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Território, ambiente, exploração e decadência da atividade ...

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HISTÓRIA AMBIENTAL & TURISMO<br />

Vol. 4 - Nº 1 - Maio 2008<br />

ISSN: 1808-558X<br />

www.periodicodeturismo.com.br<br />

<strong>Território</strong>, <strong>ambiente</strong>, <strong>exploração</strong> e <strong>decadência</strong> <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de mineradora e o<br />

processo atual de turistificação do espaço na Chapa<strong>da</strong> Diamantina/BA.<br />

Territory, environment, exploitation and mining decancadency: the new<br />

touristic planning in Chapa<strong>da</strong> Diamantina/BA, Northeastern Brazil.<br />

Resumo<br />

André Riani Costa Perinotto 1<br />

O<strong>da</strong>léia Telles Marcondes Machado Queiroz 2<br />

O presente artigo objetiva tecer considerações preliminares sobre o processo atual de<br />

turistificação <strong>da</strong> Chapa<strong>da</strong> Diamantina, interior do Estado <strong>da</strong> Bahia, retomando o<br />

encadeamento <strong>da</strong> apropriação <strong>da</strong>quele espaço no que se refere à <strong>exploração</strong> e <strong>decadência</strong> <strong>da</strong><br />

mineração de diamantes, ativi<strong>da</strong>de que causou impactos socioambientais e econômicos<br />

significativos.<br />

Palavras-chave: território, <strong>ambiente</strong>, turismo<br />

Abstract<br />

This article aims to make preliminary considerations on the current process of “turistification”<br />

the Chapa<strong>da</strong> Diamantina, the State of Bahia, echoing the sequence of ownership of that area<br />

as regards the exploration and mining of diamonds of decadence, an activity which caused<br />

significant economic and social impacts.<br />

Keywords: territory, environment, tourism<br />

1 Bacharel em Turismo pela Universi<strong>da</strong>de Metodista de Piracicaba/UNIMEP, Especialista em Docência para Ensino Superior em Turismo e<br />

Hotelaria pelo SENAC/SP, Mestre em Geografia (Organização do Espaço) pela Universi<strong>da</strong>de Estadual Paulista Julio de Mesquita<br />

Filho/UNESP. Pesquisador/Docente/Consultor. e-mail: andrehriani@bol.com.br. Tel: 19-91618952. Em julho assume o cargo de Professor<br />

Titular do Curso de Turismo <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Federal do Piauí.<br />

2 Turismóloga e geógrafa. Especialista em Planejamento regional e Mestra em Geociências e Meio Ambiente pela UNESP de Rio Claro/SP.<br />

Doutora em Ciências <strong>da</strong> Engenharia Ambiental - EESC, USP. Docente do curso de Gestão Ambiental - ESALQ-USP, Piracicaba/SP.<br />

Docente convi<strong>da</strong><strong>da</strong> (e orientadora) do Mestrado em Cultura e Turismo - Universi<strong>da</strong>de Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, BA.<br />

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Introdução<br />

HISTÓRIA AMBIENTAL & TURISMO<br />

Vol. 4 - Nº 1 - Maio 2008<br />

ISSN: 1808-558X<br />

www.periodicodeturismo.com.br<br />

O propósito principal deste artigo é fazer considerações preliminares sobre o processo<br />

atual de turistificação <strong>da</strong> Chapa<strong>da</strong> Diamantina, interior <strong>da</strong> Bahia, retomando o encadeamento<br />

<strong>da</strong> apropriação <strong>da</strong> área com <strong>exploração</strong> e <strong>decadência</strong> <strong>da</strong> mineração de diamantes, ativi<strong>da</strong>de<br />

que acarretou impactos socioambientais e econômicos significativos.<br />

Analisar tais impactos, seu desenrolar e a implementação do turismo na região é uma<br />

tarefa árdua, mas pode contribuir, minimamente, com informações interessantes para o<br />

planejamento <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de, dentro de uma abor<strong>da</strong>gem geográfica e integra<strong>da</strong>. Para alcançar o<br />

objetivo proposto, será realiza<strong>da</strong> uma descrição e interpretação <strong>da</strong> trajetória histórica do<br />

processo de ocupação <strong>da</strong> área, considerando que a problemática principal a ser discuti<strong>da</strong> diz<br />

respeito ao uso turístico dos recursos paisagísticos e naturais <strong>da</strong> região e seus limites<br />

(capaci<strong>da</strong>de de carga).<br />

O uso <strong>da</strong> área, evidentemente, engendra uma série de problemas, mas aqueles<br />

relacionados à quali<strong>da</strong>de dos recursos naturais são os mais relevantes na medi<strong>da</strong> em que o<br />

progressivo processo de degra<strong>da</strong>ção em que se encontram poderá tornar-se um fator inibidor<br />

<strong>da</strong> continui<strong>da</strong>de do desenvolvimento sócio-econômico <strong>da</strong> região circun<strong>da</strong>nte. Portanto, é de<br />

fun<strong>da</strong>mental importância a discussão sobre o assunto.<br />

O meio rural brasileiro, nota<strong>da</strong>mente o espaço do interior mineiro, vem passando por<br />

profun<strong>da</strong>s transformações nas últimas déca<strong>da</strong>s, deixando de ser considerado apenas como<br />

uma região de vocação agropecuária e de extração de minerais preciosos. Muitas ativi<strong>da</strong>des<br />

tipicamente urbanas passaram a desenvolver-se em espaços rurais, muitas vezes,<br />

complementando as ativi<strong>da</strong>des agrícolas (Silva et al., 1997). As ativi<strong>da</strong>des não-agrícolas têm<br />

sido formas alternativas de geração de ren<strong>da</strong>, ao mesmo tempo em que promovem a fixação<br />

do homem no meio rural, destacando-se aquelas liga<strong>da</strong>s ao lazer e ao turismo. Mas para que<br />

isso ocorra, é preciso que decisões sejam toma<strong>da</strong>s no âmbito local, a partir de critérios de<br />

sustentabili<strong>da</strong>de, de sorte que a comuni<strong>da</strong>de tenha acesso aos benefícios gerados. Assim, o<br />

desenvolvimento do turismo pode valorizar o território, sem que ocorra o ônus social que as<br />

formas tradicionais de investimentos costumam provocar.<br />

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ISSN: 1808-558X<br />

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Ao eleger o conceito de sustentabili<strong>da</strong>de como base para as análises socioambientais a<br />

serem feitas, estas considerações preliminares sobre a Chapa<strong>da</strong> Diamantina buscaram debater<br />

a integração dos aspectos biofísicos e os de desenvolvimento socioeconômico.<br />

