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Guia Juvenil - Rota do Românico

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MOSTEIRO DE PAÇO DE SOUSA<br />

O Mosteiro de Paço de Sousa (Penafiel) teve um templo sagra<strong>do</strong><br />

em 1088, de que restam ainda vestígios nas fachadas laterais <strong>do</strong><br />

transepto*. Na primeira metade <strong>do</strong> século XII, possivelmente já na<br />

década de 40, o templo foi enriqueci<strong>do</strong> com a Capela <strong>do</strong> Corporal,<br />

espaço funerário (panteão*) <strong>do</strong>s Riba<strong>do</strong>uros, incluin<strong>do</strong> Egas Moniz,<br />

de que resta, aparentemente, um capitel* com leões afronta<strong>do</strong>s.<br />

Este Mosteiro constitui, aliás, uma referência arquitetónica para<br />

os edifícios religiosos funda<strong>do</strong>s nesse perío<strong>do</strong>, aqui nascen<strong>do</strong> a<br />

corrente designada por “românico nacionaliza<strong>do</strong>”*, que compilou<br />

temas e elementos oriun<strong>do</strong>s <strong>do</strong> românico de Coimbra, da Sé<br />

<strong>do</strong> Porto e da tradição pré-românica.<br />

A INVENÇÃO DO<br />

ESTILO ROMÂNICO<br />

O termo “românico” para designar a arte produzida pela cristandade*<br />

europeia antes <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> gótico* foi inventa<strong>do</strong> por <strong>do</strong>is<br />

arqueólogos franceses no início <strong>do</strong> século XIX: Adrien de Gerville<br />

(1769–1853) e Auguste Le Prévost (1787–1859). Por oposição<br />

aos termos que até essa altura se usavam (“saxão” ou “norman<strong>do</strong>”),<br />

estes arqueólogos pretenderam salientar a coincidência<br />

histórica de a arte românica ter surgi<strong>do</strong> praticamente ao mesmo<br />

tempo que a invenção das línguas de cada país, os romanços*,<br />

aban<strong>do</strong>nan<strong>do</strong>-se então o latim como língua comum à Europa<br />

ocidental. Foi, no entanto, pela mão de outro historia<strong>do</strong>r, Arcisse<br />

de Caumont (1801–1873), que o termo vingou, sen<strong>do</strong> ainda hoje<br />

utiliza<strong>do</strong> para definir o estilo artístico cria<strong>do</strong> na Europa entre os<br />

séculos XI e XIII. Em Portugal este estilo persistiu até ao século<br />

XV, naquilo que alguns autores designam como “românico de<br />

resistência”*.<br />

A arte românica utilizou muitos <strong>do</strong>s ensinamentos da arte romana,<br />

que a antecedeu em mais de 1000 anos. O uso sistemático<br />

<strong>do</strong> arco* de volta perfeita, as abóbadas* de berço, a perfeição<br />

<strong>do</strong>s silhares* (blocos de pedra) que formavam as paredes e a<br />

espessura <strong>do</strong>s muros são características que a arte românica<br />

foi beber aos seus longínquos antepassa<strong>do</strong>s romanos. Por outro<br />

la<strong>do</strong>, a origem da palavra “românico” está também presente no<br />

Romantismo*, movimento cultural <strong>do</strong> século XIX que pretendeu<br />

valorizar aquele momento da Idade Média em que nasceram as<br />

línguas próprias de cada país, precisamente o mesmo momento<br />

em que primeiro se materializou a arte românica.<br />

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