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Português - Arenildo - Mestre dos Concursos

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PROFESSOR<br />

ARENILDO DOS SANTOS<br />

CURSO DE INTERPRETAÇÃO


TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.<br />

Este pequeno objeto que ora descrevemos<br />

encontra-se numa sala de aula e serve para<br />

escrever. Tem mais ou menos dez centímetros e<br />

lembra um lápis, estética e funcionalmente: uma<br />

de suas extremidades é menos grossa do que a<br />

outra e, para ser usado, precisa estar entre os<br />

de<strong>dos</strong>. É pressionado de encontro ao quadro,<br />

causando riscos que têm a forma pretendida por<br />

quem o manipula.


TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.<br />

O material de que é feito, o gesso,<br />

confere-lhe peso e consistência insignificantes.<br />

À medida que é usado, vai se decompondo,<br />

sendo visível também a poeira que dele resulta.<br />

Não há variedade de modelos: qualquer um<br />

apresenta o formato básico. Diferentes são as<br />

cores, pois há os azuis, os amarelos, os<br />

vermelhos e outros mais. Está presente em<br />

todas as salas de aula convencionais, pois se<br />

trata de um valioso instrumento no exercício da<br />

atividade docente.


TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.<br />

A) Quanto ao modo de construção<br />

1) Descrição objetiva – O descritor retrata o<br />

“objeto” de forma precisa e imparcial, limitando-se<br />

aos aspectos exteriores. (postura parnasiana)<br />

2) Descrição subjetiva – O redator, fazendo uso<br />

expressivo de adjetivações, descreve o “objeto” de<br />

forma emotiva, na tentativa de tornar o leitor seu<br />

“cúmplice”. (postura impressionista)


TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.<br />

B) Quanto ao “objeto descrito”<br />

1) Descrição estática – Neste tipo de descrição,<br />

o “objeto” descrito está parado. Trata-se de<br />

observação detida e atenta, principalmente se o<br />

observador também estiver parado. Ex.: descrição<br />

de uma árvore.<br />

2) Descrição dinâmica – Neste tipo de descrição,<br />

o “objeto” descrito está em movimento, exigindo do<br />

observador muita concentração. Ex.: descrição de<br />

um gol, numa partida de futebol.


TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.<br />

Numa Descrição, devem-se evitar:<br />

1) Comentários óbvios – É preciso atribuir ao<br />

“objeto” descrito características que o<br />

individualizem.<br />

Construção inadequada: “... o banheiro tinha<br />

quatro paredes, uma pia, um vaso e um<br />

chuveiro...”<br />

Construção adequada: “ ...as paredes do banheiro<br />

eram de um azul já meio desbotado pelo tempo,<br />

uma pia encardida, um vaso sem tampa e um<br />

chuveiro enferrujado...”


TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.<br />

2) Circunlóquios - Rodeio desnecessário de<br />

palavras, circunlocução.<br />

Construção inadequada: “... a casa era bonita,<br />

muito bonita, linda, uma graça, lindíssima,<br />

sensacional,...”<br />

Construção adequada: “ ... a casa era<br />

lindíssima ...”


TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.<br />

Estrutura<br />

Quanto aos parágrafos, uma descrição tem que ser<br />

dividida em introdução (1 parágrafo), desenvolvimento (de<br />

1 a 3 parágrafos) e conclusão (1 parágrafo).<br />

Obs.: Ao fazer uma descrição, procure facilitar o trabalho<br />

imaginativo do leitor. Por exemplo, se for descrever uma<br />

pessoa, faça-o de cima para baixo, ou seja, comece pelo<br />

rosto, cabelo, tronco , etc. Neste caso, se a descrição for<br />

subjetiva, faça a retratação física num parágrafo e, noutro,<br />

a retratação psicológica ou emocional.


TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.<br />

O braço dela é necessariamente duro, a exemplo <strong>dos</strong> pés,<br />

a fim de oferecer segurança. Seu encosto contrasta, pois é<br />

macio, fofo, quase liso. A parte de baixo também é macia e<br />

confortável. Esse objeto encontra-se em cada sala de aula<br />

e os alunos adoram sentar nele.<br />

Julgue cada afirmativa a seguir como C(certa) ou E(errada).<br />

a. O texto mescla passagens dissertativas, descritivas e<br />

narrativas. (C) (E)


TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.<br />

b. Trata-se de exemplo de texto descritivo estático e<br />

impressionista. (C) (E)<br />

c. Há unidade temporal no texto. (C) (E)<br />

d. Há adjetivação direta e indireta no texto. (C) (E)<br />

e. No texto, o único sinônimo de "Esse objeto" é "nele".<br />

(C) (E)


TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.<br />

2. Parafraseie conforme o modelo, com coerência.<br />

a. Ela estuda muito. (adjetivação indireta)<br />

Ela é estudiosa. (adjetivação direta)<br />

b. Ela come muito.<br />

________________________________________<br />

c. Ela dorme muito.<br />

________________________________________<br />

d. Ela namora muito.<br />

________________________________________


TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.<br />

e. Ela chora muito.<br />

________________________________________<br />

f. Ela anda muito.<br />

________________________________________<br />

g. Ela fala muito.<br />

________________________________________<br />

h. Ela sua muito.<br />

________________________________________<br />

i


TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.<br />

. Ela trabalha muito.<br />

________________________________________<br />

j. Ela cansa muito.<br />

________________________________________


TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.<br />

(CESGRANRIO)<br />

“A carruagem parou ao pé de uma casa amarelada, com<br />

uma portinha pequena. Logo à entrada um cheiro mole e<br />

salobro enojou-a. A escada, de degraus gastos, subia<br />

ingrememente, apertada entre paredes onde a cal caía, e a<br />

umidade fizera nódoas. No patamar da sobreloja, uma<br />

janela com um gradeadozinho de arame, parda do pó<br />

acumulado, coberta de teias de aranha, coava a luz suja do<br />

saguão. E por trás de uma portinha, ao lado, sentia-se o<br />

ranger de um berço, o chorar doloroso de uma criança.”<br />

(Eça de Queirós. O Primo Basílio)


TIPOLOGIA BÁSICA: DESCRIÇÃO.<br />

Observando-se os recursos de estilo presentes na composição desse<br />

trecho, é correto afirmar que<br />

(A) o acúmulo de pormenores induz a uma percepção impessoal e<br />

neutra do real.<br />

(B) a descrição assume caráter impressionista, dando também<br />

dimensão subjetiva à percepção do espaço.<br />

(C) as descrições veiculam as impressões do personagem sem a<br />

interferência emotiva do narrador.<br />

(D) a carência de adjetivos confere caráter objetivo e real à<br />

representação do espaço.<br />

(E) o predomínio da descrição confere caráter expressionista ao relato,<br />

eliminando seus resíduos subjetivos.


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

Narrar é contar uma história, uma sequencia de fatos (enredo)<br />

ocorri<strong>dos</strong> em local e tempo determina<strong>dos</strong>. Ao fazer uma narração,<br />

é preciso que o redator, se possível, deixe claro “o que<br />

aconteceu?”, “por que aconteceu?”, “como aconteceu?”, “onde<br />

aconteceu?”, “quando aconteceu?, “com quem aconteceu?”.<br />

Com base nisso, eis os elementos essenciais a toda narração:<br />

1) Narrador - Uma história pode ser contada por um narradorpersonagem<br />

(narração em primeira pessoa) ou um narradorobservador<br />

(narração em terceira pessoa).<br />

2) Personagens - Não há narração sem personagens. O redator<br />

deve criá-los e, se for do seu interesse, pode distingui-los em<br />

protagonista, antagonista, secundário.


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

3) Tempo - É importante que o redator deixe claro quando os<br />

fatos narra<strong>dos</strong> se deram e em quanto tempo ocorreram.<br />

4) Espaço - A localização física e geográfica <strong>dos</strong> fatos<br />

narra<strong>dos</strong> é importante, a fim de facilitar a imaginação do<br />

leitor.<br />

Obs.: Cuidado. Nem toda narração é ficcional. Uma notícia<br />

de jornal, por exemplo, pode tematizar um fato que envolve<br />

um enredo, isto é, uma sequência de ações e de<br />

acontecimentos. Por essa razão, pode-se ter um texto<br />

simultaneamente informativo e narrativo.


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

Noivo prende fugitivo na hora do casamento<br />

A igreja estava linda. Os familiares e amigos presentes.<br />

Flores diversas. Os pais de ambos visivelmente<br />

emociona<strong>dos</strong>. Era o casamento.<br />

Em plena hora do casamento, o noivo abandonou a festa<br />

para prender o fugitivo de um acidente de carro. Richard e<br />

Sarah Cooney acabaram de se casar em Birmingham,<br />

Inglaterra, e ele viu a fuga. Não perdeu tempo e perseguiu<br />

um homem que tentou escapar até dominá-lo.<br />

A cerimônia já tinha acabado e o casal posava para<br />

fotografias do lado de fora da Igreja Saint Margaret Mary<br />

quando aconteceu o incidente.


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

O marido ouviu o barulho <strong>dos</strong> carros batendo e dois<br />

homens envolvi<strong>dos</strong> no acidente fugindo. Christopher<br />

Armstrong, padrinho na cerimônia e irmão de Sarah, correu<br />

atrás de um deles, enquanto Richard seguia o outro. Depois<br />

de alcançar o fugitivo em um parque, o noivo o entregou à<br />

polícia e voltou para a cerimônia.<br />

(Deu no Terra, maio de 2002. As notícia mais malucas do planeta.<br />

Alessandro Bender.)


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

O primeiro parágrafo do texto, por sua estrutura e<br />

características, deve ser prioritariamente classificado como:<br />

(A) expositivo;<br />

(B) narrativo;<br />

(C) normativo;<br />

(D)argumentativo;<br />

(E) descritivo.


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

Duas características - presentes no primeiro parágrafo -<br />

que são representativas do modo de organização discursiva<br />

que você assinalou na questão anterior são:<br />

(A) o fato e a opinião;<br />

(B) regras e exceções;<br />

(C) unidade temporal e adjetivações;<br />

(D) enredo e cronologia;<br />

(E) opiniões e considerações.


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

O segundo parágrafo do texto, por sua estrutura e<br />

características, deve ser prioritariamente classificado como:<br />

(A) expositivo;<br />

(B) narrativo;<br />

(C) normativo;<br />

(D)argumentativo;<br />

(E) descritivo.


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

O segundo parágrafo do texto, por sua estrutura e<br />

características, deve ser prioritariamente classificado como:<br />

(A) expositivo;<br />

(B) narrativo;<br />

(C) normativo;<br />

(D)argumentativo;<br />

(E) descritivo.


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

O texto só não permite inferir a seguinte característica do<br />

noivo:<br />

(A) corajoso;<br />

(B) fiel;<br />

(C) herói;<br />

(D) impetuoso;<br />

(E) tenaz.


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

A cerimônia já tinha acabado e o casal posava para<br />

fotografias do lado de fora da Igreja Saint Margaret Mary<br />

quando aconteceu o incidente.<br />

O vocábulo destacado corresponde a:<br />

(A) após;<br />

(B) no momento em que;<br />

(C) depois de;<br />

(D) logo que;<br />

(E) antes de.


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

Discurso Indireto- O narrador transmite, com suas próprias<br />

palavras, a fala <strong>dos</strong> personagens. O discurso indireto se<br />

caracteriza, no plano formal, pela presença <strong>dos</strong> chama<strong>dos</strong><br />

verbos "dicendi", ou seja, verbos declarativos do tipo falar,<br />

dizer, responder, argumentar, confessar, ponderar, expressar,<br />

etc., acompanha<strong>dos</strong>, sobretudo, de orações subordinadas<br />

substantivas, quando o desejo é reproduzir a fala do<br />

personagem.<br />

Ex.: Filomena respondeu que não poderia, àquela altura <strong>dos</strong><br />

acontecimentos, voltar atrás.


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

Discurso Direto - O narrador interrompe a trajetória de sua<br />

narração, passando a palavra para os próprios personagens.<br />

O discurso direto, no plano formal, traz as falas <strong>dos</strong><br />

personagens também precedidas <strong>dos</strong> chama<strong>dos</strong> verbos<br />

declarativos, ou "dicendi". Em alguns casos, porém, tais<br />

verbos não são necessários, uma vez que o próprio contexto<br />

e alguns recursos de pontuação (dois pontos, travessão,<br />

aspas) ou gráficos (mudança de linha) já são suficientes<br />

para o anúncio de uma participação direta <strong>dos</strong> personagens.


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

Observação: Quanto à pontuação, no discurso direto, é<br />

válido observar que dois-pontos e travessão são sinais<br />

marcantes desse tipo de discurso, assim como as aspas,<br />

podendo o narrador optar por várias combinações. Veja só:<br />

O pai perguntou ao filho:<br />

- Você foi à escola?<br />

- Você foi à escola? - o pai perguntou ao filho.<br />

O pai perguntou ao filho: "Você foi à escola?"<br />

"Você foi à escola?", perguntou o pai ao filho.


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

Transposição de Discursos<br />

Direto Indireto<br />

Verbo no presente. Verbo no pretérito imperfeito.<br />

Verbo no pretérito perfeito. Verbo no pretérito mais-que-perfeito.<br />

Verbo no futuro do presente. Verbo no futuro do pretérito.<br />

Verbo no imperativo. Verbo no subjuntivo.<br />

Demonstrativos este(a), esse(a),<br />

isto, isso.<br />

Demonstrativos aquele(a), aquilo.<br />

Advérbio aqui. Advérbio ali.


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

Transposição de Discursos<br />

Direto Indireto<br />

Verbo no presente. Verbo no pretérito imperfeito.<br />

Verbo no pretérito perfeito. Verbo no pretérito mais-que-perfeito.<br />

Verbo no futuro do presente. Verbo no futuro do pretérito.<br />

Verbo no imperativo. Verbo no subjuntivo.<br />

Demonstrativos este(a), esse(a),<br />

isto, isso.<br />

Demonstrativos aquele(a), aquilo.<br />

Advérbio aqui. Advérbio ali.


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

Reescreva o conteúdo de cada item a seguir, transformando<br />

o discurso indireto em discurso direto. Leve em conta a<br />

adequação do registro linguístico.<br />

a) No momento em que Christopher viu os homens fugindo,<br />

ele disse à mulher que o aguardasse e que não tivesse<br />

medo.<br />

_________________________________________________<br />

_________________________________________________<br />

_________________________________________________


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

b) Quando Christopher abateu um <strong>dos</strong> fugitivos, xingou-o<br />

dizendo que não adiantava tentar fugir.<br />

_________________________________________________<br />

_________________________________________________<br />

_________________________________________________


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

c) O policial agradeceu a Christopher, afirmando que a polícia<br />

daquele lugar precisaria de homens com aquela coragem.<br />

_________________________________________________<br />

_________________________________________________<br />

_________________________________________________


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

d) Quando a mulher viu o marido voltar, de longe gritou-lhe<br />

que não deixaria mais que ele se arriscasse daquela maneira<br />

e que o amaria para sempre.<br />

_________________________________________________<br />

_________________________________________________<br />

_________________________________________________


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

Aos vinte e sete dias do mês de março de dois mil e seis,<br />

no auditório da Secretaria Nacional de Recursos Hídricos,<br />

realizou-se a sessão de análise <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong> do seminário<br />

“Gestão de Recursos Hídricos: Olhar o Futuro”, com a<br />

presença <strong>dos</strong> organizadores do referido evento, sob a<br />

presidência do secretário nacional de recursos hídricos, João<br />

Bosco Senra, que participara da solenidade de encerramento,<br />

na sexta-feira anterior, quando afirmara que o Plano Nacional<br />

de Recursos Hídricos precisava ter a participação social, sem<br />

a qual os resulta<strong>dos</strong> seriam pífios. [...]


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

Após a avaliação do êxito das atividades do seminário,<br />

Senra informou que quarenta e quatro reuniões públicas<br />

foram programadas para o corrente ano para apresentar o<br />

plano e discuti-lo com a sociedade civil, os gestores, as<br />

empresas de saneamento e os grandes setores<br />

consumidores de água, como agronegócio, campo industrial e<br />

setor elétrico. “Nós tivemos uma ampla participação de to<strong>dos</strong><br />

os setores usuários na construção do plano, mas é<br />

importante eles incorporarem os princípios, as diretrizes e os<br />

programas já na fase de planejamento da sua ação de forma<br />

que essas ações sejam sustentáveis”. [...]


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

Após encerra<strong>dos</strong> os debates acerca do tema, deliberou-se<br />

por remeter correspondências aos organismos cadastra<strong>dos</strong><br />

como preservadores <strong>dos</strong> recursos hídricos, a fim de que<br />

engrossassem o caudal <strong>dos</strong> esforços para o uso racional da<br />

água, apresentando novas alternativas de ação, compatíveis<br />

com o mundo globalizado em que vivemos. Ao término da<br />

reunião, lavrei o presente documento que, lido, aprovado e<br />

assinado por mim e pelo presidente, será encaminhado aos<br />

diversos organismos, prestando contas das atividades<br />

ocorridas no mês de março.<br />

Internet: www.envolverde.com.br (com adaptações).


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

(CESPE – ANA)<br />

Com base no texto ao lado, julgue os itens subsequentes.<br />

Com relação à tipologia, constata-se que o texto é<br />

predominantemente narrativo. (C) (E)


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

(CESPE - CHESF)<br />

“O objetivo atual foi justamente proporcionar uma técnica<br />

de aplicação de fácil manejo e de grande rendimento,<br />

propícia, portanto, para a proteção de grandes superfícies,<br />

contínuas ou descontínuas”, explica o geólogo Álvaro<br />

Rodrigues <strong>dos</strong> Santos, criador da técnica.”<br />

Esse parágrafo pode ser reescrito, em discurso indireto, da<br />

seguinte maneira:<br />

O geólogo Álvaro Rodrigues, que criou uma técnica de<br />

aplicação de alto rendimento e fácil de ser manejada,<br />

explicou que o objetivo do uso dessa técnica é a proteção de<br />

grandes superfícies, sejam elas contínuas ou descontínuas.<br />

(C) (E)


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

(CESPE - MIN)<br />

Reis, alquimistas e exploradores sonharam com o dia em<br />

que encontrariam um elixir que os faria enganar a morte e<br />

abraçar a eternidade. A vontade de viver para sempre é o<br />

mote da Epop de Gilgamesh, uma das histórias mais antigas<br />

do mundo, segundo a qual Gilgamesh, rei da lendária cidade<br />

suméria de Uruk, encontra Utnapishtim, que lhe promete vida<br />

eterna, desde que fique acordado 6 dias e 7 noites. Por mais<br />

que a ideia de viver para sempre seja sedutora, ela nunca<br />

tinha conseguido atravessar a linha que separa a ficção<br />

científica do mundo real. Até que a ciência passou a se<br />

debruçar com afinco no estudo do envelhecimento e a<br />

perceber que logo chegaria o dia em que seria possível<br />

desacelerá-lo e até evitá-lo.<br />

Vanessa de Sá. Galileu. Maio/2006, p. 57 (com adaptações).


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

A respeito da tipologia textual, das ideias e das estruturas do<br />

texto acima, julgue os itens a seguir.<br />

a. O primeiro parágrafo do texto caracteriza-se como<br />

informativo e narrativo. (C) (E)


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

A vida não é uma comédia romântica<br />

Homem e mulher se conhecem numa sala de espera de<br />

médico. Ela, grávida; ele, esperando a mulher, que consulta<br />

com o médico. Ele oferece a “Caras” que estava lendo:<br />

- Quer dar uma olhada?<br />

- Acho que essa eu já vi. É nova?<br />

- Bom, é deste século...<br />

Os dois riem. E se apaixonam. Dessas coisas. Destino,<br />

química... Quem explica essas coisas? Se apaixonam,<br />

pronto. Mas não caem nos braços um do outro. Mesmo<br />

porque a barriga dela, de sete meses, não permitiria. Ficam<br />

apenas se olhando, atônitos com o que aconteceu. Pois junto<br />

com o amor súbito vem a certeza da sua impossibilidade.


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

Como uma ferida fazendo casca em segun<strong>dos</strong>. E como<br />

nenhum <strong>dos</strong> dois é um monstro de frivolidade, e como a vida<br />

não é uma comédia romântica, é uma coisa muito séria, e<br />

como eles não podem largar tudo e fugir, trocam informações<br />

rápidas, para pelo menos ter mais o que lembrar quando<br />

lembrarem aquele momento sem nenhum futuro, aquela<br />

quase loucura. Sim, é o primeiro filho dela. Menino. E a<br />

mulher dele? Está consultando o médico porque a gestação<br />

complicou, o parto talvez precise ser prematuro. Também é o<br />

primeiro filho deles. Filha. Menina. Que mais? Que mais?<br />

Não há tempo para biografias completas. Gostos, endereços,<br />

telefones, nada. A mulher dele sai do consultório. Ele tem<br />

que ir embora. Dá um jeito de voltar sozinho e perguntar o<br />

nome dela. Maria Alice. E o dele? Rogério! Rogério! E sai<br />

correndo, para nunca mais se encontrarem.


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

Mas se encontram. Três anos depois, na sala de espera<br />

de um pediatra. Ela chega com uma criança no colo. Ele está<br />

lendo uma revista. Talvez a mesma “Caras”. Os dois se<br />

reconhecem instantaneamente. Ele pega a mãozinha da<br />

criança. Pergunta o nome. É João Carlos. Caquinho.<br />

- Ele está com algum...<br />

- Não, não. Consulta normal. Ele é saudável até demais.<br />

Hiperativo. E a de vocês? O parto, afinal...<br />

- Foi bem, foi bem. Ela está ótima. Se chama Gabriela.<br />

Só veio fazer um checape. Eu não posso ficar lá dentro<br />

porque fico nervoso.


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

E declara que não houve dia em que não pensasse nela,<br />

e no que poderia ter sido se tivessem saído juntos daquele<br />

consultório, anos atrás, e seguido seus instintos, e feito<br />

aquela loucura. E ela confessa que também pensou muito<br />

nele e no que poderia ter sido. E ele está prestes a pedir um<br />

telefone, um endereço, um sobrenome para procurar no guia,<br />

quando a mulher sai do consultório com a filha deles no colo<br />

e ele precisa ir atrás, e só o que consegue é um olhar de<br />

despedida, um triste olhar de nunca mais.


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

Mas se encontram outra vez. Dois anos depois, na sala<br />

de espera de um pronto-socorro. Ele com a mulher, ela com o<br />

marido. Ele leva um susto ao vê-la. O que houve? É o<br />

Caquinho. O cretino conseguiu prender a língua numa lata<br />

de Coca. Ele se emociona. A mulher dele não entende.<br />

De onde o marido conhece aquele Caquinho? E aquela<br />

mulher, que está perguntando se aconteceu alguma coisa<br />

com a Gabriela? Não foi nada, Gabriela só bateu com a<br />

cabeça na borda da piscina e está levando alguns pontos. E<br />

nem a mulher dele nem o marido dela entendem por que, ao<br />

chegar a notícia de que o Caquinho só ficará com a língua um<br />

pouco inchada, os dois se abraçam daquela maneira, tão<br />

comovi<strong>dos</strong>. Depois, em casa, ele se explica: - Solidariedade<br />

humana, pô.


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

A história não precisa terminar aí. Rogério e Maria Alice<br />

podem continuar se encontrando, de tempos em tempos, em<br />

salas de espera (dentistas, traumatologistas, psicólogos<br />

especializa<strong>dos</strong> em problemas de adolescentes, etc.) até um<br />

dia ela sair do quarto de hospital onde está o Caquinho, que<br />

teve um acidente de ultraleve, e avistá-lo na sala de espera<br />

da maternidade, e perguntar: - A Gabriela está tendo bebê?<br />

E ele fazer que sim com a cabeça, com cara de “para<br />

onde foram as nossas vidas?”<br />

Veríssimo. O globo, 13 de janeiro de 2008.


TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />

Me<strong>dos</strong><br />

A menina precisava descer a ladeira para ir à escola. A<br />

mãe lhe disse que não tivesse medo, pois aqueles tiros logo<br />

parariam. Ela sabia que, se tivesse medo, a filha o herdaria.<br />

Era preciso não sentir medo. Seu medo era o de sentir<br />

medo. – Confie em Deus ...<br />

Minirretrato do cotidiano de muitos centros urbanos. A<br />

violência fazendo vítimas sociais e psicológicas. Pelo menos<br />

três grandes fobias têm, neste ainda princípio de século,<br />

caracterizado as mentes intelectualizadas.


TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />

Uma é a “homofobia”, não no sentido recente e<br />

malformado, impregnado de matizes do universo das<br />

relações paranormais, tais como o homossexualismo. Em<br />

sentido lato – e não estrito – “homo” significa semelhante. De<br />

homossexual – apreciação do mesmo gênero – criou-se, pela<br />

comuníssima tendência à economia linguística, “homo”, ou<br />

seja, adepto do homossexualismo. Daí, “homofobia”, aversão<br />

ao homossexual.


TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />

Homofobia, sim, no sentido de aversão ao semelhante,<br />

isto é, da mesma espécie. Antropofobia. Medo do outro.<br />

Misantropia. O indivíduo, nesta sociedade competitiva e<br />

selvática, modernização urbanizada da seleção natural, com<br />

toda a cadeia alimentar que lhe é peculiar, assombra-se com<br />

o próximo. A dramaticidade do cotidiano, em que se mesclam<br />

diferentes tipos pessoais da mesma espécie, cria no<br />

consciente da selva a necessidade de se estar em alerta,<br />

posicionando-se para fugir, defender-se, reagir ou atacar. Na<br />

cadeia, pode-se reconhecer a impotência ante o adverso, a<br />

restrição, a possibilidade de combater ou a vantagem<br />

oportunista.


TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />

Também a monofobia é marca de nossos dias. A vida<br />

atribulada exige a atenção ao exterior. A selva urbana é o<br />

nosso habitat. A atenção tem de haver. Este sistema<br />

alucinante cria o medo do outro, mas é preciso estar em<br />

contato com o outro. É preciso criar motivos para a<br />

antropofobia. Quando não há monofobia, a misantropia vira<br />

caso patológico de alto grau. A monofobia equilibra, empurra<br />

para fora, num complexo de forças sorrateiras, invisíveis,<br />

disfarçadas nos sorrisos e vestimentas do cotidiano. Uma<br />

gangorra: como é difícil o equilíbrio.


TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />

A excessiva vivência do exterior gera o distanciamento do<br />

indivíduo de si mesmo, autodesconhecimento que gera<br />

despreparo na relação com as fobias mais naturais do ser<br />

humano. Desse despreparo vem talvez o maior <strong>dos</strong> me<strong>dos</strong>: a<br />

tanatofobia. Existem centenas e centenas de religiões que<br />

apontam a morte como uma espécie de passagem: seja para<br />

o céu, seja para uma outra vida, seja para um outro estágio,<br />

etc. Ainda assim, o medo. O que acontece realmente quando<br />

se morre? A pluralidade de respostas não gera uma única<br />

convincente, o que justifica a tanatofobia.


TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />

Não há como viver sem me<strong>dos</strong>, mas talvez haja como<br />

conviver com eles sem deixá-los se transformar em nenhum<br />

tipo de patologia. A menina da ladeira tem medo do marginal,<br />

não das pessoas e do mundo; tem medo de ficar sem<br />

companhia, não (de ficar) sozinha consigo mesma; tem medo<br />

do tiro, não exatamente da morte. A consciência do medo pode<br />

inclusive gerar o medo do medo, o que também pode ser<br />

patológico. O ateu não se livra da crença por não crer na<br />

existência de Deus, pois ele crê na inexistência de Deus. Da<br />

mesma forma, não se pode tentar viver sem medo, pois isso<br />

revelaria medo do medo. O medo é necessário. O medo é<br />

freio que precisa, porém, ser freado para que cheguemos com<br />

vida à morte.<br />

Reflexões filosóficas. José Messias. Ed. Olympio. set. 2011


TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />

1. Quanto à tipologia textual, a melhor classificação para o<br />

texto é:<br />

(A) descritivo;<br />

(B) narrativo;<br />

(C) argumentativo;<br />

(D) injuntivo;<br />

(E) científico.


TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />

A menina precisava descer a ladeira para ir à escola. A<br />

mãe lhe disse que não tivesse medo, pois aqueles tiros<br />

logo parariam. Ela sabia que, se tivesse medo, a filha o<br />

herdaria. Era preciso não sentir medo. Seu medo era o<br />

de sentir medo. – Confie em Deus ...<br />

2. Quanto às referenciações presentes no primeiro parágrafo,<br />

pode-se afirmar que têm o mesmo referente os termos da<br />

alternativa:<br />

(A) menina (l. 1) – mãe (l. 2) – Ela (l. 3);<br />

(B) menina (l. 1) – filha (l. 3) – Seu (l. 4);<br />

(C) mãe (l. 2) – Ela (l. 3) – Seu (l. 4);<br />

(D) ladeira (l. 1) – escola (l. 1) – filha (l. 3);<br />

(E) medo (l. 2) – o (l. 3) – Seu (l. 4).


TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />

3. Da mesma forma, não se pode tentar viver sem<br />

medo, pois isso revelaria medo do medo.” Das<br />

palavras abaixo, a que tem o mesmo significado da<br />

expressão destacada é:<br />

(A) nictofobia (B) fotofobia<br />

(C) fobofobia (D) batmofobia<br />

(E) ombrofobia


TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />

4. Predomina no parágrafo 3 a seguinte função de<br />

linguagem:<br />

(A)metalinguística<br />

(B) referencial<br />

(C) Conativa<br />

(D) Emotiva<br />

(E) fática


TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />

“Minirretrato do cotidiano de muitos centros urbanos.<br />

A violência fazendo vítimas sociais e psicológicas.<br />

Pelo menos três grandes fobias têm, neste ainda<br />

princípio de século, caracterizado as mentes<br />

intelectualizadas.” (2º par.)<br />

5. As fobias a que se refere o autor nessa passagem<br />

são:<br />

(A) homofobia – antropofobia- misantropia<br />

(B) homofobia – antropofobia – monofobia<br />

(C) antropofobia – misantropia – monofobia<br />

(D) homofobia – monofobia – tanatofobia<br />

(E) antropofobia – monofobia – teofobia


TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />

Releia: “A dramaticidade do cotidiano, em que se<br />

mesclam diferentes tipos pessoais da mesma espécie,<br />

cria no consciente da selva a necessidade de se estar<br />

em alerta, posicionando-se para fugir, defender-se,<br />

reagir ou atacar. Na cadeia, pode-se reconhecer a<br />

impotência ante o adverso, a restrição, a possibilidade<br />

de combater ou a vantagem oportunista.”<br />

Atentando-se para as construções paralelas<br />

presentes, pode-se afirmar que:<br />

(A) fugir está para reagir assim como defender-se está<br />

para atacar;


TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />

(B) fugir está para defender-se assim como reagir está<br />

para atacar;<br />

(C) fugir está para reconhecer a impotência ante o<br />

adverso assim como atacar está para a vantagem<br />

oportunista;<br />

(D) defender-se está para reagir assim como atacar<br />

está para fugir;<br />

(E) defender-se está para a possibilidade de combater<br />

assim como reagir está para reconhecer a restrição.


PROFESSOR<br />

ARENILDO DOS SANTOS<br />

CURSO DE INTERPRETAÇÃO


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

Narrar é contar uma história, uma sequencia de fatos (enredo)<br />

ocorri<strong>dos</strong> em local e tempo determina<strong>dos</strong>. Ao fazer uma narração,<br />

é preciso que o redator, se possível, deixe claro “o que<br />

aconteceu?”, “por que aconteceu?”, “como aconteceu?”, “onde<br />

aconteceu?”, “quando aconteceu?, “com quem aconteceu?”.<br />

Com base nisso, eis os elementos essenciais a toda narração:<br />

1) Narrador - Uma história pode ser contada por um narradorpersonagem<br />

(narração em primeira pessoa) ou um narradorobservador<br />

(narração em terceira pessoa).<br />

2) Personagens - Não há narração sem personagens. O redator<br />

deve criá-los e, se for do seu interesse, pode distingui-los em<br />

protagonista, antagonista, secundário.


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

3) Tempo - É importante que o redator deixe claro quando os<br />

fatos narra<strong>dos</strong> se deram e em quanto tempo ocorreram.<br />

4) Espaço - A localização física e geográfica <strong>dos</strong> fatos<br />

narra<strong>dos</strong> é importante, a fim de facilitar a imaginação do<br />

leitor.<br />

Obs.: Cuidado. Nem toda narração é ficcional. Uma notícia<br />

de jornal, por exemplo, pode tematizar um fato que envolve<br />

um enredo, isto é, uma sequência de ações e de<br />

acontecimentos. Por essa razão, pode-se ter um texto<br />

simultaneamente informativo e narrativo.


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

Noivo prende fugitivo na hora do casamento<br />

A igreja estava linda. Os familiares e amigos presentes.<br />

Flores diversas. Os pais de ambos visivelmente<br />

emociona<strong>dos</strong>. Era o casamento.<br />

Em plena hora do casamento, o noivo abandonou a festa<br />

para prender o fugitivo de um acidente de carro. Richard e<br />

Sarah Cooney acabaram de se casar em Birmingham,<br />

Inglaterra, e ele viu a fuga. Não perdeu tempo e perseguiu<br />

um homem que tentou escapar até dominá-lo.<br />

A cerimônia já tinha acabado e o casal posava para<br />

fotografias do lado de fora da Igreja Saint Margaret Mary<br />

quando aconteceu o incidente.


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

O marido ouviu o barulho <strong>dos</strong> carros batendo e dois<br />

homens envolvi<strong>dos</strong> no acidente fugindo. Christopher<br />

Armstrong, padrinho na cerimônia e irmão de Sarah, correu<br />

atrás de um deles, enquanto Richard seguia o outro. Depois<br />

de alcançar o fugitivo em um parque, o noivo o entregou à<br />

polícia e voltou para a cerimônia.<br />

(Deu no Terra, maio de 2002. As notícia mais malucas do planeta.<br />

Alessandro Bender.)


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

O primeiro parágrafo do texto, por sua estrutura e<br />

características, deve ser prioritariamente classificado como:<br />

(A) expositivo;<br />

(B) narrativo;<br />

(C) normativo;<br />

(D)argumentativo;<br />

(E) descritivo.


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

Duas características - presentes no primeiro parágrafo -<br />

que são representativas do modo de organização discursiva<br />

que você assinalou na questão anterior são:<br />

(A) o fato e a opinião;<br />

(B) regras e exceções;<br />

(C) unidade temporal e adjetivações;<br />

(D) enredo e cronologia;<br />

(E) opiniões e considerações.


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

O segundo parágrafo do texto, por sua estrutura e<br />

características, deve ser prioritariamente classificado como:<br />

(A) expositivo;<br />

(B) narrativo;<br />

(C) normativo;<br />

(D)argumentativo;<br />

(E) descritivo.


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

O segundo parágrafo do texto, por sua estrutura e<br />

características, deve ser prioritariamente classificado como:<br />

(A) expositivo;<br />

(B) narrativo;<br />

(C) normativo;<br />

(D)argumentativo;<br />

(E) descritivo.


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

O texto só não permite inferir a seguinte característica do<br />

noivo:<br />

(A) corajoso;<br />

(B) fiel;<br />

(C) herói;<br />

(D) impetuoso;<br />

(E) tenaz.


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

A cerimônia já tinha acabado e o casal posava para<br />

fotografias do lado de fora da Igreja Saint Margaret Mary<br />

quando aconteceu o incidente.<br />

O vocábulo destacado corresponde a:<br />

(A) após;<br />

(B) no momento em que;<br />

(C) depois de;<br />

(D) logo que;<br />

(E) antes de.


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

Discurso Indireto- O narrador transmite, com suas próprias<br />

palavras, a fala <strong>dos</strong> personagens. O discurso indireto se<br />

caracteriza, no plano formal, pela presença <strong>dos</strong> chama<strong>dos</strong><br />

verbos "dicendi", ou seja, verbos declarativos do tipo falar,<br />

dizer, responder, argumentar, confessar, ponderar, expressar,<br />

etc., acompanha<strong>dos</strong>, sobretudo, de orações subordinadas<br />

substantivas, quando o desejo é reproduzir a fala do<br />

personagem.<br />

Ex.: Filomena respondeu que não poderia, àquela altura <strong>dos</strong><br />

acontecimentos, voltar atrás.


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

Discurso Direto - O narrador interrompe a trajetória de sua<br />

narração, passando a palavra para os próprios personagens.<br />

O discurso direto, no plano formal, traz as falas <strong>dos</strong><br />

personagens também precedidas <strong>dos</strong> chama<strong>dos</strong> verbos<br />

declarativos, ou "dicendi". Em alguns casos, porém, tais<br />

verbos não são necessários, uma vez que o próprio contexto<br />

e alguns recursos de pontuação (dois pontos, travessão,<br />

aspas) ou gráficos (mudança de linha) já são suficientes<br />

para o anúncio de uma participação direta <strong>dos</strong> personagens.


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

Observação: Quanto à pontuação, no discurso direto, é<br />

válido observar que dois-pontos e travessão são sinais<br />

marcantes desse tipo de discurso, assim como as aspas,<br />

podendo o narrador optar por várias combinações. Veja só:<br />

O pai perguntou ao filho:<br />

- Você foi à escola?<br />

- Você foi à escola? - o pai perguntou ao filho.<br />

O pai perguntou ao filho: "Você foi à escola?"<br />

"Você foi à escola?", perguntou o pai ao filho.


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

Transposição de Discursos<br />

Direto Indireto<br />

Verbo no presente. Verbo no pretérito imperfeito.<br />

Verbo no pretérito perfeito. Verbo no pretérito mais-que-perfeito.<br />

Verbo no futuro do presente. Verbo no futuro do pretérito.<br />

Verbo no imperativo. Verbo no subjuntivo.<br />

Demonstrativos este(a), esse(a),<br />

isto, isso.<br />

Demonstrativos aquele(a), aquilo.<br />

Advérbio aqui. Advérbio ali.


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

Transposição de Discursos<br />

Direto Indireto<br />

Verbo no presente. Verbo no pretérito imperfeito.<br />

Verbo no pretérito perfeito. Verbo no pretérito mais-que-perfeito.<br />

Verbo no futuro do presente. Verbo no futuro do pretérito.<br />

Verbo no imperativo. Verbo no subjuntivo.<br />

Demonstrativos este(a), esse(a),<br />

isto, isso.<br />

Demonstrativos aquele(a), aquilo.<br />

Advérbio aqui. Advérbio ali.


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

Reescreva o conteúdo de cada item a seguir, transformando<br />

o discurso indireto em discurso direto. Leve em conta a<br />

adequação do registro linguístico.<br />

a) No momento em que Christopher viu os homens fugindo,<br />

ele disse à mulher que o aguardasse e que não tivesse<br />

medo.<br />

_________________________________________________<br />

_________________________________________________<br />

_________________________________________________


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

b) Quando Christopher abateu um <strong>dos</strong> fugitivos, xingou-o<br />

dizendo que não adiantava tentar fugir.<br />

_________________________________________________<br />

_________________________________________________<br />

_________________________________________________


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

c) O policial agradeceu a Christopher, afirmando que a polícia<br />

daquele lugar precisaria de homens com aquela coragem.<br />

_________________________________________________<br />

_________________________________________________<br />

_________________________________________________


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

d) Quando a mulher viu o marido voltar, de longe gritou-lhe<br />

que não deixaria mais que ele se arriscasse daquela maneira<br />

e que o amaria para sempre.<br />

_________________________________________________<br />

_________________________________________________<br />

_________________________________________________


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

Aos vinte e sete dias do mês de março de dois mil e seis,<br />

no auditório da Secretaria Nacional de Recursos Hídricos,<br />

realizou-se a sessão de análise <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong> do seminário<br />

“Gestão de Recursos Hídricos: Olhar o Futuro”, com a<br />

presença <strong>dos</strong> organizadores do referido evento, sob a<br />

presidência do secretário nacional de recursos hídricos, João<br />

Bosco Senra, que participara da solenidade de encerramento,<br />

na sexta-feira anterior, quando afirmara que o Plano Nacional<br />

de Recursos Hídricos precisava ter a participação social, sem<br />

a qual os resulta<strong>dos</strong> seriam pífios. [...]


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

Após a avaliação do êxito das atividades do seminário,<br />

Senra informou que quarenta e quatro reuniões públicas<br />

foram programadas para o corrente ano para apresentar o<br />

plano e discuti-lo com a sociedade civil, os gestores, as<br />

empresas de saneamento e os grandes setores<br />

consumidores de água, como agronegócio, campo industrial e<br />

setor elétrico. “Nós tivemos uma ampla participação de to<strong>dos</strong><br />

os setores usuários na construção do plano, mas é<br />

importante eles incorporarem os princípios, as diretrizes e os<br />

programas já na fase de planejamento da sua ação de forma<br />

que essas ações sejam sustentáveis”. [...]


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

Após encerra<strong>dos</strong> os debates acerca do tema, deliberou-se<br />

por remeter correspondências aos organismos cadastra<strong>dos</strong><br />

como preservadores <strong>dos</strong> recursos hídricos, a fim de que<br />

engrossassem o caudal <strong>dos</strong> esforços para o uso racional da<br />

água, apresentando novas alternativas de ação, compatíveis<br />

com o mundo globalizado em que vivemos. Ao término da<br />

reunião, lavrei o presente documento que, lido, aprovado e<br />

assinado por mim e pelo presidente, será encaminhado aos<br />

diversos organismos, prestando contas das atividades<br />

ocorridas no mês de março.<br />

Internet: www.envolverde.com.br (com adaptações).


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

(CESPE – ANA)<br />

Com base no texto ao lado, julgue os itens subsequentes.<br />

Com relação à tipologia, constata-se que o texto é<br />

predominantemente narrativo. (C) (E)


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

(CESPE - CHESF)<br />

“O objetivo atual foi justamente proporcionar uma técnica<br />

de aplicação de fácil manejo e de grande rendimento,<br />

propícia, portanto, para a proteção de grandes superfícies,<br />

contínuas ou descontínuas”, explica o geólogo Álvaro<br />

Rodrigues <strong>dos</strong> Santos, criador da técnica.”<br />

Esse parágrafo pode ser reescrito, em discurso indireto, da<br />

seguinte maneira:<br />

O geólogo Álvaro Rodrigues, que criou uma técnica de<br />

aplicação de alto rendimento e fácil de ser manejada,<br />

explicou que o objetivo do uso dessa técnica é a proteção de<br />

grandes superfícies, sejam elas contínuas ou descontínuas.<br />

(C) (E)


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

(CESPE - MIN)<br />

Reis, alquimistas e exploradores sonharam com o dia em<br />

que encontrariam um elixir que os faria enganar a morte e<br />

abraçar a eternidade. A vontade de viver para sempre é o<br />

mote da Epop de Gilgamesh, uma das histórias mais antigas<br />

do mundo, segundo a qual Gilgamesh, rei da lendária cidade<br />

suméria de Uruk, encontra Utnapishtim, que lhe promete vida<br />

eterna, desde que fique acordado 6 dias e 7 noites. Por mais<br />

que a ideia de viver para sempre seja sedutora, ela nunca<br />

tinha conseguido atravessar a linha que separa a ficção<br />

científica do mundo real. Até que a ciência passou a se<br />

debruçar com afinco no estudo do envelhecimento e a<br />

perceber que logo chegaria o dia em que seria possível<br />

desacelerá-lo e até evitá-lo.<br />

Vanessa de Sá. Galileu. Maio/2006, p. 57 (com adaptações).


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

A respeito da tipologia textual, das ideias e das estruturas do<br />

texto acima, julgue os itens a seguir.<br />

a. O primeiro parágrafo do texto caracteriza-se como<br />

informativo e narrativo. (C) (E)


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

A vida não é uma comédia romântica<br />

Homem e mulher se conhecem numa sala de espera de<br />

médico. Ela, grávida; ele, esperando a mulher, que consulta<br />

com o médico. Ele oferece a “Caras” que estava lendo:<br />

- Quer dar uma olhada?<br />

- Acho que essa eu já vi. É nova?<br />

- Bom, é deste século...<br />

Os dois riem. E se apaixonam. Dessas coisas. Destino,<br />

química... Quem explica essas coisas? Se apaixonam,<br />

pronto. Mas não caem nos braços um do outro. Mesmo<br />

porque a barriga dela, de sete meses, não permitiria. Ficam<br />

apenas se olhando, atônitos com o que aconteceu. Pois junto<br />

com o amor súbito vem a certeza da sua impossibilidade.


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

Como uma ferida fazendo casca em segun<strong>dos</strong>. E como<br />

nenhum <strong>dos</strong> dois é um monstro de frivolidade, e como a vida<br />

não é uma comédia romântica, é uma coisa muito séria, e<br />

como eles não podem largar tudo e fugir, trocam informações<br />

rápidas, para pelo menos ter mais o que lembrar quando<br />

lembrarem aquele momento sem nenhum futuro, aquela<br />

quase loucura. Sim, é o primeiro filho dela. Menino. E a<br />

mulher dele? Está consultando o médico porque a gestação<br />

complicou, o parto talvez precise ser prematuro. Também é o<br />

primeiro filho deles. Filha. Menina. Que mais? Que mais?<br />

Não há tempo para biografias completas. Gostos, endereços,<br />

telefones, nada. A mulher dele sai do consultório. Ele tem<br />

que ir embora. Dá um jeito de voltar sozinho e perguntar o<br />

nome dela. Maria Alice. E o dele? Rogério! Rogério! E sai<br />

correndo, para nunca mais se encontrarem.


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

Mas se encontram. Três anos depois, na sala de espera<br />

de um pediatra. Ela chega com uma criança no colo. Ele está<br />

lendo uma revista. Talvez a mesma “Caras”. Os dois se<br />

reconhecem instantaneamente. Ele pega a mãozinha da<br />

criança. Pergunta o nome. É João Carlos. Caquinho.<br />

- Ele está com algum...<br />

- Não, não. Consulta normal. Ele é saudável até demais.<br />

Hiperativo. E a de vocês? O parto, afinal...<br />

- Foi bem, foi bem. Ela está ótima. Se chama Gabriela.<br />

Só veio fazer um checape. Eu não posso ficar lá dentro<br />

porque fico nervoso.


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

E declara que não houve dia em que não pensasse nela,<br />

e no que poderia ter sido se tivessem saído juntos daquele<br />

consultório, anos atrás, e seguido seus instintos, e feito<br />

aquela loucura. E ela confessa que também pensou muito<br />

nele e no que poderia ter sido. E ele está prestes a pedir um<br />

telefone, um endereço, um sobrenome para procurar no guia,<br />

quando a mulher sai do consultório com a filha deles no colo<br />

e ele precisa ir atrás, e só o que consegue é um olhar de<br />

despedida, um triste olhar de nunca mais.


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

Mas se encontram outra vez. Dois anos depois, na sala<br />

de espera de um pronto-socorro. Ele com a mulher, ela com o<br />

marido. Ele leva um susto ao vê-la. O que houve? É o<br />

Caquinho. O cretino conseguiu prender a língua numa lata<br />

de Coca. Ele se emociona. A mulher dele não entende.<br />

De onde o marido conhece aquele Caquinho? E aquela<br />

mulher, que está perguntando se aconteceu alguma coisa<br />

com a Gabriela? Não foi nada, Gabriela só bateu com a<br />

cabeça na borda da piscina e está levando alguns pontos. E<br />

nem a mulher dele nem o marido dela entendem por que, ao<br />

chegar a notícia de que o Caquinho só ficará com a língua um<br />

pouco inchada, os dois se abraçam daquela maneira, tão<br />

comovi<strong>dos</strong>. Depois, em casa, ele se explica: - Solidariedade<br />

humana, pô.


TIPOLOGIA BÁSICA: NARRAÇÃO.<br />

A história não precisa terminar aí. Rogério e Maria Alice<br />

podem continuar se encontrando, de tempos em tempos, em<br />

salas de espera (dentistas, traumatologistas, psicólogos<br />

especializa<strong>dos</strong> em problemas de adolescentes, etc.) até um<br />

dia ela sair do quarto de hospital onde está o Caquinho, que<br />

teve um acidente de ultraleve, e avistá-lo na sala de espera<br />

da maternidade, e perguntar: - A Gabriela está tendo bebê?<br />

E ele fazer que sim com a cabeça, com cara de “para<br />

onde foram as nossas vidas?”<br />

Veríssimo. O globo, 13 de janeiro de 2008.


