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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL<br />

INSTITUTO DE QUÍMICA<br />

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA ORGÂNICA<br />

QUI02004 - QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL IA


DQO - IQ - UFRGS______________________________________________________________________________QUI02004<br />

NORMAS DE SEGURANÇA<br />

O laborató<strong>rio</strong> químico é um lugar que potencialmente oferece perigos, que po<strong>de</strong>m ser dividi<strong>do</strong>s<br />

em três categorias:<br />

- FOGO E EXPLOSÃO<br />

- SUBSTÂNCIAS TÓXICAS E CORROSIVAS<br />

- VIDRARIA FRÁGIL<br />

A melhor forma <strong>do</strong> usuá<strong>rio</strong> <strong>de</strong> um laborató<strong>rio</strong> prevenir-se <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes resi<strong>de</strong> em duas etapas<br />

fundamentais:<br />

1. Reconhecer a existência <strong>do</strong> perigo<br />

2. Conhecer as normas <strong>de</strong> segurança e ADOTÁ-LAS.<br />

A seguir serão apresentadas algumas <strong>de</strong>stas normas<br />

PROTEÇÃO INDIVIDUAL<br />

A utilização <strong>de</strong> um guarda-pó ou avental, <strong>de</strong> preferência <strong>de</strong> algodão, é OBRIGATÓRIO nas<br />

aulas <strong>de</strong> QUI02004, pois confere proteção contra respingos <strong>de</strong> substâncias tóxicas e/ou<br />

corrosivas.<br />

Seus olhos são especialmente susceptíveis a sofrerem danos por qualquer uma das classes<br />

<strong>de</strong> perigos acima citadas. O USO DE ÓCULOS DE PROTEÇÃO É OBRIGATÓRIO NOS<br />

LABORATÓRIOS DE QUI02004, mesmo que você não esteja executan<strong>do</strong> nenhum experimento.<br />

Familiarize-se com a localização e o mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> operação <strong>de</strong> chuveiros e equipamentos <strong>de</strong><br />

lavagem <strong>de</strong> olhos. Estes últimos po<strong>de</strong>m ser substituí<strong>do</strong>s por uma mangueira <strong>de</strong> borracha<br />

adaptada à torneira <strong>de</strong> um tanque ou <strong>de</strong> uma pia, o que permite dirigir um jato d'água ao rosto.<br />

Nunca trabalhe sozinho no laborató<strong>rio</strong>, pois em caso <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte ninguém po<strong>de</strong>rá lhe ajudar<br />

ou socorrer.<br />

PRECAUÇÕES CONTRA FOGO E EXPLOSÕES<br />

Sempre que possível evite a utilização <strong>de</strong> chamas abertas no laborató<strong>rio</strong>.<br />

Se a utilização <strong>do</strong> bico <strong>de</strong> gás é necessária, observe os seguintes cuida<strong>do</strong>s:<br />

- Nunca esqueça solventes inflamáveis, mesmo em quantida<strong>de</strong>s pequenas, ou próximo <strong>de</strong><br />

uma chama.<br />

- Não transferir ou verter líqui<strong>do</strong>s inflamáveis <strong>de</strong> um recipiente para outro nas proximida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> uma chama.<br />

- O aquecimento <strong>de</strong> líqui<strong>do</strong>s inflamáveis com o uso <strong>de</strong> chama direta <strong>de</strong>ve ocorrer em<br />

recipientes provi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> con<strong>de</strong>nsa<strong>do</strong>r (<strong>de</strong> refluxo ou <strong>de</strong> <strong>de</strong>stilação).<br />

- Evitar a utilização <strong>de</strong> dis<strong>sul</strong>feto <strong>de</strong> carbono (CS2), que é altamente inflamável.<br />

- Jamais aqueça solventes, inflamáveis ou não, em sistema fecha<strong>do</strong>, pois o aumento da<br />

pressão interna, causa<strong>do</strong> pelo aquecimento, po<strong>de</strong> levar à explosão da aparelhagem e à ignição<br />

<strong>de</strong> seu conteú<strong>do</strong>.<br />

- A <strong>de</strong>stilação <strong>de</strong> líqui<strong>do</strong>s inflamáveis altamente voláteis (especialmente <strong>de</strong> éter) <strong>de</strong>ve ser<br />

feita com manta elétrica ou, na sua ausência, com água quente. A saída lateral da alonga ou <strong>do</strong><br />

frasco receptor <strong>de</strong>ve estar conecta<strong>do</strong> com um tubo <strong>de</strong> borracha longo que se estenda para longe<br />

<strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> calor.<br />

- Verifique a localização <strong>do</strong>s extintores <strong>de</strong> incêndio e informe-se acerca <strong>de</strong> sua operação.<br />

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PRECAUÇÕES COM SUBSTÂNCIAS TÓXICAS E CORROSIVAS<br />

1. Não permitir que reagentes e solventes entrem em contato com a sua pele e, em caso <strong>de</strong><br />

contaminação, lavar a parte afetada com água e sabão. Não utilizar nesta lavagem solventes<br />

orgânicos, tais como acetona ou álcool, pois estes somente irão aumentar a absorção <strong>do</strong><br />

contaminante através da pele. A transferência <strong>de</strong> sóli<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ve ser efetuada com o auxílio <strong>de</strong><br />

espátulas, líqui<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vem ser transferi<strong>do</strong>s com o auxílio <strong>de</strong> provetas ou <strong>de</strong> pipetas (JAMAIS<br />

FAZER SUCÇÃO COM A BOCA!)<br />

2. Não <strong>de</strong>gustar nada no laborató<strong>rio</strong>, exceto se for especificamente orienta<strong>do</strong> para fazê-lo.<br />

3. Ao transferir ou manejar solventes voláteis ou substâncias que <strong>de</strong>spren<strong>de</strong>m vapores tóxicos<br />

ou corrosivos, utilize uma capela com tiragem boa ou então um local bem ventila<strong>do</strong>. Nas reações<br />

on<strong>de</strong> ocorre <strong>de</strong>sprendimento <strong>de</strong> vapores ou gases corrosivos, provi<strong>de</strong>nciar a instalação <strong>de</strong> um<br />

"trap" eficiente.<br />

4. Apesar <strong>de</strong> muitas vezes o o<strong>do</strong>r constituir-se como característica própria <strong>de</strong> uma<br />

<strong>de</strong>terminada substância, EVITE ASPIRAR VAPORES, pois muitos compostos são extremamente<br />

irritantes, quan<strong>do</strong> não tóxicos.<br />

5. Cuidar para que um líqui<strong>do</strong>, ao ser verti<strong>do</strong> <strong>do</strong> frasco que o contém, não escorra sobre o<br />

respectivo rótulo, danifican<strong>do</strong>-o.<br />

6. Áci<strong>do</strong> <strong>sul</strong>fúrico concentra<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve ser verti<strong>do</strong> sobre a água e não o contrá<strong>rio</strong>.<br />

PRECAUÇÕES RELATIVAS À VIDRARIA<br />

1. A Regra básica para o manuseio <strong>de</strong> vidraria é a seguinte: JAMAIS SUBMETA UMA PEÇA<br />

DE VIDRO À PRESSÕES OU TENSÕES DESNECESSÁRIAS. Esta regra aplica-se<br />

principalmente para a inserção <strong>de</strong> termômetros e tubos <strong>de</strong> vidro em rolhas ou em mangueiras <strong>de</strong><br />

borracha. Nestes casos, a lubrificação com água ou glicerina muitas vezes facilita a inserção. Ao<br />

montar uma aparelhagem, <strong>de</strong>ve-se estar atento para que os componentes <strong>de</strong>sta não sejam<br />

submeti<strong>do</strong>s a tensões excessivas, <strong>de</strong>vidas aos agarra<strong>do</strong>res muito aperta<strong>do</strong>s. Em muitos<br />

laborató<strong>rio</strong>s encontra-se generaliza<strong>do</strong> o uso <strong>de</strong> material <strong>de</strong> vidro provi<strong>do</strong> <strong>de</strong> juntas esmerilhadas<br />

padrão que, a cada montagem, <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>vidamente lubrificadas, com um pouco <strong>de</strong> graxa <strong>de</strong><br />

silicone, para evitar o travamento.<br />

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EQUIPAMENTOS USUAIS EM LABORATÓRIO DE QUÍMICA ORGÂNICA<br />

Dê o nome e a utilização <strong>do</strong>s equipamentos <strong>de</strong> laborató<strong>rio</strong> mostra<strong>do</strong>s a seguir. Para tal,<br />

con<strong>sul</strong>te a bibliografia da disciplina.<br />

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1 - TÉCNICAS CROMATOGRÁFICAS<br />

1.1 Cromatografia em papel<br />

1.2 Cromatografia em camada <strong>de</strong>lgada<br />

1.3 Cromatografia em coluna<br />

1.4 Cromatografia Gasosa, HPLC (cromatografia líquida <strong>de</strong> alta eficiência), GPC (cromatografia <strong>de</strong><br />

permeação em gel)<br />

Introdução<br />

Normalmente trabalhamos em laborató<strong>rio</strong> com substâncias quimicamente puras. Essa<br />

situação, no entanto, nem sempre é a verda<strong>de</strong>ira. Reagentes ou solventes po<strong>de</strong>m estar impuros<br />

ou sofrer contaminação. Reações químicas, por outro la<strong>do</strong>, geralmente conduzem a misturas<br />

mais ou menos complexas <strong>de</strong> produtos que <strong>de</strong>vem ser visualiza<strong>do</strong>s, separa<strong>do</strong>s e purifica<strong>do</strong>s ao<br />

final das mesmas.<br />

Muitos são os méto<strong>do</strong>s existentes para a purificação/separação <strong>do</strong>s componentes <strong>de</strong><br />

misturas. Entre os mais conheci<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>mos citar a catação, a dissolução/cristalização/<br />

recristalização fracionada, a extração, a <strong>de</strong>stilação e a sublimação. Estes méto<strong>do</strong>s são muito<br />

úteis, são largamente emprega<strong>do</strong>s em laborató<strong>rio</strong>s e em indústrias com bons/excelentes<br />

re<strong>sul</strong>ta<strong>do</strong>s e serão objeto <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>talha<strong>do</strong> nesta disciplina, nas próximas semanas. Eles<br />

falham, no entanto, quan<strong>do</strong> os diversos componentes da mistura possuem constantes físicas<br />

semelhantes, isto é, pontos <strong>de</strong> fusão ou ebulição próximos, solubilida<strong>de</strong> semelhante em um<br />

mesmo solvente (ou mistura <strong>de</strong> solventes), etc. A cromatografia permite resolver este problema.<br />

A cromatografia é um méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> separação <strong>de</strong> substâncias basea<strong>do</strong> na distribuição seletiva<br />

<strong>do</strong>s diferentes componentes <strong>de</strong> uma mistura entre duas fases imiscíveis.<br />

Os méto<strong>do</strong>s cromatográficos permitem separar os componentes <strong>de</strong> uma mistura pois<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da migração seletiva e diferencial <strong>do</strong>s solutos através <strong>de</strong> um sistema constituí<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

duas fases: uma sólida (ou fixa) e outra fluida (ou móvel). A fase sólida é <strong>de</strong>nominada<br />

adsorvente e é estacionária. Adsorção é a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma substância (o adsorvente) em<br />

<strong>de</strong>ter ou concentrar seletivamente sobre a sua superfície, gases, líqui<strong>do</strong>s ou sóli<strong>do</strong>s, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong><br />

ser arrasta<strong>do</strong>s por uma fase móvel, <strong>de</strong>nominada eluente.<br />

A cromatografia é muito utilizada para análise, separação e purificação (em pesquisa e em<br />

escala industrial) <strong>de</strong> numerosos produtos naturais: antibióticos, vitaminas, hormônios, corantes,<br />

etc. Seu uso mais conheci<strong>do</strong>, no entanto, é o da análise, localização e i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong><br />

microgramas <strong>de</strong> substâncias em meios biológicos (exames "anti <strong>do</strong>ping" e <strong>de</strong> medicina legal em<br />

geral).<br />

Cinco são os principais procedimentos cromatográficos: a cromatografia em coluna, em papel,<br />

em camada <strong>de</strong>lgada, em fase gasosa e em fase líquida.<br />

1.1. CROMATOGRAFIA EM PAPEL<br />

Esta técnica cromatográfica é assim chamada porque utiliza para a separação e i<strong>de</strong>ntificação<br />

das substâncias ou componentes da mistura a migração diferencial sobre a superfície <strong>de</strong> uma<br />

tira <strong>de</strong> papel filtro <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> especial.<br />

Este tipo <strong>de</strong> cromatografia é <strong>de</strong> execução muito simples e necessita quantida<strong>de</strong>s muito<br />

pequenas das substâncias para realizar-se a análise. A amostra é aplicada na borda infe<strong>rio</strong>r <strong>de</strong><br />

uma tira <strong>de</strong> papel filtro (cromatografia ascen<strong>de</strong>nte) ou na borda supe<strong>rio</strong>r (cromatografia<br />

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<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte). A seguir, a tira é colocada em contato com o eluente escolhi<strong>do</strong>, cuidan<strong>do</strong> para<br />

que o mesmo não entre em contato direto com a amostra, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> que ascenda ou <strong>de</strong>scenda<br />

pela superfície <strong>do</strong> papel filtro. A i<strong>de</strong>ntificação das substâncias po<strong>de</strong> ser feita por visualização<br />

direta (quan<strong>do</strong> possuem cor) ou pela utilização <strong>de</strong> revela<strong>do</strong>res a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s.<br />

Este méto<strong>do</strong> é muito útil para separar substâncias muito polares como os açúcares e os<br />

aminoáci<strong>do</strong>s. Possui o inconveniente <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r-se cromatografar somente pequenas quantida<strong>de</strong>s<br />

das substâncias por vez.<br />

1.2. CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA<br />

A cromatografia em camada <strong>de</strong>lgada é uma técnica cromatográfica muito parecida com a<br />

realizada em papel, porém que <strong>de</strong>manda menor tempo para sua execução e que conduz a<br />

re<strong>sul</strong>ta<strong>do</strong>s muito mais eficientes e perfeitos <strong>de</strong> separação.<br />

Consiste em cobrir uma placa <strong>de</strong> vidro, alumínio ou plástico, com um adsorvente a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> e<br />

com uma granulação especial. A espessura da camada varia <strong>de</strong> 0,1 a 2,0mm e <strong>de</strong>ve ser a mais<br />

uniforme possível. O adsorvente é mistura<strong>do</strong> ou não com um aglutinante (geralmente gesso ou<br />

ami<strong>do</strong>), suspenso em água ou outro solvente a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> e <strong>de</strong>posita<strong>do</strong> uniformemente sobre a<br />

placa (manualmente ou por intermédio <strong>de</strong> aplica<strong>do</strong>res apropria<strong>do</strong>s). Ao secar, o adsorvente<br />

permanece a<strong>de</strong>ri<strong>do</strong> à placa que, em geral, <strong>de</strong>ve ser ativada por aquecimento em estufa.<br />

