Ano 08 Ed 86 Jul 2007 - Colégio de Umbanda Sagrada Pena Branca
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JORNAL DE UMBANDA SAGRADA - JULHO/<strong>2007</strong> Página -3<br />
Pedreiros na <strong>Umbanda</strong><br />
JORGE SCRITORI<br />
E HANS BONFÁ<br />
Segundo o vernáculo, pedreiro é:<br />
aquele que executa trabalhos <strong>de</strong><br />
alvenaria (tijolos, pedras, etc.).<br />
Não vou falar sobre a construção <strong>de</strong><br />
templos Umbandistas nem daqueles<br />
que os constroem, falarei <strong>de</strong> uma categoria<br />
<strong>de</strong> pessoas que ao contrário dos<br />
pedreiros, não constroem mas querem<br />
<strong>de</strong>struir por meio da falácia e da engenharia<br />
lingüística, do ataque sistemático,<br />
da calúnia e do engodo, quem<br />
quer que pense ou atue diferente <strong>de</strong>les.<br />
Falarei <strong>de</strong> quem atira pedras. Sim,<br />
eles mesmos. Usarei, portanto, uma<br />
expressão idiomática que, com a licença<br />
que peço ao vernáculo, <strong>de</strong>fino como:<br />
“Aqueles que atiram pedras nos outros<br />
por não po<strong>de</strong>rem, ou não conseguirem,<br />
fazer ou realizar o mesmo que os<br />
seus opostos”. Tudo bem! Agora que<br />
já <strong>de</strong>spejei o meu excesso <strong>de</strong> bílis, explicarei<br />
melhor o meu raciocínio.<br />
Como espíritos em evolução temos<br />
tendência a precipitação, a falta <strong>de</strong><br />
compreensão, a intolerância, a influência<br />
<strong>de</strong> outros e até a malda<strong>de</strong>. Abordo<br />
este assunto por observar que muitos<br />
irmãos nossos não compreen<strong>de</strong>m o<br />
mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> cursos pagos, e fazem assim<br />
críticas precipitadas.<br />
Peço que voltem ao início do texto<br />
e percebam que usei <strong>de</strong> palavras duras<br />
e até <strong>de</strong> sarcasmo. Me apropriei do idioma<br />
para atacar quem pensa diferente<br />
<strong>de</strong> mim, e tive uma postura dura e inflexível<br />
para com meus opostos <strong>de</strong> i<strong>de</strong>al.<br />
Resumo da atitu<strong>de</strong>:<br />
Fiz tudo errado!<br />
Certamente ao pensar melhor no<br />
assunto pon<strong>de</strong>rei que esses nossos irmãos<br />
(os chamo <strong>de</strong> irmãos pois é o que<br />
são: meus irmãos), tem o direito a opinião<br />
contrária. Ter divergências quanto<br />
a doutrina e a forma <strong>de</strong> ensinar são<br />
caminhos para todos evoluirmos, tentando<br />
enten<strong>de</strong>r que quem cobra pelos<br />
cursos tem seus custos <strong>de</strong> pesquisa,<br />
tempo, espaço físico, <strong>de</strong>dicação, material,<br />
aluguel, água, luz, telefone, hora<br />
trabalho, lembrando também que os<br />
ministrantes dos cursos trabalham religiosamente<br />
<strong>de</strong> forma gratuita, aten-<br />
<strong>de</strong>ndo assim as necessida<strong>de</strong>s daqueles<br />
que os procuram.<br />
Respeitando a <strong>Umbanda</strong> como religião<br />
traçamos um comparativo com outras<br />
religiões, ressaltando que todas,<br />
sem excessão, possuem suas escolas<br />
preparatórias para que a religião seja<br />
representada <strong>de</strong> forma eficaz e profissional,<br />
lembrando que a lingüística, a<br />
argumentação, o conhecimento teórico<br />
prático e experimental necessitam <strong>de</strong><br />
prévia preparação. Certamente não<br />
existe nenhum Padre, Pastor ou Rabino<br />
que nunca precisou <strong>de</strong> preparação.<br />
Peço a todos os que divergem <strong>de</strong>stes<br />
argumentos que pon<strong>de</strong>rem, reflitam,<br />
procurem enten<strong>de</strong>r e se possível<br />
H<br />
ouve um tempo<br />
em que fomos<br />
iniciados nas artes do<br />
WAGNER espírito. Penetramos<br />
BORGES<br />
nas brumas dos mistérios<br />
e levantamos o<br />
véu das ilusões. Ficamos frente a<br />