O conceito de sustentabili<strong>da</strong>de pode ser, de certa forma, uma síntese de um novo<br />

modelo socioambiental, propondo-se a resolver o impasse <strong>da</strong> pre<strong>da</strong>ção dos ecossistemas em<br />

geral. A sua premissa básica trata do reordenamento <strong>da</strong>s relações entre a socie<strong>da</strong>de e o meio<br />

físico, procurando novas formas de resolução dos conflitos existentes entre os homens e a<br />

natureza. Enfim, o conceito de sustentabili<strong>da</strong>de coloca a natureza como cultura, apropria<strong>da</strong><br />

pelo homem, socializa<strong>da</strong> e assim, indica como fun<strong>da</strong>mental a incorporação <strong>da</strong> noção de<br />

ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia, onde as pessoas não se submetem, mas participam <strong>da</strong>s decisões sobre suas vi<strong>da</strong>s e<br />

seus espaços, recebendo benefícios e assumindo responsabili<strong>da</strong>des, dentro de um processo de<br />

inclusão e justiça social (Ferreira, 1996).<br />

Dessa forma, o conceito de sustentabili<strong>da</strong>de vem sendo incorporado, sistematicamente,<br />

em diversas áreas do saber, entre elas a Geografia, Ecologia, Sociologia, Economia, Meio<br />

Ambiente e nos demais ramos que trabalham com o tema do homem e sua forma de<br />

reprodução social, bem como no planejamento <strong>da</strong>s formas de organização social e produtiva<br />

leva<strong>da</strong>s a cabo pelos países, principalmente, após a Eco-92.<br />

Até meados <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 1970, o modelo de desenvolvimento era confundido com o<br />

crescimento econômico, fun<strong>da</strong>mentando-se na <strong>exploração</strong> de mão-de-obra desqualifica<strong>da</strong> e<br />

barata, e também na <strong>exploração</strong> excessiva dos recursos naturais, ditos infinitos e alimentando<br />

indústrias muito poluidoras.<br />

Nesse período, ocorreram choques sucessivos <strong>da</strong> produção de petróleo o que abalou o<br />

mundo, sensibilizando os países mais ricos e também o Brasil, sobre as questões ambientais,<br />

nota<strong>da</strong>mente aquelas que diziam respeito à devastação ambiental e exaustão de recursos<br />

naturais.<br />

Alguns fatos que podem ser citados como decisivos para um maior envolvimento do<br />

governo brasileiro com questões ambientais: a criação <strong>da</strong> Secretaria Especial de Meio<br />

Ambiente, em 1974; o lançamento do II Plano Nacional de Desenvolvimento, em 1975, que<br />

enfocou o problema ambiental; a elaboração <strong>da</strong> lei 6983, que estabeleceu a Política Nacional<br />

de Meio Ambiente, em 1981; a instituição, em 1986, <strong>da</strong> obrigatorie<strong>da</strong>de <strong>da</strong> elaboração do EIA<br />

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(Estudos de Impacto Ambiental) e do RIMA (Relatório de Impacto Ambiental) para<br />

empreendimentos; a promulgação <strong>da</strong> Constituição de 1988, a primeira do planeta a prever a<br />

avaliação de impacto ambiental; a ocorrência, em 1992, no Rio de Janeiro, <strong>da</strong> Conferência<br />

<strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento – CNUMAD ou Eco92, onde<br />

países do mundo todo discutiram problemas ambientais e firmaram acordos visando a um<br />

melhor equacionamento <strong>da</strong> questão; a ocorrência, em 1997, do evento Rio + 5, que teve<br />

como propósito principal a avaliação dos resultados <strong>da</strong> Eco92; a promulgação <strong>da</strong> lei 9605,<br />

em 1998, que prevê responsabili<strong>da</strong>des administrativas e penais para infrações ambientais; o<br />

encontro Rio + 10 e a efetiva participação de nosso país no desenrolar do Protocolo de<br />

Quioto.<br />

Esse conjunto de eventos e determinações legais acabou, direta e indiretamente,<br />

orientando o chamado turismo sustentável, que objetiva o atendimento <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong>des de<br />

lazer dos turistas e de desenvolvimento dos núcleos receptores, preservando o meio <strong>ambiente</strong><br />

local (Pires, 1999).<br />

O objetivo primeiro do turismo sustentável é a gestão do <strong>ambiente</strong>, recursos e<br />

comuni<strong>da</strong>des dos núcleos receptores, atendendo às suas necessi<strong>da</strong>des, mantendo sua<br />

integri<strong>da</strong>de cultural e preservando o meio <strong>ambiente</strong>. As ativi<strong>da</strong>des turísticas usufruem <strong>da</strong><br />

natureza e dela dependem para se reproduzirem, e na Chapa<strong>da</strong> Diamantina (onde os recursos<br />

naturais são exuberantes, bem como, seu patrimônio histórico-cultural), o turismo sustentável<br />

deve ser encarado numa perspectiva mais abrangente, interagindo com o <strong>ambiente</strong> de maneira<br />

conseqüente e responsável.<br />

Segundo o Tourism Concern (1992 in: Pires, 1999), o turismo sustentável opera de<br />

acordo com a capaci<strong>da</strong>de de suporte dos pólos receptores, possibilitando a regeneração e<br />

reprodução dos recursos naturais, reconhecendo e incentivando a contribuição <strong>da</strong>s<br />

comuni<strong>da</strong>des locais, através de suas manifestações culturais, para o desenvolvimento turístico.<br />

