idade, crescimento e mortalidade do ariocó lutjanus synagris - Uesc
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na redução da abundância de espécies alvo. Além disso, a pesca pode também modificar<br />
características evolutivas na população, através da remoção seletiva de indivíduos<br />
maiores e de <strong>crescimento</strong> mais rápi<strong>do</strong> (PAULY et al., 1998). Esses grupos de peixes,<br />
normalmente espécies alvo da pesca, possuem muito mais ligações tróficas <strong>do</strong> que sua<br />
abundância numérica pode predizer, indican<strong>do</strong> efeitos potenciais em toda a estrutura da<br />
comun<strong>idade</strong> (FLOETER et al., 2006).<br />
Apesar <strong>do</strong> grande volume de estu<strong>do</strong>s sobre ecologia, informações sobre <strong>idade</strong> de<br />
peixes recifais são escassas (SALE, 1985). Por muito tempo acreditava-se que os peixes<br />
tropicais marinhos não estavam sujeitos a oscilações no <strong>crescimento</strong> ou a variações<br />
sazonais em sua taxa de <strong>crescimento</strong> e, portanto, espécies tropicais não apresentariam<br />
anéis anuais sazonais suficientes para induzir a formação destas marcas (LONGHURST<br />
& PAULY, 1987). Contu<strong>do</strong>, diversas investigações apontam para a formação de marcas<br />
anuais periódicas em estruturas de aposição, associan<strong>do</strong> sua formação a reprodução,<br />
disponibil<strong>idade</strong> de alimento, perío<strong>do</strong>s de seca e chuva, fotoperío<strong>do</strong> e a ciclos endógenos<br />
(CLARO et al., 2001, LUCKHURST et al., 2000; ALEGRIA & MENEZES, 1970;<br />
MANOOCH III & MASON, 1984) .<br />
Algumas espécies de peixes recifais, tais como vermelhos, badejos e garoupas,<br />
possuem excelente valor comercial, sen<strong>do</strong> considera<strong>do</strong>s peixes nobres. Devi<strong>do</strong> a<br />
crescente exploração destes recursos pela frota linheira, entre outras, se levou a<br />
necess<strong>idade</strong> de estudar estas espécies quanto a sustentabil<strong>idade</strong> e o esta<strong>do</strong> de suas<br />
pescarias (LEITE et al., 2005).<br />
Estu<strong>do</strong>s de <strong>crescimento</strong> e <strong>idade</strong> fornecem informações básicas sobre a estratégia<br />
de vida, estrutura de populações e mudanças no <strong>crescimento</strong> devi<strong>do</strong> a perturbações<br />
ambientais ou pela pesca, o que aumenta a compreensão da biologia <strong>do</strong>s peixes e forma<br />
a base <strong>do</strong>s modelos de dinâmica de populações (RADTKE & HOURIGAN, 1990).<br />
Quan<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong>s em modelos de produção permitem diagnosticar mudanças e fazer<br />
projeções sobre o estoque (DOMINGUES & HAYASHI, 1998). Tais estu<strong>do</strong>s assumem<br />
relevância ecológica, compon<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s aspectos biológicos mais importantes por ser<br />
quesito indispensável aos cálculos de mortal<strong>idade</strong>.<br />
A importância de se compreender a dinâmica de <strong>crescimento</strong> não é algo recente.<br />
Um <strong>do</strong>s primeiros a realizar observações acerca <strong>do</strong> <strong>crescimento</strong> de peixes foi Aristóteles<br />
(348-322 a.c) em sua obra “História Animalium”, ao reportar que na Grécia antiga o<br />
pesca<strong>do</strong>r distinguia três tamanhos (grupos) de atum. Entre outras observações, notou<br />
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