15.05.2013 Views

Guia do livro-texto - Instituto de Matemática - UFRGS

Guia do livro-texto - Instituto de Matemática - UFRGS

Guia do livro-texto - Instituto de Matemática - UFRGS

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Guia</strong> <strong>do</strong> <strong>livro</strong><br />

Passaremos a <strong>de</strong>talhar uma sugestão <strong>de</strong> curso que usa como <strong>texto</strong> o <strong>livro</strong><br />

Números Racionais, Reais e Complexos (2 a ed., revisada e ampliada,<br />

<strong>UFRGS</strong> Editora, 2011), <strong>de</strong> Jaime Bruck Ripoll, Cydara Cave<strong>do</strong>n Ripoll<br />

e J. Francisco Porto da Silveira.<br />

Este curso <strong>de</strong>stina-se a calouros <strong>de</strong> Licenciatura em <strong>Matemática</strong>, tem duração <strong>de</strong><br />

um semestre, 4 horas-aula semanais, e é basea<strong>do</strong> na seguinte súmula:<br />

– Números racionais<br />

– Noções básicas da reta euclidiana<br />

– Postula<strong>do</strong> <strong>do</strong> Contínuo<br />

– Construção <strong>do</strong>s números reais absolutos via medição <strong>de</strong> segmentos <strong>de</strong> reta<br />

– Teorema Fundamental da Geometria Analítica<br />

– O corpo or<strong>de</strong>na<strong>do</strong> completo <strong>do</strong>s números reais<br />

– Introdução aos números algébricos e transcen<strong>de</strong>ntes<br />

– Números complexos.<br />

O curso é centra<strong>do</strong> numa construção <strong>do</strong>s números reais que, diferentemente das tradicionais<br />

(cortes <strong>de</strong> De<strong>de</strong>kind, sequências <strong>de</strong> Cauchy, etc.), parte <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ia bem intuitiva<br />

e simples –capaz <strong>de</strong> ser entendida até por um aluno <strong>do</strong> Ensino Fundamental–,<br />

qual seja: a construção <strong>de</strong> uma régua numérica que esten<strong>de</strong> a régua <strong>de</strong>cimal escolar,<br />

e sua aplicação na medida <strong>do</strong>s segmentos da reta euclidiana.<br />

Os objetivos maiores <strong>do</strong> curso, além da citada construção, são um estu<strong>do</strong> inicial<br />

da complexida<strong>de</strong> aritmética e algébrica <strong>do</strong>s números irracionais, e o esclarecimento<br />

& correção <strong>de</strong> vários erros & vícios que os alunos trazem sobre números da<br />

Escola Básica.<br />

A proposta que aqui apresentamos não cobre integralmente o conteú<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>livro</strong>–<br />

<strong>texto</strong>. Em particular, embora a construção <strong>do</strong>s números reais abordada possibilite<br />

uma prova rigorosa <strong>de</strong> que os reais têm uma estrutura <strong>de</strong> corpo or<strong>de</strong>na<strong>do</strong> completo,<br />

esta prova não é apresentada no curso.<br />

✞<br />

☎<br />

Sugestões: Capítulo 1 – Introdução ao pensamento matemático<br />

✝<br />

✆<br />

Sen<strong>do</strong> este um curso para calouros, não po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>ixar passar a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>


Números racionais, reais e complexos – Ripoll, Ripoll, Porto da Silveira<br />

abordar os tópicos básicos <strong>de</strong>ste capítulo, tais como:<br />

• Uma introdução ao méto<strong>do</strong> matemático, já tentan<strong>do</strong> corrigir o vício <strong>de</strong> achar<br />

que o simples teste <strong>de</strong> alguns –ou mesmo muitos, mas não to<strong>do</strong>s– casos particulares<br />

<strong>de</strong> uma afirmação matemática é bastante para <strong>de</strong>monstrar sua vera-<br />

cida<strong>de</strong>.<br />

É bem educativo ilustrar isto com três exemplos <strong>de</strong> conjecturas (pag.<br />

16, 17 e 18) on<strong>de</strong> a primeira afinal tenha se revela<strong>do</strong> verda<strong>de</strong>ira, a segunda<br />

afinal tenha se revela<strong>do</strong> falsa e a terceira seja ainda uma conjectura em aberto.<br />

• Uma introdução à lógica da matemática: <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> proposição, sentença<br />

aberta, quantifica<strong>do</strong>res ∀, ∃, ∄, ∃!, implicação e equivalência entre proposições<br />

e entre sentenças abertas para, a seguir, falar um pouco em <strong>de</strong>monstrações<br />

matemáticas, explican<strong>do</strong> e exemplifican<strong>do</strong> prova direta, por absur<strong>do</strong> e por<br />

contraposição.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, enfatizamos que:<br />

• Neste curso (pelo menos até o Capítulo 8) são muito raros os usos <strong>do</strong> Princípio<br />

da Indução <strong>Matemática</strong> (por exemplo, o primeiro momento é nos exercícios<br />

96 e 97, que tratam <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s que são evi<strong>de</strong>ntes para os alunos). Assim,<br />

esta técnica <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstração po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>ixada para um curso <strong>de</strong> Aritmética,<br />

mesmo que este não seja concomitante com o curso aqui proposto.<br />

• Sugerimos que maiores <strong>de</strong>talhes sobre sentenças quantificadas e outros tipos<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrações sejam apresenta<strong>do</strong>s na medida em que aparecerem no <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> principal.<br />

–Exercícios recomenda<strong>do</strong>s: 1,2,3,4.<br />

–Aulas sugeridas para o Capítulo 1: 6 horas-aula<br />

✞<br />

☎<br />

Sugestões: Capítulo 2 – Números (naturais e) Inteiros<br />

✝<br />

✆<br />

Fundamental para tratar com números reais são os conceitos <strong>de</strong> erro e <strong>de</strong> estimativa<br />

<strong>do</strong> erro. Esses conceitos já aparecem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as séries iniciais (quan<strong>do</strong> lidamos com<br />

gran<strong>de</strong>s números naturais, como a população <strong>de</strong> um país, por exemplo). Assim,<br />

sugerimos que, numa primeira etapa, seja já feita uma rápida abordagem <strong>de</strong>sse<br />

assunto, ainda no universo numérico N. Também <strong>de</strong>vem ser relembradas as i<strong>de</strong>ias<br />

<strong>de</strong> fatoração e <strong>de</strong> número primo, pois serão indispensáveis na prova da insuficiência<br />

geométrica e algébrica <strong>do</strong>s racionais (motivação para a construção <strong>do</strong>s números<br />

reais).<br />

⋆ Parte I: no universo numérico N<br />

2


Esta parte não consta no <strong>livro</strong>-<strong>texto</strong>, mas sugerimos que se comece a discutir conceitos<br />

familiares aos alunos, relembran<strong>do</strong>-os <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> universo numérico no qual eles<br />

foram trata<strong>do</strong>s no Ensino Básico, a saber <strong>do</strong>s naturais.<br />

• Definição <strong>de</strong> aproximação, <strong>de</strong> erro e <strong>de</strong> estimativa <strong>do</strong> erro.<br />

• Proprieda<strong>de</strong> arquimediana em N e sua visualização na reta numérica.<br />

