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TCC - Isadora Amorim - Relação entre Estado Nutricional ...

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU<br />

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE<br />

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS<br />

CURSO DE NUTRIÇÃO<br />

ISADORA AMORIM<br />

RELAÇÃO ENTRE ESTADO NUTRICIONAL, HIPERCOLESTEROLEMIA E<br />

INGESTÃO DE LIPÍDIOS DE ADULTOS ATENDIDOS EM UM AMBULATÓRIO<br />

BLUMENAU<br />

2009


ISADORA AMORIM<br />

RELAÇÃO ENTRE ESTADO NUTRICIONAL, HIPERCOLESTEROLEMIA E<br />

INGESTÃO DE LIPÍDIOS DE ADULTOS ATENDIDOS EM UM AMBULATÓRIO<br />

<strong>TCC</strong> apresentado no curso de Nutrição como<br />

pré-requisito para obtenção do grau de<br />

Nutricionista.<br />

Prof. Renata Labronici Bertin, Msc. - Orientadora<br />

BLUMENAU<br />

2009


deste trabalho.<br />

AGRADECIMENTOS<br />

Meus agradecimentos a todos que contribuíram, de alguma forma, para a realização<br />

À professora Msc. Renata Labronici Bertin, de maneira especial, pela dedicação e<br />

competência na orientação do estudo.<br />

Aos familiares e amigos, pelo apoio, suporte e carinho recebidos, que, com certeza,<br />

inspiraram forças para esta conquista.


RESUMO<br />

A mudança no hábito alimentar das pessoas vem sendo discutida como uma das principais<br />

causas do crescente número de indivíduos com sobrepeso/obesidade e, frequentemente<br />

associado ao aparecimento de comorbidades, como por exemplo, as dislipidemias e, <strong>entre</strong><br />

essas, mais especificamente a hipercolesterolemia.<br />

Trata-se de um estudo descritivo e transversal de base populacional na cidade de Blumenau,<br />

Santa Catarina, Brasil, realizado no primeiro semestre de 2009, com o objetivo de descrever<br />

o perfil do estado nutricional, hipercolesterolemia e ingestão de lipídios, bem como a relação<br />

<strong>entre</strong> estas três variáveis na população alvo. O estudo incluiu uma amostra de 21 indivíduos<br />

adultos (20-60 anos) atendidos em um ambulatório universitário do município. O estado<br />

nutricional foi classificado conforme pontos de corte propostos pela Organização Mundial de<br />

Saúde (2003). Apresentaram sobrepeso ou obesidade 71% dos indivíduos, sendo a freqüência<br />

maior <strong>entre</strong> os homens (76%) que <strong>entre</strong> as mulheres (69%). Quando aos níveis séricos de<br />

colesterol total e suas frações HDL e LDL, foram levados em consideração os valores de<br />

normalidade propostos pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, que preconiza colesterol<br />

total abaixo de 200 mg/dl, HDL acima de 40 mg/dl e LDL abaixo de 160 mg/dl, os resultados<br />

encontrados foram médias de 200,37 ± 70,43 mg/dl de colesterol total, 42,92 ± 14,48 mg/dl<br />

de HDL e 110,47 ± 37,34 mg/dl de LDL, sendo que <strong>entre</strong> os homens as médias foram sempre<br />

um pouco mais elevadas que <strong>entre</strong> as mulheres. Em relação à ingestão de lipídios, a avaliação<br />

qualitativa da ingestão de lipídios foi feita través de Questionário de Frequência Alimentar<br />

(QFA), com os alimentos fonte de lipídios divididos em grupos (Leite e Derivados, Óleos e<br />

Gorduras, Carnes e Ovos e Preparações ricas em Ácidos graxos [AG] saturados e trans) e<br />

subgrupos (ricos em AG saturados e trans ou com maior teor de gordura e magros ou versões<br />

light). Nesta análise observou-se, <strong>entre</strong> os homens, ingestão baixa de leites e derivados<br />

desnatados ou light e ingestão alta de gorduras e óleos com alto teor lipídico. Já <strong>entre</strong> as<br />

mulheres houve ingestão alta de leite e derivados integrais e gordos, ingestão média de carnes<br />

magras e baixa de carnes gordas. Para ambos os sexos encontrou-se ingestão média de<br />

preparações ricas em AG saturados e trans. Conclui-se que <strong>entre</strong> os indivíduos do estudo<br />

houve alta prevalência de sobrepeso e obesidade em ambos os sexos, com ingestão<br />

significativa de alimentos ricos em AG saturados e trans, porém, não se percebeu aumento<br />

nos níveis séricos de colesterol total e suas frações. Este estudo obteve relação não<br />

significativa <strong>entre</strong> as variáveis e apresentou impossibilidade de aplicação de testes estatísticos<br />

de correlação devido ao pequeno número da amostra. Desta forma, mais estudos são<br />

requeridos para que se possa chegar a uma conclusão.<br />

Palavras-chave: <strong>Estado</strong> <strong>Nutricional</strong>. Hipercolesterolemia. Ingestão de Lipídios.


SUMÁRIO<br />

1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................6<br />

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.............................................................................................8<br />

2.1 ESTADO NUTRICIONAL ..................................................................................................8<br />

2.1.1 Baixo peso / magreza.........................................................................................................9<br />

2.1.2 Sobrepeso/obesidade .......................................................................................................10<br />

2.2 LIPÍDIOS............................................................................................................................12<br />

2.2.1 Ingestão de lipídios..........................................................................................................13<br />

2.3 HIPERCOLESTEROLEMIA .............................................................................................14<br />

3 OBJETIVOS ........................................................................................................................17<br />

3.1 OBJETIVO GERAL...........................................................................................................17<br />

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................................17<br />

4 METODOLOGIA................................................................................................................18<br />

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA .............................................................................18<br />

4.2 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO .........................................................................................18<br />

4.3 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA.............................................................................18<br />

4.4 MATERIAIS E MÉTODOS ...............................................................................................19<br />

4.4.1 Avaliação do estado nutricional ......................................................................................19<br />

4.4.2 Análise dos níveis séricos de colesterol total, HDL e LDL.............................................20<br />

4.4.3 Inquérito alimentar ..........................................................................................................20<br />

4.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA .................................................................................................22<br />

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................23<br />

6 CONCLUSÃO......................................................................................................................28<br />

7 SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS.............................................................29<br />

REFERÊNCIAS .....................................................................................................................30<br />

APÊNDICE A – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS .............................................................36<br />

APÊNDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA MAIORES DE 18 ANOS<br />

..................................................................................................................................................38


1 INTRODUÇÃO<br />

A obesidade é considerada hoje uma epidemia em vários países figurando como um<br />

dos maiores problemas de saúde das sociedades contemporâneas (PITANGA; LESSA, 2007).<br />

A preocupação com a obesidade reside no fato de que ela é per se uma doença crônica<br />

além de ser fator de risco para outras doenças debilitantes e de alto custo social (SOUSA et<br />

al., 2007).<br />

No Brasil, a prevalência da obesidade está crescendo rapidamente e em adultos o<br />

sobrepeso é mais prevalente que a desnutrição. Essa situação é, em parte, resultado de<br />

mudanças nos hábitos alimentares e nutricionais que junto com uma série de fatores<br />

ambientais, sociais e genéticos favorecem o acúmulo de gordura de depósito (FARRET,<br />

2005).<br />

A mudança na alimentação associada com estilo de vida, hereditariedade e sexo são<br />

fatores que podem contribuir para o aparecimento das dislipidemias que são alterações nos<br />

níveis de lipídios ou lipoproteínas no organismo. Os fatores dietéticos que exercem efeitos<br />

negativos sobre o perfil lipídico são a alta ingestão de gorduras saturadas e de colesterol que<br />

são associados a valores séricos elevados colesterol total (CT) e lipoproteína de baixa<br />

densidade ou Low Density Lipoproteins (LDL) (TEIXEIRA; VEIGA; SICHIERI, 2007).<br />

Segundo Cantos et al. (2006), são poucos os estudos que discutem a associação da<br />

prevalência de dislipidemia com outros fatores de risco para Doença Arterial Coronariana<br />

