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Revista Elo.indd - Diocese de Dourados

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Francisco nasceu no castelo <strong>de</strong> sua família em<br />

Xavier, na Espanha, a 7 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1506. Filho <strong>de</strong> família<br />

aristocrática, sua infância não foi das mais tranquilas. Em<br />

1515, aos nove anos, per<strong>de</strong>u o pai, e seus familiares se<br />

viram envolvidos numa das numerosas guerras que então<br />

ocorriam entre os diversos Estados que compunham a<br />

Península Ibérica.<br />

Em 1520, aos 14 anos, foi encaminhado pela mãe<br />

para Paris, então consi<strong>de</strong>rada a capital da cultura europeia.<br />

Durante o curso universitário, conheceu um estranho grupo<br />

<strong>de</strong> colegas que, diferentemente dos <strong>de</strong>mais, tomavam a<br />

sério a fé e a religião. Eram li<strong>de</strong>rados por Inácio <strong>de</strong> Loyola.<br />

Apesar <strong>de</strong> ser seu conterrâneo, evitava-o com todo o prazer,<br />

já que cada vez que se encontravam, ele o questionava com<br />

estas palavras: «Francisco, que adianta ao homem ganhar o<br />

mundo inteiro se vier a per<strong>de</strong>r a sua vida?» (Mc 8,26).<br />

Água mole em pedra dura tanto bate até que fura!<br />

Foi o que aconteceu com ele também. Diante da amiza<strong>de</strong>,<br />

da alegria e do testemunho <strong>de</strong> vida que percebia em Inácio<br />

e seus companheiros, Francisco capitulou. No dia 15 <strong>de</strong><br />

agosto <strong>de</strong> 1534, quando nasceu a Companhia <strong>de</strong> Jesus, ele<br />

estava entre os seus primeiros membros. Em setembro, sob a<br />

direção <strong>de</strong> Inácio, fez um prolongado retiro <strong>de</strong> 30 dias. Dois<br />

anos <strong>de</strong>pois, viajou a pé, com os <strong>de</strong>mais companheiros, <strong>de</strong><br />

Paris a Veneza, atravessando regiões em guerra e montanhas<br />

nevadas, a fi m <strong>de</strong> tomar um navio e peregrinar à Terra<br />

Santa. Enquanto esperava a partida – que nunca aconteceu!<br />

– Francisco recebeu a or<strong>de</strong>nação sacerdotal no dia 24 <strong>de</strong><br />

junho, dois meses após ter completado 31 anos.<br />

Testemunho <strong>de</strong> Vida<br />

São Francisco Xavier<br />

Não conseguindo ir à Terra Santa, os Jesuítas se<br />

dirigiram a Roma, para ouvir diretamente do Papa o que é<br />

que Deus esperava <strong>de</strong>les.<br />

Era o tempo em que a Espanha e Portugal ampliavam<br />

seu po<strong>de</strong>r e suas conquistas na Ásia e na América. Precisavase<br />

<strong>de</strong> missionários para implantar a fé católica nas novas<br />

possessões. Foi assim que, no dia 7 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1541 – data<br />

<strong>de</strong> seu 35º aniversário – o Pe. Francisco partiu <strong>de</strong> Lisboa<br />

para a Índia, acompanhado <strong>de</strong> dois colegas. Viajou em<br />

companhia <strong>de</strong> Martim Afonso <strong>de</strong> Souza que, em 1530,<br />

estivera no Brasil como seu primeiro governador geral.<br />

A viagem foi longa e cansativa, só alcançando o<br />

<strong>de</strong>stino um ano <strong>de</strong>pois, a 6 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1542. Mal chegou<br />

a Goa, ele se entregou <strong>de</strong> corpo e alma à evangelização,<br />

colocando-se inteiramente à disposição <strong>de</strong> quantos<br />

precisassem <strong>de</strong> apoio e orientação, sobretudo os doentes,<br />

os pobres e as crianças. A 20 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1543, iniciou<br />

uma série <strong>de</strong> viagens que o levaram para várias regiões<br />

da Índia e dos países mais ou menos vizinhos. Em 1544,<br />

estava no Sri Lanka; em 1545, na Indonésia; em 1546, nas<br />

Ilhas Molucas. Entre os milhares <strong>de</strong> pessoas que ali batizou,<br />

estava o japonês Angiró – o qual, em 1549, o ajudará a<br />

chegar ao Japão.<br />

Em janeiro <strong>de</strong> 1548, regressou a Goa, on<strong>de</strong> permanece<br />

por um ano e meio. A 15 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1549, partiu para o<br />

Japão. Lá chegando, foi acolhido pela família <strong>de</strong> Angiró,<br />

em Kagoshima. Por dois anos, pregou o Evangelho em toda<br />

a parte on<strong>de</strong> era acolhido, apesar das imensas difi culda<strong>de</strong>s<br />

que encontrava, não apenas pela língua, mas também pelas<br />

profundas diferenças que muitos viam entre o cristianismo<br />

e o xintoísmo.<br />

Em janeiro <strong>de</strong> 1552, Francisco voltou a Goa, mas<br />

apenas o tempo sufi ciente para se preparar para a viagem<br />

que há tempo tencionava fazer à China. Partiu no dia 14<br />

<strong>de</strong> abril. A entrada <strong>de</strong> estrangeiros em território chinês era<br />

terminantemente proibida. Por isso, Francisco <strong>de</strong>sembarcou<br />

na ilha <strong>de</strong> Sancião, a fi m <strong>de</strong> estudar a melhor maneira <strong>de</strong> o<br />

conseguir. Mas, no dia 21 <strong>de</strong> novembro, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> celebrar<br />

sua última missa, foi acometido por uma febre violenta,<br />

que o levou à morte no dia 3 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, com 46 anos,<br />

abraçado ao crucifi xo que lhe fora entregue por Santo<br />

Inácio. Foi canonizado pelo Papa Gregório XV, a 12 <strong>de</strong><br />

março <strong>de</strong> 1622, juntamente com seu Fundador.<br />

Numa carta que escreveu a Santo Inácio, é possível<br />

perceber o zelo que lhe infl amava o coração e que o<br />

tornou “Apóstolo do Oriente” e “Padroeiro das Missões”:<br />

«Nestas regiões, são muitos os que não se tornam cristãos<br />

simplesmente por faltar quem os faça tais. Veio-me muitas<br />

vezes ao pensamento ir pelas aca<strong>de</strong>mias da Europa e, por<br />

toda a parte, gritar como louco e sacudir aqueles que têm<br />

mais ciência do que carida<strong>de</strong>! Quem <strong>de</strong>ra se <strong>de</strong>dicassem a<br />

esta obra com o mesmo interesse com que se <strong>de</strong>dicam às<br />

letras!».<br />

Dezembro <strong>de</strong> 2012 5

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