Programa do Festival de Mafra. - Sapo
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A ti, ó filho glorioso <strong>do</strong> mérito,<br />
Te sejam dadas a vida e a segurança!<br />
A ti, cujas virtu<strong>de</strong>s se ajustam à tua nascença,<br />
Que todas as bençãos te sejam dadas!<br />
Espero <strong>de</strong> novo rever-te aqui na terra,<br />
Mas seguramente encontrar-nos-emos no céu.<br />
Theo<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> Han<strong>de</strong>l (“To Thee Glorious...”)<br />
Parte II, cena 5: Dueto Theo<strong>do</strong>ra & Didymus
1. Outubro<br />
Sáb. 21h30<br />
2. Outubro<br />
Dom. 17h00<br />
8. Outubro<br />
Sáb. 18h00<br />
9. Outubro<br />
Dom. 16h00<br />
9. Outubro<br />
Dom. 18h30<br />
15. Outubro<br />
Sáb. 16h00<br />
15. Outubro<br />
Sáb. 18h30<br />
16. Outubro<br />
Dom. 16h00<br />
16. Outubro<br />
Dom. 18h30<br />
IL CONCERTO DELLE DAME<br />
MARIA CRISTINA KIEHR, soprano<br />
JEAN-MARC AYMES, cravo, órgão e direcção<br />
CONCERTO SOAVE<br />
JOHANN SEBASTIAN BACH<br />
Variações Goldberg, BWV 988<br />
CHRISTIAN RIEGER, cravo<br />
Fim-<strong>de</strong>-Semana 1<br />
Fim-<strong>de</strong>-Semana 2<br />
MÚSICA para PIANO...<br />
...entre o SALÃO e o CONCERTO<br />
Chopin, Brahms, Debussy, Motta e Albéniz<br />
ARTUR PIZARRO, piano<br />
ENTRE BUENOS AIRES e LISBOA:<br />
<strong>de</strong> Astor Piazzolla a Vasco Men<strong>do</strong>nça<br />
PIAZZOLLA LISBOA<br />
ÁRIAS para FARINELLI<br />
(nos 300 anos <strong>do</strong> seu nascimento)<br />
Porpora, Ariosti, Sellitto, Hasse e C Broschi<br />
MAX EMANUEL CENCIC, contratenor<br />
STEFANO DEMICHELI, cravo e direcção<br />
LA TEMPESTA<br />
Fim-<strong>de</strong>-Semana 3<br />
LA VOCE nel VIOLINO<br />
Música Italiana <strong>do</strong>s séculos XVI e XVII<br />
ONOFRI, violino, KÖLL, harpa dupla, JALÔTO, cravo e órgão<br />
UM FIM <strong>de</strong> TARDE com MOZART<br />
‘Notturni’ para vozes e corni di bassetto & obras instrumentais<br />
Raquel Alão, Maria Luísa Tavares e Hugo Oliveira<br />
TRIO STADLER<br />
TRÊS SÉCULOS <strong>de</strong> MÚSICA ALEMÃ<br />
Beethoven, Brahms, Mahler e Schnittke<br />
MOSCOW PIANO QUARTET<br />
PORTUGAL: o Sentimento e o Espírito<br />
Nos 250 anos da morte <strong>de</strong> Francisco Antonio <strong>de</strong> Almeida<br />
Orlanda Isidro e J Seara, sopranos e F M Jalôto, cravo<br />
DIVINO SOSPIRO<br />
ENRICO ONOFRI, direcção musical
22. Outubro<br />
Sáb. 16hoo<br />
22. Outubro<br />
Sáb. 18h30<br />
22. Outubro<br />
Dom. 21h30<br />
23. Outubro<br />
Dom. 16h00<br />
23. Outubro<br />
Dom. 18h30<br />
28. Outubro<br />
Sex. 21h30<br />
29. Outubro<br />
Sáb. 21h30<br />
30. Outubro<br />
Dom. 18h00<br />
Fim-<strong>de</strong>-Semana 4<br />
SONATAS BARROCAS a 4<br />
Han<strong>de</strong>l, Telemann, Platti, CPE Bach,<br />
Hotetterre, Lanzetti e Domenico Scarlatti<br />
ENSEMBLE ZEFIRO<br />
BESTIAIRE d’AMOUR<br />
No Tempo <strong>do</strong>s Trova<strong>do</strong>res Franceses<br />
DIABOLUS IN MUSICA<br />
MÚSICA <strong>de</strong> SANTA CRUZ<br />
Música renascentista portuguesa para vozes e órgão<br />
Dominique Ferran, órgão<br />
ENSEMBLE JACHET <strong>de</strong> MANTOUE<br />
UNE FÊTE GALANTE<br />
Música francesa <strong>do</strong> tempo da Regência<br />
ENSEMBLE LUDOVICE<br />
DA CAPELA <strong>do</strong> CAMPO SANTO...<br />
...ao JARDIM <strong>do</strong> CLAUSTRO NORTE<br />
Música sacra e profana da Renascença<br />
ENSEMBLE JACHET <strong>de</strong> MANTOUE<br />
Fim-<strong>de</strong>-Semana 5<br />
DERRADEIRAS SONATAS<br />
<strong>de</strong> FRANZ SCHUBERT<br />
Improviso D 899 n º 1, Sonatas D 959 & D 960<br />
ANDREAS STAIER, pianoforte<br />
(pianoforte Paul McNulty segun<strong>do</strong> um Conrad Graf, 1819)<br />
MÚSICA para TROMPETE e ÓRGÃO,<br />
ao LONGO <strong>do</strong>s SÉCULOS...<br />
Tallis, Byrd, Sweelinck, Viviani, Purcell,<br />
Han<strong>de</strong>l, Marcello, Hovhaness, Weeks, etc<br />
ALISON BALSOM, trompete<br />
COLM CAREY, órgão<br />
MOZART e o PIANOFORTE<br />
Fantasia K 475, Variações K 455,<br />
Sonatas K 282, 332 & 331 (Alla Turca)<br />
ANDREAS STAIER, pianoforte<br />
(pianoforte Paul McNulty segun<strong>do</strong> um A Walter, ca.1802)
Sába<strong>do</strong>, 1 Outubro, 21h30<br />
IL CONCERTO DELLE DAME<br />
Música sacra e profana <strong>do</strong> Seicento Italiano<br />
CONCERTO SOAVE<br />
MARIA CRISTINA KIEHR, soprano<br />
Mara GALASSI, harpa<br />
Monica PUSTILNIK, arquialaú<strong>de</strong><br />
Sylvie MOQUET, viola da gamba<br />
JEAN-MARC AYMES, cravo, órgão e direcção musical<br />
O aparecimento <strong>de</strong> talentosas compositoras no <strong>de</strong>curso <strong>do</strong> século<br />
XVII é um fenómeno isola<strong>do</strong> na história da música, sen<strong>do</strong> a mais<br />
famosa das suas figuras Barbara Strozzi, filha <strong>do</strong> libretista <strong>de</strong><br />
Claudio Monteverdi. Este concerto articula-se em duas partes,<br />
sen<strong>do</strong> a primeira (“Il concerto da chiesa”) <strong>de</strong>dicada a peças sacras<br />
com os músicos vira<strong>do</strong>s para o la<strong>do</strong> Norte da Biblioteca e a segunda<br />
a obras <strong>de</strong> inspiração profana (“Il concerto da Camera”) com os<br />
músicos tocan<strong>do</strong> e cantan<strong>do</strong> para o Sul da Biblioteca. Nesta época,<br />
a figura feminina ocupava um lugar central na música italiana. A<br />
mulher “sacra” (Virgem Maria, Maria Madalena) ou a “profana”<br />
(agressiva ou ofendida), foram repetidamente exaltadas. Os gran<strong>de</strong>s<br />
lamenti são disso ilustrações comoventes. Entre as peças sacras em<br />
concerto, um <strong>de</strong>staque para o Salve Regina <strong>de</strong> Barbara Strozzi, os<br />
motetes <strong>de</strong> Caterina Assandra e Isabella Leonarda, e o Stabat Mater<br />
<strong>de</strong> Giovanni Felice Sances. Das composições profanas, salientam-se<br />
a Prosepina Gelosa, <strong>do</strong> mesmo Sances, bem como as realizações <strong>de</strong><br />
Frescobaldi, Francesca Caccini e ainda as árias <strong>do</strong> Amante Segreto<br />
<strong>de</strong> Barbara Strozzi. As obras instrumentais, igualmente escritas<br />
por gran<strong>de</strong>s compositores da época, foram escolhidas como uma<br />
espécie <strong>de</strong> extensão da atmosfera das peças vocais.
