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<strong>EEL</strong> - Escola de Engenharia de Lorena<br />

Universidade de São Paulo<br />

Campus <strong>USP</strong> - Lorena<br />

Profª Drª Jayne Carlos de Souza Barboza<br />

e<br />

Professor Dr. Carlos Roberto de Oliveira Almeida<br />

2006/2007


Química Orgânica II<br />

Por<br />

Profª Drª Jayne Carlos de Souza Barbosa<br />

(jayne@dequi.faenquil.br)<br />

e<br />

Prof. Dr. Carlos Roberto de Oliveira Almeida<br />

(croa@dequi.faenquil.br)<br />

Digitação e Edição<br />

Darcisa Miguel<br />

(darcisa@bol.com.br)<br />

e<br />

Gerson P. dos Santos<br />

(oldfriend@itelefonica.com.br)<br />

Diagramação, Edição de Arte, Capa e Produção Gráfica<br />

Gerson P. dos Santos<br />

Revisão de Texto<br />

Prof. Dr. Carlos Roberto de Oliveira Almeida


ÍNDICE<br />

Capítulo 1 Haletos de acila .......................................................... 2<br />

Processos de obtenção .............................................................. 2<br />

Propriedades químicas ............................................................. 11<br />

Capítulo 2 Anidridos .................................................................. 45<br />

Métodos de obtenção................................................................ 45<br />

Propriedades Químicas............................................................. 51<br />

Capítulo 3 Ésteres ...................................................................... 60<br />

Métodos de obtenção................................................................ 60<br />

Propriedades químicas dos ésteres ........................................ 66<br />

Noções de síntese orgânica ..................................................... 78<br />

Acetato de amila ........................................................................ 78<br />

Noções de síntese orgânica ..................................................... 81<br />

Síntese do ftalato de dimetila ................................................... 81<br />

Capítulo 4 Biodiesel – Gás natural – Biogás -<br />

Créditos de carbono ................................................ 83<br />

Biodiesel..................................................................................... 83<br />

Créditos de carbono................................................................ 101<br />

Biogás....................................................................................... 110<br />

Gás natural............................................................................... 111<br />

Capítulo 5 Amidas .................................................................... 123<br />

Processos de obtenção .......................................................... 123<br />

Propriedades químicas das amidas....................................... 134<br />

Noções de síntese orgânica ................................................... 149<br />

Benzamida................................................................................ 149<br />

Capítulo 6 Aminas .................................................................... 151<br />

Métodos de obtenção.............................................................. 152<br />

Propriedades das aminas ....................................................... 156<br />

Aminas Aromáticas (Aril Aminas).......................................... 161<br />

Alquilação ................................................................................ 167<br />

Teste de Hinsberg.................................................................... 170<br />

Noções de síntese orgânica ................................................... 172


Síntese da 2, 4, 6 tribromo anilina.......................................... 172<br />

Capítulo 7 Fenóis...................................................................... 174<br />

Substituição no anel................................................................ 182<br />

Fenóis – Obtenção e Propriedades........................................ 187<br />

Capítulo 8 Sais de diazônio / Azo compostos........................ 191<br />

Propriedades químicas ........................................................... 191<br />

Reações de copulação ............................................................ 195<br />

Capítulo 9 Ácidos Sulfônicos Alifáticos................................. 203<br />

Métodos de obtenção.............................................................. 203<br />

Propriedades físicas................................................................ 204<br />

Propriedades químicas ........................................................... 205<br />

Ácidos Sulfônicos Aromáticos............................................... 205<br />

Propriedades Físicas............................................................... 206<br />

Propriedades Químicas........................................................... 206<br />

Capítulo 10 Hidroxi e cetoácidos .............................................. 211<br />

Hidroxiácidos alifáticos .......................................................... 211<br />

Hidroxiácidos aromáticos....................................................... 215<br />

Aldoácidos ............................................................................... 215<br />

α-cetoácidos ............................................................................ 217<br />

β-cetoácidos............................................................................. 218<br />

Métodos de obtenção.............................................................. 219<br />

Lactonas................................................................................... 223


Referências Bibliográficas<br />

1 - BARBOSA, Luiz Cláudio de Almeida. Química Orgânica. Editora UFV.<br />

Viçosa, 2000.<br />

2 - BRESLOW, Ronald. Mecanismos de Racciones Orgánicas. Barcelona.<br />

Editorial Reverté S/A, 1.978.<br />

3 - BRUICE, Paula Yurkanis. Química Orgânica. Editora Pearson Prentice<br />

Hall. São Paulo, 2006.<br />

4 - CAMPOS, Marcello M. Fundamentos de Química Orgânica. São Paulo.<br />

Editora Edgard Blücher, 1.997.<br />

5 - DURST, H. D. Química Orgânica Experimental. Barcelona. Editorial<br />

Reverté S/A, 1.985.<br />

6 - GONÇALVES, Daniel; WAL, Eduardo, ALMEIDA, Roberto P. Química<br />

Orgânica Experimental. Rio de Janeiro. Editora McGraw Hill, 1.988.<br />

7 - HENDRICKSON, James B., CRAM, Donald J. Organic Chemistry.<br />

Tóquio. Editora McGraw Hill KogerKushe, 1.980.<br />

8 - MORRISON, Robert T. e BOYD, Robert N. Química Orgânica. Lisboa.<br />

Fundação Calouste Gulbenkian, 1.995.<br />

9 - QUINOÁ, Emílio e RIGUERA, Ricardo. Questões e Exercícios de<br />

Química Orgânica. São Paulo. Makron Books do Brasil Editora<br />

Ltda, 1996.<br />

10 - REUSCH, Willian H. Química Orgânica. São Paulo. Editora McGraw<br />

Hill, 1.979.<br />

11 - SAUNDERS J., WILLIAM H. Reações Iônicas Alifáticas. São Paulo.<br />

Editora Edgard Blücher, 1.979.<br />

12 - SOARES, Bluma G. e outros. Química Orgânica: Teoria e Técnicas de<br />

Purificação, Identificação de Compostos Orgânicos. Rio de<br />

Janeiro. Editora Guanabara, 1.988.<br />

13 - SOLOMONS, T. W. Grahan. Química Orgânica 1. Rio de Janeiro.<br />

Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda, 1.996.<br />

14 - SOLOMONS, Graham & FRYHLE, Graig. Química Orgânica. LTC -<br />

Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda. Rio de Janeiro, 2001.<br />

15 - STEWART, Ross. A Investigação das Reações Orgânicas. São Paulo.<br />

Editora Edgard Blücher Ltda, 1.968.<br />

16 - STOCK, Leon M. Reações de Substituição Aromáticas. São Paulo.<br />

Editora Edgard Blücher Ltda, 1.968.<br />

1


CAPÍTULO 1<br />

HALETOS DE ACILA<br />

Processos de obtenção<br />

1) Reação de ácidos orgânicos com tricloreto de fósforo ou<br />

pentacloreto de fósforo<br />

A reação com tricloreto de fósforo leva à formação de ácido<br />

fosforoso e do haleto de ácido correspondente.<br />

3 R C<br />

R C<br />

Cl<br />

R C<br />

Cl<br />

R C<br />

+<br />

+<br />

O<br />

OH<br />

O<br />

O<br />

OH<br />

+<br />

R C<br />

O H<br />

O<br />

O<br />

+ PCl 3 3 R C<br />

Cl<br />

Cl<br />

O<br />

H<br />

R C O<br />

O H<br />

P<br />

+ P<br />

O H<br />

+<br />

HO<br />

Cl<br />

HO<br />

HO<br />

O<br />

Cl<br />

+ H 3PO 3<br />

Cl R C O Pcl 2<br />

Pcl 2 R C<br />

O H<br />

O<br />

Cl<br />

Cl R C O<br />

POHCl R C<br />

P<br />

O H<br />

Cl R C O<br />

O<br />

O<br />

Cl<br />

H<br />

+<br />

+<br />

+<br />

HOPCl 2<br />

Cl<br />

POHCl + Cl<br />

P (OH) 2<br />

P(OH) 2 Cl<br />

+<br />

Cl<br />

2


Cl + R C<br />

PCl5<br />

O<br />

O<br />

H<br />

P(OH) 2 R C<br />

2 PCl 5 PCl 6 + PCl 4<br />

R C<br />

O<br />

OH<br />

PCl 6 PCl 5 + Cl<br />

R C<br />

O<br />

Cl<br />

HO P<br />

Cl<br />

O<br />

H<br />

Cl<br />

Cl<br />

H O P Cl<br />

H + Cl<br />

Cl<br />

Cl<br />

+ PCl 4 R C O<br />

Cl<br />

P<br />

Cl<br />

Δ<br />

Cl<br />

Cl<br />

HCl<br />

+<br />

O<br />

Cl<br />

O H<br />

Cl R C<br />

Cl<br />

HO P Cl<br />

Cl<br />

O PCl 3 + H<br />

+<br />

+<br />

Cl<br />

Cl<br />

P<br />

O<br />

Cl<br />

Cl<br />

P(OH) 3<br />

H 3PO 3<br />

Cl<br />

Cl<br />

+<br />

HO PCl 4<br />

⎯ Representar a reação do ácido butanóico com o tricloreto de fósforo<br />

indicando as etapas do mecanismo:<br />

3


C<br />

Cl<br />

+<br />

C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

OH<br />

C C C C<br />

C C C C<br />

C C C C<br />

O<br />

C C C C<br />

O<br />

Cl<br />

+ P<br />

O<br />

Cl<br />

O<br />

H<br />

+ P<br />

OH Cl<br />

O<br />

O<br />

H<br />

OH<br />

Cl + C C C C<br />

Reação global:<br />

3C C C C<br />

HO<br />

P<br />

OH<br />

Cl<br />

+ P<br />

O<br />

O<br />

OH<br />

HO<br />

Cl<br />

O<br />

H<br />

Cl C C C C O<br />

PCl 2 C C C C<br />

+<br />

O H<br />

Cl C C C C O<br />

O H<br />

Cl C C C C<br />

OH C C C C<br />

P(OH) 2 C C C C<br />

+ PCl 3 3C C C C<br />

O<br />

O<br />

Cl<br />

O<br />

H<br />

+<br />

P<br />

O<br />

Cl<br />

O<br />

Cl<br />

PCl 2 + Cl<br />

+<br />

HO PCl 2<br />

OH<br />

Cl<br />

+ Cl<br />

P(OH) 2Cl<br />

P(OH) 2 + Cl<br />

O<br />

Cl<br />

+ P(OH) 3<br />

H 3PO 3<br />

+ H 3PO 3<br />

⎯ Representar as etapas do processo que permitem obter cloreto de<br />

metil propanoila:<br />

C C C<br />

C<br />

O<br />

Cl<br />

4


C C C<br />

C<br />

C C C<br />

C<br />

C C C<br />

Cl<br />

C C C<br />

C O<br />

C C C<br />

C<br />

C C C<br />

C<br />

O<br />

OH<br />

O<br />

O H<br />

O<br />

O<br />

OH<br />

O<br />

H<br />

OH<br />

O<br />

O H<br />

+<br />

Cl<br />

Cl<br />

P Cl<br />

C C C<br />

C O<br />

PCl 2 Cl C C C<br />

HO<br />

+ P<br />

+<br />

Cl<br />

POHCl<br />

HO<br />

Cl<br />

P<br />

+<br />

Cl C C C<br />

Cl<br />

C<br />

C O<br />

C C C<br />

C<br />

OH C C C<br />

C O<br />

P(OH) 2 + Cl C C C<br />

C<br />

O<br />

H<br />

O<br />

H<br />

O<br />

H<br />

O<br />

Cl<br />

O<br />

Cl<br />

O<br />

Cl<br />

PCl 2<br />

+ Cl<br />

+ POHCl 2<br />

POHCl + Cl<br />

+<br />

P(OH) 2Cl<br />

P(OH) 2 + Cl<br />

+<br />

P(OH) 3<br />

H 3PO 3<br />

⎯ Representar as etapas do mecanismo da reação do ácido propanóico<br />

com PCl5.<br />

2 PCl 5 PCl 6 + PCl 4<br />

C C C<br />

O<br />

OH<br />

+ PCl 4 C C C<br />

O<br />

O<br />

H<br />

PCl 4<br />

5


PCl 6 PCl 5 + Cl<br />

C C C O<br />

Cl<br />

HO P<br />

Cl<br />

O H<br />

Cl<br />

Cl<br />

PCl 4<br />

+<br />

HO P Cl<br />

HO PCl3 H + O PCl3 +<br />

H + + Cl HCl<br />

C C C<br />

O<br />

+<br />

OH<br />

Cl C C C<br />

Cl<br />

Cl<br />

+<br />

Cl<br />

O<br />

Cl<br />

+<br />

HO PCl 4<br />

PCl 5 C C C<br />

O<br />

+ O<br />

+<br />

2) Reação do ácido carboxílico com cloreto de tionila<br />

(SOCl2)<br />

Cl<br />

PCl 3<br />

Nesse processo forma-se o haleto de acila correspondente, SO2 e<br />

HCl, ambos gasosos.<br />

A 1ª etapa é um ataque nucleófilo do oxigênio da hidroxila do<br />

ácido ao enxofre, formando-se um intermediário instável.<br />

R C<br />

O<br />

O<br />

H<br />

Cl Cl<br />

+ Sδ+<br />

O<br />

R C O<br />

H<br />

S Cl<br />

A fase seguinte é a eliminação da base Cl , que irá atacar o<br />

O<br />

O<br />

Cl<br />

HCl<br />

6


carbono da carbonila da estrutura I formando o haleto de acila<br />

correspondente, HCl e SO2.<br />

R C<br />

I<br />

O<br />

H O<br />

Cl<br />

S<br />

O<br />

H<br />

S<br />

O<br />

Cl<br />

+ Cl R C<br />

O HCl + SO 2<br />

O<br />

Cl<br />

+ HOSOCl<br />

⎯ A reação do ácido propanóico com cloreto de tionila leva a formação<br />

de um haleto de acila. Represente as etapas dessa reação.<br />

C C C<br />

H O<br />

Cl<br />

O<br />

OH<br />

C C C<br />

S<br />

O<br />

Cl Cl<br />

+ S<br />

O<br />

H<br />

O<br />

S<br />

O<br />

Cl<br />

O HCl + SO 2<br />

C C C<br />

O<br />

+ Cl C C C<br />

O<br />

H<br />

O<br />

Cl<br />

O<br />

S Cl<br />

Cl<br />

+ HO SOCl<br />

⎯ Numa experiência misturamos 1000g de ácido acético com quantidade<br />

suficiente de SOCl2. Pede-se:<br />

a) A massa de SOCl2 necessária;<br />

b) A massa de haleto de acila obtida;<br />

c) Os volumes de HCl e SO2 obtidos, nas CNTP.<br />

7


C C<br />

60g<br />

1000g<br />

O<br />

OH<br />

+ SOCl 2 C C<br />

119g<br />

1983,33g<br />

SOCl 2 necessário<br />

(C) VHCl 36,5g ⎯⎯⎯⎯⎯ 22,4L<br />

608,33g ⎯⎯⎯⎯ 373,33L<br />

78,5g<br />

1308,33g<br />

O<br />

Cl<br />

Haleto de acetila<br />

+ HCl + SO 2<br />

36,5g<br />

608,33g<br />

VSO2 = VHCl nHCl = nSO2 VSO2 = 373,33L<br />

64g<br />

1066,66g<br />

3) Reação de Ésteres e Sais de Ácidos Carboxílicos com<br />

PCl3<br />

O mecanismo destas preparações é o mesmo do primeiro método.<br />

A reação de sais com PCl3 é utilizada para obter haletos de acila α, β<br />

insaturados. Já a reação com ésteres é utilizada para obter qualquer tipo<br />

de haleto de acila. As reações gerais são as seguintes:<br />

Sais<br />

Ésteres<br />

R C C C<br />

H H<br />

R C<br />

O<br />

O R<br />

O<br />

O<br />

Na +<br />

+ PCl3 R C C C<br />

H H<br />

+ PCl 3 R C<br />

⎯ Representar as etapas da reação do PCl3 com:<br />

a) Penteno 2 ato de sódio;<br />

b) Butanoato de Etila.<br />

C C C C C<br />

O<br />

O Na<br />

Cl<br />

+ P<br />

Cl<br />

O<br />

Cl<br />

Cl C C C C<br />

C C C C C O PCl 2 + Cl C C C C C<br />

O<br />

C<br />

Cl<br />

O<br />

O<br />

O PCl 2 + Cl<br />

Na +<br />

O PCl 2<br />

O<br />

Cl<br />

8


C C C C C<br />

C C C C C<br />

O<br />

O Na<br />

+<br />

_<br />

O<br />

P Cl<br />

Cl<br />

O<br />

Cl<br />

+ Na OPCl 2<br />

Simplificando as etapas posteriores:<br />

C C C C C O<br />

C C C C C<br />

O<br />

O<br />

O Na<br />

C C C C C O<br />

O<br />

Na<br />

Na<br />

+ P<br />

Cl<br />

-<br />

O Na +<br />

PO Na + Cl<br />

- +<br />

O Na<br />

P (ONa) 2 +<br />

C C C C C<br />

O<br />

O PO Na + + Cl<br />

Na<br />

C C C C C<br />

C C C C C<br />

Na<br />

Cl C C C C C<br />

4) Reação de cloretos de acila com HF, HI, HBr<br />

O<br />

O P<br />

+<br />

O<br />

+<br />

Cl<br />

Cl<br />

O<br />

Cl<br />

-<br />

-<br />

-<br />

+ P<br />

O Na +<br />

O Na +<br />

O Na<br />

O Na +<br />

-<br />

+<br />

O Na +<br />

Cl<br />

Cl<br />

P O Na +<br />

O Na +<br />

+ -3<br />

Na3 PO3<br />

Nessas reações ocorre um ataque nucleofílico da base fluoreto,<br />

brometo ou iodeto ao carbono da carbonila.<br />

R C<br />

R C<br />

O<br />

Cl<br />

O<br />

Cl<br />

+<br />

+<br />

F<br />

HI R C<br />

O<br />

R C Cl<br />

F<br />

O<br />

I<br />

+ HCl<br />

R C<br />

O<br />

F<br />

+<br />

Cl<br />

9


Alguns autores sugerem o seguinte mecanismo:<br />

HF H + F<br />

R C<br />

R C<br />

R C<br />

O<br />

Cl<br />

OH<br />

Cl<br />

OH<br />

F<br />

+ H R C<br />

OH<br />

+ F R C<br />

F<br />

OH<br />

Cl<br />

+ Cl HCl + R C<br />

Cl R C<br />

O<br />

F<br />

OH<br />

F<br />

+ Cl<br />

⎯ Qual o produto formado na reação do cloreto de hexanoila com HBr? O<br />

rendimento dessa reação é alto ou baixo?<br />

H Br H + + Br<br />

C C C C C C<br />

δ+<br />

C C C C C C<br />

Cl<br />

+<br />

H +<br />

H Cl<br />

O<br />

Cl<br />

+ Br C C C C C C Cl<br />

O<br />

Br<br />

+ Cl<br />

5) Reações de cloreto de Benzoila com ácidos orgânicos<br />

Os dois reagentes não são voláteis, por isto esse processo tem<br />

interesse quando o haleto de acila formado for volátil.<br />

O<br />

Br<br />

10


C 6H 5<br />

C<br />

O<br />

Cl<br />

+ R C<br />

O<br />

OH<br />

C 6H 5<br />

C<br />

O<br />

OH<br />

+ R C<br />

volátil;<br />

maior rendimento.<br />

⎯ Explique como se prepara cloreto de formila através desse processo.<br />

H C<br />

C 6H 5<br />

C<br />

O<br />

OH<br />

O<br />

Cl<br />

+<br />

H C<br />

ácido fórmico<br />

O<br />

OH<br />

1) Hidrólise e Alcóolise<br />

C 6H 5<br />

PROPRIEDADES QUÍMICAS<br />

C<br />

O<br />

OH<br />

+<br />

H C<br />

Tanto a hidrólise quanto a alcoólise envolvem três etapas:<br />

1ª etapa: ataque nucleofílico do oxigênio da água ou do álcool ao<br />

Carbono da Carbonila.<br />

O<br />

R C<br />

Cl<br />

O<br />

2ª etapa: eliminação da base cloreto.<br />

3ª etapa: A base cloreto retira um próton do oxigênio do ácido.<br />

Obs: Esta é uma reação SN2<br />

+<br />

R C OH 2<br />

Cl<br />

O<br />

H<br />

H<br />

R C<br />

O<br />

R C<br />

O<br />

OH 2<br />

Cl<br />

OH 2<br />

Cl HCl + R C<br />

⎯ Qual o produto final formado na reação do cloreto de acetila com<br />

+<br />

O<br />

O<br />

Cl<br />

OH<br />

O<br />

Cl<br />

11


etanol?<br />

O<br />

H3C C + O<br />

Cl<br />

O<br />

H 3C C<br />

Cl<br />

O<br />

HCl +<br />

H<br />

H<br />

C CH 3<br />

H 2<br />

C CH 3<br />

H 2<br />

H 3C C<br />

O<br />

O C C<br />

acetato de etila<br />

O<br />

H 3C C<br />

H 3C C<br />

H<br />

Cl<br />

O<br />

O<br />

O<br />

H<br />

C C<br />

C CH 3<br />

H 2<br />

+ Cl<br />

Obs: A reação de cloretos de acilas aromáticos com água ou<br />

álcool ocorre por um processo SN1, porque o cátion carbonium formado<br />

estabiliza-se por ressonância. Por isso a 1ª etapa da hidrólise ou alcoólise<br />

de um haleto de acila aromático é a formação do cátion carbonium.<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C C<br />

