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ção. Conquista<strong>do</strong> por romanos, depois por suevos* e visigo<strong>do</strong>s*,<br />
o Tâmega e Sousa sofreu os reveses da guerra entre mouros* e<br />
cristãos* quan<strong>do</strong>, a partir de 711, aqueles foram avançan<strong>do</strong> pela<br />
Península Ibérica, num movimento imparável, de sul para norte,<br />
até serem trava<strong>do</strong>s nas Astúrias*. O <strong>do</strong>mínio árabe desorganizou<br />
as estruturas existentes e semeou a insegurança e o me<strong>do</strong> entre<br />
a população, atacada ora por muçulmanos, ora por cristãos.<br />
Durante bastante tempo, os espaços vizinhos <strong>do</strong> rio Douro tornaram-se<br />
uma espécie de terra de ninguém, até que no século IX<br />
o rei D. Afonso III das Astúrias fixou a fronteira na linha <strong>do</strong> Douro<br />
e colocou os territórios conquista<strong>do</strong>s sob o governo de condes*.<br />
De entre estes, contam-se Vímara Peres, que conquistou e repovoou<br />
o Porto, e Hermenegil<strong>do</strong> Guterres, que conseguiu <strong>do</strong>minar<br />
Coimbra no ano de 878. Esta situação alterou-se, porém, rapidamente,<br />
pois em finais <strong>do</strong> século X, sob o coman<strong>do</strong> <strong>do</strong> famoso<br />
Almançor*, novas investidas muçulmanas fizeram destruições<br />
rumo ao norte, conquistan<strong>do</strong> o Castelo de Aguiar de Sousa (Paredes)<br />
no ano de 995 e chegan<strong>do</strong>, <strong>do</strong>is anos mais tarde, a Santiago<br />
de Compostela (Espanha).<br />
O território <strong>do</strong> Tâmega e Sousa permanecia muito próximo da<br />
fronteira e não deixou de viver sob a ameaça de ataques árabes,<br />
à qual se somou o me<strong>do</strong> <strong>do</strong>s ataques vikings*, os quais, desde o<br />
século IX até mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século XI, atemorizaram o noroeste da<br />
Península Ibérica, incendian<strong>do</strong>, rouban<strong>do</strong> e matan<strong>do</strong> não apenas<br />
junto ao mar, mas também no interior, onde chegavam por via<br />
fluvial*.<br />
Os séculos X e XI conheceram ainda toda uma série de conflitos<br />
internos, relaciona<strong>do</strong>s com revoltas contra os reis de Leão*,<br />
lutas pela sucessão ao trono e questões entre condes e chefes<br />
guerreiros de menor categoria que se recusavam a submeter-<br />
-se à sua autoridade. Esta instabilidade política só terminou com<br />
a chegada ao poder de Fernan<strong>do</strong> Magno. Pacifica<strong>do</strong> o reino, o<br />
monarca pôde lançar-se numa campanha vitoriosa contra os<br />
10 Torre de Aguiar de Sousa, Paredes.<br />
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