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Edição 33 - Memorial da América Latina

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direção de José Leitão. Centra<strong>da</strong> num<br />

tom de comédia o texto tem uma linguagem<br />

direta e conta histórias de Ptolomeu<br />

Rodrigues, um aventureiro dos<br />

sete mares, natural de Cabo Verde, que<br />

narra suas proezas sexuais vivi<strong>da</strong>s ao<br />

longo de suas viagens.<br />

O teatro popular tem seu espaço<br />

garantido dentro <strong>da</strong> dramaturgia brasileira<br />

e um público cativo. O Cordel do<br />

Amor Sem Fim, de Cláudia Barral, iluminou<br />

o palco do Auditório Simón Bolívar<br />

ao contar a história de Carminha<br />

que gosta de José, que deseja Teresa,<br />

que espera por Antonio, para desespe-<br />

ro de Ma<strong>da</strong>lena. A trama, que se passa<br />

dentro de um ônibus urbano em movimento,<br />

agarra o público pela capaci<strong>da</strong>de<br />

verbal <strong>da</strong> personagem.<br />

No conjunto, as obras que movimentaram<br />

o palco do <strong>Memorial</strong> podem<br />

ser considera<strong>da</strong>s exemplos do caleidoscópio<br />

formado pela fragmentação<br />

de tendências que ocupam os teatros<br />

latino-americanos. Daí a importância<br />

do Festival que, como todos os grandes<br />

eventos do gênero, deu a oportuni<strong>da</strong>de<br />

para o público se atualizar e compreender<br />

os novos conceitos que regem a dramaturgia<br />

contemporânea.<br />

EL TEATRO LATINOAMERICANO<br />

EN bRASIL<br />

A feiticeira Medea,<br />

encena<strong>da</strong> pela Cia Hubert<br />

de Cuba, com direção de<br />

Abelardo Estorino. Cordel do Amor Sem Fim,<br />

drama encenado dentro de um ônibus,<br />

com a Troupe Cia Sinhá Zozima.<br />

FOTO: DIvULgAÇÃO<br />

Minha história de amor com o<br />

teatro latino-americano vem de muito<br />

longe. Desde antes do tempo em que<br />

eu me senti ca<strong>da</strong> vez mais latina, ca<strong>da</strong><br />

vez mais americana, e ca<strong>da</strong> vez mais<br />

estarreci<strong>da</strong> diante <strong>da</strong> maneira acintosa<br />

como nós, o Brasil, desconhecíamos<br />

a literatura dramática dos nossos mais<br />

próximos vizinhos.<br />

Lembro-me que, na déca<strong>da</strong> de 50<br />

(do século passado ! ), envolvi<strong>da</strong> acidentalmente<br />

com uma revista de poesia<br />

venezuelana que se chamava Lírica Hispana<br />

, travei conhecimento com o texto<br />

dramático de Román Chalbaud (depois<br />

cineasta) e me atrevi a traduzir Réquiem<br />

por un Eclipse , peça de cunho marca-<br />

<strong>da</strong>mente lírico que, na época, me encantou.<br />

O texto provindo <strong>da</strong> Venezuela<br />

foi encenado por amadores e, se mais<br />

não fez, pelo menos me introduziu no<br />

conhecimento <strong>da</strong> existência de vi<strong>da</strong> inteligente<br />

na dramaturgia dos nossos<br />

irmãos latino-americanos.<br />

Mais tarde, em 1969 , já professora<br />

<strong>da</strong> Escola de Arte Dramática e <strong>da</strong><br />

Escola de Comunicações e Artes <strong>da</strong><br />

USP, chefiando uma delegação de estu<strong>da</strong>ntes<br />

que ia ao Festival de Teatro de<br />

Manizales, na Colômbia, pude assistir<br />

a um espetáculo impressionante: Topografia<br />

de un Desnudo, texto de autoria de<br />

Jorge Díaz, chileno , que fora obrigado<br />

a exilar-se na Espanha. O espetáculo<br />

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FOTO: DIvULgAÇÃO

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