Português - Arenildo - Mestre dos Concursos
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PROFESSOR<br />
ARENILDO DOS SANTOS<br />
CURSO DE INTERPRETAÇÃO
TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.<br />
Este pequeno objeto que ora descrevemos<br />
encontra-se numa sala de aula e serve para<br />
escrever. Tem mais ou menos dez centímetros e<br />
lembra um lápis, estética e funcionalmente: uma<br />
de suas extremidades é menos grossa do que a<br />
outra e, para ser usado, precisa estar entre os<br />
de<strong>dos</strong>. É pressionado de encontro ao quadro,<br />
causando riscos que têm a forma pretendida por<br />
quem o manipula.
TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.<br />
O material de que é feito, o gesso,<br />
confere-lhe peso e consistência insignificantes.<br />
À medida que é usado, vai se decompondo,<br />
sendo visível também a poeira que dele resulta.<br />
Não há variedade de modelos: qualquer um<br />
apresenta o formato básico. Diferentes são as<br />
cores, pois há os azuis, os amarelos, os<br />
vermelhos e outros mais. Está presente em<br />
todas as salas de aula convencionais, pois se<br />
trata de um valioso instrumento no exercício da<br />
atividade docente.
TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.<br />
A) Quanto ao modo de construção<br />
1) Descrição objetiva – O descritor retrata o<br />
“objeto” de forma precisa e imparcial, limitando-se<br />
aos aspectos exteriores. (postura parnasiana)<br />
2) Descrição subjetiva – O redator, fazendo uso<br />
expressivo de adjetivações, descreve o “objeto” de<br />
forma emotiva, na tentativa de tornar o leitor seu<br />
“cúmplice”. (postura impressionista)
TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.<br />
B) Quanto ao “objeto descrito”<br />
1) Descrição estática – Neste tipo de descrição,<br />
o “objeto” descrito está parado. Trata-se de<br />
observação detida e atenta, principalmente se o<br />
observador também estiver parado. Ex.: descrição<br />
de uma árvore.<br />
2) Descrição dinâmica – Neste tipo de descrição,<br />
o “objeto” descrito está em movimento, exigindo do<br />
observador muita concentração. Ex.: descrição de<br />
um gol, numa partida de futebol.
TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.<br />
Numa Descrição, devem-se evitar:<br />
1) Comentários óbvios – É preciso atribuir ao<br />
“objeto” descrito características que o<br />
individualizem.<br />
Construção inadequada: “... o banheiro tinha<br />
quatro paredes, uma pia, um vaso e um<br />
chuveiro...”<br />
Construção adequada: “ ...as paredes do banheiro<br />
eram de um azul já meio desbotado pelo tempo,<br />
uma pia encardida, um vaso sem tampa e um<br />
chuveiro enferrujado...”
TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.<br />
2) Circunlóquios - Rodeio desnecessário de<br />
palavras, circunlocução.<br />
Construção inadequada: “... a casa era bonita,<br />
muito bonita, linda, uma graça, lindíssima,<br />
sensacional,...”<br />
Construção adequada: “ ... a casa era<br />
lindíssima ...”
TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.<br />
Estrutura<br />
Quanto aos parágrafos, uma descrição tem que ser<br />
dividida em introdução (1 parágrafo), desenvolvimento (de<br />
1 a 3 parágrafos) e conclusão (1 parágrafo).<br />
Obs.: Ao fazer uma descrição, procure facilitar o trabalho<br />
imaginativo do leitor. Por exemplo, se for descrever uma<br />
pessoa, faça-o de cima para baixo, ou seja, comece pelo<br />
rosto, cabelo, tronco , etc. Neste caso, se a descrição for<br />
subjetiva, faça a retratação física num parágrafo e, noutro,<br />
a retratação psicológica ou emocional.
TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.<br />
O braço dela é necessariamente duro, a exemplo <strong>dos</strong> pés,<br />
a fim de oferecer segurança. Seu encosto contrasta, pois é<br />
macio, fofo, quase liso. A parte de baixo também é macia e<br />
confortável. Esse objeto encontra-se em cada sala de aula<br />
e os alunos adoram sentar nele.<br />
Julgue cada afirmativa a seguir como C(certa) ou E(errada).<br />
a. O texto mescla passagens dissertativas, descritivas e<br />
narrativas. (C) (E)
TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.<br />
b. Trata-se de exemplo de texto descritivo estático e<br />
impressionista. (C) (E)<br />
c. Há unidade temporal no texto. (C) (E)<br />
d. Há adjetivação direta e indireta no texto. (C) (E)<br />
e. No texto, o único sinônimo de "Esse objeto" é "nele".<br />
(C) (E)
TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.<br />
2. Parafraseie conforme o modelo, com coerência.<br />
a. Ela estuda muito. (adjetivação indireta)<br />
Ela é estudiosa. (adjetivação direta)<br />
b. Ela come muito.<br />
________________________________________<br />
c. Ela dorme muito.<br />
________________________________________<br />
d. Ela namora muito.<br />
________________________________________
TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.<br />
e. Ela chora muito.<br />
________________________________________<br />
f. Ela anda muito.<br />
________________________________________<br />
g. Ela fala muito.<br />
________________________________________<br />
h. Ela sua muito.<br />
________________________________________<br />
i
TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.<br />
. Ela trabalha muito.<br />
________________________________________<br />
j. Ela cansa muito.<br />
________________________________________
TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.<br />
(CESGRANRIO)<br />
“A carruagem parou ao pé de uma casa amarelada, com<br />
uma portinha pequena. Logo à entrada um cheiro mole e<br />
salobro enojou-a. A escada, de degraus gastos, subia<br />
ingrememente, apertada entre paredes onde a cal caía, e a<br />
umidade fizera nódoas. No patamar da sobreloja, uma<br />
janela com um gradeadozinho de arame, parda do pó<br />
acumulado, coberta de teias de aranha, coava a luz suja do<br />
saguão. E por trás de uma portinha, ao lado, sentia-se o<br />
ranger de um berço, o chorar doloroso de uma criança.”<br />
(Eça de Queirós. O Primo Basílio)
TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.<br />
Observando-se os recursos de estilo presentes na composição desse<br />
trecho, é correto afirmar que<br />
(A) o acúmulo de pormenores induz a uma percepção impessoal e<br />
neutra do real.<br />
(B) a descrição assume caráter impressionista, dando também<br />
dimensão subjetiva à percepção do espaço.<br />
(C) as descrições veiculam as impressões do personagem sem a<br />
interferência emotiva do narrador.<br />
(D) a carência de adjetivos confere caráter objetivo e real à<br />
representação do espaço.<br />
(E) o predomínio da descrição confere caráter expressionista ao relato,<br />
eliminando seus resíduos subjetivos.
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
Narrar é contar uma história, uma sequencia de fatos (enredo)<br />
ocorri<strong>dos</strong> em local e tempo determina<strong>dos</strong>. Ao fazer uma narração,<br />
é preciso que o redator, se possível, deixe claro “o que<br />
aconteceu?”, “por que aconteceu?”, “como aconteceu?”, “onde<br />
aconteceu?”, “quando aconteceu?, “com quem aconteceu?”.<br />
Com base nisso, eis os elementos essenciais a toda narração:<br />
1) Narrador - Uma história pode ser contada por um narradorpersonagem<br />
(narração em primeira pessoa) ou um narradorobservador<br />
(narração em terceira pessoa).<br />
2) Personagens - Não há narração sem personagens. O redator<br />
deve criá-los e, se for do seu interesse, pode distingui-los em<br />
protagonista, antagonista, secundário.
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
3) Tempo - É importante que o redator deixe claro quando os<br />
fatos narra<strong>dos</strong> se deram e em quanto tempo ocorreram.<br />
4) Espaço - A localização física e geográfica <strong>dos</strong> fatos<br />
narra<strong>dos</strong> é importante, a fim de facilitar a imaginação do<br />
leitor.<br />
Obs.: Cuidado. Nem toda narração é ficcional. Uma notícia<br />
de jornal, por exemplo, pode tematizar um fato que envolve<br />
um enredo, isto é, uma sequência de ações e de<br />
acontecimentos. Por essa razão, pode-se ter um texto<br />
simultaneamente informativo e narrativo.
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
Noivo prende fugitivo na hora do casamento<br />
A igreja estava linda. Os familiares e amigos presentes.<br />
Flores diversas. Os pais de ambos visivelmente<br />
emociona<strong>dos</strong>. Era o casamento.<br />
Em plena hora do casamento, o noivo abandonou a festa<br />
para prender o fugitivo de um acidente de carro. Richard e<br />
Sarah Cooney acabaram de se casar em Birmingham,<br />
Inglaterra, e ele viu a fuga. Não perdeu tempo e perseguiu<br />
um homem que tentou escapar até dominá-lo.<br />
A cerimônia já tinha acabado e o casal posava para<br />
fotografias do lado de fora da Igreja Saint Margaret Mary<br />
quando aconteceu o incidente.
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
O marido ouviu o barulho <strong>dos</strong> carros batendo e dois<br />
homens envolvi<strong>dos</strong> no acidente fugindo. Christopher<br />
Armstrong, padrinho na cerimônia e irmão de Sarah, correu<br />
atrás de um deles, enquanto Richard seguia o outro. Depois<br />
de alcançar o fugitivo em um parque, o noivo o entregou à<br />
polícia e voltou para a cerimônia.<br />
(Deu no Terra, maio de 2002. As notícia mais malucas do planeta.<br />
Alessandro Bender.)
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
O primeiro parágrafo do texto, por sua estrutura e<br />
características, deve ser prioritariamente classificado como:<br />
(A) expositivo;<br />
(B) narrativo;<br />
(C) normativo;<br />
(D)argumentativo;<br />
(E) descritivo.
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
Duas características - presentes no primeiro parágrafo -<br />
que são representativas do modo de organização discursiva<br />
que você assinalou na questão anterior são:<br />
(A) o fato e a opinião;<br />
(B) regras e exceções;<br />
(C) unidade temporal e adjetivações;<br />
(D) enredo e cronologia;<br />
(E) opiniões e considerações.
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
O segundo parágrafo do texto, por sua estrutura e<br />
características, deve ser prioritariamente classificado como:<br />
(A) expositivo;<br />
(B) narrativo;<br />
(C) normativo;<br />
(D)argumentativo;<br />
(E) descritivo.
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
O segundo parágrafo do texto, por sua estrutura e<br />
características, deve ser prioritariamente classificado como:<br />
(A) expositivo;<br />
(B) narrativo;<br />
(C) normativo;<br />
(D)argumentativo;<br />
(E) descritivo.
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
O texto só não permite inferir a seguinte característica do<br />
noivo:<br />
(A) corajoso;<br />
(B) fiel;<br />
(C) herói;<br />
(D) impetuoso;<br />
(E) tenaz.
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
A cerimônia já tinha acabado e o casal posava para<br />
fotografias do lado de fora da Igreja Saint Margaret Mary<br />
quando aconteceu o incidente.<br />
O vocábulo destacado corresponde a:<br />
(A) após;<br />
(B) no momento em que;<br />
(C) depois de;<br />
(D) logo que;<br />
(E) antes de.
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
Discurso Indireto- O narrador transmite, com suas próprias<br />
palavras, a fala <strong>dos</strong> personagens. O discurso indireto se<br />
caracteriza, no plano formal, pela presença <strong>dos</strong> chama<strong>dos</strong><br />
verbos "dicendi", ou seja, verbos declarativos do tipo falar,<br />
dizer, responder, argumentar, confessar, ponderar, expressar,<br />
etc., acompanha<strong>dos</strong>, sobretudo, de orações subordinadas<br />
substantivas, quando o desejo é reproduzir a fala do<br />
personagem.<br />
Ex.: Filomena respondeu que não poderia, àquela altura <strong>dos</strong><br />
acontecimentos, voltar atrás.
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
Discurso Direto - O narrador interrompe a trajetória de sua<br />
narração, passando a palavra para os próprios personagens.<br />
O discurso direto, no plano formal, traz as falas <strong>dos</strong><br />
personagens também precedidas <strong>dos</strong> chama<strong>dos</strong> verbos<br />
declarativos, ou "dicendi". Em alguns casos, porém, tais<br />
verbos não são necessários, uma vez que o próprio contexto<br />
e alguns recursos de pontuação (dois pontos, travessão,<br />
aspas) ou gráficos (mudança de linha) já são suficientes<br />
para o anúncio de uma participação direta <strong>dos</strong> personagens.
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
Observação: Quanto à pontuação, no discurso direto, é<br />
válido observar que dois-pontos e travessão são sinais<br />
marcantes desse tipo de discurso, assim como as aspas,<br />
podendo o narrador optar por várias combinações. Veja só:<br />
O pai perguntou ao filho:<br />
- Você foi à escola?<br />
- Você foi à escola? - o pai perguntou ao filho.<br />
O pai perguntou ao filho: "Você foi à escola?"<br />
"Você foi à escola?", perguntou o pai ao filho.
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
Transposição de Discursos<br />
Direto Indireto<br />
Verbo no presente. Verbo no pretérito imperfeito.<br />
Verbo no pretérito perfeito. Verbo no pretérito mais-que-perfeito.<br />
Verbo no futuro do presente. Verbo no futuro do pretérito.<br />
Verbo no imperativo. Verbo no subjuntivo.<br />
Demonstrativos este(a), esse(a),<br />
isto, isso.<br />
Demonstrativos aquele(a), aquilo.<br />
Advérbio aqui. Advérbio ali.
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
Transposição de Discursos<br />
Direto Indireto<br />
Verbo no presente. Verbo no pretérito imperfeito.<br />
Verbo no pretérito perfeito. Verbo no pretérito mais-que-perfeito.<br />
Verbo no futuro do presente. Verbo no futuro do pretérito.<br />
Verbo no imperativo. Verbo no subjuntivo.<br />
Demonstrativos este(a), esse(a),<br />
isto, isso.<br />
Demonstrativos aquele(a), aquilo.<br />
Advérbio aqui. Advérbio ali.
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
Reescreva o conteúdo de cada item a seguir, transformando<br />
o discurso indireto em discurso direto. Leve em conta a<br />
adequação do registro linguístico.<br />
a) No momento em que Christopher viu os homens fugindo,<br />
ele disse à mulher que o aguardasse e que não tivesse<br />
medo.<br />
_________________________________________________<br />
_________________________________________________<br />
_________________________________________________
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
b) Quando Christopher abateu um <strong>dos</strong> fugitivos, xingou-o<br />
dizendo que não adiantava tentar fugir.<br />
_________________________________________________<br />
_________________________________________________<br />
_________________________________________________
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
c) O policial agradeceu a Christopher, afirmando que a polícia<br />
daquele lugar precisaria de homens com aquela coragem.<br />
_________________________________________________<br />
_________________________________________________<br />
_________________________________________________
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
d) Quando a mulher viu o marido voltar, de longe gritou-lhe<br />
que não deixaria mais que ele se arriscasse daquela maneira<br />
e que o amaria para sempre.<br />
_________________________________________________<br />
_________________________________________________<br />
_________________________________________________
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
Aos vinte e sete dias do mês de março de dois mil e seis,<br />
no auditório da Secretaria Nacional de Recursos Hídricos,<br />
realizou-se a sessão de análise <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong> do seminário<br />
“Gestão de Recursos Hídricos: Olhar o Futuro”, com a<br />
presença <strong>dos</strong> organizadores do referido evento, sob a<br />
presidência do secretário nacional de recursos hídricos, João<br />
Bosco Senra, que participara da solenidade de encerramento,<br />
na sexta-feira anterior, quando afirmara que o Plano Nacional<br />
de Recursos Hídricos precisava ter a participação social, sem<br />
a qual os resulta<strong>dos</strong> seriam pífios. [...]
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
Após a avaliação do êxito das atividades do seminário,<br />
Senra informou que quarenta e quatro reuniões públicas<br />
foram programadas para o corrente ano para apresentar o<br />
plano e discuti-lo com a sociedade civil, os gestores, as<br />
empresas de saneamento e os grandes setores<br />
consumidores de água, como agronegócio, campo industrial e<br />
setor elétrico. “Nós tivemos uma ampla participação de to<strong>dos</strong><br />
os setores usuários na construção do plano, mas é<br />
importante eles incorporarem os princípios, as diretrizes e os<br />
programas já na fase de planejamento da sua ação de forma<br />
que essas ações sejam sustentáveis”. [...]
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
Após encerra<strong>dos</strong> os debates acerca do tema, deliberou-se<br />
por remeter correspondências aos organismos cadastra<strong>dos</strong><br />
como preservadores <strong>dos</strong> recursos hídricos, a fim de que<br />
engrossassem o caudal <strong>dos</strong> esforços para o uso racional da<br />
água, apresentando novas alternativas de ação, compatíveis<br />
com o mundo globalizado em que vivemos. Ao término da<br />
reunião, lavrei o presente documento que, lido, aprovado e<br />
assinado por mim e pelo presidente, será encaminhado aos<br />
diversos organismos, prestando contas das atividades<br />
ocorridas no mês de março.<br />
Internet: www.envolverde.com.br (com adaptações).
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
(CESPE – ANA)<br />
Com base no texto ao lado, julgue os itens subsequentes.<br />
Com relação à tipologia, constata-se que o texto é<br />
predominantemente narrativo. (C) (E)
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
(CESPE - CHESF)<br />
“O objetivo atual foi justamente proporcionar uma técnica<br />
de aplicação de fácil manejo e de grande rendimento,<br />
propícia, portanto, para a proteção de grandes superfícies,<br />
contínuas ou descontínuas”, explica o geólogo Álvaro<br />
Rodrigues <strong>dos</strong> Santos, criador da técnica.”<br />
Esse parágrafo pode ser reescrito, em discurso indireto, da<br />
seguinte maneira:<br />
O geólogo Álvaro Rodrigues, que criou uma técnica de<br />
aplicação de alto rendimento e fácil de ser manejada,<br />
explicou que o objetivo do uso dessa técnica é a proteção de<br />
grandes superfícies, sejam elas contínuas ou descontínuas.<br />
(C) (E)
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
(CESPE - MIN)<br />
Reis, alquimistas e exploradores sonharam com o dia em<br />
que encontrariam um elixir que os faria enganar a morte e<br />
abraçar a eternidade. A vontade de viver para sempre é o<br />
mote da Epop de Gilgamesh, uma das histórias mais antigas<br />
do mundo, segundo a qual Gilgamesh, rei da lendária cidade<br />
suméria de Uruk, encontra Utnapishtim, que lhe promete vida<br />
eterna, desde que fique acordado 6 dias e 7 noites. Por mais<br />
que a ideia de viver para sempre seja sedutora, ela nunca<br />
tinha conseguido atravessar a linha que separa a ficção<br />
científica do mundo real. Até que a ciência passou a se<br />
debruçar com afinco no estudo do envelhecimento e a<br />
perceber que logo chegaria o dia em que seria possível<br />
desacelerá-lo e até evitá-lo.<br />
Vanessa de Sá. Galileu. Maio/2006, p. 57 (com adaptações).
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
A respeito da tipologia textual, das ideias e das estruturas do<br />
texto acima, julgue os itens a seguir.<br />
a. O primeiro parágrafo do texto caracteriza-se como<br />
informativo e narrativo. (C) (E)
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
A vida não é uma comédia romântica<br />
Homem e mulher se conhecem numa sala de espera de<br />
médico. Ela, grávida; ele, esperando a mulher, que consulta<br />
com o médico. Ele oferece a “Caras” que estava lendo:<br />
- Quer dar uma olhada?<br />
- Acho que essa eu já vi. É nova?<br />
- Bom, é deste século...<br />
Os dois riem. E se apaixonam. Dessas coisas. Destino,<br />
química... Quem explica essas coisas? Se apaixonam,<br />
pronto. Mas não caem nos braços um do outro. Mesmo<br />
porque a barriga dela, de sete meses, não permitiria. Ficam<br />
apenas se olhando, atônitos com o que aconteceu. Pois junto<br />
com o amor súbito vem a certeza da sua impossibilidade.
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
Como uma ferida fazendo casca em segun<strong>dos</strong>. E como<br />
nenhum <strong>dos</strong> dois é um monstro de frivolidade, e como a vida<br />
não é uma comédia romântica, é uma coisa muito séria, e<br />
como eles não podem largar tudo e fugir, trocam informações<br />
rápidas, para pelo menos ter mais o que lembrar quando<br />
lembrarem aquele momento sem nenhum futuro, aquela<br />
quase loucura. Sim, é o primeiro filho dela. Menino. E a<br />
mulher dele? Está consultando o médico porque a gestação<br />
complicou, o parto talvez precise ser prematuro. Também é o<br />
primeiro filho deles. Filha. Menina. Que mais? Que mais?<br />
Não há tempo para biografias completas. Gostos, endereços,<br />
telefones, nada. A mulher dele sai do consultório. Ele tem<br />
que ir embora. Dá um jeito de voltar sozinho e perguntar o<br />
nome dela. Maria Alice. E o dele? Rogério! Rogério! E sai<br />
correndo, para nunca mais se encontrarem.
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
Mas se encontram. Três anos depois, na sala de espera<br />
de um pediatra. Ela chega com uma criança no colo. Ele está<br />
lendo uma revista. Talvez a mesma “Caras”. Os dois se<br />
reconhecem instantaneamente. Ele pega a mãozinha da<br />
criança. Pergunta o nome. É João Carlos. Caquinho.<br />
- Ele está com algum...<br />
- Não, não. Consulta normal. Ele é saudável até demais.<br />
Hiperativo. E a de vocês? O parto, afinal...<br />
- Foi bem, foi bem. Ela está ótima. Se chama Gabriela.<br />
Só veio fazer um checape. Eu não posso ficar lá dentro<br />
porque fico nervoso.
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
E declara que não houve dia em que não pensasse nela,<br />
e no que poderia ter sido se tivessem saído juntos daquele<br />
consultório, anos atrás, e seguido seus instintos, e feito<br />
aquela loucura. E ela confessa que também pensou muito<br />
nele e no que poderia ter sido. E ele está prestes a pedir um<br />
telefone, um endereço, um sobrenome para procurar no guia,<br />
quando a mulher sai do consultório com a filha deles no colo<br />
e ele precisa ir atrás, e só o que consegue é um olhar de<br />
despedida, um triste olhar de nunca mais.
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
Mas se encontram outra vez. Dois anos depois, na sala<br />
de espera de um pronto-socorro. Ele com a mulher, ela com o<br />
marido. Ele leva um susto ao vê-la. O que houve? É o<br />
Caquinho. O cretino conseguiu prender a língua numa lata<br />
de Coca. Ele se emociona. A mulher dele não entende.<br />
De onde o marido conhece aquele Caquinho? E aquela<br />
mulher, que está perguntando se aconteceu alguma coisa<br />
com a Gabriela? Não foi nada, Gabriela só bateu com a<br />
cabeça na borda da piscina e está levando alguns pontos. E<br />
nem a mulher dele nem o marido dela entendem por que, ao<br />
chegar a notícia de que o Caquinho só ficará com a língua um<br />
pouco inchada, os dois se abraçam daquela maneira, tão<br />
comovi<strong>dos</strong>. Depois, em casa, ele se explica: - Solidariedade<br />
humana, pô.
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
A história não precisa terminar aí. Rogério e Maria Alice<br />
podem continuar se encontrando, de tempos em tempos, em<br />
salas de espera (dentistas, traumatologistas, psicólogos<br />
especializa<strong>dos</strong> em problemas de adolescentes, etc.) até um<br />
dia ela sair do quarto de hospital onde está o Caquinho, que<br />
teve um acidente de ultraleve, e avistá-lo na sala de espera<br />
da maternidade, e perguntar: - A Gabriela está tendo bebê?<br />
E ele fazer que sim com a cabeça, com cara de “para<br />
onde foram as nossas vidas?”<br />
Veríssimo. O globo, 13 de janeiro de 2008.
TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />
Me<strong>dos</strong><br />
A menina precisava descer a ladeira para ir à escola. A<br />
mãe lhe disse que não tivesse medo, pois aqueles tiros logo<br />
parariam. Ela sabia que, se tivesse medo, a filha o herdaria.<br />
Era preciso não sentir medo. Seu medo era o de sentir<br />
medo. – Confie em Deus ...<br />
Minirretrato do cotidiano de muitos centros urbanos. A<br />
violência fazendo vítimas sociais e psicológicas. Pelo menos<br />
três grandes fobias têm, neste ainda princípio de século,<br />
caracterizado as mentes intelectualizadas.
TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />
Uma é a “homofobia”, não no sentido recente e<br />
malformado, impregnado de matizes do universo das<br />
relações paranormais, tais como o homossexualismo. Em<br />
sentido lato – e não estrito – “homo” significa semelhante. De<br />
homossexual – apreciação do mesmo gênero – criou-se, pela<br />
comuníssima tendência à economia linguística, “homo”, ou<br />
seja, adepto do homossexualismo. Daí, “homofobia”, aversão<br />
ao homossexual.
TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />
Homofobia, sim, no sentido de aversão ao semelhante,<br />
isto é, da mesma espécie. Antropofobia. Medo do outro.<br />
Misantropia. O indivíduo, nesta sociedade competitiva e<br />
selvática, modernização urbanizada da seleção natural, com<br />
toda a cadeia alimentar que lhe é peculiar, assombra-se com<br />
o próximo. A dramaticidade do cotidiano, em que se mesclam<br />
diferentes tipos pessoais da mesma espécie, cria no<br />
consciente da selva a necessidade de se estar em alerta,<br />
posicionando-se para fugir, defender-se, reagir ou atacar. Na<br />
cadeia, pode-se reconhecer a impotência ante o adverso, a<br />
restrição, a possibilidade de combater ou a vantagem<br />
oportunista.
TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />
Também a monofobia é marca de nossos dias. A vida<br />
atribulada exige a atenção ao exterior. A selva urbana é o<br />
nosso habitat. A atenção tem de haver. Este sistema<br />
alucinante cria o medo do outro, mas é preciso estar em<br />
contato com o outro. É preciso criar motivos para a<br />
antropofobia. Quando não há monofobia, a misantropia vira<br />
caso patológico de alto grau. A monofobia equilibra, empurra<br />
para fora, num complexo de forças sorrateiras, invisíveis,<br />
disfarçadas nos sorrisos e vestimentas do cotidiano. Uma<br />
gangorra: como é difícil o equilíbrio.
TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />
A excessiva vivência do exterior gera o distanciamento do<br />
indivíduo de si mesmo, autodesconhecimento que gera<br />
despreparo na relação com as fobias mais naturais do ser<br />
humano. Desse despreparo vem talvez o maior <strong>dos</strong> me<strong>dos</strong>: a<br />
tanatofobia. Existem centenas e centenas de religiões que<br />
apontam a morte como uma espécie de passagem: seja para<br />
o céu, seja para uma outra vida, seja para um outro estágio,<br />
etc. Ainda assim, o medo. O que acontece realmente quando<br />
se morre? A pluralidade de respostas não gera uma única<br />
convincente, o que justifica a tanatofobia.
TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />
Não há como viver sem me<strong>dos</strong>, mas talvez haja como<br />
conviver com eles sem deixá-los se transformar em nenhum<br />
tipo de patologia. A menina da ladeira tem medo do marginal,<br />
não das pessoas e do mundo; tem medo de ficar sem<br />
companhia, não (de ficar) sozinha consigo mesma; tem medo<br />
do tiro, não exatamente da morte. A consciência do medo pode<br />
inclusive gerar o medo do medo, o que também pode ser<br />
patológico. O ateu não se livra da crença por não crer na<br />
existência de Deus, pois ele crê na inexistência de Deus. Da<br />
mesma forma, não se pode tentar viver sem medo, pois isso<br />
revelaria medo do medo. O medo é necessário. O medo é<br />
freio que precisa, porém, ser freado para que cheguemos com<br />
vida à morte.<br />
Reflexões filosóficas. José Messias. Ed. Olympio. set. 2011
TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />
1. Quanto à tipologia textual, a melhor classificação para o<br />
texto é:<br />
(A) descritivo;<br />
(B) narrativo;<br />
(C) argumentativo;<br />
(D) injuntivo;<br />
(E) científico.
TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />
A menina precisava descer a ladeira para ir à escola. A<br />
mãe lhe disse que não tivesse medo, pois aqueles tiros<br />
logo parariam. Ela sabia que, se tivesse medo, a filha o<br />
herdaria. Era preciso não sentir medo. Seu medo era o<br />
de sentir medo. – Confie em Deus ...<br />
2. Quanto às referenciações presentes no primeiro parágrafo,<br />
pode-se afirmar que têm o mesmo referente os termos da<br />
alternativa:<br />
(A) menina (l. 1) – mãe (l. 2) – Ela (l. 3);<br />
(B) menina (l. 1) – filha (l. 3) – Seu (l. 4);<br />
(C) mãe (l. 2) – Ela (l. 3) – Seu (l. 4);<br />
(D) ladeira (l. 1) – escola (l. 1) – filha (l. 3);<br />
(E) medo (l. 2) – o (l. 3) – Seu (l. 4).
TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />
3. Da mesma forma, não se pode tentar viver sem<br />
medo, pois isso revelaria medo do medo.” Das<br />
palavras abaixo, a que tem o mesmo significado da<br />
expressão destacada é:<br />
(A) nictofobia (B) fotofobia<br />
(C) fobofobia (D) batmofobia<br />
(E) ombrofobia
TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />
4. Predomina no parágrafo 3 a seguinte função de<br />
linguagem:<br />
(A)metalinguística<br />
(B) referencial<br />
(C) Conativa<br />
(D) Emotiva<br />
(E) fática
TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />
“Minirretrato do cotidiano de muitos centros urbanos.<br />
A violência fazendo vítimas sociais e psicológicas.<br />
Pelo menos três grandes fobias têm, neste ainda<br />
princípio de século, caracterizado as mentes<br />
intelectualizadas.” (2º par.)<br />
5. As fobias a que se refere o autor nessa passagem<br />
são:<br />
(A) homofobia – antropofobia- misantropia<br />
(B) homofobia – antropofobia – monofobia<br />
(C) antropofobia – misantropia – monofobia<br />
(D) homofobia – monofobia – tanatofobia<br />
(E) antropofobia – monofobia – teofobia
TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />
Releia: “A dramaticidade do cotidiano, em que se<br />
mesclam diferentes tipos pessoais da mesma espécie,<br />
cria no consciente da selva a necessidade de se estar<br />
em alerta, posicionando-se para fugir, defender-se,<br />
reagir ou atacar. Na cadeia, pode-se reconhecer a<br />
impotência ante o adverso, a restrição, a possibilidade<br />
de combater ou a vantagem oportunista.”<br />
Atentando-se para as construções paralelas<br />
presentes, pode-se afirmar que:<br />
(A) fugir está para reagir assim como defender-se está<br />
para atacar;
TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />
(B) fugir está para defender-se assim como reagir está<br />
para atacar;<br />
(C) fugir está para reconhecer a impotência ante o<br />
adverso assim como atacar está para a vantagem<br />
oportunista;<br />
(D) defender-se está para reagir assim como atacar<br />
está para fugir;<br />
(E) defender-se está para a possibilidade de combater<br />
assim como reagir está para reconhecer a restrição.
PROFESSOR<br />
ARENILDO DOS SANTOS<br />
CURSO DE INTERPRETAÇÃO
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
Narrar é contar uma história, uma sequencia de fatos (enredo)<br />
ocorri<strong>dos</strong> em local e tempo determina<strong>dos</strong>. Ao fazer uma narração,<br />
é preciso que o redator, se possível, deixe claro “o que<br />
aconteceu?”, “por que aconteceu?”, “como aconteceu?”, “onde<br />
aconteceu?”, “quando aconteceu?, “com quem aconteceu?”.<br />
Com base nisso, eis os elementos essenciais a toda narração:<br />
1) Narrador - Uma história pode ser contada por um narradorpersonagem<br />
(narração em primeira pessoa) ou um narradorobservador<br />
(narração em terceira pessoa).<br />
2) Personagens - Não há narração sem personagens. O redator<br />
deve criá-los e, se for do seu interesse, pode distingui-los em<br />
protagonista, antagonista, secundário.
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
3) Tempo - É importante que o redator deixe claro quando os<br />
fatos narra<strong>dos</strong> se deram e em quanto tempo ocorreram.<br />
4) Espaço - A localização física e geográfica <strong>dos</strong> fatos<br />
narra<strong>dos</strong> é importante, a fim de facilitar a imaginação do<br />
leitor.<br />
Obs.: Cuidado. Nem toda narração é ficcional. Uma notícia<br />
de jornal, por exemplo, pode tematizar um fato que envolve<br />
um enredo, isto é, uma sequência de ações e de<br />
acontecimentos. Por essa razão, pode-se ter um texto<br />
simultaneamente informativo e narrativo.
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
Noivo prende fugitivo na hora do casamento<br />
A igreja estava linda. Os familiares e amigos presentes.<br />
Flores diversas. Os pais de ambos visivelmente<br />
emociona<strong>dos</strong>. Era o casamento.<br />
Em plena hora do casamento, o noivo abandonou a festa<br />
para prender o fugitivo de um acidente de carro. Richard e<br />
Sarah Cooney acabaram de se casar em Birmingham,<br />
Inglaterra, e ele viu a fuga. Não perdeu tempo e perseguiu<br />
um homem que tentou escapar até dominá-lo.<br />
A cerimônia já tinha acabado e o casal posava para<br />
fotografias do lado de fora da Igreja Saint Margaret Mary<br />
quando aconteceu o incidente.
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
O marido ouviu o barulho <strong>dos</strong> carros batendo e dois<br />
homens envolvi<strong>dos</strong> no acidente fugindo. Christopher<br />
Armstrong, padrinho na cerimônia e irmão de Sarah, correu<br />
atrás de um deles, enquanto Richard seguia o outro. Depois<br />
de alcançar o fugitivo em um parque, o noivo o entregou à<br />
polícia e voltou para a cerimônia.<br />
(Deu no Terra, maio de 2002. As notícia mais malucas do planeta.<br />
Alessandro Bender.)
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
O primeiro parágrafo do texto, por sua estrutura e<br />
características, deve ser prioritariamente classificado como:<br />
(A) expositivo;<br />
(B) narrativo;<br />
(C) normativo;<br />
(D)argumentativo;<br />
(E) descritivo.
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
Duas características - presentes no primeiro parágrafo -<br />
que são representativas do modo de organização discursiva<br />
que você assinalou na questão anterior são:<br />
(A) o fato e a opinião;<br />
(B) regras e exceções;<br />
(C) unidade temporal e adjetivações;<br />
(D) enredo e cronologia;<br />
(E) opiniões e considerações.
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
O segundo parágrafo do texto, por sua estrutura e<br />
características, deve ser prioritariamente classificado como:<br />
(A) expositivo;<br />
(B) narrativo;<br />
(C) normativo;<br />
(D)argumentativo;<br />
(E) descritivo.
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
O segundo parágrafo do texto, por sua estrutura e<br />
características, deve ser prioritariamente classificado como:<br />
(A) expositivo;<br />
(B) narrativo;<br />
(C) normativo;<br />
(D)argumentativo;<br />
(E) descritivo.
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
O texto só não permite inferir a seguinte característica do<br />
noivo:<br />
(A) corajoso;<br />
(B) fiel;<br />
(C) herói;<br />
(D) impetuoso;<br />
(E) tenaz.
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
A cerimônia já tinha acabado e o casal posava para<br />
fotografias do lado de fora da Igreja Saint Margaret Mary<br />
quando aconteceu o incidente.<br />
O vocábulo destacado corresponde a:<br />
(A) após;<br />
(B) no momento em que;<br />
(C) depois de;<br />
(D) logo que;<br />
(E) antes de.
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
Discurso Indireto- O narrador transmite, com suas próprias<br />
palavras, a fala <strong>dos</strong> personagens. O discurso indireto se<br />
caracteriza, no plano formal, pela presença <strong>dos</strong> chama<strong>dos</strong><br />
verbos "dicendi", ou seja, verbos declarativos do tipo falar,<br />
dizer, responder, argumentar, confessar, ponderar, expressar,<br />
etc., acompanha<strong>dos</strong>, sobretudo, de orações subordinadas<br />
substantivas, quando o desejo é reproduzir a fala do<br />
personagem.<br />
Ex.: Filomena respondeu que não poderia, àquela altura <strong>dos</strong><br />
acontecimentos, voltar atrás.
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
Discurso Direto - O narrador interrompe a trajetória de sua<br />
narração, passando a palavra para os próprios personagens.<br />
O discurso direto, no plano formal, traz as falas <strong>dos</strong><br />
personagens também precedidas <strong>dos</strong> chama<strong>dos</strong> verbos<br />
declarativos, ou "dicendi". Em alguns casos, porém, tais<br />
verbos não são necessários, uma vez que o próprio contexto<br />
e alguns recursos de pontuação (dois pontos, travessão,<br />
aspas) ou gráficos (mudança de linha) já são suficientes<br />
para o anúncio de uma participação direta <strong>dos</strong> personagens.
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
Observação: Quanto à pontuação, no discurso direto, é<br />
válido observar que dois-pontos e travessão são sinais<br />
marcantes desse tipo de discurso, assim como as aspas,<br />
podendo o narrador optar por várias combinações. Veja só:<br />
O pai perguntou ao filho:<br />
- Você foi à escola?<br />
- Você foi à escola? - o pai perguntou ao filho.<br />
O pai perguntou ao filho: "Você foi à escola?"<br />
"Você foi à escola?", perguntou o pai ao filho.
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
Transposição de Discursos<br />
Direto Indireto<br />
Verbo no presente. Verbo no pretérito imperfeito.<br />
Verbo no pretérito perfeito. Verbo no pretérito mais-que-perfeito.<br />
Verbo no futuro do presente. Verbo no futuro do pretérito.<br />
Verbo no imperativo. Verbo no subjuntivo.<br />
Demonstrativos este(a), esse(a),<br />
isto, isso.<br />
Demonstrativos aquele(a), aquilo.<br />
Advérbio aqui. Advérbio ali.
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
Transposição de Discursos<br />
Direto Indireto<br />
Verbo no presente. Verbo no pretérito imperfeito.<br />
Verbo no pretérito perfeito. Verbo no pretérito mais-que-perfeito.<br />
Verbo no futuro do presente. Verbo no futuro do pretérito.<br />
Verbo no imperativo. Verbo no subjuntivo.<br />
Demonstrativos este(a), esse(a),<br />
isto, isso.<br />
Demonstrativos aquele(a), aquilo.<br />
Advérbio aqui. Advérbio ali.
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
Reescreva o conteúdo de cada item a seguir, transformando<br />
o discurso indireto em discurso direto. Leve em conta a<br />
adequação do registro linguístico.<br />
a) No momento em que Christopher viu os homens fugindo,<br />
ele disse à mulher que o aguardasse e que não tivesse<br />
medo.<br />
_________________________________________________<br />
_________________________________________________<br />
_________________________________________________
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
b) Quando Christopher abateu um <strong>dos</strong> fugitivos, xingou-o<br />
dizendo que não adiantava tentar fugir.<br />
_________________________________________________<br />
_________________________________________________<br />
_________________________________________________
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
c) O policial agradeceu a Christopher, afirmando que a polícia<br />
daquele lugar precisaria de homens com aquela coragem.<br />
_________________________________________________<br />
_________________________________________________<br />
_________________________________________________
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
d) Quando a mulher viu o marido voltar, de longe gritou-lhe<br />
que não deixaria mais que ele se arriscasse daquela maneira<br />
e que o amaria para sempre.<br />
_________________________________________________<br />
_________________________________________________<br />
_________________________________________________
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
Aos vinte e sete dias do mês de março de dois mil e seis,<br />
no auditório da Secretaria Nacional de Recursos Hídricos,<br />
realizou-se a sessão de análise <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong> do seminário<br />
“Gestão de Recursos Hídricos: Olhar o Futuro”, com a<br />
presença <strong>dos</strong> organizadores do referido evento, sob a<br />
presidência do secretário nacional de recursos hídricos, João<br />
Bosco Senra, que participara da solenidade de encerramento,<br />
na sexta-feira anterior, quando afirmara que o Plano Nacional<br />
de Recursos Hídricos precisava ter a participação social, sem<br />
a qual os resulta<strong>dos</strong> seriam pífios. [...]
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
Após a avaliação do êxito das atividades do seminário,<br />
Senra informou que quarenta e quatro reuniões públicas<br />
foram programadas para o corrente ano para apresentar o<br />
plano e discuti-lo com a sociedade civil, os gestores, as<br />
empresas de saneamento e os grandes setores<br />
consumidores de água, como agronegócio, campo industrial e<br />
setor elétrico. “Nós tivemos uma ampla participação de to<strong>dos</strong><br />
os setores usuários na construção do plano, mas é<br />
importante eles incorporarem os princípios, as diretrizes e os<br />
programas já na fase de planejamento da sua ação de forma<br />
que essas ações sejam sustentáveis”. [...]
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
Após encerra<strong>dos</strong> os debates acerca do tema, deliberou-se<br />
por remeter correspondências aos organismos cadastra<strong>dos</strong><br />
como preservadores <strong>dos</strong> recursos hídricos, a fim de que<br />
engrossassem o caudal <strong>dos</strong> esforços para o uso racional da<br />
água, apresentando novas alternativas de ação, compatíveis<br />
com o mundo globalizado em que vivemos. Ao término da<br />
reunião, lavrei o presente documento que, lido, aprovado e<br />
assinado por mim e pelo presidente, será encaminhado aos<br />
diversos organismos, prestando contas das atividades<br />
ocorridas no mês de março.<br />
Internet: www.envolverde.com.br (com adaptações).
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
(CESPE – ANA)<br />
Com base no texto ao lado, julgue os itens subsequentes.<br />
Com relação à tipologia, constata-se que o texto é<br />
predominantemente narrativo. (C) (E)
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
(CESPE - CHESF)<br />
“O objetivo atual foi justamente proporcionar uma técnica<br />
de aplicação de fácil manejo e de grande rendimento,<br />
propícia, portanto, para a proteção de grandes superfícies,<br />
contínuas ou descontínuas”, explica o geólogo Álvaro<br />
Rodrigues <strong>dos</strong> Santos, criador da técnica.”<br />
Esse parágrafo pode ser reescrito, em discurso indireto, da<br />
seguinte maneira:<br />
O geólogo Álvaro Rodrigues, que criou uma técnica de<br />
aplicação de alto rendimento e fácil de ser manejada,<br />
explicou que o objetivo do uso dessa técnica é a proteção de<br />
grandes superfícies, sejam elas contínuas ou descontínuas.<br />
(C) (E)
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
(CESPE - MIN)<br />
Reis, alquimistas e exploradores sonharam com o dia em<br />
que encontrariam um elixir que os faria enganar a morte e<br />
abraçar a eternidade. A vontade de viver para sempre é o<br />
mote da Epop de Gilgamesh, uma das histórias mais antigas<br />
do mundo, segundo a qual Gilgamesh, rei da lendária cidade<br />
suméria de Uruk, encontra Utnapishtim, que lhe promete vida<br />
eterna, desde que fique acordado 6 dias e 7 noites. Por mais<br />
que a ideia de viver para sempre seja sedutora, ela nunca<br />
tinha conseguido atravessar a linha que separa a ficção<br />
científica do mundo real. Até que a ciência passou a se<br />
debruçar com afinco no estudo do envelhecimento e a<br />
perceber que logo chegaria o dia em que seria possível<br />
desacelerá-lo e até evitá-lo.<br />
Vanessa de Sá. Galileu. Maio/2006, p. 57 (com adaptações).
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
A respeito da tipologia textual, das ideias e das estruturas do<br />
texto acima, julgue os itens a seguir.<br />
a. O primeiro parágrafo do texto caracteriza-se como<br />
informativo e narrativo. (C) (E)
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
A vida não é uma comédia romântica<br />
Homem e mulher se conhecem numa sala de espera de<br />
médico. Ela, grávida; ele, esperando a mulher, que consulta<br />
com o médico. Ele oferece a “Caras” que estava lendo:<br />
- Quer dar uma olhada?<br />
- Acho que essa eu já vi. É nova?<br />
- Bom, é deste século...<br />
Os dois riem. E se apaixonam. Dessas coisas. Destino,<br />
química... Quem explica essas coisas? Se apaixonam,<br />
pronto. Mas não caem nos braços um do outro. Mesmo<br />
porque a barriga dela, de sete meses, não permitiria. Ficam<br />
apenas se olhando, atônitos com o que aconteceu. Pois junto<br />
com o amor súbito vem a certeza da sua impossibilidade.
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
Como uma ferida fazendo casca em segun<strong>dos</strong>. E como<br />
nenhum <strong>dos</strong> dois é um monstro de frivolidade, e como a vida<br />
não é uma comédia romântica, é uma coisa muito séria, e<br />
como eles não podem largar tudo e fugir, trocam informações<br />
rápidas, para pelo menos ter mais o que lembrar quando<br />
lembrarem aquele momento sem nenhum futuro, aquela<br />
quase loucura. Sim, é o primeiro filho dela. Menino. E a<br />
mulher dele? Está consultando o médico porque a gestação<br />
complicou, o parto talvez precise ser prematuro. Também é o<br />
primeiro filho deles. Filha. Menina. Que mais? Que mais?<br />
Não há tempo para biografias completas. Gostos, endereços,<br />
telefones, nada. A mulher dele sai do consultório. Ele tem<br />
que ir embora. Dá um jeito de voltar sozinho e perguntar o<br />
nome dela. Maria Alice. E o dele? Rogério! Rogério! E sai<br />
correndo, para nunca mais se encontrarem.
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
Mas se encontram. Três anos depois, na sala de espera<br />
de um pediatra. Ela chega com uma criança no colo. Ele está<br />
lendo uma revista. Talvez a mesma “Caras”. Os dois se<br />
reconhecem instantaneamente. Ele pega a mãozinha da<br />
criança. Pergunta o nome. É João Carlos. Caquinho.<br />
- Ele está com algum...<br />
- Não, não. Consulta normal. Ele é saudável até demais.<br />
Hiperativo. E a de vocês? O parto, afinal...<br />
- Foi bem, foi bem. Ela está ótima. Se chama Gabriela.<br />
Só veio fazer um checape. Eu não posso ficar lá dentro<br />
porque fico nervoso.
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
E declara que não houve dia em que não pensasse nela,<br />
e no que poderia ter sido se tivessem saído juntos daquele<br />
consultório, anos atrás, e seguido seus instintos, e feito<br />
aquela loucura. E ela confessa que também pensou muito<br />
nele e no que poderia ter sido. E ele está prestes a pedir um<br />
telefone, um endereço, um sobrenome para procurar no guia,<br />
quando a mulher sai do consultório com a filha deles no colo<br />
e ele precisa ir atrás, e só o que consegue é um olhar de<br />
despedida, um triste olhar de nunca mais.
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
Mas se encontram outra vez. Dois anos depois, na sala<br />
de espera de um pronto-socorro. Ele com a mulher, ela com o<br />
marido. Ele leva um susto ao vê-la. O que houve? É o<br />
Caquinho. O cretino conseguiu prender a língua numa lata<br />
de Coca. Ele se emociona. A mulher dele não entende.<br />
De onde o marido conhece aquele Caquinho? E aquela<br />
mulher, que está perguntando se aconteceu alguma coisa<br />
com a Gabriela? Não foi nada, Gabriela só bateu com a<br />
cabeça na borda da piscina e está levando alguns pontos. E<br />
nem a mulher dele nem o marido dela entendem por que, ao<br />
chegar a notícia de que o Caquinho só ficará com a língua um<br />
pouco inchada, os dois se abraçam daquela maneira, tão<br />
comovi<strong>dos</strong>. Depois, em casa, ele se explica: - Solidariedade<br />
humana, pô.
TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />
A história não precisa terminar aí. Rogério e Maria Alice<br />
podem continuar se encontrando, de tempos em tempos, em<br />
salas de espera (dentistas, traumatologistas, psicólogos<br />
especializa<strong>dos</strong> em problemas de adolescentes, etc.) até um<br />
dia ela sair do quarto de hospital onde está o Caquinho, que<br />
teve um acidente de ultraleve, e avistá-lo na sala de espera<br />
da maternidade, e perguntar: - A Gabriela está tendo bebê?<br />
E ele fazer que sim com a cabeça, com cara de “para<br />
onde foram as nossas vidas?”<br />
Veríssimo. O globo, 13 de janeiro de 2008.
