: Cont<strong>os</strong> da infância e da adolescência, cit., p. 4.)<br />

Resp<strong>os</strong>tas pessoais. Sugestões: supermercado monstro, papo cabeça.<br />

a) A palavra gênio normalmente é um substantivo. Na frase acima, entretanto, ela assume o<br />

papel de adjetivo, equivalendo a “genial”. A exemplo do que ocorre com a palavra gênio nesse<br />

trecho, crie enunciad<strong>os</strong> em que <strong>os</strong> substantiv<strong>os</strong> monstro e cabeça tenham o papel de adjetivo.<br />

b) A expressão pra burro, muito usada na língua coloquial, tem no contexto um valor de advérbio<br />

de intensidade. Que palavra poderia substituí-la? muito, bastante<br />

3. No trecho “não tem nada de mais a mãe da gente ajudar”, observe o modo como a expressão de<br />

mais está grafada.<br />

53


54<br />

Agora veja estas outras frases:<br />

Jordão e Grilo importunaram demais Eduardo.<br />

A festa foi demais.<br />

a) Deduza a regra: Em que situações empregam<strong>os</strong> de mais? Em quais empregam<strong>os</strong> demais?<br />

b) Construa um enunciado empregando de mais e outro empregando demais.<br />

Resp<strong>os</strong>tas pessoais. Sugestões: Você me deu dinheiro de mais. Você come demais.<br />

4. Na frase “Tadinho [...], olha como ele está... Você acreditou mesmo que eu queria ler sua redação,<br />

benzinho?...”, dita por Jordão, o que <strong>os</strong> diminutiv<strong>os</strong> tadinho e benzinho expressam?<br />

Os diminutiv<strong>os</strong> expressam ironia, depreciação, preconceito.<br />

LEITURA EXPRESSIVA DO TEXTO<br />

Sob a orientação do professor, forme um grupo com mais dois colegas e façam a leitura expressiva<br />

da parte final do texto, do parágrafo que começa com “— Acho que é sacanagem...” até o fim.<br />

Durante a leitura, desprezem a fala do narrador e concentrem-se apenas n<strong>os</strong> diálog<strong>os</strong>.<br />

Usem a entonação adequada para reproduzir a tensão da situação. As falas de Eduardo devem<br />

manifestar preocupação, decepção e nerv<strong>os</strong>ismo. As falas de Jordão e Grilo devem refletir a falsidade<br />

das personagens: ora expressar amizade, ora segundas intenções.<br />

Trocando ideias<br />

1. Você já foi vítima de uma situação parecida<br />

com a que Eduardo viveu, isto é, já foi ofendido,<br />

caçoado ou pressionado por colegas?<br />

Se sim, conte para <strong>os</strong> colegas como foi essa<br />

experiência.<br />

2. Coloque-se na situação de Eduardo. Como<br />

você faria para lidar com a pressão de Jordão<br />

e Grilo? Agiria como Eduardo ou de modo<br />

diferente?<br />

3. Jordão, mais do que Grilo, parece ter necessidade<br />

de insultar ou machucar as pessoas que<br />

o cercam. Levante hipóteses: Por que, na sua<br />

Professor: Espera-se que, entre outras p<strong>os</strong>si-<br />

opinião, ele é assim?<br />

bilidades, <strong>os</strong> alun<strong>os</strong> levantem a hipótese de<br />

Jordão também ser vítima de caçoadas por parte d<strong>os</strong> colegas, pelo fato de ser gordo. Nesse<br />

caso, a atitude dele em relação a Eduardo seria uma espécie de vingança.<br />

4. Grilo parece ser mais tímido do que Jordão;<br />

no entanto, acaba agindo como o colega.<br />

Na sua opinião, as pessoas, mesmo quando<br />

boas, podem ser influenciadas a agir de uma<br />

forma ruim?<br />

5. Jordão afirma que escrever bem é coisa de<br />

mulher. Você concorda com a opinião dele?<br />

Por quê?<br />

Empregam<strong>os</strong> de mais quando a expressão for o op<strong>os</strong>to de de men<strong>os</strong>; e empregam<strong>os</strong><br />

demais quando a expressão equivaler a muito ou ótimo.<br />

Professor: Sugerim<strong>os</strong> fazer uma leitura prévia do trecho indicado, a fim de m<strong>os</strong>trar para<br />

<strong>os</strong> alun<strong>os</strong> a entonação e a pausa adequadas em cert<strong>os</strong> trech<strong>os</strong>.<br />

Reprodução<br />

Português: Linguagens — William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães

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