Ano 08 Ed 86 Jul 2007 - Colégio de Umbanda Sagrada Pena Branca
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Cláudio Gianfardoni - ® direitos reservados - www.claudiogianfardoni.com<br />
JOÃO<br />
BOIADEIRO<br />
POR ALEXANDRE CUMINO<br />
O boia<strong>de</strong>iro é o valente, o<br />
forte, aquele que nos protege<br />
e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> <strong>de</strong> todo o mal. São<br />
diretos e <strong>de</strong> poucas palavras,<br />
com algumas exceções.<br />
Trabalham duro e <strong>de</strong> forma<br />
ativa costumam conduzir os<br />
espíritos perdidos (eguns) e<br />
encaminhá-los.<br />
A Linha dos Boia<strong>de</strong>iros na<br />
<strong>Umbanda</strong> não é tão conhecida<br />
como a linha dos Caboclos ou<br />
Pretos Velhos, esta é uma Linha<br />
até consi<strong>de</strong>rada como “auxiliar”<br />
para muitos.<br />
Os Boia<strong>de</strong>iros fazem um excelente<br />
trabalho <strong>de</strong> limpeza e<br />
<strong>de</strong>scarrego <strong>de</strong> energias negativas.<br />
Po<strong>de</strong>mos dizer que eles<br />
nos trazem uma forma popular<br />
<strong>de</strong> manifestar a fé.<br />
Entre os que chamamos <strong>de</strong><br />
Boia<strong>de</strong>iros encontramos também<br />
Romeiros, Tropeiros e até<br />
Pantaneiros. O que os une é a<br />
forma <strong>de</strong> trabalhar e a afinida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> vibração.<br />
Muitos trabalhadores da<br />
esquerda encontram um<br />
caminho <strong>de</strong> trabalhar na direita<br />
através <strong>de</strong>sta Linha.
Página -2 JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - JULHO/<strong>2007</strong><br />
Muito mais que um jornal - A sua religião em fascículos...<br />
EDITORIAL:<br />
Este mês estamos com um jornal mais enxuto e objetivo.<br />
No mês passado nossa diagramadora Laura Carreta remo<strong>de</strong>lou<br />
a “cara” do Jornal <strong>de</strong> <strong>Umbanda</strong> <strong>Sagrada</strong>, o que <strong>de</strong>u uma nova<br />
imagem para o JUS.<br />
Neste mês estamos fazendo esta experiência com o volume<br />
<strong>de</strong> páginas e no tamanho dos textos também. Estamos<br />
procurando trabalhar com textos mais curtos e objetivos.<br />
Esperamos assim ir ao encontro do que buscamos <strong>de</strong> informação<br />
e esclarecimento.<br />
Que cada página <strong>de</strong>ste jornal seja recebida com todo o<br />
Amor que é <strong>de</strong>dicado à religião e a nossos Orixás. Esperamos<br />
sempre tocar nossos leitores com o esclarecimento <strong>de</strong> quão<br />
bela é a <strong>Umbanda</strong>, enquanto religião, que tem um único objetivo,<br />
nos ajudar a amar o próximo como à nos mesmos. Encontramos<br />
na <strong>Umbanda</strong> a mensagem <strong>de</strong> Cristo, Buda, Krishna, Mohamed,<br />
Moisés, Abraão, Ramakrishna, Vivekananda, Lao-Tsé e todos os<br />
outros Mestres da humanida<strong>de</strong>, pois Todos somos UM; UM em<br />
UMA BANDA.<br />
As belas imagens que o JUS vem<br />
reproduzindo em suas capas, são<br />
<strong>de</strong> autoria <strong>de</strong> nosso irmão<br />
Cláudio Gianfardoni, que através<br />
<strong>de</strong> seu trabalho retrata a<br />
profundida<strong>de</strong> do Humano e o que<br />
o transcen<strong>de</strong>. Para conhecer<br />
a trajetória e a versatilida<strong>de</strong> dos<br />
trabalhos <strong>de</strong>sse excepcional<br />
artista visite o site:<br />
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ou contate pelos e-mails:<br />
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É uma obra filantrópica, cuja missão é contribuir para o engran<strong>de</strong>cimento da<br />
religião, divulgando material teológico e unificando a comunida<strong>de</strong> Umbandista.<br />
Os artigos assinados são <strong>de</strong> inteira responsabilida<strong>de</strong> dos autores,<br />
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JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - JULHO/<strong>2007</strong> Página -3<br />
Pedreiros na <strong>Umbanda</strong><br />
JORGE SCRITORI<br />
E HANS BONFÁ<br />
Segundo o vernáculo, pedreiro é:<br />
aquele que executa trabalhos <strong>de</strong><br />
alvenaria (tijolos, pedras, etc.).<br />
Não vou falar sobre a construção <strong>de</strong><br />
templos Umbandistas nem daqueles<br />
que os constroem, falarei <strong>de</strong> uma categoria<br />
<strong>de</strong> pessoas que ao contrário dos<br />
pedreiros, não constroem mas querem<br />
<strong>de</strong>struir por meio da falácia e da engenharia<br />
lingüística, do ataque sistemático,<br />
da calúnia e do engodo, quem<br />
quer que pense ou atue diferente <strong>de</strong>les.<br />
Falarei <strong>de</strong> quem atira pedras. Sim,<br />
eles mesmos. Usarei, portanto, uma<br />
expressão idiomática que, com a licença<br />
que peço ao vernáculo, <strong>de</strong>fino como:<br />
“Aqueles que atiram pedras nos outros<br />
por não po<strong>de</strong>rem, ou não conseguirem,<br />
fazer ou realizar o mesmo que os<br />
seus opostos”. Tudo bem! Agora que<br />
já <strong>de</strong>spejei o meu excesso <strong>de</strong> bílis, explicarei<br />
melhor o meu raciocínio.<br />
Como espíritos em evolução temos<br />
tendência a precipitação, a falta <strong>de</strong><br />
compreensão, a intolerância, a influência<br />
<strong>de</strong> outros e até a malda<strong>de</strong>. Abordo<br />
este assunto por observar que muitos<br />
irmãos nossos não compreen<strong>de</strong>m o<br />
mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> cursos pagos, e fazem assim<br />
críticas precipitadas.<br />
Peço que voltem ao início do texto<br />
e percebam que usei <strong>de</strong> palavras duras<br />
e até <strong>de</strong> sarcasmo. Me apropriei do idioma<br />
para atacar quem pensa diferente<br />
<strong>de</strong> mim, e tive uma postura dura e inflexível<br />
para com meus opostos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>al.<br />
Resumo da atitu<strong>de</strong>:<br />
Fiz tudo errado!<br />
Certamente ao pensar melhor no<br />
assunto pon<strong>de</strong>rei que esses nossos irmãos<br />
(os chamo <strong>de</strong> irmãos pois é o que<br />
são: meus irmãos), tem o direito a opinião<br />
contrária. Ter divergências quanto<br />
a doutrina e a forma <strong>de</strong> ensinar são<br />
caminhos para todos evoluirmos, tentando<br />
enten<strong>de</strong>r que quem cobra pelos<br />
cursos tem seus custos <strong>de</strong> pesquisa,<br />
tempo, espaço físico, <strong>de</strong>dicação, material,<br />
aluguel, água, luz, telefone, hora<br />
trabalho, lembrando também que os<br />
ministrantes dos cursos trabalham religiosamente<br />
<strong>de</strong> forma gratuita, aten-<br />
<strong>de</strong>ndo assim as necessida<strong>de</strong>s daqueles<br />
que os procuram.<br />
Respeitando a <strong>Umbanda</strong> como religião<br />
traçamos um comparativo com outras<br />
religiões, ressaltando que todas,<br />
sem excessão, possuem suas escolas<br />
preparatórias para que a religião seja<br />
representada <strong>de</strong> forma eficaz e profissional,<br />
lembrando que a lingüística, a<br />
argumentação, o conhecimento teórico<br />
prático e experimental necessitam <strong>de</strong><br />
prévia preparação. Certamente não<br />
existe nenhum Padre, Pastor ou Rabino<br />
que nunca precisou <strong>de</strong> preparação.<br />
Peço a todos os que divergem <strong>de</strong>stes<br />
argumentos que pon<strong>de</strong>rem, reflitam,<br />
procurem enten<strong>de</strong>r e se possível<br />
H<br />
ouve um tempo<br />
em que fomos<br />
iniciados nas artes do<br />
WAGNER espírito. Penetramos<br />
BORGES<br />
nas brumas dos mistérios<br />
e levantamos o<br />
véu das ilusões. Ficamos frente a<br />
