RESUMO NAO TECNICO -VILA ESPERANÇA - SIA
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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL<br />
PLANO DE OPERAÇÃO URBANISTICA <strong>VILA</strong> <strong>ESPERANÇA</strong><br />
Cidade da Praia<br />
<strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
____________________________________________________________<br />
______________________________________________________________________<br />
_<br />
Coordenação<br />
José Maria Semedo<br />
Samuel Gomes<br />
Julho de 2011
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL<br />
PLANO DE OPERAÇÃO URBANISTICA <strong>VILA</strong> <strong>ESPERANÇA</strong><br />
Cidade da Praia<br />
<strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
_____________________________________________________________<br />
_____________________________________________________________<br />
Coordenação<br />
José Maria Semedo<br />
Samuel Gomes<br />
Julho, 2011
Para:<br />
Estudo Elaborado pela<br />
SIG-RISCO – Centro de Estudos Geográficos L. da ,<br />
Avenida do Palmarejo N. o 8 2 o Direito Palmarejo, Cidade da Praia, Tel/Fax (238) 262 00 2<br />
NIF – 252865103<br />
Equipa Técnica<br />
José Maria Monteiro Semedo – Geógrafo e Mestre em Gestão e Auditoria Ambiental -<br />
vertente Gestão de Áreas Protegidas<br />
Samuel Fernandes Gomes – Botânico e Arquitecto Paisagista<br />
Hércules Vieira – Engenheiro (hidrosanitário)<br />
Ana Maria Semedo - Geógrafa
Plano de Operação urbanístico de loteamento Vila Esperança<br />
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
__________________________________________________________________________________<br />
INDICE<br />
Tema Pg<br />
1 INTRODUÇÃO 1<br />
2 METODOLOGIA DO ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL 3<br />
3 DESCRIÇÃO GERAL DO PROJECTO 4<br />
4 INFORMAÇÕES DOS ELEMENTOS EM AVALIAÇÃO NO ESTUDO<br />
DE IMPACTE AMBIENTAL – CARACTERÍSTICAS AMBIENTAIS<br />
DE REFERÊNCIA<br />
5 IDENTIFICAÇÃO DE IMPACTES AMBIENTAIS 14<br />
6 PROPOSIÇÃO DE MEDIDAS MITIGADORAS 35<br />
ii<br />
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Plano de Operação urbanístico de loteamento Vila Esperança<br />
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL<br />
PLANO DE OPERAÇÃO URBANISTICA <strong>VILA</strong> <strong>ESPERANÇA</strong><br />
1 – INTRODUÇÃO<br />
Ilha de Santiago, República de Cabo Verde<br />
<strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
O presente documento constitui o Resumo Não Técnico do Estudo de Impacte<br />
Ambiental do Plano de Operação Urbanística de Loteamento “Vila Esperança” a ser<br />
desenvolvido na Achada Grande Trás, na Cidade da Praia, nas proximidades do Monte Facho,<br />
a norte da Ponta Bicuda, na ilha de Santiago.<br />
Este projecto é promovido pela parceria entre a Tecnicil – Imobiliária SA e a Câmara<br />
Municipal da Praia, visando criar um planeamento urbano que concilie as exigências da<br />
qualidade e de promoção da habitação social. O projecto abrange uma área de<br />
aproximadamente 30 (trinta) hectares tendo como limites: a Norte – terreno baldio delimitado<br />
pela base do Monte Facho; a Sul – terreno baldio, por onde faz a conexão à Ponta Bicuda, na<br />
base do Montinho; a Este, a arriba costeira entre Monte Facho e Montinho; a Oeste o Bairro<br />
de Achada Grande Trás na Cidade da Praia.<br />
No quadro estratégico o Plano de Operação Urbanística de Loteamento – Vila<br />
Esperança, abrange parcelas de terreno determinadas como área de expansão urbana da<br />
Cidade da Praia. Este terreno encontra-se numa zona privilegiada pela proximidade do<br />
Aeroporto Internacional, do Porto da Praia, localização de grandes armazéns comerciais, zona<br />
industrial, zona de desenvolvimento turístico (ZDTI) do Norte da Praia e o Bairro de Achada<br />
Grande de Trás em expansão e consolidação.<br />
Do ponto de vista topográfico corresponde a uma plataforma costeira planáltica, de<br />
basaltos subaéreos que delimitam a orla poente da Achada Grande Trás. As cotas altimétricas<br />
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Plano de Operação urbanístico de loteamento Vila Esperança<br />
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
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da área de intervenção oscilam entre os 65 m e os 79 m sobre o nível do mar e terminam em<br />
arriba viva com um desnível de mais de 60 m.<br />
Para dar cumprimento à legislação em vigor sobre o Processo de Estudo de Impacte<br />
Ambiental, este documento tem como principal finalidade a descrição, de forma sucinta e<br />
coerente, numa linguagem não técnica e acessível, das informações relacionadas com os<br />
impactes locais deste projecto, para uma melhor compreensão do público. O desenvolvimento<br />
do estudo de impacte foi enquadrado pela legislação de Cabo Verde, nomeadamente o<br />
Decreto Legislativo Nº6/2006 de 6 de Março, onde é definido o âmbito dos estudos de<br />
impacte ambiental para projectos susceptíveis de provocar incidências significativas no<br />
ambiente, território e qualidade de vida dos cidadãos. O documento pretende sintetizar as<br />
principais conclusões do estudo de impacte desenvolvido relativamente aos seguintes pontos:<br />
- Características do plano – Operação Urbanística de Loteamento – Vila Esperança;<br />
- Características do local;<br />
- Identificação dos impactes negativos mais significativos resultantes da implementação<br />
do plano;<br />
- Recomendações e medidas minimizadoras com o objectivo de reduzir ou eliminar os<br />
Impactes negativos previstos.<br />
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Plano de Operação urbanístico de loteamento Vila Esperança<br />
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
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2 - METODOLOGIA DO ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL<br />
A metodologia adoptada no desenvolvimento do estudo de impacte ambiental foi a<br />
seguinte:<br />
- 1º - Informações gerais e objectivos do empreendimento: compreende o enquadramento<br />
histórico do empreendimento anunciando os objectivos e a justificação económico-social do<br />
projecto, a localização geográfica, a caracterização do empreendimento e as actividades a<br />
desenvolver;<br />
- 2º - Informações dos elementos em avaliação no estudo de impacte ambiental:<br />
caracterização da situação de referência na área abrangida pelo plano: inclui a análise e<br />
caracterização (componentes naturais, ecológicas, históricas, ocupação humana e paisagem);<br />
- 3º - Avaliação de impactes: avaliação das alterações na paisagem e no ambiente originadas<br />
pela implementação do plano nas fases de construção e exploração: esta avaliação é feita em<br />
termos da alteração provocada relativamente à situação de referência (uso do solo, meio<br />
biofísico, acústico do ambiente, paisagem.);<br />
4º - Proposição de medidas mitigadoras de âmbito geral e específico: proposta de medidas de<br />
minimização dos impactes negativos gerados pela implementação do plano;<br />
5º - Acompanhamento e monitorização dos impactes ambientais: quadro resumo das medidas<br />
de seguimento e de compensação;<br />
O resumo dos principais impactes positivos e negativos gerados pela eventual<br />
implementação do plano encontram-se no final do capítulo.<br />
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Plano de Operação urbanístico de loteamento Vila Esperança<br />
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
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3 – DESCRIÇÃO GERAL DO PROJECTO<br />
3.1. Entidade Responsável pelo EIA<br />
O responsável pelo seguimento da obra e da incumbência do estudo do impacte<br />
ambiental é a TECNICIL Sociedade Imobiliária, S.A. sede na Praia, Ilha de Santiago.<br />
3.2. Justificação e Objectivos do Projecto<br />
A Cidade da Praia é actualmente a região do Pais mais carente em termos de habitação<br />
social. Paralelamente, crescem bairros periféricos sem qualquer infra-estrutura e<br />
equipamentos criando problemas ambientais e sociais diversos que afectam a saúde pública, a<br />
estética e a qualidade de vida urbana.<br />
A promoção de uma urbanização destinada à habitação de carácter social vem dar<br />
resposta à aspiração da crescente população da Cidade da Praia, especialmente aos jovens<br />
operários e novos habitantes que diariamente escolhem a Cidade da Praia como local de<br />
residência.<br />
A urbanização Vila Esperança vai promover a requalificação da região oriental da<br />
Cidade da Praia, nas proximidades de Achada Grande Trás, hoje tida como um bairro<br />
periférico, dominado pelas construções espontâneas e habitado pela população pobre, apesar<br />
das proximidades do Porto e do Aeroporto.<br />
A criação de um novo centro nas proximidades com a instalação de equipamentos<br />
sociais de educação, saúde, lazer, desporto e espaços verdes, irá promover uma melhor<br />
integração social desta região da Capital e alojar de forma mais condigna os operários,<br />
garantindo os serviços portuários e aeroportuários e a conexão da região oriental da Capital.<br />
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Plano de Operação urbanístico de loteamento Vila Esperança<br />
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
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O Loteamento – Vila Esperança tem por objectivo a urbanização de uma área de 30<br />
(trinta) hectares de terreno, na Achada Grande Trás, com a construção de vias, passeios,<br />
instalação de infra-estruturas e equipamentos urbanos, de modo a disponibilizar lotes de<br />
terrenos destinados a habitação, comércio, serviços, áreas verdes, praças e outros<br />
equipamentos comunitários. Vai ocupar os terrenos, numa faixa da coroa costeira do planalto<br />
de Achada Grande Trás, sobranceira à arriba, entre o Monte Facho (a Norte) e o Montinho (a<br />
Sul).<br />
O Plano de Operação Urbanística de Loteamento – Vila Esperança, pretende criar<br />
uma urbanização multifuncional que abarca as seguintes áreas, com os seguintes arranjos<br />
espaciais:<br />
- Área habitacional individual<br />
- Área habitacional colectiva<br />