Domingo, 2 <strong>de</strong> Outubro, 17h00<br />
JOHANN SEBASTIAN BACH<br />
Variações Goldberg, BWV 988<br />
CHRISTIAN RIEGER, cravo<br />
Concerto associa<strong>do</strong> a uma visita ao<br />
Paláciover página das informações.<br />
Vértice da produção <strong>de</strong> tecla <strong>de</strong> Bach e resumo <strong>de</strong> toda a sua arte<br />
como compositor, as Variações Goldberg fecham o ciclo das quatro<br />
colecções <strong>do</strong>s “Clavier Übung” e po<strong>de</strong>m ser vistas como ponto <strong>de</strong><br />
partida das gran<strong>de</strong>s composições especulativas <strong>do</strong> final da sua vida:<br />
a Oferenda Musical, as Variações Canónicas e A Arte da Fuga. Tal<br />
como disse Alberto Basso, em livro <strong>de</strong>dica<strong>do</strong> ao compositor, estas<br />
situam-se a meio caminho entre “ars” e “scientia”, entre a “musica<br />
pratica” e a “musica theoretica”. Bach completou esta exploração<br />
sistemática da escrita para tecla<strong>do</strong> e iniciou o seu testamento<br />
musical com estas obras, inteiramente centradas na i<strong>de</strong>ia da<br />
variação no seu senti<strong>do</strong> mais amplo, levan<strong>do</strong> à completa exaustão as<br />
possibilida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> tema, ao mesmo tempo que levava até às últimas<br />
consequências a arte da escrita polifónica, em especial <strong>do</strong> cânone.<br />
De facto, a variação é talvez o género que melhor se adapta ao seu<br />
i<strong>de</strong>al intelectual e espiritual da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro da diversida<strong>de</strong>. Nos<br />
seus <strong>de</strong>z últimos <strong>de</strong> vida, Bach parece ter-se aproxima<strong>do</strong> mais <strong>do</strong><br />
que nunca <strong>de</strong>ssa i<strong>de</strong>ia da arte musical como ciência (recor<strong>de</strong>-se o<br />
quadrivium medievo, on<strong>de</strong> a música surgia ao la<strong>do</strong> da aritmética,<br />
geometria e astronomia), isolan<strong>do</strong>-se numa espécie <strong>de</strong> torre <strong>de</strong><br />
marfim, preenchida com alusões cabalísticas, enigmas e números<br />
secretos. Combinan<strong>do</strong> o prazer lúdico com a lógica musical numa<br />
grandiosa síntese, Bach reúne todas as possibilida<strong>de</strong>s virtuosísticas<br />
e contrapontísticas que oferece um cravo <strong>de</strong> <strong>do</strong>is tecla<strong>do</strong>s evocan<strong>do</strong>,<br />
<strong>de</strong> forma admirável, os principais géneros e estilos da música <strong>de</strong><br />
to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> barroco, edifican<strong>do</strong> uma das mais geniais obras<br />
artísticas <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os tempos.
Sába<strong>do</strong>, 8 <strong>de</strong> Outubro, 18h00<br />
MÚSICA para PIANO,<br />
entre o SALÃO e o CONCERTO...<br />
ARTUR PIZARRO, piano<br />
Internacionalmente reconheci<strong>do</strong> pelo invulgar virtuosismo e<br />
lirismo poético das suas interpretações, Pizarro toca assiduamente<br />
com as maiores orquestras mundiais e prestigia<strong>do</strong>s maestros, como<br />
Salonen, Sir Andrew Davis, Dutoit, Welser-Most e Sir Simon<br />
Rattle. Aparece também na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> solista ou <strong>de</strong> músico <strong>de</strong><br />
câmara. Surge em recital nas mais afamadas salas <strong>de</strong> concerto e<br />
festivais <strong>de</strong> to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>. Na área música <strong>de</strong> câmara, trabalha<br />
com Oleg, Altenburger, Mork, Hoffmann e Quartetos Saint Lawrence<br />
e Muir. No próximo mês <strong>de</strong> Novembro The Artur Pizarro Piano<br />
Trio (com o violinista Oleg e a violoncelista J Knight) estreia-se<br />
no Wigmore Hall <strong>de</strong> Londres. Já realizou um enorme número<br />
<strong>de</strong> gravações, todas distinguidas pela crítica. Em 2003, saiu um<br />
CD com sonatas para piano <strong>de</strong> Beethoven. Este registo recebeu o<br />
aplauso entusiástico da revista Gramophone: “Que ninguém diga que<br />
já não há espaço para nova série <strong>de</strong> obras-primas quan<strong>do</strong> o pianista tem este tipo<br />
<strong>de</strong> energia recreativa e exuberância.” Na temporada 2003/04 tocou a<br />
integral das sonatas para piano <strong>de</strong> Beethoven em Londres. Emiti<strong>do</strong>s<br />
na BBC, estes concertos valeram-lhe a nomeação para Best Series<br />
Price da Royal Philharmonic Society. Já este ano, saiu um novo CD<br />
(“Reminiscences”) com obras <strong>de</strong> Chopin. O 1º Volume da integral<br />
para piano solo <strong>de</strong> Rodrigo, obteve entretanto o Editors Choice da<br />
Gramophone. Dos projectos para 2005/06, constam as integrais<br />
para piano solo <strong>de</strong> Ravel e Debussy. Para o IX <strong>Festival</strong> <strong>de</strong> <strong>Mafra</strong>,<br />
escolheu um programa que vai <strong>de</strong> Chopin a Vianna da Motta,<br />
passan<strong>do</strong> por Brahms, Debussy e Albéniz, compositores cuja<br />
fascinante literatura para piano lhe é particularmente familiar.