(DAC), como por exemplo a hereditariedade ou o estado nutricional. A falta de pesquisas<br />

sobre fatores de risco na população brasileira resulta em grande desvantagem em relação aos<br />

países desenvolvidos.<br />

Para Moreira et al. (2006), existe uma clara necessidade de se melhorar a abordagem<br />

dos pacientes com alto risco para um evento cardiovascular, pois a maioria possui níveis<br />

lipídicos fora do recomendado.<br />

A relação direta das dislipidemias com a presença de sobrepeso e obesidade ainda<br />

pode ser bastante explorada, principalmente porque ainda não se obtiveram conclusões, bem<br />

como para a relação <strong>entre</strong> hipercolesterolemia e a ingestão de lipídios.<br />

Este trabalho foi motivado também pelo padrão alimentar regional que inclui<br />

alimentos com alto teor de lipídios como a nata, o queijo e as carnes. Estes alimentos são<br />

6


icos em gorduras saturadas que são consideradas determinantes dietéticos na elevação do<br />

LDL e colesterol sérico, quando ingeridos acima do preconizado (FARRET, 2005).<br />

Neste contexto esta pesquisa se justifica, visto que irá contribuir para um melhor<br />

diagnóstico dos hábitos alimentares da população estudada, bem como a influência que seus<br />

hábitos exercem sobre as alterações lipídicas e o estado nutricional dos indivíduos.<br />

Neste sentido, o problema que norteou o estudo, pode ser assim delineado:<br />

Existe relação <strong>entre</strong> estado nutricional, níveis séricos elevados de colesterol e padrão<br />

de ingestão de lipídios nos indivíduos selecionados para o estudo?<br />

7


2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<br />

2.1 ESTADO NUTRICIONAL<br />

A avaliação nutricional é um instrumento diagnóstico, que mede de diversas maneiras<br />

as condições nutricionais do organismo, determinadas pelos processos de ingestão, absorção,<br />

utilização e excreção de nutrientes; ou seja, determina o estado nutricional, que é resultante do<br />

balanço <strong>entre</strong> a ingestão e a perda de nutrientes (MELLO, 2002).<br />

Para Acuña e Cruz (2004), o estado nutricional expressa o grau no qual as<br />

necessidades fisiológicas por nutrientes estão sendo alcançadas para manter a composição e<br />

funções adequadas do organismo, resultando do equilíbrio <strong>entre</strong> ingestão e necessidade de<br />

nutrientes.<br />

A avaliação do estado nutricional de adultos é geralmente realizada por meio da<br />

análise da composição corporal, o que requer métodos que avaliem as reservas energéticas e a<br />

massa metabolicamente ativa. Existem várias técnicas para determinar a composição corporal,<br />

d<strong>entre</strong> elas as medidas antropométricas, que têm sido amplamente aplicadas. A coleta dessas<br />

medidas envolve baixo custo operacional e apresenta relativa simplicidade na sua aplicação,<br />

particularmente as medidas de massa corporal e estatura (GUGELMIN; SANTOS, 2006).<br />

Para definição do estado nutricional são relevantes dados sobre a idade, pois os<br />

padrões de referência são considerados com base na mesma e o gênero, pois existem<br />

diferenças expressivas <strong>entre</strong> o tamanho de homens e mulheres. A antropometria permite a<br />

obtenção de muitas informações. Peso, altura e suas combinações são os indicadores<br />

antropométricos mais utilizados em estudos epidemiológicos (ACUÑA; CRUZ, 2004).<br />

O indicador mais utilizado para avaliação do estado nutricional é o índice de massa<br />

corporal (IMC) que é definido como peso em quilogramas dividido pelo quadrado da altura<br />

em metros (kg/m 2 ), que representa uma das medidas de avaliação do grau de sobrepeso e<br />

obesidade na prática clínica e em estudos epidemiológicos, porém, não reúne condições para<br />

avaliação da distribuição da gordura corporal, além de nem sempre estimar de forma correta<br />

padrões de obesidade em alguns subgrupos populacionais (PITANGA; LESSA, 2007;<br />

ARAÚJO et al., 2007).<br />

8


Segundo Acuña e Cruz (2004), apesar do IMC não indicar a composição de gordura<br />

corporal, a facilidade de sua mensuração e sua relação com morbimortalidade parecem ser<br />

motivos suficientes para sua utilização como indicador do estado nutricional em estudos<br />

epidemiológicos em associação ou não com outras medidas antropométricas.<br />

Os dois extremos do IMC estão associados com maior risco de morbimortalidade,<br />

porém, de causas de morte diferentes. O IMC baixo está associado com morte por<br />

tuberculose, câncer pulmonar e doença pulmonar obstrutiva crônica, sendo que o IMC igual a<br />

12 kg/m 2 é considerado limite mínimo para sobrevivência humana. Já o IMC alto estaria<br />

relacionado com morte por doenças cardiovasculares, diabetes e, para homens, câncer de<br />

cólon (ACUÑA; CRUZ, 2004).<br />

Através da definição do estado nutricional, pode-se definir e relação <strong>entre</strong> este e as<br />

doenças correlacionadas, uma vez que as alterações do estado nutricional (Baixo<br />

Peso/Magreza e Sobrepeso/Obesidade) são relacionadas com sérios agravos para a saúde.<br />

2.1.1 Baixo peso / magreza<br />

O baixo peso é bom indicador prognóstico para diferentes patologias e relaciona-se<br />

com importante aumento no risco de morbidade e de mortalidade. A perda de peso ou<br />

mudanças na composição corporal, relatada ou verificada pelo paciente, deve ser considerada,<br />

pois a perda de peso de 10% ou mais, em um período de seis meses, é um provável indicador<br />

de problemas de saúde do paciente, associada à depleção do seu estado nutricional (COSTA;<br />

MONEGO, 2003).<br />

Baixo Peso e Magreza são indicadores de desnutrição que é a expressão de diferentes<br />

estados do ser humano, caracterizados por um desempenho deficiente de suas funções<br />

biológicas e/ou sociais e cuja etiologia é determinada por um consumo alimentar insuficiente<br />

e/ou por doenças que interfiram com a utilização biológica dos alimentos ingeridos<br />

(MONTEIRO, 1985).<br />

Segundo McWhirter e Pennington (1994 apud ACUÑA; CRUZ, 2004)<br />

A desnutrição predispõe a uma série de complicações graves, incluindo tendência à<br />

infecção, deficiência de cicatrização de feridas, falência respiratória, insuficiência<br />

cardíaca, diminuição da síntese de proteínas a nível hepático com produção de<br />

metabólitos anormais, diminuição da filtração glomerular e da produção de suco<br />

gástrico.<br />

9


Sawaya (2006) descreve a existência de um ciclo vicioso formado pelo consumo<br />

inadequado de alimentos/aumento de doenças: perda de peso, crescimento deficiente, baixa<br />

imunidade, danos na mucosa gastrointestinal, perda de apetite, má absorção do alimento e<br />

alterações importantes no metabolismo.<br />

Os determinantes proximais da desnutrição estão ligados à dieta e ao estado de saúde<br />

necessária à absorção adequada dos alimentos. A dieta implica reposição protéico-calórica do<br />

que é consumido nas atividades diárias, sobretudo as laborais. As condições de saúde<br />

necessárias à absorção dos alimentos estão relacionadas às condições de saúde, ao estado<br />

imunológico dos indivíduos e ao patrimônio genético individual (PAES-SOUSA;<br />

RAMALHO; FORTALEZA, 2003).<br />

2.1.2 Sobrepeso/obesidade<br />

A obesidade é hoje considerada uma epidemia mundial, afetando tanto países<br />

desenvolvidos como os subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. É um dos maiores<br />

problemas de saúde das sociedades contemporâneas (CHEIK et al., 2006; PEIXOTO;<br />

BENÍCIO; JARDIM, 2007; SOUSA et al., 2007; PITANGA; LESSA, 2007).<br />

Além dos determinantes socioeconômicos e demográficos, também têm sido<br />

investigados alguns comportamentos alimentares como fator de risco para sobrepeso e<br />

obesidade. O hábito de continuar comendo após sentir-se saciado, o menor número de<br />

refeições diárias e o maior número de refeições realizadas fora de casa, estiveram associados<br />

ao aumento do peso corporal. Por outro lado, a inclusão do café da manhã apresenta-se como<br />

fator protetor (PEROZZO et al., 2008).<br />

Segundo dados da IV Diretriz Brasileira sobre Dislipidemias e Prevenção da<br />

Aterosclerose, aproximadamente 32% da população brasileira apresentam sobrepeso (IMC ≥<br />

