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dades de imigrantes em países ocidentais. Estima-se, assim, que, na<br />

França, 20 mil mulheres e 10 mil meninas sejam vítimas dessa prática.<br />

Desde agosto de 1983, um manda<strong>do</strong> da Corte de Cassação francesa<br />

definiu a ablação <strong>do</strong> clitóris como mutilação, portanto um crime passível<br />

de dez a vinte anos de prisão, dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong> caso. Mas eis o<br />

efeito perverso dessa lei (a França é o único país europeu a considerar<br />

essas práticas um crime ): numerosas famílias passaram a mandar<br />

incisar, a partir de então, suas meninas ou a<strong>do</strong>lescentes em sua terra<br />

natal durante as férias escolares.<br />

Para Aïssata, como para todas as militantes que lutam pela abolição<br />

das mutilações genitais, o combate continua. Para elas, as campanhas<br />

de informação, na França ou na África, continuam a ser a<br />

maior arma para fazer evoluir as mentalidades. Em alguns países africanos,<br />

as coisas começam, na verdade, a mudar: debates e anúncios<br />

na televisão, campanha contra a excisão, trabalho de associações no<br />

campo fazem desmoronar tabus e circular a informação sobre os<br />

riscos à saúde e à vida das mulheres submetidas a essa prática. Alguns<br />

imams 4 senegaleses chegaram a se pronunciar, durante suas<br />

rezas, contra a excisão, lembran<strong>do</strong> que essa prática não é uma recomendação<br />

<strong>do</strong> Profeta e não é preconizada pelo Alcorão. No Senegal,<br />

em Burkina Faso, em Djibouti, no Egito, na Costa <strong>do</strong> Marfim e<br />

no Togo há, atualmente, leis reprimin<strong>do</strong> essas mutilações, mas isso<br />

não acontece em to<strong>do</strong>s os países e a harmonização das legislações<br />

em termos de continente é um desafio prioritário.<br />

Hoje Aïssata vive sozinha com suas três filhas. Traumatizada por<br />

seu primeiro fracasso, ela não tem vontade de experimentar nova-<br />

4. Chefe religioso muçulmano (N. da T.).<br />

23 | o corpo reencontra<strong>do</strong>

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