Domingo, 9 <strong>de</strong> Outubro, 16h00<br />
ENTRE BUENOS AIRES E LISBOA:<br />
<strong>de</strong> Astor Piazzolla a Vasco Men<strong>do</strong>nça (*)<br />
PIAZZOLLA LISBOA<br />
António CARRILHO, flautas <strong>de</strong> bisel<br />
E<strong>do</strong>ar<strong>do</strong> SBAFFI, violoncelo<br />
Paulo PACHECO, piano<br />
Este grupo <strong>de</strong> músicos começou a trabalhar em conjunto aquan<strong>do</strong><br />
<strong>de</strong> um concerto <strong>de</strong> professores <strong>do</strong> Instituto Gregoriano <strong>de</strong> Lisboa,<br />
no qual leccionam. O seu interesse em tocar obras que saíssem <strong>do</strong>s<br />
parâmetros condicionantes <strong>do</strong>s instrumentos envolvi<strong>do</strong>s (flauta <strong>de</strong><br />
bisel, violoncelo e piano), levou-os a procurar nos tangos <strong>de</strong> Astor<br />
Piazzolla o ponto <strong>de</strong> partida para a estruturação <strong>de</strong> programas<br />
<strong>de</strong> concerto on<strong>de</strong> a execução <strong>de</strong> obras contemporâneas ocupasse<br />
um lugar privilegia<strong>do</strong>, com especial incidência no trabalho <strong>de</strong><br />
autores portugueses cujo mérito já foi reconheci<strong>do</strong> além fronteiras.<br />
Para o IX <strong>Festival</strong> <strong>de</strong> <strong>Mafra</strong>, o Piazzolla Lisboa traz um conjunto<br />
heterogéneo <strong>de</strong> obras, centrada nas Estaciones Porteñas <strong>de</strong> Astor<br />
Piazzolla (Invierno, Primavera, Verano & Otoño), com as quais se<br />
articulam peças <strong>de</strong> música folclórica e contemporânea <strong>de</strong> autores<br />
como Hirose, Lund, Ibert, Lopes-Graça, Sérgio Azeve<strong>do</strong>, Virgílio<br />
Melo e Vasco Men<strong>do</strong>nça - jovem compositor português, nasci<strong>do</strong><br />
em 1977, <strong>de</strong> quem será tocada uma obra encomendada pelo IX<br />
<strong>Festival</strong> <strong>de</strong> <strong>Mafra</strong>. Vasco Men<strong>do</strong>nça é um <strong>do</strong>s músicos que coopera<br />
com o Piazzolla Lisboa na reconstrução, arranjos e criação <strong>de</strong> novas<br />
obras, tal como Virgílio Melo e Ivan Moody. Este concerto é<br />
pois uma ocasião para ouvir um notável agrupamento <strong>de</strong> câmara,<br />
oferecen<strong>do</strong> ainda a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escutar obras inéditas.<br />
(*) - Obra encomendada pelo <strong>Festival</strong> Internacional <strong>de</strong> Música <strong>de</strong> <strong>Mafra</strong>.
Domingo, 9 <strong>de</strong> Outubro, 18h30<br />
ÁRIAS PARA FARINELLI (nos 300 anos <strong>do</strong> seu nascimento)<br />
Porpora, Ariosti, Hasse, Sellitto e Carlo Broschi<br />
LA TEMPESTA<br />
Marco LIGAS, Alberto SANNA, violinos<br />
Alessandro PUGGIONI, viola<br />
Marco TESTORI, violoncelo<br />
Paolo ZUCCHERI, contrabaixo<br />
STEFANO DEMICHELI, cravo e direcção musical<br />
MAX EMANUEL CENCIC, contratenor<br />
Quan<strong>do</strong> Farinelli chegou a Londres, Han<strong>de</strong>l já aí vivia gozan<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong> reputação com as óperas que fez subir à cena com talentosos<br />
artistas, incluin<strong>do</strong> celebrida<strong>de</strong>s como Senesino. Porpora chegou a<br />
Londres antes <strong>de</strong> Farinelli, on<strong>de</strong> achou a Opera of Nobility: um<br />
novo projecto ia nascer num novo teatro, expressamente concebi<strong>do</strong><br />
para rivalizar com o teatro que Han<strong>de</strong>l dirigia. Porpora tornou-se<br />
o seu director artístico e levou até ele Farinelli, que logo se tornou<br />
a maior estrela da Opera of Nobility. O castrato já era famoso em<br />
toda a Europa, ten<strong>do</strong> conquista<strong>do</strong> uma invulgar reputação graças<br />
à prodigiosa técnica vocal adquirida em anos <strong>de</strong> experiência nos<br />
gran<strong>de</strong>s teatros italianos, a qual magnetizava os auditórios. Muitos<br />
artistas da Casa <strong>de</strong> Ópera <strong>de</strong> Han<strong>de</strong>l cantaram para Porpora, como<br />
Senesino, que contribuiu mesmo para a inauguração da Opera of<br />
Nobility. Inversamente, Farinelli nunca cantou para Han<strong>de</strong>l. Em<br />
Londres, Farinelli foi um <strong>de</strong>us: recebeu o dinheiro que quis e todas<br />
as honras possíveis, sen<strong>do</strong> a<strong>do</strong>ra<strong>do</strong> aon<strong>de</strong> quer que se <strong>de</strong>slocasse.<br />
Em estreia mundial mo<strong>de</strong>rna, será ouvida neste concerto uma ária<br />
<strong>do</strong> próprio punho <strong>de</strong> Farinelli, inédita nos nossos dias.
Sába<strong>do</strong>, 15 <strong>de</strong> Outubro, 16h00<br />
LA VOCE NEL VIOLINO:<br />
Música Italiana <strong>do</strong>s Séculos XVI e XVII<br />
Enrico ONOFRI, violino e direcção musical<br />
Margret KÖLL, harpa dupla “a tre registri”<br />
Fernan<strong>do</strong> Miguel JALÔTO, cravo e órgão<br />
O título <strong>de</strong>ste concerto tem por referência o papel <strong>do</strong> violino na<br />
primeira meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> século XVII, época <strong>de</strong> extrema criativida<strong>de</strong>,<br />
na qual os instrumentos principiaram a ganhar individualida<strong>de</strong> e<br />
in<strong>de</strong>pendência, afastan<strong>do</strong>-se gradualmente <strong>do</strong> seu antigo papel <strong>de</strong><br />
meros acompanhantes das vozes. Até então, instrumentos como o<br />
violino, que não tinham repertório próprio, <strong>do</strong>bravam, por assim<br />
dizer, as vozes, fosse na música sacra, fosse na profana. Nas raras<br />
alturas em que eram usa<strong>do</strong>s como voz principal, limitavam-se a<br />
tocar “diminuições”, isto é, variações <strong>de</strong> peças já conhecidas. Outro<br />
<strong>do</strong>s seus usos era a execução <strong>de</strong> danças, improvisan<strong>do</strong> melodias<br />
segun<strong>do</strong> os mo<strong>de</strong>los da época. No início <strong>do</strong> Sec. XVII, o violino<br />
conheceu a sua emancipação <strong>do</strong> repertório vocal graças à edição<br />
das primeiras peças expressamente compostas para ele. Porém, e a<br />
<strong>de</strong>speito <strong>do</strong> esforço investi<strong>do</strong> na procura <strong>de</strong> uma linguagem que lhe<br />
fosse inteiramente própria, a verda<strong>de</strong> é que o repertório violinístico<br />
da época seiscentista continuou fortemente liga<strong>do</strong> à tradição <strong>do</strong><br />
canto, a tal ponto que a escrita <strong>de</strong> muitas das sonatas aparecidas<br />
era frequentemente idêntica à concebida para a linguagem vocal.<br />
Não é pois por acaso que os trata<strong>do</strong>s <strong>do</strong> violino <strong>de</strong>sse tempo <strong>de</strong><br />
que há conhecimento, falem <strong>do</strong> instrumento como o mais perfeito<br />
imita<strong>do</strong>r da voz humana, pedin<strong>do</strong> aos músicos que se mantivessem<br />
fiéis a essa especificida<strong>de</strong> sonora, “<strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a atingir a perfeição<br />
da voz, comoven<strong>do</strong> os auditórios”.