Além disso, do ponto de vista do turismo sustentável, deverá sempre haver uma distribuição<br />

eqüitativa dos benefícios, destacando-se a participação <strong>da</strong> população local na toma<strong>da</strong> de<br />

decisões.<br />

Durante os anos 80, ocorreu um maior incentivo às ativi<strong>da</strong>des turísticas,<br />

principalmente, em espaços rurais, encara<strong>da</strong>s como uma <strong>da</strong>s principais alternativas de<br />

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desenvolvimento local. Surgem como algo que pode promover a proteção do meio <strong>ambiente</strong>,<br />

enquanto auxilia o desenvolvimento dos pólos receptores, gerando empregos e lucro. Pode ser<br />

um instrumento de estímulo ao uso sustentável do espaço rural, beneficiando a população<br />

local (Campanhola e Silva, 1999). Por outro lado, se não for bem planejado, pode causar<br />

impactos negativos para o meio <strong>ambiente</strong>, para a economia e comuni<strong>da</strong>de locais (Beni, 1997).<br />

To<strong>da</strong>via, o que se observa em grande parte <strong>da</strong>s áreas onde há turismo (e na Chapa<strong>da</strong><br />

Diamantina não é diferente) é despreocupação por parte do pode público em manter a<br />

integri<strong>da</strong>de do ecossistema envolvente, tratado como mais uma mercadoria a ser consumi<strong>da</strong>.<br />

Assim, estudos sobre os impactos socioambientais tornaram-se importantes para o<br />

entendimento <strong>da</strong> dinâmica desse segmento, instrumento fun<strong>da</strong>mental para reduzir as<br />

alterações causa<strong>da</strong>s pelo turismo na natureza. Para regiões como a em foco, o<br />

comprometimento dos recursos naturais existentes e sua poluição podem afastar os visitantes<br />

que trazem dividendos para o local.<br />

A região <strong>da</strong> Chapa<strong>da</strong> Diamantina exerceu a função histórica de mineração de<br />

diamantes durante longo tempo e, atualmente, é utiliza<strong>da</strong> como para lazer e turismo, devido<br />

aos seus atrativos naturais (rios, cachoeiras, formas especiais de relevo, matas preserva<strong>da</strong>s<br />

etc). Configura-se como uma opção de entretenimento, tanto para a população rural quanto<br />

para a urbana dos municípios que compõem essa uni<strong>da</strong>de geomorfológica e outras regiões,<br />

recebendo, no entanto, vários impactos ambientais no decorrer dos últimos anos. A mineração<br />

entrou em <strong>decadência</strong> e o processo de turistificação se estabeleceu com a construção de<br />

pousa<strong>da</strong>s, hotéis, resorts e a ocupação com casas de veraneio, bem como, desenvolvimento do<br />

setor de serviços de restauração, constituindo-se, atualmente, uma atração internacional. Vem<br />

ocorrendo desmatamento <strong>da</strong>s margens dos cursos d´água e seu assoreamento, recebimento de<br />

dejetos líquidos e sólidos, o que ocasiona uma significativa descaracterização <strong>da</strong> paisagem<br />

<strong>da</strong> área, bem como, impacto sociocultural junto à população residente. Ao que tudo indica, a<br />

ativi<strong>da</strong>de de lazer ali desenvolvi<strong>da</strong> já está <strong>da</strong>ndo sinais de massificação, evidenciando-se um<br />

intenso fluxo de turistas que desrespeita a capaci<strong>da</strong>de de carga (“carrying capacity”) dos<br />

ecossistemas visitados.<br />

Supomos, a partir de observação <strong>da</strong> paisagem rural e dos aspectos urbanos,<br />

principalmente em Lençóis (município <strong>da</strong> Chapa<strong>da</strong>), que os gestores municipais não têm<br />

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condições reais de desenvolver um projeto adequado de turismo, que seja baseado em uma<br />

perspectiva sustentável e que inclua a participação local, conferindo à comuni<strong>da</strong>de poder de<br />

controle e gestão de suas potenciali<strong>da</strong>des. Notou-se que o investimento feito no setor é<br />

restrito, ficando a cargo, principalmente, <strong>da</strong> iniciativa priva<strong>da</strong>, sem um direcionamento efetivo<br />

do poder público. Por outro lado, há um estímulo ao crescimento do número de visitantes, o<br />

que nos leva a supor que, num futuro não muito distante, a área e seus recursos naturais e<br />

culturais, estarão desgastados de maneira comprometedora, acarretando, mais uma vez, a<br />

<strong>decadência</strong> socioeconômica <strong>da</strong> região.<br />

Alguns estudiosos têm pesquisado a região, mas em relação aos impactos que as<br />

ativi<strong>da</strong>des de lazer têm causado ao <strong>ambiente</strong> e à população locais, pouco de científico tem<br />

sido feito, razão que nos levou a tecer estas considerações preliminares após visita ao local em<br />

janeiro de 2008, caminhando em uma abor<strong>da</strong>gem sistêmica, envolvendo vários aspectos <strong>da</strong><br />

reali<strong>da</strong>de reinante ali.<br />

É importante dizer que os ecossistemas trocam matéria e energia com suas<br />

vizinhanças, em forma de fluxo que devem ser caracterizados no sentido de se determinar o<br />

seu grau de importância e o seu mecanismo de ação. As uni<strong>da</strong>des de paisagem como a<br />

Chapa<strong>da</strong> Diamantina, como os outros tipos de sistemas ambientais, estabelecem interações de<br />

fluxos entre si e com outros sistemas através de suas fronteiras (Miran<strong>da</strong>, 1997).<br />

Santos (1992) afirma que o espaço não é apenas formado pelas coisas e objetos<br />

geográficos naturais e artificiais <strong>da</strong> paisagem, mas também pela socie<strong>da</strong>de, principal<br />

componente para traçar o perfil dos lugares. Para o autor, os elementos do espaço são: os<br />

homens – distribuídos em grupos ou classes; as firmas – cuja função essencial é a produção de<br />

bens, serviços e idéias; as instituições – que produzem normas, ordens e legitimações; as<br />

infra-estruturas e o meio ecológico que, ca<strong>da</strong> vez mais, vêm sendo transformado em meio<br />

técnico, sofrendo modificações e impactos <strong>da</strong>s ações antrópicas. Junto à Chapa<strong>da</strong> Diamantina,<br />

atualmente, o que tem determinado os rearranjos territoriais observados é a ação do conjunto<br />

de turistas, de proprietários dos mais diversos meios de hospe<strong>da</strong>gem, de restauração, de<br />

imóveis de veraneio e os excursionistas eventuais, enfim, os agentes modificadores do espaço<br />

local, direta e indiretamente responsáveis pela reorganização <strong>da</strong> dinâmica socieconômica <strong>da</strong><br />

