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O poeta - Revista Caminhoneiro

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Arlan Costa de Oliveira.<br />

dia de R$ 2,00, o que corresponde a R$<br />

2.000,00 de diesel. Vai sobrar o que para<br />

o caminhoneiro? E mesmo assim tem<br />

gente que vai”.<br />

O caminhoneiro atribui os baixos valores<br />

à falta de união da categoria. “Se<br />

nossa categoria fosse unida para estabelecer<br />

valores mínimos de frete, poderíamos<br />

ter algo melhor. Mas isso não acontece”,<br />

lamenta Egito. “O pessoal que transporta<br />

combustível, e os cegonheiros conseguem<br />

fretes melhores porque os sindicatos<br />

deles são fortes. Eles não se chamam<br />

de caminhoneiros, são cegonheiros,<br />

tanqueiros, porque têm sindicatos<br />

fortes. Se o sindicato falar que ninguém<br />

vai, ninguém vai. Tem frete bom, organização<br />

boa”.<br />

Além da falta de carga, de união entre<br />

Carlos Martins.<br />

área de descanso, para que possamos os caminhoneiros, existem ainda os agen- aferição de todos os tacógrafos e eu não<br />

parar em segurança e conforto”. ciadores que, segundo ele, além de sem- sei nada sobre o assunto. Depois apare-<br />

Ildo Rocha reclama que foi estabelepre falarem que tem muito caminhão (o ceu a lei da colocação de informação do<br />

cida uma lei que obriga os caminhonei- que derruba o frete), também cobram número da placa e local do caminhão<br />

ros a pararem para descanso, mas não 10% de comissão.<br />

atrás, na carroceria já foi abolida. E isso<br />

providenciaram um local seguro e com Arlan de Oliveira acha que a falta de in- é ruim, atrapalha o desempenho da fun-<br />

infraestrutura para acolhê-los. “Aqui no formação para as mudanças que ocorção. Às vezes você está trabalhando, con-<br />

Terminal Fernão Dias precisamos pagar rem geralmente no final do ano também tribuindo com o bem do País, mas não<br />

R$ 40,00 para deixar o caminhão na rua, prejudica o dia a dia do caminhoneiro. sabe se está dentro ou fora da legisla-<br />

sem segurança”, diz o caminhoneiro. “Pa- “Todo fim de ano alguém sempre acha ção. Falta informação para os caminhora<br />

que ficar parado 12 horas se o cami- de inventar alguma coisa nova, uma lei, neiros”, lamenta Oliveira que vê nas renhoneiro<br />

está em trânsito, em viagem. uma norma e essas normas não chegam vistas especializadas como a Caminho-<br />

O caminhoneiro que trabalha em cima ao caminhoneiro que acaba sendo autuneiro, um meio mais eficiente de se<br />

de comissão irá perder, pois não podeado por algo que ele não conhece”, afir- informar.<br />

rá mais trabalhar como trabalhava. Em ma Oliveira. “A maioria dos caminhonei- Para ele, ninguém consegue construir<br />

uma viagem de 4.000 km esse descanros é desinformada. Apareceu a lei da uma casa se não tiver uma base, um bom<br />

so de 30 minutos em cada quatro horas<br />

alicerce. E para isso, seria necessária<br />

é desnecessário e improdutivo. Vai fa-<br />

uma mudança no setor, teria que mexer<br />

zer o que nesse tempo parado?”, pergun-<br />

na base. “Sou a favor da lei da jornada de<br />

ta Rocha. “Vão virar alcoólatras. Já gos-<br />

trabalho, desde que não prejudique nintam<br />

de tomar uma cervejinha, sendo obriguém”,<br />

afirma Oliveira. “Mas a infraesgado<br />

a ficar parado”, diz sorrindo.<br />

trutura que temos não se adequa à lei.<br />

A redução de carga também é outro<br />

No Brasil, cabem três Europas, e o cami-<br />

problema apontado pelo caminhoneiro<br />

nhoneiro sai do Sul e vai chegar ao Nor-<br />

Ederivaldo Florentino do Egito que lemte,<br />

sem bases de apoio, nem de descanbra<br />

de um tempo quando em três dias<br />

so. Como ele pode obedecer a lei sem lo-<br />

arrumava carga para retornar à sua cicais<br />

para descansar o tempo exigido?<br />

dade. “Atualmente, estou precisando<br />

Hoje você paga pedágio para viajar em<br />

uma semana para achar carga”, compa-<br />

estradas em ótimas condições em poura<br />

Egito. “Hoje, ir de São Paulo a Recife<br />

quíssimas regiões, mas também paga<br />

por R$ 4.000,00 não tem condições. Só<br />

para rodar em estradas lamentáveis e<br />

de diesel gasto R$ 2.000,00. Meu cami-<br />

sem locais de descanso. Quando tem,<br />

nhão faz 3 km/l, se for carreta, faz no<br />

não pode usar o banheiro, ou tem que pa-<br />

máximo 1,5 km/l. De São Paulo a Recigar<br />

para isso”.<br />

fe são 3.000 km, ou seja, 1.000 litros de<br />

Ildo Rocha reclama por meios para aqui-<br />

diesel. O diesel está custando uma mé- Ederivaldo Florentino do Egito.<br />

sição de caminhões novos. “O caminho-<br />

28<br />

eSpecIal<br />

revistacaminhoneiro.com.br 293

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