• Idéia <strong>de</strong> fatoração, <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> número primo e o enuncia<strong>do</strong> <strong>do</strong> Teorema Fundamental<br />

da Aritmética em N, salientan<strong>do</strong> a unicida<strong>de</strong> envolvida no enuncia<strong>do</strong>.<br />

Em N, tais i<strong>de</strong>ias são precisamente as que os alunos <strong>de</strong>vem trazer da Escola<br />

Básica, ocasião em que a unicida<strong>de</strong> fica apenas intuitiva.<br />

Salientamos que o Teorema Fundamental da Aritmética é prova<strong>do</strong> em cursos <strong>de</strong><br />

Aritmética; aqui só será necessária a menção e discussão <strong>do</strong> seu enuncia<strong>do</strong> sobre a<br />

fatoração em primos e, principalmente, a unicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tal fatoração.<br />

Teorema 0.1 (Teorema Fundamental da Aritmética em N (TFA) ) -<br />

To<strong>do</strong> número natural não nulo e diferente <strong>de</strong> 1 possui uma fatoração em fatores<br />

primos. Além disso, tal fatoração é única se exigirmos que ela seja escrita com os<br />

primos lista<strong>do</strong>s em or<strong>de</strong>m crescente.<br />

Escreven<strong>do</strong> em linguagem simbólica:<br />

seja a um número natural não nulo e diferente <strong>de</strong> 1, então:<br />

i). (existência) existem números naturais primos distintos p1, . . . , pn, e naturais<br />

não nulos j1, . . . , jn tais que<br />

ii). (unicida<strong>de</strong>) se<br />

a = p j1<br />

1<br />

× · · · × pjn<br />

n ; (1)<br />

p1 < p2 < . . . < pn ,<br />

então a fatoração (??) é única, no seguinte senti<strong>do</strong>: se q1, . . . , qm são números<br />

naturais primos distintos verifican<strong>do</strong> q1 < q2 < . . . < qm , e k1, . . . , km são<br />

naturais não nulos tais que<br />

então<br />

a = q k1<br />

1<br />

× · · · × qkm<br />

m ,<br />

n = m, p1 = q1, . . . , pn = qn e j1 = k1, . . . , jn = kn.<br />

–Aulas sugeridas para a Parte 1: 2 horas-aula.<br />

3


Números racionais, reais e complexos – Ripoll, Ripoll, Porto da Silveira<br />

⋆ Parte II: no universo numérico Z<br />

No capítulo 2, apresentamos alguns conceitos e resulta<strong>do</strong>s relativos aos números<br />

inteiros (a gran<strong>de</strong> maioria sem <strong>de</strong>monstração), resulta<strong>do</strong>s estes que serão usa<strong>do</strong>s nos<br />

próximos capítulos. Não estamos aqui preocupa<strong>do</strong>s com a or<strong>de</strong>m lógica (como está<br />

escrito no <strong>livro</strong>), mas sim preocupa<strong>do</strong>s em facilitar a memorização <strong>de</strong> tais resulta<strong>do</strong>s.<br />

Salientamos que tomamos essa liberda<strong>de</strong> (não usual e perigosa em <strong>Matemática</strong>)<br />

porque um estu<strong>do</strong> sistemático <strong>de</strong> números inteiros é feito na disciplina <strong>de</strong> Aritmética.<br />

Consi<strong>de</strong>ramos conhecidas as operações <strong>de</strong> adição, subtração e multiplicação <strong>de</strong> inteiros,<br />

bem como suas usuais proprieda<strong>de</strong>s. Estas estão listadas no Teorema 2.1 e<br />

Proposição 2.4; recomendamos que os alunos leiam e observem a terminolgia associada<br />

a cada uma <strong>de</strong>las, pois ela facilita a comunicação.<br />

Também estamos supon<strong>do</strong> que o aluno tenha um razoável <strong>do</strong>mínio da relação <strong>de</strong><br />

or<strong>de</strong>m entre números inteiros, comentada na pág 67, e em particular conheça a<br />

Proposição 2.5, que relaciona a or<strong>de</strong>m com as operações aritméticas. No Exercício<br />

21 (pag 69) também encontramos algumas outras proprieda<strong>de</strong>s não tão conhecidas<br />

<strong>de</strong> to<strong>do</strong>s, e por isso este exercício, bem como o Exercício 22, são interessantes.<br />

Cabe aqui discutir a adaptação & generalização <strong>do</strong> conceito <strong>de</strong> número primo para o<br />

universo numérico Z e o enuncia<strong>do</strong> (apenas!) <strong>do</strong> Teorema Fundamental da Aritmética<br />

em Z.<br />

Além <strong>do</strong>s conceitos <strong>de</strong> fatoração e número primo, outro conceito que será útil posteriormente<br />

é a relação <strong>de</strong> divisibilida<strong>de</strong> em Z. Por isso, recomendamos cuida<strong>do</strong> na<br />

leitura da Definição 2.12, e seus exemplos, bem como da Observação 2.15, que chama<br />

a atenção para a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> inteiro primo: aquele inteiro que possui exatamente<br />

quatro divisores.<br />

As Definições 2.19, 2.20 e 2.23 serão bem úteis, e a Convenção da pag 74 será<br />

a<strong>do</strong>tada. Também as Definições 2.25 e 2.27.<br />

De máximo divisor comum, só usaremos a notação para números relativamente primos,<br />

isto é: se <strong>do</strong>is números inteiros a, b são relativamente primos, <strong>de</strong>notaremos<br />

esta proprieda<strong>de</strong> escreven<strong>do</strong> simbolicamente mdc (a, b) = 1<br />

Sobre fatoração: Definição 2.36, Exemplo 2.37 e o gran<strong>de</strong> resulta<strong>do</strong> que será muito<br />

utiliza<strong>do</strong> adiante, que é o chama<strong>do</strong> Teorema Fundamental da Aritmética para os<br />

Inteiros, Teorema 2.59. (Reiteramos que sua <strong>de</strong>monstração não será utilizada neste<br />

curso, mas será feita com to<strong>do</strong>s os <strong>de</strong>talhes na disciplina <strong>de</strong> Aritmética.)<br />

Daí, os Exercícios 40, 41, 45, 47, 48, 52, o Corolário 2.61, bem como os Teoremas<br />

4


2.51, 2.54 e 2.55, as Proposições 2.52, 2.53, os Corolários 2.57, 2.58 e 2.61, e o<br />

Exercício 47 (que recomenda-se ser comenta<strong>do</strong> em aula), que versam to<strong>do</strong>s sobre<br />

divisibilida<strong>de</strong> e fatoração, e que po<strong>de</strong>m ser facilmente “visualiza<strong>do</strong>s” a partir <strong>do</strong><br />

Teorema Fundamental da Aritmética. (Assim, nesta or<strong>de</strong>m, talvez algumas das<br />

sugestões para os exercícios no final <strong>do</strong> <strong>livro</strong> não sejam úteis).<br />

O Exercício 54 tem conexão com o que foi discuti<strong>do</strong> sobre o pensamento matemático<br />