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área através <strong>da</strong> implantação de infra-estrutura recreacional e urbana com a conseqüente<br />

degra<strong>da</strong>ção do meio ecológico.<br />

O exercício <strong>da</strong> apreensão <strong>da</strong> totali<strong>da</strong>de é um trabalho fun<strong>da</strong>mental para que aconteça<br />

uma ver<strong>da</strong>deira compreensão do local e suas partes (Pontes, 1983), sendo primordial o estudo<br />

<strong>da</strong>s individuali<strong>da</strong>des dos lugares e suas singulari<strong>da</strong>des. O conhecimento do funcionamento<br />

<strong>da</strong>s partes que compõem o contexto passado e a configuração atual <strong>da</strong> Chapa<strong>da</strong>, de sua<br />

estrutura interna e de sua evolução constituem um instrumento essencial para se apreender o<br />

sistema, o todo orgânico com coerências e contradições internas, sempre dentro de um<br />

processo de transformação, renovação e desenvolvimento as quais devem ser vistas a partir<br />

<strong>da</strong>s condições originais e suas ligações com os diferentes sistemas existentes.<br />

Interações socie<strong>da</strong>de-natureza<br />

A obra de Drew (1986) estu<strong>da</strong> os processos interativos homem e o meio <strong>ambiente</strong>,<br />

retomando-se duas teorias geográficas: o determinismo ou causali<strong>da</strong>de e o possibilismo. A<br />

primeira trata de uma noção deriva<strong>da</strong> <strong>da</strong> idéia pós-<strong>da</strong>rwiniana de que o homem enquanto<br />

produto <strong>da</strong> seleção natural, por inexoráveis processos <strong>da</strong> natureza, é obrigado a se a<strong>da</strong>ptar e,<br />

dessa forma, pode prosperar. De acordo com o possibilismo, o homem não é passivo, mas sim<br />

um agente geográfico, apto a agir sobre o meio e a modificá-lo, dentro de limites naturais de<br />

espaço e de possibili<strong>da</strong>des de desenvolvimento.<br />

O homem “não é uma criatura racional”, embora haja quem pense o<br />

contrário. Pois, suas atitudes para com a Terra e suas reações ao <strong>ambiente</strong><br />

têm variado através dos tempos e ain<strong>da</strong> variam entre regiões e culturas. O<br />

homem primitivo via a natureza como sinônimo de Deus, a exemplo de<br />

muitos povos “primitivos” de hoje e, portanto, ela devia ser temi<strong>da</strong>,<br />

respeita<strong>da</strong> e aplaca<strong>da</strong>. No mundo desenvolvido <strong>da</strong> atuali<strong>da</strong>de, as abor<strong>da</strong>gens<br />

para a mu<strong>da</strong>nça ambiental oscilam desde “se pode ser feito, faça-se” até a<br />

filosofia <strong>da</strong> “volta à natureza” dos mais extremados ecologistas. A tradição<br />

cultural tem desempenhado o seu papel na determinação do comportamento<br />

<strong>da</strong>s pessoas em relação ao <strong>ambiente</strong>. Por exemplo, a região sudeste <strong>da</strong><br />

China apresenta semelhanças ambientais com o sudeste dos Estados Unidos<br />

<strong>da</strong> América, mas são muito diferentes em termos de reação humana aos<br />

referidos meios <strong>ambiente</strong>s (DREW, 1986, p. 1).<br />

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Esclarecendo melhor a questão do determinismo citado acima, é fun<strong>da</strong>mental dizer<br />

que foi Friedrich Ratzel (1844 - 1904), geógrafo alemão, quem construiu o conceito de<br />

espaço vital e é considerado um “determinista”, definindo como maior objetivo <strong>da</strong> Geografia<br />

o estudo <strong>da</strong> influência que as condições naturais exerciam sobre a humani<strong>da</strong>de, influências<br />

nos aspectos fisiológicos, nos psicológicos dos seres humanos e na própria socie<strong>da</strong>de. A<br />

natureza influenciaria na constituição social, devido a riqueza que ela proporciona,<br />

possibilitando a expansão de um povo, ou criando barreiras, assim como o isolamento ou<br />

uma possível mestiçagem. As influências vão ocorrer através <strong>da</strong>s condições econômicas e<br />

sociais. Ratzel dá a noção <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de como um organismo e a concepção naturalista do<br />

desenvolvimento <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de humana (RATZEL, 1987).<br />

As ações humanas relaciona<strong>da</strong>s ao <strong>ambiente</strong>, na sua maioria, podem até ter a intenção<br />

de trazer benefícios aos arredores, entretanto, em muitos casos, acarretam transformações<br />

inespera<strong>da</strong>s, ou reações em cadeia, dependendo do grau e suscetibili<strong>da</strong>de à mu<strong>da</strong>nça do<br />

próprio sistema envolvido. Em grande parte, o tamanho <strong>da</strong> população, as inovações<br />

tecnológicas e o impacto ambiental mantêm um nexo entre si. Por exemplo: um avanço<br />

tecnológico, como a irrigação, permite a sobrevivência de mais gente, o que, por sua vez, leva<br />

à ocupação de novas terras ou ao uso mais intensivo de áreas já ocupa<strong>da</strong>s, sempre detectando-<br />

se um aumento de influência antrópica sobre o meio físico. Tais efeitos podem trazer<br />

melhorias ou não, podem ocorrer em larga ou pequena escala, depende <strong>da</strong> natureza <strong>da</strong><br />

mutação opera<strong>da</strong> e do ponto do meio físico em que se aplicou a alteração.<br />