PROFESSOR<br />

ARENILDO DOS SANTOS<br />

CURSO DE INTERPRETAÇÃO


Dissertação<br />

Brasileiro se realiza em arte menor.(1) Com raras<br />

exceções aqui e ali na literatura, no teatro ou na música<br />

erudita, pouco temos a oferecer ao resto do mundo em<br />

matéria de grandes manifestações artísticas. (2) Em<br />

compensação, a caricatura ou a canção popular, (3) por<br />

exemplo, têm sido superlativas aqui, alcançando uma<br />

densidade raramente obtida por nossos melhores artistas<br />

plásticos ou compositores sinfônicos.(4) Outras artes, ditas<br />

“menores”, desempenham um papel fundamental na cultura<br />

brasileira. É o caso da crônica e da telenovela.(5) Gêneros<br />

inequivocamente menores e que, no entanto, alcançam níveis<br />

de superação artística nem sempre observada em seus<br />

congêneres de outros quadrantes do planeta.


Dissertação<br />

Mas são menores diante do quê? (6) É óbvio que o<br />

critério de valoração continua sendo a norma europeia: a<br />

epopeia, o romance, a sinfonia, as “belas artes” em geral. O<br />

movimento é dialético e não pressupõe maniqueísmo. Pois se<br />

aqui não se geraram obras como as de Cervantes, Wagner<br />

ou Picasso, “lá” também – onde quer que seja esse lugar –<br />

nunca floresceu uma canção popular como a nossa que, sem<br />

favor, pode compor um elenco com o que de melhor já foi<br />

feito em matéria de poesia e de melodia no Brasil.


Dissertação<br />

Machado de Assis, como de costume, intuiu<br />

admiravelmente tudo. No conto “Um homem célebre”, ele nos<br />

mostra Pestana,(7) compositor que deseja tornar-se um<br />

Mozart mas, desafortunadamente, consegue apenas criar<br />

polcas e maxixes de imenso apelo popular. Morre consagrado<br />

– mas como autor pop. Aliás, não foi à toa que Caetano<br />

Veloso colocou uma frase desse conto na contracapa de<br />

Circuladô (1991). Um de nossos grandes artistas<br />

“menores” (8) por excelência, Caetano sempre soube<br />

refletir a partir das limitações de seu meio, conseguindo às<br />

vezes transcendê-lo em verso e prosa. [...]


Dissertação<br />

O curioso é que o conceito de arte acabou se alastrando<br />

para outros campos (e grama<strong>dos</strong>) da sociedade brasileira. É<br />

o caso da consagração do futebol como esporte nacional, a<br />

partir da década de 30, quando o bate-bola foi adotado pela<br />

imprensa carioca, recebendo status de futebol-arte. (9)<br />

Ainda no terreno das manifestações populares, o ibope de<br />

alguns carnavalescos é bastante sintomático: eles são os<br />

encenadores da mais vista de todas as nossas óperas, o<br />

Carnaval. (10) Quem acompanha a cobertura do evento<br />

costuma ouvir o testemunho deliciado de estrangeiros a<br />

respeito das imensas “qualidades artísticas” <strong>dos</strong> desfiles<br />

nacionais...


Dissertação<br />

Seguindo a fórmula clássica de Antonio Candido em<br />

Formação da literatura brasileira (“Comparada às grandes,<br />

a nossa literatura é pobre e fraca. Mas é ela, e não outra, que<br />

nos exprime.”), pode-se arriscar que muito da produção<br />

artística brasileira é tímida se comparada com o que é feito<br />

em outras paragens. Não temos Shakespeare nem Mozart?<br />

Mas temos Nelson Rodrigues, Tom Jobim, Nássara,<br />

Cartola – produtores de “miudezas” da mais alta estatura.<br />

Afinal são eles, e não outros, que expressam o que<br />

somos. (11)<br />

(Adaptado de Leandro Sarmatz. Superinteressante, novembro de 2000, p.106,<br />

(Ideias que desafiam o senso comum)


Dissertação<br />

1.(TRE-MS-Técnico Judiciário) De acordo com o texto,<br />

(A) a arte brasileira não produziu expoentes de vulto como<br />

Shakespeare ou Mozart, tendo sua maior expressão em<br />

eventos populares, como o carnaval e o futebol.<br />

(B) a literatura brasileira é realmente bastante pobre, pois é<br />

expressão de um meio limitado, com linguagem pouco<br />

expressiva, inadequada a grandes obras de arte.<br />

(C) as novelas e as crônicas são os gêneros mais cultiva<strong>dos</strong><br />

pelos autores brasileiros, por seu forte apelo popular, além da<br />

simplicidade de temas e de linguagem.


Dissertação<br />

1.(TRE-MS-Técnico Judiciário) De acordo com o texto,<br />

(D) a produção artística brasileira, embora possa ser<br />

considerada de menor expressão, apresenta grandes vultos<br />

em suas diversas e variadas manifestações.<br />

(E) as manifestações artísticas nacionais são mais aceitas<br />

por critérios europeus do que por valores típicos brasileiros, o<br />

que as empobrece sobremaneira.


Dissertação<br />

2. (TRE-MGS-Técnico Judiciário) Segundo o texto, está<br />

correto o que se afirma em:<br />

(A) O 1º parágrafo aponta a tese que será desenvolvida em<br />

todo o texto, até seu final, de modo plenamente coerente.<br />

(B) Entende-se o 2º parágrafo como a real proposição do<br />

texto, na defesa das manifestações da arte brasileira.<br />

(C) Machado de Assis e Caetano Veloso são cita<strong>dos</strong>, no 3º<br />

parágrafo, como exemplos de expressões, respectivamente,<br />

do maior e do menor em nossa literatura.


Dissertação<br />

2. (TRE-MS-Técnico Judiciário) Segundo o texto, está<br />

correto o que se afirma em:<br />

(D) Embora seja habitual, tanto entre brasileiros quanto entre<br />

estrangeiros, considerar-se o carnaval como “arte” (5º<br />

parágrafo), suas manifestações não devem ser vistas como<br />

“artísticas”.<br />

(E) O autor concorda com Antonio Candido, ao considerar, no<br />

último parágrafo, a pobreza da produção artística brasileira,<br />

em qualquer de seus aspectos.


Dissertação<br />

3. (TRE-MS-Técnico Judiciário) Um título adequado ao texto<br />

seria:<br />

(A) A “pequena” grande produção artística brasileira.<br />

(B) Manifestações populares de arte “menor” no Brasil.<br />

(C) Apelo popular define o que seja “arte brasileira”.<br />

(D) Ibope determina “valor artístico” de manifestações<br />

populares.<br />

(E) A norma europeia ainda é predominante na “arte<br />

brasileira”.


Implícitos<br />

Ao lado de cada item abaixo, aponte objetivamente o<br />

implícito.<br />

a) Já parou de chover?<br />

_____________________________________________<br />

b) Já começou a chover?<br />

_____________________________________________<br />

c) Chove ainda?<br />

_____________________________________________<br />

d) Choveu na cidade do Rio também.<br />

_____________________________________________


Implícitos<br />

Ao lado de cada item abaixo, aponte objetivamente o<br />

implícito.<br />

e) Ih, ela voltou para o marido.<br />

______________________________________________<br />

f) O marido não mais a traiu.<br />

______________________________________________<br />

g) O marido insistiu na reconciliação.<br />

______________________________________________


Implícitos<br />

Por vezes, o implícito pode (depende, óbvio, da intenção do<br />

locutor) conter alguma malícia, implicando uma pergunta<br />

complexa, comprometedora. Aponte, em cada item a seguir,<br />

o implícito.<br />

a) – Lávia, você já traiu seu namorado com outra mulher?<br />

_________________________________________<br />

b) – Você concorda com a ideia de que o idiota do Lula não<br />

sabe governar o país?<br />

_________________________________________<br />

c) – Você me daria um beijo na boca aqui na frente de to<strong>dos</strong>?<br />

_________________________________________


Implícitos<br />

Por vezes, o implícito pode (depende, óbvio, da intenção do<br />

locutor) conter alguma malícia, implicando uma pergunta<br />

complexa, comprometedora. Aponte, em cada item a seguir,<br />

o implícito.<br />

d) – Você trairia seu marido só por vaidade?<br />

_________________________________________<br />

e) – Você pode me dizer com quem me traiu?<br />

_________________________________________<br />

f) – Quando você falou mal de mim?<br />

_________________________________________


Implícitos<br />

MAR SANGRENTO<br />

A foca da Groenlândia é um <strong>dos</strong> mamíferos marinhos mais<br />

caça<strong>dos</strong> do mundo. O Canadá está entre os poucos países<br />

que permitem a matança e onde o governo fornece subsídios<br />

e estabelece uma cota para a caça. Em 2003, o número foi<br />

recorde – 350 mil animais – mas, segundo os ambientalistas,<br />

as mortes vão muito além. Várias focas atingidas escapam<br />

para morrer logo depois e os filhotes órfãos não conseguem<br />

sobreviver.<br />

(Revista Superinteressante, agosto-2003)


Implícitos<br />

“A foca da Groenlândia é um <strong>dos</strong> mamíferos marinhos mais<br />

caça<strong>dos</strong> do mundo”; infere-se dessa frase do texto que:<br />

(A) o mamífero marinho mais caçado do mundo é a foca da<br />

Groenlândia;<br />

(B) a caça da foca da Groenlândia deve trazer vantagens<br />

para seus praticantes;<br />

(C) a foca da Groenlândia só é caçada em momento de<br />

reprodução;<br />

(D) há outros mamíferos marinhos que não são caça<strong>dos</strong>;<br />

(E) há focas em outras regiões que também são muito<br />

caçadas.


PROFESSOR<br />

ARENILDO DOS SANTOS<br />

CURSO DE INTERPRETAÇÃO


TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />

Me<strong>dos</strong><br />

A menina precisava descer a ladeira para ir à escola. A<br />

mãe lhe disse que não tivesse medo, pois aqueles tiros logo<br />

parariam. Ela sabia que, se tivesse medo, a filha o herdaria.<br />

Era preciso não sentir medo. Seu medo era o de sentir<br />

medo. – Confie em Deus ...<br />

Minirretrato do cotidiano de muitos centros urbanos. A<br />

violência fazendo vítimas sociais e psicológicas. Pelo menos<br />

três grandes fobias têm, neste ainda princípio de século,<br />

caracterizado as mentes intelectualizadas.


TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />

Uma é a “homofobia”, não no sentido recente e<br />

malformado, impregnado de matizes do universo das<br />

relações paranormais, tais como o homossexualismo. Em<br />

sentido lato – e não estrito – “homo” significa semelhante. De<br />

homossexual – apreciação do mesmo gênero – criou-se, pela<br />

comuníssima tendência à economia linguística, “homo”, ou<br />

seja, adepto do homossexualismo. Daí, “homofobia”, aversão<br />

ao homossexual.


TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />

Homofobia, sim, no sentido de aversão ao semelhante,<br />

isto é, da mesma espécie. Antropofobia. Medo do outro.<br />

Misantropia. O indivíduo, nesta sociedade competitiva e<br />

selvática, modernização urbanizada da seleção natural, com<br />

toda a cadeia alimentar que lhe é peculiar, assombra-se com<br />

o próximo. A dramaticidade do cotidiano, em que se mesclam<br />

diferentes tipos pessoais da mesma espécie, cria no<br />

consciente da selva a necessidade de se estar em alerta,<br />

posicionando-se para fugir, defender-se, reagir ou atacar. Na<br />

cadeia, pode-se reconhecer a impotência ante o adverso, a<br />

restrição, a possibilidade de combater ou a vantagem<br />

oportunista.


TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />

Também a monofobia é marca de nossos dias. A vida<br />

atribulada exige a atenção ao exterior. A selva urbana é o<br />

nosso habitat. A atenção tem de haver. Este sistema<br />

alucinante cria o medo do outro, mas é preciso estar em<br />

contato com o outro. É preciso criar motivos para a<br />

antropofobia. Quando não há monofobia, a misantropia vira<br />

caso patológico de alto grau. A monofobia equilibra, empurra<br />

para fora, num complexo de forças sorrateiras, invisíveis,<br />

disfarçadas nos sorrisos e vestimentas do cotidiano. Uma<br />

gangorra: como é difícil o equilíbrio.


TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />

A excessiva vivência do exterior gera o distanciamento do<br />

indivíduo de si mesmo, autodesconhecimento que gera<br />

despreparo na relação com as fobias mais naturais do ser<br />

humano. Desse despreparo vem talvez o maior <strong>dos</strong> me<strong>dos</strong>: a<br />

tanatofobia. Existem centenas e centenas de religiões que<br />

apontam a morte como uma espécie de passagem: seja para<br />

o céu, seja para uma outra vida, seja para um outro estágio,<br />

etc. Ainda assim, o medo. O que acontece realmente quando<br />

se morre? A pluralidade de respostas não gera uma única<br />

convincente, o que justifica a tanatofobia.


TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />

Não há como viver sem me<strong>dos</strong>, mas talvez haja como<br />

conviver com eles sem deixá-los se transformar em nenhum<br />

tipo de patologia. A menina da ladeira tem medo do marginal,<br />

não das pessoas e do mundo; tem medo de ficar sem<br />

companhia, não (de ficar) sozinha consigo mesma; tem medo<br />

do tiro, não exatamente da morte. A consciência do medo pode<br />

inclusive gerar o medo do medo, o que também pode ser<br />

patológico. O ateu não se livra da crença por não crer na<br />

existência de Deus, pois ele crê na inexistência de Deus. Da<br />

mesma forma, não se pode tentar viver sem medo, pois isso<br />

revelaria medo do medo. O medo é necessário. O medo é<br />

freio que precisa, porém, ser freado para que cheguemos com<br />

vida à morte.<br />

Reflexões filosóficas. José Messias. Ed. Olympio. set. 2011


TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />

1. Quanto à tipologia textual, a melhor classificação para o<br />

texto é:<br />

(A) descritivo;<br />

(B) narrativo;<br />

(C) argumentativo;<br />

(D) injuntivo;<br />

(E) científico.


TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />

A menina precisava descer a ladeira para ir à escola. A<br />

mãe lhe disse que não tivesse medo, pois aqueles tiros<br />

logo parariam. Ela sabia que, se tivesse medo, a filha o<br />

herdaria. Era preciso não sentir medo. Seu medo era o<br />

de sentir medo. – Confie em Deus ...<br />

2. Quanto às referenciações presentes no primeiro parágrafo,<br />

pode-se afirmar que têm o mesmo referente os termos da<br />

alternativa:<br />

(A) menina (l. 1) – mãe (l. 2) – Ela (l. 3);<br />

(B) menina (l. 1) – filha (l. 3) – Seu (l. 4);<br />

(C) mãe (l. 2) – Ela (l. 3) – Seu (l. 4);<br />

(D) ladeira (l. 1) – escola (l. 1) – filha (l. 3);<br />

(E) medo (l. 2) – o (l. 3) – Seu (l. 4).


TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />

3. Da mesma forma, não se pode tentar viver sem<br />

medo, pois isso revelaria medo do medo.” Das<br />

palavras abaixo, a que tem o mesmo significado da<br />

expressão destacada é:<br />

(A) nictofobia (B) fotofobia<br />

(C) fobofobia (D) claustrofobia<br />

(E) ombrofobia


TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />

“Minirretrato do cotidiano de muitos centros urbanos.<br />

A violência fazendo vítimas sociais e psicológicas.<br />

Pelo menos três grandes fobias têm, neste ainda<br />

princípio de século, caracterizado as mentes<br />

intelectualizadas.” (2º par.)<br />

4. As fobias a que se refere o autor nessa passagem<br />

são:<br />

(A) homofobia – antropofobia- misantropia<br />

(B) homofobia – antropofobia – monofobia<br />

(C) antropofobia – misantropia – monofobia<br />

(D) homofobia – monofobia – tanatofobia<br />

(E) antropofobia – monofobia – teofobia


TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />

5. Releia: “A dramaticidade do cotidiano, em que se<br />

mesclam diferentes tipos pessoais da mesma espécie,<br />

cria no consciente da selva a necessidade de se estar<br />

em alerta, posicionando-se para fugir, defender-se,<br />

reagir ou atacar. Na cadeia, pode-se reconhecer a<br />

impotência ante o adverso, a restrição, a possibilidade<br />

de combater ou a vantagem oportunista.”<br />

Atentando-se para as construções paralelas<br />

presentes, pode-se afirmar que:<br />

(A) fugir está para reagir assim como defender-se está<br />

para atacar;


TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />

(B) fugir está para defender-se assim como reagir está<br />

para atacar;<br />

(C) fugir está para reconhecer a impotência ante o<br />

adverso assim como atacar está para a vantagem<br />

oportunista;<br />

(D) defender-se está para reagir assim como atacar<br />

está para fugir;<br />

(E) defender-se está para a possibilidade de combater<br />

assim como reagir está para reconhecer a restrição.


TIPOLOGIA BÁSICA: DISSERTAÇÃO AVANÇADA.<br />

6. Predomina no parágrafo 3 a seguinte função de<br />

linguagem:<br />

(A)metalinguística<br />

(B) referencial<br />

(C) Conativa<br />

(D) Emotiva<br />

(E) fática


TIPOLOGIA BÁSICA: FUNÇÕES DA LINGUAGEM.<br />

FUNÇÃO CENTRADA NO(A) EXEMPLO<br />

Emotiva Na primeira pessoa, no locutor. Diários, “blogs”, etc.<br />

Apelativa /<br />

Conativa<br />

Na segunda pessoa, no interlocutor. Comerciais de televisão.<br />

Fática No canal de comunicação. Alô! Está me ouvindo?<br />

Referencial No contexto situacional. Notícia de jornal.<br />

Poética Na construção. Poemas.<br />

Metalinguística No código de comunicação. Dicionário.


PROFESSOR<br />

ARENILDO DOS SANTOS<br />

CURSO DE INTERPRETAÇÃO


Dissertação argumentativa.<br />

Nos grandes centros urbanos, a violência entre os<br />

adolescentes ainda é preocupante, produto talvez de uma<br />

sociedade que testemunha toda sorte de crimes, tanto na<br />

vida real quanto em programas televisivos. Devido a isso,<br />

cada pessoa tende a responder de forma ríspida e agressiva<br />

a qualquer outra que circunstancialmente lhe funcione como<br />

rival.<br />

Hoje em dia os grandes centros urbanos do Brasil são<br />

palcos de ações marginais: sequestros, roubos de carro,<br />

assaltos a mão armada, balas perdidas, etc. A insegurança<br />

paira nas ruas. Tudo pode acontecer. Por isso, cada pessoa<br />

se vê obrigada a viver em alerta, pronta para se defender e<br />

também para atacar, se for conveniente.


Dissertação argumentativa.<br />

As autoridades falam muito, e pouco agem. A violência,<br />

por vezes, só muda de lugar, transferência de estatísticas,<br />

num jogo para favorecer a situação, numa tentativa de se<br />

perpetuar no poder.<br />

A violência não está restrita às ruas; ela invade os<br />

domicílios familiares por meio da televisão, que sobretudo<br />

nas novelas e filmes - entretenimentos de maior audiência -<br />

estampa em to<strong>dos</strong> os horários cenas de selvageria, tiroteios,<br />

torturas, assassinatos a sangue frio, etc."


Dissertação expositiva.<br />

Segundo da<strong>dos</strong> estatísticos recentes divulga<strong>dos</strong> pelo<br />

IBGE, aumenta, a cada dia, no Rio de Janeiro, o número de<br />

jovens que se tornam, da noite para o dia, pais, sem que,<br />

para isso, estejam prepara<strong>dos</strong>.<br />

Os da<strong>dos</strong> se baseiam em estatísticas <strong>dos</strong> hospitais da<br />

cidade, as quais apontam, de ano para ano, um crescimento<br />

no número de adolescentes e, até mesmo, pré-adolescentes<br />

que procuram aqueles nosocômios para darem à luz, tendo<br />

como parceiros jovens que beiram as suas idades.


Dissertação expositiva.<br />

Num primeiro instante, vem logo a ideia de que isso se<br />

restringe às classes baixas. Não é o que provam os fatos.<br />

Esses casos de paternidade e maternidade precoces ocorrem<br />

em todas as classes sociais, não só nos centros afasta<strong>dos</strong> e<br />

nas favelas, como também na zona Sul, onde, facilmente, se<br />

esbarra, nos calçadões, com grávidas que, entrevistadas por<br />

uma revista popular, confessaram que ainda decoram seus<br />

quartos com bonecas e bichinhos de pelúcia.


PROFESSOR<br />

ARENILDO DOS SANTOS<br />

CURSO DE INTERPRETAÇÃO


Ferramentas argumentativas.<br />

No trabalho de organização do texto dissertativo, os<br />

recursos mais comuns são: analogia, oposição ou<br />

contraste (antítese), testemunho (citação), definição,<br />

ilustração (exemplos, da<strong>dos</strong> estatísticos), comparações<br />

em geral. Em um texto, esses recursos aparecem, por<br />

muitas vezes, combina<strong>dos</strong>.


Ferramentas argumentativas.<br />

“O homem entra com o trabalho e a mulher com a graça”<br />

é frase emblemática de casamentos tradicionais em<br />

cerimônias católicas. Na atualidade, porém, frases como<br />

essa perderam seu encanto, já que a mulher participa cada<br />

vez mais da vida social, lideradas por figuras bem sucedidas<br />

socialmente como Marta Suplicy, Rosinha Garotinho e Dilma:<br />

todas chegaram ao poder.


Ferramentas argumentativas.<br />

Antigamente, a mulher que “trabalhava fora” era criticada;<br />

hoje, porém, o alvo de preconceitos é justamente a mulher<br />

que restringe seus afazeres ao lar, assemelhando-se a uma<br />

“Amélia”. É um consenso – ou quase isso – que a mulher de<br />

hoje deve mesmo buscar seu espaço profissional, deixando o<br />

casamento para um objetivo segundo ou terceiro.


Ferramentas argumentativas.<br />

Alguns da<strong>dos</strong>, entretanto, são preocupantes. Entre as<br />

mulheres divorciadas, segundo pesquisa realizada por uma<br />

associação de classe na cidade de São Paulo, cerca de 70%<br />

das mais de 700 entrevistadas trabalhavam “fora” ao longo do<br />

casamento, o que permite estabelecer certa relação de causa<br />

e efeito perigosa. Casamentos em que a mulher trabalha<br />

“fora” estão mais propícios ao fim precoce, imprevisto; ao<br />

divórcio, enfim.


Ferramentas argumentativas.<br />

Esse e outros aspectos devem ser pensa<strong>dos</strong>. Não se<br />

trata de voltarmos no tempo, mas algo precisa ser feito, pois a<br />

família é o principal elo social. Se, para a mulher trabalhar<br />

fora, a sociedade tiver de pagar com desintegrações<br />

familiares e tudo o que decorre daí como, por exemplo,<br />

desajustes nas relações com os filhos, não vale a pena. A<br />

mulher já não mais enche de graça o lar e, por isso, ela<br />

perdeu a graça.


Ferramentas argumentativas.<br />

No texto, defende-se um ponto de vista. A defesa está<br />

prioritariamente calcada no seguinte recurso argumentativo:<br />

(A) Exemplificação de reconhecimento público<br />

(B) Citação de uma autoridade<br />

(C) Analogia envolvendo certa conotação<br />

(D) Estatística de da<strong>dos</strong> apura<strong>dos</strong><br />

(E) Definição conceitual e funcional


Ferramentas argumentativas.<br />

Os chimpanzés são humanos, embora os humanos repilam a<br />

ideia. Geneticistas americanos descobriram que homens e<br />

chimpanzés compartilham de até 99,4% de seu código<br />

genético. Autoridades, no assunto, como os pesquisadores da<br />

Wayne State University, em Detroit, nos EUA, afirmam não<br />

hesitar em defender a inclusão do macaco no gênero<br />

humano.<br />

Nesse fragmento textual, predomina o seguinte recurso<br />

argumentativo:<br />

(A) comparação (B) analogia (C) citação<br />

(D) exemplo (E) definição


Ferramentas argumentativas.<br />

O homem vive em sua jaula. A jaula não é uma casa, um<br />

apartamento, um escritório, um quarto de hotel de luxo ou de<br />

pensão barata. A jaula é o próprio homem. Exígua ou ampla,<br />

pouco importa: jaula.<br />

E nela vivem, em estranha promiscuidade, as mais<br />

sanguinárias feras, as serpentes mais venenosas, os<br />

batráquios mais repugnantes, ao lado <strong>dos</strong> animais<br />

domésticos, os pássaros canoros, as aves da mais bela<br />

plumagem, os insetos mais deslumbrantes... Poderíamos<br />

chamar os habitantes desse jardim-zoológico de instintos,<br />

sentimentos, emoções.