- Área habitacional e comercial<br />
- Área habitacional e serviço<br />
- Área de saúde e uso comunitário<br />
- Área de educação<br />
- Área desportiva<br />
- Área de lazer e contemplação<br />
Subzona (01) – Lua Nova<br />
Composta por uma praça com equipamentos e mobiliários urbanos; quarteirões de<br />
habitação unifamiliar tipo vivenda com 2 (dois) pisos; quarteirões de habitação multifamiliar<br />
com 2 (dois) pisos e uma unidade habitacional por piso. Habitação de carácter social.<br />
Funções:<br />
HSU – Habitação Social unifamiliar<br />
HSM – Habitação social multifamiliar<br />
EVL – Espaços verdes públicos, lazer e desporto<br />
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Plano de Operação urbanístico de loteamento Vila Esperança<br />
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
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Indicador Característica<br />
- Densidade habitacional bruta 44,91 fogos/hectare<br />
- Densidade habitacional líquida 47,93 fogos/hectare<br />
- Densidade de ocupação bruta 0,4715%<br />
- Índice de ocupação líquida 0,5032%<br />
- Número máximo de pisos 2 Pisos<br />
Tipo de ocupação Número de lotes Superfície<br />
HSU (habitação social unifamiliar) 144 105 m 2<br />
HSM (habitação social multifamiliar) 356 105 m 2<br />
EVL (espaço verdes públicos, lazer e desporto) 1 4876 m 2<br />
Estacionamentos externos 300 Vagas<br />
Subzona (02) – Lua Crescente<br />
Composta de quarteirões de habitação multifamiliar com 3 (três) pisos, com comércio<br />
e ou serviço no rés-do-chão; uma grande praça, dois lotes destinados à educação, saúde, lazer<br />
e uso comunitário.<br />
Funções:<br />
HSMS – Habitação social multifamiliar e serviços<br />
HSMC – Habitação social multifamiliar e comércio<br />
EVL – Espaços verdes públicos, lazer e desporto<br />
SPS – sector público institucional e de serviços (lazer, educação, saúde e uso<br />
comunitário)<br />
Indicador Característica<br />
- Densidade habitacional bruta 50,61 fogos/hectares<br />
- Densidade habitacional líquida 67,24 fogos/hectares<br />
- Densidade de ocupação bruta 0,3776 %<br />
- Índice de ocupação líquida 0,5016 %<br />
- Número máximo de pisos 4 Pisos (2 lotes) 3 pisos as restantes<br />
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Plano de Operação urbanístico de loteamento Vila Esperança<br />
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
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Tipo de ocupação Nº de<br />
lotes<br />
Superfície<br />
HSMS (habitação social multifamiliar e<br />
serviços)<br />
241 105 m 2<br />
HSMC (habitação social multifamiliar e<br />
37 Tipologia 1 – 210 m<br />
comércio)<br />
2<br />
Tipologia 2 – 375 m 2<br />
SPS (serviço publico institucional, serviços e<br />
3 Lote 1 – 3402 m<br />
lazer)<br />
2<br />
Lote 2 – 8960 m 2<br />
Lote 3 – 3157 m 2<br />
Estacionamentos exteriores 400 Vagas<br />
Subzona (03) – Lua Cheia<br />
Composta de quarteirões de habitação multifamiliar, com 3 (três) pisos, com comércio<br />
e ou serviço no rés-do-chão e área verde urbana de lazer. Destinada à habitação de carácter<br />
social.<br />
O programa propõe vias bem dimensionadas, conforme a necessidade de tráfego,<br />
sendo vias largas para distribuição de tráfego e vias estreitas, no interior das subzonas para<br />
limitação de velocidade sem impedir o estacionamento linear.<br />
Funções:<br />
HSMC – habitação social multifamiliar e comércio<br />
HSMS – Habitação social multifamiliar e serviço<br />
EVL – Espaços verde públicos, lazer e desporto.<br />
Indicador Característica<br />
- Densidade habitacional bruta 61,89 fogos/hectare<br />
- Densidade habitacional líquida 65,53 fogos/hectare<br />
- Densidade de ocupação bruta 0,3420 %<br />
- Índice de ocupação líquida 0,3621%<br />
- Número máximo de pisos 4 Pisos (1 lote) 3 pisos as restantes<br />
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Plano de Operação urbanístico de loteamento Vila Esperança<br />
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
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Tipo de ocupação Número de lotes Superfície<br />
HSMC (habitação social multifamiliar e comércio) 1 1457m2<br />
HSM (habitação social multifamiliar e serviço) 244 105 m 2<br />
EVL (espaço verdes públicos, lazer e desporto) EVL 1 2164 m2<br />
EVL 2 679 m2<br />
EVL 3 1554 m2<br />
Estacionamentos externos 330 vagas<br />
Tipo de vias<br />
A rede viária proposta interliga-se com a existente e pode ser definida em três grupos:<br />
- Vias primárias distribuidoras<br />
Perfil mínimo – 21m<br />
Largura mínima dos passeios – 3 m<br />
Separador – 2 m<br />
- Vias secundárias distribuidoras<br />
Perfil mínimo – 11 m<br />
Largura mínima dos passeios – 2 m<br />
Largura mínima para a faixa de rodagem – 7 m<br />
Com estacionamentos e paragens de transportes públicos<br />
- Vias terciárias ou locais<br />
Perfil mínimo – 10 m<br />
Largura mínima dos passeios – 2 m<br />
Largura mínima para a faixa de rodagem – 6 m<br />
Com estacionamentos e paragens de transportes públicos<br />
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Plano de Operação urbanístico de loteamento Vila Esperança<br />
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
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4 – INFORMAÇÕES DOS ELEMENTOS EM AVALIAÇÃO NO ESTUDO DE<br />
IMPACTE AMBIENTAL – CARACTERÍSTICAS AMBIENTAIS DE REFERÊNCIA<br />
4. 1. Meio Físico<br />
Geologia e geomorfologia<br />
Achada Grande Trás está inserida na achada litoral do Sul da ilha e a área de<br />
implantação do projecto corresponde a uma achada estrutural de basalto subaéreo do PA (Pico<br />
de Antónia) no topo. A achada termina numa arriba vigorosa sobre o mar com um desnível<br />
que alcança mais de 60 m entre as pontas do Montinho e o Monte Facho.<br />
O corte da arriba apresenta a seguinte estrutura geológica de cima para baixo: basalto<br />
subaéreo do PA com espessura de ordem de 10 m; basaltos submarino da série superior do<br />
PA; pequena cintura de calcarenito; basalto submarino da série inferior do PA; calcarenitos do<br />
Miocénico e Formações do CA, no contacto com o do mar.<br />
Na superfície da achada afloram basaltos resultantes de escoadas lávicas do PA. O<br />
Monte Facho corresponde a um cone vulcânico assimétrico de uma fase recente do PA. O<br />
Montinho corresponde a um imponente filão coroado por um derrame basáltico na superfície<br />
da achada.<br />
Solos<br />
Os solos da ilha de Santiago, assim como as demais ilhas de Cabo Verde, são<br />
condicionados pelo quadro de geologia vulcânica e clima árido saheliano. Nesta base, a<br />
grande parcela das ilhas é dominada por afloramentos rochosos associados às escarpas, cones<br />
de piroclastos e campos de pedras. Em regra os solos são esqueléticos ou de muito fraca<br />
profundidade são pouco evoluídos possuem muita carga mineral e poucas substâncias<br />
orgânicas.<br />
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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
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Os melhores solos aparecem no fundo dos vales e nos terrenos planos do andar sub-<br />
húmido e húmido. Mas a fraca cobertura vegetal, o elevado declive das vertentes e as chuvas<br />
torrenciais são factores que favorecem a erosão intensa dos solos da ilha de Santiago.<br />
Na área de implantação do projecto (Carta Agro-ecológica da ilha de Santiago, 1986),<br />
ocorrem os seguintes solos: Litossolos, Cambissolos líticos, Xerossolos lúvicos e hálpicos,<br />
Vertissolos crómicos. Portanto, são solos associados a afloramentos de lavas basálticas e<br />
campos de pedras em ambiente muito árido, praticamente despidos de vegetação.<br />
Recursos hídricos: águas superficiais e subterrâneas<br />
A área de implantação do projecto encontra-se numa das zonas mais áridas da ilha de<br />
Santiago. A precipitação média anual é inferior a 300 mm, pelo que a paisagem dominante é<br />
de um campo de pedras sobre um solo ressequido e despido de vegetação. Não existe<br />
qualquer ponto de água nem superficial nem subterrâneo. Toda a área abrangida no projecto<br />
Vila Esperança pertence a uma incipiente micro-bacia que desagua sobre a vigorosa escarpa<br />
da linha de costa compreendida entre o Monte Facho (ou Montona) e o Montinho nas<br />
proximidades de Ponta Bicuda.<br />
As escorrências superficiais limitam-se aos dias de fortes chuvadas, as águas<br />
superficiais são tão escassas pelo que não conseguem delinear uma bacia organizada na área<br />
de implantação do projecto.<br />
As infiltrações pluviais não conseguem manter nenhum manancial ou reserva de<br />
aquíferos na área de implantação do projecto. No entanto, a retenção das águas, nas camadas<br />
basálticas da arriba, é importante para os ecossistemas vegetais da escarpa.<br />
Portanto, na área de implantação do projecto não existe nenhuma reserva de água, nem<br />
superficial nem subterrâneo.<br />
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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
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Clima e estados de tempo<br />
O clima da cidade da Praia enquadra-se no clima árido do Sul da ilha de Santiago.<br />
Corresponde a um clima tropical seco, de tipo saheliano, com uma curta estação húmida,<br />
elevada frequência de anos secos, grande irregularidade nas precipitações anuais.<br />
Durante o ano, alternam duas estações: a seca, que decorre de Novembro a Julho e a<br />
húmida nos meses de Julho, Agosto, Setembro e Outubro. No entanto, a segunda metade de<br />
Julho e primeira metade de Outubro correspondem a um período de transição.<br />
A insularidade e a influência marítima, bem como a regularidade dos ventos alísios<br />
amenizam a temperatura do ar. A temperatura média é da ordem de 19 a 20ºC em Janeiro e de<br />
24 a 25ºC em Julho. O vento dominante é do Nordeste, alísios procedente do Anticiclone dos<br />
Açores, corresponde a um tempo claro, com vento fresco a muito fresco, alguma nebulosidade<br />
mas sem precipitações. Pontualmente, ocorrem ventos de Leste (Harmattan) procedente do<br />
deserto do Sahara, com um tempo quente e muito seco, muitas vezes acompanhado de bruma<br />