PROFESSOR<br />
ARENILDO DOS SANTOS<br />
CURSO DE INTERPRETAÇÃO
Dissertação<br />
Brasileiro se realiza em arte menor.(1) Com raras<br />
exceções aqui e ali na literatura, no teatro ou na música<br />
erudita, pouco temos a oferecer ao resto do mundo em<br />
matéria de grandes manifestações artísticas. (2) Em<br />
compensação, a caricatura ou a canção popular, (3) por<br />
exemplo, têm sido superlativas aqui, alcançando uma<br />
densidade raramente obtida por nossos melhores artistas<br />
plásticos ou compositores sinfônicos.(4) Outras artes, ditas<br />
“menores”, desempenham um papel fundamental na cultura<br />
brasileira. É o caso da crônica e da telenovela.(5) Gêneros<br />
inequivocamente menores e que, no entanto, alcançam níveis<br />
de superação artística nem sempre observada em seus<br />
congêneres de outros quadrantes do planeta.
Dissertação<br />
Mas são menores diante do quê? (6) É óbvio que o<br />
critério de valoração continua sendo a norma europeia: a<br />
epopeia, o romance, a sinfonia, as “belas artes” em geral. O<br />
movimento é dialético e não pressupõe maniqueísmo. Pois se<br />
aqui não se geraram obras como as de Cervantes, Wagner<br />
ou Picasso, “lá” também – onde quer que seja esse lugar –<br />
nunca floresceu uma canção popular como a nossa que, sem<br />
favor, pode compor um elenco com o que de melhor já foi<br />
feito em matéria de poesia e de melodia no Brasil.
Dissertação<br />
Machado de Assis, como de costume, intuiu<br />
admiravelmente tudo. No conto “Um homem célebre”, ele nos<br />
mostra Pestana,(7) compositor que deseja tornar-se um<br />
Mozart mas, desafortunadamente, consegue apenas criar<br />
polcas e maxixes de imenso apelo popular. Morre consagrado<br />
– mas como autor pop. Aliás, não foi à toa que Caetano<br />
Veloso colocou uma frase desse conto na contracapa de<br />
Circuladô (1991). Um de nossos grandes artistas<br />
“menores” (8) por excelência, Caetano sempre soube<br />
refletir a partir das limitações de seu meio, conseguindo às<br />
vezes transcendê-lo em verso e prosa. [...]
Dissertação<br />
O curioso é que o conceito de arte acabou se alastrando<br />
para outros campos (e grama<strong>dos</strong>) da sociedade brasileira. É<br />
o caso da consagração do futebol como esporte nacional, a<br />
partir da década de 30, quando o bate-bola foi adotado pela<br />
imprensa carioca, recebendo status de futebol-arte. (9)<br />
Ainda no terreno das manifestações populares, o ibope de<br />
alguns carnavalescos é bastante sintomático: eles são os<br />
encenadores da mais vista de todas as nossas óperas, o<br />
Carnaval. (10) Quem acompanha a cobertura do evento<br />
costuma ouvir o testemunho deliciado de estrangeiros a<br />
respeito das imensas “qualidades artísticas” <strong>dos</strong> desfiles<br />
nacionais...
Dissertação<br />
Seguindo a fórmula clássica de Antonio Candido em<br />
Formação da literatura brasileira (“Comparada às grandes,<br />
a nossa literatura é pobre e fraca. Mas é ela, e não outra, que<br />
nos exprime.”), pode-se arriscar que muito da produção<br />
artística brasileira é tímida se comparada com o que é feito<br />
em outras paragens. Não temos Shakespeare nem Mozart?<br />
Mas temos Nelson Rodrigues, Tom Jobim, Nássara,<br />
Cartola – produtores de “miudezas” da mais alta estatura.<br />
Afinal são eles, e não outros, que expressam o que<br />
somos. (11)<br />
(Adaptado de Leandro Sarmatz. Superinteressante, novembro de 2000, p.106,<br />
(Ideias que desafiam o senso comum)
Dissertação<br />
1.(TRE-MS-Técnico Judiciário) De acordo com o texto,<br />
(A) a arte brasileira não produziu expoentes de vulto como<br />
Shakespeare ou Mozart, tendo sua maior expressão em<br />
eventos populares, como o carnaval e o futebol.<br />
(B) a literatura brasileira é realmente bastante pobre, pois é<br />
expressão de um meio limitado, com linguagem pouco<br />
expressiva, inadequada a grandes obras de arte.<br />
(C) as novelas e as crônicas são os gêneros mais cultiva<strong>dos</strong><br />
pelos autores brasileiros, por seu forte apelo popular, além da<br />
simplicidade de temas e de linguagem.
Dissertação<br />
1.(TRE-MS-Técnico Judiciário) De acordo com o texto,<br />
(D) a produção artística brasileira, embora possa ser<br />
considerada de menor expressão, apresenta grandes vultos<br />
em suas diversas e variadas manifestações.<br />
(E) as manifestações artísticas nacionais são mais aceitas<br />
por critérios europeus do que por valores típicos brasileiros, o<br />
que as empobrece sobremaneira.
Dissertação<br />
2. (TRE-MGS-Técnico Judiciário) Segundo o texto, está<br />
correto o que se afirma em:<br />
(A) O 1º parágrafo aponta a tese que será desenvolvida em<br />
todo o texto, até seu final, de modo plenamente coerente.<br />
(B) Entende-se o 2º parágrafo como a real proposição do<br />
texto, na defesa das manifestações da arte brasileira.<br />
(C) Machado de Assis e Caetano Veloso são cita<strong>dos</strong>, no 3º<br />
parágrafo, como exemplos de expressões, respectivamente,<br />
do maior e do menor em nossa literatura.
Dissertação<br />
2. (TRE-MS-Técnico Judiciário) Segundo o texto, está<br />
correto o que se afirma em:<br />
(D) Embora seja habitual, tanto entre brasileiros quanto entre<br />
estrangeiros, considerar-se o carnaval como “arte” (5º<br />
parágrafo), suas manifestações não devem ser vistas como<br />
“artísticas”.<br />
(E) O autor concorda com Antonio Candido, ao considerar, no<br />
último parágrafo, a pobreza da produção artística brasileira,<br />
em qualquer de seus aspectos.
Dissertação<br />
3. (TRE-MS-Técnico Judiciário) Um título adequado ao texto<br />
seria:<br />
(A) A “pequena” grande produção artística brasileira.<br />
(B) Manifestações populares de arte “menor” no Brasil.<br />
(C) Apelo popular define o que seja “arte brasileira”.<br />
(D) Ibope determina “valor artístico” de manifestações<br />
populares.<br />
(E) A norma europeia ainda é predominante na “arte<br />
brasileira”.
Implícitos<br />
Ao lado de cada item abaixo, aponte objetivamente o<br />
implícito.<br />
a) Já parou de chover?<br />
_____________________________________________<br />
b) Já começou a chover?<br />
_____________________________________________<br />
c) Chove ainda?<br />
_____________________________________________<br />
d) Choveu na cidade do Rio também.<br />
_____________________________________________
Implícitos<br />
Ao lado de cada item abaixo, aponte objetivamente o<br />
implícito.<br />
e) Ih, ela voltou para o marido.<br />
______________________________________________<br />
f) O marido não mais a traiu.<br />
______________________________________________<br />
g) O marido insistiu na reconciliação.<br />
______________________________________________
Implícitos<br />
Por vezes, o implícito pode (depende, óbvio, da intenção do<br />
locutor) conter alguma malícia, implicando uma pergunta<br />
complexa, comprometedora. Aponte, em cada item a seguir,<br />
o implícito.<br />
a) – Lávia, você já traiu seu namorado com outra mulher?<br />
_________________________________________<br />
b) – Você concorda com a ideia de que o idiota do Lula não<br />
sabe governar o país?<br />
_________________________________________<br />
c) – Você me daria um beijo na boca aqui na frente de to<strong>dos</strong>?<br />
_________________________________________
Implícitos<br />
Por vezes, o implícito pode (depende, óbvio, da intenção do<br />
locutor) conter alguma malícia, implicando uma pergunta<br />
complexa, comprometedora. Aponte, em cada item a seguir,<br />
o implícito.<br />
d) – Você trairia seu marido só por vaidade?<br />
_________________________________________<br />
e) – Você pode me dizer com quem me traiu?<br />
_________________________________________<br />
f) – Quando você falou mal de mim?<br />
_________________________________________
Implícitos<br />
MAR SANGRENTO<br />
A foca da Groenlândia é um <strong>dos</strong> mamíferos marinhos mais<br />
caça<strong>dos</strong> do mundo. O Canadá está entre os poucos países<br />
que permitem a matança e onde o governo fornece subsídios<br />
e estabelece uma cota para a caça. Em 2003, o número foi<br />
recorde – 350 mil animais – mas, segundo os ambientalistas,<br />
as mortes vão muito além. Várias focas atingidas escapam<br />
para morrer logo depois e os filhotes órfãos não conseguem<br />
sobreviver.<br />
(Revista Superinteressante, agosto-2003)
Implícitos<br />
“A foca da Groenlândia é um <strong>dos</strong> mamíferos marinhos mais<br />
caça<strong>dos</strong> do mundo”; infere-se dessa frase do texto que:<br />
(A) o mamífero marinho mais caçado do mundo é a foca da<br />
Groenlândia;<br />
(B) a caça da foca da Groenlândia deve trazer vantagens<br />
para seus praticantes;<br />
(C) a foca da Groenlândia só é caçada em momento de<br />
reprodução;<br />
(D) há outros mamíferos marinhos que não são caça<strong>dos</strong>;<br />
(E) há focas em outras regiões que também são muito<br />
caçadas.
PROFESSOR<br />
ARENILDO DOS SANTOS<br />
CURSO DE INTERPRETAÇÃO
TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />
Me<strong>dos</strong><br />
A menina precisava descer a ladeira para ir à escola. A<br />
mãe lhe disse que não tivesse medo, pois aqueles tiros logo<br />
parariam. Ela sabia que, se tivesse medo, a filha o herdaria.<br />
Era preciso não sentir medo. Seu medo era o de sentir<br />
medo. – Confie em Deus ...<br />
Minirretrato do cotidiano de muitos centros urbanos. A<br />
violência fazendo vítimas sociais e psicológicas. Pelo menos<br />
três grandes fobias têm, neste ainda princípio de século,<br />
caracterizado as mentes intelectualizadas.
TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />
Uma é a “homofobia”, não no sentido recente e<br />
malformado, impregnado de matizes do universo das<br />
relações paranormais, tais como o homossexualismo. Em<br />
sentido lato – e não estrito – “homo” significa semelhante. De<br />
homossexual – apreciação do mesmo gênero – criou-se, pela<br />
comuníssima tendência à economia linguística, “homo”, ou<br />
seja, adepto do homossexualismo. Daí, “homofobia”, aversão<br />
ao homossexual.
TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />
Homofobia, sim, no sentido de aversão ao semelhante,<br />
isto é, da mesma espécie. Antropofobia. Medo do outro.<br />
Misantropia. O indivíduo, nesta sociedade competitiva e<br />
selvática, modernização urbanizada da seleção natural, com<br />
toda a cadeia alimentar que lhe é peculiar, assombra-se com<br />
o próximo. A dramaticidade do cotidiano, em que se mesclam<br />
diferentes tipos pessoais da mesma espécie, cria no<br />
consciente da selva a necessidade de se estar em alerta,<br />
posicionando-se para fugir, defender-se, reagir ou atacar. Na<br />
cadeia, pode-se reconhecer a impotência ante o adverso, a<br />
restrição, a possibilidade de combater ou a vantagem<br />
oportunista.
TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />
Também a monofobia é marca de nossos dias. A vida<br />
atribulada exige a atenção ao exterior. A selva urbana é o<br />
nosso habitat. A atenção tem de haver. Este sistema<br />
alucinante cria o medo do outro, mas é preciso estar em<br />
contato com o outro. É preciso criar motivos para a<br />
antropofobia. Quando não há monofobia, a misantropia vira<br />
caso patológico de alto grau. A monofobia equilibra, empurra<br />
para fora, num complexo de forças sorrateiras, invisíveis,<br />
disfarçadas nos sorrisos e vestimentas do cotidiano. Uma<br />
gangorra: como é difícil o equilíbrio.
TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />
A excessiva vivência do exterior gera o distanciamento do<br />
indivíduo de si mesmo, autodesconhecimento que gera<br />
despreparo na relação com as fobias mais naturais do ser<br />
humano. Desse despreparo vem talvez o maior <strong>dos</strong> me<strong>dos</strong>: a<br />
tanatofobia. Existem centenas e centenas de religiões que<br />
apontam a morte como uma espécie de passagem: seja para<br />
o céu, seja para uma outra vida, seja para um outro estágio,<br />
etc. Ainda assim, o medo. O que acontece realmente quando<br />
se morre? A pluralidade de respostas não gera uma única<br />
convincente, o que justifica a tanatofobia.
TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />
Não há como viver sem me<strong>dos</strong>, mas talvez haja como<br />
conviver com eles sem deixá-los se transformar em nenhum<br />
tipo de patologia. A menina da ladeira tem medo do marginal,<br />
não das pessoas e do mundo; tem medo de ficar sem<br />
companhia, não (de ficar) sozinha consigo mesma; tem medo<br />
do tiro, não exatamente da morte. A consciência do medo pode<br />
inclusive gerar o medo do medo, o que também pode ser<br />
patológico. O ateu não se livra da crença por não crer na<br />
existência de Deus, pois ele crê na inexistência de Deus. Da<br />
mesma forma, não se pode tentar viver sem medo, pois isso<br />
revelaria medo do medo. O medo é necessário. O medo é<br />
freio que precisa, porém, ser freado para que cheguemos com<br />
vida à morte.<br />
Reflexões filosóficas. José Messias. Ed. Olympio. set. 2011
TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />
1. Quanto à tipologia textual, a melhor classificação para o<br />
texto é:<br />
(A) descritivo;<br />
(B) narrativo;<br />
(C) argumentativo;<br />
(D) injuntivo;<br />
(E) científico.
TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />
A menina precisava descer a ladeira para ir à escola. A<br />
mãe lhe disse que não tivesse medo, pois aqueles tiros<br />
logo parariam. Ela sabia que, se tivesse medo, a filha o<br />
herdaria. Era preciso não sentir medo. Seu medo era o<br />
de sentir medo. – Confie em Deus ...<br />
2. Quanto às referenciações presentes no primeiro parágrafo,<br />
pode-se afirmar que têm o mesmo referente os termos da<br />
alternativa:<br />
(A) menina (l. 1) – mãe (l. 2) – Ela (l. 3);<br />
(B) menina (l. 1) – filha (l. 3) – Seu (l. 4);<br />
(C) mãe (l. 2) – Ela (l. 3) – Seu (l. 4);<br />
(D) ladeira (l. 1) – escola (l. 1) – filha (l. 3);<br />
(E) medo (l. 2) – o (l. 3) – Seu (l. 4).
TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />
3. Da mesma forma, não se pode tentar viver sem<br />
medo, pois isso revelaria medo do medo.” Das<br />
palavras abaixo, a que tem o mesmo significado da<br />
expressão destacada é:<br />
(A) nictofobia (B) fotofobia<br />
(C) fobofobia (D) claustrofobia<br />
(E) ombrofobia
TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />
“Minirretrato do cotidiano de muitos centros urbanos.<br />
A violência fazendo vítimas sociais e psicológicas.<br />
Pelo menos três grandes fobias têm, neste ainda<br />
princípio de século, caracterizado as mentes<br />
intelectualizadas.” (2º par.)<br />
4. As fobias a que se refere o autor nessa passagem<br />
são:<br />
(A) homofobia – antropofobia- misantropia<br />
(B) homofobia – antropofobia – monofobia<br />
(C) antropofobia – misantropia – monofobia<br />
(D) homofobia – monofobia – tanatofobia<br />
(E) antropofobia – monofobia – teofobia
TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />
5. Releia: “A dramaticidade do cotidiano, em que se<br />
mesclam diferentes tipos pessoais da mesma espécie,<br />
cria no consciente da selva a necessidade de se estar<br />
em alerta, posicionando-se para fugir, defender-se,<br />
reagir ou atacar. Na cadeia, pode-se reconhecer a<br />
impotência ante o adverso, a restrição, a possibilidade<br />
de combater ou a vantagem oportunista.”<br />
Atentando-se para as construções paralelas<br />
presentes, pode-se afirmar que:<br />
(A) fugir está para reagir assim como defender-se está<br />
para atacar;
TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />
(B) fugir está para defender-se assim como reagir está<br />
para atacar;<br />
(C) fugir está para reconhecer a impotência ante o<br />
adverso assim como atacar está para a vantagem<br />
oportunista;<br />
(D) defender-se está para reagir assim como atacar<br />
está para fugir;<br />
(E) defender-se está para a possibilidade de combater<br />
assim como reagir está para reconhecer a restrição.
TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />
6. Predomina no parágrafo 3 a seguinte função de<br />
linguagem:<br />
(A)metalinguística<br />
(B) referencial<br />
(C) Conativa<br />
(D) Emotiva<br />
(E) fática
TIPOLOGIA BÁSICA: FUNÇÕES DA LINGUAGEM.<br />
FUNÇÃO CENTRADA NO(A) EXEMPLO<br />
Emotiva Na primeira pessoa, no locutor. Diários, “blogs”, etc.<br />
Apelativa /<br />
Conativa<br />
Na segunda pessoa, no interlocutor. Comerciais de televisão.<br />
Fática No canal de comunicação. Alô! Está me ouvindo?<br />
Referencial No contexto situacional. Notícia de jornal.<br />
Poética Na construção. Poemas.<br />
Metalinguística No código de comunicação. Dicionário.
PROFESSOR<br />
ARENILDO DOS SANTOS<br />
CURSO DE INTERPRETAÇÃO
Dissertação argumentativa.<br />
Nos grandes centros urbanos, a violência entre os<br />
adolescentes ainda é preocupante, produto talvez de uma<br />
sociedade que testemunha toda sorte de crimes, tanto na<br />
vida real quanto em programas televisivos. Devido a isso,<br />
cada pessoa tende a responder de forma ríspida e agressiva<br />
a qualquer outra que circunstancialmente lhe funcione como<br />
rival.<br />
Hoje em dia os grandes centros urbanos do Brasil são<br />
palcos de ações marginais: sequestros, roubos de carro,<br />
assaltos a mão armada, balas perdidas, etc. A insegurança<br />
paira nas ruas. Tudo pode acontecer. Por isso, cada pessoa<br />
se vê obrigada a viver em alerta, pronta para se defender e<br />
também para atacar, se for conveniente.
Dissertação argumentativa.<br />
As autoridades falam muito, e pouco agem. A violência,<br />
por vezes, só muda de lugar, transferência de estatísticas,<br />
num jogo para favorecer a situação, numa tentativa de se<br />
perpetuar no poder.<br />
A violência não está restrita às ruas; ela invade os<br />
domicílios familiares por meio da televisão, que sobretudo<br />
nas novelas e filmes - entretenimentos de maior audiência -<br />
estampa em to<strong>dos</strong> os horários cenas de selvageria, tiroteios,<br />
torturas, assassinatos a sangue frio, etc."
Dissertação expositiva.<br />
Segundo da<strong>dos</strong> estatísticos recentes divulga<strong>dos</strong> pelo<br />
IBGE, aumenta, a cada dia, no Rio de Janeiro, o número de<br />
jovens que se tornam, da noite para o dia, pais, sem que,<br />
para isso, estejam prepara<strong>dos</strong>.<br />
Os da<strong>dos</strong> se baseiam em estatísticas <strong>dos</strong> hospitais da<br />
cidade, as quais apontam, de ano para ano, um crescimento<br />
no número de adolescentes e, até mesmo, pré-adolescentes<br />
que procuram aqueles nosocômios para darem à luz, tendo<br />
como parceiros jovens que beiram as suas idades.
Dissertação expositiva.<br />
Num primeiro instante, vem logo a ideia de que isso se<br />
restringe às classes baixas. Não é o que provam os fatos.<br />
Esses casos de paternidade e maternidade precoces ocorrem<br />
em todas as classes sociais, não só nos centros afasta<strong>dos</strong> e<br />
nas favelas, como também na zona Sul, onde, facilmente, se<br />
esbarra, nos calçadões, com grávidas que, entrevistadas por<br />
uma revista popular, confessaram que ainda decoram seus<br />
quartos com bonecas e bichinhos de pelúcia.
PROFESSOR<br />
ARENILDO DOS SANTOS<br />
CURSO DE INTERPRETAÇÃO
Ferramentas argumentativas.<br />
No trabalho de organização do texto dissertativo, os<br />
recursos mais comuns são: analogia, oposição ou<br />
contraste (antítese), testemunho (citação), definição,<br />
ilustração (exemplos, da<strong>dos</strong> estatísticos), comparações<br />
em geral. Em um texto, esses recursos aparecem, por<br />
muitas vezes, combina<strong>dos</strong>.
Ferramentas argumentativas.<br />
“O homem entra com o trabalho e a mulher com a graça”<br />
é frase emblemática de casamentos tradicionais em<br />
cerimônias católicas. Na atualidade, porém, frases como<br />
essa perderam seu encanto, já que a mulher participa cada<br />
vez mais da vida social, lideradas por figuras bem sucedidas<br />
socialmente como Marta Suplicy, Rosinha Garotinho e Dilma:<br />
todas chegaram ao poder.
Ferramentas argumentativas.<br />
Antigamente, a mulher que “trabalhava fora” era criticada;<br />
hoje, porém, o alvo de preconceitos é justamente a mulher<br />
que restringe seus afazeres ao lar, assemelhando-se a uma<br />
“Amélia”. É um consenso – ou quase isso – que a mulher de<br />
hoje deve mesmo buscar seu espaço profissional, deixando o<br />
casamento para um objetivo segundo ou terceiro.
Ferramentas argumentativas.<br />
Alguns da<strong>dos</strong>, entretanto, são preocupantes. Entre as<br />
mulheres divorciadas, segundo pesquisa realizada por uma<br />
associação de classe na cidade de São Paulo, cerca de 70%<br />
das mais de 700 entrevistadas trabalhavam “fora” ao longo do<br />
casamento, o que permite estabelecer certa relação de causa<br />
e efeito perigosa. Casamentos em que a mulher trabalha<br />
“fora” estão mais propícios ao fim precoce, imprevisto; ao<br />
divórcio, enfim.
Ferramentas argumentativas.<br />
Esse e outros aspectos devem ser pensa<strong>dos</strong>. Não se<br />
trata de voltarmos no tempo, mas algo precisa ser feito, pois a<br />
família é o principal elo social. Se, para a mulher trabalhar<br />
fora, a sociedade tiver de pagar com desintegrações<br />
familiares e tudo o que decorre daí como, por exemplo,<br />
desajustes nas relações com os filhos, não vale a pena. A<br />
mulher já não mais enche de graça o lar e, por isso, ela<br />
perdeu a graça.
Ferramentas argumentativas.<br />
No texto, defende-se um ponto de vista. A defesa está<br />
prioritariamente calcada no seguinte recurso argumentativo:<br />
(A) Exemplificação de reconhecimento público<br />
(B) Citação de uma autoridade<br />
(C) Analogia envolvendo certa conotação<br />
(D) Estatística de da<strong>dos</strong> apura<strong>dos</strong><br />
(E) Definição conceitual e funcional
Ferramentas argumentativas.<br />
Os chimpanzés são humanos, embora os humanos repilam a<br />
ideia. Geneticistas americanos descobriram que homens e<br />
chimpanzés compartilham de até 99,4% de seu código<br />
genético. Autoridades, no assunto, como os pesquisadores da<br />
Wayne State University, em Detroit, nos EUA, afirmam não<br />
hesitar em defender a inclusão do macaco no gênero<br />
humano.<br />
Nesse fragmento textual, predomina o seguinte recurso<br />
argumentativo:<br />
(A) comparação (B) analogia (C) citação<br />
(D) exemplo (E) definição
Ferramentas argumentativas.<br />
O homem vive em sua jaula. A jaula não é uma casa, um<br />
apartamento, um escritório, um quarto de hotel de luxo ou de<br />
pensão barata. A jaula é o próprio homem. Exígua ou ampla,<br />
pouco importa: jaula.<br />
E nela vivem, em estranha promiscuidade, as mais<br />
sanguinárias feras, as serpentes mais venenosas, os<br />
batráquios mais repugnantes, ao lado <strong>dos</strong> animais<br />
domésticos, os pássaros canoros, as aves da mais bela<br />
plumagem, os insetos mais deslumbrantes... Poderíamos<br />
chamar os habitantes desse jardim-zoológico de instintos,<br />
sentimentos, emoções.
