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Movimentos Sociais e Processos de Resistência na ... - PROEALC

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Linha <strong>de</strong> pesquisa: <strong>Processos</strong> Políticos <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong><br />

Contemporânea<br />

Eixo temático: <strong>Movimentos</strong> <strong>Sociais</strong> e <strong>Processos</strong> <strong>de</strong> <strong>Resistência</strong> <strong>na</strong><br />

América Lati<strong>na</strong><br />

Orientadora: Profa. Dra. Silene <strong>de</strong> Moraes Freire<br />

Equipe: Di<strong>na</strong>h Silva, Gláucia Almeida, Merilaine <strong>de</strong> Oliveira, Rafael<br />

Oliveira e Thaiane Barbosa, Ítalo Pires Aguiar, Maria Clara <strong>de</strong> Arruda, A<strong>na</strong><br />

Caroli<strong>na</strong> Brandão Vazquez.<br />

Apoio Técnico: Talita Freire Moreira<br />

Fontes: G1, BBC Brasil, Fazendo Média, Le mon<strong>de</strong>, ALAI, CMI e Brasil <strong>de</strong><br />

Fato.<br />

Cronologia simples do primeiro semestre <strong>de</strong> 2008<br />

01/01/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: “Presi<strong>de</strong>nte pa<strong>na</strong>menho promete continuar luta contra corrupção em<br />

2008”<br />

01/01/2008<br />

Fonte: BBC Brasil<br />

Artigo: “FARC suspen<strong>de</strong>m entrega <strong>de</strong> reféns e trocam acusações com Uribe”<br />

03/01/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: “FARC anunciam “ofensiva geral” em 2008 <strong>na</strong> Colômbia”


03/01/2008<br />

Fonte: BBC Brasil<br />

Artigo: “Bolívia anuncia investimento em gás, mas não garante contrato com<br />

Brasil”.<br />

04/01/2008<br />

Fonte: Fazendo Média<br />

Artigo: “MST divulga balanço <strong>de</strong> 2007”<br />

.<br />

09/01/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: “Brasil assume presidência do G-20 fi<strong>na</strong>nceiro em 2008”<br />

11/01/2008<br />

Fonte: G1<br />

Categoria: <strong>Processos</strong> Políticos<br />

Artigo: “Rafael Correa prevê economia do Equador muito melhor”<br />

19/01/2008<br />

Fonte: BBC Brasil<br />

Artigo: “Assembléia da Venezuela dá status político as FARC”<br />

19/01/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: “Guerrilha per<strong>de</strong> seis homens por dia, diz exército colombiano”.<br />

31/01/2008<br />

Fonte: Fazendo Média<br />

Artigo: “Venezuela <strong>de</strong>nunciará EUA <strong>na</strong> OEA por acusações sobre tráfico <strong>de</strong><br />

drogas”<br />

01/02/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Reféns das Farc pe<strong>de</strong>m a Uribe ações para sua libertação


02/02/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Cuba e Brasil estariam mediando crise entre Colômbia e Venezuela<br />

03/02/2008<br />

Fonte: BBC Brasil<br />

Artigo: Jor<strong>na</strong>l britânico liga governo <strong>de</strong> Chávez a tráfico <strong>de</strong> cocaí<strong>na</strong><br />

03/02/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Farc anunciam libertação <strong>de</strong> mais três reféns<br />

04/02/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Passeata contra as Farc será realizada em 131 cida<strong>de</strong>s do mundo<br />

04/02/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Colombianos fazem série <strong>de</strong> protestos contra as Farc<br />

05/02/2008<br />

Fone: G1<br />

Artigo: Inteligência dos EUA aponta influência negativa da Venezuela <strong>na</strong><br />

América Lati<strong>na</strong><br />

07/02/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Por Betancourt, Chávez faz apelo ao lí<strong>de</strong>r das Farc.<br />

07/02/2008<br />

Fone: G1<br />

Artigo: Governo boliviano <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> apoio <strong>de</strong> Venezuela à <strong>de</strong>mocracia no país


08/02/2008<br />

Fone: G1<br />

Artigo: Estatal da Venezuela é maior distribuidora <strong>de</strong> combustível nos EUA<br />

10/02/2008<br />

Fone: BBC Brasil<br />

Artigo: Análise: Libertação <strong>de</strong> reféns reabilita Chávez como mediador<br />

11/02/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Guerrilha das Farc diz que atua <strong>na</strong> fronteira com o Brasil<br />

11/02/2008<br />

Fone: G1<br />

Artigo: Chanceler diz que Venezuela está preparada para ‘guerra econômica’<br />

com EUA<br />

11/02/2008<br />

Fone: BBC Brasil<br />

Artigo: Chávez diz que as Farc ‘tem projeto político <strong>de</strong> respeito’<br />

12/02/2008<br />

Fone: G1<br />

Artigo: Venezuela: ‘Para <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r petróleo aos EUA é possível, embora<br />

custoso’.<br />

12/02/2008<br />

Fone: G1<br />

Artigo: PDVSA: Venezuela não quer cortar exportações aos EUA<br />

12/02/2008<br />

Fone: BBC Brasil<br />

Artigo: Chávez relança partido em ano <strong>de</strong> eleições


13/02/2008<br />

Fone: BBC Brasil<br />

Artigo: Chávez: Golpe <strong>de</strong> 2002 queria prejudicar Lula<br />

14/02/2008<br />

Fone: BBC Brasil<br />

: Ex-refém das Farc fica com guarda provisória do filho <strong>de</strong> Emmanuel<br />

15/02/2008<br />

Fone: BBC Brasil<br />

Artigo: Chávez reconhece erros e corrupção, e muda rumo, diz ‘Fi<strong>na</strong>ncial<br />

Times’.<br />

15/02/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Chávez e lí<strong>de</strong>r das Farc se encontram <strong>na</strong> Venezuela, diz militar.<br />

17/02/2008<br />

Fone: G1<br />

Artigo: Farc garantem ter matado 18 soldados do Exército colombiano<br />

16/02/2008<br />

Fone: BBC Brasil<br />

Artigo: Jor<strong>na</strong>l americano prevê ‘corrida armamentista’ <strong>na</strong> AL<br />

18/02/2008<br />

Fone: BBC Brasil<br />

Artigo: Assembléia da Venezuela do status político as Farc<br />

19/02/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Bush afirma que a renúncia <strong>de</strong> Fi<strong>de</strong>l <strong>de</strong>ve iniciar transição <strong>de</strong>mocrática<br />

em Cuba


19/02/2008<br />

Fone: BBC Brasil<br />

Artigo: Para historiador, Fi<strong>de</strong>l passou <strong>de</strong> ‘libertador a ditador’.<br />

19/02/2008<br />

Fone: BBC Brasil<br />

Artigo: Fi<strong>de</strong>l: De filho <strong>de</strong> latifundiário a gran<strong>de</strong> inimigo dos EUA<br />

19/02/2008<br />

Fone: BBC Brasil<br />

Artigo: Chávez <strong>de</strong>seja ser ‘her<strong>de</strong>iro <strong>na</strong>tural’ <strong>de</strong> Fi<strong>de</strong>l, diz biógrafo.<br />

19/02/2008<br />

Fone: Brasil <strong>de</strong> Fato<br />

Artigo: Transição já foi feita no marco da socieda<strong>de</strong> socialista<br />

19/02/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Cuba caminha para uma social-<strong>de</strong>mocracia, dizem a<strong>na</strong>listas.<br />

20/02/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Fi<strong>de</strong>l passa <strong>de</strong> comandante a i<strong>de</strong>ólogo <strong>de</strong> Cuba<br />

20/02/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Candidatos nos EUA ‘não <strong>de</strong>vem propor mudança em política com<br />

Cuba’<br />

20/02/2008<br />

Fone: BBC Brasil<br />

Artigo Cuba elege Parlamento que po<strong>de</strong>rá <strong>de</strong>finir sucessão<br />

20/02/2008


Fonte: G1<br />

Artigo: Para Cuba, Brasil po<strong>de</strong> ser alter<strong>na</strong>tiva à Venezuela, diz artigo<br />

‘Washington Post’.<br />

20/02/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Cuba seguirá como ‘símbolo anticapitalista’, diz ex-embaixador.<br />

21/02/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Jor<strong>na</strong>l Granma nega que Cuba esteja em transição por renúncia <strong>de</strong><br />

Fi<strong>de</strong>l<br />

21/02/2008<br />

Fone: BBC Brasil<br />

Artigo: Chávez reage à acusação dos EUA <strong>de</strong> que ‘facilita’ <strong>na</strong>rcotráfico<br />

Data: 21/02/2008<br />

Fonte: G1<br />

Título: Como ficará a relação entre EUA e Cuba?<br />

21/02/2008<br />

Fone: G1<br />

Artigo: Correa elogia atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> Chávez para promover integração<br />

21/02/2008<br />

Fone: Brasil <strong>de</strong> Fato<br />

Artigo: Não haverá um substituto para Fi<strong>de</strong>l<br />

22/02/2008<br />

Fone: G1<br />

Artigo: Colômbia diz conhecer local em que Farc mantém reféns<br />

23/02/2008


Fonte: G1<br />

Artigo: Ingrid Betancourt completa 6 anos como refém das Farc<br />

23/02/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Farc confirmam quatro ex-parlamentares em próximo grupo a ser<br />

libertado<br />

23/02/2008<br />

Fone: G1<br />

Artigo: Uribe reitera ‘irmanda<strong>de</strong>, solidarieda<strong>de</strong> e respeito’ em relação à<br />

Venezuela.<br />

24/02/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Chávez: Campanha não vai distanciar Cuba <strong>de</strong> Venezuela<br />

24/02/2008<br />

Fonte: G1<br />

Título: Raúl Castro é eleito novo presi<strong>de</strong>nte em Cuba<br />

24/02/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Chávez aplau<strong>de</strong> nomeação <strong>de</strong> Raúl como presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Cuba<br />

24/02/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Cuba <strong>de</strong>fine neste domingo sucessor <strong>de</strong> Fi<strong>de</strong>l Castro<br />

24/02/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Washington vê chance mudança em Cuba<br />

24/02/2008


Fonte: G1<br />

Artigo: Raúl Castro estabelece meta <strong>de</strong> aumentar salários em Cuba<br />

25/02/2008<br />

Fone: G1<br />

Artigo: Resgate <strong>de</strong> reféns das Farc começa <strong>na</strong> quarta-feira, diz Venezuela.<br />

25/02/2008<br />

Fone: BBC Brasil<br />

Artigo: Oposição cuba<strong>na</strong> per<strong>de</strong> chance <strong>de</strong> influir <strong>na</strong> transição<br />

25/02/2008<br />

Fone: BBC Brasil<br />

Artigo: Eleição <strong>de</strong> Raúl Castro afasta esperança <strong>de</strong> renovação no po<strong>de</strong>r, diz<br />

‘NYT’.<br />

26/02/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Car<strong>de</strong>al é o primeiro estrangeiro a ser recebido pelo novo presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />

Cuba<br />

16/02/2008<br />

Fone: BBC Brasil<br />

Artigo: ‘Até 2012, vamos ter que tirar quase da própria pele’, diz Lula sobre gás.<br />

26/02/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Farc querem reconhecimento como força beligerante, diz comissário<br />

colombiano.<br />

26/02/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Farc entregam à Venezuela coor<strong>de</strong><strong>na</strong>das do local <strong>de</strong> entrega <strong>de</strong> reféns


27/02/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Reféns libertados pelas Farc <strong>na</strong> Colômbia chegam à Venezuela<br />

27/02/2008<br />

Fone: G1<br />

Artigo: Conflito com as Farc não será solucio<strong>na</strong>do por meio da repressão, diz<br />

Morales.<br />

Data: 27/02/2008<br />

Fonte: G1<br />

Título: Farc dizem que não farão mais entregas unilaterais sem<br />

<strong>de</strong>smilitarização<br />

27/02/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Farc libertam quatro reféns<br />

27/02/2008<br />

Fone: Brasil <strong>de</strong> Fato<br />

Artigo: ‘Os cubanos querem aprimorar o sistema socialista e não renegá-lo’, diz<br />

Frei Betto.<br />

27/02/2008<br />

Fone: G1<br />

Artigo: Farc se irritaram com Betancourt, diz ex-congressista Pérez.<br />

28/02/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Cuba assi<strong>na</strong> tratados <strong>de</strong> direitos humanos que Fi<strong>de</strong>l rejeitava<br />

28/02/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Farc voltam a exigir <strong>de</strong>smilitarização para libertar reféns


28/02/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Farc mantém seqüestrados como num campo <strong>de</strong> concentração, diz ex-<br />

refém.<br />

28/02/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Brasil, Argenti<strong>na</strong> e Venezuela são fatores <strong>de</strong> crise no Mercosul, diz<br />

Sanguinetti.<br />

01/03/2008<br />

Fonte: BBC Brasil<br />

Artigo: Alto lí<strong>de</strong>r das Farc é morto em ação militar colombia<strong>na</strong><br />

02/03/2008<br />

Fonte: BBC Brasil<br />

Artigo: Chávez envia tanques para a fronteira com a Colômbia<br />

02/03/2008<br />

Fonte: BBC Brasil<br />

Artigo: Chávez adverte contra ação anti-Farc <strong>na</strong> Venezuela<br />

03/03/2008<br />

Fonte: BBC Brasil<br />

Artigo: Colômbia diz ter indícios <strong>de</strong> ligação do Equador com as Farc<br />

03/03/2008<br />

Fonte: BBC Brasil<br />

Artigo: Equador rompe relações com a Colômbia<br />

04/03/2008<br />

Fonte: BBC Brasil


Artigo: Venezuela or<strong>de</strong><strong>na</strong> 'expulsão imediata' <strong>de</strong> embaixador colombiano<br />

04/03/2008<br />

Fonte: BBC Brasil<br />

Artigo: Ataque as Farc impediu libertação <strong>de</strong> Betancourt, diz Correa.<br />

07/03/2008<br />

Fonte; Brasil <strong>de</strong> Fato.<br />

Artigo: Em cúpula, Uribe '<strong>de</strong>ve apresentar provas que ligam vizinhos as Farc'.<br />

08/03/2008<br />

Fonte: BBC Brasil<br />

Artigo: Chávez po<strong>de</strong>rá emergir como 'per<strong>de</strong>dor' da crise, diz jor<strong>na</strong>l britânico<br />

10/03/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Para a<strong>na</strong>listas, Chávez ocupa espaços, mas não ameaça Brasil.<br />

10/03/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Itaipu põe Brasil no centro do <strong>de</strong>bate eleitoral no Paraguai<br />

10/03/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Para América do Sul, li<strong>de</strong>rança brasileira ainda é promessa.<br />

11/03/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Tráfico <strong>de</strong> drogas <strong>de</strong>safia estratégias <strong>de</strong> segurança<br />

11/03/2008<br />

Fonte: Brasil <strong>de</strong> Fato<br />

Artigo: Sul-americanos buscam reforçar seu po<strong>de</strong>rio militar


11/03/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Colombianos vêem Brasil como refúgio i<strong>na</strong>cessível<br />

12/03/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Após 17 anos, Mercosul ainda engatinha.<br />

26/03/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Chávez apóia conselho sul-americano inspirado em Bolívar<br />

01/04/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Venezuela e Uruguai lançam satélite ‘Simón Bolívar’<br />

02/04/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Cabral estuda convidar médicos <strong>de</strong> Cuba para combater a <strong>de</strong>ngue<br />

02/04/ 2008<br />

Fonte: BBC Brasil<br />

Artigo: “Uribe diz que vai facilitar envio <strong>de</strong> missão francesa para ajudar reféns”<br />

03/04/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Venezuela adverte para conseqüências caso integre lista <strong>de</strong> apoio ao<br />

terror<br />

03/04/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Cuba criará ca<strong>na</strong>l <strong>de</strong> TV com conteúdo estrangeiro


03/04/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Cuba vai ce<strong>de</strong>r terras a produtores privados<br />

04/04/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Intelectuais <strong>de</strong> Cuba fazem críticas, mas elogiam reformas.<br />

04/04/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Raúl Castro inicia reforma agrária<br />

04/04/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Reformas em Cuba são necessárias, diz funcionário do governo.<br />

04/04/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Venezuela anuncia estatização da indústria do cimento<br />

04/04/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Venezuela po<strong>de</strong> comprar submarinos russos, diz jor<strong>na</strong>l.<br />

09/04/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Missa é celebrada em Cuba para pedir liberação <strong>de</strong> Betancourt<br />

10/04/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Na mais recente reforma, Cuba elimi<strong>na</strong> tetos salariais.<br />

10/04/2008<br />

Fonte: G1


Artigo: Industriais argentinos contra <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lização da Ternium <strong>na</strong> Venezuela<br />

16/04/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Cuba nega que ‘mudanças’ <strong>de</strong> Raúl sejam concessões<br />

20/04/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Nas ur<strong>na</strong>s, Paraguai po<strong>de</strong> mudar governo após 61 anos.<br />

20/04/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Candidato da oposição sofre atentado<br />

21/04/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Lula: ‘Democrata ganhou com vitória <strong>de</strong> Lugo no Paraguai’<br />

22/04/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Cuba ataca movimento <strong>de</strong> mulheres <strong>de</strong> presos políticos<br />

22/04/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Presi<strong>de</strong>nte quer aproximação do Paraguai com a Chi<strong>na</strong><br />

23/04/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Cuba <strong>de</strong>mitiu ministro por abusar <strong>de</strong> viagens ao exterior<br />

24/04/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Cuba reafirma direito <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r a ‘provocações’ dos EUA


24/04/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Cuba afirma que dissi<strong>de</strong>ntes são ‘mercenários’ a serviço dos EUA<br />

29/04/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Cuba convoca novo Congresso do Partido Comunista<br />

29/04/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Raúl Castro marca congresso e consolida sucessão em Cuba<br />

02/05/2008<br />

Fonte: BBC Brasil<br />

Artigo: Produtores rurais argentinos anunciam fim <strong>de</strong> trégua<br />

05/05/2008<br />

Fonte: Portal G1<br />

Artigo: Governo boliviano minimiza referendo e oposição quer diálogo com<br />

Morales<br />

05/05/2008<br />

Fonte: Portal G1<br />

Artigo: "Sim" vence referendo sobre autonomia em <strong>de</strong>partamento boliviano<br />

06/05/2008<br />

Fonte: Portal G1<br />

Artigo: Nobel da Paz argentino: referendo boliviano é "tentativa <strong>de</strong> golpe <strong>de</strong><br />

Estado"<br />

06/05/2008<br />

Fonte: Portal G1<br />

Artigo: Fer<strong>na</strong>ndo Lugo diz que referendo boliviano não é constitucio<strong>na</strong>l


08/05/2008<br />

Fonte: BBC Brasil<br />

Artigo: Produtores rurais argentinos retomam protestos<br />

12/05/2008<br />

Fonte: BBC Brasil<br />

Artigo: Argenti<strong>na</strong> tem novo panelaço contra política agrícola <strong>de</strong> Cristi<strong>na</strong><br />

13/05/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Morales e cinco prefeitos tentarão acordo em 10 dias.<br />

16/05/2008<br />

Fonte: BBC Brasil<br />

Artigo: Ruralistas argentinos mantêm protesto contra governo<br />

19/05/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Equador propõe 'cartilha' para evitar novos inci<strong>de</strong>ntes em fronteira<br />

20/05/2008<br />

Fonte: BBC Brasil<br />

Artigo: Produtores rurais argentinos anunciam suspensão <strong>de</strong> protestos<br />

21/05/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Uribe admite possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> instalação <strong>de</strong> base militar dos EUA <strong>na</strong><br />

Colômbia.<br />

23/05/2008<br />

Fonte: BBC Brasil<br />

Artigo: Fracassa reunião entre governo e ruralistas <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong><br />

25/05/2008


Fonte: BBC Brasil<br />

Artigo: Argenti<strong>na</strong>: governo e ruralistas levam milhares às ruas<br />

27/05/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Peronismo <strong>de</strong>nuncia conspiração e agricultores suspen<strong>de</strong>m exportações<br />

27/05/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Oposição colombia<strong>na</strong> anuncia protestos contra nova reeleição <strong>de</strong> Uribe<br />

28/05/2008<br />

Fonte: BBC Brasil<br />

Artigo: Produtores rurais argentinos retomam protestos<br />

30/05/2008<br />

Fonte: BBC Brasil<br />

Artigo: Governo argentino baixa impostos, mas produtores mantêm protestos<br />

03/06/2008<br />

Fonte: BBC Brasil<br />

Artigo: Argentinos voltam às ruas em protesto contra o governo<br />

06/06/2008<br />

Fonte: BBC Brasil<br />

Artigo: Colômbia e Equador restabelecem relações diplomáticas<br />

06/06/2008<br />

Fonte: BBC Brasil<br />

Artigo: Greves ampliam temor <strong>de</strong> <strong>de</strong>sabastecimento <strong>na</strong> Bolívia e Argenti<strong>na</strong><br />

10/06/2008<br />

Fonte: BBC Brasil<br />

Artigo: EUA e Colômbia elogiam pedido <strong>de</strong> Chávez às Farc


12/06/2008<br />

Fonte: Central <strong>de</strong> Mídia In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

Artigo: Manifestação da Via Campesi<strong>na</strong> em Goiânia<br />

13/06/2008<br />

Fonte: BBC Brasil<br />

Artigo: Equador pren<strong>de</strong> suspeitos <strong>de</strong> armar atentado contra presi<strong>de</strong>nte<br />

20/06/2008<br />

Fonte: BBC Brasil<br />

Artigo: Latino-americanos con<strong>de</strong><strong>na</strong>m nova lei <strong>de</strong> imigração européia<br />

20/06/2008.<br />

Fonte: CMI<br />

Artigo: Na assembléia, metalúrgicos comemoram <strong>de</strong>rrota do banco <strong>de</strong> horas <strong>na</strong><br />

GM<br />

23/06/2008.<br />

Fonte: ALAI<br />

Artigo: Bolívia - Último referendo autonômico da oposição: Alta abstenção e<br />

vitória do “sim”<br />

25/06/2008<br />

Fonte: ALAI<br />

Artigo: Brasil: documentos do MP gaúcho revelam plano para dissolver o MST<br />

25/06/2008.<br />

Fonte: ALAI<br />

Artigo: O complô civil-militar contra o MST<br />

26/06/2008<br />

Fonte: G1


Artigo: Presi<strong>de</strong>nte do Paraguai vai ter <strong>de</strong> seguir no cargo e adiar posse no<br />

Se<strong>na</strong>do<br />

26/06/2008<br />

Fonte: CMI<br />

Artigo: Brigada Militar elabora relatório que liga MST ao <strong>na</strong>rcotráfico para<br />

crimi<strong>na</strong>lizar <strong>Movimentos</strong> <strong>Sociais</strong> no RS<br />

27/06/2008.<br />

Fonte: BBC Brasil<br />

Artigo: Uribe pe<strong>de</strong> referendo sobre repetição <strong>de</strong> eleições <strong>de</strong> 2006<br />

30/06/2008<br />

Fonte: G1<br />

Artigo: Governo do Peru chama seu embaixador <strong>na</strong> Bolívia para consultas<br />

1.2. Cronologia comentada do primeiro semestre <strong>de</strong> 2008<br />

Janeiro<br />

Durante o mês <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 2008, encontramos <strong>na</strong> mídia impressa e web, um<br />

quantitativo muito pequeno <strong>de</strong> notícias acerca das temáticas relacio<strong>na</strong>das à<br />

América Lati<strong>na</strong> no que tange a processos políticos. Foram encontradas 12<br />

notícias acerca dos processos políticos.<br />

Os países citados pelas fontes foram: Bolívia, Colômbia, Venezuela, Brasil,<br />

Pa<strong>na</strong>má e Equador. Destaca-se <strong>na</strong>s matérias jor<strong>na</strong>lísticas:<br />

Bolívia: Ainda está em discussão a questão energética da Bolívia que se<br />

encontra em processo <strong>de</strong> estatização por parte do governo boliviano, conforme<br />

observado <strong>na</strong> sistematização do ano <strong>de</strong> 2007.<br />

Neste mês foi contabilizada uma notícia sobre este país.<br />

Brasil: O MST publicou as análises do movimento do ano <strong>de</strong> 2007 e<br />

perspectivas da luta pela reforma agrária em 2008. Destaca-se que as<br />

reflexões contidas neste documento trazem a intensificação ao combate às<br />

multi<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is e pela soberania alimentar.