frente com a Luz! E <strong>de</strong>scobrimos o<br />
mistério <strong>de</strong> nós mesmos.<br />
O olho espiritual <strong>de</strong>vassou os Planos<br />
Invisíveis e nos mostrou a Luz<br />
Perene. Foi-nos revelada a Sabedoria<br />
Arcana, e Ela era puro amor sereno.<br />
Em sua presença solene, nossas posturas<br />
equivocadas e nossas emoções<br />
enferrujadas morreram... dissolvidas<br />
na Luz. Despojados <strong>de</strong> nossa antiga<br />
arrogância, renascemos... dourados<br />
<strong>de</strong> Amor Sereno!<br />
O ferro sujo (o Eu antigo, medroso<br />
e tristonho) se dissolveu... E, em seu<br />
lugar, surgiu o Ser Dourado (O Novo<br />
venham conhecer o tamanho<br />
<strong>de</strong>ste trabalho e os benefícios<br />
advindos <strong>de</strong>le.<br />
O respeito a individualida<strong>de</strong> e<br />
ao livre pensamento são<br />
responsabilida<strong>de</strong>s inerentes a<br />
qualquer religioso e principalmente<br />
aos Umbandistas, pois<br />
pessoalmente me orgulho muito<br />
<strong>de</strong>sta Religião que acolhe a todos,<br />
não discrimina (haja visto nossos<br />
guias: Índios, Negros, Jagunços,<br />
etc... ) e aceita elementos <strong>de</strong><br />
outras religiões.<br />
Livres <strong>de</strong> conceitos pessoais certamente<br />
será mais fácil avaliar a funcionalida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>ste trabalho e principalmente<br />
que não nos arrogarmos donos<br />
da <strong>Umbanda</strong>, nem tampouco <strong>de</strong>tentores<br />
do saber religioso, mas sim que somos<br />
<strong>de</strong>dicados ao conhecimento e ao<br />
crescimento <strong>de</strong> nossa amada <strong>Umbanda</strong>.<br />
A partir <strong>de</strong>ste momento vamos<br />
construir mais, <strong>de</strong>struir menos e criticar<br />
<strong>de</strong> uma maneira positiva, pois a crítica<br />
positiva é sempre bem vinda e nos faz<br />
crescer e aprimorar nossos métodos, e<br />
não po<strong>de</strong>mos nos esquecer que quem<br />
bate <strong>de</strong>ve estar preparado para apanhar.<br />
Um abraço fraterno.<br />
Regeneração<br />
Homem) renascido das entranhas <strong>de</strong> si<br />
mesmo e iniciado na Consciência Universal.<br />
Expostos à Luz Suprema, nus,<br />
em Espírito e Verda<strong>de</strong>, juramos seguir<br />
os <strong>de</strong>sígnios Superiores <strong>de</strong> Liberda<strong>de</strong>,<br />
Igualda<strong>de</strong> e Fraternida<strong>de</strong>.<br />
Sim, houve um tempo em que fomos<br />
iniciados juntos, em Espírito e Verda<strong>de</strong>.<br />
Porém, não conseguimos aplicar na vida<br />
e em nossas relações com os outros,<br />
aquilo que a Luz nos ensinou. Permitimos<br />
que o nosso discernimento fosse<br />
engolfado pelas emoções pesadas e<br />
por energias mesquinhas.<br />
Gradativamente, sob o domínio das<br />
ilusões, fomos enferrujando novamente...<br />
Então, os nossos i<strong>de</strong>ais espirituais<br />
foram manchados pelo sangue <strong>de</strong> nossas<br />
espadas. A senda iniciática, que<br />
tanto prezávamos, foi inundada <strong>de</strong> sangue<br />
e violentada pelos nossos atos<br />
violentos e sem méritos.<br />
LIÇÕES DE VIDA<br />
N<br />
uma sala <strong>de</strong> aula, uma das<br />
crianças perguntou à professora:<br />
- Professora o que é o amor?<br />
Ciente da importância da resposta<br />
que <strong>de</strong>veria dar, a professora aproveitou<br />
o intervalo para o recreio e pediu<br />
que cada aluno trouxesse, no retorno,<br />
algo que expressasse nele um<br />
sentimento <strong>de</strong> amor.<br />
Ao voltarem, a professora pediu<br />
que cada um mostrasse o que cada um<br />
trouxera:<br />
- Eu trouxe esta flor, não é linda? -<br />
disse a primeira criança.<br />
- Eu trouxe esta borboleta. Vou<br />
colocá-la em minha coleção. - disse a<br />
segunda.<br />
- Eu trouxe este filhote <strong>de</strong> passarinho.<br />
Ele havia caído do ninho junto<br />
com outro irmão. Não é bonitinho? -<br />
disse a terceira criança.<br />
E assim as crianças iam mostrando<br />
o que tinham trazido, cada uma mais<br />
contente que a outra. Aí, a professora<br />
notou, no fundo da sala, uma criança<br />
Lentamente, essa Luz foi sumindo<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> nossas emoções violentas.<br />
Felizmente, a Justiça Cósmica nos<br />
pren<strong>de</strong>u inexoravelmente em sua imensa<br />
teia cármica. Sob sua ação <strong>de</strong>purativa,<br />
a dor se fez presente em nossos<br />
caminhos. Acicatados pelos <strong>de</strong>senganos<br />
e posturas equivocadas,<br />
lambemos nossas feridas e choramos<br />
a dor da queda no profano. Na verda<strong>de</strong>,<br />
profanamos a nós mesmos e pisamos<br />
em cima <strong>de</strong> nossos i<strong>de</strong>ais, cheios<br />
<strong>de</strong> empáfia e <strong>de</strong> falsa glória.<br />
Contudo, a Luz não estava morta<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> nós. Paciente, ela nos esperou<br />
em segredo. Ela sabia que em nossa<br />
queda estava o embrião <strong>de</strong> uma<br />
gran<strong>de</strong> lição e a possibilida<strong>de</strong> do recomeço.<br />
Serenamente, ela viu o tempo<br />
e o carma operarem seu trabalho <strong>de</strong><br />
regeneração em nós...<br />
A Roda da Vida girou, o tempo<br />
passou, e estamos juntos novamente.<br />
Os ensinamentos herméticos do Antigo<br />
Egito e da Grécia Antiga, a Espiritualida<strong>de</strong><br />
dos Rishis da Velha Índia, a<br />
O que é o amor?<br />
que tinha ficado quieta o tempo todo,<br />
vermelha <strong>de</strong> vergonha, pois nada havia<br />
trazido. A professora então se dirigiu a<br />
ela e perguntou:<br />
- Meu bem, por que você não<br />
trouxe nada?<br />
A criança ameaçando o choro respon<strong>de</strong>u:<br />
- Desculpe professora. Vi a flor, senti<br />
o perfume e pensei em arrancá-la,<br />
mas fiquei com pena <strong>de</strong> matá-la e <strong>de</strong>ixei<br />
para trás. Depois, vi também a borboleta,<br />
linda, colorida, parecia tão feliz<br />
voando que não tive coragem <strong>de</strong> aprisioná-la.<br />
Vi também o passarinho caído,<br />
mas olhei para o ninho e vi sua mãe<br />
olhando tão triste, que resolvi <strong>de</strong>volvêlo<br />
ao ninho. Portanto, trouxe o que<br />
não posso lhe dar: O perfume da flor, a<br />
liberda<strong>de</strong> da borboleta e a gratidão que<br />
senti no olhar da mãe do passarinho.<br />
Foi por isso que não trouxe nada.<br />
A professora agra<strong>de</strong>ceu e <strong>de</strong>u<br />
àquela criança a nota máxima.<br />
O amor verda<strong>de</strong>iro é o que<br />
trazemos no coração.<br />
Fonte: “Parábolas Eternas” <strong>Ed</strong>. Soler<br />
Sabedoria do Tibet e da China imemorável,<br />
a honra e a lealda<strong>de</strong> dos iniciados<br />
celtas da Velha Europa, os amores<br />
e as dores do passado, tudo isso<br />
vive em nós.<br />
Tomara que, <strong>de</strong>ssa vez, nós sejamos<br />
dignos dos valores espirituais que<br />
esposamos. Oxalá, que a ferrugem se<br />
dissolva novamente, e que brilhe em<br />
nós aquele amor sereno, como antes,<br />
naquele tempo bom, em nossos<br />
pensamentos, sentimentos e atitu<strong>de</strong>s.<br />
Sim, estamos juntos na Luz! Mais uma<br />
vez...<br />
(Essas linhas são <strong>de</strong>dicadas ao mestre<br />
búlgaro Omraam Mikhael Aivanhov).<br />
No próximo dia 1 <strong>de</strong> Agosto à partir<br />
das 20h30 WAGNER BORGES estará<br />
ministrando uma PALESTRA GRATUITA<br />
sob o tema “Viagem Astral” no<br />
<strong>Colégio</strong> <strong>de</strong> <strong>Umbanda</strong><br />
<strong>Sagrada</strong> <strong>Pena</strong> <strong>Branca</strong> à<br />
Rua Paracatu, 220 - Metrô Saú<strong>de</strong><br />
- Reserva <strong>de</strong> vagas pelo telefone:<br />
