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Sociologia e Trabalho: Uma Leitura Sociológica Introdutória - IFG

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progressivamente o chamado Antigo Regime, isto é, a sociedade de ordens, o absolutismo e o<br />

mercantilismo.<br />

Entre os séculos XV e XVIII transformações progressivas nas esferas sociais<br />

econômicas, políticas e culturais estão, portanto, em curso. Como conseqüência, ocorrem as<br />

revoluções industrial e burguesa, de forma a consolidar definitivamente a sociedade moderna e o<br />

projeto social burguês.<br />

A afirmação da nova sociedade intensifica as contradições e os conflitos sociais. Os<br />

conflitos de classes envolvendo as classes sociais tradicionais (aristocracia, artesãos e<br />

camponeses) e as classes sociais emergentes (burguesia, camadas médias e proletários) e,<br />

principalmente, as novas classes sociais fundamentais, isto é, a burguesia e o proletariado. A<br />

sociologia surge, portanto, para refletir sobre as transformações, crises e antagonismos de classes<br />

que acompanham a afirmação da sociedade industrial e burguesa.<br />

A sociologia não surge para contestar e/ou criticar a nova sociedade em consolidação. A<br />

preocupação fundamental dos primeiros “sociólogos” consiste na reorganização e reestruturação<br />

da sociedade capitalista e burguesa, de forma a encontrar um “padrão social saudável”. O<br />

compromisso para com a preservação e manutenção da chamada nova ordem capitalista<br />

encontra-se explícita no pensamento dos primeiros sociólogos.<br />

A objetividade científica na sociologia<br />

O conhecimento científico objetivo ou objetividade científica é uma busca permanente de<br />

toda ciência e de todo pesquisador. Nas ciências sociais este objetivo não é facilmente<br />

alcançável.<br />

Os fatos sociais são singulares, não se repetem jamais. Tal singularidade priva as ciências<br />

humanas da possibilidade de formular sistemas explicativos causais, o que faz de qualquer fato<br />

social e de qualquer pesquisa sobre ele, processos sociais singulares e sujeitos à “arbitrariedade”<br />

do sujeito que investiga o objeto.<br />

É necessário, portanto, reconhecer o quanto é problemática a questão da objetividade<br />

científica nas ciências sociais. De fato, podemos nos deixar conduzir, no estudo da sociedade ou<br />

de grupos sociais a que pertencemos ou com os quais nos identificamos, por um conjunto de<br />

idéias, crenças e valores que apreendemos ao longo da nossa existência.<br />

Hoje reconhecemos mais claramente que a imparcialidade e a neutralidade do sujeito que<br />

investiga frente ao objeto investigado é uma ilusão, uma miragem cada vez mais raramente não<br />

reconhecida. Este fato, todavia, não pode ser tranqüilizador. A objetividade científica, que não é<br />

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