seca.<br />
Durante a estação húmida, entre os meses de Julho e princípios de Outubro, podem<br />
ocorrer ventos de Sul e Sudoeste associados à monção. É um tempo húmido e chuvoso mas<br />
geralmente ocorre em ciclos de poucos dias ou em dias isolados intercalados pelo tempo de<br />
alísios.<br />
Na área de implantação do projecto, a feição planáltica e a proximidade do mar<br />
permitem uma circulação constante do vento na superfície da achada, como ocorre nas<br />
achadas do sul da ilha. O ar seco e o vento fresco mantêm uma elevada aridez do solo<br />
expressa na ausência da vegetação. Durante a noite a brisa marítima ameniza a aridez com um<br />
ar marítimo de âmbito local.<br />
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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
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Qualidade do ar<br />
Na área de implantação do projecto não existe nenhum foco poluente do ar. As<br />
actividades comerciais, industriais e armazenagem, instaladas nas proximidades do porto e<br />
aeroporto da Praia, não constituem emissores de poluentes capazes de alterar a composição do<br />
ar, até porque a topografia da Achada Grande e a regularidade dos ventos alísios favorecem<br />
uma permanente renovação do ar.<br />
Os factores perturbadores são de âmbito natural como o levantamento de partículas de<br />
solo, durante os dias de forte vento na Estação seca. Também a bruma seca, nos dias de<br />
harmatão, pode diminuir a qualidade do ar, pela grande quantidade de aerossóis em<br />
suspensão, a ponto de perturbar a respiração e diminuir a navegação aérea no aeroporto.<br />
Ambiente sonoro e ruídos<br />
Na área de implantação do projecto não existem focos emissores de ruídos. A sonoridade<br />
ambiente é de ordem natural, ligada ao vento, avefauna e pouca circulação humana. No<br />
entanto, a localização, a jusante do aeroporto internacional, pode favorecer a ocorrência de<br />
sons perturbadores nas horas de maior tráfico aeroportuário, sobretudo durante a noite.<br />
4.2. Meio Biológico<br />
Cobertura vegetal e flora<br />
À semelhança do que acontece em todo o arquipélago, a vegetação da ilha de Santiago<br />
é constituída, em grande parte, por espécies introduzidas pelo homem, e por outros vectores,<br />
como as aves, as correntes marinhas e os ventos. Aproximadamente um terço das<br />
fanerogâmicas existentes é constituído por espécies ruderais, ubiquistas e cosmopolitas<br />
perfeitamente naturalizadas, encontrando-se até nos locais mais inacessíveis, formando<br />
pseudo-associações nos regadios, sequeiros, pastagens, escarpas, ao longo dos caminhos e<br />
junto das habitações.<br />
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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
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A ilha de Santiago apresenta notáveis variações na cobertura vegetal devido a factores<br />
como altitude, exposição aos ventos dominantes e refúgios de ribeiras e barrancos. As<br />
vertentes e achadas expostas a N e a NE são sensivelmente mais revestidas que as viradas a S<br />
e SW. As altitudes acima dos 400 m beneficiam da humidade transportada pelos ventos<br />
alísios, pelo que apresentam, vegetação mais verdejante e um cortejo florístico mais rico.<br />
A área de implantação do projecto está inserida no andar árido costeiro da ilha de<br />
Santiago. Neste andar as formações vegetais predominantes têm características nitidamente<br />
estépicas, dominadas por ervas de ciclo efémero. Nas linhas de água crescem arbustos e<br />
árvores raquíticas.<br />
Na vegetação espontânea denotam-se as seguintes espécies: Cleome, Indogofera,<br />
Mullugo, Polygala, Aristida, Eragrostis, Calatropis, Ipomoea, Prosopis juliflora em porte<br />
raquítico.<br />
Realça-se que a vegetação natural está numa fase de degradação antrópica, associada à<br />
elevada carga pecuária e à seca persistente. Verifica-se um fenómeno de sobrepastoreio com a<br />
diminuição das ervas e limitação do crescimento dos arbustos e árvores.<br />
Fauna<br />
Na área de implantação do projecto a fauna terrestre é constituída principalmente por<br />
aves, insectos e pequenos répteis. Na superfície da achada a fauna é relativamente pobre mas<br />
é frequente a circulação de bandos de pardais (Passer iagoensis), pombos bravos (Columba<br />
livia), corredeira (Cursorius cursor); o Pastor (Erempterix nigreceps). Sobrevoa a área,<br />
exemplares de Falco tinnunculus, Sula leucogaster e Corvus ruficolis.<br />
Os répteis dominantes são as lagartixas (Mabuya stangueri) e osgas de campo<br />
(Hemidactylos boovieri).<br />
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Plano de Operação urbanístico de loteamento Vila Esperança<br />
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
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Ecossistemas terrestres<br />
Na área de implantação do projecto pode-se distinguir duas unidades ecológicas de<br />
acolhimento da fauna: a achada onde será instalada a urbanização e a arriba costeira.<br />
Na achada a fraca vegetação não permite a instalação de uma fauna abundante mas<br />
existem algumas espécies de aves adaptadas aos ecossistemas áridos que encontram meios de<br />
sobrevivência no local. Destacam-se a Corredeira (Cursorius cursor); o Pardal (Passer<br />
iagoensis); o Pastor (Erempterix nigreceps); Fracelho (Falco tinnunculus); Pombo Bravo<br />
(Columba livia). Também ocorrem répteis típicos das zonas áridas da ilha sobretudo<br />
lagartixas (Mabuya stangueri ) e osgas (Hemidactylos boovieri).<br />
A escarpa da arriba constitui uma importante reserva de aves marinhas e algumas<br />
terrestres que frequentam a achada na procura de alimentação. Foram vistos, nas escarpas,<br />
ninhos de Rabo de Junco (Phaeton aetereus); Alacatraz (Sula leucogaster) e provavelmente<br />
os de Guincho (Pandion haliaetus). Também nidificam na arriba Columba livia e Falco<br />
tinnunculus.<br />
5 – IDENTIFICAÇÃO DE IMPACTES AMBIENTAIS<br />
5.1. Impactes na Fase de construção<br />
5.1.1. Impactes sobre o meio físico inerte<br />
Geomorfologia e solos<br />
Na fase de construção as acções que poderão originar impactes estão relacionadas com<br />
a circulação das máquinas, o funcionamento dos estaleiros de apoio, transporte de<br />
equipamentos e materiais, a construção das vias e das diversas infra-estruturas associadas<br />
(rede de água e esgotos, arruamentos, sistema de drenagem, etc.), que darão origem à emissão<br />
de poeiras e ruído e à produção de resíduos. Estes impactes são maioritariamente temporários.<br />
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Plano de Operação urbanístico de loteamento Vila Esperança<br />
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
__________________________________________________________________________________<br />
Durante a fase de construção são esperados impactes negativos, ao nível do relevo e<br />
do solo, devido às seguintes actividades:<br />
• mobilização de equipamentos e materiais de construção para o local de<br />
implantação do projecto, envolvendo a circulação de grandes veículos;<br />
• estabelecimento de estaleiros e armazéns - infra-estruturas onde a maquinaria, os<br />
combustíveis e os óleos são armazenados, com potenciais efeitos na contaminação<br />
do solo;<br />
• estabelecimento de um campo de operários, com circulação e permanência de<br />
pessoas;<br />
• movimento de terras – escavação, terraplanagem, aterros e desaterros, responsável<br />
pelo aumento da sedimentação, da erosão, da instabilidade das encostas e<br />
consequente perda de vegetação;<br />
• alteração da fisiografia e geomorfologia do terreno;<br />
• diminuição da visibilidade nos locais em construção, como resultado do aumento<br />
de concentração de poeiras no ar, com consequente deposição no espaço<br />
envolvente;<br />
• compactação do solo e a modificação das condições de infiltração e drenagem<br />
natural;<br />
• exploração de manchas de empréstimo;<br />
• modificação das formas de relevo e das características dos solos em toda a área de<br />
implantação do Plano de Operação Urbanística de Loteamento “Vila<br />
Esperança”<br />
• transformações no carácter visual do local directamente afectado pela implantação<br />
da urbanização do projecto de loteamento “Vila Esperança,” decorrentes de<br />
alterações na utilização e funções dos espaços.<br />
Estas acções têm impacte negativo porque modificam os sistemas naturais, são no<br />
entanto temporários e de pequena magnitude. Cessam com o término das obras e têm pequena<br />
magnitude porque o relevo plano dominante não exige grandes alterações nas obras de<br />
terraplanagem e os solos locais não têm qualquer uso agro-pecuário nem vegetação<br />
importante.<br />
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Plano de Operação urbanístico de loteamento Vila Esperança<br />
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
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Recursos Hídricos<br />
No local de implantação do projecto “Vila Esperança” não existe nenhum ponto de<br />
água, nem são previstas reservas de águas subterrâneas. O escoamento superficial dominante<br />
é difuso numa superfície plana nos momentos de grandes chuvadas que são esporádicas no<br />
local.<br />
Tendo em conta as actividades desenvolvidas no estaleiro, salienta-se a potencial<br />
ocorrência acidental de derrames de substâncias derivadas de hidrocarbonetos (gasóleo, óleos<br />
novos e usados, etc.), associados quer às operações de armazenamento temporário destas<br />
substâncias quer às operações de manutenção de máquinas e veículos. Caso ocorram<br />
derrames, estes poderão induzir impactes negativos no solo e na infiltração da água.<br />
Por isso, deve-se implantar um programa de controlo de vazamentos e derrames de<br />
óleos, lubrificantes, solventes e combustíveis mediante a instalação de unidades específicas de<br />
recolha. No que se refere à operação dos estaleiros, nas instalações de apoio ao pessoal, deve-<br />
se prever um sistema de colecta e drenagem de águas residuais.<br />
No entanto, as acções de construção, nomeadamente circulação de camiões,<br />