(Capítulo 1), mais especificamente sobre conjecturas.<br />

A divisão em Z: nas páginas 79 a 81 são introduzidas as i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> divisão exata e <strong>de</strong><br />

divisão inexata em Z. Na Definição 2.38 e Teorema 2.41 trata-se da divisão inexata<br />

chamada <strong>de</strong> divisão euclidiana. Novamente salientamos que esta divisão será muito<br />

estudada em Aritmética, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que, <strong>de</strong> momento, basta que o aluno aceite o<br />

enuncia<strong>do</strong> <strong>de</strong>sse teorema, mas preste atenção na unicida<strong>de</strong> ali mencionada.<br />

–Deste capítulo, são <strong>de</strong>snecessários para o curso:<br />

Observação 2.2, Exemplo 2.3, Exercício 18, Exercício 19, a <strong>de</strong>monstração da Proposição<br />

2.5, Exercício 20, Definição 2.16, Exemplo 2.17, Proposição 2.18, Exercício<br />

26, Exercício 27, Exercício 28, Exercício 29, Definição 2.32, Exemplo 2.33, Exemplo<br />

2.34, Observação 2.35, a <strong>de</strong>monstração <strong>do</strong> Teorema 2.41, Teorema 2.43, Exemplo<br />

2.44, Exercícios 31 e 32, Teorema 2.45, Exemplo 2.46, Exercícios 33, Teorema 2.46,<br />

Exercícios 34 e 35, Observações 2.48 e 2.49, Teorema 2.50, Exercícios 36, 37, 38, 39,<br />

42, 43, 44,46, 49, 50, 51, 53,<br />

–Exercícios recomenda<strong>do</strong>s: 17, 21, 22, 23, 24, 25, 40, 41, 45, 47, 48, 52, 54.<br />

–Aulas sugeridas para a Parte 2: 4 horas-aula<br />

✞<br />

☎<br />

Sugestões: Capítulo 3 – Números racionais<br />

✝<br />

✆<br />

Este capítulo trata <strong>de</strong> noções bastante familiares aos alunos: a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> número<br />

racional, as operações aritméticas e or<strong>de</strong>m entre racionais, bem como as proprieda<strong>de</strong>s<br />

das operações e da or<strong>de</strong>m que fazem <strong>de</strong> Q um corpo or<strong>de</strong>na<strong>do</strong>.<br />

Aproveita-se a oportunida<strong>de</strong> para se chamar a atenção <strong>do</strong> aluno para vários pontos<br />

<strong>de</strong>lica<strong>do</strong>s que ocasionam alguns vícios e receitas <strong>de</strong>coradas sem que tenham a menor<br />

i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> sua justificativa:<br />

• a diferença entre fração e número racional;<br />

• a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> frações equivalentes e o significa<strong>do</strong> da igualda<strong>de</strong> a<br />

b<br />

• (a explicação d)o critério para duas frações serem equivalentes;<br />

5<br />

= c<br />

d ;


Números racionais, reais e complexos – Ripoll, Ripoll, Porto da Silveira<br />

• a diferença entre número e representação <strong>de</strong> número;<br />

• o significa<strong>do</strong> da igualda<strong>de</strong><br />

<br />

a<br />

<br />

Q = | a, b ∈ Z, b > 0 ,<br />

b<br />

bem como a comprovação <strong>de</strong> que Z ⊂ Q;<br />

• a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> fração irredutível e sua relação com números racionais: Lema<br />

3.13, Teorema 3.14 com suas <strong>de</strong>monstrações e (importante para nós no curso!)<br />

a convenção feita na pág 109;<br />

• as justificativas para as regras <strong>de</strong> adição, subtração, multiplicação e divisão <strong>de</strong><br />

frações, a boa <strong>de</strong>finição das operações com racionais e a comprovação <strong>de</strong> que<br />

elas esten<strong>de</strong>m as operações com inteiros;<br />

• as proprieda<strong>de</strong>s das operações (elencadas nos Teorema 3.26, Proposição 3.28<br />

e Exercício 73, cujas argumentações recaem muitas vezes nas proprieda<strong>de</strong>s<br />

<strong>do</strong>s números inteiros vistas no Capítulo 2); especial atenção para a primeira<br />

proprieda<strong>de</strong> diferencia<strong>do</strong>ra entre Z e Q, a saber, a existência <strong>de</strong> inversos multiplicativos;<br />

• a relação <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m entre números racionais e a sua boa <strong>de</strong>finição (Teorema<br />

3.32);<br />

• a relação (ou compatibilida<strong>de</strong>) entre a or<strong>de</strong>m e as operações aritméticas (Teorema<br />

3.33, Proposição 3.34 e Exercícios 77 e 78).<br />

Entre as novida<strong>de</strong>s para os alunos calouros, ressaltamos<br />

• a proprieda<strong>de</strong> arquimediana (generalizan<strong>do</strong> a proprieda<strong>de</strong> arquimediana <strong>do</strong>s<br />

naturais) e a busca pelo múltiplo “mais econômico” (Teoremas 3.35 e Proposição<br />

3.38) (essa busca será muito útil no processo <strong>de</strong> medição que abordaremos<br />

adiante);<br />

• a segunda proprieda<strong>de</strong> que muito diferencia Q <strong>de</strong> Z: entre <strong>do</strong>is racionais distintos<br />

sempre existem infinitos racionais.<br />

–Deste capítulo, são <strong>de</strong>snecessários para o curso:<br />

Obs 3.5 e Proposição 3.6;<br />

a prova <strong>do</strong> Teorema 3.10;<br />

o <strong>texto</strong> com letras pequenas na pág 121;<br />

a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> (Def. 3.40, Exemplo 3.41, bem como os Exercício 83, 84,<br />

85, 86, 88, 89).<br />

–Exercícios recomenda<strong>do</strong>s: 55, 56, 57, 58, 59, 60, 61, 61, 62, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 73<br />

(a ser feito em aula), 74, 75, 77, 78, 79, 80, 81, 82, 87.<br />

–Aulas sugeridas para o Capítulo 3: 6 horas-aula.<br />

6


✞<br />

☎<br />

Sugestões: Capítulo 4 – Números Racionais: sua expansão <strong>de</strong>cimal<br />

✝<br />

✆<br />

Neste capítulo, bem como em to<strong>do</strong> o resto <strong>do</strong> curso, ainda se mantém a convenção<br />

estabelecida na pág 109. A <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> fração ordinária apenas reitera esta convenção,<br />

<strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que toda vez que aparece neste capítulo o termo “fração ordinária”<br />

po<strong>de</strong>-se pensar apenas em fração (mediante a Convenção da pag 109)<br />

É a expansão <strong>de</strong>cimal que (apesar <strong>de</strong> <strong>de</strong>feituosa quan<strong>do</strong> se trata <strong>de</strong> representar os<br />

números racionais) vai nos permitir representar qualquer número real. Assim, nada<br />

mais natural <strong>do</strong> que estudá-la com <strong>de</strong>talhe ainda quan<strong>do</strong> o universo numérico é Q.<br />

• Nesta linha, crucial importância tem o subconjunto das frações <strong>de</strong>cimais, precisamente<br />

representantes <strong>do</strong>s racionais que vão admitir expansão <strong>de</strong>cimal finita.<br />