Ferramentas argumentativas.<br />
Nesse fragmento textual, predomina o seguinte recurso<br />
argumentativo:<br />
(A) comparação<br />
(B) analogia<br />
(C) citação<br />
(D) exemplo<br />
(E) definição
Ferramentas argumentativas.<br />
O jogador brasileiro vai jogar na Europa por dinheiro; só<br />
por isso. O choque cultural é muito grande: desde o idioma<br />
até os hábitos característicos do cotidiano.<br />
Há, no Brasil, uma liberdade de comportamento, certa<br />
espontaneidade, uma alegria nata: nada disso se encontra<br />
com facilidade na Europa.<br />
O caso Adriano é bem exemplar. Realizado<br />
financeiramente na Europa, nunca, porém, sentiu-se bem lá.<br />
Voltou, não mais quis voltar, continua aqui, ainda que<br />
perdendo muito dinheiro.
Ferramentas argumentativas.<br />
No texto anterior, defende-se uma tese. Identifique-a<br />
entre as alternativas:<br />
(A) Nenhum brasileiro vive bem na Europa.<br />
(B) O jogador brasileiro pode viver bem nos EUA.<br />
(C) Pelé é um ex-jogador bem sucedido que jamais jogou em<br />
clube europeu.<br />
(D) Há jogadores brasileiros que, na Europa, jogam melhor do<br />
que no Brasil.<br />
(E) O sonho do jogador brasileiro é ganhar dinheiro na<br />
Europa.
Ferramentas argumentativas.<br />
Para defender sua tese, o autor do texto se serve<br />
prioritariamente do seguinte recurso argumentativo:<br />
(A) Analogia<br />
(B) Argumento de autoridade<br />
(C)Definição<br />
(D)Perguntas sucessivas<br />
(E) Interlocução
Ferramentas argumentativas.<br />
Não é coerente afirmar que o ateu em nada crê. Em<br />
termos etimológicos, “ateu” significa ausência de Deus: “a” é<br />
um prefixo que indica ausência, tal qual em “afônico”, por<br />
exemplo; “teu” vem de “teo”, Deus. Portanto, “ateu” é aquele<br />
que não crê em Deus ou em entidades religiosas. Isso,<br />
porém, não quer dizer que o ateu em nada creia. Ele pode<br />
crer, por exemplo, em forças naturais que, de alguma forma,<br />
mesmo sem intervenção divina, favorecem alguns.<br />
No texto acima, verifica-se uma tese, cujo argumento<br />
principal é um(a):<br />
(A) Analogia (B) Argumento de autoridade<br />
(B) Definição (D) Metáfora<br />
(C)Interlocução
Ferramentas argumentativas.<br />
Os políticos perderam o crédito com o eleitor brasileiro.<br />
Se é que em algum dia o tiveram. Eleições vão, eleições<br />
vêm, e a realidade é sempre a mesma: promessas não<br />
cumpridas, denúncias de corrupção, mensalões, etc. O povo<br />
participa das eleições muito mais por obrigação social,<br />
temendo represálias. Essa é a grande verdade. Ninguém<br />
vota acreditando de fato em mudanças. No máximo, vai com<br />
uma mínima esperança. O descrédito é tamanho. Quem,<br />
passa<strong>dos</strong> dois ou três anos, se lembra de em quem votou<br />
para vereador, deputado ou senador? Quem se lembra das<br />
propostas de seu candidato? Quem acompanha a atuação<br />
política <strong>dos</strong> eleitos? A resposta (e não as respostas) a essas<br />
perguntas e a outras similares comprova o descrédito.
Ferramentas argumentativas.<br />
No texto anterior, verifica-se uma tese, cujo argumento<br />
principal é um(a):<br />
(A) Analogia (B) Argumento de autoridade<br />
(C) Definição (D) Metáfora<br />
(E) Interlocução
Ferramentas argumentativas.
PROFESSOR<br />
ARENILDO DOS SANTOS<br />
CURSO DE INTERPRETAÇÃO
Texto para análise.<br />
Trair é natural<br />
Homens são polígamos por natureza. Mulheres são<br />
naturalmente infiéis. O casamento, em grande parte das<br />
vezes, nada mais é do que uma fachada, mantida em nome<br />
de benefícios sociais. Soa como um discurso polêmico e<br />
antiquado que poucos admitiriam aceitar se confronta<strong>dos</strong> com<br />
as puladas de cerca do companheiro. Mas é precisamente o<br />
que faz uma boa parte das pessoas evocando seus<br />
ancestrais da savana, afirma a mais nova linha de estudo da<br />
biologia evolutiva.
Texto para análise.<br />
A tese é apresentada no recém-lançado “O mito da<br />
monogamia” (Ed. Record), do zoólogo David P. Barash e da<br />
psiquiatra Judith Eve Lipton. O casal – sim, eles são casa<strong>dos</strong><br />
– defende a ideia de que o macho Homo sapiens, por<br />
natureza, polígino, ou seja, tende a ter muitas parceiras.<br />
Embora não seja poliândrica – com muitos parceiros – a<br />
fêmea tampouco é totalmente monogâmica e,<br />
ocasionalmente, trai. Resumindo, os seres humanos não são<br />
naturalmente monógamos.
Texto para análise.<br />
Ocorre que a maioria das sociedades modernas<br />
estabeleceu a monogamia como modelo. Como conciliar<br />
instintos primitivos aos benefícios e conveniências sociais do<br />
casamento? A fidelidade de fachada parece ter sido a<br />
resposta encontrada pela espécie humana, dizem os<br />
pesquisadores, cujo livro foi elogiado pela “Nature”, uma das<br />
revistas científicas mais importantes do mundo. Presos a um<br />
arranjo monogâmico, os seres humanos buscariam relações<br />
extraconjugais. Escondi<strong>dos</strong>, claro. Reportagem de Roberta Jansen.<br />
O Globo, 19 de agosto de 2007.
Texto para análise.<br />
1. “Homens são polígamos por natureza. Mulheres são<br />
naturalmente infiéis.” Inclui-se nesse segmento do texto a<br />
seguinte ideia:<br />
(A) Homens traem mais as mulheres do que as mulheres aos<br />
homens.<br />
(B) Homens traem menos as mulheres do que as mulheres<br />
aos homens.<br />
(C) Homens e mulheres se traem na mesma medida.<br />
(D) Homens e mulheres são infiéis.<br />
(E) O mundo está perdido, pois ninguém presta.
Texto para análise.<br />
2. “Homens são polígamos por natureza. Mulheres são<br />
naturalmente infiéis. O casamento, em grande parte das<br />
vezes, nada mais é do que uma fachada, mantida em nome<br />
de benefícios sociais.”<br />
O terceiro período do texto, em relação aos dois primeiros,<br />
apresenta prioritariamente o seguinte valor semântico:<br />
(A) causa<br />
(B) consequência<br />
(C) finalidade<br />
(D) proporção<br />
(E) comparação
Texto para análise.<br />
3. À luz do texto, a paráfrase mais adequada para o título<br />
“Trair é natural” é:<br />
(A) Trair é um direito<br />
(B) Trair é um dever<br />
(C) Trair é bom<br />
(D) Trair é nato<br />
(E) Trair não é imoral
Texto para análise.<br />
4. Na frase A natureza do homem é polígama, porque ele,<br />
costumeiramente, tem mais de uma mulher. O raciocínio<br />
apresenta um argumento em que<br />
(A) se faz presente uma falsa analogia;<br />
(B) há confusão na relação causa-efeito;<br />
(C) se apresenta como costumeiro um fato indiscutivelmente<br />
raro;<br />
(D) há franca anfibologia;<br />
(E) se evidencia a absoluta ausência de lógica em cada<br />
afirmativa.
Texto para análise.<br />
Natural não significa bom ou inevitável<br />
Existe uma preocupação crescente entre os cientistas de<br />
que determina<strong>dos</strong> estu<strong>dos</strong> possam ser usa<strong>dos</strong> para legitimar<br />
antigos preconceitos. – Entender as bases de algo é uma<br />
coisa; outra é usar essa compreensão para justificar algo –<br />
frisa David P. Barash.<br />
Para o zoólogo, é fundamental entender tudo o que diz<br />
respeito aos seres humanos, incluindo o seu comportamento.<br />
– Mas não se trata de arrumar desculpas para as nossas<br />
tendências mais infelizes. As pessoas têm uma boa <strong>dos</strong>e de<br />
controle sobre suas vidas e não devem ser absolvidas de<br />
suas responsabilidades colocando a culpa em seus genes.<br />
Idem, ibidem.
Texto para análise.<br />
5. Em relação ao conteúdo do texto “Trair é natural”, o<br />
conteúdo do texto acima representa, prioritariamente, um(a):<br />
(A) contradição;<br />
(B) ressalva;<br />
(C) exemplificação;<br />
(D) explicação;<br />
(E) argumento.
Texto para análise.<br />
6. Leia: “Eu não traí você. Somos casa<strong>dos</strong>, saí com outro<br />
homem, mas não traí você. Isso que eu fiz não é traição. Só<br />
se pode trair quando há amor. Não amo você. Você não me<br />
ama. Ambos sabemos disso.”<br />
Identifique no trecho acima:<br />
a) a tese: ________________________________________<br />
_________________________________________________<br />
_________________________________________________<br />
b) o argumento: ____________________________________<br />
_________________________________________________<br />
_________________________________________________
Texto para análise.
PROFESSOR<br />
ARENILDO DOS SANTOS<br />
CURSO DE INTERPRETAÇÃO
Polifonia.<br />
Antes da chamada Lei <strong>dos</strong> Crimes Ambientais (Lei 9.605,<br />
de 1998), quem era flagrado na caça ou no tráfico de animais<br />
silvestres não tinha direito à fiança. Era prisão na certa, tanto<br />
para o criminoso quanto para o flagelado pela fome que<br />
caçava para comer. Com a mudança na lei, as coisas ficaram<br />
mais leves, principalmente para aqueles que lucram com o<br />
tráfico. Para agentes do Ibama e membros de ONGs, o crime<br />
só não cresce mais por causa de campanhas de<br />
conscientização e de ações de fiscalização baseadas em<br />
denúncias. “As campanhas e a repercussão das apreensões<br />
são fundamentais para o aspecto educativo”, admite Luís<br />
Antônio Gonçalves de Lima, chefe da fiscalização do Ibama<br />
em São Paulo.
Polifonia.<br />
Com o abrandamento da legislação ambiental, em<br />
especial do Código de Fauna (Lei 5.197, de 1967), cresceu o<br />
número <strong>dos</strong> criadouros de animais silvestres. Os bichos neles<br />
cria<strong>dos</strong> podem ser vendi<strong>dos</strong>.<br />
Ângela Branco, chefe da Divisão Técnica de Medicina<br />
Veterinária e Manejo da Fauna Silvestre da Prefeitura de São<br />
Paulo, diz não ser contra os criadouros, mas que não deveria<br />
ser estimulada a posse de animais silvestres. “Isso prejudica<br />
o esforço de anos de trabalho de conscientização.” A<br />
veterinária ressalta que ao abrandamento da lei deveria<br />
corresponder uma fiscalização mais intensa <strong>dos</strong> criadouros e<br />
do comércio para evitar a “legalização” de animais que são<br />
captura<strong>dos</strong> ilegalmente. Ela cita que há muitos casos de<br />
adulteração de anilhas, as “pulseiras” de identificação<br />
colocadas nas pernas das aves.
Polifonia.<br />
(NCE – Auditor – MS)<br />
No texto aparecem muitas vozes; assinale a afirmativa que<br />
NÃO está de acordo com as vozes presentes no texto:<br />
(A) a voz prioritária é a do autor do texto;<br />
(B) aparecem também vozes de autoridades constituídas;<br />
(C) algumas vozes trazem autoridade ao texto;<br />
(D) outras vozes são de menor valia, como a do flagelado<br />
pela fome;<br />
(E) vozes das ONGs colaboram para distintos pontos de vista.
Polifonia.
Intertextualidade.
.<br />
Intertextualidade.
.<br />
Intertextualidade.
PROFESSOR<br />
ARENILDO DOS SANTOS<br />
arenildo@globo.com<br />
CURSO DE INTERPRETAÇÃO
Principais falhas de interpretação textual.<br />
ATENÇÃO: EM QUESTÕES DE INTERPRETAÇÃO, OS<br />
PRINCIPAIS ERROS EXPLORADOS PELOS AUTORES DE<br />
PROVAS SÃO: EXTRAPOLAÇÃO (quando uma afirmativa<br />
vai além do que o texto afirma); RESTRIÇÃO (quando uma<br />
afirmativa restringe o que o texto afirma) e CONTRADIÇÃO<br />
(quando uma afirmativa contradiz o que o texto afirma).<br />
É o que vamos treinar a partir de agora.
Principais falhas de interpretação textual.<br />
O leitor está cansado de más notícias? Quer uma boa?<br />
Lá vai: somos gentis. Os brasileiros, ou, pelo menos, entre os<br />
brasileiros, aqueles que nasceram ou vivem na cidade do Rio<br />
de Janeiro, podem se vangloriar de ostentar, com chancela<br />
acadêmica, o título de campeões mundiais de gentileza. Um<br />
estudo de pesquisadores americanos sobre o comportamento<br />
das pessoas na rua, em face de alguém precisando de ajuda,<br />
em 23 cidades de 23 países diferentes, deu Rio de Janeiro na<br />
cabeça. O estudo, levado a cabo por Robert V. Levine e<br />
Karen Philbrick, ambos da Universidade Estadual da<br />
Califórnia, e Ara Norenzayan, da Universidade de Michigam<br />
foi engenhoso e minucioso.
Principais falhas de interpretação textual.<br />
O que se testou, em experiências realizadas entre 1992 e<br />
1997, foi o comportamento <strong>dos</strong> transeuntes diante de três<br />
situações: um cego que tenta atravessar a rua; alguém com<br />
um problema na perna, mancando fortemente, que deixa cair<br />
uma pilha de revistas e não consegue levantá-la; e alguém<br />
que inadvertidamente deixa cair uma caneta do bolso.
Principais falhas de interpretação textual.<br />
Os cariocas passaram brilhantemente pelo triplo teste.<br />
Em 93% <strong>dos</strong> casos, tiveram reação positiva: ajudaram o cego<br />
a atravessar a rua, o homem com problema na perna a<br />
recolher as revistas, e alertaram o que tinha perdido a caneta<br />
do ocorrido. Em último lugar ficou Kuala Lumpur, capital da<br />
Malásia, com apenas 40% de reações positivas. Nova York<br />
fez jus à fama de abrigar gente impaciente e mal-educada, e<br />
ficou em penúltimo lugar, com 45%. Roma foi melhor, mas<br />
também não se mostrou grande coisa: 63% de reações<br />
positivas, e um medíocre 16.º lugar entre as 23 cidades.<br />
(texto extraído da revista Veja)
Principais falhas de interpretação textual.<br />
1. Acerca das ideias veiculadas no primeiro parágrafo a<br />
melhor afirmativa é:<br />
(A) é habitual a imprensa passar ao leitor boas notícias.<br />
(B) o Rio foi uma das cidades mais bem colocadas na<br />
pesquisa de solidariedade realizada por americanos.<br />
(C) O Rio de Janeiro foi a única cidade brasileira inclusa na<br />
pesquisa <strong>dos</strong> americanos.<br />
(D) Robert V. Levine e Karen Philbrick não participaram do<br />
estágio inicial da pesquisa.<br />
(E) Robert V. Levine e Karen Philbrick são os pesquisadores<br />
que levaram a cabo a pesquisa americana
Principais falhas de interpretação textual.<br />
2. Ao interpretar um texto, o candidato tem de ser<br />
cauteloso: sua interpretação não pode extrapolar, restringir ou<br />
contradizer o escrito. Tal cautela, entretanto, não deve inibir o<br />
"conhecimento de mundo". O candidato tem de servir-se dele<br />
para perceber os implícitos, os subentendi<strong>dos</strong>, conteú<strong>dos</strong> das<br />
entrelinhas, sem os quais uma interpretação não é eficiente.<br />
Releia: "O leitor está cansado de más notícias? Quer uma<br />
boa? Lá vai: somos gentis."<br />
A partir dessas frases que principiam o texto, pode-se<br />
subentender alusão à seguinte realidade social:
Principais falhas de interpretação textual.<br />
(A) Os leitores, hoje em dia, só se interessam por más notícias.<br />
(B) Em geral, as notícias fornecidas pelos jornais são más, isto é,<br />
aludem aos aspectos negativos do cotidiano social.<br />
(C) A nossa imprensa manipula as notícias, mostrando o que há de<br />
ruim, escondendo o que há de bom.<br />
(D) Notícias más cansam os leitores, os quais também querem<br />
entretenimento, ainda que isso represente fuga da realidade.<br />
(E) Ninguém é de ferro. Uma notícia boa de vez em quando cai<br />
bem.
Principais falhas de interpretação textual.<br />
3. A maneira como principia o texto, dirigindo-se ao leitor, deixa<br />
clara a seguinte intenção do autor:<br />
(A) individualizar o leitor, a fim de que o texto ganhe ares de<br />
conversa íntima.<br />
(B) dar a ideia de que ele, autor, pode influenciar no transcurso<br />
diário do leitor.<br />
(C) lembrar ao leitor alguma relação de parentesco entre ele –<br />
leitor – e o autor.<br />
(D) dar um toque de formalidade ao texto, marcando a<br />
distância entre: eu/escritor; você/leitor.<br />
(E) generalizar o leitor, por meio de linguagem familiar, a fim de<br />
que o texto ganhe ares de uma conversa informal.
PROFESSOR<br />
ARENILDO DOS SANTOS<br />
arenildo@globo.com<br />
CURSO DE INTERPRETAÇÃO
Principais erros de interpretação textual.
Principais erros de interpretação textual.<br />
Quem nunca ouviu falar em retórica?<br />
O conceito de retórica tem sido desfigurado, ainda<br />
mesmo entre pessoas de escolaridade confiável. Neste<br />
vocábulo, há quem veja algo de pejorativo ou de<br />
inferiorizante.<br />
Esta é, de fato, a compreensão vulgar; os dicionários a<br />
registram em segundo plano, priorizando a retórica<br />
propriamente considerada como arte – “arte da eloquência,<br />
de bem argumentar, de dizer”.
Principais erros de interpretação textual.<br />
Por isso mesmo, foi matéria de ensino nas<br />
universidades da Idade Média e ainda no século XVIII,<br />
convindo notar que integrou, no Brasil, currículos escolares<br />
respeitáveis, sob a inspiração de um desígnio ao mesmo<br />
tempo superior e prático: formar peritus dicenti – o perito no<br />
dizer. Não se objete que estou pondo em pauta exemplos<br />
anacrônicos. Em 1953, quando a Academia Sueca<br />
distinguiu Winston Churchill, proporcionando-lhe a<br />
consagração universal do Prêmio Nobel, justificou a láurea<br />
com esta concisão: “Pela sua fulgurante oratória”.
Principais erros de interpretação textual.<br />
O que afinal convém é estabelecer a diversificação <strong>dos</strong><br />
valores. Há retórica e retórica. A antiga terá sido o<br />
empório da ênfase, o cacoete do verbalismo, a verbiagem,<br />
a congestão da palavra. Outra retórica será a eloquência<br />
intrínseca, fruto, e às vezes flor, da cultura literária, da<br />
educação do gosto, do polimento intelectual.<br />
Torno a evocar o velho e sempre novo Churchill.<br />
Quando falou ao seu povo sobre o quase milagre que foi a<br />
rápida formação da Real Força Aérea da Inglaterra, para o<br />
contra-ataque à Alemanha nazista, o primeiro-ministro<br />
mobilizou, na hora certa, o justo orgulho e a gratidão de<br />
homens, mulheres e até crianças do Reino Unido com<br />
aquelas palavras de ouro maciço: “Nunca tantos deveram<br />
tanto a tão poucos.”
Principais erros de interpretação textual.<br />
Pouco antes, creio, já o tribuno modelar, no auge da<br />
guerra, confessava shakespearianamente à Grã-Bretanha<br />
que só poderia prometer, naquela altura, “sangue, suor e<br />
lágrimas”. O ingrediente da sua retórica, que inflamaria o<br />
nosso Castro Alves, belo retórico, foi a própria dureza da<br />
sinceridade total.<br />
Não é demais assinalar: ao lançar a sua promessa<br />
trágica, não incidiu na fealdade do grito, do estrepitoso. Na<br />
arte oratória de Churchill, a retórica, muitas vezes, estava<br />
na própria concisão.<br />
Marcos Almir Madeira – membro da Academia Brasileira de Letras.<br />
Glossário:<br />
áurea: diploma;<br />
empório: mercado;<br />
verbiagem: falatório longo, mas com pouco sentido.
Principais erros de interpretação textual.<br />
1. As afirmativas abaixo dizem respeito ao conceito de<br />
retórica. A que NÃO está de acordo com as afirmações do<br />
autor é:<br />
(A) Pessoas de escolaridade confiável é que têm deturpado<br />
o conceito de retórica.<br />
(B) os dicionários apontam a possibilidade de o vocábulo<br />
retórica ser usado com valor pejorativo.<br />
(C) o vocábulo retórica pode não ser usado com intenção<br />
pejorativa.<br />
(D) A retórica também está ligada à arte de argumentar.<br />
(E) A retórica também envolve a arte da expressão.
Principais erros de interpretação textual.<br />
2. Não está de acordo com as ideias do autor:<br />
(A) No Brasil, a retórica já fez parte de currículos escolares<br />
importantes, inspira<strong>dos</strong> no objetivo “peritus dicenti”.<br />
(B) O evento de 1953, envolvendo Winston Churchill,<br />
apesar de ser um óbvio exemplo anacrônico, registra um<br />
<strong>dos</strong> principais empregos de retórica.<br />
(C) Mesmo no que diz respeito à retórica como arte do<br />
discurso, ela não dever ser vista como um padrão único de<br />
discurso.<br />
(D) Churchill é exemplo atemporal de como fazer bom uso<br />
da retórica.<br />
(E) A concisão não é inimiga da retórica.
Principais erros de interpretação textual.<br />
3. A única inferência autorizada pelo contexto é:<br />
(A) A retórica foi ensinada nas universidades brasileiras no<br />
século XVIII.<br />
(B) A retórica como arte argumentativa pode ser<br />
classificada sob um ponto de vista temporal: a antiga é<br />
sempre mal-intencionada; a atual, sempre o contrário.<br />
(C) A oratória não pode ser confundida com a retórica, já<br />
que são atividades completamente distintas.<br />
(D) A finalidade do discurso é um <strong>dos</strong> critérios de<br />
classificação da retórica.<br />
(E) A retórica tem princípio enganador, falacioso.
Principais erros de interpretação textual.<br />
4. Observe:<br />
1- É proibido falar ao celular em sala de aula, quando se<br />
trata de simulado, durante a sua realização.<br />
2- É proibido falar ao celular em sala de aula, quando se<br />
trata de simulado.<br />
3- É proibido falar ao celular em sala de aula.<br />
4- É proibido falar ao celular.<br />
5- É proibido falar.<br />
O percurso ideológico do 1 ao 5 está mais precisamente<br />
apontado na alternativa:<br />
(A) generalização; (B) especificação; (C) diminuição;<br />
(D) restrição; (E) limitação.
Principais erros de interpretação textual.<br />
5. Que afirmativa abaixo generaliza ideia contida no texto ?<br />
(A) A retórica pode ser usada para enganar.<br />
(B) A retórica pode ser usada para encantar.<br />
(C) A retórica pode ser usada para depreciar.<br />
(D) A essência da retórica é persuasiva.<br />
(E) A essência da retórica é falaz.
Principais erros de interpretação textual.<br />
6. Há vários tipos de pergunta retórica. A do título do texto é do<br />
tipo que:<br />
(A) exemplifica uma cooptação;<br />
(B) propicia uma reflexão;<br />
(C) é respondida explicitamente no próprio texto;<br />
(D) tem resposta presumidamente óbvia;<br />
(E) sugere várias e diferentes respostas.