Ferramentas argumentativas.<br />

Nesse fragmento textual, predomina o seguinte recurso<br />

argumentativo:<br />

(A) comparação<br />

(B) analogia<br />

(C) citação<br />

(D) exemplo<br />

(E) definição


Ferramentas argumentativas.<br />

O jogador brasileiro vai jogar na Europa por dinheiro; só<br />

por isso. O choque cultural é muito grande: desde o idioma<br />

até os hábitos característicos do cotidiano.<br />

Há, no Brasil, uma liberdade de comportamento, certa<br />

espontaneidade, uma alegria nata: nada disso se encontra<br />

com facilidade na Europa.<br />

O caso Adriano é bem exemplar. Realizado<br />

financeiramente na Europa, nunca, porém, sentiu-se bem lá.<br />

Voltou, não mais quis voltar, continua aqui, ainda que<br />

perdendo muito dinheiro.


Ferramentas argumentativas.<br />

No texto anterior, defende-se uma tese. Identifique-a<br />

entre as alternativas:<br />

(A) Nenhum brasileiro vive bem na Europa.<br />

(B) O jogador brasileiro pode viver bem nos EUA.<br />

(C) Pelé é um ex-jogador bem sucedido que jamais jogou em<br />

clube europeu.<br />

(D) Há jogadores brasileiros que, na Europa, jogam melhor do<br />

que no Brasil.<br />

(E) O sonho do jogador brasileiro é ganhar dinheiro na<br />

Europa.


Ferramentas argumentativas.<br />

Para defender sua tese, o autor do texto se serve<br />

prioritariamente do seguinte recurso argumentativo:<br />

(A) Analogia<br />

(B) Argumento de autoridade<br />

(C)Definição<br />

(D)Perguntas sucessivas<br />

(E) Interlocução


Ferramentas argumentativas.<br />

Não é coerente afirmar que o ateu em nada crê. Em<br />

termos etimológicos, “ateu” significa ausência de Deus: “a” é<br />

um prefixo que indica ausência, tal qual em “afônico”, por<br />

exemplo; “teu” vem de “teo”, Deus. Portanto, “ateu” é aquele<br />

que não crê em Deus ou em entidades religiosas. Isso,<br />

porém, não quer dizer que o ateu em nada creia. Ele pode<br />

crer, por exemplo, em forças naturais que, de alguma forma,<br />

mesmo sem intervenção divina, favorecem alguns.<br />

No texto acima, verifica-se uma tese, cujo argumento<br />

principal é um(a):<br />

(A) Analogia (B) Argumento de autoridade<br />

(B) Definição (D) Metáfora<br />

(C)Interlocução


Ferramentas argumentativas.<br />

Os políticos perderam o crédito com o eleitor brasileiro.<br />

Se é que em algum dia o tiveram. Eleições vão, eleições<br />

vêm, e a realidade é sempre a mesma: promessas não<br />

cumpridas, denúncias de corrupção, mensalões, etc. O povo<br />

participa das eleições muito mais por obrigação social,<br />

temendo represálias. Essa é a grande verdade. Ninguém<br />

vota acreditando de fato em mudanças. No máximo, vai com<br />

uma mínima esperança. O descrédito é tamanho. Quem,<br />

passa<strong>dos</strong> dois ou três anos, se lembra de em quem votou<br />

para vereador, deputado ou senador? Quem se lembra das<br />

propostas de seu candidato? Quem acompanha a atuação<br />

política <strong>dos</strong> eleitos? A resposta (e não as respostas) a essas<br />

perguntas e a outras similares comprova o descrédito.


Ferramentas argumentativas.<br />

No texto anterior, verifica-se uma tese, cujo argumento<br />

principal é um(a):<br />

(A) Analogia (B) Argumento de autoridade<br />

(C) Definição (D) Metáfora<br />

(E) Interlocução


Ferramentas argumentativas.


PROFESSOR<br />

ARENILDO DOS SANTOS<br />

CURSO DE INTERPRETAÇÃO


Texto para análise.<br />

Trair é natural<br />

Homens são polígamos por natureza. Mulheres são<br />

naturalmente infiéis. O casamento, em grande parte das<br />

vezes, nada mais é do que uma fachada, mantida em nome<br />

de benefícios sociais. Soa como um discurso polêmico e<br />

antiquado que poucos admitiriam aceitar se confronta<strong>dos</strong> com<br />

as puladas de cerca do companheiro. Mas é precisamente o<br />

que faz uma boa parte das pessoas evocando seus<br />

ancestrais da savana, afirma a mais nova linha de estudo da<br />

biologia evolutiva.


Texto para análise.<br />

A tese é apresentada no recém-lançado “O mito da<br />

monogamia” (Ed. Record), do zoólogo David P. Barash e da<br />

psiquiatra Judith Eve Lipton. O casal – sim, eles são casa<strong>dos</strong><br />

– defende a ideia de que o macho Homo sapiens, por<br />

natureza, polígino, ou seja, tende a ter muitas parceiras.<br />

Embora não seja poliândrica – com muitos parceiros – a<br />

fêmea tampouco é totalmente monogâmica e,<br />

ocasionalmente, trai. Resumindo, os seres humanos não são<br />

naturalmente monógamos.


Texto para análise.<br />

Ocorre que a maioria das sociedades modernas<br />

estabeleceu a monogamia como modelo. Como conciliar<br />

instintos primitivos aos benefícios e conveniências sociais do<br />

casamento? A fidelidade de fachada parece ter sido a<br />

resposta encontrada pela espécie humana, dizem os<br />

pesquisadores, cujo livro foi elogiado pela “Nature”, uma das<br />

revistas científicas mais importantes do mundo. Presos a um<br />

arranjo monogâmico, os seres humanos buscariam relações<br />

extraconjugais. Escondi<strong>dos</strong>, claro. Reportagem de Roberta Jansen.<br />

O Globo, 19 de agosto de 2007.


Texto para análise.<br />

1. “Homens são polígamos por natureza. Mulheres são<br />

naturalmente infiéis.” Inclui-se nesse segmento do texto a<br />

seguinte ideia:<br />

(A) Homens traem mais as mulheres do que as mulheres aos<br />

homens.<br />

(B) Homens traem menos as mulheres do que as mulheres<br />

aos homens.<br />

(C) Homens e mulheres se traem na mesma medida.<br />

(D) Homens e mulheres são infiéis.<br />

(E) O mundo está perdido, pois ninguém presta.


Texto para análise.<br />

2. “Homens são polígamos por natureza. Mulheres são<br />

naturalmente infiéis. O casamento, em grande parte das<br />

vezes, nada mais é do que uma fachada, mantida em nome<br />

de benefícios sociais.”<br />

O terceiro período do texto, em relação aos dois primeiros,<br />

apresenta prioritariamente o seguinte valor semântico:<br />

(A) causa<br />

(B) consequência<br />

(C) finalidade<br />

(D) proporção<br />

(E) comparação


Texto para análise.<br />

3. À luz do texto, a paráfrase mais adequada para o título<br />

“Trair é natural” é:<br />

(A) Trair é um direito<br />

(B) Trair é um dever<br />

(C) Trair é bom<br />

(D) Trair é nato<br />

(E) Trair não é imoral


Texto para análise.<br />

4. Na frase A natureza do homem é polígama, porque ele,<br />

costumeiramente, tem mais de uma mulher. O raciocínio<br />

apresenta um argumento em que<br />

(A) se faz presente uma falsa analogia;<br />

(B) há confusão na relação causa-efeito;<br />

(C) se apresenta como costumeiro um fato indiscutivelmente<br />

raro;<br />

(D) há franca anfibologia;<br />

(E) se evidencia a absoluta ausência de lógica em cada<br />

afirmativa.


Texto para análise.<br />

Natural não significa bom ou inevitável<br />

Existe uma preocupação crescente entre os cientistas de<br />

que determina<strong>dos</strong> estu<strong>dos</strong> possam ser usa<strong>dos</strong> para legitimar<br />

antigos preconceitos. – Entender as bases de algo é uma<br />

coisa; outra é usar essa compreensão para justificar algo –<br />

frisa David P. Barash.<br />

Para o zoólogo, é fundamental entender tudo o que diz<br />

respeito aos seres humanos, incluindo o seu comportamento.<br />

– Mas não se trata de arrumar desculpas para as nossas<br />

tendências mais infelizes. As pessoas têm uma boa <strong>dos</strong>e de<br />

controle sobre suas vidas e não devem ser absolvidas de<br />

suas responsabilidades colocando a culpa em seus genes.<br />

Idem, ibidem.


Texto para análise.<br />

5. Em relação ao conteúdo do texto “Trair é natural”, o<br />

conteúdo do texto acima representa, prioritariamente, um(a):<br />

(A) contradição;<br />

(B) ressalva;<br />

(C) exemplificação;<br />

(D) explicação;<br />

(E) argumento.


Texto para análise.<br />

6. Leia: “Eu não traí você. Somos casa<strong>dos</strong>, saí com outro<br />

homem, mas não traí você. Isso que eu fiz não é traição. Só<br />

se pode trair quando há amor. Não amo você. Você não me<br />

ama. Ambos sabemos disso.”<br />

Identifique no trecho acima:<br />

a) a tese: ________________________________________<br />

_________________________________________________<br />

_________________________________________________<br />

b) o argumento: ____________________________________<br />

_________________________________________________<br />

_________________________________________________


Texto para análise.


PROFESSOR<br />

ARENILDO DOS SANTOS<br />

CURSO DE INTERPRETAÇÃO


Polifonia.<br />

Antes da chamada Lei <strong>dos</strong> Crimes Ambientais (Lei 9.605,<br />

de 1998), quem era flagrado na caça ou no tráfico de animais<br />

silvestres não tinha direito à fiança. Era prisão na certa, tanto<br />

para o criminoso quanto para o flagelado pela fome que<br />

caçava para comer. Com a mudança na lei, as coisas ficaram<br />

mais leves, principalmente para aqueles que lucram com o<br />

tráfico. Para agentes do Ibama e membros de ONGs, o crime<br />

só não cresce mais por causa de campanhas de<br />

conscientização e de ações de fiscalização baseadas em<br />

denúncias. “As campanhas e a repercussão das apreensões<br />

são fundamentais para o aspecto educativo”, admite Luís<br />

Antônio Gonçalves de Lima, chefe da fiscalização do Ibama<br />

em São Paulo.


Polifonia.<br />

Com o abrandamento da legislação ambiental, em<br />

especial do Código de Fauna (Lei 5.197, de 1967), cresceu o<br />

número <strong>dos</strong> criadouros de animais silvestres. Os bichos neles<br />

cria<strong>dos</strong> podem ser vendi<strong>dos</strong>.<br />

Ângela Branco, chefe da Divisão Técnica de Medicina<br />

Veterinária e Manejo da Fauna Silvestre da Prefeitura de São<br />

Paulo, diz não ser contra os criadouros, mas que não deveria<br />

ser estimulada a posse de animais silvestres. “Isso prejudica<br />

o esforço de anos de trabalho de conscientização.” A<br />

veterinária ressalta que ao abrandamento da lei deveria<br />

corresponder uma fiscalização mais intensa <strong>dos</strong> criadouros e<br />

do comércio para evitar a “legalização” de animais que são<br />

captura<strong>dos</strong> ilegalmente. Ela cita que há muitos casos de<br />

adulteração de anilhas, as “pulseiras” de identificação<br />

colocadas nas pernas das aves.


Polifonia.<br />

(NCE – Auditor – MS)<br />

No texto aparecem muitas vozes; assinale a afirmativa que<br />

NÃO está de acordo com as vozes presentes no texto:<br />

(A) a voz prioritária é a do autor do texto;<br />

(B) aparecem também vozes de autoridades constituídas;<br />

(C) algumas vozes trazem autoridade ao texto;<br />

(D) outras vozes são de menor valia, como a do flagelado<br />

pela fome;<br />

(E) vozes das ONGs colaboram para distintos pontos de vista.


Polifonia.


Intertextualidade.


.<br />

Intertextualidade.


.<br />

Intertextualidade.


PROFESSOR<br />

ARENILDO DOS SANTOS<br />

arenildo@globo.com<br />

CURSO DE INTERPRETAÇÃO


Principais falhas de interpretação textual.<br />

ATENÇÃO: EM QUESTÕES DE INTERPRETAÇÃO, OS<br />

PRINCIPAIS ERROS EXPLORADOS PELOS AUTORES DE<br />

PROVAS SÃO: EXTRAPOLAÇÃO (quando uma afirmativa<br />

vai além do que o texto afirma); RESTRIÇÃO (quando uma<br />

afirmativa restringe o que o texto afirma) e CONTRADIÇÃO<br />

(quando uma afirmativa contradiz o que o texto afirma).<br />

É o que vamos treinar a partir de agora.


Principais falhas de interpretação textual.<br />

O leitor está cansado de más notícias? Quer uma boa?<br />

Lá vai: somos gentis. Os brasileiros, ou, pelo menos, entre os<br />

brasileiros, aqueles que nasceram ou vivem na cidade do Rio<br />

de Janeiro, podem se vangloriar de ostentar, com chancela<br />

acadêmica, o título de campeões mundiais de gentileza. Um<br />

estudo de pesquisadores americanos sobre o comportamento<br />

das pessoas na rua, em face de alguém precisando de ajuda,<br />

em 23 cidades de 23 países diferentes, deu Rio de Janeiro na<br />

cabeça. O estudo, levado a cabo por Robert V. Levine e<br />

Karen Philbrick, ambos da Universidade Estadual da<br />

Califórnia, e Ara Norenzayan, da Universidade de Michigam<br />

foi engenhoso e minucioso.


Principais falhas de interpretação textual.<br />

O que se testou, em experiências realizadas entre 1992 e<br />

1997, foi o comportamento <strong>dos</strong> transeuntes diante de três<br />

situações: um cego que tenta atravessar a rua; alguém com<br />

um problema na perna, mancando fortemente, que deixa cair<br />

uma pilha de revistas e não consegue levantá-la; e alguém<br />

que inadvertidamente deixa cair uma caneta do bolso.


Principais falhas de interpretação textual.<br />

Os cariocas passaram brilhantemente pelo triplo teste.<br />

Em 93% <strong>dos</strong> casos, tiveram reação positiva: ajudaram o cego<br />

a atravessar a rua, o homem com problema na perna a<br />

recolher as revistas, e alertaram o que tinha perdido a caneta<br />

do ocorrido. Em último lugar ficou Kuala Lumpur, capital da<br />

Malásia, com apenas 40% de reações positivas. Nova York<br />

fez jus à fama de abrigar gente impaciente e mal-educada, e<br />

ficou em penúltimo lugar, com 45%. Roma foi melhor, mas<br />

também não se mostrou grande coisa: 63% de reações<br />

positivas, e um medíocre 16.º lugar entre as 23 cidades.<br />

(texto extraído da revista Veja)


Principais falhas de interpretação textual.<br />

1. Acerca das ideias veiculadas no primeiro parágrafo a<br />

melhor afirmativa é:<br />

(A) é habitual a imprensa passar ao leitor boas notícias.<br />

(B) o Rio foi uma das cidades mais bem colocadas na<br />

pesquisa de solidariedade realizada por americanos.<br />

(C) O Rio de Janeiro foi a única cidade brasileira inclusa na<br />

pesquisa <strong>dos</strong> americanos.<br />

(D) Robert V. Levine e Karen Philbrick não participaram do<br />

estágio inicial da pesquisa.<br />

(E) Robert V. Levine e Karen Philbrick são os pesquisadores<br />

que levaram a cabo a pesquisa americana


Principais falhas de interpretação textual.<br />

2. Ao interpretar um texto, o candidato tem de ser<br />

cauteloso: sua interpretação não pode extrapolar, restringir ou<br />

contradizer o escrito. Tal cautela, entretanto, não deve inibir o<br />

"conhecimento de mundo". O candidato tem de servir-se dele<br />

para perceber os implícitos, os subentendi<strong>dos</strong>, conteú<strong>dos</strong> das<br />

entrelinhas, sem os quais uma interpretação não é eficiente.<br />

Releia: "O leitor está cansado de más notícias? Quer uma<br />

boa? Lá vai: somos gentis."<br />

A partir dessas frases que principiam o texto, pode-se<br />

subentender alusão à seguinte realidade social:


Principais falhas de interpretação textual.<br />

(A) Os leitores, hoje em dia, só se interessam por más notícias.<br />

(B) Em geral, as notícias fornecidas pelos jornais são más, isto é,<br />

aludem aos aspectos negativos do cotidiano social.<br />

(C) A nossa imprensa manipula as notícias, mostrando o que há de<br />

ruim, escondendo o que há de bom.<br />

(D) Notícias más cansam os leitores, os quais também querem<br />

entretenimento, ainda que isso represente fuga da realidade.<br />

(E) Ninguém é de ferro. Uma notícia boa de vez em quando cai<br />

bem.


Principais falhas de interpretação textual.<br />

3. A maneira como principia o texto, dirigindo-se ao leitor, deixa<br />

clara a seguinte intenção do autor:<br />

(A) individualizar o leitor, a fim de que o texto ganhe ares de<br />

conversa íntima.<br />

(B) dar a ideia de que ele, autor, pode influenciar no transcurso<br />

diário do leitor.<br />

(C) lembrar ao leitor alguma relação de parentesco entre ele –<br />

leitor – e o autor.<br />

(D) dar um toque de formalidade ao texto, marcando a<br />

distância entre: eu/escritor; você/leitor.<br />

(E) generalizar o leitor, por meio de linguagem familiar, a fim de<br />

que o texto ganhe ares de uma conversa informal.


PROFESSOR<br />

ARENILDO DOS SANTOS<br />

arenildo@globo.com<br />

CURSO DE INTERPRETAÇÃO


Principais erros de interpretação textual.


Principais erros de interpretação textual.<br />

Quem nunca ouviu falar em retórica?<br />

O conceito de retórica tem sido desfigurado, ainda<br />

mesmo entre pessoas de escolaridade confiável. Neste<br />

vocábulo, há quem veja algo de pejorativo ou de<br />

inferiorizante.<br />

Esta é, de fato, a compreensão vulgar; os dicionários a<br />

registram em segundo plano, priorizando a retórica<br />

propriamente considerada como arte – “arte da eloquência,<br />

de bem argumentar, de dizer”.


Principais erros de interpretação textual.<br />

Por isso mesmo, foi matéria de ensino nas<br />

universidades da Idade Média e ainda no século XVIII,<br />

convindo notar que integrou, no Brasil, currículos escolares<br />

respeitáveis, sob a inspiração de um desígnio ao mesmo<br />

tempo superior e prático: formar peritus dicenti – o perito no<br />

dizer. Não se objete que estou pondo em pauta exemplos<br />

anacrônicos. Em 1953, quando a Academia Sueca<br />

distinguiu Winston Churchill, proporcionando-lhe a<br />

consagração universal do Prêmio Nobel, justificou a láurea<br />

com esta concisão: “Pela sua fulgurante oratória”.


Principais erros de interpretação textual.<br />

O que afinal convém é estabelecer a diversificação <strong>dos</strong><br />

valores. Há retórica e retórica. A antiga terá sido o<br />

empório da ênfase, o cacoete do verbalismo, a verbiagem,<br />

a congestão da palavra. Outra retórica será a eloquência<br />

intrínseca, fruto, e às vezes flor, da cultura literária, da<br />

educação do gosto, do polimento intelectual.<br />

Torno a evocar o velho e sempre novo Churchill.<br />

Quando falou ao seu povo sobre o quase milagre que foi a<br />

rápida formação da Real Força Aérea da Inglaterra, para o<br />

contra-ataque à Alemanha nazista, o primeiro-ministro<br />

mobilizou, na hora certa, o justo orgulho e a gratidão de<br />

homens, mulheres e até crianças do Reino Unido com<br />

aquelas palavras de ouro maciço: “Nunca tantos deveram<br />

tanto a tão poucos.”


Principais erros de interpretação textual.<br />

Pouco antes, creio, já o tribuno modelar, no auge da<br />

guerra, confessava shakespearianamente à Grã-Bretanha<br />

que só poderia prometer, naquela altura, “sangue, suor e<br />

lágrimas”. O ingrediente da sua retórica, que inflamaria o<br />

nosso Castro Alves, belo retórico, foi a própria dureza da<br />

sinceridade total.<br />

Não é demais assinalar: ao lançar a sua promessa<br />

trágica, não incidiu na fealdade do grito, do estrepitoso. Na<br />

arte oratória de Churchill, a retórica, muitas vezes, estava<br />

na própria concisão.<br />

Marcos Almir Madeira – membro da Academia Brasileira de Letras.<br />

Glossário:<br />

áurea: diploma;<br />

empório: mercado;<br />

verbiagem: falatório longo, mas com pouco sentido.


Principais erros de interpretação textual.<br />

1. As afirmativas abaixo dizem respeito ao conceito de<br />

retórica. A que NÃO está de acordo com as afirmações do<br />

autor é:<br />

(A) Pessoas de escolaridade confiável é que têm deturpado<br />

o conceito de retórica.<br />

(B) os dicionários apontam a possibilidade de o vocábulo<br />

retórica ser usado com valor pejorativo.<br />

(C) o vocábulo retórica pode não ser usado com intenção<br />

pejorativa.<br />

(D) A retórica também está ligada à arte de argumentar.<br />

(E) A retórica também envolve a arte da expressão.


Principais erros de interpretação textual.<br />

2. Não está de acordo com as ideias do autor:<br />

(A) No Brasil, a retórica já fez parte de currículos escolares<br />

importantes, inspira<strong>dos</strong> no objetivo “peritus dicenti”.<br />

(B) O evento de 1953, envolvendo Winston Churchill,<br />

apesar de ser um óbvio exemplo anacrônico, registra um<br />

<strong>dos</strong> principais empregos de retórica.<br />

(C) Mesmo no que diz respeito à retórica como arte do<br />

discurso, ela não dever ser vista como um padrão único de<br />

discurso.<br />

(D) Churchill é exemplo atemporal de como fazer bom uso<br />

da retórica.<br />

(E) A concisão não é inimiga da retórica.


Principais erros de interpretação textual.<br />

3. A única inferência autorizada pelo contexto é:<br />

(A) A retórica foi ensinada nas universidades brasileiras no<br />

século XVIII.<br />

(B) A retórica como arte argumentativa pode ser<br />

classificada sob um ponto de vista temporal: a antiga é<br />

sempre mal-intencionada; a atual, sempre o contrário.<br />

(C) A oratória não pode ser confundida com a retórica, já<br />

que são atividades completamente distintas.<br />

(D) A finalidade do discurso é um <strong>dos</strong> critérios de<br />

classificação da retórica.<br />

(E) A retórica tem princípio enganador, falacioso.


Principais erros de interpretação textual.<br />

4. Observe:<br />

1- É proibido falar ao celular em sala de aula, quando se<br />

trata de simulado, durante a sua realização.<br />

2- É proibido falar ao celular em sala de aula, quando se<br />

trata de simulado.<br />

3- É proibido falar ao celular em sala de aula.<br />

4- É proibido falar ao celular.<br />

5- É proibido falar.<br />

O percurso ideológico do 1 ao 5 está mais precisamente<br />

apontado na alternativa:<br />

(A) generalização; (B) especificação; (C) diminuição;<br />

(D) restrição; (E) limitação.


Principais erros de interpretação textual.<br />

5. Que afirmativa abaixo generaliza ideia contida no texto ?<br />

(A) A retórica pode ser usada para enganar.<br />

(B) A retórica pode ser usada para encantar.<br />

(C) A retórica pode ser usada para depreciar.<br />

(D) A essência da retórica é persuasiva.<br />

(E) A essência da retórica é falaz.


Principais erros de interpretação textual.<br />

6. Há vários tipos de pergunta retórica. A do título do texto é do<br />

tipo que:<br />

(A) exemplifica uma cooptação;<br />

(B) propicia uma reflexão;<br />

(C) é respondida explicitamente no próprio texto;<br />

(D) tem resposta presumidamente óbvia;<br />

(E) sugere várias e diferentes respostas.