Assim, sugere-se começar expansão <strong>de</strong>cimal pelo estu<strong>do</strong> das mesmas (Def. 4.3)<br />

e pela questão Será que to<strong>do</strong> número racional po<strong>de</strong> ser representa<strong>do</strong> por uma<br />

fração <strong>de</strong>cimal? (Exemplo 4.4, Exercício 91, que sugerimos ser resolvi<strong>do</strong> em<br />

aula), que, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> respondida, é seguida naturalmente pela questão Quais<br />

são precisamente os racionais que po<strong>de</strong>m ser representa<strong>do</strong>s por uma fração <strong>de</strong>cimal?,<br />

respondida no Teorema 4.5 e Exercício 93 (que também recomendamos<br />

seja resolvi<strong>do</strong> em aula).<br />

• Uma importante proprieda<strong>de</strong> <strong>do</strong> subconjunto D ={racionais representáveis por<br />

frações <strong>de</strong>cimais}⊂ Q é que ele sozinho, além <strong>de</strong> conter Z, tem proprieda<strong>de</strong><br />

semelhante ao <strong>do</strong> conjunto Q, a saber, não só entre <strong>do</strong>is quaisquer elementos <strong>de</strong><br />

D existem infinitos elementos <strong>de</strong> D (proprieda<strong>de</strong> simples <strong>de</strong> ser provada) como,<br />

mais até: entre <strong>do</strong>is quaisquer números racionais existem infinitos elementos<br />

<strong>de</strong> D (Exercício 95, um tanto menos simples <strong>de</strong> ser prova<strong>do</strong> e cuja i<strong>de</strong>ia para<br />

resolução sugerimos seja discutida em aula). Recomendamos salientar-se a<br />

visualização, a partir <strong>de</strong>sta proprieda<strong>de</strong>, <strong>do</strong> conjunto D na reta numérica,<br />

acompanhada da questão natural (mas <strong>de</strong> resposta evi<strong>de</strong>nte, a partir <strong>do</strong> que<br />

já foi discuti<strong>do</strong> até aqui): será que, ao etiquetarmos pontos da reta numérica<br />

com to<strong>do</strong>s os números racionais representáveis por frações <strong>de</strong>cimais, vai sobrar<br />

algum ponto da mesma que não foi etiqueta<strong>do</strong>?<br />

•<br />

É útil começar a discussão pela expansão <strong>de</strong>cimal <strong>de</strong> um número natural (revisan<strong>do</strong><br />

as i<strong>de</strong>ias que os alunos trazem <strong>do</strong> Ensino Fundamental) e pela Convenção<br />

feita na página 140 para este capítulo. Os Exercícios 96 e 97 são <strong>de</strong> enuncia<strong>do</strong>s<br />

necessários para as últimas seções <strong>do</strong> Capítulo, e evi<strong>de</strong>ntes para os alunos, mas<br />

sua <strong>de</strong>monstração faz uso <strong>de</strong> indução, por isso recomendamos que não sejam<br />

propostos para os alunos e a menção a eles po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>ixada para a ocasião<br />

em que eles se mostram neessários (Seção 4.5) .<br />

• A <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> expansão <strong>de</strong>cimal <strong>de</strong> um inteiro negativo (pag 141) nos permite<br />

7


Números racionais, reais e complexos – Ripoll, Ripoll, Porto da Silveira<br />

restringir a discussão a racionais positivos, e a Proposição 4.7 nos permite<br />

restringí-la ainda a racionais (positivos e) menores <strong>do</strong> que 1.<br />

• A i<strong>de</strong>ia inicial a ser perseguida para <strong>de</strong>finir a expansão <strong>de</strong>cimal <strong>de</strong> um número<br />

racional positivo e menor <strong>do</strong> que 1 está explicitada na pag 143.<br />

A partir <strong>de</strong>ste ponto, sugerimos, por questões <strong>de</strong> tempo, que seja alterada a<br />

or<strong>de</strong>m que está no <strong>livro</strong>, abordan<strong>do</strong> o conteú<strong>do</strong> da seguinte forma:<br />

• Com esta i<strong>de</strong>ia em mente, sem saber-se se um tal processo será ou não finito,<br />

sugerimos que se comece a discutir o que po<strong>de</strong>mos concluir sobre um racional<br />

para o qual tal processo é finito, concluin<strong>do</strong> que neste caso teremos em mãos a<br />

representação <strong>de</strong>cimal <strong>de</strong> um racional que, afinal, po<strong>de</strong> ser expresso por uma<br />

fração <strong>de</strong>cimal. Assim, usan<strong>do</strong> a contrapositiva, já é possível <strong>de</strong>duzir que para<br />

racionais que não po<strong>de</strong>m ser expressos por fração <strong>de</strong>cimal o processo <strong>de</strong> torna<br />

bem mais complexo (infito). Por isso, é razoável dividir-se a discussão em duas<br />

partes e começar pelo encerrarmento da mais simples:<br />

• Os Exemplos 4.8 e 4.10 e o Teorema 4.9 (<strong>de</strong> enuncia<strong>do</strong> reformula<strong>do</strong> - veja<br />

Errata) tratam da recíproca <strong>de</strong> uma frase anterior: Se um racional (positivo<br />

e menor <strong>do</strong> que 1) po<strong>de</strong> ser expresso por uma fração <strong>de</strong>cimal, será que sua<br />

expansão <strong>de</strong>cimal é finita?, e sugerimos que sua <strong>de</strong>monstração (que não consta<br />

no <strong>livro</strong>-<strong>texto</strong>) seja apresentada aos alunos:<br />

Teorema 4.9 -<br />

Toda fração <strong>de</strong>cimal da forma 0 < m/10 n < 1 po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>composta em uma soma<br />

<strong>de</strong> fraçõoes <strong>de</strong>cimais especiais, associadas à expansão <strong>de</strong>cimal <strong>do</strong> inteiro m. Mais<br />

precisamente, sen<strong>do</strong> uma representação <strong>de</strong> m dada por<br />

m = an−1 × 10 n−1 + an−2 × 10 n−2 + · · · + a1 × 10 + a0 ,<br />

on<strong>de</strong> os ai são dígitos, e on<strong>de</strong> an−1 e alguns outros ai po<strong>de</strong>m ser nulos, tem-se<br />

m an−1<br />

=<br />

10n 10<br />

+ an−2<br />

10<br />

10<br />

10<br />

a1 a0<br />

+ · · · + + .<br />

2 n−1 n<br />

Ou seja: a fração m/10 n é a soma <strong>de</strong> n frações <strong>de</strong>cimais (algumas das quais po<strong>de</strong>m<br />

ser nulas) cujos numera<strong>do</strong>res são os dígitos usa<strong>do</strong>s na representação dada acima<br />

para o numera<strong>do</strong>r m. Em particular, a fração <strong>de</strong>cimal m/10 n tem uma expansão<br />