maquinaria pesada, execução de arruamentos, irão levar a modificações nas direcções de<br />
drenagem natural do local. Estas alterações poderão contribuir para um aumento do volume<br />
de águas de escorrência, bem como para aceleração dos processos erosivos do solo, tendo em<br />
conta o estado semi-ondulado do terreno, despovoado da vegetação herbácea e/ou arbustiva e<br />
naturalmente bastante pedregoso.<br />
Quanto à duração os impactes serão temporários porque cessam com o fim das obras.<br />
São adversas porque em regra não serão negativas porque não afectam nem os ecossistemas,<br />
nem as actividades económicas no local. Existem um risco potencial de as actividades de<br />
compactação, em certos sectores, aumentarem os fluxos de águas superficiais durante as<br />
chuvas.<br />
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Plano de Operação urbanístico de loteamento Vila Esperança<br />
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
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Qualidade do Ar<br />
A inexistência de fontes de poluição atmosférica e a boa circulação do ar nas<br />
redondezas garantem uma boa qualidade do ar na área de implantação do projecto. No<br />
entanto, na fase de construção a qualidade do ar poderá ser afectada pelo aumento de poeiras<br />
resultantes dos trabalhos de escavação, movimentação de terras e circulação de camiões e<br />
maquinaria pesada, também de potenciais situações de queima ilegal de resíduos (plásticos,<br />
papel e cartão) nos estaleiros e de potenciais situações acidentais associadas a focos de<br />
incêndio nos estaleiros. Todos estes geram impactes negativos e pouco significativos.<br />
Assim, durante a execução das obras, na fase de construção, os impactes esperados na<br />
qualidade do ar serão negativos e resultarão sobretudo do aumento do nível de partículas em<br />
suspensão na atmosfera na zona envolvente.<br />
Estas partículas serão provenientes das seguintes acções:<br />
• mobilização de partículas do solo, associadas a movimentação de veículos<br />
pesados no local de construção das estruturas;<br />
• armazenamento e manipulação de materiais pulverosos;<br />
• acumulação de materiais particulados (areias) - fonte importante de poeiras<br />
atmosféricas, em resultado da exposição à acção do vento, da movimentação<br />
dos materiais e do movimento de veículos nas áreas limítrofes. As emissões<br />
são maiores nos momentos de descarga do material e da sua remoção;<br />
• produção de partículas susceptíveis de serem transportadas pelo vento nos<br />
processos de escavação, aterros e desaterros.<br />
No entanto, se forem tomadas as medidas adequadas, o impacte sobre a qualidade do<br />
ar terá um carácter localizado e será pouco significativo. Essas medidas minimizadoras são as<br />
seguintes:<br />
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Plano de Operação urbanístico de loteamento Vila Esperança<br />
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
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• os materiais de construção devem ser acondicionados e cobertos,<br />
especialmente em dias secos e ventosos, de modo a evitar a sua dispersão por<br />
acção do vento;<br />
• rega de toda a área afecta à obra, durante o período seco, de modo a reduzir a<br />
emissão de poeiras;<br />
• execução cuidada dos movimentos de terra, de forma a reduzir as emissões de<br />
poeiras para a atmosfera;<br />
• manutenção em boas condições mecânicas dos motores das viaturas e<br />
equipamentos afectos à obra;<br />
• movimentação do equipamento destinado à obra, sempre que possível, em vias<br />
pavimentadas e consolidadas, de modo a reduzir a emissão de poeiras.<br />
Os principais receptores sensíveis identificados na área em estudo correspondem aos<br />
operários que laboram no projecto e às populações residentes no bairro vizinho.<br />
Ambiente Sonoro<br />
O impacte na componente acústica, resultante da construção e exploração de qualquer<br />
empreendimento, assume características diferentes do ponto de vista da própria natureza do<br />
estímulo sonoro e do carácter transitório ou permanente de uma e outra fase.<br />
O impacte negativo sobre o ambiente sonoro será devido ao aumento dos níveis de<br />
ruído na zona de intervenção, em resultado do funcionamento dos equipamentos usados na<br />
realização de movimentos de terras, escavações, instalação e infra-estruturas e equipamentos,<br />
circulação de veículos pesados.<br />
Estes impactes serão localizados, pouco significativo (limitados às áreas adjacentes à<br />
área de intervenção), não afectando de forma relevante a zona envolvente. Serão temporários<br />
porque cessam com o término das obras.<br />
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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
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Para minimizar este impacte:<br />
• a circulação dos veículos e maquinaria de apoio à obra deverá ser<br />
racionalizada, de forma a reduzir o número de viagens.<br />
• as viaturas e equipamentos deverão ser escolhidos atendendo à sua idade,<br />
estado de conservação e classe de potência sonora e deverão ser adoptadas<br />
velocidades de circulação baixas;<br />
• na localização de equipamentos e máquinas ruidosas com carácter fixo, deve<br />
minimizar-se a propagação do ruído para a vizinhança, ou adoptar medidas de<br />
minimização, tais como barreiras acústicas, coberturas parciais ou totais,<br />
conforme as máquinas em causa;<br />
• as actividades ruidosas devem ocorrer preferencialmente durante o período<br />
diurno, ou seja, entre as 07:00 h e 18:00 h.<br />
5.1.2. Impactes sobre o Meio Biofísico<br />
O projecto será instalado numa área de fraca vegetação natural onde não foram<br />
identificadas espécies de alto valor conservacionista ou com estatuto de protecção. Não foi<br />
identificada nenhuma planta com estatuto de bandeira, endémica nem em risco de extinção.<br />
A vegetação natural encontra-se numa fase muito degradada pelo efeito de<br />
sobrepastoreio e secas prolongadas. Considerando a qualidade vegetativa da área de<br />
implantação do projecto, a obra terá um impacte insignificativo sobre a vegetação. A<br />
cobertura vegetal é esparsa e rasteira, dominada por espécies vegetais adaptadas para esta<br />
zona árida e costeira, com destaque para: mo-na-pé (Alternanthera caracasana), pé-de-<br />
galinha (Dactyloctenium aegyptium), lacacã (Ipomoea sp.), florinha (Aerva javanica),<br />
bombardeiro (Calotropis procera), Aristida sp., beiteis (Borreria verticillata), erva-moura<br />
(Blainvillea gayana) e barba-di-bodi-femea (Chloris virgata). A única espécie arbórea, de<br />
realce, na zona envolvente é a Acácia americana (Prosopis sp.). Deste modo, dado a pequena<br />
área afectada e o reduzido valor das espécies presentes no local, considerou-se estes impactes<br />
insignificantes.<br />
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Plano de Operação urbanístico de loteamento Vila Esperança<br />
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
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Relativamente à fauna, verifica-se que o local apresenta uma baixa capacidade para<br />
albergar populações de vertebrados, resultado da escassa vegetação que o cobre e também do<br />
grau de intervenção a que está sujeito, influencia de um clima bastante árido e fortes ventos<br />
soprando de nordeste.<br />
Por isso, são esperados impactes positivos relacionados com a criação de novos<br />
espaços verdes no âmbito do loteamento, o que poderá potenciar a fixação de novas espécies.<br />
Portanto, é fundamental que as zonas verdes sejam planeadas e projectadas de forma<br />
cuidadosa, devendo para isso constar num Projecto de Integração Paisagística.<br />
Também recomenda-se que após a conclusão das obras, se deve proceder à plantação<br />
de espécies vegetais autóctones bem como de outras constantes no plano verde<br />
para a cidade da Praia. É também importante que sejam tomadas as medidas necessárias para<br />
que o coberto vegetal arbóreo e arbustivo não seja desnecessariamente destruído.<br />
Estas observações têm em consideração que as obras do empreendimento devem<br />
limitar-se ao planalto da achada sem nenhuma intervenção capaz de perturbar os ecossistemas<br />
da arriba. O ecossistema da arriba merece valor de conservação porque acolhe ninhos de<br />
avefauna marinha com alto valor paisagístico e espécies raras como é o caso de Phaeton<br />
aetereus.<br />
Na área de intervenção do projecto (superfície da achada) os impactes são negativos<br />
porque alteram os solos, a vegetação espontânea ainda efémera e limitada à estação das águas,<br />
alteram o comportamento das aves e répteis. No entanto é de reduzida magnitude e temporária<br />
porque termina com as obras do projecto.<br />
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Plano de Operação urbanístico de loteamento Vila Esperança<br />
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
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5.1.3. Impactes sobre o Meio sócioeconómico<br />
No âmbito socioeconómico, as obras do projecto do Plano de Operação Urbanística<br />
de Loteamento “Vila Esperança” terão incidência na ocupação do solo, criação de um<br />
campo de mão-de-obra, circulação de pessoas e maquinaria nas proximidades de um bairro<br />
periférico da Capital mas relativamente consolidado.<br />
A execução das obras de urbanização potenciará a geração de postos de trabalho<br />
associados aos recursos humanos necessários para a colocação das infra-estruturas no terreno<br />
e para a construção das áreas verdes públicas, previstas no projecto de loteamento da<br />
urbanização Vila Esperança. Este impacte foi considerado positivo e significativo.<br />
Deste modo, o projecto de loteamento da urbanização Vila Esperança trará vantagens<br />
do ponto de vista económico e social para a Cidade da Praia, pois gerará valor acrescentado e<br />
criará emprego, provocando um impacte positivo.<br />
Mas poderão ocorrer, durante esta fase de construção, alguns impactes negativos,<br />
associados à degradação das condições biofísicas (incómodo causado à população residente<br />