No plano institucio<strong>na</strong>l, o Brasil assumiu o G-20 que reúne os presi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong><br />

Banco Central em vários países <strong>de</strong> economia emergente e <strong>de</strong>fine os rumos <strong>na</strong><br />

política econômica dos mesmos.<br />

Neste mês foram contabilizadas duas notícias sobre este país.<br />

Colômbia: O conflito gerado pelas FARC, ELN com o governo Uribe por<br />

questões referentes a seqüestros e a “<strong>na</strong>rcoguerrilha” teve bastante espaço<br />

<strong>na</strong>s mídias. Há uma clara tentativa <strong>de</strong> convencimento que esses movimentos<br />

sociais estão em franco <strong>de</strong>clínio por conta da ação do governo no combate aos<br />

mesmos.<br />

Neste mês foram contabilizadas três notícias sobre este país.<br />

Equador: O presi<strong>de</strong>nte Correa reafirma a um grupo <strong>de</strong> estudantes universitários<br />

em palestra a construção <strong>de</strong> uma economia equatoria<strong>na</strong> capaz <strong>de</strong> combater o<br />

<strong>de</strong>semprego e acabar com a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> social.<br />

Pa<strong>na</strong>má: Diferente do ano <strong>de</strong> 2007, o Pa<strong>na</strong>má teve uma matéria relacio<strong>na</strong>da a<br />

este país. A matéria <strong>de</strong>nuncia casos <strong>de</strong> corrupção no governo Torrijos que por<br />

sua vez <strong>de</strong>clara que combate a mesma.<br />

Neste mês foi contabilizada uma notícia sobre este país.<br />

Venezuela: O referendo constitucio<strong>na</strong>l venezuelano que não obteve aprovação<br />

no ano <strong>de</strong> 2007 ainda é objeto <strong>de</strong> reflexões por parte da mídia e <strong>de</strong> intelectuais<br />

e mudanças nos gestores da aparelhagem estatal por efeito do referendo.<br />

Há também um elemento interessante <strong>de</strong> disputa contra-hegemônica por parte<br />

da Assembléia Nacio<strong>na</strong>l da Venezuela quando este mês <strong>de</strong>liberou apoio as<br />

FARC e a ELN por estarem, mesmo com caráter beligerante, construindo uma<br />

nova Colômbia e que certamente ajudará <strong>na</strong> construção <strong>de</strong> uma outra América<br />

Lati<strong>na</strong>.<br />

O governo venezuelano <strong>de</strong>nunciará os EUA <strong>na</strong> OEA por acusações <strong>de</strong><br />

agências <strong>de</strong> Estado norte-america<strong>na</strong>s por acusarem a Venezuela <strong>de</strong> ser um<br />

país permissivo com o tráfico <strong>de</strong> drogas, visto que a relação estabelecida com<br />

as FARC e a ELN, <strong>de</strong>nuncia contra este país.<br />

Neste mês foram contabilizadas quatro notícias sobre este país.<br />

Fevereiro<br />

O mês <strong>de</strong> fevereiro foi particularmente movimentado. No nosso gran<strong>de</strong>


noticiário, a maioria das matérias trataram <strong>de</strong> duas coisas ao longo do período.<br />

A sucessão <strong>de</strong> Fi<strong>de</strong>l Castro por seu irmão <strong>na</strong>s eleições presi<strong>de</strong>nciais cuba<strong>na</strong>s<br />

e as Farc, sua presença <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong> e particularmente a entrada em<br />

ce<strong>na</strong> do presi<strong>de</strong>nte venezuelano Hugo Chávez como interlocutor e agente<br />

participativo <strong>na</strong> relação da guerrilha com o governo colombiano. Vale<br />

acrescentar também que houve projeção do nome <strong>de</strong> Rafael Correa,<br />

presi<strong>de</strong>nte do Equador, neste mesmo sentido e período.<br />

O noticiário envolvendo a saída <strong>de</strong> Fi<strong>de</strong>l Castro da presidência do país<br />

basicamente girou em torno <strong>de</strong> especulações a respeito das possibilida<strong>de</strong>s da<br />

permanência da via socialista <strong>na</strong> ilha. “Especialistas” convocados pela gran<strong>de</strong><br />

imprensa insistiam a todo o tempo que sem a “sombra” <strong>de</strong> Castro, a população<br />

tomaria às ruas e acolheria o capitalismo como modo <strong>de</strong> organização <strong>de</strong> sua<br />

socieda<strong>de</strong>. Ventilava-se também a existência, sempre refutada pelas fontes<br />

oficiais, que o governo norte-americano, respaldado por cubanos resi<strong>de</strong>ntes<br />

nos EUA, tentaria assumir a frente do processo <strong>de</strong> transição. Contudo, tal fato<br />

mostrou-se não passível <strong>de</strong> realização conforme, a comunida<strong>de</strong> inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />

e, sobretudo os cubanos que vivem Cuba não se mostravam interessados<br />

nesta possibilida<strong>de</strong>. O que se passou então a conjecturar era a respeito das<br />

possibilida<strong>de</strong>s da permanência do socialismo em Cuba, porém com uma<br />

aparente inevitabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste se re<strong>de</strong>finir a partir dos mol<strong>de</strong>s chinês –<br />

dialogando com o capital e promovendo reformas. Uma outra linha, mais<br />

associada à mídia alter<strong>na</strong>tiva ou contra-hegemônica, entendia que reformas<br />

provavelmente viriam com ou sem Fi<strong>de</strong>l, pois a socieda<strong>de</strong> cuba<strong>na</strong> – castigada<br />

pelo embargo econômico que o país sofre – repensava seus caminhos. Porém,<br />

neste não havia a possibilida<strong>de</strong> num retorno ao capitalismo. E sim uma<br />

reafirmação ao socialismo como princípio norteador <strong>de</strong> seus passos.<br />

Com relação as Farc, o noticiário em geral girou em torno dos mesmos termos<br />

ao associá-la indiscrimi<strong>na</strong>damente, mas com um novo elemento. Uma voz<br />

disso<strong>na</strong>nte com a posição dos chefes mundiais afirmava que as Farc<br />

representava um projeto político encurralado numa guerrilha. Provavelmente<br />

esta afirmação só tomou a proporção que tomou porque foi <strong>de</strong> Hugo Chávez –<br />

que vem ren<strong>de</strong>ndo sempre matérias, capas e tudo o mais nos últimos meses<br />

para as gran<strong>de</strong>s corporações <strong>de</strong> mídia. À Chávez somou-se Rafael Correa,<br />

presi<strong>de</strong>nte do Equador. Ambos então entraram no noticiário pelo mesmo filtro


das Farc e logo se tor<strong>na</strong>ram alvos <strong>de</strong> acusações que não só informavam a<br />

respeito <strong>de</strong> ligações e encontros com guerrilheiros das Farc, como<br />

mantenedores e articuladores do <strong>na</strong>rcotráfico existente <strong>na</strong> AL. Mas <strong>na</strong> verda<strong>de</strong><br />

foi a Chávez, dispensada uma maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> matérias. Na polêmica o<br />

próprio governo norte-americano se manifestou afirmando o envolvimento ou<br />

as “facilitações” que o presi<strong>de</strong>nte venezuelano reservaria à atuação dos<br />

guerrilheiros colombianos. Chávez por sua vez respondia com ameaças<br />

“econômicas” aos EUA, afirmando que as relações comerciais entre ambos os<br />

países po<strong>de</strong>riam ser mais tensas. O que terminou por <strong>de</strong>ixar num segundo<br />

plano as libertações humanitárias e unilaterais feitas por parte da guerrilha<br />

colombia<strong>na</strong>, inclusive em momentos em que o presi<strong>de</strong>nte do país não cumpria<br />

com suas promessas <strong>de</strong> <strong>de</strong>smilitarização <strong>de</strong> áreas e regiões do país.<br />

Março<br />

A maioria das noticias relevantes sobre América Lati<strong>na</strong> dizem respeito à<br />

questão da crise em torno do Mercosul e da Colômbia, mais especificamente,<br />

inci<strong>de</strong>ntes envolvendo as Farc.<br />

A crise do Mercosul perpassa a questão política e econômica dos paises<br />

envolvidos, ao que parece, <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>m a representativida<strong>de</strong> dos paises como<br />

Brasil e Argenti<strong>na</strong>, segundo criticas do Paraguai e Uruguai. Estes dizem haver<br />

uma relação <strong>de</strong> mercado <strong>de</strong>sigual, e enten<strong>de</strong>m que <strong>de</strong>veria haver mais<br />

subsídios às suas economias. Esta situação traz <strong>de</strong>scontentamento e<br />

<strong>de</strong>sconfiança, tor<strong>na</strong>ndo-se um, dos entraves que impossibilitam o pleno<br />

funcio<strong>na</strong>mento do Mercosul.<br />

A possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são da Venezuela ao bloco econômico, Mercosul,<br />

também é algo polemico. Um dos empecilhos seria o comportamento<br />

intempestivo <strong>de</strong> Hugo Chávez, que po<strong>de</strong>ria ser prejudicial às relações<br />

diplomáticas com outros paises, <strong>de</strong>ntro e fora do bloco econômico.<br />

A morte <strong>de</strong> Raúl Reyes, dia 1º <strong>de</strong> março, gerou uma crise diplomática,<br />

envolvendo a Colômbia, Equador e Venezuela, dificultando ainda mais as<br />

relações políticas <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong>.<br />

Em visita ao Brasil a secretária <strong>de</strong> Estado america<strong>na</strong>, Condoleezza Rice, disse<br />

que os países da região <strong>de</strong>vem se preocupar em combater o terrorismo, <strong>de</strong>ntro


ou fora <strong>de</strong> suas fronteiras.<br />

Nesse ínterim, ocorrem ainda as negociações em torno da libertação dos<br />

reféns mantidos pelas Farc, sobretudo a ex-candidata à presidência da<br />

Colômbia, a franco colombia<strong>na</strong> Ingrid Betancourt.<br />

Abril<br />

O mês abril começa com o lançamento do satélite Simon Bolívar, satélite esse<br />

construído a pedido <strong>de</strong> dois países sul americanos (Venezuela e Uruguai) para<br />

uma empresa chinesa. Os dois países buscam com a construção do satélite,<br />

melhorias nos ramos <strong>de</strong> comunicações, previsões metereológicas e redução <strong>de</strong><br />

custos <strong>de</strong> conexão dos usuários <strong>de</strong> banda larga.<br />

Durante o mês <strong>de</strong> abril, Cuba foi notícia, pois, o atual gover<strong>na</strong>nte Raúl Castro<br />

indicou novas reformas dita por ele necessárias como a Reforma Agrária e a<br />

elimi<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> tetos salariais e também algumas medidas como, a consolidação<br />

<strong>de</strong> sucessão em Cuba e a convocação <strong>de</strong> um novo Congresso do Partido<br />

Comunista.<br />

Entre outras noticias sul america<strong>na</strong>s, o que marcou o mês foi mesmo as<br />

eleições paraguaias, pois <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 61 anos <strong>de</strong> hegemonia no país o partido<br />

colorado foi <strong>de</strong>rrotado em uma eleição,como era previsto <strong>na</strong>s pesquisas<br />

eleitorais o candidato <strong>de</strong> oposição ao atual governo colorado, o Ex –bispo<br />

Fer<strong>na</strong>ndo Lugo, foi eleito quebrando esse período histórico e hegemônico<br />

paraguaio<br />

Maio<br />

O inicio do mês <strong>de</strong> maio foi marcado pelo conflito agrário <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong>, on<strong>de</strong><br />

mais uma vez os manifestantes argentinos “ruralistas” resolveram retomar as<br />

manifestações contra o Governo <strong>de</strong> Cristi<strong>na</strong> Kirchner. Os protestos<br />

aconteceram por causa do aumento da taxação do imposto sobre o setor<br />

agropecuário por parte do governo Argentino, trazendo como conseqüência<br />

uma das maiores crises vivida pelo país sul americano. Para o partido<br />

Justicialista existe um ataque anti<strong>de</strong>mocrático por parte dos manifestantes<br />

agropecuários ao governo argentino. E por conta disso que o governo


argentino <strong>de</strong>cidiu congelar as exportações <strong>de</strong> grãos no país. O partido<br />

Justicialista acredita que os manifestantes agropecuários fazem parte <strong>de</strong> um<br />

partido agrário <strong>de</strong> oposição ao atual governo, e adotam as mesmas práticas<br />

<strong>de</strong>senvolvidas pela direção agropecuária antes <strong>de</strong> golpes <strong>de</strong> Estado <strong>na</strong><br />

Argenti<strong>na</strong>, como nos anos <strong>de</strong> 1930, 1955 e 1976. A queda-<strong>de</strong>-braço entre<br />

governo e agricultores já se arrasta por mais <strong>de</strong> 70 dias, quando se programou<br />

um sistema <strong>de</strong> tarifa móvel sobre as exportações <strong>de</strong> grãos.<br />

A questão da taxação sobre a soja parece ter chegado a um beco sem saída: o<br />

governo não abre mão <strong>de</strong> seu programa <strong>de</strong> impostos móveis sobre as<br />

exportações <strong>de</strong> grãos, e os agricultores não aceitam essa medida e exigem sua<br />

suspensão.<br />

Dentre a questão agrária <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong>, aparecem outros temas que foram<br />

manchete no mês <strong>de</strong> maio, como o Referendo Boliviano, que para muitos,<br />

como o recém eleito presi<strong>de</strong>nte Fer<strong>na</strong>ndo Lugo, não passa <strong>de</strong> um ato<br />

inconstitucio<strong>na</strong>l.<br />

O referendo boliviano tinha como objetivo emancipar uma das áreas mais<br />

produtivas do país, a região <strong>de</strong> Santa Cruz, monopolizada pelas elites do país,<br />

uma vez essa vitória concretizada teríamos sem dúvida uma vitória do capital<br />

fi<strong>na</strong>nceiro sobre o governo boliviano e ainda uma tentativa <strong>de</strong> golpe <strong>de</strong> Estado,<br />

por parte dos fazen<strong>de</strong>iros locais para <strong>de</strong>sestabilizar o governo <strong>de</strong> Evo Morales.<br />

E por falar em atos inconstitucio<strong>na</strong>is, tivemos ainda no mês uma tentativa <strong>de</strong><br />

modificação <strong>na</strong> constituição do país Colombiano, que <strong>de</strong>ixaria o presi<strong>de</strong>nte<br />

Álvaro Uribe apto para uma reeleição. Porém os partidos <strong>de</strong> esquerda do país<br />

trataram evitar o processo através <strong>de</strong> manifestações contra tal ação do atual<br />

governo.<br />

Junho<br />

O mês começou com manifestações da classe média e alta da Argenti<strong>na</strong>,<br />

contra o governo e em apoio ao movimento dos ruralistas, através <strong>de</strong> panelaço<br />

e buzi<strong>na</strong>ço.<br />

A Colômbia e o Equador restabeleceram suas relações diplomáticas, sob a<br />

mediação do ex-presi<strong>de</strong>nte dos EUA, Jimmy Carter, após três meses<br />

suspensas por conta da incursão militar colombia<strong>na</strong> em território equatoriano,


contra um acampamento das FARC.<br />

Hugo Chávez reafirmou que a Venezuela não possui nenhum envolvimento<br />

com as FARC, pedindo ao atual lí<strong>de</strong>r da guerrilha, Afonso Cano, que cesse a<br />

guerrilha. O pronunciamento do presi<strong>de</strong>nte agradou o governo dos EUA, que<br />

acredita ser o início <strong>de</strong> uma aproximação entre os dois países.<br />

<strong>Movimentos</strong> <strong>Sociais</strong> da Via Campesi<strong>na</strong> fazem uma marcha em Goiânia<br />

exigindo que a Companhia <strong>de</strong> Energia Elétrica <strong>de</strong> Goiás faça cumprir a lei que<br />

permite o pagamento da taxa social <strong>de</strong> energia.<br />

No Equador, três colombianos e um equatoriano são presos sob a acusação <strong>de</strong><br />

planejarem um atentado contra o presi<strong>de</strong>nte Rafael Correa. Autorida<strong>de</strong>s<br />

acreditam que um plano semelhante po<strong>de</strong> estar sendo traçado <strong>na</strong> Venezuela.<br />

Os lí<strong>de</strong>res da América Lati<strong>na</strong> se posicio<strong>na</strong>ram contra a política <strong>de</strong> intolerância a<br />

imigrantes adotada pela União Européia e Evo Morales escreveu uma carta <strong>de</strong><br />

repúdio.<br />

O Ministério Público Estadual do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, apoiado pela Brigada<br />

Militar Gaúcha, inicia plano para crimi<strong>na</strong>lizar e dissolver o MST.<br />

Foi <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da a proibição <strong>de</strong> qualquer <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> sem-terra.<br />

Acampamentos estão sendo investigados por “práticas criminosas” e as<br />

escolas dos assentamentos estão sofrendo intervenções.<br />

Na Colômbia, o presi<strong>de</strong>nte Álvaro Uribe pe<strong>de</strong> ao congresso que agilize o<br />

trâmite <strong>de</strong> uma consulta popular para <strong>de</strong>cidir se é ou não necessário <strong>de</strong> se<br />

repetir as eleições presi<strong>de</strong>nciais <strong>de</strong> 2006, on<strong>de</strong> ele foi reeleito.<br />

1.3. Cronologia quantificada do primeiro semestre <strong>de</strong> 2008<br />

Linha <strong>de</strong> pesquisa: <strong>Processos</strong> Políticos <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong><br />

Contemporânea<br />

Orientadora: Profa. Dra. Silene <strong>de</strong> Moraes Freire<br />

Bolsistas <strong>de</strong> graduação: Di<strong>na</strong>h Silva, Gláucia Almeida, Merilaine <strong>de</strong><br />

Oliveira, Rafael Oliveira e Thaiane Barbosa.


Apoio Técnico: Talita Freire Moreira<br />

Seguindo orientações da coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção para uma mais eficaz sistematização<br />

dos dados acumulados pela linha <strong>de</strong> pesquisa, a mesma a partir <strong>de</strong> seus<br />

trabalhos sugere aqui três gran<strong>de</strong>s áreas <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque. São elas:<br />

Relações Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is (área 01)<br />

Que no recorte proposto pela linha se refere aos encontros e diálogos, oficiais<br />

e extra-oficias, entre as diplomacias <strong>de</strong> países da AL. Ou mesmo os processos<br />

que envolvem Estados e seus respectivos chefes em questões <strong>de</strong> interesse<br />

para toda a região – que vieram a ter <strong>de</strong>staque <strong>na</strong> mídia.<br />

<strong>Processos</strong> Políticos (área 02)<br />

Orienta nossa quantificação no que diz respeito aos acontecimentos da macro-<br />

política, digamos. Em eventos que estão essencialmente relacio<strong>na</strong>dos ao jogo<br />

político interno <strong>de</strong> um país numa dimensão institucio<strong>na</strong>l e formal – que vieram a<br />

ter <strong>de</strong>staque <strong>na</strong> mídia.<br />

Tencio<strong>na</strong>mento <strong>de</strong> Forças e Conflitos sociais (área 03)<br />

Preten<strong>de</strong> abarcar numa totalida<strong>de</strong> os acontecimentos que estão relacio<strong>na</strong>dos à<br />

atuação das forças sociais articuladas presentes em cada país <strong>na</strong> região e que<br />

conseguem ter em algum sentido uma projeção nos noticiários. Em processos<br />

que informam, por exemplo, a presença <strong>de</strong> sindicatos em paralisações,<br />

movimentos sociais em ocupações etc. Ou seja, o tencio<strong>na</strong>mento <strong>de</strong> forças<br />

para além da esfera formal do jogo político tradicio<strong>na</strong>l – que obtiveram alguma<br />

projeção <strong>na</strong> mídia.<br />

Relações Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is (área 01): 49 notícias<br />

<strong>Processos</strong> Políticos (área 02): 51 notícias<br />

Tencio<strong>na</strong>mento <strong>de</strong> Forças e Conflitos sociais (área 03): 34 notícias


Destes dados pu<strong>de</strong>mos inferir <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>dos aspectos que dizem um pouco a<br />

respeito da atuação da mídia nos <strong>de</strong>sdobramentos políticos. Seja <strong>na</strong> <strong>de</strong>finição<br />

das matérias – do que seria ou não seria notícia – ou mesma no tratamento<br />

jor<strong>na</strong>lístico que as mesmas receberão. Que em certa medida informam-nos <strong>de</strong><br />

como ela se coloca frente aos acontecimentos e que tipo <strong>de</strong> relação ela tem<br />

com o ato <strong>de</strong> “informar”.<br />

Por vezes o quantitativo <strong>de</strong> notícias <strong>de</strong>ixa escapar algumas coisas, como<br />

tivemos a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ver. Especialmente no que se refere ao espaço<br />

dado a alguns “assuntos”. O que traz à to<strong>na</strong> que nem sempre um ostensivo<br />

espaço a certo assunto necessariamente quer dizer que aja algum avanço<br />

qualitativo, digamos, em termos <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> ou mesmo <strong>de</strong> compromisso<br />

com o ato <strong>de</strong> informar. Ou seja, aten<strong>de</strong>r o interesse público, sendo este um dos<br />

pilares éticos, por assim dizer, que alicerçam a atuação dos meios <strong>de</strong><br />

comunicação <strong>na</strong> contemporaneida<strong>de</strong>.<br />

Especialmente no que diz respeito ao espaço conferido à movimentações<br />

políticas num âmbito não formal, por exemplo, – sugerido por esta pesquisa a<br />

serem agregadas no eixo 03 – o montante quantitativo além <strong>de</strong> ser o menor<br />

registrado, é também marcadamente concentrada por notícias<br />

espetacularizadas e estigmatizadoras <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> atuação. De maneira que o<br />

enfoque dado em geral é este. Seja no acompanhamento do noticiário a<br />

respeito do conflito por terras <strong>na</strong> reserva indíge<strong>na</strong> Raposa da Serra do Sol ou<br />

no tratamento dado ao MST e suas articulações no sul do país, o filtro pelo qual<br />

as mobilizações <strong>de</strong> caráter popular recebem é o mesmo. Já o inverso ocorre,<br />

por exemplo, ao se atentar para o enfoque dado à mobilizações e<br />

reivindicações das classes privilegiadas. Como <strong>na</strong> “crise” agrária <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong><br />

– gerada pelo <strong>de</strong>scontentamento do agronegócio, em certos aspectos, da<br />

política do governo Kirchner. Ou mesmo num referendo autonomista,<br />

inconstitucio<strong>na</strong>l, <strong>na</strong> Bolívia, on<strong>de</strong> o <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> Santa Cruz <strong>de</strong>fendia sua,<br />

quase que, emancipação do Estado boliviano – sem haver uma linha que<br />

trouxesse à to<strong>na</strong> o tipo <strong>de</strong> processo que ali se <strong>de</strong>senrolou para que tal pleito<br />

ocorresse, como se o mesmo fosse um levante do povo boliviano e não um<br />

atentado à vonta<strong>de</strong> do mesmo organizada por uma elite não <strong>de</strong>sejosa <strong>na</strong><br />

permanência <strong>de</strong> Morales no po<strong>de</strong>r.