25), sendo esta taxa de 38% para o sexo feminino e de 27% para o sexo masculino<br />

(SPOSITO, 2007).<br />

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o número de obesos <strong>entre</strong> 1995 e<br />

2000 passou de 200 para 300 milhões, perfazendo quase 15% da população mundial.<br />

Estimativas mostram que, em 2025, o Brasil será o quinto país no mundo a ter problemas de<br />

obesidade em sua população (ROMERO; ZANESCO, 2006).<br />

10


Para Cervi; Franceschini e Priore (2005), a obesidade pode ser definida como uma<br />

doença em que a gordura corporal em excesso foi acumulada em uma extensão que pode ter<br />

efeitos adversos à saúde.<br />

A etiologia da obesidade é de difícil caracterização, pois é definida a partir do<br />

resultado de interações complexas <strong>entre</strong> fatores fisiológicos, comportamentais, culturais,<br />

genéticos e psicológicos. Assim, pode ser classificada em dois contextos: por determinação<br />

genética ou fatores endócrinos e metabólicos, ou, então, influenciada por fatores externos,<br />

sejam eles de origem dietética, comportamental ou ambiental. Acredita-se que os fatores<br />

externos são mais relevantes na incidência de obesidade do que os fatores genéticos<br />

(ROMERO; ZANESCO, 2006).<br />

O sobrepeso e a obesidade podem ser fatores de risco para um grande número de<br />

agravos à saúde, <strong>entre</strong> eles doenças isquêmicas do coração, hipertensão arterial, acidente<br />

vascular cerebral, diabetes mellitus do tipo 2, colelitíase, osteoartrite (especialmente de<br />

joelhos), neoplasia maligna de mama pós menopausa e de endométrio, esofagite de refluxo,<br />

hérnia de hiato e problemas psicológico (ACUÑA; CRUZ, 2004).<br />

Segundo Lima e Sampaio (2007), um aumento de apenas 20% do peso corpóreo eleva<br />

significativamente o risco de hipertensão arterial, doenças coronarianas, dislipidemias e<br />

diabetes mellitus do tipo 2.<br />

As dificuldades na comprovação dos determinantes da obesidade devem-se, em parte,<br />

à grande variabilidade do gasto energético individual, devendo-se sempre avaliar a relação<br />

<strong>entre</strong> o consumo alimentar e a obesidade, porém, destacam-se estudos que demonstram haver,<br />

em populações com excesso de peso, a tendência a subestimar seu consumo alimentar<br />

(PINHEIRO; FREITAS; CORSO, 2004).<br />

Assim, o aumento mundial da prevalência da obesidade atribui-se principalmente às<br />

mudanças nos estilos de vida (aumento do consumo de alimentos ricos em gordura, redução<br />

da atividade física, etc.), que incidem sobre certa susceptibilidade ou predisposição genética<br />

para ser obeso (MARQUES-LOPES et al., 2004).<br />

11


2.2 LIPÍDIOS<br />

Os lipídios possuem um papel quase farmacológico no organismo, auxiliando no<br />

funcionamento adequado do sistema imunológico, por exemplo; os ácidos graxos (AG)<br />

saturados estão mais ligados à incidência de doenças como a aterosclerose coronariana e<br />

aumento do colesterol (WAITZBERG; BORGES, 2006).<br />

Os lipídios podem ser também classificados em três grupos: lipídios simples,<br />

compostos ou variados. D<strong>entre</strong> os lipídios variados destacam-se os esteróis, que apresentam<br />

como base para todos os seus derivados o colesterol, elemento esse que desempenha função<br />

essencial na membrana celular (ETTINGER, 2005).<br />

O colesterol é um esterol presente em tecidos animais e pode ser de origem endógena,<br />

sintetizado pelo fígado, ou exógena, proveniente da ingestão de alimentos de origem animal.<br />

Ele desempenha função estrutural, fazendo parte da membrana plasmática, é precursor dos<br />

ácidos biliares, da vitamina D3 e de hormônios esteróides, como os sexuais, o cortisol ou a<br />

aldosterona (BASSO, 2007).<br />

Os lipídios formam um grupo heterogêneo de compostos que tem por característica<br />

sua insolubilidade em água. Do ponto de vista fisiológico e clínico, os lipídios biologicamente<br />

mais relevantes são os fosfolipídios, o colesterol, os triglicerídios e os ácidos graxos.<br />

(SPOSITO, 2007).<br />

Podem ser classificados como AG saturados, ou insaturados, de acordo com a<br />

quantidade de duplas ligações <strong>entre</strong> os carbonos da sua cadeia. Os AG insaturados ainda se<br />

dividem em mono ou poliinsaturados (BASSO, 2007; WAITZBERG; BORGES, 2006).<br />

As lipoproteínas são responsáveis pela solubilização e transporte dos lipídios, são<br />

compostas por lipídios e proteínas denominadas apolipoproteínas, que podem ser separadas<br />

como as ricas em triglicerídios representadas pelas lipoproteínas de densidade muito baixa ou<br />

very low density lipoprotein (VLDL) ou como lipoproteínas ricas em colesterol de densidade<br />

baixa low density lipoprotein (LDL) e de densidade alta ou high density lipoprotein (HDL)<br />

(SPOSITO, 2007).<br />

A LDL contém maior quantidade de colesterol que é transportado aos tecidos<br />

periféricos, já a HDL capta o colesterol livre periférico, esterificando-o e reenviando-o ao<br />

fígado para ser metabolizado, por este motivo a HDL é conhecia como fator protetor do<br />

excesso de colesterol (WAITZBERG; BORGES, 2006).<br />

12


Neste contexto, pode-se perceber a importância de adequados níveis de lipídios como<br />

o colesterol e suas frações no organismo, que são adquiridos através de uma alimentação<br />

equilibrada e balanceada nutricionalmente.<br />

2.2.1 Ingestão de lipídios<br />

Os lipídios constituem aproximadamente 34% da energia da dieta humana, fornecendo<br />

9 kcal/g de energia (ETTINGER, 2005). Os valores de ingestão dietética de referência<br />

(Dietary Reference Intakes – DRIS) de lipídios, proposto pelo Institute of Medicine/Food and<br />

Nutrition Board (2002), indicam que deve ser <strong>entre</strong> 20 a 35% do valor calórico total.<br />

Sugere-se que a dieta tenha o menor conteúdo possível de colesterol, AG saturados e<br />

AG trans, tendo em vista a contribuição destes lipídios para o desenvolvimento de doenças<br />

cardiovasculares (FRANCESCHINI; PRIORE; EUCLYDES, 2007).<br />

D<strong>entre</strong> os AG da dieta, os AG trans, isômeros geométricos e de posição dos ácidos<br />

graxos insaturados, merecem especial atenção, pois sua ingestão tem sido associada ao<br />

aumento de LDL e redução de HDL (BERTOLINO et al., 2006).<br />

As mudanças nos hábitos alimentares da população como maior consumo de alimentos<br />

de alta densidade energética, alto consumo de carboidratos refinados, gorduras saturadas,<br />

colesterol, ácidos graxos trans, bebidas alcoólicas e alimentos tipo fast-food, contrariam as<br />

indicações de uma dieta saudável e balanceada. A nova dieta pode ser definida como uma<br />

dieta rica em gorduras (particularmente as de origem animal), açúcar e alimentos refinados,<br />

além de uma reduzida ingestão de carboidratos complexos e fibras, o que freqüentemente se<br />

denomina como “dieta ocidental” (LIMA; SAMPAIO, 2007; PEIXOTO; BENÍCIO;<br />

JARDIM, 2007; RODRIGUES et al., 2008; SOUSA et al., 2007).<br />

Segundo Perozzo et al. (2008), a associação de padrões alimentares com excesso de<br />

peso tem sido objeto de interesse de vários estudos. Alguns deles apontam associação positiva<br />

de padrões alimentares com obesidade global e central. Em outros estudos, <strong>entre</strong>tanto, essa<br />

relação não é clara, sobretudo quando se observa a consistência dessa associação.<br />