<strong>de</strong>cimal finita que tem no máximo n dígitos não nulos:<br />

Exemplos:<br />

m/10 n = 0, an−1an−2...a1a0 .<br />

7 0 × 10 + 7<br />

= =<br />

100 100<br />

0 7<br />

+ = 0, 07 ;<br />

10 100<br />

8


70 7 × 10 + 0<br />

= =<br />

100 100<br />

7 0<br />

+<br />

10 100<br />

Prova: Inicialmente, ressaltamos que<br />

7<br />

= 0, 70 , ou simplesmente = 0, 7 .<br />

10<br />

m<br />

10 n < 1 ⇔ m < 10n ,<br />

e como 10 n é o menor natural com n + 1 algarismos, temos que m tem no máximo n<br />

algarismos; portanto, a <strong>de</strong>composição <strong>de</strong> m no sistema <strong>de</strong>cimal envolve no máximo<br />

n parcelas:<br />

m = an−1 × 10 n−1 + an−2 × 10 n−2 + ... + a1 × 10 + a0,<br />

<br />

no máximo n parcelas<br />

(com talvez an−1 e outros ai nulos). Então<br />

m<br />

10n = an−1 × 10n−1 + an−2 × 10n−2 + ... + a1 × 10 + a0<br />

10n = an−1 × 10 n−1<br />

10 n<br />

= an−1 × 10 n−1<br />

10 n<br />

+ an−2 × 10 n−2<br />

10 n<br />

+ an−2 × 10 n−2<br />

10 n<br />

= an−1 an−2 a1 a0<br />

+ + ... + +<br />

10 102 10n−1 10n <br />

no máximo n parcelas<br />

+ ... + a1 × 10<br />

10 n<br />

+ ... + a1 × 10<br />

10 n<br />

a0<br />

+<br />

10n a0<br />

+<br />

10n = 0, an−1an−2...a1a0 (no máximo n casas <strong>de</strong>cimais).<br />

CQD.<br />

• O Corolário 4.11 dá o fechamento para o caso geral <strong>de</strong> um racional que po<strong>de</strong><br />

ser expresso por uma fração <strong>de</strong>cimal.<br />

• Antes <strong>de</strong> abordar o caso <strong>de</strong> racionais que não po<strong>de</strong>m ser expressos por uma<br />

fração <strong>de</strong>cimal, é muito oportuno apresentar-se uma outra interpretação importante<br />

para a igualda<strong>de</strong><br />

r = 0, an−1an−2...a1a0<br />

e que é consequência <strong>do</strong> seguinte resulta<strong>do</strong> (que não consta no <strong>livro</strong>-<strong>texto</strong>):<br />

9


Números racionais, reais e complexos – Ripoll, Ripoll, Porto da Silveira<br />

Teorema 2 –<br />

Se bj, bj+1, ..., bn−1, bn <strong>de</strong>notam n − j + 1 algarismos, então:<br />

- na soma<br />

b1 b2 bn−1<br />

+ + ... +<br />

10 102 10<br />

não cabem mais <strong>do</strong> que b1 décimos;<br />

- na soma<br />

bn−1<br />

+ ... +<br />

102 10<br />

não cabem mais <strong>do</strong> que b2 centésimos;<br />

b2<br />

- em geral, se j, n ∈ N e j ≤ n então<br />

ou seja, na soma<br />

bj<br />

10<br />

10<br />

bj bj+1<br />

≤ + j j<br />

bj<br />

10<br />

10 n<br />

n−1 + bn<br />

10 n<br />

n−1 + bn<br />

bn−1<br />

+ ... +<br />

10j+1 10<br />

j + bj+1<br />

n−1 + bn<br />

bn−1<br />

+ ... +<br />

10j+1 10<br />

10n < bj + 1<br />

10j ,<br />

10 n<br />

n−1 + bn<br />

não cabem mais <strong>do</strong> que bj vezes a quantida<strong>de</strong> 1/10 j .<br />

Prova: De fato, é claro que<br />

bj<br />

10<br />

10<br />

bj bj+1<br />

≤ + j j<br />

bn−1<br />

+ ... +<br />

10j+1 10<br />

;<br />

10n n−1 + bn<br />

ainda, como 10 s é o menor número <strong>de</strong> s + 1 algarismos, temos:<br />

bj+1<br />

bn−1 bn<br />

+ ... + +<br />

10j+1 10n−1 10n <br />

n−j parcelas<br />

<strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que<br />

bj<br />

10<br />

bn−1<br />

+ ... +<br />

10j+1 10<br />

j + bj+1<br />

= bj+1 × 10 n−j−1<br />

10 n<br />

+ ... + bn−1 × 10<br />

10 n<br />

+ bn<br />

10 n<br />

= 1<br />

10n <br />

bj+1 × 10 n−j−1 <br />

+ ... + bn−1 × 10 + bn<br />

= 1<br />

× bj+1...bn−1bn<br />

10n <br />

número <strong>de</strong> n−j algarismos<br />

< 1<br />

10n × 10n−j−1 = 1<br />

,<br />

10j+1 10<br />

bn bj<br />

+ < n−1 n<br />

10<br />

1<br />

+<br />

10j 10 j = bj + 1<br />

10 j .


Corolário 1 –<br />

Se 0, an−1an−2...a1a0 é a expansão <strong>de</strong>cimal <strong>do</strong> racional r, então:<br />

- em r cabem an−1 décimos e não mais <strong>do</strong> que isto;<br />

- em r − an−1/10 cabem an−2 centésimos e não mais <strong>do</strong> que isto;<br />

...<br />

CQD.<br />

- em r − an−1/10 − an−2/10 2 − ... − a1/10 n−1 cabem a0vezes a quantida<strong>de</strong> 1/10 n e<br />

não mais <strong>do</strong> que isto.<br />

Em particular, é única a expansão <strong>de</strong>cimal <strong>de</strong> um racional que po<strong>de</strong> ser expresso por<br />

uma fração <strong>de</strong>cimal.<br />

• A inspiração para obter uma expansão <strong>de</strong>cimal no caso geral (isto é, para<br />

racionais quasquer, incluin<strong>do</strong> aqueles que não po<strong>de</strong>m ser representa<strong>do</strong>s por<br />

uma fração <strong>de</strong>cimal) vem <strong>do</strong> fato que acabamos <strong>de</strong> ressaltar no Corolário:<br />

da<strong>do</strong> um racional positivo r < 1 expresso por uma fração a/b qualquer, vamos<br />

procurar calcular o máximo <strong>de</strong> décimos que cabem em r e, uma vez constata<strong>do</strong>,<br />

digamos, que<br />

a1<br />

10 ≤ r < a1 + 1 a1 1<br />

= +<br />

10 10 10 ;<br />

uma vez garanti<strong>do</strong> que a1 é um algarismo, já po<strong>de</strong>mos garantir que a expansão<br />

<strong>de</strong>ciamal <strong>de</strong> r é da forma<br />

r = 0, a1...,<br />

on<strong>de</strong> as reticências significam apenas que nada concluímos sobre o resto da<br />

expansão <strong>de</strong>cimal <strong>de</strong> r, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> inclusive ocorrer que r = a1<br />

