Livro Contadores de Histórias Encantadas

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O papagaio e o tamanduá Há muito tempo, a Amazônia estava em um período de muita chuva. Tudo estava alagado e para os animais não serem levados tiveram que subir ao ponto mais alto da floresta. Lá havia cinco animais: um tamanduá, um papagaio, um sapo, um caracol e um mosquito. Quando as chuvas pararam, eles desceram rapidamente. Quando chegaram, o papagaio disse: - Está tudo sem cor. Até minhas penas estão brancas. Depois, o sapo falou: - Pelo menos agora você não vai mais se exibir. O papagaio, então, não gostou nada e disse: - Olha como fala comigo, seu sapo bobão. O sapo respondeu: - Posso ser bobão, mas sou inteligente. Já não basta a confusão em que estamos? Isso mesmo - disse o caracol-, a floresta está sem cor, esqueceram? Tem razão – disse o sapo - temos que pintar a floresta logo. Alguém tem alguma idéia? Mosquito, tem alguma idéia? - perguntou o tamanduá. Mas o mosquito não tinha nenhuma idéia. O sapo disse: - Podemos pedir tinta mágica à deusa da floresta para pintarmos todos juntos. É isso aí! - disse o caracol. Então, o sapo muito orgulhoso falou: - Viu, papagaio, eu também sou inteligente. Então, o papagaio retrucou: - Para que pedir tinta se ela mesma poderia pintar? Deixa de ser preguiçoso! - disse o tamanduá. Então, tudo ficou resolvido. Todos foram pegar as tintas. Apenas o papagaio insistia em dizer que não ia ajudar. Mas, no outro dia, foi o primeiro a pegar o pincel e as tintas. Vamos trabalhar! - disse o papagaio. Tudo bem –falou o tamanduá. Mas o papagaio fez uma bagunça danada. Quando os outros voltaram, avistaram o desperdício. Ficaram revoltados e expulsaram o papagaio da floresta. No outro dia, a floresta estava toda pintada. O tamanduá fez uma grande festa para comemorar e, é claro, o papagaio não foi convidado. Então, ele resolveu se vingar. Levou um pau e deu para o tamanduá dizendo que era uma flauta. Quando o tamanduá colocou o focinho, ficou preso. Os outros animais se aproximaram e puxaram o pau com tanta força que o focinho do tamanduá cresceu. E com a força que tiraram o pau acertaram o bico do papagaio que ficou torto para sempre. E por causa da sua maldade a deusa da floresta fez com que o papagaio só repetisse o que os outros falassem. O feitiço se voltou contra o feiticeiro. 42 Antônio Victor do Nascimento Silva 10 anos, 5° ano EEF Celina Sá Morais Professora Janne Mary Soares Sampaio Caucaia - CE 43
44 Helkimari Gomes Cardoso Rizzo 10 anos, 4° ano EE Chácara Flórida II Professora Andréia Aparecida Dadario Embu-Guaçu - SP A velha urso e o Uma velha estava com vontade de comer carne. Tentou caçar de qualquer jeito qualquer animal que por ali passasse, mas sempre dava errado. Um dia, tentou caçar um urso. Colocou um pote de mel no chão e ficou olhando. Passou dias e noites esperando o urso chegar, até que chegou. O urso desmaiou com o veneno que a velha tinha misturado no mel, mas o efeito do veneno só durava por dez minutos. A velha, com muita pressa, pegou o urso e o levou para a cozinha. Estava tão faminta que o comeu do jeito que estava. Algum tempo depois, já satisfeita, ouviu uma voz desesperada que vinha de sua barriga. - Quero sair! - Sai pela boca – disse a velha. - Não tem cuspe! Quero sair! - Sai pelo ouvido. - Não tem cera! Quero sair! A velha estufou, estufou e... pummmmmmmmmm!!! O urso pegou um violão e saiu cantando: - Eu vi a bunda da velha rá, rá, rá! 45
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