Sába<strong>do</strong>, 15 <strong>de</strong> Outubro, 18h30<br />
UM FIM DE TARDE COM MOZART:<br />
“Notturni” para 3 vozes e 3 corni di bassetto & obras instrumentais<br />
TRIO STADLER<br />
Eric HOEPRICH, Albert GUMÍ & Carlos RIERA, corni di bassetto<br />
R Alão, soprano, M L Tavares, meio-soprano & H Oliveira, barítono<br />
“Este instrumento exprime a <strong>do</strong>r...<br />
Quan<strong>do</strong> faz árias alegres, aí mistura ainda uma certa cor <strong>de</strong> tristeza.<br />
Se se dançasse na prisão, queria que fosse ao som <strong>do</strong> clarinete.”<br />
André Grety, Essais sur la Musique (1789-97)<br />
O corno di bassetto surgiu cerca <strong>de</strong> 1760, sen<strong>do</strong> um clarinete contralto<br />
em Fá; o seu invento é atribuí<strong>do</strong> aos Mayrhofer <strong>de</strong> Passau. Vinte<br />
anos mais tar<strong>de</strong>, em Presburgo, apareceu o mo<strong>de</strong>lo aperfeiçoa<strong>do</strong> por<br />
Theo<strong>do</strong>r Lotz que <strong>de</strong>u ao tubo outro formato. Estes instrumentos<br />
tiveram gran<strong>de</strong> êxito graças a uma outra cópia <strong>do</strong>s irmãos Johann<br />
Nepomuk e Anton Stadler, exímios clarinetistas vienenses. Deve-se<br />
a Stadler, companheiro da loja maçónica e instiga<strong>do</strong>r e cúmplice<br />
da vida boémia <strong>de</strong> Mozart, que o corno di bassetto, <strong>de</strong> melancólico<br />
timbre nocturno, passou a integrar a paleta orquestral <strong>do</strong> último<br />
<strong>de</strong>cénio mozartiano: O rapto <strong>do</strong> Serralho, A clemência <strong>de</strong> Tito, A flauta<br />
mágica, Requiem, etc. Não foi só no teatro e igreja (ou na variante<br />
laica e iluminista da igreja que era a loja maçónica), mas também<br />
em obras <strong>do</strong>mésticas, que Mozart ganhou gosto pelos empastes<br />
tímbricos <strong>de</strong> enorme requinte, que marcam a sua maturida<strong>de</strong>. Foi<br />
no hospitaleiro ambiente da casa Jacquin e <strong>de</strong> amigos melómanos,<br />
que foram toca<strong>do</strong>s os 5 Divertimenti para sopros. Nesse local afável,<br />
foram igualmente ouvi<strong>do</strong>s pela primeira vez os “Notturni” para três<br />
vozes e corni di bassetto.
Domingo, 16 <strong>de</strong> Outubro, 16h00<br />
TRÊS SÉCULOS DE MÚSICA ALEMÃ<br />
Obras <strong>de</strong> Beethoven, Brahms, Mahler & Schnittke<br />
MOSCOW PIANO QUARTET<br />
Alexei EREMINE, piano<br />
José PEREIRA, violino<br />
Alexandre DELGADO, viola<br />
Guenrich ELESSINE, violoncelo<br />
A música <strong>de</strong> câmara é um <strong>do</strong>s géneros musicais mais importantes,<br />
não só pelo seu vasto repertório, mas porque é a base estrutural<br />
da música. Uma sinfonia não é mais que a expansão <strong>de</strong> um grupo<br />
camarístico, já que as bases acústicas da orquestra são as mesmas,<br />
mas mais límpidas na música <strong>de</strong> câmara. Se a sinfonia, no seu<br />
colori<strong>do</strong> <strong>de</strong> timbres, po<strong>de</strong> ocultar certos “erros” <strong>de</strong> coerência<br />
formal e coesão semântica, nas peças <strong>de</strong> câmara tais erros não<br />
po<strong>de</strong>m ter lugar: o autor não tem on<strong>de</strong> se apoiar, a não ser na<br />
própria música. Para muitos essa limpi<strong>de</strong>z torna-o o mais puro <strong>do</strong>s<br />
géneros musicais. Beethoven, Brahms, Mahler e Schnittke, foram os<br />
músicos eleitos para este concerto. Distam 107 anos entre a morte<br />
<strong>do</strong> primeiro e o nascimento <strong>do</strong> último. Foram porém testemunhas<br />
e protagonistas <strong>de</strong> três séculos da arte musical, que conheceram<br />
profundas mudanças no mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalhar o idioma <strong>do</strong> seu<br />
ofício. Do classicismo <strong>de</strong> Beethoven ao “neo-classicismo” <strong>de</strong> Brahms,<br />
das inovações <strong>de</strong> Mahler (cujas sinfonias <strong>de</strong>notam tanta vez um<br />
projecto camarístico) ao “experimentalismo” <strong>de</strong> Schnittke, um russo<br />
<strong>de</strong> origem alemã, cuja obra revela a influência clássica sem esquecer<br />
o mais ousa<strong>do</strong> da sua época, este é um concerto on<strong>de</strong> o criterioso<br />
programa é apoia<strong>do</strong> pelo virtuosismo <strong>de</strong> intérpretes, que nos abrem<br />
uma perspectiva singular sobre “Três Séculos <strong>de</strong> Música Alemã”.
Domingo, 16 <strong>de</strong> Outubro, 18h30<br />
PORTUGAL: O SENTIMENTO E O ESPÍRITO<br />
Nos 250 anos da morte <strong>de</strong> Francisco Antonio <strong>de</strong> Almeida<br />
Solistas: Orlanda Velez ISIDRO e Joana SEARA, sopranos<br />
Fernan<strong>do</strong> Miguel JALÔTO, cravo<br />
DIVINO SOSPIRO<br />
ENRICO ONOFRI, direcção musical<br />
O séc. XVIII foi um <strong>do</strong>s tempos mais ricos da história da música<br />
portuguesa, contan<strong>do</strong> com um investimento <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r real a nível<br />
da produção, execução, importação <strong>de</strong> músicos e repertório e<br />
formação <strong>de</strong> intérpretes e compositores. De maneiras diversas os<br />
sucessivos monarcas - D. João V (1707-1750), D. José I (1750-<br />
1777) e D. Maria I (1777-1816) - serviram-se da música como<br />
estratégia simbólica <strong>de</strong> representação <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r régio. Esta foi ainda<br />
uma época fortemente marcada por uma crescente influência <strong>do</strong>s<br />
mo<strong>de</strong>los italianos, que os compositores portugueses absorveram e<br />
adaptaram <strong>de</strong>pois ao contexto local e à sua própria inspiração.<br />
Apesar <strong>de</strong> uma enorme quantida<strong>de</strong> <strong>do</strong> repertório português <strong>de</strong>sta<br />
época estar por editar, é possível <strong>de</strong>tectar, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> claro, ligações<br />
com vários <strong>do</strong>s estilos que marcaram a música setecentista no Sul<br />
da Europa, <strong>do</strong> barroco à formação <strong>do</strong> classicismo, passan<strong>do</strong> pelo<br />
estilo galante e até por alguns traços paralelos à Empfindsamkeit<br />
germânica. Francisco Antonio <strong>de</strong> Almeida, provavelmente vítima<br />
<strong>do</strong> terramoto <strong>de</strong> 1755, foi uma das gran<strong>de</strong>s figuras da música<br />
portuguesa <strong>do</strong> século XVIII. Compôs a primeira ópera italiana<br />
representada em Lisboa (La pazienza di Socrate, 1733), gozan<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
consi<strong>de</strong>rável reconhecimento também em Itália. Este concerto<br />
presta-lhe também a <strong>de</strong>vida homenagem.