Principais erros de interpretação textual.<br />
7. Em cada alternativa abaixo, você encontra um fragmento do<br />
que se lê acerca do verbete “retórica”, no Dicionário do Aurélio,<br />
Edição Eletrônica, Séc. XXI. O fragmento que mais se<br />
aproxima do conceito de retórica presente no primeiro<br />
parágrafo do texto é:<br />
(A) Eloquência ; oratória.<br />
(B) E. Ling. Estudo do uso persuasivo da linguagem, em<br />
especial para o treinamento de oradores. [...]<br />
(C) Tratado que encerra essas regras.<br />
(D) Adornos empola<strong>dos</strong> ou pomposos de um discurso.<br />
(E) Discurso de forma primorosa, porém vazio de conteúdo.
Principais erros de interpretação textual.
PROFESSOR<br />
ARENILDO DOS SANTOS<br />
arenildo@globo.com<br />
CURSO DE INTERPRETAÇÃO
Texto preditivo: gênero.<br />
Textos<br />
Leão de 23/07 a 22/08 Regente: Sol<br />
Não deixe que a possessividade no amor a atrapalhe.<br />
Algum acontecimento pode fazer você querer acelerar as<br />
mudanças que já estão ocorrendo na sua vida. O que até<br />
agora era uma evolução pode se transformar numa<br />
revolução.<br />
Leão de 23/07 a 22/08 Regente: Sol<br />
Um acontecimento inesperado pode fazer você<br />
descobrir as verdadeiras intenções de uma pessoa em<br />
quem confia muito. Não se espante com a sensação de<br />
que, a qualquer momento, coisas que você não conhece<br />
podem mudar muito a sua vida.
Texto preditivo: gênero.<br />
01. O horóscopo tem por objetivo construir informações válidas<br />
para todas as pessoas que tenham nascido num mesmo<br />
período de qualquer ano. Analisando as previsões presentes,<br />
pode-se afirmar que esse objetivo é conseguido pelo uso de<br />
palavras de sentido<br />
(A) indefinido e de termos que expressam generalização.<br />
(B) metonímico e de termos que expressam adversidade.<br />
(C) metafórico e de termos que expressam negação.<br />
(D) categórico e de termos que expressam condicionalidade.<br />
(E) alegórico e de termos que expressam consequência.
Texto preditivo: gênero.<br />
02. O dinamismo semântico é atestado, por exemplo, pela polissemia de<br />
vocábulos como “dever” e “poder” que, dependendo <strong>dos</strong> contextos em que<br />
são utiliza<strong>dos</strong>, assumem diferentes senti<strong>dos</strong>.<br />
O uso do vocábulo “poder” nos textos de horóscopo acima<br />
(A) Indica possibilidade, mas, se substituído por “dever”, o<br />
sentido passaria a ser o de obrigatoriedade, certeza.<br />
(B) indica a eficácia da astrologia em fazer previsões acerca<br />
<strong>dos</strong> acontecimentos.<br />
(C) determina que a realização <strong>dos</strong> fatos previstos é<br />
inteiramente alheia à vontade e às atitudes do leitor.<br />
(D) projeta os fatos para o campo da possibilidade,<br />
relativizando o valor de verdade do que é enunciado.<br />
(E) evoca a discriminação <strong>dos</strong> acontecimentos, levando em<br />
consideração previsões anteriores.
Texto preditivo: gênero.<br />
(BANCA NCE/UFRJ)<br />
Noventa e sete por cento das espécies vivas, 80.000<br />
proteínas produzidas pelo corpo e bilhões de galáxias ainda<br />
não foram identifica<strong>dos</strong>. Quase nada sabemos da natureza do<br />
Universo, da origem da Vida, do funcionamento <strong>dos</strong> climas, do<br />
desenvolvimento do embrião e do cérebro.<br />
Provavelmente não se descobrirá ainda no século XXI de<br />
onde surgiu o Universo, nem como começou a vida na Terra,<br />
nem como o cérebro engendra o pensamento e a consciência,<br />
nem se outras formas de vida existem em outros lugares. Em<br />
compensação, outras questões que hoje não são formuladas<br />
serão resolvidas, pois se descobrirá que certas respostas<br />
consideradas definitivas estavam totalmente equivocadas.
Texto preditivo: gênero.<br />
O livro de onde foi retirado esse texto é um dicionário sobre o<br />
século XXI, publicado ainda no século XX, o que o mostra<br />
como um livro de profecias. Analise os itens a seguir:<br />
I - “Noventa e sete por cento das espécies vivas, 80.000<br />
proteínas produzidas pelo corpo e bilhões de galáxias ainda<br />
não foram identifica<strong>dos</strong>”;<br />
II - “Quase nada sabemos da natureza do Universo, da origem<br />
da Vida, do funcionamento <strong>dos</strong> climas, do desenvolvimento do<br />
embrião e do cérebro”;<br />
III - “Provavelmente não se descobrirá ainda no século XXI de<br />
onde surgiu o Universo, nem como começou a vida na Terra”;<br />
IV - “Em compensação, outras questões que hoje não são<br />
formuladas serão resolvidas”.
Texto preditivo: gênero.<br />
O discurso preditivo se mostra inegável no(s) trecho(s):<br />
A) I – II<br />
B) III – IV<br />
C) IV<br />
D) II - III – IV<br />
E) I - II - III - IV
Outros gêneros textuais.<br />
“O pai lia o jornal – notícias do mundo. O telefone tocou<br />
tirrim-tirrim. A mocinha, filha dele, dezoito, vinte, vinte e dois<br />
anos, sei lá, veio lá de dentro, atendeu: “Alô! Dois quatro sete<br />
um dois cinco quatro. Mauro!!! Puxa, onde é que você andou?<br />
Há quanto tempo! Que coisa! Pensei que tinha morrido! Sumiu!<br />
Diz! Não!?! É mesmo? Que maravilha! Meus parabéns!!! Homem<br />
ou mulher? Ah! Que bom!... Vem logo. Não vou sair não”.<br />
Desligou o telefone. O pai perguntou: “Mauro teve um filho?” A<br />
mocinha respondeu: “Não. Casou”.<br />
MORAL: JÁ NÃO SE ENTENDEM OS DIÁLOGOS COMO<br />
ANTIGAMENTE.<br />
Millôr Fernandes
Texto preditivo: gênero.<br />
O texto foi retirado de um livro de Millôr Fernandes,<br />
intitulado Novas fábulas fabulosas; o sinal mais visível de<br />
que o texto se aproxima de uma fábula é:<br />
A) ser uma narrativa muito curta;<br />
B) apresentar um tom humorístico;<br />
C) indicar uma moral sobre o texto lido;<br />
D) mostrar um diálogo entre personagens;<br />
E) ser escrita em linguagem popular.
Outros gêneros textuais.<br />
“O pai lia o jornal – notícias do mundo. O telefone tocou<br />
tirrim-tirrim.”; entre esses dois perío<strong>dos</strong> poderia estar<br />
inserida uma conjunção em lugar do ponto e, nesse caso,<br />
o conectivo adequado seria:<br />
A) enquanto;<br />
B) mas;<br />
C) logo que;<br />
D) porém;<br />
E) quando.
Outros gêneros textuais.<br />
O diálogo registrado no texto encaminha-se para um<br />
sentido provável - de que alguém casou -, que é rompido<br />
pela conclusão; o segmento que concentra a quebra da<br />
expectativa é:<br />
A) que maravilha!<br />
B) meus parabéns!!!<br />
C) homem ou mulher?<br />
D) ah! Que bom!<br />
E) que coisa!
Outros gêneros textuais.<br />
O diálogo registra somente a fala da mocinha e não a fala<br />
do Mauro; só NÃO se pode inferir desse diálogo e do texto<br />
que:<br />
A) Mauro propôs-se a ir até a casa da mocinha;<br />
B) a mocinha e Mauro já não se viam há muito tempo;<br />
C) a mocinha já recebera a notícia do falecimento de<br />
Mauro;<br />
D) Mauro tem muitas novidades a contar;<br />
E) o pai da mocinha conhecia Mauro.
Outros gêneros textuais.<br />
“...sei lá, veio lá de dentro,...”; as duas ocorrências do<br />
vocábulo LÁ, nesse segmento do texto, indicam,<br />
respectivamente:<br />
A) negação/lugar;<br />
B) lugar/lugar;<br />
C) aproximação/distância;<br />
D) tempo/localização;<br />
E) dúvida/tempo.
Outros gêneros textuais.<br />
“O pai lia o jornal – notícias do mundo. O telefone tocou<br />
tirrim-tirrim. A mocinha, filha dele, dezoito, vinte, vinte e dois<br />
anos, sei lá, veio lá de dentro, atendeu: “Alô! Dois quatro sete<br />
um dois cinco quatro. Mauro!!! Puxa, onde é que você andou?<br />
Há quanto tempo! Que coisa! Pensei que tinha morrido! Sumiu!<br />
Diz! Não!?! É mesmo? Que maravilha! Meus parabéns!!! Homem<br />
ou mulher? Ah! Que bom!... Vem logo. Não vou sair não”.<br />
Desligou o telefone. O pai perguntou: “Mauro teve um filho?” A<br />
mocinha respondeu: “Não. Casou”.<br />
MORAL: JÁ NÃO SE ENTENDEM OS DIÁLOGOS COMO<br />
ANTIGAMENTE.<br />
Millôr Fernandes
Outros gêneros textuais.<br />
Entre duas falas da mocinha supõe-se uma outra fala de<br />
Mauro, EXCETO em:<br />
A) Alô / Dois quatro sete um dois cinco quatro;<br />
B) Dois quatro sete um dois cinco quatro / Mauro!!!;<br />
C) Pensei que tinha morrido! / Sumiu!;<br />
D) Diz! / Não!?!;<br />
E) Homem ou mulher? / Ah! Que bom!
Outros gêneros textuais.
Outros gêneros textuais.<br />
Pai nosso, que estais nos<br />
céus, santificado seja o vosso<br />
nome, venha a nós o vosso<br />
reino, seja feita a vossa<br />
vontade, assim na terra como<br />
no céu. O pão nosso de cada<br />
dia nos dai hoje. Perdoai as<br />
nossas ofensas, assim como<br />
perdoamos a quem nos tem<br />
ofendido. Não nos deixeis cair<br />
em tentação, mas livrai-nos<br />
do mal. Amém.<br />
Responda:<br />
a) Qual é o gênero do texto<br />
ao lado?<br />
____________________<br />
____________________<br />
b) Qual é a função de<br />
linguagem predominante?<br />
____________________<br />
____________________
PROFESSOR<br />
ARENILDO DOS SANTOS<br />
arenildo@globo.com<br />
CURSO DE INTERPRETAÇÃO
O gênero “piada”.<br />
Piadas são historíolas (histórias concisas) que<br />
provocam humor calcadas em implícitos. Quando não se ri<br />
de uma piada, pode ser que ela seja “ruim”, mas pode ser<br />
também que ela não tenha sido plenamente entendida.<br />
Leia esta piada:<br />
“Na viagem, a mãe ajuda a filha, que está enjoada. O<br />
cavalheiro ao lado pergunta:<br />
- Foi comida?<br />
- Foi, mas vai casar, responde a mãe.”<br />
(Extraída do livro Os Humores da Língua, do linguista Sírio Possenti)
O gênero “piada”.<br />
Agora, assinale a alternativa que contém afirmativa<br />
inadequada acerca dessa piada:<br />
(A) nela está implícita a ideia de que a pergunta do cavalheiro<br />
não foi devidamente entendida;<br />
(B) o ponto central da piada é um equívoco, uma<br />
ambiguidade;<br />
(C) a palavra “comida” assume, no texto, dois senti<strong>dos</strong>: um<br />
formal; outro chulo.<br />
(D) a palavra “comida”, no contexto da piada, tem valor<br />
exclusivo de agente, isto é: “comida causou enjoo”;<br />
(E) a última fala da piada traz implícita a ideia de que<br />
casamento é a reparação de um “erro”.
O gênero “publicitário”.<br />
ELES BLÁ, BLÁ, BLÁ<br />
E NÓS GLUB, GLUB, GLUB, GLUB.<br />
CHEGA DE ENCHENTE.<br />
ALMAP/BBDO<br />
O texto publicitário acima enfatiza uma oposição entre<br />
"eles" e "nós". Ambas só podem ser entendidas à luz de um<br />
contexto social.<br />
"Eles" e "nós" representam respectivamente:<br />
(A) os concorrentes e os autores<br />
(B) o povo e os autores<br />
(C) os autores do texto e o povo<br />
(D) os governantes e o povo<br />
(E) os estrangeiros e os nacionais
O gênero “publicitário”.<br />
O segmento “blá, blá, blá” deve ser entendido como:<br />
(A) O discurso literal <strong>dos</strong> políticos.<br />
(B) discurso de conteúdo sem sentido.<br />
(C) referência aos contadores de histórias sertanejos.<br />
(D) discurso sem engajamento racional.<br />
(E) discurso desprovido de veracidade, atribuído, pelo povo,<br />
aos políticos em geral.
O gênero “publicitário”.<br />
A leitura tem sido objeto de inúmeras pesquisas sob as<br />
mais diferentes abordagens. Ler é muito mais do que<br />
decodificar sinais, pois o leitor precisa ter consciência de que<br />
cada texto tem varia<strong>dos</strong> níveis de significação e que, além do<br />
que está explícito, “existe toda uma gama de significações<br />
implícitas, muito mais sutis, diretamente ligadas à<br />
intencionalidade do produtor”<br />
(KOCH: 2002, 159).<br />
Com base nisso, assinale a única inferência não permitida<br />
pela leitura do texto.
O gênero “publicitário”.<br />
(A) Houve pelo menos uma enchente na localidade a que diz<br />
respeito o anúncio.<br />
(B) Há um conceito negativo acerca das autoridades<br />
responsáveis por uma série de estragos decorrentes de<br />
enchente.<br />
(C) O povo local encontra-se esgotado diante da situação.<br />
(D) O autor do cartaz propõe uma mudança de fatos: nós blá,<br />
blá, blá e eles glub, glub, glub, glub. x<br />
(E) Paira a sensação de descaso, por parte das autoridades,<br />
em relação ao povo.
O gênero “publicitário”.
O gênero “publicitário”.<br />
O termo polifonia designa o fenômeno pelo qual, num mesmo<br />
texto, se fazem ouvir "vozes" que falam de perspectivas ou<br />
pontos de vista diferentes com as quais o locutor se identifica<br />
ou não. É a polifonia que permite o entendimento de inúmeros<br />
anúncios publicitários. A alternativa que explica a principal<br />
polifonia explorada no comercial acima é:<br />
(A) A palavra pimentão relaciona-se a bronzeamento<br />
exagerado ou exposição demasiada ao sol, que causa a<br />
vermelhidão da pele.<br />
(B) A palavra pimentão remete ao significado de tempero<br />
culinário, atiçando o paladar do leitor.<br />
(C) As expressões "Ai" e "Ui" remetem o leitor à ideia de dor.
O gênero “publicitário”.<br />
(D) Quando se lê sundown, pensa-se em bronzeador, óculos<br />
escuros, toalha, tanga, biquíni, sunga, sorvete, praia, etc.<br />
(E) Quando se lê sundown, pensa-se em acordar, isopor,<br />
água, chave, carro, estrada, engarrafamento, vendedor<br />
ambulante, etc.
O gênero “publicitário”.<br />
A estratégia de abordagem ao consumidor aponta diretamente<br />
para<br />
(A) a razão, lembrando ao leitor os efeitos nocivos da alta<br />
exposição à luz solar.<br />
(B) a emoção, apelando a um fato cultural brasileiro: culto ao<br />
corpo moreno, bronzeado.<br />
(C) um hábito: associação metafórica de comestíveis a ideias<br />
exclusivamente positivas.<br />
(D) uma crítica a outros produtos da mesma natureza.<br />
(E) uma advertência: ou usa o produto anunciado, ou sentirá<br />
dor sempre.
PROFESSOR<br />
ARENILDO DOS SANTOS<br />
arenildo@globo.com<br />
CURSO DE INTERPRETAÇÃO
Paráfrases: denotação/conotação.<br />
Denotação X Conotação<br />
Denotação: vínculo direto de significação (sem senti<strong>dos</strong><br />
derivativos ou figura<strong>dos</strong>) que um nome estabelece com um<br />
objeto da realidade.<br />
Conotação: conjunto de alterações ou ampliações que uma<br />
palavra agrega ao seu sentido literal (denotativo), por<br />
associações linguísticas de diversos tipos (estilísticas, fonéticas,<br />
semânticas), ou por identificação com algum <strong>dos</strong> atributos de<br />
coisas, pessoas e seres da natureza.
Paráfrases: denotação/conotação.<br />
Soniara é uma pessoa de cabeça quente (1) e, por<br />
isso, vive batendo a cabeça(2). Caiu de cabeça(3) na<br />
relação com o namorado, que vive com a cabeça no ar(4),<br />
não esquenta a cabeça(5) com nada, jamais perde a<br />
cabeça(6), e saiu da relação de cabeça erguida(7), apesar<br />
da cabeça virada (8) pelo rapaz. Ela nem sempre sabe<br />
onde tem a cabeça.(9)
Paráfrases: denotação/conotação.<br />
A linguagem figurada é usada, com frequência, na linguagem<br />
coloquial. Parafraseie cada expressão destacada acima, deixando-as<br />
com sentido denotativo e em conformidade com a norma culta.<br />
(1) _____________________________________________________<br />
(2) _____________________________________________________<br />
(3) _____________________________________________________<br />
(4) _____________________________________________________<br />
(5) _____________________________________________________
Paráfrases: denotação/conotação.<br />
Soniara é uma pessoa de cabeça quente (1) e, por<br />
isso, vive batendo a cabeça(2). Caiu de cabeça(3) na<br />
relação com o namorado, que vive com a cabeça no ar(4),<br />
não esquenta a cabeça(5) com nada, jamais perde a<br />
cabeça(6), e saiu da relação de cabeça erguida(7), apesar<br />
da cabeça virada (8) pelo rapaz. Ela nem sempre sabe<br />
onde tem a cabeça.(9)
Paráfrases: denotação/conotação.<br />
A linguagem figurada é usada, com frequência, na linguagem<br />
coloquial. Parafraseie cada expressão destacada acima, deixando-as<br />
com sentido denotativo e em conformidade com a norma culta.<br />
(6) _____________________________________________________<br />
(7) _____________________________________________________<br />
(8) _____________________________________________________<br />
(9) _____________________________________________________
Paráfrases: denotação/conotação.<br />
Parafraseie cada expressão destacada abaixo, deixando-as com<br />
sentido denotativo e em conformidade com a norma culta.<br />
(1) Ela pediu dinheiro ao pai, mas saiu com as mãos abanando.<br />
_______________________________________________________<br />
(2) Ou mãos à obra, ou ela vai ficar sem tutu.<br />
_______________________________________________________<br />
(3) Ela ficou de mãos atadas na situação.<br />
_______________________________________________________<br />
(4) O ex-ministro caiu, mas caiu de pé.<br />
_______________________________________________________
Paráfrases: denotação/conotação.<br />
(5) To<strong>dos</strong> estão com um pé atrás em relação ao time do Brasil.<br />
_______________________________________________________<br />
(6) Neymar faz gol com pé nas costas.<br />
_______________________________________________________<br />
(7) Ela bateu o pé com a mãe, mas quando viu que a coisa ia ficar<br />
preta, deu no pé.<br />
_______________________________________________________<br />
_______________________________________________________<br />
(8) Vasco joga mal, mas consegue vencer lanterna.<br />
_______________________________________________________
Paráfrases: denotação/conotação.<br />
(9) São Paulo deixa o Cruzeiro na ponta da tabela.<br />
_______________________________________________________<br />
(10) E quem disse<br />
que elas não entendem nada?<br />
Às vésperas da Copa, as mulheres botam suas manguinhas de<br />
fora e revelam paixão e conhecimento do esporte que encanta o<br />
mundo.<br />
_______________________________________________________<br />
_______________________________________________________
Paráfrases: denotação/conotação.<br />
(9) São Paulo deixa o Cruzeiro na ponta da tabela.<br />
_______________________________________________________<br />
(10) E quem disse<br />
que elas não entendem nada?<br />
Às vésperas da Copa, as mulheres botam suas manguinhas de<br />
fora e revelam paixão e conhecimento do esporte que encanta o<br />
mundo.<br />
_______________________________________________________
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ARENILDO DOS SANTOS<br />
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CURSO DE INTERPRETAÇÃO
Figuras de linguagem.<br />
1. Símile ou comparação- Consiste numa comparação explícita,<br />
com a presença do elemento comparativo: como, tal qual, igual<br />
a, feito, que nem (coloquial), etc., entre duas palavras ou<br />
expressões. Ex.: Ela é bela como uma flor.<br />
2. Metáfora- Consiste numa comparação implícita, numa relação<br />
de similaridade, entre duas palavras ou expressões. Ex.:Ela é uma<br />
flor.
Figuras de linguagem.<br />
3. Antítese- Quando uma ideia se opõe a outra, sem impedi-la<br />
nem torná-la absurda. As ideias em si podem ser diametralmente<br />
opostas e até excludentes. Ex.: Estava mais morto do que vivo.<br />
4. Paradoxo- É a antítese extremada, em que duas ideias que se<br />
excluem são apresentadas como ocorrendo ao mesmo tempo e<br />
no mesmo contexto, o que gera uma contradição<br />
(aparentemente) impossível. Ex.: Amor é ferida que dói e não se<br />
sente.
Figuras de linguagem.<br />
5. Eufemismo- Volteio semântico que visa a suavizar uma<br />
expressão indelicada, forte ou inadequada em determinada<br />
situação. Ex.: Ele não está mais entre nós. (= morreu)<br />
6. Hipérbole- Consiste no exagero ao se afirmar alguma coisa,<br />
com intuito emocional ou de ênfase. Ex.: Subi mais de mil e<br />
oitocentas colinas.
Figuras de linguagem.<br />
7. Ironia- Figura de linguagem na qual aquilo que se diz não<br />
corresponde exatamente ao que se quer dizer, com intuito<br />
jocoso, cômico ou crítico. Ex.: Chegou cedo, heim! (para alguém<br />
atrasado)<br />
8. Gradação- Muitas vezes, a cadeira semântica se ordena numa<br />
escala de grandeza ou de intensidade, constituindo uma<br />
gradação, que pode ser ascendente (do menos para o mais) ou<br />
descendente (do mais para o menos).Ex.: Estava pobre,<br />
quebrado, miserável.
Figuras de linguagem.<br />
9. Prosopopeia- Quando características humanas são atribuídas a<br />
algo inanimado ou a um animal. Não raro, aparecem os termos<br />
animismo e personificação com a mesma aplicação básica. Ex.: O<br />
vento rugia.<br />
10. Sinestesia- Consiste na associação de palavras referentes a<br />
dois senti<strong>dos</strong> distintos: audição e visão, visão e tato, tato e<br />
paladar, paladar e olfato, etc. Ex.: Sentiu um toque doce.
Figuras de linguagem.<br />
11. Metonímia- Consiste no emprego de uma palavra no lugar de<br />
outra, havendo entre ambas uma relação de contiguidade: parte<br />
pelo todo (Ele tem duzentas cabeças de gado na fazenda.); o<br />
continente pelo conteúdo (Passe-me a farofa.); o autor pela obra<br />
(Devolva o Neruda que você me tomou.); a marca pelo produto<br />
(Você me empresta o durex?); causa pelo efeito e vice-versa (O<br />
Sol faz mal.); o sinal pela coisa significada(balança no lugar de<br />
Justiça); o concreto pelo abstrato (Jorge é um bom garfo.); etc.
Figuras de linguagem.<br />
De acordo com a teoria vista, identifique a figura de linguagem<br />
predominante em cada item abaixo.<br />
a. Ele é esperto feito uma raposa.<br />
b. Ele é magro que nem um caniço.<br />
c. Ela é uma raposa.<br />
d. De repente, do riso fez-se o pranto.<br />
e. É um contentamento descontente.<br />
f. Já era um senhor. (= velho)<br />
g. Ela é uma garota de programa.<br />
h. Ele é soropositivo.