Tão <strong>de</strong>scontextualizada também são as notícias que dizem respeito as Farc.<br />

Um mesmo espaço às ações humanitárias, em geral unilaterais, da guerrilha<br />

são silenciadas. Ao contrário quando ocorre algum conflito com feridos. Mais<br />

ainda quando há uma baixa – o que em seguida produzem especulações a<br />

respeito do futuro da mesma. Tratando-a como uma atuação <strong>de</strong> alguns<br />

“criminosos” que só possuem a sustentabilida<strong>de</strong> e longevida<strong>de</strong> que possuem<br />

por se ancorarem no tráfico <strong>de</strong> drogas inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />

O clima <strong>de</strong> “torcida organizada” no qual os gran<strong>de</strong>s centros midiáticos do<br />

enveredam, concentrou-se <strong>de</strong> maneira especial <strong>na</strong> saída <strong>de</strong> Fi<strong>de</strong>l Castro da<br />

presidência <strong>de</strong> Cuba – publicizada no país num artigo escrito no Gram<strong>na</strong> pelo<br />

então presi<strong>de</strong>nte licenciado, on<strong>de</strong> informava sua não candidatura à reeleição<br />

nos pleitos do país. Capas <strong>de</strong> revistas, inúmeras matérias, “especiais” e<br />

especialistas e todo o mais foi trabalhado num clima pouco jor<strong>na</strong>lístico,<br />

digamos assim. Discutia-se Fi<strong>de</strong>l, a Revolução, o futuro <strong>de</strong> Cuba tendo como<br />

pano <strong>de</strong> fundo o autismo do pensamento único do capital. O discurso<br />

carcomido neoliberal se fez voraz seja no silêncio a respeito <strong>de</strong> uma conquista<br />

tecnológica do governo chavista à frente da Venezuela ou no barulho a respeito<br />

do suposto envolvimento da presidência bolivaria<strong>na</strong> com a guerrilha<br />

revolucionária <strong>na</strong> selva colombia<strong>na</strong>. Um assunto que polarizou em muito todo o<br />

conservadorismo do país dado o espaço que as FARC ocuparam <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o mês<br />

<strong>de</strong> março com a morte <strong>de</strong> Raúl Reyes. Conservadorismo este que esbaldou-se<br />

<strong>na</strong> crise diplomática, a partir <strong>de</strong>ste episódio, que envolveu Colômbia e Equador,<br />

quando a primeira gover<strong>na</strong>da por Álvaro Uribe invadiu a segunda gover<strong>na</strong>da<br />

por Correa. O episódio, além <strong>de</strong> sua concretu<strong>de</strong>, <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e gravida<strong>de</strong>, teve<br />

em muito um aspecto simbólico <strong>na</strong> medida em que opunha em are<strong>na</strong>s opostas<br />

uma América hegemonizada pelo capital e o imperialismo estaduni<strong>de</strong>nse frente<br />

a outra América, que insurge e procura suas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> resistência e<br />

avanço – representadas por Colômbia e Equador, respectivamente. Pois ainda<br />

expunha, segundo o discurso dos especialistas, a fragilida<strong>de</strong> do projeto <strong>de</strong><br />

integração latino-america<strong>na</strong>.<br />

Porém, este mesmo conservadorismo foi obrigado a receber mais um revés e<br />

reconhecer a incontestável força política que a esquerda represente no atual<br />

cenário, <strong>na</strong> – não menos emblemática – eleição do ex-bispo da Igreja Católica<br />

à presidência do Paraguai. Numa histórica escolha do povo paraguaio e <strong>de</strong>


setores populares organizados e aguerridos que sustentaram até o fim do<br />

período eleitoral até sua vitória materializada em Fer<strong>na</strong>ndo Lugo frente ao<br />

Partido Colorado, no po<strong>de</strong>r a seis décadas.<br />

Linha <strong>de</strong> pesquisa: <strong>Processos</strong> Políticos <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong><br />

Contemporânea<br />

Eixo temático: <strong>Movimentos</strong> <strong>Sociais</strong> e <strong>Processos</strong> <strong>de</strong> <strong>Resistência</strong> <strong>na</strong><br />

América Lati<strong>na</strong><br />

Orientadora: Profa. Dra. Silene <strong>de</strong> Moraes Freire<br />

Equipe: Daniel Gomes, Mônica Brun, Priscila Alves, Vanilson Machado<br />

Apoio Técnico: Margareth Doher Nogueira<br />

Cronologia <strong>de</strong> 2009<br />

Janeiro<br />

01/05/2009 - 09h37<br />

Casal Kirchner aposta <strong>na</strong> periferia em campanha <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong><br />

THIAGO GUIMARÃES<br />

da Folha <strong>de</strong> S.Paulo, em Buenos Aires<br />

O helicóptero presi<strong>de</strong>ncial H-02 pousa no campo <strong>de</strong> futebol do parque<br />

municipal <strong>de</strong> Lomas <strong>de</strong> Zamora, <strong>na</strong> Gran<strong>de</strong> Buenos Aires, às 19h30 do último<br />

dia 1º <strong>de</strong> abril. Não leva a mandatária Cristi<strong>na</strong> Kirchner, mas seu marido e<br />

antecessor, Néstor Kirchner, hoje lí<strong>de</strong>r do Partido Justicialista (peronista, do<br />

governo).<br />

É o início <strong>de</strong> mais um comício peronista no entorno <strong>de</strong> Buenos Aires, aposta<br />

maior dos Kirchner para vencer as eleições legislativas <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> 28 <strong>de</strong>


junho, que renovam meta<strong>de</strong> da Câmara <strong>de</strong> Deputados e um terço do Se<strong>na</strong>do.<br />

Com 8,5 milhões <strong>de</strong> pessoas, as 24 cida<strong>de</strong>s do empobrecido conurbano<br />

bo<strong>na</strong>erense somam 23% do eleitorado <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. Em 2007, um <strong>de</strong> cada quatro<br />

votos a Cristi<strong>na</strong> saiu da região.<br />

São distritos <strong>de</strong>cisivos para a seleção dos 35 <strong>de</strong>putados fe<strong>de</strong>rais pela Província<br />

<strong>de</strong> Buenos Aires, que reúne 38% do eleitorado. Ape<strong>na</strong>s Lomas <strong>de</strong> Zamora,<br />

com 590 mil habitantes, é 1,5% do eleitorado <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l --10 das 23 Províncias<br />

argenti<strong>na</strong>s têm menos votantes do que a cida<strong>de</strong>.<br />

Com prefeito peronista, a cida<strong>de</strong> é exemplo da máqui<strong>na</strong> <strong>de</strong> intercâmbio <strong>de</strong><br />

favores que marca hoje o modo <strong>de</strong> fazer política criado pelo general Juan<br />

Perón (1895-1974).<br />

Alberto Verón, 43, fica pequeno perto da ban<strong>de</strong>ira que segura com os nomes<br />

<strong>de</strong> Kirchner e do prefeito Jorge Rossi. Diz trabalhar para a prefeitura e aponta<br />

seu recrutador, Juan Carlos Ávalos, 46.<br />

Faixa argenti<strong>na</strong> no pescoço, Ávalos organiza as cente<strong>na</strong>s <strong>de</strong> pessoas que<br />

chegam. Diz ser assessor do prefeito e que estão ali para "dar forte apoio à<br />

política" dos Kirchner. No ginásio, 600 pessoas se apertam. O prefeito diz a<br />

Kirchner: "Você tem a obrigação ou <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> ser nosso primeiro candidato a<br />

se<strong>na</strong>dor ou <strong>de</strong>putado fe<strong>de</strong>ral".<br />

Néstor candidato<br />

A "opção Néstor" é <strong>de</strong>fendida como forma <strong>de</strong> levantar votos <strong>na</strong> Província --a<br />

eleição é em listas fechadas <strong>de</strong> partidos ou alianças. Embora ainda não tenha<br />

confirmado candidatura, o ex-presi<strong>de</strong>nte (2003-2007) já trabalha nesse sentido<br />

--percorre o conurbano toda sema<strong>na</strong> e recebe prefeitos da região.<br />

"Essa luta [no conurbano] não é pelo voto não peronista, mas pelo apoio <strong>de</strong><br />

gente <strong>de</strong> tradição peronista", diz o sociólogo Ricardo Sidicaro.<br />

A hegemonia dos Kirchner <strong>na</strong> região é ameaçada pela retração econômica e<br />

pela frente <strong>de</strong> centro-direita entre peronistas dissi<strong>de</strong>ntes e o PRO, partido do<br />

prefeito <strong>de</strong> Buenos Aires, Maurício Macri.<br />

É contra essa frente que Néstor dispara no comício, ao associá-la ao<br />

neoliberalismo dos anos 90. "Invocam o peronismo para privatizar a Argenti<strong>na</strong><br />

e <strong>de</strong>ixá-los sem trabalho." Também aponta aos que "escaparam do país <strong>de</strong><br />

helicóptero" --referência à renúncia do ex-presi<strong>de</strong>nte Fer<strong>na</strong>ndo <strong>de</strong> la Rúa<br />

(1999-2001), da opositora União Cívica Radical.


Estratégia<br />

Após adiantar as eleições em quatro meses, sob a justificativa <strong>de</strong> encurtar o<br />

<strong>de</strong>bate político para enfrentar a crise econômica, o governo tornou pública sua<br />

estratégia eleitoral: lançar gover<strong>na</strong>dores e prefeitos aliados a cargos<br />

legislativos para puxar votos ao oficialismo.<br />

A manobra é alvo <strong>de</strong> críticas porque, uma vez eleitos, gover<strong>na</strong>dores e prefeitos<br />

não assumiriam os postos, retomando suas funções no Executivo --não há<br />

impedimento legal.<br />

"A iniciativa é uma violação institucio<strong>na</strong>l e mostra risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>rrota do governo",<br />

disse o a<strong>na</strong>lista Rosendo Fraga. Para o filósofo Ricardo Forster, a proposta é<br />

legítima. "É uma eleição <strong>de</strong>cisiva, que envolve um projeto <strong>de</strong> país, e não há<br />

<strong>na</strong>da escondido do eleitor", afirma.<br />

O governo reforça o discurso do "eu ou o caos", e prognostica crise em caso <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>rrota. Argumento ecoado por Cristi<strong>na</strong> nesta sema<strong>na</strong> ao dizer que o pleito põe<br />

em jogo a "estabilida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>mocrática". Já Néstor havia dito que a<br />

Argenti<strong>na</strong> "explo<strong>de</strong>" se o governo per<strong>de</strong>r maioria legislativa.<br />

"Memória"<br />

Após 20 minutos, Néstor termi<strong>na</strong> instando o público a ter "memória": "Vou<br />

recorrer as tribu<strong>na</strong>s da pátria e <strong>de</strong> Buenos Aires chamando a ter memória". Na<br />

saída, Edgardo Pizarro, 40, veste uma camisa com a inscrição "Kirchner é<br />

pátria livre, justa e sobera<strong>na</strong>".<br />

"É o melhor candidato, a síntese do peronismo", diz ele, membro <strong>de</strong><br />

cooperativa que presta serviços à prefeitura.<br />

"O peronismo funcio<strong>na</strong> assim, não por i<strong>de</strong>ias ou filiação partidária, mas pelo<br />

intercâmbio", diz Sidicaro.<br />

Kirchner <strong>de</strong>ixa o ginásio sob o som da marcha peronista, distribui beijos e<br />

abraços ao público que ficou <strong>de</strong> fora. Alguns o acompanham até o helicóptero<br />

presi<strong>de</strong>ncial. "Seja candidato", é o grito ouvido no local.<br />

07/05/2009 - 08h19<br />

Argenti<strong>na</strong> levará mais 15 anos julgando repressores, diz ONG<br />

THIAGO GUIMARÃES<br />

da Folha <strong>de</strong> S. Paulo, em Buenos Aires<br />

Embora os julgamentos <strong>de</strong> crimes da última ditadura argenti<strong>na</strong> (1976-1983)


tenham avançado em 2008, com 30 con<strong>de</strong><strong>na</strong>ções, se o atual ritmo for mantido,<br />

os processos em curso termi<strong>na</strong>rão só em 2024.<br />

O alerta é da ONG Cels (Centro <strong>de</strong> Estudos Legais e <strong>Sociais</strong>), que divulgou<br />

nesta terça-feira seu informe anual sobre a situação dos direitos humanos <strong>na</strong><br />

Argenti<strong>na</strong>. A ida<strong>de</strong> avançada da maioria dos 1.235 processados pelos crimes --<br />

e também dos familiares das vítimas-- ameaça a eficácia das causas,<br />

retomadas no governo Néstor Kirchner (2003-2007).<br />

"Apesar da reabertura dos julgamentos, vivemos um legado <strong>de</strong> impunida<strong>de</strong>",<br />

afirmou Gastón Chiller, diretor-executivo do Cels. Des<strong>de</strong> a retomada dos<br />

processos, 187 ex-integrantes do regime militar (15% do total <strong>de</strong> processados)<br />

morreram impunes, segundo a ONG.<br />

O informe registra 182 processos em curso no país por crimes da ditadura, tais<br />

como privação ilegal <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>, homicídio e tortura. Do total <strong>de</strong> 182 causas,<br />

houve sentença em ape<strong>na</strong>s 12 -6% do total-, e 80% estão em fase inicial <strong>de</strong><br />

instrução. O governo já confirmou 12 mil mortos ou <strong>de</strong>saparecidos durante a<br />

ditadura, <strong>de</strong> 30 mil casos relatados.<br />

O estudo aponta uma "generalizada sensação <strong>de</strong> impunida<strong>de</strong> no país",<br />

produzida por fatores como lentidão da Justiça, manobras protelatórias <strong>de</strong><br />

acusados, falta <strong>de</strong> segurança a testemunhas, <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong> no controle <strong>de</strong> presos<br />

e existência <strong>de</strong> foragidos.<br />

De 1.235 acusados, 454 (37%) estão presos, e 46 (4%), foragidos. As forças<br />

com mais acusados são Exército (34%), polícias estaduais (24%) e Marinha<br />

(13%). O número <strong>de</strong> civis acusados (8,5%) supera o <strong>de</strong> corporações como<br />

polícia <strong>de</strong> fronteira e serviço penitenciário.<br />

O ano <strong>de</strong> 2008, aponta o Cels, foi o <strong>de</strong> maior número <strong>de</strong> sentenças: <strong>de</strong> 40<br />

con<strong>de</strong><strong>na</strong>ções <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a reabertura das causas, 30 (77%) foram no ano passado.<br />

Houve ainda 194 novos processados -para a ONG, si<strong>na</strong>l <strong>de</strong> que a i<strong>de</strong>ntificação<br />

<strong>de</strong> mais responsáveis ainda está ativa.<br />

O subsecretário <strong>de</strong> Direitos Humanos da Argenti<strong>na</strong>, Luis Alem, disse que o<br />

governo Cristi<strong>na</strong> Kirchner está "firmemente comprometido" com os<br />

julgamentos. Afirmou que o Executivo vem <strong>de</strong>nunciando "juízes que conspiram<br />

contra o avanço" dos processos.<br />

A Justiça argenti<strong>na</strong> aponta falta <strong>de</strong> recursos e formou neste ano uma comissão<br />

para tentar apressar as causas.


07/05/2009 - 18h57<br />

Piqueteiros marcham <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong> pedindo inclusão em lista <strong>de</strong><br />

candidatos do governo<br />

colaboração para a Folha Online<br />

Milhares <strong>de</strong> "piqueteiros" da Central <strong>de</strong> <strong>Movimentos</strong> Populares (CMP), uma das<br />

maiores organizações <strong>de</strong> pobres e <strong>de</strong>sempregados da Argenti<strong>na</strong>, percorreram<br />

as ruas <strong>de</strong> Buenos Aires para apoiar o bloco da presi<strong>de</strong>nte Cristi<strong>na</strong> Kirchner<br />

<strong>na</strong>s eleições legislativas <strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> junho e reivindicar lugar para os piqueteiros<br />

<strong>na</strong> lista <strong>de</strong> candidatos governistas <strong>na</strong>s próximas eleições parlamentares.<br />

O lí<strong>de</strong>r piqueteiro Luis D'Elía encabeçou a marcha que cruzou a cida<strong>de</strong> até<br />

chegar à praça <strong>de</strong> Maio. Ele disse que os manifestantes estariam com o<br />

governo in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da lista <strong>de</strong> candidatos, mas pediu que não<br />

"abusassem da generosida<strong>de</strong>" dos piqueteiros, <strong>de</strong> acordo com relato do jor<strong>na</strong>l<br />

"El Clarín".<br />

"É preciso encher as ur<strong>na</strong>s <strong>de</strong> votos para a Frente para a Vitória [FV]", a fim<br />

que que a presi<strong>de</strong>nte Cristi<strong>na</strong> Kirchner e seu marido, o ex-presi<strong>de</strong>nte Néstor<br />

Kirchner [2003-2007], vençam as eleições para renovar meta<strong>de</strong> da Câmara e<br />

um terço do Se<strong>na</strong>do.<br />

"Há que garantir que mantenham a maioria <strong>na</strong>s duas Câmaras, Néstor e<br />

Cristi<strong>na</strong>" disse Luis D'Elía durante o protesto.<br />

A manifestação foi realizada <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> fortes <strong>de</strong>clarações <strong>de</strong> D'Elía no início da<br />

sema<strong>na</strong>. Segundo o Ao "Clarín", ele se queixou <strong>de</strong> que o ex-presi<strong>de</strong>nte Néstor<br />

Kirchner sempre convoca as organizações sociais nos momentos difíceis, mas<br />

as esquece <strong>na</strong> hora <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir as candidaturas. Manifestantes das classes mais<br />

pobres compõem normalmente a maioria <strong>na</strong>s marchas em favor do governo<br />

Kirchner, enquanto membros da classe média e produtores rurais manifestam-<br />

se com mais frequência contra medidas do governo.<br />

Em 26 <strong>de</strong> março, o Se<strong>na</strong>do da Argenti<strong>na</strong> aprovou a antecipação das eleições<br />

legislativas para 28 <strong>de</strong> junho, quatro meses antes do previsto, como queria a<br />

presi<strong>de</strong>nte Cristi<strong>na</strong> Kirchner. A campanha <strong>de</strong>ve ter início no próximo dia 29 <strong>de</strong><br />

abril.<br />

O governo argumentou que, diante da crise econômica mundial, o país não<br />

podia ter uma <strong>de</strong>mora <strong>na</strong> escolha dos legisladores, mas críticos dizem que a


presi<strong>de</strong>nte mudou a data das eleições por medo <strong>de</strong> que seus aliados no<br />

Congresso fossem <strong>de</strong>rrotados, com o agravamento dos efeitos da crise sobre a<br />

terceira maior economia da América Lati<strong>na</strong>.<br />

08/05/2009 - 07h56<br />

Venezuela aprova lei para controlar setor petroleiro<br />

FABIANO MAISONNAVE<br />

da Folha <strong>de</strong> S. Paulo, em Caracas<br />

O presi<strong>de</strong>nte Hugo Chávez anunciou que expropriará hoje <strong>de</strong>ze<strong>na</strong>s <strong>de</strong><br />

empresas do setor petroleiro. As novas <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lizações ocorrem um após a<br />

Assembleia aprovar uma lei que "reserva ao Estado os bens e serviços ligados<br />

às ativida<strong>de</strong>s primárias <strong>de</strong> hidrocarbonetos".<br />

"Vou promulgar a lei imediatamente, e sai hoje [ontem] mesmo em Gazeta<br />

Oficial, em número extraordinário, porque amanhã [hoje] começamos a<br />

recuperar bens e ativos que passam a ser do Estado, <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> social,<br />

como sempre <strong>de</strong>veria ter sido", disse Chávez por volta das 20h locais, durante<br />

reunião <strong>de</strong> gabinete transmitida em ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> rádio e TV.<br />

O presi<strong>de</strong>nte venezuelano afirmou que todas as empresas a serem<br />

<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lizadas hoje atuam no lago <strong>de</strong> Maracaibo (oeste), principal região <strong>de</strong><br />

produção petroleira da Venezuela e localizado no rico Estado <strong>de</strong> Zulia,<br />

gover<strong>na</strong>do pela oposição. Ele prometeu comparecer pessoalmente.<br />

Chávez afirmou que serão <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lizados hoje 300 lanchas, 30 rebocadores,<br />

30 barcos <strong>de</strong> transporte, 39 termi<strong>na</strong>is e atracadouros, 61 lanchas <strong>de</strong> mergulho,<br />

5 diques para reparação <strong>de</strong> barcos, além <strong>de</strong> 13 ofici<strong>na</strong>s. Ao todo, o Estado<br />

absorverá 8.056 trabalhadores e economizará US$ 700 milhões por ano,<br />

segundo o presi<strong>de</strong>nte.<br />

"Vejam como a burguesia e a peque<strong>na</strong> burguesia ainda têm muitos<br />

mecanismos por meio dos quais se apropria da maior parte da renda<br />

petroleira", disse Chávez.<br />

A nova legislação, que tramitou em menos <strong>de</strong> uma sema<strong>na</strong>, amplia o processo<br />

<strong>de</strong> estatização do setor petroleiro iniciado por Chávez, que já implantara o<br />

monopólio da PDVSA <strong>na</strong> exploração e comercialização.<br />

De acordo com a lei recém-promulgada, as empresas que forem estatizadas<br />

não po<strong>de</strong>rão recorrer à arbitragem inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, mas somente à Justiça


venezuela<strong>na</strong>, controlada pelo chavismo.<br />

Várias <strong>de</strong>ssas empresas enfrentam atualmente dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> caixa por causa<br />

dos atrasos <strong>de</strong> pagamento da PDVSA --algumas não recebem <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

setembro. A estatal vem sofrendo com a queda do preço do petróleo, agravada<br />

pela transferência <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong> seu faturamento para o fi<strong>na</strong>nciamento<br />

dos programas sociais do governo Chávez.<br />

Em março, a PDVSA anunciou que começaria a pagar as dívidas <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong><br />

6.000 fornecedores <strong>de</strong> forma escalo<strong>na</strong>da, mas as empresas do setor afirmam<br />

que a promessa não vem sendo cumprida. A estimativa é que a dívida com as<br />

prestadoras supere os US$ 3 bilhões.<br />

A última gran<strong>de</strong> <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lização feita no setor petroleira foi em 2007, quando<br />

Chávez estatizou as empresas que exploravam a faixa do Orinoco (centro-<br />

leste), uma das maiores reservas mundiais.<br />

Sidor<br />

Depois <strong>de</strong> difíceis negociações, Caracas chegou a um acordo com a holding<br />

argenti<strong>na</strong> Ternium para a in<strong>de</strong>nização da si<strong>de</strong>rúrgica Sidor, <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lizada em<br />

abril <strong>de</strong> 2008 e que tinha uma participação minoritária da brasileira Usimi<strong>na</strong>s.<br />

O governo venezuelano se comprometeu a pagar US$ 1,97 bilhão por quase<br />

60% das ações da Sidor, a maior si<strong>de</strong>rúrgica do Caribe. É um valor<br />

intermediário entre o que exigia a Ternium (cerca <strong>de</strong> US$ 4 bilhões) e o que<br />

Chávez queria pagar (US$ 800 milhões).<br />

Des<strong>de</strong> 2007, logo após ter sido reeleito, Chávez vem promovendo uma ampla<br />

<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lização <strong>de</strong> setores como o petroleiro, <strong>de</strong> telecomunicações,<br />

eletricida<strong>de</strong>, cimento e até turismo.<br />

Com agências inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is<br />

08/05/2009 - 17h08<br />

Ministros sul-americanos alcançam acordo para criar Banco do Sul<br />

da Efe, em Buenos Aires<br />

Os ministros <strong>de</strong> Economia <strong>de</strong> Brasil, Argenti<strong>na</strong>, Bolívia, Equador, Paraguai,<br />

Uruguai e Venezuela chegaram a um acordo nesta sexta-feira em Buenos<br />

Aires para criar o Banco do Sul.<br />

"Fechamos todos os pontos pen<strong>de</strong>ntes e, portanto, esta foi a última reunião<br />

ministerial", afirmou o ministro da Economia argentino, Carlos Fernán<strong>de</strong>z. Ele


disse, no entanto, que ainda falta fazer uma revisão técnica dos estatutos da<br />

entida<strong>de</strong> fi<strong>na</strong>nceira e que os sete países fundadores aprovem a instituição no<br />

Parlamento.<br />

O acordo sobre os estatutos do Banco do Sul, discutidos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2007, "tem<br />

termos aceitáveis, por isso que po<strong>de</strong> ser rapidamente aprovado" pelos<br />

Parlamentos, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega.<br />

Depois <strong>de</strong> expressar a "satisfação" dos ministros <strong>de</strong> Economia, Fernán<strong>de</strong>z<br />

consi<strong>de</strong>rou que o Banco do Sul <strong>de</strong>veria começar a funcio<strong>na</strong>r "o mais rápido<br />

possível" em vista do contexto <strong>de</strong> crise global.<br />

O banco regio<strong>na</strong>l terá um capital inicial <strong>de</strong> US$ 7 bilhões, dos quais Brasil,<br />

Argenti<strong>na</strong> e Venezuela fornecerão US$ 2 bilhões cada.<br />

Equador e Uruguai, por sua vez, <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>rão US$ 400 milhões cada, e os US$<br />

200 milhões restantes serão <strong>de</strong>sembolsados em partes iguais por Bolívia e<br />

Paraguai, informou.<br />

Cada integrante do banco "terá um voto" no conselho diretivo, mas a<br />

aprovação <strong>de</strong> empréstimos superiores a US$ 70 milhões precisará do apoio <strong>de</strong><br />

dois terços do capital assi<strong>na</strong>do no Banco, acrescentou o ministro argentino.<br />

"O Banco do Sul é o passo que faltava para a integração fi<strong>na</strong>nceira" da<br />

América do Sul, ressaltou Mantega. "Não é fácil criar uma instituição fi<strong>na</strong>nceira<br />

como esta no meio da crise inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l."<br />

Durante a reunião <strong>de</strong> Buenos Aires, Fernán<strong>de</strong>z e Mantega informaram aos<br />

colegas sobre <strong>de</strong>talhes <strong>de</strong> sua participação <strong>na</strong> cúpula do G20 (que reúne as<br />

<strong>na</strong>ções mais ricas e principais emergentes), realizada no mês passado em<br />

Londres.<br />

08/05/2009 - 18h38<br />

Brasil e Argenti<strong>na</strong> acertam conversão <strong>de</strong> moedas para fundo <strong>de</strong><br />

emergência<br />

da Efe<br />

da France Presse, em Buenos Aires<br />

Brasil e Argenti<strong>na</strong> <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ram a conversão <strong>de</strong> divisas em moeda local no<br />

valor <strong>de</strong> US$ 1,5 bilhão, para reforçar a posição <strong>de</strong> reservas <strong>de</strong> cada país para<br />

um caso <strong>de</strong> emergência, informaram nesta sexta-feira, em Buenos Aires, os<br />

ministros da Economia argentino, Carlos Fernán<strong>de</strong>z, e brasileiro, Guido


Mantega.<br />

A implementação <strong>de</strong>ste mecanismo, <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>do "swap <strong>de</strong> moedas", será<br />

a<strong>na</strong>lisada por técnicos dos dois países <strong>na</strong> próxima sema<strong>na</strong>, disse Fernán<strong>de</strong>z,<br />

ao fazer o anúncio ao lado do ministro brasileiro em Buenos Aires.<br />

"Queremos reforçar uns aos outros", ressaltou Mantega, ao <strong>de</strong>stacar que o<br />

Brasil quer acertar sistemas similares com os outros países sul-americanos.<br />

"Isto vai reforçar a posição fi<strong>na</strong>nceira <strong>de</strong> cada país e da região, além <strong>de</strong> servir<br />

para reduzir a taxa <strong>de</strong> risco-país', disse Mantega.<br />

A operação consiste em que cada um dos bancos centrais abra uma conta em<br />

moeda local do outro país no equivalente a US$ 1,5 bilhão, como já fizeram o<br />

Brasil com os Estados Unidos e a Argenti<strong>na</strong> com a Chi<strong>na</strong> com valores<br />

superiores.<br />

Fernán<strong>de</strong>z <strong>de</strong>stacou que a i<strong>de</strong>ia é iniciar "um mecanismo simples, com<br />

operabilida<strong>de</strong> por meio dos bancos centrais" <strong>de</strong> Argenti<strong>na</strong> e Brasil.<br />