10 , ou seja, que<br />

r = 0, a1.<br />

No caso em que chegamos a constatar que r = a1<br />

10 , po<strong>de</strong>mos calcular o máximo <strong>de</strong><br />

centésimos que cabem na diferença r − a1<br />

10 , <strong>de</strong>terminan<strong>do</strong> a2 tal que<br />

ou equivalentemente,<br />

a1<br />

10<br />

a2 a1<br />

≤ r −<br />

102 10 < a2 + 1<br />

102 ,<br />

a2 a1<br />

+ ≤ r <<br />

102 10<br />

11<br />

+ a2<br />

10<br />

1<br />

+ ,<br />

2 102


Números racionais, reais e complexos – Ripoll, Ripoll, Porto da Silveira<br />

e, a partir <strong>do</strong> momento em que conseguimos garantir que a2 é um algarismo, já<br />

po<strong>de</strong>mos afirmar que a expansão <strong>de</strong>cimal <strong>de</strong> r é da forma<br />

r = 0, a1a2...,<br />

on<strong>de</strong> as reticências significam apenas que nada concluímos sobre o resto da expansão<br />

<strong>de</strong>cimal <strong>de</strong> r, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> inclusive ocorrer r = a1<br />

10<br />

E assim sucessivamente: à medida que concluímos que<br />

a1<br />

10<br />

+ a2<br />

10<br />

aj a1<br />

+ ... + ≤ r < 2 10j 10<br />

+ a2<br />

10 2 , ou seja, r = 0, a1a2.<br />

a2 aj 1<br />

+ + ... + +<br />

102 10j 10<br />

on<strong>de</strong> a1, a2, ..., aj são algarismos, po<strong>de</strong>mos garantir que a expansão <strong>de</strong>cimal <strong>de</strong> r é<br />

da forma<br />

r = 0, a1a2a3...aj...,<br />

on<strong>de</strong> as últimas reticências <strong>de</strong>notam que ainda nada sabemos dizer sobre o resto da<br />

expansão <strong>de</strong>cimal <strong>de</strong> r, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> inclusive acontecer a igualda<strong>de</strong><br />

r = 0, a1a2a3...aj.<br />

E, se sabemos que não ocorre a igualda<strong>de</strong> na expressão<br />

a1<br />

10<br />

+ a2<br />

10<br />

aj a1<br />

+ ... + ≤ r < 2 10j 10<br />

a2 aj 1<br />

+ + ... + +<br />

102 10j 10<br />

po<strong>de</strong>mos seguir procuran<strong>do</strong> o máximo <strong>de</strong> vezes que a quantida<strong>de</strong> 1/10 j+1 cabe em<br />

para continuar o processo.<br />

<br />

a1<br />

r −<br />

10<br />

a2 aj<br />

+ + ... +<br />

102 10j <br />

Cabe aqui salientar aos alunos que, com esta maneira <strong>de</strong> pensar, ficam evi<strong>de</strong>ntes<br />

- a unicida<strong>de</strong> da expansão <strong>de</strong>cimal também para racionais que não admitem representação<br />

na forma <strong>de</strong> fração <strong>de</strong>cimal;<br />

- a in<strong>de</strong>pendência <strong>do</strong> representante toma<strong>do</strong> inicialmente para o racional r;<br />

- a in<strong>de</strong>pendência <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> a ser utiliza<strong>do</strong> para se <strong>de</strong>terminar os algarismos que<br />

compõem a expansão <strong>de</strong>cimal <strong>do</strong> racional r (confirmada na resolução <strong>do</strong> Exemplo<br />

4.13 que sugerimos logo abaixo).<br />

12<br />

j ,<br />

j ,


• O processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong>s algarismos que vão compor a expansão <strong>de</strong>cimal<br />

<strong>do</strong> racional r = a/b (positivo e menor <strong>do</strong> que 1) menciona<strong>do</strong> acima é o<br />

méto<strong>do</strong> das divisões (apresenta<strong>do</strong> em “Formalização <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> das divisões<br />

nas pag 152 e 153 - veja também a Errata); é importante mostrar aos alunos<br />

a estreita relação entre este méto<strong>do</strong> e o algoritmo usual que apren<strong>de</strong>mos na<br />

escola (Observação 4.19). Sugerimos abordar o Exemplo 4.13 (ou o Exemplo<br />

4.14, 4.16, 4.17 ou 4.18) resolven<strong>do</strong>-o <strong>de</strong> duas formas: transforman<strong>do</strong> a fração<br />

em fração <strong>de</strong>cimal e trabalhan<strong>do</strong> direto com a fração dada.<br />

•<br />

É importante que seja bem discuti<strong>do</strong> o caso em que o racional não po<strong>de</strong> ser<br />

expresso por uma fração <strong>de</strong>cimal, pois é a primeira oportunida<strong>de</strong> que se tem<br />

<strong>de</strong> discutir com o aluno um processo infinito (um processo infinito já apareceu<br />

para os alunos quan<strong>do</strong>, no Ensino Médio, <strong>de</strong>terminou-se a soma <strong>do</strong>s infinitos<br />

termos <strong>de</strong> uma PG no Ensino Médio, mas em geral, nessa ocasião, nunca lhe<br />

é dada suficiente ênfase e significa<strong>do</strong>). Ele está <strong>de</strong>talha<strong>do</strong> no Teorema 4.20 e<br />

ilustra<strong>do</strong> no Exemplo 4.21.<br />

• Sugerimos como parte <strong>de</strong>ste <strong>de</strong>talhamento não só a <strong>de</strong>monstração da periodicida<strong>de</strong><br />

como também a discussão sobre:<br />

- a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> perío<strong>do</strong> e consequentemente o cuida<strong>do</strong> que se <strong>de</strong>ve ter com as<br />

calcula<strong>do</strong>ras (Observação 4.22)<br />

- o tamanho <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> (<strong>de</strong>monstração <strong>do</strong> Teorema 4.20)<br />

- a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma notação precisa para as dízimas periódicas (pag 158 e<br />

159)<br />

- a questão (importante!) Será que ára qualquer perío<strong>do</strong> que imaginemos sempre<br />

existirá um racional cuja expansão <strong>de</strong>cimal (pelo méto<strong>do</strong> das divisões) tem<br />

tal perío<strong>do</strong>? e sua resposta (Teorema 4.28). Este é o primeiro <strong>de</strong> muitos resulta<strong>do</strong>s<br />

sobre dízimas cuja <strong>de</strong>monstração é um tanto carregada. No <strong>livro</strong> elas<br />

são apresentadas para alguns casos particulares apenas (por exemplo , para<br />

perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> tamanho 3), para que não se tornem <strong>de</strong>masia<strong>do</strong> pesadas para o<br />

leitor. Sugerimos que esta prática seja mantida com os alunos calouros.<br />

• A recuperação da fração geratriz (pois não vamos aqui nos <strong>de</strong>bruçar na discussão<br />

sobre como operar com expansões <strong>de</strong>cimais infinitas, uma vez que,<br />

recuperan<strong>do</strong> a fração geratriz, po<strong>de</strong>mos operar com um número finito <strong>de</strong> algarismos).<br />

São aqui importantes a Proposição 4.30, o Teorema 4.31 (veja Errata)<br />

e o Teorema 4.33 (que po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> também fazen<strong>do</strong> uso das i<strong>de</strong>ias<br />

<strong>do</strong> Corolário acima, <strong>de</strong> uma forma mais curta)<br />

