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Sociologia e Trabalho: Uma Leitura Sociológica Introdutória - IFG

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comprometem a reprodução do valor da indústria. É, portanto, compreensivo o fato de que,<br />

mesmo em conjunturas de câmbio baixo, os setores industriais não disporem de recursos para a<br />

importação considerável de bens de capital. A “industrialização” não haveria de superar uma<br />

condição medíocre...<br />

A indústria na República Velha, em geral, se assemelha mais a um sistema de<br />

manufaturas com adoção de algumas poucas máquinas e uma primária divisão social do trabalho,<br />

do que exatamente a um sistema fabril. Exceção apenas aos ramos de produção articulados na<br />

perspectiva de reelaborar as matérias-primas geradas pela produção agropecuária, voltada<br />

basicamente para o mercado interno, como o têxtil e alimentar. Estes ramos são responsáveis<br />

pela maior concentração de capitais, tendo como conseqüência recursos tecnológicos superiores<br />

aos demais e uma divisão social do trabalho mais profunda.<br />

Os quadros a seguir indicados por Simonsen (4) baseados em censos estatísticos<br />

realizados na República Velha, sugerem estas constatações acima indicadas:<br />

ANO DE 1889<br />

SETORES INDUSTRIAIS DISTRIBUIÇÃO DE CAPITAL<br />

Indústria Têxtil 60%<br />

Indústria de Alimentação 15%<br />

Indústria Química e Análogos 10%<br />

Indústria de Madeira 04%<br />

Indústria Vestuário e Objetos de Toucador 3,5%<br />

Indústria Metalúrgica 03%<br />

O censo indicado por Simonsen aponta um total de 636 estabelecimentos industriais, ou<br />

seja, aqueles que se diferenciam da tradicional manufatura, empregando 54.169 operários no<br />

Brasil.<br />

Poucas modificações em termos de caráter e natureza do processo de industrialização<br />

ocorrem nas três décadas seguintes. Na verdade, a reprodução do capital se desenvolve nas<br />

mesmas bases, convivendo agora com uma acentuada acumulação quantitativa proporcionada<br />

pela proliferação de um grande número de pequenas unidades industriais, graças à Primeira<br />

Guerra Mundial e as crises subseqüentes ao seu término. Se essas conjunturas dificultam a<br />

importação de máquinas e equipamentos, radicalizam no mercado interno a necessidade de<br />

mercadorias que não mais chegam na quantidade necessária.<br />

O censo de 1920, também indicado por Simonsen (5) fundamenta esta afirmação:<br />

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