Sába<strong>do</strong>, 22 <strong>de</strong> Outubro, 16h00<br />
SONATAS BARROCAS A 4<br />
Han<strong>de</strong>l, Telemann, CPE Bach, D Scarlatti, etc.<br />
ZEFIRO<br />
Alfre<strong>do</strong> BERNARDINI, oboé<br />
Alberto GRAZZI, fagote<br />
Gaetano NASILLO, violoncelo<br />
Luca GUGLIELMI, cravo<br />
Na mitologia grega, Zéfiro era o Rei dócil <strong>do</strong> Vento Oeste. Em<br />
1989, Bernardini e Grazzi, músicos <strong>de</strong> famosas orquestras barrocas,<br />
criaram o Zefiro, conjunto versátil especializa<strong>do</strong> no século XVIII,<br />
com relevo para o instrumentário <strong>de</strong> sopro. Já tocou nos principais<br />
festivais <strong>de</strong> música, on<strong>de</strong> obteve o entusiástico aplauso <strong>do</strong> público<br />
e crítica, surgin<strong>do</strong> agora pela primeira vez em Portugal. O registo<br />
discográfico <strong>de</strong> sonatas <strong>de</strong> Zelenka e peças para sopros <strong>de</strong> Mozart,<br />
receberam gran<strong>de</strong>s prémios (como o Grand Prix du Disque), os<br />
quais, com os concertos e digressões já efectua<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>ram ao<br />
grupo um lugar ímpar neste repertório. Em CDs (Ambroisie), o<br />
Zefiro proce<strong>de</strong>u à reabilitação <strong>de</strong> notáveis mas ignora<strong>do</strong>s autores<br />
<strong>do</strong> final <strong>do</strong> século XVIII, como Druschetzky e Gatti. Em 1999<br />
a televisão belga convi<strong>do</strong>u-o para um filme sobre Vivaldi. Outros<br />
CDs contemplam a Water Music <strong>de</strong> Han<strong>de</strong>l e a Wassermusik <strong>de</strong><br />
Telemann, arranjos para instrumentos <strong>de</strong> sopro <strong>de</strong> óperas <strong>de</strong><br />
Mozart e Concerti per vari strumenti <strong>de</strong> Vivaldi num projecto que<br />
visa a integral das obras <strong>do</strong> veneziano conservadas no espólio da<br />
Biblioteca da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Turim. As peças escolhidas para este<br />
concerto dão-nos não só uma ampla perspectiva sobre a forma da<br />
Sonata a 4 barroca, como oferecem ainda uma rara ocasião <strong>de</strong> ouvir<br />
o magnífico virtuosismo <strong>de</strong> instrumentistas <strong>de</strong> eleição.
Sába<strong>do</strong>, 22 <strong>de</strong> Outubro, 18h30<br />
BESTIAIRE D’AMOUR:<br />
No Tempo <strong>do</strong>s Trova<strong>do</strong>res Franceses<br />
DIABOLUS IN MUSICA<br />
Aino Lund LAVOIPIERRE, soprano<br />
Raphaël BOULAY, tenor<br />
Jean-Paul RIGAUD, barítono<br />
Evelyne MOSER, vielas medievais<br />
ANTOINE GUERBER, harpa, percussão e direcção musical<br />
Claudio Mateus, narra<strong>do</strong>r<br />
Concerto associa<strong>do</strong> a uma visita ao Palácio:<br />
(ver página das informações)<br />
As canções <strong>do</strong>s trova<strong>do</strong>res são o arquétipo da expressão artística <strong>de</strong><br />
um momento singular <strong>do</strong> feudalismo francês. O amor cortês era o<br />
tema principal. No século XII, uma conjuntura social, económica<br />
e climática favorável, originou uma nova arte <strong>de</strong> viver e intensos<br />
anseios amorosos. A socieda<strong>de</strong> feudal era como que uma pirâmi<strong>de</strong>:<br />
a nobreza acumulava imensas riquezas; o património das gran<strong>de</strong>s<br />
famílias solidificava-se. O problema da transmissão <strong>de</strong>sses bens tornou-se<br />
vital, dan<strong>do</strong>-se enorme importância às alianças familiares,<br />
casamentos e, logo, à vigilância das mulheres. Os filhos mais novos<br />
das famílias abastadas eram <strong>de</strong>serda<strong>do</strong>s, sem esperança <strong>de</strong> conseguir<br />
um casamento rico. O amor cortês assumiu o papel <strong>de</strong> jogo social,<br />
reserva<strong>do</strong> a círculos aristocráticos. Fiscalizava os enlevos <strong>do</strong>s jovens<br />
nobres, pois a dama <strong>do</strong> amante cortês era inacessível: o seu estatuto<br />
social era mais alto. As canções <strong>do</strong>s trova<strong>do</strong>res fazem eco <strong>de</strong>ssas<br />
tensões amorosas. No Bestiaire d’Amour, o poeta, amante infeliz,<br />
narra autobiograficamente as vias pelas quais se ace<strong>de</strong> ao coração<br />
<strong>de</strong> uma dama, os ro<strong>de</strong>ios da estratégia amorosa cortês. Os animais,<br />
extraí<strong>do</strong>s ao bestiário, fixam as posturas e iniciativas <strong>do</strong> amante e<br />
sua dama, caricaturan<strong>do</strong> os temas próprios da lírica cortês.