O<br />

C<br />

O<br />

C C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

H2O Cl C<br />

C<br />

C C<br />

O<br />

C C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C C<br />

O<br />

C C<br />

+ Cl<br />

C<br />

C C<br />

⎯ Complete a equação química entre o cloreto de benzila e a água.<br />

C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

C<br />

12


O<br />

C Cl<br />

O<br />

C<br />

C<br />

+ O<br />

O<br />

OH 2<br />

H 2O<br />

⎯ Explique como podemos obter:<br />

a)<br />

H<br />

H<br />

a) benzoato de butila;<br />

b) butanoato de isopropila.<br />

C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

O<br />

Cl<br />

O<br />

C<br />

+ Cl<br />

O<br />

C<br />

OH 2<br />

+ Cl HCl +<br />

C<br />

butanol<br />

O<br />

+ O<br />

H<br />

C C C C<br />

C<br />

O<br />

+ Cl<br />

O C C C C + Cl HCl + C<br />

H<br />

ácido benzóico<br />

C<br />

O<br />

O<br />

OH<br />

O C C C C<br />

H<br />

O<br />

O C C C C<br />

b) A reação do cloreto de butanoila com isopropanol ocorre segundo um<br />

mecanismo SN2:<br />

C C C C<br />

O<br />

Cl<br />

+ HO C C<br />

C<br />

O<br />

R C<br />

Cl<br />

O<br />

H<br />

C C<br />

C<br />

13


O<br />

R C<br />

Cl<br />

R C<br />

O<br />

H<br />

C<br />

O H<br />

C<br />

C<br />

C C<br />

C<br />

C<br />

R C<br />

C<br />

O<br />

H<br />

+ Cl HCl + R C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

+ Cl<br />

O<br />

O C C<br />

Exercício: A alcoólise do cloreto de paranitrobenzoila é rápida enquanto<br />

que a alcoólise do cloreto parametil benzoila é lenta. Explique.<br />

R<br />

Cl<br />

O<br />

O H<br />

C<br />

O grupo NO2 é eletroatraente (efeito –I), o que causa uma<br />

diminuição da densidade eletrônica do carbono de carbonila, que passa a<br />

atrair com mais intensidade o oxigênio do álcool: reação rápida.<br />

Também devido à maior estabilidade do estado de transição, o<br />

que torna a reação mais rápida (Moura Campos).<br />

R<br />

Cl<br />

O<br />

O H<br />

C<br />

NO 2<br />

-I<br />

CH 3<br />

+I<br />

C<br />

14


Já o grupo metil é eletronrepelente (efeito +I), esse efeito causará<br />

um aumento de densidade eletrônica da carbonila, que não atrairá com<br />

tanta intensidade o oxigênio do álcool: reação lenta.<br />

2) Reação com água oxigenada<br />

Nesse caso formam-se compostos chamados perácidos, que são<br />

mais reativos que os ácidos comuns, e por isso mesmo utilizados em<br />

sínteses orgânicas.<br />

R C<br />

O<br />

Cl<br />

H<br />

+ O OH R C O OH<br />

O<br />

HCl + R C O OH<br />

O<br />

Cl<br />

Perácido<br />

H O<br />

R C O OH<br />

H<br />

⎯ Como podemos obter parácido butanóico através da reação do H2O2<br />

com um haleto de acila?<br />

C C C C<br />

O<br />

Cl<br />

O<br />

C C C C<br />

H<br />

+ O<br />

OH<br />

O OH<br />

H<br />

+ Cl<br />

C C C C<br />

3) Reações do benzeno em presença de AlCl3<br />

O<br />

R C<br />

A 1ª etapa é a formação da espécie eletrófila:<br />

Cl<br />

+ AlCl 3 R C Cl<br />

O<br />

C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

C<br />

Cl<br />

O<br />

H<br />

OH<br />

AlCl 3 R C<br />

O<br />

O OH<br />

O<br />

+ Cl<br />

+ HCl<br />

+ AlCl 4<br />

A 2ª etapa: ataque eletrofílico ao benzeno, com formação de um<br />

cátion que é estabilizado por ressonância.<br />

15


O<br />

+ C<br />

R<br />

O<br />

R C H<br />

A 3ª etapa: eliminação do cátion H + e formação de um estrutura<br />

aromática e estável.<br />

R<br />

O<br />

C<br />

H<br />

H + +<br />

4ª etapa: Recuperação do catalisador<br />

H + + AlCl 4<br />

A butil fenil cetona tem por fórmula:<br />

C C C C C<br />

C C C C C<br />

O<br />

Cl<br />

O<br />

C C C C C<br />

O<br />

C C C C C<br />

HCl + AlCl 3<br />

C<br />

O<br />

R<br />

Explique sua síntese.<br />

+ AlCl 3 C C C C C Cl<br />

O<br />

+ AlCl 4<br />

+ C C C C C<br />

O<br />

AlCl 3<br />

O H<br />

16


C C C C C<br />

H + + AlCl 4<br />

O<br />

H<br />

HCl + AlCl 3<br />

4) Redução com H2/Pd<br />

R C<br />

1ª etapa: Cisão heterolítica do hidrogênio<br />

H H H + H +<br />

Pd<br />

Δ<br />

O<br />

C C C C C<br />

2ª etapa: Ataque nucleófilo do ânion hidreto formado:<br />

O<br />

Cl<br />

H + + Cl HCl<br />

+ H R C H<br />

O<br />

Cl<br />

R C<br />

O<br />

H<br />

+ Cl<br />

+ H +<br />

Alguns autores sugerem que a primeira etapa deste mecanismo<br />

seria uma adição eletrofílica do H :<br />

R C<br />

O<br />

Cl<br />

OH<br />

+ H R C Cl<br />

Segue-se um ataque nucleofílico da base H<br />

Obs: se utilizarmos hidrogênio em excesso obteremos como<br />

produto final um álcool.<br />

R C<br />

O<br />

H<br />

+ H<br />

H<br />

Pd<br />

Δ<br />

OH<br />

R CH 2<br />

17


A redução do cloreto do 2 metil pentanoila com H2/Pd leva à<br />

formação de uma mistura contendo álcool e um aldeído. Identifique-os:<br />

H H H + Pd<br />

+ H<br />

Δ<br />

C C C C C + H C C C C C<br />

δ Cl<br />

+ δ -<br />

Cl + H +<br />

C<br />

O<br />

δ -<br />

C C C C C<br />

HCl<br />

C C C C C<br />

Fischer.<br />

e quinolina.<br />

C<br />

C<br />

O<br />

H<br />

-<br />

O<br />

H<br />

+ H<br />

H<br />

+ Cl<br />

O<br />

C Cl<br />

H<br />

C C C C<br />

C<br />

2 metil-pentanol 1<br />

OH<br />

CH 2<br />

Obs: O melhor método para obter aldeídos é a síntese Reissert-<br />

Trata-se da reação de um haleto de acila com cianeto de potássio<br />

N<br />

R C Cl<br />

O<br />

+<br />

CN<br />

K N<br />

R<br />

C Cl<br />

O<br />

H<br />

CN<br />

N<br />

R C O<br />

H<br />

CN<br />

+<br />

Cl<br />

18


N<br />

R C O<br />

H<br />

CN<br />

H 2O<br />

H +<br />

N<br />

C<br />

2 carboxi quinolina<br />

O<br />

OH<br />

+<br />

R C<br />

aldeído<br />

O<br />

H<br />

+NH 3<br />

⎯ Como podemos sintetizar hexanal através da síntese de Reissert-<br />

Fischer?<br />

N<br />

quinolina<br />

N<br />

+ CN<br />

K<br />

C C C C C C<br />

C C C C C C O<br />

C C C C C C O<br />

N<br />

H<br />

CN<br />

H 2O<br />

H +<br />

N<br />

N<br />

H<br />

CN<br />

δ +<br />

2 carboxi quinolina<br />

O<br />

Cl<br />

+ Cl<br />

C<br />

O<br />

OH<br />

δ −<br />

+<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C C C C C C<br />

hexanal<br />

Obs: A transformação do grupo “CN” no grupo C ocorre<br />

em meio a uma solução aquosa ácida (HCl).<br />

O<br />

OH<br />

O<br />

H<br />

N<br />

C<br />

Cl<br />

+ NH 3<br />

O<br />

H<br />

CN<br />

19


+ H +<br />

R C N R C NH<br />

R C NH<br />

OH 2<br />

B<br />

R C<br />

OH<br />

+ OH 2<br />

NH 2 R C NH 2<br />

Há autores que sugerem que primeiro ocorre a protonação e em<br />

seguida o rompimento da ligação:<br />

R C<br />

H O H<br />

R C NH 2<br />

OH<br />

R C NH 2<br />

OH<br />

R C<br />

O<br />

NH + B H B + R C NH<br />

NH 2<br />

R C<br />

+ B<br />

+ OH 2<br />

O<br />

R C NH 2<br />

OH 2<br />

OH<br />

+ NH 2<br />

R C<br />

O<br />

R C<br />

OH 2<br />

O<br />

OH<br />

NH 2<br />

NH 3<br />

R C NH 2<br />

NH 2<br />

+<br />

(pode ser<br />

neutralizado)<br />

OH<br />

OH<br />

amida + HB (pode ser neutralizado)<br />

R C<br />

O<br />

OH<br />

ácido orgânico<br />

20


⎯ Esquematize a hidrólise em meio ácido do cianeto de isopropila.<br />

C<br />

C C<br />

C<br />

C<br />

C C<br />

C<br />

C<br />

OH 2<br />

C C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

3º<br />

N<br />

C<br />

+ H C C NH + OH2 C<br />

NH + B C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

NH 2<br />

O<br />

OH 2<br />

1º<br />

2º<br />

C<br />

+ OH 2<br />

+ NH 2<br />

O<br />

NH 2<br />

C<br />

+ HB<br />

OH<br />

C<br />

C NH 2<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C C<br />

C<br />

(pode ser neutralizado)<br />

O<br />

C<br />

NH 2<br />

5) Reação com Diazometano<br />

R C<br />

O<br />

Cl<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

OH 2<br />

O<br />

OH<br />

OH<br />

H 2C N N<br />

H 2C N N<br />

+ H 2C N N R C C<br />

O<br />

Cl<br />

NH 2<br />

+ NH 3 (pode ser neutralizado)<br />

H 2<br />

N N<br />

B<br />

21


O<br />

H<br />

R C C N<br />

R C<br />

H<br />

O<br />

CH<br />

(migração)<br />

O H<br />

N + Cl R C C<br />

H H<br />

Exemplo: Reação de hidrólise das cetenas:<br />

H<br />

R C C O<br />

R C C O<br />

cetena<br />

H<br />

OH 2<br />

B<br />

+ água ácido<br />

O<br />

N N N 2 + R C<br />

R C C O R C C O<br />

+ OH 2 R C C O<br />

+ R OH éster<br />

+ NH 3<br />

amidas<br />

H<br />

R C C<br />

H<br />

O<br />

OH<br />

OH 2<br />

"cetenas"<br />

⎯ A reação do cloreto de propanoila com azometano forma uma cetena.<br />

Represente as reações dessa cetena com:<br />

a) H2O;<br />

b) Propanol 2;<br />

c) NH3.<br />

CH<br />

22


C C C<br />

δ+<br />

δ−<br />

O<br />

Cl<br />

+ C N N C C C Cl<br />

H 2<br />

Ver a seqüência proposta na página 22!<br />

H 2<br />

O<br />

C N N<br />

Reações da cetena formada (etil cetena: C C C C O):<br />

a) H2O<br />

C C C C O + OH2 C C C C O<br />

δ<br />

H<br />

C C C C<br />

H<br />

b) Propanol 2<br />

O<br />

OH<br />

C C C C<br />

H<br />

O + O<br />

O C<br />

C C C C<br />

O<br />

H<br />

C C<br />

B<br />

pode ser uma<br />

molécula de álcool<br />

ácido butanóico<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

OH 2<br />

C<br />

C C C C<br />

H<br />

O<br />

C<br />

O<br />

C C C C<br />

O<br />

H<br />

C<br />

C<br />

C<br />

Β<br />

O C C<br />

C<br />

O<br />

OH 2<br />

butanoato de<br />

isopropila<br />

23


c) NH3<br />

C C C C O + NH 3 C C C C<br />

H<br />

C C C C<br />

H<br />

O<br />

NH 2<br />

O<br />

NH 3<br />

H<br />

C C C C<br />

O<br />

NH 3<br />

B<br />

(pode ser o NH 3)<br />

⎯ Os haletos de acila reagem com etóxido de sódio, amoníaco, aminas e<br />

acetato de sódio seguindo o mecanismo tradicional.<br />

R C<br />

R C<br />

R C<br />

1) Etóxido de sódio<br />

O<br />

Cl<br />

+ O C C<br />

Na +<br />

2) Amoníaco (NH3)<br />

O<br />

Cl<br />

R C<br />

O<br />

R C O<br />

Cl<br />

+ NH 3 R C<br />

amida<br />

O<br />

NH 2<br />

+ HCl<br />

3) Amina (R ⎯ NH2)<br />

O<br />

Cl<br />

O<br />

Cl<br />

+ N R R C<br />

H 2<br />

H 3C C O Na +<br />

H 2<br />

C C R C<br />

NH 3 R C<br />

(pode ser neutralizado)<br />

O<br />

Cl<br />

O<br />

O<br />

O C C<br />

Éster<br />

NH 3<br />

N R R C<br />

H 2<br />

+ Cl<br />

O<br />

N R<br />

H 2<br />

_<br />

+<br />

+ Na Cl<br />

+ Cl<br />

24


HCl + R C<br />

R C<br />

O<br />

N R<br />

H<br />

4) Acetato de sódio<br />

O<br />

Cl<br />

C C C C<br />

O<br />

+ C<br />

O<br />

H 3C<br />

Na +<br />

R C<br />

C<br />

amida substituída<br />

O<br />

CH 3 R C O<br />

O<br />

O<br />

O<br />

+ Na + Cl -<br />

anidrido<br />

Exercícios<br />

Obtenção de Haletos de Acila<br />

Explique a reação do PCl3 com butanoato de Etila.<br />

O<br />

C C C C O<br />

C C C C<br />

O C C<br />

O C C<br />

O<br />

C C C C O<br />

+<br />

O C C<br />

P<br />

O C C<br />

+<br />

PCl 2 + Cl<br />

Cl<br />

Cl<br />

Cl<br />

Cl<br />

Cl<br />

P<br />

P O C C<br />

O C C<br />

H 3C C<br />

O<br />

O Na +<br />

Cl<br />

O<br />

C<br />

Cl C C C C<br />

C C C C<br />

O<br />

Cl<br />

C C C C O<br />

O<br />

CH 3<br />

O<br />

C C<br />

PCl 2 + Cl<br />

+ C C O PCl 2<br />

P<br />

O C C<br />

Cl<br />

O C C<br />

+ Cl<br />

O<br />

+ Cl C C C C + P O C C 2 Cl<br />

Cl<br />

25


C C C C<br />

O<br />

C C C C<br />

C C C C<br />

O<br />

O<br />

C<br />

O C C<br />

O<br />

C C<br />

O<br />

C<br />

O<br />

+ P<br />

C C<br />

Cl<br />

P O C C + Cl<br />

2<br />

O C C<br />

P O C C 2 + Cl C C C C + P O C C<br />

⎯ Representar as equações, com os respectivos nomes, que envolvem as<br />

seguintes espécies químicas.<br />

H 3C C<br />

H 3C C<br />

A) Cloreto de Benzoila e etóxido de sódio.<br />

C<br />

C<br />

O<br />

Cl<br />

O<br />

+ O C C C O C C<br />

Na +<br />

O C C<br />

+ Na + Cl<br />

O<br />

Cl<br />

benzoato de etila<br />

B) Cloreto de acetila e acetato de sódio.<br />

O<br />

Cl<br />

O<br />

O<br />

+ C<br />

O<br />

O C<br />

Na +<br />

O<br />

CH 3<br />

O<br />

CH 3 H 3C C<br />

+ Na + Cl<br />

Cl<br />

O<br />

anidrido acético<br />

O<br />

C<br />

O<br />

Cl<br />

CH 3<br />

3<br />

26


C C C C<br />

C) Cloreto de 2 metil butanoila e amoníaco.<br />

C<br />

C C C C<br />

C<br />

C C C C C<br />

O<br />

O<br />

Cl<br />

NH 3<br />

+ NH 3 C C C C<br />

+ Cl HCl + C C C C<br />

D) Cloreto de 2 etil pentanoila e dietil amina.<br />

C<br />

C<br />

C C C C C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

Cl<br />

+ N<br />

O<br />

N<br />

C<br />

C<br />

C C<br />

H<br />

C<br />

H C C C C C<br />

C C<br />

C<br />

C<br />

Cl HCl<br />

C<br />

C<br />

O<br />

Cl<br />

C<br />

NH 3<br />

O<br />

NH 2<br />

2 metil butanoamida<br />

O<br />

Cl<br />

N H<br />

+ C C C C C<br />

N , N - dietil<br />

2 etil<br />

pentanoamida<br />

C C<br />

C C<br />

9) Reações de Brometos de acila com agentes nucleófilos<br />

C<br />

C<br />

O<br />

N<br />

amida<br />

C C<br />

C C<br />

Uma reação química irá ocorrer com facilidade quando formar bases ou<br />

ácidos fracos. Nas reações de brometos de acila, forma-se a base :Br - que<br />

é uma base fraquíssima. Por isso os brometos de acila dão reações fáceis<br />

e quantitativas, sendo usados para obter amidas, ácidos, ésteres,<br />

anidridos e amidas substituídas em laboratório.<br />

R C<br />

O<br />

Br<br />

O<br />

+ Nu R C<br />

Br<br />

Nu<br />

27


R C<br />

Nu<br />

O<br />

Br<br />

Nu R C<br />

NH 3<br />

OH 2<br />

HOR<br />

O C R<br />

O<br />

H 2N R<br />

O<br />

Nu<br />

+ Br<br />

Composto orgânico formado<br />

amida<br />

ácido<br />

éster<br />

anidrido<br />

amida substituída<br />

⎯ Qual o produto formado na hidrólise do brometo de hexanodiíla?<br />

C C<br />

C<br />

C<br />

C C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

Br<br />

O<br />

Br<br />

O<br />

OH<br />

O<br />

OH<br />

+ OH 2<br />

+ OH 2<br />

+ 2HBr<br />

ácido hexanodióico<br />

C C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

Br<br />

O<br />

C C<br />

Br<br />

OH 2<br />

OH 2<br />

C C<br />

C<br />

C<br />

C C<br />

O<br />

OH 2<br />

O<br />

OH 2<br />

+ 2 Br<br />

28


⎯ Explique a seguinte transformação:<br />

R<br />

H 2<br />

H 2<br />

C C C<br />

O<br />

R C C C<br />

R C C C<br />

H + + - AlCl 4<br />

O<br />

C C<br />

Cl<br />

O<br />

Cl<br />

+ AlCl 4<br />

C O<br />

AlCl 3<br />

Δ<br />

1 hidrindona<br />

O<br />

+ AlCl 3 R C C C Cl AlCl 3<br />

HCl + AlCl 3<br />

Mecanismo<br />

tradicional<br />

⎯ Idem para as seguintes transformações:<br />

1)<br />

C C C C<br />

C C C C<br />

O<br />

Cl<br />

AlCl 3<br />

Δ<br />

O<br />

Cl<br />

C C C C<br />

AlCl 3<br />

Δ<br />

C<br />

O<br />

C<br />

O<br />

C<br />

C C C C<br />

O<br />

+ AlCl4 + H +<br />

O<br />

α tetralona<br />

O<br />

Cl AlCl 3<br />

29


2)<br />

H + + AlCl 4<br />

+<br />

O<br />

C<br />

C<br />

O<br />

O<br />

C<br />

C<br />

O<br />

C<br />

O<br />

O<br />

O<br />

C<br />

C C<br />

C<br />

+ AlCl 3<br />

C O<br />

AlCl 3 + HCl<br />

O<br />

C<br />

C<br />

O<br />

anidrido<br />

ftálico<br />

O<br />

O AlCl 3<br />

AlCl 3<br />

O<br />

C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

C<br />

C<br />

+ H +<br />

rend. 85% rend. 100%<br />

O<br />

+<br />

O AlCl 3<br />

O<br />

C<br />

C<br />

O<br />

+ H +<br />

C<br />

HO<br />

ácido α<br />

Benzoil benzóico<br />

O AlCl 3<br />

1) PCl3 2)<br />

O<br />

AlCl 3<br />

O<br />

C<br />

C O<br />

C<br />

O<br />

O<br />

C<br />

H<br />

O<br />

C<br />

C<br />

O<br />

OH<br />

O<br />

O<br />

antraquinona<br />

O<br />

AlCl 3<br />

AlCl 3<br />

30


AlCl 4 + H +<br />

O<br />

C<br />

C<br />

O<br />

C<br />

O<br />

O<br />

C<br />

C<br />

O<br />

O<br />

C<br />

OH<br />

Cl<br />

+ PCl 3<br />

+ AlCl 3<br />

+ AlCl 4<br />

HCl + AlCl 3<br />

10) Reação com aromáticos<br />

O<br />

O<br />

C<br />

C<br />

O<br />

O<br />

C<br />

C<br />

O<br />

O<br />

C<br />

C<br />

Cl<br />

Cl<br />

AlCl 3<br />

+ H +<br />

A 1ª etapa da reação de um haleto de acila com um composto<br />

aromático qualquer é a formação de um cátion, com o auxílio de ácido de<br />

Lewis (AlCl3, FeCl3, BF3)<br />

A reação do cloreto de acetila com benzeno é lenta, com etil<br />

benzeno é rápida, enquanto que com o nitro benzeno a reação é muito<br />

lenta. Em qualquer dos três casos a etapa inicial dessas reações é a<br />

formação do cátion carbonium.<br />

31


C C<br />

C<br />

C<br />

NO 2<br />

O<br />

Cl<br />

O<br />

+ AlCl 3 C C Cl<br />

+ C C<br />

+ C C<br />

O<br />

O<br />

+ C C<br />

ML<br />

C<br />

MR<br />

L<br />

O<br />

C<br />

NO 2<br />

C<br />

C<br />

H<br />

O<br />

O<br />

H<br />

H<br />

C C<br />

O<br />

C C<br />

H + +<br />

O<br />

O<br />

C C<br />

C C<br />

NO 2<br />

+ AlCl 4<br />

+ H<br />

acetofenona<br />

+<br />

C<br />

C<br />

O<br />

C C<br />

C C<br />

O<br />

+ H +<br />

1 etil 2 acetil Benzeno<br />

1 nitro 3 acetil Benzeno<br />

⎯ Existem grupos de átomos que aumentam a velocidade das reações<br />

(ativantes orto-para), enquanto que existem outros grupos de átomos que<br />

diminuem a velocidade (desativantes meta e desativantes o, p).<br />

Ativantes o, p NH 2 CH 3 (alquil)<br />

Desativantes m:<br />

OH OCH 3<br />

NO 2<br />

C<br />

O<br />

OH<br />

C<br />

CN<br />

O<br />

H<br />

SO 3H<br />

C R<br />

O<br />

32


Desativantes o, p: halogênios<br />

1)<br />

por exemplo:<br />

2)<br />

O<br />

CH 3<br />

O<br />

N<br />

O<br />

CH 3<br />

O<br />

O O<br />

N<br />

O O<br />

N<br />

CH 3<br />

O<br />

O O<br />

N<br />

NO 2<br />

CH 3<br />

O<br />

O O<br />

Em (I) um cátion A + irá se ligar nos carbonos nas posições o, p<br />

porque estes têm uma densidade eletrônica maior.<br />

Em (II) um cátion A + terá a possibilidade de se ligar nos carbonos<br />

da posição meta.<br />

Obs: Os halogênios deveriam ser ativantes o, p porque as formas<br />

canônicas de um haleto orgânico aromático são as seguintes:<br />

Cl Cl Cl Cl +<br />

Cl<br />

δ+<br />

δ+<br />

δ+<br />

N<br />

δ−<br />

CH 3<br />

O<br />

δ−<br />

δ−<br />

δ − δ −<br />

Os halogênios por serem muito eletronegativos, não cedem seus<br />

elétrons com facilidade para a ressonância. Por isso as posições o, p não<br />

δ −<br />

33


ficam com densidade eletrônica elevada, não atraindo com intensidade o<br />

reagente E + : a velocidade de reação é pequena, nas posições o, p.<br />

Exemplo: A reação do fenol com cloreto de acetila forma dois<br />

produtos isômeros. Quais são e qual se forma em maior quantidade?<br />

δ−<br />

OH<br />

δ−<br />

δ−<br />

O<br />

+ C<br />

o probabilidade : 2/3<br />

p probabilidade : 1/3<br />

CH 3<br />

1)<br />

2)<br />

OH<br />

C<br />

O<br />

OH<br />

CH 3<br />

33%<br />

p - acetil fenol<br />

66%<br />

o - acetil fenol<br />

⎯ A reação do isopentil benzeno com cloreto de acetila forma 10% de um<br />

C<br />

O<br />

CH 3<br />

orto derivado e 90% do para derivado. Porque isso ocorre?<br />

C<br />

C C C C<br />

O<br />

+ C<br />

CH 3<br />

C C C C<br />

1)<br />

2)<br />

C<br />

C<br />

O<br />

CH 3<br />

C C C C<br />

O grupo isopentil é muito volumoso e dificulta o acesso do<br />

C<br />

C<br />

O<br />

90%<br />

10%<br />

CH 3<br />

34


eagente eletrofílico aos carbonos da posição orto: difícil a reação, pouco<br />

produto.<br />

11) Halogenação de Brometos de acila<br />

Reação de Hell-Volhard-Zelinsky<br />

Os hidrogênios dos carbonos vizinhos ao carbono da carbonila<br />

são chamados de hidrogênios ácidos, pois devido à eletronegatividade do<br />

oxigênio ou de outros grupos, estão fracamente ligados ao carbono α.<br />

Dissolvendo-se bromo, um solvente polar, ele se dissocia<br />

segundo a equação:<br />

+<br />

Br Br Br + Br<br />

A base brometo formada retira com facilidade o hidrogênio ácido<br />

do brometo de acila dando origem a HBr e a um ânion de carbono.<br />

R<br />

H<br />

Cα C<br />

O<br />

+ Br R<br />

H<br />

C C<br />

H<br />

Br<br />

O<br />

+ HBr<br />

Br<br />

A última etapa é a adição do cátion Br (bromônio) ao ânion<br />

carbonium.<br />

H<br />

R C C<br />

O<br />

Br<br />

+ Br +<br />

H<br />

R C C<br />

⎯ Explique a transformação do ácido pentanóico no brometo de α bromo<br />

pentanoila.<br />

3 C C C C C<br />

C C C Cα C<br />

H<br />

O<br />

Br<br />

O<br />

OH<br />

Br<br />

O<br />

Br<br />

+ PBr 3 3 C C C C C<br />

+ Br HBr +<br />

C C C C C<br />

O<br />

Br<br />

+ H 3PO 3<br />

O<br />

Br<br />

35


C C C C C<br />

O<br />

Br<br />

12) Compostos de Grignard<br />

+ Br C C C C C<br />

Os haletos de acila ao reagirem com compostos de Grignard dão<br />

origem às cetonas correspondentes.<br />

R C<br />

R C<br />

C<br />

C<br />

R C<br />

O<br />

Cl<br />

+<br />

O Mg Cl<br />

C<br />

C<br />

Cl<br />

C<br />

C<br />

δ +<br />

OMgCl<br />

δ+<br />

MgCl<br />

δ−<br />

C C<br />

C<br />

R C<br />

Cl + R C<br />

O<br />

C<br />

C<br />

O MgCl<br />

C C<br />

C<br />

O Mg Cl<br />

+ Cl R C C<br />

C<br />

C<br />

Cl<br />

C + MgCl 2<br />

Br<br />

O<br />

Br<br />

36


⎯ Identifique a cetona formada na reação do cloreto de acetila com<br />

cloreto de propil magnésio, dissolvido em éter.<br />

C C<br />

C C<br />

O<br />

Cl<br />

O MgCl<br />

C<br />

C<br />

C<br />

+ Mg Cl<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C C<br />

O Mg Cl<br />

+ Cl Mg Cl 2 + C C C C C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

Cl<br />

Pentanona 2<br />

C C<br />

O Mg Cl<br />

C<br />

C<br />

C<br />

+ Cl<br />

Obs: Se utilizarmos excesso do composto de Grignard e fizermos<br />

a hidrólise do composto obtido, formar-se-á um ácool terciário.<br />

C<br />

O O Mg Cl<br />

C + Mg Cl<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C C C C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

δ −<br />

δ +<br />

C + H O H<br />

37


OH<br />

C C C C C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

4 metil heptanol 4<br />

Cl<br />

Cl<br />

O<br />

C<br />

Cl<br />

+ Mg (OH) Cl<br />

cloreto monobásico<br />

de magnésio<br />

13) reação do Fosgênio (COCl2)<br />

O<br />

C<br />

Cl<br />

HO<br />

Cl<br />

Cl<br />

O<br />

C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

1) Com álcool<br />

O<br />

O<br />

O<br />

H<br />

O + O<br />

H<br />

C C C O C C C<br />

Cl Cl<br />

Cl<br />

C C + HCl<br />

C C<br />

C C<br />

C C<br />

2) Com amina<br />

+ O C C Cl C<br />

H<br />

+ Cl HCl<br />

O<br />

O<br />

O<br />

H<br />

O<br />

O<br />

H<br />

O C C<br />

C C<br />

O<br />

+ C C O C<br />

C C<br />

dietil carbonato<br />

+ Cl<br />

O C C<br />

O + N R Cl C N R Cl C N R + Cl<br />

H2 H2 H2 Cl<br />

O<br />

38


O<br />

Cl C<br />

N R + N R Cl C N R + R NH3 H<br />

H 2<br />

+ + R NH3+ Cl R NH3 Cl<br />

O<br />

Cl C<br />

O C N R<br />

Isocianato<br />

N R<br />

H<br />

H 2<br />

+ R NH 2 Cl C<br />

+ Cl<br />

+<br />

+ R NH3 R NH3 O<br />

O<br />

+<br />

N R NH3 Os isocianatos são utilizados em sínteses orgânicas para obter<br />

amidas derivadas do ácido carbônico ou ainda ésteres dessas amidas.<br />

R N C O + N R R N C N R<br />

O<br />

H 2<br />

R N C N R<br />

H H N, N' dialquil carbamida<br />

Os isocianatos também reagem com álcoois dando origem a<br />

compostos genericamente chamados “carbamatos de éster”<br />

Estes compostos também recebem o nome de “uretanos”.<br />

R N C O + O R R N C O R R N C O<br />

H H H<br />

O<br />

Β<br />

B<br />

O<br />

H 2<br />

Cl<br />

O<br />

uretanos<br />

A reação do fosgênio com propil amina leva à formação de um<br />

R<br />

39


isocianato. Represente os mecanismos desse isocianato com:<br />

Cl<br />

Cl<br />

Cl<br />

O<br />

C<br />

Cl<br />

Cl<br />

a) propanol 2;<br />

b) dietil amina;<br />

c) água.<br />

C O<br />

O<br />

+ C<br />

Cl<br />

H 2<br />

+ N C C C<br />

H 2<br />

N C C C<br />

N C C C<br />

H<br />

H 2<br />

+ O C N C C C<br />

Isocianato de propila<br />

H 2<br />

+ N C C C<br />

a) C C C N C O + O<br />

H<br />

C C<br />

C C C N C<br />

Β<br />

O<br />

Cl<br />

O<br />

C<br />

Cl<br />

N C C C<br />

H 2<br />

+ N C C C C C C NH3] Cl<br />

H 3<br />

N C C C + Cl C<br />

+ Cl HCl C C C NH3] Cl<br />

C<br />

O<br />

H<br />

C C<br />

C<br />

C C<br />

O<br />

N C C C<br />

C C C N C O C C<br />

H<br />

O<br />

C C C N C<br />

H<br />

O<br />

carbamato de N-Propil Isopropila<br />

b) C C C N C O + N C C C C C N C N<br />

H H<br />

C C C N C N C C C C C N C N<br />

H H<br />

B<br />

C C<br />

O<br />

O<br />

+<br />

C<br />

O C C<br />

C<br />

C C<br />

C<br />

C<br />

C C<br />

C<br />

C<br />

N, N dietil<br />

N' Propil<br />

carbamida<br />

40


c) C C C N C O<br />

C C C N C<br />

B<br />

O<br />

+<br />

OH 2<br />

O<br />

C C C N C<br />

OH2 C C C N C<br />

H<br />

OH 2<br />

O<br />

OH<br />

ácido N-Propil<br />

metanóico<br />

Obs: Por um processo semelhante pode obter-se o isotiocianato de fenila.<br />

Esse composto reage facilmente com amoníaco, dando origem à fenil<br />

tiouréia.<br />

Ph N C S<br />

S<br />

Ph N<br />

H<br />

C<br />

NH 2<br />

+ NH 3 Ph N C S<br />

NH 3<br />

S<br />

Ph N C NH 3<br />

⎯ A reação da anilina com cloreto de acetila leva à formação da<br />

acetanilida.<br />

N<br />

H 2<br />

O<br />

+ C<br />

N C CH3 Cl<br />

N C<br />

H 2<br />

O<br />

CH 3<br />

CH 3<br />

+ Cl HCl +<br />

N C CH3 H<br />

⎯ A acetanilida e seus derivados têm propriedades analgésicas e<br />

antipiréticas.<br />

H 2<br />

O<br />

Cl<br />

O<br />

B<br />

41


Exercícios<br />

1) Identifique com mecanismos, os produtos formados nas reações<br />

orgânicas:<br />

a - ácido 2 metil butanóico e PBr3;<br />

b - ácido 3 isopropil pentanodióico e PCl3;<br />

c - ácido metil propanóico e PCl5;<br />

d - ácido 3 metil butanodióico e PCl5;<br />

e - metil propanoato de sódio e PCl3;<br />

f - pentanodiato de potássio e PCl3;<br />

g - butanodiato de etila e PCl3;<br />

h - tereftalato de butila e PCl3;<br />

2) A reação do ácido tereftálico (benzeno dicarboxílico 1,4) com cloreto<br />

de tionila (SOCl2) forma vários produtos. Identifique-os, com<br />

mecanismos.<br />

3) A hidrólise do cloreto de acetila forma um HX e um ácido orgânico.<br />

Para a preparação de 750 L de solução 7,5 N contendo este ácido<br />

orgânico, pede-se:<br />

a - o mecanismo;<br />

b - as massas das espécies envolvidas.<br />

4) A alcoólise do brometo de pentanodiila com etanol origina um ácido<br />

halogenídrico e um éster, com E=92%. Para a obtenção de 1000 L<br />

deste éster (d = 1,078 g/mL), pede-se:<br />

a - o mecanismo;<br />

b - as massas das espécies envolvidas.<br />

5) Explique porque a alcoólise do cloreto de p-nitro benzoila é rápida<br />

enquanto a alcoólise do cloreto de p-metil benzoila é lenta.<br />

6) 1500 L de benzeno (d = 0,854 g/mL) foram postos a reagir com cloreto<br />

de benzoila /AlCl3, originando um HX e uma cetona aromática. Com R<br />

= 85%, pede-se:<br />

a - o mecanismo;<br />

b - as massas das espécies envolvidas.<br />

7) A reação do iodeto de 3 hidroxi pentanodiila com excesso de H2 / Pt<br />

forma um triálcool com E = 82%. Para a fabricação de 2000 L deste<br />

álcool (d = 1,065 g/mL), pede-se:<br />

a - o mecanismo;<br />

42


- as massas das espécies envolvidas.<br />

8) Identifique, com mecanismos, os compostos formados nos<br />

procedimentos:<br />

a - iodeto de pentanoila e etóxido de sódio;<br />

b - iodeto de butanodiila e excesso de NH3;<br />

c - fluoreto de metil propanoila e anilina (fenil amina).<br />

9) Num certo procedimento foram colocados a reagir 500 L de solução<br />

2M de cloreto de pentanoila com 400 L de solução 3N de acetato de<br />

sódio, havendo formação de 2 produtos. Pede-se:<br />

a - o mecanismo;<br />

b - a massa do reagente em excesso e a N da solução em relação<br />

a esta espécie;<br />

c - as massas das espécies envolvidas.<br />

10) A reação “Hell-Volhard-Zelinsky” ocorre entre um haleto de acila e<br />

Br2. Identifique, com mecanismos, as espécies formadas na reação do<br />

brometo de hexanodiila com excesso de Br2.<br />

11) Ao reagirmos 500 Kg de fluoreto de propanoila com fluoreto de etil<br />

magnésio obtemos um sal e uma cetona com R = 93%. Pede-se:<br />

a - o mecanismo;<br />

b - as massas das espécies envolvidas.<br />

12) A reação do fosgênio (COCl2, 94% de pureza) com excesso de<br />

propanol 1 forma um HX e um éster, com E = 79%. Para a obtenção de<br />

700 Kg deste éster, pede-se:<br />

a - o mecanismo;<br />

b - as massas das espécies envolvidas.<br />

13) O álcool comum é uma mistura azeotrópica contendo 96% de etanol e<br />

4% de água, em volume. Pois bem, uma certa indústria colocou a<br />

reagir 3000 L de cloreto de pentanodiila (d = 1,140 g / mL) com 3000 L<br />

desse álcool hidratado. Supondo-se que toda a água presente neste<br />

álcool tenha sido consumida, pede-se:<br />

a - os mecanismos;<br />

b - a massa do reagente em excesso;<br />

c - as massas das espécies envolvidas.<br />

dados: d do etanol = 0,854 g/mL; d da água = 0,9983 g/mL<br />

14) Identifique, com mecanismos, os produtos formados na reação entre<br />

as seguintes espécies:<br />

a - fenol e cloreto de acetila/AlCl3 (proporção 1:1 e em excesso);<br />

43


15)<br />

b - ácido benzóico e brometo de acetila /FeBr3 (proporção 1:1 e<br />

em excesso).<br />

NO 2<br />

CH 3CH 2CCI<br />

AlCl 3<br />

O<br />

NO 2<br />

O<br />

Cl 2/AlCl 3<br />

⎯ Com relação à seqüência de procedimentos acima representados,<br />

pede-se:<br />

a) os mecanismos;<br />

b) Para a preparação de 5000 L do produto final (massa específica<br />

1,075 g/mL), calcule as massas de todas as espécies envolvidas. (E da 1ª<br />

etapa = 91%; E da 2ª etapa = 96%);<br />

c) a massa total de AlCl3 necessária (utilizada na proporção de<br />

0,005% em relação às massas dos reagentes na 1ª etapa e 0,003% na 2ª<br />

etapa).<br />

Fonte de consulta:<br />

Quinoá, Emílio e Riguera, Ricardo. Questões e Exercícios de<br />

Química Orgânica. Makron Books do Brasil Editora Ltda. S. Paulo, 1996.<br />

Cl<br />

NO 2<br />

O<br />

44


CAPÍTULO 2<br />

ANIDRIDOS<br />

1) Ácidos e P2O5<br />

Métodos de obtenção<br />

A fase inicial dessa desidratação é um ataque nucleófilo do<br />

oxigênio da hidroxila ao átomo de fósforo. Forma-se um cátion acílio<br />

que<br />

irá reagir com outra molécula de ácido: forma-se uma estrutura que perde<br />

um próton dando origem ao anidrido.<br />

R C<br />

O<br />

R C<br />

O<br />

HO P<br />

O<br />

O<br />

O<br />

H<br />

O<br />

+ P<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O P<br />

O<br />

O<br />

R C<br />

O<br />

O P<br />

H<br />

+ O C R<br />

R C O C R<br />

H H<br />

O<br />

O<br />

P<br />

O<br />

+ H +<br />

O<br />

+<br />

O<br />

H 2O P<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O<br />

-H +<br />

O<br />

P<br />

O<br />

O<br />

P<br />

O<br />

O<br />

R C<br />

R C<br />

O<br />

O<br />

O C R<br />

P 2O 5 + H 2O<br />

⎯ Explique como podemos obter anidrido butanóico através desse<br />

processo.<br />

C C C C<br />

ácido butanóico<br />

C C C C<br />

O<br />

O<br />

O<br />

H<br />

+<br />

O<br />

O<br />

P<br />

O<br />

O<br />

O<br />

P<br />

O<br />

O<br />

C C C C<br />

O<br />

O P<br />

H<br />

+ O C C C C C C C C O C C C C<br />

H H<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O P<br />

-H +<br />

O<br />

45


O<br />

C C C C O<br />

O<br />

C C C C<br />

anidrido butanóico<br />

⎯ Represente a reação de desidratação do ácido pentanodióico<br />

(glutárico).<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

OH<br />

O<br />

OH<br />

C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

+ P<br />

O<br />

C<br />

C<br />

O<br />

OH<br />

O<br />

O<br />

O P<br />

O<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C C<br />

2) Ácidos com Anidrido Acético<br />

C<br />

O<br />

C<br />

C<br />

OH<br />

O<br />

O<br />

O<br />

H<br />

O<br />

OH<br />

-H +<br />

O<br />

P<br />

O<br />

C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

C<br />

C<br />

O<br />

O<br />

P<br />

O<br />

O<br />

O<br />

anidrido<br />

pentanodióico (glutárico)<br />

É uma reação de dupla troca entre o ácido orgânico e o anidrido<br />

acético. Tem interesse prático quando o anidrido obtido tiver ponto de<br />

ebulição maior que o ácido acético porque com aquecimento o ácido<br />

acético destila.<br />

C C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O<br />

+ HO C R<br />

O<br />

C C<br />

C<br />

O<br />

C<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O C R C C<br />

H OH + C C<br />

O<br />

R<br />

C<br />

O<br />

O<br />

46


C C<br />

O<br />

OH<br />

+<br />

C C<br />

R<br />

C<br />

O<br />

O<br />

O<br />

Repete-se o processo, com a formação de outro mol de ácido<br />

acético e um mol do anidrido.<br />

R C<br />

R<br />

⎯ Num laboratório temos ácido benzóico e ácido acético. Explicar como<br />

podemos obter:<br />

a) Anidrido Benzóico;<br />

b) Anidrido Acético<br />

Sugestão:<br />

1º - obter anidrido acético com P2O5<br />

2º - obter o anidrido benzóico através de reação do ácido benzóico com<br />

anidrido acético.<br />

Ácido Acético<br />

C C<br />

C C<br />

O<br />

O<br />

H<br />

O<br />

+<br />

+<br />

O<br />

P<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O<br />

P<br />

O<br />

O<br />

H<br />

C C<br />

C<br />

O<br />

C C<br />

O<br />

C C<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O P<br />

H<br />

O<br />

O<br />

O<br />

H<br />

C C<br />

O<br />

O P<br />

-H +<br />

O<br />

O<br />

C C<br />

C C<br />

O<br />

anidrido acético<br />

O<br />

O C C<br />

47


O<br />

C C<br />

C<br />

+<br />

C<br />

C<br />

O<br />

OH<br />

O<br />

O<br />

O<br />

veja<br />

mecanismo na pág. 46<br />

C<br />

anidrido benzóico<br />

C<br />

O<br />

O<br />

O<br />

+ 2C C<br />

O<br />

OH<br />

ácido acético<br />

3) Reação de Haletos de Acila com Piridina e água (ou H2S)<br />

N<br />

N<br />

C<br />

R<br />

R C<br />

-H +<br />

+<br />

O<br />

OH<br />

O<br />

Cl<br />

C<br />

+ OH 2<br />

+<br />

N<br />

C<br />

R<br />

R<br />

O<br />

O O<br />

N<br />

R C O C R<br />

O<br />

N C<br />

+<br />

N<br />

Cl<br />

R<br />

+ R C<br />

O<br />

+ R C<br />

N<br />

H<br />

Cl<br />

OH 2<br />

O<br />

O<br />

N C<br />

-H +<br />

(HCl)<br />

O<br />

O C R<br />

H<br />

R<br />

R C<br />

+ Cl<br />

⎯ Tendo como produtos iniciais piridina, H2O e um haleto de acila,<br />

explicar a obtenção do anidrido pentanóico.<br />

O<br />

OH<br />

48


C<br />

piridina<br />

-H +<br />

C<br />

N<br />

+<br />

O<br />

O<br />

Cl<br />

C<br />

N C C C C C<br />

C<br />

C C C C<br />

cloreto de pentanoila<br />

+ OH 2<br />

C C C C C<br />

C<br />

O<br />

C<br />

+ C C C C C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

N<br />

O<br />

OH<br />

O<br />

-H +<br />

O<br />

OH<br />

O<br />

+ C<br />

O<br />

H<br />

N<br />

ácido pentanóico<br />

O<br />

N C C C C C<br />

Cl<br />

+ C C C C C<br />

+<br />

C C C C<br />

C C C C C<br />

4) Reação de haleto de acila com sais orgânicos<br />

A reação ocorre a temperatura ambiente.<br />

R C<br />

Na +<br />

O<br />

Cl<br />

+<br />

O<br />

O<br />

Na +<br />

+ Cl Na + Cl -<br />

C<br />

R<br />

O<br />

R C<br />

Cl<br />

O<br />

C<br />

O<br />

C<br />

C<br />

R<br />

C<br />

C<br />

O<br />

R C<br />

C<br />

O<br />

O<br />

O<br />

N<br />

H<br />

Cl<br />

O<br />

OH 2<br />

anidrido pentanóico<br />

O<br />

O C R<br />

⎯ Represente as etapas da reação do cloreto de hexanodiila com:<br />

a) Piridina e H2O;<br />

+ Cl<br />

N<br />

49


a)<br />

C<br />

C<br />

C<br />

b)<br />

C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

Cl<br />

b) Acetato de Sódio<br />

C<br />

C<br />

C C<br />

O<br />

C<br />

-H +<br />

C<br />

O<br />

N<br />

C<br />

C<br />

O<br />

C<br />

Cl<br />

N<br />

C C<br />

O<br />

Cl<br />

+<br />

C C<br />

O<br />

N<br />

+<br />

N<br />

N<br />

+ OH2 N + C C C<br />

O<br />

OH C<br />

C C C C C<br />

O<br />

C C<br />

Na +<br />

C<br />

C<br />

O<br />

Cl<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C C<br />

C<br />

O<br />

O<br />

O<br />

Na +<br />

C<br />

C<br />

O<br />

C<br />

Cl<br />

O<br />

O O<br />

O C C C C C<br />

Cl<br />

+<br />

C<br />

O<br />

C<br />

Cl<br />

N<br />

C C<br />

-H +<br />

N<br />

O<br />

N<br />

OH C<br />

Cl<br />

C<br />

O<br />

OH 2<br />

O C C<br />

Na +<br />

O<br />

C C C<br />

C C<br />

anidrido<br />

hexanodióico<br />

O<br />

O<br />

O<br />

50


2 Na + Cl -<br />

+<br />

O<br />

C C<br />

5) Ceteno com ácidos<br />

O<br />

O C C C C C<br />

Este é o principal método utilizado para obter anidridos mistos.<br />

δ +<br />

O<br />

H 2C C O + C<br />

O<br />

H<br />

R<br />

H 2C C<br />

H<br />

O<br />

β<br />

O<br />

O C<br />

H<br />

β<br />

1º<br />

O<br />

R H 3C C<br />

O<br />

O C C<br />

O<br />

O<br />

O C R<br />

⎯ Utilizando-se do ceteno como produto inicial, representar a reação da<br />

obtenção do anidrido 2-metil butano acético.<br />

H 2C C O<br />

+<br />

O<br />

O<br />

H<br />

C<br />

C C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

H 2C C<br />

H B 1º<br />

B<br />

O<br />

C<br />

O<br />

H<br />

C C<br />

Propriedades Químicas<br />

C<br />

C<br />

O<br />

H 3C C<br />

O<br />

O C<br />

Reações de hidrólise, alcoólise e a amonólise. Todas essas<br />

reações ocorrem segundo mecanismos semelhantes, havendo formação<br />

de ácidos, ésteres e amidas.<br />

δ+<br />

R C<br />

R<br />

C<br />

a) Hidrólise<br />

O<br />

O<br />

O<br />

+<br />

O<br />

R C<br />

OH 2<br />

R C<br />

OH2 O<br />

2R C<br />

R C O<br />

R C<br />

O<br />

OH 2<br />

O<br />

O<br />

O<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

OH<br />

51


R C<br />

R<br />

C<br />

éster<br />

R C<br />

R<br />

R C<br />

R<br />

C<br />

C<br />

b) Alcoólise<br />

O<br />

O<br />

O<br />

+ O R<br />

H<br />

R C<br />

c) Amonólise<br />

O<br />

O<br />

O<br />

+ NH 3<br />

O<br />

O R<br />

NH 4 + C<br />

d) Aminólise<br />

O<br />

O<br />

O<br />

+ N R<br />

H 2<br />

O<br />

O<br />

O<br />

R C<br />

O<br />

O<br />

H<br />

R C O<br />

+ R C<br />

O<br />

R C<br />

O<br />

R C O<br />

R R C<br />

O<br />

OH<br />

ácido carboxílico<br />

R R C<br />

R C<br />

R<br />

O<br />

O<br />

H 2<br />

C O<br />

O<br />

R C<br />

O R<br />

H<br />

O<br />

NH 3 R C<br />

N R<br />

O<br />

O<br />

sal de<br />

amônia<br />

NH 4<br />

R C<br />

R C<br />

R C<br />

O<br />

O<br />

NH 3<br />

O<br />

O<br />

+ R C<br />

O<br />

N R<br />

H 2<br />

O<br />

O<br />

O<br />

NH 3<br />

NH 2<br />

amida<br />

52


1)<br />

2)<br />

1)<br />

R C<br />

2)<br />

R C<br />

R<br />

O<br />

N R<br />

H<br />

amida substituída<br />

C<br />

R C<br />

R C<br />

R<br />

+ R C<br />

O<br />

OH<br />

e) Reação com Éter (R ⎯ O ⎯ R / AlCl3)<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O<br />