A revelação e i<strong>de</strong>ntificação das substâncias é feita da mesma maneira que na cromatografia<br />

em papel. Possui a vantagem, no entanto, <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r utilizar revela<strong>do</strong>res mais agressivos pois seu<br />

suporte é mais resistente que o papel.<br />

A cromatografia em camada <strong>de</strong>lgada é utilizada habitualmente em análise qualitativa e<br />

quantitativa <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à sua <strong>gran<strong>de</strong></strong> sensibilida<strong>de</strong> e precisão. Po<strong>de</strong> ser utilizada, também, em escala<br />

preparativa para amostras <strong>de</strong> até 250mg. Para quantida<strong>de</strong>s maiores prefere-se a cromatografia<br />

em coluna que será vista mais adiante.<br />

Pela comodida<strong>de</strong>, rapi<strong>de</strong>z, perfeição e confiabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s re<strong>sul</strong>ta<strong>do</strong>s esta técnica<br />

cromatográfica é largamente utilizada em laborató<strong>rio</strong>s clínicos e <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>. Em<br />

alguns aspectos ela per<strong>de</strong> para a cromatografia gasosa e para a cromatografia líquida <strong>de</strong> alta<br />

eficiência. Estas últimas, porém, são muito menos acessíveis e mais dispendiosas e não estão<br />

acessíveis em qualquer laborató<strong>rio</strong> ou indústria.<br />

"R f ", em que consiste e como é <strong>de</strong>termina<strong>do</strong><br />

Um <strong>do</strong>s aspectos mais importantes da cromatografia é o <strong>de</strong> que em um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> sistema<br />

cromatográfico o movimento relativo <strong>de</strong> um composto em relação à frente <strong>do</strong> solvente é uma<br />

proprieda<strong>de</strong> característica e reprodutível. Nas cromatografias em papel e em camada <strong>de</strong>lgada<br />

expressa-se este movimento como um valor <strong>de</strong> "R f " (Rate of flow). Este é <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> como a razão<br />

entre a distância percorrida pela mancha e a distância percorrida pelo solvente.<br />

R f = distância percorrida pela mancha / distância percorrida pelo solvente<br />

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Estes valores são reprodutíveis em condições idênticas <strong>de</strong> trabalho (temperatura, solvente,<br />

umida<strong>de</strong> constantes) e servem para caracterizar e i<strong>de</strong>ntificar as substâncias. A medida é feita<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a linha <strong>de</strong> base (ponto on<strong>de</strong> foi aplicada a amostra) até o centro da mancha em estu<strong>do</strong>. O<br />

valor obti<strong>do</strong> é compara<strong>do</strong> aos tabela<strong>do</strong>s na literatura especializada po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> servir para<br />

i<strong>de</strong>ntificar a substância em questão.<br />

Procedimento Experimental<br />

Corta-se uma tira <strong>do</strong> papel escolhi<strong>do</strong>, na medida indicada pelo professor, <strong>de</strong>senhan<strong>do</strong>-se uma<br />

linha a 2cm da extremida<strong>de</strong> com um lápis <strong>de</strong> ponta fina. Nesta linha (<strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> linha <strong>de</strong><br />

base) serão colocadas as amostras a analisar, em intervalos <strong>de</strong> 2cm, aproximadamente.<br />

Utiliza-se tubos capilares ou micro conta-gotas <strong>de</strong> maneira que o diâmetro das manchas não<br />

exceda 2mm. Caso a substância se encontre em concentração baixa repete-se a aplicação a<br />

intervalos <strong>de</strong> tempo suficientes para secar a aplicação ante<strong>rio</strong>r. Antes <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong><br />

cromatograma as manchas <strong>de</strong>verão estar absolutamente secas.<br />

A câmara cromatográfica <strong>de</strong>ve ser um recipiente <strong>de</strong> vidro capaz <strong>de</strong> conter folgadamente a tira<br />

<strong>de</strong> papel filtro e possuir tampa. Aconselha-se colocar o eluente escolhi<strong>do</strong> na cuba algum tempo<br />

antes <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r à análise para permitir que o ambiente fique satura<strong>do</strong> com seus vapores<br />

(po<strong>de</strong>-se também agitar a cuba para facilitar a saturação).<br />

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Experimento 1: Efeito da polarida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s compostos orgânicois e <strong>do</strong> solvente no Rf. Utilizan<strong>do</strong><br />

placas cromatográficas <strong>de</strong> sílica <strong>de</strong>termine o Rf <strong>de</strong> compostos orgânicos indica<strong>do</strong>s pelo<br />

professor (naftaleno, benzofenona, β-naftol, etc) na mesma placa usan<strong>do</strong> mistura <strong>de</strong> solvente <strong>de</strong><br />

diferente polarida<strong>de</strong>s ((hexano puro, hexano:acetato <strong>de</strong> etila: 95:5, 90:10, 80:20, 75:25).<br />

Estabeleça uma relação entre a variação <strong>do</strong> Rf em função da polaria<strong>de</strong> <strong>do</strong> solvente. Para a<br />

revelação da mancha <strong>do</strong>s produtos que são incolores utilizar UV ou outro indica<strong>do</strong>r apropria<strong>do</strong>.<br />

Experimento 2: Determinação da seqüência <strong>de</strong> solventes necessária para separar uma mistura<br />

<strong>de</strong> compostos colori<strong>do</strong>s (azobenzeno e 4-dimetiolaminoazobenzeno) em cromatografia em<br />

coluna<br />

Determinar o Rf <strong>do</strong>s três compostos numa mesma placa cromatográfica utilizan<strong>do</strong> diferentes<br />

solventes (acetona, áci<strong>do</strong> acético, acetato <strong>de</strong> etila, etanol, hexano, etc) inician<strong>do</strong> pelo menos<br />

polar.<br />

1.3. CROMATOGRAFIA EM COLUNA<br />

A cromatografia em coluna costuma ser citada como o mais antigo procedimento<br />

cromatográfico. Foi <strong>de</strong>scrito pela primeira vez pelo botânico russo M. S. Tswett que o utilizou<br />

para o isolamento <strong>do</strong>s pigmentos existentes nas folhas ver<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s vegetais.<br />

Consiste em uma coluna <strong>de</strong> vidro, metal ou plástico, preenchida com um adsorvente<br />

a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>. O adsorvente po<strong>de</strong> ser coloca<strong>do</strong> na coluna diretamente (seco) ou suspendi<strong>do</strong> em um<br />

solvente a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> (geralmente o próp<strong>rio</strong> eluente a ser usa<strong>do</strong> no processo <strong>de</strong> separação). Os<br />

principais adsorventes normalmente utiliza<strong>do</strong>s são a silicagel, a alumina, o carbonato <strong>de</strong> cálcio, o<br />

óxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> magnésio, o carvão ativa<strong>do</strong>, a sacarose e o ami<strong>do</strong>, entre outros. Os principais eluentes<br />

são: éteres <strong>de</strong> petróleo, éter etílico, clorofórmio, acetato <strong>de</strong> etila, acetona, etanol, metanol, água<br />

<strong>de</strong>stilada ou misturas <strong>do</strong>s eluentes ante<strong>rio</strong>res, entre outros.<br />

A substância a ser separada ou analisada é colocada na coluna pela parte supe<strong>rio</strong>r e o<br />

eluente é verti<strong>do</strong> após, em quantida<strong>de</strong> suficiente para promover a separação. A coluna po<strong>de</strong> ser<br />

um simples tubo <strong>de</strong> vidro, aberto em ambas extremida<strong>de</strong>s, ou semelhante a uma bureta. Em<br />

alguns casos aplica-se vácuo pela parte infe<strong>rio</strong>r da coluna ou uma ligeira sobrepressão pela<br />

parte supe<strong>rio</strong>r da mesma.<br />

Quan<strong>do</strong> a amostra a ser cromatografada possui cor, po<strong>de</strong>-se visualizar as diferentes zonas<br />

coloridas <strong>de</strong>scen<strong>do</strong> pela coluna, que são recolhidas, separadamente, pela extremida<strong>de</strong> infe<strong>rio</strong>r.<br />

Quan<strong>do</strong> a amostra não possuir cor recolhem-se várias frações iguais <strong>de</strong> eluente, testan<strong>do</strong>-as<br />

da presença ou não <strong>de</strong> substâncias dissolvidas pelo uso <strong>de</strong> revela<strong>do</strong>res a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s (luz UV,<br />

revela<strong>do</strong>res químicos, etc.).<br />

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Procedimento experimental<br />

Experimento 1: Separação <strong>de</strong> mistura <strong>de</strong> compostos colori<strong>do</strong>s (azobenzeno e 4dimetiolaminoazobenzeno)<br />

Prepare a coluna cromatográfica (um tubo <strong>de</strong> vidro <strong>de</strong> 5 x 250mm, afila<strong>do</strong> em uma das<br />

pontas) tapan<strong>do</strong> a extremida<strong>de</strong> afilada com um pequeno chumaço <strong>de</strong> algodão e preenchen<strong>do</strong>-a<br />

com silicagel (70-230 mesh) seca, ou na forma <strong>de</strong> uma suspensão no solvente que será utiliza<strong>do</strong><br />

como solvente. Caso tenha opta<strong>do</strong> por esta última forma, espere o adsorvente compactar-se<br />

antes <strong>de</strong> prosseguir e tenha o cuida<strong>do</strong> <strong>de</strong> manter a coluna na vertical durante to<strong>do</strong> este processo<br />

ATENÇÃO: A altura da camada <strong>de</strong> sílica <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> aproximadamente 5-7cm. Evite, portanto, o<br />

DESPERDICIO <strong>de</strong> eluente e <strong>de</strong> adsorvente.<br />

Adicione, cuida<strong>do</strong>samente, a amostra pela extremida<strong>de</strong> supe<strong>rio</strong>r da coluna, dissolvida na<br />

menor quantida<strong>de</strong> possível <strong>do</strong> eluente a ser emprega<strong>do</strong> na separação (aprox. 0,5mL). Espere<br />

alguns instantes para que a amostra penetre na camada <strong>de</strong> adsorvente, inician<strong>do</strong> então a adição<br />

<strong>do</strong> eluente puro para que se proceda à separação <strong>do</strong>s constituintes da amostra. Recolha as<br />

diferentes frações em tubos <strong>de</strong> ensaio, evitan<strong>do</strong> <strong>de</strong>ixar secar a coluna.<br />

Anote suas observações e re<strong>sul</strong>ta<strong>do</strong>s.<br />

1.4. CROMATOGRAFIA GASOSA, HPLC (CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA)<br />

E GPC (CROMATOGRAFIA DE PERMEAÇÃO EM GEL)<br />

Estes procedimentos cromatográficos envolvem o uso <strong>de</strong> aparelhagem instrumental mais<br />

sofisticada. São procedimentos cromatográficos <strong>de</strong> uso mais recente, quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong>s aos<br />

<strong>de</strong>mais, e muito difundi<strong>do</strong>s em laborató<strong>rio</strong>s acadêmicos e industriais. Permitem análises<br />

qualitativa e quantitativa <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong>s muito pequenas <strong>de</strong> substâncias.<br />

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REFERÊNCIAS:<br />

1. PAVIA, D. L., LAMPMAN. G. M.; KRIZ Jr., G. S., ENGEL, R.G. Introduction to organic<br />

laboratory techniques: a microscale approach. 3 ed. Fort Worth:, Saun<strong>de</strong>rs 1999.<br />

2. http://orgchem.colora<strong>do</strong>.edu/hndbksupport/TLC/TLC.html<br />

3. BUCCIGROSS, J. M. J. Chem. Educ. 69 (12), 977 (1992).<br />

4. BECKER, R.; IHDE, J.; COX, K.; SARQUIS, J. L. J. Chem. Educ. 69 (12), 979 (1992).<br />

5. KIMBROUGH, D. R. J. Chem. Educ. 69 (12), 987 (1992).<br />

6. KANDEL, M. J. Chem. Educ. 69 (12), 988 (1992).<br />

7. REYNOLDS, R. C.; O´DELL, C. A. J. Chem. Educ. 69 (12), 989 (1992).<br />

8. McLOUGHLING, D. J. J. Chem. Educ. 69 (12), 993 (1992).<br />

9. STEFANI, V. Introdução às práticas <strong>de</strong> química orgânica supe<strong>rio</strong>r. 2 ed. Porto Alegre,<br />

Sagra, 1976. 157p.<br />

10. HARWOOD, L. M.; MOODY, C. J. Experimental organic chemistry. Oxford, Blackwell<br />

Scientific Publications, 1989.<br />

11. BIRD, E. W.; STURTEVANT, F. J. Chem. Educ. 69 (12), 996 (1992).<br />

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2 - TÉCNICAS DE EXTRAÇÃO (PROCESSOS CONTÍNUOS E DESCONTÍNUOS)<br />

2.1 Determinação <strong>do</strong> coeficiente <strong>de</strong> partição<br />

2.2 Extração da cafeína<br />

2.3 Extração contínua <strong>do</strong> óleo <strong>de</strong> oleaginosas<br />

Introdução<br />

A extração é um processo <strong>de</strong> separação <strong>de</strong> compostos que consiste em transferir uma<br />

substância da fase na qual se encontra (dissolvida ou em suspensão) para outra fase líquida.<br />

Quan<strong>do</strong> um soluto "A", conti<strong>do</strong> no solvente 1, é agita<strong>do</strong> com um segun<strong>do</strong> solvente 2, imiscível<br />

com o primeiro, o soluto se distribui entre as duas fases líquidas. Após a separação das duas<br />

fases, estabelece-se uma situação <strong>de</strong> equilíb<strong>rio</strong> em que a relação das concentrações <strong>do</strong> soluto<br />

nas duas fases é uma constante "K" (coeficiente <strong>de</strong> partição). Segun<strong>do</strong> a lei <strong>de</strong> Nerst:<br />

K = C 2 / C 1<br />

on<strong>de</strong> C 1 e C 2 são as concentrações <strong>do</strong> soluto "A" nos solventes 1 e 2.<br />

O coeficiente <strong>de</strong> partição <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da natureza <strong>do</strong> solvente usa<strong>do</strong> em cada caso e da<br />

temperatura. O soluto passa para o segun<strong>do</strong> solvente em uma quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada porque<br />

segue sen<strong>do</strong> solúvel no primeiro solvente e porque po<strong>de</strong> saturar o segun<strong>do</strong> solvente,<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua solubilida<strong>de</strong> no mesmo. Em geral, escolhe-se como solvente extrator um<br />

que solubilize o soluto muito mais que o solvente original. O efeito da temperatura é óbvio:<br />

excetuan<strong>do</strong>-se algumas substâncias que possuem um comportamento anômalo, na maior parte<br />

<strong>do</strong>s casos quanto maior a temperatura <strong>do</strong> solvente maior a solubilida<strong>de</strong> (um exemplo <strong>de</strong><br />

comportamento anômalo é o oxalato <strong>de</strong> cálcio que é mais solúvel em água a f<strong>rio</strong> <strong>do</strong> que a<br />

quente).<br />

A eficiência da extração está diretamente relacionada com a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> solvente<br />

emprega<strong>do</strong> e, principalmente, com o número <strong>de</strong> vezes (ciclos) em que a extração é repetida.<br />

Assim, mesmo que o volume final <strong>de</strong> solvente extrator a ser emprega<strong>do</strong> seja o mesmo (p.ex. 50<br />

mL) obtém-se maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> soluto extraí<strong>do</strong> realizan<strong>do</strong> 2-3 extrações com volumes<br />

menores (p.ex. duas extrações com 15mL e uma com 20mL) que uma única com o volume total<br />

<strong>do</strong> solvente. A explicação para este re<strong>sul</strong>ta<strong>do</strong> po<strong>de</strong> ser facilmente comprovada experimental e<br />

matematicamente.<br />

Processos <strong>de</strong> extração contínua: Os processos <strong>de</strong> extração contínua visam facilitar o processo<br />

