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1 INTRODUÇÃO A securitização, operação cujo conhecimento, até pouco tempo, era restrito a operadores desse mercado específico, está cada vez mais se tornando comum em diversos nichos de mercado, além do já mais tradicional mercado imobiliário. Note-se que institutos como o que trata o presente trabalho são objeto de constantes e relevantes mudanças. Deve-se, inclusive, a essa característica, boa parte de sua utilidade aos agentes econômicos, que necessitam de instrumentos dinâmicos e adaptáveis para revestir os negócios, especialmente no âmbito do mercado financeiro e de capitais. Com efeito, a securitização, conforme já se previa há alguns anos, tem passado por fases de evolução e amadurecimento consistentes, o que torna a operação cada vez mais adequada aos fins pretendidos por aqueles que a utilizam. Com relação aos negócios envolvendo as várias estruturas que podem ser identificadas como securitização – como os fundos de direitos creditórios e sociedades securitizadoras, houve um crescimento significativo nos últimos anos. Entre 2002 e os três primeiros trimestres de 2005, o volume de recursos envolvidos em operações de securitização aumentou mais de 1000%, conforme dados colhidos da Comissão de Valores Mobiliários e Associação Nacional de 1 Bancos de Investimentos pela Moody´s Investors Service . No mesmo sentido, tem-se que somente em fundos de investimentos em direitos creditórios, o 2 volume de recursos chegou a R$ 32.107.982.740,00 no início de 2008 , sendo que, mesmo com a crise financeira, as emissões até o final do mês de março de 2009 já somavam R$ 6.404.929.537,00. Porém, mas do que os números, vê-se uma evolução no entendimento que os operadores do Direito e o próprio legislador têm da securitização. Nos últimos dois anos, alguns avanços legislativos contribuíram para fortalecer a segurança jurídica da operação, reconhecida, inclusive, pelas próprias autoridades governamentais, com tratamento tributário diferenciado para algumas espécies de securitizadoras, como importante ferramenta de financiamento a projetos de grande vulto. Uma das principais inovações, no que pese não se tratar de uma lei específica sobre o instituto, vem na nova Lei de Falências e Recuperação Judicial, que excluiu expressamente os bens cedidos em operações de securitização da massa falida. Apesar de ainda não se poder precisar o alcance que o judiciário vai dar a esse dispositivo, vê-se que uma importante dúvida acerca da viabilidade jurídica da securitização no Brasil foi assim dirimida. Além disso, tem-se considerado a securitização como alternativa de financiamento em outros segmentos de mercado. Nesse sentido, foi editada, em 2005, legislação acerca de securitização de base agrícola. No que pese ser possível a securitização de praticamente qualquer ativo, independente de legislação especial, conforme defende-se no presente trabalho, a criação de títulos específi- 1 Dados disponíveis em www.moodys.com.br/brasil/pdf/Special_Co mment_Brazil_Securitization_2005_Portugu ese_pdf. Acesso em: 08 ago. 2006. 2 [~]. Disponível em: . Acesso em: 23 jun. 2009.
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