Principais erros de interpretação textual.<br />

7. Em cada alternativa abaixo, você encontra um fragmento do<br />

que se lê acerca do verbete “retórica”, no Dicionário do Aurélio,<br />

Edição Eletrônica, Séc. XXI. O fragmento que mais se<br />

aproxima do conceito de retórica presente no primeiro<br />

parágrafo do texto é:<br />

(A) Eloquência ; oratória.<br />

(B) E. Ling. Estudo do uso persuasivo da linguagem, em<br />

especial para o treinamento de oradores. [...]<br />

(C) Tratado que encerra essas regras.<br />

(D) Adornos empola<strong>dos</strong> ou pomposos de um discurso.<br />

(E) Discurso de forma primorosa, porém vazio de conteúdo.


Principais erros de interpretação textual.


PROFESSOR<br />

ARENILDO DOS SANTOS<br />

arenildo@globo.com<br />

CURSO DE INTERPRETAÇÃO


Texto preditivo: gênero.<br />

Textos<br />

Leão de 23/07 a 22/08 Regente: Sol<br />

Não deixe que a possessividade no amor a atrapalhe.<br />

Algum acontecimento pode fazer você querer acelerar as<br />

mudanças que já estão ocorrendo na sua vida. O que até<br />

agora era uma evolução pode se transformar numa<br />

revolução.<br />

Leão de 23/07 a 22/08 Regente: Sol<br />

Um acontecimento inesperado pode fazer você<br />

descobrir as verdadeiras intenções de uma pessoa em<br />

quem confia muito. Não se espante com a sensação de<br />

que, a qualquer momento, coisas que você não conhece<br />

podem mudar muito a sua vida.


Texto preditivo: gênero.<br />

01. O horóscopo tem por objetivo construir informações válidas<br />

para todas as pessoas que tenham nascido num mesmo<br />

período de qualquer ano. Analisando as previsões presentes,<br />

pode-se afirmar que esse objetivo é conseguido pelo uso de<br />

palavras de sentido<br />

(A) indefinido e de termos que expressam generalização.<br />

(B) metonímico e de termos que expressam adversidade.<br />

(C) metafórico e de termos que expressam negação.<br />

(D) categórico e de termos que expressam condicionalidade.<br />

(E) alegórico e de termos que expressam consequência.


Texto preditivo: gênero.<br />

02. O dinamismo semântico é atestado, por exemplo, pela polissemia de<br />

vocábulos como “dever” e “poder” que, dependendo <strong>dos</strong> contextos em que<br />

são utiliza<strong>dos</strong>, assumem diferentes senti<strong>dos</strong>.<br />

O uso do vocábulo “poder” nos textos de horóscopo acima<br />

(A) Indica possibilidade, mas, se substituído por “dever”, o<br />

sentido passaria a ser o de obrigatoriedade, certeza.<br />

(B) indica a eficácia da astrologia em fazer previsões acerca<br />

<strong>dos</strong> acontecimentos.<br />

(C) determina que a realização <strong>dos</strong> fatos previstos é<br />

inteiramente alheia à vontade e às atitudes do leitor.<br />

(D) projeta os fatos para o campo da possibilidade,<br />

relativizando o valor de verdade do que é enunciado.<br />

(E) evoca a discriminação <strong>dos</strong> acontecimentos, levando em<br />

consideração previsões anteriores.


Texto preditivo: gênero.<br />

(BANCA NCE/UFRJ)<br />

Noventa e sete por cento das espécies vivas, 80.000<br />

proteínas produzidas pelo corpo e bilhões de galáxias ainda<br />

não foram identifica<strong>dos</strong>. Quase nada sabemos da natureza do<br />

Universo, da origem da Vida, do funcionamento <strong>dos</strong> climas, do<br />

desenvolvimento do embrião e do cérebro.<br />

Provavelmente não se descobrirá ainda no século XXI de<br />

onde surgiu o Universo, nem como começou a vida na Terra,<br />

nem como o cérebro engendra o pensamento e a consciência,<br />

nem se outras formas de vida existem em outros lugares. Em<br />

compensação, outras questões que hoje não são formuladas<br />

serão resolvidas, pois se descobrirá que certas respostas<br />

consideradas definitivas estavam totalmente equivocadas.


Texto preditivo: gênero.<br />

O livro de onde foi retirado esse texto é um dicionário sobre o<br />

século XXI, publicado ainda no século XX, o que o mostra<br />

como um livro de profecias. Analise os itens a seguir:<br />

I - “Noventa e sete por cento das espécies vivas, 80.000<br />

proteínas produzidas pelo corpo e bilhões de galáxias ainda<br />

não foram identifica<strong>dos</strong>”;<br />

II - “Quase nada sabemos da natureza do Universo, da origem<br />

da Vida, do funcionamento <strong>dos</strong> climas, do desenvolvimento do<br />

embrião e do cérebro”;<br />

III - “Provavelmente não se descobrirá ainda no século XXI de<br />

onde surgiu o Universo, nem como começou a vida na Terra”;<br />

IV - “Em compensação, outras questões que hoje não são<br />

formuladas serão resolvidas”.


Texto preditivo: gênero.<br />

O discurso preditivo se mostra inegável no(s) trecho(s):<br />

A) I – II<br />

B) III – IV<br />

C) IV<br />

D) II - III – IV<br />

E) I - II - III - IV


Outros gêneros textuais.<br />

“O pai lia o jornal – notícias do mundo. O telefone tocou<br />

tirrim-tirrim. A mocinha, filha dele, dezoito, vinte, vinte e dois<br />

anos, sei lá, veio lá de dentro, atendeu: “Alô! Dois quatro sete<br />

um dois cinco quatro. Mauro!!! Puxa, onde é que você andou?<br />

Há quanto tempo! Que coisa! Pensei que tinha morrido! Sumiu!<br />

Diz! Não!?! É mesmo? Que maravilha! Meus parabéns!!! Homem<br />

ou mulher? Ah! Que bom!... Vem logo. Não vou sair não”.<br />

Desligou o telefone. O pai perguntou: “Mauro teve um filho?” A<br />

mocinha respondeu: “Não. Casou”.<br />

MORAL: JÁ NÃO SE ENTENDEM OS DIÁLOGOS COMO<br />

ANTIGAMENTE.<br />

Millôr Fernandes


Texto preditivo: gênero.<br />

O texto foi retirado de um livro de Millôr Fernandes,<br />

intitulado Novas fábulas fabulosas; o sinal mais visível de<br />

que o texto se aproxima de uma fábula é:<br />

A) ser uma narrativa muito curta;<br />

B) apresentar um tom humorístico;<br />

C) indicar uma moral sobre o texto lido;<br />

D) mostrar um diálogo entre personagens;<br />

E) ser escrita em linguagem popular.


Outros gêneros textuais.<br />

“O pai lia o jornal – notícias do mundo. O telefone tocou<br />

tirrim-tirrim.”; entre esses dois perío<strong>dos</strong> poderia estar<br />

inserida uma conjunção em lugar do ponto e, nesse caso,<br />

o conectivo adequado seria:<br />

A) enquanto;<br />

B) mas;<br />

C) logo que;<br />

D) porém;<br />

E) quando.


Outros gêneros textuais.<br />

O diálogo registrado no texto encaminha-se para um<br />

sentido provável - de que alguém casou -, que é rompido<br />

pela conclusão; o segmento que concentra a quebra da<br />

expectativa é:<br />

A) que maravilha!<br />

B) meus parabéns!!!<br />

C) homem ou mulher?<br />

D) ah! Que bom!<br />

E) que coisa!


Outros gêneros textuais.<br />

O diálogo registra somente a fala da mocinha e não a fala<br />

do Mauro; só NÃO se pode inferir desse diálogo e do texto<br />

que:<br />

A) Mauro propôs-se a ir até a casa da mocinha;<br />

B) a mocinha e Mauro já não se viam há muito tempo;<br />

C) a mocinha já recebera a notícia do falecimento de<br />

Mauro;<br />

D) Mauro tem muitas novidades a contar;<br />

E) o pai da mocinha conhecia Mauro.


Outros gêneros textuais.<br />

“...sei lá, veio lá de dentro,...”; as duas ocorrências do<br />

vocábulo LÁ, nesse segmento do texto, indicam,<br />

respectivamente:<br />

A) negação/lugar;<br />

B) lugar/lugar;<br />

C) aproximação/distância;<br />

D) tempo/localização;<br />

E) dúvida/tempo.


Outros gêneros textuais.<br />

“O pai lia o jornal – notícias do mundo. O telefone tocou<br />

tirrim-tirrim. A mocinha, filha dele, dezoito, vinte, vinte e dois<br />

anos, sei lá, veio lá de dentro, atendeu: “Alô! Dois quatro sete<br />

um dois cinco quatro. Mauro!!! Puxa, onde é que você andou?<br />

Há quanto tempo! Que coisa! Pensei que tinha morrido! Sumiu!<br />

Diz! Não!?! É mesmo? Que maravilha! Meus parabéns!!! Homem<br />

ou mulher? Ah! Que bom!... Vem logo. Não vou sair não”.<br />

Desligou o telefone. O pai perguntou: “Mauro teve um filho?” A<br />

mocinha respondeu: “Não. Casou”.<br />

MORAL: JÁ NÃO SE ENTENDEM OS DIÁLOGOS COMO<br />

ANTIGAMENTE.<br />

Millôr Fernandes


Outros gêneros textuais.<br />

Entre duas falas da mocinha supõe-se uma outra fala de<br />

Mauro, EXCETO em:<br />

A) Alô / Dois quatro sete um dois cinco quatro;<br />

B) Dois quatro sete um dois cinco quatro / Mauro!!!;<br />

C) Pensei que tinha morrido! / Sumiu!;<br />

D) Diz! / Não!?!;<br />

E) Homem ou mulher? / Ah! Que bom!


Outros gêneros textuais.


Outros gêneros textuais.<br />

Pai nosso, que estais nos<br />

céus, santificado seja o vosso<br />

nome, venha a nós o vosso<br />

reino, seja feita a vossa<br />

vontade, assim na terra como<br />

no céu. O pão nosso de cada<br />

dia nos dai hoje. Perdoai as<br />

nossas ofensas, assim como<br />

perdoamos a quem nos tem<br />

ofendido. Não nos deixeis cair<br />

em tentação, mas livrai-nos<br />

do mal. Amém.<br />

Responda:<br />

a) Qual é o gênero do texto<br />

ao lado?<br />

____________________<br />

____________________<br />

b) Qual é a função de<br />

linguagem predominante?<br />

____________________<br />

____________________


PROFESSOR<br />

ARENILDO DOS SANTOS<br />

arenildo@globo.com<br />

CURSO DE INTERPRETAÇÃO


O gênero “piada”.<br />

Piadas são historíolas (histórias concisas) que<br />

provocam humor calcadas em implícitos. Quando não se ri<br />

de uma piada, pode ser que ela seja “ruim”, mas pode ser<br />

também que ela não tenha sido plenamente entendida.<br />

Leia esta piada:<br />

“Na viagem, a mãe ajuda a filha, que está enjoada. O<br />

cavalheiro ao lado pergunta:<br />

- Foi comida?<br />

- Foi, mas vai casar, responde a mãe.”<br />

(Extraída do livro Os Humores da Língua, do linguista Sírio Possenti)


O gênero “piada”.<br />

Agora, assinale a alternativa que contém afirmativa<br />

inadequada acerca dessa piada:<br />

(A) nela está implícita a ideia de que a pergunta do cavalheiro<br />

não foi devidamente entendida;<br />

(B) o ponto central da piada é um equívoco, uma<br />

ambiguidade;<br />

(C) a palavra “comida” assume, no texto, dois senti<strong>dos</strong>: um<br />

formal; outro chulo.<br />

(D) a palavra “comida”, no contexto da piada, tem valor<br />

exclusivo de agente, isto é: “comida causou enjoo”;<br />

(E) a última fala da piada traz implícita a ideia de que<br />

casamento é a reparação de um “erro”.


O gênero “publicitário”.<br />

ELES BLÁ, BLÁ, BLÁ<br />

E NÓS GLUB, GLUB, GLUB, GLUB.<br />

CHEGA DE ENCHENTE.<br />

ALMAP/BBDO<br />

O texto publicitário acima enfatiza uma oposição entre<br />

"eles" e "nós". Ambas só podem ser entendidas à luz de um<br />

contexto social.<br />

"Eles" e "nós" representam respectivamente:<br />

(A) os concorrentes e os autores<br />

(B) o povo e os autores<br />

(C) os autores do texto e o povo<br />

(D) os governantes e o povo<br />

(E) os estrangeiros e os nacionais


O gênero “publicitário”.<br />

O segmento “blá, blá, blá” deve ser entendido como:<br />

(A) O discurso literal <strong>dos</strong> políticos.<br />

(B) discurso de conteúdo sem sentido.<br />

(C) referência aos contadores de histórias sertanejos.<br />

(D) discurso sem engajamento racional.<br />

(E) discurso desprovido de veracidade, atribuído, pelo povo,<br />

aos políticos em geral.


O gênero “publicitário”.<br />

A leitura tem sido objeto de inúmeras pesquisas sob as<br />

mais diferentes abordagens. Ler é muito mais do que<br />

decodificar sinais, pois o leitor precisa ter consciência de que<br />

cada texto tem varia<strong>dos</strong> níveis de significação e que, além do<br />

que está explícito, “existe toda uma gama de significações<br />

implícitas, muito mais sutis, diretamente ligadas à<br />

intencionalidade do produtor”<br />

(KOCH: 2002, 159).<br />

Com base nisso, assinale a única inferência não permitida<br />

pela leitura do texto.


O gênero “publicitário”.<br />

(A) Houve pelo menos uma enchente na localidade a que diz<br />

respeito o anúncio.<br />

(B) Há um conceito negativo acerca das autoridades<br />

responsáveis por uma série de estragos decorrentes de<br />

enchente.<br />

(C) O povo local encontra-se esgotado diante da situação.<br />

(D) O autor do cartaz propõe uma mudança de fatos: nós blá,<br />

blá, blá e eles glub, glub, glub, glub. x<br />

(E) Paira a sensação de descaso, por parte das autoridades,<br />

em relação ao povo.


O gênero “publicitário”.


O gênero “publicitário”.<br />

O termo polifonia designa o fenômeno pelo qual, num mesmo<br />

texto, se fazem ouvir "vozes" que falam de perspectivas ou<br />

pontos de vista diferentes com as quais o locutor se identifica<br />

ou não. É a polifonia que permite o entendimento de inúmeros<br />

anúncios publicitários. A alternativa que explica a principal<br />

polifonia explorada no comercial acima é:<br />

(A) A palavra pimentão relaciona-se a bronzeamento<br />

exagerado ou exposição demasiada ao sol, que causa a<br />

vermelhidão da pele.<br />

(B) A palavra pimentão remete ao significado de tempero<br />

culinário, atiçando o paladar do leitor.<br />

(C) As expressões "Ai" e "Ui" remetem o leitor à ideia de dor.


O gênero “publicitário”.<br />

(D) Quando se lê sundown, pensa-se em bronzeador, óculos<br />

escuros, toalha, tanga, biquíni, sunga, sorvete, praia, etc.<br />

(E) Quando se lê sundown, pensa-se em acordar, isopor,<br />

água, chave, carro, estrada, engarrafamento, vendedor<br />

ambulante, etc.


O gênero “publicitário”.<br />

A estratégia de abordagem ao consumidor aponta diretamente<br />

para<br />

(A) a razão, lembrando ao leitor os efeitos nocivos da alta<br />

exposição à luz solar.<br />

(B) a emoção, apelando a um fato cultural brasileiro: culto ao<br />

corpo moreno, bronzeado.<br />

(C) um hábito: associação metafórica de comestíveis a ideias<br />

exclusivamente positivas.<br />

(D) uma crítica a outros produtos da mesma natureza.<br />

(E) uma advertência: ou usa o produto anunciado, ou sentirá<br />

dor sempre.


PROFESSOR<br />

ARENILDO DOS SANTOS<br />

arenildo@globo.com<br />

CURSO DE INTERPRETAÇÃO


Paráfrases: denotação/conotação.<br />

Denotação X Conotação<br />

Denotação: vínculo direto de significação (sem senti<strong>dos</strong><br />

derivativos ou figura<strong>dos</strong>) que um nome estabelece com um<br />

objeto da realidade.<br />

Conotação: conjunto de alterações ou ampliações que uma<br />

palavra agrega ao seu sentido literal (denotativo), por<br />

associações linguísticas de diversos tipos (estilísticas, fonéticas,<br />

semânticas), ou por identificação com algum <strong>dos</strong> atributos de<br />

coisas, pessoas e seres da natureza.


Paráfrases: denotação/conotação.<br />

Soniara é uma pessoa de cabeça quente (1) e, por<br />

isso, vive batendo a cabeça(2). Caiu de cabeça(3) na<br />

relação com o namorado, que vive com a cabeça no ar(4),<br />

não esquenta a cabeça(5) com nada, jamais perde a<br />

cabeça(6), e saiu da relação de cabeça erguida(7), apesar<br />

da cabeça virada (8) pelo rapaz. Ela nem sempre sabe<br />

onde tem a cabeça.(9)


Paráfrases: denotação/conotação.<br />

A linguagem figurada é usada, com frequência, na linguagem<br />

coloquial. Parafraseie cada expressão destacada acima, deixando-as<br />

com sentido denotativo e em conformidade com a norma culta.<br />

(1) _____________________________________________________<br />

(2) _____________________________________________________<br />

(3) _____________________________________________________<br />

(4) _____________________________________________________<br />

(5) _____________________________________________________


Paráfrases: denotação/conotação.<br />

Soniara é uma pessoa de cabeça quente (1) e, por<br />

isso, vive batendo a cabeça(2). Caiu de cabeça(3) na<br />

relação com o namorado, que vive com a cabeça no ar(4),<br />

não esquenta a cabeça(5) com nada, jamais perde a<br />

cabeça(6), e saiu da relação de cabeça erguida(7), apesar<br />

da cabeça virada (8) pelo rapaz. Ela nem sempre sabe<br />

onde tem a cabeça.(9)


Paráfrases: denotação/conotação.<br />

A linguagem figurada é usada, com frequência, na linguagem<br />

coloquial. Parafraseie cada expressão destacada acima, deixando-as<br />

com sentido denotativo e em conformidade com a norma culta.<br />

(6) _____________________________________________________<br />

(7) _____________________________________________________<br />

(8) _____________________________________________________<br />

(9) _____________________________________________________


Paráfrases: denotação/conotação.<br />

Parafraseie cada expressão destacada abaixo, deixando-as com<br />

sentido denotativo e em conformidade com a norma culta.<br />

(1) Ela pediu dinheiro ao pai, mas saiu com as mãos abanando.<br />

_______________________________________________________<br />

(2) Ou mãos à obra, ou ela vai ficar sem tutu.<br />

_______________________________________________________<br />

(3) Ela ficou de mãos atadas na situação.<br />

_______________________________________________________<br />

(4) O ex-ministro caiu, mas caiu de pé.<br />

_______________________________________________________


Paráfrases: denotação/conotação.<br />

(5) To<strong>dos</strong> estão com um pé atrás em relação ao time do Brasil.<br />

_______________________________________________________<br />

(6) Neymar faz gol com pé nas costas.<br />

_______________________________________________________<br />

(7) Ela bateu o pé com a mãe, mas quando viu que a coisa ia ficar<br />

preta, deu no pé.<br />

_______________________________________________________<br />

_______________________________________________________<br />

(8) Vasco joga mal, mas consegue vencer lanterna.<br />

_______________________________________________________


Paráfrases: denotação/conotação.<br />

(9) São Paulo deixa o Cruzeiro na ponta da tabela.<br />

_______________________________________________________<br />

(10) E quem disse<br />

que elas não entendem nada?<br />

Às vésperas da Copa, as mulheres botam suas manguinhas de<br />

fora e revelam paixão e conhecimento do esporte que encanta o<br />

mundo.<br />

_______________________________________________________<br />

_______________________________________________________


Paráfrases: denotação/conotação.<br />

(9) São Paulo deixa o Cruzeiro na ponta da tabela.<br />

_______________________________________________________<br />

(10) E quem disse<br />

que elas não entendem nada?<br />

Às vésperas da Copa, as mulheres botam suas manguinhas de<br />

fora e revelam paixão e conhecimento do esporte que encanta o<br />

mundo.<br />

_______________________________________________________


PROFESSOR<br />

ARENILDO DOS SANTOS<br />

arenildo@globo.com<br />

CURSO DE INTERPRETAÇÃO


Figuras de linguagem.<br />

1. Símile ou comparação- Consiste numa comparação explícita,<br />

com a presença do elemento comparativo: como, tal qual, igual<br />

a, feito, que nem (coloquial), etc., entre duas palavras ou<br />

expressões. Ex.: Ela é bela como uma flor.<br />

2. Metáfora- Consiste numa comparação implícita, numa relação<br />

de similaridade, entre duas palavras ou expressões. Ex.:Ela é uma<br />

flor.


Figuras de linguagem.<br />

3. Antítese- Quando uma ideia se opõe a outra, sem impedi-la<br />

nem torná-la absurda. As ideias em si podem ser diametralmente<br />

opostas e até excludentes. Ex.: Estava mais morto do que vivo.<br />

4. Paradoxo- É a antítese extremada, em que duas ideias que se<br />

excluem são apresentadas como ocorrendo ao mesmo tempo e<br />

no mesmo contexto, o que gera uma contradição<br />

(aparentemente) impossível. Ex.: Amor é ferida que dói e não se<br />

sente.


Figuras de linguagem.<br />

5. Eufemismo- Volteio semântico que visa a suavizar uma<br />

expressão indelicada, forte ou inadequada em determinada<br />

situação. Ex.: Ele não está mais entre nós. (= morreu)<br />

6. Hipérbole- Consiste no exagero ao se afirmar alguma coisa,<br />

com intuito emocional ou de ênfase. Ex.: Subi mais de mil e<br />

oitocentas colinas.


Figuras de linguagem.<br />

7. Ironia- Figura de linguagem na qual aquilo que se diz não<br />

corresponde exatamente ao que se quer dizer, com intuito<br />

jocoso, cômico ou crítico. Ex.: Chegou cedo, heim! (para alguém<br />

atrasado)<br />

8. Gradação- Muitas vezes, a cadeira semântica se ordena numa<br />

escala de grandeza ou de intensidade, constituindo uma<br />

gradação, que pode ser ascendente (do menos para o mais) ou<br />

descendente (do mais para o menos).Ex.: Estava pobre,<br />

quebrado, miserável.


Figuras de linguagem.<br />

9. Prosopopeia- Quando características humanas são atribuídas a<br />

algo inanimado ou a um animal. Não raro, aparecem os termos<br />

animismo e personificação com a mesma aplicação básica. Ex.: O<br />

vento rugia.<br />

10. Sinestesia- Consiste na associação de palavras referentes a<br />

dois senti<strong>dos</strong> distintos: audição e visão, visão e tato, tato e<br />

paladar, paladar e olfato, etc. Ex.: Sentiu um toque doce.


Figuras de linguagem.<br />

11. Metonímia- Consiste no emprego de uma palavra no lugar de<br />

outra, havendo entre ambas uma relação de contiguidade: parte<br />

pelo todo (Ele tem duzentas cabeças de gado na fazenda.); o<br />

continente pelo conteúdo (Passe-me a farofa.); o autor pela obra<br />

(Devolva o Neruda que você me tomou.); a marca pelo produto<br />

(Você me empresta o durex?); causa pelo efeito e vice-versa (O<br />

Sol faz mal.); o sinal pela coisa significada(balança no lugar de<br />

Justiça); o concreto pelo abstrato (Jorge é um bom garfo.); etc.


Figuras de linguagem.<br />

De acordo com a teoria vista, identifique a figura de linguagem<br />

predominante em cada item abaixo.<br />

a. Ele é esperto feito uma raposa.<br />

b. Ele é magro que nem um caniço.<br />

c. Ela é uma raposa.<br />

d. De repente, do riso fez-se o pranto.<br />

e. É um contentamento descontente.<br />

f. Já era um senhor. (= velho)<br />

g. Ela é uma garota de programa.<br />

h. Ele é soropositivo.