<strong>de</strong> extração tornan<strong>do</strong>-o mais prático, mais econômico, mais seguro e com um maior rendimento<br />

em material extraí<strong>do</strong>. Geralmente são emprega<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> o composto a ser extraí<strong>do</strong> é pouco<br />

solúvel no solvente utiliza<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> o solvente possui custo eleva<strong>do</strong> ou quan<strong>do</strong> o soluto<br />

encontra-se presente em baixa concentração na matéria-prima. Os processos contínuos<br />

possuem largo emprego industrial especialmente para a obtenção <strong>de</strong> óleos vegetais (soja,<br />

amen<strong>do</strong>im, algodão, girassol, arroz, milho, semente <strong>de</strong> uva e <strong>de</strong> tomate e, parcialmente, <strong>de</strong><br />

oliva). Os principais processos contínuos são a extração sóli<strong>do</strong>-líqui<strong>do</strong> e a extração líqui<strong>do</strong>líqui<strong>do</strong>.<br />

Esta última po<strong>de</strong> ser realizada com solvente extrator <strong>de</strong> maior ou menor <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> que a<br />

<strong>do</strong> solvente que contém a substância a ser extraída. Os principais equipamentos utiliza<strong>do</strong>s em<br />

escala laboratorial para a extração contínua, são mostra<strong>do</strong>s nas figuras a seguir.<br />

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O conjunto extrator <strong>de</strong> Soxhlet foi <strong>de</strong>senha<strong>do</strong> <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a permitir que uma <strong>de</strong>terminada<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> solvente puro passe repetidas vezes sobre a substância a extrair (realização <strong>de</strong><br />

ciclos). Cada ciclo correspon<strong>de</strong> a uma extração <strong>de</strong>scontínua e o re<strong>sul</strong>ta<strong>do</strong> final correspon<strong>de</strong> a<br />

uma "lavagem" quase total <strong>do</strong> material a ser extraí<strong>do</strong>. O funcionamento <strong>do</strong> extrator Soxhlet é<br />

engenhoso: o solvente puro conti<strong>do</strong> no balão A entra em ebulição e sobe, na forma <strong>de</strong> vapor,<br />

pela tubulação D sofren<strong>do</strong> con<strong>de</strong>nsação no con<strong>de</strong>nsa<strong>do</strong>r C (geralmente <strong>de</strong> tipo Allihn) e cain<strong>do</strong><br />

sobre a amostra a ser extraida que se encontra no compartimento B. Quan<strong>do</strong> o solvente neste<br />

compartimento atinge um nível eleva<strong>do</strong>, começa a gotejar <strong>de</strong> volta ao balão A, através da<br />

tubulação E. O ligeiro abaixamento <strong>de</strong> pressão que ocorre faz com que to<strong>do</strong> o líqui<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

compartimento B (solvente e o extrato <strong>de</strong> interesse) seja sifona<strong>do</strong> para o balão A. O processo<br />

recomeça quan<strong>do</strong> o solvente entra novamente em ebulição. O extrato, <strong>de</strong> ponto <strong>de</strong> ebulição<br />

maior, permanece no balão A enquanto o solvente puro sobe para reiniciar o ciclo, que po<strong>de</strong> ser<br />

repeti<strong>do</strong> até o total esgotamento <strong>do</strong> material.<br />

Os extratores <strong>de</strong> tipo líqui<strong>do</strong>-líqui<strong>do</strong> possuem um funcionamento pareci<strong>do</strong> ao extrator Soxhlet,<br />

isto é, realizam "lavagens" em uma solução da substância a ser extraída.<br />

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EXPERIMENTO 1: DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DE PARTIÇÃO DO ÁCIDO<br />

SALICÍLICO EM ÁGUA E ÁLCOOL AMÍLICO<br />

Em um béquer <strong>de</strong> 250mL <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> colocar 50mL <strong>de</strong> água <strong>de</strong>stilada, 50mL <strong>de</strong> álcool<br />

amílico (1-pentanol) e 0,5g <strong>de</strong> áci<strong>do</strong> salicílico (áci<strong>do</strong> o-hidroxibenzóico). Agitar a mistura durante<br />

alguns minutos com um agita<strong>do</strong>r magnético ou com um bastão <strong>de</strong> vidro para que o áci<strong>do</strong><br />

salicílico se distribua entre os <strong>do</strong>is solventes. Passar o líqui<strong>do</strong> para funil <strong>de</strong> separação <strong>de</strong><br />

capacida<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quada. Esperar que as duas fases se separem e transferir cada uma <strong>de</strong>las para<br />

um erlenmeyer. Titular as soluções conforme os itens 1 e 2, toman<strong>do</strong> o cuida<strong>do</strong> <strong>de</strong> utilizar<br />

primeiro a solução <strong>de</strong> NaOH mais diluída. 1) Retirar uma alíquota <strong>de</strong> 10mL da fase aquosa e<br />

titular com uma solução <strong>de</strong> NaOH (mais diluída, <strong>de</strong> concentração indicada pelo professor),<br />

utilizan<strong>do</strong> solução <strong>de</strong> fenolftaleína como indica<strong>do</strong>r. Repetir a operação. 2) Retirar uma alíquota<br />

<strong>de</strong> 10mL da fase orgânica e titular com uma solução <strong>de</strong> NaOH (mais concentrada, <strong>de</strong><br />

concentração indicada pelo professor). Repetir a operação. Utilizar as médias <strong>do</strong>s re<strong>sul</strong>ta<strong>do</strong>s<br />

obti<strong>do</strong>s para cada fase para calcular o coeficiente <strong>de</strong> partição <strong>do</strong> áci<strong>do</strong> salicílico nos <strong>do</strong>is<br />

solventes.<br />

Transferir o resíduo <strong>de</strong> titulação da fase orgânica para um funil <strong>de</strong> <strong>de</strong>cantação <strong>gran<strong>de</strong></strong>,<br />

disponível na capela. Transferir o resíduo <strong>de</strong> titulação da fase aquosa para o frasco <strong>de</strong> rejeitos<br />

aquosos disponível na capela.<br />

EXPERIMENTO 2: EXTRAÇÃO DA CAFEÍNA DO MATE (ou <strong>do</strong> café, chá da Índia ou sementes<br />

<strong>de</strong> guaraná)<br />

Em um béquer <strong>de</strong> 250mL <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>, aquecer uma mistura <strong>de</strong> 125-150mL <strong>de</strong> água e 10g<br />

<strong>de</strong> folhas <strong>de</strong> mate pica<strong>do</strong> (ou pó <strong>de</strong> café ou guaraná), durante 15 minutos. Transcorri<strong>do</strong> este<br />

tempo, adicionar cloreto <strong>de</strong> sódio sóli<strong>do</strong>, na proporção <strong>de</strong> aproximadamente 26g <strong>de</strong> NaCl para<br />

cada 100mL da solução, e ~1g <strong>de</strong> hidróxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> cálcio para precipitar os taninos. Filtrar a<br />

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DQO - IQ - UFRGS______________________________________________________________________________QUI02004<br />

suspensão através <strong>de</strong> uma pequena camada <strong>de</strong> Celite colocada sobre papel filtro, usan<strong>do</strong><br />

pressão reduzida.<br />

Transferir o filtra<strong>do</strong> para um béquer limpo e concentrar a solução, por ebulição, até um volume<br />

final <strong>de</strong> ~25mL. Esfriar, colocar em funil <strong>de</strong> separação, adicionar 25mL <strong>de</strong> clorofórmio e misturar<br />

(não agitar energicamente para evitar a formação <strong>de</strong> emulsão). Separar as fases, recolher a<br />

fração orgânica e adicionar mais 25mL <strong>de</strong> clorofórmio à fração aquosa, repetin<strong>do</strong> o<br />

procedimento. Combinar os extratos clorofórmicos e secar com <strong>sul</strong>fato <strong>de</strong> sódio ou <strong>de</strong> magnésio<br />

anidros. Essa secagem <strong>de</strong>ve ser feita adicionan<strong>do</strong> uma porção <strong>do</strong> agente <strong>de</strong>ssecante e<br />

<strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> sob agitação durante 5 a 10 minutos. Após filtração, transferir a solução para balão <strong>de</strong><br />

fun<strong>do</strong> re<strong>do</strong>n<strong>do</strong> <strong>de</strong> 100mL previamente pesa<strong>do</strong> e evaporar o solvente em evapora<strong>do</strong>r rotató<strong>rio</strong>.<br />

Pesar a cafeína bruta para cálculo <strong>de</strong> rendimento. Ao final, dissolver a cafeína obtida em alguns<br />

mL <strong>de</strong> clorofórmio e transferir para frasco <strong>de</strong> armazenamento a<strong>de</strong>quadamente rotula<strong>do</strong>.<br />

H3C<br />

O<br />

N<br />

O<br />

N<br />

CH 3<br />

Cafeína<br />

EXPERIMENTO 3: EXTRAÇÃO DO ÓLEO DE OLEAGINOSAS (soja, amen<strong>do</strong>im, linho, canola<br />

(colza), girassol).<br />

Montar um conjunto extrator <strong>de</strong> Soxhlet. Pesar uma quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sementes <strong>de</strong> amen<strong>do</strong>im<br />

(ou qualquer oleaginosa à sua disposição) compatível com o tamanho <strong>do</strong> extrator Soxhlet.<br />

Triturar as sementes para facilitar o contato com o solvente e colocar no cartucho próp<strong>rio</strong> para o<br />

extrator (<strong>de</strong> papel ou <strong>de</strong> vidro). Tampar o cartucho com um chumaço <strong>de</strong> algodão (não apertar)<br />

para evitar que parte <strong>do</strong> produto caia para o balão e/ou venha a entupir a tubulação <strong>do</strong> sifão.<br />

Colocar hexano no balão até atingir 2/3 <strong>de</strong> sua capacida<strong>de</strong>, adicionan<strong>do</strong> algumas pedras <strong>de</strong><br />

ebulição e iniciar o processo, aquecen<strong>do</strong> o balão com manta <strong>de</strong> aquecimento. Deixar que o<br />

conjunto realize ciclos durante aproximadamente 1h30min. Interromper o aquecimento e<br />

evaporar o solvente (em evapora<strong>do</strong>r rotató<strong>rio</strong> ou por <strong>de</strong>stilação simples), utilizan<strong>do</strong> um balão prépesa<strong>do</strong>.<br />

Pesar o óleo obti<strong>do</strong> para os cálculos <strong>de</strong> rendimento e transferir para o frasco<br />

correspon<strong>de</strong>nte, a<strong>de</strong>quadamente rotula<strong>do</strong>. Comparar a massa <strong>de</strong> óleo obtida com a massa<br />

obtida a partir das diferentes sementes.<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

1. JONES, M. M.; CHAMPION, G. R. J. Chem. Educ. 55 (2), 119, (1978).<br />

2. KARWOOD, L.M. ; MOODY, C.J.Experimental Organic Chemistry. Blackwell Scientific<br />

Publications, Oxford, 1989.<br />

3. PAVIA, D.L.; LAMPMAN, G.M.; KRIZ, G.S.; ENGEL, R.G. Introduction to Organic<br />

Laboratory Techniques – A Small Scale Approach. Saun<strong>de</strong>rs College Publishing, Orlan<strong>do</strong>,<br />

USA, 1988.<br />

4. CHRISTIAN, G. Analytical Chemistry, 5 th ed., John Wiley & Sons, New York, 1994.<br />

N<br />

N<br />

CH3<br />

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3.1 Destilação simples<br />

3.2 Destilação fracionada (contracorrente)<br />

3.1 - DESTILAÇÃO SIMPLES<br />

3 - DESTILAÇÃO<br />

A <strong>de</strong>stilação é uma operação na qual um líqui<strong>do</strong> é aqueci<strong>do</strong> à ebulição em aparelhagem<br />

a<strong>de</strong>quada, seus vapores são con<strong>de</strong>nsa<strong>do</strong>s e recolhi<strong>do</strong>s. É usada para separar misturas <strong>de</strong><br />

líqui<strong>do</strong>s, líqui<strong>do</strong>s <strong>de</strong> sóli<strong>do</strong>s e, mais raramente, sóli<strong>do</strong>s <strong>de</strong> sóli<strong>do</strong>s.<br />

Pela evaporação <strong>do</strong> líqui<strong>do</strong> gera-se uma pressão <strong>de</strong> vapor, a qual <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong><br />

substância e da temperatura. Um aumento <strong>de</strong>sta última leva a um aumento na pressão <strong>de</strong> vapor<br />

da substância.<br />

Ponto <strong>de</strong> ebulição: temperatura na qual a pressão <strong>de</strong> vapor <strong>do</strong> líqui<strong>do</strong> se iguala à pressão<br />

externa. Para que <strong>do</strong>is compostos possam ser separa<strong>do</strong>s eficientemente por <strong>de</strong>stilação simples,<br />

é necessá<strong>rio</strong> que a diferença entre seus pontos <strong>de</strong> ebulição seja supe<strong>rio</strong>r a 80°C.<br />

3.2 - DESTILAÇÃO FRACIONADA<br />

A <strong>de</strong>stilação fracionada é um processo semelhante ao da <strong>de</strong>stilação simples, porém ao<br />

empregar uma coluna <strong>de</strong> retificação colocada entre o frasco gera<strong>do</strong>r <strong>de</strong> vapores e o<br />

equipamento <strong>de</strong> con<strong>de</strong>nsação <strong>do</strong>s mesmos, permite separar misturas <strong>de</strong> líqui<strong>do</strong>s on<strong>de</strong> os pontos<br />

<strong>de</strong> ebulição <strong>do</strong>s componentes diferem <strong>de</strong> menos <strong>de</strong> 80°C.<br />

Um líqui<strong>do</strong> puro entra em ebulição quan<strong>do</strong> sua pressão <strong>de</strong> vapor se iguala à pressão<br />

atmosférica. Uma mistura binária entra em ebulição quan<strong>do</strong> a soma das pressões <strong>de</strong> vapor<br />

parciais atinge a pressão externa.<br />

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Lei <strong>de</strong> Raoult<br />

A pressão <strong>de</strong> vapor parcial <strong>de</strong> um componente A em uma mistura (Pa) é igual à sua pressão<br />

<strong>de</strong> vapor quan<strong>do</strong> puro (PA) multiplicada por sua fração molar (XA) na mistura.<br />

Pa = PA . XA<br />

A fração molar <strong>de</strong> cada componente é dada pela razão entre o número <strong>de</strong> moles <strong>de</strong>sse<br />

componente na mistura e a soma <strong>do</strong> número <strong>de</strong> moles <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os componentes presentes.<br />

X A =<br />

n A<br />

n A + n B (+ n C, ...)<br />

A composição <strong>do</strong> vapor da mistura em relação a cada componente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das pressões<br />

parciais, segun<strong>do</strong> a Lei <strong>de</strong> Dalton.<br />

pA XA =<br />

pA + pB (+ pC, ...)<br />

Exemplo: uma mistura equimolecular <strong>de</strong> EtOH + n-BuOH <strong>de</strong>stila a 93°C, à pressão normal. O<br />

EtOH puro <strong>de</strong>stila a 78°C e o n-BuOH, a 117,3°C. A primeira fração <strong>do</strong> <strong>de</strong>stila<strong>do</strong> possuirá uma<br />

maior concentração em EtOH <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a maior volatilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste álcool.<br />