frente com a Luz! E <strong>de</strong>scobrimos o<br />
mistério <strong>de</strong> nós mesmos.<br />
O olho espiritual <strong>de</strong>vassou os Planos<br />
Invisíveis e nos mostrou a Luz<br />
Perene. Foi-nos revelada a Sabedoria<br />
Arcana, e Ela era puro amor sereno.<br />
Em sua presença solene, nossas posturas<br />
equivocadas e nossas emoções<br />
enferrujadas morreram... dissolvidas<br />
na Luz. Despojados <strong>de</strong> nossa antiga<br />
arrogância, renascemos... dourados<br />
<strong>de</strong> Amor Sereno!<br />
O ferro sujo (o Eu antigo, medroso<br />
e tristonho) se dissolveu... E, em seu<br />
lugar, surgiu o Ser Dourado (O Novo<br />
venham conhecer o tamanho<br />
<strong>de</strong>ste trabalho e os benefícios<br />
advindos <strong>de</strong>le.<br />
O respeito a individualida<strong>de</strong> e<br />
ao livre pensamento são<br />
responsabilida<strong>de</strong>s inerentes a<br />
qualquer religioso e principalmente<br />
aos Umbandistas, pois<br />
pessoalmente me orgulho muito<br />
<strong>de</strong>sta Religião que acolhe a todos,<br />
não discrimina (haja visto nossos<br />
guias: Índios, Negros, Jagunços,<br />
etc... ) e aceita elementos <strong>de</strong><br />
outras religiões.<br />
Livres <strong>de</strong> conceitos pessoais certamente<br />
será mais fácil avaliar a funcionalida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>ste trabalho e principalmente<br />
que não nos arrogarmos donos<br />
da <strong>Umbanda</strong>, nem tampouco <strong>de</strong>tentores<br />
do saber religioso, mas sim que somos<br />
<strong>de</strong>dicados ao conhecimento e ao<br />
crescimento <strong>de</strong> nossa amada <strong>Umbanda</strong>.<br />
A partir <strong>de</strong>ste momento vamos<br />
construir mais, <strong>de</strong>struir menos e criticar<br />
<strong>de</strong> uma maneira positiva, pois a crítica<br />
positiva é sempre bem vinda e nos faz<br />
crescer e aprimorar nossos métodos, e<br />
não po<strong>de</strong>mos nos esquecer que quem<br />
bate <strong>de</strong>ve estar preparado para apanhar.<br />
Um abraço fraterno.<br />
Regeneração<br />
Homem) renascido das entranhas <strong>de</strong> si<br />
mesmo e iniciado na Consciência Universal.<br />
Expostos à Luz Suprema, nus,<br />
em Espírito e Verda<strong>de</strong>, juramos seguir<br />
os <strong>de</strong>sígnios Superiores <strong>de</strong> Liberda<strong>de</strong>,<br />
Igualda<strong>de</strong> e Fraternida<strong>de</strong>.<br />
Sim, houve um tempo em que fomos<br />
iniciados juntos, em Espírito e Verda<strong>de</strong>.<br />
Porém, não conseguimos aplicar na vida<br />
e em nossas relações com os outros,<br />
aquilo que a Luz nos ensinou. Permitimos<br />
que o nosso discernimento fosse<br />
engolfado pelas emoções pesadas e<br />
por energias mesquinhas.<br />
Gradativamente, sob o domínio das<br />
ilusões, fomos enferrujando novamente...<br />
Então, os nossos i<strong>de</strong>ais espirituais<br />
foram manchados pelo sangue <strong>de</strong> nossas<br />
espadas. A senda iniciática, que<br />
tanto prezávamos, foi inundada <strong>de</strong> sangue<br />
e violentada pelos nossos atos<br />
violentos e sem méritos.<br />
LIÇÕES DE VIDA<br />
N<br />
uma sala <strong>de</strong> aula, uma das<br />
crianças perguntou à professora:<br />
- Professora o que é o amor?<br />
Ciente da importância da resposta<br />
que <strong>de</strong>veria dar, a professora aproveitou<br />
o intervalo para o recreio e pediu<br />
que cada aluno trouxesse, no retorno,<br />
algo que expressasse nele um<br />
sentimento <strong>de</strong> amor.<br />
Ao voltarem, a professora pediu<br />
que cada um mostrasse o que cada um<br />
trouxera:<br />
- Eu trouxe esta flor, não é linda? -<br />
disse a primeira criança.<br />
- Eu trouxe esta borboleta. Vou<br />
colocá-la em minha coleção. - disse a<br />
segunda.<br />
- Eu trouxe este filhote <strong>de</strong> passarinho.<br />
Ele havia caído do ninho junto<br />