Figuras de linguagem.<br />

De acordo com a teoria vista, identifique a figura de linguagem<br />

predominante em cada item abaixo.<br />

i. Era pouco chegado a higiene. (= sujo)<br />

j. Chorar um rio de lágrimas.<br />

k. No Nordeste, há muitos severinos.<br />

l. Muito bonito, seu Fulano!(quando alguém errou)<br />

m. Coisinha linda! (para uma pessoa muito feia)<br />

n. Oba, jiló de novo! (uma pessoa que odeia jiló)


Figuras de linguagem.<br />

De acordo com a teoria vista, identifique a figura de linguagem<br />

predominante em cada item abaixo.<br />

o. Já lhe pedi isso um bilhão de vezes!<br />

p. Joguei o osso no lixo.<br />

q. Casa, cidade, nação, mundo, universo.<br />

r. Meu cachorro me sorriu latindo.<br />

s. O Lobo Mau e os Três Porquinhos.<br />

t. Era uma visão amarga.<br />

u. Ele tinha uma voz sombria.


Figuras de linguagem.<br />

De acordo com a teoria vista, identifique a figura de linguagem<br />

predominante em cada item abaixo.<br />

v. Fumarei um havana.<br />

w. Enquanto estudo tranquilo, você trabalha tenso.<br />

x. O cachorro ficou sentido com seu dono.<br />

y. Machado tem local de destaque na minha estante.<br />

z. Beberemos um porto, pois o Brasil venceu.


Figuras de linguagem.<br />

“Insisto em comentar as vantagens e desvantagens do mundo<br />

virtual”; neste segmento do texto há um exemplo de linguagem<br />

figurada denominado:<br />

(A) silepse;<br />

(B) sinestesia;<br />

(C) metáfora;<br />

(D) metonímia;<br />

(E) antítese.


Figuras de linguagem.<br />

1) Silepse de gênero:<br />

Com pronomes de tratamento, o adjetivo/predicativo faz a silepse.<br />

V. Ex.ª é atencioso. (referindo-se a homem)<br />

Outros exemplos:<br />

A criança caiu e não parou de chorar durante uma hora,<br />

coitadinho(menino).<br />

- Oi, ainda bem que você chegou; tinha alguém aqui bem sau<strong>dos</strong>a.


Figuras de linguagem.<br />

2) Silepse de número: Pode ocorrer a silepse de número com todo<br />

substantivo singular concebido como plural e, particularmente, com<br />

os termos coletivos. A ocorrência desta silepse acentua-se à medida<br />

que o verbo se distancia do sujeito coletivo.<br />

A multidão avançou, forçou o portão e, depois de horas,<br />

conseguiram entrar.<br />

Já toda a plateia estava indignada. Queriam logo o início do<br />

evento.


Figuras de linguagem.<br />

3) Silepse de pessoa: Quando a pessoa que fala ou escreve se inclui<br />

num sujeito enunciado na 3ª. pessoa do plural, o verbo pode ir para<br />

a 1ª. pessoa do plural.<br />

Dizem que os fluminenses gostamos de samba.<br />

To<strong>dos</strong> geralmente o admiramos.<br />

Os professores tivemos uma reunião.<br />

Obs.: Também ocorre silepse de pessoa, quando queremos<br />

abranger a pessoa a quem nos dirigimos.<br />

Ex.: Os turistas sois bem-vin<strong>dos</strong>.


Figuras de linguagem.<br />

Por vezes, tem-se o acúmulo de silepses. Veja:<br />

A seca atormenta a gente nordestina. Emigram, desola<strong>dos</strong>, numa<br />

busca utópica de lugares melhores.


Figuras de linguagem.<br />

a. Leia atentamente a paráfrase: "Pode-se viver numa sociedade<br />

baseada no livro e, ainda assim, não ler, ou viver numa em que o<br />

livro seja mero enfeite e ser, no sentido mais profundo e verdadeiro<br />

da palavra, um leitor. Como sociedade, por exemplo, os gregos<br />

pouca importância dávamos a livros, mas individualmente, por<br />

certo, eram grandes leitores."<br />

Ela, a paráfrase, apresenta:<br />

(A) silepse de número (B) silepse de pessoa<br />

(C) silepse de gênero (D) elipse<br />

(E) zeugma


Figuras de linguagem.<br />

b.Leia atentamente a paráfrase: "Pode-se viver numa sociedade<br />

baseada no livro e, ainda assim, não ler, ou viver numa em que o<br />

livro seja mero enfeite e ser, no sentido mais profundo e verdadeiro<br />

da palavra, um leitor. Como sociedade, por exemplo, o povo grego<br />

pouca importância dava a livros, mas individualmente, por certo,<br />

eram grandes leitores."<br />

Ela, a paráfrase, apresenta:<br />

(A) silepse de número (B) silepse de pessoa<br />

(C) silepse de gênero (D) elipse<br />

(E) zeugma


Figuras de linguagem.<br />

c. Leia atentamente a paráfrase: "Pode-se viver numa sociedade<br />

baseada no livro e, ainda assim, não ler, ou viver numa em que o<br />

livro seja mero enfeite e ser, no sentido mais profundo e verdadeiro<br />

da palavra, um leitor. Como sociedade, por exemplo, a população<br />

grega pouca importância dava a livros, mas individualmente, por<br />

certo, eram grandes leitores."<br />

Ela, a paráfrase, apresenta:<br />

(A) silepse de número apenas<br />

(B) silepse de pessoa apenas<br />

(C) silepse de gênero e de número<br />

(D) silepse de pessoa e de número<br />

(E) elipse


Figuras de linguagem.<br />

Leia:<br />

a) O pé da mesa quebrou.<br />

b) O céu da boca está com uma afta.<br />

c) A barriga da perna está inchada.<br />

d) Ele enterrou a agulha no dedo.<br />

A figura de linguagem predominante nas frases acima é:<br />

______________________________________________


PROFESSOR<br />

ARENILDO DOS SANTOS<br />

arenildo@globo.com<br />

CURSO DE INTERPRETAÇÃO


Interpretação e ambiguidades<br />

Liberdade Condicional<br />

Luiz Garcia


Interpretação e ambiguidades<br />

Na expressão ‘liberdade condicional’ o termo principal<br />

deveria ser o segundo. Não haveria liberdade antecipada<br />

para condena<strong>dos</strong> sem o preenchimento de condições<br />

relacionadas à periculosidade do presidiário. No Brasil,<br />

diferentemente de outros países, o benefício é praticamente<br />

automático. A única condição levada em conta é o tempo de<br />

reclusão. O condenado pode sair da prisão ao cumprir um<br />

terço da pena quando é primário e tem bons antecedentes (o<br />

que se avalia apenas pela sua folha corrida). Reincidentes<br />

saem na metade do tempo, e autores de crimes hedion<strong>dos</strong> –<br />

podem crer, costumam ser hedion<strong>dos</strong> mesmo – ao<br />

completarem dois terços. Acontece, e os casos de<br />

reincidência provam isso, que o tempo é juiz generoso; quase<br />

sempre, incompetente.


Interpretação e ambiguidades<br />

Não há – mesmo em esta<strong>dos</strong> como Rio e São Paulo,<br />

imagine-se nos cafundós onde se perderam as botas de<br />

Judas – um sistema de avaliação psicológica minimamente<br />

eficiente. Não há dinheiro para isso. Muito menos existem cá<br />

fora fiscais habilita<strong>dos</strong> para acompanhar de perto o<br />

comportamento do ex-detento e decidir se está cumprindo as<br />

condições da liberdade. Nem as mínimas e óbvias, como<br />

lugar de moradia e trabalho.<br />

Um chefe do tráfico pode voltar para seus antigos<br />

domínios e viver como bem entender, até o momento de ser<br />

mais uma vez preso. Se for.


Interpretação e ambiguidades<br />

Como estão as coisas, policiais e carcereiros cumprem –<br />

sem condicional – pena parecida com aquela imposta pelos<br />

deuses antigos a Sísifo, condenado a incessantemente rolar<br />

uma rocha até o topo de uma montanha, de onde ela cairia<br />

de volta devido ao seu próprio peso. E Sísifo foi condenado<br />

injustamente – igualzinho aos bons funcionários do nosso<br />

sistema penal.<br />

Por lógica elementar, o problema deveria ser enfrentado<br />

com uma legislação que estabelecesse condições<br />

minimamente inteligentes para libertação antecipada.<br />

Sísifo acharia graça – se tivesse ânimo para rir de uma<br />

desgraça como a sua.<br />

(O globo, 5/9/2006)


Interpretação e ambiguidades<br />

1. Marque a alternativa que indica a função prioritária da<br />

imagem que acompanha o texto:<br />

(A) reforçar a tese defendida pelo autor;<br />

(B) exemplificar a tese;<br />

(C) ilustrar uma possibilidade arrolada no texto;<br />

(D) trazer um pouco de humor para o debate;<br />

(E) facilitar a compreensão de quem não sabe ler.


Interpretação e ambiguidades<br />

2. O objetivo prioritário do texto é:<br />

(A) apresentar uma solução para o problema da superlotação<br />

carcerária;<br />

(B) advertir o leitor quanto à possibilidade de ele conviver<br />

com um ex-presidiário que continua marginal;<br />

(C) chamar a atenção das autoridades competentes para um<br />

problema cada vez mais grave;<br />

(D) sugerir que a expressão Liberdade Condicional é menos<br />

adequada que Liberdade Vigiada;<br />

(E) mostrar que a legislação precisa ser repensada, no que<br />

diz respeito à concessão da chamada Liberdade Condicional.


Interpretação e ambiguidades<br />

3. A alternativa que melhor resume a tese do texto é:<br />

(A) É preciso mudar a legislação, a fim de que a “liberdade<br />

condicional” seja atrelada a outros fatores, além do tempo<br />

de reclusão.<br />

(B) É preciso mudar a legislação, a fim de que os problemas<br />

brasileiros sejam soluciona<strong>dos</strong>.<br />

(C) A liberdade condicional favorece indistintamente os<br />

detentos, baseando-se apenas no tempo de reclusão.<br />

(D) De certa forma, policiais e carcereiros também cumprem<br />

pena.<br />

(E) O Brasil tem muita coisa errada.


Interpretação e ambiguidades<br />

4. A melhor classificação para o texto lido é:<br />

(A) narrativo;<br />

(B) descritivo;<br />

(C) educativo;<br />

(D) argumentativo;<br />

(E) jornalístico.


Interpretação e ambiguidades<br />

5. Quanto ao discurso de linguagem, pode-se afirmar que o<br />

texto:<br />

(A) é inteiramente impessoal;<br />

(B) apresenta traços de informalidade;<br />

(C) apresenta-se num nível culto;<br />

(D) é inteiramente informal;<br />

(E) é pessoal, com toques confessionais.


Interpretação e ambiguidades<br />

6. A reescrita que não altera o sentido original é:<br />

(A) “No Brasil, diferentemente de outros países, o benefício é<br />

praticamente automático.” / No Brasil, diferentemente <strong>dos</strong><br />

outros países, o benefício é praticamente automático.<br />

(B) “A única condição levada em conta é o tempo de<br />

reclusão.” / A condição levada em conta é o único tempo de<br />

reclusão.<br />

(C) “Muito menos existem cá fora fiscais habilita<strong>dos</strong> para<br />

acompanhar de perto o comportamento do ex-detento...” /<br />

Existem cá fora muito menos fiscais habilita<strong>dos</strong> para<br />

acompanhar de perto o comportamento do ex-detento...


Interpretação e ambiguidades<br />

6. A reescrita que não altera o sentido original é:<br />

(D) “Nem as mínimas e óbvias, como lugar de moradia e<br />

trabalho.”/Nem as óbvias e mínimas, como trabalho e lugar<br />

de moradia.<br />

(E) “Um chefe do tráfico pode voltar para seus antigos<br />

domínios e viver como bem entender, até o momento de ser<br />

mais uma vez preso.”/ Um chefe do tráfico pode viver como<br />

bem entender e voltar para seus antigos domínios, até o<br />

momento de ser mais uma vez preso.


Interpretação e ambiguidades<br />

7. “Na expressão ‘liberdade condicional’ o termo principal<br />

deveria ser o segundo.” Infere-se dessa passagem que o<br />

autor propõe:<br />

(A) uma alteração na ordem <strong>dos</strong> termos;<br />

(B) o termo principal, no fundo, já é o segundo;<br />

(C) o primeiro termo é secundário;<br />

(D) o primeiro termo deveria ser o segundo;<br />

(E) ênfase maior ao segundo termo.


Interpretação e ambiguidades<br />

8. O valor gramatical e semântico de cada termo fica alterado<br />

com a inversão proposta em:<br />

(A) liberdade condicional – condicional liberdade;<br />

(B) carcereiro policial – policial carcereiro;<br />

(C) libertação antecipada – antecipada libertação;<br />

(D) bons funcionários – funcionários bons;<br />

(E) antigos domínios – domínios antigos.


Interpretação e ambiguidades


Interpretação e ambiguidades<br />

9. A finalidade prioritária do termo destacado em “hedion<strong>dos</strong><br />

mesmo” é:<br />

(A) ratificar o valor do adjetivo;<br />

(B) intensificar o adjetivo;<br />

(C) evitar ambiguidade;<br />

(D) criar uma hipérbole;<br />

(E) evitar um eufemismo.


Interpretação e ambiguidades<br />

10. O autor faz o texto verbal se acompanhar de um texto<br />

não verbal. Neste, o autor explora um paradoxo que se<br />

encontra mais bem explicado em:<br />

(A) O ex-detento pode ou não voltar a ser marginal;<br />

(B) A arma carregada pelo ex-detento pode ou não ser<br />

verdadeira;<br />

(C) A Justiça pode ou não ser cega;<br />

(D) A “cegueira” pode levar a “Justiça” a gerar injustiça;<br />

(E) A balança pode ou não ser tendenciosa.


Interpretação e ambiguidades<br />

11. Ocorre ambiguidade na seguinte frase:<br />

(A) Da cela, o detento viu o incêndio.<br />

(B) O detento, da cela, viu o incêndio.<br />

(C) O detento viu, da cela, o incêndio.<br />

(D) O detento viu o incêndio da cela.<br />

(E) Da cela, o incêndio foi visto pelo detento.


Interpretação e ambiguidades<br />

Acompanhe:<br />

Hoje eu tenho certeza de que você me traiu.<br />

Eu, hoje, tenho certeza de que você me traiu.<br />

Eu tenho hoje certeza de que você me traiu.<br />

Eu tenho certeza hoje de que você me traiu.<br />

Eu tenho certeza de que hoje você me traiu.<br />

Eu tenho certeza de que você me traiu hoje.


Interpretação e ambiguidades<br />

Acompanhe:<br />

Dependendo do contexto, o advérbio ao final de um período<br />

pode gerar ambiguidade. Compare:<br />

Só hoje eu percebi que você me ama.<br />

Eu só percebi que você me ama hoje.<br />

Eu percebi que você me ama hoje.<br />

Eu percebi hoje que você me ama.<br />

Eu percebi que você hoje me ama.


Interpretação e ambiguidades<br />

12. Complete as frases abaixo, evitando ambiguidades.<br />

a) Minha vizinha adora sua cachorra, porque ela<br />

_________________________________________________<br />

b) Meu namorado adora meu pé, porque ele<br />

_________________________________________________<br />

c) A criançada adora a Disney, pois ela<br />

_________________________________________________


Interpretação e ambiguidades<br />

13. Explique a ambiguidade contida na seguinte narrativa:<br />

“Ao saber que um sobrinho havia levado uma mordida, minha<br />

mulher perguntou:<br />

-Afinal, quem mordeu o Pedro?<br />

A resposta foi imediata:<br />

-Foi a cachorra da namorada do João.”<br />

_________________________________________________<br />

_________________________________________________<br />

_________________________________________________<br />

_________________________________________________<br />

_________________________________________________<br />

_________________________________________________<br />

_________________________________________________


Interpretação e ambiguidades<br />

Questões de concursos públicos - Ambiguidade<br />

1. (NCE) A colocação das palavras e das expressões na<br />

construção das frases leva, em alguns casos, a significa<strong>dos</strong><br />

diversos. À duplicidade de sentido, numa construção<br />

sintática, dá-se o nome de ambiguidade ou anfibologia. Das<br />

frases abaixo, aquela que apresenta duplicidade de sentido<br />

é:<br />

(A) A liberdade é sempre bem-vinda como um <strong>dos</strong> maiores<br />

valores.<br />

(B) A condenada, naquele presídio, discute sobre suas<br />

precárias condições.<br />

(C) O ser humano alimenta o sonho de ter liberdade.<br />

(D) Ninguém explica e ninguém entende a liberdade.<br />

(E) A conversa acontecia à luz de velas, com todo o sigilo.


Interpretação e ambiguidades


Interpretação e ambiguidades<br />

2. (CESPE/UNB) Em todas as alternativas, o problema de<br />

ambiguidade que a primeira sentença apresentava foi<br />

satisfatoriamente eliminado, quando de sua reestruturação,<br />

EXCETO:<br />

(A) A repórter deixou a cidade alarmada./ A repórter saiu da<br />

cidade alarmada.<br />

(B) O balconista atendeu o cliente nervoso./O cliente nervoso<br />

foi atendido pelo balconista.<br />

(C) Vi o rapaz com o binóculo./Através do binóculo, vi o<br />

rapaz.<br />

(D) Encontrei um velho conhecido./Encontrei um antigo<br />

conhecido.


Interpretação e ambiguidades<br />

3. (NCE) Ambiguidade ou anfibologia é a duplicidade de<br />

sentido numa construção sintática. A construção abaixo é<br />

ambígua.<br />

Vimos a paisagem do Cristo Redentor.<br />

Das frases a seguir, aquela que pode ter mais de um sentido<br />

é:<br />

(A) A irmã do meu colega separou do marido, quando ele<br />

começou a beber.<br />

(B) Respeito o meu chefe, mas não aprecio o temperamento<br />

dele.<br />

(C) O operário, depois de ser medicado, recebeu alta.<br />

(D) Discuto os valores religiosos, mas sem o apoio deles, eu<br />

não saberia viver.<br />

(E) A chuva, quando demora a cair, sentimos a falta dela.


Interpretação e ambiguidades


PROFESSOR<br />

ARENILDO DOS SANTOS<br />

arenildo@globo.com<br />

CURSO DE INTERPRETAÇÃO


Inferências: treinamento.<br />

O direito de denunciar<br />

Zeca Borges não tem o que os franceses chamam de<br />

físico do papel. Parece um senhor bonachão, tomador de<br />

chope e bom de papo. Pode até ser tudo isso — mas,<br />

principalmente, é a personificação da melhor coisa que a<br />

sociedade civil fez até hoje neste país pelo combate ao<br />

crime.<br />

Ele é o criador e administrador do Disque-Denúncia, que<br />

deu ao cidadão uma arma eficiente de colaboração com a<br />

polícia. No caso particular <strong>dos</strong> sequestros, a Secretaria de<br />

Segurança do Estado do Rio tem aproveitado a ajuda com<br />

eficiência: as grandes quadrilhas especializadas em<br />

sequestros de gente graúda foram varridas do mapa.


Inferências: treinamento.<br />

O sequestro é crime particularmente vulnerável à<br />

denúncia de cidadãos. Exige um cárcere, e isso tende a fazer<br />

com que o sequestrador se torne alvo de suspeitas. Ele é<br />

sempre um novo inquilino (não se conhecem casos de<br />

sequestradores que levem o trabalho para casa) com hábitos<br />

peculiares e pouco rotineiros. Expõe-se à desconfiança <strong>dos</strong><br />

vizinhos, e daí à denúncia é um passo.<br />

Para que os cidadãos disquem para denunciar é<br />

importante, claro, que saibam que sequestros andam<br />

acontecendo. O que ocorrerá se os meios de comunicação o<br />

informarem disso. No Rio, há muitos anos jornais e<br />

emissoras de rádio e TV decidiram não dar ouvi<strong>dos</strong> a pedi<strong>dos</strong><br />

de sigilo feitos por famílias de vítimas por exigência de<br />

sequestradores.


Inferências: treinamento.<br />

A experiência mostrou que isso não aumentava os riscos<br />

para os sequestra<strong>dos</strong>, e sim criava um risco insuportável para<br />

os bandi<strong>dos</strong>. E, literalmente, esse crime deixou de compensar.<br />

Infelizmente, isso é comprovado também pelo confronto<br />

com a atitude <strong>dos</strong> meios de comunicação de São Paulo, que<br />

não apenas atendem a to<strong>dos</strong> os pedi<strong>dos</strong> de sigilo sobre<br />

sequestros como dão pouca importância ao registro de crimes<br />

em geral. E lá, mesmo sem o problema das favelas<br />

enquistadas em to<strong>dos</strong> os cantos da cidade, crimes como o<br />

sequestro estão em alta. Cada um publica o que acha<br />

relevante, e não estou aqui para ensinar o ofício a ninguém.<br />

Mas os órgãos de comunicação de lá, se gerencia<strong>dos</strong> por<br />

pessoas inteligentes, certamente mudarão sua filosofia ante a<br />

divulgação de crimes. Luiz Garcia – O Globo, 15 de novembro de 2005.


Inferências: treinamento.<br />

1. De acordo com o que é lido no texto, pode-se afirmar que<br />

Zeca Borges:<br />

(A) é um senhor bonachão;<br />

(B) gosta de tomar chope e de papear;<br />

(C) personificou uma utopia sociedade civil;<br />

(D) criou e administra o Disque-Denúncia;<br />

(E) é um policial que merece respeito da população.


Inferências: treinamento.<br />

2. Ainda de acordo com o que é lido no texto, outra afirmativa<br />

que se pode fazer é que Zeca Borges:<br />

(A) em nada ajudou a Segurança Pública do Estado do Rio<br />

de Janeiro;<br />

(B) ajudou a diminuir o número das ocorrências criminosas<br />

no Estado do Rio de Janeiro;<br />

(C) criou o Disque-Denúncia, que inibiu, sob certo aspecto, o<br />

número de sequestros no Estado do Rio de Janeiro.<br />

(D) demonstrou que qualquer cidadão pode ter participação<br />

direta na prevenção <strong>dos</strong> crimes no Estado do Rio.<br />

(E) é solidário com a dor do povo.


Inferências: treinamento.<br />

3. Não está de acordo com as informações do texto:<br />

(A) O Disque-Denúncia tem colaborado com a polícia.<br />

(B) As quadrilhas especializadas em crimes foram eliminadas<br />

do Rio de Janeiro.<br />

(C) O Disque-Denúncia por si só não é suficiente para o<br />

combate ao sequestro.<br />

(D) No Rio de Janeiro, os meios de comunicação também<br />

têm sua participação positiva no combate a sequestros.<br />

(E) Em São Paulo, os meios de comunicação têm posturas<br />

diferentes de algumas adotadas no Rio de Janeiro.


Inferências: treinamento.<br />

4. As alternativas abaixo poderiam ser organizadas num<br />

percurso generalizador, isto é, do mais particular ao mais<br />

geral. Assinale a frase que representa o “mais geral”.<br />

(A) O Disque-Denúncia ajuda a polícia.<br />

(B) O Disque-Denúncia ajuda a polícia no combate ao crime<br />

especializado.<br />

(C) O Disque-Denúncia ajuda a polícia no combate ao crime.<br />

(D) O Disque-Denúncia ajuda a polícia no combate ao crime<br />

especializado em sequestros de pessoas importantes.<br />

(E) O Disque-Denúncia ajuda a polícia no combate ao crime<br />

especializado em sequestros de pessoas.


Inferências: treinamento.<br />

Inferir é ler nas entrelinhas, isto é, tirar conclusões a<br />

partir do que é dito no texto; explicitar o que está<br />

implícito.<br />

Mas cuidado: é comum e errôneo, em atos de<br />

inferência, extrapolar. É preciso inferir o devidamente<br />

autorizado pelo que está escrito.<br />

Em muitos casos, a inferência está calcada numa<br />

pressuposição. Assim, quando se afirma que “alguém já<br />

não fuma”, ao mesmo tempo se está passando essa<br />

informação e a inferência (pressuposição) de que “ele já<br />

fumou em outra época”.