P.V.EtOH a 93 o C = 1260 mmHg (valor tabela<strong>do</strong>)<br />

p EtOH = P EtOH . X EtOH<br />

p EtOH = 1260 . 0,5 p EtOH = 630 mmHg<br />

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p n-BuOH<br />

P.V. n-BuOH a 93o C = 260 mmHg (valor tabela<strong>do</strong>)<br />

pn-BuOH = P n-BuOH . X n-BuOH<br />

= 260 . 0,5 p n-BuOH = 130 mmHg<br />

630 mmHg + 130 mmHg = 760 mmHg<br />

760 mmHg - 100%<br />

630 mmHg - X<br />

X = 83% <strong>de</strong> EtOH no <strong>de</strong>stila<strong>do</strong> (e 17% <strong>de</strong> n-BuOHl)<br />

A pressão <strong>de</strong> vapor total da mistura é, então, intermediária entre as pressões <strong>de</strong> vapor <strong>do</strong>s<br />

componentes puros, por isso a temperatura <strong>de</strong> ebulição da mistura é intermediária entre seus<br />

pontos <strong>de</strong> ebulição. O vapor terá maior concentração <strong>do</strong> componente mais volátil (menos ponto<br />

<strong>de</strong> ebulição – PE). Serve para misturas i<strong>de</strong>ais.<br />

O ponto <strong>de</strong> ebulição da mistura é a temperatura on<strong>de</strong> a soma das pressões parciais <strong>do</strong>s<br />

componentes é igual a pressão atmosférica.<br />

Exemplo:<br />

- 25 moles <strong>de</strong> ciclohexano + 75 moles <strong>de</strong> tolueno: <strong>de</strong>stilam a 100°C<br />

- pressão <strong>de</strong> vapor (parcial) <strong>do</strong> ciclohexano a 100°C = 433 mmHg<br />

- pressão <strong>de</strong> vapor (parcial0 <strong>do</strong> tolueno a 100°C = 327 mmHg<br />

- composição <strong>do</strong> <strong>de</strong>stila<strong>do</strong> = 57% <strong>de</strong> ciclohexano e 43% <strong>de</strong> tolueno<br />

Na <strong>de</strong>stilação, o ponto <strong>de</strong> ebulição da mistura sofre uma elevação gradual uma vez que a<br />

composição <strong>do</strong> vapor se torna cada vez mais rica no componente menos volátil.<br />

Para purificar estas misturas separa-se as primeiras frações <strong>do</strong> <strong>de</strong>stila<strong>do</strong>, ricas no<br />

componente mais volátil. Estas frações são novamente <strong>de</strong>stiladas e as primeiras frações são<br />

novamente separadas, sofren<strong>do</strong> um crescente enriquecimento no componente mais volátil. O<br />

procedimento po<strong>de</strong> ser repeti<strong>do</strong> várias vezes até que se atinja o a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> grau <strong>de</strong> purificação<br />

da mistura. Este tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>stilação representa o princípio da <strong>de</strong>stilação fracionada.<br />

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DQO - IQ - UFRGS______________________________________________________________________________QUI02004<br />

O efeito da coluna <strong>de</strong> retificação é proporcionar em uma única <strong>de</strong>stilação uma série <strong>de</strong><br />

micro<strong>de</strong>stilações simples sucessivas. Existem muitos tipos <strong>de</strong> colunas <strong>de</strong> retificação. As mais<br />

usadas em laborató<strong>rio</strong>s químicos são as <strong>de</strong> Vigreux e <strong>de</strong> Hempel.<br />

Coluna <strong>de</strong> Vigreux: consta <strong>de</strong> um tubo <strong>de</strong> vidro com várias reentrâncias em forma <strong>de</strong> espinhos<br />

on<strong>de</strong> as pontas <strong>de</strong> um par quase se tocam.<br />

Coluna <strong>de</strong> Hempel: consta <strong>de</strong> um tubo <strong>de</strong> vidro preenchi<strong>do</strong> com pequenos tubos ou anéis <strong>de</strong><br />

vidro ou <strong>de</strong> outro material inerte.<br />

A eficiência <strong>de</strong> uma coluna <strong>de</strong> fracionamento é medida pelo número <strong>de</strong> vezes que a solução é<br />

vaporizada e recon<strong>de</strong>nsada durante uma <strong>de</strong>stilação e se expressa em número <strong>de</strong> pratos<br />

teóricos. O comprimento da coluna (dimensão) necessá<strong>rio</strong> para a obtenção <strong>de</strong> um prato teórico é<br />

a altura equivalente a um prato teórico (AEPT). Quanto menor esta <strong>gran<strong>de</strong></strong>za, mais eficiente é a<br />

coluna.<br />

A escolha da coluna <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da diferença entre os pontos <strong>de</strong> ebulição <strong>do</strong>s componentes da<br />

mistura. Quanto menor a diferença entre os pontos <strong>de</strong> ebulição, maior o número <strong>de</strong> pratos<br />

teóricos necessá<strong>rio</strong>s para uma separação eficiente. A eficiência <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, também, da<br />

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DQO - IQ - UFRGS______________________________________________________________________________QUI02004<br />

intensida<strong>de</strong> <strong>do</strong> aquecimento <strong>do</strong> balão e da velocida<strong>de</strong> com que o líqui<strong>do</strong> é <strong>de</strong>stila<strong>do</strong>. Para um<br />

bom fracionamento é necessá<strong>rio</strong> um bom controle <strong>do</strong> aquecimento e razão <strong>de</strong> refluxo, que é a<br />

razão entre a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vapor con<strong>de</strong>nsa<strong>do</strong> que retorna à coluna e a porção que <strong>de</strong>stila por<br />

unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tempo. Para evitar perda <strong>de</strong> eficência da coluna costuma-se isolá-la <strong>do</strong> ambiente<br />

com lã <strong>de</strong> vidro, tiras <strong>de</strong> amianto, algodão, etc. O gráfico abaixo mostra um diagrama <strong>de</strong><br />

fracionamento <strong>de</strong> uma mistura com uma coluna <strong>de</strong> três pratos teóricos.<br />

L 1 = líqui<strong>do</strong> com 5% <strong>de</strong> A e 95% <strong>de</strong> B submeti<strong>do</strong> a 4 ciclos <strong>de</strong> vaporização e con<strong>de</strong>nsação.<br />

L 5 = composição <strong>do</strong> líqui<strong>do</strong> <strong>de</strong>stila<strong>do</strong> com aproximadamente 95% <strong>de</strong> A e 5% <strong>de</strong> B.<br />

As linhas horizontais, L 1 V 1 , L 2 V 2 , L 3 V 3 , L 4 V 4 representam 4 vaporizações na coluna.<br />

As linhas verticais V 1 L 2 , V 2 L 3 , V 3 L 4 , V 4 L 5 representam as con<strong>de</strong>nsações correspon<strong>de</strong>ntes.<br />

Para melhor separação <strong>de</strong>sta mistura torna-se necessá<strong>rio</strong> um maior número <strong>de</strong> ciclos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>stilação (maior número <strong>de</strong> pratos teóricos).<br />

Observações:<br />

Misturas <strong>de</strong> líqui<strong>do</strong>s com pontos <strong>de</strong> ebulição entre 40-150 o C são <strong>de</strong>stila<strong>do</strong>s, geralmente, em<br />

aparelhagem para <strong>de</strong>stilação simples, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a diferença entre seus pontos <strong>de</strong> ebulição<br />

sejam maiores que 80 o<br />

C. O vapor sobe pela conexão <strong>de</strong> Claisen, envolve o termômetro, passa<br />

para o con<strong>de</strong>nsa<strong>do</strong>r e é recolhi<strong>do</strong> pelo balão coletor. O bulbo <strong>do</strong> termômetro <strong>de</strong>ve estar em<br />

contato com a saída <strong>do</strong> vapor.<br />

Para evitar que o líqui<strong>do</strong> no balão sofra sobre-aquecimento, são adicionadas “pedras <strong>de</strong><br />

ebulição” cujas superfícies porosas proporcionam uma ebulição controlada. Caso a <strong>de</strong>stilação<br />

seja interrompida e o <strong>de</strong>stila<strong>do</strong> esfrie <strong>de</strong>ve-se substituir as pedras <strong>de</strong> ebulição pois as originais<br />

per<strong>de</strong>m sua eficácia. Caso ocorra esquecimento da adição das pedras <strong>de</strong> ebulição e o líqui<strong>do</strong> já<br />

esteja em processo <strong>de</strong> aquecimento, este DEVE SER INTERROMPIDO ANTES DA ADIÇÃO<br />

DAS MESMAS, ESPERANDO-SE UM ESFRIAMENTO DO CONJUNTO ATÉ PELO MENOS<br />

10Oc ABAIXO DO P.E. DA SUBSTÂNCIA MAIS VOLÁTIL. A ADIÇÃO DE PEDRAS DE<br />

EBULIÇÃO A UM LÍQUIDO SOBREAQUECIDO PODE PROVOCAR EBULIÇÃO REPENTINA,<br />

VIGOROSA E, POR VEZES, A VIOLENTA PROJEÇÃO DO MESMO PARA FORA DO SISTEMA.<br />

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DQO - IQ - UFRGS______________________________________________________________________________QUI02004<br />

A fonte <strong>de</strong> aquecimento po<strong>de</strong> ser uma manta <strong>de</strong> aquecimento, um banho <strong>de</strong> água, <strong>de</strong> óleo, <strong>de</strong><br />

areia e, por vezes, um bico <strong>de</strong> Bunsen (CUIDADO: LÍQUIDOS ORGÂNICOS COSTUMAM SER<br />

ALTAMENTE INFLAMÁVEIS).<br />

A velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>stilação <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> aproximadamente 2 gotas <strong>de</strong> con<strong>de</strong>nsa<strong>do</strong> por<br />

segun<strong>do</strong>, para manter-se uma boa temperatura <strong>de</strong> equilíb<strong>rio</strong> líqui<strong>do</strong>-vapor. A <strong>de</strong>stilação muito<br />

rápida ocasiona sobreaquecimento <strong>do</strong> vapor e erro na leitura <strong>do</strong> p.e.<br />

Para a obtenção <strong>de</strong> um produto mais puro, <strong>de</strong>scarta-se uma pequena quantida<strong>de</strong> da fração<br />

inicial e final <strong>do</strong> con<strong>de</strong>nsa<strong>do</strong> (as chamadas “cabeça e cauda” da <strong>de</strong>stilação) e <strong>de</strong>stila-se até que<br />

a leitura <strong>do</strong> p.e. aumente 2-3 o C acima <strong>do</strong> valor constante observa<strong>do</strong>.<br />

ATENÇÃO: NUNCA <strong>de</strong>stilar qualquer líqui<strong>do</strong> até a secura <strong>do</strong> balão que o contém.<br />

EXPERIMENTO 1: DESTILAÇÃO DO VINHO TINTO<br />

Montar uma aparelhagem <strong>de</strong> <strong>de</strong>stilação fracionada à pressão normal, com termômetro<br />

acopla<strong>do</strong>. Colocar em um balão monotubula<strong>do</strong> <strong>de</strong> 250 mL cerca <strong>de</strong> 200mL <strong>de</strong> vinho tinto.<br />

Adicionar pedras <strong>de</strong> ebulição. Aquecer utilizan<strong>do</strong> uma manta elétrica.<br />

Coletar em provetas graduadas quatro frações sucessivas <strong>de</strong> 20mL <strong>de</strong> <strong>de</strong>stila<strong>do</strong>, anotan<strong>do</strong><br />

para cada fração a temperatura inicial e final <strong>de</strong> coleta.<br />

a) Determinação <strong>do</strong> teor alcoólico através <strong>do</strong> índice <strong>de</strong> refração: Determinar o índice <strong>de</strong><br />

refração <strong>de</strong> cada fração, utilizan<strong>do</strong> o refratômetro <strong>de</strong> Abbe. Corrigir o valor <strong>do</strong> índice <strong>de</strong> refração<br />

com a temperatura, saben<strong>do</strong> que o mesmo diminui com a temperatura. Assim, se a medida for<br />

feita acima <strong>de</strong> 20 o C, o valor <strong>do</strong> fator <strong>de</strong> correção <strong>de</strong>ve ser soma<strong>do</strong> para chegar ao valor em 20 o C.<br />

Fator <strong>de</strong> correção:<br />

n 20 = nobserva<strong>do</strong> t x 0,00045<br />

Relacionar o índice <strong>de</strong> refração <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> com o teor <strong>de</strong> álcool presente, utilizan<strong>do</strong><br />

uma curva <strong>de</strong> calibração previamente obtida com o mesmo equipamento, baseada em<br />

soluções <strong>de</strong> concentração conhecida, disponível no laborató<strong>rio</strong>. Anotar os re<strong>sul</strong>ta<strong>do</strong>s.<br />

Juntar as 4 frações e <strong>de</strong>terminar o índice <strong>de</strong> refração da mistura obtida.<br />

Determinar, também, o índice <strong>de</strong> refração <strong>do</strong> vinho original.<br />

b) Determinação <strong>do</strong> teor alcoólico através da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>: Determinar a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da<br />

mistura das 4 frações utilizan<strong>do</strong> um <strong>de</strong>nsímetro (me<strong>de</strong> diretamente a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> em g/mL) .<br />

Uma vez conhecida a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da amostra, essa po<strong>de</strong> ser convertida no teor alcoólico<br />

pela relação “y = - 0,0021x + 1,0124”, on<strong>de</strong> y é a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da amostra em g/mL e x é o teor<br />

alcoólico.<br />

Determinar, também, o teor alcoólico <strong>do</strong> vinho através das medidas <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>.<br />

Comparar com o da<strong>do</strong> informa<strong>do</strong> no rótulo.<br />

c) Determinação <strong>do</strong> teor alcoólico através <strong>do</strong> efeito “salting out”: Utilizar 50mL <strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>stila<strong>do</strong> unifica<strong>do</strong> e colocar em erlenmeyer <strong>de</strong> 125 mL, adicionan<strong>do</strong> 15g <strong>de</strong> carbonato <strong>de</strong><br />

potássio. Tampar e agitar vigorosamente. Se não separar em duas fases, adicionar mais<br />

carbonato <strong>de</strong> potássio. Separar as fases em funil <strong>de</strong> separação e medir o volume <strong>de</strong> álcool<br />

obti<strong>do</strong>. Comparar com os valores obti<strong>do</strong>s pelos outros méto<strong>do</strong>s.<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

1. NTAMILA, M. S.; HASSANALI, A. J. Chem. Educ. 53(4), 263 (1976).<br />

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DQO - IQ - UFRGS______________________________________________________________________________QUI02004<br />

4 - DESTILAÇÃO À PRESSÃO REDUZIDA,<br />

DESTILAÇÃO POR ARRASTE A VAPOR E EXTRAÇÃO ÁCIDO-BASE<br />

4.1 Destilação à pressão reduzida<br />

4.2 Destilação por arraste a vapor<br />

4.3 Extração áci<strong>do</strong>-base (Extração e separação <strong>do</strong>s constituintes <strong>do</strong> óleo <strong>do</strong> cravo da índia)<br />

4.1 – DESTILAÇÃO À PRESSÃO REDUZIDA<br />

A <strong>de</strong>stilação à pressão reduzida é utilizada para purificar substâncias que se <strong>de</strong>compõem em<br />

temperaturas abaixo <strong>de</strong> seu ponto <strong>de</strong> ebulição ou àquelas com pontos <strong>de</strong> ebulição muito<br />

eleva<strong>do</strong>s. O procedimento é semelhante ao realiza<strong>do</strong> para a <strong>de</strong>stilação fracionada, porém o<br />

conjunto é submeti<strong>do</strong> ao abaixamento da pressão, realiza<strong>do</strong> por meio <strong>de</strong> uma bomba <strong>de</strong> vácuo<br />

ou <strong>de</strong> uma simples trompa d'água. A diminuição da pressão provoca um abaixamento <strong>do</strong> ponto<br />