É importante dizer que no contexto <strong>da</strong> interferência <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de na natureza, a<br />

abor<strong>da</strong>gem sistêmica pode servir como meio de previsão <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>nças, de avaliação <strong>da</strong><br />

sensibili<strong>da</strong>de dos sistemas naturais, de impactos ambientais e de determinação dos pontos de<br />

interferência e dos limiares de sistemas que terão de ser modificados.<br />

Impactos ambientais<br />

Segundo Troppmair (1988), considera-se impacto ambiental qualquer alteração <strong>da</strong>s<br />

proprie<strong>da</strong>des físicas, químicas e biológicas do meio <strong>ambiente</strong>, causa<strong>da</strong> por qualquer forma de<br />

matéria ou energia resultante <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des humanas que, direta ou indiretamente, bem ou<br />

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mal, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar <strong>da</strong> população; as ativi<strong>da</strong>des sociais e<br />

econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio <strong>ambiente</strong>; a quali<strong>da</strong>de dos<br />

recursos ambientais. Além disso, entende-se por Impactos Ambientais alterações drásticas nas<br />

estruturas e fluxos no sistema Meio Ambiente, ocorri<strong>da</strong>s em espaço de tempo reduzido.<br />

Estamos perante um Impacto Ambiental quando as estruturas e os<br />

fluxos do sistema ecológico, social ou econômico são alterados<br />

profun<strong>da</strong>mente no decorrer de um espaço de tempo muito reduzido.<br />

O termo reduzido deve ser analisado em função <strong>da</strong> escala temporal e<br />

<strong>da</strong>s dimensões ou grandezas <strong>da</strong>s alterações ocorri<strong>da</strong>s.<br />

(TROPPMAIR, 1988, p. 51).<br />

No Brasil, a Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) envolve um conjunto de métodos<br />

e técnicas de gestão ambiental reconheci<strong>da</strong>s, com a finali<strong>da</strong>de de identificar e interpretar os<br />

efeitos e impactos sobre o meio <strong>ambiente</strong> decorrentes de ações propostas, tais como: políticas,<br />

planos, programas, projetos, ativi<strong>da</strong>des, entre outros. A legislação brasileira (Resolução n°<br />

01/86, Art. 5° - Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA) abriu espaço para um<br />

procedimento mais abrangente <strong>da</strong> AIA (Avaliação Estratégica). A forma atualmente pratica<strong>da</strong><br />

no País está volta<strong>da</strong> à ponderação <strong>da</strong>s conseqüências funcionais locais de determina<strong>da</strong> ação<br />

(AIA aplica<strong>da</strong> a projetos/ativi<strong>da</strong>des).<br />

A AIA constitui-se num valioso instrumento no processo de decisão para<br />

empreendedores, especialmente no que se refere:<br />

• à seleção de alternativas de desenvolvimento <strong>da</strong> ação proposta, permitindo,<br />

entre outros, a redução dos <strong>da</strong>nos e custos de medi<strong>da</strong>s de controle ambiental;<br />

• à implantação de políticas ambientais nas empresas, onde os mecanismos <strong>da</strong><br />

AIA são reforçados inclusive pelas iniciativas <strong>da</strong>s Normas ISO 14.000; ao<br />

Poder Público, face à preocupação com problemas ambientais.<br />

O CONAMA estabeleceu, através <strong>da</strong> Resolução 01/86, as definições, as<br />

responsabili<strong>da</strong>des, os critérios e as diretrizes para implantação <strong>da</strong> Avaliação de Impacto<br />

Ambiental – AIA.<br />

Ain<strong>da</strong> de acordo com a Resolução 01/86 (BRASIL, 1986), a AIA se consubstancia,<br />

principalmente, mediante a elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e respectivo<br />

Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) e <strong>da</strong> publici<strong>da</strong>de/participação pública (fase de<br />

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comentários e audiência pública), que subsidiam o processo de decisão do licenciamento<br />

ambiental. Observa-se que, estando a AIA incluí<strong>da</strong> na fase de planejamento <strong>da</strong> ação, o EIA e<br />

o RIMA ficam condicionados à concessão <strong>da</strong> Licença Prévia (LP), que constitui a primeira<br />

instância do processo de licenciamento ambiental.<br />

O Estudo de Impacto Ambiental (EIA), segundo o Instituto Brasileiro de Mineração<br />

(1987), define-se como: um estudo realizado por uma equipe técnica multidisciplinar<br />

destina<strong>da</strong> a analisar objetivamente as conseqüências <strong>da</strong> implantação de um<br />

projeto/empreendimento no meio <strong>ambiente</strong>. Esse estudo deve conter, no mínimo, a descrição<br />

do projeto, evidenciando as etapas: planejamento, construção, operação; a delimitação e<br />

diagnóstico <strong>da</strong> área de influência; a identificação, a mediação e a valoração dos impactos;<br />

previsão de situação ambiental futura; a identificação <strong>da</strong>s medi<strong>da</strong>s para diminuição do<br />

impacto e <strong>da</strong> instalação de um programa de monitoramento desse impacto. O EIA tem<br />

natureza preventiva. Quando a obra, empreendimento ou ativi<strong>da</strong>de for potencialmente<br />

prejudicial ao meio <strong>ambiente</strong> e causadora de possíveis degra<strong>da</strong>ções, deverá ser realizado um<br />

estudo prévio que indique essas degra<strong>da</strong>ções e qual será o impacto no meio <strong>ambiente</strong>.<br />

Embora existam vários conceitos de impacto ambiental e que são referenciais para<br />

melhor compreensão do assunto, tem-se aqui aquele referen<strong>da</strong>do pela Resolução n. 001 do<br />

Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), de 21 de janeiro de 1986, (Brasil, 1986),<br />

que define e determina responsabili<strong>da</strong>des e critérios básicos para a elaboração do EIA.<br />

Após o EIA (geralmente realizado por um grupo de especialistas) existe as diretrizes<br />

para a elaboração do RIMA (Relatório de Impactos sobre o Meio Ambiente), que são<br />

estabeleci<strong>da</strong>s em normas específicas do CONAMA e completa<strong>da</strong>s pelos órgãos estaduais (o<br />

