20.04.2013 Views

11ª edição - UniABC

11ª edição - UniABC

11ª edição - UniABC

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

MUSEU BARÃO DE MAUÁ: uma<br />

construção colonial no ABC Paulista<br />

A casa onde está<br />

instalada o Museu Barão de<br />

Mauá é um dos mais<br />

importantes patrimônios<br />

culturais do ABC Paulista.<br />

Inaugurado em 06/11/1982<br />

pelo prefeito Dorival Rezende, o<br />

museu foi assim nomeado em<br />

homenagem ao patrono da<br />

cidade que, segundo se<br />

supunha, teria morado na casa<br />

onde está instalado. Tal fato,<br />

porém, nunca foi comprovado.<br />

O Museu possui um<br />

acervo de cerca de 10 mil itens<br />

que inclui objetos diversos,<br />

fotografias, livros e periódicos,<br />

referentes sobretudo à História<br />

de Mauá e do ABC Paulista. Em<br />

suas instalações realizam-se<br />

exposições periódicas<br />

referentes aos mais diversos<br />

temas, embora com ênfase na<br />

trajetória social e cultural do<br />

município.<br />

A construção na qual o<br />

Museu está instalado é uma<br />

das mais antigas do ABC e um<br />

marco na História da<br />

arquitetura paulista: trata-se de<br />

uma casa bandeirista, erguida<br />

2<br />

Parte superior<br />

de um oratório<br />

interno da<br />

casa.<br />

no início do século XVIII na<br />

técnica de taipa de pilão. Tal<br />

técnica consiste no preparo de<br />

barro com elementos diversos:<br />

pedras, pedaços de madeira,<br />

cipós, crina de cavalo e sangue<br />

de boi. Esse barro era<br />

despejado entre dois pranchões<br />

de madeira e socado. Ficava<br />

secando ao sol, quando eram<br />

retirados os pranchões,<br />

formando, assim, uma parede.<br />

Outros exemplares de casa<br />

bandeirista ainda existentes no<br />

Estado, estão localizados em<br />

São Roque (Sítio do Padre<br />

Inácio), em Santana do<br />

Conselho Editorial:<br />

Renato Alencar Dotta*<br />

Prof.Ms.Lucirene Aparecida Carignato (<strong>UniABC</strong>)<br />

Prof.Dr.Alfredo Oscar Salun (<strong>UniABC</strong>)<br />

Prof.Ms. Renato Dotta (<strong>UniABC</strong>)<br />

Prof.Ms.Agenor Bevilacqua Sobrinho (<strong>UniABC</strong>)<br />

Prof.Dr. Murilo Leal Pereira Neto (UNIFESP)<br />

Prof.Dr. João do Prado Ferraz (UNIFESP)<br />

Parnaíba (Casa do Anhangüera)<br />

e São Paulo (Casas do<br />

Sertanista, do Bandeirante, do<br />

Tatuapé, Sítio da Ressaca),<br />

entre outros.<br />

A casa foi sede da<br />

Fazenda Bocaina, cujas terras<br />

cobriam uma grande área hoje<br />

pertencentes a outros<br />

municípios do ABC (como Santo<br />

André e Ribeirão Pires, além de<br />

Mauá). No século XIX, a<br />

fazenda pertenceu à família do<br />

Capitão João José Barbosa<br />

Ortiz, juiz de paz de São<br />

Bernardo, que hoje nomeia<br />

uma das principais avenidas de<br />

Mauá.<br />

Em 1922, parte da<br />

fazenda foi comprada pela<br />

imobiliária Pacheco, Schmidt &<br />

Victorino, que iniciou um<br />

processo de loteamento do<br />

bairro que passou a ser<br />

conhecido como Vila Bocaina. O<br />

casarão era alugado pela<br />

imobiliária para residência ou<br />

para realizações de eventos<br />

como bailes e festas. Foi sede<br />

de dois times locais, a A. A.<br />

Industrial e o Pilar F.C., que se<br />

revezavam na ocupação do<br />

espaço de 15 em 15 dias.<br />

Em 1930, Adolfo<br />

Ferreira e família, vindos de<br />

São Paulo, compraram o<br />

casarão e ali se instalaram a<br />

partir de 8 de janeiro daquele<br />

ano. A família também alugava<br />

vários cômodos como moradia.<br />

Em 1975, a Prefeitura de Mauá<br />

desapropriou o imóvel,<br />

indenizando a família, até que 7<br />

anos depois foi transformado<br />

no museu da cidade. Em<br />

27/12/1983, foi tombado como<br />

patrimônio cultural do Estado<br />

de São Paulo.<br />

Apesar de não haver<br />

comprovação de que o Barão<br />

de Mauá sequer tenha passado<br />

pela casa, é possível que um<br />

dos principais motivos da<br />

preservação do casarão colonial<br />

foi a sua fama de ter sido a<br />

“Casa do Barão”, sem a qual<br />

provavelmente ela teria o<br />

mesmo fim que outras<br />

construções antigas de Mauá,<br />

como o antigo Grupo Escolar<br />

(demolido em 1978) ou a<br />

antiga estação ferroviária de<br />

Mauá (totalmente destruída e<br />

reconstruída no mesmo ano).<br />

O endereço do Museu<br />

Barão de Mauá é Avenida Dr.<br />

Getúlio Vargas, Nº 276, Vila<br />

Guarani, Mauá. Os telefones<br />

para atendimento são: 4519-<br />

6456 e 4519-4011.<br />

O funcionamento é de<br />

segunda a sexta-feira, das 9 às<br />

16 horas; sábado, das 9 às 15<br />

horas. Entrada franca.<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

MEDICI, Ademir. De Pilar a<br />

Mauá. Mauá: Prefeitura<br />

Municipal, 1987.<br />

MEDICI, Ademir. Industrial<br />

de Mauá e os Campeonatos<br />

de Futebol do Grande ABC.<br />

Mauá: Associação Atlética<br />

Industrial, 1997.<br />

PUNTSCHART, William.<br />

Memórias da Cidade. Mauá:<br />

Prefeitura Municipal de Mauá,<br />

2004.<br />

SANTOS, Wanderley dos.<br />

Mauá – Ano 20. São Bernardo<br />

do Campo: Combrig, 1974.<br />

* Renato Alencar Dotta<br />

é Historiador da Coordenadoria<br />

de Cultura de<br />

Mauá/CONDEPHAAT-MA<br />

3

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!