<strong>de</strong> ebulição, pois a pressão <strong>de</strong> vapor <strong>do</strong> líqui<strong>do</strong> se iguala mais rapidamente à pressão externa. O<br />

sistema <strong>de</strong>ve sofrer algumas adaptações, tais como, a substituição das "pedras <strong>de</strong> ebulição" por<br />

um microcapilar conecta<strong>do</strong> ao exte<strong>rio</strong>r (ou submeten<strong>do</strong> o líqui<strong>do</strong> a uma agitação enérgica) e o<br />

fechamento <strong>do</strong> sistema (o sistema coletor não mais po<strong>de</strong>rá ficar aberto ao ar), entre outras.<br />

Procedimento Experimental: Será <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> por seu Professor um experimento <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>stilação à pressão reduzida, durante o qual você terá a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> observar os <strong>de</strong>talhes<br />

experimentais <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> operação.<br />

4.2 – DESTILAÇÃO POR ARRASTE À VAPOR<br />

A <strong>de</strong>stilação por arraste a vapor d'água é um méto<strong>do</strong> muito útil, geralmente usa<strong>do</strong> para<br />

separar pastas e alguns isômeros quan<strong>do</strong> outros méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> separação tais como a <strong>de</strong>stilação<br />

normal ou a extração falham. É usada para purificar substâncias que se <strong>de</strong>compõem a<br />

temperaturas elevadas e para a separação <strong>de</strong> compostos voláteis <strong>de</strong> uma mistura <strong>de</strong> outros não<br />

voláteis. Características para que uma substância orgânica possa ser separada/purificada por<br />

este processo:<br />

a) ser insolúvel ou pouco solúvel em água;<br />

b) não sofrer alteração/<strong>de</strong>composição pelo vapor d'água aqueci<strong>do</strong>;<br />

c) possuir apreciável pressão <strong>de</strong> vapor (> 5mmHg a 100 o C).<br />

A operação envolve a co-<strong>de</strong>stilação da substância a purificar com a água e as vantagens<br />

<strong>de</strong>sta técnica são:<br />

- a mistura entra em ebulição em tempeartura infe<strong>rio</strong>r ao ponto <strong>de</strong> ebulição da água (forma-se<br />

uma mistura azeotrópica, isto é, a mistura re<strong>sul</strong>tante comporta-se como um líqui<strong>do</strong> com ponto <strong>de</strong><br />

ebulição <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>, não separável em seus componentes por <strong>de</strong>stilação);<br />

- ocorre um <strong>de</strong>svio positivo da Lei <strong>de</strong> Raoult. Desvios positivos <strong>gran<strong>de</strong></strong>s, por exemplo, EtOH /<br />

H2O conduzem a um máximo na curva <strong>de</strong> pressão <strong>de</strong> vapor total da mistura, originan<strong>do</strong> um<br />

azeótropo <strong>de</strong> ponto mínimo.<br />

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Quan<strong>do</strong> o <strong>de</strong>svio é positivo, a pressão <strong>de</strong> vapor da solução é maior que a esperada,<br />

porque a força <strong>de</strong> atração entre as moléculas <strong>do</strong>s componentes são mais fracas <strong>do</strong> que entre<br />

moléculas idênticas. Quan<strong>do</strong> é muito <strong>gran<strong>de</strong></strong>, os <strong>do</strong>is componentes se separam em duas fases<br />

imiscíveis (exmplo: uma mistura <strong>de</strong> butanol-1 e água). No limite positivo da Lei <strong>de</strong> Raoult, os <strong>do</strong>is<br />

componentes são completamente imiscíveis e cada componente entra em ebulição<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>do</strong> outro, a uma pressão total <strong>de</strong> vapor igual à soma das pressões <strong>de</strong> vapor<br />

se cada componente puro.<br />

PTOTAL = PA + PB (Lei <strong>de</strong> Dalton)<br />

Assim, a pressão <strong>de</strong> vapor da mistura a qualquer temperatura é maior que a pressão <strong>de</strong> vapor<br />

<strong>de</strong> qualquer componente. A composição <strong>do</strong> vapor é <strong>de</strong>terminada através da relação:<br />

Exemplo:<br />

PE EtOH (95%) = 78,3°C<br />

PE H2O = 100°C<br />

PE mistura = 78,15°C<br />

NA<br />

N B<br />

=<br />

O sistema utiliza<strong>do</strong> para Destilação por Arraste <strong>de</strong> Vapor encontra-se na figura abaixo:<br />

Misturas azeotrópicas:<br />

A maior parte das misturas líquidas homogêneas se comportam como soluções i<strong>de</strong>ais. Há<br />

<strong>de</strong>svios da lei <strong>de</strong> Raoult <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> forte atração entre moléculas, os quais po<strong>de</strong>m ser<br />

positivos ou negativos.<br />

PA 0<br />

PB 0<br />

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Desvios positivos: ocorrem quan<strong>do</strong> a pressão <strong>de</strong> vapor da solução é maior <strong>do</strong> que a esperada<br />

porque as forças <strong>de</strong> atração entre as moléculas <strong>do</strong>s componentes são mais fracas <strong>do</strong> que entre<br />

moléculas idênticas.<br />

Desvios negativos: ocorrem quan<strong>do</strong> as forças <strong>de</strong> atração entre as moléculas <strong>do</strong>s<br />

componentes são mais fortes <strong>do</strong> que entre moléculas idênticas, ocorren<strong>do</strong> um <strong>de</strong>créscimo da<br />

pressão <strong>de</strong> vapor da mistura em relação ao espera<strong>do</strong>.<br />

As misturas azeotrópicas se comportam como líqui<strong>do</strong>s puros com ponto <strong>de</strong> ebulição<br />

constante. O ponto <strong>de</strong> ebulição po<strong>de</strong> estar abaixo (azeótropo mínimo) ou acima (azeótropo<br />

máximo) <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> ebulição <strong>do</strong>s componentes. Esses componentes não po<strong>de</strong>m ser separa<strong>do</strong>s<br />

por <strong>de</strong>stilação porque o vapor em equilíb<strong>rio</strong> com o líqui<strong>do</strong> tem a mesma composição <strong>do</strong> líqui<strong>do</strong>.<br />

As misturas azeotrópicas têm <strong>gran<strong>de</strong></strong> importância na remoção <strong>de</strong> substâncias in<strong>de</strong>sejáveis<br />

presentes em alguns líqui<strong>do</strong>s. A adição <strong>de</strong> uma terceira substância, que forma uma mistura<br />

azeotrópica com a impureza, permite a obtenção da outra pura. Por exemplo, a água po<strong>de</strong> ser<br />

eliminada <strong>de</strong> solventes orgânicos pela adição <strong>de</strong> certa quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> benzeno, tolueno ou<br />

xileno, que formam misturas azeotrópicas com a água que, assim, po<strong>de</strong> ser eliminada facilmente<br />

<strong>do</strong> outro solvente por <strong>de</strong>stilação.<br />

EXPERIMENTO 1: Destilação por arraste a vapor d'água - obtenção <strong>de</strong> essências vegetais.<br />

Este experimento visa <strong>de</strong>monstrar a técnica da <strong>de</strong>stilação por arraste com vapor d'água. O<br />

processo possui <strong>gran<strong>de</strong></strong> aplicabilida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser usa<strong>do</strong> para a extração <strong>do</strong> óleo <strong>de</strong> cravo da<br />

índia, <strong>de</strong> casca ou folhas <strong>de</strong> limão, <strong>de</strong> casca ou <strong>de</strong> folhas <strong>de</strong> laranja, <strong>de</strong> folhas <strong>de</strong> eucalipto e <strong>de</strong><br />

folhas <strong>de</strong> capim cidró.<br />

Montar a aparelhagem para a <strong>de</strong>stilação por arraste conforme o esquema. Colocar água no<br />

funil <strong>de</strong> adição (50-100 mL). Triturar aproximadamente 15g <strong>de</strong> cravo da índia e colocar no balão<br />

juntamente com 100mL <strong>de</strong> água. Aquecer e <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong>stilan<strong>do</strong> até obter cerca <strong>de</strong> 110mL <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>stila<strong>do</strong>. Durante o tempo da <strong>de</strong>stilação, adicionar água <strong>do</strong> funil <strong>de</strong> adição <strong>de</strong> maneira a <strong>de</strong>ixar<br />

sempre o volume <strong>de</strong> água <strong>do</strong> balão próximo ao inicial. O <strong>de</strong>stila<strong>do</strong> (que possui o<strong>do</strong>r agradável)<br />

contém parte <strong>do</strong> óleo como sobrenadante e parte disperso na água. Para separar o<br />

sobrenadante da água utiliza-se um funil <strong>de</strong> separação <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quada.<br />

EXPERIMENTO 2: Extração áci<strong>do</strong>-base para separação <strong>do</strong>s constituintes <strong>do</strong> óleo <strong>de</strong> cravo<br />

O óleo <strong>do</strong> cravo da índia contém, entre outros componentes, quantida<strong>de</strong>s apreciáveis <strong>de</strong><br />

eugenol e acetileugenol, os quais po<strong>de</strong>m ser separa<strong>do</strong>s entre si, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que o eugenol é<br />

um fenol e, por isso, possui características ácidas (reage com base forte). Em uma extração<br />

áci<strong>do</strong>-base as espécies são convertidas separadamente em sais, os quais são solúveis em água,<br />

po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> <strong>de</strong>ssa forma ser isola<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s meios orgânicos.<br />

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Transferir para funil <strong>de</strong> separação <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quada, 100mL da suspensão <strong>de</strong> óleo <strong>de</strong><br />

cravo da índia. Extrair a suspensão com duas porções <strong>de</strong> 25mL <strong>de</strong> clorofórmio, isto é, adicionar<br />

25mL <strong>de</strong> clorofórmio, agitar, <strong>de</strong>ixar separar as fases, recolher a fração orgânica, acrescentar<br />

mais 25mL <strong>de</strong> clorofórmio à fase aquosa, repetin<strong>do</strong> o procedimento. Reunir os extratos<br />

clorofórmicos submetê-los a novas extrações conforme o esquema apresenta<strong>do</strong> na seqüência.<br />

Prestar muita atenção para não trocar as fases e fazer a segunda extração na fase<br />

correta.<br />

Ao final das extrações <strong>de</strong>stilar os produtos no evapora<strong>do</strong>r rotató<strong>rio</strong>, estiman<strong>do</strong> as quantida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> eugenol e acetileugenol presentes no cravo da índia utiliza<strong>do</strong>. Em seguida, redissolver cada<br />

um <strong>do</strong>s produtos em alguns mL <strong>de</strong> clorofórmio, fazer análises <strong>de</strong> cromatografia gasosa <strong>de</strong> cada<br />

produto e transferi-los para os frascos <strong>de</strong> armazenamento, a<strong>de</strong>quadamente rotula<strong>do</strong>s.<br />

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EXPERIMENTO 3: Caracterização <strong>do</strong>s produtos obti<strong>do</strong>s<br />

a) Análises por CCD: Verificar a eficiência da extração áci<strong>do</strong>-base por cromatografia em<br />

camada <strong>de</strong>lgada, aplican<strong>do</strong> nas placas <strong>de</strong> sílica ativada pontos <strong>do</strong> eugenol e <strong>do</strong> acetileugenol<br />

obti<strong>do</strong>s, dissolvi<strong>do</strong>s em clorofórmio, bem como <strong>do</strong> óleo <strong>de</strong> cravo original. Como eluente utilizar<br />

clorofórmio. Se forem utilizadas placas com indica<strong>do</strong>r fluorescente, fazer a revelação na câmara<br />

<strong>de</strong> UV. Caso contrá<strong>rio</strong>, revelar na câmara <strong>de</strong> io<strong>do</strong>.<br />

b) Análise por cromatografia gasosa – Em um recipiente limpo (presente no kit <strong>de</strong> vidraria),<br />

com a ajuda <strong>de</strong> uma pipeta <strong>de</strong> pasteur limpa, juntar 3-4 gotas da amostra em ~0,5 ml <strong>de</strong> solvente<br />

(indica<strong>do</strong> pelo professor). Tomar o cuida<strong>do</strong> <strong>de</strong> utilizar uma pipeta para cada amostra para não<br />

ocorrer contaminação. Vedar o frasco e proce<strong>de</strong>r a análise.<br />

c) Análises por via úmida - Testar o eugenol e o acetileugenol através <strong>do</strong>s testes <strong>de</strong><br />

insaturação ativa (teste <strong>de</strong> adição <strong>de</strong> Bromo) e testes para fenóis (complexação com FeCl3).<br />

Teste da adição <strong>de</strong> bromo:<br />

A adição <strong>de</strong> bromo a uma ligação dupla forma um di-haleto vicinal. Dissolver cerca <strong>de</strong> 0,2mL<br />

<strong>de</strong> cada amostra em 0,5mL <strong>de</strong> diclorometano, em um tubo <strong>de</strong> ensaio, e adicionar gota a gota<br />

uma solução <strong>de</strong> bromo em diclorometano. Se houver o <strong>de</strong>scoramento da solução <strong>de</strong> bromo<br />

consi<strong>de</strong>ra-se que o composto possui insaturação ativa. Obs.:Verificar se não há <strong>de</strong>sprendimento<br />

<strong>de</strong> HBr gasoso, o que caracteriza uma reação <strong>de</strong> substituição. Isso po<strong>de</strong> ser feito colocan<strong>do</strong> um<br />

pedaço <strong>de</strong> papel tornassol azul ume<strong>de</strong>ci<strong>do</strong> em água na saída <strong>do</strong> tubo <strong>de</strong> ensaio – se houver<br />

liberação <strong>de</strong> HBr o papel ficará vermelho. Nesse caso a reação não será uma adição e, portanto,<br />

não vai caracterizar a presença <strong>de</strong> insaturação ativa.<br />

Teste <strong>de</strong> complexação com cloreto férrico:<br />

O cloreto <strong>de</strong> ferro III reage com fenóis, produzin<strong>do</strong> complexos colori<strong>do</strong>s (coloração violeta,<br />

azul, vermelha ou ver<strong>de</strong> intensa). Fenóis solúveis em água são testa<strong>do</strong>s com FeCl3 aquoso (teste<br />

i), fenóis insolúveis em água são testa<strong>do</strong>s com FeCl3 dissolvi<strong>do</strong> em CHCl3 (teste ii).<br />

i) Dissolver 5 gotas ou 0,03g da amostra em 0,5mL <strong>de</strong> água e adicionar solução aquosa <strong>de</strong><br />

FeCl3 2,5%. O aparecimento imediato <strong>de</strong> uma coloração vermelha, azul, púrpura ou ver<strong>de</strong> é<br />

indicativo da presença <strong>de</strong> fenol.<br />

ii) Em um tubo <strong>de</strong> ensaio seco colocar 0,03g ou 5 gotas <strong>de</strong> amostra e adicionar 2mL <strong>de</strong><br />

clorofórmio. Agitar, se não houver dissolução mesmo que parcial, adicionar mais 2-3mL <strong>de</strong><br />

clorofórmio e aquecer suavemente. Resfriar a 25ºC e então adicionar 2 gotas <strong>de</strong> uma solução<br />

<strong>de</strong> FeCl3 a 1% em clorofórmio e, a seguir, 3 gotas <strong>de</strong> piridina. Agitar e observar a formação<br />