RIMA utiliza as informações do EIA e elaborar o Relatório final sobre determina<strong>da</strong> área ou<br />

empreendimento).<br />

O licenciamento para qualquer empreendimento, segundo o próprio CONAMA,<br />

compreende: Licença Prévia; Licença de Instalação e Licença de Operação.<br />

Através dos EIA adquirem-se informações sobre efeitos causados pela ativi<strong>da</strong>de a ser<br />

implementa<strong>da</strong> em determinado local, antes que seja implanta<strong>da</strong>. Estes EIA contemplam os<br />

seguintes pontos:<br />

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Descrever a ativi<strong>da</strong>de e o status do meio <strong>ambiente</strong> no local em estudo; Destacar<br />

conseqüências e o Parecer final sobre a execução ou não de tal ativi<strong>da</strong>de.<br />

Isto feito, para que a população possa ter acesso aos EIA, foi criado o RIMA -<br />

Relatório de Impacto Ambiental. Nele o EIA é resumido em uma linguagem clara e de fácil<br />

entendimento. Estes instrumentos foram os primeiros a serem criados para que, com<br />

antecedência, informem ao Poder Público e à socie<strong>da</strong>de sobre futuras ativi<strong>da</strong>des de impacto<br />

ambiental e para que se tomem as decisões corretas.<br />

Daí, a importância do estudo e <strong>da</strong> consciência ambiental. “Durante o período <strong>da</strong><br />

chama<strong>da</strong> Revolução Industrial não havia preocupação com a questão ambiental. Os recursos<br />

naturais eram abun<strong>da</strong>ntes, e a poluição não era foco <strong>da</strong> atenção <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de industrial e<br />

intelectual <strong>da</strong> época” (TROPPMAIR, 1988).<br />

A partir <strong>da</strong> escassez dos recursos naturais, soma<strong>da</strong> ao crescimento desordenado <strong>da</strong><br />

população mundial e intensi<strong>da</strong>de dos impactos ambientais <strong>da</strong>s mais diversas ativi<strong>da</strong>des, surge<br />

o conflito <strong>da</strong> sustentabili<strong>da</strong>de dos sistemas econômico e natural, e faz do meio <strong>ambiente</strong> um<br />

tema literalmente estratégico e urgente. O homem começa a entender a impossibili<strong>da</strong>de de<br />

transformar as regras <strong>da</strong> natureza e a importância <strong>da</strong> reformulação de seus hábitos de<br />

consumo e suas práticas ambientais.<br />

O turismo acelerado pelo processo de moderni<strong>da</strong>de desencadeia um rápido processo<br />

de urbanização, que pode determinar a expulsão dos nativos <strong>da</strong>s comuni<strong>da</strong>des locais, como já<br />

vem acontecendo na Chapa<strong>da</strong> Diamantina, desde que a visitação começou a aumentar.<br />

Enquanto a alteração natural é lenta, a ativi<strong>da</strong>de econômica resulta em modificações<br />

rápi<strong>da</strong>s; assim, a ativi<strong>da</strong>de turística contribui como parte que é <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de econômica, para<br />

alterar o ecossistema.<br />

Assim, uma preocupação que deve estar sempre presente é que essa modificação<br />

ambiental seja compatível com a autodepuração dos ecossistemas, lembrando que os seres<br />

bióticos são capazes de realimentarem a vi<strong>da</strong>, desde que obedeci<strong>da</strong> a capaci<strong>da</strong>de de<br />

autodepuração e auto-sustentação dos sistemas ecológicos. Como, a ca<strong>da</strong> momento, o ser<br />

humano exige mais e mais recursos naturais, há, pois, que se conduzir a sua <strong>exploração</strong>,<br />

tomando-se essenciais cui<strong>da</strong>dos com o meio <strong>ambiente</strong>.<br />

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Entretanto, na medi<strong>da</strong> em que se utilizam racionalmente os recursos naturais, pratica-<br />

se uma boa política conservacionista, evitando o desperdício e minimizando o impacto<br />

ambiental, em favor de uma melhor quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> na Terra.<br />

O grande desafio <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de é promover o desenvolvimento sustentável<br />

de forma rápi<strong>da</strong> e eficiente. Este é o paradoxo: sabemos que o tempo está se<br />

esgotando, mas não agimos para mu<strong>da</strong>r completamente as coisas antes que<br />

seja demasiado tarde. (INSTITUTO BRASILEIRO DE MINERAÇÃO,<br />

1987, p.29).<br />

Para a legal execução de uma ativi<strong>da</strong>de turística é necessário licenciar-se junto à<br />

Uni<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Federação – UF – na qual tal ativi<strong>da</strong>de será realiza<strong>da</strong>. O desenvolvimento<br />

sustentável <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de turística virá se os elementos ambientais forem considerados em seus<br />

três aspectos, segundo Mendonça (1996, p.32):<br />

...através do conhecimento e respeito do meio natural, através <strong>da</strong><br />

participação ativa <strong>da</strong>s populações nativas tanto no planejamento como na<br />

implantação <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de, e também através <strong>da</strong> abertura <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong>de de<br />

um maior desenvolvimento <strong>da</strong> subjetivi<strong>da</strong>de dos indivíduos, a partir de suas<br />

viagens.<br />

No Brasil o turismo é um dos mais relevantes setores <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de econômica e vem<br />

sendo tomado como uma alternativa na geração de ren<strong>da</strong> e emprego, e ativi<strong>da</strong>de que tem<br />

potencial para auxiliar no combate à pobreza, gerando riquezas e melhoria do bem-estar dos<br />

povos, contribuindo, por meio de investimentos e inovações tecnológicas para a dinamização<br />

dos pólos receptores, na conservação do <strong>ambiente</strong> e recuperação do patrimônio histórico e<br />

cultural.<br />

Partindo dos princípios acima citados, <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> compreensão <strong>da</strong> totali<strong>da</strong>de a<br />

partir <strong>da</strong> apreensão do fenômeno local com suas feições sociais e biofísicas particulares <strong>da</strong><br />

Chapa<strong>da</strong>, foi realiza<strong>da</strong> uma análise preliminar <strong>da</strong>s possíveis conexões entre todos os<br />

elementos <strong>da</strong> paisagem local, suas funções de extrativismo mineral do passado e seu uso<br />

posterior para lazer. A pretensão é descrever esse espaço e seus elementos, vendo-os como<br />

ver<strong>da</strong>deiros “pe<strong>da</strong>ços” representativos do todo, nota<strong>da</strong>mente no que se refere aos homens e ao<br />

meio ecológico (Santos, 1988).<br />

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Chapa<strong>da</strong> Diamantina – contexto histórico e socioambiental<br />