Inferências: treinamento.<br />

5. O texto não respalda a seguinte inferência:<br />

(A) Quanto maior o período de permanência de<br />

sequestradores em um cárcere, maior é a tendência de<br />

que se tornem alvo de suspeitas.<br />

(B) Emissoras de rádio e TV levaram anos discutindo até<br />

decidirem não dar ouvi<strong>dos</strong> a pedi<strong>dos</strong> de sigilo feitos por<br />

famílias de sequestradores.<br />

(C) O sequestro de pessoas ricas e/ou famosas deixou de<br />

compensar no Rio de Janeiro.<br />

(D) Quando a imprensa não registra crimes em geral, de<br />

alguma forma ela contribui para a violência.<br />

(E) Em São Paulo, a imprensa tem por hábito a não<br />

divulgação de sequestros, o que tem incentivado a ação de<br />

sequestradores.


Inferências: treinamento.<br />

6. Em cada alternativa abaixo há uma afirmação e um<br />

pressuposto por ela autorizado, exceto:<br />

(A) O Disque-Denúncia ainda ajuda a polícia.<br />

Pressuposto: o Disque-Denúncia já ajudou a polícia.<br />

(B) Mais um caso de sequestro foi solucionado pelo Disque-<br />

Denúncia.<br />

Pressuposto: Centenas de outros casos de sequestros<br />

já foram soluciona<strong>dos</strong> pelo Disque-Denúncia.<br />

(C) O Disque-Denúncia ainda não conseguiu solucionar o<br />

problema relacionado ao tráfico de drogas.<br />

Pressuposto: O Disque-Denúncia vem tentando<br />

solucionar o problema relacionado ao tráfico de drogas.


Inferências: treinamento.<br />

(D) O Disque-Denúncia já não ajuda tanto no combate ao<br />

crime.<br />

Pressuposto: O Disque-Denúncia já ajudou mais no<br />

combate ao crime.<br />

(E) O Disque-Denúncia quer tornar mais ativa sua<br />

participação no combate à violência.<br />

Pressuposto: O Disque-Denúncia tem ativa participação<br />

no combate à violência.


Inferências: treinamento.<br />

7. No cotidiano, são várias as frases com pressupostos. Na<br />

maioria das vezes, são proferidas sem reflexão crítica;<br />

noutras, revelam preconceito, discriminação, malícia.<br />

Em que alternativa abaixo não há pressuposição negativa?<br />

(A) Ele é negro, mas tem alma branca.<br />

(B) Ele é um político, mas pode confiar nele.<br />

(C) É um negro de caráter.<br />

(D) Andam sempre juntos, mas não são namora<strong>dos</strong>.<br />

(E) Ela é uma boa moça. Não namora ninguém.


Inferências: treinamento.<br />

8. Às vezes, uma<br />

mensagem (publicitária,<br />

comercial, charge, tira,<br />

etc.) envolve imagens,<br />

as quais também<br />

precisam ser lidas e<br />

compreendidas.<br />

Observe, por<br />

exemplo, o texto ao<br />

lado:


Inferências: treinamento.<br />

Sob o ponto de vista <strong>dos</strong> “chefes”, o dito popular que mais se<br />

aproxima do que é tematizado na imagem é:<br />

(A) O que vem de baixo não me atinge.<br />

(B) A união faz a força.<br />

(C) Uma mão lava a outra.<br />

(D) Mais vale um passarinho na mão do que dois voando.<br />

(E) Do barro vieste, ao barro voltarás.


Inferências: treinamento.<br />

Vemos hoje políticos dizerem que tudo que recai sobre<br />

eles é mentira. Quando são desmenti<strong>dos</strong>, o que temos visto<br />

com muita regularidade, ninguém se desculpa. Será que a<br />

verdade sumiu da vida política?<br />

O Globo, 25 de setembro de 2005.<br />

RAUL BEZERRA COSTA FILHO (via Globo Online, 20/9), Sobradinho, DF<br />

9. Só não está de acordo com as ideias inferidas ou referidas<br />

no texto:<br />

(A) Há políticos que mentem.<br />

(B) Certamente há políticos que não mentem.<br />

(C) Pode haver políticos que não mentem.<br />

(D) Não tem sido raro provar mentiras de políticos.<br />

(E) Têm sido repetitivos os casos de políticos mentirosos.


Inferências: treinamento.


PROFESSOR<br />

ARENILDO DOS SANTOS<br />

arenildo@globo.com<br />

CURSO DE INTERPRETAÇÃO


Dedução/indução.<br />

Quando se fala em processos de raciocínio, alude-se<br />

basicamente aos indutivos e dedutivos.<br />

A indução é um processo mental que parte de raciocínios<br />

menos universais para outros mais universais. Veja:<br />

Eu sou professor.<br />

O professor é um educador.<br />

Logo, eu sou um educador.


Dedução/indução.<br />

A dedução é um processo mental que parte de<br />

raciocínios mais universais para outros menos universais.<br />

Veja:<br />

Todo professor é um educador.<br />

Eu sou professor.<br />

Logo, eu sou um educador.<br />

Silogismo: raciocínio cuja conclusão<br />

decorre logicamente de premissas.


Dedução/indução.<br />

1. Classifique cada texto a seguir como Dedutivo ou<br />

Indutivo.<br />

a) O médico afirma que o genérico “Dipirona” faz o mesmo<br />

efeito produzido pela Novalgina. Por isso, ele diz nem<br />

titubear: quando precisa prescrever algum medicamento,<br />

aconselha sempre o genérico, já que, além de não se perder<br />

em termos de qualidade, ganha-se em termos de “bolso”.


Dedução/indução.<br />

b) As pessoas ficam estarrecidas sem razão. A corrupção no<br />

Brasil nunca foi novidade. Além disso, ela não é<br />

exclusividade nossa. A corrupção está dentro do homem. Por<br />

isso, em maior ou menor grau, há corrupção em todo país do<br />

mundo. Por que no Brasil seria diferente?


Dedução/indução.<br />

c) – Ih, menina, você está gripada, encatarrada? Beba um<br />

chazinho de raiz de mangueira. Eu tomei e, no mesmo dia,<br />

pus tudo pra fora.<br />

d) – Namorei o Sífocles, ele me traiu. Depois, namorei o<br />

Bernaldo, também me traiu. Aí namorei o Afrôncio, também<br />

me traiu. Não confio mais em homem algum.


Dedução/indução.


Dedução/indução.<br />

Bastidores do poder<br />

- Veja lá o que você vai fazer, hein...<br />

- Lá vem você com essas advertências sem sentido.<br />

- Sem sentido? Com sentido. Além de você, tenho outros<br />

colegas com que me preocupar. Você é a minha amizade<br />

mais antiga. Não vá me decepcionar. Poupe-me. Quero que<br />

enxergue além do presente; ponha-se lá na frente, no futuro.<br />

Entendido?<br />

- Sei lá... É muita responsabilidade. O país está em jogo.<br />

Eu sou só um deputado que...


Dedução/indução.<br />

- ... que com a minha ajuda foi eleito. Até os mais novos<br />

têm tido mais serenidade do que você. O que está havendo?<br />

- Tá bem. ...<br />

- Está bem mesmo? Consciência tranquila?<br />

- Ah, isso é que ...<br />

- ... isso é que sim. Coloque na sua cabeça: que fiz eu?<br />

Só peguei dinheiro com empresários para financiar nossas<br />

campanhas. Só isso. Não matei, não roubei, só isso.<br />

(Crônica veiculada recentemente na Internet. Autoria desconhecida.)


Dedução/indução.<br />

1. A palavra “lá” aparece quatro vezes no texto. Ela denota,<br />

respectivamente, os seguintes senti<strong>dos</strong>:<br />

(A) realce, realce, realce e realce;<br />

(B) realce, lugar, tempo e negação;<br />

(C) realce, realce, tempo e negação;<br />

(D) realce, lugar, lugar e negação;<br />

(E) realce, lugar, tempo e realce.


Dedução/indução.<br />

2. “Além de você, tenho outros colegas com que me<br />

preocupar... Quero que enxergue além do presente;...”<br />

As ocorrências da palavra “além” nas passagens transcritas<br />

têm valores semânticos discrimina<strong>dos</strong> respectivamente em:<br />

(A) adição e transposição;<br />

(B) adição e adição;<br />

(C) exclusão e transposição;<br />

(D) adição e exclusão;<br />

(E) exclusão e adição.


Dedução/indução.<br />

3. Na última fala, a repetição de “só” visa a fortalecer a<br />

ideia de:<br />

(A) impunidade;<br />

(B) restrição;<br />

(C) inocência;<br />

(D) honestidade;<br />

(E) solidão.


Dedução/indução.<br />

4. Um julgamento atento do leitor leva-o à conclusão de<br />

que, na última fala, a estratégia argumentativa usada pelo<br />

locutor para convencer o interlocutor está calcada numa:<br />

(A) troca da causa pelo efeito;<br />

(B) simplificação exagerada;<br />

(C) generalização excessiva;<br />

(D) fuga do assunto;<br />

(E) analogia inadequada.


Dedução/indução.<br />

5. “Eu fumo porque, sempre que tento parar de fumar,<br />

tenho vontade de fumar, já que o gosto da nicotina me<br />

vem à boca.”<br />

O texto acima apresenta incoerência de sentido resultado<br />

de:<br />

(A) simplificação exagerada;<br />

(B) generalização excessiva;<br />

(C) fuga do assunto;<br />

(D) analogia inadequada;<br />

(E) confusão na relação de causa e efeito.


Dedução/indução.<br />

6. “O caixa dois para campanhas eleitorais é legítimo,<br />

legal. Ilegal é a lei que não permite algo legítimo.”<br />

O texto acima apresenta incoerência de sentido resultado<br />

de:<br />

(A) troca de causa e efeito;<br />

(B) simplificação exagerada;<br />

(C) generalização excessiva;<br />

(D) fuga do assunto;<br />

(E) analogia inadequada.


Dedução/indução.<br />

7. “– Dilma, vai falar hoje sobre a crise no PT?<br />

– Crise? Que crise? Alcançamos a melhor relação com<br />

os investidores internacionais, nos últimos vinte anos. O<br />

chamado risco Brasil tem caído significativamente. O Brasil<br />

é um país cada vez mais confiável.”<br />

Levando-se em conta o (fictício) diálogo, pode-se apontar<br />

alguma incoerência na (fictícia) resposta de<br />

Dilma, já que ela apresenta:<br />

(A) troca de causa e efeito;<br />

(B) simplificação exagerada;<br />

(C) generalização excessiva;<br />

(D) fuga do assunto;<br />

(E) analogia inadequada.


Dedução/indução.<br />

8. “Assim como, por maior que seja a tempestade, o sol<br />

torna a aparecer, persistirei na minha tranquilidade, certa de<br />

que a tempestade vai passar. Também por isso não me<br />

pronuncio sobre a crise. ”<br />

Levando-se em conta o atual contexto sociopolítico, pode-se<br />

apontar alguma incoerência na (fictícia) fala de Dilma, já que<br />

ela apresenta prioritariamente uma:<br />

(A) troca de causa e efeito;<br />

(B) simplificação exagerada;<br />

(C) generalização excessiva;<br />

(D) fuga do assunto;<br />

(E) analogia inadequada.


Dedução/indução.<br />

No Brasil existem 8 milhões de pessoas que têm<br />

diabetes. E outros 162 milhões que podem não ter.<br />

Diabetes mata mais do que a Aids. É uma doença tão<br />

grave que é a quarta causa de morte no país. A<br />

Organização Mundial de Saúde calculou que até o ano de<br />

2025 mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo<br />

sofrerão com o diabetes. E boa parte deste número serão de<br />

brasileiros.<br />

No Brasil a SBD, Sociedade Brasileira de Diabetes,<br />

criada pelos maiores especialistas em diabetologia do país,<br />

atua permanentemente no campo de prevenção e controle<br />

do diabetes.


Dedução/indução.<br />

Preste atenção: o melhor remédio para combater o<br />

diabetes e suas causas é usar a cabeça. Para mudar este<br />

quadro, você precisa mudar os hábitos alimentares e o estilo<br />

de vida. Evite a obesidade e tenha uma atividade física<br />

regular. Faça sempre a coisa certa: em caso de dúvidas,<br />

consulte um especialista. E nunca esqueça que evitar o<br />

diabetes é uma questão de bom senso.<br />

Praticar exercícios, e ter uma alimentação saudável e<br />

equilibrada: esse é o melhor caminho para viver feliz, com ou<br />

sem diabetes. Lutar contra a obesidade previne o<br />

diabetes: coma menos, caminhe mais.<br />

O Globo, 23 de novembro de 2004.


Dedução/indução.<br />

Pela natureza do texto, pode-se afirmar que seu autor<br />

pretende, prioritariamente:<br />

(A) informar<br />

(B) convencer<br />

(C) ensinar<br />

(D) prever<br />

(E) questionar


Dedução/indução.<br />

Em relação à estrutura interna, identifique o recurso linguístico<br />

utilizado para expressar um dado efeito de sentido.<br />

(A) Na segunda frase do texto, o sujeito está implícito, a fim de<br />

que haja uma ambiguidade estilística.<br />

(B) A partir do terceiro parágrafo, enfatiza-se a segunda pessoa<br />

do discurso, em tom de advertência.<br />

(C) Na primeira frase do texto, os substantivos apresentam um<br />

paralelismo de ações que se sucedem no tempo.<br />

(D) O emprego da segunda pessoa ratifica uma atitude<br />

imperativa, de ordem.<br />

(E) A divisão em parágrafos visa a tornar o texto mais<br />

persuasivo.


Dedução/indução.<br />

Assinale a alternativa que apresenta o melhor entendimento do<br />

objetivo do texto.<br />

(A) O texto pretende discutir sobre os maus hábitos<br />

alimentares.<br />

(B) O texto apresenta o exímio trabalho que a SBD, Sociedade<br />

Brasileira de Diabetes, realiza permanentemente.<br />

(C) O texto discorre sobre os males causa<strong>dos</strong> pela falta de uma<br />

atividade física regular.<br />

(D) O texto quer provar que a Aids é uma doença, na prática,<br />

menos perigosa do que o que se imagina.<br />

(E) O texto pretende advertir os leitores da necessidade de se<br />

evitar o diabetes.


Dedução/indução.<br />

"No Brasil existem 8 milhões de pessoas que têm diabetes. E<br />

outros 162 milhões que podem não ter."<br />

Com base no título transcrito, só não se pode afirmar que:<br />

(A) A primeira frase tem valor de fato; a segunda, de hipótese.<br />

(B) O número "8 milhões" deve ser entendido como número<br />

aproximado.<br />

(C) O número "162 milhões" deve ser entendido como número<br />

aproximado.<br />

(D) O texto permite inferir que "162 milhões" brasileiros podem<br />

estar com diabetes.<br />

(E) No Brasil, o número de pessoas não diabéticas ainda é<br />

muito maior do que o de pessoas diabéticas.


Dedução/indução.<br />

"Quem mudar seus hábitos alimentares não terá diabetes. O<br />

leitor mudará seus hábitos alimentares. O leitor não terá<br />

diabetes." Este silogismo, considerando-se o que é dito no<br />

texto, NÃO é verdadeiro porque:<br />

(A) as premissas não são verdadeiras.<br />

(B) um <strong>dos</strong> termos do silogismo possui ambiguidade.<br />

(C) a conclusão não é uma decorrência lógica da premissa.<br />

(D) a organização <strong>dos</strong> termos está fora da disposição padrão.<br />

(E) o autor pressupõe que haja um leitor, o qual efetivamente<br />

não existe.


Dedução/indução.<br />

FEIRA DA PROVIDÊNCIA<br />

DE 1 A 5 DE DEZEMBRO<br />

RIOCENTRO – RIO DE JANEIRO<br />

DE 12H ÀS 23H<br />

QUEM É DO BEM VAI


Dedução/indução.<br />

Dentre os silogismos inferi<strong>dos</strong> de "Quem é do bem vai", aquele<br />

cuja conclusão não tem respaldo das premissas é:<br />

(A) Quem é do bem vai. João é do bem. Então, João vai.<br />

(B) Quem é do bem vai. João não vai. Então, João é não é do<br />

bem.<br />

(C) Quem é do bem vai. João vai. Então, João é do bem.<br />

(D) Quem é do bem vai. A mãe de João é do bem. Então, a<br />

mãe de João vai.<br />

(E) Quem é do bem vai. João e seus pais são do bem. Então,<br />

João e seus pais vão.


Dedução/indução.


Dedução/indução.<br />

Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo<br />

digere, tudo acaba.<br />

Atreve-se o tempo a colunas de mármore, quanto mais a<br />

corações de cera! São as afeições como as vidas, que não há<br />

mais certo sinal de haverem de durar pouco, que terem durado<br />

muito. São como as linhas, que partem do centro para a<br />

circunferência, que, quanto mais continuadas, tanto menos<br />

unidas. Por isso os antigos sabiamente pintaram o amor<br />

menino; porque não há amor tão robusto que chegue a ser<br />

velho.<br />

A razão natural de toda essa diferença é porque o tempo<br />

tira a novidade às coisas, descobre-lhe os defeitos, enfastia-lhe<br />

o gosto, e basta que sejam usadas para não serem as<br />

mesmas. Gasta-se o ferro com o uso, quanto mais o amor.<br />

Padre Antônio Vieira


Dedução/indução.<br />

O texto acima, por sua estrutura e conteúdo, deve ser<br />

prioritariamente classificado como:<br />

(A) expositivo com raciocínio indutivo;<br />

(B) argumentativo com raciocínio dedutivo;<br />

(C) informativo, apesar de parcial;<br />

(D) didático com forte caráter conativo;<br />

(E) referencial, predominando a razão.


Dedução/indução.<br />

O raciocínio que melhor sintetiza as ideias do autor é:<br />

(A) O tempo acaba com qualquer doença. / O amor é uma<br />

doença. / Logo, o tempo acaba com o amor.<br />

(B) O tempo transforma tudo. / Logo, o tempo transforma o amor.<br />

(C) O tempo age sobre qualquer sentimento./ O amor é um<br />

sentimento. / Logo, o tempo age sobre o amor.<br />

(D) O tempo é mais forte do que o amor./ Logo, o amor é mais<br />

fraco que o tempo.<br />

(E) Nada resiste ao tempo. / Amor, porém, não é nada, mas sim<br />

tudo. / Logo, o amor resiste ao tempo.


Dedução/indução.


PROFESSOR<br />

ARENILDO DOS SANTOS<br />

arenildo@globo.com<br />

CURSO DE INTERPRETAÇÃO


Interpretação textual: treinamento .<br />

A cultura me deprime<br />

"Um <strong>dos</strong> sintomas mais evidentes da pobreza cultural de<br />

nosso tempo é o interesse pelos anos 60 e 70, um <strong>dos</strong><br />

perío<strong>dos</strong> mais abomináveis da história da humanidade"<br />

Eu mexo com cultura. Tanto faz se sou bom ou ruim no<br />

meu trabalho. O que importa é que, nos últimos vinte anos,<br />

só me ocupei disso, como autor e como crítico.<br />

Assombrosamente, até arrumei um jeito de ganhar a vida<br />

com cultura. É por isso que me deprime constatar que se<br />

trata do ambiente mais pobre que existe. O mais irrelevante.<br />

O mais oco. O mais fútil.


Interpretação textual: treinamento .<br />

A imprensa é um bom parâmetro para medir a pobreza do<br />

ambiente. Por zelo profissional, sempre folheio os cadernos<br />

de cultura <strong>dos</strong> principais jornais do país. De uns dez dias<br />

para cá, deparei com as seguintes matérias de capa: Juca de<br />

Oliveira, depois do sucesso de seu papel como o cientista<br />

Albieri, em O Clone, está escrevendo uma peça sobre a vida<br />

caipira. Agora já é possível comprar em DVD preciosidades<br />

como Buffy – A Caça-Vampiros e Arquivo X. Erasmo Carlos e<br />

Wanderléa voltam a se apresentar juntos. O autor do filme<br />

Hedwig, "a história de um transexual caído em desgraça,<br />

numa jornada em busca de plenitude", concede uma<br />

entrevista telefônica.


Interpretação textual: treinamento .<br />

Lendo os exemplos acima, você pode achar que os<br />

únicos culpa<strong>dos</strong> pelo descrédito da cultura são os editores<br />

<strong>dos</strong> jornais brasileiros. Mas o problema é muito mais amplo.<br />

Dê uma olhada na imprensa estrangeira. O jornal inglês The<br />

Guardian destaca a volta do grupo pop Status Quo. O jornal<br />

francês Le Monde exalta os filmes de série B americanos. A<br />

revista americana Time fala do sucesso <strong>dos</strong> programas<br />

inspira<strong>dos</strong> no velho Namoro na TV. A revista inglesa The<br />

Economist acredita que, hoje em dia, há mais criatividade na<br />

TV do que no cinema.


Interpretação textual: treinamento .<br />

Um <strong>dos</strong> sintomas mais evidentes da pobreza cultural de nosso<br />

tempo é o interesse despertado pelos anos 60 e 70, um <strong>dos</strong><br />

perío<strong>dos</strong> mais abomináveis da história da humanidade. Nos<br />

jornais, encontrei reportagens sobre o grupo Velvet Underground e<br />

Jerry Lewis, sobre o movimento artístico Fluxus e o retorno à moda<br />

do skate. Nessa onda <strong>dos</strong> anos 60 e 70, até o artista plástico<br />

brasileiro Hélio Oiticica foi reexumado, merecendo um artigo<br />

supostamente elogioso no New York Times: "Oiticica pretendia ser<br />

um Andy Warhol brasileiro... Sua arte revela uma ingenuidade que<br />

é ao mesmo tempo encantadora e anacronística... Pode soar<br />

antiquado, mas, naquele tempo, e especialmente de onde ele<br />

vinha, tudo isso era radical e novo". Traduzindo: só num lugar<br />

primitivo como o Brasil um imitador como Oiticica podia ser<br />

considerado um inovador.


Interpretação textual: treinamento .<br />

Numa semana em que jornais do mundo inteiro debatiam as<br />

bombas no Oriente Médio, a crise econômica na América Latina,<br />

a iminência de um segundo surto recessivo nos Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>,<br />

as conversas de paz entre as duas Coreias, o fim da guerra civil<br />

sudanesa e a possível descoberta da proteína que causa a<br />

metástase do câncer, as páginas de cultura não forneceram um<br />

único assunto que valesse dez minutos de conversa<br />

despretensiosa, numa mesa de restaurante. O ambiente cultural<br />

se acostumou à ideia de que não tem nada de relevante para<br />

acrescentar à realidade. Esse papel passou a ser cumprido<br />

sobretudo pelos economistas, que cultivam o gosto pela<br />

polêmica e pelo paradoxo, gerando as melhores discussões na<br />

sociedade. Quanto à cultura, tornou-se um blefe.<br />

Diogo Mainardi Veja, Edição 1 764 - 14 de agosto de 2002


Interpretação textual: treinamento .<br />

1. O texto apresenta uma tese (ideia principal) que é<br />

basicamente a seguinte:<br />

(A) Considerando-se os setores que constituem uma sociedade,<br />

o cultural é, em geral, o que apresenta mais pobreza.<br />

(B) No Brasil, em especial, a imprensa serve de parâmetro para<br />

medir a pobreza cultural em vigor.<br />

(C) Culturalmente, nossa época não consegue alcançar o<br />

brilhantismo <strong>dos</strong> anos 60 e 70; daí, estes serem sempre<br />

lembra<strong>dos</strong>.<br />

(D) O interesse atual pelos anos 60 e 70 denota certo<br />

empobrecimento cultural no Brasil e em alguns outros<br />

expoentes do mundo.<br />

(E) Não há nada, hoje em dia, que garanta uma boa conversa<br />

num restaurante.


Interpretação textual: treinamento .<br />

2. Das alternativas a seguir, a única cujo conteúdo é confirmado<br />

pelo texto é:<br />

(A) Pelo primeiro parágrafo, sabe-se que o autor se sente<br />

deprimido, porque tem consciência de suas limitações<br />

profissionais, numa época de intensa pobreza cultural.<br />

(B) Pelo segundo parágrafo, conclui-se que o autor considera<br />

Juca de Oliveira um mau ator.<br />

(C) Pelo segundo parágrafo, pode-se inferir que Erasmo Carlos<br />

e Wanderléa já se apresentaram juntos.<br />

(D) Ainda em relação ao segundo parágrafo, pode-se inferir que<br />

o autor do filme Hedwig não concede entrevistas pessoalmente.<br />

(E) Pelo terceiro parágrafo, conclui-se que o Brasil não está<br />

isolado em relação à pobreza cultural.