(11) 5072-2112- das 9h às 17h<br />
Contatos: www.ippb.org.br
Página -4 JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - JULHO/<strong>2007</strong><br />
O Espiritismo é uma religião?<br />
Se é assim, perguntarão? Então o<br />
espiritismo é uma religião? Ora,<br />
sim, sem dúvida senhores! No<br />
sentido filosófico, o Espiritismo é uma<br />
religião, e nós nos vangloriamos por<br />
isso, porque é a Doutrina que funda os<br />
vínculos da fraternida<strong>de</strong> e da comunhão<br />
<strong>de</strong> pensamentos, não sobre uma simples<br />
convenção, mas sobre bases mais<br />
sólidas: as próprias leis da Natureza.<br />
Por que, então, temos <strong>de</strong>clarado<br />
que o Espiritismo não é uma religião?<br />
Em razão <strong>de</strong> não haver senão uma palavra<br />
para exprimir duas idéias diferentes,<br />
e que, na opinião geral, a palavra<br />
religião é inseparável da <strong>de</strong> culto;<br />
porque <strong>de</strong>sperta exclusivamente uma<br />
idéia <strong>de</strong> forma, que o Espiritismo não<br />
tem. Se o Espiritismo se dissesse uma<br />
religião, o público não veria aí mais que<br />
uma nova edição, uma variante, se se<br />
quiser, dos princípios absolutos em matéria<br />
<strong>de</strong> fé; uma casta sacerdotal com<br />
seu cortejo <strong>de</strong> hierarquias, <strong>de</strong> cerimônias<br />
e <strong>de</strong> privilégios; não o separaria<br />
das idéias <strong>de</strong> misticismo e dos abusos<br />
contra os quais tantas vezes a opinião<br />
se levantou.<br />
Não tendo o Espiritismo nenhum<br />
dos caracteres <strong>de</strong> uma religião, na acepção<br />
usual da palavra, não podia nem<br />
<strong>de</strong>via enfeitar-se com um título sobre<br />
cujo valor inevitavelmente se teria equivocado.<br />
Eis por que simplesmente se<br />
diz: Doutrina filosófica e moral.<br />
As reuniões espíritas po<strong>de</strong>m, pois,<br />
ser feitas religiosamente, isto é, com o<br />
recolhimento e o respeito que comporta<br />
a natureza grave dos assuntos <strong>de</strong> que<br />
se ocupa; po<strong>de</strong>-se mesmo, na ocasião,<br />
aí fazer preces que, em vez <strong>de</strong> serem<br />
ditas em particular, são ditas em comum,<br />
sem que, por isto, sejam tomadas por<br />
assembléias religiosas. Não se pense<br />
que isto seja um jogo <strong>de</strong> palavras; a<br />
nuança é perfeitamente clara, e a aparente<br />
confusão não provém senão da<br />
falta <strong>de</strong> uma palavra para cada idéia.<br />
Qual é, pois, o laço que <strong>de</strong>ve existir<br />
entre os espíritas? Eles não estão unidos<br />
entre si por nenhum contrato material,<br />
por nenhuma prática obrigatória. Qual<br />
o sentimento no qual <strong>de</strong>ve confundir<br />
todos os pensamentos? É um sentimento<br />
todo moral, todo espiritual, todo humanitário:<br />
o da carida<strong>de</strong> para com todos<br />
ou, em outras palavras: o amor do próximo,<br />
que compreen<strong>de</strong> os vivos e os<br />
mortos, pois sabemos que os mortos<br />
sempre fazem parte da Humanida<strong>de</strong>.<br />
A carida<strong>de</strong> é a alma do Espiritismo;<br />
ela resume todos os <strong>de</strong>veres<br />
do homem para consigo mesmo e<br />
para com os seus semelhantes,<br />
razão porque se po<strong>de</strong> dizer que<br />
não há verda<strong>de</strong>iro espírita sem<br />
carida<strong>de</strong>.<br />
Mas a carida<strong>de</strong> é ainda<br />
uma <strong>de</strong>ssas palavras <strong>de</strong> sentido<br />
múltiplo, cujo inteiro alcance<br />
<strong>de</strong>ve ser bem compreendido;<br />
e se os Espíritos não cessam<br />
<strong>de</strong> pregá-la e <strong>de</strong>fini-la, é<br />
que, provavelmente, reconhecem<br />
que isto ainda é necessário.<br />
O campo da carida<strong>de</strong> é muito<br />
vasto; compreen<strong>de</strong> duas gran<strong>de</strong>s<br />
divisões que, em falta <strong>de</strong> termos<br />
especiais, po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>signarse<br />
pelas expressões carida<strong>de</strong> beneficente<br />
e carida<strong>de</strong> benevolente.<br />
Compreen<strong>de</strong>-se facilmente a primeira,<br />
que é naturalmente proporcional aos<br />
recursos materiais <strong>de</strong> que se dispõe;<br />
mas a segunda está ao alcance <strong>de</strong><br />
todos, do mais pobre como do mais rico.<br />
Se a beneficência é forçosamente limitada,<br />
nada além da vonta<strong>de</strong> po<strong>de</strong>ria<br />
estabelecer limites à benevolência.<br />
O que é preciso, então, para praticar<br />
a carida<strong>de</strong> benevolente? Amar ao<br />
próximo como a si mesmo. Ora, se se<br />
amar ao próximo tanto quanto a si,<br />
amar-se-o-á muito; agir-se-á para com<br />
outrem como se quereria que os outros<br />
agissem para conosco; não se quererá<br />
nem se fará mal a ninguém, porque não<br />
quereríamos que no-lo fizessem.<br />
Amar ao próximo é, abjurar todo<br />
sentimento <strong>de</strong> ódio, <strong>de</strong> animosida<strong>de</strong>,<br />
<strong>de</strong> rancor, <strong>de</strong> inveja, <strong>de</strong> ciúme, <strong>de</strong> vingança,<br />
numa palavra, todo <strong>de</strong>sejo e<br />
todo pensamento <strong>de</strong> prejudicar; é perdoar<br />
os inimigos e retribuir o mal com o<br />
bem; é ser indulgente para as imperfeições<br />
<strong>de</strong> seus semelhantes e não procurar<br />
o argueiro no olho do vizinho, quando<br />
não se vê a trave no seu; é escon<strong>de</strong>r<br />
ou <strong>de</strong>sculpar as faltas alheias, em vez<br />
<strong>de</strong> se comprazer em as pôr em relevo,<br />
por espírito <strong>de</strong> maledicência; é ainda<br />
não se fazer valer à custa dos outros;<br />
não prcurar esmagar ninguém sob o peso<br />
<strong>de</strong> sua superiorida<strong>de</strong>; não <strong>de</strong>sprezar<br />
ninguém pelo orgulho. Eis a verda<strong>de</strong>ira<br />
carida<strong>de</strong> benevolente, a carida<strong>de</strong> prática,<br />
sem a qual a carida<strong>de</strong> é palavra<br />
vã; é a carida<strong>de</strong> do verda<strong>de</strong>iro espírita,<br />
como do verda<strong>de</strong>iro cristão; aquela sem<br />
a qual aquele que diz: Fora da carida<strong>de</strong><br />
não há salvação, pronuncia sua própria<br />
con<strong>de</strong>nação, tanto neste quanto no outro<br />
mundo.<br />
Quantas coisas haveria a dizer sobre<br />
este assunto! Que belas instruções<br />
não nos dão os Espíritos incessantemente!<br />
Não fosse o receio <strong>de</strong> alongarme<br />
em <strong>de</strong>masia e <strong>de</strong> abusar <strong>de</strong> vossa<br />
paciência, senhores, seria fácil <strong>de</strong>monstrar<br />
que, em se colocando no ponto <strong>de</strong><br />
vista do interesse pessoal, egoísta, se<br />
se quiser, porque nem todos os homens<br />
estão ainda maduros para um completa<br />
abnegação, para fazer o bem unica-<br />
mente por amor do bem, digo que seria<br />
fácil <strong>de</strong>monstrar que têm tudo a ganhar<br />
em agir <strong>de</strong>ste modo, e tudo a per<strong>de</strong>r<br />
agindo diversamente, mesmo em suas<br />
relações sociais; <strong>de</strong>pois, o bem atrai o<br />
bem e a proteção dos bons Espíritos; o<br />
mal atrai o mal e abre a porta à malevolência<br />
dos maus. Mais cedo ou mais tar<strong>de</strong><br />
o orgulhoso será castigado pela humilhação,<br />
o ambicioso pelas <strong>de</strong>cepções,<br />
o egoísta pela ruína <strong>de</strong> suas esperanças,<br />
o hipócrita pela vergonha <strong>de</strong> ser<br />
<strong>de</strong>smascarado; aquele que abandona<br />
os bons Espíritos por estes é abandonado<br />
e, <strong>de</strong> queda em queda, finalmente<br />