+ A l Cl 3<br />

+ O<br />

R<br />

R<br />

R C<br />

O<br />

R C<br />

f) Reação com aromáticos (AlCl3)<br />

C<br />

O<br />

O<br />

O<br />

+<br />

+ AlCl 3<br />

O<br />

C R<br />

R<br />

C<br />

R C<br />

R<br />

C<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O<br />

AlCl 3<br />

R<br />

R<br />

AlCl 3<br />

R C<br />

R C<br />

R C<br />

éster<br />

O C R O C R<br />

g) Anidrido Acético e Ácido Salicílico<br />

Serve para obter o Ácido Acetil Salicílico.<br />

H<br />

+ H<br />

cetona<br />

aromática<br />

O<br />

R C<br />

R C<br />

O<br />

O AlCl 3<br />

+<br />

O<br />

O R<br />

O<br />

+<br />

O<br />

+ R<br />

O AlCl 3<br />

A primeira etapa é um ataque nucleofílico do oxigênio da hidroxila<br />

ao carbono da carbonila. A segunda etapa é a eliminação da base acetato.<br />

A terceira etapa é a formação do ácido acético e do AAS.<br />

53


C<br />

C<br />

O<br />

OH<br />

O<br />

OH<br />

O<br />

H<br />

+<br />

O C<br />

H<br />

H 3C C<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O<br />

C<br />

C<br />

C<br />

CH 3<br />

CH 3<br />

C<br />

O<br />

OH<br />

C<br />

O<br />

OH<br />

O<br />

O C<br />

H<br />

O<br />

CH 3<br />

O C CH3 O C CH 3<br />

O<br />

H 3C C<br />

Obs: O AAS é um sólido e o ácido acético um líquido. Por<br />

destilação separa-se o ácido acético e obtém-se o AAS, sólido, que tem<br />

aspecto branco cristalino.<br />

Se o produto utilizado inicialmente fosse o benzeno, quais as<br />

etapas necessárias para sintetizar o AAS?<br />

em heroína.<br />

HO<br />

O<br />

HO<br />

Um processo semelhante é utilizado para transformar a morfina<br />

H 2<br />

morfina<br />

C CH 2<br />

N<br />

CH 3<br />

+ O<br />

h) Aminólise<br />

O<br />

O<br />

C<br />

C<br />

CH 3<br />

CH 3<br />

H 3C<br />

H 3C<br />

O<br />

C<br />

O<br />

C<br />

O<br />

O<br />

O<br />

OH<br />

O<br />

+ 2H 3C C<br />

AAS<br />

O<br />

OH<br />

heroína<br />

Anidridos aromáticos reagem facilmente com aminas primárias ou<br />

secundárias, formando as amidas correspondentes.<br />

N<br />

CH 3<br />

54


O C<br />

O<br />

C<br />

O<br />

O<br />

O<br />

+<br />

O C<br />

H 2<br />

N R<br />

O<br />

N R<br />

H<br />

N - metil<br />

benzamida<br />

metil<br />

+<br />

O C<br />

O<br />

O C<br />

O<br />

O<br />

H 2<br />

O C O<br />

OH<br />

N R<br />

ácido<br />

benzóico (sólido)<br />

O<br />

O C N R<br />

O<br />

O C<br />

i) Reação do Furano com anidrido Acético em presença de BF3.<br />

A primeira etapa é a geração do cátion, que irá causar um ataque<br />

eletrofílico ao furano, que é um composto aromático.<br />

H 3C C<br />

H 3C<br />

O<br />

C<br />

H<br />

O<br />

O<br />

O<br />

+ BF 3<br />

O<br />

+ C<br />

ácido de<br />

Lewis<br />

CH 3<br />

H<br />

O<br />

+ + C CH3 H + H 3C C<br />

O<br />

O<br />

O BF 3<br />

C C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O<br />

BF 3<br />

H<br />

C CH 3<br />

O<br />

BF 3 + H 3C C<br />

C C<br />

H 3C C<br />

O<br />

H 2<br />

O<br />

O BF 3 +<br />

O ácido fenil metanóico dá origem, em certas condições, ao<br />

anidrido benzóico, que reage com a etil, propil amina, dando origem a<br />

O<br />

OH<br />

O<br />

55


uma amida disubstituída. Explique essa transformação.<br />

O<br />

C<br />

C C C<br />

C<br />

O<br />

C<br />

O<br />

H<br />

O<br />

O<br />

+<br />

C C N<br />

H<br />

C<br />

+<br />

C O<br />

O<br />

O<br />

+<br />

O<br />

O<br />

H<br />

O<br />

C<br />

O<br />

P<br />

O<br />

O P<br />

O P<br />

H<br />

O O<br />

O<br />

O<br />

C<br />

C C<br />

+ N C<br />

-H<br />

ácido<br />

benzóico<br />

O<br />

C<br />

O<br />

C<br />

O<br />

O<br />

O C<br />

O<br />

O P<br />

O O<br />

C C C O C<br />

C<br />

Exercícios<br />

O<br />

OH<br />

+<br />

C<br />

C<br />

N - Etil<br />

N - Propil<br />

Benzamida<br />

C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

anidrido benzóico<br />

NH<br />

C<br />

N C C C<br />

1) Represente com mecanismos , a desidratação do ácido 3 metil<br />

pentanóico, em presença de P2O5.<br />

2) Idem para o ácido 3 metil pentanodióico.<br />

3) Sob certas condições, anidrido acético reage com ácido hexanóico<br />

originando um novo ácido e um novo anidrido. Represente, com<br />

mecanismos, esta transformação.<br />

4) Ao reagirmos brometo de butanoila/piridina com água, obtemos um<br />

anidrido e HX. Para a obtenção de 2,5 ton. deste anidrido, supondo-se<br />

E = 91%, pede-se:<br />

C<br />

C<br />

56


a - o mecanismo;<br />

b - as massas das espécies envolvidas.<br />

5) Numa certa preparação colocamos a reagir propanoato de potássio e<br />

brometo de pentanoila, havendo a formação de um sal e de um<br />

anidrido assimétrico. Para o aproveitamento de 50 tambores contendo<br />

solução aquosa a 25% em massa (d = 1,19 g/mL) de propanoato de<br />

sódio, pede-se, supondo-se E = 74%:<br />

a - o mecanismo;<br />

b - as massas das espécies envolvidas.<br />

6) Ao reagirmos a butil cetena com ácido butanóico, obtemos um<br />

anidrido assimétrico, com R = 86%. Para a obtenção de 50 tambores<br />

contendo uma solução etérea a 18% em massa (d = 1,11 g/mL) desse<br />

anidrido, pede-se:<br />

a - o mecanismo;<br />

b - a massa de butil cetena necessária;<br />

c - A massa de ácido butanóico necessária (5% maior que a<br />

teoricamente necessária).<br />

7) Represente, com mecanismos, as reações do anidrido 2,3 dietil<br />

pentanóico e do anidrido 2,3 dietil pentanodióico com:<br />

a - água (hidrólise);<br />

b - butanol 1 (alcoólise);<br />

c - amoníaco ( amonólise);<br />

d - benzil amina (aminólise).<br />

8) Represente, com mecanismos, os produtos formados quando<br />

colocamos a reagir o éter comum com anidrido benzóico (fenil<br />

metanóico/ BCl3.)<br />

9) Ao reagirmos o benzeno com excesso de anidrido propanóico/AlCl3<br />

obtemos dois produtos. Identifique-os, com mecanismos.<br />

10) Identifique, com mecanismos, os produtos formados na reação do<br />

anidrido butanóico/FeBr3 com o “FURANO”.<br />

57


1) Reagentes<br />

NOÇÕES DE SÍNTESE ORGÂNICA<br />

ácido succínico – 20,0 g<br />

anidrido acético – 30,0 mL<br />

ANIDRIDO SUCCÍNICO<br />

2) Substâncias complementares<br />

éter etílico<br />

3) Técnica<br />

Em um balão de 250 ml colocar 20,0 g de ácido succínico e 30,0<br />

mL de anidrido acético.<br />

Ligar um refrigerante de refluxo e aquecer durante 1 hora. Esfriar e<br />

colocar em geladeira durante 12 horas. Filtrar em buchner.<br />

Lavar com éter e dessecar em estufa entre 100/150°C.<br />

Recristalizar, utilizando uma mistura de álcool/água.<br />

O<br />

HO<br />

4) Reação<br />

C<br />

CH 2 CH 2 C<br />

O<br />

OH<br />

+<br />

H 3C<br />

H 3C<br />

5) Rendimento do processo<br />

70/75%<br />

6) Constantes Físicas<br />

C<br />

C<br />

O<br />

O<br />

O<br />

H 2C<br />

H 2C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

O + 2H3C C<br />

Cristais com forma de prismas orto rômbicos; PF = 119,6°C; PE = 261°C;<br />

pouco solúvel em éter etílico e água; solúvel em clorofórmio, tetracloreto<br />

de carbono e álcool etílico.<br />

calor<br />

O<br />

O<br />

OH<br />

58


Questões propostas<br />

1) Represente o mecanismo deste procedimento.<br />

2) Existe reagente em excesso? Quanto?<br />

3) Quais as massas de produtos obtidas neste procedimento?<br />

4) Quais as massas de reagentes necessárias para produzir 750 kg de<br />

anidrido succínico, dentro das proporções estequiométricas?<br />

5) Quais as massas de reagentes necessárias para produzir 750 kg de<br />

anidrido succínico, dentro das proporções do processo?<br />

6) Qual a finalidade do refrigerante de refluxo?<br />

7) Qual o tempo provável da reação?<br />

8) Por que se coloca em geladeira por 12 horas?<br />

9) De que modo o anidrido succínico é separado?<br />

10) Para que serve a lavagem com éter?<br />

11) Como podemos fazer uma avaliação do grau de pureza do anidrido<br />

succínico produzido?<br />

12)<br />

+<br />

O<br />

C<br />

C<br />

O<br />

Anidrido<br />

Ftálico<br />

O<br />

AlCl 3 , CS 2<br />

C<br />

HOOC<br />

O O<br />

α − benzoylbenzóic<br />

acid 85%<br />

Conc. H 2SO 4<br />

O<br />

anthraquinone<br />

100 %<br />

Durante um certo procedimento envolvendo as seqüências<br />

acima, um engenheiro químico verificou o surgimento de 500 kg do ácido<br />

alfa benzoil benzóico. Pede-se então:<br />

a- os mecanismos;<br />

b – a massa de antraquinona obtida;<br />

c – as massas dos reagentes necessários (grau de pureza do benzeno =<br />

97%; do anidrido ftálico = 95%).<br />

Fonte de Consulta:<br />

Hendrickson, James B e CRAM, Donald J.<br />

Organic Chemistry. McGraw Hill KogaKusha<br />

Ltda. Tokyo, 1980<br />

59


CAPÍTULO 3<br />

ÉSTERES<br />

Apresentam a seguinte fórmula geral:<br />

R C<br />

O<br />

O R<br />

Métodos de obtenção<br />

1) Reação de anidridos com álcool/piridina<br />

Inicialmente ocorre um ataque nucleofílico da piridina ao carbono<br />

da carbonila do anidrido (solvólise). Forma-se um ânion acetato e um<br />

derivado da piridina, que logo em seguida reage com o álcool presente,<br />

formando o éster e regenerando a piridina.<br />

R C<br />

R<br />

C<br />

R C<br />

R C<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O<br />

+<br />

N<br />

+<br />

O R<br />

H<br />

N<br />

O<br />

+ C<br />

O<br />

+ O R<br />

H<br />

O<br />

R C<br />

O<br />

R C O<br />

R C<br />

R R C<br />

O<br />

O<br />

O<br />

H<br />

N<br />

O R<br />

R +<br />

N<br />

O<br />

+ R C + N<br />

OH<br />

60


⎯ Explique como pode ser sintetizado o propanoato de butila.<br />

C C C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

O<br />

O<br />

anidrido propanóico<br />

C C C<br />

C C C<br />

C C C<br />

O<br />

N<br />

O<br />

O<br />

piridina<br />

+ N C C C<br />

N + C C C<br />

O<br />

O<br />

C C C O<br />

+ O<br />

H<br />

C C C C N + C C C<br />

O C C C C<br />

H<br />

O<br />

+ C<br />

O<br />

O<br />

O<br />

C C C C C<br />

N<br />

O<br />

O C C C C<br />

H<br />

O<br />

propanoato de<br />

butila<br />

O C C C C<br />

+<br />

C C C<br />

ácido propanóico<br />

2) Reação de Haleto de acila com metóxido de Sódio ou<br />

Etóxido de Sódio.<br />

Essas bases fortes conseguem deslocar a base cloreto dos<br />

cloretos de acila.<br />

R C<br />

R C<br />

O<br />

Cl<br />

O<br />

+<br />

Na +<br />

H 2<br />

O C CH 3 R C<br />

O C CH 3<br />

H 2<br />

+ Na + Cl<br />

O<br />

Cl<br />

O<br />

C CH 3<br />

H 2<br />

O<br />

OH<br />

61


Esse processo é utilizado para obter ésteres etílicos e/ou<br />

metílicos, com alto rendimento.<br />

3) Reação do Brometo de acila com álcoois, que são bases<br />

fracas.<br />

A ligação do cloro com o carbono é muito forte e necessita de<br />

uma base forte para rompê-la.<br />

A ligação do bromo com o carbono é muito mais fraca,<br />

necessitando de uma base fraca para rompê-la.<br />

R C<br />

R C<br />

O<br />

Br<br />

O<br />

+<br />

H<br />

O R1 R C<br />

O<br />

Br<br />

Obtém-se sempre ésteres metílicos com alto rendimento, e gás<br />

62<br />

O<br />

H<br />

O R1 + Br HBr + R C<br />

H<br />

R 1<br />

O<br />

O R 1<br />

4) Reação de anidridos com Éteres/AlCl3 ou FeX3 ou BX3<br />

(1ª)<br />

R C<br />

(2ª)<br />

R<br />

R C<br />

R C<br />

C<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O<br />

+ FeCl 3<br />

+ O<br />

R 1<br />

R 1<br />

O FeCl 3<br />

+<br />

R C<br />

R<br />

O<br />

R C<br />

C<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O<br />

R 1 R C<br />

R 1<br />

R 1<br />

FeCl 3<br />

O<br />

O R 1<br />

R C<br />

R C<br />

O<br />

R C<br />

+<br />

FeCl 3<br />

5) Reações de ácidos orgânicos com Diazometano.<br />

O<br />

O FeCl 3<br />

O<br />

+<br />

O R R1 +<br />

R 1


nitrogênio.<br />

Ocorre a abstração do próton do ácido, e a rápida ligação do<br />

acetato formado com o grupo metil e a formação de gás nitrogênio.<br />

R C<br />

N 2<br />

+ H 3C<br />

O<br />

OH<br />

H 3C + R C<br />

+<br />

H 2C N N R C<br />

O<br />

O<br />

R C<br />

O<br />

O CH 3<br />

6) Reação de cetenas com álcoois<br />

O<br />

O<br />

+ H 3C N N<br />

Esses tipos de reações ocorrem a temperatura ambiente,<br />

formando com facilidade os ésteres correspondentes.<br />

O<br />

R C C<br />

H<br />

O + O R R C C<br />

R C C<br />

O<br />

O R<br />

O R R C C O R<br />

H H<br />

7) Reação de ácido com álcool (em meio ácido)<br />

É o processo mais econômico para obter éster em laboratório.<br />

Existem dois mecanismos que tentam explicar essa reação.<br />

→ Cisão Alquil/Oxigênio<br />

R OH<br />

+H +<br />

R OH 2 R<br />

+ H 2O<br />

O<br />

Β<br />

63


R C<br />

O<br />

O<br />

H<br />

+ R R C<br />

O<br />

O R<br />

H<br />

OH 2<br />

(ou : Β )<br />

R C<br />

O<br />

O R<br />

Esse mecanismo é aceito quando os álcoois utilizados são<br />

terciários, pois dão origem a cátions carbonos terciários relativamente<br />

estáveis.<br />

Para álcoois primários, admite-se que, não havendo o rearranjo, a<br />

esterificação ocorra segundo uma cisão acil/oxigênio.<br />

R C O<br />

R C<br />

OH<br />

O<br />

+H +<br />

R C<br />

+ HO R 1 R C<br />

O<br />

OH<br />

+<br />

2<br />

O<br />

O R1 H<br />

B<br />

H 2O + R C<br />

HB + R C<br />

O<br />

O<br />

O R 1<br />

Moura Campos propõe também um mecanismo que utiliza o<br />

oxigênio insaturado do grupo carboxi.<br />

8) Reação de ácidos com alcenos em presença de H2SO4<br />

H3C C CH2 H<br />

R C<br />

O<br />

OH<br />

C<br />

+ C<br />

C<br />

+H +<br />

R C C<br />

9) Reação de Bayer – Villiger<br />

H3C C CH3 H<br />

O<br />

C<br />

+<br />

O<br />

H<br />

C<br />

+ HSO4 H2SO4 + R C<br />

C<br />

O<br />

C<br />

O C<br />

É utilizada para preparar acetato de fenila. Baseia-se na reação do<br />

perácido benzóico com a acetofenona.<br />

1ª etapa – Ataque nucleofílico ao carbono da carbonila da acetofenona.<br />

C<br />

64


C<br />

mecanismo:<br />

O<br />

O<br />

CH 3<br />

+ HO O<br />

O<br />

C<br />

O<br />

O<br />

C<br />

CH 3<br />

C<br />

O<br />

OH<br />

+<br />

H 3C C<br />

O<br />

O<br />

O<br />

C<br />

O<br />

1º<br />

O<br />

C<br />

O<br />

H<br />

β<br />

CH 3<br />

CH 3<br />

O C<br />

Moura Campos sugere para o mesmo procedimento, o seguinte<br />

R C CH 3 + H +<br />

R C<br />

Ph<br />

OH<br />

CH 3<br />

C<br />

O O<br />

H<br />

O<br />

O<br />

OH<br />

R C CH 3 + HO<br />

O<br />

C<br />

OH<br />

+ H 3C C<br />

R<br />

O<br />

O C<br />

OH<br />

B<br />

Ph HB + R C<br />

CH 3<br />

OH<br />

O H 3C C<br />

OH<br />

Ph R C<br />

CH 3<br />

O O C<br />

O R<br />

O<br />

O<br />

O<br />

H<br />

O C<br />

O<br />

Ph<br />

Ph<br />

65


O<br />

H 3C C<br />

H<br />

O<br />

O<br />

R + C<br />

O<br />

Ph Ph C<br />

O<br />

OH<br />

+ H 3C C<br />

PROPRIEDADES QUÍMICAS DOS ÉSTERES<br />

1) Saponificação<br />

O<br />

O R<br />

É a reação de um éster com uma base forte (Na + OH ou K + OH) .<br />

Forma-se um álcool e um sal orgânico. Dependendo do tamanho do grupo<br />

R do sal, esse composto tem propriedades detergentes.<br />

R C<br />

R C<br />

R C<br />

O<br />

O R<br />

O<br />

OH<br />

O<br />

O<br />

O<br />

Na +<br />

+ OH R C<br />

O<br />

OH<br />

+ OR R OH + R C<br />

+ Na +<br />

R C<br />

O<br />

O Na +<br />

- Represente as reações que permitem obter ao mesmo tempo propanol 2<br />

e pentanoato de sódio.<br />

C C C C C<br />

pentanoato de isopropila<br />

C C C C C<br />

O<br />

C<br />

O C<br />

C<br />

R<br />

+ OH C C C C C<br />

Na +<br />

O<br />

propanol 2<br />

+ O C C C C C + C C C C C<br />

OH<br />

C<br />

OH<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O<br />

OH<br />

C C<br />

C<br />

O<br />

O<br />

+ Na +<br />

66


C C C C C<br />

O<br />

O Na +<br />

2) Reação com aminas<br />

pentanoato de sódio<br />

São semelhantes às reações de saponificação levando à formação<br />

de álcoois e amidas substituídas.<br />

R C<br />

O<br />

R C<br />

O<br />

O R<br />

O<br />

+ N R R C<br />

H 2<br />

N R + O R R OH + R C<br />

H 2<br />

H 2<br />

N<br />

O<br />

R<br />

R<br />

O<br />

N R<br />

⎯ Explique como podemos obter ao mesmo tempo butanol 2 e N, N<br />

dipropil butanoamida<br />

C C C C<br />

C C C C<br />

O<br />

O C C C<br />

C<br />

butanoato de secbutila<br />

O<br />

C C C N<br />

H<br />

C C C + O C C C<br />

H H<br />

+ N C C C C C C C N C C C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

(butanol 2)<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

O<br />

C C C C<br />

OH<br />

H<br />

+ C C C C<br />

C C C<br />

O<br />

N C C C<br />

C C C<br />

⎯ Identifique os produtos formados ao reagirmos pentanodiato de metila<br />

com etil amina.<br />

67


C<br />

O<br />

O<br />

C<br />

C C C C<br />

O<br />

C C N<br />

H 2<br />

C<br />

O<br />

O C<br />

H<br />

+ 2 N H<br />

C C C C<br />

O O<br />

C C C C C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

H 2N C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

O<br />

N C C<br />

C C N<br />

N C C<br />

H H<br />

3) Reação com hidroxi amina<br />

R C<br />

R C<br />

H 2C<br />

H 2<br />

O<br />

C C C C<br />

O<br />

C C<br />

+ 2 O C<br />

NH 2<br />

C<br />

C<br />

+ 2 HO C<br />

Nesse caso forma-se um álcool e uma N – hidroxi amida<br />

O<br />

O R<br />

O<br />

N OH<br />

H 2<br />

+ N OH R C O<br />

H 2<br />

H 2<br />

O<br />

N OH<br />

+ O R R OH + R C<br />

4) Éster Dietil Malônico e Carbamida<br />

C<br />

C<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O<br />

Et<br />

Et<br />

H 2<br />

N<br />

+ C O 2EtOH + H 2C<br />

N<br />

H 2<br />

R<br />

O<br />

C<br />

C<br />

O<br />

O<br />

N OH<br />

H<br />

H<br />

N<br />

N<br />

H<br />

C O<br />

68


Tautomeria H2C<br />

OH<br />

C<br />

N<br />

C N<br />

OH<br />

5) Éster etílico com etóxido de sódio<br />

Serve para obter β ceto ésteres<br />

C<br />

O<br />

OH<br />

OH<br />

N<br />

N<br />

"ácido<br />

barbitúrico"<br />

Suponhamos a reação do acetato de etila com etóxido de sódio.<br />

Se esta reação ocorrer segundo o mecanismo convencional, não haverá<br />

formação de nenhuma espécie química nova.<br />

H 3C C<br />

H 3C C<br />

O<br />

O C CH 3<br />

O<br />

H 2<br />

O C CH 3<br />

H 2<br />

+ O C CH 3 C C<br />

H 2<br />

+ O C CH 3<br />

H 2<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O C C<br />

C C<br />

O carbono α do éster, devido ao efeito indutivo da carbonila tem<br />

densidade eletrônica baixa. A base etóxido presente retira este próton<br />

com facilidade porque ele está fracamente ligado ao carbono α. Forma-se<br />

um ânion carbônio, que faz um ataque nucleófilo à carbonila de outra<br />

molécula do éster, levando à formação de um β ceto éster e da base<br />

etóxido.<br />

H 2 C<br />

H<br />

O<br />

C<br />

OEt<br />

+ OEt EtOH + H 2C C<br />

O<br />

OEt<br />

69


O<br />

EtO<br />

C<br />

CH 2<br />

+<br />

O<br />

EtO<br />

O<br />

EtO<br />

C<br />

CH 3<br />

O<br />

C C C CH 3<br />

H 2<br />

O<br />

EtO<br />

+ EtO<br />

C<br />

O<br />

C C C<br />

Numa última etapa a base etóxido retira um próton do β ceto-éster<br />

dando origem a um álcool. Acidulamos e temos a formação do produto<br />

final.<br />

O<br />

EtO<br />

O<br />

EtO<br />

C<br />

C<br />

H<br />

O<br />

C C CH 3<br />

H<br />

+<br />

O C C<br />

H O<br />

C C CH 3 + H +<br />

O<br />

EtO<br />

C<br />

O<br />

EtO<br />

OEt<br />

C C CH 3 + C C OH<br />

H<br />

C C C<br />

H<br />

O<br />

3 ceto, butanoato de etila<br />

(β ceto butirato de etila)<br />

Quais seriam os produtos formados se utilizássemos como<br />

reagentes metóxido de sódio e butanoato de metila?<br />

C C C C<br />

C<br />

O<br />

O<br />

H<br />

O<br />

C C C C<br />

O C<br />

CH 3<br />

+ O CH 3 H 3C OH + C C C C<br />

O<br />

Na<br />

+ C C C C<br />

C<br />

C O<br />

C O<br />

O<br />

O<br />

O C<br />

C C C C C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

O<br />

C<br />

70


C<br />

C<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C C C C C<br />

H<br />

O<br />

C C<br />

C C C C C<br />

6) Éster malônico<br />

O<br />

+ O CH3 C<br />

+ H +<br />

C<br />

O<br />

C<br />

O<br />

O<br />

C C<br />

C C C C C + H3C OH<br />

C<br />

O<br />

C C<br />

2 etil, 3 ceto hexanoato<br />

de metila<br />

C C C C C<br />

H<br />

O hidrogênio do carbono α deste éster está fracamente ligado ao<br />

mesmo, devido à ação das duas carbonilas: qualquer base forte pode<br />

retirar um desses prótons, dando origem a um ânion carbônio que se<br />

estabiliza por ressonância. (duplamente estabilizado)<br />

H<br />

H<br />

C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

OEt<br />

O<br />

OEt<br />

+ OH H 2O + C<br />

Obs: a base presente também pode “atacar” o carbono da<br />

carbonila. Para diminuir esta probabilidade, utiliza-se o éster etílico ou<br />

metílico.<br />

A obtenção do ânion é importante porque serve para obtermos<br />

novas ligações entre carbonos.<br />

Exemplo 1:<br />

Se misturarmos uma solução, que contenha esse ânion com um<br />

haleto orgânico, obteremos um derivado do éster malônico.<br />

H<br />

O<br />

C<br />

C<br />

O<br />

OEt<br />

O<br />

OEt<br />

71


H<br />

H<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

OEt<br />

O<br />

OEt<br />

Exemplo 2:<br />

δ +<br />

δ -<br />

H 3C<br />

+ H 3C I I + C<br />

H<br />

C<br />

C<br />

O<br />

OEt<br />

O<br />

OEt<br />

Éster metil dietil malônico<br />

ou<br />

Metil, malonato de dietila<br />

Reação do éster malônico em meio básico com cloreto de acetila.<br />

C<br />

C<br />

O<br />

OEt<br />

O<br />

OEt<br />

O<br />

+ C<br />

Cl<br />

H 3C<br />

Obs: Descarboxilação<br />

CH 3<br />

O<br />

C<br />

Cl H<br />

Cl<br />

H 3C<br />

O<br />

C<br />

+ C<br />

Ocorre com certa facilidade quando tivermos duas carboxilas<br />

ligadas num mesmo carbono.<br />

O<br />

C<br />

C<br />

C<br />

OH<br />

O<br />

OH<br />

Δ<br />

H 2C<br />

C<br />

O<br />

C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

OEt<br />

O<br />

OEt<br />

H<br />

OH H 3C C<br />

+<br />

O<br />

C<br />

HO<br />

O<br />

OH<br />

C<br />

C<br />

O<br />

OEt<br />

O<br />

OEt<br />

+ CO 2<br />

72


⎯ Aplicação<br />

malônico?<br />

O que ocorre quando tentamos descarboxilar o éster acetil dietil<br />

1) trata-se esse éster com uma base.<br />

2) sal formado é tratado com um ácido inorgânico.<br />

3) O ácido acetil malônico obtido é aquecido dando origem a um β ceto<br />

ácido.<br />

éster acetil dietil malônico ou acetil malonato de dietila<br />

O<br />

C C<br />

CH 3<br />

H<br />

C<br />

C<br />

O<br />

OEt<br />

O<br />

OEt<br />

O<br />

+ 2 OH C<br />

Δ<br />

CH 3<br />

C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O<br />

+ 2H +<br />

Observação: a base OH também pode abstrair o próton do<br />

carbono α formando outro produto.<br />

O<br />

C<br />

CH 3<br />

C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

OH<br />

O<br />

OH<br />

- Identificar X, Y, Z na seqüência reacional:<br />

C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

Δ<br />

OEt<br />

O<br />

OEt<br />

CO 2 + H 3C C C C<br />

O<br />

H 2<br />

Ácido 3 ceto (β ceto)<br />

butanóico<br />

ou<br />

Ácido β ceto butírico<br />

X Y Z<br />

NaOH HCl<br />

Δ<br />

O<br />

OH<br />

73


C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

C<br />

C<br />

O<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

OEt<br />

O<br />

OEt<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O<br />

+ 2 OH<br />

Na +<br />

Na +<br />

O O<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

Na +<br />

+ 2HCl<br />

OH<br />

O<br />

OH<br />

Δ<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

Y<br />

O<br />

C<br />

C<br />

C<br />

X<br />

O<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O<br />

C<br />

C<br />

Na +<br />

Na +<br />

CO 2 + C C C C<br />

Z<br />

O<br />

C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

OH<br />

O<br />

OH<br />

+ 2HO Et<br />

O<br />

OH<br />

ácido α propil,<br />

β ceto butanóico<br />

ou<br />

Ácido α propil<br />

β ceto butírico<br />

+ 2 Na + Cl -<br />

O aquecimento da 2 carboxi, 2 aceto carboxi, ciclo hexanona 1<br />

também leva a descarboxilação.<br />

O<br />

C C<br />

C<br />

OH<br />

O<br />

O<br />

OH<br />

Δ<br />

CO 2 +<br />

O<br />

C C<br />

H<br />

2 aceto carboxi<br />

ciclo hexanona 1<br />

O<br />

OH<br />

74


7) Clivagem de β ceto ésteres.<br />

Esses compostos, ao reagirem com bases diluídas e concentradas,<br />

formam produtos diferentes. Por exemplo: se a base for diluída teremos<br />

uma reação de saponificação comum. Se reagirmos o β ceto éster com<br />

soda cáustica concentrada e quente, teremos duas possibilidades de<br />

reação.<br />

1<br />

O<br />

H 2<br />

C C C C<br />

OH<br />

O<br />

C C C C<br />

⎯ Aplicação<br />

H<br />

H<br />

1<br />

O<br />

OEt<br />

O<br />

OEt<br />

2<br />

2<br />

H 3C C C<br />

2<br />

OH (diluída)<br />

OH (concentrada)<br />

O<br />

O<br />

O<br />

H 3C C C C<br />

H 3C C C<br />

Na +<br />

+ H 3C C<br />

O<br />

OH<br />

O<br />

O<br />

-<br />

+ H 2C C<br />

+ EtOH<br />

Na +<br />

Existe um β ceto éster chamado 2 ceto ciclo hexil, metanoato de<br />

etila. Esse composto ao ser tratado com soda cáustica concentrada e<br />

O<br />

OEt<br />

quente dá origem a um derivado de cadeia alifática.<br />

O<br />

O<br />

OH<br />

C<br />

O<br />

C<br />

O<br />

OEt<br />

OEt<br />

+ OH<br />

Na +<br />

O<br />

O<br />

C<br />

HO O<br />

C<br />

O<br />

OEt<br />

C C C C C C<br />

O<br />

OEt<br />

O<br />

OEt<br />

+ H<br />

75


O O<br />

C C C C C C C<br />

HO OEt<br />

Heptanodiato monoácido de Etila<br />

A base OH também pode “atacar” o carbono de carbonila do<br />

éster, diminuindo o rendimento do processo.<br />

Exercícios<br />

1) A reação do anidrido 2 metil pentanóico com butanol 2/piridina forma<br />

um ácido e um éster. Represente, com mecanismos, esta preparação.<br />

2) Ao reagirmos brometo de 2 etil pentanodiila com excesso de etóxido<br />

de sódio obtemos um sal e um éster. Represente, com mecanismos,<br />

esta preparação.<br />

3) Quando colocamos a reagir brometo de 2 etil pentanodiila com<br />

excesso de fenil metanol obtemos um HX e um éster. Represente,<br />

com mecanismos, esta preparação.<br />

4) Em presença de FeBr3, anidrido hexanóico reage com éter<br />

disecbutílico originando um éster. Represente com mecanismos, esta<br />

preparação.<br />

5) A benzil cetena quando colocada a reagir com ligeiro excesso de fenil<br />

metanol forma um éster. Represente, com mecanismos, esta<br />

preparação.<br />

6) A reação do ácido 3 metil pentanóico com 2 metil propanol 2/H +<br />

origina um éster e água, através de uma cisão “alquil – oxigênio”.<br />

Represente, com mecanismos, esta obtenção.<br />

7) A reação do ácido metil butanodióico com 2 metil propanol 1/H +<br />

origina um éster e água, através de uma cisão “acil – oxigênio”.<br />

Represente, com mecanismos, esta obtenção.<br />

8) Ao reagirmos o ácido oxálico (etanodióico) com excesso de buteno<br />

2/H + , obtemos um éster. Represente, com mecanismos, esta<br />

obtenção.<br />

9) Numa industria existe um tanque esférico de 3m de diâmetro,<br />

contendo anidrido butanóico (d = 0,880 g/L) até 7/8 de sua<br />

capacidade. Existe também um outro tanque cilíndrico (d = 2m; h =<br />

3,5 m) contendo éter diisopropílico (d = 0,805 g/mL) até 8/9 de sua<br />

capacidade. De que modo estas espécies químicas devem ser<br />

76


misturadas para que a reação química entre elas (em presença de<br />

FeCl3) forme a maior quantidade possível de éster, com R = 85%?<br />

10) Represente com mecanismos, a equação da reação que ocorre<br />

quando colocamos a reagir 2 etil hexanodiato de butila com excesso<br />

de soda cáustica.<br />

11) Idem quando o éster é o 2 etil pentanoato de benzila.<br />

12) Ao reagirmos um óleo vegetal denominado “triestearato de glicerila”<br />

com excesso de potassa cáustica, obtemos glicerina (propanotriol) e<br />

um sal orgânico (sabão) com E = 90%. Para a fabricação de 150.000<br />

barras desse sabão, de 80g cada uma, pede-se:<br />

a- o mecanismo;<br />

b- as massas das espécies envolvidas;<br />

c- o volume de solução 11 N de base necessário.<br />

13) Ao reagirmos butanodiato de etila com excesso de benzil amina<br />

obtemos uma amida e um álcool. Para o aproveitamento de 60<br />

tambores contendo o éster inicial (d = 0,970 g/mL) e supondo-se E =<br />

93%, pede-se:<br />

a- o mecanismo;<br />

b- as massas das espécies envolvidas.<br />

14) Uma indústria precisa obter 7500 L de butanol 2 através de reação<br />

entre álcool e a hidroxiamina. Supondo-se R = 84%, pede-se:<br />

a- o mecanismo;<br />

b- as massas das espécies envolvidas.<br />

15) A reação entre o éster propil, butil malônico (dietil) com a uréia forma<br />

um “ácido barbitúrico”, com E = 80%, que é utilizado na forma de<br />

comprimidos, como medicação de ação calmante. Para a fabricação<br />

de 4 x 10 9 comprimidos de 500 mg cada um, contendo 10% deste<br />

princípio ativo, pede-se:<br />

a- o mecanismo;<br />

b- as massas das espécies envolvidas.<br />

16) A reação de ésteres etílicos com etóxido de sódio origina “β ceto<br />

ésteres”. Baseando-se nesta informação, represente, com<br />

mecanismos, as espécies obtidas quando colocamos a reagir etóxido<br />

de sódio com pentanoato de etila. Calcule, supondo R = 78%, as<br />

massas das espécies envolvidas para produzir 10000 L do β ceto<br />

éster em questão (d = 1,067 g/mL).<br />

77


17) A descarboxilação ocorre com certa facilidade, sob a ação do calor,<br />

quando temos duas carboxilas ligadas a um mesmo átomo de<br />

carbono. Represente, com mecanismos, as descarboxilações:<br />

a- ácido isopropil malônico (propanodióico);<br />

b- ácido secbutil, acetil malônico.<br />

18) A clivagem de β ceto ésteres ocorre em presença de bases fortes<br />

concentradas, sob a ação do calor. Represente, com mecanismos, a<br />

clivagem do β ceto pentanoato de propila em presença de potassa<br />

cáustica concentrada. Calcule as massas das espécies envolvidas,<br />

com R = 90%, para o aproveitamento de 2500 L de solução 14 N da<br />

base em questão.<br />

19) A hidrólise ácida do 1,4 diciano butano origina NH3 e um diácido<br />

orgânico. Em seguida este diácido foi colocado a reagir com excesso<br />

de butanol 1/H + , dando origem a um éster e água. Finalmente, o éster<br />

foi posto a reagir com excesso de soda cáustica, formando um sal<br />

orgânico e um álcool. Para a obtenção de 2000 L de solução 5 N<br />

contendo este sal orgânico. Pede-se:<br />

a- os mecanismos;<br />

b- as massas das espécies envolvidas.<br />

20) Num certo procedimento, colocamos a reagir 2000 L de butanoato de<br />

metila (d = 0,920 g/mL) com metóxido de sódio, havendo formação de<br />

um β ceto éster, que numa fase seguinte, foi posto a reagir com<br />

solução 12 N de soda cáustica. Sabendo-se que 70% deste β ceto<br />

éster reagir segundo um processo de “clivagem” e que os 30%<br />

restantes segundo o mecanismo tradicional, pede-se:<br />

a- os mecanismos;<br />

b- as massas das espécies envolvidas;<br />

c- o volume de solução básica utilizado.<br />

1 – Reagentes<br />

NOÇÕES DE SÍNTESE ORGÂNICA<br />

ACETATO DE AMILA<br />

Álcool amílico: 27,0 mL (d = 0,832 g/mL)<br />

Ácido acético glacial: 15,0 mL (d = 1,05 g/mL)<br />

Ácido sulfúrico concentrado: 1,0 mL (d = 1,84 g/mL)<br />

78


2 – Espécies complementares<br />

Solução de carbonato de sódio a 10%<br />

Sulfato de sódio anidro<br />

3 – Técnica<br />

Em um balão de 250 mL, colocar 27,0 mL de álcool amílico, 15,0<br />

mL de ácido acético glacial e 1,0 mL de ácido sulfúrico concentrado.<br />

Ao balão, colocado sobre uma fonte de aquecimento, adaptar um<br />

separador de Dean Stark, e a este, um condensador de refluxo.<br />

Aquecer a mistura durante 45 min, sendo que, por ser mais densa,<br />

a água formada irá ficar retida no tubo coletor.<br />

Adicionar 15,0 mL de solução de Na2CO3 a 10%, com agitação.<br />

Verificar o pH da fase aquosa (que deverá estar ligeiramente alcalino).<br />

Decantar, transferindo o produto para um erlenmeyer contendo 5g<br />

de Na2SO4 anidro. Fechar o erly e agitar periodicamente durante 15<br />

minutos.<br />

Filtrar com papel pregueado (seco), diretamente para um balão de<br />

destilação seco.<br />

Aquecer, recolhendo o produto que destila entre 148/149°C.<br />

4 – Reação (R = 80%)<br />

O<br />

H2SO4 H 3 C C + H3C (CH2) 3 CH2OH H3C C<br />

OH<br />

5 – Constantes físicas<br />

O<br />

O (CH 2) 4CH 3<br />

+ H 2O<br />

Líquido incolor, com odor de essência de banana; PE = 149°C; d20<br />

=0,875 g/mL; solúvel em etanol, éter etílico e acetato de etila. Muito pouco<br />

solúvel em água.<br />

79


6 – Equipamento<br />

7 – Questões<br />

1) Represente o mecanismo deste procedimento.<br />

2) Se existir reagente em excesso, quantificá-lo.<br />

3) Qual a % de catalisador utilizada, em função dos reagentes<br />

presentes?<br />

4) Quais as massas dos produtos obtidos?<br />

5) Dentro das proporções estequiométricas, quais massas das espécies<br />

envolvidas para a obtenção de 5000 L de éster?<br />

6) Idem, dentro das proporções do processo.<br />

7) Qual a função da solução de Na2CO3 a 10%?<br />

8) Qual a função de Na2SO4 anidro?<br />

9) De que modo a água é separada neste procedimento?<br />

10) Como podemos avaliar o grau de pureza do éster obtido?<br />

80


1 – Reagentes<br />

NOÇÕES DE SÍNTESE ORGÂNICA<br />

SÍNTESE DO FTALATO DE DIMETILA<br />

anidrido ftálico: 50,0g.<br />

Álcool metílico (metanol): 100,0 mL (d = 0,810 g/mL).<br />

H2SO4 concentrado: 8,0 mL (d = 1,84 g/mL)<br />

2 – Espécies complementares<br />

Solução aquosa de Na2CO3 saturada.<br />

CaCl2 anidro.<br />

Água destilada.<br />

3 – Técnica<br />

Num balão de 250 mL, colocar 50,0 g de anidrido ftálico. Num<br />

erlenmeyer de 250 mL colocar 100 mL de metanol, adicionando aos<br />

poucos, sob corrente de água, os 8,0 mL de H2SO4 concentrado.<br />

Transferir a mistura metanol/H2SO4 para o balão onde se encontra<br />

o anidrido ftálico. Adaptar um condensador de refluxo e aquecer em<br />

banho maria durante 120 minutos, sob agitação moderada. Retirar o<br />

condensador de refluxo, e substituí-lo por um sistema para destilar o<br />

excesso de metanol.<br />

Verter o éster obtido em 100 mL de água destilada fria e transferir<br />

esta mistura para um funil de separação.<br />

Decantar o éster obtido. Neutralizar com solução de Na2CO3<br />

saturada, controlando o pH final. Lavar com água destilada. Dessecar<br />

com CaCl2 anidro e filtrar.<br />

4 – Constantes físicas<br />

Líquido oleoso, ligeiramente aromático; PE = 283,7°C; d20 = 1,194<br />

g/mL, solúvel em etanol, éter etílico e clorofórmio. Pouco solúvel em<br />

água.<br />

81


5 – Questões<br />

a) Representar o mecanismo deste procedimento.<br />

b) Se existir reagente em excesso, quantificá-lo.<br />

c) Quais as massas dos produtos obtidos, supondo-se R = 79%?<br />

d) Dentro das proporções estequiométricas, quais as massas das<br />

espécies necessárias para a obtenção de 2000 L deste éster?<br />

e) Dentro das proporções do processo, quais as massas das<br />

espécies necessárias para a obtenção de 3000 L deste éster?<br />

f) Porque a adição do H2SO4 no metanol deve ser lenta?<br />

g) Porque o éster obtido é colocado em água destilada?<br />

h) Porque o éster obtido é “lavado” com água destilada?<br />

i) Quais as funções do CaCl2 e da solução saturada de Na2CO3?<br />

82


CAPÍTULO 4<br />

BIODIESEL – GÁS NATURAL - BIOGÁS -<br />

CRÉDITOS DE CARBONO<br />

O que é biodiesel?<br />

BIODIESEL<br />

É um combustível produzido a partir de fontes totalmente<br />

renováveis, especialmente quando tem como suas matérias primas etanol<br />

(ao invés de metanol) e um óleo qualquer de origem vegetal (mamona), ou<br />

animal (sebo).<br />

O biodiesel é uma alternativa aos combustíveis derivados do<br />

petróleo. Pode ser usado em carros e qualquer outro veículo com motor<br />

diesel. Fabricado a partir de fontes renováveis (girassol, soja, mamona), é<br />

um combustível que emite menos poluentes que o diesel. Saiba aqui<br />

porque todos estão falando deste biocombustível.<br />

Vantagens do Biodiesel<br />

Cada vez mais o preço da gasolina, diesel e derivados de<br />

petróleo tendem a subir. A cada ano o consumo aumenta e as reservas<br />

diminuem. Além do problema físico, há o problema político: a cada<br />

ameaça de guerra ou crise internacional, o preço do barril de petróleo<br />

dispara.<br />

Aspectos Econômicos do Biodiesel<br />

Para aumentar sua competitividade, os custos de produção do<br />

biodiesel podem ser minimizados através da venda dos co-produtos<br />

gerados durante o processo de transesterificação, tais como a glicerina,<br />

adubo e ração protéica vegetal.<br />

Especificações do Biodiesel<br />

Em função da importância do biodiesel e da futura<br />

regulamentação para sua utilização no país, o estabelecimento de<br />

83


padrões de qualidade para o biodiesel se constitui um fator primordial<br />

para sua adoção ser bem sucedida.<br />

História e Biodiesel<br />

Durante a Exposição Mundial de Paris, em 1900, um motor<br />

diesel foi apresentado ao público funcionando com óleo de amendoim.<br />

Os primeiros motores tipo diesel eram de injeção indireta. Tais<br />

motores eram alimentados por petróleo filtrado, óleos vegetais e até<br />

mesmo por óleos de peixe.<br />

Processo de Produção de Biodiesel<br />

A molécula de óleo vegetal é formada por três ésteres ligados a<br />

uma molécula de glicerina, o que faz dele um triglicídio. O processo para<br />

a transformação do óleo vegetal em biodiesel chama-se<br />

TRANSESTERIFICAÇÃO.<br />

Balanço Energético do Biodiesel<br />

A utilização do biocombustível depende, entre outros fatores,<br />

de uma relação positiva entre a energia consumida no processo de<br />

produção, e a energia disponibilizada pelo combustível produzido.<br />

Biodiesel Brasil<br />

O Brasil apresenta grandes vantagens para produção de<br />

biocombustíveis, pois apresenta geografia favorável, situa-se em uma<br />

região tropical, com altas taxas de luminosidade e temperaturas médias<br />

anuais. Associada à disponibilidade hídrica e regularidade de chuvas<br />

torna-se o país com maior potencial para produção de energia renovável.<br />

Fábricas de Biodiesel<br />

A atual estrutura nacional de produção de biodiesel pode ser<br />

caracterizada como incipiente e fortemente baseada em experiências com<br />

plantas-piloto, o que resulta num volume de produção bastante reduzido.<br />

84


Efeito Estufa - Greenhouse Effect<br />

O biodiesel permite que se estabeleça um ciclo fechado de<br />

carbono no qual o CO2 é absorvido quando a planta cresce e é liberado<br />

quando o biodiesel é queimado na combustão do motor.<br />

Agricultura Familiar, Emprego e o Lado Social do Biodiesel<br />

O grande mercado energético brasileiro e mundial poderá dar<br />

sustentação a um imenso programa de geração de empregos e renda a<br />

partir da produção do biodiesel. A produção de oleaginosas em lavouras<br />

familiares faz com que o biodiesel seja uma alternativa importante para a<br />

erradicação da miséria no país.<br />

Impostos sobre Biodiesel<br />

Assim é reconhecido internacionalmente que o biodiesel,<br />

atualmente, não é competitivo em relação ao óleo diesel, sem que haja<br />

fortes incentivos fiscais.<br />

Rendimento de Óleo das Sementes<br />

As oleaginosas promissoras para a produção do biodiesel,<br />

devem ter avaliadas suas reais potencialidades técnicas e seus efeitos<br />

secundários.<br />

Financiamento para construção de usinas<br />

O BNDES já conta com o Programa de Apoio Financeiro a<br />

Investimentos em Energia. Esse programa tem por objetivo propiciar o<br />

aumento da oferta, a otimização do consumo atual e a atração de novos<br />

investidores.<br />

Glicerina - Sub-produto do biodiesel<br />

A Glicerina é produzida por via química ou fermentativa. Tem<br />

uma centena de usos, principalmente na indústria química. Os processos<br />

de produção são de baixa complexidade tecnológica.<br />

85


PróAlcool - Programa Brasileiro de Álcool<br />

O PROÁLCOOL foi um programa bem-sucedido de substituição<br />

em larga escala dos derivados de petróleo. Foi desenvolvido para evitar o<br />

aumento da dependência externa de divisas quando dos choques de<br />

preço de petróleo.<br />

BIODIESEL BRASIL<br />

O país tem em sua geografia grandes vantagens agrônomas,<br />

por se situar em uma região tropical, com altas taxas de luminosidade e<br />

temperaturas médias anuais. Associada a disponibilidade hídrica e<br />

regularidade de chuvas, torna-se o país com maior potencial para<br />

produção de energia renovável.<br />

O Brasil explora menos de um terço de sua área agricultável, o<br />

que constitui a maior fronteira para expansão agrícola do mundo. O<br />

potencial é de cerca de 150 milhões de hectares, sendo 90 milhões<br />

referentes a novas fronteiras, e outros 60 referentes a terras de pastagens<br />

que podem ser convertidas em exploração agrícola a curto prazo. O<br />

Programa Biodiesel visa à utilização apenas de terras inadequadas para o<br />

plantio de gêneros alimentícios.<br />

Há também a grande diversidade de opções para produção de<br />

biodiesel, tais como a palma e o babaçu no norte, a soja, o girassol e o<br />

amendoim nas regiões sul, sudeste e centro-oeste, e a mamona, que além<br />

de ser a melhor opção do semi-árido nordestino, apresenta-se também<br />

como alternativa às demais regiões do país.<br />

A sinergia entre o complexo oleaginoso e o setor de álcool<br />

combustível traz a necessidade do aumento na produção de álcool. A<br />

produção de biodiesel consome álcool etílico, através da<br />

transesterificação por rota etílica, o que gera incremento da demanda<br />

pelo produto.<br />

Consequentemente, o projeto de biodiesel estimula também o<br />

desenvolvimento do setor sucroalcooleiro, gerando novos investimentos,<br />

emprego e renda.<br />

86


A ANP estima que a atual produção brasileira de biodiesel seja<br />

da ordem de 176 milhões de litros anuais.<br />

O atual nível de produção constitui um grande desafio para o<br />

cumprimento das metas estabelecidas no âmbito do Programa Nacional<br />

de Produção e Uso do Biodiesel, que necessitará de, aproximadamente,<br />

750 ML em sua fase inicial. Ou seja, a capacidade produtiva atual supre<br />

somente 17% da demanda, considerando a mistura B2.<br />

Porém, com a aprovação das usinas cuja solicitação tramita na<br />

ANP, a capacidade de produção coincide com a demanda prevista para<br />

2006. Esta capacidade terá que ser triplicada até 2012, com a necessidade<br />

de adição de 5% de biodiesel ao petrodiesel.<br />

A fim de conferir uma dimensão à perspectiva de expansão da<br />

produção de biodiesel no Brasil, foram efetuadas projeções para o<br />

período 2005–2035. Foram considerados os seguintes parâmetros<br />

básicos para efetuar a projeção:<br />

a. Taxa geométrica de crescimento do consumo de óleo<br />

diesel ou sucedâneos de 3,5% a.a.;<br />

b. Mistura de biodiesel ao óleo diesel iniciando em 2% e<br />

finalizando em 40%;<br />

c. Produtividade de óleo iniciando em 600 kg/ha e<br />

finalizando em 5.000 kg/ha;<br />

d. Considerou-se grande usina aquela que processa acima<br />

de 100 kt/ano;<br />

e. Parcela da produção alocada a grandes usinas de 80%;<br />

f. Craqueadores instalados em pequenas comunidades ou<br />

propriedades rurais atingindo 100.000 L no final do<br />

período, com produção média de 250 L/dia;<br />

O Brasil poderá produzir, apenas para o mercado interno, um<br />

volume aproximado de 50 GL, sendo a maior parcela produzida por<br />

transesterificação (80%) e o restante por craqueamento. A produção por<br />

transesterificação atenderá o grande mercado atacadista, direcionado à<br />

mistura com petrodiesel, o abastecimento de frotistas ou de<br />

87


consumidores interessados em aumentar a proporção de biodiesel no<br />

petrodiesel.<br />

Estima-se que a produção de biodiesel para os mercados<br />

externos e internos, no final do período, será equivalente. Entretanto, nos<br />