<strong>de</strong> cor. Positivida<strong>de</strong> pelo aparecimento imediato <strong>de</strong> coloração azul, violeta, púrpura, ver<strong>de</strong> ou<br />

vermelho-tijolo. Obs.: Coloração amarelo-pálida ou castanho indica teste negativo.<br />

d) Análises por espectroscopia no infravermelho: Analise os espectros no infravermelho <strong>do</strong><br />

eugenol e <strong>do</strong> acetileugenol, i<strong>de</strong>ntifican<strong>do</strong> os grupos responsáveis pelas principais bandas <strong>de</strong><br />

absorção.<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

1. NTAMILA, M. S.; HASSANALI, A. J. Chem. Educ. 53(4), 263 (1976).<br />

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5 - SUBLIMAÇÃO<br />

A sublimação é um processo que consiste na passagem <strong>de</strong> uma substância <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> sóli<strong>do</strong><br />

para o esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> vapor e, novamente, para o esta<strong>do</strong> sóli<strong>do</strong>, sem passar pelo esta<strong>do</strong> líqui<strong>do</strong>. É<br />

uma característica <strong>de</strong> substâncias que, quan<strong>do</strong> aquecidas, alcançam pressão <strong>de</strong> vapor igual à<br />

atmosférica em temperaturas infe<strong>rio</strong>res às necessárias para a fusão das mesmas. O naftaleno e<br />

a cânfora são exemplos <strong>de</strong> substâncias que sublimam lentamente à temperatura ambiente. O<br />

popular gelo seco (dióxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> carbono) é outro exemplo <strong>de</strong> substância que passa diretamente <strong>do</strong><br />

esta<strong>do</strong> sóli<strong>do</strong> para o vapor. Observa-se que essas substâncias "<strong>de</strong>saparecem sem fundir e sem<br />

<strong>de</strong>ixar vestígios" quan<strong>do</strong> aban<strong>do</strong>nadas em recipientes abertos.<br />

A sublimação é um processo simples e que encontra bastante aplicação na purificação <strong>de</strong><br />

substâncias, especialmente levan<strong>do</strong>-se em consi<strong>de</strong>ração que muitos sóli<strong>do</strong>s que fun<strong>de</strong>m à<br />

pressão atmosférica po<strong>de</strong>m ser sublima<strong>do</strong>s à pressão reduzida. Em teoria, to<strong>do</strong>s os sóli<strong>do</strong>s<br />

po<strong>de</strong>riam ser purifica<strong>do</strong>s por este processo bastan<strong>do</strong>, para tal, encontrar-se as condições <strong>de</strong><br />

pressão e <strong>de</strong> temperatura a<strong>de</strong>quadas. Para um melhor entendimento <strong>do</strong> processo e <strong>de</strong> suas<br />

possibilida<strong>de</strong>s, amplie seus conhecimentos na bibliografia indicada para a disciplina dan<strong>do</strong><br />

ênfase aos gráficos <strong>de</strong> pressão <strong>de</strong> vapor x temperatura.<br />

EXPERIMENTO 1 – Purificação <strong>de</strong> áci<strong>do</strong> benzóico por sublimação<br />

Este experimento po<strong>de</strong>rá ser realiza<strong>do</strong> utilizan<strong>do</strong> uma aparelhagem específica para<br />

sublimação (tubo com saída lateral para vácuo e con<strong>de</strong>nsa<strong>do</strong>r tipo "<strong>de</strong><strong>do</strong> f<strong>rio</strong>") ou uma<br />

aparelhagem mais simples (cáp<strong>sul</strong>a <strong>de</strong> porcelana, folha <strong>de</strong> papel filtro e funil <strong>de</strong> vidro atuan<strong>do</strong><br />

como con<strong>de</strong>nsa<strong>do</strong>r).<br />

Prepare a aparelhagem conforme indica<strong>do</strong> por seu professor. Coloque <strong>de</strong> 0,5 a 1 g da<br />

amostra <strong>de</strong> áci<strong>do</strong> benzóico contamina<strong>do</strong> com benzal<strong>de</strong>í<strong>do</strong> no tubo <strong>de</strong> vidro ou na cáp<strong>sul</strong>a <strong>de</strong><br />

porcelana e adapte o sistema <strong>de</strong> con<strong>de</strong>nsação. Aqueça suavemente o recipiente que contém a<br />

amostra e observe o processo <strong>de</strong> sublimação. Evite que a amostra funda. Ao final da reação,<br />

raspe o sóli<strong>do</strong> con<strong>de</strong>nsa<strong>do</strong> no funil com uma espátula e pese para calcular o rendimento <strong>do</strong><br />

processo. Anote e procure explicar suas observações.<br />

CARACTERIZAÇÕES: Ponto <strong>de</strong> fusão e testes por via úmida indica<strong>do</strong>s abaixo.<br />

Teste da 2,4-dinitrofenilhidrazina (teste geral para a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> carbonila <strong>de</strong> al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s e<br />

cetonas):<br />

Dissolver 0,05 g da amostra em 2 mL <strong>de</strong> etanol 95%. Adicionar 1 mL <strong>do</strong> reagente <strong>de</strong> 2,4dinitrofenil-hidrazina.<br />

Agitar vigorosamente e observar. A positivida<strong>de</strong> <strong>do</strong> teste é dada pelo<br />

aparecimento <strong>de</strong> um precipita<strong>do</strong> colori<strong>do</strong> em, no máximo, 15 minutos.<br />

Teste da fucsina (teste específico para al<strong>de</strong>í<strong>do</strong>s):<br />

Em um tubo <strong>de</strong> ensaio colocar 0,05 g ou 5 gotas <strong>de</strong> amostra e adicionar 2 mL <strong>do</strong> reagente <strong>de</strong><br />

Schiff. Agitar suavemente. A positivida<strong>de</strong> é dada pela formação <strong>de</strong> uma cor que varia <strong>de</strong> púrpura<br />

ao violeta. Obs.: uma coloração rósea indica teste negativo.<br />

Teste com bicarbonato <strong>de</strong> sódio (teste <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>z para áci<strong>do</strong>s carboxílicos):<br />

Dissolver algumas gotas ou alguns cristais da amostra em 1 mL <strong>de</strong> metanol e lentamente<br />

adicionar uma solução saturada <strong>de</strong> NaHCO3, gota a gota. A positivida<strong>de</strong> é dada pela evolução<br />

<strong>de</strong> CO2 gasoso.<br />

Ao final, transferir o produto puro para o frasco correspon<strong>de</strong>nte, a<strong>de</strong>quadamente rotula<strong>do</strong>.<br />

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6 – CRISTALIZAÇÃO / RECRISTALIZAÇÃO<br />

A recristalização é uma das técnicas <strong>de</strong> purificação <strong>de</strong> compostos sóli<strong>do</strong>s mais importantes a<br />

ser <strong>do</strong>minada pelo químico orgânico.<br />

Essencialmente, o méto<strong>do</strong> consiste no rompimento da estrutura cristalina <strong>do</strong> sóli<strong>do</strong> por<br />

dissolução a quente em solvente apropria<strong>do</strong>, segui<strong>do</strong> pelo resfriamento da solução que produz<br />

novamente os cristais, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> as impurezas no solvente. Isto ocorre porque, geralmente,<br />

moléculas estranhas não entram na re<strong>de</strong> cristalina que está sen<strong>do</strong> formada.<br />

A recristalização <strong>de</strong>senvolve-se em várias etapas:<br />

1 - Escolha <strong>do</strong> solvente<br />

O solvente <strong>de</strong>ve aten<strong>de</strong>r a certos crité<strong>rio</strong>s para ser usa<strong>do</strong> na recristalização <strong>de</strong> um da<strong>do</strong><br />

composto:<br />

a) O composto a ser purifica<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve ser bem solúvel a quente e relativamente insolúvel a f<strong>rio</strong><br />

(isto minimiza perdas), enquanto que as impurezas <strong>de</strong>vem ser solúveis a f<strong>rio</strong>. Outra possibilida<strong>de</strong><br />

a ser consi<strong>de</strong>rada é que as impurezas sejam insolúveis no solvente a quente, <strong>de</strong> forma que<br />

possam ser separadas por filtração a quente.<br />

b) O solvente <strong>de</strong>ve ser inerte frente ao soluto.<br />

c) É necessá<strong>rio</strong> que o ponto <strong>de</strong> ebulição <strong>do</strong> solvente seja menor que o ponto <strong>de</strong> fusão <strong>do</strong><br />

soluto, evitan<strong>do</strong>-se com esta precaução que o soluto precipite como um "óleo".<br />

Caso o composto seja conheci<strong>do</strong>, uma con<strong>sul</strong>ta à literatura pertinente informará o solvente a<br />

utilizar. Se for <strong>de</strong>sconheci<strong>do</strong>, será necessá<strong>rio</strong> <strong>de</strong>terminar o melhor solvente por tentativas,<br />

utilizan<strong>do</strong> pequenas quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> material. Deve-se ter em mente os princípios gerais <strong>de</strong><br />

solubilida<strong>de</strong>: compostos polares são insolúveis em solventes apolares e solúveis em solventes<br />

polares e, contrariamente, compostos apolares são mais solúveis em solventes não polares.<br />

Muitas vezes é vantajosa a utilização <strong>de</strong> misturas <strong>de</strong> solventes.<br />

2 - Dissolução<br />

Deve ocorrer <strong>de</strong> preferência na capela para evitar a inalação <strong>de</strong> vapores <strong>de</strong> solventes. O<br />

material a ser purifica<strong>do</strong> é coloca<strong>do</strong> em frasco <strong>de</strong> Erlenmeyer <strong>de</strong> tamanho apropria<strong>do</strong>,<br />

juntamente com alguns mL <strong>do</strong> solvente escolhi<strong>do</strong>. O frasco é então aqueci<strong>do</strong> (chapa elétrica ou<br />

banho <strong>de</strong> água quente) com agitação, adicionan<strong>do</strong>-se lentamente mais solvente, em sua<br />

temperatura <strong>de</strong> ebulição, à mistura em ebulição, até que to<strong>do</strong> sóli<strong>do</strong> esteja dissolvi<strong>do</strong>. No caso<br />

<strong>de</strong> uma pequena porção <strong>de</strong> material permanecer insolúvel, <strong>de</strong>ve-se evitar adicionar muito<br />

solvente, pois po<strong>de</strong> se tratar <strong>de</strong> impureza insolúvel, que será removida poste<strong>rio</strong>rmente.<br />

Quan<strong>do</strong> o meio <strong>de</strong> dissolução mais apropria<strong>do</strong> é uma mistura <strong>de</strong> solventes, proce<strong>de</strong>-se da<br />

seguinte forma: o sóli<strong>do</strong> a se purifica<strong>do</strong> é dissolvi<strong>do</strong> a quente no solvente on<strong>de</strong> for mais solúvel<br />

e, a seguir adiciona-se, também a quente e lentamente, o solvente responsável pelo <strong>de</strong>créscimo<br />

da solubilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> soluto no meio, até o aparecimento <strong>de</strong> uma ligeira turvação. Adiciona-se então<br />

algumas gotas <strong>do</strong> primeiro solvente.<br />

Impurezas solúveis e coloridas po<strong>de</strong>m muitas vezes ser removidas com tratamento com<br />

pequenas quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> carvão ativo adicionadas cuida<strong>do</strong>samente à solução quente (não<br />

adicione à solução em ebulição!), com subseqüente aquecimento à ebulição da mistura<br />

re<strong>sul</strong>tante por alguns minutos.<br />

3 - Filtração a quente<br />

Para remover as impurezas sólidas, a solução quente <strong>de</strong>verá ser filtrada por filtração<br />

gravitacional, empregan<strong>do</strong> funil <strong>de</strong> colo curto (preferencialmente pré-aqueci<strong>do</strong>) e papel <strong>de</strong> filtro<br />

preguea<strong>do</strong>. O filtra<strong>do</strong> será recolhi<strong>do</strong> num segun<strong>do</strong> frasco <strong>de</strong> Erlenmeyer. No caso <strong>de</strong> ocorrer<br />

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cristalização no papel ou no filtro, po<strong>de</strong>-se dissolver os cristais com um pouco <strong>de</strong> solvente<br />

quente.<br />

4 - Cristalização<br />

Deixar a solução resfriar lentamente, sempre em frasco <strong>de</strong> erlenmeyer, permitin<strong>do</strong> que os<br />

cristais cresçam bem forma<strong>do</strong>s. Se não ocorrer a cristalização, esta po<strong>de</strong>rá ser induzida com a<br />

adição <strong>de</strong> alguns cristais puros <strong>do</strong> composto ou por atrito das pare<strong>de</strong>s <strong>do</strong> frasco com um bastão<br />

<strong>de</strong> vidro. Algumas vezes será necessá<strong>rio</strong> completar a cristalização imergin<strong>do</strong> o frasco num banho<br />

<strong>de</strong> gelo-água.<br />

5 - Filtração<br />

A mistura resfriada <strong>de</strong> cristais e solução <strong>de</strong>verá ser filtrada empregan<strong>do</strong>-se funil <strong>de</strong> Büchner e<br />

frasco <strong>de</strong> Kitassato conecta<strong>do</strong> em trompa d'água. Os cristais re<strong>sul</strong>tantes <strong>de</strong>verão ser lava<strong>do</strong>s<br />

com um pouco <strong>de</strong> solvente f<strong>rio</strong>.<br />

6 - Secagem <strong>do</strong>s cristais<br />

Depen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> da natureza <strong>do</strong> composto recristaliza<strong>do</strong> e <strong>do</strong> solvente emprega<strong>do</strong>, a secagem<br />

<strong>do</strong>s cristais po<strong>de</strong> ser efetuada:<br />

a.) por simples exposição ao ambiente (compostos estáveis ao ar, não higroscópicos e<br />

provenientes <strong>de</strong> recristalização on<strong>de</strong> se empregou solvente volátil),<br />

b) em estufa (compostos estáveis ao ar, não higroscópicos e solvente menos volátil)<br />

c) em <strong>de</strong>sseca<strong>do</strong>r (compostos sensíveis às condições atmosféricas).<br />

EXPERIMENTO 1: Preparação e Purificação <strong>do</strong> Áci<strong>do</strong> Acetilsalicílico<br />

COOH<br />

OH<br />

COOH<br />

OCOCH3<br />

H2SO4<br />

+ (CH3CO)2O<br />

+<br />

CH3COOH<br />

Em balão <strong>de</strong> fun<strong>do</strong> re<strong>do</strong>n<strong>do</strong> <strong>de</strong> boca esmerilhada <strong>de</strong> 100 mL colocar 5 g <strong>de</strong> áci<strong>do</strong> salicílico<br />

(pesa<strong>do</strong>s em papel-filtro), cuidan<strong>do</strong> para que não fique a<strong>de</strong>ri<strong>do</strong> às pare<strong>de</strong>s <strong>do</strong> balão. Adicionar<br />

10 mL <strong>de</strong> anidri<strong>do</strong> acético e, com cuida<strong>do</strong>, 2 gotas <strong>de</strong> áci<strong>do</strong> <strong>sul</strong>fúrico concentra<strong>do</strong>. Adaptar um<br />

con<strong>de</strong>nsa<strong>do</strong>r para refluxo e aquecer a mistura, em banho-maria entre 50-60 o C, com agita<strong>do</strong>r<br />

magnético, durante 30 minutos. Observa-se, durante o aquecimento, a formação <strong>de</strong> precipita<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> coloração branca.<br />