Sába<strong>do</strong>, 22 <strong>de</strong> Outubro, 21h30<br />
MÚSICA DE SANTA CRUZ<br />
Música Renascentista Portuguesa para vozes e órgão<br />
ENSEMBLE JACHET DE MANTOUE<br />
Raoul LE CHENADEC, contratenor<br />
Thierry BRÉHU & Eric RAFFARD, tenores<br />
James GOWINGS, barítono<br />
Philippe ROCHE, baixo<br />
Dominique FERRAN, órgão<br />
A biblioteca da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Coimbra possui inúmeros<br />
manuscritos, tesouros da música portuguesa <strong>do</strong> Renascimento,<br />
oriun<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s Livros <strong>de</strong> coro <strong>do</strong> mosteiro <strong>de</strong> Santa Cruz. Como<br />
resulta<strong>do</strong> da pesquisa <strong>de</strong> tais fontes a primeira parte <strong>de</strong>ste programa<br />
(para voz e órgão) centra-se em <strong>do</strong>is <strong>de</strong>sses manuscritos inéditos,<br />
que datam <strong>de</strong> 1540-1550, época situada no reina<strong>do</strong> <strong>de</strong> D. João<br />
II <strong>de</strong> Portugal, cunha<strong>do</strong> <strong>de</strong> Carlos V <strong>de</strong> Espanha. Uma magnífica<br />
missa “sine nomine” atribuída a Antonio <strong>de</strong> Ribera, obras vocais <strong>de</strong><br />
Pedro <strong>de</strong> Cristo, peças para órgão <strong>de</strong> Lacerna e A C Braga abrem e<br />
fecham a primeira parte <strong>do</strong> concerto. Na segunda, reencontramos<br />
o século XVII, agora já sob a soberania <strong>de</strong> D. João IV, cujo reina<strong>do</strong><br />
principiou logo após a reconquista da in<strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> Portugal.<br />
Este rei, apaixona<strong>do</strong> da música, inaugurou uma efervescente época<br />
na arte portuguesa, que viu nascer magníficas obras compostas por<br />
mestres da Capela Real <strong>de</strong> Lisboa: Carreira, Garro e Morago são<br />
os compositores representa<strong>do</strong>s. Este concerto é uma rara ocasião<br />
para <strong>de</strong>scobrir a via original seguida por Portugal e emocionarmonos<br />
com o brilho da sua música, seja nas peças a capella (ou com<br />
acompanhamento ao órgão), seja nas obras para órgão a solo.
Domingo, 23 <strong>de</strong> Outubro, 16h00<br />
UNE FÊTE GALANTE<br />
Música Francesa <strong>do</strong> Tempo da Regência<br />
LUDOVICE ENSEMBLE<br />
Orlanda Velez ISIDRO, soprano<br />
Joana AMORIM, traverso<br />
Sofia DINIZ, viola da gamba<br />
Fernan<strong>do</strong> Miguel JALÔTO, cravo<br />
“La vague <strong>de</strong>vient tendre, et le tout près, lointain” (Proust)<br />
Musicalmente, a Regência trouxe uma mudança <strong>de</strong> gosto e estilo.<br />
Os novos ventos <strong>de</strong> Itália varreram o mun<strong>do</strong> da música <strong>de</strong> câmara,<br />
vocal e instrumental, embora o universo conserva<strong>do</strong>r da ópera não<br />
lhe tenha si<strong>do</strong> indiferente. Em mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século XVII, cresceu a<br />
rivalida<strong>de</strong> entre os estilos italiano e francês. Segun<strong>do</strong> teóricos da<br />
época, o primeiro era teatral, espontâneo, imprevisível, apaixona<strong>do</strong>,<br />
virtuosístico, teatral: “la vivacité italienne”. O segun<strong>do</strong> era refina<strong>do</strong>,<br />
terno, rebusca<strong>do</strong> mas austero, subtil embora previsível: “la <strong>do</strong>uceur<br />
française”. Tinham porém o mesmo i<strong>de</strong>al: a Natureza <strong>de</strong>via ser a<br />
inspiração e mo<strong>de</strong>lo da Arte. No início <strong>do</strong> novo século os <strong>do</strong>is<br />
estilos tinham os seus í<strong>do</strong>los: pela França, um italiano emigra<strong>do</strong>,<br />
sobre-inten<strong>de</strong>nte da música da corte <strong>do</strong> Rei-Sol: Lully. Faleci<strong>do</strong><br />
em 1687, foi estima<strong>do</strong> e imita<strong>do</strong> até à Revolução Francesa; pela<br />
Itália e no rumo <strong>de</strong> M-A Charpentier, rival <strong>de</strong> Lully, campeavam<br />
Couperin, Leclair, Campra, Hottetterre e Montéclair, entre outros.<br />
Foram estes, hoje consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s os gran<strong>de</strong>s representantes da escola<br />
francesa que, na ânsia <strong>de</strong> repudiar a tutela <strong>de</strong> Lully, assumiram a<br />
sedução pela música italiana. Este concerto ilustra o crepuscular<br />
encanto <strong>de</strong> uma “Fête Galante” et sa <strong>do</strong>uceur française.
Domingo, 23 <strong>de</strong> Outubro, 18h30<br />
DA CAPELA DO CAMPO SANTO...<br />
...AO JARDIM DO CLAUSTRO NORTE<br />
ENSEMBLE JACHET DE MANTOUE<br />
Raoul LE CHENADEC, contratenor<br />
Thierry BRÉHU & Eric RAFFARD, tenores<br />
James GOWINGS, barítono<br />
Philippe ROCHE, baixo<br />
Na primeira parte <strong>de</strong>ste programa, ficaremos imersos na atmosfera<br />
<strong>de</strong> uma missa composta pelo francês Jachet <strong>de</strong> Mantoue, mestre <strong>de</strong><br />
capela das catedrais <strong>de</strong> S. Pedro e S. Paulo em Mântua. Célebre pela<br />
sua vida artística, foi aí que Jachet compôs um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong><br />
peças sacras. A missa a ouvir no entar<strong>de</strong>cer <strong>do</strong> dia 23 (Anchor che col<br />
partire), foi escrita sobre peças existentes, neste caso um madrigal <strong>do</strong><br />
contemporâneo di Rore. Os seus andamentos alternam com textos<br />
Marianos <strong>de</strong> outros autores (Palestrina e Clemens non Papa), os<br />
quais conduzem ao soberbo motete <strong>de</strong>vocional para a Quarta-feira<br />
<strong>de</strong> Cinzas <strong>de</strong> Morales Emen<strong>de</strong>mus in melius.<br />
Na segunda parte, o público <strong>de</strong>ixa a Capela e a música sacra, in<strong>do</strong><br />
até ao magnífico Claustro Norte <strong>do</strong> Palácio (imagina<strong>do</strong> como al<strong>de</strong>ia<br />
fron<strong>do</strong>sa), para ouvir radiosos madrigais extraí<strong>do</strong>s <strong>do</strong> espólio <strong>de</strong><br />
canções Parisienses <strong>de</strong> autores, como Clément Janequin. Será ouvi<strong>do</strong><br />
o célebre Chant <strong>de</strong>s Oiseaux (com seus gorjeios <strong>de</strong> cucos) e a Bataille<br />
<strong>de</strong> Marignan on<strong>de</strong> o estrépito <strong>de</strong> armas e exércitos quase cortam a<br />
respiração! Mas foram tantos os músicos que se transcen<strong>de</strong>ram<br />
neste género, que o programa inclui mais obras-primas, como o<br />
comovente Silver Swan <strong>de</strong> Gibbons, ou o enérgico Ar<strong>do</strong>, si, ma non<br />
t’amo <strong>de</strong> Lassus.