primeiros 10 anos, o mercado interno absorverá a totalidade da produção.<br />

No conjunto do mercado interno e externo, a rota de<br />

transesterificação etanólica responderá por 90% do total do biodiesel<br />

produzido.<br />

Nesse cenário, no final do período, haverá uma demanda de 6<br />

GL de etanol e uma produção 4Mt de glicerol, evidenciando o potencial de<br />

integração de cadeias com a produção de biodiesel.<br />

Mercado automotivo e estações estacionárias<br />

O uso do biodiesel pode atender a diferentes demandas de<br />

mercado, significando uma opção singular para diversas características<br />

regionais existentes ao longo do território nacional.<br />

Conceitualmente o biodiesel pode substituir o diesel de origem<br />

fóssil em qualquer das suas aplicações. No entanto, a inserção deste<br />

combustível na matriz energética brasileira deverá ocorrer de forma<br />

gradual e focada em mercados específicos, que garantam a<br />

irreversibilidade do processo.<br />

A utilização do biodiesel pode ser dividida em dois mercados<br />

distintos, mercado automotivo e usos em estações estacionárias. Cada<br />

um destes mercados possui características próprias e podem ser<br />

subdivididos em submercados.<br />

O mercado de estações estacionárias caracteriza-se<br />

basicamente por instalações de geração de energia elétrica, e<br />

representam casos específicos e regionalizados.<br />

Tipicamente, pode-se considerar a geração de energia nas<br />

localidades não supridas pelo sistema regular nas regiões remotas do<br />

País, que em termos dos volumes envolvidos não são significativos, mas<br />

podem representar reduções significativas com os custos de transporte<br />

88


e, principalmente, a inclusão social e o resgate da cidadania dessas<br />

comunidades.<br />

Outros nichos de mercado para utilização do biodiesel para<br />

geração de energia podem ser encontrados na pequena indústria e no<br />

comércio, como forma de redução do consumo de energia no horário de<br />

ponta, aliado aos aspectos propaganda e marketing.<br />

O mercado automotivo pode ser subdividido em dois grupos,<br />

sendo um composto por grandes consumidores com circulação<br />

geograficamente restrita, tais como empresas de transportes urbanos, de<br />

prestação de serviços municipais, transporte ferroviário e hidroviário<br />

entre outras.<br />

A segunda parcela do mercado automotivo caracteriza-se pelo<br />

consumo a varejo, com a venda do combustível nos postos de revenda<br />

tradicionais. Neste grupo estão incluídos os transportes interestaduais de<br />

cargas e passageiros, veículos leves e consumidores em geral.<br />

Demanda Brasileira<br />

Como um sucedâneo do óleo diesel, o mercado potencial para o<br />

biodiesel é determinado pelo mercado do derivado de petróleo. A<br />

demanda total de óleo diesel no Brasil em 2002 foi da ordem de 39,2<br />

milhões de metros cúbicos, dos quais 76% foram consumidos no setor de<br />

transporte, 16% no setor agropecuário e 5% para geração de energia<br />

elétrica nos sistemas isolados.<br />

A importação de diesel, em 2002, correspondeu a 16,3% do<br />

mercado e significou nos últimos anos um dispêndio anual da ordem de<br />

US$ 1,2 bilhão, sem considerar o diesel produzido com petróleo<br />

importado, cerca de 8% do total de diesel consumido.<br />

No setor de transporte, 97% da demanda ocorre no modal<br />

rodoviário, ou seja caminhões, ônibus e utilitários, já que no Brasil estão<br />

proibidos os veículos leves a diesel. Em termos regionais, o consumo de<br />

diesel ocorre principalmente na região Sudeste (44%), vindo a seguir o<br />

Sul (20%), Nordeste (15%), Centro-Oeste (12%) e Norte (9%). O diesel para<br />

consumo veicular no Brasil pode ser o diesel interior, com teor de enxofre<br />

89


de 0,35% ou o diesel metropolitano, com 0,20% de enxofre, que responde<br />

por cerca de 30% do mercado.<br />

A geração de energia elétrica nos sistemas isolados da região<br />

amazônica consumiu 530 mil metros cúbicos de diesel, distribuídos na<br />

geração de 2.079 GWh, no Amazonas (30%), Rondônia (20%), Amapá<br />

(16%), Mato Grosso (11%), Pará (11%), Acre (6%), Roraima (3%), além de<br />

outros pequenos sistemas em outros estados.<br />

Estes números se referem à demanda do serviço público.<br />

Existem grandes consumidores privados de diesel para geração de<br />

energia elétrica, como as empresas de mineração localizadas na região<br />

Norte.<br />

Como um exercício e sem considerar eventuais dificuldades de<br />

logística ou de produção, podem ser inicialmente considerados os<br />

seguintes mercados:<br />

1. uso de B5 no diesel metropolitano: 0,45 Mm 3 ;<br />

2. uso de B5 no diesel consumido no setor agropecuário:<br />

0,31 Mm 3 ;<br />

3. uso de B5 para geração nos sistemas isolados: 0,10 Mm 3 ;<br />

4. uso de B5 em todo o mercado de diesel: 2,00 Mm 3 .<br />

PRODUÇÃO DO BIODIESEL<br />

O Biodiesel é um combustível produzido a partir de fontes<br />

totalmente renováveis, especialmente quando tem como suas matérias-<br />

primas etanol (ao invés de metanol) e um óleo qualquer de origem vegetal<br />

(mamona), ou animal (sebo).<br />

Ele é usado em substituição ou adicionado ao diesel de<br />

petróleo (petrodiesel).<br />

Processo de fabricação<br />

O biodiesel é predominantemente produzido através de uma<br />

reação denominada transesterificação de triglicerídeos (óleos ou<br />

gorduras animais ou vegetais) com álcoois de cadeia curta (metanol ou<br />

90


etanol), tendo a glicerina e sabão como sub-produtos. A reação de<br />

transesterificação é catalisada por ácido ou base, dependendo das<br />

características do óleo e/ou gordura utilizados.<br />

Obtenção dos ésteres etílicos na indústria<br />

A reação de transesterificação é realizada em um reator de 5 L,<br />

provido de camisa de circulação de água aquecida e agitação mecânica.<br />

O sistema permanece a 50 ºC e então 3 L de óleo neutro de soja são<br />

adicionados. Quando o sistema atinge 45 ºC, a solução de 1,5 L de etanol<br />

anidro e 15 g do catalisador NaOH são adicionadas, estabelecendo-se<br />

este momento como sendo o tempo zero da reação. O tempo de reação é<br />

de 5 min, pois neste tempo pode-se constatar a conversão completa de<br />

ésteres pelo escurecimento brusco da mistura, seguida de retorno da<br />

coloração inicial. Após o término da reação, 600 g de glicerina p.a são<br />

adicionados para acelerar a formação da fase inferior. Isso resulta na<br />

formação de uma fase superior correspondente aos ésteres etílicos e uma<br />

fase inferior contendo a glicerina, formada pela reação e adicionada, ao<br />

excesso de etanol, o hidróxido de sódio que não reagiu, junto com os<br />

sabões formados durante a reação e alguns traços de ésteres etílicos e<br />

glicerídeos parciais. Após a separação das duas fases por decantação, os<br />

ésteres obtidos são então purificados através da lavagem com uma<br />

solução contendo 1,5 L de água destilada a 90 ºC e 0,5% de HCl<br />

concentrado. Com isso o catalisador remanescente da reação é<br />

neutralizado, fato confirmado com a análise da água de lavagem com<br />

indicador fenolftaleína 1%. A fase aquosa é separada do éster por<br />

decantação e os traços de umidade são eliminados pela filtração<br />

posterior com sulfato de sódio anidro. A fase inferior separada é<br />

submetida a uma destilação a 80 ºC sob vácuo moderado, para<br />

recuperação do excesso de etanol, e a glicerina permanece.<br />

Metanol x Etanol<br />

No Brasil, atualmente, a vantagem da rota etílica é a oferta<br />

desse álcool, de forma disseminada em todo território nacional. Assim, os<br />

91


custos diferenciais de fretes, para o abastecimento de etanol versus<br />

abastecimento de metanol, em certas situações, podem influenciar numa<br />

decisão. Sob o ponto de vista ambiental, o uso do etanol leva vantagem<br />

sobre o uso do metanol, quando este álcool é obtido de derivados do<br />

petróleo, no entanto é importante considerar que o metanol pode ser<br />

produzido a partir da biomassa.<br />

O Uso de Etanol<br />

O problema da utilização do etanol é o seu grau de pureza pois<br />

caso não seja de 99% ou mesmo 100% torna inviável a produção de<br />

biodiesel ou indispensável a sua purificação (destilação). Também<br />

complica muito o processo de produção pois temos de garantir que o<br />

etanol não absorve água em todo o processo.<br />

Fontes alternativas de óleos e gorduras<br />

O combustível pode ser produzido a partir de qualquer fonte de<br />

ácidos graxos, além dos óleos e gorduras animais ou vegetais. Os<br />

resíduos graxos também aparecem como matérias primas para a<br />

produção do biodiesel. Nesse sentido, podem ser citados os óleos de<br />

frituras, as borras de refinação, a matéria graxa dos esgotos, óleos ou<br />

gorduras vegetais ou animais fora de especificação, ácidos graxos, etc.<br />

Separação dos ésteres da glicerina<br />

Após a reação de transesterificação, os ésteres resultantes<br />

devem ser separados da glicerina, dos reagentes em excesso e do<br />

catalisador da reação. Isto pode ser feito em 2 passos.<br />

Primeiro separa-se a glicerina via decantação ou centrifugação.<br />

Seguidamente eliminam-se os sabões, restos de catalisador e de<br />

metanol/etanol por um processo de lavagem com água e burbulhação ou<br />

utilização de silicato de magnésio, requerendo este último uma filtragem.<br />

92


Influência dos ácidos graxos na qualidade do combustível<br />

características:<br />

Os ácidos graxos diferem entre si a partir de três<br />

• o tamanho da cadeia carbônica;<br />

• o número de insaturações;<br />

• presença de grupamentos químicos.<br />

Sabe-se que quanto menor o número de insaturações (duplas<br />

ligações) nas moléculas, maior o número de cetano do combustível<br />

(maior qualidade à combustão), porém maior o ponto de névoa e de<br />

entupimento (maior sensibilidade aos climas frios).<br />

Por outro lado, um elevado número de insaturações torna as<br />

moléculas menos estáveis quimicamente. Isso pode provocar<br />

inconvenientes devido a oxidações, degradações e polimerizações do<br />

combustível (ocasionando um menor número de cetano ou formação de<br />

resíduos sólidos), se inadequadamente armazenado ou transportado. Isso<br />

quer dizer que tanto os ésteres alquílicos de ácidos graxos saturados<br />

(láurico, palmítico, esteárico) como os de poli-insaturados (linoléico,<br />

linolênico) possuem alguns incovenientes, dependendo modo de uso.<br />

Assim, biodiesel com predominância de ácidos graxos<br />

combinados mono-insaturados (oléico, ricinoléico) são os que<br />

apresentam os melhores resultados.<br />

Além disso, sabe-se que quanto maior a cadeia carbônica da<br />

molécula, maior o número de cetano e a lubricidade do combustível.<br />

Porém, maior o ponto de névoa e o ponto de entupimento.<br />

Assim, moléculas exageradamente grandes (ésteres alquílicos<br />

do ácido erúcico, araquidônico ou eicosanóico) devido ao processo de<br />

pré-aquecimento tornam o combustível em regiões com temperaturas<br />

baixas dificultoso de uso.<br />

93


Mistura biodiesel/diesel<br />

O biodiesel pode ser usado misturado ao óleo diesel<br />

proveniente do petróleo em qualquer concentração, sem necessidade de<br />

alteração nos motores Diesel já em funcionamento. Observe que o<br />

biodiesel não é o mesmo que o óleo vegetal bruto: é um combustível<br />

produzido através de um processo químico que remove a glicerina,<br />

prejudicial ao motor, do óleo vegetal.<br />

A concentração de biodiesel é informada através de<br />

nomenclatura específica, definida como BX, onde X refere-se à<br />

percentagem em volume do biodiesel. Assim, B5, B20 e B100 referem-se,<br />

respectivamente, a combustíveis com uma concentração de 5%, 20% e<br />

100% de biodiesel (puro).<br />

Importância estratégica<br />

Pode cooperar para o desenvolvimento econômico regional, na<br />

medida em que se possa explorar a melhor alternativa de fonte de óleo<br />

vegetal (óleo de mamona, de soja, de dendê, etc.) específica de cada<br />

região. O consumo do biodiesel em lugar do óleo diesel baseado no<br />

petróleo pode claramente diminuir a dependência ao petróleo (a chamada<br />

"petrodependência"), contribuir para a redução da poluição atmosférica,<br />

já que contém menores teores de enxofre e outros poluentes, além de<br />

gerar alternativas de empregos em áreas geográficas menos propícias<br />

para outras atividades econômicas e, desta forma, promover a inclusão<br />

social.<br />

Projeto piloto<br />

Cidades como Curitiba, capital do Estado do Paraná, Brasil,<br />

possuem frota de ônibus para transporte coletivo movida a biodiesel.<br />

Esta ação reduziu substancialmente a poluição ambiental, aumentando,<br />

portanto, a qualidade do ar e, por conseqüência, a qualidade de vida num<br />

universo populacional de 3.000.000 de habitantes.<br />

94


Outros projetos em andamento são os da Petrobio na cidade de<br />

Piracicaba-SP (Brasil) com fabricação contínua e os da UFMT em Cuiabá-<br />

MT (Brasil) com microondas.<br />

As vantagens do biodiesel<br />

É energia renovável. No Brasil há muitas terras cultiváveis que<br />

podem produzir uma enorme variedade de oleaginosas como fonte de<br />

matéria-prima para o biodiesel, principalmente nos solos menos<br />

produtivos, com um baixo custo de produção.<br />

É constituído de carbono neutro. As plantas capturam todo o<br />

CO2 emitido pela queima do biodiesel e separam-no em carbono e<br />

oxigênio, zerando o balanço entre emissão dos veículos e absorção das<br />

plantas.<br />

Contribui ainda para a geração de empregos no setor primário,<br />

que no Brasil é de suma importância para o desenvolvimento social. Com<br />

isso, evita o êxodo do trabalhador no campo, reduzindo o inchaço das<br />

grandes cidades e favorecendo o ciclo da economia auto-sustentável<br />

essencial para a autonomia do país.<br />

Muito dinheiro é gasto para o refino e prospecção do petróleo.<br />

O capital pode ter um fim social melhor para o país, visto que o biodiesel<br />

não requer esse tipo de investimento.<br />

O Estado do Ceará é pioneiro na produção de biodiesel. Tendo<br />

como destaque o trabalho desenvolvido pelo NUTEC (NÚCLEO DE<br />

TECNOLOGIA INDUSTRIAL) na empresa TECBIO.<br />

do motor.<br />

O biodiesel é um ótimo lubrificante e pode aumentar a vida útil<br />

O biodiesel tem risco de explosão baixo. Ele precisa de uma<br />

fonte de calor acima de 150 graus Celcius para explodir.<br />

Tem fácil transporte e fácil armazenamento, devido ao seu<br />

menor risco de explosão.<br />

Lubricidade otimizada.<br />

Número de cetano mínimo 51.<br />

Sem a presença de aromáticos (benzeno).<br />

95


Estável e com boa atividade.<br />

Ajuda na eficiência de catalisadores.<br />

A tecnologia atual permite aos veículos Diesel atender a norma<br />

EURO III, dispositivos de retenção de particulados - filtros regenerativos<br />

(com B100 poderão operar melhor pela ausência de enxofre e material<br />

particulado).<br />

Perspectiva de exportação de Biodiesel como aditivo de baixo<br />

conteúdo de enxofre, especialmente para a União Européia onde o teor de<br />

enxofre está sendo reduzido paulatinamente de 2000 ppm em 1996, para<br />

350 ppm em 2002, e 50 ppm em 2005.<br />

Melhora o número de cetano (melhoria no desempenho da<br />

ignição) e lubricidade (redução de desgaste, especialmente do sistema de<br />

ignição).<br />

Ampliação da vida útil do catalisador do sistema de<br />

escapamento de automóveis.<br />

O uso como combustível proporciona ganho ambiental para<br />

todo o planeta, pois colabora para diminuir a poluição e o efeito estufa.<br />

A viabilidade do uso direto foi comprovada na avaliação dos<br />

componentes do motor, que não apresentou qualquer tipo de resíduo que<br />

comprometesse o desempenho.<br />

Para a utilização do biocombustível, não precisa de nenhuma<br />

adaptação em caminhões, tratores ou máquinas.<br />

O biodiesel é uma fonte limpa e renovável de energia que vai<br />

gerar emprego e renda para o campo, pois o país abriga o maior território<br />

tropical do planeta, com solos de alta qualidade que permitem uma<br />

agricultura auto-sustentável do plantio direto; topografia favorável à<br />

mecanização e é a nação mais rica em água doce do mundo, com clima e<br />

tecnologia que permitem a produção de duas safras ao ano.<br />

Por outro lado, o diesel do petróleo é um combustível não-<br />

renovável. O petróleo leva milhões de anos para se formar.<br />

Substitui o diesel nos motores sem necessidade de ajustes.<br />

O produtor rural estará produzindo seu combustível.<br />

Diminuição da poluição atmosférica.<br />

96


Redução de custos na propriedade.<br />

No caso do biodiesel Eco Óleo o produtor não compra o<br />

biodiesel, a comercialização será por meio de permuta, ou seja: troca de<br />

mercadorias como, por exemplo, o produtor entrega o girassol e recebe o<br />

Eco Óleo. Será o uso cativo.<br />

O produtor estará fazendo rotação de culturas em sua<br />

propriedade, incorporando nutrientes na sua lavoura.<br />

O biodiesel é usado puro nos motores, porém aceita qualquer<br />

percentual de mistura com o diesel, pois é um produto miscível.<br />

Outra grande vantagem é que, na formação das sementes, o gás<br />

carbônico do ar é absorvido pela planta. O calor produzido por litro é<br />

quase igual ao do diesel.<br />

Pouca emissão de partículas de carvão. O biodiesel é um éster<br />

e, por isso, já tem dois átomos de oxigênio na molécula.<br />

diesel.<br />

Na queima do biodiesel, ocorre a combustão completa.<br />

É necessária uma quantidade de oxigênio menor que a do<br />

É uma fonte de energética renovável, a exemplo de todos os<br />

produtos originários do ciclo produtivo da agroindústria. Nesse ciclo, a<br />

energia que está armazenada nos vegetais, no caso o grão da soja, é<br />

transformada em combustível e depois da combustão uma parte destina-<br />

se à operação de um sistema como um motor, e outra retorna para a nova<br />

plantação na forma de CO2, o CO2 combinado com a energia solar<br />

realimenta o ciclo.<br />

Não são necessárias alterações na tecnologia (peças e<br />

componentes) e de regulagem. Apenas é preciso que o biodiesel tenha<br />

uma qualidade definida. Por ser um produto natural e biodegradável,<br />

surgem problemas de degradação natural. Ao utilizar biodiesel você<br />

estará utilizando qualidade.<br />

Os óleos vegetais usados na produção do biodiesel podem ser<br />

obtidos do girassol, nabo forrageiro, algodão, mamona, soja, canola...<br />

Qualquer oleaginosa.<br />

97


Podemos prever claramente os efeitos positivos do biodiesel,<br />

analisando os benefícios da adição do etanol na gasolina. O etanol vem<br />

da indústria do álcool, uma indústria forte e que faz circular um grande<br />

volume de capital, gera empregos e ainda gera dinheiro para o governo<br />

através dos impostos, ajudando a reduzir o déficit publico.<br />

A maior parte dos veículos da indústria de transporte e da<br />

agricultura usam atualmente o diesel. O biodiesel é uma alternativa<br />

econômica, tendo a vantagem de ser confiável, renovável e fortalecer a<br />

economia do país gerando mais empregos. Como combustível já é uma<br />

realidade em expansão.<br />

Beneficia os agricultores e contribui para o crescimento<br />

econômico dos municípios, pois reduz a exportação de divisas e permite<br />

a redução de custo desse insumo. O uso do biodiesel certamente irá:<br />

1) preservar o interesse nacional;<br />

2) promover o desenvolvimento, ampliar o mercado de<br />

trabalho e valorizar os recursos energéticos;<br />

3) proteger os interesses do consumidor quanto a preço,<br />

qualidade e oferta dos produtos;<br />

4) proteger o meio ambiente e promover a conservação de<br />

energia;<br />

5) utilizar fontes alternativas de energia, mediante o<br />

aproveitamento econômico dos insumos disponíveis e<br />

das tecnologias aplicáveis;<br />

6) redução da emissão de poluentes locais com melhorias<br />

na qualidade de vida e da saúde pública;<br />

7) possibilitar a utilização dos créditos de carbono<br />

vinculados ao Mecanismo de Desenvolvimento Limpo<br />

decorrentes do Protocolo de Kyoto e a sedimentação da<br />

tecnologia de produção agrícola e industrial.<br />

O biodiesel é uma alternativa tecnicamente viável para o diesel<br />

mineral, mas seu custo hoje, de 1,5 a 3 vezes maior, o torna não<br />

competitivo, se externalidades positivas, como meio ambiente local, clima<br />

98


global, geração e manutenção de emprego, balanço de pagamentos não<br />

forem consideradas.<br />

Esses custos já consideram todos os créditos por subprodutos<br />

(uso da torta residual; glicerina). Não são previstas possibilidades de<br />

reduções significativas no custo de produção, para os óleos vegetais<br />

usados na Europa para biodiesel. Trata-se de processos agrícolas e<br />

industriais muito conhecidos, “maduros” e eficientes. O custo de<br />

referência, de diesel mineral, sem impostos, utilizado nesta análise é de<br />

US$ 0,22/litro.<br />

Segurança<br />

O metanol é tóxico, provoca cegueira e queimaduras profundas.<br />

Em contato com a pele lavar de imediato, em contato com os olhos lavar<br />

pelo menos 15 minutos e contactar de imediato o hospital. O metanol<br />

ferve a 65 graus, nunca aquecer o óleo a mais de 55 graus. É também<br />

altamente inflamável sendo usado normalmente em motores de corrida.<br />

O hidróxido de sódio (soda cáustica) também é tóxico e<br />

provoca queimaduras na pele. Em contacto com a pele neutralizar<br />

primeiro com vinagre e só depois lavar com água (nunca colocar água<br />

diretamente na soda).<br />

Usar sempre equipamento de proteção!<br />

Óculos, luvas e vestuário comprido é o mínimo exigido. Nunca<br />

respirar os vapores do metanol.<br />

Por que usar biodiesel?<br />

Cada vez mais o preço da gasolina, diesel e derivados de<br />

petróleo tendem a subir. A cada ano o consumo aumenta e as reservas<br />

diminuem. Além do problema físico, há o problema político: a cada<br />

ameaça de guerra ou crise internacional, o preço do barril de petróleo<br />

dispara.<br />

O efeito estufa, que deixa nosso planeta mais quente, devido ao<br />

aumento de dióxido de carbono na atmosfera (para cada 3,8 litros de<br />

gasolina que um automóvel queima, são liberados 10 kg de CO2 na<br />

99


atmosfera). A queima de derivados de petróleo contribui para o<br />

aquecimento do clima global por elevar os níveis de CO2 na atmosfera.<br />

Desvantagens<br />

Os grandes volumes de glicerina previstos (subproduto) só<br />

poderão ter mercado a preços muito inferiores aos atuais; todo o<br />

mercado de óleo-químicos poderá ser afetado. Não há uma visão clara<br />

sobre os possíveis impactos potenciais desta oferta de glicerina.<br />

No Brasil e na Ásia, lavouras de soja e dendê, cujos óleos são<br />

fontes potencialmente importantes de biodiesel, estão invadindo florestas<br />

tropicais, importantes bolsões de biodiversidade. Embora, aqui no Brasil,<br />

essas lavouras não tenham o objetivo de serem usadas para biodiesel,<br />

essa preocupação deve ser considerada.<br />

100


CRÉDITOS DE CARBONO<br />

A preocupação com o meio ambiente levou os países da<br />

Organização das Nações Unidas a assinarem um acordo que estipulasse<br />

controle sobre as intervenções humanas no clima.<br />

Assim o mercado de créditos de carbono nasceu em dezembro<br />

de 1997 com a assinatura do Protocolo de Kyoto. Desta forma, o<br />

Protocolo de Kyoto determina que seus signatários países desenvolvidos<br />

(chamados também de países do Anexo I), reduzam suas emissões de<br />

gases de efeito estufa em 5,2%, em média, relativas ao ano de 1990, entre<br />

2008 e 2012. Para tanto, existem algumas alternativas para auxiliá-los ao<br />

cumprimento de suas metas, chamadas de mecanismos de flexibilização.<br />

Esse período é também conhecido como primeiro período de<br />

compromisso. Para não comprometer as economias desses países, o<br />

protocolo estabeleceu que, caso seja impossível atingir as metas<br />

estabelecidas por meio da redução das emissões dos gases, os países<br />

poderão comprar créditos de outras nações que possuam projetos de<br />

Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL).<br />

O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) nasceu de uma<br />

proposta brasileira à Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do<br />

Clima (CQNUMC). Trata-se do comércio de créditos de carbono baseado<br />

em projetos de seqüestro ou mitigação. O MDL é um instrumento de<br />

flexibilização que permite a participação no mercado dos países em<br />

desenvolvimento, ou nações sem compromissos de redução, como o<br />

Brasil. Os países que não conseguirem atingir suas metas terão liberdade<br />

para investir em projetos MDL de países em desenvolvimento. Através<br />

dele, países desenvolvidos comprariam créditos de carbono, em tonelada<br />

de CO2 equivalente, de países em desenvolvimento responsáveis por tais<br />

projetos.<br />

Há uma série de critérios para reconhecimento desses projetos,<br />

como estarem alinhados às premissas de desenvolvimento sustentável<br />

do país hospedeiro, definidos por uma Autoridade Nacional Designada<br />

(AND).<br />

101


No caso do Brasil, tal autoridade é a Comissão Interministerial<br />

de Mudança do Clima. Somente após a aprovação pela Comissão, é que o<br />

projeto pode ser submetido à ONU para avaliação e registro.<br />

A negociação de contratos futuros de crédito de carbono já<br />

ocorre na Bolsa de Chicago e em países como Canadá, República Checa,<br />

Dinamarca, França, Alemanha, Japão, Holanda, Noruega e Suécia. Em<br />

2005 também entrará em vigor o mercado regional europeu, batizado de<br />

"European Union Emission Trading Scheme".<br />

O Brasil deve se beneficiar deste cenário como vendedor de<br />

créditos de carbono, e também como alvo de investimentos em projetos<br />

engajados com a redução da emissão de gases poluentes, como é o caso<br />

do biodiesel. Segundo estimativas do Banco Mundial, o país poderá ter<br />

uma participação de 10% no mercado de MDL, equivalente a US$ 1,3<br />

bilhões em 2007.<br />

A Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) e o Ministério do<br />

Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) vão lançar o Mercado<br />

Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE), que entrará em<br />

funcionamento até o fim de 2005, e funcionará como uma plataforma de<br />

negociação dos títulos emitidos por projetos que promovam a redução<br />

das emissões de gases causadores do efeito estufa. A criação do MBRE é<br />

uma iniciativa que visa profissionalizar a negociação, no mercado de<br />

capitais, dos papéis oriundos dos projetos de MDL, trabalhando na<br />

elaboração de um banco de projetos MDL no Brasil. Na prática, é mais um<br />

mercado de títulos que será operado pela bolsa. Inicialmente, os papéis<br />

poderão ser negociados por qualquer investidor que já compra ativos<br />

semelhantes no mercado de derivativos.<br />

Portanto, os benefícios gerados pela produção de biodiesel no<br />

Brasil podem ser convertidos em vantagens econômicas, pelo acordo<br />

estabelecido no Protocolo de Kyoto e nas diretrizes do MDL.<br />

O ganho decorrente da redução da emissão de CO2, por<br />

queimar um combustível mais limpo, pode ser estimado em cerca de 2,5<br />

toneladas de CO2 por tonelada de biodiesel. No mercado europeu, os<br />

créditos de carbono são negociados por volta de US$ 9,25 por tonelada.<br />

102


Portanto, 348 mil toneladas de biodiesel de mamona geram uma<br />

economia de 870 mil toneladas de CO2, podendo ser comercializada por<br />

US$ 8 milhões.<br />

Outra vantagem que está sendo estudada é a absorção de<br />

carbono na atmosfera pela própria plantação de mamona. Uma lavoura de<br />

1 hectare de mamona pode absorver até 8 toneladas de gás carbônico da<br />

atmosfera.<br />

Como para a substituição de 1% de diesel mineral são<br />

necessários 348 mil toneladas de mamona, são ocupados 740 mil<br />

hectares. Ou seja, anualmente poderiam ser absorvidas mais 6 milhões de<br />

toneladas de carbono pela lavoura de mamona, o que poderia garantir<br />

para o Brasil mais US$ 55,5 milhões pela substituição ao diesel mineral.<br />

Porém, esse cálculo não pode ser considerado, pois não existem<br />

garantias de que esse tipo de seqüestro seja comercializável, dado ao<br />

curto ciclo de vida da planta de mamona.<br />

O Mercado de Créditos de Carbono e a Agroenergia - Antecedentes<br />

A concentração de CO2 atmosférico aumentou 31% nos últimos<br />

250 anos, atingindo, provavelmente, o nível mais alto dos últimos 20<br />

milhões de anos. Os valores tendem a aumentar significativamente se as<br />

fontes emissoras de gases de efeito estufa não forem controladas, como<br />

a queima de combustíveis fósseis e a produção de cimento, responsáveis<br />

pela produção de cerca de 75% destes gases. A mudança no uso da terra,<br />

como o desmatamento, também tem significativa contribuição (25%).<br />

O aquecimento global, decorrente da emissão de gases de<br />

efeito estufa (GEE) por fontes antrópicas, é algo que tem trazido grande<br />

preocupação à sociedade moderna, principalmente dentro de cenários<br />

que configuram demanda crescente de energia, em maior parte de<br />

natureza não-renovável, decorrente principalmente do crescimento<br />

populacional. Mudanças climáticas podem resultar em externalidades<br />

negativas de diversas sortes às gerações futuras.<br />

103


Panorama atual do MDL<br />

O MDL é o mecanismo de flexibilização que oferece maior risco<br />

ao investidor, pelo alto grau de incerteza e pela burocracia que existe até<br />

a efetiva aprovação dos projetos pela ONU, além do alto custo de<br />

transação envolvido (em torno de US$ 100.000 a 150.000). Vale lembrar<br />

que alguns países de Anexo I, como a Islândia e a Austrália, não<br />

referendaram o compromisso de redução (com possibilidade, inclusive,<br />

de aumentar suas emissões no período de compromisso), e outros, como<br />

a Rússia, que têm reduzido substancialmente suas emissões, e que<br />

podem lucrar substancialmente com o comércio de permissões<br />

(allowances), as quais representam créditos mais seguros e de maior<br />

valor comercial.<br />

Estudos econômicos baseados em cenários futuros têm sido<br />

cada vez mais necessários para uma compreensão de longo prazo.<br />

Atualmente, a tonelada de carbono dos projetos de MDL é vendida em<br />

torno de US$ 5,00 a 6,00, para projetos que obedeçam todas as premissas<br />

do Protocolo de Kyoto. Entretanto, outras alternativas de comercialização<br />

(iniciativas voluntárias) se apresentam, com regras mais flexíveis, como a<br />

CCX (Chicago Climate Exchange - Bolsa do Clima de Chicago), onde os<br />

preços para a tonelada são mais baixos (em torno de US$ 0,90). Com a<br />

recente ratificação do Protocolo, a expectativa é que estes valores sofram<br />

acréscimos ao longo do tempo.<br />

Segundo estimativas do Banco Mundial, os principais<br />

compradores de créditos entre janeiro de 2004 e abril de 2005 foram o<br />

Japão (21%), a Holanda (16%), o Reino Unido (12%) e o restante da União<br />

Européia (32%). Em termos de oferta de créditos (volume), considerando<br />

projetos de MDL e IC, a índia lidera o ranking, com 31%. O Brasil possui<br />

13% do "share", o restante da Ásia (inclusive China) 14% e o restante da<br />

América Latina 22%. A participação da Índia e do restante da Ásia é<br />

expressiva por seus projetos de destruição do HFC-23, gás cujo potencial<br />

de aquecimento global é 11.700 vezes o do CO2.<br />

104


Os projetos com ênfase em melhoria de eficiência energética,<br />

biomassa, etc, muitas vezes prevêem atividades para um período de 7 de<br />

21 anos, muito embora o primeiro período de compromisso do Protocolo<br />

seja de 2008 a 2012. Desta forma, é muito difícil se determinar qual seria o<br />