Mantega <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u a "integração fi<strong>na</strong>nceira" da região para enfrentar a crise<br />

global, que restringe o acesso dos países ao crédito.<br />

"Estes créditos recíprocos po<strong>de</strong>m ser usados como tais ou se manter como<br />

reserva monetária, como fez o Brasil quando recebeu US$ 30 bilhões" do<br />

Fe<strong>de</strong>ral Reserve (Fed, banco central americano), disse o ministro brasileiro.<br />

Segundo Mantega, a linha <strong>de</strong> crédito po<strong>de</strong>rá estar operacio<strong>na</strong>l "em duas ou<br />

três sema<strong>na</strong>s" já que é <strong>de</strong> "relativa fácil aprovação" e não necessita votação<br />

parlamentar.<br />

Argenti<strong>na</strong> e Brasil adotaram um acordo bilateral para o comércio em moeda<br />

local, mecanismo que beneficia principalmente as peque<strong>na</strong>s e médias<br />

empresas pela economia <strong>na</strong> intermediação <strong>de</strong> divisas com o dólar.<br />

Os ministros fizeram o anúncio durante entrevista à imprensa ao fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> uma<br />

reunião <strong>de</strong> ministros da Economia dos sete países sul-americanos que<br />

a<strong>de</strong>riram ao Banco do Sul (Argenti<strong>na</strong>, Brasil, Bolívia, Equador, Paraguai,<br />

Uruguai e Venezuela).<br />

08/05/2009 - 20h41<br />

Brasil e Argenti<strong>na</strong> firmam acordo para criar Banco do Sul<br />

da Efe, em Buenos Aires<br />

Os ministros <strong>de</strong> Economia <strong>de</strong> sete países sul-americanos, entre eles o Brasil,


firmaram hoje em Buenos Aires o acordo <strong>de</strong>finitivo para criar o Banco do Sul.<br />

O encontro também serviu para que a Argenti<strong>na</strong> e Brasil fechassem um acordo<br />

para a elaboração <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> reforço <strong>de</strong> suas reservas em moeda<br />

estrangeira diante da crise global.<br />

"Fechamos todos os pontos pen<strong>de</strong>ntes", anunciou o responsável pela pasta <strong>de</strong><br />

Economia da Argenti<strong>na</strong>, Carlos Fernán<strong>de</strong>z, em entrevista coletiva concedida<br />

junto com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.<br />

Os dois ministros concordaram que o acordo <strong>de</strong> Buenos Aires foi a melhor<br />

resposta à crise global, motivo pelo qual <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ram que o Banco do Sul inicie<br />

suas ativida<strong>de</strong>s "o mais rápido possível", como disse o argentino, para<br />

conseguir "a integração fi<strong>na</strong>nceira", segundo Mantega.<br />

Fernán<strong>de</strong>z esclareceu que agora falta uma revisão técnica dos estatutos da<br />

entida<strong>de</strong> fi<strong>na</strong>nceira regio<strong>na</strong>l e que sua criação seja aprovada pelos<br />

Parlamentos dos sete países fundadores --além <strong>de</strong> Brasil e Argenti<strong>na</strong>, são eles<br />

Bolívia, Equador, Paraguai, Uruguai e Venezuela.<br />

Os ministros também anunciaram um acordo pelo qual Brasil e Argenti<strong>na</strong> farão<br />

uma troca <strong>de</strong> divisas em moeda local no valor <strong>de</strong> US$ 1,5 bilhão, por meio do<br />

qual preten<strong>de</strong>m reforçar seus sistemas monetários em caso <strong>de</strong> emergência.<br />

O Brasil é um dos 15 países que assinou acordos similares com o Fe<strong>de</strong>ral<br />

Reserve (Fed, banco central americano) e, segundo Mantega, o país está<br />

disposto a firmar pactos do mesmo porte com o resto dos sul-americanos.<br />

"Estes créditos recíprocos po<strong>de</strong>m ser usados como tais ou po<strong>de</strong>m ser mantidos<br />

como reserva monetária, como fez o Brasil quando recebeu US$ 30 bilhões do<br />

Fed", explicou.<br />

O ministro <strong>de</strong>u a enten<strong>de</strong>r que os fundos intercambiados com a Argenti<strong>na</strong><br />

serão "<strong>de</strong> livre disponibilida<strong>de</strong>", ou seja, que po<strong>de</strong>rão ser usados para reforçar<br />

as reservas monetárias ou com fins fi<strong>na</strong>nceiros.<br />

Fernán<strong>de</strong>z relatou que o início do acordo monetário com o Brasil, no<br />

mecanismo chamado "swap <strong>de</strong> moedas", será a<strong>na</strong>lisado por técnicos dos dois<br />

países <strong>na</strong> sema<strong>na</strong> que vem.<br />

Segundo Mantega, Brasil e Argenti<strong>na</strong> estão se "reforçando mutuamente"<br />

<strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong> que a crise global diminuiu o acesso ao crédito para as<br />

<strong>na</strong>ções em <strong>de</strong>senvolvimento.


10/05/2009 - 00h46<br />

Kirchner será candidato governista a <strong>de</strong>putado em legislativas <strong>de</strong> junho<br />

da Efe, em Buenos Aires<br />

O ex-presi<strong>de</strong>nte da Argenti<strong>na</strong> Néstor Kirchner será um dos candidatos a<br />

<strong>de</strong>putado fe<strong>de</strong>ral pela Província <strong>de</strong> Buenos Aires para as eleições legislativas<br />

<strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> junho, informaram neste sábado fontes <strong>de</strong> seu partido, duas horas<br />

antes <strong>de</strong> vencer o prazo legal para a apresentação <strong>de</strong> listas <strong>de</strong> candidatos.<br />

O gover<strong>na</strong>dor <strong>de</strong> Buenos Aires, Daniel Scioli, figurará no segundo lugar da lista<br />

li<strong>de</strong>rada pelo ex-presi<strong>de</strong>nte, seguido pela atriz Nacha Guevara e do chefe do<br />

gabinete <strong>de</strong> ministros Sergio Massa.<br />

Scioli e Massa disseram que permanecerão em seus cargos <strong>de</strong>pois das<br />

eleições do dia 28 <strong>de</strong> junho próximo, porque suas candidaturas são<br />

"testemunhais", em apoio "ao mo<strong>de</strong>lo" do governo <strong>de</strong> Cristi<strong>na</strong> Fernán<strong>de</strong>z,<br />

esposa e sucessora <strong>de</strong> Kirchner (2003-2007).<br />

11/05/2009 - 07h47<br />

Cristi<strong>na</strong> Kirchner escala força total para eleições <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong><br />

THIAGO GUIMARÃES<br />

da Folha <strong>de</strong> S.Paulo, em Buenos Aires<br />

A campanha rumo às eleições legislativas argenti<strong>na</strong>s entra nesta sema<strong>na</strong> em<br />

fase <strong>de</strong>cisiva, aberta anteontem com o registro das candidaturas e a<br />

confirmação <strong>de</strong> que o governo apostará seu futuro político <strong>na</strong>s ur<strong>na</strong>s, com o<br />

ex-presi<strong>de</strong>nte Néstor Kirchner (2003-2007) como principal candidato.<br />

In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do resultado, que po<strong>de</strong> selar o fim da maioria governista<br />

no Congresso, serão eleições marcadas pela estratégia do governo, que<br />

adiantou o pleito em quatro meses e introduziu uma nova atitu<strong>de</strong> política,<br />

lançando integrantes do Executivo a cargos legislativos que não assumirão --ou<br />

seja, ape<strong>na</strong>s para puxar votos e "<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r o mo<strong>de</strong>lo" kirchnerista.<br />

Para uma eleição que renova meta<strong>de</strong> da Câmara <strong>de</strong> Deputados (127 <strong>de</strong> 257) e<br />

um terço do Se<strong>na</strong>do (24 <strong>de</strong> 72), o governo põe todas suas fichas <strong>na</strong> Província<br />

<strong>de</strong> Buenos Aires, maior distrito eleitoral, com 37% dos votantes. Reedita ali a<br />

fórmula presi<strong>de</strong>ncial <strong>de</strong> 2003, com lista <strong>de</strong> candidatos à Câmara encabeçada<br />

por Kirchner e pelo gover<strong>na</strong>dor da Província e ex-vice-presi<strong>de</strong>nte, Daniel Scioli.<br />

O voto para a Câmara argenti<strong>na</strong> é dado aos partidos, que fazem listas


fechadas com uma or<strong>de</strong>m pre<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da --por exemplo, se uma legenda<br />

obtiver votos suficientes para eleger <strong>de</strong>z <strong>de</strong>putados, serão eleitos os <strong>de</strong>z<br />

primeiros da lista. Daí a importância dos cabeças <strong>de</strong> chapa para atrair votos.<br />

Com popularida<strong>de</strong> em queda <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a posse --hoje sua aprovação é <strong>de</strong> 30%--,<br />

a presi<strong>de</strong>nte Cristi<strong>na</strong> Kirchner justificou a antecipação do pleito como forma <strong>de</strong><br />

evitar instabilida<strong>de</strong> política em meio à crise mundial. Néstor afirma que as<br />

candidaturas <strong>de</strong> integrantes do Executivo são uma forma <strong>de</strong> "pôr a cara" em<br />

frente ao projeto.<br />

Os kirchneristas apostam tudo <strong>na</strong> Província <strong>de</strong> Buenos Aires, para compensar<br />

prováveis <strong>de</strong>rrotas nos outros quatro maiores distritos (capital, Santa Fé,<br />

Córdoba e Mendoza), que somam 31% do eleitorado <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, e manter a<br />

maioria <strong>na</strong> Câmara dos Deputados.<br />

Os prefeitos terão papel fundamental <strong>na</strong> estratégia provincial do governo --45<br />

(<strong>de</strong> 134) <strong>de</strong>les estarão à frente <strong>de</strong> listas para vereador em suas cida<strong>de</strong>s. Assim<br />

o kirchnerismo puxa votos <strong>de</strong> "baixo para cima" --cada partido tem sua própria<br />

cédula, com candidatos para todos os postos-- e evita traições. "Os prefeitos<br />

potencializam as listas governistas em 2 a 5 pontos <strong>na</strong> maioria dos distritos",<br />

disse à Folha Doris Capurro, da consultora Ibarómetro.<br />

Pesquisas<br />

O tom <strong>de</strong> plebiscito da campanha já foi dado por Kirchner, que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o verão<br />

percorre sema<strong>na</strong>lmente a Província em comícios partidários, tática que agora<br />

ce<strong>de</strong>u lugar a caminhadas. Reivindica os seis anos <strong>de</strong> gestão kirchnerista em<br />

contraposição ao "mo<strong>de</strong>lo neoliberal" dos anos 90 e i<strong>de</strong>ntifica a oposição com a<br />

crise <strong>de</strong> 2001-02.<br />

Pesquisas obtidas pela Folha antecipam uma eleição disputada <strong>na</strong> Província.<br />

Dois levantamentos mostram resultados diferentes, com acirramento entre as<br />

opções governista e a do peronismo dissi<strong>de</strong>nte.<br />

Enquanto para o Ibarómetro a lista encabeçada por Néstor Kirchner e Daniel<br />

Scioli li<strong>de</strong>ra com 40% das intenções <strong>de</strong> voto, seguida pela Unión PRO <strong>de</strong><br />

Francisco <strong>de</strong> Narváez e Felipe Solá, com 28,8%, a Ma<strong>na</strong>gement & Fit registrou<br />

vantagem <strong>de</strong> cinco pontos para a frente opositora: 26,8% a 21,5%.<br />

Em ambas as pesquisas o terceiro lugar fica com a lista <strong>de</strong> Margarita Stolbizer<br />

e Ricardo Alfonsín, da aliança entre radicais, Coalizão Cívica e Consenso<br />

Fe<strong>de</strong>ral (partido do vice-presi<strong>de</strong>nte, Julio Cobos) --16,9% pelo Ibarómetro e


19,5% <strong>na</strong> medição da Ma<strong>na</strong>gement & Fit. A eleição <strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> junho renova<br />

meta<strong>de</strong> da Câmara eleita em 2005, quando o governo obteve vitória<br />

contun<strong>de</strong>nte <strong>na</strong> Província <strong>de</strong> Buenos Aires, com 43% dos votos. Na ocasião,<br />

ironicamente, a puxadora <strong>de</strong> votos era a hoje presi<strong>de</strong>nte, que concorreu ao<br />

Se<strong>na</strong>do.<br />

Das 35 ca<strong>de</strong>iras em disputa <strong>na</strong> Província, 20 são governistas. Hoje o governo<br />

tem 115 das 257 ca<strong>de</strong>iras <strong>na</strong> Câmara e alcança a maioria com 15 aliados.<br />

12/05/2009 - 08h01<br />

Oposição pe<strong>de</strong> impug<strong>na</strong>ção da candidatura <strong>de</strong> Néstor Kirchner<br />

THIAGO GUIMARÃES<br />

da Folha <strong>de</strong> S.Paulo, em Buenos Aires<br />

Dois dias após a confirmação das candidaturas para as eleições legislativas <strong>de</strong><br />

junho <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong>, um setor da oposição entrou ontem <strong>na</strong> Justiça para tentar<br />

barrar a candidatura do ex-presi<strong>de</strong>nte Néstor Kirchner (2003-2007) a <strong>de</strong>putado<br />

fe<strong>de</strong>ral.<br />

O Acordo Cívico e Social pediu a impug<strong>na</strong>ção da candidatura por supostas<br />

irregularida<strong>de</strong>s no domicílio eleitoral --para se candidatar pela Província <strong>de</strong><br />

Buenos Aires, Kirchner, <strong>na</strong>tural da Província <strong>de</strong> Santa Cruz, usa o en<strong>de</strong>reço da<br />

residência oficial da Presidência. Kirchner disse ontem que a impug<strong>na</strong>ção "não<br />

tem lugar".<br />

A aliança opositora também pediu a impug<strong>na</strong>ção das "candidaturas<br />

testemunhais" --<strong>de</strong> candidatos vindos do Executivo que reconhecem que não<br />

assumirão os cargos. Entre eles estão o gover<strong>na</strong>dor <strong>de</strong> Buenos Aires, Daniel<br />

Scioli, o chefe <strong>de</strong> gabinete da Presidência, Sérgio Massa, e 45 prefeitos.<br />

As impug<strong>na</strong>ções, contudo, não <strong>de</strong>vem ocorrer, porque o registro eleitoral <strong>de</strong><br />

Kirchner não apresentaria irregularida<strong>de</strong>s e uma juíza eleitoral já se manifestou<br />

pela legalida<strong>de</strong> das "candidaturas testemunhais".<br />

12/05/2009<br />

Chávez anuncia <strong>de</strong>sapropriação <strong>de</strong> 10 mil hectares<br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 14:30<br />

“O presi<strong>de</strong>nte da Venezuela, Hugo Chávez, assinou neste domingo uma série


<strong>de</strong> or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> expropriação... Segundo Chávez, essas terras eram ociosas ou<br />

haviam sido adquiridas <strong>de</strong> forma ilegal e agora serão <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>das à agricultura e<br />

"convertidas em projetos <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s primárias <strong>de</strong> produção"...”<br />

O presi<strong>de</strong>nte da Venezuela, Hugo Chávez, assinou neste domingo uma série<br />

<strong>de</strong> or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> expropriação que <strong>de</strong>verão dar ao governo o controle <strong>de</strong> um total<br />

<strong>de</strong> 10 mil hectares <strong>de</strong> terras pertencentes a proprietários privados.<br />

Segundo Chávez, essas terras eram ociosas ou haviam sido adquiridas <strong>de</strong><br />

forma ilegal e agora serão <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>das à agricultura e "convertidas em projetos<br />

<strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s primárias <strong>de</strong> produção", conforme informações da Agência<br />

Bolivaria<strong>na</strong> <strong>de</strong> Notícias.<br />

A assi<strong>na</strong>tura dos documentos foi feita durante o programa <strong>de</strong> rádio e televisão<br />

dominical <strong>de</strong> Chávez, o Alô Presi<strong>de</strong>nte, que neste domingo foi transmitido<br />

diretamente do Estado <strong>de</strong> Bari<strong>na</strong>s, terra <strong>na</strong>tal do lí<strong>de</strong>r venezuelano.<br />

Chávez disse que aqueles que têm terrar <strong>de</strong>vem produzir nelas. "Se não a<br />

ocupam bem, se não produzem bem, per<strong>de</strong>m o direito <strong>de</strong> ocupá-la, e para isso<br />

chega então a lei", afirmou.<br />

O presi<strong>de</strong>nte criticou aqueles que têm terras e só as usam para passar os fi<strong>na</strong>is<br />

<strong>de</strong> sema<strong>na</strong>. "A terra é por <strong>na</strong>tureza proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> todos. Se alguém está<br />

ocupando uma terra, por distintas razões, mas não vive nela, vive <strong>na</strong> cida<strong>de</strong> e<br />

paga uma miséria a alguém para que cui<strong>de</strong> (da terra), isso tem que acabar",<br />

disse Chávez, segundo a Agência Bolivaria<strong>na</strong> <strong>de</strong> Notícias.<br />

Produção <strong>de</strong> alimentos<br />

Segundo a agência estatal, o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>terminou que os funcionários<br />

responsáveis pelas expropriações tenham acompanhamento militar.<br />

O presi<strong>de</strong>nte venezuelano tem planos <strong>de</strong> controlar todos os setores<br />

consi<strong>de</strong>rados estratégicos para o país.<br />

Na sexta-feira, o governo venezuelano estatizou 60 empresas que prestam<br />

serviços à indústria petroleira.<br />

Des<strong>de</strong> março, diversas fazendas já foram <strong>de</strong>sapropriadas. O governo enfrenta<br />

uma crise com o setor agroindustrial privado e aposta <strong>na</strong> expansão das terras<br />

cultivadas pelo Estado para aumentar a produção <strong>de</strong> alimentos no país.<br />

Atualmente, cerca <strong>de</strong> 70% dos alimentos consumidos <strong>na</strong> Venezuela são<br />

importados.


12/05/2009<br />

Itamaraty aposta em relação 'mais favorável' com Equador<br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 14:40<br />

“Após um período <strong>de</strong> "estranhamento" entre os dois países, o governo<br />

brasileiro trabalha com um cenário "mais favorável" <strong>na</strong>s relações com o<br />

Equador para os próximos anos...”<br />

Após um período <strong>de</strong> "estranhamento" entre os dois países, o governo brasileiro<br />

trabalha com um cenário "mais favorável" <strong>na</strong>s relações com o Equador para os<br />

próximos anos.<br />

A visão do Itamaraty é <strong>de</strong> que o Equador vinha <strong>de</strong> um período <strong>de</strong><br />

"transformações" e que, com a provável reeleição neste domingo, o presi<strong>de</strong>nte<br />

Rafael Correa terá espaço político para "baixar o tom" em seus discursos<br />

contra empresas estrangeiras, incluindo as brasileiras.<br />

"Os problemas que tivemos no ano passado foram fruto <strong>de</strong> um período <strong>de</strong><br />

transformações no país. E tudo indica que essa fase está se dissipando", disse<br />

um diplomata à BBC Brasil.<br />

Em outubro, o governo equatoriano <strong>de</strong>cidiu expulsar a brasileira O<strong>de</strong>brecht do<br />

país, alegando falhas <strong>na</strong> hidrelétrica <strong>de</strong> San Francisco, construída pela<br />

empresa.<br />

Um mês <strong>de</strong>pois, o presi<strong>de</strong>nte Correa suspen<strong>de</strong>u o pagamento pela obra, que<br />

havia sido fi<strong>na</strong>nciada pelo BNDES. O pedido <strong>de</strong> anulação da dívida, no valor <strong>de</strong><br />

US$ 243 milhões, foi levado à Câmara <strong>de</strong> Comércio Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l sem que o<br />

governo brasileiro fosse consultado - gerando um mal-estar entre os dois<br />

países.<br />

O Itamaraty diz que o episódio foi um "mal entendido" e que as relações entre<br />

os dois países melhoraram.<br />

"Mas ainda não estão 100% normalizadas", diz o diplomata.<br />

A avaliação é <strong>de</strong> que, com um novo mandato, Correa po<strong>de</strong>rá gover<strong>na</strong>r sem a<br />

pressão política que o levou a adotar um discurso contrário ao capital<br />

estrangeiro.<br />

Segundo plano<br />

Um dos gran<strong>de</strong>s projetos conjuntos entre Brasil e Equador é a construção do


Eixo Multimodal Manta-Ma<strong>na</strong>us, um complexo <strong>de</strong> vias fluviais, terrestres e<br />

aéreas que atravessará os dois países, ligando o Oceano Pacífico ao Oceano<br />

Atlântico.<br />

O projeto, no entanto, foi colocado "em segundo plano" pelo governo brasileiro,<br />

até que a situação com o BNDES seja totalmente resolvida.<br />

Apesar <strong>de</strong> a dívida ainda estar sendo a<strong>na</strong>lisada pela Câmara <strong>de</strong> Comércio<br />

Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, duas parcelas já foram pagas.<br />

A terceira e última parcela vence em junho e, se quitada, será vista pelo<br />

governo brasileiro como um si<strong>na</strong>l "extremamente positivo". "Aí sim as relações<br />

po<strong>de</strong>rão voltar a bem próximo do que era antes", diz o diplomata.<br />

Lula ou Chávez?<br />

Apesar do discurso <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lista do presi<strong>de</strong>nte equatoriano e <strong>de</strong> uma nova<br />

Constituição com cunho estatizante, os a<strong>na</strong>listas <strong>de</strong> mercado também apostam<br />

<strong>na</strong> retomada das relações entre Brasil e Equador sob um novo mandato <strong>de</strong><br />

Correa.<br />

O motivo está <strong>na</strong> crise fi<strong>na</strong>nceira e <strong>na</strong> queda do preço do petróleo. Segundo<br />

a<strong>na</strong>listas, o presi<strong>de</strong>nte do Equador vai precisar "ainda mais" do Brasil nesse<br />

segundo mandato.<br />

"Seria impru<strong>de</strong>nte nesse momento se aproximar do presi<strong>de</strong>nte da Venezuela,<br />

Hugo Chávez, que também está per<strong>de</strong>ndo forças em função da queda do<br />

petróleo", diz o a<strong>na</strong>lista para América Lati<strong>na</strong> <strong>de</strong> um banco alemão.<br />

Ainda <strong>de</strong> acordo com o economista, as portas <strong>de</strong> Washington estariam<br />

"fechadas" para o Equador, sobretudo em função da moratória da dívida<br />

exter<strong>na</strong>, <strong>de</strong>cretada no fi<strong>na</strong>l do ano passado.<br />

"Se o presi<strong>de</strong>nte Correa tiver uma postura racio<strong>na</strong>l, ele vai procurar<br />

restabelecer as relações com o Brasil", diz o a<strong>na</strong>lista.<br />

O a<strong>na</strong>lista Gilberto Souza, da BES Investimentos, diz que o Equador "precisa<br />

muito mais do Brasil do que o contrário" e que a economia equatoria<strong>na</strong> passa<br />

por "maus momentos".<br />

"O Equador é responsável por ape<strong>na</strong>s 0,1% da produção da Petrobras, por<br />

exemplo. Claro, nunca é bom per<strong>de</strong>r dinheiro. Mas se alguma coisa acontecer,<br />

quem sai per<strong>de</strong>ndo é a economia equatoria<strong>na</strong>", diz.