Figuras de linguagem.<br />
De acordo com a teoria vista, identifique a figura de linguagem<br />
predominante em cada item abaixo.<br />
i. Era pouco chegado a higiene. (= sujo)<br />
j. Chorar um rio de lágrimas.<br />
k. No Nordeste, há muitos severinos.<br />
l. Muito bonito, seu Fulano!(quando alguém errou)<br />
m. Coisinha linda! (para uma pessoa muito feia)<br />
n. Oba, jiló de novo! (uma pessoa que odeia jiló)
Figuras de linguagem.<br />
De acordo com a teoria vista, identifique a figura de linguagem<br />
predominante em cada item abaixo.<br />
o. Já lhe pedi isso um bilhão de vezes!<br />
p. Joguei o osso no lixo.<br />
q. Casa, cidade, nação, mundo, universo.<br />
r. Meu cachorro me sorriu latindo.<br />
s. O Lobo Mau e os Três Porquinhos.<br />
t. Era uma visão amarga.<br />
u. Ele tinha uma voz sombria.
Figuras de linguagem.<br />
De acordo com a teoria vista, identifique a figura de linguagem<br />
predominante em cada item abaixo.<br />
v. Fumarei um havana.<br />
w. Enquanto estudo tranquilo, você trabalha tenso.<br />
x. O cachorro ficou sentido com seu dono.<br />
y. Machado tem local de destaque na minha estante.<br />
z. Beberemos um porto, pois o Brasil venceu.
Figuras de linguagem.<br />
“Insisto em comentar as vantagens e desvantagens do mundo<br />
virtual”; neste segmento do texto há um exemplo de linguagem<br />
figurada denominado:<br />
(A) silepse;<br />
(B) sinestesia;<br />
(C) metáfora;<br />
(D) metonímia;<br />
(E) antítese.
Figuras de linguagem.<br />
1) Silepse de gênero:<br />
Com pronomes de tratamento, o adjetivo/predicativo faz a silepse.<br />
V. Ex.ª é atencioso. (referindo-se a homem)<br />
Outros exemplos:<br />
A criança caiu e não parou de chorar durante uma hora,<br />
coitadinho(menino).<br />
- Oi, ainda bem que você chegou; tinha alguém aqui bem sau<strong>dos</strong>a.
Figuras de linguagem.<br />
2) Silepse de número: Pode ocorrer a silepse de número com todo<br />
substantivo singular concebido como plural e, particularmente, com<br />
os termos coletivos. A ocorrência desta silepse acentua-se à medida<br />
que o verbo se distancia do sujeito coletivo.<br />
A multidão avançou, forçou o portão e, depois de horas,<br />
conseguiram entrar.<br />
Já toda a plateia estava indignada. Queriam logo o início do<br />
evento.
Figuras de linguagem.<br />
3) Silepse de pessoa: Quando a pessoa que fala ou escreve se inclui<br />
num sujeito enunciado na 3ª. pessoa do plural, o verbo pode ir para<br />
a 1ª. pessoa do plural.<br />
Dizem que os fluminenses gostamos de samba.<br />
To<strong>dos</strong> geralmente o admiramos.<br />
Os professores tivemos uma reunião.<br />
Obs.: Também ocorre silepse de pessoa, quando queremos<br />
abranger a pessoa a quem nos dirigimos.<br />
Ex.: Os turistas sois bem-vin<strong>dos</strong>.
Figuras de linguagem.<br />
Por vezes, tem-se o acúmulo de silepses. Veja:<br />
A seca atormenta a gente nordestina. Emigram, desola<strong>dos</strong>, numa<br />
busca utópica de lugares melhores.
Figuras de linguagem.<br />
a. Leia atentamente a paráfrase: "Pode-se viver numa sociedade<br />
baseada no livro e, ainda assim, não ler, ou viver numa em que o<br />
livro seja mero enfeite e ser, no sentido mais profundo e verdadeiro<br />
da palavra, um leitor. Como sociedade, por exemplo, os gregos<br />
pouca importância dávamos a livros, mas individualmente, por<br />
certo, eram grandes leitores."<br />
Ela, a paráfrase, apresenta:<br />
(A) silepse de número (B) silepse de pessoa<br />
(C) silepse de gênero (D) elipse<br />
(E) zeugma
Figuras de linguagem.<br />
b.Leia atentamente a paráfrase: "Pode-se viver numa sociedade<br />
baseada no livro e, ainda assim, não ler, ou viver numa em que o<br />
livro seja mero enfeite e ser, no sentido mais profundo e verdadeiro<br />
da palavra, um leitor. Como sociedade, por exemplo, o povo grego<br />
pouca importância dava a livros, mas individualmente, por certo,<br />
eram grandes leitores."<br />
Ela, a paráfrase, apresenta:<br />
(A) silepse de número (B) silepse de pessoa<br />
(C) silepse de gênero (D) elipse<br />
(E) zeugma
Figuras de linguagem.<br />
c. Leia atentamente a paráfrase: "Pode-se viver numa sociedade<br />
baseada no livro e, ainda assim, não ler, ou viver numa em que o<br />
livro seja mero enfeite e ser, no sentido mais profundo e verdadeiro<br />
da palavra, um leitor. Como sociedade, por exemplo, a população<br />
grega pouca importância dava a livros, mas individualmente, por<br />
certo, eram grandes leitores."<br />
Ela, a paráfrase, apresenta:<br />
(A) silepse de número apenas<br />
(B) silepse de pessoa apenas<br />
(C) silepse de gênero e de número<br />
(D) silepse de pessoa e de número<br />
(E) elipse
Figuras de linguagem.<br />
Leia:<br />
a) O pé da mesa quebrou.<br />
b) O céu da boca está com uma afta.<br />
c) A barriga da perna está inchada.<br />
d) Ele enterrou a agulha no dedo.<br />
A figura de linguagem predominante nas frases acima é:<br />
______________________________________________
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ARENILDO DOS SANTOS<br />
arenildo@globo.com<br />
CURSO DE INTERPRETAÇÃO
Interpretação e ambiguidades<br />
Liberdade Condicional<br />
Luiz Garcia
Interpretação e ambiguidades<br />
Na expressão ‘liberdade condicional’ o termo principal<br />
deveria ser o segundo. Não haveria liberdade antecipada<br />
para condena<strong>dos</strong> sem o preenchimento de condições<br />
relacionadas à periculosidade do presidiário. No Brasil,<br />
diferentemente de outros países, o benefício é praticamente<br />
automático. A única condição levada em conta é o tempo de<br />
reclusão. O condenado pode sair da prisão ao cumprir um<br />
terço da pena quando é primário e tem bons antecedentes (o<br />
que se avalia apenas pela sua folha corrida). Reincidentes<br />
saem na metade do tempo, e autores de crimes hedion<strong>dos</strong> –<br />
podem crer, costumam ser hedion<strong>dos</strong> mesmo – ao<br />
completarem dois terços. Acontece, e os casos de<br />
reincidência provam isso, que o tempo é juiz generoso; quase<br />
sempre, incompetente.
Interpretação e ambiguidades<br />
Não há – mesmo em esta<strong>dos</strong> como Rio e São Paulo,<br />
imagine-se nos cafundós onde se perderam as botas de<br />
Judas – um sistema de avaliação psicológica minimamente<br />
eficiente. Não há dinheiro para isso. Muito menos existem cá<br />
fora fiscais habilita<strong>dos</strong> para acompanhar de perto o<br />
comportamento do ex-detento e decidir se está cumprindo as<br />
condições da liberdade. Nem as mínimas e óbvias, como<br />
lugar de moradia e trabalho.<br />
Um chefe do tráfico pode voltar para seus antigos<br />
domínios e viver como bem entender, até o momento de ser<br />
mais uma vez preso. Se for.
Interpretação e ambiguidades<br />
Como estão as coisas, policiais e carcereiros cumprem –<br />
sem condicional – pena parecida com aquela imposta pelos<br />
deuses antigos a Sísifo, condenado a incessantemente rolar<br />
uma rocha até o topo de uma montanha, de onde ela cairia<br />
de volta devido ao seu próprio peso. E Sísifo foi condenado<br />
injustamente – igualzinho aos bons funcionários do nosso<br />
sistema penal.<br />
Por lógica elementar, o problema deveria ser enfrentado<br />
com uma legislação que estabelecesse condições<br />
minimamente inteligentes para libertação antecipada.<br />
Sísifo acharia graça – se tivesse ânimo para rir de uma<br />
desgraça como a sua.<br />
(O globo, 5/9/2006)
Interpretação e ambiguidades<br />
1. Marque a alternativa que indica a função prioritária da<br />
imagem que acompanha o texto:<br />
(A) reforçar a tese defendida pelo autor;<br />
(B) exemplificar a tese;<br />
(C) ilustrar uma possibilidade arrolada no texto;<br />
(D) trazer um pouco de humor para o debate;<br />
(E) facilitar a compreensão de quem não sabe ler.
Interpretação e ambiguidades<br />
2. O objetivo prioritário do texto é:<br />
(A) apresentar uma solução para o problema da superlotação<br />
carcerária;<br />
(B) advertir o leitor quanto à possibilidade de ele conviver<br />
com um ex-presidiário que continua marginal;<br />
(C) chamar a atenção das autoridades competentes para um<br />
problema cada vez mais grave;<br />
(D) sugerir que a expressão Liberdade Condicional é menos<br />
adequada que Liberdade Vigiada;<br />
(E) mostrar que a legislação precisa ser repensada, no que<br />
diz respeito à concessão da chamada Liberdade Condicional.
Interpretação e ambiguidades<br />
3. A alternativa que melhor resume a tese do texto é:<br />
(A) É preciso mudar a legislação, a fim de que a “liberdade<br />
condicional” seja atrelada a outros fatores, além do tempo<br />
de reclusão.<br />
(B) É preciso mudar a legislação, a fim de que os problemas<br />
brasileiros sejam soluciona<strong>dos</strong>.<br />
(C) A liberdade condicional favorece indistintamente os<br />
detentos, baseando-se apenas no tempo de reclusão.<br />
(D) De certa forma, policiais e carcereiros também cumprem<br />
pena.<br />
(E) O Brasil tem muita coisa errada.
Interpretação e ambiguidades<br />
4. A melhor classificação para o texto lido é:<br />
(A) narrativo;<br />
(B) descritivo;<br />
(C) educativo;<br />
(D) argumentativo;<br />
(E) jornalístico.
Interpretação e ambiguidades<br />
5. Quanto ao discurso de linguagem, pode-se afirmar que o<br />
texto:<br />
(A) é inteiramente impessoal;<br />
(B) apresenta traços de informalidade;<br />
(C) apresenta-se num nível culto;<br />
(D) é inteiramente informal;<br />
(E) é pessoal, com toques confessionais.
Interpretação e ambiguidades<br />
6. A reescrita que não altera o sentido original é:<br />
(A) “No Brasil, diferentemente de outros países, o benefício é<br />
praticamente automático.” / No Brasil, diferentemente <strong>dos</strong><br />
outros países, o benefício é praticamente automático.<br />
(B) “A única condição levada em conta é o tempo de<br />
reclusão.” / A condição levada em conta é o único tempo de<br />
reclusão.<br />
(C) “Muito menos existem cá fora fiscais habilita<strong>dos</strong> para<br />
acompanhar de perto o comportamento do ex-detento...” /<br />
Existem cá fora muito menos fiscais habilita<strong>dos</strong> para<br />
acompanhar de perto o comportamento do ex-detento...
Interpretação e ambiguidades<br />
6. A reescrita que não altera o sentido original é:<br />
(D) “Nem as mínimas e óbvias, como lugar de moradia e<br />
trabalho.”/Nem as óbvias e mínimas, como trabalho e lugar<br />
de moradia.<br />
(E) “Um chefe do tráfico pode voltar para seus antigos<br />
domínios e viver como bem entender, até o momento de ser<br />
mais uma vez preso.”/ Um chefe do tráfico pode viver como<br />
bem entender e voltar para seus antigos domínios, até o<br />
momento de ser mais uma vez preso.
Interpretação e ambiguidades<br />
7. “Na expressão ‘liberdade condicional’ o termo principal<br />
deveria ser o segundo.” Infere-se dessa passagem que o<br />
autor propõe:<br />
(A) uma alteração na ordem <strong>dos</strong> termos;<br />
(B) o termo principal, no fundo, já é o segundo;<br />
(C) o primeiro termo é secundário;<br />
(D) o primeiro termo deveria ser o segundo;<br />
(E) ênfase maior ao segundo termo.
Interpretação e ambiguidades<br />
8. O valor gramatical e semântico de cada termo fica alterado<br />
com a inversão proposta em:<br />
(A) liberdade condicional – condicional liberdade;<br />
(B) carcereiro policial – policial carcereiro;<br />
(C) libertação antecipada – antecipada libertação;<br />
(D) bons funcionários – funcionários bons;<br />
(E) antigos domínios – domínios antigos.
Interpretação e ambiguidades
Interpretação e ambiguidades<br />
9. A finalidade prioritária do termo destacado em “hedion<strong>dos</strong><br />
mesmo” é:<br />
(A) ratificar o valor do adjetivo;<br />
(B) intensificar o adjetivo;<br />
(C) evitar ambiguidade;<br />
(D) criar uma hipérbole;<br />
(E) evitar um eufemismo.
Interpretação e ambiguidades<br />
10. O autor faz o texto verbal se acompanhar de um texto<br />
não verbal. Neste, o autor explora um paradoxo que se<br />
encontra mais bem explicado em:<br />
(A) O ex-detento pode ou não voltar a ser marginal;<br />
(B) A arma carregada pelo ex-detento pode ou não ser<br />
verdadeira;<br />
(C) A Justiça pode ou não ser cega;<br />
(D) A “cegueira” pode levar a “Justiça” a gerar injustiça;<br />
(E) A balança pode ou não ser tendenciosa.
Interpretação e ambiguidades<br />
11. Ocorre ambiguidade na seguinte frase:<br />
(A) Da cela, o detento viu o incêndio.<br />
(B) O detento, da cela, viu o incêndio.<br />
(C) O detento viu, da cela, o incêndio.<br />
(D) O detento viu o incêndio da cela.<br />
(E) Da cela, o incêndio foi visto pelo detento.
Interpretação e ambiguidades<br />
Acompanhe:<br />
Hoje eu tenho certeza de que você me traiu.<br />
Eu, hoje, tenho certeza de que você me traiu.<br />
Eu tenho hoje certeza de que você me traiu.<br />
Eu tenho certeza hoje de que você me traiu.<br />
Eu tenho certeza de que hoje você me traiu.<br />
Eu tenho certeza de que você me traiu hoje.
Interpretação e ambiguidades<br />
Acompanhe:<br />
Dependendo do contexto, o advérbio ao final de um período<br />
pode gerar ambiguidade. Compare:<br />
Só hoje eu percebi que você me ama.<br />
Eu só percebi que você me ama hoje.<br />
Eu percebi que você me ama hoje.<br />
Eu percebi hoje que você me ama.<br />
Eu percebi que você hoje me ama.
Interpretação e ambiguidades<br />
12. Complete as frases abaixo, evitando ambiguidades.<br />
a) Minha vizinha adora sua cachorra, porque ela<br />
_________________________________________________<br />
b) Meu namorado adora meu pé, porque ele<br />
_________________________________________________<br />
c) A criançada adora a Disney, pois ela<br />
_________________________________________________
Interpretação e ambiguidades<br />
13. Explique a ambiguidade contida na seguinte narrativa:<br />
“Ao saber que um sobrinho havia levado uma mordida, minha<br />
mulher perguntou:<br />
-Afinal, quem mordeu o Pedro?<br />
A resposta foi imediata:<br />
-Foi a cachorra da namorada do João.”<br />
_________________________________________________<br />
_________________________________________________<br />
_________________________________________________<br />
_________________________________________________<br />
_________________________________________________<br />
_________________________________________________<br />
_________________________________________________
Interpretação e ambiguidades<br />
Questões de concursos públicos - Ambiguidade<br />
1. (NCE) A colocação das palavras e das expressões na<br />
construção das frases leva, em alguns casos, a significa<strong>dos</strong><br />
diversos. À duplicidade de sentido, numa construção<br />
sintática, dá-se o nome de ambiguidade ou anfibologia. Das<br />
frases abaixo, aquela que apresenta duplicidade de sentido<br />
é:<br />
(A) A liberdade é sempre bem-vinda como um <strong>dos</strong> maiores<br />
valores.<br />
(B) A condenada, naquele presídio, discute sobre suas<br />
precárias condições.<br />
(C) O ser humano alimenta o sonho de ter liberdade.<br />
(D) Ninguém explica e ninguém entende a liberdade.<br />
(E) A conversa acontecia à luz de velas, com todo o sigilo.
Interpretação e ambiguidades
Interpretação e ambiguidades<br />
2. (CESPE/UNB) Em todas as alternativas, o problema de<br />
ambiguidade que a primeira sentença apresentava foi<br />
satisfatoriamente eliminado, quando de sua reestruturação,<br />
EXCETO:<br />
(A) A repórter deixou a cidade alarmada./ A repórter saiu da<br />
cidade alarmada.<br />
(B) O balconista atendeu o cliente nervoso./O cliente nervoso<br />
foi atendido pelo balconista.<br />
(C) Vi o rapaz com o binóculo./Através do binóculo, vi o<br />
rapaz.<br />
(D) Encontrei um velho conhecido./Encontrei um antigo<br />
conhecido.
Interpretação e ambiguidades<br />
3. (NCE) Ambiguidade ou anfibologia é a duplicidade de<br />
sentido numa construção sintática. A construção abaixo é<br />
ambígua.<br />
Vimos a paisagem do Cristo Redentor.<br />
Das frases a seguir, aquela que pode ter mais de um sentido<br />
é:<br />
(A) A irmã do meu colega separou do marido, quando ele<br />
começou a beber.<br />
(B) Respeito o meu chefe, mas não aprecio o temperamento<br />
dele.<br />
(C) O operário, depois de ser medicado, recebeu alta.<br />
(D) Discuto os valores religiosos, mas sem o apoio deles, eu<br />
não saberia viver.<br />
(E) A chuva, quando demora a cair, sentimos a falta dela.
Interpretação e ambiguidades
PROFESSOR<br />
ARENILDO DOS SANTOS<br />
arenildo@globo.com<br />
CURSO DE INTERPRETAÇÃO
Inferências: treinamento.<br />
O direito de denunciar<br />
Zeca Borges não tem o que os franceses chamam de<br />
físico do papel. Parece um senhor bonachão, tomador de<br />
chope e bom de papo. Pode até ser tudo isso — mas,<br />
principalmente, é a personificação da melhor coisa que a<br />
sociedade civil fez até hoje neste país pelo combate ao<br />
crime.<br />
Ele é o criador e administrador do Disque-Denúncia, que<br />
deu ao cidadão uma arma eficiente de colaboração com a<br />
polícia. No caso particular <strong>dos</strong> sequestros, a Secretaria de<br />
Segurança do Estado do Rio tem aproveitado a ajuda com<br />
eficiência: as grandes quadrilhas especializadas em<br />
sequestros de gente graúda foram varridas do mapa.
Inferências: treinamento.<br />
O sequestro é crime particularmente vulnerável à<br />
denúncia de cidadãos. Exige um cárcere, e isso tende a fazer<br />
com que o sequestrador se torne alvo de suspeitas. Ele é<br />
sempre um novo inquilino (não se conhecem casos de<br />
sequestradores que levem o trabalho para casa) com hábitos<br />
peculiares e pouco rotineiros. Expõe-se à desconfiança <strong>dos</strong><br />
vizinhos, e daí à denúncia é um passo.<br />
Para que os cidadãos disquem para denunciar é<br />
importante, claro, que saibam que sequestros andam<br />
acontecendo. O que ocorrerá se os meios de comunicação o<br />
informarem disso. No Rio, há muitos anos jornais e<br />
emissoras de rádio e TV decidiram não dar ouvi<strong>dos</strong> a pedi<strong>dos</strong><br />
de sigilo feitos por famílias de vítimas por exigência de<br />
sequestradores.
Inferências: treinamento.<br />
A experiência mostrou que isso não aumentava os riscos<br />
para os sequestra<strong>dos</strong>, e sim criava um risco insuportável para<br />
os bandi<strong>dos</strong>. E, literalmente, esse crime deixou de compensar.<br />
Infelizmente, isso é comprovado também pelo confronto<br />
com a atitude <strong>dos</strong> meios de comunicação de São Paulo, que<br />
não apenas atendem a to<strong>dos</strong> os pedi<strong>dos</strong> de sigilo sobre<br />
sequestros como dão pouca importância ao registro de crimes<br />
em geral. E lá, mesmo sem o problema das favelas<br />
enquistadas em to<strong>dos</strong> os cantos da cidade, crimes como o<br />
sequestro estão em alta. Cada um publica o que acha<br />
relevante, e não estou aqui para ensinar o ofício a ninguém.<br />
Mas os órgãos de comunicação de lá, se gerencia<strong>dos</strong> por<br />
pessoas inteligentes, certamente mudarão sua filosofia ante a<br />
divulgação de crimes. Luiz Garcia – O Globo, 15 de novembro de 2005.
Inferências: treinamento.<br />
1. De acordo com o que é lido no texto, pode-se afirmar que<br />
Zeca Borges:<br />
(A) é um senhor bonachão;<br />
(B) gosta de tomar chope e de papear;<br />
(C) personificou uma utopia sociedade civil;<br />
(D) criou e administra o Disque-Denúncia;<br />
(E) é um policial que merece respeito da população.
Inferências: treinamento.<br />
2. Ainda de acordo com o que é lido no texto, outra afirmativa<br />
que se pode fazer é que Zeca Borges:<br />
(A) em nada ajudou a Segurança Pública do Estado do Rio<br />
de Janeiro;<br />
(B) ajudou a diminuir o número das ocorrências criminosas<br />
no Estado do Rio de Janeiro;<br />
(C) criou o Disque-Denúncia, que inibiu, sob certo aspecto, o<br />
número de sequestros no Estado do Rio de Janeiro.<br />
(D) demonstrou que qualquer cidadão pode ter participação<br />
direta na prevenção <strong>dos</strong> crimes no Estado do Rio.<br />
(E) é solidário com a dor do povo.
Inferências: treinamento.<br />
3. Não está de acordo com as informações do texto:<br />
(A) O Disque-Denúncia tem colaborado com a polícia.<br />
(B) As quadrilhas especializadas em crimes foram eliminadas<br />
do Rio de Janeiro.<br />
(C) O Disque-Denúncia por si só não é suficiente para o<br />
combate ao sequestro.<br />
(D) No Rio de Janeiro, os meios de comunicação também<br />
têm sua participação positiva no combate a sequestros.<br />
(E) Em São Paulo, os meios de comunicação têm posturas<br />
diferentes de algumas adotadas no Rio de Janeiro.
Inferências: treinamento.<br />
4. As alternativas abaixo poderiam ser organizadas num<br />
percurso generalizador, isto é, do mais particular ao mais<br />
geral. Assinale a frase que representa o “mais geral”.<br />
(A) O Disque-Denúncia ajuda a polícia.<br />
(B) O Disque-Denúncia ajuda a polícia no combate ao crime<br />
especializado.<br />
(C) O Disque-Denúncia ajuda a polícia no combate ao crime.<br />
(D) O Disque-Denúncia ajuda a polícia no combate ao crime<br />
especializado em sequestros de pessoas importantes.<br />
(E) O Disque-Denúncia ajuda a polícia no combate ao crime<br />
especializado em sequestros de pessoas.
Inferências: treinamento.<br />
Inferir é ler nas entrelinhas, isto é, tirar conclusões a<br />
partir do que é dito no texto; explicitar o que está<br />
implícito.<br />
Mas cuidado: é comum e errôneo, em atos de<br />
inferência, extrapolar. É preciso inferir o devidamente<br />
autorizado pelo que está escrito.<br />
Em muitos casos, a inferência está calcada numa<br />
pressuposição. Assim, quando se afirma que “alguém já<br />
não fuma”, ao mesmo tempo se está passando essa<br />
informação e a inferência (pressuposição) de que “ele já<br />
fumou em outra época”.