potencial de projetos do mercado de créditos de carbono. Como existe<br />

um alto grau de incerteza quanto às negociações para o segundo período,<br />

optou-se por fazer uma estimativa apenas dentro do primeiro período<br />

para o que seria o potencial de participação anual do Brasil e do<br />

agronegócio neste mercado.<br />

Estimativa do potencial de participação anual do agronegócio<br />

brasileiro no mercado de créditos de carbono para o primeiro período de<br />

compromisso do Protocolo de Kyoto (2008-2012).<br />

Existem, atualmente, 23 projetos de MDL oficialmente<br />

aprovados em todo o mundo, no âmbito da Convenção. Destes, apenas 2<br />

são brasileiros, ambos de queima de gases em aterros sanitários,<br />

portanto, não vinculados ao agronegócio.<br />

Particularidades do MDL<br />

Os projetos, para serem aprovados, devem atender ao pré-<br />

requisito da adicionalidade, o que pressupõe que o projeto não seja a<br />

alternativa econômica mais viável, ou seja, fuja do "business-as-usual".<br />

Muitas vezes, os projetos que apresentam argumentos que demonstram<br />

que estes só se viabilizam caso recebam o aporte de recursos do MDL,<br />

têm sido preferidos.<br />

Assim, além de uma redução líquida de emissões significativa,<br />

existem outras exigências para que o projeto seja considerado adicional,<br />

como uma classificação preliminar referente à data do início de suas<br />

atividades, identificação de alternativas consistentes com a legislação<br />

corrente e regulamentação local, análise de investimento, análise de<br />

barreiras, análise de práticas comuns e impacto do registro como MDL.<br />

Sob a ótica do desenvolvimento sustentável, no caso do Brasil,<br />

a Resolução n° 1 da Comissão Interministerial de Mudança do Clima<br />

determina que os projetos a ela submetidos tragam substanciais<br />

105


enefícios ambientais e sociais, garantindo a geração de emprego e<br />

renda.<br />

A metodologia a ser utilizada para desenvolvimento,<br />

monitoramento e verificação precisa estar previamente avaliada,<br />

aprovada e registrada pelo Comitê Executivo do MDL. Isto visa garantir<br />

que os projetos sejam desenvolvidos obedecendo tal metodologia,<br />

reconhecida previamente pelo Painel Metodológico da ONU.<br />

Para tanto, o projeto deve mostrar que muda toda uma<br />

realidade, baseado em cenários de tendências caso este não se implante,<br />

o que também é chamado de "linha de base". Uma das principais<br />

dificuldades existentes é a falta de pesquisas que subsidiem,<br />

tecnicamente, tais linhas de base, e que possibilitem a aprovação de<br />

metodologias, necessárias ao desenvolvimento dos projetos.<br />

Outra grande limitação é o custo de transação dos projetos,<br />

cujo valor mínimo gira em torno de US$ 150 mil. Na tentativa de viabilizar<br />

o acesso a proponentes de baixa renda, ou mesmo fomentar projetos de<br />

menor volume de RCE (Redução Certificada de Emissões), foi aprovada,<br />

no âmbito da Convenção, uma modalidade diferenciada para contemplar<br />

projetos de pequena escala, com exigências e metodologias<br />

simplificadas, no intuito de reduzir os custos de transação, de forma a<br />

incentivar o envolvimento de pequenos empresários, através de arranjos<br />

associativistas.<br />

No Brasil, o MDIC, em parceria com a BM&F e subsidiado pela<br />

FGV criou o Mercado Brasileiro de Redução de Emissões. A idéia básica é<br />

a de organizar o mercado primário, por meio de um banco de projetos,<br />

com sistema de registro, armazenamento e classificação dos mesmos.<br />

Isto terá implicações interessantes, como a redução dos custos de<br />

transação, conferindo maior visibilidade para os investidores, auxiliando<br />

inclusive na identificação destes no mercado por parte dos proponentes.<br />

Oportunidades para a agroenergia<br />

Uma das grandes oportunidades para a agroenergia é a geração<br />

de energia a partir de resíduos ou co-produtos. Os projetos de co-geração<br />

106


a partir do bagaço da cana, por exemplo, geram créditos e estão sendo<br />

implementados. Por ter metodologia já aprovada, espera-se que um<br />

grande número de projetos sejam apresentados. Isto abre margem para<br />

outras oportunidades, como o aproveitamento de palha de arroz, resíduos<br />

da indústria madeireira, entre outros.<br />

Apesar da limitação quanto ao mercado para seqüestro de<br />

carbono, as atividades florestais podem se beneficiar de créditos pela<br />

substituição de fontes de energia fóssil (carvão mineral) por fonte de<br />

energia renovável (carvão vegetal) em siderurgias. Outra possibilidade<br />

seria o uso dos resíduos de serrarias para geração de energia por<br />

biomassa, já que a eficiência do aproveitamento da madeira é de cerca de<br />

50%.<br />

O manejo de dejetos animais, para aproveitamento do gás<br />

metano para geração de energia, é uma atividade com grande potencial,<br />

especialmente por já existir metodologia aprovada. Alguns projetos já<br />

estão sendo implementados, com destaque para o projeto de granja<br />

Becker (MG) e da Sadia, em análise pela Comissão Interministerial, que<br />

deverão servir como piloto, beneficiando diretamente os produtores<br />

rurais.<br />

Por se apresentar como um programa de governo, que tem uma<br />

série de barreiras técnicas e de viabilidade econômica a serem<br />

transpostas, o biodiesel possui grande potencial, especialmente quando<br />

se pensa em substituição de fonte energética. Outro fator positivo são os<br />

benefícios sociais, amplamente contemplados neste programa.<br />

Oportunidades indiretas, decorrentes das exigências do<br />

Protocolo de Kyoto, devem ser também consideradas. A exemplo disso, o<br />

Japão, em um esforço para reduzir suas emissões, autorizou a mistura de<br />

3% de álcool em sua gasolina, o que abre um mercado grande às<br />

exportações brasileiras de etanol. O uso da biomassa para seqüestro de<br />

carbono é ponto pacífico, sendo que o IPCC estima que entre 60 e 87<br />

bilhões de toneladas de carbono poderão ser estocadas em florestas,<br />

entre 1990 e 2050, equivalendo a 12-15% das emissões por combustíveis<br />

fósseis, no mesmo período. Para que a biomassa possa, efetivamente,<br />

107


atender as expectativas de mitigar os impactos dos combustíveis fósseis<br />

no ambiente, algumas condições necessitam ser preenchidas, como:<br />

a. Produção sustentável de matéria prima e uso dos<br />

recursos energéticos de forma a resultar em uma<br />

produção neutra de CO2;<br />

b. Seqüestro e fixação do carbono por longos períodos,<br />

inclusive após a vida útil do vegetal (ex. produção de<br />

móveis de madeira);<br />

c. Substituição direta de combustíveis fósseis, como é o<br />

caso do etanol e dos biocombustíveis derivados de óleos<br />

vegetais.<br />

É sempre importante ter em mente o conceito de gases de efeito<br />

estufa (GEE), do qual o CO2 é apenas o paradigma do índice de medição<br />

de emissões. Outros gases, como o metano e o anidrido sulfuroso são<br />

extremamente perniciosos, enquanto poluidores atmosféricos,<br />

constituindo-se em uma das vantagens do uso de biomassa a emissão<br />

baixa ou nula destes gases.<br />

Comparando as duas estratégias de redução do impacto das<br />

emissões de GEE, o uso energético da biomassa é mais vantajoso que o<br />

seqüestro e fixação, pois:<br />

1. biocombustíveis e a biomassa energética em geral podem substituir,<br />

diretamente, os combustíveis fósseis;<br />

2. há menos incerteza nas medições das contribuições da biomassa<br />

energética que no seqüestro de carbono;<br />

3. o custo de investimento é menor, pois o seqüestro de carbono<br />

significa que, de alguma forma, a energia para a sociedade necessitará<br />

ser suprida;<br />

4. a redução de emissões pela biomassa energética é definitiva,<br />

enquanto as florestas de seqüestro, quando utilizadas para fins não<br />

permanentes, devolvem o CO2 à atmosfera;<br />

108


5. os estudos disponíveis demonstram que, no longo prazo, o uso de<br />

biomassa energética é mais eficiente no uso da terra que as florestas<br />

para seqüestro de carbono.<br />

109


BIOGÁS<br />

Toda matéria orgânica, como restos agrícolas, esterco ou lixo,<br />

sofre decomposição por bactérias microscópicas. Durante o processo, as<br />

bactérias retiram dessa biomassa aquilo que necessitam para sua<br />

sobrevivência, lançando gases e calor na atmosfera.<br />

O biogás é resultante da decomposição controlada do lixo<br />

doméstico, feita em aterros sanitários, ou da decomposição do esterco de<br />

gado em recipientes especiais conhecidos como biodigestores.<br />

O esgoto das nossas cidades, recolhido às estações de<br />

tratamento, também é uma fonte de biogás, que pode ser utilizado para<br />

movimentar ônibus e caminhões, ou para produzir eletricidade e calor em<br />

co-geradores.<br />

Uma política de geração e aproveitamento do biogás<br />

possibilitaria a regularização de milhares de lixões que existem no País.<br />

Isso porque, para operá-los de maneira controlada, seria necessário<br />

investir em infra-estrutura, drenagem, segurança e mão-de-obra<br />

especializada.<br />

Do mesmo modo, o esgoto, que atualmente é jogado em<br />

córregos e valas, teria de ser canalizado para estações de tratamento,<br />

resultando em ganhos ambientais, sociais e de saúde pública.<br />

A boa notícia é que já contamos com aterros sanitários<br />

funcionando regularmente e gerando biogás de lixo em cidades como<br />

Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro e Goiânia.<br />

Outra iniciativa muito importante seria estimular a adoção de<br />

biodigestores em áreas rurais, gerando gás de cozinha a partir do<br />

estrume bovino ou suíno, como já acontece em milhões de residências na<br />

China e Índia.<br />

110


GÁS NATURAL<br />

Como é encontrado em toda crosta terrestre, o gás natural vem<br />

se tornando, ao longo das últimas décadas, uma das principais fontes de<br />

energia. Nos países industrializados, há alguns anos, o novo combustível<br />

é utilizado em larga escala como substituto natural dos derivados de<br />

petróleo.<br />

O gás natural é, na verdade, uma mistura de gases composta<br />

basicamente de metano (+/- 90%). Suas características são bem diferentes<br />

do GLP (gás de butijão), que se trata de propano mais butano, um gás<br />

tóxico e altamente inflamável. O metano, ao contrário do GLP, é mais leve<br />

que o ar e não é tóxico. Ele é encontrado em poços, podendo ou não estar<br />

junto com o petróleo.<br />

A queima do gás natural é muito mais completa do que a da<br />

gasolina, álcool ou diesel, diminuindo consideravelmente a emissão de<br />

poluentes, sobretudo a de monóxido de carbono.<br />

Por isso, é uma grande opção de combustível nos centros<br />

urbanos, onde os controles de poluição são cada vez mais rigorosos.<br />

Para atender o Rio de Janeiro e São Paulo, o gás natural é<br />

extraído da Bacia de Campos (RJ) e de Santos (SP) e levado até essas<br />

cidades através de gasodutos. Antes de ser distribuído, passa por<br />

unidades de processamento para retirada de impurezas e de alguns<br />

componentes mais pesados, tornando o combustível mais limpo e pronto<br />

para o consumo.<br />

Meio Ambiente<br />

Preocupada com o meio ambiente, a Ipiranga introduziu no<br />

Brasil, em 1991, o Gás Natural Veicular como uma alternativa ecológica ao<br />

uso de derivados de petróleo por diminuir a emissão de poluentes,<br />

sobretudo a de monóxido de carbono.<br />

É um produto nacional, muito valorizado, pois não passa por<br />

nenhum processo industrial que polui o meio ambiente. Assim, chega até<br />

o consumidor final praticamente como foi extraído das jazidas, sendo<br />

111


muito menos prejudicial ao meio ambiente em relação aos demais<br />

combustíveis.<br />

A utilização do GNV em larga escala seria fundamental para a<br />

redução da poluição ambiental provocada pelos veículos nos grandes<br />

centros urbanos, como São Paulo e Rio de Janeiro.<br />

Veja outros benefícios para o meio ambiente:<br />

• Não é tóxico.<br />

• Reduz a emissão de poluentes na atmosfera.<br />

• Não apresenta restrições ambientais.<br />

• Dispensa a instalação de equipamentos de controle de<br />

emissões.<br />

• Praticamente elimina a emissão de compostos de<br />

enxofre.<br />

• Não emite cinzas.<br />

• Reduz sensivelmente a emissão de particulados.<br />

• Dispensa a manipulação de produtos químicos<br />

perigosos.<br />

• Não utiliza água adicional como nos lavadouros de gases.<br />

• Elimina a necessidade de tratamento de efluentes dos<br />

produtos da queima.<br />

• Não depende de desmatamento.<br />

• Melhora a qualidade do ar com a redução do tráfego de<br />

caminhões nas grandes cidades.<br />

Vale a pena ressaltar ainda que:<br />

• reduz os gastos com combustíveis em 60%;<br />

• é o mais seguro de todos os combustíveis;<br />

• prolonga a vida útil do motor;<br />

• aumenta os intervalos de troca de óleo;<br />

• diminui a corrosão, por ser um combustível limpo e<br />

seguro.<br />

112


Em testes realizados com veículos da General Motors e da<br />

Volkswagen na CETESB, foram constatadas reduções de 58 a 67% nas<br />

emissões de monóxido de carbono em veículos convertidos, quando<br />

comparados com movidos a gasolina e álcool, respectivamente.<br />

O Gás Natural Veicular vem conquistando a cada dia mais<br />

consumidores. Motivos não faltam: é mais barato e qualquer carro a<br />

gasolina ou a álcool pode ser convertido a gás. Assim, o veículo passa a<br />

ser bi-combustível, não anulando a possibilidade de abastecer com o<br />

outro produto.<br />

O GNV também aumenta o rendimento do carro. Enquanto um<br />

veículo a gasolina, por exemplo, tem o rendimento médio de 10Km/l, o<br />

movido a gás rende 13 Km/m³.<br />

Confira abaixo outras vantagens de utilizar o Gás Natural:<br />

• O risco de combustão é muito menor, pois o gás só<br />

queima a 620º e seu abastecimento não põe o produto em<br />

contato com o ar.<br />

• Sua queima não libera fumaça favorecendo a proteção do<br />

meio ambiente.<br />

• Permite aumentar o intervalo de troca de óleo.<br />

• Por ser mais limpo e seguro, é um combustível que<br />

prolonga a vida útil do motor.<br />

• Os cilindros de armazenamento de gás natural são<br />

resistentes a choques, colisões e até armas de fogo.<br />

• As principais montadoras de carros do mundo estão<br />

produzindo veículos especialmente preparados para usar<br />

o GNV.<br />

• O motor do carro apresenta uma grande elasticidade de<br />

funcionamento, com acelerações sem nenhum tipo de<br />

irregularidade.<br />

• O gás natural está em condições de garantir uma reserva<br />

de 65 anos enquanto a quantidade de petróleo no mundo<br />

garante uma reserva de aproximadamente 40 anos.<br />

113


• Os proprietários deste tipo de automóvel, no Rio de<br />

Janeiro, só pagam 1% de IPVA, enquanto os de gasolina<br />

desembolsam 4%.<br />

• Não existe gás pirata ou batizado.<br />

• O kit pode ser removido e instalado em outro veículo.<br />

O gás natural é, como o próprio nome indica é uma substância<br />

no estado gasoso nas condições ambiente de temperatura e pressão. Por<br />

seu estado gasoso e suas características físico–químicas naturais,<br />

qualquer processamento desta substância, seja compressão, expansão,<br />

evaporação, variação de temperatura, liquefação ou transporte exigirá um<br />

tratamento termodinâmico como qualquer outro gás.<br />

Apresentamos a seguir as características do gás natural que<br />

permitem a compreensão sob o enfoque da sua condição de substância<br />

no estado gasoso.<br />

1. Composição do Gás<br />

A composição do gás natural bruto é função de uma série de<br />

fatores naturais que determinaram o seu processo de formação e as<br />

condições de acumulação do seu reservatório de origem.<br />

O gás natural é encontrado em reservatórios subterrâneos em<br />

muitos lugares do planeta, tanto em terra quanto no mar, tal qual o<br />

petróleo, sendo considerável o número de reservatórios que contém gás<br />

natural associado ao petróleo. Nestes casos, o gás recebe a designação<br />

de gás natural associado. Quando o reservatório contém pouca ou<br />

nenhuma quantidade de petróleo o gás natural é dito não associado.<br />

1.1. Composição do Gás Natural Bruto<br />

Os processos naturais de formação do gás natural são a<br />

degradação da matéria orgânica por bactérias anaeróbias, a degradação<br />

da matéria orgânica e do carvão por temperatura e pressão elevadas ou<br />

da alteração térmica dos hidrocarbonetos líquidos.<br />

A matéria orgânica fóssil é também chamada de querogêneo e<br />

pode ser de dois tipos: querogêneo seco, quando proveniente de matéria<br />

114


vegetal e querogêneo gorduroso, quando proveniente de algas e matéria<br />

animal.<br />

No processo natural de formação do planeta ao longo dos<br />

milhões de anos a transformação da matéria orgânica vegetal, celulose e<br />

lignina, produziu o querogêneo seco que ao alcançar maiores<br />

profundidades na crosta terrestre sofreu um processo gradual de<br />

cozimento, transformando-se em linhito, carvão negro, antracito, xisto<br />

carbonífero e metano e dando origem às gigantescas reservas de carvão<br />

do planeta.<br />

A transformação da matéria orgânica animal ou querogêneo<br />

gorduroso não sofreu o processo de cozimento e deu origem ao petróleo.<br />

Nos últimos estágios de degradação do querogêneo gorduroso, o<br />

petróleo apresenta-se como condensado volátil associado a<br />

hidrocarbonetos gasosos com predominância do metano. Por esta razão<br />

é muito comum encontrar-se reservas de petróleo e gás natural<br />

associados.<br />

Assim, o gás natural como encontrado na natureza é uma<br />

mistura variada de hidrocarbonetos gasosos cujo componente<br />

preponderante é sempre o Metano. O gás natural não associado<br />

apresenta os maiores teores de Metano, enquanto o gás natural<br />

associado apresenta proporções mais significativas de Etano, Propano,<br />

Butano e hidrocarbonetos mais pesados.<br />

Além dos hidrocarbonetos fazem parte da composição do gás<br />

natural bruto outros componentes, tais como o Dióxido de Carbono (CO2),<br />

o Nitrogênio (N2), Hidrogênio Sulfurado (H2S), Água (H2O), Ácido<br />

Clorídrico (HCl), Metanol e impurezas mecânicas. A presença e proporção<br />

destes elementos depende fundamentalmente da localização do<br />

reservatório, se em terra ou no mar, sua condição de associado ou não,<br />

do tipo de matéria orgânica ou mistura do qual se origino, da geologia do<br />

solo e do tipo de rocha onde se encontra o reservatório, etc.<br />

1.2. Composição do Gás Natural Comercial<br />

115


A composição comercial do gás natural é variada e depende da<br />

composição do gás natural bruto, do mercado atendido, do uso final e do<br />

produto gás que se deseja.<br />

Apesar desta variabilidade da composição, são parâmetros<br />

fundamentais que determinam a especificação comercial do gás natural o<br />

seu teor de enxofre total, o teor de gás sulfídrico, o teor de gás carbônico,<br />

o teor de gases inertes, o ponto de orvalho da água, o ponto de orvalho<br />

dos hidrocarbonetos e o poder calorífico.<br />

O produto deve estar sempre livre de poeira, água condensada,<br />

odores objetáveis, gomas, elementos formadores de goma, glicóis,<br />

hidrocarbonetos condensáveis, compostos aromáticos, metanol ou<br />

outros elementos sólidos ou líquidos que possam interferir com a<br />

operação dos sistemas de transporte e distribuição e à utilização pelos<br />

consumidores.<br />

O gás natural pode ser transportado sem odorização, exceto<br />

quando requerido por normas de segurança aplicáveis, porém, é<br />

obrigatória a presença de odorante na distribuição.<br />

A determinação das características do produto far-se-á<br />

mediante o emprego de normas da American Society for Testing and<br />

Materials (ASTM) e da International Organization for Standardization (ISO),<br />

segundo os Métodos de Ensaio listados a seguir:<br />

• ASTM D 1945 - Standard Test Method for Analysis of<br />

Natural Gas by Gas Chromatography;<br />

• ASTM D 3588 Calculating Heat Value, Compressibility<br />

Factor, and Relative Density (Specific Gravity) of Gaseous<br />

Fuels;<br />

• ASTM D 5454 - Standard Test Method Water Vapor<br />

Content of Gaseous Fuels Using Electronic Moisture<br />

Analyzers;<br />

• ASTM D 5504 - Standard Test Method for Determination of<br />

Sulfur Compounds in Natural Gas and Gaseous Fuels by<br />

Gas Chromatography and Chemiluminescence;<br />

116


• ISO 6326 - Natural Gas - Determination of Sulfur<br />

Compounds, Parts 1 to 5;<br />

• ISO 6974 - Natural Gas - Determination of Hydrogen, Inert<br />

Gases and Hydrocarbons up to C8 - Gas Chromatography<br />

Method.<br />

Para adquirir as características comerciais desejadas o gás<br />

natural bruto passa por tratamento em uma Unidade de Processamento<br />

de Gás Natural – UPGN, que efetua a retirada de impurezas e a separação<br />

dos hidrocarbonetos pesados.<br />

O gás natural comercializado é composto basicamente por<br />

Metano e as quantidades de Etano e Propano presentes são apenas<br />

suficientes para elevar o poder calorífico e alcançar o valor desejado, uma<br />

vez que o poder calorífico do Etano é 1,8 vezes maior que o do Metano e o<br />

do Propano é mais de 2,6 vezes superior ao do Metano.<br />

1.3. Características do Gás Natural<br />

Como foi explicitado no item anterior, o gás natural<br />

comercializável é quase completamente Metano e a partir deste ponto do<br />

texto será tratado como gás natural. Referências ao gás natural bruto<br />

serão explícitas.<br />

Pela predominância do Metano na composição do gás natural<br />

todas as análises físicas e termodinâmicas podem ser realizadas como se<br />

este fosse o único gás presente na mistura, sem comprometimento dos<br />

resultados, como tem mostrado a prática.<br />

São importantes características do gás natural sua densidade<br />

inferior à do ar, seu baixo ponto de vaporização e o limite de<br />

inflamabilidade em mistura com o ar superior a outros gases<br />

combustíveis.<br />

i. Densidade – o gás natural é o único gás cuja densidade<br />

relativa é inferior à 1,0, sendo portanto mais leve que o ar.<br />

Este fato tem importância decisiva para segurança;<br />

117


ii. Ponto de Vaporização – é o ponto em que ocorre a<br />

mudança de fase do estado líquido para o estado gasoso<br />

em uma certa combinação de temperatura e pressão. À<br />

pressão atmosférica a vaporização do gás natural ocorre<br />

à temperatura de -162ºC;<br />

iii. Limites de Inflamabilidade – os limites de inflamabilidade<br />

podem ser definidos como as percentagens mínima e<br />

máxima de gás combustível em composição com o ar, a<br />

partir das quais a mistura não irá inflamar-se e<br />

permanecer em combustão. O limite inferior representa a<br />

menor proporção de gás em mistura com o ar que irá<br />

queimar sem a aplicação contínua de calor de uma fonte<br />

externa. Em proporções menores ao limite inferior a<br />

combustão cessa quando interrompida a aplicação de<br />

calor. O limite superior é a proporção de gás na mistura a<br />

partir da qual o gás age como diluente e a combustão não<br />

pode se auto-propagar. Para o Gás Natural, os limites de<br />

inflamabilidade inferior e superior são, respectivamente,<br />

5% e 15% do volume.<br />

A massa molar do Metano (CH4) é 16,04, o que significa dizer<br />

que cada mol de CH4 pesa 16,04 gramas. Assim, conhecida a massa de<br />

gás, pode-se calcular o número de moles.<br />

Em densidades muito baixas, todos os gases e vapores reagem<br />

de maneira bastante próxima à relação P-V-T da equação de estado dos<br />

gases ideais.<br />

Como a densidade é uma função da pressão e da temperatura,<br />

verifica-se que em pressões muito baixas e temperaturas superiores tal<br />

comportamento se verifica.<br />

Em pressões maiores, o comportamento dos gases pode<br />

desviar-se substancialmente da equação de estado dos gases ideais. Para<br />

corrigir-se este desvio introduz-se, então, um fator de correção variável<br />

chamado Fator de Compressibilidade (z).<br />

118


Tal fator pode ser uma função gráfica ou matemática de<br />

temperatura, pressão e composição do gás.<br />

A expansão do gás natural tem algumas aplicações importantes<br />

como a liquefação do gás em pequenas proporções e a realização de<br />

trabalho recuperando energia do gás natural liqüefeito quando da sua<br />

vaporização.<br />

Assim como ocorre na compressão, a expansão de um gás se<br />

aproxima de uma expansão adiabática.<br />

Os processos termodinâmicos são semelhantes, com a única<br />

diferença de que a expansão libera energia enquanto a compressão<br />

consome energia.<br />

Assim, se a expansão é feita através de uma turbina (turbo-<br />

expansor), pode-se realizar trabalho útil vencendo uma resistência (carga)<br />

sobre seu eixo.<br />

Neste processo de expansão adiabática as variáveis de estado<br />

(P-V-T) comportam-se de tal forma que a temperatura final é<br />

significativamente menor que a inicial, permitindo sua aplicação em<br />

processos de liquefação.<br />

2. Compressão do Gás<br />

A compressão do gás natural tem papel importante em toda sua<br />

cadeia, desde a produção até o consumo, seja para desenvolver as<br />

atividades de transporte, armazenagem ou alimentação de equipamentos.<br />

Conhecido o comportamento das variáveis pressão,<br />

temperatura e volume para o gás natural pode-se calcular a potência<br />

teoricamente necessária para comprimi-lo através de expressões<br />

analíticas que consideram o desvio dos gases reais da Lei de Estado dos<br />

Gases Ideais. Quando está disponível, pode-se obter este valor<br />

diretamente no Diagrama de Mollier para gases reais.<br />

Quando um gás real é comprimido em um único estágio a<br />

compressão se aproxima de um processo adiabático, ou seja,<br />

praticamente sem troca de calor entre o gás comprimido e o ambiente.<br />

119


Os cálculos teóricos de uma compressão adiabática resultam<br />

no máximo trabalho teórico necessário para comprimir o gás entre dois<br />

níveis de pressão. Por outro lado, os cálculos teóricos de uma<br />

compressão isotérmica, ou seja, na qual a temperatura do gás<br />

comprimido não se altera com a elevação de pressão, determinam o valor<br />

do mínimo trabalho necessário para se efetuar a compressão.<br />

Portanto, estes dois resultados indicam os limites inferiores e<br />

superiores da potência necessária para a compressão do gás.<br />

Na dedução das expressões analíticas para o cálculo do<br />

trabalho necessário para a compressão de um gás considera-se a<br />

inexistência de variações na energia cinética, potencial e de perdas.<br />

3. Expansão do Gás<br />

A expansão do gás natural tem algumas aplicações importantes<br />

como a liquefação do gás em pequenas proporções e a realização de<br />

trabalho recuperando energia do gás natural liqüefeito quando da sua<br />

vaporização.<br />

Os processos termodinâmicos são semelhantes, com a única<br />

diferença de que a expansão libera energia enquanto a compressão<br />

consome energia.<br />

Assim, se a expansão é feita através de uma turbina (turbo-<br />

expansor), pode-se realizar trabalho útil vencendo uma resistência (carga)<br />

sobre seu eixo.<br />

Neste processo de expansão adiabática as variáveis de estado<br />

(P-V-T) comportam-se de tal forma que a temperatura final é<br />

significativamente menor que a inicial, permitindo sua aplicação em<br />

processos de liquefação.<br />

4. Variação de Temperatura do Gás<br />

O fenômeno de variação de temperatura que ocorre com um gás<br />

quando da sua compressão ou expansão.<br />

5. Liquefação do Gás<br />

A liquefação consiste em processos termodinâmicos que<br />

promovem a mudança de estado dos gases para o estado líquido.<br />

120


Devido às características de alguns gases, o Metano entre eles,<br />

a mudança para o estado líquido não ocorre com a elevação da pressão,<br />

sendo necessário a adoção de resfriamento. Para tais gases, chamados<br />

criogênicos, a temperatura acima da qual não existe uma mudança<br />

distinta das fases líquido e vapor, a temperatura crítica, se encontra<br />

abaixo da temperatura ambiente.<br />

O Gás Natural Liqüefeito (GNL) é uma mistura, em fase líquida<br />

de vários constituintes. Seu comportamento, na presença dos vapores<br />

destes componentes obedece às leis da termodinâmica do equilíbrio de<br />

fases das misturas. Na prática, são usadas as curvas e tabelas do<br />

componente de maior proporção, o metano. Para representar o<br />

comportamento termodinâmico são usados os diagramas de entropia<br />

(temperatura/entropia), entalpia (entalpia/pressão) e de Mollier<br />

(entalpia/entropia) do metano com excelente aproximação, para GNL de<br />

alto teor de metano, no cálculo das mudanças de fase gás-GNL.<br />

A liquefação do gás natural permite estocá-lo e transportá-lo<br />

sob forma condensada em condições técnico-econômicas viáveis. Como<br />

pesa menos de 500 Kg/m 3 , não necessita de uma estrutura mais forte do<br />

que se fosse para água. Se o gás fosse comprimido, a estrutura<br />

necessitaria de mais aço.<br />

5.1. Composição e Características Físicas do GNL<br />

A composição do gás natural liqüefeito, igualmente à do gás<br />

natural comercial depende fundamentalmente do seu reservatório de<br />

origem. Antes da liquefação é necessário submeter o gás natural bruto a<br />

tratamentos que dependem das características originais do gás e<br />

normalmente consistem dos seguintes processos:<br />

• desidratação total para evitar o risco de formação de<br />

hidratos ou a formação de gelo;<br />

• dessulfurização, para evitar riscos de corrosão dos<br />

equipamentos;<br />

• descarbonatação e eliminação dos C5+, para evitar a<br />

formação de partículas abrasivas;<br />

121


podemos ressaltar:<br />

• separação eventual do mercúrio cuja condensação pode<br />

provocar estragos nas canalizações de alumínio;<br />

• retirada de hélio.<br />

Dentre as características relevantes do Gás Natural Liqüefeito,<br />

• incolor;<br />

• temperatura do líquido à pressão atmosférica é entre -<br />

165ºC e -155ºC, dependendo da composição;<br />

• pressão operacional da planta entre poucos mbar até 75<br />

bar;<br />

• densidade relativa entre 0,43 a 0,48, conforme a<br />

composição;<br />

• calor de vaporização latente de 120 Kcal/Kg;<br />

• elevada taxa de expansão. A vaporização de 1 m 3 de GNL<br />

produz entre 560 e 600 Nm 3 de gás.<br />

122


CAPÍTULO 5<br />

AMIDAS<br />

São os compostos derivados dos ácidos orgânicos pela<br />

substituição da hidroxila por um grupo “NH2”<br />

Processos de obtenção<br />

1) Amonólise de Brometos de acila<br />

Trata-se de uma reação de substituição nucleofílica, onde o<br />

amoníaco é o agente nucleofílico.<br />

δ +<br />

R C<br />

O<br />

Br<br />

+ NH 3 R C NH 3<br />

O<br />

Br<br />

R C<br />

→ Por aquecimento ou neutralização elimina-se o HBr<br />

2) Aminólise de haletos de acila.<br />

δ +<br />

R C<br />

O<br />

NH 3<br />

+ Br HBr + R C<br />

Esse processo serve para obter amidas substituídas.<br />

O<br />

O<br />

+ N R R C<br />

Cl H 2<br />

Cl<br />

HCl + R C<br />

pode ser neutralizado<br />

O<br />

N R<br />

3) Amonólise de cetenas.<br />

δ +<br />

R<br />

H<br />

C C O<br />

N R Cl + R C<br />

H 2<br />

+ NH3 R<br />

H<br />

C C NH3 O<br />

O<br />

O<br />

NH 2<br />

N R<br />

H 2<br />

123


R<br />

H<br />

C C<br />

O<br />

NH 3<br />

B<br />

(Pode ser outro mol de NH3) H 2<br />

R C C<br />

4) Aminólise de cetenas<br />

O<br />

NH 2<br />

Esse processo também serve para obter amidas substituídas.<br />

R<br />

H<br />

C C O + N R R C<br />

H<br />

C N R<br />

R<br />

H<br />

C C<br />

B<br />

O<br />

N R<br />

H 2<br />

H 2<br />

⎯ Complete a equação química:<br />

R C C<br />

cetena Y N - Benzil, N - Metil Hexanoamida<br />

Resolução:<br />

C C C C C C O + N<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

H<br />

C<br />

N<br />

H<br />

5) Amonólise de anidridos<br />

R C<br />

R<br />

C<br />

O<br />

O<br />

O<br />

+ NH 3<br />

O<br />

C<br />

B<br />

C<br />

H<br />

C<br />

C<br />

R<br />

R<br />

C<br />

O<br />

C<br />

O<br />

C<br />

NH 3<br />

O<br />

H 2<br />

C<br />

O<br />

O<br />

N R<br />

H<br />

H 2<br />

C C C C C<br />

H<br />

C<br />

H<br />

N<br />

C<br />

C<br />

C<br />

R C<br />

H 2<br />

C<br />

O<br />

NH 3<br />

O<br />

C<br />

O<br />

N<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

+ R C<br />

O<br />

O<br />

124


R C<br />

O<br />

NH 2<br />

+ R C<br />

→ Quais são os produtos formados na amonólise dos seguintes<br />

anidridos:<br />

(a) Anidrido butanodióico<br />

C C<br />

C C<br />

C C<br />

C C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O<br />

NH 2<br />

O<br />

OH<br />

+ NH 3 C C<br />

Δ<br />

C<br />

O<br />

C<br />

C C<br />

C C<br />

OH<br />

NH 3<br />

O<br />

O<br />

O<br />

NH 2<br />

O<br />

O<br />

OH<br />

C C<br />

C<br />

C C<br />

C C<br />

O<br />

NH 3<br />

C O<br />

O<br />

O<br />

NH 2<br />

O<br />

O O<br />

C C C C<br />

HO NH 2<br />

+ OH H 2O +<br />

Outro mecanismo sugerido para esta transformação é:<br />

C<br />

C<br />

O<br />

NH 2<br />

O<br />

O<br />

H<br />

(b) Anidrido Ftálico<br />

C<br />

C<br />

O<br />

O<br />

O<br />

+ NH 3<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

NH 2<br />

H<br />

O<br />

O<br />

1º<br />

O<br />

C<br />

C<br />

C C<br />

C C<br />

O<br />

NH<br />

O<br />

butanoimida<br />

ou<br />

succinimida<br />

segue o procedimento<br />

proposto anteriormente!<br />

NH 3<br />

O<br />

O<br />

125


O<br />

C<br />

C<br />

O<br />

C<br />

C<br />

NH 3<br />

O<br />

O<br />

NH 2<br />

O<br />

C<br />

C<br />

O<br />

+ OH H 2O +<br />

6) Aminólise de anidridos<br />

R C<br />

R<br />

C<br />

R C<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O<br />

+ N R O<br />

H 2<br />

N R + R C<br />

H 2<br />

O<br />

O<br />

R<br />

O<br />

C<br />

O<br />

NH 2<br />

OH<br />

R C O<br />

N R<br />

H 2<br />

R C<br />

C<br />

C<br />

ftalimida<br />

O<br />

O<br />

NH<br />

O<br />

C<br />

C<br />

N<br />

H<br />

R + R C<br />

→ Qual é a imida formada na reação entre o Anidrido Ftálico e a Bi fenil<br />

amina?<br />

Resolução:<br />

C<br />

C<br />

O<br />

O<br />

O<br />

H<br />

+ N<br />

H<br />

C N<br />

C<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O<br />

NH 2<br />

OH<br />

O<br />

O<br />

OH<br />

126


C<br />

C<br />

O<br />

C<br />

O<br />

C<br />

O<br />

N<br />

H<br />

O<br />

N<br />

HO O<br />

C<br />

O<br />

O<br />

C<br />

N<br />

Ph<br />

Ph<br />

Ph<br />

Ph<br />

+ OH<br />

OH +<br />

Fenol<br />

OH +<br />

→Completar as seguintes equações químicas:<br />

ácido orgânico<br />

C<br />

P2O5 Δ<br />

C C C C C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

OH<br />

C C C C C<br />

C<br />

C<br />

C C C C C<br />

C<br />

HO<br />

X<br />

amina<br />

2,2 dimetil pentanoamida e<br />

àcido 2,2 dimetil pentanóico<br />

+<br />

O<br />

P<br />

O<br />

O<br />

O<br />

+<br />

+<br />

O<br />

O P<br />

O<br />

Δ<br />

HO P<br />

O<br />

HO<br />

C<br />

O<br />

C<br />

O<br />

N<br />

C<br />

O<br />

O<br />

C<br />

O<br />

C<br />

C<br />

O<br />

N<br />

N<br />

N - Fenil Ftalimida<br />

C C C C C O<br />

H<br />

O<br />

O<br />

C<br />

O<br />

O P<br />

O<br />

C C C C C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

Ph<br />

Ph<br />

O<br />

Δ<br />

O<br />

P O P<br />

O<br />

O<br />

127


C C C C C<br />

C C C C C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C C<br />

C<br />

C C C C C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C C<br />

C<br />

C<br />

C C C C C<br />

C<br />

C<br />

C C C C C<br />

C<br />

2,2 dimetil pentanoamida<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O<br />

