A Professora Doutora Maria José Forjaz de Lacerda e a sua nobre ...

Em cada reprovação ficava a chancela da justiça
E porque os muitos testemunhos deixados reflectem com rigor o quanto a Professora
adorou a docência, era chegado o momento das nossas intervenções em discurso
directo: Senhora Professora, enquanto docente foi muito exigente? «Fui. Fui de facto
uma docente exigente mas sempre dialogante com os alunos. Uma das queixas que
me chegava era exactamente derivada à minha exigência. Eu chegava às aulas
práticas e interrogava os alunos, depois anotava na caderneta de cada um as notas
que lhes tinha atribuído, notas essas que muitas vezes provocaram manifestações de
desagrado, mas eu dizia-lhes sempre: “eu estou aqui para ensinar, têm que entender
que aqui sou a professora, e cabe-nos a todos assumir um compromisso mútuo. Eu
ensino, vocês aprendem, são estas as regras da nossa relação”. E foi assim ao longo
dos anos. Exigente mas sempre dialogante». Muito bem, era afinal a mesma
verticalidade e a mesma comunicabilidade que a Senhora tem apresentado nestas
duas horas de conversa. Mas, e ainda antes de encerrarmos o capítulo do ensino,
suscitou-nos outra questão: com que sentimento a Senhora ficava sempre que
reprovava um aluno? «Ficava sempre muito triste. Recordo-me perfeitamente que
uma vez reprovei uma aluna que estava a estudar com uma bolsa de estudo e, se
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