Inferências: treinamento.<br />
5. O texto não respalda a seguinte inferência:<br />
(A) Quanto maior o período de permanência de<br />
sequestradores em um cárcere, maior é a tendência de<br />
que se tornem alvo de suspeitas.<br />
(B) Emissoras de rádio e TV levaram anos discutindo até<br />
decidirem não dar ouvi<strong>dos</strong> a pedi<strong>dos</strong> de sigilo feitos por<br />
famílias de sequestradores.<br />
(C) O sequestro de pessoas ricas e/ou famosas deixou de<br />
compensar no Rio de Janeiro.<br />
(D) Quando a imprensa não registra crimes em geral, de<br />
alguma forma ela contribui para a violência.<br />
(E) Em São Paulo, a imprensa tem por hábito a não<br />
divulgação de sequestros, o que tem incentivado a ação de<br />
sequestradores.
Inferências: treinamento.<br />
6. Em cada alternativa abaixo há uma afirmação e um<br />
pressuposto por ela autorizado, exceto:<br />
(A) O Disque-Denúncia ainda ajuda a polícia.<br />
Pressuposto: o Disque-Denúncia já ajudou a polícia.<br />
(B) Mais um caso de sequestro foi solucionado pelo Disque-<br />
Denúncia.<br />
Pressuposto: Centenas de outros casos de sequestros<br />
já foram soluciona<strong>dos</strong> pelo Disque-Denúncia.<br />
(C) O Disque-Denúncia ainda não conseguiu solucionar o<br />
problema relacionado ao tráfico de drogas.<br />
Pressuposto: O Disque-Denúncia vem tentando<br />
solucionar o problema relacionado ao tráfico de drogas.
Inferências: treinamento.<br />
(D) O Disque-Denúncia já não ajuda tanto no combate ao<br />
crime.<br />
Pressuposto: O Disque-Denúncia já ajudou mais no<br />
combate ao crime.<br />
(E) O Disque-Denúncia quer tornar mais ativa sua<br />
participação no combate à violência.<br />
Pressuposto: O Disque-Denúncia tem ativa participação<br />
no combate à violência.
Inferências: treinamento.<br />
7. No cotidiano, são várias as frases com pressupostos. Na<br />
maioria das vezes, são proferidas sem reflexão crítica;<br />
noutras, revelam preconceito, discriminação, malícia.<br />
Em que alternativa abaixo não há pressuposição negativa?<br />
(A) Ele é negro, mas tem alma branca.<br />
(B) Ele é um político, mas pode confiar nele.<br />
(C) É um negro de caráter.<br />
(D) Andam sempre juntos, mas não são namora<strong>dos</strong>.<br />
(E) Ela é uma boa moça. Não namora ninguém.
Inferências: treinamento.<br />
8. Às vezes, uma<br />
mensagem (publicitária,<br />
comercial, charge, tira,<br />
etc.) envolve imagens,<br />
as quais também<br />
precisam ser lidas e<br />
compreendidas.<br />
Observe, por<br />
exemplo, o texto ao<br />
lado:
Inferências: treinamento.<br />
Sob o ponto de vista <strong>dos</strong> “chefes”, o dito popular que mais se<br />
aproxima do que é tematizado na imagem é:<br />
(A) O que vem de baixo não me atinge.<br />
(B) A união faz a força.<br />
(C) Uma mão lava a outra.<br />
(D) Mais vale um passarinho na mão do que dois voando.<br />
(E) Do barro vieste, ao barro voltarás.
Inferências: treinamento.<br />
Vemos hoje políticos dizerem que tudo que recai sobre<br />
eles é mentira. Quando são desmenti<strong>dos</strong>, o que temos visto<br />
com muita regularidade, ninguém se desculpa. Será que a<br />
verdade sumiu da vida política?<br />
O Globo, 25 de setembro de 2005.<br />
RAUL BEZERRA COSTA FILHO (via Globo Online, 20/9), Sobradinho, DF<br />
9. Só não está de acordo com as ideias inferidas ou referidas<br />
no texto:<br />
(A) Há políticos que mentem.<br />
(B) Certamente há políticos que não mentem.<br />
(C) Pode haver políticos que não mentem.<br />
(D) Não tem sido raro provar mentiras de políticos.<br />
(E) Têm sido repetitivos os casos de políticos mentirosos.
Inferências: treinamento.
PROFESSOR<br />
ARENILDO DOS SANTOS<br />
arenildo@globo.com<br />
CURSO DE INTERPRETAÇÃO
Dedução/indução.<br />
Quando se fala em processos de raciocínio, alude-se<br />
basicamente aos indutivos e dedutivos.<br />
A indução é um processo mental que parte de raciocínios<br />
menos universais para outros mais universais. Veja:<br />
Eu sou professor.<br />
O professor é um educador.<br />
Logo, eu sou um educador.
Dedução/indução.<br />
A dedução é um processo mental que parte de<br />
raciocínios mais universais para outros menos universais.<br />
Veja:<br />
Todo professor é um educador.<br />
Eu sou professor.<br />
Logo, eu sou um educador.<br />
Silogismo: raciocínio cuja conclusão<br />
decorre logicamente de premissas.
Dedução/indução.<br />
1. Classifique cada texto a seguir como Dedutivo ou<br />
Indutivo.<br />
a) O médico afirma que o genérico “Dipirona” faz o mesmo<br />
efeito produzido pela Novalgina. Por isso, ele diz nem<br />
titubear: quando precisa prescrever algum medicamento,<br />
aconselha sempre o genérico, já que, além de não se perder<br />
em termos de qualidade, ganha-se em termos de “bolso”.
Dedução/indução.<br />
b) As pessoas ficam estarrecidas sem razão. A corrupção no<br />
Brasil nunca foi novidade. Além disso, ela não é<br />
exclusividade nossa. A corrupção está dentro do homem. Por<br />
isso, em maior ou menor grau, há corrupção em todo país do<br />
mundo. Por que no Brasil seria diferente?
Dedução/indução.<br />
c) – Ih, menina, você está gripada, encatarrada? Beba um<br />
chazinho de raiz de mangueira. Eu tomei e, no mesmo dia,<br />
pus tudo pra fora.<br />
d) – Namorei o Sífocles, ele me traiu. Depois, namorei o<br />
Bernaldo, também me traiu. Aí namorei o Afrôncio, também<br />
me traiu. Não confio mais em homem algum.
Dedução/indução.
Dedução/indução.<br />
Bastidores do poder<br />
- Veja lá o que você vai fazer, hein...<br />
- Lá vem você com essas advertências sem sentido.<br />
- Sem sentido? Com sentido. Além de você, tenho outros<br />
colegas com que me preocupar. Você é a minha amizade<br />
mais antiga. Não vá me decepcionar. Poupe-me. Quero que<br />
enxergue além do presente; ponha-se lá na frente, no futuro.<br />
Entendido?<br />
- Sei lá... É muita responsabilidade. O país está em jogo.<br />
Eu sou só um deputado que...
Dedução/indução.<br />
- ... que com a minha ajuda foi eleito. Até os mais novos<br />
têm tido mais serenidade do que você. O que está havendo?<br />
- Tá bem. ...<br />
- Está bem mesmo? Consciência tranquila?<br />
- Ah, isso é que ...<br />
- ... isso é que sim. Coloque na sua cabeça: que fiz eu?<br />
Só peguei dinheiro com empresários para financiar nossas<br />
campanhas. Só isso. Não matei, não roubei, só isso.<br />
(Crônica veiculada recentemente na Internet. Autoria desconhecida.)
Dedução/indução.<br />
1. A palavra “lá” aparece quatro vezes no texto. Ela denota,<br />
respectivamente, os seguintes senti<strong>dos</strong>:<br />
(A) realce, realce, realce e realce;<br />
(B) realce, lugar, tempo e negação;<br />
(C) realce, realce, tempo e negação;<br />
(D) realce, lugar, lugar e negação;<br />
(E) realce, lugar, tempo e realce.
Dedução/indução.<br />
2. “Além de você, tenho outros colegas com que me<br />
preocupar... Quero que enxergue além do presente;...”<br />
As ocorrências da palavra “além” nas passagens transcritas<br />
têm valores semânticos discrimina<strong>dos</strong> respectivamente em:<br />
(A) adição e transposição;<br />
(B) adição e adição;<br />
(C) exclusão e transposição;<br />
(D) adição e exclusão;<br />
(E) exclusão e adição.
Dedução/indução.<br />
3. Na última fala, a repetição de “só” visa a fortalecer a<br />
ideia de:<br />
(A) impunidade;<br />
(B) restrição;<br />
(C) inocência;<br />
(D) honestidade;<br />
(E) solidão.
Dedução/indução.<br />
4. Um julgamento atento do leitor leva-o à conclusão de<br />
que, na última fala, a estratégia argumentativa usada pelo<br />
locutor para convencer o interlocutor está calcada numa:<br />
(A) troca da causa pelo efeito;<br />
(B) simplificação exagerada;<br />
(C) generalização excessiva;<br />
(D) fuga do assunto;<br />
(E) analogia inadequada.
Dedução/indução.<br />
5. “Eu fumo porque, sempre que tento parar de fumar,<br />
tenho vontade de fumar, já que o gosto da nicotina me<br />
vem à boca.”<br />
O texto acima apresenta incoerência de sentido resultado<br />
de:<br />
(A) simplificação exagerada;<br />
(B) generalização excessiva;<br />
(C) fuga do assunto;<br />
(D) analogia inadequada;<br />
(E) confusão na relação de causa e efeito.
Dedução/indução.<br />
6. “O caixa dois para campanhas eleitorais é legítimo,<br />
legal. Ilegal é a lei que não permite algo legítimo.”<br />
O texto acima apresenta incoerência de sentido resultado<br />
de:<br />
(A) troca de causa e efeito;<br />
(B) simplificação exagerada;<br />
(C) generalização excessiva;<br />
(D) fuga do assunto;<br />
(E) analogia inadequada.
Dedução/indução.<br />
7. “– Dilma, vai falar hoje sobre a crise no PT?<br />
– Crise? Que crise? Alcançamos a melhor relação com<br />
os investidores internacionais, nos últimos vinte anos. O<br />
chamado risco Brasil tem caído significativamente. O Brasil<br />
é um país cada vez mais confiável.”<br />
Levando-se em conta o (fictício) diálogo, pode-se apontar<br />
alguma incoerência na (fictícia) resposta de<br />
Dilma, já que ela apresenta:<br />
(A) troca de causa e efeito;<br />
(B) simplificação exagerada;<br />
(C) generalização excessiva;<br />
(D) fuga do assunto;<br />
(E) analogia inadequada.
Dedução/indução.<br />
8. “Assim como, por maior que seja a tempestade, o sol<br />
torna a aparecer, persistirei na minha tranquilidade, certa de<br />
que a tempestade vai passar. Também por isso não me<br />
pronuncio sobre a crise. ”<br />
Levando-se em conta o atual contexto sociopolítico, pode-se<br />
apontar alguma incoerência na (fictícia) fala de Dilma, já que<br />
ela apresenta prioritariamente uma:<br />
(A) troca de causa e efeito;<br />
(B) simplificação exagerada;<br />
(C) generalização excessiva;<br />
(D) fuga do assunto;<br />
(E) analogia inadequada.
Dedução/indução.<br />
No Brasil existem 8 milhões de pessoas que têm<br />
diabetes. E outros 162 milhões que podem não ter.<br />
Diabetes mata mais do que a Aids. É uma doença tão<br />
grave que é a quarta causa de morte no país. A<br />
Organização Mundial de Saúde calculou que até o ano de<br />
2025 mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo<br />
sofrerão com o diabetes. E boa parte deste número serão de<br />
brasileiros.<br />
No Brasil a SBD, Sociedade Brasileira de Diabetes,<br />
criada pelos maiores especialistas em diabetologia do país,<br />
atua permanentemente no campo de prevenção e controle<br />
do diabetes.
Dedução/indução.<br />
Preste atenção: o melhor remédio para combater o<br />
diabetes e suas causas é usar a cabeça. Para mudar este<br />
quadro, você precisa mudar os hábitos alimentares e o estilo<br />
de vida. Evite a obesidade e tenha uma atividade física<br />
regular. Faça sempre a coisa certa: em caso de dúvidas,<br />
consulte um especialista. E nunca esqueça que evitar o<br />
diabetes é uma questão de bom senso.<br />
Praticar exercícios, e ter uma alimentação saudável e<br />
equilibrada: esse é o melhor caminho para viver feliz, com ou<br />
sem diabetes. Lutar contra a obesidade previne o<br />
diabetes: coma menos, caminhe mais.<br />
O Globo, 23 de novembro de 2004.
Dedução/indução.<br />
Pela natureza do texto, pode-se afirmar que seu autor<br />
pretende, prioritariamente:<br />
(A) informar<br />
(B) convencer<br />
(C) ensinar<br />
(D) prever<br />
(E) questionar
Dedução/indução.<br />
Em relação à estrutura interna, identifique o recurso linguístico<br />
utilizado para expressar um dado efeito de sentido.<br />
(A) Na segunda frase do texto, o sujeito está implícito, a fim de<br />
que haja uma ambiguidade estilística.<br />
(B) A partir do terceiro parágrafo, enfatiza-se a segunda pessoa<br />
do discurso, em tom de advertência.<br />
(C) Na primeira frase do texto, os substantivos apresentam um<br />
paralelismo de ações que se sucedem no tempo.<br />
(D) O emprego da segunda pessoa ratifica uma atitude<br />
imperativa, de ordem.<br />
(E) A divisão em parágrafos visa a tornar o texto mais<br />
persuasivo.
Dedução/indução.<br />
Assinale a alternativa que apresenta o melhor entendimento do<br />
objetivo do texto.<br />
(A) O texto pretende discutir sobre os maus hábitos<br />
alimentares.<br />
(B) O texto apresenta o exímio trabalho que a SBD, Sociedade<br />
Brasileira de Diabetes, realiza permanentemente.<br />
(C) O texto discorre sobre os males causa<strong>dos</strong> pela falta de uma<br />
atividade física regular.<br />
(D) O texto quer provar que a Aids é uma doença, na prática,<br />
menos perigosa do que o que se imagina.<br />
(E) O texto pretende advertir os leitores da necessidade de se<br />
evitar o diabetes.
Dedução/indução.<br />
"No Brasil existem 8 milhões de pessoas que têm diabetes. E<br />
outros 162 milhões que podem não ter."<br />
Com base no título transcrito, só não se pode afirmar que:<br />
(A) A primeira frase tem valor de fato; a segunda, de hipótese.<br />
(B) O número "8 milhões" deve ser entendido como número<br />
aproximado.<br />
(C) O número "162 milhões" deve ser entendido como número<br />
aproximado.<br />
(D) O texto permite inferir que "162 milhões" brasileiros podem<br />
estar com diabetes.<br />
(E) No Brasil, o número de pessoas não diabéticas ainda é<br />
muito maior do que o de pessoas diabéticas.
Dedução/indução.<br />
"Quem mudar seus hábitos alimentares não terá diabetes. O<br />
leitor mudará seus hábitos alimentares. O leitor não terá<br />
diabetes." Este silogismo, considerando-se o que é dito no<br />
texto, NÃO é verdadeiro porque:<br />
(A) as premissas não são verdadeiras.<br />
(B) um <strong>dos</strong> termos do silogismo possui ambiguidade.<br />
(C) a conclusão não é uma decorrência lógica da premissa.<br />
(D) a organização <strong>dos</strong> termos está fora da disposição padrão.<br />
(E) o autor pressupõe que haja um leitor, o qual efetivamente<br />
não existe.
Dedução/indução.<br />
FEIRA DA PROVIDÊNCIA<br />
DE 1 A 5 DE DEZEMBRO<br />
RIOCENTRO – RIO DE JANEIRO<br />
DE 12H ÀS 23H<br />
QUEM É DO BEM VAI
Dedução/indução.<br />
Dentre os silogismos inferi<strong>dos</strong> de "Quem é do bem vai", aquele<br />
cuja conclusão não tem respaldo das premissas é:<br />
(A) Quem é do bem vai. João é do bem. Então, João vai.<br />
(B) Quem é do bem vai. João não vai. Então, João é não é do<br />
bem.<br />
(C) Quem é do bem vai. João vai. Então, João é do bem.<br />
(D) Quem é do bem vai. A mãe de João é do bem. Então, a<br />
mãe de João vai.<br />
(E) Quem é do bem vai. João e seus pais são do bem. Então,<br />
João e seus pais vão.
Dedução/indução.
Dedução/indução.<br />
Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo<br />
digere, tudo acaba.<br />
Atreve-se o tempo a colunas de mármore, quanto mais a<br />
corações de cera! São as afeições como as vidas, que não há<br />
mais certo sinal de haverem de durar pouco, que terem durado<br />
muito. São como as linhas, que partem do centro para a<br />
circunferência, que, quanto mais continuadas, tanto menos<br />
unidas. Por isso os antigos sabiamente pintaram o amor<br />
menino; porque não há amor tão robusto que chegue a ser<br />
velho.<br />
A razão natural de toda essa diferença é porque o tempo<br />
tira a novidade às coisas, descobre-lhe os defeitos, enfastia-lhe<br />
o gosto, e basta que sejam usadas para não serem as<br />
mesmas. Gasta-se o ferro com o uso, quanto mais o amor.<br />
Padre Antônio Vieira
Dedução/indução.<br />
O texto acima, por sua estrutura e conteúdo, deve ser<br />
prioritariamente classificado como:<br />
(A) expositivo com raciocínio indutivo;<br />
(B) argumentativo com raciocínio dedutivo;<br />
(C) informativo, apesar de parcial;<br />
(D) didático com forte caráter conativo;<br />
(E) referencial, predominando a razão.
Dedução/indução.<br />
O raciocínio que melhor sintetiza as ideias do autor é:<br />
(A) O tempo acaba com qualquer doença. / O amor é uma<br />
doença. / Logo, o tempo acaba com o amor.<br />
(B) O tempo transforma tudo. / Logo, o tempo transforma o amor.<br />
(C) O tempo age sobre qualquer sentimento./ O amor é um<br />
sentimento. / Logo, o tempo age sobre o amor.<br />
(D) O tempo é mais forte do que o amor./ Logo, o amor é mais<br />
fraco que o tempo.<br />
(E) Nada resiste ao tempo. / Amor, porém, não é nada, mas sim<br />
tudo. / Logo, o amor resiste ao tempo.
Dedução/indução.
PROFESSOR<br />
ARENILDO DOS SANTOS<br />
arenildo@globo.com<br />
CURSO DE INTERPRETAÇÃO
Interpretação textual: treinamento .<br />
A cultura me deprime<br />
"Um <strong>dos</strong> sintomas mais evidentes da pobreza cultural de<br />
nosso tempo é o interesse pelos anos 60 e 70, um <strong>dos</strong><br />
perío<strong>dos</strong> mais abomináveis da história da humanidade"<br />
Eu mexo com cultura. Tanto faz se sou bom ou ruim no<br />
meu trabalho. O que importa é que, nos últimos vinte anos,<br />
só me ocupei disso, como autor e como crítico.<br />
Assombrosamente, até arrumei um jeito de ganhar a vida<br />
com cultura. É por isso que me deprime constatar que se<br />
trata do ambiente mais pobre que existe. O mais irrelevante.<br />
O mais oco. O mais fútil.
Interpretação textual: treinamento .<br />
A imprensa é um bom parâmetro para medir a pobreza do<br />
ambiente. Por zelo profissional, sempre folheio os cadernos<br />
de cultura <strong>dos</strong> principais jornais do país. De uns dez dias<br />
para cá, deparei com as seguintes matérias de capa: Juca de<br />
Oliveira, depois do sucesso de seu papel como o cientista<br />
Albieri, em O Clone, está escrevendo uma peça sobre a vida<br />
caipira. Agora já é possível comprar em DVD preciosidades<br />
como Buffy – A Caça-Vampiros e Arquivo X. Erasmo Carlos e<br />
Wanderléa voltam a se apresentar juntos. O autor do filme<br />
Hedwig, "a história de um transexual caído em desgraça,<br />
numa jornada em busca de plenitude", concede uma<br />
entrevista telefônica.
Interpretação textual: treinamento .<br />
Lendo os exemplos acima, você pode achar que os<br />
únicos culpa<strong>dos</strong> pelo descrédito da cultura são os editores<br />
<strong>dos</strong> jornais brasileiros. Mas o problema é muito mais amplo.<br />
Dê uma olhada na imprensa estrangeira. O jornal inglês The<br />
Guardian destaca a volta do grupo pop Status Quo. O jornal<br />
francês Le Monde exalta os filmes de série B americanos. A<br />
revista americana Time fala do sucesso <strong>dos</strong> programas<br />
inspira<strong>dos</strong> no velho Namoro na TV. A revista inglesa The<br />
Economist acredita que, hoje em dia, há mais criatividade na<br />
TV do que no cinema.
Interpretação textual: treinamento .<br />
Um <strong>dos</strong> sintomas mais evidentes da pobreza cultural de nosso<br />
tempo é o interesse despertado pelos anos 60 e 70, um <strong>dos</strong><br />
perío<strong>dos</strong> mais abomináveis da história da humanidade. Nos<br />
jornais, encontrei reportagens sobre o grupo Velvet Underground e<br />
Jerry Lewis, sobre o movimento artístico Fluxus e o retorno à moda<br />
do skate. Nessa onda <strong>dos</strong> anos 60 e 70, até o artista plástico<br />
brasileiro Hélio Oiticica foi reexumado, merecendo um artigo<br />
supostamente elogioso no New York Times: "Oiticica pretendia ser<br />
um Andy Warhol brasileiro... Sua arte revela uma ingenuidade que<br />
é ao mesmo tempo encantadora e anacronística... Pode soar<br />
antiquado, mas, naquele tempo, e especialmente de onde ele<br />
vinha, tudo isso era radical e novo". Traduzindo: só num lugar<br />
primitivo como o Brasil um imitador como Oiticica podia ser<br />
considerado um inovador.
Interpretação textual: treinamento .<br />
Numa semana em que jornais do mundo inteiro debatiam as<br />
bombas no Oriente Médio, a crise econômica na América Latina,<br />
a iminência de um segundo surto recessivo nos Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>,<br />
as conversas de paz entre as duas Coreias, o fim da guerra civil<br />
sudanesa e a possível descoberta da proteína que causa a<br />
metástase do câncer, as páginas de cultura não forneceram um<br />
único assunto que valesse dez minutos de conversa<br />
despretensiosa, numa mesa de restaurante. O ambiente cultural<br />
se acostumou à ideia de que não tem nada de relevante para<br />
acrescentar à realidade. Esse papel passou a ser cumprido<br />
sobretudo pelos economistas, que cultivam o gosto pela<br />
polêmica e pelo paradoxo, gerando as melhores discussões na<br />
sociedade. Quanto à cultura, tornou-se um blefe.<br />
Diogo Mainardi Veja, Edição 1 764 - 14 de agosto de 2002
Interpretação textual: treinamento .<br />
1. O texto apresenta uma tese (ideia principal) que é<br />
basicamente a seguinte:<br />
(A) Considerando-se os setores que constituem uma sociedade,<br />
o cultural é, em geral, o que apresenta mais pobreza.<br />
(B) No Brasil, em especial, a imprensa serve de parâmetro para<br />
medir a pobreza cultural em vigor.<br />
(C) Culturalmente, nossa época não consegue alcançar o<br />
brilhantismo <strong>dos</strong> anos 60 e 70; daí, estes serem sempre<br />
lembra<strong>dos</strong>.<br />
(D) O interesse atual pelos anos 60 e 70 denota certo<br />
empobrecimento cultural no Brasil e em alguns outros<br />
expoentes do mundo.<br />
(E) Não há nada, hoje em dia, que garanta uma boa conversa<br />
num restaurante.
Interpretação textual: treinamento .<br />
2. Das alternativas a seguir, a única cujo conteúdo é confirmado<br />
pelo texto é:<br />
(A) Pelo primeiro parágrafo, sabe-se que o autor se sente<br />
deprimido, porque tem consciência de suas limitações<br />
profissionais, numa época de intensa pobreza cultural.<br />
(B) Pelo segundo parágrafo, conclui-se que o autor considera<br />
Juca de Oliveira um mau ator.<br />
(C) Pelo segundo parágrafo, pode-se inferir que Erasmo Carlos<br />
e Wanderléa já se apresentaram juntos.<br />
(D) Ainda em relação ao segundo parágrafo, pode-se inferir que<br />
o autor do filme Hedwig não concede entrevistas pessoalmente.<br />
(E) Pelo terceiro parágrafo, conclui-se que o Brasil não está<br />
isolado em relação à pobreza cultural.