C<br />

C<br />

O<br />

O<br />

NH 3<br />

O<br />

NH 2<br />

7) Reação de Schmidt<br />

O<br />

+ NH 3<br />

anidrido<br />

2,2 dimetil<br />

pentanóico<br />

O<br />

O<br />

C<br />

O C C C C C<br />

H<br />

C<br />

O<br />

C C C<br />

C<br />

C C<br />

+ C C C C C<br />

O<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C C<br />

C<br />

ácido 2,2 dimetil pentanóico<br />

C<br />

+ C C C C C<br />

- H +<br />

Utiliza-se uma cetona como produto inicial. Dissolve-se a cetona<br />

numa solução aquosa ácida, a qual se adiciona “azoteto de hidrogênio”.<br />

Ocorre uma reação de adição nucleofílica do nitrogênio ao carbono, a<br />

C<br />

O<br />

OH<br />

NH 3<br />

O<br />

O<br />

128


eliminação de nitrogênio (N2) e a migração de um grupo alquil ou aril. O<br />

produto final é uma Amida Substituída.<br />

R<br />

R 1<br />

C<br />

R C<br />

R 1<br />

O<br />

+ H<br />

H<br />

N N N<br />

R 1<br />

C<br />

R<br />

R 1<br />

OH N2 + R1 C<br />

Δ<br />

OH<br />

C<br />

OH<br />

+ N N N<br />

H<br />

OH<br />

+ Cl HCl + R 1 C<br />

R 1<br />

N R<br />

N R<br />

H H<br />

N R<br />

N R<br />

H H<br />

pode ser<br />

neutralizado<br />

⎯ Qual a amida formada se utilizarmos como produto inicial a<br />

acetofenona (metil, fenil cetona)?.<br />

O<br />

C C<br />

+ H<br />

OH<br />

C C<br />

O<br />

C<br />

+ N<br />

H<br />

N N<br />

A representação inicial deste mecanismo também poderia ser:<br />

O<br />

C<br />

OH<br />

C C<br />

CH 3 + H C<br />

N<br />

H<br />

N N<br />

OH<br />

OH<br />

C<br />

CH 3 + N N N<br />

H<br />

N C + N2 H<br />

OH<br />

129


C<br />

OH<br />

N C<br />

H<br />

+ Cl HCl<br />

8) Aminas / PCl3 / ácidos orgânicos.<br />

+<br />

C<br />

N - Metil benzamida<br />

Primeiro há um ataque nucleofílico da amina ao PCl3.<br />

Cl<br />

H<br />

O<br />

N C<br />

H<br />

R N + P Cl<br />

R N P + Cl HCl + R N PCl2 H2 Cl<br />

Cl<br />

R N + R N P +<br />

H 2<br />

H<br />

R N<br />

H<br />

P N R<br />

Cl<br />

H<br />

Δ<br />

Cl<br />

Cl<br />

H<br />

R N<br />

H<br />

H<br />

H<br />

Cl<br />

Cl H H<br />

P N R + Cl<br />

R N P N R + Cl<br />

H<br />

HCl + R N P N R<br />

H<br />

H<br />

Cl H<br />

HCl + R N P N R<br />

Em seguida, o ácido reage com o fosfazo composto formado,<br />

levando à obtenção da amida substituída.<br />

R C<br />

O<br />

R C<br />

O<br />

OH<br />

H<br />

+ N R<br />

H<br />

N R<br />

P N R<br />

P N R<br />

R C<br />

O<br />

R C<br />

O<br />

OH<br />

N R<br />

H<br />

H<br />

N R<br />

P N R<br />

+ P N R<br />

130


P N R<br />

amina fosforada.<br />

R C<br />

R C<br />

R C<br />

R C<br />

+ OH P N R<br />

OH<br />

Numa terceira etapa, uma outra molécula de ácido reage com a<br />

O<br />

OH<br />

O<br />

N R<br />

P OH<br />

O<br />

N R<br />

P OH<br />

O<br />

N R<br />

+ N R R<br />

P OH<br />

O<br />

+ OH R C<br />

+ OH<br />

+ HO<br />

C N R<br />

OH P OH<br />

R C<br />

HO<br />

O<br />

N R<br />

P OH<br />

O<br />

N R<br />

P OH R C<br />

P OH<br />

O<br />

N R<br />

H<br />

+ HPO 2<br />

Represente todas as etapas da reação que ocorre ao<br />

misturarmos Pentil amina, PCl3 e ácido benzóico.<br />

- 3HCl<br />

H<br />

C C C C C NH2 + PCl3 C C C C C N P N C C C C C<br />

dipentil fosfazo<br />

131


H<br />

O<br />

C C C C C N P N C C C C C + C<br />

C C C C C N C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

P<br />

N<br />

O<br />

OH<br />

OH + C C C C C N C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

C<br />

C<br />

C<br />

P<br />

N<br />

O<br />

N C C C C C + C C C C C N P<br />

N - Pentil benzamida<br />

C C C C C N P + OH C C C C C N P OH<br />

O<br />

C C C C C N P OH + C<br />

C C C C C N C<br />

HO<br />

HO<br />

C C C C C N C<br />

P<br />

O<br />

HO<br />

C C C C C N C<br />

+ OH C C C C C N C<br />

O<br />

HO<br />

P<br />

O<br />

O<br />

OH<br />

HO P OH<br />

+ HO P OH<br />

132


HPO 2 + C<br />

9) Amonólise de Ésteres<br />

R C<br />

R C<br />

O<br />

O<br />

N C C C C C<br />

H<br />

Leva à formação de amidas substituídas e de álcoois.<br />

O R 1<br />

O<br />

+ N R 2 R C N<br />

H 2<br />

N R2 H<br />

+ R 1<br />

R 1<br />

OH<br />

O<br />

O<br />

H 2<br />

R 2 R C<br />

10) Hidrólise de nitrilas em meio básico inicial.<br />

R<br />

δ+<br />

C N<br />

+ OH<br />

R C N<br />

R C NH<br />

R C N<br />

OH<br />

OH<br />

OH<br />

+ H<br />

Se o meio reacional for apenas básico:<br />

+ -<br />

+<br />

Na OH Na + OH<br />

R C N + OH R C<br />

OH<br />

Β<br />

N<br />

H R C<br />

O<br />

N R 2<br />

H 2<br />

+ O R 1<br />

R C NH<br />

O<br />

OH<br />

NH 2<br />

133


R C N + H R C<br />

OH OH<br />

OH<br />

R C NH + OH R C<br />

O H<br />

NH + OH<br />

+ H OH<br />

OH<br />

R C<br />

PROPRIEDADES QUÍMICAS DAS AMIDAS<br />

O<br />

NH<br />

1) Propriedades ácidas e básicas<br />

A definição de ácidos e bases segundo Bronsted é a seguinte:<br />

ÁCIDO: é toda espécie química que perde prótons.<br />

BASE: é toda espécie química que recebe prótons.<br />

De acordo com essa definição, as amidas apresentam caráter<br />

anfótero, isto é, podem atuar como ácido ou como base, dependendo da<br />

outra espécie química presente.<br />

R C<br />

base<br />

R C<br />

ácido<br />

O<br />

NH 2<br />

O<br />

N<br />

R 1<br />

+ H R C<br />

H<br />

Na<br />

2) Desidratação<br />

O<br />

NH 3<br />

+ OH H2O + R C<br />

A desidratação das amidas é realizada em presença de<br />

oxicloreto de fósforo, sob refluxo.<br />

O<br />

N<br />

R 1<br />

Na<br />

O<br />

NH 2<br />

134


R C<br />

O<br />

NH 2<br />

+<br />

R C O PCl 2<br />

N<br />

H 2<br />

O<br />

O<br />

PCl 2<br />

Cl<br />

R C O<br />

NH 2<br />

O<br />

PCl 2<br />

+ Cl HCl + R C O<br />

O<br />

R C NH + O PCl 2<br />

NH<br />

+ Cl<br />

O<br />

PCl 2<br />

alguns autores propõem<br />

a protonação deste oxigênio,<br />

o que tornaria a reação<br />

mais fácil de ocorrer!<br />

O<br />

R C N + HO PCl 2<br />

cianeto<br />

orgânico<br />

ou nitrila<br />

hidroxi, oxi<br />

cloreto de<br />

fósforo<br />

A hidrólise ácida de cianetos orgânicos leva à formação dos<br />

ácidos orgânicos correspondentes. Explique, com reações a seguinte<br />

seqüência.<br />

amida OPCl 3<br />

C C C C C C<br />

C<br />

C<br />

C C C C C C<br />

C<br />

C<br />

NH 2<br />

O<br />

NH 2<br />

O<br />

nitrila<br />

+<br />

O<br />

PCl 2<br />

Cl<br />

H +<br />

H2O ácido 2 etil hexanóico<br />

C C C C C C<br />

C<br />

C<br />

NH 2<br />

O PCl2+ Cl HCl + C C C C C C<br />

C<br />

C<br />

NH<br />

O<br />

O PCl 2<br />

O<br />

O PCl 2<br />

135


C C C C C C<br />

HO<br />

PCl 2 + C<br />

O<br />

C C C C C C<br />

C<br />

C<br />

C C C C C C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

NH + O PCl 2<br />

cianeto orgânico<br />

C C C C C<br />

OH 2<br />

C C C C C C<br />

C<br />

C<br />

+ H +<br />

N<br />

1º<br />

OH<br />

NH<br />

Β<br />

NH 2<br />

Β<br />

C<br />

C<br />

N<br />

C C C C C C<br />

C<br />

C<br />

NH<br />

C C C C C C<br />

C<br />

C<br />

OH<br />

+ OH 2<br />

NH 2<br />

C C C C C C<br />

C<br />

C<br />

2 - etil hexanoamida<br />

O<br />

NH 2<br />

136


C C C C C C<br />

C C C C C C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

O<br />

NH 2<br />

O<br />

+ OH 2 C C C C C C<br />

OH 2<br />

+ NH 2<br />

C<br />

C<br />

O<br />

NH 2<br />

OH 2<br />

NH3 + C C C C C C<br />

O NH3 formado reage com HCl formando H4N Cl (sólido).<br />

Observação: a sacarina é obtida utilizando o benzeno como<br />

produto inicial, através da seguinte seqüência operacional simplificada:<br />

+<br />

AlCl3 H3C Cl<br />

CH 3<br />

SO 3H<br />

CH 3<br />

KMnO 4<br />

H +<br />

CH 3<br />

X<br />

X<br />

H 2SO 4/SO 3<br />

C<br />

SO 3H<br />

O<br />

OH<br />

CH 3<br />

CH 3<br />

SO 3H<br />

SO 3H<br />

qualquer<br />

processo de<br />

obtenção<br />

de amidas C<br />

C<br />

C<br />

SO 3H<br />

O<br />

O<br />

OH<br />

NH 2<br />

137


O<br />

C<br />

O O<br />

NH 2<br />

S OH<br />

O<br />

C<br />

S<br />

O O<br />

NH<br />

Δ<br />

+ Na OH<br />

3) Redução com hidretos<br />

O<br />

C<br />

S<br />

O O<br />

NH 2<br />

-H 2O<br />

O<br />

C<br />

S<br />

OH<br />

O O<br />

N Na + +H 2O<br />

O<br />

C<br />

S<br />

O O<br />

sacarina<br />

(pouco solúvel<br />

em água)<br />

sacarina, em forma de sal de sódio,<br />

solúvel em água. 300 vezes mais<br />

doce que o açucar.<br />

As amidas na presença de H / H perdem água, dando origem às<br />

aminas correspondentes.<br />

R C<br />

O<br />

NH 2<br />

R C NH 2<br />

H<br />

R C NH<br />

H<br />

O<br />

+ H R C<br />

NH 2<br />

+ OH R C<br />

H<br />

+ H R C<br />

H<br />

H<br />

H + H +<br />

NH<br />

NH<br />

+ H +<br />

+ H 2O<br />

OH<br />

R C<br />

NH 2<br />

H 2<br />

H<br />

R C NH 2<br />

NH<br />

138


R C<br />

H<br />

R C<br />

H<br />

R C<br />

Uma outra proposta para este mecanismo seria:<br />

O<br />

NH 2<br />

N H<br />

H<br />

+ H R C<br />

OH<br />

NH 2<br />

+ OH H 2O + R C<br />

H<br />

NH 2 R C<br />

OH<br />

+ H R C<br />

H<br />

NH 2<br />

H<br />

H<br />

NH + H R C<br />

NH 2 + H R C NH 2<br />

H 2<br />

4) Conversão para aldeídos ou cetonas<br />

Neste processo, utilizam-se amidas substituídas. Para obter<br />

aldeídos, reage-se as amidas com hidretos. O ataque nucleofílico do H<br />

à carbonila leva à rápida formação do aldeído correspondente. Por<br />

destilação separam-se os produtos.<br />

As cetonas são obtidas reagindo-se a amida substituída com<br />

compostos de Grignard<br />

R C<br />

R C<br />

O<br />

N Me<br />

Me<br />

O<br />

N<br />

Me<br />

Me<br />

δ<br />

( R MgX<br />

+<br />

O<br />

+ H R C<br />

R 1<br />

+ MgCl<br />

δ+<br />

)<br />

H<br />

N Me<br />

Me<br />

O<br />

R C<br />

R 1<br />

N<br />

MgCl<br />

Me<br />

Me<br />

R C<br />

aldeído<br />

O<br />

H<br />

NH 2<br />

+ N Me<br />

Me<br />

139


O<br />

R C<br />

R 1<br />

N<br />

MgCl<br />

Me<br />

δ−<br />

N Me<br />

MgCl<br />

δ+<br />

Me<br />

Me<br />

O<br />

R C<br />

cetona<br />

δ+ δ−<br />

+ HOH HN<br />

R 1<br />

Me<br />

Me<br />

+ ClMg N<br />

+ Mg (OH) Cl<br />

Observação: Uma outra proposta para este mecanismo está<br />

representada no ítem “10” deste capítulo. Vejam!<br />

5) 3 fenil propenoamida<br />

benzênico?<br />

ressonância:<br />

C C C<br />

Em quais posições ocorrem as substituições no núcleo<br />

O<br />

NH 2<br />

A ressonância que prevalece nesse composto é a seguinte:<br />

C C C<br />

Se esta hipótese for verdadeira, teremos o seguinte híbrido de<br />

δ +<br />

δ +<br />

δ +<br />

Quando reagimos esse composto com HNO3 / H2SO4, obtemos um<br />

alto rendimento de compostos substituídos na posição meta, o que indica<br />

que a ressonância que predomina é a representada anteriormente.<br />

R<br />

O<br />

NH 2<br />

Me<br />

Me<br />

140


As mesmas considerações são válidas para a N – Fenil Acetamida,<br />

comercialmente chamada de acetanilida:<br />

6) Acetanilida<br />

C C<br />

O<br />

N<br />

H<br />

Para esse caso as reações de substituição ocorrem com<br />

rendimento apreciável nas posições orto, para, indicando que a<br />

ressonância predominante é a seguinte:<br />

C C<br />

7) Reação com R – COOH<br />

O<br />

N R<br />

H<br />

São reações de dupla-troca que ocorrem na temperatura de<br />

ebulição da mistura.<br />

Esse processo tem interesse prático quando os produtos<br />

obtidos têm pontos de ebulição bem diferentes e podem ser separados.<br />

O<br />

HO<br />

R C<br />

C<br />

R 1<br />

O<br />

NH 2 R C<br />

O<br />

OH<br />

+ R 1<br />

Observação: O mecanismo deste procedimento é semelhante ao<br />

ítem “2” da obtenção de anidridos! Vejam!<br />

δ−<br />

δ−<br />

C<br />

O<br />

δ−<br />

NH 2<br />

141


H C<br />

Exemplo 1:<br />

O<br />

NH 2<br />

exemplo 1)<br />

formamida ou<br />

metanoamida<br />

H C<br />

O<br />

OH<br />

+ H 3C (CH 2) 7 CH CH (CH 2) 7 C<br />

+<br />

ácido octadeceno 7, óico<br />

H 3C (CH 2) 7 CH CH (CH 2) 7 C<br />

ácido fórmico octa deceno 7, amida<br />

Ph C<br />

N<br />

Exemplo 2:<br />

O<br />

OH<br />

H 2N<br />

+ C<br />

H 2N<br />

Exemplo 3:<br />

C<br />

O<br />

OH<br />

+<br />

H 2N<br />

H 2N<br />

O Ph C<br />

C<br />

O<br />

N<br />

O<br />

NH 2<br />

O<br />

OH<br />

O<br />

NH 2<br />

+ CO2 + NH3 (g) (g)<br />

H 2 N<br />

C<br />

C<br />

O<br />

OH<br />

ácido carbâmico<br />

(muito instável)<br />

O<br />

NH 2<br />

+ CO2 + NH3 (g) (g)<br />

Observação: Os mecanismos destes procedimentos são<br />

semelhantes ao ítem “2” da obtenção de anidridos! Vejam!<br />

8) Hidrólise ácida e básica<br />

Nessa hidrólises, formam-se como produtos finais os ácidos<br />

orgânicos correspondentes.<br />

No caso da hidrólise ácida, a primeira etapa é um ataque eletrófilo<br />

do H + ao oxigênio da carbonila. Na hidrólise básica a primeira etapa é um<br />

ataque nucleófilo do OH ao carbono da carbonila.<br />

Ácida:<br />

142


R C<br />

R C<br />

OH<br />

R C<br />

OH<br />

R C<br />

O<br />

NH 2<br />

OH<br />

NH 2<br />

+ H<br />

R C<br />

+ OH 2 R C<br />

NH 2 + H R C<br />

OH<br />

OH<br />

NH 3 + HCl H 4N Cl<br />

Básica:<br />

R C<br />

O<br />

NH 2<br />

OH<br />

NH 2<br />

OH<br />

O H<br />

H<br />

OH<br />

OH<br />

NH 2<br />

+ B HB + R C<br />

B<br />

R C<br />

OH<br />

NH 2<br />

OH<br />

NH 3 NH 3 + R C<br />

O<br />

OH<br />

+ OH R C OH R<br />

O<br />

NH 2<br />

Neutralizando o meio reacional:<br />

Na NH 2 + HCl Na + Cl - + NH 3<br />

NH 3 + HCl H 4N Cl<br />

C<br />

O<br />

OH<br />

OH<br />

+ NH 2<br />

143


9) Reação com hipohalitos – Rearranjo de Hoffman.<br />

A primeira etapa é uma adição nucleófila do nitrogênio ao bromo<br />

do ácido hipobromoso, com eliminação da base OH , e subseqüente<br />

formação de água.<br />

R C<br />

O<br />

NH 2<br />

+ B r<br />

OH R C<br />

O<br />

N Br<br />

H 2<br />

+ OH<br />

A segunda etapa é a adição de base. Com essa adição forma-se<br />

água e brometo de sódio. Obtém-se, intermediariamente um nitrogênio<br />

deficiente de elétrons: para esse nitrogênio é atraído o radical R da<br />

carbonila, com formação de um isocianato. Se houver base em excesso, o<br />

isocianato formado reage com a mesma formando a amina<br />

correspondente com a eliminação de gás carbônico (ocorre uma<br />

descarboxilação).<br />

R C<br />

O<br />

N<br />

Br<br />

+ OH<br />

H<br />

Na +<br />

R C<br />

Decomposição do ISOCIANATO (<br />

R N C O + OH R N C<br />

R N<br />

O<br />

+ C<br />

OH<br />

Adição de um ácido<br />

R NH + H R NH 2<br />

O<br />

N<br />

- OH / H + )<br />

R N C O R N C O<br />

O<br />

OH<br />

R NH + CO 2<br />

Δ<br />

R N C<br />

isocianato<br />

⎯ Se a amida inicial fosse a butanoamida, qual seria a amina final?<br />

O<br />

OH<br />

Δ<br />

144


10) Reação com compostos de Grignard<br />

Obtém-se sempre cetona como produto final. Se a mistura final<br />

for hidrolisada, obtém-se além da cetona, uma amina e um sal básico de<br />

magnésio.<br />

R C<br />

O<br />

O<br />

NR 2<br />

R C R<br />

+ R<br />

+ MgCl<br />

NR 2<br />

δ −<br />

MgCl<br />

δ +<br />

éter<br />

O<br />

R C R<br />

NR 2<br />

+ MgCl<br />

δ− δ+ δ+ δ−<br />

R2N MgCl + H OH R2NH + Mg (OH) Cl<br />

→ Identifique todos os produtos envolvidos na reação do cloreto de Etil<br />

magnésio com a N, N Dimetil butano Amida.<br />

C C C C<br />

C N<br />

N<br />

O<br />

N C<br />

C<br />

C<br />

+ C<br />

C C C C C C<br />

hexanona 3<br />

O<br />

éter<br />

MgCl C C C C C C<br />

C<br />

+ N<br />

MgCl<br />

δ+ δ−<br />

MgCl + HOH C NH + Mg(OH)Cl<br />

C<br />

dimetilamina<br />

C<br />

C<br />

O<br />

N<br />

C<br />

+ MgCl<br />

145


11) Reação com ácido nitroso<br />

A reação com ácido nitroso leva à formação de um sal de<br />

diazônio, que é instável e sob aquecimento se decompõe, formando gás<br />

nitrogênio e um cátion acílio. Se a reação for feita em meio aquoso,<br />

obtemos como produto final um ácido orgânico.<br />

O HNO2 dá origem ao N2O3.<br />

2HNO 2 H 2O + O N O N O<br />

R C<br />

O<br />

NH 2<br />

HNO 2 + R C<br />

O<br />

R C<br />

O<br />

+<br />

O<br />

N<br />

O N O<br />

N N O<br />

H<br />

O<br />

R C N N O<br />

N N O R C N N O<br />

H H<br />

O O<br />

O<br />

H 2<br />

Β<br />

+ NO 2<br />

(Pode ser a água ou o NO 2)<br />

R C N N OH + H R C N N OH 2<br />

H 2O + R C<br />

O<br />

O<br />

R C N N<br />

N N<br />

Δ<br />

R C<br />

O<br />

+ N 2 (g)<br />

146


Em meio aquoso, forma-se o ácido correspondente<br />

R C<br />

O<br />

+ OH 2 R C<br />

12) Rearranjo de Curtius<br />

O<br />

OH 2<br />

R C<br />

Forma-se também um sal de diazônio que se decompõe<br />

formando isocianato.<br />

O<br />

R C<br />

O<br />

R C N<br />

HNO 2<br />

O<br />

NH 2 R C N N N N 2 + R C<br />

O C N R O C N R<br />

Se fizermos a hidrólise do isocianato, obteremos:<br />

R N C O + OH 2 R N C O<br />

R N C<br />

R N C<br />

H<br />

O<br />

OH 2<br />

O<br />

OH<br />

1°<br />

Β<br />

Δ<br />

C<br />

R N C<br />

H<br />

R N<br />

OH<br />

O<br />

H<br />

O<br />

OH 2<br />

OH<br />

CO 2<br />

-H<br />

R NH 2<br />

O<br />

OH<br />

O<br />

N<br />

147


Exercícios<br />

1) Identifique, com mecanismos, os produtos formados nos seguintes<br />

procedimentos:<br />

a - amonólise do brometo de pentanodiila;<br />

b - Aminólise do iodeto de butanodiila, quando se utiliza a benzil<br />

amina.<br />

2) Identifique, com mecanismos, os produtos formados nos seguintes<br />

procedimentos:<br />

a - amonólise da benzil cetena;<br />

b - aminólise da benzil cetena, quando se utiliza a benzil amina.<br />

3) Identifique, com mecanismos, os produtos formados nos seguintes<br />

procedimentos:<br />

a - amonólise do anidrido pentanodióico;<br />

b - aminólise do anidrido pentanodióico, quando se utiliza a<br />

isobutil amina.<br />

4) A hidrólise do cianeto de propila (butanonitrila) em meio básico e<br />

depois ácido origina uma amina e um sal. Identifique-os, com os<br />

respectivos mecanismos.<br />

5) A reação do butanodiato de etila com a propil amina forma uma<br />

diamida e um álcool, com E = 72%. Para aproveitamento de toda a<br />

propil amina (gás) contida num tanque esférico de d = 4m, a 27°C, e<br />

pressão normal, pede-se:<br />

a - o mecanismo;<br />

b - as massas das espécies envolvidas.<br />

6) A desidratação da hexanoamida em presença de OPCl3 forma uma<br />

nitrila com R = 90%. Em seguida, esta nitrila foi submetida a uma<br />

hidrólise ácida formando um ácido orgânico, com R = 91%. Quando<br />

utilizarmos 6 ton desta amida, pede-se:<br />

a - o mecanismo;<br />

b - as massas das espécies envolvidas.<br />

7) A redução da pentanoadiamida com H + / :H - forma uma diamina, com<br />

E = 80%. Para a obtenção de 25 ton desta diamina, pede-se:<br />

a - o mecanismo;<br />

b - as massa das espécies envolvidas.<br />

148


8) A reação da N,N dietil butanoamida com cloreto de propil<br />

magnésio/H2O forma um sal básico, uma amina e uma cetona.<br />

Represente estes procedimentos com os respectivos mecanismos.<br />

9) Represente, com mecanismos, as hidrólises ácida e básica da<br />

hexanodiamida.<br />

10) A reação da propanodiamida com HNO2 sob aquecimento, e depois<br />

com H2O forma um diácido orgânico e outros produtos. Para a<br />

obtenção de 3500 L de solução aquosa 2,8 N desse diácido, pede-se:<br />

a - o mecanismo;<br />

b - as massas das espécies envolvidas.<br />

1- Reagentes<br />

NOÇÕES DE SÍNTESE ORGÂNICA<br />

BENZAMIDA<br />

Cloreto de benzoila: 10 mL (0,086 mol)<br />

Amônia concentrada: 50 mL (d = 0,88 g/mL)<br />

2- Aparelhagem<br />

Frasco de Erlenmeyer de 250 ml, proveta de 50 mL, funil de<br />

Buchner e frasco de Kitasato de 250 mL.<br />

3- Técnica<br />

No frasco de Erlenmeyer de 250 mL, colocar 50 mL de solução<br />

de amônia concentrada e resfriar em gelo.<br />

Adicionar, com agitação constante e gota a gota, 10 mL de<br />

cloreto de benzoila. Trabalhar em capela.<br />

Filtrar a benzamida em funil de Buchner e lavar com pouca água<br />

fria. Recristalizar com cerca de 50 mL de água quente. Secar ao ar.<br />

4- Rendimento<br />

Varia entre 80 a 85%.<br />

149


5- Tempo de reação<br />

É de aproximadamente 2 h.<br />

6- Caracterização<br />

PF = 132/4°C, sólido branco, muito pouco solúvel em água fria,<br />

muito solúvel em água quente e etanol, ligeiramente solúvel em benzeno<br />

frio, muito solúvel em benzeno quente.<br />

7- Aplicações<br />

É utilizada como intermediária em sínteses orgânicas.<br />

8- Questões<br />

1) Represente o mecanismo.<br />

2) Existe reagente em excesso? Quanto?<br />

3) Quais as massas dos produtos obtidos nestas condições?<br />

4) Dentro das proporções do processo, quais as massas de reagentes<br />

necessárias para fabricar 500 kg da benzamida?<br />

5) Dentro das proporções estequiométricas, quais as massas de<br />

reagentes necessárias para fabricar 500 kg de benzamida?<br />

6) Por que a solução de amônia deve ser resfriada em gelo?<br />

7) Por que a adição do cloreto de benzoila deve ser feita gota a gota?<br />

8) Por que a lavagem da benzamida deve ser feita com água fria?<br />

9) Como separamos a benzamida obtida das outras espécies químicas?<br />

10) O que é recristalização e para que serve?<br />

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA<br />

SOARES, BLUMA GUENTHER. Teoria e técnicas de preparação,<br />

purificação e identificação de compostos orgânicos. Editora<br />

Guanabara. Rio de Janeiro, 1998.<br />

150


CAPÍTULO 6<br />

AMINAS<br />

Obedecem às fórmulas gerais:<br />

R NH2 R N R1 R N R1 H<br />

primária secundária terciária<br />

exemplo) H2 H2 C C<br />

N C<br />

C<br />

H 2<br />

H 2<br />

C<br />

H 2<br />

H 2<br />

C<br />

OH<br />

OH<br />

OH<br />

TEA – Trietanol Amina<br />

É um líquido incolor, viscoso e com propriedades detergentes.<br />

As aminas são mais solúveis em água que os álcoois<br />

correspondentes. Seus pontos de ebulição aumentam com o aumento da<br />

massa molecular.<br />

Butanol ⎯ 8%<br />

Pentanol ⎯ 5%<br />

Butil Amina ⎯ total<br />

Pentil Amina ⎯ total<br />

NH3<br />

-33°C<br />

Metil Amina -7°C<br />

Dimetil Amina +7°C<br />

Trimetil Amina +4°C<br />

Observação: O ponto de ebulição de trimetilamina diminui com<br />

relação à dimetil amina uma vez que esta não possui mais pontes de<br />

hidrogênio.<br />

R 2<br />

Solubilidade em água<br />

Ponto de ebulição<br />

151


1) Método de Hoffman<br />

Métodos de obtenção<br />

Baseia-se na reação do amoníaco com um haleto orgânico.<br />

Podemos obter uma amina primária, secundária ou terciária, dependendo<br />

das proporções molares dos reagentes.<br />

A primeira etapa é uma reação do tipo Sn2, na qual o amoníaco faz<br />

o ataque nucleofílico ao carbono ligado ao halogênio, formando-se uma<br />

amina, que numa segunda e terceira etapas reagem do mesmo modo.<br />

δ<br />

R Cl + NH3 R NH3 + Cl<br />

+<br />

δ −<br />

R NH 3 + NH 3 R NH 2 + NH 4Cl<br />

δ<br />

R NH2 + R Cl R N R + Cl<br />

H2 −<br />

δ +<br />

R N R + NH3 R N R + NH4 Cl<br />

H2 H<br />

R<br />

R<br />

δ+<br />

NH + R<br />

δ−<br />

H<br />

Cl R N R + Cl<br />

H<br />

R N R + NH3 R N<br />

R<br />

R<br />

R<br />

R + NH 4 Cl<br />

Esse processo só é quantitativo quando se utilizam haletos<br />

primários, porque com os terciários a reação ocorre muito lentamente, e<br />

ainda assim pode formar alcenos.<br />

152


C<br />

SN1<br />

C C Cl C C<br />

E1<br />

C<br />

2) Redução de amidas<br />

C<br />

C<br />

+ _<br />

+ Cl NH4 Cl + C<br />

H<br />

Com certa facilidade, as amidas são reduzidas facilmente às<br />

aminas correspondentes.<br />

R C<br />

O<br />

NH 2<br />

NH 3<br />

H2 / Pt<br />

+ R C NH2 - H2O * Processo já visto em propriedades químicas das Amidas.<br />

3) Reação de nitrilas com Etanol/Na.<br />

A primeira etapa é a oxidação dos átomos de sódio, que perdem<br />

elétrons para o oxigênio e para o hidrogênio da hidroxila do álcool,<br />

formando o ânion hidreto e o ânion etóxido.<br />

H 2<br />

H 3C C O H H 3C C O + H + 2Na +<br />

Na Na<br />

H 2<br />

H 2<br />

etóxido hidreto<br />

A segunda etapa é a formação de gás hidrogênio através da ação<br />

do ânion hidreto com um mol de álcool.<br />

H 2<br />

H 3C C OH + H H 3C C O + H 2<br />

A terceira etapa é o ataque nucleofílico dos ânions hidreto ao<br />

carbono da nitrila.<br />

R C N + H R C N<br />

H<br />

H 2<br />

C<br />

C<br />

C<br />

153


H<br />

R C N + H R C<br />

H2 N<br />

nitreno<br />

A última etapa é a interação do ânion nitreno formado com duas<br />

moléculas do etanol, formando a amina correspondente.<br />

R C<br />

H2 δ−<br />

N + 2 O<br />

H<br />

C<br />

H2 CH3 R C<br />

H2 NH2 δ+<br />

2 O C<br />

H2 CH3 4) Amidas /Br 2/ OH<br />

Veja esta obtenção no estudo das propriedades das amidas<br />

(reação com hipohalitos).<br />

5) Reação de álcool com amideto de sódio<br />

R C OH + NH 2 R C NH 2 + Na OH<br />

Na +<br />

Reação paralela:<br />

R C OH + NH 2 NH 3 + R C O Na +<br />

Na +<br />

6) Reação de éter com amideto de sódio<br />

δ− δ+<br />

R O R1 + NH2 R O + R1 NH2 δ+ δ−<br />

R O R1 + NH2 R1 O + R NH2 154


7) Reação de Haletos Orgânicos com Cianamida Cálcica<br />

(Ca +2 CN2 –2 ).<br />

As estruturas de ressonância são as seguintes:<br />

N C N N C N<br />

Esse processo serve para obter aminas secundárias. Inicia-se com<br />

um ataque nucleofílico do ânion nitreno (N ) ao carbono ligado ao<br />

halogênio, havendo formação de uma cianoamina.<br />

R X + N C N R N C N<br />

Ca +2<br />

δ+ δ−<br />

R N C N + R X R N C<br />

R<br />

N + Ca +2 X 2<br />

Em seguida a cianoamina é hidrolisada em meio ácido, havendo<br />

formação de uma Carboxi-Amina, que sob aquecimento se decompõe<br />

formando gás carbônico e uma amina secundária.<br />

R N C N<br />

R<br />

R N C<br />

R<br />

O<br />

OH<br />

H 2O/H +<br />

R N C<br />

R<br />

R N<br />

R<br />

+ C<br />

8) Obtenção de amina terciária<br />

Δ<br />

O<br />

OH<br />

+ NH 3<br />

em meio ácido forma<br />

um sal<br />

O<br />

O<br />

H<br />

CO 2 + H N R<br />

Utiliza-se como reagentes uma amina secundária, que é dissolvida<br />

numa solução aquosa básica, na qual se borbulha gás cloro: obtém-se<br />

uma cloro amina que em seguida é colocada a reagir com um composto<br />

R<br />

155


de Grignard, formando-se a amina terciária e um sal de magnésio.<br />

R2N + Cl2 + OH<br />

H<br />

R2N + Cl +<br />

H<br />

δ+ δ− δ+<br />

R2 N Cl + MgCl<br />

R<br />

δ−<br />

R 2N Cl<br />

Ver em propriedade das amidas!<br />

R 2N R + MgCl 2<br />

9) Reação de Ácidos Orgânicos com azida de sódio (Na + N3 - )<br />

R C<br />

R C<br />

O<br />

OH<br />

O<br />

+ N N N R C<br />

O<br />

OH<br />

N N N<br />

N N N R N C O + N 2<br />

Propriedades das aminas<br />

1) Aldeídos<br />

Com aminas primárias obtemos compostos genericamente<br />

chamados de “bases de Shiff”. Se utilizarmos aminas secundárias<br />

obteremos compostos genericamente chamados de “Enaminas”.<br />

R C<br />

O<br />

H<br />

+ N R R C N R<br />

H 2<br />

O<br />

H<br />

H 2<br />

Β<br />

156


H<br />

H 3C C C N R + H +<br />

OH<br />

H<br />

B<br />

H 2<br />

H<br />

H3C C C N R<br />

H<br />

H2 H H H2H H3C C C N R H3C C C N R + HB<br />

OH<br />

R C<br />

H<br />

Com aminas secundárias<br />

NR 2 + H +<br />

Δ<br />

H 3C C<br />

OH 2<br />

H2C C<br />

H<br />

NR2 H2C C<br />

H<br />

NR2 H<br />

enamina<br />

H C<br />

OH<br />

H C<br />

H<br />

B<br />

* Reação de Mannich<br />

OH 2<br />

"Base de Schiff"<br />

N R 2<br />

Faz a reação de uma amina primária com o formol / H<br />

O<br />

H<br />

H<br />

+ N<br />

H<br />

R2 H C NR2 H<br />

NR 2 + H H C NR 2<br />

H<br />

OH 2<br />

O<br />

H<br />

B<br />

H 2O<br />

H 2C NR 2<br />

pode ser<br />

neutralizado<br />

OH<br />

C NR 2<br />

H<br />

157


Se esta reação for feita em meio “cetona”, ao qual se adiciona<br />

uma base forte, o produto final obtido será o seguinte:<br />

H 3C C C<br />

O<br />

H 3C C<br />

O<br />

H 2<br />

H<br />

+ OH H 2O + H 3C C CH 2<br />

CH 2 + H 2C NR 2 R 2N C C C CH 3<br />

Observação: Se esta reação for realizada em meio ácido, ver o<br />

mecanismo em “SOLOMONS”, 6ª edição, vol.2, páginas 184-185.<br />

** Obtenção do EDTA – Ácido Etileno Diamino tetra acético<br />

H 2N C C NH 2 + 4H C<br />

H 2<br />

H 2<br />

etileno diamino<br />

O<br />

R NH 2 + C<br />

H<br />

OH<br />

R N CH2 + H<br />

H<br />

+<br />

H R N C H<br />

R N CH 2 + CN R N C CN<br />

H H H 2<br />

R<br />

O<br />

H<br />

H 2<br />

O<br />

H 2<br />

H 2<br />

O<br />

H<br />

+ 4NaCN 2O<br />

EDTA<br />

Β<br />

H 2<br />

O<br />

H<br />

OH<br />

R N<br />

H<br />

C H<br />

N C OH 2 H 2O + R N CH 2<br />

H<br />

158


O<br />

R N C CN + C<br />

H H2 H<br />

R<br />

C<br />

H R N H<br />

H 2C OH H 2C<br />

N<br />

R N<br />

O<br />

HO<br />

O<br />

HO<br />

C<br />

C<br />

H 2<br />

C<br />

C<br />

H 2<br />

C<br />

H 2<br />

H 2<br />

C<br />

C<br />

H 2<br />

CN<br />

CN<br />

N<br />

CN + H +<br />

H +<br />

H 2O<br />

-H 2O<br />

R<br />

R N<br />

C C N<br />

H 2<br />

C<br />

C<br />

H 2<br />

H 2<br />

C<br />

N<br />

C<br />

C C<br />

H 2<br />

C<br />

C<br />

H 2<br />

C<br />

H 2<br />

O<br />

C<br />

CN<br />

OH<br />

O<br />

OH<br />

O<br />

OH<br />

O<br />

OH<br />

EDTA<br />

O<br />

CN<br />

CN<br />

B<br />

composto final<br />

2) Reação com bromo nitrila (Br ⎯ CN).<br />

Esta reação, numa fase inicial, forma uma cianoamina, que por<br />

hidrólise dá o ácido correspondente, e com a descaboxilação forma a<br />

amina secundária. Esse processo transforma uma amina terciária numa<br />

amina secundária.<br />

R 3N + Br CN R 3N CN + Br<br />

159


R 2 N CN<br />

R R 2N CN + R Br<br />

+ Br<br />

H2O R2N CN R2N C<br />

H +<br />

3) Oxidação<br />

O<br />

OH<br />

O<br />

R 2N + C<br />

HO<br />

O agente oxidante é o peróxido de hidrogênio (H2O2)<br />

R 2NH + CO 2<br />

R NH2 R NOH<br />

H<br />

R N O<br />

nitroso composto<br />

R NO2 nitro<br />

composto<br />

R NH 2 + HO OH R N OH + OH R N OH + H 2O<br />

R N<br />

H<br />

OH + HO OH R N<br />

OH<br />

R N<br />

H 2<br />

H<br />

OH<br />

OH<br />

+ OH R N OH<br />

OH R N OH + OH R N O + H 2O<br />

R NO + H2O2 R NO2 + H2O nitroso<br />

composto<br />

H<br />

OH<br />

160


4) Aminas com haletos de acila (*)<br />

5) Cetenas com aminas (*)<br />

6) Aminas com PCl3/R⎯COOH (*)<br />

7) Aminas com fosgênio (*)<br />

* Procedimentos vistos em “Amidas”<br />

Aminas Aromáticas (Aril Aminas)<br />

A amina aromática mais simples é a amino-benzeno (anilina).<br />

O grupo “NH2” é um ativante o, p:<br />

NH 2<br />

δ−<br />

Isto significa que um reagente eletrofílico E irá ligar-se nas<br />

NH 2<br />

posições o, p da anilina, pois o grupo “NH2” é o, p dirigente!<br />

As reações mais importantes são:<br />

δ−<br />

1 – Halogenação (X2 / AlX3)<br />

2 – Nitração (HNO3 / H2SO4)<br />

3 – Sulfonação (H2SO4 / SO3)<br />

4 – Reação com Haletos de acila (AlX3)<br />

5 – Reação com Anidridos (AlCl3)<br />

6 – Alquilação (AlX3)<br />

(1) Halogenação<br />

Formação do Agente Eletrofílico<br />

+<br />

Br Br + FeBr 3 Br Br FeBr 3 Br + FeBr 4<br />

δ−<br />

161


(1)<br />

H + + FeBr 4<br />

R R<br />

+ Br<br />

(2) Mistura sulfonítrica<br />

H 2SO 4<br />

H + + HSO 4<br />

HBr + FeBr 3<br />

H + HO NO 2 H 2O NO 2 + HSO 4<br />

(3) Sulfonação (H2SO4/SO3)<br />

H 2SO 4 H + + HSO 4<br />

O S<br />

R<br />

O<br />

H + HSO 4<br />

O O S<br />

O<br />

+ S<br />

O<br />

R<br />

O<br />

H<br />

H 2O + NO 2<br />

O<br />

H<br />

Br<br />

O<br />

O O S<br />

R<br />

SO 3H H + +<br />

H 2SO 4<br />

H<br />

O<br />

S<br />

O<br />

O<br />

NH 2<br />

+ H<br />

NH 2<br />

Br<br />

+ H +<br />

O<br />

O O S<br />

SO 3H<br />

O<br />

162


(4) Haletos de Acila<br />

R C<br />

O<br />

Cl<br />

(5) Anidridos<br />

R C<br />

R<br />

C<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O<br />

+ AlCl 3 R C<br />

+ AlCl 3<br />

R C<br />

O<br />

R C<br />

R<br />

+ R C<br />

Anilina (amino – benzeno)<br />

O<br />

Cl AlCl 3 R C<br />

C<br />

O<br />

O<br />

O<br />

O AlCl 3<br />

AlCl 3<br />

O<br />

+ AlCl 4<br />

A anilina é a amina aromática mais simples. É obtida pela<br />

nitração do benzeno, seguida de uma redução.<br />

+ NO 2<br />

NO 2<br />

H2 Pt<br />

NH 2<br />

anilina<br />

Num outro processo para obter a anilina baseia-se na<br />

amonólise do cloro benzeno, junto com amideto de sódio: é um processo<br />

muito lento e que exige condições drásticas de reação.<br />

δ+ δ−<br />

Cl<br />

+ NH2 Na<br />

NH 3<br />

Δ Δ<br />

NH 2 + Na Cl<br />

Observação: Quando no núcleo aromático existir grupos<br />

eletroatraentes a reação ocorre com menos dificuldade:<br />

163


O 2N<br />

NO 2<br />

Cl<br />

NO 2<br />

+ NH 2<br />

Na<br />

NH 3<br />

O 2N<br />

NO 2<br />

NH 2<br />

NO 2<br />

+ Na Cl<br />

2,4,6 trinitro anilina<br />

ou trinitro anilina simétrica<br />

A anilina reage com KNO 2 / HCl , formando um sal de diazônio<br />

que sob aquecimento se decompõe em gás nitrogênio e um cátion<br />

aromático, que se estabiliza por ressonância, e é chamado de fenilônio.<br />

NH 2<br />

+<br />

KNO 2<br />

HCl<br />

N N<br />

+<br />

Cl<br />

+ N 2 + Cl<br />

É apenas com a formação desse cátion que o benzeno dá<br />

reações de substituição nucleofílicas.<br />

+<br />

Exemplos de<br />

Nu<br />

( Nu)<br />

OH<br />

OH 2<br />

O CH 3<br />

O C CH3 H2 A anilina dá reações de substituição eletrófila nas posições<br />

orto-para, pois o par de elétrons no nitrogênio entra em ressonância com<br />

o anel aromático do seguinte modo:<br />

Nu<br />

164


NH2 NH2 NH2 NH2 NH2 Qualquer reagente E irá “reagir” nas posições orto-para da<br />

anilina. Por exemplo: Quais os derivados monosubstituídos na seguinte<br />

reação?<br />

NH 2<br />

+ H 3C I<br />

All 3<br />

?<br />

H 3C I + AlI 3 H 3C I AlI 3 H 3C + AlI 4<br />

H 3C +<br />

H + + AlI 4<br />

NH 2<br />

HI + AlI 3<br />

Me<br />

H<br />

NH 2<br />

NH 2<br />

δ−<br />

orto metil<br />

anilina<br />

δ−<br />

Me + H +<br />

A anilina ao reagir com Br2/AlBr3, dirige a reação em orto-para<br />

numa proporção de 100%<br />

NH2 NH2 δ−<br />

δ−<br />

δ−<br />

+ Br 2<br />

AlBr 3<br />

Br<br />

Br<br />

Br<br />

Br<br />

100% o, p<br />

O cátion trimetil fenil amônio, devido à carga positiva do<br />

nitrogênio e sua proximidade do anel, dá reações de substituição 100%<br />

em meta.<br />

δ−<br />

165


C<br />

C N C<br />

δ +<br />

δ +<br />

δ +<br />

+ B r 2<br />

AlBr 3<br />

Br<br />

C<br />

C N C<br />

Br Br<br />

100% em meta<br />

À medida que o cátion nitrogênio vai se afastando do núcleo<br />

aromático sua influência sobre o mesmo vai diminuindo: começa a<br />

prevalecer a influência do grupo que está mais próximo ao benzeno.<br />

H 2C<br />

N (Me) 3<br />

C C N (Me) 3<br />

C C C N (Me) 3<br />

+ Br 2<br />

+ Br 2<br />

+ Br 2<br />

AlBr 3<br />

Br<br />

AlBr 3<br />

Br<br />

AlBr 3<br />

Br<br />

H 2C<br />

Br Br<br />

88%<br />

N (Me) 3<br />

C C N (Me) 3<br />

Br Br<br />

+<br />

H 2C<br />

Br Br<br />

Br<br />

12%<br />

N (Me) 3<br />

C C N (Me) 3<br />

Br Br<br />

19% 81%<br />

C C C N (Me) 3<br />

Br Br<br />

+<br />

+<br />

Br<br />

C C C N (Me) 3<br />

Br Br<br />

5% 95%<br />

Br<br />

166


Alquilação<br />

Se misturarmos a anilina com um haleto orgânico, e não<br />

colocarmos um ácido de Lewis, a reação ocorrerá da seguinte forma:<br />

halogênio.<br />

- o ataque nucleofílico do nitrogênio ao carbono ligado ao<br />

N<br />

δ+<br />

+ C CH3 H 2<br />

H 2<br />

I δ−<br />

N C C HI + N C C<br />

H2 H<br />

I<br />

Também existe a possibilidade da etil fenil amina reagir com<br />

outra molécula do haleto orgânico, formando a dietil fenil amina, que<br />

ficam misturadas.<br />

Para separá-las, adiciona-se KNO2 / HCl: a amina terciária forma<br />

um sal que é solúvel na fase aquosa; a amina secundária forma uma<br />

“nitroso amina” que é solúvel na fase orgânica. Esta nitroso amina depois<br />

de separada é tratada com ácido clorídrico, regenerando a etil fenil amina.<br />