com outro irmão. Não é bonitinho? -<br />
disse a terceira criança.<br />
E assim as crianças iam mostrando<br />
o que tinham trazido, cada uma mais<br />
contente que a outra. Aí, a professora<br />
notou, no fundo da sala, uma criança<br />
Lentamente, essa Luz foi sumindo<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> nossas emoções violentas.<br />
Felizmente, a Justiça Cósmica nos<br />
pren<strong>de</strong>u inexoravelmente em sua imensa<br />
teia cármica. Sob sua ação <strong>de</strong>purativa,<br />
a dor se fez presente em nossos<br />
caminhos. Acicatados pelos <strong>de</strong>senganos<br />
e posturas equivocadas,<br />
lambemos nossas feridas e choramos<br />
a dor da queda no profano. Na verda<strong>de</strong>,<br />
profanamos a nós mesmos e pisamos<br />
em cima <strong>de</strong> nossos i<strong>de</strong>ais, cheios<br />
<strong>de</strong> empáfia e <strong>de</strong> falsa glória.<br />
Contudo, a Luz não estava morta<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> nós. Paciente, ela nos esperou<br />
em segredo. Ela sabia que em nossa<br />
queda estava o embrião <strong>de</strong> uma<br />
gran<strong>de</strong> lição e a possibilida<strong>de</strong> do recomeço.<br />
Serenamente, ela viu o tempo<br />
e o carma operarem seu trabalho <strong>de</strong><br />
regeneração em nós...<br />
A Roda da Vida girou, o tempo<br />
passou, e estamos juntos novamente.<br />
Os ensinamentos herméticos do Antigo<br />
Egito e da Grécia Antiga, a Espiritualida<strong>de</strong><br />
dos Rishis da Velha Índia, a<br />
O que é o amor?<br />
que tinha ficado quieta o tempo todo,<br />
vermelha <strong>de</strong> vergonha, pois nada havia<br />
trazido. A professora então se dirigiu a<br />
ela e perguntou:<br />
- Meu bem, por que você não<br />
trouxe nada?<br />
A criança ameaçando o choro respon<strong>de</strong>u:<br />
- Desculpe professora. Vi a flor, senti<br />
o perfume e pensei em arrancá-la,<br />
mas fiquei com pena <strong>de</strong> matá-la e <strong>de</strong>ixei<br />
para trás. Depois, vi também a borboleta,<br />
linda, colorida, parecia tão feliz<br />
voando que não tive coragem <strong>de</strong> aprisioná-la.<br />
Vi também o passarinho caído,<br />
mas olhei para o ninho e vi sua mãe<br />
olhando tão triste, que resolvi <strong>de</strong>volvêlo<br />
ao ninho. Portanto, trouxe o que<br />
não posso lhe dar: O perfume da flor, a<br />
liberda<strong>de</strong> da borboleta e a gratidão que<br />
senti no olhar da mãe do passarinho.<br />
Foi por isso que não trouxe nada.<br />
A professora agra<strong>de</strong>ceu e <strong>de</strong>u<br />
àquela criança a nota máxima.<br />
O amor verda<strong>de</strong>iro é o que<br />
trazemos no coração.<br />
Fonte: “Parábolas Eternas” <strong>Ed</strong>. Soler<br />
Sabedoria do Tibet e da China imemorável,<br />
a honra e a lealda<strong>de</strong> dos iniciados<br />
celtas da Velha Europa, os amores<br />
e as dores do passado, tudo isso<br />
vive em nós.<br />
Tomara que, <strong>de</strong>ssa vez, nós sejamos<br />
dignos dos valores espirituais que<br />
esposamos. Oxalá, que a ferrugem se<br />
dissolva novamente, e que brilhe em<br />
nós aquele amor sereno, como antes,<br />
naquele tempo bom, em nossos<br />
pensamentos, sentimentos e atitu<strong>de</strong>s.<br />
Sim, estamos juntos na Luz! Mais uma<br />
vez...<br />
(Essas linhas são <strong>de</strong>dicadas ao mestre<br />
búlgaro Omraam Mikhael Aivanhov).<br />
No próximo dia 1 <strong>de</strong> Agosto à partir<br />
das 20h30 WAGNER BORGES estará<br />
ministrando uma PALESTRA GRATUITA<br />
sob o tema “Viagem Astral” no<br />
<strong>Colégio</strong> <strong>de</strong> <strong>Umbanda</strong><br />
<strong>Sagrada</strong> <strong>Pena</strong> <strong>Branca</strong> à<br />
Rua Paracatu, 220 - Metrô Saú<strong>de</strong><br />
- Reserva <strong>de</strong> vagas pelo telefone:<br />
(11) 5072-2112- das 9h às 17h<br />
Contatos: www.ippb.org.br