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Cidadania - Instituto Votorantim

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PROJETO FUTURO EM NOSSAS MÃOS<br />

BLOCO 2 – <strong>Cidadania</strong><br />

Tema 2.2 – Participação Social<br />

PLANO DE AULA 2.2.B - CIDADANIA<br />

Objetivo<br />

Refletir com os jovens as relações existentes entre indivíduo e sociedade, e a importância de incluir a perspectiva do<br />

bem comum nos projetos de vida pessoais.<br />

Tempo previsto de execução<br />

2 horas<br />

Materiais necessários<br />

Aparelho de som, letra impressa, papel sulfite recortado em tiras, canetas e fita crepe.<br />

Conteúdos abordados<br />

•<br />

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•<br />

Exclusão social e globalização<br />

Sonhos pessoais e sonhos coletivos<br />

<strong>Cidadania</strong> e participação<br />

Observação<br />

As atividades aqui apresentadas foram sugeridas pelo GAIA (Grupo de Aplicação Interdisciplinar à Aprendizagem) e<br />

revisadas pelo <strong>Instituto</strong> <strong>Votorantim</strong>.


Desenvolvimento da atividade<br />

Primeira etapa<br />

Distribua a letra da música “Fora da Ordem”, de Caetano Veloso (Anexo I).<br />

Em conjunto, convide a turma a escutar a canção prestando atenção na letra.<br />

Após a audição, discuta os problemas sociais retratados na canção.<br />

Segunda etapa: dinâmica “Sonhos para um futuro melhor”<br />

Copie as seguintes frases num quadro ou painel e peça para os jovens completarem cada frase usando uma tira de<br />

papel diferente:<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

•<br />

Eu sonho para mim...<br />

Eu gostaria que a minha família...<br />

Eu queria que o meu bairro fosse...<br />

Eu queria que a minha cidade tivesse...<br />

Eu queria que o Brasil...<br />

Eu imagino um mundo...<br />

Assim que terminarem, recolha as frases e afixe-as na parede separando-as de acordo com os temas (eu, família,<br />

bairro, etc) de modo a construir um painel coletivo com a opinião de cada jovem.<br />

Procure analisar semelhanças e diferenças entre as colocações dos jovens.<br />

Abra a discussão em grupo, levantando a seguinte questão:<br />

• Seus sonhos pessoais se articulam com os demais desejos (família, bairro, cidade, etc.)? Se sim, de que<br />

maneira?<br />

A ideia é promover um debate entre as relações indivíduo-coletividade. Outras questões podem ampliar a discussão:<br />

• Como é ter uma bela casa em um bairro sujo e perigoso?<br />

• Uma pessoa pode ser bom aluno em uma escola ruim?<br />

• O que pode fazer uma pessoa mudar de país?<br />

• Uma pessoa pode ter um bom emprego se a economia do lugar onde mora estiver estagnada?<br />

Ao final, procure resumir as opiniões que surgirem, consolidando as principais questões discutidas.<br />

Observação: essa dinâmica é uma das propostas da Fundação Tide Setúbal para trabalhar o tema <strong>Cidadania</strong> com os<br />

jovens (ver Referências Bibliográficas).<br />

Comentários / Dicas<br />

A realização de desejos e sonhos depende não apenas do esforço pessoal, mas das possibilidades e circunstâncias<br />

da realidade. Ajudar os jovens a pensar sobre a realidade à sua volta é uma maneira de, em última análise, integrá-los<br />

no mundo. Por isso, é tão importante que ele se informe sobre o que acontece no seu bairro, em sua cidade e no país<br />

(Fundação Tide Setubal).<br />

Caso haja interesse, este tema pode ser trabalhado na perspectiva da ação local, a partir do conceito de diversidade,<br />

conforme propõem as atividades do plano de aula “Paz e diversidade”, elaborado pela professora universitária e<br />

psicóloga Patrícia Mortara, também orientadora profissional e educacional no ensino médio, disponível para download<br />

no Portal Onda Jovem.


No plano de aula, “Questão de direito”, da professora Carla Lopes, do Colégio Estadual Prof. Sousa da Silveira, na<br />

Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro, há uma abordagem complementar sobre o tema, com os seguintes enfoques:<br />

globalização e territórios, desigualdades sociais e econômicas, e Consumo, exclusão e cidadania. Disponível para<br />

download no Portal Onda Jovem.<br />

Referências bibliográficas<br />

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•<br />

FUNDAÇÃO TIDE SETÚBAL. Mundo Jovem, desafios e possibilidades. Fundação Tide Setúbal, 2008. Acervo de<br />

conteúdos e dinâmicas para o trabalho com grupos de adolescentes e jovens.<br />

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Cortez, 2002.<br />

LARROSA, Jorge. Linguagem e educação depois de Babel. Belo Horizonte: Autêntica, 2004<br />