Interpretação textual: treinamento .<br />
3. Assinale a alternativa que não respeita relação de<br />
causa/efeito presente no texto.<br />
(A) A pobreza cultural é a causa da depressão do autor.<br />
(B) O interesse pelos anos 60 e 70 é a causa da pobreza<br />
cultural de nosso tempo.<br />
(C) Ser autor e crítico é a causa de o autor do texto ter lidado<br />
com cultura nos últimos vinte anos.<br />
(D) Ater-se à imprensa brasileira seria a causa da impressão,<br />
por parte do leitor, de a pobreza cultural ser restrita ao Brasil.<br />
(E) Oiticica só foi considerado inovador graças ao<br />
primitivismo do Brasil.
Interpretação textual: treinamento .<br />
4. “O que importa é que, nos últimos vinte anos, só me<br />
ocupei disso, como autor e como crítico.” O pronome<br />
demonstrativo “isso”, sublinhado na frase transcrita, tem, no<br />
discurso, a seguinte função anafórica:<br />
(A) atualiza a palavra “trabalho”.<br />
(B) antecipa as ideias expostas em “autor” e “crítico”.<br />
(C) retoma a palavra “cultura”.<br />
(D) refere-se aos “últimos vinte anos”.<br />
(E) antecipa a expressão “como autor e como crítico”.
Interpretação textual: treinamento .<br />
5. "Um <strong>dos</strong> sintomas mais evidentes da pobreza cultural de<br />
nosso tempo é o interesse pelos anos 60 e 70, um <strong>dos</strong><br />
perío<strong>dos</strong> mais abomináveis da história da humanidade" A<br />
única inferência em desacordo com o subtítulo do texto é:<br />
(A) Nosso tempo é pobre em termos de cultura.<br />
(B) Há mais de um sintoma evidente da pobreza cultural<br />
hodierna.<br />
(C) Quem se interessa pelos anos 60 e 70 é pobre<br />
culturalmente.<br />
(D) A história da humanidade apresenta varia<strong>dos</strong> momentos<br />
abomináveis culturalmente, dentre os quais os anos 60 e 70.<br />
(E) Os anos 60 e 70 foram pobres culturalmente.
Interpretação textual: treinamento .<br />
6. "Esse papel passou a ser cumprido sobretudo pelos<br />
economistas, que cultivam o gosto pela polêmica e pelo<br />
paradoxo, gerando as melhores discussões na sociedade.<br />
Quanto à cultura, tornou-se um blefe." “Esse papel” se<br />
refere a quê?<br />
(A) Acrescentar ideias à realidade.<br />
(B) Menção de fatos relevantes.<br />
(C) O papel <strong>dos</strong> economistas.<br />
(D) Tornar-se um blefe.<br />
(E) Criar discussões.
Interpretação textual: treinamento .<br />
7. No texto, o terceiro parágrafo tem a seguinte finalidade<br />
básica, em relação ao segundo:<br />
(A) contestar informações contidas no segundo parágrafo.<br />
(B) estabelecer um diálogo com o leitor, para quebrar a<br />
formalidade ocorrida no segundo parágrafo.<br />
(C) dar um enfoque transnacional ao problema tematizado.<br />
(D) fornecer exemplos das afirmativas contidas no segundo<br />
parágrafo.<br />
(E) contradizer a parte essencial do parágrafo anterior.
Interpretação textual: treinamento .<br />
8. No último parágrafo, o autor utiliza varia<strong>dos</strong> recursos para<br />
reforçar sua tese. Dos recursos relaciona<strong>dos</strong> a seguir, o que<br />
menos contribui para a intenção do autor é:<br />
(A) seriação de fatos sociais relevantes.<br />
(B) alusão a fatos de um contexto presente e imediato.<br />
(C) referência aos economistas, criadores de polêmicas.<br />
(D) usar um substantivo depreciativo em relação à cultura.<br />
(E) referir-se aos restaurantes como antigos palcos de<br />
discussões culturais.
Interpretação textual: treinamento .<br />
9. Das frases do último parágrafo, a que sintetiza a tese do autor e<br />
prioriza sua mensagem é:<br />
(A) “Numa semana em que jornais do mundo inteiro debatiam as<br />
bombas no Oriente Médio, a crise econômica na América Latina,<br />
[...], o fim da guerra civil sudanesa e a possível descoberta da<br />
proteína que causa a metástase do câncer,...<br />
(B) “...as páginas de cultura não forneceram um único assunto que<br />
valesse dez minutos de conversa despretensiosa, numa mesa de<br />
restaurante.”<br />
(C) “O ambiente cultural se acostumou à idéia de que não tem nada<br />
de relevante para acrescentar à realidade.”<br />
(D) “Esse papel passou a ser cumprido sobretudo pelos<br />
economistas, que cultivam o gosto pela polêmica e pelo paradoxo,<br />
gerando as melhores discussões na sociedade.<br />
(E) “Quanto à cultura, tornou-se um blefe.”
Interpretação textual: treinamento .
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arenildo@globo.com<br />
CURSO DE INTERPRETAÇÃO
Interpretação textual: paráfrases.<br />
Os diferentes estilos<br />
Narra-se aqui, em diferentes modalidades de estilo, um<br />
fato comum da vida carioca, a saber: o corpo de um homem<br />
de quarenta anos presumíveis é encontrado de madrugada<br />
pelo vigia de uma construção, à margem da Lagoa Rodrigo<br />
de Freitas, não existindo sinais de morte violenta.<br />
Estilo interjetivo- Um cadáver! Encontrado em plena<br />
madrugada! Em pleno bairro de Ipanema! Um homem<br />
desconhecido! Coitado! Menos de quarenta anos! Um que<br />
morreu quando a cidade acordava! Que pena!
Interpretação textual: paráfrases.<br />
Estilo colorido- Na hora cor-de-rosa da aurora, à<br />
margem da cinzenta Lagoa Rodrigo de Freitas, uma via de<br />
cor preta encontrou o cadáver de um homem branco, cabelos<br />
louros, olhos azuis, trajando calça amarela, casaco pardo,<br />
sapato marrom, gravata branca com bolinhas azuis. Para<br />
este o destino foi negro.
Interpretação textual: paráfrases.<br />
Estilo antimunicipalista- Quando mais um dia de<br />
sofrimentos e desmando nasceu para esta cidade tão mal<br />
governada, nas margens imundas, esburacadas e fétidas da<br />
Lagoa Rodrigo de Freitas, e em cujos arredores falta água há<br />
vários meses, sem falar nas freqüentes mortandades de<br />
peixes já famosas, o vigia de uma construção (já permitiram,<br />
por baixo do pano, a ignominiosa elevação de gabarito em<br />
Ipanema) encontrou o cadáver de um desgraçado morador<br />
desta cidade sem policiamento. Como não podia deixar de<br />
ser, o corpo ficou ali entregue às moscas que pululam<br />
naquele foco de epidemias. Até quando?
Interpretação textual: paráfrases .<br />
Estilo reacionário- Os moradores da Lagoa Rodrigo de<br />
Freitas tiveram nesta manhã de hoje o profundo desagrado<br />
de deparar com o cadáver de um vagabundo que foi logo<br />
escolher para morrer (de bêbado) um <strong>dos</strong> bairros mais<br />
elegantes desta cidade, como se já sabe não bastasse para<br />
enfear aquele local uma sórdida favela que nos envergonha<br />
aos olhos <strong>dos</strong> americanos que nos visitam ou que nos dão a<br />
hora de residir no Rio.
Interpretação textual: paráfrases .<br />
Estilo preciosista- No crepúsculo matutino de hoje,<br />
quando fulgia solitária e longínqua a Estrela-d´Alva, o<br />
atalaia(vigia)* de uma construção civil, que perambulava<br />
insone pela orla sinuosa e murmurante de uma lagoa serena,<br />
deparou com a atra(sombria)* e lúrida (escura)* visão de um<br />
ignoto(ignorado)* e gélido(gelado)* ser humano, já<br />
eternamente sem o hausto(trago,gole)* que vivifica.<br />
* Os significa<strong>dos</strong> não integram o texto original.
Interpretação textual: paráfrases.<br />
Estilo Nelson Rodrigues - Usava gravata cor de<br />
bolinhas azuis e morreu!<br />
Estilo sem jeito - Eu queria ter o dom da palavra, o gênio<br />
de Rui e o estro(talento)* de um Castro Alves, para descrever<br />
o que se passou na manhã de hoje. Mas não sei escrever,<br />
porque nem todas as pessoas que têm sentimentos são<br />
capazes de expressar esse sentimento. Mas eu gostaria de<br />
deixar, ainda que sem brilho literário, tudo aquilo que senti.<br />
Não sei se cabe aqui a palavra sensibilidade. Talvez não<br />
caiba. Talvez seja uma tragédia. Não sei escrever, mas o<br />
leitor poderá perfeitamente imaginar o que foi isso. Triste,<br />
muito triste. Ah, se eu soubesse escrever.<br />
* O significado não integra o texto original.
Interpretação textual: paráfrases.<br />
Estilo feminino -Imagina você, Tutsi, que ontem eu fui<br />
ao Sacha´s, legalíssimo, e dormi de tarde. Com o Tony. Pois<br />
logo hoje, minha filha, que eu estava exausta e tinha hora<br />
marcada no cabeleireiro, e estava também querendo dar uma<br />
passada na costureira, acho mesmo que vou fazer aquele<br />
plissadinho, como a Teresa, o Roberto resolveu me telefonar<br />
quando eu estava no melhor do sono. Mas o que era mesmo<br />
que eu queria te contar? Ah, menina, quando eu olhei da<br />
janela, vi uma coisa horrível, um homem morto lá na beira da<br />
Lagoa. Estou tão nervosa! Logo eu que tenho horror a gente<br />
morta!<br />
Paulo Mendes Campos
Interpretação textual: paráfrases.<br />
1. A essência estrutural do texto, de Paulo Mendes Campos,<br />
é a:<br />
(A) paródia<br />
(B) paráfrase<br />
(C) estilização única<br />
(D) irregularidade de focos narrativos<br />
(E) dissertação
Interpretação textual: paráfrases.<br />
2. Nos estu<strong>dos</strong> da Retórica, dá-se, em geral, o nome de<br />
Circunlóquio ao rodeio de palavras, caracterizando<br />
inobjetividade do autor, ainda que este, em nenhum<br />
momento, se perca do que quer explanar. Dentre os<br />
"estilos" de Paulo M. Campos, o que melhor exemplifica uma<br />
circunlocução é o:<br />
(A) antimunicipalista<br />
(B) colorido<br />
(C) sem jeito<br />
(D) feminino<br />
(E) preciosista
Interpretação textual: paráfrases.<br />
3. Nos estu<strong>dos</strong> da Retórica, dá-se, em geral, o nome de<br />
Digressão à fuga do tema que o autor se propôs explanar.<br />
Dentre os "estilos" de Paulo M. Campos, o que melhor<br />
exemplifica uma digressão é o:<br />
(A) colorido<br />
(B) reacionário<br />
(C) interjetivo<br />
(D) feminino<br />
(E) preciosista
Interpretação textual: paráfrases.<br />
4. Dentre os estilos de Paulo Mendes Campos, apresentam<br />
interlocução explícita os estilos:<br />
(A) interjetivo e colorido<br />
(B) reacionário e preciosista<br />
(C) Nelson Rodrigues e sem jeito<br />
(D) sem jeito e feminino<br />
(E) preciosista e sem jeito
Interpretação textual: paráfrases.<br />
4. Dentre os estilos de Paulo Mendes Campos, apresentam<br />
interlocução explícita os estilos:<br />
(A) interjetivo e colorido<br />
(B) reacionário e preciosista<br />
(C) Nelson Rodrigues e sem jeito<br />
(D) sem jeito e feminino<br />
(E) preciosista e sem jeito
Interpretação textual: paráfrases.
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CURSO DE INTERPRETAÇÃO
Intertextualidade: texto 1.<br />
Casal Moderno. Tanto que competiam profissionalmente.<br />
Advoga<strong>dos</strong>, tinham escritórios separa<strong>dos</strong>. Os filhos cria<strong>dos</strong>,<br />
etc. E um acordo: fidelidade, sim, mas sem exagero. Se ela<br />
quisesse ter, como dizia, experiências extracelulares, tudo bem,<br />
desde que fosse discreta. Ele também. Mas ela se escandalizou<br />
quando soube que a amante dele era um travesti.<br />
- Um travesti?<br />
- Quem foi que te contou?<br />
- Não interessa.<br />
- Você podia ter me poupado essa.<br />
- Estou sendo discreto. Foi o nosso trato.<br />
- Mas um travesti!<br />
- Olhe...<br />
- Não quero ouvir.
Intertextualidade: texto 1.<br />
Durante dias, semanas, ela nem olhou para ele. Seu<br />
pânico era que os filhos descobrissem. Ou alguém do seu<br />
círculo de amigos. Mas o escândalo não se alastrou. Pelo<br />
menos isto. Um dia, quando se encontraram no café da<br />
manhã, ela perguntou:<br />
- Continua?<br />
- Continuo.<br />
- Qual é a explicação? Hein? Me explica!!<br />
- É que...<br />
- Eu não quero ouvir.<br />
Mas ele insistiu. Contou, então, que Dafne...<br />
- O quê?
Interpretação textual: paráfrases.<br />
- Dafne. É uma pessoa muito terna, muito simples, que<br />
faz tudo por mim. Montei um apartamento para ela. Ela passa<br />
o dia no apartamento, só pensando em coisas para me fazer<br />
feliz. Adora o trabalho doméstico. Cozinha que é uma<br />
beleza. Adora roupa de baixo bem rendada e perfume.<br />
Nunca discute comigo. É boba, frívola, vai<strong>dos</strong>a, e eu a amo...<br />
- Mas, mas, mas ... por que você foi procurar um homem?<br />
- Você não entende? Eu não fui procurar um homem. Fui<br />
procurar uma mulher. E finalmente encontrei.<br />
Ele não era homossexual... Era sau<strong>dos</strong>ista.<br />
Luiz Fernando Verissimo
Intertextualidade: texto 1.<br />
1. Uma passagem que apresenta discurso nitidamente<br />
informal é:<br />
A) "Durante dias, semanas, ela nem olhou para ele. Seu<br />
pânico era que os filhos descobrissem."<br />
(B) "Ou alguém do seu círculo de amigos. Mas o escândalo<br />
não se alastrou."<br />
(C) “-Dafne. É uma pessoa muito terna, muito simples, que<br />
faz tudo por mim."<br />
(D) "Cozinha que é uma beleza."<br />
(E) "É boba, frívola, vai<strong>dos</strong>a, e eu a amo..."
Intertextualidade: texto 1.<br />
2. NÃO está adequadamente caracterizado como fator de<br />
coesão textual:<br />
(A) "Durante dias, semanas, ela nem olhou para ele." –<br />
operador sequencial, com função de garantir progressão<br />
temática.<br />
(B) "Seu pânico era que os filhos descobrissem. " - função<br />
referencial anafórica.<br />
(C) "Ou alguém do seu círculo de amigos." - função referencial<br />
catafórica.<br />
(D) "Um dia, quando se encontraram no café da manhã, ela<br />
perguntou: (...)" – sequenciador temporal, com função de<br />
garantir progressão temática.<br />
(E) "- Qual é a explicação? Hein? Me explica!!" – marcador<br />
conversacional, com função reiterativa.
Intertextualidade: texto 1.<br />
3. “- Mas, mas, mas ... por que você foi procurar um<br />
homem? Ao repetir o conectivo “Mas”, o autor enfatiza a<br />
ideia de:<br />
(A) ódio<br />
(B) perplexidade<br />
(C)seriedade<br />
(D)angústia<br />
(E) desdém
Intertextualidade: texto 2.<br />
Gostaria de saber quem foi a mentecapta, a matriz das<br />
feministas que teve a infeliz ideia de reivindicar direitos à<br />
mulher e por que ela fez isso conosco, que nascemos depois<br />
dela. Estava tudo tão bom no tempo das nossas avós, elas<br />
passavam o dia a bordar, a trocar receitas com as amigas,<br />
ensinando-se mutuamente segre<strong>dos</strong> de molhos e<br />
temperos, de remédios caseiros, lendo bons livros das<br />
bibliotecas <strong>dos</strong> mari<strong>dos</strong>, decorando a casa, podando árvores,<br />
plantando flores, colhendo legumes das hortas, educando<br />
crianças, frequentando saraus, a vida era um grande curso<br />
de artesanato, medicina alternativa e culinária.
Intertextualidade: texto 2.<br />
Aí vem uma fulaninha qualquer que não gostava de sutiã<br />
tampouco de espartilho, e contamina várias outras rebeldes<br />
inconsequentes com ideias mirabolantes sobre "vamos<br />
conquistar o nosso espaço". Não aguento mais ser obrigada<br />
ao ritual diário de fazer escova, maquiar, passar hidratantes,<br />
escolher que roupa vestir, que sapatos, acessórios, que<br />
perfume combina com o meu humor, etc. etc.<br />
Chega, eu quero alguém que pague as minhas contas,<br />
abra a porta para eu passar, puxe a cadeira para eu sentar,<br />
me mande flores com cartões cheios de poesia, faça<br />
serenatas na minha janela,...<br />
Estou abdicando do meu posto de mulher moderna; troco<br />
pelo de Amélia.<br />
Ana Kessler http://www.descontrolada2280.blogger.com.br/texto%20tri.doc
Intertextualidade: texto 3.<br />
Amélia (Mário Lago e Ataulfo Alves)<br />
Nunca vi fazer tanta exigência, nem fazer o que você me<br />
faz. Você não sabe o que é consciência. Não vê que eu sou<br />
um pobre rapaz? Você só pensa em luxo e riqueza, tudo o<br />
que você vê, você quer .<br />
Ai, meu Deus, que saudades da Amélia; aquilo sim é que<br />
era mulher. Às vezes passava fome ao meu lado. E achava<br />
bonito não ter o que comer.<br />
E quando me via contrariado, dizia: Meu filho, o que se há<br />
de fazer?<br />
Amélia não tinha a menor vaidade. Amélia é que era<br />
mulher de verdade.
Intertextualidade: texto 3.<br />
Amélia (Mário Lago e Ataulfo Alves)<br />
Nunca vi fazer tanta exigência, nem fazer o que você me<br />
faz. Você não sabe o que é consciência. Não vê que eu sou<br />
um pobre rapaz? Você só pensa em luxo e riqueza, tudo o<br />
que você vê, você quer .<br />
Ai, meu Deus, que saudades da Amélia; aquilo sim é que<br />
era mulher. Às vezes passava fome ao meu lado. E achava<br />
bonito não ter o que comer.<br />
E quando me via contrariado, dizia: Meu filho, o que se há<br />
de fazer?<br />
Amélia não tinha a menor vaidade. Amélia é que era<br />
mulher de verdade.
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ARENILDO DOS SANTOS<br />
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CURSO DE INTERPRETAÇÃO
Interpretação textual: crônica dissertativa.<br />
Água mole em pedra dura<br />
Não há como ser um policial íntegro – inteiramente<br />
íntegro mesmo – sobretudo aqui, onde a estrutura social é<br />
marcada pela corrupção.<br />
Se a ponta do iceberg resistir, não há garantia de que não<br />
haverá ilicitude no processo. Um policial da rua, por<br />
exemplo, flagra um motorista embriagado. Este – por hábito<br />
social tão forte quanto o de pechinchar – dá-lhe uma cantada:<br />
“Como podemos resolver isto?”, “Quebra essa pra mim.”, etc.<br />
E o policial acaba ...
Interpretação textual: crônica dissertativa.<br />
Não. Resiste. E, por desacato à autoridade (o<br />
embriagado desrespeitou e xingou), leva-o à delegacia.<br />
Chega o delegado. Conversa vai, conversa vem. E o<br />
delegado pensa, e pensa, e coça a cabeça. Pensa em<br />
aceitar, está perto disso e acaba resistindo. “Eu vou ao<br />
Sérgio Cabral. Até ao Lula, se for preciso.” A tentativa de<br />
intimidação não colou. Desacatado, mandou o escrivão<br />
registrar tudo. Entra um advogado no circuito. Conversa<br />
daqui, mais um pouco dali. Nada. Até então, nada. O tempo<br />
passa, e nada. Nada mesmo. Onde se interrompeu a<br />
corrente? Quando ela foi interrompida? Quem a<br />
interrompeu? Talvez lá no outro extremo.
Interpretação textual: crônica dissertativa.<br />
Aquele policial da rua torna a flagrar o motorista<br />
embriagado; tão embriagado que não o reconhece. “Vamos<br />
resolver isto aqui.” O policial, sim, o reconhece: fica cismado,<br />
interrogativo, tenta lembrar-se do ocorrido, do desfecho, mas<br />
segue o procedimento. “Conheço o Sérgio”, argumenta o<br />
embriagado. E o policial acaba ...
Interpretação textual: crônica dissertativa.<br />
Não resiste. Assim é esta cidade, talvez o maior palco de<br />
corrupção deste país, nestes tempos cada vez piores de<br />
mensalões e de arrudas.<br />
Saudades do meu Rio. Joseph David.<br />
Crônicas da Academia. (Texto adaptado - 02/12/ 09.)
Interpretação textual: crônica dissertativa.<br />
1. O título do texto reproduz, parcialmente, certo adágio<br />
popular que tem como ideia prioritária no texto:<br />
(A) a perseverança<br />
(B) a resistência ilimitada<br />
(C) os limites da razão humana<br />
(D) a quebra da resistência<br />
(E) a fé
Interpretação textual: crônica dissertativa.<br />
2. O primeiro parágrafo é constituído de um único período,<br />
que apresenta basicamente:<br />
(A) a tese desacompanhada de qualquer argumento.<br />
(B) a tese acompanhada de um argumento.<br />
(C) a antítese acompanhada de um argumento.<br />
(D) um questionamento reflexivo e indagador.<br />
(E) uma pequena narração ilustrativa.
Interpretação textual: crônica dissertativa.<br />
3. Julgue as afirmativas abaixo acerca das ideias veiculadas no<br />
texto:<br />
I. O autor afirma que todo o estado do Rio de Janeiro é<br />
marcado significativamente pela corrupção.<br />
II. O autor sugere que, em se tratando de estado de Rio de<br />
Janeiro, apenas a cidade do Rio de Janeiro é marcada pela<br />
corrupção.<br />
III. O autor sugere que a corrupção ocorre não só no estado do<br />
Rio de Janeiro.<br />
IV. O autor sugere que a corrupção chegou a um nível de<br />
irreversibilidade no Brasil.<br />
O número de afirmativas corretas é igual a:<br />
(A) 0 (B) 1 (C) 2 (D) 3 (E) 4
Interpretação textual: crônica dissertativa.<br />
4. Para defender sua tese, o autor se vale de uma sequência<br />
(A) inteiramente dissertativa, estabelecendo relações de causa e<br />
efeito por meio de uma série de considerações pessoais.<br />
(B) narrativa, envolvendo uma situação hipotética que deve ser<br />
entendida como reprodução de fato frequente.<br />
(C) expositiva, pois descreve um fato real, devidamente calcado<br />
em diversas pesquisas de opinião e em estatísticas criminais.<br />
(D) inteiramente descritiva, pois o autor dá o retrato de uma<br />
situação sem fluxo temporal.<br />
(E) inteiramente formal, com linguagem nem sempre acessível<br />
ao cidadão comum.
Interpretação textual: crônica dissertativa.<br />
5. Para defender sua tese, o autor se vale de uma sequência<br />
(A) inteiramente dissertativa, estabelecendo relações de causa e<br />
efeito por meio de uma série de considerações pessoais.<br />
(B) narrativa, envolvendo uma situação hipotética que deve ser<br />
entendida como reprodução de fato frequente.<br />
(C) expositiva, pois descreve um fato real, devidamente calcado<br />
em diversas pesquisas de opinião e em estatísticas criminais.<br />
(D) inteiramente descritiva, pois o autor dá o retrato de uma<br />
situação sem fluxo temporal.<br />
(E) inteiramente formal, com linguagem nem sempre acessível<br />
ao cidadão comum.
Interpretação textual: crônica dissertativa.