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Heterokonta/Phaeophyceae: diversidade morfológica

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Universidade Estadual de Feira de Santana<br />

Departamento de Ciências Biológicas<br />

Disciplina: PROTISTAS FOTOSSINTETIZANTES<br />

HETEROKONTA/ PHAEOPHYCEAE<br />

As feofíceas (do gr. phaios, ‘pardo’, ‘marrom’) ou feófitas são pluricelulares, não existindo<br />

organismos unicelulares. São predominantemente marinhas, embora alguns gêneros ocorram em água<br />

doce (Heribaudiella, Pseudobodanella, Lithoderma, Pleurocladia, Portinema, Sphacelaria). Quanto ao<br />

tamanho, podem variar desde algas microscópicas a 90 metros de comprimento (Kelps, ou algas<br />

gigantes).<br />

A organização do talo é bastante variada, havendo desde de talos filamentos simples ou<br />

ramificados até diferenciados em filóides achatados, caulóides e rizóides. Algumas algas pardas chegam<br />

a apresentar "diferenciação histológica" em tecidos envolventes, pseudoparenquimatosos,<br />

parenquimáticos e células condutoras centrais. Em todo o caso, o talo é resultante do crescimento de<br />

células meristemáticas que podem estar localizadas em zonas distintas no talo. Baseado no tipo de<br />

crescimento do talo podemos enquadrar as algas pardas em: difuso, tricotálico, apical, meristoderme e<br />

intercalar.<br />

Estruturalmente, estas algas possuem cloroplastos com quatro membranas sendo que a mais<br />

apresenta reticulo endoplasmático e envolve o núcleo. Os tilacóides geralmente formam grana, estando<br />

empilhados em grupos de 3. Apresetam como pigmento principal a clorofila a e c, α e β - caroteno e<br />

uma xantofila – fucoxantina, que mascara a cor verde da clorofila. Este pigmento capta luz em<br />

comprimentos de onda em que a clorofila é menos eficiente, tirando partido da luz que consegue<br />

atravessar a água, estando a alga submersa na maré cheia. A taxa fotossintética nestas algas pode ser,<br />

no entanto, de uma a 7 vezes superior fora da água, o que revela o grau de adaptação á vida<br />

entremarés. Ocorrem contudo desde a zona de entremarés até o infralitoral, cerca de 220m.<br />

O material de reserva, proveniente da fotossíntese, é armazenado externo ao cloroplasto e ao<br />

redor da projeção do pirenóide; o principal produto de reserva é a laminarina (polissacarídeo), o manitol<br />

(álcool), gotas de óleos graxos ou fucosano (tanino).<br />

A parede celular das algas pardas apresenta geralmente uma fina camada de celulose rodeada<br />

por uma espessa camada de um polissacárido mucilaginoso – alginato – contendo enxofre, que impede<br />

a desidratação, pois consegue absorver cerca de 20 vezes o seu peso em água. Este polissacárido<br />

também protege dos choques provocados pelas ondas contra as rochas em que se encontram fixas.<br />

Este tipo de parede celular representa uma importante adaptação ao facto de estes organismos ficarem<br />

descobertos pela descida de maré duas vezes por dia. Em alguns gêneros (Padina) podemos encontrar<br />

externo à parede celular depósito de carbonato de cálcio, na forma de aragonita.<br />

Quanto à reprodução, pode ser vegetativa (via fragmentação ou formação de propágulos),<br />

espórica (com formação de esporângios uniloculares e pluriloculares) ou sexuada (isogâmica,<br />

anisogâmica ou oogâmica). Muitas vezes o gametângio e o esporângio são idênticos (órgãos<br />

pluriloculares), mas somente o esporângio e o gametângio feminino (rep. oogâmica) ocorre órgão<br />

unilocular. Com exceção da oosfera e aplanósporos (esporos nus), todos os demais gametas<br />