12/05/2009<br />

EUA não temem mais a esquerda latino-america<strong>na</strong>, dizem a<strong>na</strong>listas<br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 16:00<br />

“O Estados Unidos não veem mais com com <strong>de</strong>sconfiança a chamada maré<br />

rosada que vem conduzindo gover<strong>na</strong>ntes <strong>de</strong> esquerda ao po<strong>de</strong>r em diferentes<br />

países da América Lati<strong>na</strong>...”<br />

A bola da vez é El Salvador, on<strong>de</strong> toma posse nesta segunda-feira Maurício<br />

Funes, um jor<strong>na</strong>lista pertencente ao ex-grupo guerrilheiro Frente Farabundo<br />

Martí <strong>de</strong> Libertação Nacio<strong>na</strong>l (FMLN), que se converteu em partido político.<br />

''Os Estados Unidos veem com mais preocupação a instabilida<strong>de</strong> gerada por<br />

um retorno ao autoritarismo do que a maré rosada'', opi<strong>na</strong> Riordan Roett,<br />

diretor do programa das Américas da Universida<strong>de</strong> Johns Hopkins.<br />

O governo americano estará, inclusive, representado <strong>na</strong> posse <strong>de</strong> Funes, <strong>na</strong><br />

próxima segunda-feira, pela secretária <strong>de</strong> Estado, Hillary Clinton. O presi<strong>de</strong>nte<br />

Luiz Inácio Lula da Silva é um dos lí<strong>de</strong>res inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is que comparecerão à<br />

posse.<br />

Nos anos 80, durante a gestão do presi<strong>de</strong>nte Ro<strong>na</strong>ld Reagan, Washington<br />

fi<strong>na</strong>nciou o governo <strong>de</strong> direita <strong>de</strong> El Salvador e organizações paramilitares que<br />

combatiam representantes da guerrilha que atualmente integram o governo<br />

salvadorenho.<br />

''O consenso em Washington é que a eleição <strong>de</strong> Maurício Funes é parte <strong>de</strong> um<br />

processo político longo e complicado, mas <strong>de</strong>mocrático. A FMLN, após anos<br />

sendo <strong>de</strong>rrotada como uma força guerrilheira, se transferiu para o ambiente<br />

urbano, tor<strong>na</strong>ndo-se o segundo partido do país. A Are<strong>na</strong> (partido governista, <strong>de</strong><br />

direita, que governou até a posse <strong>de</strong> Funes) nem sempre foi uma organização<br />

<strong>de</strong>mocrática. Mas temos duas agremiações, uma <strong>de</strong> esquerda, uma <strong>de</strong> direita,<br />

que se moveram para o centro'', afirma Roett.<br />

Distinções<br />

O a<strong>na</strong>lista acredita que os Estados Unidos percebem as diferentes matizes<br />

i<strong>de</strong>ológicas entre os gover<strong>na</strong>ntes <strong>de</strong> esquerda da região.<br />

''Se tivéssemos uma tendência <strong>de</strong> ver governos como os do Brasil e Chile<br />

adotando estratégias similares aos da Venezuela, <strong>de</strong> Hugo Chávez, e da<br />

Nicarágua, <strong>de</strong> Daniel Ortega, isso seria motivo <strong>de</strong> preocupação. Mas a


tendência esquerdista, populista e anti-Washington, da Venezuela, só foi<br />

adotada por enquanto em três ou quatro países, todos eles são <strong>na</strong>ções<br />

peque<strong>na</strong>s'', afirma.<br />

Moisés Naím, editor-chefe da revista Foreign Policy e ex-ministro do Comércio<br />

<strong>na</strong> Venezuela <strong>na</strong> década <strong>de</strong> 90, afirma que a crise econômica levou, inclusive,<br />

a um paradoxo no qual governos <strong>de</strong> esquerda incorporaram práticas neo-<br />

liberais e os Estados Unidos é que passaram a seguir mo<strong>de</strong>los normalmente<br />

i<strong>de</strong>ntificados com a esquerda.<br />

''Atualmente, o presi<strong>de</strong>nte Lula adota políticas econômicas que estão mais à<br />

direita do que as que estão sendo seguidas pelo presi<strong>de</strong>nte Barack Obama'',<br />

afirma.<br />

Naím julga até que é difícil dizer que exista uma tendência rumo à esquerda <strong>na</strong><br />

América Lati<strong>na</strong>.<br />

''Cada país tem circunstâncias distintas. Ao lado <strong>de</strong> El Salvador temos o<br />

Pa<strong>na</strong>má, on<strong>de</strong> a vitória foi da direita. A vitória do presi<strong>de</strong>nte Funes se <strong>de</strong>u após<br />

o partido direitista Are<strong>na</strong> ter permanecido no po<strong>de</strong>r por décadas. Os eleitores<br />

buscavam mudanças, e Funes oferecia estas mudanças'', diz Naím.<br />

Eixo Lula x Eixo Chávez<br />

Para o a<strong>na</strong>lista, o novo lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> El Salvador é seguidor do que ele chama <strong>de</strong><br />

um ''eixo <strong>de</strong> Lula'', que se contrapõe ''ao eixo <strong>de</strong> Chávez''.<br />

Os países ligados ao Brasil, opi<strong>na</strong> Naím, ''estão aliados a um dos mais<br />

importantes lí<strong>de</strong>res mundiais, que agora conta com um lugar <strong>na</strong> mesa em todas<br />

as principais rodadas <strong>de</strong> negociações, em temas como meio ambiente,<br />

comércio ou energia''.<br />

O eixo chavista, como escreveu o editor em um recente artigo ao jor<strong>na</strong>l<br />

espanhol El País seria marcado por uma ''aliança anti-ianque'' e pela adoção<br />

<strong>de</strong> políticas ligadas ao chamado socialismo do século 21, do presi<strong>de</strong>nte Hugo<br />

Chávez.<br />

Naím i<strong>de</strong>ntifica esse eixo como li<strong>de</strong>rado pela Venezuela e seguido por Bolívia,<br />

Equador e Nicarágua. Segundo ele, Paraguai e Honduras também integram<br />

essa aliança, mas contam com movimentos internos <strong>de</strong> oposição que impe<strong>de</strong>m<br />

uma a<strong>de</strong>são mais profunda.<br />

''A ascenção da esquerda nestes países certamente contou com forte auxílio<br />

do presi<strong>de</strong>nte Chávez'', afirma o a<strong>na</strong>lista, mas ele acrescenta que muitos dos


fatores que permitiram ao venezuelano criar a sua ''aliança bolivaria<strong>na</strong>'' não<br />

estão mais presentes.<br />

''O presi<strong>de</strong>nte Chávez tinha como mentor Fi<strong>de</strong>l Castro, que não está mais<br />

atuante, o petróleo não está mais a US$ 100 por barril, logo, ele não po<strong>de</strong> mais<br />

sair por aí distribuindo dinheiro, e com a ausência <strong>de</strong> um presi<strong>de</strong>nte dos<br />

Estados Unidos profundamente impopular, e com Barack Obama em alta <strong>na</strong><br />

América Lati<strong>na</strong>, não é mais tão fácil receber aplausos ao se criticar os Estados<br />

Unidos'', comenta.<br />

Naím afirma que o governo <strong>de</strong> Maurício Funes procurou se espelhar em Lula,<br />

não em Chávez. ''Mas seu partido conta com uma facção expressiva alinhada<br />

com Hugo Chávez, que, por si<strong>na</strong>l, teve papel importante em obter<br />

fi<strong>na</strong>nciamento para sua campanha. Mas Funes conta com apoio suficiente para<br />

se mover <strong>na</strong> direção <strong>de</strong> Lula e não <strong>na</strong> <strong>de</strong> Chávez''.<br />

13/05/2009 - 21h41<br />

ONU ameaça ignorar pedidos do Reino Unido e da Argenti<strong>na</strong> sobre mar<br />

das Malvi<strong>na</strong>s<br />

colaboração para a Folha Online<br />

A Comissão <strong>de</strong> Limites da Plataforma Continental da ONU po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> lado<br />

as reivindicações apresentadas pela Argenti<strong>na</strong> e pelo Reino Unido sobre o leito<br />

marinho das ilhas Malvi<strong>na</strong>s (Falklands, para os britânicos), se os dois países<br />

não chegarem a um acordo, advertiu nesta quarta-feira o secretário do órgão,<br />

Hariharan Pakshi Rajan. A Argenti<strong>na</strong> per<strong>de</strong>u uma guerra em 1982 para os<br />

britânicos pelas ilhas.<br />

O governo argentino e o britânico apresentaram à comissão das Nações<br />

Unidas relatórios nos quais cada parte assume como própria a extensão da<br />

plataforma continental do disputado arquipélago, que seria rico em<br />

hidrocarbonetos.<br />

Rajan lembrou que a Comissão <strong>de</strong> Limites da Plataforma Continental das<br />

Nações Unidas tem caráter técnico e, portanto, não possui autorida<strong>de</strong> para se<br />

envolver em disputas <strong>de</strong> soberania.<br />

"Se não houver um acordo entre as partes, a comissão po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> lado<br />

estes relatórios sobre os quais há uma disputa, até que os envolvidos se<br />

entendam", disse Rajan em entrevista coletiva em Nações Unidas. "Não somos


nenhum tribu<strong>na</strong>l."<br />

A ampliação do domínio sobre as águas territoriais para além <strong>de</strong> 200 milhas<br />

náuticas (370 km) é permitida pela Convenção das Nações Unidas sobre o<br />

Direito do Mar caso estudos técnicos e científicos <strong>de</strong>monstrem que a extensão<br />

é o prolongamento <strong>na</strong>tural <strong>de</strong> seu território <strong>de</strong>baixo do mar.<br />

A Argenti<strong>na</strong> incluiu como próprias as Malvi<strong>na</strong>s e as ilhas Geórgia e Sandwich<br />

do Sul no relatório que apresentou em 22 <strong>de</strong> abril à comissão.<br />

Nesta quarta-feira, o Se<strong>na</strong>do argentino aprovou um projeto <strong>de</strong> <strong>de</strong>claração que<br />

rejeita a pretensão do Reino Unido <strong>de</strong> incluir as três ilhas <strong>na</strong> apresentação<br />

perante a ONU.<br />

O ministro das Relações Exteriores argentino, Jorge Taia<strong>na</strong>, já advertiu no ano<br />

passado que o país tinha a intenção <strong>de</strong> objetar e protestar contra a inclusão<br />

das Malvi<strong>na</strong>s, Geórgia do Sul e Sandwich do Sul no relatório britânico e, após a<br />

apresentação do relatório britânico, <strong>na</strong> sema<strong>na</strong> passada, chamou a<br />

reivindicação <strong>de</strong> "ilegítima".<br />

As Malvi<strong>na</strong>s, a 400 milhas marítimas (740 km) do território argentino, foram<br />

ocupadas pelos britânicos em 1833 e, por sua posse, Argenti<strong>na</strong> e Reino Unido<br />

travaram uma guerra em 1982, <strong>na</strong> qual o país sul-americano foi <strong>de</strong>rrotado.<br />

Com Efe<br />

13/05/2009<br />

Encontro <strong>de</strong> Lula e Lugo é crucial para evitar disputa entre Brasil e<br />

Paraguai<br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 15:20<br />

“O presi<strong>de</strong>nte do Paraguai, Fer<strong>na</strong>ndo Lugo, <strong>de</strong>sembarca... em Brasília para um<br />

encontro crucial com o presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva. Os dois lí<strong>de</strong>res<br />

terão fi<strong>na</strong>lmente a chance <strong>de</strong> avançar <strong>na</strong>s negociações sobre a usi<strong>na</strong><br />

hidrelétrica <strong>de</strong> Itaipu e, assim, evitar que o assunto seja levado a uma corte<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l... Criada em 1973 com capital bi<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, a usi<strong>na</strong> se transformou<br />

em ponto <strong>de</strong> atrito entre Brasil e Paraguai...”<br />

O presi<strong>de</strong>nte do Paraguai, Fer<strong>na</strong>ndo Lugo, <strong>de</strong>sembarca nesta quinta-feira em<br />

Brasília para um encontro crucial com o presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva.


Os dois lí<strong>de</strong>res terão fi<strong>na</strong>lmente a chance <strong>de</strong> avançar <strong>na</strong>s negociações sobre a<br />

usi<strong>na</strong> hidrelétrica <strong>de</strong> Itaipu e, assim, evitar que o assunto seja levado a uma<br />

corte inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />

Criada em 1973 com capital bi<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, a usi<strong>na</strong> se transformou em ponto <strong>de</strong><br />

atrito entre Brasil e Paraguai. O governo paraguaio quer rever pontos relativos<br />

à sua receita e dívida - e não <strong>de</strong>scarta, inclusive, iniciar um litígio contra o<br />

Brasil.<br />

Nesse contexto, um entendimento em nível presi<strong>de</strong>ncial abriria caminho para<br />

um novo acordo sobre a usi<strong>na</strong>, dissipando a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma disputa<br />

judicial.<br />

Equipes dos dois governos vêm atuando, nos últimos dois meses, para chegar<br />

à reunião <strong>de</strong>sta quinta-feira com uma proposta que, pelo menos, "si<strong>na</strong>lize" um<br />

acordo.<br />

Na noite <strong>de</strong> quarta-feira, o presi<strong>de</strong>nte Lula teve uma última reunião sobre o<br />

assunto. Quatro ministros e técnicos da área energética apresentaram ao<br />

presi<strong>de</strong>nte um conjunto <strong>de</strong> mudanças que consi<strong>de</strong>ram "viáveis".<br />

Cabe agora ao presi<strong>de</strong>nte Lula <strong>de</strong>cidir o que será ou não colocado sobre a<br />

mesa no encontro <strong>de</strong>sta quinta-feira.<br />

Segundo o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, o presi<strong>de</strong>nte Lula<br />

vai conversar com Lugo para saber se existe "disposição" para se encontrar<br />

uma solução "pragmática" e ao mesmo tempo "que seja justa para os dois<br />

países".<br />

Insatisfação<br />

O governo paraguaio tem se mostrado insatisfeito com as ofertas do lado<br />

brasileiro. Mas o Palácio do Pla<strong>na</strong>lto aposta no po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> convencimento do<br />

presi<strong>de</strong>nte Lula sobre os "benefícios" da proposta brasileira.<br />

O Brasil ofereceu, por exemplo, linhas <strong>de</strong> fi<strong>na</strong>nciamento no valor <strong>de</strong> US$ 1,5<br />

bilhão para obras <strong>de</strong> infraestrutura no país vizinho.<br />

Além disso, o Brasil também cogitou aumentar o valor pago pela energia<br />

exce<strong>de</strong>nte, que resultaria em um adicio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> US$ 110 milhões à receita anual<br />

paraguaia.<br />

O Paraguai quer um reajuste maior, a revisão da dívida com o Brasil e<br />

liberda<strong>de</strong> para ven<strong>de</strong>r sua parte <strong>na</strong> energia gerada pela usi<strong>na</strong>.<br />

"Apelamos agora à solidarieda<strong>de</strong> do presi<strong>de</strong>nte Lula", diz o diretor-geral


paraguaio <strong>de</strong> Itaipu, Carlos Balmelli.<br />

Argumentos<br />

A lista <strong>de</strong> <strong>de</strong>mandas do governo paraguaio é ampla. Um dos principais pontos<br />

diz respeito ao valor da energia que o Brasil paga ao país vizinho.<br />

Cada um dos países tem direito a 50% da energia gerada pela usi<strong>na</strong> - mas o<br />

Paraguai usa ape<strong>na</strong>s 5% do que tem direito. O restante é vendido<br />

obrigatoriamente à Eletrobrás, que paga ao Paraguai US$ 45,31 por megawatt-<br />

hora (MWh). No entanto, o Paraguai recebe efetivamente US$ 2,8, já que o<br />

Brasil <strong>de</strong>sconta os US$ 42,5 restantes para abatimento da dívida.<br />

Esta dívida diz respeito aos empréstimos feitos pelo Brasil ao Paraguai <strong>na</strong><br />

época da construção da usi<strong>na</strong>. Atualmente, ela é da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> US$ 18 bilhões<br />

e, pelo acordo, <strong>de</strong>ve ser paga até 2023.<br />

O governo paraguaio quer não ape<strong>na</strong>s um aumento do valor pago pela energia,<br />

como também o direito <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>r livremente sua parte.<br />

Carlos Balmelli diz que o Brasil tem uma interpretação "abusiva" do tratado, ao<br />

não permitir que o Paraguai venda sua energia exce<strong>de</strong>nte.<br />

"Em nenhum momento o tratado diz que a Eletrobrás tem preferência sobre<br />

essa energia", diz. "Essa é uma interpretação abusiva, uma situação <strong>de</strong><br />

predomínio porque o Brasil é maior", diz.<br />

A posição do Palácio do Pla<strong>na</strong>lto é <strong>de</strong> "tentar ajudar" o país vizinho, sobretudo<br />

em um momento <strong>de</strong>licado para Lugo, que enfrenta uma polêmica sobre<br />

acusações <strong>de</strong> paternida<strong>de</strong>. No entanto, seria "impossível" ce<strong>de</strong>r em todos os<br />

pontos.<br />

Fontes do governo dizem que é "possível" mexer no valor da energia<br />

exce<strong>de</strong>nte paga ao Paraguai, mas que a Eletrobrás continuará tendo a<br />

preferência sobre essa energia, "como diz o tratado".<br />

Disputa<br />

De acordo com fontes dos dois governos ouvidas pela BBC Brasil, nenhum dos<br />

lados tem interesse em levar o <strong>de</strong>bate sobre Itaipu a uma instância<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. Mas a avaliação é <strong>de</strong> que o Brasil "teria mais a per<strong>de</strong>r" com mais<br />

um <strong>de</strong>sgaste regio<strong>na</strong>l.


O Brasil já tem uma disputa em andamento com o Equador, que questio<strong>na</strong> uma<br />

dívida junto ao BNDES.<br />

Luiz Pinguelli Rosa, ex-presi<strong>de</strong>nte da Eletrobrás e professor da Universida<strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral do Rio <strong>de</strong> Janeiro, é a favor <strong>de</strong> que o Brasil faça "concessões", mas<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que não cause "gran<strong>de</strong>s perdas" ao governo. Sua avaliação é <strong>de</strong> que o<br />

governo paraguaio está "misturando dois assuntos".<br />

"Uma coisa é procurar uma maior cooperação Brasil-Paraguai, melhorando as<br />

condições do <strong>de</strong>senvolvimento e utilizando a usi<strong>na</strong> para isso. Quanto a isso<br />

estou <strong>de</strong> acordo, o Brasil po<strong>de</strong> fazer concessões", diz.<br />

"Outra coisa é questio<strong>na</strong>r o que foi assi<strong>na</strong>do. A Eletrobrás tem, sim, preferência<br />

<strong>na</strong> compra da energia, fato que está no tratado. Questio<strong>na</strong>r isso é faltar com a<br />

verda<strong>de</strong>", diz Pinguelli Rosa.<br />

13/05/2009<br />

Reunião <strong>de</strong> Lula e Lugo sobe Itaipu termi<strong>na</strong> em impasse<br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 16:30<br />

“O presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva e seu colega paraguaio, Fer<strong>na</strong>ndo Lugo,<br />

não conseguiram superar as divergências em torno da usi<strong>na</strong> hidrelétrica <strong>de</strong><br />

Itaipu, termi<strong>na</strong>ndo o encontro sem acordo...”<br />

O presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva e seu colega paraguaio, Fer<strong>na</strong>ndo Lugo,<br />

não conseguiram superar as divergências em torno da usi<strong>na</strong> hidrelétrica <strong>de</strong><br />

Itaipu, termi<strong>na</strong>ndo o encontro sem acordo.<br />

Os dois lí<strong>de</strong>res anunciaram, no entanto, que as conversas "continuam" e que,<br />

em junho, <strong>de</strong>verão anunciar um acordo "<strong>de</strong>finitivo" sobre o assunto.<br />

"O Paraguai não renunciou a nenhuma <strong>de</strong> suas reivindicações", disse Lugo<br />

nesta sexta-feira, pouco antes <strong>de</strong> embarcar com o presi<strong>de</strong>nte Lula para Campo<br />

Gran<strong>de</strong>, no Mato Grosso do Sul.<br />

Lula e Lugo conversaram por duas horas ontem, primeiro acompanhados<br />

ape<strong>na</strong>s dos chanceleres e <strong>de</strong>pois, com a presença <strong>de</strong> ministros e técnicos.<br />

De acordo com fontes do governo brasileiro, a reunião teria sido "dura", com o<br />

governo paraguaio adotando uma postura "irredutível".


O Paraguai insiste em ven<strong>de</strong>r livremente a energia a que tem direito, enquanto<br />

o governo brasileiro alega que a regra está clara no tratado - e que, para mudar<br />

o documento, seria necessária a aprovação do Congresso Nacio<strong>na</strong>l.<br />

Lula e Lugo preten<strong>de</strong>m se reunir entre 10 e 15 <strong>de</strong> junho, quando terão,<br />

segundo eles, um "pacote completo" <strong>de</strong> um acordo, que incluirá não ape<strong>na</strong>s as<br />

questões relativas a Itaipu, como também outros projetos ainda em aberto<br />

entre os dois países.<br />

"Detectamos pontos on<strong>de</strong> temos que avançar", disse Lula.<br />

Criada em 1973, a usi<strong>na</strong> <strong>de</strong> Itaipu pertence aos dois países. No entanto, o<br />

Paraguai quer mudanças <strong>na</strong>s condições do acordo, sobretudo no que diz<br />

respeito ao valor que o Brasil paga ao país vizinho pela energia.<br />

O Brasil chegou a si<strong>na</strong>lizar com uma oferta <strong>de</strong> reajuste no valor pago, o que<br />

resultaria em um adicio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> US$ 200 milhões à receita anual do Paraguai<br />

com a usi<strong>na</strong>. Além disso, ofereceu linhas <strong>de</strong> fi<strong>na</strong>nciamento do BNDES para<br />

obras <strong>de</strong> infraestrutura, no valor <strong>de</strong> US$ 1,5 bilhão.<br />

As ofertas brasileiras, no entanto, já haviam sido recusadas durante as<br />

negociações entre técnicos dos dois governos.<br />

O Paraguai levantou, inclusive, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acio<strong>na</strong>r uma arbitragem<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, mas o governo brasileiro consi<strong>de</strong>ra "pouco provável" que isso<br />

aconteça, e aposta agora em um acordo até o próximo encontro, em junho.<br />

Até lá, as negociações serão feitas por ministros e técnicos dos dois lados.<br />

Solidarieda<strong>de</strong><br />

Mesmo com o impasse, os dois presi<strong>de</strong>ntes disseram apostar em "melhores<br />

relações" entre Brasil e Paraguai.<br />

"Creio que a solidarieda<strong>de</strong> entre os países está melhorando", disse Lugo.<br />

"Temos abordado quase todos os assuntos com o presi<strong>de</strong>nte Lula, <strong>de</strong> forma<br />

aberta", acrescentou.<br />

Já o presi<strong>de</strong>nte Lula frisou a importância do <strong>de</strong>senvolvimento regio<strong>na</strong>l.<br />

Segundo ele, o Brasil não po<strong>de</strong> ser "uma ilha <strong>de</strong> prosperida<strong>de</strong> no continente".<br />

"Todos vocês sabem da preferência do Brasil em fortalecer nossas relações<br />

com os países do Mercosul, e <strong>de</strong>ntro do Mercosul <strong>de</strong> ajudar os países com<br />

maior carência econômica", disse Lula.