se vê no fundo do abismo, ao passo<br />
que os bons Espíritos erguem e amparam<br />
aquele que, nas maiores provações,<br />
não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> se confiar à Providência<br />
e jamais se <strong>de</strong>svia do reto caminho;<br />
aquele, enfim, cujos secretos sentimentos<br />
não dissimulam nenhum pensamento<br />
oculto <strong>de</strong> vaida<strong>de</strong> ou <strong>de</strong> interesse<br />
pessoal. Assim, <strong>de</strong> um lado, ganho<br />
assegurado; do outro, perda certa; cada<br />
um, em virtu<strong>de</strong> do seu livre-arbítrio,<br />
po<strong>de</strong> escolher a sorte que quer correr,<br />
mas não po<strong>de</strong>rá queixar-se senão pelas<br />
conseqüências <strong>de</strong> sua escolha.<br />
Crer num Deus Todo Po<strong>de</strong>roso, soberanamente<br />
justo e bom, crer na alma<br />
e em sua imortalida<strong>de</strong>; na preexistência<br />
da alma como única justificação do presente;<br />
na pluralida<strong>de</strong> das existências como<br />
meio <strong>de</strong> expiação, <strong>de</strong> reparação e<br />
<strong>de</strong> adiantamento intelectual e moral; na<br />
perfectabilida<strong>de</strong> dos seres mais imperfeitos;<br />
na felicida<strong>de</strong> crescente com a<br />
ALEXANDRE<br />
CUMINO<br />
“Fanus” vem do grego<br />
e quer dizer templo,<br />
o fanático é aquele<br />
que “trocou”<br />
Deus pelo templo. A<br />
adoração <strong>de</strong>le já não<br />
é para Deus e sim para “coisas” do<br />
Templo em si. É a pessoa apegada ao<br />
meio e não ao fim pelo qual este meio<br />
busca alcançar.<br />
Ele se pren<strong>de</strong> entre procedimentos<br />
rituais, dogmas e tabus. O Fanático<br />
além <strong>de</strong> não pensar em outra coisa,<br />
senão no “Templo” com suas “regras”<br />
também crê que sua religião é melhor<br />
que as outras.<br />
O fanático quer converter a todos<br />
e salvar o mundo com sua religião, a<br />
única que tem condições para isto. O<br />
fanatismo é um vício no campo da Fé.<br />
O Templo é algo que faz parte da<br />
religião, mas não é a religião.<br />
No templo se criam dogmas e tabus,<br />
na religião <strong>de</strong> <strong>Umbanda</strong> não, pois<br />
não está instituída, não respon<strong>de</strong> a<br />
uma instituição. O que dá uma gran<strong>de</strong><br />
liberda<strong>de</strong> a seus praticantes que <strong>de</strong>vem<br />
seguir sim a ética e o bom senso,<br />
pois esta sim é a Lei da <strong>Umbanda</strong>.<br />
Seja livre, a <strong>Umbanda</strong> é livre, tanto<br />
que é quase uma “não-religião” ou uma<br />
“anti-religião”. Muitos são Católicos e<br />
freqüentam a <strong>Umbanda</strong>, muitos são espíritas<br />
e praticam a <strong>Umbanda</strong>, outros<br />
são <strong>de</strong> nação e trabalham na <strong>Umbanda</strong>...<br />
Po<strong>de</strong>mos ser Umbandistas e freqüentar<br />
outras religiões e cultos, a Um-<br />
perfeição; na eqüitativa remuneração do<br />
bem e do mal, segundo o princípio: a<br />
cada um segundo as suas obras; na igualda<strong>de</strong><br />
da justiça para todos, sem exceções,<br />
favores nem privilégios para<br />
nenhuma criatura; na duração da expiação<br />
limitada à da imperfeição; no livre<br />
arbítrio do homem, que lhe <strong>de</strong>ixa sempre<br />
a escolha entre o bem e o mal; crer na<br />
continuida<strong>de</strong> das relações entre o mundo<br />
visível e o mundo invisível; na solidarieda<strong>de</strong><br />
que religa todos os seres passados,<br />
presentes e futuros, encarnados e<br />
<strong>de</strong>sencarnados; consi<strong>de</strong>rar a vida terrestre<br />
como transitória, e uma das fases<br />
da vida do Espírito, que é eterno; aceitar<br />
corajosamente as provações, em vista<br />
<strong>de</strong> um futuro mais invejável que o presente;<br />
praticar a carida<strong>de</strong> em pensamento,<br />
em palavras e obras na mais larga<br />
acepção do termo; esforçar-se cada dia<br />
para ser melhor que na véspera,<br />
extirpando toda imperfeição <strong>de</strong> sua alma;<br />
submeter todas as crenças ao controle<br />
do livre exame e da razão, e nada aceitar<br />
pela fé cega; respeitar todas as crenças<br />
sinceras, por mais irracionais que nos<br />
pareçam, e não violentar a consciência<br />
<strong>de</strong> ninguém; ver, enfim, nas <strong>de</strong>scobertas<br />
da Ciência, a revelação das leis da<br />
Natureza, que são as leis <strong>de</strong> Deus: eis o<br />
Credo, a religião do Espiritismo, religião<br />
que po<strong>de</strong> conciliar-se com todos os<br />
cultos, isto é, com todas as maneiras <strong>de</strong><br />
adorar a Deus. É o laço que <strong>de</strong>ve unir<br />
todos os espíritas numa santa comunhão<br />
<strong>de</strong> pensamentos, esperando que ligue<br />
todos os homens sob a ban<strong>de</strong>ira da<br />
fraternida<strong>de</strong> universal.<br />
Com a fraternida<strong>de</strong>, filha da carida<strong>de</strong>,<br />
os homens viverão em paz e se<br />
pouparão males inumeráveis, que nascem<br />
da discórdia, por sua vez filha do<br />
orgulho, do egoísmo, da ambição, da<br />
inveja e <strong>de</strong> todas as imperfeições da<br />
Humanida<strong>de</strong>.<br />
O Espiritismo dá aos homens tudo o<br />
que é preciso para a sua felicida<strong>de</strong> aqui<br />
na Terra, porque lhes ensina a se contentarem<br />
com o que têm. Que os espíritas<br />
sejam, pois, os primeiros a aproveitar<br />
os benefícios que ele traz, e que<br />
inaugurem entre si o reino da harmonia,<br />
que resplan<strong>de</strong>cerá nas gerações futuras.<br />
Os Espíritos que nos cercam aqui<br />
são inumeráveis, atraídos pelo objetivo<br />
que nos propusemos ao nos reunirmos,<br />
a fim <strong>de</strong> dar aos nossos pensamentos a<br />
força que nasce da união. Ofereçamos<br />
aos que nos são caros uma boa lembrança<br />
e o penhor <strong>de</strong> nossa afeição,<br />
encorajamentos e consolações aos que<br />
<strong>de</strong>les necessitem. Façamos <strong>de</strong> modo que<br />
cada um recolha a sua parte dos sentimentos<br />
<strong>de</strong> carida<strong>de</strong> benevolente, <strong>de</strong><br />
que estivermos animados, e que esta<br />
reunião dê os frutos que todos têm o<br />
direito <strong>de</strong> esperar.<br />
ALLAN KARDEC – (Revista<br />
Espírita, <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1<strong>86</strong>8,<br />
<strong>Ed</strong>. FEB, p. 487-495.)<br />
Transcrito do livro “Instruções<br />
<strong>de</strong> Allan Kar<strong>de</strong>c ao Movimento<br />
Espírita” <strong>Ed</strong>. FEB<br />
UMBANDISTA SIM, FANÁTICO NÃO!<br />
banda reconhece todos os caminhos que<br />
levam a Deus.<br />
<strong>Umbanda</strong> é mais do que uma religião,<br />
é uma forma <strong>de</strong> pensar e viver.<br />
Para mim “<strong>Umbanda</strong> é Universalismo<br />
prático”. Ser Umbandista é ter o pé no<br />
chão e a cabeça aberta a tudo.<br />
Religião não é um conjunto <strong>de</strong> regras,<br />
práticas, dogmas e tabus... religião<br />
é uma experiência concreta com o<br />
Sagrado, Religião é o ato <strong>de</strong> se religar<br />
a Deus. Religião é algo ligado ao sentir,<br />
o que se busca na religião transcen<strong>de</strong><br />
o intelecto.<br />
O pensar é algo bom, intelectualizar<br />
nem sempre é bom, muita coisa foi feita<br />
para sentir e não para se enten<strong>de</strong>r.<br />
Quando encontrar Deus nas outras<br />
religiões e muito mais do que isso,<br />
quando encontrá-lo nas pessoas com<br />
quem convive, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> sua<br />
crença, quando encontrá-lo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />
você, então estará encontrando a<br />
<strong>Umbanda</strong>.