(reprodução sexuada isogâmica e anisogâmica) e zoósporos (esporos com flagelos) apresentam flagelo<br />

típico dos heterokonta: presença de um flagelo liso e outro flagelo com pêlos tripartidos<br />

(mastigonemas). O ciclo de vida pode ser haplodiplonte (Laminaria) ou diplonte (Sargassum).<br />

A classificação do grupo está baseada na comparação do tipo de talo, modo de crescimento,<br />

tipo de reprodução sexuada e no ciclo vida.<br />

PROCEDIMENTO DE LABORATÓRIO:<br />

Identifique o material a ser analisado na placa de petri. Leve-o ao estereomicroscópio, observe e<br />

desenhe as estruturas vegetativas. Posteriormente leve o corte transversal do talo ao microscópio e<br />

observe as principais estruturas descritas (NEGRITO) para o gênero na objetiva de (40x).


MATERIAL 1. ECTOCARPALES, ECTOCARPACEAE, Asteronema Delépine & Asensi, 1975<br />

Plantas filamentosas, unisseriadas, heterótricas, com densa camada basal de onde partem<br />

filamentos eretos, podendo ou não apresentar pseudopêlos; crescimento tricotálico, com zonas de<br />

crescimento distribuídas ao longo dos filamentos; cloroplastos alongados com pirenóide terminal, com<br />

disposição estrelada, vários conjuntos por célula; órgãos uniloculares e pluriloculares sésseis ou<br />

pedicelados.<br />

MATERIAL 2. FUCALES, SARGASSACEAE, Sargassum C. Agardh, 1820<br />

Plantas com talo ramificado, fixo ao substrato por apressório desenvolvido. Talo diferenciado<br />

em um eixo cilíndrico, do qual partem ramos laterais primários ou de ordem mais elevada,<br />

apresentando expansões laminares de crescimento definido, semelhantes a "folhas'<br />

(filóides). Filóides pedicelados ou não com nervura central distinta e bordos lisos, crenados ou<br />

denteados. Presença ou não de ramos curtos, vesículas flutuadoras, pedicelados ou não, distribuídas<br />

nas axilas dos filóides. Na superfície dos filóides encontram-se cavidades denominadas<br />

criptóstomas, que possuem em seu interior tufos de pêlos pluricelulares. Oogônios e anterídios,<br />

localizados em criptas férteis, os conceptáculos, imersos em ramos curtos cilíndricos ou fusiformes,<br />

abundantemente ramificados, denominados de receptáculos. Nas plantas bissexuais, os receptáculos<br />

apresentam conceptáculos unissexuais lado a lado, são geralmente menores e possuem ramificações<br />

mais densamente agrupadas que os receptáculos masculinos e femininos.<br />

MATERIAL 3. DICTYOTALES, DICTYOTACEAE, Dictyota Lamouroux, 1809<br />

Plantas de cor marrom-amarelada a marrom-esverdeada, às vezes iridescentes, fixas ao<br />

substrato por numerosos rizóides, pluricelulares e unisseriados. Talo achatado, parenquimatoso, em<br />

forma de fita estreita, às vezes torcido em espiral, sem nervura, ramificado dicotomicamente, algumas<br />

vezes com aspecto cervicome devido ao desenvolvimento desigual dos ramos da dicotomia, margens<br />

lisas ou denteadas. Tufos de pêlos pluricelulares e unisseriados, esparsos na superfície do tato e em<br />

ambos os lados da lâmina. Crescimento por nítida célula apical. Organização parenquimatosa.<br />