e/ou utilizadora da envolvente da área de intervenção, devido às emissões de poeiras e ao<br />
aumento de ruído). Trata-se por conseguinte de um impacte circunscrito ao período de<br />
construção do empreendimento, negativo, directo, temporário, de magnitude e significado<br />
variável decorrente das características de ocupação do solo na envolvente.<br />
Também a circulação de veículos pesados, afectos aos trabalhos, irá produzir<br />
perturbações ao nível da normal circulação nas vias principais e de acesso à obra, mesmo que<br />
circunscritos a períodos reduzidos. Trata-se de um impacte negativo, directo, temporário, de<br />
magnitude moderada e significativo.<br />
Ainda a degradação do pavimento das vias utilizadas pelos veículos associados à<br />
obra, constituirá uma perturbação previsível. Trata-se de um impacte negativo, directo,<br />
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Plano de Operação urbanístico de loteamento Vila Esperança<br />
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
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temporário, de reduzida magnitude e pouco significativo. Porém, trata-se de um impacte<br />
minimizável se, após a fase de construção da via, se proceder a trabalhos de manutenção das<br />
vias existentes na envolvente e que serviram de acesso à obra.<br />
Como foi descrito na fase de diagnóstico os terrenos estão sendo utilizados pela<br />
comunidade para pastagens extensivas, durante a fase de operação os animais vão conviver<br />
com as obras em curso, mas as pastagens serão suprimidas podendo ser factor de tensão entre<br />
a população e os promotores do projecto.<br />
seguintes:<br />
As principais medidas preconizadas destinadas a minimizar estes impactes são as<br />
• deverá ser assegurada a informação aos habitantes sobre os trabalhos de<br />
construção a desenvolver e os objectivos do projecto; para isso, deve ser<br />
divulgado os objectivos e os impactes positivos e negativos esperados junto da<br />
população mais directamente influenciada por este, através de avisos nas<br />
câmaras, cafés e outros locais públicos de grande afluência;<br />
• a circulação de viaturas pesadas deverá respeitar as normas de segurança<br />
rodoviária, em particular no que respeita a velocidades de segurança;<br />
• deverão ser implantados sistemas de lavagem de rodados de todos os veículos e<br />
de toda a maquinaria de apoio à obra;<br />
• os caminhos utilizados pelo tráfego pesado sejam periodicamente arranjados,<br />
de modo a garantir condições de conservação e segurança dos utentes;<br />
• seja evitada a instalação de estaleiros e acessos de obra em zonas próximas de<br />
aglomerados populacionais;<br />
• após a conclusão da obra, sejam reparados os danos em vias rodoviárias, locais<br />
ou regionais, originados pelas obras ou pela circulação de maquinaria<br />
No geral os impactes socioeconómicos serão positivos pela criação de postos de<br />
trabalho e dinamização económica do bairro vizinho, os impactes serão temporários porque<br />
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ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
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cessam com o fim das obras. Alguns aspectos poderão ser factor de tensão social como a<br />
supressão das áreas de pastagem.<br />
5.1.4. Impactes sobre o Meio Perceptível<br />
A área de instalação do projecto do Plano de Operação Urbanística de Loteamento<br />
“Vila Esperança” corresponde a uma achada árida despida de vegetação mas com alto valor<br />
paisagístico pela vista que proporciona sobre a orla costeira.<br />
Um dos objectivos do projecto é a humanização da área permitindo o usufruto dos<br />
valores paisagísticos pela futura comunidade residente e visitantes. No entanto durante a fase<br />
de instalação do projecto algumas actividades terão impactes negativos sobre a paisagem,<br />
nomeadamente a instalação de estaleiros, o parqueamento de máquinas e ferramentas, as<br />
movimentações de terras e aberturas de valas. Estas actividades criam um cenário perturbador<br />
da estética no conjunto, mas também podem alterar os hábitos e o comportamento da fauna na<br />
área envolvente.<br />
Assim, os impactes de natureza paisagística esperados na fase de construção dizem<br />
respeito às alterações do solo, provocadas pelo processo de construção e à presença e<br />
funcionamento das estruturas necessárias à obra (estaleiros, máquinas de grande porte), as<br />
quais, no seu conjunto, determinam uma imagem visualmente negativa.<br />
Por outro lado, as operações de construção, com esta dimensão, têm como<br />
consequência a abertura de feridas na paisagem, devido às movimentações de terras, que<br />
envolve áreas de depósito de materiais consideráveis. Também, aos movimentos de terras<br />
encontram-se sempre associados poeiras e/ou lamas, não só no local de obra, como nos<br />
acessos e zonas envolventes.<br />
É importante que durante a fase de construção o parqueamento de máquinas e<br />
ferramentas seja efectuado em local limitado e cercado de modo a evitar a área de incidência<br />
visual. As movimentações de terras devem ser as necessárias para a execução do projecto e<br />
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Plano de Operação urbanístico de loteamento Vila Esperança<br />
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
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toda a maquinaria desnecessária deve ser removida do local. Os materiais pulverosos, bem<br />
como o papel e os plásticos devem ser acondicionados de modo a evitar o seu transporte pelo<br />
vento.<br />
Portanto, de um modo geral, os impactes paisagísticos resultantes desta fase serão<br />
negativos. Contudo, constituem impactes temporários e reversíveis, não comprometedores da<br />
qualidade da paisagem, na fase pós-obra.<br />
Para atenuar os impactes negativos, no estudo é recomendado o seguinte:<br />
• implantação das zonas de estaleiro e de apoio à obra, bem como das áreas de<br />
depósito e empréstimo de materiais, em locais de impacte visual mínimo, e a<br />
sua dissimulação por intermédio de barreiras visuais;<br />
• recuperação e integração paisagística, após a conclusão das obras, por exemplo<br />
através da plantação de espécies vegetais, nas áreas utilizadas para estaleiros,<br />
acessos temporários, actividades de construção e áreas de empréstimo e/ou<br />
depósito de terras;<br />
• acompanhamento das obras de construção dos novos espaços verdes por um<br />
técnico especializado;<br />
• o projecto de integração paisagística deverá ser iniciado na fase de construção,<br />
podendo ter início após os trabalhos de limpeza de vegetação,<br />
movimentação de terras e modelação dos terrenos estarem concluídos, de<br />
forma a dar um maior período de adaptação das espécies ao novo local;<br />
• Na elaboração do projecto de integração paisagística deverão, sempre que<br />
possível, ser seleccionadas espécies vegetais características da zona<br />
(autóctones), de modo a minimizar os custos de manutenção e valorizar o<br />
espaço de intervenção e as estruturas nele introduzidas.<br />
Os impactes na paisagem são negativos e de pequena magnitude, mas temporários<br />
porque terminam com o fim das obras. Existe o risco potencial de serem abandonados no<br />
local os desperdícios, as ferramentas e sucatas usadas e danificadas durante as obras. Por isso<br />
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Plano de Operação urbanístico de loteamento Vila Esperança<br />
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
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com o término das obras os contentores, as maquinarias e todos os desperdícios devem ser<br />
removidos da área de implantação do projecto.<br />
5.2. Impactes na Fase de Exploração<br />
5.2.1. Impactes sobre o Meio Físico<br />
Formas de Relevo e Solo<br />
Esta fase de intervenção caracteriza-se pela execução das obras de construção<br />
associadas à ocupação dos lotes. Os impactes serão localizados no interior dos lotes, podendo<br />
no entanto afectar os lotes vizinhos. As actividades mais notáveis consistem na instalação de<br />
estaleiros individuais que terão uma certa proliferação na primeira fase de exploração da<br />
urbanização.<br />
A ocorrência de potenciais derrames acidentais de substâncias perigosas (óleos, tintas<br />
e solventes) nos estaleiros encontra-se associada quer a operações de armazenamento destas<br />
substâncias quer a operações de manutenção de máquinas e veículos. Caso ocorram este tipo<br />
de derrames, estes poderão produzir impactes negativos.<br />
O Plano de loteamento “Vila Esperança” prevê a criação de duas classes de espaço: os<br />
espaços edificáveis e os espaços não edificáveis. No primeiro caso incluem-se os espaços para<br />
construção das zonas residenciais, espaços desportivos e de lazer, equipamentos diversos, de<br />
construção de infra-estruturas e vias de acesso. No segundo caso incluem-se os espaços para<br />
implantação dos espaços de enquadramento paisagístico.<br />
A criação de áreas verdes vai exigir a preparação dos solos, eventualmente a<br />
introdução de terra agrícola e plantas exóticas, uma vez que não existem essências arbóreas<br />
nem plantas decorativas na área de implantação do projecto. Ao nível do solo o impacte será<br />
positivo uma vez que vai melhorar a qualidade do mesmo.<br />
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Plano de Operação urbanístico de loteamento Vila Esperança<br />
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
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Assim, as alterações da topografia e das formas de relevo efectuadas durante a fase de<br />
construção tornam-se definitivas com a conclusão das obras. O relevo final será de um espaço<br />
urbano com edifícios, vias, equipamentos urbanos e espaços verdes. É sobre esta nova<br />
topografia que teremos a circulação do ar, a drenagem das águas pluviais, etc. A estrutura da<br />
paisagem será dominada por um espaço urbanizado com uma importante estrutura verde<br />
artificial.<br />
Os impactes durante a fase de exploração serão originados pela estrutura do próprio<br />