13/05/2009<br />

Chefe do <strong>na</strong>rcotráfico diz ter fi<strong>na</strong>nciado campanha presi<strong>de</strong>ncial <strong>de</strong> Uribe<br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 17:20<br />

“Um dos mais po<strong>de</strong>rosos chefes do <strong>na</strong>rcotráfico <strong>na</strong> Colômbia afirmou ter<br />

fi<strong>na</strong>nciado a campanha eleitoral do presi<strong>de</strong>nte colombiano, Álvaro Uribe,<br />

alegando que era a única maneira <strong>de</strong> livrar o país da "ameaça comunista". ..”<br />

Um dos mais po<strong>de</strong>rosos chefes do <strong>na</strong>rcotráfico <strong>na</strong> Colômbia afirmou ter<br />

fi<strong>na</strong>nciado a campanha eleitoral do presi<strong>de</strong>nte colombiano, Álvaro Uribe,<br />

alegando que era a única maneira <strong>de</strong> livrar o país da "ameaça comunista".<br />

Diego Murillo, conhecido como "Don Ber<strong>na</strong>", foi con<strong>de</strong><strong>na</strong>do <strong>na</strong> quarta-feira por<br />

uma corte dos Estados Unidos a 31 anos <strong>de</strong> prisão e ao pagamento <strong>de</strong> US$ 4<br />

milhões em multas pelo crime <strong>de</strong> <strong>na</strong>rcotráfico.<br />

Após ser con<strong>de</strong><strong>na</strong>do, "Don Ber<strong>na</strong>" disse que fez campanha a favor <strong>de</strong> Uribe e<br />

que vendia drogas "para ajudar a seu povo".<br />

"O acusado apoiou a eleição do presi<strong>de</strong>nte Uribe em 2002, doou gran<strong>de</strong>s<br />

quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> dinheiro à sua campanha, fez campanha a seu favor (...)<br />

porque acreditava que a paz era importante", afirmou Margaret M. Shalley,<br />

advogada <strong>de</strong> Murillo.<br />

"Era a única maneira <strong>de</strong> confrontar o avanço das guerrilhas comunistas",<br />

acrescentou.<br />

Des<strong>de</strong> que chegou ao po<strong>de</strong>r, Uribe tem endurecido a política <strong>de</strong> combate às<br />

guerrilhas e incentivado a <strong>de</strong>smobilização dos rebel<strong>de</strong>s com a promessa <strong>de</strong><br />

pagamento <strong>de</strong> recompensas.<br />

"Don Ber<strong>na</strong>" foi extraditado em maio do ano passado para os Estados Unidos,<br />

junto a outros 13 chefes das Auto<strong>de</strong>fesas Colombia<strong>na</strong>s (AUC), grupo<br />

paramilitar <strong>de</strong> direita criado para enfrentar as guerrilhas <strong>de</strong> esquerda no país.<br />

Governo nega<br />

O ex-chefe <strong>de</strong> campanha <strong>de</strong> Uribe, Fabio Echeverri, por sua vez, negou a<br />

acusação do chefe <strong>na</strong>rcotraficante, ao alegar que foram tomadas "precauções"<br />

para evitar a "infiltração" <strong>de</strong> dinheiro proveniente <strong>de</strong> grupos fora da lei.<br />

"Tínhamos uma auditoria completa, nunca houve dúvida nenhuma, nenhum


problema", afirmou Echeverri a uma rádio colombia<strong>na</strong>.<br />

O presi<strong>de</strong>nte do Conselho Nacio<strong>na</strong>l Eleitoral, Héctor Osorio, disse que o<br />

organismo só po<strong>de</strong>rá "tomar medidas" quando houver uma <strong>de</strong>núncia<br />

sustentada em evidências.<br />

"Até agora não temos nenhuma prova que <strong>de</strong>monstre (esse apoio)", afirmou a<br />

uma televisão local.<br />

As <strong>de</strong>clarações <strong>de</strong> "Don Ber<strong>na</strong>" vêm a público em um momento que em<br />

congressistas governistas tentam aprovar uma reforma constitucio<strong>na</strong>l e um<br />

projeto <strong>de</strong> referendo para aprovar a candidatura <strong>de</strong> Uribe a um terceiro<br />

mandato presi<strong>de</strong>ncial.<br />

Criadas em 1980 com o fi<strong>na</strong>nciamento <strong>de</strong> latifundiários e lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> direita, sob<br />

o argumento <strong>de</strong> combater as guerrilhas, os grupos paramilitares (AUC) são<br />

responsabilizados por milhares <strong>de</strong> assassi<strong>na</strong>tos e <strong>de</strong> outros crimes<br />

relacio<strong>na</strong>dos com o <strong>na</strong>rcotráfico.<br />

13/05/2009<br />

Colômbia pren<strong>de</strong> dois congressistas acusados <strong>de</strong> vínculos com<br />

paramilitares<br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 17:30<br />

“Dois congressistas colombianos foram presos nesta segunda-feira sob a<br />

acusação <strong>de</strong> terem vínculos com grupos paramilitares <strong>de</strong> extrema-direita... As<br />

investigações sobre o envolvimento <strong>de</strong> políticos com estes grupos - o que ficou<br />

conhecido como "parapolítica"- causaram uma crise política no governo do<br />

presi<strong>de</strong>nte colombiano, Álvaro Uribe, já que a maioria dos acusados no<br />

escândalo pertence à base governista...”<br />

Dois congressistas colombianos foram presos nesta segunda-feira sob a<br />

acusação <strong>de</strong> terem vínculos com grupos paramilitares <strong>de</strong> extrema-direita.<br />

A se<strong>na</strong>dora Zulema Jattin, ex-presi<strong>de</strong>nte da Câmara <strong>de</strong> Representantes da<br />

Colômbia, e o se<strong>na</strong>dor Jaime Alberto Llano, representante do Departamento<br />

(Estado) <strong>de</strong> Caldas, são acusados pela Suprema Corte <strong>de</strong> terem feito acordos<br />

com grupos paramilitares e <strong>de</strong> receberem <strong>de</strong>les fi<strong>na</strong>nciamento e apoio logístico<br />

para campanhas políticas.<br />

As investigações sobre o envolvimento <strong>de</strong> políticos com estes grupos - o que


ficou conhecido como "parapolítica"- causaram uma crise política no governo<br />

do presi<strong>de</strong>nte colombiano, Álvaro Uribe, já que a maioria dos acusados no<br />

escândalo pertence à base governista.<br />

Logo após ser presa, a se<strong>na</strong>dora Jattin, que nega as acusações, disse ter sido<br />

"sequestrada" pela Justiça.<br />

Importante aliada <strong>de</strong> Uribe, a se<strong>na</strong>dora afirmou à rádio RCN que a Suprema<br />

Corte está ''<strong>de</strong>dicada a perseguir os que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m o presi<strong>de</strong>nte da República''.<br />

Jattin foi mencio<strong>na</strong>da em pelo menos duas confissões <strong>de</strong> ex-chefes<br />

paramilitares, entre elas, a <strong>de</strong> Salvatore Mancuso, consi<strong>de</strong>rado um dos<br />

principais <strong>na</strong>rcotraficantes do país e que foi extraditado em 2008 para os<br />

Estados Unidos.<br />

Mancuso afirmou que a se<strong>na</strong>dora recebeu apoio das Auto<strong>de</strong>fesas Unidas da<br />

Colômbia (AUC) para as eleições <strong>de</strong> 2002 e que também teria feito acordos<br />

com o grupo <strong>na</strong>s eleições regio<strong>na</strong>is do ano seguinte.<br />

"Parapolítica"<br />

O congressista Jaime Alberto Llano, ex-prefeito <strong>de</strong> Villamaría (Estado <strong>de</strong><br />

Caldas), também citado por ex-chefes paramilitares, nega ter tido envolvimento<br />

com o grupo irregular e disse ser "vítima <strong>de</strong> perseguição política", <strong>de</strong> acordo<br />

com a imprensa local.<br />

Se forem con<strong>de</strong><strong>na</strong>dos pela Justiça, Jattin e Llano po<strong>de</strong>m pegar pe<strong>na</strong>s <strong>de</strong> até<br />

10 anos <strong>de</strong> prisão.<br />

Entre os cerca <strong>de</strong> 70 acusados pela Justiça <strong>de</strong> envolvimento com a<br />

"parapolítica" estão gover<strong>na</strong>dores, prefeitos, legisladores e o ex-chefe da<br />

inteligência colombia<strong>na</strong>, Jorge Noguera.<br />

Deste grupo, 34 já foram presos. Seis <strong>de</strong>les foram absolvidos das acusações,<br />

entre eles, Mário Uribe, primo do presi<strong>de</strong>nte da República.<br />

Crise<br />

O escândalo da "parapolítica" veio à to<strong>na</strong> quando os ex-chefes paramilitares<br />

passaram a revelar um suposto pacto realizado entre os políticos colombianos<br />

e os lí<strong>de</strong>res das AUC.<br />

No fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> abril, um dos mais po<strong>de</strong>rosos chefes do <strong>na</strong>rcotráfico <strong>na</strong> Colômbia,<br />

Diego Murillo, conhecido como "Don Ber<strong>na</strong>", afirmou ter fi<strong>na</strong>nciado a campanha<br />

eleitoral do presi<strong>de</strong>nte colombiano, Álvaro Uribe, alegando que era a única<br />

maneira <strong>de</strong> livrar o país da "ameaça comunista".


O governo colombiano nega as acusações.<br />

Os testemunhos <strong>de</strong>sses ex-chefes dos cartéis <strong>de</strong> droga <strong>de</strong>rivam do processo<br />

<strong>de</strong> paz iniciado por Uribe em 2003, durante o qual cerca <strong>de</strong> 31 mil paramilitares<br />

teriam se <strong>de</strong>smobilizado, segundo dados oficiais.<br />

Entre outros aspectos do acordo, uma lei permitia que os paramilitares<br />

tivessem pe<strong>na</strong>s reduzidas em troca da confissão <strong>de</strong> seus crimes e do<br />

pagamento <strong>de</strong> in<strong>de</strong>nizações às suas vítimas ou familiares <strong>de</strong>las.<br />

Muitos paramilitares, porém, foram acusados <strong>de</strong> violação dos acordos <strong>de</strong> paz e<br />

<strong>de</strong> continuarem comandando os cartéis do <strong>na</strong>rcotráfico <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro da prisão,<br />

razão pela qual teriam sido extraditados para os Estados Unidos, <strong>de</strong> acordo<br />

com o governo.<br />

Criados em 1980 com o fi<strong>na</strong>nciamento <strong>de</strong> latifundiários e lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> direita, sob<br />

o argumento <strong>de</strong> combater as guerrilhas <strong>de</strong> esquerda, os grupos paramilitares<br />

(AUC) são responsabilizados por milhares <strong>de</strong> assassi<strong>na</strong>tos e <strong>de</strong> outros crimes<br />

relacio<strong>na</strong>dos com o <strong>na</strong>rcotráfico.<br />

13/05/2009<br />

Acusado <strong>de</strong> esquema <strong>de</strong> pirâmi<strong>de</strong>s diz ter fi<strong>na</strong>nciado campanha para<br />

reeleição <strong>de</strong> Uribe<br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 17:20<br />

“Um dos principais acusados no escândalo das pirâmi<strong>de</strong>s fi<strong>na</strong>nceiras <strong>na</strong><br />

Colômbia afirmou ter doado US$ 2 milhões para a campanha <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong><br />

assi<strong>na</strong>turas para o projeto <strong>de</strong> referendo que preten<strong>de</strong> aprovar uma segunda<br />

reeleição do presi<strong>de</strong>nte colombiano, Álvaro Uribe... Na ocasião, mais <strong>de</strong> 5<br />

milhões <strong>de</strong> assi<strong>na</strong>turas foram coletadas para que o projeto <strong>de</strong> referendo fosse<br />

levado à votação no Congresso, on<strong>de</strong> ainda está em tramitação...”<br />

Um dos principais acusados no escândalo das pirâmi<strong>de</strong>s fi<strong>na</strong>nceiras <strong>na</strong><br />

Colômbia afirmou ter doado US$ 2 milhões para a campanha <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong><br />

assi<strong>na</strong>turas para o projeto <strong>de</strong> referendo que preten<strong>de</strong> aprovar uma segunda<br />

reeleição do presi<strong>de</strong>nte colombiano, Álvaro Uribe.<br />

De acordo com uma entrevista publicada nesta quinta-feira pela revista<br />

Cambio, David Murcia, principal acionista da empresa DMG, disse ter entregue


cerca <strong>de</strong> 5 bilhões <strong>de</strong> pesos colombianos (US$ 2 milhões) para apoiar a<br />

logística da campanha pró-referendo realizada no ano passado.<br />

Na ocasião, mais <strong>de</strong> 5 milhões <strong>de</strong> assi<strong>na</strong>turas foram coletadas para que o<br />

projeto <strong>de</strong> referendo fosse levado à votação no Congresso, on<strong>de</strong> ainda está em<br />

tramitação.<br />

"Foi feito o transporte das assi<strong>na</strong>turas e isso vale um dinheiro, porque foi em<br />

todo o país. Foi preciso utilizar aviões, helicópteros, transporte blindado",<br />

afirmou Murcia, preso no ano passado sob acusação <strong>de</strong> lavagem <strong>de</strong> dinheiro<br />

do <strong>na</strong>rcotráfico.<br />

"Também forneci alguns recursos para que comprassem camisetas, bonés e<br />

papéis que necessitavam", acrescentou.<br />

O empresário, que po<strong>de</strong>rá ser extraditado para os Estados Unidos para ser<br />

julgado, não quis revelar os nomes das pessoas responsáveis por arrecadar os<br />

recursos, alegando que a segurança <strong>de</strong> sua família po<strong>de</strong>ria estar em "perigo".<br />

"Calúnia"<br />

O porta-voz do comitê promotor do referendo, Luis Guillermo Giraldo, por sua<br />

vez, negou ter recebido essas doações e disse que as acusações são<br />

"montagens".<br />

"Aqui há bandidos como Murcia que, para se vingarem do presi<strong>de</strong>nte, dão<br />

<strong>de</strong>clarações caluniosas. Estou seguro que (as acusações) não terão nenhum<br />

efeito para os organismos judiciais competentes <strong>de</strong> investigar o caso", disse<br />

Giraldo a uma rádio local.<br />

As <strong>de</strong>clarações do empresário da DMG coinci<strong>de</strong>m com um processo <strong>de</strong><br />

investigação sobre a campanha do referendo, que segundo parlamentares da<br />

oposição, teria violado o limite máximo <strong>de</strong> fi<strong>na</strong>nciamento permitido pelo<br />

Conselho Nacio<strong>na</strong>l Eleitoral.<br />

Outro elemento da investigação é se as assi<strong>na</strong>turas foram transportadas em<br />

carros blindados <strong>de</strong> uma das empresas que pertenciam à DMG.<br />

O controlador público da Colômbia, Carlos Ariel Sánchez, afirmou ao jor<strong>na</strong>l El<br />

País que, se forem comprovadas irregularida<strong>de</strong>s <strong>na</strong> campanha, o referendo<br />

não po<strong>de</strong>rá ser realizado.<br />

Reeleição


O projeto para o referendo para um terceiro mandato <strong>de</strong> Uribe ainda <strong>de</strong>verá ser<br />

submetido a duas votações no Se<strong>na</strong>do. Se passar pelo voto dos<br />

parlamentares, será encaminhado à Corte Constitucio<strong>na</strong>l e, se aprovado, será<br />

levado às ur<strong>na</strong>s.<br />

Álvaro Uribe, eleito em 2002 e reeleito em 2006, ainda não anunciou se está<br />

disposto a se submeter a um terceiro mandato presi<strong>de</strong>ncial.<br />

13/05/2009 - 21h41<br />

ONU ameaça ignorar pedidos do Reino Unido e da Argenti<strong>na</strong> sobre mar<br />

das Malvi<strong>na</strong>s<br />

colaboração para a Folha Online<br />

A Comissão <strong>de</strong> Limites da Plataforma Continental da ONU po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> lado<br />

as reivindicações apresentadas pela Argenti<strong>na</strong> e pelo Reino Unido sobre o leito<br />

marinho das ilhas Malvi<strong>na</strong>s (Falklands, para os britânicos), se os dois países<br />

não chegarem a um acordo, advertiu nesta quarta-feira o secretário do órgão,<br />

Hariharan Pakshi Rajan. A Argenti<strong>na</strong> per<strong>de</strong>u uma guerra em 1982 para os<br />

britânicos pelas ilhas.<br />

O governo argentino e o britânico apresentaram à comissão das Nações<br />

Unidas relatórios nos quais cada parte assume como própria a extensão da<br />

plataforma continental do disputado arquipélago, que seria rico em<br />

hidrocarbonetos.<br />

Rajan lembrou que a Comissão <strong>de</strong> Limites da Plataforma Continental das<br />

Nações Unidas tem caráter técnico e, portanto, não possui autorida<strong>de</strong> para se<br />

envolver em disputas <strong>de</strong> soberania.<br />

"Se não houver um acordo entre as partes, a comissão po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> lado<br />

estes relatórios sobre os quais há uma disputa, até que os envolvidos se<br />

entendam", disse Rajan em entrevista coletiva em Nações Unidas. "Não somos<br />

nenhum tribu<strong>na</strong>l."<br />

A ampliação do domínio sobre as águas territoriais para além <strong>de</strong> 200 milhas<br />

náuticas (370 km) é permitida pela Convenção das Nações Unidas sobre o<br />

Direito do Mar caso estudos técnicos e científicos <strong>de</strong>monstrem que a extensão<br />

é o prolongamento <strong>na</strong>tural <strong>de</strong> seu território <strong>de</strong>baixo do mar.


A Argenti<strong>na</strong> incluiu como próprias as Malvi<strong>na</strong>s e as ilhas Geórgia e Sandwich<br />

do Sul no relatório que apresentou em 22 <strong>de</strong> abril à comissão.<br />

Nesta quarta-feira, o Se<strong>na</strong>do argentino aprovou um projeto <strong>de</strong> <strong>de</strong>claração que<br />

rejeita a pretensão do Reino Unido <strong>de</strong> incluir as três ilhas <strong>na</strong> apresentação<br />

perante a ONU.<br />

O ministro das Relações Exteriores argentino, Jorge Taia<strong>na</strong>, já advertiu no ano<br />

passado que o país tinha a intenção <strong>de</strong> objetar e protestar contra a inclusão<br />

das Malvi<strong>na</strong>s, Geórgia do Sul e Sandwich do Sul no relatório britânico e, após a<br />

apresentação do relatório britânico, <strong>na</strong> sema<strong>na</strong> passada, chamou a<br />

reivindicação <strong>de</strong> "ilegítima".<br />

As Malvi<strong>na</strong>s, a 400 milhas marítimas (740 km) do território argentino, foram<br />

ocupadas pelos britânicos em 1833 e, por sua posse, Argenti<strong>na</strong> e Reino Unido<br />

travaram uma guerra em 1982, <strong>na</strong> qual o país sul-americano foi <strong>de</strong>rrotado.<br />

Com Efe<br />

15/05/2009 - 19h36<br />

Chávez diz que <strong>na</strong> próxima sexta inicia estatização do Banco da<br />

Venezuela<br />

da France Presse, em Buenos Aires<br />

O presi<strong>de</strong>nte da Venezuela, Hugo Chávez, disse que <strong>na</strong> próxima sexta-feira<br />

assi<strong>na</strong>rá a carta <strong>de</strong> intenção que dará início à <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lização do Banco da<br />

Venezuela, do espanhol Grupo Santan<strong>de</strong>r.<br />

Chávez falou sobre o assunto em entrevista à imprensa ao lado da presi<strong>de</strong>nte<br />

argenti<strong>na</strong>, Cristi<strong>na</strong> Kirchner, em Buenos Aires.<br />

O Grupo Santan<strong>de</strong>r possui 96% das ações do banco, e sua compra vem sendo<br />

negociada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2008.<br />

Os presi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> Argenti<strong>na</strong> e Venezuela se reuniram em Buenos Aires para a<br />

assi<strong>na</strong>tura <strong>de</strong> acordos <strong>de</strong> integração agrícola e energética, entre outros, <strong>de</strong>pois<br />

do que viajaram para a cida<strong>de</strong> turística austral <strong>de</strong> El Calafate, on<strong>de</strong> visitarão<br />

neste sábado a Geleira Perito Moreno, uma das mais imponentes do cone sul.<br />

16/05/2009 - 14h23<br />

Hugo Chávez anuncia apoio aos Kirchner em eleições argenti<strong>na</strong>s<br />

da Folha <strong>de</strong> S.Paulo, em Buenos Aires


Em campanha eleitoral <strong>de</strong>cisiva para seu futuro político, o governo Cristi<strong>na</strong><br />

Kirchner recebeu apoio do presi<strong>de</strong>nte venezuelano, Hugo Chávez, que esteve<br />

em Buenos Aires. Chávez <strong>de</strong>sejou sorte ao ex-presi<strong>de</strong>nte Néstor Kirchner<br />

(2003-2007), candidato a <strong>de</strong>putado fe<strong>de</strong>ral e maior aposta do governo para um<br />

bom <strong>de</strong>sempenho no pleito <strong>de</strong> junho, que renova meta<strong>de</strong> dos <strong>de</strong>putados e um<br />

terço do Se<strong>na</strong>do.<br />

Com discurso alinhado ao do casal Kirchner, Chávez relembrou a crise<br />

socioeconômica argenti<strong>na</strong> <strong>de</strong> 2001 e atribuiu a recuperação à gestão<br />

kirchnerista. "Dali saiu Néstor, um homem <strong>de</strong>sconhecido, e logo você,<br />

presi<strong>de</strong>nta." O venezuelano <strong>de</strong>scartou envolvimento <strong>na</strong> campanha. "É o povo<br />

argentino quem apoia ou não."<br />

Para Chávez, a Venezuela está apta a comprar títulos da dívida argenti<strong>na</strong>,<br />

embora não tenha recebido oferta nesse sentido. Cristi<strong>na</strong> negou que o país<br />

esteja por emitir títulos.<br />

Uma das poucas fontes <strong>de</strong> fi<strong>na</strong>nciamento externo da Argenti<strong>na</strong>, a Venezuela<br />

cobrou 15% <strong>de</strong> juros em sua última compra <strong>de</strong> papéis, no ano passado. A<br />

operação foi alvo <strong>de</strong> críticas <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong>, porque o governo Chávez ven<strong>de</strong>u os<br />

títulos <strong>na</strong> sequência, o que fez <strong>de</strong>spencar os preços dos bônus.<br />

Após a entrevista com Cristi<strong>na</strong>, Chávez e o casal Kirchner viajaram para El<br />

Calafate, região turística em Santa Cruz (sul), Província <strong>na</strong>tal <strong>de</strong> Néstor.<br />

Aumento a servidor<br />

Na sema<strong>na</strong> que marcou a largada da campanha eleitoral argenti<strong>na</strong>, o governo<br />

anunciou reajustes salariais <strong>de</strong> 15% para o funcio<strong>na</strong>lismo público fe<strong>de</strong>ral e<br />

professores universitários, que atingem cerca <strong>de</strong> 250 mil pessoas. O governo<br />

<strong>de</strong>scartou conotação eleitoral no reajuste, que ocorre em meio a passeatas por<br />

aumento <strong>de</strong> várias categorias.<br />

17/05/2009 - 00h28<br />

Polícia paraguaia <strong>de</strong>tém ex-<strong>de</strong>lator da ditadura <strong>de</strong> Stroessner<br />

da Efe, em Assunção<br />

A polícia paraguaia <strong>de</strong>teve neste sábado no sul do país um ex-<strong>de</strong>lator da<br />

ditadura <strong>de</strong> Alfredo Stroessner (1954-89) que tinha sido con<strong>de</strong><strong>na</strong>do a <strong>de</strong>z anos<br />

<strong>de</strong> prisão pelo <strong>de</strong>saparecimento <strong>de</strong> um médico dissi<strong>de</strong>nte em 1969, informaram<br />

as autorida<strong>de</strong>s.


Trata-se <strong>de</strong> Francisco Ortiz Téllez, que foi <strong>de</strong>tido em uma via pública da cida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> San Juan Bautista, no <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> Misiones, sul do país, e foi<br />

transferido imediatamente a Assunção, informou a Polícia Nacio<strong>na</strong>l.<br />

Em 2007, Ortiz Téllez foi con<strong>de</strong><strong>na</strong>do a <strong>de</strong>z anos <strong>de</strong> prisão <strong>na</strong> causa aberta pelo<br />

juiz Ar<strong>na</strong>ldo Fleitas para esclarecer o <strong>de</strong>saparecimento do médico Agustín<br />

Goiburú, em novembro <strong>de</strong> 1969, <strong>na</strong> cida<strong>de</strong> argenti<strong>na</strong> <strong>de</strong> Posadas, fronteira com<br />

o Brasil.<br />

Na época, Ortiz Téllez era cônsul paraguaio em Posadas, após ocupar cargos<br />

em uma unida<strong>de</strong> policial <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>da a perseguir os opositores da ditadura e,<br />

segundo a resolução judicial, <strong>de</strong>latou aos organismos <strong>de</strong> segurança as<br />

ativida<strong>de</strong>s do médico no país vizinho.<br />

O ex-funcionário da ditadura foi <strong>de</strong>tido <strong>na</strong> saída <strong>de</strong> uma fazenda que possui<br />

nessa região, explicou Rolando Goiburú, filho do médico <strong>de</strong>saparecido, que<br />

acompanhou a comitiva policial e judicial durante a operação.<br />

19/05/2009<br />

Acusado <strong>de</strong> assassi<strong>na</strong>to, presi<strong>de</strong>nte enfrenta crise <strong>na</strong> Guatemala<br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 14:40<br />

“A Guatemala enfrenta uma das piores crises políticas dos últimos anos <strong>de</strong>pois<br />

que o presi<strong>de</strong>nte, Álvaro Colom, foi acusado <strong>de</strong> envolvimento em um<br />

assassi<strong>na</strong>to...”<br />

A Guatemala enfrenta uma das piores crises políticas dos últimos anos <strong>de</strong>pois<br />

que o presi<strong>de</strong>nte, Álvaro Colom, foi acusado <strong>de</strong> envolvimento em um<br />

assassi<strong>na</strong>to.<br />

O advogado Rodrigo Rosenberg, <strong>de</strong> 47 anos, foi morto a tiros no domingo.<br />

Antes do homicídio, ele gravou um ví<strong>de</strong>o afirmando que seria assassi<strong>na</strong>do e<br />

afirmou que os responsáveis por sua morte seriam o presi<strong>de</strong>nte, a primeira-<br />

dama e outras autorida<strong>de</strong>s.<br />

Cente<strong>na</strong>s <strong>de</strong> pessoas participaram nesta quarta-feira <strong>de</strong> manifestações <strong>na</strong><br />

capital da Guatemala, Cida<strong>de</strong> da Guatemala. Parte dos manifestantes pediu a<br />

renúncia do presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>vido à acusação, enquanto outros saíram às ruas<br />

para mostrar apoio a ele.<br />

O presi<strong>de</strong>nte alega inocência e afirmou que não vai renunciar ao cargo, mesmo


com a pressão da oposição, que quer sua saída da Presidência para que<br />

garantir uma investigação in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do crime.<br />

"Desta casa só saio morto. Não assassinei ninguém, não sou traficante <strong>de</strong><br />

drogas e nunca fiz planos contra a oposição", disse Colom.<br />

Empresário assassi<strong>na</strong>do<br />

Rosenberg afirmou no ví<strong>de</strong>o que sua morte foi <strong>de</strong>cidida <strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong> ele<br />

ter provas sobre a suposta participação <strong>de</strong> Colom e <strong>de</strong> alguns <strong>de</strong> seus<br />

colaboradoras próximos no assassi<strong>na</strong>to <strong>de</strong> um empresário, Khalil Mussa, e <strong>de</strong><br />

sua filha, Marjorie, no dia 14 <strong>de</strong> abril.<br />

Segundo o testemunho do advogado, Mussa, que era membro da direção do<br />

Banco <strong>de</strong> Desenvolvimento Rural (Banrural) da Guatemala, foi assassi<strong>na</strong>do por<br />

ter se negado a encobrir "negócios ilegais e milionários, que ocorrem todos os<br />

dias" <strong>na</strong> instituição.<br />

"Se você está vendo este ví<strong>de</strong>o é porque eu, Rodrigo Rosenberg Marzano, fui<br />

assassi<strong>na</strong>do pelo secretário particular da Presidência, Gustavo Alejos, e seu<br />

sócio, Gregorio Val<strong>de</strong>z, com a aprovação do senhor Álvaro Colom e <strong>de</strong> Sandra<br />

<strong>de</strong> Colom (a primeira dama)", afirmou o advogado <strong>na</strong> gravação.<br />

O presi<strong>de</strong>nte Álvaro Colom afirma que as acusações são "parte <strong>de</strong> um plano"<br />

para <strong>de</strong>sestabilizar o governo.<br />

Apreensão social<br />

O diretor da Comissão Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l contra a Impunida<strong>de</strong> <strong>na</strong> Guatemala<br />

(CICIG), entida<strong>de</strong> ligada à ONU, Carlos Castresa<strong>na</strong>, afirmou que o caso<br />

provocou apreensão social e está afetando a gover<strong>na</strong>bilida<strong>de</strong> do país.<br />

Castresa<strong>na</strong>, que também será responsável pela investigação do caso junto ao<br />

FBI (a polícia fe<strong>de</strong>ral america<strong>na</strong>), pediu ao presi<strong>de</strong>nte Colom que "se afaste da<br />

investigação" para dar garantias <strong>de</strong> transparência ao processo.<br />

"É preciso <strong>de</strong>sarticular as estruturas clan<strong>de</strong>sti<strong>na</strong>s que estão operando <strong>de</strong>ntro<br />

do po<strong>de</strong>r", afirmou. "Não pedimos renúncias. O que queremos é que a<br />

investigação seja transparente", acrescentou.<br />

Em 2008 foram registrados em média 17 assassi<strong>na</strong>tos por dia <strong>na</strong> Guatemala,<br />

que tem uma população <strong>de</strong> ape<strong>na</strong>s cerca <strong>de</strong> 13 milhões <strong>de</strong> habitantes.