Em corte transversal o talo apresenta três camadas de células, duas corticais externas, com<br />

células pequenas, contendo muitos cloroplastos e uma medular, com células grandes,<br />

quadráticas ou mais altas que largas e incolores. Esporângios globóides, isolados ou reunidos<br />

em soros não indusiados próximos à tufos de pêlos, com tetrásporos piramidais. Soros de oogônios<br />

inicialmente revestidos por indúsio, que se rompe e fica pouco visível nos soros maduros. Anterídios<br />

em soros contornados por paráfises.<br />

MATERIAL 4. DICTYOTALES, DICTYOTACEAE, Lobophora J. Agardh, 1894<br />

Planta com talo foliáceo expandido, em forma de leque. Pêlos longos, formados a partir de<br />

células superficiais, distribuídos segundo zonas concêntricas. Crescimento por uma margem<br />

contínua de células apicais grandes. Talo com uma camada de medular de células grandes,<br />

uma a três camadas de células subcorticais pequenas e uma camada de células corticais.<br />

Células de todas as camadas dispostas em fileiras verticais. Esporângios unifoculares com 4-8<br />

aplanósporos grandes, dispostos em soros.


QUEM SOU EU? QUEM SOU EU? QUEM SOU EU? QUEM SOU EU? QUEM SOU EU?<br />

- Seguindo as características fornecidas para o material (5 e 6), proceda a identificação destes através<br />

da chave de identificação fornecida.<br />

MATERIAL 5.<br />

Minhas características: Tenho talo achatado em forma de fita com nervura central e, às vezes, com<br />

nervuras pinadas dispostas obliquamente, estendendo-se até a margem, ou com nervura percorrendo<br />

toda a margem da fila. Minha ramificação é dicotômica e o meu crescimento por margem de células<br />

apicais. Apresento talo parenquimatoso com várias camadas de células na região da nervura central e<br />

poucas na região dos bordos. Tenho pêlos longos pluricelulares formando grupos distribuídos<br />

irregularmente na superfície da fronde, nas duas faces da lâmina. Meus esporângios são uniloculares<br />

globosos com tetrásporos grandes reunidos em soros, próximos aos tufos de pêlos. Já os meus<br />

oogônios são indusiados e próximos aos tufos de pêlos e em ambos os lados da minha fita. Anterídios<br />

em soros contornados por paráfises, em ambos os lados da fita.<br />

Quem sou eu: _____________________________________<br />

MATERIAL 6.<br />

Minhas características: Apresento talo ereto, talo foliáceo, em forma de leque, inteiro ou fendido,<br />

ligeiramente impregnado de carbonato de cálcio. O meu crescimento é por margem de células apicais;<br />

margem distintamente enrolada. Tenho pêlos longos distribuídos na superfície da fronde, formando<br />

zonas concêntricas que persistem mesmo após a queda dos pêlos. Minha organização é<br />

parenquimatosa, com 2 a 6 camadas de células de espessura, variando este número do ápice à base,<br />

ou entre as minhas espécies. Meus esporângíos estão preferencialmente dispostos em linhas<br />

concêntricas, formando soros indusiados ou não, distribuídos entre, acima, ou acima e abaixo das<br />

linhas de pêlos. Oogônios e anterídios em soros sempre indusiados dispostos irregularmente.<br />

Quem sou eu: _____________________________________<br />

Hincksia<br />

Sargassum<br />

Dictyota Lobophora


PARA PENSAR! PARA PENSAR! PARA PENSAR! PARA PENSAR! PARA PENSAR! ! PARA PENSAR!<br />

1. Como você classificaria os tipos de crescimento do talo nas algas pardas?<br />

2. Quais as características que agrupam as algas pardas nos heterokontas?<br />

3. Como e a organização do cloroplasto das algas pardas.<br />

4. Qual o papel dos fucosanos no talo das feofíceas?<br />

5. Descreva a ação dos hormônios sexuais na algas pardas.<br />

6. Como se processa a reprodução via propágulos?<br />

PESQUISE! PESQUISE! PESQUISE! PESQUISE! PESQUISE! PESQUISE! PESQUISE!<br />

Pesquise os ítens abaixo:<br />

alginato<br />

zosporângio<br />

fucosano<br />

mastigonema

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