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O DIFÍCIL COMEÇO 18 À esquerda, agência Chevrolet (Rio Bonito, anos 30) Automóvel equipado com gasogênio
O GASOGÊNIO O contexto da Segunda Guerra interferiu fortemente no panorama econômico mundial. O Brasil, mesmo inicialmente neutro, sofreu significativa queda nas exportações de produtos agrícolas, principalmente do café, e tinha terríveis dificuldades de importação de matérias-primas industriais e combustível. Essa situação se agravou quando o Brasil declarou guerra às potências do Eixo em 1942. Getulio Vargas então extinguiu a “Comissão de Defesa Nacional” e criou a “Comissão de Mobilização Econômica”, que reunia poderes muito mais amplos. Incumbido de orientar a produção mineira e agropecuária, o novo órgão deveria ainda coordenar os transportes e o comércio externo, além de regulamentar o racionamento no âmbito do consumo, a política de preços e o controle do mer- cado de trabalho. Durante o período de racionamento de combustível, tornou-se muito popular o uso do gasogênio 1 . Com o incentivo do Governo, a produção dos aparelhos geradores desse gás cresceu muito. Cerca de 20 mil desses sistemas foram implantados até o final da Segunda Guerra. Alguns mais renomados, outros mais artesanais, como os que Cardoso começou a fabricar. Os aparelhos de gasogênio eram verdadeiras caldeiras que produziam um gás que com sacrifício substituía a gasolina. Eram fixados na traseira dos veículos e abas- Na Praça Fonseca Portela, o Ford à direita está com gasogênio Sambê (Rio Bonito, 1944) Officina Auto Rex (Rio Bonito, 1948) 1. O aparelho para a produção deste gás foi inventado nos anos 20 pelo francês Georges Imbert. A produção de gasogênio tem maior importância histórica em períodos de escassez energética. Foi empregada em diferentes regiões do mundo, com o intuito estratégico de produzir combustível apto ao uso em motores de combustão interna e turbinas a gás. O DIFÍCIL COMEÇO 19
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