Sexta-Feira, 28 <strong>de</strong> Outubro, 21h30<br />
DERRADEIRAS SONATAS DE SCHUBERT<br />
Improviso D 899 nº 1, Sonatas D 959 & D 960<br />
ANDREAS STAIER, pianoforte<br />
(Instrumento Paul McNulty, segun<strong>do</strong> um mo<strong>de</strong>lo Conrad Graf, 1819)<br />
O primeiro <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is recitais <strong>de</strong> Staier é <strong>de</strong>dica<strong>do</strong> às duas últimas<br />
sonatas <strong>de</strong> Schubert, as quais representam não só um momento<br />
único na história da literatura para tecla <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os tempos, como<br />
confirmam o músico como um <strong>do</strong>s precursores fundamentais <strong>de</strong><br />
novas perspectivas da arte musical. Foram escritas em 1828, ano<br />
da sua morte, um tempo <strong>de</strong> criativida<strong>de</strong> quase inconcebível, no<br />
qual surgiram muitas das suas maiores obras-primas. Beethoven<br />
morrera em 1827, facto a que não será alheio o recru<strong>de</strong>scimento <strong>do</strong><br />
trabalho <strong>de</strong> Schubert. Muitos têm levanta<strong>do</strong> a hipótese segun<strong>do</strong> a<br />
qual o vienense se terá senti<strong>do</strong> investi<strong>do</strong> na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> her<strong>de</strong>iro<br />
espiritual <strong>do</strong> alemão, seguin<strong>do</strong> embora o seu próprio caminho.<br />
O concerto organiza<strong>do</strong> por Schubert um ano após a morte <strong>de</strong><br />
Beethoven, cujo programa ele próprio compôs, parece confirmar<br />
tal suposição. Seja como for, e conhecen<strong>do</strong>-se o mo<strong>do</strong> como<br />
ele viveu a ‘superiorida<strong>de</strong>’ <strong>de</strong> Beethoven, a morte <strong>de</strong>ste tê-lo-á<br />
liberto das dúvidas sobre a sua aptidão <strong>de</strong> ombrear com o génio<br />
beethoveniano. Se restasse qualquer hesitação sobre o lugar <strong>de</strong><br />
Schubert na história da música, as suas últimas sonatas bastariam<br />
só por si para o erguer até ao vértice ocupa<strong>do</strong> pelos maiores<br />
compositores <strong>de</strong> sempre. Andreas Staier toca num instrumento<br />
construí<strong>do</strong> por Paul McNulty, segun<strong>do</strong> um Conrad Graf <strong>de</strong> 1819,<br />
idêntico aos que Schubert conheceu, e que foi expressamente<br />
trazi<strong>do</strong> <strong>de</strong> Praga pelo seu construtor.
Sába<strong>do</strong>, 29 <strong>de</strong> Outubro, 21h30<br />
MÚSICA para TROMPETE<br />
e ÓRGÃO ao longo <strong>do</strong>s Séculos...<br />
Tallis, Byrd, Viviani, Purcell, Han<strong>de</strong>l, Weeks, etc.<br />
ALISON BALSOM, trompete & COLM CAREY, órgão<br />
Este concerto reúne algumas das gran<strong>de</strong>s obras <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> barroco<br />
para trompete e órgão. As primeiras obras a ouvir ilustram a Ida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> Ouro <strong>de</strong>stes instrumentos, mostran<strong>do</strong> as suas potencialida<strong>de</strong>s em<br />
finais <strong>do</strong> século XVII e início <strong>do</strong> seguinte. As obras <strong>de</strong> Han<strong>de</strong>l e<br />
<strong>de</strong> Purcell foram inicialmente <strong>de</strong>stinadas a sopros acompanha<strong>do</strong>s<br />
por um grupo <strong>de</strong> cordas. A sonata <strong>de</strong> Viviani é a única obra barroca<br />
escrita para trompete e órgão em duo, sen<strong>do</strong> um marco histórico<br />
para o posterior <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sta combinação; dá ainda,<br />
numa perspectiva musical, o ponto <strong>de</strong> partida <strong>do</strong> concerto. O<br />
concerto <strong>de</strong> Marcello foi escrito para oboé e cordas, mas com um<br />
timbre análogo ao <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>rno trompete piccolo; as secções para<br />
cordas ajustam-se ao órgão, o que facilita a transcrição. Suce<strong>de</strong> o<br />
mesmo nas Variações <strong>de</strong> Sweelinck. A melodia (originalmente escrita<br />
para órgão solo), tem um carácter vocal, susceptível <strong>de</strong> ser recria<strong>do</strong><br />
pelo trompete. Byrd (da Renascença) e Hovhanness (americano <strong>do</strong><br />
século XX), vêm <strong>de</strong> épocas distintas; dão-nos porém duas peças<br />
bem ajustadas aos instrumentos e à acústica da Basílica <strong>de</strong> <strong>Mafra</strong>.<br />
O programa inclui duas novas obras expressamente escritas para<br />
este concerto por reputa<strong>do</strong>s autores ingleses; ao redigir estas notas<br />
não estavam acabadas, mas um sabor a Tallis (no ano em que se<br />
celebram os 500 anos sobre o seu nascimento) na primeira e um<br />
gosto a música tradicional portuguesa na segunda, prometem-nos<br />
valiosos contributos à literatura para trompete e órgão.
Domingo, 30 <strong>de</strong> Outubro, 18h00<br />
MOZART e o PIANOFORTE<br />
Fantasia K 475, Variações K 455,<br />
Sonatas K 282, 332 & 331 (Alla Turca)<br />
ANDREAS STAIER, pianoforte<br />
(Instrumento Paul McNulty, segun<strong>do</strong> um mo<strong>de</strong>lo Anton Walter (ca. 1802)<br />
O concerto <strong>de</strong> fecho é <strong>de</strong>dica<strong>do</strong> a obras para tecla <strong>de</strong> Mozart.<br />
Além da Fantasia K 475 e Variações K 455, serão ouvidas três<br />
notáveis obras <strong>do</strong> músico. As sonatas K 331 e 332, impressas no<br />
Verão <strong>de</strong> 1784 pelo editor Artaria (Viena), faziam parte <strong>do</strong> ciclo<br />
intitula<strong>do</strong> “Trois Sonates pour le Clavecin ou Pianoforte composèes par W A<br />
Mozart. Oeuvre VI”. A publicação foi anunciada pelo Wiener Zeitung<br />
como uma “novida<strong>de</strong>”. É possível que Mozart as tenha escrito <strong>de</strong><br />
uma só vez (como trilogia) e daí a <strong>de</strong>signação <strong>de</strong> “opus”. Elas têm<br />
<strong>de</strong> facto uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estilo e carácter mostran<strong>do</strong> até que ponto<br />
Mozart quis oferecer nelas uma enorme varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expedientes<br />
artísticos. No centro <strong>de</strong>stas brilhantes obras, avulta a K 331. Um<br />
primeiro andamento com variações era qualquer coisa totalmente<br />
nova na Viena da época. Quanto ao terceiro, o célebre “Alla Turca”,<br />
retoma o espírito <strong>de</strong> O Rapto <strong>do</strong> Serralho e o seu “estilo turco” então<br />
em voga entre o público vienense. Consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> o maior intérprete<br />
vivo <strong>do</strong> pianoforte, Andreas Staier utiliza neste concerto um<br />
instrumento construí<strong>do</strong> por Paul McNulty, segun<strong>do</strong> um mo<strong>de</strong>lo<br />
Anton Walter <strong>de</strong> cerca 1792 (proprieda<strong>de</strong> da Senhora Sara Erro),<br />
o qual, tal como o Graf toca<strong>do</strong> no recital <strong>de</strong>dica<strong>do</strong> a Schubert,<br />
foi propositadamente trazi<strong>do</strong> <strong>de</strong> Praga pelo construtor, a quem a<br />
direcção artística testemunha a maior gratidão pela <strong>de</strong>sinteressada<br />
ajuda que lhe foi proporcionada.