19/05/2009<br />

Se<strong>na</strong>do da Colômbia abre caminho para terceiro mandato <strong>de</strong> Uribe<br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 15:15<br />

“O Se<strong>na</strong>do da Colômbia aprovou... o projeto <strong>de</strong> referendo <strong>de</strong> reeleição que<br />

po<strong>de</strong>rá abrir caminho para que o atual presi<strong>de</strong>nte, Álvaro Uribe, concorra a um<br />

terceiro mandato presi<strong>de</strong>ncial....”<br />

O Se<strong>na</strong>do da Colômbia aprovou, nesta terça-feira, o projeto <strong>de</strong> referendo <strong>de</strong><br />

reeleição que po<strong>de</strong>rá abrir caminho para que o atual presi<strong>de</strong>nte, Álvaro Uribe,<br />

concorra a um terceiro mandato presi<strong>de</strong>ncial.<br />

Após meses <strong>de</strong> embates internos entre a bancada governista, o referendo foi<br />

aprovado <strong>na</strong> última das quatro votações a que foi submetido, por 62 votos a<br />

favor e cinco contra.<br />

Os partidos opositores Liberal e Polo Democrático <strong>de</strong>ixaram o plenário no<br />

momento da votação, afirmando que o ministro <strong>de</strong> Interior, Fábio Valencia,<br />

estaria "<strong>de</strong> bancada em bancada, comprando a votação".<br />

O projeto <strong>de</strong> referendo esteve a ponto <strong>de</strong> ser barrado <strong>de</strong>vido a <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong><br />

irregularida<strong>de</strong>s no fi<strong>na</strong>nciamento da campanha que promoveu a proposta.<br />

Entre estas <strong>de</strong>núncias, está a suposta ajuda <strong>de</strong> um dos principais acusados no<br />

escândalo das pirâmi<strong>de</strong>s fi<strong>na</strong>nceiras, David Murcia, à campanha.<br />

Murcia afirmou ter doado US$ 2 milhões para a campanha <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong><br />

assi<strong>na</strong>turas, requisito necessário para levar a proposta a <strong>de</strong>bate no Congresso.<br />

Redação<br />

Agora, o texto do projeto aprovado pelo Se<strong>na</strong>do <strong>de</strong>ve ser conciliado com a<br />

versão que foi aprovada pela Câmara, em <strong>de</strong>zembro do ano passado.<br />

Na Câmara, o uribismo po<strong>de</strong> enfrentar certa resistência entre a própria base<br />

governista, por causa da redação do projeto.<br />

Um suposto erro <strong>de</strong> redação <strong>na</strong> proposta que foi apoiada por quase 5 milhões<br />

<strong>de</strong> assi<strong>na</strong>turas estabelece que o presi<strong>de</strong>nte da República po<strong>de</strong>ria candidatar-se<br />

a um terceiro mandato somente <strong>na</strong>s eleições <strong>de</strong> 2014.<br />

Uma coalizão <strong>de</strong> partidos governistas, por sua vez, preten<strong>de</strong> modificar o texto<br />

para permitir que Uribe possa candidatar-se à sua segunda reeleição já em


2010.<br />

Quando o texto for ajustado <strong>na</strong>s duas casas legislativas, será levado à Corte<br />

Constitucio<strong>na</strong>l, órgão que <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>rá a valida<strong>de</strong> ou não da proposta. Se for<br />

aprovado, o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>verá sancio<strong>na</strong>r a lei e em seguida o referendo <strong>de</strong>ve<br />

ser convocado.<br />

Depois disso, a batalha seria <strong>na</strong>s ur<strong>na</strong>s. Para que a Constituição seja<br />

modificada, é preciso que cerca <strong>de</strong> 7,5 milhões <strong>de</strong> votos - 25% do total <strong>de</strong><br />

eleitores - aprovem a emenda.<br />

Se isso ocorrer, será a segunda reforma realizada no mesmo artigo da<br />

Constituição sob o governo Uribe.<br />

A primeira mudança ocorreu em 2004, para permitir que o presi<strong>de</strong>nte<br />

colombiano, eleito em 2002, concorresse a uma primeira reeleição presi<strong>de</strong>ncial<br />

em 2006.<br />

Contra o tempo<br />

A base governista corre contra o tempo, pois o referendo precisa ser<br />

convocado até o mês <strong>de</strong> novembro, quando termi<strong>na</strong> o prazo legal para que<br />

Uribe anuncie sua candidatura a um novo mandato.<br />

Uribe até agora não disse se preten<strong>de</strong> ou não disputar uma nova eleição.<br />

Entre outros aliados do presi<strong>de</strong>nte, o ex-ministro <strong>de</strong> Defesa, Juan Manuel<br />

Santos, que renunciou <strong>na</strong> segunda-feira, também está <strong>de</strong> olho <strong>na</strong> ca<strong>de</strong>ira<br />

presi<strong>de</strong>ncial.<br />

Visto como um dos principais protagonistas da política <strong>de</strong> enfrentamento às<br />

guerrilhas, Santos disse que não competirá com o atual presi<strong>de</strong>nte e que<br />

concorrerá à Presidência somente se Uribe não se candidatar.<br />

"Minha candidatura <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do presi<strong>de</strong>nte Uribe", disse a uma rádio local.<br />

O ex-ministro <strong>de</strong> Defesa afirmou, porém, que sua "intuição" diz que Uribe não<br />

irá se candidatar a um terceiro mandato.<br />

Gozando <strong>de</strong> altos índices <strong>de</strong> aprovação, o governo <strong>de</strong> Uribe tem sido marcado<br />

pela dura política <strong>de</strong> combate às guerrilhas e por supostos vínculos <strong>de</strong> aliados<br />

do governo com grupos <strong>de</strong> <strong>na</strong>rcotraficantes.


19/05/2009<br />

Venezuela utilizará assessoria do MST em produção <strong>de</strong> fazenda<br />

expropriada<br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 16:40<br />

“A Venezuela utilizará a assessoria do Movimento dos Trabalhadores Rurais<br />

Sem Terra... para a produção agrícola em uma fazenda expropriada pelo<br />

governo em uma nova etapa da chamada "guerra ao latifúndio", que estabelece<br />

o resgate <strong>de</strong> terras consi<strong>de</strong>radas improdutivas....”<br />

A Venezuela utilizará a assessoria do Movimento dos Trabalhadores Rurais<br />

Sem Terra (MST) para a produção agrícola em uma fazenda expropriada pelo<br />

governo em uma nova etapa da chamada "guerra ao latifúndio", que estabelece<br />

o resgate <strong>de</strong> terras consi<strong>de</strong>radas improdutivas.<br />

Expropriada há um mês, a fazenda El Frío, <strong>de</strong> 63 mil hectares, será um dos<br />

polos <strong>de</strong> produção arrozeira no Estado <strong>de</strong> Apure (norte da Venezuela), <strong>de</strong><br />

acordo com o governo.<br />

Ali, o MST será responsável pelo <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> dois projetos<br />

experimentais. Um será <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>do à produção <strong>de</strong> arroz e peixe orgânicos e o<br />

outro, à criação <strong>de</strong> gado <strong>de</strong> leite.<br />

O dirigente do MST <strong>na</strong> Venezuela, Alexandre Conceição, disse que o trabalho<br />

do grupo <strong>na</strong> fazenda El Frío será o <strong>de</strong> organizar a produção e o trabalho dos<br />

agricultores com base no mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> cooperativas utilizado nos assentamentos<br />

do Brasil.<br />

"Depois eles <strong>de</strong>vem assumir sozinhos o projeto, porque o objetivo fi<strong>na</strong>l é<br />

facilitar a transferência tecnológica em agroecologia para que a Venezuela<br />

possa alcançar sua soberania alimentar", acrescentou.<br />

O presi<strong>de</strong>nte da Venezuela, Hugo Chávez, que or<strong>de</strong>nou seus funcionários a<br />

acelerarem o "resgate <strong>de</strong> terras", <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u a técnica utilizada pelo MST em<br />

suas cooperativas como uma alter<strong>na</strong>tiva para incrementar a produtivida<strong>de</strong> do<br />

campo venezuelano.<br />

"É possível incrementar em 30% a produção com essas técnicas alter<strong>na</strong>tivas",<br />

disse Chávez. "No Brasil os sem-terra fazem isso. Aqui, temos uma brigada<br />

dos sem-terra há algum tempo trabalhando conosco", afirmou o presi<strong>de</strong>nte


durante uma reunião do Conselho <strong>de</strong> Ministros transmitida em ca<strong>de</strong>ia <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />

<strong>de</strong> rádio e televisão, nesta quarta-feira.<br />

Vietnã<br />

A maior parte da produção <strong>de</strong> arroz <strong>na</strong> fazenda El Frío, no entanto, estará a<br />

cargo <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> técnicos do Vietnã. O governo preten<strong>de</strong> produzir 250 t<br />

<strong>de</strong> arroz, em uma tentativa <strong>de</strong> reduzir os custos <strong>de</strong> importações do cereal.<br />

Cerca <strong>de</strong> 70% dos alimentos consumidos <strong>na</strong> Venezuela são importados. Em<br />

2008, saíram dos cofres da estatal petroleira PDVSA US$ 2,2 bilhões para a<br />

compra <strong>de</strong> alimentos, dos quais quase a meta<strong>de</strong> foram <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>dos à<br />

importação <strong>de</strong> produtos do Brasil.<br />

O convênio entre o governo venezuelano e os sem-terra começou em 2005,<br />

quando Chávez visitou um assentamento da reforma agrária no município <strong>de</strong><br />

Tapes (Rio Gran<strong>de</strong> do Sul). Neste assentamento, que funcio<strong>na</strong>ria <strong>de</strong> acordo<br />

com o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> produção proposto pelo MST, uma das áreas <strong>de</strong> produção é<br />

<strong>de</strong>sti<strong>na</strong>da a arroz e piscicultura.<br />

Na ocasião, foi firmado um acordo entre a Venezuela, o MST e a organização<br />

Via Campesi<strong>na</strong> que estabelece a cooperação para a produção <strong>de</strong> sementes<br />

agroecológicas e a colaboração do MST <strong>na</strong> organização no setor produtivo e<br />

dos camponeses em cooperativas.<br />

Em contrapartida, o governo venezuelano "custeia o trabalho" dos 15<br />

integrantes do MST que atuam no país, além da infraestrutura para a<br />

realização do trabalho no campo, segundo Conceição.<br />

"A relação do MST com o governo venezuelano é uma aliança política, não<br />

comercial. Correspon<strong>de</strong> ao nosso princípio <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong>", afirmou o<br />

dirigente do MST.<br />

Desapropriações<br />

Questio<strong>na</strong>do sobre se o MST está organizando os camponeses venezuelanos<br />

para a ocupação <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s rurais, Conceição disse que "não é<br />

necessário". "Aqui o Estado se encarrega <strong>de</strong> cumprir a Constituição, ao<br />

<strong>de</strong>sapropriar as terras improdutivas", afirmou.<br />

O primeiro trabalho realizado pelos sem-terra <strong>na</strong> Venezuela foi a criação <strong>de</strong> um<br />

Instituto Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> agroecologia para a formação <strong>de</strong> técnicos agrícolas,<br />

uma das cláusulas do convênio assi<strong>na</strong>do em Tapes.


I<strong>na</strong>ugurado em 2006, em Bari<strong>na</strong>s, Estado <strong>na</strong>tal do presi<strong>de</strong>nte venezuelano, o<br />

instituto agroecológico leva o nome do educador brasileiro Paulo Freire e tem<br />

cerca <strong>de</strong> 70 estudantes provenientes <strong>de</strong> sete países da América Lati<strong>na</strong>.<br />

A questão agrária venezuela<strong>na</strong> é um ponto <strong>de</strong> permanente conflito entre o<br />

governo e o setor privado no país. A expropriação <strong>de</strong> terras e a regulação <strong>de</strong><br />

preços dos alimentos tem aprofundado a disputa entre ambos e provocado<br />

<strong>de</strong>sabastecimento dos principais produtos da cesta básica no país, entre eles,<br />

o arroz.<br />

O governo diz que suas intervenções no campo são direcio<strong>na</strong>das a terras<br />

"improdutivas". "Os produtores que têm suas fazendas e estão produzindo, não<br />

se preocupem, porque nós não vamos tomar <strong>na</strong>da", afirmou Chávez.<br />

Para o setor empresarial e os partidos opositores, no entanto, as medidas do<br />

governo são um "ataque" à proprieda<strong>de</strong> privada e à Constituição do país.<br />

20/05/2009<br />

Bolívia começa a julgar ex-presi<strong>de</strong>nte pela morte <strong>de</strong> 67 pessoas<br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 15:15<br />

“A Suprema Corte <strong>de</strong> Justiça da Bolívia começou a julgar, nesta segunda-feira,<br />

o ex-presi<strong>de</strong>nte Gonzalo Sánchez <strong>de</strong> Lozada e mais 16 membros <strong>de</strong> seu<br />

gabinete pela morte <strong>de</strong> 67 pessoas durante protestos em 2003.”<br />

A Suprema Corte <strong>de</strong> Justiça da Bolívia começou a julgar, nesta segunda-feira,<br />

o ex-presi<strong>de</strong>nte Gonzalo Sánchez <strong>de</strong> Lozada e mais 16 membros <strong>de</strong> seu<br />

gabinete pela morte <strong>de</strong> 67 pessoas durante protestos em 2003.<br />

Ape<strong>na</strong>s oito dos 17 réus que enfrentam as acusações <strong>de</strong> genocídio<br />

compareceram ao tribu<strong>na</strong>l. Os outros, incluindo Lozada - que está exilado nos<br />

EUA - estão refugiados em outros países.<br />

Eles são acusados <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> pela morte <strong>de</strong> 67 civis <strong>de</strong>pois que<br />

soldados foram enviados para conter protestos <strong>na</strong>s cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> El Alto e La<br />

Paz, em outubro <strong>de</strong> 2003.<br />

Depois dos inci<strong>de</strong>ntes, Lozada partiu para os Estados Unidos, on<strong>de</strong> permanece<br />

até hoje. Acredita-se que três ministros <strong>de</strong> seu gabinete também estejam nos<br />

EUA e outros três no Peru.<br />

Julgamento


A legislação bolivia<strong>na</strong> não permite o julgamento <strong>de</strong> réus ausentes, por isso,<br />

será pedida a extradição dos acusados que se encontrem em outros países.<br />

Em entrevista à correspon<strong>de</strong>nte da BBC Mundo <strong>na</strong> Bolívia, Mery Vaca, o<br />

promotor responsável pelo caso, Milton Mendoza, afirmou que os réus que não<br />

estão presentes serão <strong>de</strong>clarados rebel<strong>de</strong>s e se interromperá a prescrição dos<br />

crimes <strong>de</strong> que são acusados.<br />

Isto quer dizer que os réus po<strong>de</strong>rão ser julgados no momento em que voltarem<br />

à Bolívia, não importando quanto tempo se passar.<br />

A Promotoria afirma possuir 2.500 testemunhos e 4 mil documentos que<br />

provam a culpa dos acusados, mas o julgamento po<strong>de</strong> durar meses.<br />

Caso seja consi<strong>de</strong>rado culpado, Lozada po<strong>de</strong>r ser con<strong>de</strong><strong>na</strong>do a até 20 anos <strong>de</strong><br />

prisão.<br />

Crise<br />

Sánchez <strong>de</strong> Lozada governou a Bolívia entre 1993 e 1997 e, <strong>de</strong>pois, entre<br />

2002 e 2003.<br />

Em 2003, ele foi obrigado a renunciar <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma onda <strong>de</strong> protestos contra<br />

a venda <strong>de</strong> gás <strong>na</strong>tural aos Estados Unidos por meio <strong>de</strong> um porto chileno.<br />

Depois da renúncia <strong>de</strong> Sánchez <strong>de</strong> Lozada, a Bolívia ingressou em um período<br />

<strong>de</strong> transição, quando foi gover<strong>na</strong>da por Carlos Mesa e Eduado Rodríguez.<br />

Este último convocou eleições gerais, que foram vencidas, em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong><br />

2005, pelo atual presi<strong>de</strong>nte, Evo Morales.<br />

20/05/2009<br />

Bolívia: Morales ameaça processar Peru em Haia por asilo a ex-ministros<br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 15:00<br />

“O presi<strong>de</strong>nte da Bolívia, Evo Morales, afirmou... que seu governo po<strong>de</strong> entrar<br />

com uma ação contra o Peru <strong>na</strong> Corte Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Justiça <strong>de</strong> Haia, <strong>de</strong>vido<br />

ao asilo político concedido a três ex-ministros bolivianos que respon<strong>de</strong>m a<br />

processos pelas mortes <strong>de</strong> 67 civis em outubro <strong>de</strong> 2003...”<br />

O presi<strong>de</strong>nte da Bolívia, Evo Morales, afirmou, nesta terça-feira, que seu<br />

governo po<strong>de</strong> entrar com uma ação contra o Peru <strong>na</strong> Corte Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>de</strong><br />

Justiça <strong>de</strong> Haia, <strong>de</strong>vido ao asilo político concedido a três ex-ministros


olivianos que respon<strong>de</strong>m a processos pelas mortes <strong>de</strong> 67 civis em outubro <strong>de</strong><br />

2003.<br />

"Vamos apelar à Corte Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Justiça para que o governo peruano do<br />

presi<strong>de</strong>nte Alan García suspenda o asilo a estes <strong>de</strong>linquentes", disse Morales<br />

em Cochabamba, região central do país, segundo a agência estatal <strong>de</strong> notícias<br />

ABI.<br />

"Não é possível que alguns países <strong>de</strong>em asilo a pessoas que respon<strong>de</strong>m a<br />

processos por crimes contra a humanida<strong>de</strong>. Estamos estudando uma ação do<br />

Estado boliviano para que o Estado peruano suspenda o asilo que conce<strong>de</strong>u<br />

aos ex-ministros", afirmou.<br />

Morales afirmou ainda que espera que o governo peruano suspenda o asilo e<br />

"não tenha problemas" com ações inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is.<br />

O presi<strong>de</strong>nte boliviano afirmou que, pelas "regras do direito inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l", o<br />

Peru "não po<strong>de</strong> dar asilo" aos ex-ministros da Fazenda, Jorge Torres Obleas,<br />

<strong>de</strong> Participação Popular, Mirtha Quevedo, e da Saú<strong>de</strong>, Javier Torres Goitia.<br />

Os três ex-ministros, o ex-presi<strong>de</strong>nte Gonzalo Sánchez <strong>de</strong> Lozada e outras<br />

treze antigas autorida<strong>de</strong>s do governo boliviano são réus em um processo que<br />

apura a responsabilida<strong>de</strong> pelas mortes <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 60 civis durante protestos<br />

em 2003.<br />

Ape<strong>na</strong>s oitos dos 17 réus compareceram ao julgamento <strong>na</strong> Suprema Corte <strong>de</strong><br />

Justiça, que começou <strong>na</strong> última segunda-feira.<br />

Entre os que não compareceram ao tribu<strong>na</strong>l está Sánchez <strong>de</strong> Lozada, que vive<br />

exilado nos EUA.<br />

Críticas<br />

As afirmações <strong>de</strong> Morales geraram críticas no Peru. O ex-chanceler do país,<br />

Luis Gonzales Posada, disse à imprensa perua<strong>na</strong> que o presi<strong>de</strong>nte boliviano<br />

vai "passar um papelão" se confirmar a ação no Tribu<strong>na</strong>l Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />

"Com essa ação, o presi<strong>de</strong>nte Evo Morales vai passar um papelão<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. Ele seria o primeiro presi<strong>de</strong>nte <strong>na</strong> história a questio<strong>na</strong>r um direito<br />

sagrado, que é o asilo", afirmou Gonzales Posada.<br />

Julgamento<br />

Na última segunda-feira, a Suprema Corte <strong>de</strong> Justiça <strong>de</strong>clarou "rebel<strong>de</strong>s" o ex-<br />

presi<strong>de</strong>nte Lozada e seis ministros <strong>de</strong> seu gabinete, por eles não terem se<br />

apresentado ao tribu<strong>na</strong>l on<strong>de</strong> serão julgados por acusações <strong>de</strong> "genocídio".


A Justiça bolivia<strong>na</strong> <strong>de</strong>terminou ainda um mandato <strong>de</strong> busca contra os<br />

acusados.<br />

A sessão foi suspensa até esta quarta-feira, <strong>de</strong>pois que um dos acusados,<br />

Yerko Kukoc, recusou os <strong>de</strong>z juízes e assistentes do caso.<br />

Seu pedido será avaliado nesta quarta-feira, quando será <strong>de</strong>finido o <strong>de</strong>stino do<br />

julgamento.<br />

Nesta terça-feira, o ministro boliviano das Relações Exteriores, David<br />

Choquehuanca, disse que, quando a or<strong>de</strong>m da Justiça chegar ao seu gabinete,<br />

iniciará as medidas necessárias para a extradição dos réus que estão no<br />

exterior.<br />

Além <strong>de</strong> Sánchez <strong>de</strong> Lozada e dos três ex-ministros exilados no Peru, acredita-<br />

se que pelo menos outros três dos 17 acusados estejam em outros países.<br />

Em outubro <strong>de</strong> 2003, uma revolta popular contra a privatização do gás foi<br />

reprimida <strong>na</strong>s ruas, provocando as mortes <strong>de</strong> 67 civis <strong>na</strong>s cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> El Alto e<br />

La Paz.<br />

A situação levou à renúncia <strong>de</strong> Sánchez <strong>de</strong> Lozada.<br />

20/05/2009<br />

EUA dizem querer melhorar relação com Bolívia<br />

BBC Brasil<br />

“O subsecretário <strong>de</strong> Estado americano para assuntos da América Lati<strong>na</strong>,<br />

Thomas Shannon, disse, nesta quarta-feira, em visita à Bolívia, que os EUA<br />

preten<strong>de</strong>m estabelecer um "novo caminho" <strong>na</strong>s relações com o país presidido<br />

por Evo Morales.”<br />

O subsecretário <strong>de</strong> Estado americano para assuntos da América Lati<strong>na</strong>,<br />

Thomas Shannon, disse, nesta quarta-feira, em visita à Bolívia, que os EUA<br />

preten<strong>de</strong>m estabelecer um "novo caminho" <strong>na</strong>s relações com o país presidido<br />

por Evo Morales.<br />

"Estamos aqui para implementar, juntos, grupos <strong>de</strong> trabalho dos dois governos<br />

para buscar uma maneira <strong>de</strong> aprofundar nossa relação, melhorar nosso diálogo<br />

e para <strong>de</strong>senhar um novo caminho <strong>na</strong>s nossas relações <strong>de</strong> trabalho", disse<br />

Shannon, em La Paz.<br />

"Esperamos um diálogo frutífero", disse.