Interpretação textual: treinamento .<br />

3. Assinale a alternativa que não respeita relação de<br />

causa/efeito presente no texto.<br />

(A) A pobreza cultural é a causa da depressão do autor.<br />

(B) O interesse pelos anos 60 e 70 é a causa da pobreza<br />

cultural de nosso tempo.<br />

(C) Ser autor e crítico é a causa de o autor do texto ter lidado<br />

com cultura nos últimos vinte anos.<br />

(D) Ater-se à imprensa brasileira seria a causa da impressão,<br />

por parte do leitor, de a pobreza cultural ser restrita ao Brasil.<br />

(E) Oiticica só foi considerado inovador graças ao<br />

primitivismo do Brasil.


Interpretação textual: treinamento .<br />

4. “O que importa é que, nos últimos vinte anos, só me<br />

ocupei disso, como autor e como crítico.” O pronome<br />

demonstrativo “isso”, sublinhado na frase transcrita, tem, no<br />

discurso, a seguinte função anafórica:<br />

(A) atualiza a palavra “trabalho”.<br />

(B) antecipa as ideias expostas em “autor” e “crítico”.<br />

(C) retoma a palavra “cultura”.<br />

(D) refere-se aos “últimos vinte anos”.<br />

(E) antecipa a expressão “como autor e como crítico”.


Interpretação textual: treinamento .<br />

5. "Um <strong>dos</strong> sintomas mais evidentes da pobreza cultural de<br />

nosso tempo é o interesse pelos anos 60 e 70, um <strong>dos</strong><br />

perío<strong>dos</strong> mais abomináveis da história da humanidade" A<br />

única inferência em desacordo com o subtítulo do texto é:<br />

(A) Nosso tempo é pobre em termos de cultura.<br />

(B) Há mais de um sintoma evidente da pobreza cultural<br />

hodierna.<br />

(C) Quem se interessa pelos anos 60 e 70 é pobre<br />

culturalmente.<br />

(D) A história da humanidade apresenta varia<strong>dos</strong> momentos<br />

abomináveis culturalmente, dentre os quais os anos 60 e 70.<br />

(E) Os anos 60 e 70 foram pobres culturalmente.


Interpretação textual: treinamento .<br />

6. "Esse papel passou a ser cumprido sobretudo pelos<br />

economistas, que cultivam o gosto pela polêmica e pelo<br />

paradoxo, gerando as melhores discussões na sociedade.<br />

Quanto à cultura, tornou-se um blefe." “Esse papel” se<br />

refere a quê?<br />

(A) Acrescentar ideias à realidade.<br />

(B) Menção de fatos relevantes.<br />

(C) O papel <strong>dos</strong> economistas.<br />

(D) Tornar-se um blefe.<br />

(E) Criar discussões.


Interpretação textual: treinamento .<br />

7. No texto, o terceiro parágrafo tem a seguinte finalidade<br />

básica, em relação ao segundo:<br />

(A) contestar informações contidas no segundo parágrafo.<br />

(B) estabelecer um diálogo com o leitor, para quebrar a<br />

formalidade ocorrida no segundo parágrafo.<br />

(C) dar um enfoque transnacional ao problema tematizado.<br />

(D) fornecer exemplos das afirmativas contidas no segundo<br />

parágrafo.<br />

(E) contradizer a parte essencial do parágrafo anterior.


Interpretação textual: treinamento .<br />

8. No último parágrafo, o autor utiliza varia<strong>dos</strong> recursos para<br />

reforçar sua tese. Dos recursos relaciona<strong>dos</strong> a seguir, o que<br />

menos contribui para a intenção do autor é:<br />

(A) seriação de fatos sociais relevantes.<br />

(B) alusão a fatos de um contexto presente e imediato.<br />

(C) referência aos economistas, criadores de polêmicas.<br />

(D) usar um substantivo depreciativo em relação à cultura.<br />

(E) referir-se aos restaurantes como antigos palcos de<br />

discussões culturais.


Interpretação textual: treinamento .<br />

9. Das frases do último parágrafo, a que sintetiza a tese do autor e<br />

prioriza sua mensagem é:<br />

(A) “Numa semana em que jornais do mundo inteiro debatiam as<br />

bombas no Oriente Médio, a crise econômica na América Latina,<br />

[...], o fim da guerra civil sudanesa e a possível descoberta da<br />

proteína que causa a metástase do câncer,...<br />

(B) “...as páginas de cultura não forneceram um único assunto que<br />

valesse dez minutos de conversa despretensiosa, numa mesa de<br />

restaurante.”<br />

(C) “O ambiente cultural se acostumou à idéia de que não tem nada<br />

de relevante para acrescentar à realidade.”<br />

(D) “Esse papel passou a ser cumprido sobretudo pelos<br />

economistas, que cultivam o gosto pela polêmica e pelo paradoxo,<br />

gerando as melhores discussões na sociedade.<br />

(E) “Quanto à cultura, tornou-se um blefe.”


Interpretação textual: treinamento .


PROFESSOR<br />

ARENILDO DOS SANTOS<br />

arenildo@globo.com<br />

CURSO DE INTERPRETAÇÃO


Interpretação textual: paráfrases.<br />

Os diferentes estilos<br />

Narra-se aqui, em diferentes modalidades de estilo, um<br />

fato comum da vida carioca, a saber: o corpo de um homem<br />

de quarenta anos presumíveis é encontrado de madrugada<br />

pelo vigia de uma construção, à margem da Lagoa Rodrigo<br />

de Freitas, não existindo sinais de morte violenta.<br />

Estilo interjetivo- Um cadáver! Encontrado em plena<br />

madrugada! Em pleno bairro de Ipanema! Um homem<br />

desconhecido! Coitado! Menos de quarenta anos! Um que<br />

morreu quando a cidade acordava! Que pena!


Interpretação textual: paráfrases.<br />

Estilo colorido- Na hora cor-de-rosa da aurora, à<br />

margem da cinzenta Lagoa Rodrigo de Freitas, uma via de<br />

cor preta encontrou o cadáver de um homem branco, cabelos<br />

louros, olhos azuis, trajando calça amarela, casaco pardo,<br />

sapato marrom, gravata branca com bolinhas azuis. Para<br />

este o destino foi negro.


Interpretação textual: paráfrases.<br />

Estilo antimunicipalista- Quando mais um dia de<br />

sofrimentos e desmando nasceu para esta cidade tão mal<br />

governada, nas margens imundas, esburacadas e fétidas da<br />

Lagoa Rodrigo de Freitas, e em cujos arredores falta água há<br />

vários meses, sem falar nas freqüentes mortandades de<br />

peixes já famosas, o vigia de uma construção (já permitiram,<br />

por baixo do pano, a ignominiosa elevação de gabarito em<br />

Ipanema) encontrou o cadáver de um desgraçado morador<br />

desta cidade sem policiamento. Como não podia deixar de<br />

ser, o corpo ficou ali entregue às moscas que pululam<br />

naquele foco de epidemias. Até quando?


Interpretação textual: paráfrases .<br />

Estilo reacionário- Os moradores da Lagoa Rodrigo de<br />

Freitas tiveram nesta manhã de hoje o profundo desagrado<br />

de deparar com o cadáver de um vagabundo que foi logo<br />

escolher para morrer (de bêbado) um <strong>dos</strong> bairros mais<br />

elegantes desta cidade, como se já sabe não bastasse para<br />

enfear aquele local uma sórdida favela que nos envergonha<br />

aos olhos <strong>dos</strong> americanos que nos visitam ou que nos dão a<br />

hora de residir no Rio.


Interpretação textual: paráfrases .<br />

Estilo preciosista- No crepúsculo matutino de hoje,<br />

quando fulgia solitária e longínqua a Estrela-d´Alva, o<br />

atalaia(vigia)* de uma construção civil, que perambulava<br />

insone pela orla sinuosa e murmurante de uma lagoa serena,<br />

deparou com a atra(sombria)* e lúrida (escura)* visão de um<br />

ignoto(ignorado)* e gélido(gelado)* ser humano, já<br />

eternamente sem o hausto(trago,gole)* que vivifica.<br />

* Os significa<strong>dos</strong> não integram o texto original.


Interpretação textual: paráfrases.<br />

Estilo Nelson Rodrigues - Usava gravata cor de<br />

bolinhas azuis e morreu!<br />

Estilo sem jeito - Eu queria ter o dom da palavra, o gênio<br />

de Rui e o estro(talento)* de um Castro Alves, para descrever<br />

o que se passou na manhã de hoje. Mas não sei escrever,<br />

porque nem todas as pessoas que têm sentimentos são<br />

capazes de expressar esse sentimento. Mas eu gostaria de<br />

deixar, ainda que sem brilho literário, tudo aquilo que senti.<br />

Não sei se cabe aqui a palavra sensibilidade. Talvez não<br />

caiba. Talvez seja uma tragédia. Não sei escrever, mas o<br />

leitor poderá perfeitamente imaginar o que foi isso. Triste,<br />

muito triste. Ah, se eu soubesse escrever.<br />

* O significado não integra o texto original.


Interpretação textual: paráfrases.<br />

Estilo feminino -Imagina você, Tutsi, que ontem eu fui<br />

ao Sacha´s, legalíssimo, e dormi de tarde. Com o Tony. Pois<br />

logo hoje, minha filha, que eu estava exausta e tinha hora<br />

marcada no cabeleireiro, e estava também querendo dar uma<br />

passada na costureira, acho mesmo que vou fazer aquele<br />

plissadinho, como a Teresa, o Roberto resolveu me telefonar<br />

quando eu estava no melhor do sono. Mas o que era mesmo<br />

que eu queria te contar? Ah, menina, quando eu olhei da<br />

janela, vi uma coisa horrível, um homem morto lá na beira da<br />

Lagoa. Estou tão nervosa! Logo eu que tenho horror a gente<br />

morta!<br />

Paulo Mendes Campos


Interpretação textual: paráfrases.<br />

1. A essência estrutural do texto, de Paulo Mendes Campos,<br />

é a:<br />

(A) paródia<br />

(B) paráfrase<br />

(C) estilização única<br />

(D) irregularidade de focos narrativos<br />

(E) dissertação


Interpretação textual: paráfrases.<br />

2. Nos estu<strong>dos</strong> da Retórica, dá-se, em geral, o nome de<br />

Circunlóquio ao rodeio de palavras, caracterizando<br />

inobjetividade do autor, ainda que este, em nenhum<br />

momento, se perca do que quer explanar. Dentre os<br />

"estilos" de Paulo M. Campos, o que melhor exemplifica uma<br />

circunlocução é o:<br />

(A) antimunicipalista<br />

(B) colorido<br />

(C) sem jeito<br />

(D) feminino<br />

(E) preciosista


Interpretação textual: paráfrases.<br />

3. Nos estu<strong>dos</strong> da Retórica, dá-se, em geral, o nome de<br />

Digressão à fuga do tema que o autor se propôs explanar.<br />

Dentre os "estilos" de Paulo M. Campos, o que melhor<br />

exemplifica uma digressão é o:<br />

(A) colorido<br />

(B) reacionário<br />

(C) interjetivo<br />

(D) feminino<br />

(E) preciosista


Interpretação textual: paráfrases.<br />

4. Dentre os estilos de Paulo Mendes Campos, apresentam<br />

interlocução explícita os estilos:<br />

(A) interjetivo e colorido<br />

(B) reacionário e preciosista<br />

(C) Nelson Rodrigues e sem jeito<br />

(D) sem jeito e feminino<br />

(E) preciosista e sem jeito


Interpretação textual: paráfrases.<br />

4. Dentre os estilos de Paulo Mendes Campos, apresentam<br />

interlocução explícita os estilos:<br />

(A) interjetivo e colorido<br />

(B) reacionário e preciosista<br />

(C) Nelson Rodrigues e sem jeito<br />

(D) sem jeito e feminino<br />

(E) preciosista e sem jeito


Interpretação textual: paráfrases.


PROFESSOR<br />

ARENILDO DOS SANTOS<br />

arenildo@globo.com<br />

CURSO DE INTERPRETAÇÃO


Intertextualidade: texto 1.<br />

Casal Moderno. Tanto que competiam profissionalmente.<br />

Advoga<strong>dos</strong>, tinham escritórios separa<strong>dos</strong>. Os filhos cria<strong>dos</strong>,<br />

etc. E um acordo: fidelidade, sim, mas sem exagero. Se ela<br />

quisesse ter, como dizia, experiências extracelulares, tudo bem,<br />

desde que fosse discreta. Ele também. Mas ela se escandalizou<br />

quando soube que a amante dele era um travesti.<br />

- Um travesti?<br />

- Quem foi que te contou?<br />

- Não interessa.<br />

- Você podia ter me poupado essa.<br />

- Estou sendo discreto. Foi o nosso trato.<br />

- Mas um travesti!<br />

- Olhe...<br />

- Não quero ouvir.


Intertextualidade: texto 1.<br />

Durante dias, semanas, ela nem olhou para ele. Seu<br />

pânico era que os filhos descobrissem. Ou alguém do seu<br />

círculo de amigos. Mas o escândalo não se alastrou. Pelo<br />

menos isto. Um dia, quando se encontraram no café da<br />

manhã, ela perguntou:<br />

- Continua?<br />

- Continuo.<br />

- Qual é a explicação? Hein? Me explica!!<br />

- É que...<br />

- Eu não quero ouvir.<br />

Mas ele insistiu. Contou, então, que Dafne...<br />

- O quê?


Interpretação textual: paráfrases.<br />

- Dafne. É uma pessoa muito terna, muito simples, que<br />

faz tudo por mim. Montei um apartamento para ela. Ela passa<br />

o dia no apartamento, só pensando em coisas para me fazer<br />

feliz. Adora o trabalho doméstico. Cozinha que é uma<br />

beleza. Adora roupa de baixo bem rendada e perfume.<br />

Nunca discute comigo. É boba, frívola, vai<strong>dos</strong>a, e eu a amo...<br />

- Mas, mas, mas ... por que você foi procurar um homem?<br />

- Você não entende? Eu não fui procurar um homem. Fui<br />

procurar uma mulher. E finalmente encontrei.<br />

Ele não era homossexual... Era sau<strong>dos</strong>ista.<br />

Luiz Fernando Verissimo


Intertextualidade: texto 1.<br />

1. Uma passagem que apresenta discurso nitidamente<br />

informal é:<br />

A) "Durante dias, semanas, ela nem olhou para ele. Seu<br />

pânico era que os filhos descobrissem."<br />

(B) "Ou alguém do seu círculo de amigos. Mas o escândalo<br />

não se alastrou."<br />

(C) “-Dafne. É uma pessoa muito terna, muito simples, que<br />

faz tudo por mim."<br />

(D) "Cozinha que é uma beleza."<br />

(E) "É boba, frívola, vai<strong>dos</strong>a, e eu a amo..."


Intertextualidade: texto 1.<br />

2. NÃO está adequadamente caracterizado como fator de<br />

coesão textual:<br />

(A) "Durante dias, semanas, ela nem olhou para ele." –<br />

operador sequencial, com função de garantir progressão<br />

temática.<br />

(B) "Seu pânico era que os filhos descobrissem. " - função<br />

referencial anafórica.<br />

(C) "Ou alguém do seu círculo de amigos." - função referencial<br />

catafórica.<br />

(D) "Um dia, quando se encontraram no café da manhã, ela<br />

perguntou: (...)" – sequenciador temporal, com função de<br />

garantir progressão temática.<br />

(E) "- Qual é a explicação? Hein? Me explica!!" – marcador<br />

conversacional, com função reiterativa.


Intertextualidade: texto 1.<br />

3. “- Mas, mas, mas ... por que você foi procurar um<br />

homem? Ao repetir o conectivo “Mas”, o autor enfatiza a<br />

ideia de:<br />

(A) ódio<br />

(B) perplexidade<br />

(C)seriedade<br />

(D)angústia<br />

(E) desdém


Intertextualidade: texto 2.<br />

Gostaria de saber quem foi a mentecapta, a matriz das<br />

feministas que teve a infeliz ideia de reivindicar direitos à<br />

mulher e por que ela fez isso conosco, que nascemos depois<br />

dela. Estava tudo tão bom no tempo das nossas avós, elas<br />

passavam o dia a bordar, a trocar receitas com as amigas,<br />

ensinando-se mutuamente segre<strong>dos</strong> de molhos e<br />

temperos, de remédios caseiros, lendo bons livros das<br />

bibliotecas <strong>dos</strong> mari<strong>dos</strong>, decorando a casa, podando árvores,<br />

plantando flores, colhendo legumes das hortas, educando<br />

crianças, frequentando saraus, a vida era um grande curso<br />

de artesanato, medicina alternativa e culinária.


Intertextualidade: texto 2.<br />

Aí vem uma fulaninha qualquer que não gostava de sutiã<br />

tampouco de espartilho, e contamina várias outras rebeldes<br />

inconsequentes com ideias mirabolantes sobre "vamos<br />

conquistar o nosso espaço". Não aguento mais ser obrigada<br />

ao ritual diário de fazer escova, maquiar, passar hidratantes,<br />

escolher que roupa vestir, que sapatos, acessórios, que<br />

perfume combina com o meu humor, etc. etc.<br />

Chega, eu quero alguém que pague as minhas contas,<br />

abra a porta para eu passar, puxe a cadeira para eu sentar,<br />

me mande flores com cartões cheios de poesia, faça<br />

serenatas na minha janela,...<br />

Estou abdicando do meu posto de mulher moderna; troco<br />

pelo de Amélia.<br />

Ana Kessler http://www.descontrolada2280.blogger.com.br/texto%20tri.doc


Intertextualidade: texto 3.<br />

Amélia (Mário Lago e Ataulfo Alves)<br />

Nunca vi fazer tanta exigência, nem fazer o que você me<br />

faz. Você não sabe o que é consciência. Não vê que eu sou<br />

um pobre rapaz? Você só pensa em luxo e riqueza, tudo o<br />

que você vê, você quer .<br />

Ai, meu Deus, que saudades da Amélia; aquilo sim é que<br />

era mulher. Às vezes passava fome ao meu lado. E achava<br />

bonito não ter o que comer.<br />

E quando me via contrariado, dizia: Meu filho, o que se há<br />

de fazer?<br />

Amélia não tinha a menor vaidade. Amélia é que era<br />

mulher de verdade.


Intertextualidade: texto 3.<br />

Amélia (Mário Lago e Ataulfo Alves)<br />

Nunca vi fazer tanta exigência, nem fazer o que você me<br />

faz. Você não sabe o que é consciência. Não vê que eu sou<br />

um pobre rapaz? Você só pensa em luxo e riqueza, tudo o<br />

que você vê, você quer .<br />

Ai, meu Deus, que saudades da Amélia; aquilo sim é que<br />

era mulher. Às vezes passava fome ao meu lado. E achava<br />

bonito não ter o que comer.<br />

E quando me via contrariado, dizia: Meu filho, o que se há<br />

de fazer?<br />

Amélia não tinha a menor vaidade. Amélia é que era<br />

mulher de verdade.


PROFESSOR<br />

ARENILDO DOS SANTOS<br />

arenildo@globo.com<br />

CURSO DE INTERPRETAÇÃO


Interpretação textual: crônica dissertativa.<br />

Água mole em pedra dura<br />

Não há como ser um policial íntegro – inteiramente<br />

íntegro mesmo – sobretudo aqui, onde a estrutura social é<br />

marcada pela corrupção.<br />

Se a ponta do iceberg resistir, não há garantia de que não<br />

haverá ilicitude no processo. Um policial da rua, por<br />

exemplo, flagra um motorista embriagado. Este – por hábito<br />

social tão forte quanto o de pechinchar – dá-lhe uma cantada:<br />

“Como podemos resolver isto?”, “Quebra essa pra mim.”, etc.<br />

E o policial acaba ...


Interpretação textual: crônica dissertativa.<br />

Não. Resiste. E, por desacato à autoridade (o<br />

embriagado desrespeitou e xingou), leva-o à delegacia.<br />

Chega o delegado. Conversa vai, conversa vem. E o<br />

delegado pensa, e pensa, e coça a cabeça. Pensa em<br />

aceitar, está perto disso e acaba resistindo. “Eu vou ao<br />

Sérgio Cabral. Até ao Lula, se for preciso.” A tentativa de<br />

intimidação não colou. Desacatado, mandou o escrivão<br />

registrar tudo. Entra um advogado no circuito. Conversa<br />

daqui, mais um pouco dali. Nada. Até então, nada. O tempo<br />

passa, e nada. Nada mesmo. Onde se interrompeu a<br />

corrente? Quando ela foi interrompida? Quem a<br />

interrompeu? Talvez lá no outro extremo.


Interpretação textual: crônica dissertativa.<br />

Aquele policial da rua torna a flagrar o motorista<br />

embriagado; tão embriagado que não o reconhece. “Vamos<br />

resolver isto aqui.” O policial, sim, o reconhece: fica cismado,<br />

interrogativo, tenta lembrar-se do ocorrido, do desfecho, mas<br />

segue o procedimento. “Conheço o Sérgio”, argumenta o<br />

embriagado. E o policial acaba ...


Interpretação textual: crônica dissertativa.<br />

Não resiste. Assim é esta cidade, talvez o maior palco de<br />

corrupção deste país, nestes tempos cada vez piores de<br />

mensalões e de arrudas.<br />

Saudades do meu Rio. Joseph David.<br />

Crônicas da Academia. (Texto adaptado - 02/12/ 09.)


Interpretação textual: crônica dissertativa.<br />

1. O título do texto reproduz, parcialmente, certo adágio<br />

popular que tem como ideia prioritária no texto:<br />

(A) a perseverança<br />

(B) a resistência ilimitada<br />

(C) os limites da razão humana<br />

(D) a quebra da resistência<br />

(E) a fé


Interpretação textual: crônica dissertativa.<br />

2. O primeiro parágrafo é constituído de um único período,<br />

que apresenta basicamente:<br />

(A) a tese desacompanhada de qualquer argumento.<br />

(B) a tese acompanhada de um argumento.<br />

(C) a antítese acompanhada de um argumento.<br />

(D) um questionamento reflexivo e indagador.<br />

(E) uma pequena narração ilustrativa.


Interpretação textual: crônica dissertativa.<br />

3. Julgue as afirmativas abaixo acerca das ideias veiculadas no<br />

texto:<br />

I. O autor afirma que todo o estado do Rio de Janeiro é<br />

marcado significativamente pela corrupção.<br />

II. O autor sugere que, em se tratando de estado de Rio de<br />

Janeiro, apenas a cidade do Rio de Janeiro é marcada pela<br />

corrupção.<br />

III. O autor sugere que a corrupção ocorre não só no estado do<br />

Rio de Janeiro.<br />

IV. O autor sugere que a corrupção chegou a um nível de<br />

irreversibilidade no Brasil.<br />

O número de afirmativas corretas é igual a:<br />

(A) 0 (B) 1 (C) 2 (D) 3 (E) 4


Interpretação textual: crônica dissertativa.<br />

4. Para defender sua tese, o autor se vale de uma sequência<br />

(A) inteiramente dissertativa, estabelecendo relações de causa e<br />

efeito por meio de uma série de considerações pessoais.<br />

(B) narrativa, envolvendo uma situação hipotética que deve ser<br />

entendida como reprodução de fato frequente.<br />

(C) expositiva, pois descreve um fato real, devidamente calcado<br />

em diversas pesquisas de opinião e em estatísticas criminais.<br />

(D) inteiramente descritiva, pois o autor dá o retrato de uma<br />

situação sem fluxo temporal.<br />

(E) inteiramente formal, com linguagem nem sempre acessível<br />

ao cidadão comum.


Interpretação textual: crônica dissertativa.<br />

5. Para defender sua tese, o autor se vale de uma sequência<br />

(A) inteiramente dissertativa, estabelecendo relações de causa e<br />

efeito por meio de uma série de considerações pessoais.<br />

(B) narrativa, envolvendo uma situação hipotética que deve ser<br />

entendida como reprodução de fato frequente.<br />

(C) expositiva, pois descreve um fato real, devidamente calcado<br />

em diversas pesquisas de opinião e em estatísticas criminais.<br />

(D) inteiramente descritiva, pois o autor dá o retrato de uma<br />

situação sem fluxo temporal.<br />

(E) inteiramente formal, com linguagem nem sempre acessível<br />

ao cidadão comum.


Interpretação textual: crônica dissertativa.

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