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A configuração territorial que compõe a Chapa<strong>da</strong> Diamantina (figura 1) hoje,<br />

certamente, é resultado de múltiplas ações humanas no decorrer do tempo, num processo de<br />

apropriação dos recursos naturais existentes (no passado, minerais preciosos- diamantes e<br />

hoje o espaço turistificado) abun<strong>da</strong>ntes <strong>da</strong> região, o que acarretou o surgimento de outro<br />

<strong>ambiente</strong> mais artificializado, com outras características e dinâmicas próprias. O Parque<br />

Nacional <strong>da</strong> Chapa<strong>da</strong> Diamantina (figura 2) localizado no centro <strong>da</strong> Bahia espalha-se pelos<br />

municípios de Lençóis, An<strong>da</strong>raí, Palmeiras, Mucugê e Ibicoara.<br />

Figura 1 – Região <strong>da</strong> Chapa<strong>da</strong> Diamantina – Estado <strong>da</strong> Bahia – região Central.<br />

Fonte: IBGE/2006 - IRCF, Carta Topográfica<br />

CFAPI A. Base de Dados digital.<br />

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e detalha<strong>da</strong><br />

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Figura 2 – Região do Parque Nacional <strong>da</strong> Chapa<strong>da</strong> Diamantina – Área amplia<strong>da</strong><br />

N<br />

Fonte: “Guia 4 Ro<strong>da</strong>s” – editora Abril 2007<br />

A maneira mais fácil de se ter acesso ao local é por meio <strong>da</strong> rodovia BR-242, saindo<br />

de Salvador em direção à Feira de Santana e Itaberaba, num percurso de aproxima<strong>da</strong>mente,<br />

420km a partir <strong>da</strong> capital baiana (Salvador).<br />

A <strong>exploração</strong> dos recursos <strong>da</strong> região ocorreu em ciclos, podendo ser enumerados:<br />

diamantes, carbonato, cristal de rocha, vegetação nativa, lavoura do café e pecuária extensiva.<br />

A agropecuária é, hoje, a ativi<strong>da</strong>de econômica mais expressiva na região, bem como o turismo<br />

no espaço rural, inclusive o ecológico e de aventura. A colonização <strong>da</strong> área iniciou-se em<br />

meados do século XVII, mas somente no século XIX foi mais intensifica<strong>da</strong>, principalmente a<br />

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partir <strong>da</strong>s primeiras descobertas de jazi<strong>da</strong>s de diamantes, ativi<strong>da</strong>de que proporcionou uma<br />

dinâmica econômica significativa ao local. Em outras palavras, acontece um enriquecimento<br />

repentino, atraindo muitos migrantes para região que deram uma feição singular aos aspectos<br />

arquitetônicos e patrimoniais dos seus núcleos urbanos. Entretanto, após 1870, com a<br />

descoberta e a <strong>exploração</strong> intensa desse mesmo mineral na África do Sul, a Chapa<strong>da</strong> entra em<br />

<strong>decadência</strong> (NEU, 2008).<br />

A Chapa<strong>da</strong> Diamantina possui uma peculiari<strong>da</strong>de geomorfológica interessante em<br />

termos paisagísticos, sendo, na ver<strong>da</strong>de, uma parte <strong>da</strong> Serra do Espinhaço (continuação) que<br />

envolve o centro do Estado <strong>da</strong> Bahia até o norte do Estado de Minas Gerais. Integra<strong>da</strong> por<br />

rochas sedimentares que são forma<strong>da</strong>s, de maneira alterna<strong>da</strong>, por cama<strong>da</strong>s de arenitos,<br />

argilitos e quartizitos, expressando um relevo ondulado onde ocorreu por muitos anos, a<br />

<strong>exploração</strong> diamantífera, de acordo com Tricart et all (1958) apud Neu (1990).<br />

Quanto aos aspectos atmosféricos, há predominância do clima tropical de altitude,<br />

com características do semi-árido (podem variar de 400 a 1200 metros), com médias anuais de<br />

temperatura variando entre 22°C e 24°C, com duas estações bem defini<strong>da</strong>s, isto é, primavera e<br />

verão quentes e chuvosos, e outono e inverno mais secos e frios. Tal fato contribui para uma<br />

maior biodiversi<strong>da</strong>de local (fauna e flora), vegetação de campos rupestres, gerais e matas<br />

galerias, acompanha<strong>da</strong> de inúmeros rios encachoeirados. A fauna é diversifica<strong>da</strong> onde se<br />

encontram capivaras, quatis, cotias, onças-pinta<strong>da</strong>s, diferentes tipos de cobras, répteis e<br />

muitas espécies de aves.<br />

O sistema antrópico é representado, hoje, na Chapa<strong>da</strong> Diamantina pela ação social do<br />

turismo que surgiu como uma alternativa econômica para população local, re-funcionalizando<br />

os conjuntos arquitetônicos testemunhos de seu período áureo, bem como, a natureza<br />

exuberante, principalmente em Lençóis. Nesta ci<strong>da</strong>de, o garimpo proporcionou, além de<br />

opulência, certa imponência a ponto de motivar seu tombamento como patrimônio Histórico<br />

Nacional, e o título de Ci<strong>da</strong>de Monumento, segundo Santos (2008).<br />

Nesta região, o turismo tem sido alavancado a partir dos investimentos internos e<br />

externos. Nos últimos anos, a oferta de serviços e infra-estrutura cresceu na proporção de<br />

deman<strong>da</strong> de alta estação, nota<strong>da</strong>mente na ci<strong>da</strong>de de Lençóis. Os turistas são despertados,<br />

principalmente, pelos atrativos naturais tropicais: dezenas de quilômetros de matas, com<br />

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possibili<strong>da</strong>de de se fazer trilhas, observar animais em seu habitat, mergulhar em rios<br />

razoavelmente conservados, enfim, ter contato com um <strong>ambiente</strong> extremamente agradável.<br />

