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O Escravo

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INTRODUÇÃO<br />

Tendo em vista a importância da conservação e preservação da documentação primária e seu conteúdo para a<br />

construção da memória e história dos escravos e seus descendentes no Rio Grande do Sul, o Arquivo Público do Estado do<br />

Rio Grande do Sul (APERS), em parceria com a Associação dos Amigos do Arquivo Público – e com o apoio de diversas<br />

entidades, através do programa de incentivos à cultura, ligado à Lei Rouanet – apresenta mais uma peça resultante do<br />

projeto Documentos da Escravidão no Rio Grande do Sul. Trata-se deste catálogo seletivo que tem por característica o<br />

arrolamento de todos testamentos abertos na região entre os anos de 1763 e 1888 e que contenham referências a escravos<br />

nas mais diversas situações, como se explicará adiante. Pretende-se, assim, oferecer aos pesquisadores e à comunidade em<br />

geral um novo instrumento de pesquisa, buscando-se facilitar as pesquisas, contribuir para desvelar ainda mais o passado da<br />

sociedade gaúcha, além de preservar, conservar e divulgar o acervo do APERS.<br />

Seguindo a divisão judiciária do estado, esse catálogo está organizado a partir de Comarcas (que constituem os<br />

fundos documentais do Arquivo Público), com os documentos organizados conforme a localidade (termo, município, vila,<br />

freguesia) a qual se referem. Além disso, cada documento está identificado com um número e o ano de produção, assim<br />

como o nome do testamentado, para a localização do mesmo.<br />

Nessa organização, o catálogo foi estruturado em verbetes, os quais foram elaborados em três etapas básicas: o<br />

mapeamento, a digitação e a revisão. O mapeamento consistia na leitura, localização e sinalização dos testamentos com<br />

referência a escravos. Com os processos mapeados e sinalizados, na fase da digitação os dados foram extraídos dos<br />

documentos e digitados em formato de verbete, contendo as informações consideradas importantes (que serão indicadas<br />

mais adiante). Finalmente, de posse dos verbetes e do documento, na fase da revisão foram conferidas as informações<br />

extraídas e corrigidos possíveis erros de formatação e dados.<br />

Para a confecção dos verbetes foram retiradas as informações referentes a: a) localização do testamento no acervo;<br />

b) nome do (a/s) testamentado (a/s); c) informações sobre os escravos e ex-escravos, contendo nomes e características; e d)<br />

observações. Entre os itens a e b encontram-se ano de abertura e número do processo e nome do inventariado, todas<br />

informações localizadas nas capas dos inventários, além da data na qual o testamento foi escrito. O que se destaca no<br />

verbete são os nomes e características dos escravos e ex-escravos relacionados nos testamentos, bem como o campo<br />

observações. Abaixo uma breve explicação de como foi trabalhada cada característica.<br />

• Nome do escravo: sempre destacado em negrito. Caso o nome não constasse no documento, foi adotada a<br />

convenção [sem nome]. Obs.: A grafia dos nomes foi atualizada;<br />

• Estado de liberdade: analisando a documentação, encontraram-se referências a escravos libertos, escravos<br />

sendo libertos nos testamentos, ou mesmo escravos em liberdade condicional presos a algum tipo de prestação de<br />

serviço. Assim, convencionou-se (L) para os libertos e forros, (LT) para os escravos que foram libertos no testamento,<br />

e (LC) para os libertos condicionais. No caso de haver condições, optamos por não especificar quais;<br />

• Estado civil: casado (a), solteiro (a), viúvo (a). Não foram incluídos os nomes dos cônjuges;<br />

• Cor: foram utilizadas as denominações encontradas na fonte, não criamos categorias ou simplificações alguma;<br />

• Idade: é importante alertar que a idade atribuída a um escravo nos inventários não corresponde<br />

necessariamente à idade exata do mesmo. Muitas vezes era atribuída pelo senhor ou pelo encarregado pelo inventário a<br />

partir de características físicas do cativo. Isso explica a inexatidão dessa informação, tanto no documento quanto no<br />

verbete. Manteve-se ao máximo a fidedignidade com o inventário, incluindo expressões como “50 anos mais ou<br />

menos”, “de 20 a 25 anos”, “mais de 60 anos”, etc.;<br />

• Origem: sempre iniciada em letra maiúscula;<br />

• Profissão: quando informada, a ocupação do escravo foi utilizada;<br />

• Filiação: foi incluído o nome da mãe e/ou do pai do escravo, indicando a filiação;<br />

• Proprietário: em diversos casos, foram encontradas referências a escravos de outros proprietários nos<br />

testamentos. Nesses casos, o nome do proprietário foi incluído no verbete, antecedido de Sr. ou Sra.;<br />

• Herdeiro: caso o escravo tenha sido deixado como herança para algum herdeiro, tal informação foi incluída<br />

no verbete;<br />

• Características: neste campo foram incluídas as mais diversas características que não puderam ser descritas<br />

anteriormente. Entre as características mais comuns encontraram-se: doenças, deficiências físicas, doações, fugas,<br />

vendas, falecimentos, etc.<br />

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