RANCIÈRE, Jacques. O mestre ignorante. Belo Horizonte: Autêntica, 2004


Conteúdos Orientadores<br />

O pulso ainda pulsa?<br />

Simone André / Fonte: Revista Onda Jovem<br />

É lugar-comum ouvir entre adultos - pais, pensadores, pesquisadores, pedagogos, políticos - que a atual geração de<br />

jovens é indiferente à vida política de seu país.<br />

Adultos nascidos e criados no século 20, embalados politicamente por utopias revolucionárias de esquerda ou pelo<br />

conservadorismo de direita; críticos ou defensores radicais dos fundamentos da sociedade em que viviam; seguidores<br />

fiéis ou antagonistas infiéis dos adultos de seu tempo; rebeldes ou caretas. Jovens do século que passou, acostumados<br />

a aderir a um ou outro ideário social, político e religioso que tomavam como guias - de fora para dentro e de cima para<br />

baixo - de suas formas de militância, estariam demasiado presos à própria juventude quando tratam como indiferença<br />

as múltiplas escolhas dos jovens de hoje?<br />

O que sabemos com toda certeza é que o incerto século 21 exige novas formas de juventude, novas formas de ser<br />

cidadão.<br />

Se o mundo adulto não quiser tornar-se, por sua vez, indiferente à juventude de seu tempo terá que se dispor a manter<br />

o dedo - com firmeza e abertura - no pulso deste novo cidadão. O que pulsa na vida política da juventude? Desejam<br />

mudar o mundo? Estão à altura do mundo que desejam? Querem participar das decisões sobre as questões que<br />

afetam suas vidas? Conhecem os caminhos da cidadania? Seus interesses e pontos de vista contam nos espaços<br />

onde vivem e convivem? Suas escolhas são individualistas ou solidárias? O que pesa na hora em que tomam decisões<br />

sobre o destino de seu país?<br />

Ninguém pode furtar aos jovens de hoje o direito de formular ao seu modo essas perguntas e ao seu modo buscar<br />

respondê-las.<br />

---<br />

Simone André é psicóloga e educadora. Coordenadora da Área de Juventude do <strong>Instituto</strong> Ayrton Senna. Membro da Cátedra Unesco de Educação<br />

e Desenvolvimento. Co-autora do livro “Educação para o Desenvolvimento Humano”


Por um projeto de nação<br />

Sérgio A. P. Esteves / Fonte: Revista Onda Jovem<br />

O trabalho é o veículo de desenvolvimento humano por excelência. É por meio dele que expressamos a nossa<br />

espiritualidade, que diminuímos nossa área de sombra e aumentamos a nossa área de luz, que nos asseguramos de<br />

estar a serviço de algo que vale o esforço. Por isso é tão relevante que as pessoas possam fazer do seu trabalho uma<br />

contribuição ao desenvolvimento do país. É uma espécie de contrapartida.<br />

O fato de o jovem não dispor de ambientes adequados para refletir sobre a relevância de sua contribuição é preocupante.<br />

De fato, ele se vê pressionado pelo mote contemporâneo do imediatismo e por ameaças, por vezes fantasiosas, de que<br />

se ficar pensando em “trivialidades” vai ficar para trás. Isso abala a formação de sua interioridade e destrói muitas de<br />

suas potencialidades, da sociedade e do país.<br />

Construir e fortalecer uma interioridade significa, portanto, construir e fortalecer a afirmação da individualidade no<br />

coletivo, no desenvolvimento do espaço comum. Significa superar o padrão escolar formal, a mergulhar em outras<br />

possibilidades, expandir horizontes, reinventar nossa percepção de mundo. Interagir, estabelecendo conexões sólidas<br />

com o bem comum. A partir dessa conexão, penso que será mais factível um projeto de país. Acho que já não basta<br />

a máxima segundo a qual tudo dará certo se cada um fizer a sua parte. Só há parte quando se tem algum acordo em<br />

relação ao todo. Não temos esse acordo, e o todo está apenas esboçado na Constituição. É necessário assentá-lo<br />

como realidade.<br />

----<br />

Sérgio Esteves é diretor-presidente da consultoria AMCE Negócios Sustentáveis.


PLANO DE AULA 2.1.G - EXCLUSÃO SOCIAL<br />

ANEXO I<br />

Fora da ordem<br />

Composição de Caetano Veloso<br />

Vapor Barato, um mero serviçal do narcotráfico,<br />

Foi encontrado na ruína de uma escola em construção<br />

Aqui tudo parece que é ainda construção e já é ruína<br />

Tudo é menino e menina no olho da rua<br />

O asfalto, a ponte, o viaduto ganindo pra lua<br />

Nada continua<br />

E o cano da pistola que as crianças mordem<br />

Reflete todas as cores da paisagem da cidade que é muito<br />

mais bonita e<br />

muito mais intensa do que um cartão postal<br />

Alguma coisa está fora da ordem<br />

Fora da nova ordem mundial<br />

Escuras coxas duras tuas duas de acrobata mulata,<br />

Tua batata da perna moderna, a trupe intrépida em que fluis<br />

Te encontro em Sampa de onde mal se vê quem sobe<br />

ou desce a rampa<br />

Alguma coisa em nossa transa é quase luz forte demais<br />

Parece pôr tudo à prova, parece fogo, parece, parece paz<br />

Parece paz<br />

Pletora de alegria, um show de Jorge Benjor dentro de nós<br />

É muito, é grande, é total<br />

Alguma coisa está fora da ordem<br />

Fora da nova ordem mundial<br />

Meu canto esconde-se como um bando de ianomânis<br />

na floresta<br />

Na minha testa caem, vêm colar-se plumas de um velho cocar<br />

Estou de pé em cima do monte de imundo lixo baiano<br />

Cuspo chicletes do ódio no esgoto exposto do Leblon<br />

Mas retribuo a piscadela do garoto de frete do Trianon<br />

Eu sei o que é bom<br />

Eu não espero pelo dia em que todos os homens concordem<br />

Apenas sei de diversas harmonias bonitas possíveis sem juízo final<br />

Alguma coisa está fora da ordem<br />

Fora da nova ordem mundial

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