Plano de Operação Urbanística de Loteamento “Vila Esperança” embora esse impacte acabe<br />
por se atenuar com o tempo, devido a sua inteira integração na paisagem e na psicologia dos<br />
residentes e dos bairros vizinhos.<br />
Recursos Hídricos<br />
Na área de implantação do projecto não existem pontos de água nem reservas<br />
subterrâneas. No entanto, a instalação de obras de pavimentação das vias e as edificações irão<br />
alterar as condições de drenagem das águas pluviais e dos processos de infiltração no<br />
perímetro da urbanização.<br />
Em termos de águas pluviais a impermeabilização das vias e dos edifícios, bem como<br />
o predomínio de terraços nas habitações vai gerar um maior fluxo de águas pluviais, que<br />
eventualmente poderão ser recolhidas em cisternas e usadas na rega das áreas verdes. O<br />
projecto dá orientações neste sentido.<br />
Na fase de exploração, a possibilidade de contaminação do lençol freático de água<br />
potável, com óleo e outros tipos de combustível não é considerável, dado a sua inexistência<br />
no local da obra. Por outro lado, os impactes resultantes do aumento dos caudais e da<br />
velocidade da escorrência da água são minimizados através da implantação de dissipadores de<br />
energia e bacias de retenção, associados aos sistemas de drenagem.<br />
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Plano de Operação urbanístico de loteamento Vila Esperança<br />
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A criação de uma importante estrutura verde terá efeito no aumento da infiltração e<br />
compensará o aumento da drenagem superficial pelo efeito de impermeabilização das vias.<br />
A presença humana e o inicio das edificações vão exigir o fornecimento de água a esta<br />
localidade. Esta será a via mais importante da presença de recursos hídricos na Vila<br />
Esperança, uma vez que não existe nenhum ponto de água no lugar de referência. O impacte<br />
mais directo será o aumento de consumo de água, cuja proveniência está ligada à rede pública.<br />
O seu impacto é negativo e de âmbito regional porque será absorvido por toda a Cidade da<br />
Praia, no entanto é incontornável já que não se pode deixar de abastecer ao novo bairro social.<br />
Caso contrário, as consequências seriam ainda mais negativas.<br />
Os primeiros moradores irão conviver com obras em execução em lotes e quarteirões<br />
vizinhos, assim haverá água estagnada em reservatórios e tanques abertos no parqueamento<br />
das construções e este facto terá um impacte negativo indirecto pela proliferação de<br />
mosquitos.<br />
Portanto, na fase de exploração o impacte sobre os recursos hídricos será negativo, de<br />
âmbito regional, uma vez que será necessário maior consumo de água com a emergência de<br />
um novo bairro, mas este impacte será absorvido pela gestão urbana da Cidade que terá<br />
ganhos sociais com a promoção do bairro social.<br />
Qualidade do Ar<br />
A obra de loteamento “Vila Esperança” vai alterar completamente o quadro de<br />
topografia e vegetação na sua área de instalação. Nestas condições espera-se a geração de<br />
um microclima local diferente da actual. A qualidade do ar sentirá os efeitos do progressivo<br />
aumento do tráfego rodoviário, na via que liga Achada Grande Trás à cidade da Praia, e vice-<br />
versa, com passagem por várias zonas urbanizadas.<br />
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Plano de Operação urbanístico de loteamento Vila Esperança<br />
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
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Com o aumento de tráfego está associado o aumento das emissões atmosféricas,<br />
dentre as quais se destacam as de Monóxido de Carbono (CO), Compostos Orgânicos<br />
Voláteis (COV) e material particulado, além dos Óxidos de Enxofre e do Chumbo (Pb).<br />
O levantamento de poeiras terá um carácter muito localizado pelo que afectará o<br />
vizinho do lado. Um outro potencial factor de perturbação da qualidade do ar é a queima do<br />
lixo ou resíduos dentro da cintura urbana, hábito corrente nos bairros periféricos da Praia,<br />
mormente na vizinha Achada Grande Trás.<br />
Mesmo na fase de amadurecimento e consolidação do bairro espera-se que a qualidade<br />
do ar se mantenha boa, havendo apenas perturbações pontuais, se não forem respeitadas<br />
algumas normas de gestão urbana como a queima do lixo in loco.<br />
Para compensar as alterações dos componentes atmosféricos, pela emissão de gases de<br />
escapes, o Plano de Operação Urbanística de Loteamento “Vila Esperança” propõe criar<br />
grandes parcelas de áreas verdes que para além do seu aspecto estético servirá de sumidouro,<br />
diminuindo as emissões tóxicas, salvaguardando a saúde do ambiente e dos residentes e<br />
visitantes, com impactes significativos.<br />
Ambiente Sonoro<br />
O ambiente sonoro deverá sofrer importante alteração. O quadro actual é caracterizado<br />
pelas emissões longínquas como o movimento aeroportuário e os sons naturais do vento e das<br />
aves.<br />
Na fase de exploração espera-se um aumento de ruídos associados à circulação<br />
rodoviária, dado serem os veículos as fontes de ruído que emergem de forma mais<br />
significativa, nesta fase do empreendimento, relativamente às outras fontes que possam existir<br />
na área.<br />
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Plano de Operação urbanístico de loteamento Vila Esperança<br />
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
__________________________________________________________________________________<br />
Assim sendo, durante esta fase haverá certamente um aumento do ruído na área<br />
ocupada pelo empreendimento, devido à intensificação da ocupação humana no local. Como<br />
principal causa destaca-se o trânsito automóvel. Pois, o previsível aumento de tráfego na via<br />
que liga Achada Grande Trás à cidade da Praia e vice-versa, em especial durante o período<br />
diurno, é considerado negativo, mas pouco significativo.<br />
Por outro lado, em virtude da proximidade e da frequência das carreiras de transportes<br />
colectivos também se espera que o impacte sobre este serviço seja negligenciável.<br />
Nesta fase, para minimizar o ruído recomenda-se:<br />
• que todos os veículos e equipamentos ruidosos sejam objecto de manutenção<br />
cuidada;<br />
• o equipamento utilizado deve estar todo em boas condições de funcionamento<br />
e deverá respeitar integralmente as normas e as especificações técnicas<br />
estabelecidas;<br />
• todo o equipamento, máquinas e veículos afectos ao empreendimento com<br />
motor, devem ser inspeccionados e mantidos em boas condições de<br />
funcionamento, de modo a evitar a emissão de níveis sonoros superiores aos<br />
observados durante o seu normal funcionamento.<br />
5.2.2. Impactes sobre o Meio Biofísico<br />
O Plano de Operação Urbanística de Loteamento “Vila Esperança” irá contribuir<br />
para requalificação do espaço edificado na sua área de implantação, nomeadamente na criação<br />
de jardins, residenciais e estruturas verdes, de elevado valor paisagístico, entre outros, com<br />
usos complementares que evitem perturbações e incómodos ambientais.<br />
O material vegetal a ser utilizado na criação desta estrutura é constituído por espécies<br />
adaptáveis às condições edafo-climáticas da região, de forma a se obter uma ligação<br />
harmoniosa no empreendimento. Por outro lado, tendo em conta o ordenamento dado aos<br />
espaços edificados e aos espaços não edificados, tanto para as estruturas arquitectónicas e<br />
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Plano de Operação urbanístico de loteamento Vila Esperança<br />
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
__________________________________________________________________________________<br />
para a estrutura verde, permitirá manter altos padrões de qualidade e uma baixa pressão sobre<br />
o espaço.<br />
Face a estas medidas e padrões estabelecidos, não se antecipam impactes negativos<br />
significativos na flora e na fauna desde que aqueles sejam rigorosamente respeitados. É de<br />
realçar o impacte positivo na criação do espaço verde uma vez que o material vegetal,<br />
escolhido do elenco florístico cabo-verdiano, ou de espécies adaptadas ao clima tropical árido,<br />
será uma presença constante ao longo de todo o empreendimento, constituindo um factor de<br />
atracção da avefauna local.<br />
Assim, os potenciais impactes ambientais positivos previstos relacionam-se com a<br />
minimização da erosão eólica e hídrica; minimização dos efeitos do vento; aumento da<br />
humidade relativa do ar; melhoria das condições de ensombramento; melhoria da diversidade<br />
biológica.<br />
A selecção e a introdução de espécies vegetais deverão ser acompanhadas por técnicos<br />
especializados, tendo em conta a adaptação ao clima da zona árida da ilha. Deve-se ter em<br />
consideração a adaptação das espécies aos índices de evapotranspiração, à qualidade do solo,<br />
o tipo de água e o sistema de rega. Um outro aspecto importante a ter em ponderação é o risco<br />
de pragas associadas a cada espécie vegetal introduzida.<br />
Com a criação das novas áreas verdes públicas e comunitárias, inseridas nos lotes e<br />
previstas no projecto, considera-se que a paisagem será valorizada quer em termos visuais<br />
quer em termos ecológicos. Estas áreas incrementam as áreas verdes para a cidade da Praia,<br />
complementando o efeito potenciado pelos espaços verdes públicos.<br />
Deste modo, na fase de plena operação dos lotes o nível de significância (impacte<br />
positivo) deverá manter-se, ou mesmo aumentar, caso áreas verdes sejam sujeitas a uma<br />
correcta manutenção, permitindo a fixação de espécies (estabilização do habitat).<br />
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Plano de Operação urbanístico de loteamento Vila Esperança<br />
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
__________________________________________________________________________________<br />
Por isso, a nível do uso do solo os impactes esperados são, na sua globalidade,<br />
positivos com a implementação dos diferentes projectos, definidos no Plano de Operação<br />