Palácio-Convento <strong>de</strong> <strong>Mafra</strong><br />
Manda<strong>do</strong> construir por D. João V, o Real Convento <strong>de</strong> <strong>Mafra</strong> é<br />
o mais importante monumento <strong>do</strong> barroco português. O conjunto<br />
arquitectónico <strong>de</strong>senvolve-se simetricamente a partir <strong>de</strong> um eixo<br />
central, a basílica, ponto principal <strong>de</strong> uma longa fachada la<strong>de</strong>ada por<br />
<strong>do</strong>is torreões, localizan<strong>do</strong>-se na zona posterior o recinto conventual<br />
da Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> São Francisco da Província da Arrábida. A direcção<br />
da obra coube a João F Lu<strong>do</strong>vice, ourives alemão, com formação <strong>de</strong><br />
arquitectura em Itália, que a<strong>do</strong>ptou um mo<strong>de</strong>lo barroco classicizante,<br />
inspira<strong>do</strong> na Roma papal e <strong>de</strong> influência berniniana, on<strong>de</strong> não faltam<br />
igualmente elementos borrominianos, nomeadamente nas torres e<br />
algumas influências germânicas. As obras iniciaram-se em 1717, ano <strong>do</strong><br />
lançamento da primeira pedra. A 22 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1730, dia <strong>do</strong> 41º<br />
aniversário <strong>do</strong> rei, proce<strong>de</strong>u-se à sagração da Basílica.<br />
O Palácio-Convento possui uma das mais importantes bibliotecas<br />
portuguesas, constituída por cerca <strong>de</strong> 40.000 livros, e numerosas obras<br />
artísticas encomendadas pelo monarca no país, França, Flandres (<strong>de</strong><br />
on<strong>de</strong> proce<strong>de</strong>m os <strong>do</strong>is carrilhões <strong>de</strong> 92 sinos) e Itália. Inácio <strong>de</strong> Oliveira<br />
Bernar<strong>de</strong>s, Massuci, Giaquinto, Lironi ou Lu<strong>do</strong>visi são alguns <strong>do</strong>s<br />
artistas que participaram nesta empreitada joanina e, durante o reina<strong>do</strong><br />
<strong>de</strong> D. José, criou-se mesmo a Escola <strong>de</strong> Escultura <strong>de</strong> <strong>Mafra</strong>, dirigida pelo<br />
italiano Alessandro Giusti, e por on<strong>de</strong> passou Macha<strong>do</strong> <strong>de</strong> Castro.<br />
No reina<strong>do</strong> <strong>de</strong> D. João VI o Palácio foi habita<strong>do</strong> durante to<strong>do</strong> o<br />
ano <strong>de</strong> 1807, antes da partida da corte para o Brasil, e a ele se <strong>de</strong>ve<br />
a renovação <strong>de</strong>corativa <strong>de</strong> algumas das salas mais importantes, cujos<br />
projectos foram entregues a homens como Ciryllo Wolkmar Macha<strong>do</strong>,<br />
Domingos Sequeira ou Vieira Lusitano. Porém, a maior parte <strong>do</strong> tempo<br />
o Palácio-Convento só foi visita<strong>do</strong> esporadicamente e o mesmo se<br />
passou <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> regressada a corte a Portugal. Daqui partiu para o<br />
exílio o último rei português, D. Manuel II, a 5 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1910,<br />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> proclamada a República.<br />
Na actualida<strong>de</strong>, o imóvel encontra-se parcialmente afecto ao IPPAR<br />
que <strong>de</strong>senvolve um <strong>Programa</strong> <strong>de</strong> recuperação e valorização, a partir <strong>de</strong><br />
um Estu<strong>do</strong> prévio, elabora<strong>do</strong> entre 1994 e 1997. Entre as várias acções<br />
previstas, em andamento ou já concluídas, <strong>de</strong>stacam-se a recuperação das<br />
fachadas, caixilharias e cobertura, bem como a reformulação <strong>do</strong> circuito<br />
<strong>de</strong> visitas ao Palácio. Outra priorida<strong>de</strong> absoluta foi a recuperação <strong>do</strong>s<br />
órgãos históricos, apoiada em regime <strong>de</strong> mecenato pelo Barclays Bank<br />
e que conta com a participação <strong>de</strong> um Grupo <strong>de</strong> Apoio Científico,<br />
forma<strong>do</strong> por especialistas nacionais e internacionais; estan<strong>do</strong> já<br />
concluí<strong>do</strong> o restauro <strong>de</strong> quatro <strong>do</strong>s órgãos, os da Capela-Mor (Evangelho<br />
e Epístola) e <strong>do</strong> Transepto Norte (São Pedro <strong>de</strong> Alcântara e Santíssimo<br />
Sacramento), <strong>de</strong>corre <strong>de</strong> momento o restauro <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is últimos, situa<strong>do</strong>s<br />
no Transepto Sul (Santa Bárbara e Nossa Senhora da Conceição).<br />
Horário <strong>do</strong> Palácio: 10h00-17h30 (última entrada às 16:30)<br />
Encerra<strong>do</strong> à terça-feira e nos feria<strong>do</strong>s <strong>de</strong> 1 <strong>de</strong> Janeiro, Sexta-Feira Santa,<br />
Domingo <strong>de</strong> Páscoa, 1 <strong>de</strong> Maio, Quinta-feira <strong>de</strong> Ascensão (feria<strong>do</strong><br />
municipal) e 25 <strong>de</strong> Dezembro.
Informações:<br />
Preçário: Concertos na Biblioteca: 10 €<br />
Concertos nas restantes salas: 6 €<br />
Concertos na Basílica: Entrada Livre<br />
Bilhete <strong>do</strong> dia: 10 €<br />
Vendi<strong>do</strong> só na biheteira <strong>do</strong> Palácio <strong>de</strong> <strong>Mafra</strong>, permitin<strong>do</strong> o acesso a<br />
to<strong>do</strong>s os concertos <strong>do</strong> dia (9, 15, 16, 22 e 23 <strong>de</strong> Outubro)<br />
Assinaturas: 60 €<br />
(Vendidas só na bilheteira <strong>do</strong> Palácio <strong>de</strong> <strong>Mafra</strong>)<br />
Descontos: Estudantes <strong>de</strong> música (50 %)<br />
Criança acompanhada <strong>de</strong> adulto: 1 €<br />
Locais <strong>de</strong> Reserva e Venda <strong>de</strong> Bilhetes:<br />
Palácio Nacional <strong>de</strong> <strong>Mafra</strong>: 261 817 550 (Telefone)<br />
261 811 947 (Fax)<br />
info@festival<strong>de</strong>mafra.org (e-mail)<br />
Ticketline: 210 036 300<br />
FNAC: Todas as lojas<br />
Concertos associa<strong>do</strong>s a uma Visita ao Palácio:<br />
Para os concertos associa<strong>do</strong>s a visitas (dias 2 e 22), as primeiras<br />
25 pessoas que se apresentarem com bilhete uma hora antes <strong>do</strong><br />
início <strong>do</strong>s mesmos, têm direito a uma visita guiada ao Palácio.<br />
<strong>Programa</strong> sujeito a alterações<br />
Não há lugares marca<strong>do</strong>s<br />
Reprodução <strong>de</strong> estampilhas em latão <strong>do</strong> início <strong>do</strong> século XIX, conservadas na Biblioteca <strong>do</strong><br />
Palácio Nacional <strong>de</strong> <strong>Mafra</strong>, utilizadas na impressão <strong>do</strong>s livros <strong>de</strong> música aí existentes.