• Na Seção 4.6 é salienta<strong>do</strong> o que resta a ser discuti<strong>do</strong>, tal como dar um singinifica<strong>do</strong><br />

para as dízimas <strong>de</strong> perío<strong>do</strong> 9 (que não apareceram pelo méto<strong>do</strong> das<br />

13


Números racionais, reais e complexos – Ripoll, Ripoll, Porto da Silveira<br />

divisões) e da insuficiência aritmética <strong>do</strong>s racionais, fato que vai acabar aparecen<strong>do</strong><br />

no motivação para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se aumentar o universo numérico<br />

para sermos capazes <strong>de</strong> expressar a medida exata <strong>de</strong> qualquer segmento <strong>de</strong><br />

reta.<br />

É interessante também se retomar a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> aproximação e erro ainda no<br />

universo <strong>do</strong>s racionais, proporcionada pelo Corolário que foi incluí<strong>do</strong> acima.<br />

• Por falta <strong>de</strong> tempo, recomenda-se que os alunos sejam estimula<strong>do</strong>s a pelo<br />

menos tomarem conhecimento <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s da Seção 4.7 (Proposições 4.35,<br />

4.36, 4.37 e Teoremas 4.38, 4.39 e 4.40).<br />

–Deste capítulo, são <strong>de</strong>snecessários para o curso:<br />

toda menção a fração ordinária (on<strong>de</strong> se lê fração ordinária po<strong>de</strong>-se simplesmente<br />

ler fração, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que levada em conta a convenção estabelecida na pág 109). Em<br />

particular, a Def. 4.1, a Proposição 4.2 e a Convenção da pag 134;<br />

Teorema 4.12, os quadros das páginas 146 e 147 e a Observação 4.15;<br />

Exercícios 96, 97, 98, 99, 102, 105, 107 (i) e (ii), 110, 114, 117(este último refere-se ao<br />

enuncia<strong>do</strong> usualmente erra<strong>do</strong> da regra <strong>de</strong> recuperação da fração geratriz), 119,120,<br />

121, 122.<br />

–Exercícios recomenda<strong>do</strong>s: 90, 91, 92, 93, 94, 95, 100, 101, 103, 104, 106, 107(iii),<br />

108, 109, 112, 113, 115, 116,118.<br />

–Número <strong>de</strong> horas-aula sugeridas para o Capítulo 4: 12 horas-aula.<br />

✞<br />

☎<br />

Sugestões: Capítulo 5 – Noções básicas sobre a reta euclidiana<br />

✝<br />

✆<br />

Apenas a Seção 5.5 não é <strong>de</strong> abordagem imprescindível para o que vem a seguir. O<br />

primeiro parágrafo explica a razão <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>ste capítulo e sua indispensável abordagem.<br />

–Número <strong>de</strong> horas-aula sugeridas para o Capítulo 5: 2 horas–aula.<br />

✞<br />

☎<br />

Sugestões: Capítulo 6 – Números reais absolutos<br />

✝<br />

✆<br />

A motivação para a linha que queremos seguir é a insuficiência <strong>do</strong> campo <strong>do</strong>s racionais.<br />

Esta se manifesta sob vários aspectos: aritmético (não existe racional cujo<br />

quadra<strong>do</strong> é 2 - veja pag. 175), algébrico (enquanto que qualquer equação polinomial<br />

<strong>de</strong> grau 1 com coeficientes racionais admite uma solução racional, o mesmo<br />

14


não ocorre para as equações polinomiais <strong>de</strong> grau 2, como por exemplo x 2 − 2 = 0) e<br />

geométrico (não existe racional que expresse a medida exata da diagonal <strong>do</strong> quadra<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> la<strong>do</strong> 1 u.c.- veja pág. 196 e 197), sen<strong>do</strong> este último o que vai nos servir<br />

como motivação para a criação <strong>de</strong> novos números e consequente ampliação <strong>do</strong> universo<br />

numérico, passan<strong>do</strong>-se a consi<strong>de</strong>rá-lo, num primeiro momento, como sen<strong>do</strong> o<br />

conjunto<br />

Q ∪ {quantida<strong>de</strong>s não racionais que expressam a medida exata <strong>de</strong> algum segmento <strong>de</strong> reta}<br />

Aqui cabe mencionar um pouco <strong>de</strong> história, traduzin<strong>do</strong>-se esta insuficiência geométrica<br />

<strong>do</strong>s racionais para a incomensurabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> segmentos <strong>de</strong>scoberta pelos gregos<br />

da Antiguida<strong>de</strong> (veja pág. 199). Salientamos, no entanto, que esta menção não é<br />

imprescindível para atingirmos nosso objetivo.<br />

Com o objetivo <strong>de</strong> se expressar a medida exata <strong>de</strong> qualquer segmento <strong>de</strong> reta, sugerimos:<br />

• iniciar-se com uma revisão <strong>do</strong>s princípios <strong>de</strong> medição (que são utiliza<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

maneira informal pelos alunos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as séries iniciais, portanto a novida<strong>de</strong> aqui<br />

passa a ser sistematizá-los). A lista <strong>do</strong>s mesmos, bem como algumas <strong>de</strong> suas<br />

conhecidas consequências se encontra nas pág. 194 e 195.<br />

• refletir-se também sobre como fazem os alunos na Escola Básica para medir<br />

segmentos: utilizam-se <strong>do</strong> instrumento que aqui chamaremos régua escolar: em<br />

quê consiste a régua escolar, como a utilizamos e quais são suas insuficiências?<br />

Cabe aqui salientar-se que, além <strong>de</strong> “finita” (o que a torna incapaz <strong>de</strong> medir<br />

segmentos gran<strong>de</strong>s), entre duas marcações quaisquer <strong>de</strong>sta régua existem<br />

apenas um número finito <strong>de</strong> marcações, o que a torna incapaz <strong>de</strong> medir (<strong>de</strong><br />

maneira exata) também alguns segmentos <strong>de</strong> reta pequenos:<br />

INCLUIR AQUI UM DESENHO<br />

Assim, para expressar a medida exata <strong>de</strong> qualquer segmento vamos necessitar <strong>de</strong><br />

um outro instrumento, mas que simplesmente corrige os <strong>de</strong>feitos da régua escolar:<br />

i<strong>de</strong>alizamos uma semi-reta com infinitas re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> graduação, e que chamamos <strong>de</strong><br />

régua <strong>de</strong>cimal infinita (veja a Seção 6.3 para tal construção). As marcações <strong>de</strong>sta<br />

régua/semi-reta vamos aqui chamar <strong>de</strong> pontos gradua<strong>do</strong>s.<br />

De posse <strong>de</strong>ste instrumento, afirmamos que conseguimos expressar a medida exata<br />

<strong>de</strong> qualquer segmento <strong>de</strong> reta. Para tal, a fim <strong>de</strong> medirmos um segmento AB, dividimos<br />

o processo <strong>de</strong> medição com a régua <strong>de</strong>cimal infinita em três tipos:<br />

