Avaliação morfológica - Febrasgo
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dados demográficos maternos e história obstétrica,<br />
com resultados de testes bioquímicos, pode definir<br />
o risco específico-paciente para um amplo espectro<br />
de complicações na gravidez, incluindo aborto e<br />
morte fetal, (1) parto prematuro, (6,8,17) pré-eclâmpsia, (2,17)<br />
diabetes gestacional, (13,14,18) restrição do crescimento<br />
fetal (9,17) e macrossomia. (13,15)<br />
Estudos ratificam que cerca de 90% dos fetos com<br />
aneuploidias podem ser identificados por teste que<br />
combina a avaliação da espessura da translucência<br />
nucal fetal (NT), da idade materna e da concentração<br />
soro materno da fração livre do ß-hCG e PAPP-A<br />
(“pregnancy associated plasma protein-A”) entre<br />
11 e 13 semanas de gestação. (13) Melhora no desempenho<br />
do rastreamento no primeiro trimestre pode<br />
ser alcançada através da realização do teste bioquímico<br />
entre 9 a 10 semanas de gestação e ecografia<br />
realizada na 12ª semana de gestação, incluindo ao<br />
exame ecográfico a avaliação de outros marcadores<br />
para aneuploidias, tais como presença do osso nasal,<br />
avaliação do fluxo no duto venoso, da artéria hepática<br />
e valva tricúspide. (13) Desempenho semelhante pode<br />
ser alcançado através do exame ultrassonográfico, em<br />
que estes outros marcadores são avaliados em todos<br />
os casos, ou por uma avaliação sequencial, na qual<br />
a primeira fase de análise combinada (translucência<br />
nucal e bioquímica de primeiro trimestre) classifica<br />
os pacientes como alto, intermediário e baixo risco,<br />
sendo os outros marcadores avaliados apenas no<br />
grupo de risco intermediário por médico habilitado<br />
para esta avaliação mais detalhada e, então, reclassificamos<br />
a gestante como de baixo ou de alto risco. (13)<br />
AVALIAÇÃO MORFOLÓGICA ESTRUTURAL<br />
Sabemos também que no primeiro trimestre (entre<br />
11 e 13 semanas de gestação) é possível diagnosticar<br />
ou suspeitar da presença das mais frequentes<br />
e importantes anormalidades, que podem ser letais<br />
ou associadas a graves sequelas pós-natais, de<br />
modo que os pais podem ser orientados adequadamente<br />
de forma precoce durante o pré-natal, de<br />
modo a programar o porvir deste feto ou escolher<br />
de forma adequada o local de nascimento onde o<br />
recém-nascido poderá ter a melhor assistência pósnatal.<br />
As anormalidades fetais graves podem ser<br />
alocadas em três grupos em relação à possibilidade<br />
Revista Medicina<br />
Materno-Fetal<br />
Figura 1. Pirâmide demonstrando a agenda de<br />
consultas pré-natais: passado (esquerda) e futuro<br />
(direita).<br />
diagnóstica no primeiro trimestre: (16) primeiro,<br />
aqueles que são sempre anormalidades detectáveis,<br />
incluindo anomalias como anencefalia, “body-stalk”,<br />
holoprosencefalia alobar, onfalocele, gastrosquise e<br />
megabexiga; segundo, anormalidades indetectáveis,<br />
porque os sinais ultrassonográficos são apenas o<br />
manifestar durante o segundo ou terceiro trimestre<br />
da gravidez, incluindo algumas anormalidades cerebrais,<br />
tais como microcefalia, hipoplasia do vermis<br />
do cerebelo ou hidrocefalia e agenesia do corpus,<br />
anormalidades do pulmão, acondroplasia, anomalias<br />
renais e obstrução intestinal. O terceiro grupo inclui<br />
as anormalidades que são potencialmente detectáveis<br />
dependendo de algumas variáveis importantes, como<br />
os objetivos estabelecidos para a realização de um<br />
exame adequado, o tempo alocado para a avaliação<br />
da morfologia fetal, a perícia do ultrassonografista<br />
e a qualidade do equipamento utilizado; associados<br />
à presença de um marcador facilmente detectável<br />
por uma determinada anormalidade. Bons exemplos<br />
desses marcadores no primeiro trimestre incluem<br />
aumento da espessura da NT em alguns fetos com<br />
displasias esqueléticas letais (10) e hérnia diafragmática;<br />
aumento da espessura da NT e anormalidades<br />
do fluxo no ducto venoso e na valva tricúspide nas<br />
malformações cardíacas graves (7) e aumento no diâmetro<br />
do tronco cerebral, diminuição do diâmetro<br />
do quarto ventrículo/cisterna magna no complexo<br />
espinha bífida. (11)<br />
Abortamento e óbito fetal intrauterino<br />
Estudos demonstram que as taxas de abortamento<br />
e natimorto após a demonstração de um feto vivo<br />
entre 11 e 13 semanas de gestação são cerca de 1 e<br />
Cruz JJ, Nicolaides KH, Avanços a ser percorridos na avaliação e conduta pré-natal do século atual<br />
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