Transcorri<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> aquecimento verificar se ocorreu a conversão completa <strong>do</strong> áci<strong>do</strong><br />

salicílico testan<strong>do</strong> a presença <strong>de</strong> hidroxila fenólica. Para tal, tomar uma pequena alíquota da<br />

mistura, colocar em um tubo <strong>de</strong> ensaio e adicionar algumas gotas <strong>de</strong> solução aquosa <strong>de</strong> FeCl 3 a<br />

1%. A ausência <strong>de</strong> hidroxila fenólica é indicada pela manutenção da coloração <strong>do</strong> reagente.<br />

Faça, também, o teste com o áci<strong>do</strong> salicílico <strong>de</strong> partida, para fins <strong>de</strong> comparação.<br />

Se o teste mostrar-se negativo para hidroxila fenólica, resfriar o frasco <strong>de</strong> reação em banho<br />

<strong>de</strong> gelo, adicionar 100mL <strong>de</strong> água gelada, agitar para suspen<strong>de</strong>r o sóli<strong>do</strong> e filtrar em funil <strong>de</strong><br />

Büchner lavan<strong>do</strong>-o com uma pequena porção <strong>de</strong> água gelada. Reserve uma pequena porção <strong>do</strong><br />

produto bruto para testes cromatográficos.<br />

Recristalizar o restante dissolven<strong>do</strong> o sóli<strong>do</strong> na menor quantida<strong>de</strong> possível <strong>de</strong> etanol 95% à<br />

ebulição. Filtrar a quente, se necessá<strong>rio</strong>, em papel preguea<strong>do</strong>, receben<strong>do</strong> o filtra<strong>do</strong> sobre 80 mL<br />

<strong>de</strong> água morna (~50 o C). Resfriar lentamente, recolher o precipita<strong>do</strong> em funil <strong>de</strong> Büchner e secar<br />

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ao ar. Repetir o teste para hidroxila fenólica para certificar-se <strong>de</strong> que não ocorreu hidrólise<br />

durante a recristalização. Após completamente seco, pese o produto para o cálculo <strong>de</strong><br />

rendimento e <strong>de</strong>termine o ponto <strong>de</strong> fusão, comparan<strong>do</strong>-o com o valor <strong>de</strong>scrito na literatura. Ao<br />

final, transfira o AAS para o frasco correspon<strong>de</strong>nte, a<strong>de</strong>quadamente rotula<strong>do</strong>.<br />

REFERÊNCIAS<br />

1. VOGEL, Textbook of Practical Organic Chemistry, 5 th ed.<br />

2. HARWOOD, L.M.; MOODY, C.J., Experimental Organic Chemistry, Blackwell Scientific<br />

Publications, Oxford, 1989.<br />

3. PAVIA, D.L.; LAMPMAN, G.M.; KRIZ, G.S.; ENGEL, R.G. Introduction to Organic<br />

Laboratory Techniques – a Small Scale Approach, Saun<strong>de</strong>rs College Publishing, Orlan<strong>do</strong>,<br />

USA, 1988.<br />

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7 – POLIMERIZAÇÃO INTERFACIAL<br />

Os plásticos são usa<strong>do</strong>s em <strong>gran<strong>de</strong></strong> escala na produção <strong>de</strong> embalagens, principalmente <strong>de</strong><br />

produtos alimentícios, utensílios <strong>do</strong>mésticos e eletro-<strong>do</strong>mésticos, além <strong>de</strong> suas aplicações<br />

científico-tecnológicas e em diversas áreas da indústria. A popularização <strong>do</strong>s plásticos se<br />

<strong>de</strong>ve, basicamente, ao seu baixo custo <strong>de</strong> produção, baixa <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>, elevada resistência<br />

química e à possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu uso na fabricação <strong>de</strong> peças nas mais variadas formas,<br />

tamanhos e cores.<br />

O plástico é, geralmente, uma molécula sintética, ou seja, produzida pelo homem, chamada<br />

<strong>de</strong> polímero (<strong>do</strong> grego: poli - muitas, mero - partes). Os polímeros são moléculas gigantes,<br />

geralmente <strong>de</strong> origem orgânica, constituídas pela união <strong>de</strong> moléculas <strong>de</strong> baixa massa<br />

molecular, <strong>de</strong>nominadas monômeros, através <strong>de</strong> reações químicas (Figura 1). Portanto, os<br />

polímeros po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s quimicamente como sen<strong>do</strong> moléculas relativamente <strong>gran<strong>de</strong></strong>s,<br />

<strong>de</strong> massas moleculares da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 1.000 a 1.000.000, em cuja estrutura se encontram<br />

unida<strong>de</strong>s químicas simples repetidas (meros). Polietileno, polipropileno, poliestireno, poliéster,<br />

nylon e teflon® são exemplos <strong>de</strong> polímeros industriais.<br />

Os polímeros são classifica<strong>do</strong>s quanto às suas proprieda<strong>de</strong>s químicas, físicas e estruturais.<br />

Entretanto, também po<strong>de</strong>m ser agrupa<strong>do</strong>s em função <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> reação utilizada em sua<br />

obtenção e quanto à técnica <strong>de</strong> polimerização empregada. Esses fatores afetam<br />

significativamente as características <strong>do</strong>s polímeros produzi<strong>do</strong>s.<br />

Em 1929, Carothers dividiu as polimerizações em <strong>do</strong>is grupos, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a<br />

composição ou estrutura <strong>do</strong>s polímeros. Segun<strong>do</strong> esta classificação, as polimerizações po<strong>de</strong>m<br />

ser por adição (poliadição) ou por con<strong>de</strong>nsação (policon<strong>de</strong>nsação). Na poliadição, a ca<strong>de</strong>ia<br />

polimérica é formada através <strong>de</strong> reações <strong>de</strong> adição <strong>do</strong>s monômeros (geralmente com uma<br />

dupla ligação), enquanto, na policon<strong>de</strong>nsação, a reação se passa entre monômeros<br />

polifuncionais, ou entre monômeros diferentes, usualmente ocorren<strong>do</strong> a eliminação <strong>de</strong><br />

moléculas <strong>de</strong> baixo peso molecular, como a água e amônia (Figura 1).<br />

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Anos mais tar<strong>de</strong>, em 1953, Flory generalizou e aperfeiçoou esta classificação, utilizan<strong>do</strong><br />

como crité<strong>rio</strong> o mecanismo <strong>de</strong> reação envolvi<strong>do</strong> na polimerização, dividin<strong>do</strong> as reações em<br />

polimerizações em ca<strong>de</strong>ia e em etapas, que correspon<strong>de</strong>m, respectivamente, às poliadições e<br />

policon<strong>de</strong>nsações. Com esta nova classificação, polímeros que antes eram incorretamente<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s como produtos <strong>de</strong> poliadição, como os poliuretanos (que não liberam moléculas<br />

<strong>de</strong> baixo peso molecular, mas são caracteristicamente obti<strong>do</strong>s por uma reação <strong>de</strong><br />

con<strong>de</strong>nsação), receberam uma classificação mais precisa, sen<strong>do</strong> consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s provenientes<br />

<strong>de</strong> polimerizações em etapas.<br />

O nylon foi a primeira <strong>de</strong> todas as fibras sintéticas, feita a partir <strong>do</strong> petróleo, gás natural, ar<br />

e água. Foi <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> em 1937 pelo professor americano <strong>de</strong> química orgânica W.H.<br />

Carothers. O termo nylon é o nome genérico utiliza<strong>do</strong> para <strong>de</strong>screver as poliamidas<br />

sintetizadas; as poliamidas são um grupo importante <strong>de</strong> polímeros as quais incluem as<br />

proteínas <strong>de</strong> ocorrência natural. O número que se encontra <strong>de</strong>pois <strong>do</strong> termo nylon refere-se ao<br />

número <strong>de</strong> carbonos existentes entre sucessivos grupos <strong>de</strong> amidas na ca<strong>de</strong>ia. Por exemplo, o<br />

nylon 6,6 é prepara<strong>do</strong> a partir <strong>de</strong> <strong>do</strong>is monômeros e tem a seguinte estrutura mostrada na<br />

figura 1, a qual apresenta uma sequência <strong>de</strong> seis e seis <strong>de</strong> carbono entre os átomos <strong>de</strong><br />

nitrogênio.<br />

A polimerização interfacial consiste na dissolução <strong>de</strong> <strong>do</strong>is monômeros “complementares”<br />

em <strong>do</strong>is solventes imiscíveis. O polímero forma-se na superfície <strong>de</strong> contacto da fase aquosa<br />

com a fase orgânica, originan<strong>do</strong> uma fina camada <strong>de</strong> polímero, que é poste<strong>rio</strong>rmente retirada<br />

e tratada. Este tipo <strong>de</strong> polimerização baseada na inexistência <strong>de</strong> equilíb<strong>rio</strong> tem certas<br />

vantagens relativamente à polimerização em massa: não necessita <strong>de</strong> elevadas temperaturas,<br />

pois ocorre à temperatura ambiente; o tempo <strong>de</strong> reação é rápi<strong>do</strong>; não necessita <strong>de</strong><br />

equivalência estequiométrica exata.<br />

EXPERIMENTO<br />

Em um copo <strong>de</strong> 250 mL dissolva 7,0 mmol <strong>de</strong> cloreto <strong>de</strong> sebacoíla em 50 mL <strong>de</strong> solvente<br />

clora<strong>do</strong>. Em seguida dissolva 14,0 mmol <strong>de</strong> NaOH em 50 mL <strong>de</strong> água conten<strong>do</strong> num copo <strong>de</strong><br />

100 mL e adicione 7,0 mmol <strong>de</strong> hexametilenodiamina. Transfira cuida<strong>do</strong>samente essa solução<br />

para o copo que contém a solução <strong>de</strong> cloreto <strong>de</strong> sebacoíla., evite turbulência. Com a ajuda <strong>de</strong><br />

uma pinça remova o filme que se forma na interface das soluções. O fio que se forma <strong>de</strong>ve ser<br />

lava<strong>do</strong> em uma solução conten<strong>do</strong> uma mistura 1:1 acetona:água e <strong>de</strong>pois numa solução 1:1<br />

etanol:água. Lave o novelo com bastante etanol e <strong>de</strong>pois água. Espalhe no vidro <strong>de</strong> relógio e<br />

<strong>de</strong>ixe secar ao ar. Determine o pf <strong>do</strong> polímero e caracterize por IV.<br />

REFERÊNCIAS<br />

1. MANO, E. B.; DIAS, M. L.; OLIVEIRA, C.M.F; Química experimental <strong>de</strong> polímeros, Edgard<br />

Blücher, São Paulo , 2004.<br />

2. MANO, E. B.; MENDES, L.C.; Introdução a polímeros, 2ed, Edgard Blücher, São Paulo ,<br />

2004.<br />

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8 – SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DA -FENILETILAMINA<br />

8.1 Síntese <strong>do</strong> formiato <strong>de</strong> amônio<br />

8.2 Síntese da -feniletilformamida<br />

8.3 Purificação e hidrólise da -feniletilformamida<br />

8.4 Caracterização da -feniletilamina<br />

A -feniletilamnina será sintetizada a partir da acetofenona. Numa primeira etapa a<br />

acetofenona reage com o formiato <strong>de</strong> amônio forman<strong>do</strong> a -feniletilformamida (equação 1). O<br />

éster é então hidroliza<strong>do</strong> em meio áci<strong>do</strong> conduzin<strong>do</strong> ao cloridrato (equação 2) que, em meio<br />

básico, forma a amina (equação 3).<br />

C6H5COCH3 + 2 HCO2NH4 C6H5CH(NHCHO)CH3 + 2 H2O + NH3 + CO2 (Eq. 1)<br />

C6H5CH(NHCHO)CH3 + H2O + HCl [C6H5CH( + NH3)CH3]Cl - + 2 HCO2H (Eq. 2)<br />

[C6H5CH( + NH3)CH3]Cl - + NaOH C6H5CH(NH2)CH3 + NaCl + H2O (Eq. 3)<br />

8.1 – SÍNTESE DO FORMIATO DE AMÔNIO<br />

Pesar 100 g (1,04 mol) <strong>de</strong> carbonato <strong>de</strong> amônio [(NH4)2CO3 ] em béquer <strong>de</strong> 500 mL;<br />

adicionar cuida<strong>do</strong>samente áci<strong>do</strong> fórmico a 85 % (HCO2H, 84 mL, 2,04 mol). Há copiosa<br />

evolução <strong>de</strong> CO2 durante a adição.<br />

Após a adição, aquecer o conteú<strong>do</strong> <strong>do</strong> béquer em chapa quente até dissolução total e<br />

resfriar em banho <strong>de</strong> gelo-água para cristalizar o formiato <strong>de</strong> amônio. Filtrar em funil <strong>de</strong><br />

Büchner sob vácuo e guardar os cristais em <strong>de</strong>sseca<strong>do</strong>r para a próxima aula. Pesar e<br />

<strong>de</strong>terminar o rendimento.<br />

8.2.1 – SÍNTESE DA -FENILETILFORMAMIDA<br />

Coloque 50 g <strong>de</strong> formiato <strong>de</strong> amônio, 30 g <strong>de</strong> acetofenona e algumas aparas <strong>de</strong> porcelana<br />

porosa em um balão <strong>de</strong> 250 mL provi<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma entrada lateral para inserção <strong>de</strong> termômetro.<br />

Conecte o balão a um separa<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Dean-Stark modifica<strong>do</strong>, o qual <strong>de</strong>ve ser encabeça<strong>do</strong> por<br />

um con<strong>de</strong>nsa<strong>do</strong>r <strong>de</strong> refluxo.<br />

Aqueça o balão utilizan<strong>do</strong> uma manta <strong>de</strong> aquecimento. A mistura inicialmente fun<strong>de</strong>,<br />

produzin<strong>do</strong> duas fases e, então, começa a <strong>de</strong>stilação (<strong>de</strong>stilam água, acetofenona e<br />

carbonato <strong>de</strong> amônio). O <strong>de</strong>stila<strong>do</strong>, composto <strong>de</strong> acetofenona e <strong>de</strong> uma fase aquosa,<br />

acumula-se no reservató<strong>rio</strong> lateral <strong>do</strong> aparelho <strong>de</strong> Dean-Stark. A torneira <strong>de</strong> duas vias permite<br />

remover a fase aquosa e <strong>de</strong>volver a acetofenona ao balão. A mistura torna-se homogênea a<br />

cerca <strong>de</strong> 150-155 °C e a reação prossegue, com formação <strong>de</strong> um pouco <strong>de</strong> espuma. Continue<br />

o aquecimento até 180 °C, sempre removen<strong>do</strong> pe<strong>rio</strong>dicamente a fase aquosa e <strong>de</strong>volven<strong>do</strong> a<br />

acetofenona <strong>de</strong>stilada à mistura reacional. Mantenha o aquecimento por mais 45 minutos,<br />

cuidan<strong>do</strong> para que a temperatura fique entre 180-185°C. Resfrie a mistura reacional.<br />

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8.2.2E HIDRÓLISE DA -FENILETILFORMAMIDA<br />

Remova o aparelho <strong>de</strong> Dean-Stark e o con<strong>de</strong>nsa<strong>do</strong>r <strong>de</strong> refluxo <strong>do</strong> balão <strong>de</strong> reação,<br />

adicione 30 mL <strong>de</strong> tolueno e, cuida<strong>do</strong>samente, 50 mL <strong>de</strong> áci<strong>do</strong> clorídrico concentra<strong>do</strong>.<br />