Além do sobrepeso e obesidade estes novos hábitos também podem desencadear uma<br />

série de outras comorbidades, uma vez que a obesidade é, em si, uma doença crônica e está<br />

freqüentemente associada com o aparecimento de diabetes mellitus, dislipidemias e<br />

13


hipertensão arterial, favorecendo o aparecimento de doenças cardiovasculares (PEIXOTO;<br />

BENÍCIO; JARDIM, 2007; SOUSA et al., 2007).<br />

2.3 HIPERCOLESTEROLEMIA<br />

As dislipidemias podem ser definidas como distúrbios do metabolismo lipídico, com<br />

repercussões sobre os níveis de lipoproteínas na circulação sanguínea, bem como sobre as<br />

concentrações de seus diferentes componentes. A LDL é o maior carreador de colesterol para<br />

as células e está associado ao início e à aceleração do processo aterosclerótico. Já a HDL, é de<br />

extrema importância, pois participa do transporte reverso do colesterol, sendo considerada<br />

anti-aterogênica (FAGHERAZZI; DIAS; BORTOLON, 2008).<br />

De acordo com Costa e Silva (2005), as dislipidemias podem ser consideradas de<br />

acordo com sua etiologia: primárias quando relacionadas com alterações genéticas e<br />

ambientais; ou secundárias, associadas a doenças ou medicamentos.<br />

As causas secundárias de anormalidades do metabolismo lipídico incluem<br />

hipotireoidismo, diabetes, doença hepática, doença renal, uso de medicações (corticosteróides,<br />

esteróides anabolizantes, progestágenos e anti-hipertensivos) e etilismo (BATISTA;<br />

RIBEIRO, 2003).<br />

O diagnóstico das dislipidemias é feito através de exames laboratoriais, sendo que a<br />

análise do perfil lipídico permite diferenciar os diferentes tipos de dislipidemias (NOVAZZI,<br />

1999).<br />

Segundo Izar (2007) e Basso (2007), as dislipidemias podem ser classificadas de<br />

acordo com a fração lipídica que se encontra alterada, por exemplo:<br />

a) hipercolesterolemia – aumento do CT e da LDL no perfil lipídico;<br />

b) hipertrigliceridemia – aumento de triglicerídios no perfil lipídico;<br />

c) mista – Aumento de triglicerídios, CT e LDL e diminuição da HDL no perfil<br />

lipídico;<br />

d) Redução da HDL – Redução da HDL no perfil lipídico (pode estar associados a<br />

qualquer tipo de dislipidemia).<br />

O acúmulo de lipoproteínas ricas em colesterol como a LDL no compartimento<br />

plasmático resulta em hipercolesterolemia. Este acúmulo pode ocorrer por doenças<br />

14


monogênicas, em particular, por defeito no gene do receptor de LDL ou no gene do apo B100.<br />

Centenas de mutações de receptor de LDL foram detectadas em portadores de<br />

hipercolesterolemia familiar (SPOSITO, 2007; De BIASI et al., 2007).<br />

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2007), em estudo conduzido em nove<br />

capitais, envolvendo 8.045 indivíduos com idade mediana de 35 ± 10 anos, no ano de 1998,<br />

mostraram que 38% dos homens e 42% das mulheres possuem CT > 200 mg/dL. Neste<br />

estudo, os valores de colesterol total foram mais altos no sexo feminino e nas faixas etárias<br />

mais elevadas.<br />

As formas graves de dislipidemia podem ser acompanhadas de sinais clínicos<br />

característicos, como presença de xantomas tuberosos tendíneos, arco corneal e xantelasmas<br />

nas hipercolesterolemias; xantomas eruptivos e alterações retinianas nas hipertrigliceridemias;<br />

xantomas estriados palmares na disbetalipoproteinemia; deposições lipídicas em órgãos<br />

linfóides; e opacificações de córnea (IZAR, 2007).<br />

A relação <strong>entre</strong> o tipo de dieta e níveis séricos de colesterol ainda não é bem definida.<br />

Sugere-se que o tipo de dieta teria pouca influência nos níveis de colesterol sérico; eles seriam<br />

determinados, quase que exclusivamente, pela atividade metabólica a qual seria expressão da<br />

carga genética, e pela idade e sexo do indivíduo. Porém, encontram-se também indicações de<br />

que determinadas dietas, como a Mediterrânea, colaboram para um melhor perfil<br />

colesterolêmico. Da mesma forma, outros estudos concluíram que indivíduos com dieta<br />

vegetariana têm menores níveis de lipídios sangüíneos, principalmente LDL e triglicerídios,<br />

em relação aos que comem carne (DE BIASI et al., 2007).<br />

O colesterol vem sendo largamente estudado como fator de risco para o aparecimento<br />

das doenças arteriais, especialmente a aterosclerose, que pode levar, d<strong>entre</strong> outros problemas,<br />

ao infarto do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais. Está bem demonstrado que os níveis<br />

plasmáticos de colesterol, principalmente a LDL, sua fração mais aterogênica, constituem<br />

importantes fatores preditivos do risco de doença arterial coronariana (VACANTI et al., 2005;<br />

De BIASI et al., 2007).<br />

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2007), os conteúdos alimentares de<br />

gorduras saturadas e de colesterol influenciam diferentemente os níveis lipídicos plasmáticos,<br />

em especial a colesterolemia. Para tanto, uma dieta balanceada é de grande importância na<br />

prevenção e no tratamento desta dislipidemia. O quadro a seguir mostra as recomendações de<br />

ingestão de nutrientes no tratamento da hipercolesterolemia.<br />

15


NUTRIENTES INGESTÃO RECOMENDADA<br />

Gordura Total 25 a 35% das calorias totais<br />

AG Saturados ≤ 7% das calorias totais<br />

AG poliinsaturados ≥ 10% das calorias totais<br />

AG monoinsaturados ≤ 20% das calorias totais<br />

Carboidratos 50 a 60% das calorias totais<br />

Proteínas Cerca de 15% das calorias totais<br />

Colesterol < 200 mg/dia<br />

Fibras 20 a 30g/dia<br />

Calorias Ajustado ao peso desejável<br />

Quadro 1 – Recomendações dietéticas para o tratamento de hipercolesterolemia<br />

Fonte: SPOSITO, Andrei C. (Ed.). IV Diretriz Brasileira sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose:<br />

Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arquivos Brasileiros de Cardiologia,<br />

São Paulo, 2007.<br />

Os AG poliinsaturados são representados pelo ômega-3 que é encontrado em óleos<br />

vegetais (soja, canola e linhaça) e em peixes de águas frias (cavala, salmão e sardinha); O<br />

ômega-6 que é encontrado em óleos de soja, milho e girassol, que reduzem o CT e a LDL,<br />

porém, diminuem a HDL. Já os AG monoinsaturados presentes no óleo de oliva, canola,<br />

azeitona, abacate, nozes, amêndoas e castanhas, levam a diminuição da colesterolemia sem<br />

diminuir a HDL (DINIZ; ANDRADE; BANDEIRA, 2008).<br />

Os AG saturados elevam a colesterolemia por inibirem a remoção plasmática das<br />

partículas de LDL, portanto, sua ingestão deve ser reduzida. Os AG trans estão presentes na<br />

gordura vegetal hidrogenada, nos biscoitos e bolachas com recheios e coberturas cremosas.<br />

Têm ação mais deletéria sobre o perfil lipídico do que as gorduras saturadas, uma vez que<br />

levam ao aumento da LDL e dos triglicerídios, acompanhados de redução dos níveis da HDL<br />

(FALUDI et al., 2005).<br />

Dado o exposto, pode-se perceber que uma dieta balanceada e equilibrada na ingestão<br />

de lipídios está diretamente relacionada com a prevenção de distúrbios metabólicos. Desta<br />

forma, deve-se atentar para a composição lipídica da alimentação a fim de alcançar melhor<br />

saúde e qualidade de vida.<br />

16


3 OBJETIVOS<br />

3.1 OBJETIVO GERAL<br />

Verificar a relação <strong>entre</strong> estado nutricional, hipercolesterolemia e ingestão de lipídios<br />

na amostra populacional estudada.<br />

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS<br />

• Avaliar o perfil nutricional dos indivíduos da amostra;<br />

• Analisar níveis séricos de CT e suas frações dos indivíduos selecionados;<br />