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - JULHO/<strong>2007</strong> Página -5<br />
MÔNICA<br />
BEREZUTCHI<br />
I<br />
DOUTRINA E<br />
CULTURA UMBANDISTA<br />
rmãos umbandistas, este mês nós<br />
iremos juntos a<strong>de</strong>ntrar aos mistérios<br />
minerais <strong>de</strong> pedras e cristais dos<br />
Pais e Mães Orixás, são irradiadoras e<br />
absorvedoras <strong>de</strong> essências.<br />
Po<strong>de</strong>mos no Altar ao lado das imagens<br />
colocar a pedra do Orixá correspon<strong>de</strong>nte.<br />
Como po<strong>de</strong>mos também<br />
representar os Orixás com pedras,<br />
símbolos, flores, ervas, águas, etc.<br />
Essas pedras <strong>de</strong>verão ser limpas<br />
com água e sal grosso em uma bacia e<br />
<strong>de</strong>ixar no tempo por 24 horas, <strong>de</strong>pois<br />
lavadas em água corrente e <strong>de</strong>pois<br />
utilizando água mineral com ervas dos<br />
Orixás, fazer um “banho” e <strong>de</strong>ixar a<br />
pedra mergulhada por 24 horas coberta<br />
com pano branco e velas circundando<br />
aquela bacia.<br />
Tabela <strong>de</strong> pedras:<br />
Para <strong>de</strong>pois oferecer na “mão” do<br />
Orixá incorporado no dirigente para<br />
consagrá-la e irradiar seu axé e <strong>de</strong>pois<br />
com a <strong>de</strong>terminação do Orixá colocar<br />
a pedra em seu lugar.<br />
Po<strong>de</strong>mos também colocar a pedra<br />
correspon<strong>de</strong>nte aos nossos Orixás Ancestre,<br />
<strong>de</strong> Frente e Adjuntó na quartinha<br />
branca que usamos para o anjo<br />
da guarda.<br />
E para os sacerdotes que possuem<br />
seu Otá fundamentado no terreiro,<br />
também colocar 1 quartinha da cor do<br />
Orixá Ancestre e <strong>de</strong>ntro colocar as pedras<br />
correspon<strong>de</strong>ntes do Orixá Ancestre,<br />
<strong>de</strong> Frente e Adjuntó.<br />
Enfim as pedras são elementos da<br />
natureza on<strong>de</strong> após serem imantadas<br />
e consagradas serão elementos agregadores<br />
energeticamente e passarão<br />
a ter a ligação com a essência do Orixá.<br />
contatos: monica@luzdourada.org.br<br />
ORIXÁS PEDRAS CORRESPONDENTES<br />
Pai OXALÁ ------------------------- Cristal<br />
Mãe OIÁ --------------------------- Quartzo fume rutilado, sodalita<br />
Mãe OXUM ------------------------ Quartzo rosa, ametista<br />
Pai OXUMARÉ --------------------- Opala, fluorita, cianita azul<br />
Pai OXÓSSI ------------------------ Quartzo ver<strong>de</strong>, esmeralda<br />
Mãe OBÁ --------------------------- Calcedônia, hematita, ma<strong>de</strong>ira petrificada<br />
Pai XANGÔ ------------------------ Jaspe, pirita, pedra do sol, olho <strong>de</strong> tigre<br />
Mãe IANSÃ ------------------------ Citrino<br />
Pai OGUM -------------------------- Granada, hematita<br />
Mãe EGUNITÁ --------------------- Topázio imperial, ágata do fogo<br />
Pai OBALUAIÊ --------------------- Turmalina preta<br />
Mãe NANÃ BURUQUÊ ----------- Rubelita, ametista<br />
Mãe IEMANJÁ --------------------- Madre pérola, água marinha, diamante<br />
Pai OMULÚ ------------------------ Ônix preto<br />
Adquira o CD “Louvação aos Orixás”,<br />
com 15 pontos inéditos. O Programa<br />
“Luz Dourada” transmitido pela TV<br />
Espiritualista toda Quinta-feira às 10:30<br />
e 18:30 e Sexta-feira as 02:30.<br />
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Todos os programas estarão disponíveis,<br />
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Monica Berezutchi.<br />
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Fone: 6102-4<strong>08</strong>7<br />
RODRIGO<br />
QUEIRÓZ<br />
C<br />
ongá firmado,<br />
corrente mediúnica<br />
a postos<br />
e na con-<br />
sulência consulentes pegavam suas<br />
senhas e se acomodavam como podiam,<br />
pois toda última sexta feira do mês é<br />
sempre assim, gira <strong>de</strong> Exu e o terreiro<br />
enche tanto que muitos ficam <strong>de</strong> pé e<br />
formam fila até o portão.<br />
Na expectativa <strong>de</strong> milagres fáceis<br />
ou mesmo por achar que exu seja uma<br />
espécie <strong>de</strong> “office-boy do além”, muitos<br />
recorrem aos terreiros solicitando soluções<br />
emergenciais às suas tormentas.<br />
O dirigente abre a gira e após todo<br />
ritual pertinente os exus e pomba giras<br />
incorporam nos médiuns e aguardam o<br />
atendimento que acontece adiante...<br />
- Salve tu moça!<br />
- O ... oi... Bo...boa noite...<br />
- Boa noite moça, é sua primeira<br />
vez por estas bandas?<br />
- Sim.<br />
- Seja bem vinda.<br />
- Obrigada!<br />
- O que lhe traz aqui?<br />
- Então Exu, é que meu irmão precisa<br />
separar da noiva...<br />
- ...<br />
- Pois é, ela só faz inferno na minha<br />
vida e sei que ele não é feliz, ele abandonou<br />
a família, eu moro com ele e ela<br />
está tirando-o do seio familiar...<br />
- ...<br />
- Bem, pensando nisso é que trouxe<br />
o RG <strong>de</strong>le, uma foto <strong>de</strong>la, uma roupa<br />
<strong>de</strong>la e en<strong>de</strong>reço <strong>de</strong>le...<br />
- “Mais uma serpente revestida <strong>de</strong><br />
Existe um lixo emocional. Ele é<br />
produzido nas usinas <strong>de</strong> nosso<br />
pensamento, enquanto crescemos<br />
interiormente.<br />
São emoções que passaram por<br />
nossa vida e nos ajudaram, mas que<br />
não têm mais utilida<strong>de</strong>.<br />
São sentimentos que foram importantes<br />
no passado, não no presente.<br />
São recordações <strong>de</strong> dor que nos<br />
amadureceram e que agora não servem<br />
Conheça-te a ti mesmo<br />
santa” – meditou o exu.<br />
- Então Exu? O que fará para livralo<br />
<strong>de</strong>sta piranha?<br />
Esta afirmação bastou para que o<br />
Exu se manifestasse.<br />
- Certo moça vamos ler o que vejo<br />
aqui, primeiro saiba que esta mulher<br />
que está com seu irmão o ama verda<strong>de</strong>iramente<br />
sendo igualmente correspondida,<br />
ele jamais imaginou viver<br />
tamanho sentimento e nela encontrou<br />
o sentido <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> e crescimento.<br />
Liberda<strong>de</strong> porque finalmente se livrará<br />
<strong>de</strong> você, uma mulher encalhada e ressequida<br />
no coração, que não acredita<br />
no amor, não se movimenta para mudar<br />
sua realida<strong>de</strong>, vive do dinheiro que ele<br />
lhe dá e acomodada com esta vidinha e<br />
medo <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r tudo isto, sente-se no<br />
direito <strong>de</strong> ter o seu irmão como posse<br />
para que nada mu<strong>de</strong> na sua vida a ponto<br />
<strong>de</strong> se propor a encomendar um “feitiço”<br />
para <strong>de</strong>sgraçar a vida <strong>de</strong>le e por fim<br />
amarrá-lo em você.<br />
Moça, esta é sinceramente uma das<br />
situações mais inusitadas que vivencio,<br />
uma irmã querendo amarrar o irmão,<br />
enquanto que o normal seria uma apaixonada<br />
querendo pren<strong>de</strong>r o apaixonado.<br />
Pior é este sentimento que te<br />
move, covar<strong>de</strong> e inescrupuloso...<br />
A mulher já em prantos, reconhecendo<br />
o erro que cometera não consegue<br />
pronunciar uma palavra ao que o<br />
Exu finaliza:<br />
- Sendo assim, pegue esta roupa,<br />
fotos e <strong>de</strong>mais elementos, volte para<br />
sua casa, olhe-se no espelho e se envergonhe<br />
<strong>de</strong> ser o que está sendo, pro-<br />
Lixo Emocional<br />
ENVIADO POR JULIO NOVO<br />
para nada.<br />
Não po<strong>de</strong>mos carregar<br />
este lixo. Ele foi feito<br />
para ser jogado fora. E,<br />
no entanto, apegados<br />
aos nossos sentimentos<br />
antigos, ficamos com pena<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixá-los.<br />
Enchemos nosso porão<br />
espiritual com uma<br />
quantida<strong>de</strong> imensa <strong>de</strong> memórias<br />
inúteis, que ofuscam as lembranças<br />
importantes. Não procure sentir coisas<br />
que você não está sentindo mais.<br />
ponha-se a mudar e trate bem esta<br />
mulher que será a companheira do seu<br />
irmão, tenha nela sua amiga que jamais<br />
irá te <strong>de</strong>samparar, antes <strong>de</strong> dormir ore<br />
ao Criador pedindo perdão por envergonhá-lo.<br />
- Desculpe Exu....<br />
- Leve esta vela, acenda quando<br />
sentir vonta<strong>de</strong> e lembre-se que neste<br />
dia se <strong>de</strong>parou com um Exu... tenha<br />
uma boa noite...<br />
- Desculpe Exu...<br />
Pois é leitor, estas situações são<br />
mais comuns do que parecem. Acredite,<br />
esta é uma história verídica e bem resumida<br />
que narra o egoísmo humano,<br />
a covardia e o julgo inversor <strong>de</strong> valores.<br />
Por vezes nos <strong>de</strong>paramos com situações<br />
que não nos pertencem,<br />
avaliamos atitu<strong>de</strong>s, alegrias, tristezas<br />
e <strong>de</strong>cisões das pessoas no nosso<br />
convívio sem que sejamos interpelados<br />
para isso, tomamos em nossas mãos o<br />
papel <strong>de</strong> juiz da vida alheia, promotor<br />
e executor <strong>de</strong> tudo aquilo que não nos<br />
compete.<br />
Não vou me ater em <strong>de</strong>longas e<br />
proponho a você leitor: Por algum momento<br />
se sentiu na história? Sobre<br />
quem e o que falaste nos últimos dias?<br />
Você fala ou escuta mais?<br />
Responda sinceramente estas<br />
questões e ao se olhar no espelho<br />
lembre-se da frase tão preconizada<br />
pelo pensador Sócrates: - Conheça-te<br />
a ti mesmo. Perceba como <strong>de</strong>ve agir e<br />
seja feliz.<br />
Meu fraterno abraço...Sarava!<br />
(contato@tvus.com.br)<br />
Não procure ser como você era.<br />
Você está mudando.<br />
Permita que seus sentimentos o<br />
acompanhem.