Recoloque um con<strong>de</strong>nsa<strong>do</strong>r <strong>de</strong> refluxo sobre o balão e aqueça a mistura bifásica sob refluxo<br />

bran<strong>do</strong> por 30 minutos. Resfrie à temperatura ambiente, dissolva os cristais que tenham se<br />

forma<strong>do</strong> com uma quantida<strong>de</strong> mínima <strong>de</strong> água (cerca <strong>de</strong> 45 mL são suficientes), separe as<br />

fases e lave a fase aquosa com éter (2 vezes, 30 e 15 mL). Guar<strong>de</strong> a fase aquosa que contém<br />

o cloreto <strong>de</strong> α-(fenil)-etil-amônio num erlenmeyer <strong>de</strong> 500 mL.<br />

8.3 –PURIFICAÇÃO DA -FENILETILFORMAMIDA<br />

Adicione cautelosamente uma solução <strong>de</strong> NaOH (preparada pela dissolução <strong>de</strong> 35 g <strong>de</strong> NaOH<br />

em 80 mL <strong>de</strong> água) à solução ácida <strong>de</strong> cloreto <strong>de</strong> α-(fenil)-etil-amônio obtida na aula ante<strong>rio</strong>r.<br />

Se o pH da mistura ficar abaixo <strong>de</strong> 10 adiciona mais NaOH. Resfrie à temperatura ambiente,<br />

adicione 30 mL <strong>de</strong> éter e separe as fases. Extraia a fase aquosa com 2 porções <strong>de</strong> 15 mL <strong>de</strong><br />

éter etílico. Junte as fases orgânicas, seque com pastilhas <strong>de</strong> NaOH (po<strong>de</strong> ser necessá<strong>rio</strong><br />

<strong>de</strong>cantar a fase orgânica para outro erlenmeyer seco e repetir a secagem com mais pastilhas<br />

<strong>de</strong> NaOH) e filtre. Evapore o éter etílico num evapora<strong>do</strong>r rotató<strong>rio</strong> e <strong>de</strong>stile o líqui<strong>do</strong> restante,<br />

coletan<strong>do</strong> a α-(fenil)-etil-amina entre 180-185 °C. Pesar e <strong>de</strong>terminar o rendimento.<br />

8.4 – CARACTERIZAÇÃO DA -FENILETILAMINA (índice <strong>de</strong> refração, IV, RMN 1 H, teste <strong>de</strong><br />

Rimini)<br />

Teste <strong>de</strong> Rimini: Determina a presença <strong>de</strong> aminas primárias alifáticas. Em um tubo <strong>de</strong><br />

ensaio, dissolver 2 ou 3 gotas da amostra em 1 mL <strong>de</strong> acetona (livre <strong>de</strong> acetal<strong>de</strong>í<strong>do</strong>). Agitar e<br />

adicionar 2 gotas <strong>de</strong> solução <strong>de</strong> nitroprussiato <strong>de</strong> sódio 5%. A positivida<strong>de</strong> é dada pelo<br />

aparecimento <strong>de</strong> cor roxa em 2 minutos.<br />

REFERÊNCIAS<br />

1. VOGEL, A. I.; Química orgânica, análise orgânica qualitativa. 2ª ed. Ao Livro Técnico<br />

S.A. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 1977.<br />

2. INGERSOLL, A. W.; Organic Syntesis, Collective vol. 2, 503-506.<br />

3. SHRINER, R. L.; FUSON, R. C.; CURTIN, D. Y.; MORRILL, T. C.; I<strong>de</strong>ntificação Sistemática<br />

<strong>do</strong>s compostos orgânicos: Manual <strong>de</strong> laborató<strong>rio</strong>, 6ª ed. Guanabara Dois. Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

1983.<br />

4. SHRINER, R. L.; FUSON, R. C.; CURTIN, D. Y.; MORRILL, T. C.; The Systematic<br />

I<strong>de</strong>ntification of Organic Compounds, 7th ed. John Wiley and Sons, New York, USA, 1998.<br />

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9 – RESOLUÇÃO DA -FENILETILAMINA<br />

A quiralida<strong>de</strong> molecular é um elemento chave em nossas vidas. Com efeito, uma ampla<br />

gama <strong>de</strong> funções físicas e biológicas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>do</strong> reconhecimento da assimetria molecular.<br />

Uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> funções responsáveis pelo metabolismo e por numerosas respostas<br />

biológicas ocorrem porque as enzimas e outros sítios ativos naturais reconhecem substratos<br />

com <strong>de</strong>terminada quiralida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> atuar com enantiômeros <strong>de</strong> maneiras totalmente<br />

distintas. Processos ópticos e eletrônicos também ocorrem <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a conjuntos altamente<br />

or<strong>de</strong>na<strong>do</strong>s <strong>de</strong> moléculas quirais. Além disso, as proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> macromoléculas altamente<br />

estereoregulares, sejam naturais ou produzidas pelo homem, são muito diferentes <strong>do</strong>s<br />

polímeros randômicos.<br />

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Sempre que uma reação é conduzida sob condições aquirais, os produtos obti<strong>do</strong>s são<br />

aquirais. Se as moléculas <strong>do</strong> produto são quirais, obtém-se quantida<strong>de</strong>s iguais <strong>do</strong>s<br />

enantiômeros, isto é, uma mistura racêmica. A separação <strong>de</strong> uma mistura racêmica nos<br />

respectivos enantiômeros era chamada ante<strong>rio</strong>rmente <strong>de</strong> resolução. É possível obter uma<br />

separação parcial se um enantiômero está presente em excesso sobre o outro e, também,<br />

separação completa quan<strong>do</strong> cada enantiômero é obti<strong>do</strong> isoladamente.<br />

Pasteur <strong>de</strong>senvolveu no século passa<strong>do</strong> a separação enantiomérica <strong>de</strong> uma mistura<br />

racêmica <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> a mesma reagir com um auxiliar quiral. Isso converte os <strong>do</strong>is enantiômeros<br />

em <strong>do</strong>is diastereoisômeros que po<strong>de</strong>m ser separa<strong>do</strong>s através <strong>de</strong> técnicas como cristalização<br />

fracionada ou cromatografia. Essa separação é eficiente porque, embora as proprieda<strong>de</strong>s<br />

físicas <strong>do</strong>s enantiômeros sejam idênticas, não permitin<strong>do</strong> sua separação por méto<strong>do</strong>s físicos,<br />

as proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s diastereoisômeros são, em geral, bem diferentes entre si, permitin<strong>do</strong> sua<br />

separação. As purificação <strong>do</strong>s diastereoisômeros, seguida pela <strong>de</strong>composição <strong>de</strong> cada um<br />

separadamente permite isolar ambos os enantiômeros.<br />

É preciso fazer uma escolha cuida<strong>do</strong>sa <strong>do</strong> auxiliar quiral. Ele <strong>de</strong>ve reagir quantitativamente,<br />

os diastereoisômeros obti<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vem ser separáveis por algum méto<strong>do</strong>s prático, os<br />

diastereoisômeros separa<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vem ser facilmente reconverti<strong>do</strong>s aos enantiômeros <strong>de</strong><br />

partida. A reação mais utilizada é a reação áci<strong>do</strong>-base, que se processa com rapi<strong>de</strong>z e<br />

usualmente origina sais capazes <strong>de</strong> serem facilmente separa<strong>do</strong>s por cristalização fracionada.<br />

Uma vez purifica<strong>do</strong>s esses sais são trata<strong>do</strong>s com áci<strong>do</strong>s minerais ou soluções aquosas<br />

básicas para liberar os enantiômeros <strong>de</strong>seja<strong>do</strong>s. As bases orgânicas mais comuns são as<br />

aminas, que po<strong>de</strong>m ser combinadas com áci<strong>do</strong>s carboxílicos ou <strong>sul</strong>fônicos. Se a amina é a<br />

forma racêmica a ser resolvida, a reação é feita com um áci<strong>do</strong> quiral para dar os sais<br />

diastereoisoméricos. A separação <strong>do</strong>s sais, seguida pelo tratamento <strong>de</strong> cada um com<br />

hidróxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> sódio, produz os enantiômeros da amina. Do mesmo mo<strong>do</strong>, um áci<strong>do</strong> racêmico<br />

po<strong>de</strong> ser resolvi<strong>do</strong> com o uso <strong>de</strong> uma amina quiral. Nas prática, muitos áci<strong>do</strong>s e bases<br />

oticamente ativos são compostos <strong>de</strong> ocorrência natural e, por isso, são usa<strong>do</strong>s comumente<br />

como agentes <strong>de</strong> resolução fácil.<br />

Para comparar com precisão as medidas <strong>de</strong> <strong>de</strong>svio da luz polarizada <strong>de</strong> várias amostras,<br />

todas as variáveis <strong>de</strong>vem ser especificadas. Para converter as medidas a uma base mais<br />

sistemática, <strong>de</strong>fine-se uma quantida<strong>de</strong> chamada ROTAÇÃO ESPECÍFICA [, como sen<strong>do</strong> a<br />

rotação em graus produzida em luz planopolarizada por 1 g <strong>de</strong> substância em 1 ml e solição<br />

quan<strong>do</strong> o comprimento da célula é <strong>de</strong> 1 <strong>de</strong>címetro. O valor da rotação po<strong>de</strong> ser positivo<br />

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(senti<strong>do</strong> horá<strong>rio</strong>) ou negativo (senti<strong>do</strong> anti-horá<strong>rio</strong>) e é uma característica <strong>do</strong> composto<br />

examina<strong>do</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que as <strong>de</strong>mais variáveis sejam mantidas constantes.<br />

[] =<br />

rotação observada<br />

comprimento da célula (dm) x concentração (g/mL<br />

A linha D <strong>do</strong> sódio (5893 angstrom) e a temperatura <strong>de</strong> 25 0 C são a fonte luminosa e a<br />

temperatura mais freqüentemente empregadas. A notação []D 25 fornece essas informações.<br />

Uma vez que a rotação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>do</strong> solvente e da concentração, é comum especificar a<br />

concentração e o solvente logo após o valor <strong>de</strong> []D<br />

Para <strong>de</strong>terminação da rotação específica da amostra cada grupo <strong>de</strong>verá preparar uma<br />

solução 1% da amina <strong>de</strong>sejada em acetato <strong>de</strong> etila. Utilizar balão volumétrico <strong>de</strong> 25mL.<br />

Realizar a medida no polarímetro e <strong>de</strong>terminar a pureza óptica da amostra.<br />

EXPERIMENTO<br />

Obtenção <strong>do</strong>s diastereoisômeros: Uma mistura <strong>de</strong> 6g <strong>de</strong> áci<strong>do</strong> tartárico (enantiômero<br />

natural - 2R, 3R) e 85 mL <strong>de</strong> metanol são coloca<strong>do</strong>s em um erlenmeyer <strong>de</strong> 500 mL e<br />

aqueci<strong>do</strong>s até próximo à ebulição, em capela, até a dissolução <strong>do</strong> áci<strong>do</strong>. A seguir são<br />

adiciona<strong>do</strong>s lentamente (3 – 5 min) 5 mL <strong>de</strong> -feniletilamina racêmica, manten<strong>do</strong>-se o sistema<br />

aqueci<strong>do</strong>. A solução re<strong>sul</strong>tante é tampada e armazenada até a aula seguinte.<br />

Recuperação da S(-)--feniletilamina: Após o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> repouso observa-se a formação <strong>de</strong><br />

cristais <strong>do</strong> sal (-)-amina(+)-hidrogenotartarato, que é menos solúvel e forma cristais<br />

prismáticos. Se ocorrer a formação <strong>de</strong> cristais na forma <strong>de</strong> agulhas, esses são constituí<strong>do</strong>s<br />

principalmente pelo outro isômero, levan<strong>do</strong> a uma pureza óptica menor. O sal é filtra<strong>do</strong> em<br />

funil <strong>de</strong> Buchner e lava<strong>do</strong> com um pequeno volume <strong>de</strong> metanol. O líqui<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve ser<br />

armazena<strong>do</strong> para poste<strong>rio</strong>r tratamento (Solução R).<br />

Em um erlenmeyer <strong>de</strong> 250mL são coloca<strong>do</strong>s os cristais <strong>do</strong> sal (-), juntamente com 15mL <strong>de</strong><br />

água, aos quais são adiciona<strong>do</strong>s 5 mL <strong>de</strong> solução <strong>de</strong> NaOH 50%. A mistura re<strong>sul</strong>tante é<br />

agitada por 5 minutos e <strong>de</strong>pois colocada em um funil <strong>de</strong> separação. A amina dissolvida é<br />

extraída usan<strong>do</strong> 4 porções <strong>de</strong> 15mL <strong>de</strong> éter etílico. Observar que a fração orgânica vai<br />

constituir a fase supe<strong>rio</strong>r no funil <strong>de</strong> separação, a qual <strong>de</strong>verá ser recolhida em cada etapa. As<br />

4 frações orgânicas são combinadas, lavadas com 15mL <strong>de</strong> solução aquosa saturada <strong>de</strong><br />

cloreto <strong>de</strong> sódio (adicionar a sol. <strong>de</strong> NaCl, misturar bem e separar as fases) e secas com<br />

<strong>sul</strong>fato <strong>de</strong> magnésio (adicionar o sal, agitar por 5 a 10 min. e filtrar). O éter etílico é removi<strong>do</strong><br />

num evapora<strong>do</strong>r rotató<strong>rio</strong> e a amina re<strong>sul</strong>tante é pesada e analisada em um polarímetro para<br />

<strong>de</strong>terminação da pureza óptica.<br />

Recuperação da R(+)--feniletilamina: Evaporar no evapora<strong>do</strong>r rotató<strong>rio</strong> o metanol presente<br />

no líqui<strong>do</strong> armazena<strong>do</strong> ante<strong>rio</strong>rmente (Solução R). Adicionar 15 mL <strong>de</strong> água ao sal residual,<br />

segui<strong>do</strong> <strong>de</strong> 5 mL <strong>de</strong> solução <strong>de</strong> NaOH 50%. A mistura re<strong>sul</strong>tante é agitada por 5 minutos e<br />

<strong>de</strong>pois colocada em um funil <strong>de</strong> separação. A amina dissolvida é extraída usan<strong>do</strong> 4 porções<br />

<strong>de</strong> 15mL <strong>de</strong> éter etílico. As 4 frações orgânicas obtidas são combinadas, lavadas com 15mL<br />

<strong>de</strong> solução aquosa saturada <strong>de</strong> cloreto <strong>de</strong> sódio e secas com <strong>sul</strong>fato <strong>de</strong> magnésio. O éter<br />

etílico é removi<strong>do</strong> num evapora<strong>do</strong>r rotató<strong>rio</strong> e a amina re<strong>sul</strong>tante é pesada e analisada em um<br />

polarímetro para <strong>de</strong>terminação da pureza óptica.<br />

25 .<br />

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Determinação da pureza óptica da amostra: A partir <strong>do</strong> valor <strong>de</strong> rotação obsevada calcule:<br />

o [], a pureza ótica e a proporção <strong>de</strong> cada enantiômero nas duas frações.<br />

A pureza óptica é a razão entre a rotação específica <strong>de</strong>terminada para a solução e a<br />

rotação específica da substância enantioméricamente pura encontrada na literatura (po<strong>de</strong>-se<br />

consi<strong>de</strong>rar o valor + 38 o para o isômero R enantiomericamente puro e - 38 o para o isômero S<br />

enantiomericamente puro).<br />

REFERÊNCIAS<br />

INGERSOLL, A.W.; FUSON, R.C.; ROSS, E. Organic Synthesis, Collective Vol. 2, 503-506.<br />

Assymetric Synthesis, Ed. Morrison, J.D.; Aca<strong>de</strong>mic Press, Vol. 1 a 5.<br />

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