Movimentos Sociais e Processos de Resistência na ... - PROEALC

Estratégia
Após adiantar as eleições em quatro meses, sob a justificativa de encurtar o
debate político para enfrentar a crise econômica, o governo tornou pública sua
estratégia eleitoral: lançar governadores e prefeitos aliados a cargos
legislativos para puxar votos ao oficialismo.
A manobra é alvo de críticas porque, uma vez eleitos, governadores e prefeitos
não assumiriam os postos, retomando suas funções no Executivo --não há
impedimento legal.
"A iniciativa é uma violação institucional e mostra risco de derrota do governo",
disse o analista Rosendo Fraga. Para o filósofo Ricardo Forster, a proposta é
legítima. "É uma eleição decisiva, que envolve um projeto de país, e não há
nada escondido do eleitor", afirma.
O governo reforça o discurso do "eu ou o caos", e prognostica crise em caso de
derrota. Argumento ecoado por Cristina nesta semana ao dizer que o pleito põe
em jogo a "estabilidade e qualidade democrática". Já Néstor havia dito que a
Argentina "explode" se o governo perder maioria legislativa.
"Memória"
Após 20 minutos, Néstor termina instando o público a ter "memória": "Vou
recorrer as tribunas da pátria e de Buenos Aires chamando a ter memória". Na
saída, Edgardo Pizarro, 40, veste uma camisa com a inscrição "Kirchner é
pátria livre, justa e soberana".
"É o melhor candidato, a síntese do peronismo", diz ele, membro de
cooperativa que presta serviços à prefeitura.
"O peronismo funciona assim, não por ideias ou filiação partidária, mas pelo
intercâmbio", diz Sidicaro.
Kirchner deixa o ginásio sob o som da marcha peronista, distribui beijos e
abraços ao público que ficou de fora. Alguns o acompanham até o helicóptero
presidencial. "Seja candidato", é o grito ouvido no local.
07/05/2009 - 08h19
Argentina levará mais 15 anos julgando repressores, diz ONG
THIAGO GUIMARÃES
da Folha de S. Paulo, em Buenos Aires
Embora os julgamentos de crimes da última ditadura argentina (1976-1983)