• Avaliar ingestão de lipídios dos indivíduos;<br />

• Correlacionar o estado nutricional com níveis séricos de CT e suas frações e ingestão<br />

de lipídios dos indivíduos selecionados.<br />

17


4 METODOLOGIA<br />

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA<br />

Trata-se de um estudo de natureza descritiva de corte transversal no qual se analisou<br />

uma amostra intencional de indivíduos com idades <strong>entre</strong> 20 e 60 anos, atendidos em um<br />

ambulatório universitário de Blumenau durante os meses de fevereiro, março e abril de 2009.<br />

4.2 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO<br />

O desenvolvimento do projeto teve início no segundo semestre de 2008. A coleta de<br />

dados, análise e apresentação dos resultados ocorreram no primeiro semestre de 2009, sendo<br />

que o mesmo foi concluído no mês de maio deste mesmo ano.<br />

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética na Pesquisa em Seres Humanos da<br />

Fundação Universidade Regional de Blumenau, protocolado sob o número 161/08, conforme<br />

a resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde que envolve pesquisas em seres humanos,<br />

em conformidade com a declaração de Helsinque de 1995.<br />

4.3 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA<br />

A pesquisa ocorreu em um Ambulatório Universitário, no primeiro semestre letivo de<br />

2009. A amostra foi constituída por 21 indivíduos de ambos os sexos com idades <strong>entre</strong> 20 e<br />

60 anos, que freqüentaram o ambulatório durante os meses de fevereiro, março e abril de 2009<br />

e que aceitaram participar voluntariamente da pesquisa. A amostragem foi de caráter<br />

intencional, pois levava em consideração o nível de conhecimento e a pré-disposição para<br />

participação no estudo dos indivíduos selecionados. Todos os indivíduos que participaram do<br />

18


estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), autorizando os<br />

procedimentos envolvidos.<br />

4.4 MATERIAIS E MÉTODOS<br />

4.4.1 Avaliação do estado nutricional<br />

A avaliação do estado nutricional foi feita através do cálculo do IMC obtido através da<br />

razão <strong>entre</strong> o peso (em kg) e a altura ao quadrado (em m).<br />

Os pontos de corte para determinação do estado nutricional seguiram normativa de<br />

acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2003). Quadro 2<br />

IMC (kg/m 2 ) CLASSIFICAÇÃO<br />

< 18,5 Magreza<br />

18,50 - 24,99 Eutrofia<br />

25,00 - 29,99 Pré-obesidade ou Sobrepeso<br />

30,00 - 34,99 Obesidade grau I (moderado)<br />

35,00 - 39,99 Obesidade grau II (grave)<br />

≥ 40,00 Obesidade grau III (muito grave)<br />

Quadro 2 – Classificação do estado nutricional segundo pontos de corte pelo IMC<br />

Fonte: WHO, World Health Organization, 2003.<br />

O peso foi obtido através de utilização de balança mecânica de plataforma para<br />

adultos, da marca Filizola ® , com capacidade para 150 kg e a estatura foi aferida com auxílio<br />

de régua integrada à balança acima referida que possui escala de 1,90 m.<br />

Os procedimentos de aferição do peso e altura foram efetuados segundo metodologia<br />

descrita a seguir (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004):<br />

Os indivíduos devem ser pesados descalços e usando roupas leves. Devem ser<br />

orientados a retirarem objetos pesados tais como chaves, cintos, óculos, telefones celulares e<br />

quaisquer outros objetos que possam interferir no peso total. Após certificar-se de que a<br />

balança plataforma está afastada da parede, deve-se destravar a balança e verificar se a mesma<br />

está calibrada (a agulha do braço e o fiel devem estar na mesma linha horizontal). Caso<br />

contrário, calibrá-la, girando lentamente o calibrador. Após a calibração da balança, ela deve<br />

19


ser travada e só então o indivíduo subirá na plataforma para ser pesado. Deve-se então<br />

posicionar o adulto de costas para a balança, descalço, com o mínimo de roupa possível, no<br />

centro do equipamento, ereto, com os pés juntos e os braços estendidos ao longo do corpo.<br />

Então, destrava-se a balança, move-se o cursor maior sobre a escala numérica, para marcar os<br />

quilos, depois mover o cursor menor para marcar os gramas. Trava-se a balança e realizar a<br />

leitura de frente para o equipamento, a fim de visualizar melhor os valores apontados pelos<br />

cursores.<br />

4.4.2 Análise dos níveis séricos de CT, HDL e LDL<br />

A análise dos níveis séricos de colesterol total e suas frações, HDL e LDL, foi feita<br />

através de resultados de exames pré-existentes (com data máxima de seis meses anterior à<br />

consulta), apresentados pelos pacientes ou da consulta nos prontuários dos indivíduos<br />

selecionados para o estudo. Como foram utilizados resultados já coletados, não foi possível<br />

descrever o método de análise utilizado pelos laboratórios.<br />

Os critérios de avaliação dos níveis desejáveis de colesterol sérico e suas frações são<br />

apresentados no Quadro 3:<br />

LIPÍDIOS VALORES ADEQUADOS<br />

Colesterol Total


O QFA é o mais prático e informativo método de avaliação da ingestão dietética, e<br />

fundamentalmente importante em estudos que relacionam a dieta com a ocorrência de<br />

doenças crônicas não transmissíveis. Durante a década de 60 foram estabelecidas as bases<br />

teóricas para as avaliações dietéticas por meio do QFA, que se fundamentam nos resultados<br />

de um grupo de pesquisadores britânicos. O QFA possui basicamente dois componentes: uma<br />

lista de alimentos e um espaço, no qual o indivíduo respondia com que freqüência consumia<br />

cada alimento (FISBERG et al., 2005).<br />

Neste estudo os alimentos registrados foram classificados segundo a frequência de<br />

ingestão, por período (dia, semana, mês ou ano). Sendo considerada ingestão alta quanto<br />

consumido uma vez ao dia; Média quando consumido pelo menos uma vez na semana; e<br />

Baixa quando consumido menos de uma vez por semana.<br />

Como este estudo visava avaliar a ingestão de lipídios a lista de alimentos apresentada<br />

no QFA era composta basicamente por alimentos ricos neste nutriente. Para a avaliação<br />

qualitativa dos lipídios ingeridos, os alimentos constantes no inquérito foram divididos em<br />

quatro grupos:<br />

a) grupo 1: Leites e Derivados, subdivididos em 1a – alimentos integrais e 1b –<br />

alimentos desnatados e versões light;<br />

b) grupo 2: gorduras e óleos, subdivididos em 2a - alimentos com alto teor de<br />

lipídios, ricos em AG saturados e trans e 2b - alimentos ricos em AG<br />

insaturados (monoinsaturados e poliinsaturados) e versões light;<br />

c) grupo 3: carnes, subdividido em 3a – carnes gordas e embutidos e 3b – carnes<br />

magras;<br />

d) grupo 4: preparações ricas em AG saturados e trans como por exemplo frituras<br />

e bolachas recheadas industrializadas.<br />

O questionário foi aplicado verbalmente pela acadêmica/autora com cada um dos<br />

participantes no ambulatório universitário, levando-se em consideração o grau de instrução de<br />

cada participante.<br />

21


4.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA<br />

Para análise estatística, inicialmente os dados foram tabulados e organizados em<br />

tabelas do programa Excel. Posteriormente os mesmos foram transferidos para o programa<br />

estatístico Epi Info versão 6.02. Os dados foram expressos através de tabelas e gráficos<br />

descritivos, possibilitando melhor compreensão e discussão dos resultados. Foram obtidas<br />

medidas descritivas como: média, desvio padrão, mínima, máxima e coeficiente de variação.<br />