Página -6 JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - JULHO/<strong>2007</strong>
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - JULHO/<strong>2007</strong> Página -7<br />
RONALDO<br />
LINARES<br />
O<br />
batismo <strong>de</strong> uma<br />
criança no ritual<br />
umbandista difere<br />
em sua essência<br />
daquele que é realiza-<br />
do no ritual católico, pois neste a cerimônia<br />
do batismo é parte <strong>de</strong> um exorcismo<br />
em que o sacerdote expulsa o<br />
<strong>de</strong>mônio que habita a criança em conseqüência<br />
do pecado original (herança<br />
bíblica <strong>de</strong> Adão e Eva e do relacionamento<br />
íntimo dos pais da criança).<br />
Na <strong>Umbanda</strong> não se aceita absolutamente<br />
que a criança possa já nascer<br />
em estado <strong>de</strong> pecado; o batismo simboliza<br />
a apresentação aos irmãos em<br />
Oxalá do jovem recém-nascido, bem como<br />
sua aceitação na fraternida<strong>de</strong>. O<br />
sacerdote invocará as bênçãos <strong>de</strong> Deus<br />
para essa criança, e<br />
um casal <strong>de</strong> irmãos<br />
<strong>de</strong>verá assumir,<br />
diante do altar <strong>de</strong><br />
Deus, o compromisso<br />
<strong>de</strong> que na ausência<br />
dos pais da criança<br />
estes ampara-la-ão<br />
como se fora seu<br />
próprio filho.<br />
DESCRIÇÃO DO<br />
RITUAL<br />
Faz-se a abertura<br />
normal dos trabalhos,<br />
e quando chega o<br />
momento das<br />
incorporações o pai<br />
espiritual solicita que<br />
sejam trazidos ante o<br />
altar a criança, seus pais e os padrinhos.<br />
Antes <strong>de</strong> dar início à cerimônia, dirige<br />
algumas palavras ao público presente,<br />
explicando os porquês da cerimônia,<br />
visto ser muito comum em tal caso a<br />
presença <strong>de</strong> convidados curiosos, nãoumbandistas,<br />
mas parentes ou amigos<br />
dos pais da criança, e estes <strong>de</strong>vem ser<br />
esclarecidos para não somente verem<br />
o ritual, mas inteirarem-se <strong>de</strong> seu profundo<br />
significado esotérico e humanístico.<br />
O pai espiritual oficiante da cerimônia<br />
estará <strong>de</strong> frente para o público e <strong>de</strong><br />
costas para o altar; os participantes estarão<br />
<strong>de</strong> costas para o público e <strong>de</strong> frente<br />
para o altar e para o pai espiritual; a<br />
criança <strong>de</strong>verá vestir uma roupa prática<br />
e fácil <strong>de</strong> manusear e estará nos braços<br />
da madrinha. Ao lado direito da madrinha<br />
ficará o padrinho, sustentando<br />
uma vela <strong>de</strong> batismo (a vela representa<br />
a luz divina, a presença do espírito <strong>de</strong><br />
Deus e é consagrada a Ifá, o Espírito<br />
Santo); ao lado esquerdo da madrinha<br />
ficará a mãe da criança e ao lado <strong>de</strong>sta,<br />
o pai. Dando início à cerimônia, o pai<br />
espiritual tomará a banha <strong>de</strong> Ori (também<br />
chamada limo da costa), uma substância<br />
gordurosa, extraída da glândula<br />
supra-renal do cor<strong>de</strong>iro, e traçará com<br />
ela o símbolo da <strong>Umbanda</strong> (dois triângulos<br />
entrelaçados) três vezes na fronte<br />
da criança, proferindo as seguintes<br />
palavras:<br />
“ Ao ungir tua fronte com o Ori sagrado,<br />
eu te consagro a Deus<br />
segundo a lei da <strong>Umbanda</strong> por Olorum,<br />
por Oxalá e por Ifá”.<br />
Desta forma, o sacerdote umbandista<br />
estará rogando a proteção <strong>de</strong><br />
Deus e dos Orixás para o batizando. A<br />
cerimônia tem prosseguimento quando<br />
BATISMO DE CRIANÇAS<br />
a madrinha vira a criança, <strong>de</strong>scobrindo<br />
sua nuca e pescoço, e na vértebra cervical<br />
mais saliente (a que leva o nome<br />
proeminente, ponto <strong>de</strong> encontro dos<br />
feixes nervosos que <strong>de</strong>scem do cérebro<br />
e chacra da maior importância) o pai<br />
espiritual repetirá a cerimônia. Voltando<br />
a criança à posição normal, a mãe <strong>de</strong>ve<br />
abrir sua roupa no peito para que mais<br />
uma vez o pai espiritual possa cruzála,<br />
da mesma forma que o realizado<br />
anteriormente. Exclui-se o cerimonial<br />
das mãos da criança, pois esta é uma<br />
atitu<strong>de</strong> que a criança tomará mais<br />
tar<strong>de</strong>, quando souber discernir se<br />
<strong>de</strong>seja ou não prosseguir seu caminho<br />
na seara umbandista.<br />
Dando seqüência à cerimônia, o pai<br />
espiritual utiliza a pemba em pó, preparada<br />
especialmente para esse fim.<br />
Tomando nas<br />
mãos o recipiente<br />
on<strong>de</strong> <strong>de</strong>verá<br />
estar a pemba,<br />
repetirá todo o<br />
ritual usado<br />
durante a<br />
primeira parte<br />
com a banha<br />
trocando apenas<br />
os dizeres, que<br />
passarão a ser:<br />
“Com a pemba,<br />
eu te consagro a<br />
Olorum, Oxalá e<br />
Ifá”.<br />
A cerimônia<br />
prossegue com a<br />
unção do sal, que<br />
obe<strong>de</strong>ce ainda à mesma ritualística,<br />
sendo que ao final <strong>de</strong>posita-se um<br />
pouquinho (uma pitada) <strong>de</strong> sal também<br />
na boca da criança dizendo-lhe:<br />
“Receba o sal da terra, você que não<br />
passa <strong>de</strong> um punhado <strong>de</strong> terra revivida<br />
pela vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus”.<br />
Usa-se normalmente sal refinado<br />
em lugar do sal grosso, pois sendo<br />
muito <strong>de</strong>licada a pele do bebê, o sal<br />
grosso po<strong>de</strong>ria feri-la; também po<strong>de</strong>se<br />
pilar e peneirar em peneira fina o sal<br />
grosso, com o mesmo resultado. Ao<br />
terminar esta parte do ritual, o padrinho<br />
toca com uma das mãos o peito da criança<br />
e com a outra continua segurando<br />
a vela, enquanto a madrinha segue<br />
segurando a criança em seus braços.<br />
O pai espiritual, neste instante,<br />
chama a atenção dos padrinhos para a<br />
importância do ato solene e da responsabilida<strong>de</strong><br />
que se seguirá, pedindo-lhes<br />
que repitam cada uma das suas palavras,<br />
assumindo perante o altar <strong>de</strong><br />
Deus suas responsabilida<strong>de</strong>s para com<br />
o batizando. Diz o sacerdote:<br />
“Eu (e cada um dos padrinhos repete<br />
seu próprio nome por extenso) recebo-te<br />
(dizem o nome da criança) na<br />
falta ou ausência <strong>de</strong> teus pais, como<br />
se fora meu próprio filho, prometendo<br />
alimentar-te, educar-te, orientar-te<br />
e amar-te, encaminhando-te <strong>de</strong>ntro<br />
dos ensinamentos <strong>de</strong> nossa crença<br />
no amor a Deus e aos Orixás por<br />
Olorum, por Oxalá e por Ifá”.<br />
A seguir, cada um dos padrinhos<br />
repete o seu próprio nome e diz:<br />
“Eu juro”.<br />
Naturalmente, não é <strong>de</strong> forma alguma<br />
necessário que as palavras sejam<br />
repetidas exatamente nesta or<strong>de</strong>m;<br />
basta que a idéia do que exprimem não<br />
seja alterada. A seguir, o pai espiritual<br />
coloca na palma da mão do padrinho<br />