Urbanística de Loteamento “Vila Esperança.”Pois, o projecto de paisagismo proposto<br />
contribuirá para a criação de uma estrutura verde sistematizada que terá um impacte positivo a<br />
nível da biodiversidade.<br />
Entretanto haverá impactes negativos, em relação aos ecossistemas originais. Pois, as<br />
aves do deserto como o Cursorius cursor e o Eremopterix nigreceps que não convivem com<br />
os ecossistemas urbanos pelo que deixarão de viver na localidade. Em contrapartida a<br />
presença da urbanização vai ter incidência no aumento da população de Passer iagoensis e<br />
eventualmente Halcyon leucocephala e Falco tinnunculus que coabitam com as habitações<br />
humanas.<br />
5.2.3. Impactes sobre Meio sócioeconómico<br />
O Plano de Operação Urbanística de Loteamento “Vila Esperança” irá promover<br />
a criação de um bairro social, com padrões de habitação em residências individuais e<br />
colectivas, sendo o primeiro do género na Cidade da Praia.<br />
A programação de um bairro social de raiz constitui em si uma medida positiva,<br />
considerando o grande problema habitacional na Cidade da Praia, especialmente para a<br />
população de renda média e média baixa.<br />
A localização na região oriental da Cidade, nas proximidades de um bairro pobre,<br />
como é o caso de Achada Grande Trás, terá efeitos positivos na melhoria das condições de<br />
abastecimento e acesso aos serviços para o bairro vizinho. Os equipamentos sociais e as infra-<br />
estruturas poderão beneficiar os actuais moradores de Achada Grande Trás que se encontram<br />
entre os mais carentes da Capital.<br />
No entanto, poderá ter efeitos negativos se os dois bairros não estabelecerem uma<br />
plataforma de integração e benefícios dos equipamentos sociais. O novo bairro irá subtrair<br />
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Plano de Operação urbanístico de loteamento Vila Esperança<br />
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
__________________________________________________________________________________<br />
espaço usado na pastagem extensiva, os novos moradores poderão não criar laços de<br />
entendimento com os actuais tidos por problemáticos e marginais. Esta visão poderá criar uma<br />
situação de conflito latente entre os dois bairros no futuro.<br />
Para cautelar a situação, os moradores de Achada Grande Trás deverão ser envolvidos<br />
nos trabalhos de execução das obras e ao mesmo tempo socializarem da expansão da cidade<br />
nesta região e absorver os futuros moradores como vizinhos e clientes.<br />
No geral espera-se um impacte positivo, pela melhoria da qualidade de vida urbana na<br />
Cidade da Praia, pelo acesso aos solos infra-estruturados pela classe média baixa, pela<br />
promoção de habitação social, pelo aumento de negócios e modernização da região oriental da<br />
Cidade da Praia, e por influência, pela melhoria no abastecimento dos bairros vizinhos que<br />
terão melhor acesso ao comércio e serviços.<br />
A execução das obras dentro dos lotes potenciará, quer a geração de postos de trabalho<br />
(execução de obras de construção das edificações, dos espaços verdes, etc.) quer a<br />
dinamização económica através da compra de materiais de construção civil. Este impacte foi<br />
considerado positivo.<br />
Nesta fase estão associados impactes na fixação da população, de certa forma<br />
expressivos, cujo contributo se manifestará por certo no reforço da tendência evolutiva<br />
positiva da população, em virtude da disponibilização de uma área para acolher uma<br />
população de 6.000 (seis mil) habitantes, na base de 4 pessoas por agregado familiar.<br />
Este aumento da oferta de habitação, provocado pela entrada em funcionamento do<br />
empreendimento em estudo, criará impactes positivos, pois poderá atenuar as carências<br />
habitacionais existentes no Concelho, potenciando uma distribuição mais adequada das<br />
famílias pelo parque habitacional. O incremento da oferta de nível médio-superior<br />
possibilitará fenómenos de rotatividade e a libertação/ocupação de habitações de nível<br />
inferior, para classes de mais baixos rendimentos em situação de sobreocupado. Em síntese, o<br />
impacte gerado na população e habitação poderá ser positivo, significativo.<br />
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Plano de Operação urbanístico de loteamento Vila Esperança<br />
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
__________________________________________________________________________________<br />
No que diz respeito à economia local, embora o número de postos de trabalhos criado<br />
seja baixo, o fornecimento de novas superfícies destinadas ao comércio e serviços poderá<br />
dinamizar a rede local. Os próprios habitantes proporcionarão um aumento importante na<br />
procura de bens e serviços.<br />
Desde modo, para além dos postos de trabalho criados directa e localmente pelo<br />
empreendimento, há que considerar as actividades económicas induzidas pelo mesmo,<br />
nomeadamente de comércio e de outros serviços. O impacte gerado será consequentemente<br />
positivo, significativo.<br />
5.2.4. Impactes sobre o Meio Perceptível<br />
O quadro paisagístico da Achada Grande Trás será melhorado com o Plano de<br />
Operação Urbanística de Loteamento “Vila Esperança” que terá influência na<br />
modernização da Achada Grande.<br />
Vila Esperança é um Plano que abrange uma urbanização moderna, com ruas largas e<br />
pavimentadas, planos verdes, áreas comunitárias, casas acabadas e uniformizadas nos vários<br />
tipos de edificações e uniformidade no colorido.<br />
A presença de espaços verdes e ruas pavimentadas irão melhorar a qualidade de vida e<br />
a estética urbana, e terão influências positivas nos bairros vizinhos onde dominam<br />
construções inacabadas e ruas de pavimentos térreos.<br />
Os impactes perspectivados na fase de exploração dependem, por um lado, das<br />
características do território e, por outro, de características inerentes aos projectos associados<br />
ao empreendimento, nomeadamente: padrão de ocupação do território; plano urbanístico,<br />
estrutura verde e qualidade arquitectónica.<br />
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Plano de Operação urbanístico de loteamento Vila Esperança<br />
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
__________________________________________________________________________________<br />
Deste modo, na fase de exploração, os impactes são originados pela alteração da<br />
paisagem existente por outra, de tipo mais urbano. Considera-se que estes impactes negativos<br />
são pouco significativos. Porém, também se esperam impactes positivos devidos à construção<br />
das novas áreas verdes previstas no projecto, o que faz com que a paisagem seja valorizada<br />
em termos visuais.<br />
O efeito de intrusão visual inerente à construção das novas estruturas (edifícios),<br />
encontra-se associado ao tipo de edificações a efectuar dentro do Plano de Operação<br />
Urbanística de Loteamento “Vila Esperança”. O cuidado na escolha da arquitectura e dos<br />
acabamentos, assim como uma correcta disposição dos edifícios, das zonas verdes<br />
comunitárias, dos espaços abertos e dos espaços públicos, permitirá o incremento da<br />
qualidade visual da área em estudo.<br />
Com a criação dessas novas áreas verdes públicas e comunitárias, inseridas nos lotes e<br />
previstas no projecto, considera-se que a paisagem será valorizada quer em termos visuais<br />
quer em termos ecológicos. Estas áreas incrementam o efeito de uma nova estrutura verde,<br />
complementando o efeito potenciado pelos espaços verdes públicos na cidade da Praia.<br />
A estrutura urbana organizada e a área verde inerente irão beneficiar o quadro<br />
perceptível da área de implantação do projecto, sobretudo permitindo aos moradores e<br />
visitantes a contemplação do quadro paisagístico envolvente, mormente a área costeira, a<br />
avefauna da arriba e as águas costeiras da baía, entre as Pontas do Monte Facho e do<br />
Montinho.<br />
Recomenda-se que o topo do Montinho seja incluído no projecto como um espaço<br />
para uma Esplanada-Miradouro, ou Centro de Interpretação da avefauna marinha,<br />
englobando ainda um espaço de estudo, restauração e uma esplanada educativa, para a<br />
contemplação dos valores naturais da orla costeira vizinha.<br />
34
Plano de Operação urbanístico de loteamento Vila Esperança<br />
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
__________________________________________________________________________________<br />
6. PROPOSIÇÃO DE MEDIDAS MITIGADORAS<br />
6.1. Medidas Mitigadoras de Âmbito Geral e Especificas<br />
Apresentam-se as principais medidas mitigadoras e recomendações a introduzir no<br />
projecto, com o objectivo de reduzir a magnitude dos impactes identificados e analisados ao<br />
longo dos vários capítulos anteriores, susceptíveis de serem minimizados.<br />
A eficácia das medidas que se apresentam dependerá, em grande parte, dos<br />
procedimentos gerais a adoptar nas fases de projecto, construção e exploração. Assim,<br />
apresentam-se medidas que deverão ser consideradas nas fases de projecto, construção e<br />
exploração.<br />
35
Plano de Operação urbanístico de loteamento Vila Esperança<br />
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
__________________________________________________________________________________<br />
Matriz de Mitigação na fase de Construção<br />
Descritor afectado Actividades impactantes Potenciais impactes<br />
negativos<br />
Medidas preventivas Medidas mitigadoras<br />
Geomorfologia Escavação e movimentação de Alteração das formas de Limitar as modificações de Tapar as valas e remover os<br />
terras; abertura de valas e relevo e dos processos relevo ao estritamente montes de terras e<br />
instalação de equipamentos; morfogenéticos.<br />
necessário para a escombros das áreas de<br />
compactação<br />
implantação do projecto;<br />
Manter preferencialmente as<br />
linhas de águas naturais.<br />
empréstimos;<br />
Escavação e movimentação de Remoção do solo, Manter sempre que possível Repor o solo original das<br />
Solos<br />
terras; compactação das vias. compactação alteração das o solo original nas áreas não áreas não ocupadas pelas<br />