Para comparar os resultados de estado nutricional, de níveis séricos de colesterol<br />

total e suas frações e da ingestão de lipídios, foi utilizado teste qui-quadrado de aderência. Já<br />

para a realização da análise qualitativa de consumo, os alimentos alvos do estudo foram<br />

divididos por grupos como: ricos em gorduras saturadas ou trans e versões light ou magros,<br />

sendo analisados de forma descritiva e pelo teste qui-quadrado.<br />

Na respectiva analise estatística, foi adotado nível de significância de p ≤ 0,05 e nível<br />

de confiança de 95%.<br />

22


5 RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

Foram <strong>entre</strong>vistados um total de 21 indivíduos sendo 38,1% homens e 61,9%<br />

mulheres. A média geral de idade foi de 51,57 ± 5,38 anos. D<strong>entre</strong> os homens a idade média<br />

foi de 48,38 ± 5,32 anos e <strong>entre</strong> as mulheres a idade média foi de 53,54 ± 4,56 anos.<br />

Analisando-se os dados antropométricos dos participantes pode-se descrever que <strong>entre</strong> os<br />

homens o peso médio foi de 91,71 ± 26,10 kg e a altura foi de 1,72 ± 0,08 m e <strong>entre</strong> as<br />

mulheres o peso foi de 65,68 ± 18,54 kg e a altura de 1,55 ± 0,09 m.<br />

Analisando-se ambos os sexos percebe-se 71,5% da amostra estudada encontrava-se<br />

acima do peso ideal. O IMC médio da amostra foi de 28,46 ± 7,19, sendo que <strong>entre</strong> os homens<br />

o valor médio era de 31,07 ± 8,23 kg/m 2 e <strong>entre</strong> as mulheres era de 26,85 ± 6,28 kg/m 2 .<br />

por sexo.<br />

A seguir demonstra-se a classificação do estado nutricional dos indivíduos separados<br />

Mulheres<br />

Homens<br />

0%<br />

8%<br />

23%<br />

24%<br />

69%<br />

76%<br />

Sobrepeso/Obesidade<br />

Eutrofia<br />

Magreza<br />

Sobrepeso/Obesidade<br />

Eutrofia<br />

Magreza<br />

Gráfico1 – Classificação do estado nutricional dos indivíduos estudados por sexo<br />

O IMC parece variar muito <strong>entre</strong> as populações. Os resultados encontrados neste<br />

estudo são diferentes dos do estudo de Guedes e Gonçalves (2007), com homens e mulheres<br />

de Londrina, Paraná, em que aproximadamente 38% da amostra analisada apresentaram IMC<br />

≥ 28 kg/m2, porém, houve semelhanças nos resultados <strong>entre</strong> os sexos, pois, também no<br />

referido estudo, a média do IMC foi diferente para os homens (31,37 ± 5,21 kg/m 2 ) e para as<br />

mulheres (29,89 ± 5,51kg/m 2 ).<br />

Menor prevalência de sobrepeso/obesidade também foi relatada por Araújo et al.<br />

(2005) no qual 56,1% dos indivíduos estudados apresentaram excesso de peso (IMC ≥ 25<br />

23


kg/m 2 ), sendo que mais uma vez a maior prevalência foi <strong>entre</strong> os homens que <strong>entre</strong> as<br />

mulheres (60,2% e 43% respectivamente).<br />

Outro resultado divergente do estudo de Araújo et al. foi o maior percentual de<br />

mulheres que de homens com IMC acima de 30 kg/m 2 (19,4% e 17% respectivamente)<br />

enquanto no presente estudo as frequências foram maiores <strong>entre</strong> os homens (51%) que <strong>entre</strong><br />

as mulheres (47%).<br />

Uma das razões da menor frequência de excesso de peso dos estudos acima citados em<br />

relação ao presente estudo, pode ser a menor média de idade das populações estudadas (Entre<br />

35 e 45 anos) e também a diferença étnica que ocorre em cada região.<br />

O hábito alimentar desta região, que inclui nata, lingüiça, bolos e doces, também pode<br />

ser um dos fatores que contribuem para uma maior prevalência de sobrepeso/obesidade.<br />

Infelizmente faltam estudos desta natureza na população de Blumenau e região para que se<br />

possa fazer uma melhor comparação.<br />

Quanto aos dados sobre perfil lipídico da população estudada, a tabela a seguir ilustra<br />

os resultados do colesterol total e suas frações HDL e LDL, encontrados na população<br />

estudada.<br />

Tabela 1 - Média dos valores de Colesterol total e suas frações por sexo<br />

Colesterol Masculino Feminino<br />

Média ± DP IC (95%) Média ± DP IC (95%)<br />

Total 203,75 ± 99,14 120,87 – 286,63 198,28 ± 50,22 167,94 – 228,63<br />

HDL 44,74 ± 19,93 28,08 – 61,40 41,7 ± 10,27 35,18 – 48,22<br />

LDL 114,06 ± 37,46 82,74 – 145,38 108,07 ± 38,72 83,46 – 132,67<br />

DP = Desvio Padrão<br />

IC = Intervalo de Confiança<br />

No estudo realizado por Guedes e Gonçalves (2007) a média dos níveis de colesterol<br />

total e a fração LDL dos homens foram bastante próximas das encontradas neste trabalho,<br />

sendo que para o colesterol total a média <strong>entre</strong> homens e mulheres foi de 203,02 ± 34,97<br />

mg/dl e 208,87 ±39,80 mg/dl respectivamente, a média de HDL encontrada foi de 46,67 ±<br />

14,42 mg/dl <strong>entre</strong> as mulheres e de 44,43 ± 9,33 mg/dl <strong>entre</strong> os homens. Quanto aos níveis de<br />

LDL, o presente estudo encontrou valores menores para ambos os sexos do que no estudo<br />

acima referido, onde a média para homens e mulheres foi de 127,08 ± 39,1 mg/dl e 116,5 ±<br />

37,78 mg/dl respectivamente.<br />

Analisando-se o total de indivíduos chegam-se a médias de 200,37 ± 70,43 mg/dl de<br />

colesterol total, 42,92 ± 14,48 mg/dl de HDL e 110,47 ± 37,34 mg/dl de LDL.<br />

24


Resultados semelhantes foram encontrados no estudo de Fornés et al. (2000), em que<br />

68% dos indivíduos apresentaram colesterol LDL menor que 130 mg/dl e 22,1%<br />

apresentaram níveis de colesterol HDL menores ou igual a 35 mg/dl.<br />

Já Araújo et al. (2005), encontraram frequência de 46% da população com<br />

hipercolesterolemia isolada (Colesterol total maior que 200 mg/dL), sendo que não foram<br />

verificadas diferenças significativas <strong>entre</strong> os sexos. Este estudo também observou que 44% da<br />

população apresentaram níveis séricos de LDL acima de 130mg/dL.<br />

por sexo.<br />

A tabela abaixo demonstra a proporção de indivíduos de acordo com o perfil lipídico<br />

Tabela 2 - Proporção de indivíduos CT e frações adequadas por sexo<br />

Colesterol Homens Mulheres Ambos<br />

TOTAL 75% 62% 67%<br />

HDL 50% 70% 61,9%<br />

LDL 75% 62% 66,7%<br />

A tabela revela que em ambos os sexos a freqüência de indivíduos com índices<br />

adequados de colesterol total e suas frações é maior que a de inadequados, pois apenas 33%<br />

dos indivíduos apresentam colesterol total inadequado, 38,1% apresentam HDL inadequado e<br />

33,3% apresentam LDL inadequado, sendo a porcentagem maior de adequação do colesterol<br />

total e do LDL <strong>entre</strong> os homens. Valores semelhantes foram encontrados no estudo de Araújo<br />

et al. (2005), em que os valores médios de HDL foram mais elevados para mulheres.<br />

No estudo de Guedes e Gonçalves (2007) encontraram-se também resultados<br />

semelhantes aos deste trabalho, em ambos os estudos os homens demonstraram valores<br />

médios equivalentes às concentrações séricas de LDL estatisticamente mais elevados.<br />