uma pitada <strong>de</strong> pemba, e este <strong>de</strong>verá<br />
dizer á criança:<br />
“Em nome <strong>de</strong> Deus eu te recebo e<br />
abençôo”.<br />
Em seguida soprará a pemba sobre<br />
a criança. O mesmo farão a madrinha,<br />
o pai e a mãe da criança e também o<br />
pai espiritual, que dirá:<br />
“ Em nome <strong>de</strong> Deus, eu te consagro e<br />
abençôo”.<br />
Esta parte do ritual lembra o sopro<br />
divino, que teria dado origem ao primeiro<br />
homem, ou melhor, à <strong>de</strong>pendência<br />
divina do próprio homem.<br />
A seguir, um Ogã pe<strong>de</strong> ao pai da<br />
criança que segure sob a cabeça <strong>de</strong>la<br />
uma pequena bacia <strong>de</strong> louça, passa para<br />
o pai espiritual a concha <strong>de</strong> batismo<br />
e a enche com água pura. Tomando a<br />
concha, o pai espiritual dirá:<br />
“ Com a água que mantém a vida,<br />
eu lavo <strong>de</strong> sua cabeça toda e qualquer<br />
impureza ou negativida<strong>de</strong>, por Olorum,<br />
por Oxalá e por Ifá”.<br />
Após esta cerimônia, o Ogã, auxiliado<br />
pela mãe ou pela madrinha da criança,<br />
enxuga a cabeça <strong>de</strong>la.<br />
Os utensílios sagrados voltam ao<br />
congá. O pai espiritual cumprimenta todos,<br />
felicita-os e lembra-os da gran<strong>de</strong><br />
responsabilida<strong>de</strong> assumida ante o altar<br />
<strong>de</strong> Deus.<br />
Em seguida, será iniciado o cântico<br />
que chamará uma ou mais entida<strong>de</strong>s<br />
espirituais para que do espaço tragam<br />
suas vibrações positivas para o batizando<br />
e <strong>de</strong>mais participantes, sendo<br />
<strong>de</strong> livre escolha dos pais da criança as<br />
entida<strong>de</strong>s que serão chamadas, as<br />
quais não <strong>de</strong>verão ser mais que duas<br />
ou três.<br />
Também não é obrigatório que a<br />
entida<strong>de</strong> incorporante seja do pai ou<br />
da mãe espiritual do templo; po<strong>de</strong>rá<br />
ser perfeitamente <strong>de</strong> qualquer médium<br />
da casa, incluindo-se os pais ou padrinhos<br />
da criança.<br />
Após a cerimônia, o padrinho apagará<br />
a vela e a entregará á mãe da<br />
criança, que <strong>de</strong>verá acendê-la e orar<br />
diante da chama sagrada, quando houver<br />
qualquer dificulda<strong>de</strong> experimentada<br />
pela criança, pois a referida vela foi<br />
consagrada a Ifá – o Espírito Santo.<br />
LINARES, Ronaldo – Iniciação à<br />
<strong>Umbanda</strong> – Tría<strong>de</strong> <strong>Ed</strong>itorial – vol.02<br />
Gran<strong>de</strong> coleção <strong>de</strong><br />
ADRIANO<br />
CAMARGO<br />
Salve sagrados irmãozinhos e irmãzinhas<br />
nas ervas!<br />
Vamos <strong>de</strong>dicar nosso espaço <strong>de</strong>ste<br />
mês para falarmos um pouco<br />
sobre nossa amada Mãe Orixá Nanã.<br />
Essa amada Mãe, que por muitos é<br />
consi<strong>de</strong>rada uma Orixá <strong>de</strong> culto novo<br />
na <strong>Umbanda</strong>, na verda<strong>de</strong><br />
aparece na <strong>Umbanda</strong><br />
Tradicional há<br />
mais tempo do que parece.<br />
Por exemplo, no<br />
primeiro curso <strong>de</strong> <strong>Umbanda</strong><br />
conhecido, o<br />
tradicional “barco” <strong>de</strong><br />
Pai Ronaldo Linares,<br />
pela Fe<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> <strong>Umbanda</strong><br />
do Gran<strong>de</strong> ABC,<br />
já se falava sobre Mãe<br />
Nanã.<br />
Seu culto <strong>de</strong>ntro<br />
da religião se fortificou,<br />
e vem se fortalecendo<br />
dia a dia, após o enunciado<br />
teológico da <strong>Umbanda</strong><br />
<strong>Sagrada</strong>, trazida a nós por Pai<br />
Benedito <strong>de</strong> Aruanda, pela psicografia<br />
<strong>de</strong> Rubens Saraceni.<br />
Na verda<strong>de</strong>, o que mais importa é<br />
que a cada dia, evoluímos e apren<strong>de</strong>mos<br />
um pouco mais sobre cada uma dos Pais<br />
e Mães Orixás no ritual <strong>de</strong> <strong>Umbanda</strong>. E<br />
nesse fator evolutivo é que encontramos<br />
(também) Mamãe Nanã.<br />
Mãe transformadora, recebe em<br />
seus braços os espíritos a serem preparados<br />
para continuar sua caminhada<br />
evolutiva, ou aqueles que irão se preparar<br />
para a reencarnação. Seus fatores<br />
<strong>de</strong>cantadores e trasmutadores, que<br />
se manifestam em prol da evolução dos<br />
ESPADAS<br />
MELHOR PREÇO<br />
seres, se somam à força <strong>de</strong> cura, <strong>de</strong><br />
regeneração, <strong>de</strong> renovação.<br />
Esses fatores são quase que divididos<br />
com nosso Pai Obaluaiyê, mas há<br />
certas diferenças nesse campo <strong>de</strong><br />
atuação, pois Mamãe Nanã entra na vida<br />
dos seres, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> suas<br />
vonta<strong>de</strong>s, para transformar uma evolução<br />
que estava indo para uma direção<br />
incorreta, num “recurso” evolutivo,<br />
tanto para o ser em questão,<br />
como para os seres à sua volta. Seu<br />
ponto <strong>de</strong> forças são os<br />
lagos e águas tranqüilas,<br />
paradas mesmo.<br />
E suas ervas carregam<br />
em si os fatores aqui <strong>de</strong>scritos<br />
e muito mais. Alguns exemplos<br />
<strong>de</strong> ervas <strong>de</strong> Nanã:<br />
Ervas quentes<br />
(agressivas) <strong>de</strong> Nanã:<br />
Folhas <strong>de</strong> Chorão (<strong>de</strong>cantação<br />
e limpeza), Arnica<br />
(purificadora), Periquito ou<br />
Penicilina (purificadora <strong>de</strong> larvas<br />
e miasmas astrais).<br />
Ervas mornas<br />
(equilibradoras) <strong>de</strong> Nanã:<br />
Assa Peixe (fortalecedora e curadora),<br />
Trapoeraba (protetora e estimuladora<br />
da mediunida<strong>de</strong>), Melão <strong>de</strong> São<br />
Caetano (equilibrador e po<strong>de</strong>roso<br />
curador espiritual), Sete Sangrias (regenerador<br />
astral, fortalecedor).<br />
É isso turminha, Bênçãos <strong>de</strong> Mamãe<br />
Nanã em nossas vidas!<br />
Sucesso e muita saú<strong>de</strong> a todos!<br />
Adriano Camargo / Erveiro da Jurema<br />
(11) 4177-1178<br />
adriano@ervasdajurema.com.br<br />
Ouça o programa:<br />
Falando <strong>de</strong> <strong>Umbanda</strong><br />
COM ALEXANDRE CUMINO E JORGE SCRITORI<br />
Terça-feira das 13h00 às 13h30<br />
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Página -8 JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - JULHO/<strong>2007</strong><br />
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O Jornal <strong>de</strong> <strong>Umbanda</strong> <strong>Sagrada</strong> (JUS)<br />
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<strong>de</strong>stinada aos colaboradores do jornal.<br />
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Neste curso o aluno conhecerá quem são os espíritos Sofredores,<br />
Eguns e Quiumbas, apren<strong>de</strong>rá como i<strong>de</strong>ntificar a aproximação em seu<br />
campo eletromagnético e encaminhá-los. É ensinado a abrir Portais <strong>de</strong> Luz<br />
do Trono da Evolução para que sejam curados e encaminhados com a<br />