Tais atrativos promovem, além do turismo tradicional, o turismo ecológico.<br />

Entretanto, a ativi<strong>da</strong>de turística implementa<strong>da</strong> na Chapa<strong>da</strong> já vem <strong>da</strong>ndo sinais de<br />

massificação e condução equivoca<strong>da</strong> dos seus promotores (iniciativas priva<strong>da</strong> e pública) e<br />

responde pela descaracterização deste espaço e pelo aumento do desequilíbrio ambiental, com<br />

mutações nos processos e nas formas sócio-espaciais. Com o crescimento <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de com<br />

total falta de planejamento no que diz respeito aos setores de mão-de-obra especializa<strong>da</strong> e<br />

infra-estrutura, o turismo mostra suas outras facetas como a degra<strong>da</strong>ção ambiental (poluição<br />

dos recursos hídricos, devido ao aumento do lançamento de dejetos líquidos nos cursos<br />

d´água, acúmulo de resíduos sólidos e desmatamento), o crescimento de casos de violência,<br />

especulação imobiliária, marginalização e favelização <strong>da</strong> população local, aumento de preços<br />

dos gêneros alimentícios ( e também de outros produtos básicos encarecendo o custo de vi<strong>da</strong><br />

dos moradores, principalmente os de baixa ren<strong>da</strong> que constitui-se a maioria), ocupação<br />

desordena<strong>da</strong> do espaço urbano, <strong>exploração</strong> de mão-de-obra infantil e de adolescentes (como<br />

acompanhantes “guias mirins” de turistas), tráfico de drogas e aumento de prostituição.<br />

Todos estes fatos mencionados nos indicam que o consumo do espaço em processo de<br />

turistificação <strong>da</strong> Chapa<strong>da</strong>, infelizmente, não vem ocorrendo de maneira sustentável,<br />

desrespeitando-se a sua capaci<strong>da</strong>de de suporte, recebendo mais pessoas que o local poderia<br />

recepcionar sem ter <strong>da</strong>nos. Pode-se afirmar que se a degra<strong>da</strong>ção dos atrativos naturais, que<br />

são as principais motivações dos visitantes, continuar a acontecer de maneira desenfrea<strong>da</strong> e<br />

sem medi<strong>da</strong>s minimizadoras, num futuro bem próximo, haverá sério comprometimento <strong>da</strong><br />

dinâmica <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de local, com risco de enormes prejuízos àqueles que vem se<br />

estabelecendo como prestadores de serviços turísticos.<br />

Enfim, a ativi<strong>da</strong>de turística vem gerando uma série de modificações por meio dos<br />

deslocamentos <strong>da</strong>s pessoas pelos mais diferentes meios, criando espaços diferenciados nos<br />

municípios <strong>da</strong> Chapa<strong>da</strong> e acarretando re-arranjos espaciais nesta região receptora,<br />

transformando a paisagem no que se refere às suas especifici<strong>da</strong>des geomorfológicas,<br />

hidrográficas, manifestações culturais etc.<br />

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Considerações preliminares sobre o processo de transformação do território, <strong>ambiente</strong>,<br />

<strong>exploração</strong> e <strong>decadência</strong> <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de mineradora e o processo de turistificação do<br />

espaço na Chapa<strong>da</strong> Diamantina/BA.<br />

A Chapa<strong>da</strong> Diamantina é um lugar diferenciado no centro-oeste <strong>da</strong> Bahia, com rios em<br />

processo de degra<strong>da</strong>ção, mas ain<strong>da</strong> convi<strong>da</strong>tivos com suas diversas cachoeiras, florestas,<br />

trilhas, cavernas, cannions e vales. Lençóis, em especial, possui um casario colonial<br />

interessante, com bares, restaurantes e meios de hospe<strong>da</strong>gens diferenciados (alguns a<strong>da</strong>ptados<br />

em casas antigas, imprimindo certo charme e atrativo ao visitante) e é considera<strong>da</strong> como um<br />

dos 10 melhores destinos do Brasil.<br />

A Chapa<strong>da</strong> é forma<strong>da</strong> por um sistema com elementos bióticos e abióticos muito<br />

alterados, com longos períodos de impactos violentos decorrentes <strong>da</strong> mineração que requer,<br />

hoje, um olhar mais atento do poder público no sentido de se conservar o que restou (o que<br />

não é pouco) de suas belezas naturais e patrimônio cultural, objetivando-se uma melhor<br />

quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>queles sofridos habitantes locais.<br />

Em outras palavras, os gestores municipais, regionais, <strong>da</strong>s iniciativas priva<strong>da</strong> e<br />

governamental precisam estabelecer uma parceria séria e dentro de parâmetros pautados pela<br />

ética, definindo a dinâmica do turismo na região (nova função deste território <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de<br />

diamantífera que se modificou com o advento de outra ativi<strong>da</strong>de econômica, o turismo), com<br />

vistas à reposição ambiental sempre que necessária, num processo de inclusão social <strong>da</strong><br />

população nativa. Deve ocorrer um planejamento estratégico e participativo do turismo na<br />

região, planejamento este que definirá o ordenamento e gerenciamento <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de, podendo<br />

haver a criação de uma associação ou ONG (Organização não governamental) que auxilie na<br />

regulação do processo, buscando maior segurança de iniciativas, encarregando-se também <strong>da</strong><br />

divulgação dos atrativos locais depois de estarem, totalmente, preparados para receber<br />

visitantes.<br />

Enfim, uma associação que aglutine poder público, iniciativa priva<strong>da</strong> e comuni<strong>da</strong>de, se<br />

bem conduzi<strong>da</strong>, estimulará o desenvolvimento de um turismo sustentável, com conservação<br />

ambiental, evitando-se tornar o espaço habitado em espaço mercadoria, mantendo-se a cultura<br />

e identi<strong>da</strong>des locais, características atuais que mais chamam a atenção de quem ali chega.<br />

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REFERÊNCIAS<br />

HISTÓRIA AMBIENTAL & TURISMO<br />

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Sistema Nacional de Uni<strong>da</strong>des de Conservação <strong>da</strong> Natureza e dá outras providências; de<br />

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