Todavia pelo número pequeno da amostra as diferenças <strong>entre</strong> as variáveis não são<br />

significativas (p > 0,05), o que sugere que mais testes sejam feitos para que se possa ter um<br />

resultado populacional adequado.<br />

O motivo que pode ter contribuído para a baixa freqüência de indivíduos com<br />

alterações lipídicas é o uso de hipolipemiantes que não foi levado em consideração neste<br />

estudo.<br />

A ingestão de lipídios avaliada pelo questionário qualitativo de freqüência é<br />

demonstrada na Tabela 3:<br />

25


Tabela 3 - Freqüência e Proporção de indivíduos de ambos os sexos por frequência de<br />

ingestão de lipídios separados por grupos<br />

Grupos de Fonte de Lipídios Ingestão Total<br />

Alta Média Baixa<br />

Desnatados e<br />

light 28,6% 23,8% 47,6% 100%<br />

Leite e Derivados Integrais e<br />

gordos<br />

Insaturadas e<br />

61,9%* 28,6% 9,5% 100%<br />

light 23,8% 28,6% 47,6% 100%<br />

Óleos e Gorduras Saturadas e<br />

alto teor de<br />

gordura 47,6% 23,8% 28,6% 100%<br />

Magras 4,8% 90,5%* 4,8% 100%<br />

Carnes<br />

Gordas e<br />

embutidos 14,3% 38,1% 47,6% 100%<br />

Preparações ricas em AG<br />

saturados e trans<br />

*p < 0,05<br />

19,0% 71,4%* 9,5% 100%<br />

Entre o total de indivíduos pode-se perceber que apenas dois grupos tiveram uma<br />

ingestão significativamente maior, (p < 0,05). O grupo dos leites e derivados integrais ou<br />

gordos (representados no questionário por leite e iogurte integrais, queijos amarelos, nata,<br />

etc.) é consumido pela maioria com frequência alta, ou seja, diariamente. As preparações ricas<br />

em AG saturados e trans (representados na tabelas por preparações como frituras, bolachas<br />

recheadas, etc.) são consumidas pela maioria com freqüência média, ou seja, semanalmente.<br />

Quando se analisa a ingestão de lipídios por sexo encontram-se diferenças<br />

significativas (p < 0,05) <strong>entre</strong> os mesmos. Entre os homens há ingestão baixa (mensal ou<br />

anual) de leites e derivados desnatados ou light, representados pelo leite e iogurte desnatados<br />

e queijos brancos além de versões light de requeijão, por exemplo; ingestão alta (diária) de<br />

gorduras e óleos com alto teor lipídico como maionese e margarinas; e ingestão média<br />

(semanal) de preparações ricas em AG saturados e trans.<br />

Já <strong>entre</strong> as mulheres houve ingestão alta (diária) significativa de leite e derivados<br />

integrais e gordos; ingestão média (semanal) de carnes magras e baixa (mensal ou anual) de<br />

carnes gordas e ingestão média (semanal) de preparações ricas em AG saturados e trans.<br />

Padrões semelhantes de ingestão de lipídios foram identificados do estudo de Fonseca;<br />

Chor e Valente (1999), em que <strong>entre</strong> os homens, o consumo de todos os alimentos ricos em<br />

gordura saturada e colesterol foi significativamente maior, sendo que 21,3% deles consumam<br />

frituras com freqüência contra 10,9% das mulheres.<br />

26


São poucas as pesquisas que estudam padrões alimentares, de lipídios mais<br />

especificamente, <strong>entre</strong> adultos, o que dificulta a comparação.<br />

Assim como no estudo acima referido, o método utilizado para coletar as informações<br />

é uma adaptação do QFA, já que listou grupos de alimentos, ao invés de coletar as freqüências<br />

para cada um deles separadamente. Sua principal desvantagem é a impossibilidade de<br />

quantificar a ingestão de nutrientes, o que, no entanto, não fazia parte dos objetivos deste<br />

estudo.<br />

Vários estudos de validação têm demonstrado que o QFA é um instrumento válido<br />

para a classificação de indivíduos de acordo com a ingestão de grupos de alimentos e<br />

nutrientes investigados (FONSECA; CHOR; VALENTE, 1999).<br />

Porém, instrumentos dietéticos, particularmente o QFA, estão sujeitos a erros inerentes<br />

ao indivíduo e aos fatores presentes no delineamento do estudo, ao tamanho amostral, à<br />

heterogeneidade dos padrões de consumo alimentar, destacando-se a variabilidade<br />

intrapessoal relacionados às análises dos dados, uma vez que a variabilidade da dieta do<br />

indivíduo está sujeita à variação real dos alimentos consumidos, influenciada pela<br />

diversificação e heterogeneidade da dieta e pelas preferências, seqüência da aplicação do<br />

inquérito, induzindo o indivíduo a não responder de forma fidedigna o real consumo. Devido<br />

às variações da ingestão alimentar inerentes aos indivíduos e, também, à falta de padronização<br />

dos instrumentos de inquérito, é impossível que o consumo alimentar seja avaliado sem erros<br />

(COSTA et al., 2006).<br />

No estudo de Fornés et al. (2000) encontrou-se correlação significativamente positiva<br />

<strong>entre</strong> níveis de LDL e consumo de laticínios, carne vermelha, frango, ovos e carnes<br />

processadas.<br />

A correlação <strong>entre</strong> o estado nutricional, a hipercolesterolemia e a ingestão de lipídios<br />

não foi possível por meio de nenhum método estatístico, pois todos necessitam ou de dados<br />

quantitativos ou de pelo menos 25% das variáveis com freqüências maiores que cinco para<br />

poderem ser aplicados, o que não foi possível devido ao pequeno número da amostra.<br />

27


6 CONCLUSÃO<br />

Analisando-se os resultados, percebe-se um número elevado de indivíduos com<br />

excesso de peso que acompanha o aumento no consumo de alimentos gordurosos, e esta é<br />

uma realidade atual, pois vários estudos apontam que nos países em desenvolvimento é<br />

observado um aumento na densidade energética das dietas, principalmente devido a uma<br />

elevação no consumo de gordura, sedentarismo e um conseqüente aumento na prevalência da<br />

obesidade.<br />

A avaliação da adequação do perfil lipídico na população pode fornecer informações<br />

importantes sobre o cumprimento de protocolos de rastreamento e acompanhamento das<br />

dislipidemias, porém, os médicos que atendem na saúde coletiva solicitam menos o perfil<br />

lipídico dos seus pacientes, e esta menor cobertura pode indicar que os mesmos estão menos<br />

atentos à prevenção de doenças crônicas do que os médicos que atendem nos demais setores<br />

(DURO et al., 2008).<br />

Foram encontradas muitas dificuldades para se atingir um número maior de indivíduos<br />

na amostra. Um deles foi o local escolhido para a coleta de dados. No ambulatório<br />

universitário percebeu-se a falta de compromisso dos pacientes que muitas vezes marcam,<br />

mas não comparecem na consulta ou, quando comparecem, esquecem de trazer resultados de<br />

exames solicitados, por exemplo.<br />

Os resultados aqui apresentados têm claras aplicações em saúde coletiva, reforçando a<br />

necessidade de estratégias de promoção da saúde e de prevenção, no sentido de mudanças de<br />

hábitos e comportamentos, principalmente redução da ingestão de gordura saturada e trans,<br />

antes do aparecimento da hipercolesterolemia ou de qualquer dislipidemia.<br />

Embora não tenha sido possível a correlação dos dados obtidos, na população estudada<br />

os hábitos alimentares parecem contribuir substancialmente para variação no estado<br />

nutricional dos indivíduos.<br />

Desta forma, mais estudos são necessários para identificar padrões dietéticos da<br />

população regional para o desenvolvimento de programas de prevenção e controle da<br />

hipercolesterolemia.<br />

28


7 SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS<br />

Como é muito rara a solicitação do perfil lipídico completo no sistema público de<br />

saúde, sugere-se que a coleta de dados seja feita em instituições privadas como, por exemplo,<br />

em laboratórios de análises clínicas ou centros de tratamento de pacientes cardíacos, ou então,<br />

que sejam analisados apenas resultados de colesterol total (solicitação muito mais frequente).<br />

Ainda quanto à delimitação do estudo, dever-se-ia fazer a distinção dos indivíduos que<br />

utilizam medicamentos hipolipemiantes ou ainda que já estejam em acompanhamento médico<br />

ou nutricional para controle da hipercolesterolemia.<br />

Para que seja possível a aplicação de métodos estatísticos para correlação, os dados<br />

coletados deveriam ser quantitativos, para tanto se faria necessário outro tipo de inquérito<br />

alimentar. Sugere-se recordatório de 24 horas ou registro alimentar de três ou mais dias.<br />

