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<strong>“TRAGÉDIA</strong> <strong>SERRA</strong> <strong>DO</strong> <strong>RIO”</strong><br />
01<br />
Faz tempo que fui avisado<br />
Que a terra ia esquentar<br />
E destrui quase tudo<br />
E continua a devastar<br />
Não sei quanto tempo<br />
O mundo vai aguentar<br />
02<br />
No ano dois mil e onze<br />
Lá no Rio de Janeiro<br />
Na região serrana<br />
Rodou a serra inteira<br />
Matou mais de mil pessoas<br />
Deixou o resto em desespero<br />
03<br />
Era começo do ano<br />
Quando tudo aconteceu<br />
A chuva encharcou a serra<br />
E tudo de lá desceu<br />
Levando bairros inteiro<br />
E muita gente morreu<br />
<strong>Ditão</strong> <strong>Virgílio</strong>
04<br />
As pedras que rolavam<br />
Tudo abaixo aterrou<br />
O rio desviou o leito<br />
Areia tudo açorou<br />
Tem gente aterrada<br />
Que até agora não achou<br />
05<br />
Até caminhão frigorífico<br />
Lá também foi usado<br />
Os bombeiros traziam<br />
Corpos de todos os lados<br />
Tem pessoas que até agora<br />
Não foram encontrado<br />
06<br />
O governo ajudou<br />
O dinheiro foi desviado<br />
O prefeito da cidade<br />
Teve o mandato caçado<br />
Porque não ajudou<br />
O povo desabrigado<br />
07<br />
Itaipava e Nova Friburgo<br />
Do mapa quase sumiu<br />
Teresópolis perdeu tudo<br />
Até o povo reagiu<br />
Petrópolis não aguentou<br />
E a economia caiu<br />
08<br />
Até agora as cidades<br />
Tenta o rumo tomar<br />
Mais a recuperação<br />
Tá difícil de começar<br />
Se não tomar providência<br />
Na miséria vão ficar<br />
09<br />
Já passou mais de um ano<br />
E nada foi arrumado<br />
Mandaram até chamar
O governo do estado<br />
O povo tá passando fome<br />
Todo desesperado<br />
10<br />
Mãe procurando filho<br />
Filha procurando pai<br />
Os netinhos que sumiram<br />
Vó que não sabe onde vai<br />
Mulheres querendo marido<br />
Só de falar a lágrima cai<br />
11<br />
Muitos carros aterrados<br />
Casas todas destruídas<br />
Bairro embaixo das pedras<br />
Família toda sumida<br />
O morro todo pelado<br />
A mata perdeu a vida<br />
12<br />
Gente querendo ir embora<br />
Só que não tem dinheiro<br />
Quando votar a chuva<br />
Vão entrar em desespero<br />
Quando não é o barro<br />
É a malvada poeira<br />
13<br />
Veja só que ganancia<br />
Destes políticos mesquinhos<br />
Desviaram o dinheiro<br />
Deixando o povo sozinho<br />
Quer viver no mar de rosa<br />
Semeando o espinho<br />
14<br />
Por favor autoridades<br />
Olha lá por aquele povo<br />
Que tá vivendo apertado<br />
Igual a pinto no ovo<br />
De a eles condições<br />
De recomeçar de novo
15<br />
As estatísticas de mortos<br />
Vocês tentam enganar<br />
Dizendo que é novecentos<br />
Pessoas que morreram lá<br />
Mas foram mais de mil<br />
Que estão tentando achar<br />
16<br />
Quantas famílias morreram<br />
E não sobrou ninguém<br />
Não tem como procurar<br />
Se nem família tem<br />
Tente a menos consolar<br />
E de condições também<br />
17<br />
A imprensa tem mostrado<br />
Esta falta e vergonha<br />
Os políticos barrigudos<br />
Parecem até pamonha<br />
Pedimos por piedade<br />
No dinheiro a mão não ponha<br />
18<br />
Voceis não querem prevenir<br />
Só que apenas remediar<br />
Depois que vem a tragédia<br />
Começa a movimentar<br />
Quando se perde uma coisa<br />
Não tem como consertar
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