propriedades físicas. ocupadas.<br />
construções.<br />
Derrame de efluentes de Contaminação do solo Impermeabilização da área Remoção do solo<br />
máquinas em manutenção e<br />
de estacionamento e contaminado e correcção<br />
desperdícios provenientes dos<br />
manutenção dos das áreas afectadas.<br />
estaleiros.<br />
equipamentos<br />
Alteração da drenagem Alteração do escoamento Manter as principais linhas Reconstituir as linhas de<br />
Águas superficiais e<br />
superficial e condições de superficial durante as chuvas de água sempre que possível. drenagem.<br />
subterrâneas<br />
infiltração<br />
Derrame de efluentes e Contaminação de água Evitar a contaminação do Remover os contaminantes<br />
desperdícios junto das linhas de subterrânea por derrames solo; acondicionar os e resíduos das linhas de<br />
água.<br />
efluentes de manutenção dos<br />
equipamentos.<br />
água.<br />
Clima e qualidade do ar Escavação e movimentação de Levantamento de poeiras e Evitar a circulação de Pulverizar o solo com água<br />
terras, emissão de gases de partículas de terra.<br />
camiões fora das vias nos dias de forte ventania.<br />
escape.<br />
compactadas.<br />
Ambiente sonoro Operação de máquinas e Perturbação da audição dos fazer a manutenção Uso de auriculares para<br />
circulação de camiões<br />
operários que laboram no adequada das máquinas. operadores de máquinas<br />
local.<br />
mais barulhentas.<br />
36
Plano de Operação urbanístico de loteamento Vila Esperança<br />
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
__________________________________________________________________________________<br />
Matriz de Mitigação na fase de Construção (continuação)<br />
Descritor afectado Actividades impactantes Potenciais impactes negativos Medidas preventivas Medidas mitigadoras<br />
Circulação de máquinas, remoção Remoção do solo e da Manter a vegetação Repor a vegetação nas áreas<br />
da cobertura vegetal, vegetação espontânea. autóctone nas áreas livres de livres de obras;<br />
Vegetação<br />
movimentação de terras.<br />
intervenção.<br />
Construção de vias e instalação de<br />
equipamentos<br />
Fauna Campo de estaleiros, operação de<br />
máquinas e a presença de<br />
Sociedade<br />
operários.<br />
Instalação de um campo de<br />
operários no local das obras.<br />
Circulação de pessoas e<br />
maquinaria num campo de obras.<br />
Paisagem Alteração da paisagem natural<br />
pela instalação de estaleiros e<br />
obras em construção.<br />
Compactação e ocupação do<br />
solo com infra-estruturas.<br />
Mudança de comportamento<br />
devido ao ruído das máquinas e<br />
a presença de pessoas.<br />
Precariedade de habitação e<br />
abastecimento dos operários.<br />
Risco de acidentes de trabalho<br />
pela proliferação de buracos e<br />
desníveis.<br />
Alteração da qualidade estética<br />
com a presença de maquinaria e<br />
materiais de construção.<br />
Manter sempre que possível<br />
os nichos ecológicos locais.<br />
Empregar preferencialmente<br />
os moradores dos bairros<br />
vizinhos.<br />
Assinalar adequadamente os<br />
estaleiros e área de obras e<br />
circulação interna.<br />
Manter os estaleiros e<br />
parque de máquinas em<br />
locais de menos<br />
intervisibilidade.<br />
37<br />
Libertar espaço dos<br />
estaleiros e escombros para<br />
a recuperação da vegetação<br />
espontânea.<br />
Repor a vegetação de modo<br />
a facilitar a recuperação da<br />
fauna.<br />
Criar condições de<br />
transporte dos operários ao<br />
local de trabalho.<br />
Manter a higiene laboral no<br />
espaço de trabalho.<br />
Remover do local as<br />
máquinas avariadas e<br />
quando desnecessárias para<br />
o acabamento das obras.
Plano de Operação urbanístico de loteamento Vila Esperança<br />
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
__________________________________________________________________________________<br />
Mitigação dos Impactes na Fase de Exploração<br />
Descritor afectado Actividades impactantes Potenciais impactes<br />
negativos<br />
Geomorfologia e processos Escavação, movimentação de Alteração de formas de relevo<br />
terras e alvenarias;<br />
e processos morfogenéticos.<br />
Obstrução das linhas de<br />
drenagem natural.<br />
Solos Deposição de desperdícios,<br />
sucatas e escombros nas áreas<br />
livres;<br />
Águas superficiais e<br />
subterrâneas<br />
Substituição do solo local por<br />
solos de jardins nas áreas<br />
verdes.<br />
Aumento do fluxo de águas<br />
pluviais nos dias de chuva;<br />
Aumento de consumo de água<br />
potável.<br />
Clima e qualidade do ar Alteração da circulação do ar;<br />
Emissão de gases de escape.<br />
Sedimentação das linhas de<br />
água.<br />
Destruição do solo;<br />
Alteração dos ecossistemas e<br />
potencial das terras.<br />
Aumento do risco de erosão<br />
nas bermas;<br />
Abastecimento deficiente na<br />
comunidade.<br />
38<br />
Medidas preventivas Medidas mitigadoras<br />
Limitar as escavações aos<br />
estritamente necessários.<br />
Manter as linhas de<br />
drenagem natural;<br />
Evitar o depósito de<br />
escombros nos espaços<br />
livres.<br />
Manter o solo e a vegetação<br />
original nas áreas livre de<br />
construções.<br />
Manutenção das vias de<br />
drenagem;<br />
Incentivar a construção de<br />
cisternas e reservatórios.<br />
Poluição do ar. Manutenção adequadas das<br />
máquinas emissoras de gases<br />
de escape;<br />
Evitar a queima de lixo no<br />
perímetro urbano.<br />
Remover as acumulações de<br />
terras das linhas de<br />
drenagem.<br />
Recuperar as áreas<br />
degradadas nas construções.<br />
Recuperar o solo nas áreas<br />
livres de construção.<br />
Recuperação das vias de<br />
drenagem;<br />
Racionalizar o consumo de<br />
água e promover a<br />
construção de cisternas.<br />
Controlar a emissão de<br />
poluentes para a atmosfera.
Plano de Operação urbanístico de loteamento Vila Esperança<br />
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
__________________________________________________________________________________<br />
Ambiente sonoro Circulação de veículos e<br />
máquinas de construção civil.<br />
Flora Introdução de plantas exóticas Introdução de novas pragas,<br />
alteração da vegetação.<br />
Fauna Ocupação do espaço com as<br />
edificações; alteração da flora.<br />
Paisagem Construção urbana de certa<br />
importância.<br />
Sociedade Aumento da população na<br />
localidade;<br />
Imigração de mão-de-obra<br />
para as áreas próximas.<br />
Perturbação dos residentes. Limitar a circulação de<br />
máquinas de veículos no<br />
Alteração da fauna local;<br />
alteração do comportamento<br />
dos animais.<br />
Alteração de ecossistemas<br />
naturais.<br />
Risco de surgimento de<br />
desempregados e habitação<br />
desqualificada nas<br />
proximidades.<br />
período nocturno.<br />
Utilizar na jardinagem<br />
preferencialmente plantas da<br />
flora local ou de<br />
ecossistemas similares.<br />
Adequar a iluminação<br />
pública aos padrões<br />
estandardizados para as<br />
áreas habitacionais;<br />
Não perturbar a avefauna das<br />
arribas.<br />
Manter a integração dos<br />
edifícios e construções em<br />
harmonia com o espaço<br />
natural.<br />
Instalar e garantir o<br />
transporte para o novo<br />
bairro.<br />
39<br />
Impor medidas de postura<br />
urbana sobre a emissão<br />
sonora.<br />
Corrigir a arborização com<br />
recurso a técnicos<br />
especializados e um plano<br />
verde adequado.<br />
Corrigir a iluminação com<br />
uso de lâmpadas e postes<br />
que não perturbam os<br />
hábitos nocturnos dos<br />
animais.<br />
Manter a obrigatoriedade do<br />
cumprimento das<br />
orientações do projecto.<br />
Manter um adequado<br />
programa de integração dos<br />
moradores e criação de<br />
postos de trabalho.
Plano de Operação urbanístico de loteamento Vila Esperança<br />
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
__________________________________________________________________________________<br />
Anexos (elementos cartográficos)<br />
40
Plano de Operação urbanístico de loteamento Vila Esperança<br />
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
__________________________________________________________________________________<br />
Fig1. – Localização na Achada Grande Trás<br />
Vila Esperança<br />
Fig2. – Zonas da Cidade da Praia (segundo o projecto doPDM)<br />
41
Plano de Operação urbanístico de loteamento Vila Esperança<br />
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
__________________________________________________________________________________<br />
Limites Aeroporto internacional e<br />
servidão<br />
Achada Grande Trás<br />
Ponta Bicuda<br />
Fig. 3 – Localização na área envolvente<br />
Vila Esperança<br />
Montinho<br />
Monte Facho<br />
42
Plano de Operação urbanístico de loteamento Vila Esperança<br />
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
__________________________________________________________________________________<br />
Fig. 4 – Topografia geral da área do projecto<br />
43
Plano de Operação urbanístico de loteamento Vila Esperança<br />
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
__________________________________________________________________________________<br />
Lua Cheia<br />
Lua Crescente<br />
Fig. 5 – Plano Geral do Projecto<br />
Lua Nova<br />
44
Plano de Operação urbanístico de loteamento Vila Esperança<br />
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
__________________________________________________________________________________<br />
BIBLIOGRAFIA<br />
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Castanheira Diniz, A. Cardoso de Matos G. (1993) – Carta de Zonagem Agro-Ecológica e da<br />
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Silva Teixeira, A. J. & Grandvaux Barbosa, L.A. (1958) – A Agricultura do Arquipélago de<br />
Cabo Verde - cartas agrícolas, problemas agrícolas. Memórias da JIU Lisboa.<br />
45
Plano de Operação urbanístico de loteamento Vila Esperança<br />
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL – <strong>RESUMO</strong> NÃO TÉCNICO<br />
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46