Porém, este tipo de pesquisa exigiria maior tempo para coleta de dados.<br />

A realização deste tipo de trabalho na região de Blumenau é de grande importância,<br />

pois a população desta cidade apresenta diversas peculiaridades, seja na constituição física ou<br />

nos hábitos alimentares, e a maioria dos estudos de padrão de ingestão alimentar ou perfil<br />

lipídico e nutricional são feitos com indivíduos de outras regiões do Brasil.<br />

29


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35


Participante n°:______________<br />

Dados Pessoais<br />

APÊNDICE A – Instrumento de coleta de dados<br />

Nome:_______________________________________________________<br />

Idade:___________________Sexo:________________________________<br />

Telefone:________________<br />

Dados Antropométricos<br />

Peso atual:___________kg Estatura:__________m IMC:___________kg/m 2<br />

Dados Laboratoriais<br />

COL Total:_________mg/dl<br />

COL HDL:_________mg/dl<br />

COL LDL:_________mg/dl<br />

36


Questionário de Freqüência Alimentar (QFA)<br />

ALIMENTO QUANTAS VEZES VOCÊ COME UNIDADE PORÇÃO<br />

MÉDIA<br />

SUA<br />

PORÇÃO<br />

N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D S M A P M G<br />

Leite Integral 1xíc. chá<br />

Leite<br />

Desnatado<br />

Semi-<br />

1 xíc. chá<br />

Leite Desnatado 1 xíc. chá<br />

Iogurte Light 1 xíc. chá<br />

Iogurte Integral 1 xíc. chá<br />

Margarina 1 col chá<br />

Margarina Light 1 col chá<br />

Maionese<br />

Industrializada<br />

1 col chá<br />

Maionese<br />

Industrializada Light<br />

1 col chá<br />

Óleo de Soja/<br />

1 col chá<br />

Canola, etc.<br />

Azeite de Oliva 1 col chá<br />

Requeijão 1 col chá<br />

Requeijão Light 1 col chá<br />

Nata 1 col chá<br />

Creme de Leite 1 col chá<br />

Leite Condensado 1 col chá<br />

Doce de Leite 1 col chá<br />

Queijos Amarelos 1 fatia<br />

Queijos Brancos 1 fatia<br />

Salame/ Lingüiça 1 fatia<br />

Presunto 1 fatia<br />

Chester, perú, etc. 1 fatia<br />

Carne<br />

Gorda<br />

de Gado<br />

1 pedaço<br />

Carne<br />

Magra<br />

de Gado<br />

1 pedaço<br />

Carne de Porco 1 pedaço<br />

Carne de Frango<br />

1 pedaço<br />

com pele<br />

Carne de Frango<br />

1 pedaço<br />

sem pele<br />

Carne de Peixe 1 pedaço<br />

Salsicha 1 unidade<br />

Empanados 1 unidade<br />

Frituras 1 unidade<br />

Bolacha Recheada 1 unidade<br />

Bolacha Doce sem<br />

Recheio<br />

1 unidade<br />

Bolos 1 fatia<br />

Tortas e Doces de<br />

Padaria<br />

1 fatia<br />

Salgados de Padaria 1 unidade<br />

Frutas oleaginosas 1 unidade<br />

Ovo Inteiro 1 unidade<br />

Gema de Ovo 1unidade<br />

37


APÊNDICE B - Termo de consentimento livre e esclarecido para maiores de 18 anos<br />

1. Identificação do Projeto de Pesquisa<br />

Título do Projeto: <strong>Relação</strong> <strong>entre</strong> <strong>Estado</strong> <strong>Nutricional</strong>, Hipercolesterolemia e Ingestão de Lipídios de Adultos<br />

Atendidos em um Ambulatório.<br />

Área do Conhecimento: Ciências da Saúde<br />

Curso: Nutrição<br />

Número de sujeitos no centro: 0 Número total de sujeitos: 100<br />

Patrocinador da pesquisa: -<br />

Instituição onde será realizado: Fundação Universidade Regional de Blumenau<br />

Nome dos pesquisadores e colaboradores: Msc. Renata Labronici Bertin (professora orientadora do <strong>TCC</strong>).<br />

<strong>Isadora</strong> <strong>Amorim</strong> (Acadêmica do curso de Nutrição).<br />

Você está sendo convidado(a) a participar do projeto de pesquisa acima identificado. O documento abaixo<br />

contém todas as informações necessárias sobre a pesquisa que estamos fazendo. Sua colaboração neste estudo<br />

será de muita importância para nós, mas se desistir, a qualquer momento, isso não causará nenhum prejuízo a<br />

você.<br />

2. Identificação do Sujeito da Pesquisa<br />

Nome:<br />

Data de Nascimento: Nacionalidade:<br />

<strong>Estado</strong> Civil: Profissão:<br />

CPF/MF: RG:<br />

Endereço:<br />

Telefone: E-mail:<br />

3. Identificação do Pesquisador Responsável<br />

Nome: Renata Labronici Bertin<br />

Profissão: Nutricionista N. do Registro no Conselho: CRN-2 0065<br />

Endereço: Rua João Pessoa nº 740 Apt 603 Bloco B<br />

Telefone: (047) 3335.85.76 E-mail: rbertin@yahoo.com.br<br />

Eu, sujeito da pesquisa, abaixo assinado(a), concordo de livre e espontânea vontade em participar como<br />

voluntário(a) do projeto de pesquisa acima identificado. Discuti com o pesquisador responsável sobre a minha<br />

decisão em participar e estou ciente que:<br />

1. Os objetivos desta pesquisa são: Verificar se existe relação <strong>entre</strong> estado nutricional e níveis séricos<br />

elevados de colesterol e analisar a relação ente ingestão de lipídios e a prevalência de hipercolesterolemia<br />

(Níveis sanguíneos de colesterol elevados) na amostra populacional estudada;<br />

2. O procedimento para coleta de dados será realizado através de avaliação do estado nutricional pela<br />

aferição do peso e da altura,caracterização da ingestão de lipídios (gorduras) através de questionário de<br />

freqüência alimentar e observação de resultados de exames laboratoriais de colesterol total e suas frações<br />

(HDL e LDL);<br />

3. Os benefícios esperados são identificar as alterações do estado nutricional e sua relação com<br />

hipercolesterolemia e desta forma realizar orientação para modificações de hábitos alimentares com intuito<br />

38


de promover a qualidade de vida dos indivíduos;<br />

4. Os desconfortos e os riscos esperados são nulos;<br />

5. A minha participação neste projeto tem como objetivo contribuir para a pesquisa, permitindo um estudo<br />

sobre padrão alimentar (ingestão de gorduras), estado nutricional e níveis séricos de colesterol elevados;<br />

6. A minha participação é isenta de despesas e isenta de direitos referentes a remuneração;<br />

7. Tenho a liberdade de desistir ou de interromper a colaboração nesta pesquisa no momento em que desejar,<br />

sem necessidade de qualquer explicação.<br />

8. A minha desistência não causará nenhum prejuízo à minha saúde ou bem estar físico. Não virá interferir no<br />

tratamento médico recebido.<br />

9. Os resultados obtidos durante este estudo serão mantidos em sigilo, mas concordo que sejam divulgados<br />

em publicações científicas, desde que meus dados pessoais não sejam mencionados;<br />

10. Poderei consultar o pesquisador responsável (acima identificado), sempre que entender necessário obter<br />

informações ou esclarecimentos sobre o projeto de pesquisa e minha participação no mesmo.<br />

11. Tenho a garantia de tomar conhecimento, pessoalmente, do(s) resultado(s) parcial(is) e final(is) desta<br />

pesquisa.<br />

Declaro que obtive todas as informações necessárias e esclarecimento quanto às dúvidas por mim apresentadas<br />

e, por estar de acordo, assino o presente documento em duas vias de igual teor (conteúdo) e forma, ficando uma<br />

em minha posse.<br />

_____________( ), _____ de ____________ de ______.<br />

_________________________________ _________________________________<br />

Pesquisador Responsável pelo Projeto Sujeito da pesquisa e/ou responsável<br />

Testemunhas:<br />

_______________________________________ ___________________________________________<br />

Nome: Nome:<br />

RG: RG:<br />

CPF/MF: CPF/MF:<br />

Telefone: Telefone:<br />

39

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