N<br />

Et<br />

Et<br />

N H<br />

Et<br />

N N O<br />

Et<br />

+ NO 2 / H +<br />

+ NO 2 / H +<br />

H +<br />

HCl<br />

Et<br />

N<br />

Et<br />

H NO 2<br />

solúvel na fase<br />

aquosa<br />

N N O<br />

Et<br />

solúvel na fase<br />

orgânica<br />

N Et<br />

H<br />

167


Se reagirmos a anilina com uma mistura contendo cloreto de<br />

etila e cloreto de acetila, obtemos derivados da acetanilida, que têm<br />

propriedades analgésicas.<br />

Et<br />

N + C C Cl<br />

H 2<br />

NH 2<br />

+ C C<br />

AlCl 3<br />

O<br />

Cl<br />

Et<br />

NH 2<br />

para etil anilina<br />

Et<br />

N<br />

H<br />

O<br />

C<br />

CH 3<br />

para etil acetanilida<br />

As sulfas também são derivadas das acetanilidas. A seqüência<br />

de preparação de uma sulfa é a seguinte:<br />

O<br />

H N C CH3 SO 2Cl<br />

+ R NH 2<br />

NH 2<br />

SO 2NHR<br />

"sulfa"<br />

-HCl<br />

+ H 3C C<br />

O<br />

H N C CH3 SO 2NHR<br />

H 2O<br />

Observação: Proponha mecanismos para estes procedimentos.<br />

A ciclo hexil amina reage facilmente com ácido cloro sulfônico<br />

dando origem a um sal de amônio. Com a adição de uma base forte,<br />

obtém-se um sal de sódio da ciclo hexil amina, que é comercializado com<br />

O<br />

OH<br />

H<br />

168


o nome de “sucaryl”. Esse sal de sódio, é conhecido com o nome de<br />

ciclamato de sódio.<br />

2 - HCl<br />

NH2 + Cl SO3H N SO3N H<br />

NaOH<br />

N SO3 Na<br />

H<br />

"sucaryl" (ciclamato de sódio)<br />

A reação de diaminas com dihaletos leva à formação de<br />

compostos cíclicos, líquidos ou sólidos.<br />

C<br />

C<br />

H 2<br />

N<br />

N<br />

H 2<br />

C<br />

δ+<br />

C δ+<br />

δ−<br />

Br<br />

δ−<br />

Br<br />

C<br />

C<br />

H<br />

N<br />

N<br />

H<br />

Piperazina<br />

C<br />

C<br />

+ 2HBr<br />

A reação com Epóxidos (óxidos de etileno) leva à formação de<br />

compostos de ação detergente.<br />

R<br />

δ+<br />

N + H2C CH2 H 2<br />

R 1<br />

O<br />

δ−<br />

R N C C O<br />

R N<br />

H<br />

+ H2C C<br />

R N<br />

H<br />

C C O<br />

O<br />

R 1<br />

H 2<br />

β<br />

Β<br />

R<br />

R N<br />

H 3<br />

N<br />

H<br />

C C OH<br />

C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

R 1<br />

dietanol amina<br />

- transparente<br />

- incolor<br />

- viscosa<br />

- toque suave<br />

OH<br />

OH<br />

169


terciárias.<br />

Teste de Hinsberg<br />

Serve para identificar aminas primárias, secundárias e<br />

O reagente utilizado é o cloreto de parametil fenil sulfonilo.<br />

As aminas primárias formam um composto solúvel em álcalis;<br />

as aminas secundárias dão origem a um produto insolúvel em álcalis;<br />

enquanto que as aminas terciárias não reagem com o reagente citado.<br />

O<br />

1) Ph N + 1º S<br />

3)<br />

Ph 3N<br />

H 2<br />

2º<br />

O<br />

Cl PhMe<br />

3°<br />

2°<br />

O O<br />

2) Ph2N + 1º S<br />

H<br />

Cl PhMe<br />

3º<br />

não reagem<br />

O<br />

Ph N<br />

H<br />

S<br />

Ph 2N S<br />

solúvel em<br />

O O<br />

PhMe<br />

insolúvel em<br />

O<br />

PhMe<br />

OH<br />

+ HCl<br />

OH<br />

+ HCl<br />

1) O método de Hoffman é utilizado para a obtenção de aminas<br />

terciárias. Represente, com mecanismos, a amina obtida na reação do<br />

cloreto de benzila com NH3.<br />

2) A redução de amidas com H2 / Pt origina as aminas correspondentes.<br />

Identifique, com mecanismos, a amina obtida na redução da 2 metil<br />

pentanodiamida.<br />

3) Quando reagirmos pentanol 2 com amideto de sódio obtemos uma<br />

amina e outra base. Represente, com mecanismos, esta preparação.<br />

4) A reação de éteres com amideto de sódio forma aminas e alcóxidos<br />

de sódio. Represente, com mecanismos, a reação do amideto de<br />

sódio com éter propil secbutílico.<br />

170


5) Ao reagirmos um haleto orgânico com cianamida cálcica (Ca +2 CN2 –2 )<br />

obtemos uma ciano amina, que ao ser hidrolisada forma uma carboxi<br />

amina. Esta espécie, sob aquecimento moderado, forma CO2 e uma<br />

amina secundária. Represente, com mecanismos, as equações das<br />

reações que ocorrem quando utilizamos inicialmente o brometo de<br />

propila.<br />

6) A reação do cloreto de pentila com cianamida cálcica dá origem a<br />

uma amina secundária (d = 0,805 g/mL). Esta amina é comercializada<br />

em ampolas de 25 mL cada uma. Uma indústria que utilize 300 Kg/h<br />

deste haleto, quantas ampolas produzirá em 1 mês de trabalho?<br />

7) A reação da glicerina (propanotriol) com NH3/Na, forma uma triamina<br />

com R = 79%. Um tanque esférico de d = 3,5 m contém NH3 a 25°C e<br />

50 atm, que deverá ser utilizado neste procedimento. Represente os<br />

mecanismos e calcule as massas de todas as espécies envolvidas.<br />

8) A reação do cloreto de butila com NH3 forma uma amina terciária, que<br />

ao ser tratada com HCl origina um sal quaternário de amônia,<br />

utilizado na fabricação de “shampoos”, na proporção de 2,5% em<br />

massa. Calcular as massas de todas as espécies envolvidas na<br />

produção de 50.000 frascos de 500 mL contendo esse shampoo (d =<br />

1,088 g/mL), supondo-se E = 90% em todas as etapas.<br />

9) (Reação de Mannich) A reação do FORMOL com a dietil amina, HCl e<br />

depois com butanona / K + OH - forma vários produtos. Represente,<br />

com mecanismos, as equações dessas reações.<br />

10) Ao reagirmos a propileno diamina 1,3 com formol, Na + CN - e<br />

finalmente com H2O/H + obtemos o ácido propileno diamino<br />

tetracético. Represente com mecanismos, as equações dessas<br />

reações.<br />

11) As aminas podem ser oxidadas sob a ação do H2O2. Formando<br />

nitrosos e/ou nitro compostos. Represente, com mecanismos, o nitro<br />

composto formado na oxidação da butil amina.<br />

12) Represente, com mecanismos, os produtos formados quando<br />

reagirmos em condições adequadas:<br />

a - secbutil amina e brometo de propanodiila;<br />

b - benzil amina e fenil cetena;<br />

c - isobutil amina e fosgênio.<br />

13) Ao reagirmos o benzeno com mistura sulfonítrica obtemos o nitro<br />

benzeno, que ao ser reduzido forma a anilina (fenil amina). Identifique,<br />

com mecanismos, os compostos formados quando colocamos a<br />

anilina a reagir com as seguintes espécies:<br />

171


a - Br2/AlBr3;<br />

b - Iodeto de secbutila / Fel3;<br />

c - Iodeto de secbutila.<br />

14) A ciclo hexil amina reage com ácido cloro sulfônico originando um sal<br />

de amônia, que após a adição da soda cáustica, forma um sal de<br />

sódio da ciclo hexil amina, que é comercializado com o nome de<br />

“sucaryl”, cujo nome técnico é ciclamato de sódio. Sugira um<br />

mecanismo que explique a formação desse adoçante artificial.<br />

15) Ao reagirmos a butil amina com excesso de epóxido obtemos um<br />

composto de função mista, com propriedades detergentes.<br />

Represente, com mecanismos, esta preparação.<br />

1- reagentes<br />

NOÇÕES DE SÍNTESE ORGÂNICA<br />

SÍNTESE DA 2, 4, 6 TRIBROMO ANILINA<br />

10,0 mL de anilina (d = 1,020 g/mL)<br />

78,0 mL de ácido acético glacial (d = 1,05 g/mL)<br />

19,0 mL de bromo (d = 3,19 g/mL)<br />

2- Espécies complementares<br />

Água<br />

3- Técnica<br />

Metanol ou etanol<br />

Em um becher, coloque 10,0 mL de anilina e 40 mL de ácido<br />

acético glacial. Deixe escorrer lentamente, de um funil separador, 19,0 mL<br />

de bromo dissolvidos em 38,0 mL de ácido acético glacial, enquanto a<br />

solução é agitada com auxílio de um agitador mecânico.<br />

O becher deve ser esfriado em banho de gelo durante a adição,<br />

visto que a adição é exotérmica. O produto final (massa pastosa) deve ser<br />

colorido (amarelo) com a adição de um pouco de bromo, se necessário.<br />

172


Verter a mistura de reação em água, filtrar a vácuo e lavar com<br />

água. Escorrer bem e secar em estufa a 100°C por uma hora.<br />

A 2,4,6 tribromo anilina pode ser recristalizada em álcool<br />

metílico ou etílico, a quente.<br />

O rendimento deste procedimento é de 91,5%.<br />

4- Constantes físicas<br />

Cristais incolores; PF = 120/122°C; PE = 300°C; insolúvel em<br />

água; solúvel a quente em metanol e etanol, clorofórmio e éter.<br />

5- Questões<br />

a) Represente o mecanismo deste procedimento.<br />

b) Qual a função do ácido acético glacial?<br />

c) Se existir reagente em excesso, quantifique-o.<br />

d) Quais as massas dos produtos obtidos?<br />

e) Quais as massas das espécies necessárias, dentro das proporções<br />

estequiométricas, para a obtenção de 500 Kg da 2,4,6 tribromo anilina?<br />

f) Idem, dentro das proporções do processo, para a obtenção de 850 Kg<br />

da 2,4,6 tribromo anilina.<br />

g) Por que se adiciona mais bromo, se necessário?<br />

h) Por que deve-se filtrar a vácuo?<br />

i) Explique para que serve e como é feita a recristalização.<br />

j) Por que não se utiliza catalisador (ácido de Lewis) neste<br />

procedimento?<br />

173


CAPÍTULO 7<br />

FENÓIS<br />

aromático.<br />

NH 2<br />

Apresentam o grupo “OH” ligado diretamente a um núcleo<br />

OH<br />

a) Obtenção<br />

ácido Fênico,<br />

Hidroxi Benzeno ou fenol.<br />

O fenol é produzido industrialmente por dois métodos:<br />

1) Produção de Anilina, Sal de Diazônio e Hidrólise.<br />

KNO (0°C) 2<br />

HCl<br />

N N Cl<br />

+ H 2O<br />

H + O N O HO N O + H H 2O N O<br />

H 2O + NO<br />

NO + O N O O N O N O (N 2O 3)<br />

R N + N<br />

H 2<br />

O<br />

O N O<br />

NO 2 + R N N O<br />

H 2<br />

Β<br />

174


R N N OH R N N OH R N N OH 2<br />

H H<br />

C C C<br />

isopropil<br />

benzeno<br />

(cumeno)<br />

Ph<br />

H 3C C CH 3<br />

H<br />

Ph<br />

H 3C C CH 3<br />

O<br />

N N Cl<br />

N N<br />

Β<br />

Δ<br />

+ N 2<br />

+ OH 2 OH 2 + Cl HCl + OH<br />

"fenol"<br />

2) Baseia-se na oxidação do Isopropil benzeno, havendo<br />

formação de fenol e acetona, que são separados por<br />

destilação.<br />

O 2<br />

H<br />

O O<br />

OH<br />

Ph<br />

H 3C C C<br />

O<br />

"perácido"<br />

O<br />

+ C C C<br />

OH<br />

H<br />

C<br />

O C<br />

C<br />

Ph<br />

H 3C C CH 3<br />

+ OH 2<br />

O OH 2<br />

175


fenol<br />

C<br />

O C<br />

C<br />

C<br />

OH + C<br />

C<br />

OH2 O<br />

H<br />

C<br />

β<br />

C<br />

OH C<br />

C<br />

C<br />

C<br />

OH<br />

OH C C C<br />

b) Propriedades Químicas dos fenóis<br />

Β<br />

Δ<br />

O<br />

acetona<br />

1) Fenol com Haletos de Alquila<br />

Ocorre por um processo SN1 ou SN2. Será SN2 se o carbono do<br />

halogênio for primário.<br />

C<br />

δ+<br />

OH + C<br />

δ− K2CO3 Br O<br />

H<br />

C C + Br<br />

HBr + O C C<br />

éter etil fenílico<br />

A função do K2CO3 é absorver o HBr formado:<br />

K 2CO 3 + 2HBr 2KBr + CO 2 + H 2O<br />

2) Reação com bases fortes:<br />

Formam-se sais, em geral com boa solubilidade em água,<br />

chamados “FENATOS” (fenolatos ou fenóxidos).<br />

OH + Na OH H 2O + O Na<br />

(solução aquosa)<br />

Fenóxido de sódio<br />

Fenolato de sódio<br />

176


Esses fenatos de sódio reagem com soluções aquosas ácidas,<br />

regenerando o fenol.<br />

O Na + H 2CO 3<br />

fenol<br />

OH + NaHCO 3<br />

3) Acidez dos Fenóis<br />

Os fenóis quando dissolvidos (embora sejam pouco solúveis),<br />

em água dão origem a soluções ácidas, devido à ressonância:<br />

OH<br />

do fenol.<br />

OH<br />

OH OH<br />

δ+<br />

OH<br />

δ− δ−<br />

δ−<br />

Praticamente um reagente E se ligará nas posições orto-para<br />

Representação da equação de dissociação:<br />

Ph OH Ph O + H +<br />

ânion fenoxi (ou fenóxido)<br />

A existência de grupos elétron atraentes no anel aromático<br />

aumenta a acidez dos fenóis, devido à ressonância:<br />

OH<br />

177


OH<br />

N<br />

O O<br />

Por esse motivo, o para nitrofenol tem acidez igual a dos ácidos<br />

orgânicos, enquanto que o trinitro fenol (ácido pícrico) é mais ácido que<br />

os ácidos orgânicos.<br />

O 2N<br />

OH<br />

NO 2<br />

4) Formação de Éteres<br />

No núcleo aromático, a reação ocorre com dificuldade: o<br />

clorobenzeno não reage com etóxido de sódio, porque a diferença de<br />

eletronegatividade do cloro para o carbono aromático é muito pequena. A<br />

introdução de um grupo elétron atraente facilita a reação, embora a<br />

mesma ocorra a baixa velocidade.<br />

O 2N Cl<br />

+ OEt<br />

Na +<br />

O<br />

OH<br />

N<br />

NO 2<br />

O<br />

O 2N O Et + Na + Cl -<br />

éter para nitro<br />

fenil etílico<br />

Obs: Essa reação é bastante demorada e tem baixo rendimento.<br />

A obtenção de éteres aromáticos é catalisada com cobre. Por<br />

exemplo, a reação do bromo benzeno com fenóxido de sódio ocorre com<br />

rendimento apreciável em presença de cobre.<br />

178


A primeira fase desta reação é a interação do bromo benzeno<br />

com o cobre, havendo formação de um cátion Br (bromônio). Formado<br />

o cátion, a base fenóxido faz um ataque nucleofílico ao carbono do<br />

halogênio.<br />

Ph Br + Cu Ph Br Cu<br />

Ph Br Cu + O Ph Ph O Ph + Cu + Na + Br -<br />

Na +<br />

éter difenílico<br />

5) Reação com Azometano<br />

Esta reação leva à formação de éteres aromáticos metílicos.<br />

OH + H 2CN 2<br />

OCH 3 + N 2<br />

vide "obtenção de Éteres"<br />

Obs: A reação de um éter aromático com AlCl3 em meio a um<br />

solvente apolar pode levar à formação do fenol.<br />

AlCl3: Agente Desalquilante<br />

O + Al Cl<br />

C<br />

H 3<br />

Cl 2<br />

H 2O<br />

O AlCl2 Cl H3C CH 3<br />

6) Reação de β- Naftol com álcool / ½ H (sulfúrico)<br />

→ Nessas condições obtém-se β éteres.<br />

OH<br />

+ H<br />

H H<br />

OH<br />

+ ROH<br />

OH<br />

AlOHCl 2<br />

Cl<br />

179


Observação: O grupo “OH” é o, p dirigente!<br />

H<br />

H 3O +<br />

H<br />

OH<br />

O R<br />

H<br />

β<br />

O R<br />

H H<br />

+<br />

OH 2<br />

O R<br />

7) Formação de Ésteres Fenílicos<br />

A reação ocorre em meio básico utilizando como reagentes o<br />

fenol e cloretos de acila.<br />

O fenol reage com a base formando fenato de sódio e água.<br />

OH + Na + - OH O Na + + H 2O<br />

Em seguida a base fenóxido faz um ataque nucleofílico ao<br />

carbono da carbonila.<br />

R C<br />

O<br />

Cl<br />

+ O R C<br />

R C<br />

O<br />

+ -<br />

O + Na Cl<br />

8) Anidridos / PhOH / Na + : - OH<br />

Forma-se um éster aromático e um sal orgânico.<br />

R C<br />

R<br />

C<br />

O<br />

O<br />

O<br />

+ O Ph<br />

Na +<br />

R C<br />

R<br />

O<br />

O<br />

C<br />

O<br />

Cl<br />

O<br />

O<br />

O<br />

180


R C<br />

O<br />

O Ph<br />

+ R C<br />

O<br />

O Na<br />

9) Reação de fenol com anidridos - meio ácido<br />

R C<br />

R<br />

2º<br />

C<br />

O<br />

O<br />

O<br />

1º<br />

+ H<br />

R C<br />

Ph OH + R C<br />

O<br />

OH<br />

O<br />

Ph O C<br />

OH<br />

R C<br />

R<br />

+ R C<br />

O<br />

R<br />

O<br />

C<br />

O<br />

O<br />

Ph O<br />

H<br />

C R<br />

ou R C<br />

Β<br />

O<br />

O<br />

O Ph<br />

R C<br />

10) Substituição do OH por X<br />

É uma reação difícil de ocorrer e tem rendimentos apreciáveis<br />

quando existe na molécula grupos eletronatraentes.<br />

O 2N<br />

NO 2<br />

NO 2<br />

OH + PCl 5<br />

O 2N<br />

R<br />

NO 2<br />

NO 2<br />

O<br />

C<br />

OH<br />

O<br />

Cl<br />

vide mecanismo em obtenção de<br />

"haletos de acila"<br />

181


11) Substituição do OH por NH2<br />

Ocorre nas mesmas condições que no caso anterior, sendo que<br />

o reagente utilizado é o amideto de sódio (Na + NH 2) .<br />

a) 200°C<br />

OH + NH2 NH2 + OH<br />

Δ<br />

b) O 2N OH<br />

+ NH 2<br />

200°C<br />

Δ<br />

velocidade muito baixa<br />

Substituição no anel<br />

O 2N NH 2 + OH<br />

velocidade baixa<br />

No fenol, o grupo OH é orto-para dirigente. Por esse motivo a<br />

halogenação, nitração, sulfonação e acilaçao do fenol e seus derivados<br />

ocorrerão, preferencialmente nas posições o, p.<br />

a)<br />

b)<br />

c)<br />

d)<br />

e)<br />

Exemplos: represente com mecanismos, as reações fenol com:<br />

Br 2 / FeBr 3<br />

HNO 3 / H 2SO 4<br />

H 2SO 4 / SO 3<br />

H 3C C<br />

Cl<br />

H 2<br />

O / AlCl3 H 3C C C I/ BI 3<br />

H 2<br />

REPRESENTANDO...<br />

(halogenação<br />

(nitração)<br />

(sulfonação)<br />

(acilação)<br />

(alquilação)<br />

A) Br Br + FeBr 3 Br Br FeBr 3 FeBr 4 + Br<br />

OH<br />

+ Br<br />

OH<br />

H<br />

Br<br />

estabiliza-se por<br />

ressonância<br />

182


)<br />

OH<br />

H + + FeBr 4<br />

H<br />

Br<br />

OH<br />

HBr + FeBr 3<br />

Br + H +<br />

orto bromo fenol<br />

HO NO 2 + HHSO 4 H 2O NO 2 H 2O + NO 2 + HSO 4<br />

OH<br />

OH<br />

H + + HSO 4<br />

c) H2SO4 O S<br />

OH<br />

+ NO 2<br />

H<br />

NO 2<br />

H 2SO 4<br />

H + + HSO 4<br />

OH<br />

H<br />

NO 2<br />

estabiliza-se por<br />

ressonância<br />

OH<br />

NO 2<br />

orto nitro fenol<br />

+ H<br />

O O<br />

O<br />

O<br />

O<br />

+ SO 3<br />

O<br />

S<br />

OH<br />

O<br />

H<br />

SO 3<br />

estabiliza-se por<br />

ressonância<br />

O<br />

S<br />

O<br />

O<br />

S<br />

O<br />

183


OH<br />

H + + HSO 4<br />

H<br />

SO 3 + H +<br />

H 2SO 4<br />

OH<br />

H<br />

SO 3H H + +<br />

O<br />

O<br />

d) H3C C + AlCl3 H3C C<br />

H3C C<br />

Cl<br />

Cl AlCl 3<br />

OH<br />

OH<br />

H + + AlCl 4<br />

+ H 3C C<br />

H<br />

C C<br />

O<br />

O<br />

HCl + AlCl 3<br />

OH<br />

OH<br />

H<br />

C C<br />

O<br />

estabiliza-se por ressonância<br />

C<br />

CH 3 + H +<br />

O<br />

2 hidroxi fenil, metil cetona<br />

OH<br />

ácido<br />

o - hidroxi<br />

sulfônico<br />

O<br />

SO 3H<br />

+ AlCl 4<br />

e) C C C I + BI3 C C C I BI3 C C C + BI4 OH<br />

+ C C C<br />

OH<br />

H<br />

C C C<br />

estabiliza-se por ressonância<br />

184


OH<br />

H + + BI 4<br />

H<br />

C C C<br />

HI + BI 3<br />

OH<br />

orto propil fenol<br />

12) Alquilação com álcoois ou alcenos / meio ácido<br />

C C C<br />

+ H +<br />

H3C C OH + H +<br />

H3C C OH2 H2O + H3C C<br />

H2 H2 H2 H 2C CH 2 + H +<br />

OH<br />

OH<br />

H + + HSO 4<br />

+ C CH3 H2 H<br />

C CH 3<br />

H 2<br />

H 2SO 4<br />

H 2C CH 3<br />

OH<br />

H<br />

C CH 3<br />

H 2<br />

estabiliza-se por ressonância<br />

OH<br />

orto etil fenol<br />

C CH 3<br />

13) Reação com CO2 (carboxilação, 7 atm e 100ºC)<br />

C<br />

O<br />

O<br />

C<br />

O<br />

O<br />

H 2<br />

+ H +<br />

185


OH<br />

OH<br />

+ C<br />

H<br />

C O<br />

O<br />

Β<br />

O<br />

O<br />

100°C<br />

7 atm<br />

OH<br />

H<br />

C O<br />

O<br />

estabiliza-se por ressonância<br />

OH<br />

C<br />

O<br />

OH<br />

ácido orto hidroxi<br />

benzóico (ácido salicílico)<br />

14) Reação com aldeídos (formol ⇒ formilação)<br />

Obs: Formol = Metanal ou Aldeído fórmico<br />

O<br />

H C<br />

H C<br />

OH<br />

OH<br />

H<br />

+ C O<br />

H2 H<br />

H 2<br />

B<br />

C O<br />

O<br />

H<br />

OH<br />

H<br />

C O<br />

H 2<br />

estabiliza-se por ressonância<br />

OH<br />

C OH<br />

H 2<br />

orto fenil metanol ou<br />

alcool orto hidroxi benzílico<br />

186


Fenóis – Obtenção e Propriedades<br />

1) Represente, com mecanismos, os 2 processos industriais para a<br />

obtenção do FENOL.<br />

2) Identifique, com mecanismos, os compostos obtidos na reação do<br />

fenol com 2 iodo butano/K2CO3.<br />

3) Identifique, com mecanismos, os produtos formados na reação do<br />

Pentacloro fenol com soda cáustica.<br />

4) O fenol tem caráter ácido ou básico? Justifique.<br />

5) Coloque em ordem crescente de acidez: 2,4,6 trinitro fenol, p-nitro<br />

fenol e fenol.<br />

6) O fenato de sódio não reage com cloro benzeno, mas reage, com<br />

dificuldade com o p-nitro cloro benzeno. Justifique.<br />

7) Identifique, com mecanismos, os produtos formados na reação do<br />

fenol/potassa cáustica com brometo de butanoila.<br />

8) Identifique, com mecanismos, os produtos formados na reação do<br />

fenol/soda cáustica com o anidrido propanóico.<br />

9) Identifique, com mecanismos, os produtos formados na reação do<br />

fenol com o anidrido propanóico/H + .<br />

10) A reação do fenol e do p-nitro fenol com Na + -<br />

NH2 ocorre a 200º C.<br />

Provavelmente, qual tem maior rendimento? Justifique.<br />

11) A reação do β naftol com butanol 2/H + forma água e um éter.<br />

Represente, com mecanismos, esta preparação.<br />

12) Identifique, com mecanismos, os produtos formados na reação do<br />

2,4,6 trinitro fenol com PCl5.<br />

13) Identifique, com mecanismos, os produtos formados na tri<br />

carboxilação do fenol (CO2, 7 atm e 100°C).<br />

14) Identifique, com mecanismos, os produtos formados na tri<br />

formilação do fenol (120°).<br />

15) Identifique, com mecanismos, os produtos formados nas reações<br />

do fenol com as seguintes espécies químicas, na proporção molar<br />

1:1:<br />

i. brometo de isopropila/AlBr3;<br />

ii. iodeto de butanoila/Fel3;<br />

187


iii. mistura sulfonítrica.<br />

16) Identifique, com mecanismos, os produtos formados nas reações<br />

do fenol com excesso das seguintes espécies químicas:<br />

a) Oleum;<br />

b) anidrido acético / BCl3;<br />

c) Br2 / AlBr3.<br />

17) A reação do fenol com excesso de mistura sulfonítrica forma um<br />

derivado trinitrado, comercialmente chamado de “ácido pícrico”,<br />

utilizado na produção de pomadas para queimaduras. Para a<br />

fabricação de 5 x 10 7 bisnagas desta pomada, de 50g cada uma,<br />

contendo 2,5% deste princípio ativo, pede-se (R = 83%):<br />

a) o mecanismo;<br />

b) as massas das espécies envolvidas;<br />

c) o volume da solução 8N de HNO3 necessário;<br />

d) a massa de H2SO4 necessária (1,2% das massas dos reagentes<br />

utilizados).<br />

18) A oxidação do isopropil benzeno com O2 / H forma fenol e<br />

acetona, com R = 87%. Em seguida o fenol obtido foi colocado a<br />

reagir com Na + :OH - / iodeto de sec butila/ K2CO3, originando<br />

produtos com R = 84%. Para o aproveitamento de 2500 L de<br />

isopropil benzeno (d=0,905 g/mL), pede-se:<br />

a) os mecanismos;<br />

b) as massas das espécies envolvidas;<br />

c) o volume de O2 necessário (TPN);<br />

d) o volume de ar necessário (ar em volume = 78% de N2 e 22% de O2).<br />

19) A reação da anilina com K + NO2 - / HCl / 0°C origina fenol com E =<br />

78%. Numa etapa seguinte, o fenol obtido foi colocado a reagir<br />

com excesso de mistura sulfonítrica, dando origem ao 2,4,6<br />

trinitro fenol, com E = 93%, comercialmente chamado de “ácido<br />

pícrico”. Para a obtenção de 5000L de uma solução aquosa (d =<br />

1,15 g/mL) contendo 15% deste ácido em massa, pede-se:<br />

188


• os mecanismos;<br />

• as massas das espécies envolvidas;<br />

• o volume de solução de HNO3 7N necessário.<br />

20) Todo o fenol contido em 180 tambores (com 200 Kg de fenol cada<br />

um) foi dividido em duas partes iguais e colocado a reagir<br />

separadamente com:<br />

a) Excesso de CO2 (7 atm e 100°C), originando um produto “X” com<br />

E = 90%;<br />

b) Excesso de formol (metanal) a 120°C, originando um produto “Y”<br />

com E = 80%.<br />

Em vista destas afirmações, pede-se:<br />

I. *os mecanismos;<br />

II. ** as massas das espécies envolvidas;<br />

III. *** o volume de CO2 necessário (TPN).<br />

21) A reação do fenol com CO2 ocorre a 100°C e 7 atm, formando o<br />

ácido o – hidroxibenzóico (ácido salicílico), com R = 92%. Este<br />

ácido, colocado a reagir com cloreto de acetila forma o ácido<br />

acetil salicílico (AAS), com R = 88%, um poderoso analgésico e<br />

antitérmico (antipirético). A comercialização deste produto é feita<br />

sob a forma de comprimidos de 100 mg cada um, contendo 12%<br />

do princípio ativo. Para a fabricação de 9 x 10 8 destes<br />

comprimidos, pede-se:<br />

a) os mecanismos;<br />

b) as massas das espécies envolvidas.<br />

22) Os grupos “alquil” (metil, etil, propil, dodecil, etc...) são<br />

orientadores orto / para. Nestas condições, um composto<br />

aromático com um destes grupos formará, em condições<br />

adequadas, derivados tri substituídos nestas posições. No<br />

entanto, ao sulfonarmos o DODECIL BENZENO, obtemos apenas o<br />

derivado mono substituído em “para”. Este derivado, ao ser<br />

neutralizado com solução de Na+:OH-, forma um sal com<br />

propriedades detergentes, que é comercializado sob a forma de<br />

uma solução aquosa a 9% em massa (d = 1,125 g/mL). Para<br />

fabricação de 50.000 litros desta solução aquosa, pede-se:<br />

a) o mecanismo;<br />

189


) as massas das espécies envolvidas, supondo-se um rendimento de<br />

93% na etapa da sulfonação;<br />

c) Porque apenas o derivado mono substituído em “para” é obtido?<br />

190


CAPÍTULO 8<br />

SAIS DE DIAZÔNIO / AZO COMPOSTOS<br />

Os sais de diazônio são obtidos através de um composto<br />

aromático, utilizando-se a seguinte seqüência de reações:<br />

a) Nitração:<br />

Forma o nitro composto<br />

b) Redução:<br />

Forma o amino composto<br />

c) Reação com HNO2 / HCl / 0°C:<br />

Forma o sal de diazônio.<br />

Os sais de diazônio sob aquecimento se decompõem formando<br />

gás nitrogênio e cátion carbônio aromático, que pode ser “atacado” por<br />

qualquer agente nucleófilo.<br />

aromático<br />

NO 2<br />

N N Cl<br />

H 2<br />

Ar NO 2 Ar NH 2<br />

cloreto de benzeno diazônio<br />

(fenil)<br />

1) Reação com bases fortes<br />

Na<br />

HCl<br />

0°C<br />

+ -<br />

NO2 PROPRIEDADES QUÍMICAS<br />

Ar N N Cl<br />

Obtém-se compostos genericamente chamados de “Aril<br />

Diazotatos de sódio”<br />

Ar N N Cl + Na + - OH Ar N N OH Ar N N O Na<br />

frio<br />

2º 3º<br />

1º<br />

Cl HCl (pode ser<br />

neutralizado)<br />

191


2) Acidulação dos “Aril Diazotatos”<br />

Esses azo-compostos muitas vezes são instáveis em meio<br />

ácido, ou podem ter suas cores reforçadas no mesmo meio. Eles reagem<br />

com ácidos dando origem a N – nitroso aminas aromáticas.<br />

Ar N N O Na + + H +<br />

Ph N N O<br />

H<br />

- Nitroso Fenil Amina<br />

N<br />

3) Reação com álcoois<br />

Ar N N O + Na + Cl -<br />

Aquecendo-se um sal de diazônio em presença de um álcool,<br />

ocorre a formação de um éter aromático:<br />

Ar N N Cl N 2 + Ar + Cl<br />

Δ<br />

Ar + O R Ar O R + Cl Ar O R + HCl<br />

H<br />

H<br />

H3C exemplo:<br />

O C C<br />

éter etil, p - metil fenílico<br />

4) Substituição do nitrogênio por hidrogênio<br />

Aquecendo-se moderadamente o sal de diazônio dissolvido em<br />

álcool, obtém-se gás nitrogênio, um composto aromático e um aldeído.<br />

Pensa-se que essa reação ocorra por um mecanismo radicálico<br />

(radicalar).<br />

+<br />

Ar N N Cl Ar N N Cl<br />

H<br />

192


Ar<br />

N N<br />

OH<br />

Cl Ar + N 2 + Cl<br />

H H<br />

Ar + H C CH3 ArH + C CH3 O<br />

H + Cl<br />

5) Preparação do 1, 3, 5 tribromo benzeno<br />

H 3C C<br />

O<br />

H<br />

+ HCl<br />

O bromo é um desativante o, p do grupo benzênico, por isso,<br />

fazer a tribromação do mesmo demora muito e, ainda assim, o rendimento<br />

é baixo e não se obtém o composto em questão.<br />

Sequência desta síntese:<br />

Primeiro nitra-se o benzeno, reduzindo-o em seguida. O amino<br />

grupo é orto – para dirigente: bromando-se esse composto obtém-se a 2,<br />

4, 6 tribromo anilina.<br />

NO 2<br />

NO 2<br />

H 2<br />

NH 2<br />

Br2 AlBr3 NH 2<br />

Br Br<br />

Br<br />

+ 3HBr<br />

Em seguida, transforma-se esse composto num sal de diazônio<br />

correspondente:<br />

NH 2<br />

Br Br<br />

Br<br />

Na<br />

HCl<br />

0°C<br />

+ -<br />

NO2 Br<br />

N N<br />

Br<br />

Cl<br />

Br<br />

193


A ultima etapa é o aquecimento moderado do sal de diazônio<br />

dissolvido em etanol:<br />

N N Cl<br />

Br Br<br />

Br<br />

C 2H 5OH<br />

Δ<br />

moderado<br />

Br<br />

Br<br />

Br<br />

tribromo benzeno<br />

Obs: A propriedade usada é a decomposição via radical, item<br />

número 4 deste capítulo.<br />

6) Transformação da p – toluidina em m – toluidina.<br />

H3C N + C C<br />

O<br />

H3C H2 N<br />

O<br />

C C<br />

CH 3<br />

O<br />

H N C C<br />

H 2<br />

H3C N C<br />

H<br />

NO 2<br />

C<br />

C<br />

O<br />

O<br />

O<br />

CH 3<br />

O<br />

H N C C<br />

4º<br />

CH 3 + H 3C C<br />

2º<br />

1º<br />

δ+ δ−<br />

NO2 H OH<br />

Na + -<br />

NO2 HCl<br />

0ºC<br />

O<br />

OH<br />

O<br />

O<br />

C C<br />

194


N N<br />

CH 3<br />

Cl<br />

NO 2<br />

1) HO C2H5 2)<br />

H 2 / Δ<br />

CH 3<br />

7) Substituição pela hidroxila, pela alcoxila, por haletos orgânicos e por<br />

outras espécies.<br />

componentes primários, e as aminas e os fenóis, componentes<br />

195<br />

NH 2<br />

Todas essas reações ocorrem a quente, pois nestas condições<br />

o sal de diazônio se decompõe, dando origem aos derivados<br />

correspondentes. O cátion carbono formado pode ser atacado por<br />

qualquer agente nucleofílico.<br />

Ar N N Cl Ar + N 2 + Cl<br />

Δ<br />

Ar + O R Ar O R<br />

-H<br />

Ar O R<br />

H H<br />

-H<br />

Ar + OH2 Ar OH2 Ar OH<br />

Ar + I Ar I<br />

Ar + SCN Ar SCN<br />

Reações de copulação<br />

Sais de diazônio copulam com aminas e fenóis dando origem<br />

aos azocompostos, substâncias coloridas, muitas das quais se<br />

enquadram dentro da classe dos azocorantes. Os sais de diazônio,<br />

nessas reações, são chamados, sob o ponto de vista industrial,


secundários. Estudos cinéticos mostraram que as reações de copulação<br />

se processam por meio de um ataque eletrofílico ao derivado aromático,<br />

ataque esse proporcionado pelo cátion de diazônio. Esse cátion não é um<br />

reagente eletrofílico poderoso, razão pela qual o núcleo aromático que vai<br />

ser alvo de seu ataque deverá ser bem-reativo, graças à presença de<br />

grupos ativadores (NH2 e OH). Por outro lado, a introdução no núcleo<br />

aromático do sal de diazônio, de grupos atraentes de elétrons, vai,<br />

evidentemente, favorecer as reações de copulação.<br />

a) Copulação com fenóis<br />

A copulação de sais de diazônio com fenóis leva à formação de<br />

p – hidroxiazocompostos.<br />

+ _<br />

N2Cl +<br />

H OH<br />

N N OH + HCl<br />

(p - hidroxiazobenzeno ou p - benzenoazofenol;<br />

cor laranja)<br />

Ao lado dos parahidroxiderivados, forma-se, também, em menor<br />

porcentagem, o - hidroxiazobenzeno (ou o – benzenoazofenol; cor<br />

laranja).<br />

H<br />

N N<br />

A separação desses dois hidroxiazocompostos é efetuada com<br />

arraste de vapor, destilando o ortoderivado, já que esse composto é<br />

insolúvel em água, devido à ponte de hidrogênio. Essa ponte de<br />

hidrogênio possibilita, também, o estabelecimento de um equilíbrio<br />

tautomérico entre o o – hidroxiazobenzeno e a mono – hidrazona da o –<br />

benzoquinona.<br />

N<br />

N<br />

OH<br />

O<br />

N N<br />

Estando a posição para preenchida, como, por exemplo, no caso<br />

H<br />

O<br />

196


do p – cresol, a copulação se desenvolve na posição orto.<br />

+<br />

N2Cl + H<br />

_<br />

OH<br />

CH 3<br />

-HCl<br />

N N<br />

OH<br />

5 - metil - 2 - hidroxiazobenzeno ou benzenoazo - p - cresol<br />

(cor amarela)<br />

A copulação com fenóis se processa em meio fracamente alcalino,<br />

que tem função dupla. Em primeiro lugar, vai transformar o fenol no ânion<br />

fenóxido, esse último é, sem dúvida, reagente eletrofílico mais poderoso<br />

que o primeiro.<br />

O H + OH -<br />

H 2O + O -<br />

Em segundo lugar, o meio fracamente alcalino vai possibilitar a<br />

dissolução do fenol no meio reacional, facilitando a reação. Por outro<br />

lado, em meio fortemente alcalino, o sal de diazônio vai se transformar no<br />

arildiazotato, impedindo a copulação.<br />

Na verdade, estudos cinéticos executados por Putter e por<br />

Zollinger e Büchler (1951) mostraram que o ânion fenóxido é a espécie<br />

que copula e não o fenol livre. Por outro lado, Bartlett constatou que a<br />

velocidade de copulação aumenta gradativamente com o aumento do pH,<br />

até atingir o valor nove, quando então diminui acentuadamente (formação<br />

dos diazotatos).<br />

Na prática, costuma-se adicionar lentamente a solução do sal de<br />

diazônio sobre uma solução (0°C) alcalina de fenol, sendo que o hidróxido<br />

de sódio é calculado para proporcionar um pequeno excesso, em relação<br />

à neutralização do ácido presente na solução do sal de diazônio.<br />

O mecanismo da copulação com fenóis pode, pois, ser<br />

esquematizado como:<br />

+<br />

Ar N N Ar N N+<br />

CH 3<br />

197


O H + OH -<br />

O -<br />

+ H 2O<br />

+<br />

-<br />

O + N N Ar<br />

O N N Ar<br />

O<br />

H<br />

N<br />

- OH<br />

+<br />

N Ar<br />

- H 2O<br />

_<br />

O N N Ar<br />

+H 2O<br />

-OH -<br />

H<br />

H O<br />

N N Ar<br />

É claro que grupos elétron – atraentes situados no núcleo<br />

aromático do sal de diazônio vão favorecer essas copulações. Por outro<br />

lado, a presença de um segundo OH no fenol, especialmente na posição<br />

meta, facilita, em muito, a copulação. Assim, por exemplo, o resorcinol,<br />

ao copular com excesso de sal de diazônio, pode originar um bis – ou<br />

mesmo triazo composto.<br />

OH<br />

OH<br />

ArN 2Cl<br />

NaOH<br />

OH<br />

N<br />

N<br />

Ar<br />

OH<br />

+<br />

Ar<br />

N<br />

N<br />

OH<br />

N<br />

N<br />

Ar<br />

OH<br />

OH<br />

Ar N N<br />

N N Ar<br />

Conforme vimos, esses hidroxiazocompostos podem ser<br />

reduzidos aos aminofenóis correspondentes.<br />

SnCl 2<br />

p - HO C6H4 N N C6H5 p - HO C6H4 NH2 + C6H5 NH2 É interessante frisar que a reação de sais de diazônio com 2 –<br />