15


Números racionais, reais e complexos – Ripoll, Ripoll, Porto da Silveira<br />

• o méto<strong>do</strong> direto (que é o mesmo utiliza<strong>do</strong> na Escola Básica): se, ao fazermos o<br />

ponto A coincidir 1 com o ponto gradua<strong>do</strong> P (0) e o ponto B coincidir também<br />

com um ponto gradua<strong>do</strong>, então é possível expressarmos facilmente (por leitura<br />

direta) a medida exata <strong>de</strong>ste segmento (veja quadro na pág 207). Este méto<strong>do</strong>,<br />

apesar <strong>de</strong> produzir medidas exatas, tem o inconveniente <strong>de</strong> não po<strong>de</strong>r ser<br />

aplica<strong>do</strong> a qualquer segmento <strong>de</strong> reta.<br />

• o méto<strong>do</strong> aproxima<strong>do</strong>: se, ao fazermos A coincidir com o ponto gradua<strong>do</strong><br />

P (0), não acontecer <strong>de</strong> B coincidir com um ponto gradua<strong>do</strong>, então conseguimos<br />

apenas expressar uma medida aproximada para o segmento AB, mas é possível<br />

controlar o erro <strong>de</strong> tal aproximação: por exemplo, ao escolhermos a re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

graduação 1/10 n para expressar tal medida, <strong>de</strong>terminamos, nesta re<strong>de</strong>, os <strong>do</strong>is<br />

pontos consecutivos que cercam o ponto B, e assim é possível <strong>de</strong>terminar uma<br />

medida aproximada, tanto por falta quanto por excesso, <strong>do</strong> segmento AB, e<br />

com um erro menor ou igual a 1/10 n (veja quadro na pág.211). Este méto<strong>do</strong>,<br />

apesar <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r ser aplica<strong>do</strong> a qualquer segmento <strong>de</strong> reta, tem o inconveniente<br />

<strong>de</strong> não produzir, em geral, medidas exatas.<br />

• o méto<strong>do</strong> iterativo: este faz uso iteradas vezes (mais precisamente, infinitas<br />

vezes) <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> aproxima<strong>do</strong>, basea<strong>do</strong> na seguinte idéia: quanto mais fina<br />

consi<strong>de</strong>rarmos a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> graduação, menor será o erro cometi<strong>do</strong> com a medida<br />

aproximada; assim, ao consi<strong>de</strong>rarmos as infinitas re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> graduação e as<br />

infinitas medidas aproximadas por falta, estaremos geran<strong>do</strong> uma lista infinita<br />

que expressar/representar a medida exata <strong>do</strong> segmento AB, mesmo no caso<br />

em que, ao fazermos A coincidir com o ponto gradua<strong>do</strong> P (0), não acontecer<br />

<strong>de</strong> B coincidir com um ponto gradua<strong>do</strong> (veja quadro na pág. 215):<br />

|AB| = m, a1a2a3...<br />

Está assim não só atingi<strong>do</strong> o objetivo <strong>de</strong> se expressar a medida exata <strong>de</strong> qualquer<br />

segmento <strong>de</strong> reta como também está sen<strong>do</strong> sugeri<strong>do</strong> um significa<strong>do</strong> numérico para<br />

uma lista <strong>do</strong> tipo m, a1a2a3... . No entanto, antes <strong>de</strong> chamarmos uma tal lista <strong>de</strong><br />

número, precisamos nos certificar que:<br />

i) a medida <strong>de</strong> qualquer segmento po<strong>de</strong> ser representada por uma tal lista - disto<br />

trata o Teorema 6.17 (pág.216) ;<br />

ii) uma tal lista nunca está associada (ou nunca está representan<strong>do</strong>) as medidas<br />

<strong>de</strong> <strong>do</strong>is segmentos distintos, (pois senão teríamos um número representan<strong>do</strong> duas<br />

quantida<strong>de</strong>s diferentes) - disto trata o Teorema 6.18 (pág.217);<br />

1 na verda<strong>de</strong> estamos aqui rigorosamente falan<strong>do</strong> <strong>de</strong> translação <strong>de</strong> segmentos, conforme ilustra<strong>do</strong><br />

na pág. 207<br />

16


iii) qualquer lista <strong>do</strong> tipo m, a1a2a3... (com m ∈ N e an dígito, para to<strong>do</strong> n) expressa/representa<br />

a medida exata <strong>de</strong> algum segmento.<br />

Agora sim qualquer lista <strong>do</strong> tipo m, a1a2a3... po<strong>de</strong> ser chamada <strong>de</strong> número (que<br />

<strong>de</strong>finimos como número real absoluto - veja Definição 6.30, pág227). No entanto<br />

- <strong>de</strong>ve ser enfatiza<strong>do</strong>! - existem listas distintas representan<strong>do</strong> a medida <strong>de</strong> um<br />

mesmo segmento, e que portanto representam o mesmo número. Isto ocorre com<br />

qualquer segmento OP com P um ponto gradua<strong>do</strong> diferente <strong>de</strong> O - e só com ele:<br />

neste caso, |OP | po<strong>de</strong> ser representa<strong>do</strong> por uma lista 9−terminante ou por uma lista<br />

0−terminante (veja Definição 6.23). O Exemplo 6.19 ilustra este fato e os Teoremas<br />

6.25 (pag.221) e 6.28 (pag.222) tratam <strong>de</strong> sua <strong>de</strong>monstração. Com isto estamos<br />

mostran<strong>do</strong> que<br />

0, 999... = 1, 000... = 1<br />

Os números reais absolutos são as medidas <strong>de</strong> segmentos <strong>de</strong> retas, medidas estas<br />

que po<strong>de</strong>m ser representadas por listas infinítas <strong>de</strong> dígitos. Qualquer lista infinita<br />

m, a1a2a3... representa um número real absoluto, mas listas 9-terminantes representam<br />

o mesmo real absoluto que uma lista 0-terminante.<br />

Finalmente, cabe salientar que a lista não 9-terminante obtida pelo processo <strong>de</strong><br />

medição via régua <strong>de</strong>cimal infinita nada mais é <strong>do</strong> que a expansão <strong>de</strong>cimal <strong>do</strong> real<br />

absoluto que ela representa, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> que, se |OP | = m, a1a2a3... (com m ∈ N<br />

e an dígito, para to<strong>do</strong> n) não é 9-terminante, então o processo <strong>de</strong> geração <strong>de</strong>sta<br />

lista contemplou precisamente o raciocínio <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar quantas unida<strong>de</strong>s cabem<br />

em |OP |, quantas décimas partes da unida<strong>de</strong> cabem na parte restante (isto é, no<br />

segmento P (m)P ), quantas centésimas partes da unida<strong>de</strong>cabem na parte restante<br />

|P (m, a1)P |, etc.<br />

–Exercícios recomenda<strong>do</strong>s das seis primeiras seções <strong>do</strong> Capítulo 6: 123, 124, 125, 126,<br />

127, 128, 129, 130, 131, 134, 135, 136, 137, 138, 139i, 140, 141, 142, 143, 145, 146,<br />

147, 148, 149,<br />

–Número <strong>de</strong> horas-aula sugeridas para as seis primeiras seções <strong>do</strong> Capítulo 6: 8 horasaula.<br />

✞<br />

☎<br />

Sugestões para os <strong>de</strong>mais Capítulos: aguar<strong>de</strong><br />

✝<br />

✆<br />

17

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!