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Laudo Técnico Vicuña - Ibama

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elevada taxa de crescimento e mortalidade. Os organismos planctônicos representam a base da teia<br />

alimentar do sistema pelágico, e o principal mecanismo de dispersão de larvas de invertebrados<br />

marinhos, alguns dos quais são recursos importantes explorados pela população costeira ou<br />

cultivados em sistemas artificiais (p.ex., camarão e ostra) dentro da Baía de Paranaguá<br />

(CEM/UFPR, 2001).<br />

Os principais fatores que controlam a produção do fitoplâncton na baía são: extensão da zona<br />

eufótica, concentração de nutrientes, salinidade, temperatura e herbivoria.<br />

A produção fitoplanctônica é limitada pela luz nas áreas internas da baía, com maior turbidez,<br />

e pelas baixas concentrações de nutrientes, principalmente nitrogênio, nas áreas externas<br />

(BRANDINI et al., 1988 apud CEM/UFPR, 2001).<br />

Nos setores intermediários e mesohalinos, o fitoplâncton é dominado por diatomáceas<br />

cêntricas e fitoflagelados do nanoplâncton (20 µm) são freqüentes, mas numericamente contribuem pouco para o fitoplâncton<br />

total (BRANDINI, 1985; THAMM, 1990; FERNANDES, 1992; BRANDINI e THAMM, 1994<br />

apud CEM/UFPR, 2001). MOREIRA-FILHO et al., (1990) apud CEM/UFPR (2001) fizeram um<br />

levantamento das diatomáceas identificadas em todo o Estado do Paraná, constatando a ocorrência<br />

de 636 espécies, distribuídas em 115 gêneros, superando o dos demais grupos do fitoplâncton. A<br />

maioria das espécies identificadas ocorrem principalmente nos setores interno e intermediários da<br />

Baía de Paranaguá. A diatomácea Skeletonema costatum ocorre o ano todo e domina durante o<br />

verão, período de elevada precipitação, com decréscimo da salinidade e enriquecimento da zona<br />

eufótica com nutrientes da drenagem continental. Os demais gêneros deste grupo ocorrem em picos<br />

de abundância de curta duração, provavelmente associados ao regime de ventos (FERNANDES,<br />

1992; REZENDE e BRANDINI, 1997 apud CEM/UFPR, 2001). Os gêneros Chaetoceros,<br />

Rhizosolenia e Leptocylindrus são freqüentes nas coleções planctônicas, mas apresentam padrões de<br />

variação sazonal irregular. No grupo das diatomáceas penadas dominam Thalassionema<br />

nitzschioides e Nitzschia spp., as quais apresentam uma relação positiva com a pluviosidade e o<br />

regime de ventos (THAMM, 1990; BRANDINI e THAMM, 1994; REZENDE e BRANDINI, 1997<br />

apud CEM/UFPR, 2001). Entre as espécies bênticas, dominam as dos gêneros Navicula, Cocconeis<br />

e Diploneis, que ocorrem em grandes quantidades nos bancos de sedimentos da baía.<br />

Fauna<br />

Ameaçada de Extinção<br />

Por essa região ser considerada a maior mancha remanescente da Floresta Atlântica, abriga<br />

inúmeros animais ameaçados de extinção, que já não existem em outras regiões onde a floresta foi<br />

fragmentada. Entre estas, pode-se citar: a onça pintada Panthera onca, onça parda ou sussuarana<br />

Puma concolor capricornensis, jaguatirica Leopardus pardalis mitis, gato-do-mato Leopardus<br />

tigrinus, gato maracajá Leopardus wiedii, mico-leão-de-cara-preta Leontopithecus caissara,<br />

ariranha Pteronura brasiliensis, veado-bororó-do-sul Mazama nana, papagaio-de-cara-roxa ou<br />

chauá Amazona brasiliensis, jacutinga Pipile jacutinga, Maria-da-restinga Phylloscartes kronei, jaó<br />

Crypturellus noctivagus noctivagus, albatroz-de-sombrancelha Thalassarche melanophris, trintaréis-real<br />

Thalasseus maximus, patinha Procellaria aequinoctialis, socó-jararaca Tigrisoma<br />

fasciatum, gavião-pombo-pequeno Leucopternis lacernulata, toninha ou boto amarelo Pontoporia<br />

blainvilllei, tartaruga-verde Chelonia mydas, tartaruga-oliva Lepidochelys olivacea, tartaruga-decouro<br />

Dermochelys coriacea, tartaruga-cabeçuda Caretta caretta, tartaruga-de-pente Eretmochelys<br />

imbricata, entre outras. Além disso, espécies como o Leontopithecus caissara e Amazona<br />

brasiliensis são também consideradas endêmicas, isto é, só existem nessa região, sendo que o<br />

papagaio-de-cara-roxa ocorre de Garuva, no Estado de Santa Catarina, até Iguape, no Estado de São<br />

Paulo. Já o mico-leão-de-cara-preta está restrito ao Parque Nacional do Superagüi, especialmente na<br />

Ilha do Superagüi, com evidências de ocorrência no Vale do Rio dos Patos, que também faz parte<br />

do Parque, como também no Município de Ariri, em São Paulo.<br />

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