naftol e com 4 – metil – 1 – naftol, dando origem aos azocompostos<br />

correspondentes, constitui um dos argumentos da estrutura mais rígida<br />

do naftaleno.<br />

+<br />

N<br />

N<br />

Ar<br />

OH<br />

198


+ _<br />

ArN2 Cl<br />

OH<br />

CH 3<br />

Ar<br />

OH OH<br />

- HCl<br />

- HCl<br />

b) Copulação com aminas<br />

N<br />

N<br />

OH<br />

CH 3<br />

N N Ar<br />

A copulação com aminas aromáticas terciárias se processa em<br />

meio fracamente ácido, isso porque a espécie que reage é a amina livre, já<br />

que o íon de amônio, como sabemos, é desativador dos núcleos<br />

aromáticos. Para neutralizar, em parte, o caráter ácido da solução do sal<br />

de diazônio, costuma-se empregar acetato de sódio, que serve como<br />

tampão, impedindo que o HCI libertado transforme a arilamina livre no sal<br />

de amônio respectivo.<br />

+<br />

_<br />

C6 H5 N2 Cl + H N (CH3) 2<br />

fenóis.<br />

NaOAc<br />

C 6H 5<br />

N<br />

N<br />

N (CH 3) 2<br />

(p - dimetilaminoazobenzeno; cor amarela)<br />

O mecanismo dessa copulação é análogo ao que ocorre com os<br />

Ar N N Ar N N +<br />

+<br />

+<br />

Ar N N +<br />

+σ<br />

−δ −δ<br />

H<br />

N<br />

CH 3<br />

CH 3<br />

Ar N N<br />

+<br />

N<br />

CH 3<br />

CH 3<br />

199


Ar<br />

N<br />

N<br />

N<br />

CH 3<br />

CH 3<br />

+ H +<br />

Estando a posição para bloqueada pela presença de substituintes,<br />

a copulação se processará em orto, segundo a representação:<br />

+<br />

C6 H5 N2 Cl + H3C N<br />

_<br />

CH 3<br />

CH 3<br />

CH 3<br />

- HCl N<br />

CH 3<br />

CH 3<br />

N N<br />

C 6H 5<br />

(5 - metil - 2 - dimetilaminoazobenzeno<br />

ou benzenoazo - p - N, N - dimetiltoluidina)<br />

As arilaminas primárias e secundárias copulam, via de regra,<br />

inicialmente, no nitrogênio, formando-se um diazoamino composto, como<br />

no exemplo descrito a seguir.<br />

H<br />

+<br />

C6 H5 N2 Cl + H N<br />

CH3 _<br />

- HC l<br />

C 6H 5<br />

N<br />

N<br />

H<br />

N<br />

CH 3<br />

4 - metildiazoaminobenzeno ou p -diazoamino -<br />

tolueno ( cor amarela)<br />

Esse diazoaminocomposto isolado dessa reação mostrou-se<br />

idêntico ao obtido através da reação de cloreto de p –<br />

metilbenzenodiazônio com anilina.<br />

H<br />

+<br />

CH3 N2 Cl + H N<br />

_<br />

- HCl<br />

C6H5 C6H5 N N N<br />

Não se formou o seguinte diazoaminocomposto:<br />

CH 3 N N N<br />

H<br />

C 6H 5<br />

Esses resultados indicam claramente a existência de um equilíbrio<br />

tautomérico do tipo:<br />

H<br />

CH 3<br />

200


CH 3 N N N<br />

H<br />

C 6H 5 CH 3 N N N C 6H 5<br />

Meldola e Streafield, já em 1884, haviam constatado que os<br />

produtos metilados em que não há possibilidade do estabelecimento de<br />

um tal equilíbrio tautomérico, são diferentes, quando se parte do cloreto<br />

de benzenodiazônio e do cloreto de p – metilbenzenodiazônio.<br />

CH 3<br />

+ - HCl<br />

C6 H5 N2 Cl + H N<br />

C6H5 N N N<br />

_<br />

CH 3<br />

CH 3<br />

+<br />

CH3 N2 Cl + H N C6H5 _<br />

- HCl<br />

CH 3<br />

C 6H 5 N N N<br />

Exercícios: Sais de diazônio / Azo compostos<br />

1) Qual a seqüência utilizada para a obtenção de um sal de diazônio, a<br />

partir do benzeno?<br />

2) O que ocorre se adicionarmos uma base ao cloreto de fenil diazônio?<br />

E se em seguida adicionarmos H2SO4?<br />

3) O que ocorre se aquecermos moderadamente o cloreto de p – etil fenil<br />

diazônio e depois adicionarmos separadamente:<br />

a) água<br />

b) butanol 2<br />

4) represente, com mecanismos, os produtos obtidos quando<br />

aquecemos o cloreto de m – etil fenil diazônio em presença de<br />

propanol 1.<br />

5) Explique, com mecanismos, como podemos obter a partir do<br />

benzeno, o composto denominado 1, 3, 5 tribromo benzeno.<br />

6) A p – metil anilina é chamada de p – toluidina enquanto que a m –<br />

metil anilina é chamada de m – toluidina. Explique, através de<br />

reações, como podemos obter a m – toluidina através da p – toluidina.<br />

7) O aquecimento moderado do cloreto de p – nitro fenil diazônio gera o<br />

aparecimento de um cátion aromático, muito útil em sínteses<br />

CH 3<br />

H<br />

CH 3<br />

CH 3<br />

201


orgânicas. Represente, com mecanismos as reações deste cátion<br />

aromático com:<br />

a) brometo de potássio;<br />

b) acetato de sódio;<br />

c) cianeto de sódio / H2O / H + ;<br />

d) sulfeto de sódio.<br />

8) A m – toluidina é um pigmento vermelho utilizado na fabricação de<br />

tintas de uso geral, na proporção de 400 g por galão de 3,6 litros.<br />

Calcule as massas das espécies envolvidas para a fabricação de 5000<br />

galões de tinta vermelha, utilizando como matéria prima inicial a p –<br />

toluidina e outras espécies que se fizerem necessárias, supondo-se<br />

E = 90% em cada etapa.<br />

202


CAPÍTULO 9<br />

ÁCIDOS SULFÔNICOS ALIFÁTICOS<br />

Os ácidos sulfônicos são isômeros dos hidrogenossulfitos, dos<br />

quais podem ser facilmente diferenciados. Enquanto os<br />

hidrogenossulfitos são ésteres facilmente hidrolisáveis, os ácidos<br />

sulfônicos não são.<br />

Nomenclatura<br />

O<br />

R S OH<br />

RO S OH<br />

O<br />

(ácidos sulfônicos) (hidrogenossulfitos)<br />

Tanto a nomenclatura usual como a oficial empregam a<br />

denominação “sulfônico” precedida pelo nome do grupo alquila ou do<br />

grupo hidrocarboneto. Os exemplos que seguem ressaltam essa questão.<br />

CH3SO3H (ácido metilsulfônico ou ácido metanossulfônico)<br />

(CH3) 2 CH SO3H (ácido isopropilsulfônico ou ácido 2 - propanossulfônico)<br />

Métodos de obtenção<br />

1) Reação de um hidrocarboneto saturado com ácido sulfúrico<br />

fumegante ou com ácido clorossulfônico. No caso do ácido sulfúrico<br />

fumegante, o reagente sulfonante é o trióxido de enxofre.<br />

H2SO4 CH3(CH2) 4CH3 + SO3 CH3(CH2) 3 CH CH3 O<br />

SO 3H<br />

O grupo sulfônico entra preferencialmente e provavelmente no<br />

segundo átomo de carbono.<br />

203


2) Reação de hidrocarbonetos saturados com cloreto de sulfurila.<br />

Essa reação ocorre na presença de luz e empregando-se<br />

piridina como catalisador, à temperatura de 40 – 60°C. Obtém-se cloretos<br />

de sulfonila em alto rendimento, ocorrendo a substituição,<br />

principalmente, nos átomos de carbonos secundários e, em pequena<br />

percentagem, nos carbonos primários.<br />

RH + SO 2Cl 2<br />

RSO 2Cl + HCl<br />

A hidrólise dos cloretos de sulfonila leva aos ácidos sulfônicos.<br />

3) Oxidação de tióis com ácido nítrico concentrado<br />

HNO3 RSH + 3 [0] RSO 3H<br />

Pode-se partir, também, dos mercaptetos de chumbo.<br />

HNO +H 3<br />

2S<br />

(RS) 2 Pb + 6[0] (RSO3) 2 Pb 2 RSO<br />

- PbS<br />

3H<br />

Esse método é mais satisfatório que os dois anteriores, pois<br />

não deixa dúvidas sobre a posição do grupo sulfônico.<br />

4) Adição de hidrogenossulfito de sódio às olefinas, em presença de<br />

peróxidos.<br />

Essa adição se dá contra a regra de Markownikoff.<br />

peróxidos<br />

R CH CH2 + NaHSO3 R CH2CH2 SO3Na + -<br />

5) Reação de sulfito de sódio com haletos de alquila.<br />

Essa reação ocorre por mecanismo Sn2, processando-se um<br />

ataque do enxofre ao carbono ligado ao halogênio.<br />

RX + Na 2SO 3<br />

RSO 3Na + NaX<br />

Propriedades físicas<br />

Os ácidos sulfônicos alifáticos de baixo peso molecular são<br />

líquidos pesados, de alto ponto de ebulição e solúveis em água. Os<br />

204


membros superiores da série são sólidos bem-cristalizados. Muitos deles<br />

são altamente higroscópicos.<br />

1) Acidez<br />

Propriedades químicas<br />

Os ácidos sulfônicos são ácidos fortes e formam sais com<br />

hidróxidos ou carbonatos. Os sais de chumbo e bário são solúveis em<br />

água.<br />

2) Reação com pentacloreto de fósforo ou com cloreto de<br />

tionila.<br />

correspondentes.<br />

Por meio dessa reação, obtém-se os cloretos de sulfonila<br />

RSO 3H + PC l 5<br />

RSO 2Cl + HC l + POC l 3<br />

Esses cloretos, que são líquidos de ação lacrimogênea, são ao<br />

contrário dos cloretos de acila, lentamente hidrolisados com água. Porém<br />

reagem facilmente com amônia concentrada e com álcoois, dando<br />

sulfonamidas e ésteres, respectivamente.<br />

RSO 2Cl + 2NH 3<br />

RSO 2NH 2 + NH 4 Cl<br />

, ,<br />

RSO2Cl + R OH RSO2OR + HCl<br />

Convém ressaltar que os ácidos sulfônicos não podem ser<br />

esterificados diretamente pelo aquecimento com os álcoois. As<br />

sulfonamidas também não podem ser obtidas diretamente a partir dos<br />

ácidos sulfônicos.<br />

*Ácidos Sulfônicos Aromáticos<br />

Os ácidos sulfônicos aromáticos, da mesma maneira que os<br />

alifáticos, podem ser obtidos pela sulfonação direta. Eles são mais<br />

facilmente disponíveis que os ácidos sulfônicos alifáticos.<br />

205


Nomenclatura<br />

A denominação dos ácidos sulfônicos aromáticos é estabelecida<br />

usando-se o nome do hidrocarboneto procedido da palavra sulfônico.<br />

SO 3H<br />

(ácido benzenossulfônico)<br />

Cl<br />

SO 3H<br />

(ácido 2 - clorobenzenossulfônico)<br />

Propriedades Físicas<br />

Os ácidos sulfônicos aromáticos são cristalinos, incolores, muito<br />

solúveis em água e pouco solúveis em solventes não-oxigenados. Os<br />

ácidos puros são higroscópicos e dificilmente obtidos na forma anidra.<br />

Eles, usualmente, cristalizam de soluções aquosas com água de<br />

hidratação.<br />

1) Acidez<br />

Propriedades Químicas<br />

Os ácidos sulfônicos aromáticos são ácidos fortes, de força<br />

comparável à dos ácidos sulfúrico e perclórico. Os ácidos sulfônicos<br />

reagem com bases fortes formando sais neutros. Sais com bases fracas<br />

dão reação ácida quando dissolvidos em água. Os grupos que atraem<br />

elétrons no anel do ácido benzenossulfônico, quando localizados em orto<br />

e para, aumentam sua acidez e os grupos que doam elétrons diminuem<br />

sua acidez. Assim, enquanto o ácido 2,4 – dinitrobenzenossulfônico é um<br />

ácido mais forte que o ácido 2,4 dimetoxi benzeno sulfônico é um ácido<br />

mais fraco que o ácido sulfúrico, apesar de ser mais forte que o ácido<br />

nítrico.<br />

206


2) Reações resultantes de substituição do grupo sulfônico<br />

a) Substituição por hidrogênio<br />

A reação de sulfonação, conforme vimos, é reversível. Assim, os<br />

ácidos sulfônicos aromáticos são hidrolisados aos hidrocarbonetos e ao<br />

ácido sulfúrico, ao serem aquecidos com ácidos minerais.<br />

HCl<br />

ArSO3H + HOH ArH + H<br />

aquec.<br />

2SO4 A velocidade de reação aumenta quando o aquecimento é<br />

efetuado em tubo fechado a 150 – 170°C. Os ácidos sulfônicos alifáticos<br />

não são suscetíveis à hidrólise ácida.<br />

A hidrólise dos ácidos sulfônicos é de interesse devido a sua<br />

aplicação na separação de misturas de hidrocarbonetos. É de interesse<br />

também em sínteses orgânicas. A dessulfonação é útil para preparar<br />

certos benzenos substituídos, por exemplo, o o-clorotolueno.<br />

CH 3<br />

CH 3<br />

SO 3H<br />

CH 3<br />

H2SO4 Cl2 / Fe Cl<br />

HCl<br />

150°C<br />

SO 3H<br />

b) Substituição pelos grupos hidroxila e ciano<br />

Quando o benzenossulfonato de sódio é fundido com hidróxido de<br />

potássio ou com cianeto de potássio, obtém-se fenóxido de sódio ou<br />

benzonitrila, respectivamente, ao lado de sulfito de potássio.<br />

C 6H 5SO 3K + 2KOH C 6H 5OK + K 2SO 3 + H 2O<br />

O mecanismo proposto é:<br />

K OH K + OH<br />

O<br />

Ph S O K + OH<br />

O<br />

O<br />

S<br />

O<br />

O K + Ph OH<br />

K<br />

CH 3<br />

Cl<br />

207


Ph O H + OH Ph O K + H 2O<br />

C 6H 5SO 3K + KCN C 6H 5CN + K 2SO 3<br />

c) Substituição por bromo e pelo grupo nitro<br />

Essas substituições não são de aplicação geral. A substituição do<br />

grupo sulfônico por bromo ocorre nos casos em que esse grupo está<br />

situado em orto ou para, em relação aos grupos hidroxila ou amino. Por<br />

exemplo:<br />

NH 2<br />

SO 3H<br />

Br 2<br />

Br<br />

NH 2<br />

SO 3H<br />

Br<br />

Br 2<br />

H 2O H 2O<br />

A substituição do grupo sulfônico pelo grupo nitro é, como vimos,<br />

aplicada para obtenção do 2, 4, 6 – trinitrofenol (ácido pícrico) a partir do<br />

fenol.<br />

3) Reações de substituição aromática<br />

O grupo sulfônico, conforme vimos, é desativante do anel e<br />

dirigente em meta. Por exemplo:<br />

SO 3H<br />

+ Br 2<br />

FeBr 3<br />

SO 3H<br />

SO 3H SO 3H<br />

+ HNO 3<br />

H 2SO 4<br />

Br<br />

+ HBr<br />

NO 2<br />

Br<br />

+ H 2O<br />

NH 2<br />

Br<br />

Br<br />

208


Exercícios<br />

ÁCIDOS SULFÔNICOS ALIFÁTICOS E AROMÁTICOS<br />

1) Ao reagirmos o dodecil benzeno com “oleum” obtemos um produto<br />

substituído em “para”, independente das proporções molares. Pois<br />

bem, este composto ao ser posto a reagir com potassa cáustica, forma<br />

um sal orgânico, com propriedades detergentes “A”. Para a fabricação<br />

de 25000 embalagens plásticas de 500 mL contendo uma solução<br />

aquosa a 11% em massa (d=1,096 g/mL) desse detergente “A”, pedese,<br />

supondo-se E = 80% em ambas as etapas:<br />

a) Os mecanismos;<br />

b) As massas das espécies envolvidas;<br />

c) O volume de solução 12 N de potassa cáustica necessário;<br />

d) Explique a obtenção apenas do composto substituído em “p”.<br />

2) A reação do 2,5 dimetil hexano com excesso de oleum origina um<br />

composto disubstituído, com R = 90%. Para o aproveitamento de 5000<br />

L do alcano em questão (d = 0,892 g/mL), pede-se:<br />

a) O mecanismo;<br />

b) As massas das espécies envolvidas.<br />

3) A reação do ácido heptano tri sulfônico 1, 3, 6 com excesso de penta<br />

cloreto de fósforo forma produtos com E = 89%. Para o aproveitamento<br />

de 500 embalagens multifolhadas de 50 kg cada uma, contendo o<br />

ácido sulfônico em questão, pede-se:<br />

a) O mecanismo;<br />

b) As massas das espécies envolvidas;<br />

c) A massa de oleum necessária (25% de trióxido de enxofre, em<br />

massa).<br />

4) Ao reagirmos o propil benzeno com excesso de oleum obtemos um<br />

composto “X”, que foi completamente neutralizado com solução 9 N<br />

de soda cáustica. Supondo-se R = 92% em ambas as etapas,<br />

representar os mecanismos e calcular as massas das espécies<br />

necessárias para a obtenção de 10 ton. do sal orgânico em questão.<br />

5) Quando reagimos o benzeno com oleum, na proporção molar 1:1,<br />

obtemos o ácido benzeno sulfônico. Numa outra etapa, este ácido foi<br />

posto a reagir com excesso de bromo/brometo de alumínio, originando<br />

um ácido inorgânico e um composto orgãnico. Supondo-se R = 79%<br />

209


em ambas as etapas, para o aproveitamento de 2500 L de bromo<br />

(d = 3,16 g/mL), pede-se:<br />

a) Os mecanismos;<br />

b) As massas das espécies envolvidas<br />

6) Quando misturamos adequadamente o dicloreto de benzeno diazônio<br />

1,4 com excesso de fenol (hidroxi benzeno), ocorre uma reação de<br />

copulação nas posições “para” do fenol. Para o aproveitamento de<br />

750 Kg do dicloreto inicial, e supondo-se E = 88%, representar os<br />

mecanismos e calcular as massas das espécies envolvidas.<br />

210


CAPÍTULO 10<br />

HIDROXI E CETOÁCIDOS<br />

Nomenclatura<br />

substituídos.<br />

Hidroxiácidos alifáticos<br />

Os hidroxiácidos são considerados como ácidos carboxílicos<br />

CH 3 CH 2 CH CO 2H<br />

OH<br />

ácido 2 - hidroxibutanóico ou<br />

α - hidroxibutanóico (butírico)<br />

CH 3<br />

CH 3<br />

C<br />

OH<br />

CH 2<br />

CO 2H<br />

ácido 3 - metil - 3 - hidroxibutanóico ou<br />

ácido β - metil - β - hidroxibutanóico (butírico)<br />

Alguns desses ácidos têm nomes próprios, tais como ácido<br />

glicólico (CH 2(OH) CO 2H), ácido láctico (CH 3 CH(OH) CO 2H) etc.<br />

Métodos de obtenção<br />

α - hidroxiácidos<br />

a) Tratamento de α-halogenoácidos (ou ésteres) com bases<br />

fracas.<br />

R CH CO 2H + H 2O<br />

Br<br />

Na2CO3 - HBr<br />

RCH CO 2H<br />

OH<br />

Bases fortes provocam a eliminação de HX, dando origem aos<br />

ácidos insaturados correspondentes.<br />

R CH<br />

NH 2<br />

b) Tratamento de α-aminoácidos com ácido nitroso.<br />

CO 2H + HNO 2 R CH<br />

OH<br />

CO 2H + N 2 + H 2O<br />

211


Esse processo se constitui na base do método de Van Slyke para<br />

dosagem de aminoácidos.<br />

c) Síntese cianidrínica<br />

A reação de ácido cianídrico com aldeídos e cetonas leva à<br />

formação dos α-hidroxiácidos respectivos, após hidrólise da nitrila<br />

intermediária.<br />

(H) R<br />

R<br />

C<br />

β - hidroxiácidos<br />

(H) R<br />

O + HCN C<br />

R<br />

OH<br />

C N<br />

H 2O / H +<br />

a) Adição de água aos ácidos α, β-insaturados.<br />

(H) R<br />

R<br />

C<br />

OH<br />

CO 2H<br />

Essa adição desenvolve-se na presença de ácido sulfúrico,<br />

processando-se contrariamente à regra de Markownikoff.<br />

H 2SO 4<br />

R CH CH CO 2H + H 2O RCH CH 2 CO 2H<br />

b) Processo de Reformatsky<br />

OH<br />

Esse método consiste no tratamento de aldeídos e cetonas com<br />

cloroacetato de etila na presença de zinco.<br />

R<br />

R<br />

R<br />

R<br />

C<br />

C<br />

OH<br />

O + Cl CH 2 CO 2Et<br />

CH 2<br />

CO 2H<br />

1) Zn<br />

2) H 2O<br />

R<br />

R<br />

C<br />

OH<br />

CH 2<br />

CO 2Et<br />

H 2O / H +<br />

γ e δ-hidroxiácidos são somente estáveis na forma de seus sais.<br />

212


Ao serem libertados ciclizam com enorme facilidade dando origem,<br />

respectivamente às γ e δ-lactonas.<br />

R CH CH 2 CH 2<br />

OH<br />

-<br />

CO2 O mecanismo proposto é:<br />

R C C C C<br />

OH<br />

R C C C C<br />

OH<br />

R C C C C<br />

OH<br />

C C<br />

O<br />

C<br />

OH<br />

C<br />

+<br />

OH<br />

O<br />

O<br />

O<br />

OH<br />

O<br />

O<br />

Na<br />

+ H Cl<br />

C C<br />

R CH CH 2 CH 2 CH 2<br />

OH<br />

O<br />

C<br />

O<br />

C<br />

H +<br />

H<br />

-<br />

CO2 R CH CH 2 + H 2O<br />

O CH 2<br />

C<br />

O<br />

Na + R C C C C<br />

OH<br />

Na Cl + R<br />

C C<br />

O<br />

C<br />

C<br />

O OH<br />

H +<br />

R CH<br />

O<br />

O<br />

O<br />

C C C C<br />

OH<br />

HO<br />

C C<br />

O<br />

CH 2<br />

C<br />

O<br />

C<br />

C<br />

OH<br />

CH 2<br />

CH 2<br />

O<br />

OH<br />

+ H 2O<br />

213


Propriedades<br />

Os primeiros membros da classe são miscíveis em água, sendo<br />

ácidos mais fortes que os ácidos carboxílicos correspondentes.<br />

Os hidroxiácidos são, via de regra, suscetíveis às reações dos<br />

álcoois e dos ácidos carboxílicos. Os α-hidroxiácidos ao serem aquecidos<br />

eliminam água intermolecularmente dando origem às lactidas (lactídeos).<br />

RCH<br />

OH<br />

HO<br />

O<br />

C<br />

C<br />

O<br />

OH<br />

CHR<br />

OH<br />

Δ<br />

-2H 2O<br />

O<br />

O<br />

RCH C<br />

C<br />

CHR<br />

Por outro lado, os β-hidroxiácidos perdem água<br />

intramolecularmente, e, com enorme facilidade, produzindo os ácidos α,<br />

β-insaturados.<br />

R CH CH 2 CO 2H<br />

OH<br />

Membros importantes<br />

Ácido glicólico<br />

Δ ou H2SO4 - H2O RCH<br />

CH<br />

O<br />

O<br />

CO 2H<br />

Esse ácido que é encontrado em uvas verdes e na beterraba,<br />

apresenta-se como um sólido cristalino (p.f = 80°C) incolor e miscível na<br />

água. É empregado em sínteses orgânicas, tendo algum emprego na<br />

indústria têxtil.<br />

Ácido láctico<br />

Em 1842 Liebig e Mitscherlich identificaram o ácido láctico<br />

como um dos produtos do leite azedo, em que pese o fato de Scheele,<br />

nos fins do século passado, ter isolado essa substância do mesmo<br />

material.<br />

214


Esse ácido que possui um átomo de carbono assimétrico pode<br />

aparecer nas duas formas enantiomorfas, além, evidentemente, da forma<br />

racêmica.<br />

O ácido dl–láctico pode ser preparado pela fermentação do<br />

açúcar e da lactose por meio de microorganismos especiais.<br />

Sinteticamente é obtido a partir do acetaldeído.<br />

O ácido d – láctico se constitui no produto final do metabolismo<br />

anaeróbico dos hidratos de carbono, formando-se durante o processo da<br />

contração muscular. Liebig o extraiu de suco de carnes frescas. É usado<br />

em sínteses orgânicas e na indústria de alimentos.<br />

HIDROXIÁCIDOS AROMÁTICOS<br />

O representante mais importante da classe é o ácido salicílico,<br />

que se encontra na natureza em forma de éster metílico, no óleo essencial<br />

da gaultheria. É freqüentemente utilizado em medicina como desinfetante,<br />

e, especialmente, como anti-reumático.<br />

Reimmer-Tiemann.<br />

Pode ser sintetizado pelos métodos de Kolbe-Schmitt e de<br />

Derivados importantes do ácido salicílico são a aspirina<br />

(antipirético) e o salol (desinfetante).<br />

CO 2H<br />

O C CH 3<br />

CO 2C 6H 5<br />

aspirina<br />

O<br />

salol<br />

ALDOÁCIDOS<br />

O membro mais simples da classe é o ácido etanalóico<br />

denominado geralmente de ácido glioxílico. Esse ácido é encontrado em<br />

algumas frutas verdes transformando-se com o amadurecimento.<br />

É preparado pela hidrólise do ácido dicloroacético.<br />

OH<br />

215


Cl 2 CH CO 2H + 2H 2O O C<br />

Cl<br />

H C C<br />

Cl<br />

Cl<br />

H C C<br />

OH<br />

OH<br />

H C C<br />

OH<br />

H C<br />

OH<br />

Veja o mecanismo:<br />

C<br />

O<br />

O<br />

OH<br />

O<br />

OH<br />

OH<br />

O<br />

Cl<br />

H<br />

+ OH 2 H C C<br />

O<br />

H H<br />

+ OH 2 H C C<br />

+ H Cl<br />

OH<br />

+ Cl HCl +<br />

OH<br />

O<br />

H H<br />

CO 2H + 2HC l<br />

O<br />

OH<br />

O<br />

OH<br />

Cl + H C C<br />

O<br />

H<br />

OH<br />

OH 2<br />

C C<br />

O<br />

Cl<br />

Cl<br />

OH<br />

O<br />

OH<br />

Cl<br />

HCl + H C C<br />

OH<br />

OH<br />

HCl + H C C<br />

OH<br />

OH<br />

H 2O + H C C<br />

A presença de um poderoso grupo elétron atraente ligado<br />

diretamente ao grupo formila, possibilita, ao ácido glioxílico, apresentar-<br />

se na forma de um hidrato estável.<br />

H<br />

O C<br />

HO<br />

CO 2H + H 2O C<br />

HO<br />

H<br />

CO 2H<br />

O ácido glioxílico, apresenta-se como um líquido viscoso,<br />

miscível em água, sendo suscetível às reações de aldeídos e dos ácidos<br />

carboxílicos.<br />

O<br />

OH<br />

O<br />

OH<br />

O<br />

OH<br />

216


O ácido formilacético bem como todos os β-aldoácidos, perde<br />

CO2 com enorme facilidade. Trata-se de uma característica química geral<br />

para todos os compostos com estrutura do tipo<br />

Métodos de obtenção<br />

α CETOÁCIDOS<br />

Reação de haletos de acila com CuCN<br />

A reação de haletos de acila com cianeto de cobre I, e, posterior<br />

hidrólise da α - cetonitrila, conduz aos α-cetoácidos correspondentes.<br />

R C<br />

Cl<br />

R CH<br />

prata.<br />

OH<br />

- CuCl H2O / H<br />

O + CuCN R C O<br />

+<br />

Oxidação de α-hidroxiácidos<br />

CN<br />

[O]<br />

CO2H R C CO2H Hidrólise de α, α´-dicloroácidos<br />

O<br />

R C O<br />

CO 2H<br />

Essa hidrólise processa-se bem quando se emprega hidróxido de<br />

CH 3 C(Cl) 2CO 2 H + 2 Ag(OH) CH 3 C<br />

Propriedades químicas<br />

O<br />

CO 2H + 2AgCl + H 2O<br />

Os α-cetoácidos ao serem tratados com determinados agentes<br />

oxidantes eliminam CO2, dando origem aos ácidos carboxílicos<br />

respectivos.<br />

(H)R C C<br />

O<br />

CO 2H<br />

217


R C<br />

O<br />

[O]<br />

CO2H R C<br />

O<br />

OH + CO 2<br />

Uma outra maneira de transformar α-cetoácidos em ácidos<br />

carboxílicos consiste em aquecê-los a 170°C.<br />

R C<br />

O<br />

Δ : 170°C<br />

CO2H R C<br />

Membros importantes<br />

O<br />

OH + CO<br />

O representante mais simples da série é, sem dúvida, o mais<br />

importante, o ácido pirúvico (piroúvico). Foi obtido pela primeira vez por<br />

Berzelius, em 1835, ao destilar, a seco, o ácido tartárico racêmico, na<br />

época denominado de ácido úvico.<br />

HO 2C CH CH<br />

OH OH<br />

HO 2C CH 2 C<br />

Δ<br />

CO2H HO2C CH C<br />

- H2O O<br />

Por outro lado, os ésteres desses ácidos são compostos estáveis,<br />

218<br />

OH<br />

Δ<br />

CO2H H3C C<br />

- CO2 O<br />

CO 2H<br />

CO 2H<br />

O ácido piroúvico exerce um papel importante no processo de<br />

fermentação alcoólica e do metabolismo dos hidratos de carbono.<br />

β-CETOÁCIDOS<br />

Os ácidos livres, conforme já mencionamos por diversas vezes,<br />

são pouco estáveis, já que eliminam CO2 com extrema facilidade.<br />

R C C<br />

O<br />

CO2H R C C<br />

- CO2 O


sendo o éster acetilacético o mais importante da classe, largamente<br />

empregado em sínteses orgânicas tendo em vista a sua versatilidade<br />

química.<br />

Métodos de obtenção<br />

Ao se submeter acetato de etila à ação de etóxido de sódio chega-<br />

se ao éster acetilacético. Trata-se de uma reação conhecida com o nome<br />

de condensação de Claisen.<br />

CH 3<br />

H 2C<br />

H<br />

H 3C C<br />

C<br />

O<br />

OEt + H CH 2 C<br />

Vejam o mecanismo proposto:<br />

Et O<br />

C<br />

O<br />

O<br />

O Et<br />

O Et<br />

O<br />

Na Na + Et O<br />

+ H 2C C<br />

EtO -<br />

OEt CH3 C<br />

- HOEt<br />

+ O Et EtOH + H 2C C<br />

O<br />

OEt<br />

O<br />

H 3C C<br />

OEt<br />

H 2<br />

C C<br />

Por hidrólise pode-se obter um βceto ácido.<br />

O<br />

OEt<br />

O<br />

O<br />

Et O<br />

CH 2<br />

O Et<br />

H 3C C C C<br />

O<br />

CO 2Et<br />

O<br />

O Et<br />

A condensação de Dieckmann, por diversas vezes já mencionada,<br />

se constitui em um caso particular da condensação de Claisen, quando β-<br />

cetoésteres cíclicos são obtidos.<br />

CH 2<br />

(CH2) n CO2Et diceteno.<br />

CO 2Et<br />

+ EtO - CH CO 2Et<br />

- HOEt<br />

(CH2) n C O<br />

Comercialmente, o éster acetilacético é obtido a partir do<br />

219


H 2C<br />

H 2C C<br />

C<br />

O<br />

O<br />

+ ROH<br />

Propriedades químicas<br />

Equilíbrio tautomérico<br />

CH 3<br />

C<br />

O<br />

H 2C<br />

H2C C OH<br />

CH 2 CO 2Et CH 3 C<br />

OH<br />

C<br />

OR<br />

O<br />

CH CO 2Et<br />

H 2C<br />

H3C C O<br />

Em 1911, Knorr, conseguiu isolar as duas formas do éster<br />

acetilacético. A forma cetônica separou-se quando soluções alcoólicas ou<br />

etéricas desse composto foram resfriadas a -78°C.<br />

Por outro lado, quando se passa HCl seco através de uma solução<br />

do derivado sódico do éster acetilacético separa-se a forma enólica<br />

(sólido viscoso).<br />

No ponto de equilíbrio a forma cetônica encontra-se presente em<br />

92%, e, a forma enólica, em 8%.<br />

Alquilação<br />

O éster acetilacético pode ser alquilado quando submetido à ação<br />

de haletos de alquila, em meio básico. O mecanismo dessas alquilações<br />

envolve, em uma das fases, uma reação do tipo Sn2.<br />

CH 3 C C<br />

O<br />

H<br />

H<br />

_<br />

CH 3 C C<br />

O H<br />

CO 2Et + EtO -<br />

CH 3 C C<br />

O H<br />

Sn2<br />

CO 2Et + R X CH3 C C<br />

-X -<br />

_<br />

R<br />

O H<br />

O<br />

OR<br />

CO 2Et + EtOH<br />

CO 2Et<br />

Analogamente pode-se efetuar uma segunda alquilação ,<br />

chegando-se a compostos do tipo<br />

O<br />

220


cetonas<br />

A hidrólise, e decarboxilação do β-cetoácido respectivo, produz<br />

(H) R<br />

CH 3 C C<br />

O<br />

(H) R<br />

H2O CO2Et CH3 C C<br />

(H) R<br />

- CO 2<br />

CO2H CH3C C H<br />

R´ O R´ O R´<br />

Diazometano efetua a metilação no oxigênio, prova inconteste da<br />

presença da forma enólica no éster acetilacético.<br />

CH 3 C CH<br />

OH<br />

Reação de Knoevenagel<br />

CO 2Et + CH 2N 2 CH 3 C CH<br />

OCH 3<br />

CO 2Et + N 2<br />

Aldeídos e cetonas podem reagir com éster acetilacético, reação<br />

essa envolvendo a eliminação de água. A hidrólise e decarboxilação do<br />

produto formado conduz à cetonas α β-insaturadas.<br />

R C<br />

H<br />

O +<br />

H 2C<br />

O<br />

C<br />

CO 2Et<br />

Ruptura em meio alcalino<br />

CH 3<br />

C<br />

O<br />

R<br />

H<br />

C<br />

CH 3<br />

- H 2O<br />

O<br />

CH C<br />

CH 3C<br />

CH 3<br />

R<br />

H<br />

C<br />

C<br />

O<br />

C<br />

CO 2Et<br />

CH 2CO 2Et + 2 KOH 2 CH 3 CO 2K + EtOH<br />

O<br />

C (RR´) CO 2Et<br />

CH 3<br />

1) H 2O<br />

2) -CO 2<br />

A reação pode ocorrer também na carbonila do éster, originando β<br />

221


ceto sais (esta condição depende da temperatura e da concentração da<br />

base).<br />

O<br />

H 2<br />

H 3C C C C<br />

O<br />

O Et<br />

O<br />

O O<br />

+ OH H 3C C C C<br />

H 2<br />

EtOH + H 3C C C C<br />

O<br />

O<br />

K<br />

H 2<br />

O<br />

OH<br />

Et<br />

O<br />

H 3C C C C<br />

Et O<br />

H 2<br />

O<br />

O H<br />

Esta reação, conhecida com o nome de cisão acidífera, por dar<br />

origem a ácidos (aparecem na forma de sal de potássio ou sódio), parece<br />

envolver o seguinte mecanismo:<br />

CH 3 C CH 2<br />

_<br />

O<br />

CO 2Et + OH -<br />

CH 3<br />

H 2C CO 2Et + H 2O CH 3 CO 2Et + OH -<br />

CH 3<br />

C<br />

O<br />

OH + KOH CH 3 CO 2K + H 2O<br />

CH 3 CO 2Et + KOH CH 3 CO 2K + EtOH<br />

Exercícios<br />

C<br />

O<br />

_<br />

OH + H 2C CO 2Et<br />

1) A reação do ácido α bromo pentanóico com H2O / Δ forma o ácido α<br />

hidroxi pentanóico. Represente o mecanismo e calcule as massas das<br />

espécies envolvidas na produção de 4000 L de solução 5N deste ácido.<br />

2) Quando colocamos a reagir o ácido α amino hexanóico com HNO2 /<br />

HCl / 0°C, obtemos o ácido α hidroxi hexanóico e outros produtos.<br />

Para o aproveitamento de 50 tambores contendo solução 2,5 N do<br />

ácido inicial, represente o mecanismo e calcule as massas das<br />

espécies envolvidas.<br />

222


3) A etil, propil cetona (hexanona 3) reage com HCN originando uma<br />

cianidrina, que após hidrólise ácida forma um α hidróxi ácido. Para o<br />

aproveitamento de 2500 L da cetona inicial, represente os mecanismos<br />

e calcule as massas das espécies envolvidas.<br />

4) Reação de reformatsky – A reação do “bromo, acetato de etila” com Zn<br />

origina um composto organometálico “A”, que em seguida foi posto a<br />

reagir com a butanona, originando “B”. Numa etapa final “B” foi<br />

submetido a uma hidrólise ácida, originando “C”. Identifique, com<br />

mecanismos, as espécies químicas citadas.<br />

5) Os α hidróxi ácidos eliminam água intramolecularmente, originando<br />

compostos genéricamente chamados de “lactidas ou latidas”.<br />

Identifique a “latida” obtida na desidratação intramolecular do ácido α<br />

hidróxi pentanóico.<br />

6) O ácido “formil metanóico” denominado de ácido “glioxilico” é obtido<br />

pela hidrólise do ácido dicloro acético. Represente, com mecanismos,<br />

esta preparação.<br />

7) A obtenção de um α ceto ácido é feita colocando-se a reagir um haleto<br />

de acila com CuCN, seguida de uma hidrólise ácida. Represente com<br />

mecanismos, esta síntese, quando utilizamos inicialmente o cloreto de<br />

pentanoila.<br />

8) A reação do acetato de etila com etóxido de sódio forma o éster “acetil<br />

acético” (condensação de Claisen). Este composto, quando submetido<br />

a uma hidrólise ácida, forma um ceto ácido. Rpresente, com<br />

mecanismos, esta preparação.<br />

9) O éster acetil acético, em presença de etóxido de sódio, reage com<br />

haletos de alquila originando um novo ceto éster. Represente, com<br />

mecanismos, esta preparação, quando se utiliza o cloreto de benzila.<br />

10) Ao hidrolisarmos (H2O / H + ) um beta ceto éster e o aquecermos,<br />

ocorre uma descarboxilação, originando uma cetona. Represente,<br />

com mecanismos, os produtos obtidos, quando utilizamos<br />

inicialmente o ácido α etil, β ceto hexanóico.<br />

11) O éster acetil acético, reage com bases fortes, originando vários<br />

produtos, represente, com mecanismos, os produtos formados,<br />

quando utilizamos a potassa cáustica.<br />

Lactonas<br />

Lactonas podem ser consideradas como ésteres internos de<br />

223


hidroxiácidos. São classificadas em α, β, γ, δ, ε-lactonas, etc., dependendo<br />

da posição do grupo OH em relação ao grupo carboxila.<br />

As α-lactonas, tendo em vista a grande tensão envolvida, nunca<br />

foram isoladas. Como intermediário, em algumas reações em que se<br />

constata a participação do grupo carboxila vizinho, sua presença tem<br />

sido postulada. Enquanto a preparação de β - lactonas necessita de<br />

métodos especiais, γ e δ-lactonas são facilmente obtidas a partir dos<br />

hidroxiácidos correspondentes.<br />

Métodos de obtenção<br />

A β-propiolactona (p.e. 51°C / 10 mm Hg) foi preparada, pela<br />

primeira vez, em 1915, a partir do sal de prata do ácido β-iodopropiônico.<br />

CH 2<br />

I<br />

CH 2<br />

- AgI<br />

CO 2 Ag CH2 CH2 O C O<br />

Trata-se de um processo geral, costumando-se usar os sais de<br />

sódio em clorofórmio, como meio reacional. Mais recentemente, a β-<br />

propiolactona tem sido preparada pela reação de formaldeído e ceteno (T.<br />

L. Gresham, J. E. Jansen, em 1948).<br />

H 2C C O<br />

+<br />

H 2C O<br />

(CH 3O) 3B ou<br />

Zn (ClO 4) 2<br />

H 2C C O<br />

H 2C O<br />

As β-lactonas podem também ser preparadas, a partir dos<br />

ácidos β-iodo (ou bromo) carboxílicos, pela reação com óxido de prata.<br />

A de-hidratação de β-hidroxiácidos visando a formação de β-<br />

lactona é muito difícil, tendo em vista a não-proximidade dos grupos<br />

carboxila e hidroxila. Formam-se, nesses casos, ácidos α, β-insaturados.<br />

Os γ- e δ-hidroxiácidos são estáveis somente sob forma de seus<br />

sais. Os ácidos livres ciclizam espontaneamente, dando as respectivas<br />

lactonas.<br />

224


R CH CH 2 CH 2<br />

OH<br />

CO 2H<br />

- H 2O<br />

R CH CH 2 CH 2 CH 2 CO 2H<br />

OH<br />

H<br />

H 2<br />

C<br />

C<br />

R O<br />

- H 2O<br />

(γ − lactonas)<br />

H<br />

R<br />

H 2<br />

C<br />

C<br />

CH 2<br />

C O<br />

C<br />

H 2<br />

C<br />

H 2<br />

O<br />

(δ − lactonas)<br />

C O<br />

As γ- e δ-lactonas são também preparadas ao se submeterem<br />

certos ácidos insaturados à ação de ácidos minerais. Essas lactonizações<br />

ocorrem graças à participação de grupo carboxila em reações de adição.<br />

O mecanismo é análogo ao da reação de ácidos γ, δ-insaturados com<br />

bromo ou com acetato de mercúrio.<br />

Os ácidos β, γ-insaturados, ao serem submetidos a essas<br />

condições experimentais, dão origem às γ-lactonas correspondentes.<br />

A lactonização de ácidos insaturados foi estudada por Linstead<br />

e sua escola, tendo, entre outros exemplos, obtido a seguinte γ-lactona:<br />

H + O<br />

4º<br />

+ CH3 CH C CH2 C<br />

CH 3<br />

3º<br />

Vejam o mecanismo:<br />

HCl H + Cl<br />

CH 3<br />

H3C H<br />

C C C C<br />

H 2<br />

O<br />

OH<br />

2º<br />

1º<br />

OH CH 3 CH C<br />

O CH 2<br />

+ H H 3C C C C C<br />

H<br />

H<br />

CH 3<br />

C<br />

O<br />

O<br />

CH 3 + H +<br />

OH<br />

225


CH 3<br />

HC<br />

O<br />

C<br />

OH<br />

CH 3<br />

CH<br />

CH 2<br />

Cl<br />

regra, γ-lactonas.<br />

HCl +<br />

CH 3<br />

HC<br />

O<br />

C<br />

O<br />

CH 3<br />

CH<br />

CH 2<br />

Os ácidos γ, δ-insaturados, sob ação de ácidos, dão, via de<br />

H + + CH 3 CH CH CH 2<br />

O<br />

C<br />

CH<br />

O H<br />

CH 3 CH 2 CH CH 2 + H +<br />

O CH 2<br />

Em alguns casos especiais, fatores de natureza polar ou<br />

estereoquímica fazem com que σ-lactonas sejam produzidas na reação de<br />

ácidos γ, δ-insaturados com ácidos. Assim, por exemplo, Tribolet e<br />

colaboradores (1958), efetuando a lactonização do ácido 3–metil–6–<br />

isopropil-Δ 2 –ciclo–hexenilacético, obtiveram uma δ-lactona. O efeito<br />

indutivo +I do grupo metila talvez seja o responsável por esse<br />

comportamento.<br />

H<br />

OH<br />

CH 2 C O<br />

- H +<br />

O<br />

CH 2<br />

C<br />

O<br />

C O<br />

226


Um outro exemplo onde o efeito polar comanda a formação da<br />

lactona consiste na ciclização do ácido iso-hepteno-4-óico (Linstead,<br />

1932).<br />

H 3C<br />

H 3C<br />

H +<br />

C<br />

CH<br />

O<br />

C<br />

CH 2<br />

CH 2<br />

O<br />

H<br />

H 3C<br />

H 3C<br />

C<br />

O<br />

CH 2<br />

C<br />

O<br />

CH 2<br />

CH 2<br />

+ H +<br />

Mousseron e colaboradores (1916), ao submeterem à ação de<br />

ácido fórmico o ácido β (Δ 1 –ciclo–hexenil)–butírico, obtiveram uma<br />

mistura de γ- e δ-lactonas, com predominância desta última.<br />

2<br />

CH<br />

CH 3<br />

CH 2<br />

CO 2H<br />

H +<br />

O<br />

CH<br />

CH 3<br />

C O<br />

CH 2<br />

+<br />

CH 3<br />

CH<br />

O<br />

CH 2<br />

C O<br />

Aqui, provavelmente, fatores de natureza estereoquímicas são<br />

os responsáveis pelo aparecimento da δ-lactona.<br />

Verficaram também que os ácidos δ - ε, ao serem submetidos à<br />

ação de ácidos fortes, levam à formação de δ-lactonas.<br />

H +<br />

H 2C CH CH 2<br />

O C OH<br />

CH 2<br />

CH 2<br />

H 3C CH<br />

O<br />

C<br />

O<br />

CH 2<br />

CH 2<br />

CH 2<br />

+ H +<br />

227

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