essência do Pai Obaluaiê. Esse trabalho ou encaminhamento será passado<br />
<strong>de</strong> forma que o aluno po<strong>de</strong>rá realizar em sua própria casa pois, após ser<br />
consagrado ao Mistério do Pai Obaluaiê terá a outorga <strong>de</strong> amparar e ajudar<br />
também seus semelhantes. Também será consagrado e iniciado como<br />
oferenda viva ao Portal <strong>de</strong> Luz do Pai Obaluaiê, como um servidor e será<br />
amparado pelo Trono da Evolução. Venha ser um iniciado ao Portal <strong>de</strong> Luz<br />
do Pai Obaluaiê e conhecerá o fundamento da palavra carida<strong>de</strong>.<br />
TEÓRICO, PRÁTICO E APOSTILADO EM APENAS<br />
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Sábado dias 11, 18 e 25 <strong>de</strong> agosto – 10:00 às 12:00<br />
Terça-feira dias 14, 21 e 28 <strong>de</strong> agosto – 20:30 às 22:30<br />
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Ministrado por Jorge Scritori<br />
Sábado - 22 <strong>de</strong> Setembro – 19:30 às 22:30<br />
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TEÓRICO, PRÁTICO E APOSTILADO<br />
MINISTRADO POR JORGE SCRITORI<br />
21/07 - Sábado - das 18h30 às 21h30<br />
Local: <strong>Colégio</strong> <strong>de</strong> <strong>Umbanda</strong> <strong>Sagrada</strong> <strong>Pena</strong> <strong>Branca</strong><br />
Rua Paracatu, 220 - Metrô Saú<strong>de</strong> - Tel. 5072-2112<br />
18/<strong>08</strong> - Domingo - das 19h30 às 22h30<br />
Local: Fundação Cacique Cobra Coral<br />
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22/09 - Sábado - das 19h30 às 22h30<br />
Local: Fe<strong>de</strong>ração Umbandista Luz Dourada<br />
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JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - JULHO/<strong>2007</strong> Página -9<br />
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Ministrante: <strong>Jul</strong>io Novo (164)<br />
Av. Maria Coelho Aguiar 1441<br />
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Metrô São Judas - Tel: 5573-3852<br />
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Ministrante: Elizabeth Bretzel (244)<br />
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tel: 5542-1374 5073-5872<br />
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Ministrante: Maria do C. D.França (281)<br />
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Av. Vila Ema 3593 – Vila Ema<br />
Tel: (11) 6102-4<strong>08</strong>7<br />
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tel: 9578-1903 (Rosane)<br />
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Av. Presi<strong>de</strong>nte Getúlio Vargas 966<br />
Bairro Mogi Mo<strong>de</strong>rno -<br />
tel: 4799-9<strong>86</strong>2 7121-4422<br />
SUZANO<br />
Nucleo Umbandista e Espiritualista Pai<br />
Ogum e Caboclo 7 Flechas<br />
COLÉGIO DE UMBANDA<br />
SAGRADA PENA BRANCA<br />
“ETERNOS APRENDIZES DA UMBANDA”<br />
Rua Paracatu, 220<br />
ESTAÇÃO SAÚDE DO METRÔ<br />
CURSO GRATUITO<br />
EM AGOSTO - NÃO PERCA!!!!<br />
INTRODUÇÃO À TEOLOGIA<br />
DE UMBANDA SAGRADA<br />
Ministrado por Alexandre Cumino<br />
Turma às Quartas-Feiras - das 20h30 às 22h30<br />
Turma aos Sábados - das 10h00 às 12h00<br />
Turma aos Domingos - das 14h00 às 16h00<br />
CONTEÚDO DO CURSO:<br />
1) A Origem dos Orixás<br />
2) Diferenças e semelhanças<br />
UMBANDA X CANDOMBLÉ X KARDECISMO<br />
3) A Origem da <strong>Umbanda</strong><br />
<strong>Colégio</strong> <strong>de</strong> <strong>Umbanda</strong><br />
<strong>Sagrada</strong> - Bauru<br />
BAURU - 05/<strong>08</strong>: MAGIA DIVINA<br />
DAS SETE CHAMAS SAGRADAS<br />
Horário: 20h00 às 22h00<br />
Local: <strong>Colégio</strong> <strong>de</strong> <strong>Umbanda</strong> <strong>Sagrada</strong> -<br />
Rua Albuquerque Lins, 6-24, Falcão.<br />
Informações: (14) 3011-1499<br />
SÃO PAULO:<br />
28/07: MAGIA DAS OFERENDAS<br />
Horário: 13h00 às 16h30<br />
Local: Fundação Cacique Cobra Coral -<br />
Av. Tira<strong>de</strong>ntes, 1290, ao lado do metrô<br />
Armênia Tel. (11) 3313-6751<br />
VILA VELHA - ES:<br />
22/07: MAGIA DAS OFERENDAS<br />
Horário - 9h30 às 13h30<br />
Local: Instituto Cultural Aruanda - ES -<br />
Rua Monte Sinai, s/nº, (casa ver<strong>de</strong>)<br />
Vale Encantado<br />
Tels: (27) 3339-7503/ 9989-0159<br />
Ministrante: Antonio C. Gomes (80)<br />
Rua Maria <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s M. Vieira, 429 -<br />
Pq. Maria Helena - Tel: 4748-6535<br />
SÃO BERNARDO DO CAMPO<br />
Templo <strong>de</strong> Doutrina Umbandista<br />
Pai Oxalá - Pai Ogum<br />
Ministrante: Merce<strong>de</strong>s Soares (39)<br />
Rua Tietê, 600 - Vila Vivaldi<br />
Tel: (11) 4365-11<strong>08</strong><br />
JUNDIAÍ<br />
Ministrante: Savério Spina (130)<br />
Estrada da Bragantina - KM 8<br />
Campo Limpo Paulista - Jundiaí<br />
Tel. (11) 7839-6542<br />
<strong>Colégio</strong> <strong>de</strong> <strong>Umbanda</strong> <strong>Sagrada</strong> <strong>de</strong> Jundiaí<br />
Ministrante: Daniel Augusto Sossi (154)<br />
Rua João Kross 79 – Vila Viotto – Jundiaí<br />
Tel: (11) 9685-1005<br />
Guardiões da Luz Divina<br />
Ministrante: Lúcia Castro (258)<br />
Rua Dom Jose Gaspar 243<br />
Vila Rio Branco - Tel: (11) 9605-4181<br />
SOMENTE<br />
COM<br />
RESERVAS<br />
ANTECIPADAS<br />
RESERVE SUA VAGA PELO TELEFONE:<br />
(11) 5072-2112<br />
LIGAR DE SEGUNDA À SEXTA DAS 9H00 ÀS 17H00<br />
18/<strong>08</strong>: MAGIA DIVINA DAS<br />
SETE CHAMAS SAGRADAS<br />
Horário: 13h às 17h30<br />
Local: Instituto Cultural Aruanda - ES -<br />
Rua Monte Sinai, s/nº, (casa ver<strong>de</strong>)<br />
Vale Encantado<br />
Tels.: (27) 3339-7503/ 9989-0159<br />
19/<strong>08</strong>: TEOLOGIA DE UMBANDA<br />
SAGRADA<br />
Horário: 9h30 às 17h00<br />
Tels: (27) 3339-7503/ 9989-0159<br />
Todos os cursos serão ministrados<br />
por Rodrigo Queiroz.<br />
Maiores informações sobre<br />
conteúdo dos cursos acesse<br />
www.tvus.com.br/colegio<br />
SANTOS<br />
Terreiro Divinda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Olorum<br />
Ministrante: Sidney Rodrigues (58)<br />
Rua Lucas Fortunato, 185<br />
Vila Matias - Santos - SP<br />
Tel: (13) 3273-4187 (parte da manhã)<br />
PRAIA GRANDE<br />
Núcleo <strong>de</strong> Magia Divina Praia Gran<strong>de</strong><br />
Ministrante: Laura Costa (225)<br />
Rua Olga Colli, 119<br />
Aviação - Praia Gran<strong>de</strong><br />
Tel: (13) 3596-6873 (13) 9135-8261<br />
ITANHAÉM<br />
Espaço Holístico Hórus<br />
Ministrante: Marcos C. Mozol (155)<br />
R: Leão XIII, 762 — Suarão<br />
Tel: (13) 9122-0044 (Deise)<br />
MONGAGUÁ<br />
Núcleo <strong>de</strong> Magia Divina 7 Espadas<br />
Ministrante: Marcos C. Mozol (155)<br />
R: Canadá 28 — Jd. Vera Cruz<br />
Tel: (13) 9122-0044 (Deise)<br />
SOMENTE CONSTARÃO NESSA PUBLICAÇÃO, AQUELES QUE ENTRAREM EM CONTATO COM<br />
O COLÉGIO TRADIÇÃO DE MAGIA DIVINA, NA PESSOA DA DRA. MIRIAM SOARES
Página -10 JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - JULHO/<strong>2007</strong>
JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - JULHO/<strong>2007</strong> Página -11
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