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Laudo Técnico Vicuña - Ibama

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hidrocarboneto de óleos, quanto aqueles biogênicos, encontrados naturalmente nos ambientes, pois<br />

são gerados por mecanismos biológicos naturais, podendo ser gorduras de animais. Somente os<br />

cromatogramas de HTP que apresentam n-alcanos C12 a C36 são compatíveis com a contaminação<br />

por óleo (vide resultado analítico da amostra 0045SC005, anexa ao citado parecer, cujo valor foi de<br />

359466,43 µg/kg). Os resultados analíticos confirmam a hipótese de contaminação dos organismos<br />

filtrantes, pela detecção de HPA em exemplares de bacucu (7961,45 µg/kg) e ostras (9,4 µg/kg), da<br />

Ponta Oeste da Ilha do Mel e ostras da Ilha Rasa da Cotinga (40,61µg/kg). Verificou-se ainda, a<br />

contaminação dos caranguejos (12,2 µg/Kg), no Baixio da Ponta da Piaçagüera. Estes resultados<br />

confirmam o que foi verificado como rota do óleo, pelos estudos de dispersão realizados pelos<br />

técnicos do CEM/UFPR.<br />

Se considerarmos os valores da NOAA para peixes, verifica-se que os teores encontrados nos<br />

exemplares de bacucú demonstram que estes organismos estão fortemente contaminados. As ostras<br />

da Ilha Rasa da Cotinga e os caranguejos do Baixio da Ponta da Piaçagüera estão minimamente<br />

contaminados, enquanto as ostras da Ponta Oeste da Ilha do Mel não estão contaminadas. Por<br />

precaução, nas áreas com registro de contaminação foi proibida a coleta e o consumo destes<br />

organismos, pela Portaria IAP n o 47/05 de 09/03/05, retroativa a 16/01/05.<br />

Estes resultados são compatíveis com aqueles apresentados no relatório do CEM/UFPR<br />

(Anexo 078), que encontraram um valor de HPA em caranguejos (1230,7 µg/kg), coletados no<br />

entorno do Terminal da Cattalini em 04/01/05, classificado como de moderado a alto, sendo<br />

compatível com valores de áreas contaminadas por óleo. Verifica-se ainda, que o valor detectado na<br />

amostra de bacucu (7961,45 µg/kg) é maior que o valor encontrado na amostra de caranguejo<br />

(1230,7 µg/kg), o que pode ser explicado pelo fato de que organismos filtradores acumulam mais o<br />

óleo.<br />

Além de serem espécies de interesse comercial, os organismos avaliados são, em relação ao<br />

seu hábito alimentar, filtradores e detritívoros, inserindo-se no início da cadeia alimentar. Sendo<br />

assim, servem de alimento para diversos outros organismos que compõem o ecossistema do estuário<br />

em questão, podendo vir a contaminar, pelo consumo direto, organismos que não foram<br />

originalmente atingidos pelo óleo (peixes e aves, por exemplo).<br />

A contaminação verificada nestes grupos justifica ações de monitoramento a médio e longo<br />

prazo, como indicadores da eficácia das ações de limpeza e minimização do impacto do derrame,<br />

em áreas diretamente afetadas, sabidamente, os costões, baixios e mangues na rota de dispersão do<br />

óleo no Complexo Estuarino da Baía de Paranaguá. Além disto, os resultados poderão respaldar<br />

ações de proibição de coleta e consumo destes organismos, garantindo assim a segurança alimentar<br />

de pescadores e consumidores locais destes organismos.<br />

3.2.5 IMPACTOS SOBRE A QUALIDADE DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS<br />

Para avaliar o dano ambiental causado pelo acidente sobre a qualidade das águas superficiais<br />

do complexo estuarino da baía de Paranaguá e das águas costeiras do litoral do Paraná, o IAP<br />

realizou coletas de amostras de água no período entre 16/11/2004 e 01/03/2005 (os resultados<br />

dessas análises encontram-se tabulados no Apêndice 01). Os detalhes referentes à metodologia de<br />

coleta e análise, e aos resultados das mesmas constam do documento intitulado “Parecer <strong>Técnico</strong><br />

IAP/DEPAM/DPQ n o 06/2005 - Relatório da mensuração e avaliação do dano ambiental na água de<br />

superfície no acidente ambiental do Navio <strong>Vicuña</strong> ocorrido na Baía de Paranaguá em 15/11/2004”<br />

(Anexo 082). As amostras coletadas nas baías de Paranaguá, Antonina, Guaraqueçaba e Laranjeiras<br />

foram testadas para presença dos seguintes compostos: metanol, óleos e graxas, BTXe, HPA, HTP,<br />

além do teste de toxicidade, realizado com a bactéria Vibrio fischeri, organismo utilizado como<br />

bioindicador de toxicidade aguda sobre organismos aquáticos. Os efeitos da toxicidade aguda<br />

caracterizam-se por serem mais drásticos e por manifestarem-se após um curto período de<br />

exposição dos organismos a concentrações do elemento químico contaminante. Foram coletadas<br />

ainda amostras em praias utilizadas como balneários, nas seguintes localidades: Antonina, Ilha do<br />

Mel e na faixa de praias oceânicas entre Pontal do Sul e Caiobá. Nessas amostras foram avaliados<br />

apenas os parâmetros: óleos e graxas e HTP.<br />

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