19.05.2013 Views

Estratégias de Conservação da Biodiversidade no Brasil - cesnors

Estratégias de Conservação da Biodiversidade no Brasil - cesnors

Estratégias de Conservação da Biodiversidade no Brasil - cesnors

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

42<br />

anteriores, com o incremento do esforço <strong>de</strong> pesca (soma dos manzuãs ou outros apetrechos usados para capturar lagosta)<br />

sem o correspon<strong>de</strong>nte aumento <strong>da</strong> produção. Já em meados <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 70 se discutia a crise financeira vivencia<strong>da</strong> pela<br />

indústria lagosteira e se indicava o aumento do esforço <strong>de</strong> pesca como responsável por este fenôme<strong>no</strong> (PAIVA, 1976)”. “O<br />

elevado esforço <strong>de</strong> pesca sobre as populações <strong>de</strong> lagosta e o baixo índice <strong>de</strong> abundância caracterizam a existência <strong>de</strong> sobrepesca<br />

do esforço, mais importante, são responsáveis pelas sucessivas crises financeiras que vivenciam a indústria pesqueira<br />

e, principalmente os armadores (IVO,1996)”.<br />

Dos 350 barcos lagosteiros <strong>de</strong> ferro, não sobrou nenhum e <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 20 empresas <strong>de</strong> processamento e exportação<br />

<strong>de</strong> mariscos, hoje apenas seis empresas ain<strong>da</strong> estão em ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Sem a intervenção do estado a pesca <strong>da</strong> lagosta passou por uma transformação, como diz o antropólogo marítimo Antônio<br />

Carlos Diegues <strong>da</strong> USP <strong>no</strong> seu último livro. “Observa-se até uma re-artesanalização <strong>de</strong> algumas indústrias, como<br />

a <strong>da</strong> lagosta <strong>no</strong> Nor<strong>de</strong>ste, uma vez que muitos barcos <strong>da</strong> pesca empresarial abandonaram a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> e passaram a comprar o<br />

produto dos barcos <strong>da</strong> pesca artesanal. Com a <strong>de</strong>claração <strong>da</strong> Zona Econômica Exclusiva a partir <strong>da</strong> III Conferência do Mar<br />

<strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s, alargando consi<strong>de</strong>ravelmente a faixa marítima sob jurisdição nacional, a importância <strong>da</strong> pesca artesanal<br />

<strong>de</strong>ve ser ain<strong>da</strong> mais enfatiza<strong>da</strong>, pois é sabido que a quase totali<strong>da</strong><strong>de</strong> do potencial pesqueiro brasileiro se encontra <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>de</strong>ssa área, até os limites <strong>da</strong> plataforma continental, explora<strong>da</strong>, em geral, pelos pescadores artesanais”. A frota à vela dos<br />

janga<strong>de</strong>iros do Ceará e do Rio Gran<strong>de</strong> do Norte substitui a frota motoriza<strong>da</strong> que está sem viabili<strong>da</strong><strong>de</strong> econômica na zona<br />

costeira.<br />

A falta <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento e sobretudo a ,falta <strong>de</strong> fiscalização permitiu a concorrência <strong>de</strong>sleal dos barcos <strong>de</strong> compressor<br />

e a continui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> pesca consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> pre<strong>da</strong>tória levando a lagosta para perto do colapso em 2006. Um<br />

estudo apresentado <strong>no</strong> CGSL (Comitê <strong>de</strong> Gestão <strong>da</strong> Pesca Sustentável <strong>da</strong> Lagosta) (SCHÄRER. 2005) mostra que a frota<br />

artesanal à vela não representa um perigo <strong>de</strong> excesso <strong>de</strong> esforço, e sim, uma chance para recuperação dos estoques <strong>de</strong> lagosta.<br />

Graças a uma mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> paradigma na gestão <strong>da</strong> pesca promovi<strong>da</strong> pelos técnicos do Ibama e <strong>da</strong> SEAP (Secretária<br />

Especial <strong>de</strong> Aqüacultura e Pesca), os pescadores e a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> civil hoje são maioria <strong>no</strong> CGSL que foi responsável para

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!