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Manual de Língua Portuguesa do TRF1 - Faculdade de Direito

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Acompanhe o exemplo.<br />

O pedi<strong>do</strong> <strong>do</strong> servi<strong>do</strong>r não encontra respal<strong>do</strong> na legislação em vigor. Sugiro, portanto,<br />

o in<strong>de</strong>ferimento da solicitação.<br />

O conectivo portanto não foi bem emprega<strong>do</strong> nessa frase, uma vez que não há, entre<br />

esses <strong>do</strong>is perío<strong>do</strong>s, relação <strong>de</strong> conclusão. O primeiro perío<strong>do</strong> não serve <strong>de</strong> premissa ao segun<strong>do</strong><br />

— até porque, <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista lógico, a conclusão não po<strong>de</strong> ser uma <strong>de</strong>terminação<br />

(“Sugiro...”), mas uma constatação. Apresenta, antes, a causa pela qual se sugere o in<strong>de</strong>ferimento<br />

da solicitação: “Por não haver amparo legal para o pedi<strong>do</strong>, sugiro o in<strong>de</strong>ferimento...”.<br />

Devemos, em tal situação, redigir: “Por essa razão, sugiro [...]” (por isso, em razão disso<br />

etc.). Trata-se <strong>de</strong> relação <strong>de</strong> causa e efeito.<br />

O exemplo a seguir foi altera<strong>do</strong> para se mostrar a distinção entre esses <strong>do</strong>is tipos <strong>de</strong><br />

relação.<br />

A lei prevê in<strong>de</strong>nização por <strong>de</strong>slocamento quan<strong>do</strong> este representa <strong>de</strong>spesa para<br />

o servi<strong>do</strong>r, o que não se verifica no caso, já que a viagem para acompanhar o magistra<strong>do</strong><br />

durou cerca <strong>de</strong> quarenta minutos. Não há, portanto, nesta situação, amparo<br />

legal para o pagamento <strong>de</strong> diária ao servi<strong>do</strong>r. Sugiro, por isso, o in<strong>de</strong>ferimento da<br />

solicitação.<br />

Neste trecho, há três perío<strong>do</strong>s. O primeiro serve <strong>de</strong> premissa à conclusão a que se chega<br />

no segun<strong>do</strong>. O conectivo portanto, aqui, foi bem emprega<strong>do</strong>. O terceiro traz parecer que<br />

se emitiu em virtu<strong>de</strong> da análise da situação, daí o uso <strong>do</strong> conectivo por isso.<br />

Como não foi feita aqui uma análise exaustiva, e nem se po<strong>de</strong>ria, dada a amplitu<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> tema, o que se aconselha sempre é que o redator procure certificar-se da a<strong>de</strong>quação <strong>do</strong><br />

conectivo que <strong>de</strong>seja empregar ao senti<strong>do</strong> pretendi<strong>do</strong>, a fim <strong>de</strong> dar ao texto a maior precisão<br />

possível.<br />

Vícios <strong>de</strong> linguagem<br />

Incorreções e <strong>de</strong>feitos no uso da língua escrita ou falada.<br />

Ambiguida<strong>de</strong>: <strong>de</strong>feito <strong>de</strong> frase que produz duplo senti<strong>do</strong>.<br />

Erra<strong>do</strong>: No relatório da ação criminal, o juiz afirma que a vítima e sua irmã foram<br />

encontradas imobilizadas na cena <strong>do</strong> crime. (De quem é a irmã, <strong>do</strong> juiz ou<br />

da vítima?)<br />

Certo: No relatório da ação criminal, o juiz afirma que a vítima e a irmã <strong>de</strong>la<br />

foram encontradas imobilizadas na cena <strong>do</strong> crime.<br />

Estilística<br />

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