A autorida<strong>de</strong> do governo do presi<strong>de</strong>nte Barack Obama disse que sua visita,<br />

acompanhado por comitiva, foi <strong>de</strong>finida em um encontro recente entre a<br />

secretária <strong>de</strong> Estado america<strong>na</strong>, Hillary Clinton, e o ministro das Relações<br />

Exteriores da Bolívia, David Choquehuanca.<br />

Pontos principais<br />

Choquehuanca afirmou que o governo americano está "disposto" a trabalhar<br />

<strong>na</strong>s questões <strong>de</strong> interesse da Bolívia, como o acordo <strong>de</strong> preferências<br />

comerciais (ATPDEA), e "colaborar" <strong>na</strong> possível extradição do ex-presi<strong>de</strong>nte<br />

Gonzalo Sánchez <strong>de</strong> Lozada e dos ex-ministros Carlos Sánchez Berzáin (ex-<br />

ministro da Defesa) e Jorge Berindoague (ex-ministro <strong>de</strong> Minério e<br />

Hidrocarbonetos).<br />

Sánchez <strong>de</strong> Lozada e os ex-ministros moram nos Estados Unidos e respon<strong>de</strong>m<br />

à processo <strong>na</strong> Bolívia pelas mortes <strong>de</strong> 67 civis durante protestos em 2003.<br />

Esta sema<strong>na</strong>, eles não compareceram ao julgamento iniciado <strong>na</strong> Suprema<br />

Corte <strong>de</strong> Justiça.<br />

Crise diplomática<br />

A ATPDEA (Acordo <strong>de</strong> Preferências Tarifárias e Erradicação <strong>de</strong> Drogas <strong>na</strong><br />

Região Andi<strong>na</strong>, <strong>na</strong> sigla em inglês) existe <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início dos anos 1990.<br />

No ano passado, o governo do então presi<strong>de</strong>nte George W. Bush mandou<br />

suspen<strong>de</strong>r estas preferências para a Bolívia, sob argumento <strong>de</strong> que o país não<br />

estava cumprindo sua parte no combate às drogas.<br />

As relações diplomáticas entre Bolívia e Estados Unidos entraram em crise em<br />

setembro passado, <strong>de</strong>pois que Morales expulsou o então embaixador<br />

americano, Philip Goldberg, acusando o governo americano <strong>de</strong> conspirar<br />

contra sua administração.<br />

A iniciativa <strong>de</strong> Morales levou o governo americano a expulsar o embaixador<br />

boliviano em Washington.<br />

Dias <strong>de</strong>pois das expulsões, os EUA incluíram, pela primeira vez, a Bolívia <strong>na</strong><br />

lista <strong>de</strong> países que as autorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Washington classificam como produtores<br />

<strong>de</strong> drogas ou que são usados como corredores por traficantes.<br />

Ao mesmo tempo, Morales anunciou a expulsão da DEA (o <strong>de</strong>partamento<br />

americano <strong>de</strong> combate às drogas) da Bolívia.<br />

Na ocasião, o presi<strong>de</strong>nte da Venezuela, Hugo Chávez, também expulsou<br />

embaixador dos Estados Unidos <strong>de</strong> seu país, argumentando solidarieda<strong>de</strong> com


a Bolívia.<br />

Obama<br />

Com a chegada <strong>de</strong> Obama à Presidência dos Estados Unidos, a expectativa no<br />

governo boliviano era <strong>de</strong> retomar essa relação <strong>na</strong> forma <strong>de</strong> "um maior diálogo",<br />

como afirmaram autorida<strong>de</strong>s do país em diferentes ocasiões.<br />

Os dois países <strong>de</strong>vem assi<strong>na</strong>r acordos bilaterais e a agenda <strong>de</strong> Shannon prevê<br />

uma reunião, nesta quinta-feira, com Evo Morales.<br />

A comitiva do governo americano é formada ainda pelo vice-presi<strong>de</strong>nte adjunto<br />

para Assuntos Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> Narcóticos e Cumprimento da Lei (INL, sigla<br />

em inglês), Willian McGlynn, e a administradora adjunta da Agência dos<br />

Estados Unidos para o Desenvolvimento Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l (USAID), Debbie<br />

Kennedy-Iraheta.<br />

A visita <strong>de</strong> Shannon acontece pouco <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> o governo Obama anunciar a<br />

indicação do chileno-americano Arturo Valenzuela como novo ocupante do<br />

cargo <strong>de</strong> subsecretário <strong>de</strong> Estado para as Américas.<br />

Valenzuela foi assessor do governo <strong>de</strong> Bill Clinton. Seu nome ainda precisa ser<br />

aprovado pelo Se<strong>na</strong>do americano.<br />

20/05/2009 - 20h59<br />

Procurador argentino pe<strong>de</strong> prisão <strong>de</strong> colombiano por atentado que matou<br />

85 pessoas<br />

da Efe, em Buenos Aires<br />

Um procurador da Argenti<strong>na</strong> pediu nesta quarta-feira à Justiça a <strong>de</strong>tenção <strong>de</strong><br />

um colombiano acusado <strong>de</strong> ter participado do atentado terrorista cometido<br />

contra um centro judaico <strong>de</strong> Buenos Aires que, em 1994, <strong>de</strong>ixou 85 mortos.<br />

O procurador-geral Alberto Nisman anunciou em entrevista coletiva que pediu<br />

ao juiz fe<strong>de</strong>ral Rodolfo Canicoba Corral que or<strong>de</strong>ne a captura do colombiano<br />

Samuel Salman el Reda, íntimo colaborador <strong>de</strong> Moshen Rabbani, ex-<br />

responsável cultural da embaixada do Irã em Buenos Aires e sobre quem pesa<br />

um pedido <strong>de</strong> captura inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />

Nisman i<strong>de</strong>ntificou Reda como um dos "máximos responsáveis" da conexão<br />

local do atentado por "participar da preparação e consumação do ataque".<br />

Segundo o procurador, Reda, que supostamente está no Líbano, fazia parte do<br />

núcleo mais radical da comunida<strong>de</strong> muçulma<strong>na</strong> <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong>, país ao qual


tinha chegado em 1987.<br />

O acusado, que se casou em 1989 com a argenti<strong>na</strong> Silvi<strong>na</strong> Saín, viveu em<br />

Buenos Aires durante longos períodos nos sete anos que antece<strong>de</strong>ram o<br />

atentado com carro-bomba contra a se<strong>de</strong> da Associação Mutual Israelita<br />

Argenti<strong>na</strong> (Amia).<br />

O procurador explicou que os investigadores i<strong>de</strong>ntificaram um telefone celular<br />

registrado em Foz do Iguaçu (PR) ao qual Reda ligou em várias ocasiões a<br />

partir <strong>de</strong> Buenos Aires.<br />

A cida<strong>de</strong> para<strong>na</strong>ense fica <strong>na</strong> área da Tríplice Fronteira com o Paraguai e a<br />

Argenti<strong>na</strong>, e on<strong>de</strong> se presume que operam células terroristas islâmicas.<br />

Nisman afirmou que, entre 1º e 18 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1994, dia em que ocorreu a<br />

explosão da Amia, Reda ligou também aos telefones da central do grupo<br />

radical islâmico Hizbollah, no Líbano, e a diferentes membros <strong>de</strong>sse grupo<br />

islâmico radicados <strong>na</strong> Tríplice Fronteira.<br />

"Ele [El Reda] foi quem coor<strong>de</strong>nou a chegada ao país, estadia e partida do<br />

grupo operacio<strong>na</strong>l [responsável pelos atentados], assim como as operações <strong>de</strong><br />

logística e <strong>de</strong>mais ativida<strong>de</strong>s que o grupo executou <strong>na</strong> fase fi<strong>na</strong>l do ataque",<br />

afirma a <strong>de</strong>cisão do procurador.<br />

21/05/2009 - 07h38<br />

Justiça avaliza candidatura <strong>de</strong> Néstor Kirchner <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong><br />

da Folha <strong>de</strong> S.Paulo, em Buenos Aires<br />

A Justiça Eleitoral da Argenti<strong>na</strong> <strong>de</strong>u aval ontem à estratégia do governo<br />

Cristi<strong>na</strong> Kirchner para as eleições legislativas <strong>de</strong> junho, ao consi<strong>de</strong>rar legais as<br />

candidaturas a <strong>de</strong>putado fe<strong>de</strong>ral do ex-presi<strong>de</strong>nte Néstor Kirchner (2003-2007),<br />

do gover<strong>na</strong>dor da Província <strong>de</strong> Buenos Aires, Daniel Scioli, e do chefe <strong>de</strong><br />

gabinete <strong>de</strong> Cristi<strong>na</strong>, Sérgio Massa.<br />

Eles são os políticos mais populares do kirchnerismo e integram a lista do<br />

governo <strong>na</strong> Província <strong>de</strong> Buenos Aires, maior distrito eleitoral do país (37% dos<br />

votos).<br />

Um setor opositor questionou a candidatura <strong>de</strong> Kirchner alegando que ele não<br />

teria dois anos <strong>de</strong> residência <strong>na</strong> Província --no começo do processo eleitoral<br />

ainda figurava nos registros <strong>de</strong> Santa Cruz, sua Província <strong>na</strong>tal.<br />

O juiz Manuel Blanco consi<strong>de</strong>rou o requisito cumprido, porque Kirchner vive


<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2003 <strong>na</strong> residência presi<strong>de</strong>ncial <strong>de</strong> Olivos, situada <strong>na</strong> Gran<strong>de</strong> Buenos<br />

Aires.<br />

Quanto às postulações <strong>de</strong> Scioli e <strong>de</strong> Massa, opositores alegaram ser<br />

exemplos das "candidaturas testemunhais" do governo -membros do Executivo<br />

que, se eleitos, não assumiriam os cargos, <strong>de</strong>ixando ape<strong>na</strong>s seu "testemunho"<br />

pró-governo.<br />

A Justiça concluiu que a negativa em ocupar os cargos é só uma hipótese.<br />

Citou o direito <strong>de</strong> todo candidato a renunciar antes <strong>de</strong> assumir e disse que o<br />

eleitor não seria induzido a erro, pois estaria ciente <strong>de</strong>ssa possibilida<strong>de</strong>. "Não<br />

esperava outra <strong>de</strong>cisão", afirmou Kirchner. O Acordo Cívico e Social anunciou<br />

que irá recorrer da sentença, que é <strong>de</strong> primeira instância.<br />

27/05/2009<br />

Fi<strong>de</strong>l dá conselho a Clinton para que evite improvisos no Haiti<br />

Fonte: Folha Online-<br />

http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u571242.shtml<br />

Acesso: 27/05/2009 – 14:30<br />

“...O ex-ditador cubano Fi<strong>de</strong>l Castro aconselhou o ex-presi<strong>de</strong>nte norte-<br />

americano Bill Clinton a evitar "improvisos" em seu novo cargo como enviado<br />

especial da ONU (Organização das Nações Unidas) para o Haiti, pois "<strong>na</strong>da<br />

po<strong>de</strong> ser improvisado" no país e "<strong>na</strong>da será fruto do espírito filantrópico".(...)<br />

Tanto as autorida<strong>de</strong>s haitia<strong>na</strong>s quanto a ONU temem que, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> vários<br />

anos <strong>de</strong> relativa calma amparada pelas tropas estrangeiras li<strong>de</strong>radas pelo<br />

Brasil <strong>na</strong> Missão <strong>de</strong> Estabilização das Nações Unidas para o Haiti (Minustah), a<br />

instabilida<strong>de</strong> política retorne ao país. A missão chegou ao Haiti em 2004, para<br />

lidar com o caos ocorrido <strong>de</strong>pois da segunda <strong>de</strong>posição do presi<strong>de</strong>nte Jean-<br />

Bertrand Aristi<strong>de</strong>. ...”<br />

Fi<strong>de</strong>l dá conselho a Clinton para que evite improvisos no Haiti<br />

O ex-ditador cubano Fi<strong>de</strong>l Castro aconselhou o ex-presi<strong>de</strong>nte norte-americano<br />

Bill Clinton a evitar "improvisos" em seu novo cargo como enviado especial da<br />

ONU (Organização das Nações Unidas) para o Haiti, pois "<strong>na</strong>da po<strong>de</strong> ser<br />

improvisado" no país e "<strong>na</strong>da será fruto do espírito filantrópico".<br />

Na sua colu<strong>na</strong> "Reflexões do Companheiro Fi<strong>de</strong>l", publicada neste domingo


pela imprensa do país, fi<strong>de</strong>l afirmou que "a história do Haiti e sua tragédia é<br />

muito mais complexa" e que, mesmo com seus problemas internos, Cuba ajuda<br />

a <strong>na</strong>ção caribenha há mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos --"quando precisamente os furacões<br />

George e Mitch açoitaram o Caribe e países da América Central".<br />

"Nesse país trabalham atualmente 413 profissio<strong>na</strong>is cubanos da saú<strong>de</strong>, que<br />

prestam gratuitamente seus serviços a esse povo irmão", continuou o cubano,<br />

para quem o "<strong>de</strong>safio foi duro".<br />

"A mortalida<strong>de</strong> infantil era superior a 80 por cada mil <strong>na</strong>scidos vivos, a<br />

perspectiva <strong>de</strong> vida estava abaixo dos 60 anos, a prevalência do Aids <strong>na</strong><br />

população adulta no ano 2007 atingia a cifra <strong>de</strong> 120 mil cidadãos", disse o ex-<br />

ditador.<br />

Sobre a ajuda inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l ao Haiti, Fi<strong>de</strong>l exaltou a importância da "criação <strong>de</strong><br />

novas formas <strong>de</strong> cooperação", necessárias neste "mundo egoísta" e explicou<br />

que "mais importante do que os recursos que a comunida<strong>de</strong> inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />

possa fornecer, são as pessoas que utilizam tais recursos".<br />

Clinton foi confirmado no último dia 19 como primeiro enviado especial das<br />

Nações Unidas ao país.<br />

O novo cargo foi criado especialmente para Clinton, que tem se <strong>de</strong>dicado ao<br />

Haiti, país mais pobre do hemisfério oci<strong>de</strong>ntal. Clinton é popular entre a<br />

população haitia<strong>na</strong> porque, durante o seu governo, em 1994, ele ameaçou usar<br />

força militar para <strong>de</strong>rrubar uma ditadura no país e, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então, chama a<br />

atenção <strong>de</strong> doadores para a situação do país.<br />

Tanto as autorida<strong>de</strong>s haitia<strong>na</strong>s quanto a ONU temem que, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> vários<br />

anos <strong>de</strong> relativa calma amparada pelas tropas estrangeiras li<strong>de</strong>radas pelo<br />

Brasil <strong>na</strong> Missão <strong>de</strong> Estabilização das Nações Unidas para o Haiti (Minustah), a<br />

instabilida<strong>de</strong> política retorne ao país. A missão chegou ao Haiti em 2004, para<br />

lidar com o caos ocorrido <strong>de</strong>pois da segunda <strong>de</strong>posição do presi<strong>de</strong>nte Jean-<br />

Bertrand Aristi<strong>de</strong>.<br />

27/05/2009<br />

Venezuela ocupa fábrica da america<strong>na</strong> Cargill<br />

BBC Brasil-<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/05/090515_venezuela_rc.s<br />

html


27/05/2009 – 14:45<br />

“...Autorida<strong>de</strong>s venezuela<strong>na</strong>s acompanhadas <strong>de</strong> oficiais do Exército tomaram<br />

temporariamente nesta sexta-feira a fábrica <strong>de</strong> macarrão da multi<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />

norte-america<strong>na</strong> Cargill <strong>na</strong> Venezuela, alegando que a empresa não cumpre<br />

com as normas <strong>de</strong> abastecimento do produto vigentes no país.(...) A crise entre<br />

governo e as empresas privadas do setor <strong>de</strong> alimentos se arrasta <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

locaute empresarial <strong>de</strong> 2002, no auge da crise política do país, quando os<br />

principais produtores paralisaram a produção e abastecimento <strong>de</strong> alimentos por<br />

62 dias, em uma tentativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>rrocar o governo <strong>de</strong> Hugo Chávez....”<br />

Venezuela ocupa fábrica da america<strong>na</strong> Cargill<br />

Autorida<strong>de</strong>s venezuela<strong>na</strong>s acompanhadas <strong>de</strong> oficiais do Exército tomaram<br />

temporariamente nesta sexta-feira a fábrica <strong>de</strong> macarrão da multi<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />

norte-america<strong>na</strong> Cargill <strong>na</strong> Venezuela, alegando que a empresa não cumpre<br />

com as normas <strong>de</strong> abastecimento do produto vigentes no país.<br />

De acordo com o vice-ministro <strong>de</strong> Alimentação, Rafael Coro<strong>na</strong>do, a Cargill<br />

estava "<strong>de</strong>srespeitando a lei", ao afirmar que ape<strong>na</strong>s 20% do macarrão<br />

empacotado pela empresa era <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>do ao mercado <strong>de</strong> produtos com preços<br />

tabelados pelo governo.<br />

A legislação venezuela<strong>na</strong> que regula os preços dos alimentos da cesta básica<br />

<strong>de</strong>termi<strong>na</strong> que as empresas <strong>de</strong>vem <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>r 70% da sua produção para as<br />

mercadorias com preços congelados. No caso do macarrão, o quilo do produto<br />

<strong>de</strong>ve ser vendido a cerca <strong>de</strong> US$ 1,50.<br />

Coro<strong>na</strong>do disse que é "<strong>de</strong>ver" das empresas privadas e do Estado garantir à<br />

população "acesso a um produto <strong>de</strong> alta qualida<strong>de</strong> e com preço justo".<br />

Ainda <strong>de</strong> acordo com o vice-ministro, a intervenção <strong>na</strong> Cargill "busca garantir<br />

segurança alimentar aos venezuelanos".<br />

As autorida<strong>de</strong>s dizem que a intervenção é "temporária" e po<strong>de</strong>ria durar até 90<br />

dias. Procurada pela BBC Brasil, a Cargill <strong>na</strong> Venezuela disse por meio <strong>de</strong> sua<br />

assessoria <strong>de</strong> imprensa que por enquanto não comentará o assunto.<br />

Estatização<br />

Essa não é a primeira vez que o governo toma medidas contra a Cargill. Em<br />

março, o governo or<strong>de</strong>nou a estatização da fábrica <strong>de</strong> arroz da empresa,


alegando que além <strong>de</strong> "burlar a legislação" por não produzir arroz <strong>de</strong> tipo<br />

tabelado, a Cargill estaria contraban<strong>de</strong>ando o produto para a vizinha Colômbia.<br />

Na época, representantes dos setores agroindustriais rejeitaram a medida,<br />

alegando que a intervenção era contraproducente e violava a liberda<strong>de</strong><br />

econômica dos produtores.<br />

A crise entre governo e as empresas privadas do setor <strong>de</strong> alimentos se arrasta<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o locaute empresarial <strong>de</strong> 2002, no auge da crise política do país, quando<br />

os principais produtores paralisaram a produção e abastecimento <strong>de</strong> alimentos<br />

por 62 dias, em uma tentativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>rrocar o governo <strong>de</strong> Hugo Chávez.<br />

As consequências <strong>de</strong>ssa permanente disputa têm sido o eventual<br />

<strong>de</strong>sabastecimento <strong>de</strong> produtos da cesta básica <strong>na</strong>s gran<strong>de</strong>s re<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

supermercados.<br />

O governo acusa os empresários <strong>de</strong> especulação e estocagem <strong>de</strong> alimentos<br />

com o fim <strong>de</strong> gerar um falso <strong>de</strong>sabastecimento no país.<br />

Já os empresários do setor, argumentam que as regras impostas pelo governo<br />

para a comercialização tor<strong>na</strong>riam a ativida<strong>de</strong> pouco competitiva e<br />

<strong>de</strong>sestimularia a produção.<br />

Banco<br />

Nos últimos anos, Chávez tem <strong>de</strong>clarado que preten<strong>de</strong> romper com o<br />

monopólio privado da produção <strong>de</strong> alimentos.<br />

Sob este argumento, o governo não só tem incrementado a fiscalização <strong>na</strong>s<br />

empresas do setor, como também tem radicalizado as medidas <strong>de</strong><br />

expropriações <strong>de</strong> terra consi<strong>de</strong>radas improdutivas para serem <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>das à<br />

produção <strong>de</strong> alimentos.<br />

Além do setor agrícola, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2007, o governo tem tomado controle dos<br />

setores consi<strong>de</strong>rados estratégicos. Des<strong>de</strong> então, foram <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lizadas as<br />

companhias <strong>de</strong> telecomunicações e <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>, a faixa petrolífera do rio<br />

Orinoco, a maior indústria si<strong>de</strong>rúrgica do país e três empresas <strong>de</strong> cimento.<br />

Na próxima sema<strong>na</strong> <strong>de</strong> verá ser concretizada a estatização <strong>de</strong> uma das<br />

maiores instituições fi<strong>na</strong>nceiras do país, o Banco da Venezuela, que pertence<br />

ao grupo espanhol Santan<strong>de</strong>r.<br />

27/05/2009<br />

Chávez anuncia estatização <strong>de</strong> si<strong>de</strong>rúrgicas


Fonte: BBC Brasil-<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/05/090522_chavez_estatiz<br />

a_cj_cq.shtml<br />

27/05/2009 – 15:10<br />

“...Governo Chávez está assumindo o controle <strong>de</strong> setores estratégicos. Poucos<br />

dias após a estatização <strong>de</strong> parte do setor <strong>de</strong> serviços petrolíferos, o presi<strong>de</strong>nte<br />

da Venezuela, Hugo Chávez, or<strong>de</strong>nou, nesta quinta-feira, a <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lização <strong>de</strong><br />

cinco empresas do setor si<strong>de</strong>rúrgico e da maior produtora <strong>de</strong> cerâmica do país.<br />

(...)De acordo com representantes dos sindicatos <strong>de</strong>ssas empresas, há pelo<br />

menos seis meses os salários dos funcionários estão atrasados e a produção<br />

praticamente paralisada, razão pela qual teriam pedido a intervenção do<br />

Estado.<br />

"Estas empresas têm que estar sob controle dos operários (...) faz tempo que<br />

<strong>de</strong>veríamos ter feito. Isso é justiça social", disse Chávez. ...”<br />

Chávez anuncia estatização <strong>de</strong> si<strong>de</strong>rúrgicas<br />

Governo Chávez está assumindo o controle <strong>de</strong> setores estratégicos<br />

Poucos dias após a estatização <strong>de</strong> parte do setor <strong>de</strong> serviços petrolíferos, o<br />

presi<strong>de</strong>nte da Venezuela, Hugo Chávez, or<strong>de</strong>nou, nesta quinta-feira, a<br />

<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lização <strong>de</strong> cinco empresas do setor si<strong>de</strong>rúrgico e da maior produtora <strong>de</strong><br />

cerâmica do país.<br />

"O setor <strong>de</strong>ve ser <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lizado, não há <strong>na</strong>da o que discutir", afirmou Chávez<br />

durante um ato público com trabalhadores metalúrgicos no Estado <strong>de</strong> Bolívar<br />

(su<strong>de</strong>ste do país), transmitido em ca<strong>de</strong>ia <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> rádio e TV.<br />

Com a <strong>de</strong>cisão, as empresas Matesi, Comsigua, Venprecar, Orinoco Irons e<br />

Tubos Tavsa <strong>de</strong>vem passar ao controle do Estado nos próximos dias, para<br />

serem incorporadas a um complexo industrial "socialista" que o governo<br />

preten<strong>de</strong> construir.<br />

De acordo com representantes dos sindicatos <strong>de</strong>ssas empresas, há pelo<br />

menos seis meses os salários dos funcionários estão atrasados e a produção<br />

praticamente paralisada, razão pela qual teriam pedido a intervenção do<br />

Estado.


"Estas empresas têm que estar sob controle dos operários (...) faz tempo que<br />

<strong>de</strong>veríamos ter feito. Isso é justiça social", disse Chávez.<br />

Além das si<strong>de</strong>rúrgicas, também será <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lizada a fábrica <strong>de</strong> cerâmicas<br />

Carabobo, a maior empresa do ramo no país.<br />

Estrangeiros<br />

De acordo com os sindicatos venezuelanos, a Matesi pertence ao consórcio<br />

argentino-italiano Teching, que era também proprietário da Si<strong>de</strong>rúrgica do<br />

Orinoco (Sidor), a maior indústria do ramo <strong>na</strong> região andi<strong>na</strong>, <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lizada no<br />

ano passado e pela qual o governo pagará US$1,97 bilhão.<br />

Já as empresas Orinoco Irons e Venprecar pertencem a um consórcio do qual<br />

faz parte a empresa anglo-australia<strong>na</strong> BHP Billiton, uma das maiores<br />

mineradoras do mundo.<br />

Setores estratégicos<br />

Com essas <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lizações, somadas à expropriação <strong>de</strong> 73 companhias<br />

prestadoras <strong>de</strong> serviços petrolíferos, no início do mês, o Estado venezuelano<br />

assume o controle <strong>de</strong> quase todos os setores da economia consi<strong>de</strong>rados<br />

estratégicos.<br />

Des<strong>de</strong> 2007, foram <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lizadas as companhias <strong>de</strong> telecomunicações e <strong>de</strong><br />

eletricida<strong>de</strong>, a faixa petrolífera do rio Orinoco e três empresas <strong>de</strong> cimento.<br />

Em maio do ano passado, o governo já havia <strong>de</strong>cretado a <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lização da<br />

si<strong>de</strong>rúrgica Ternium-Sidor.<br />

Na avaliação <strong>de</strong> Chávez, aumentar o papel do Estado sobre o setor produtivo<br />

do país, ao reverter as privatizações realizadas pelos governos anteriores, é<br />

um dos caminhos para consolidar o chamado "socialismo do século 21".<br />

Nos próximos dias, po<strong>de</strong>rá ser concretizada a estatização <strong>de</strong> uma das maiores<br />

instituições fi<strong>na</strong>nceiras do país, o Banco da Venezuela, que pertence ao grupo<br />

espanhol Santan<strong>de</strong>r.<br />

27/05/2009<br />

Chávez anuncia <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lização <strong>de</strong> banco do grupo espanhol Santan<strong>de</strong>r


Fonte: BBC Brasil-<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/03/090319_chavez_santan<br />

<strong>de</strong>r_cj_cq.shtml<br />

Acesso: 27/05/2009 – 15:15<br />

“...Chávez tem promovido uma onda <strong>de</strong> estatizações <strong>na</strong> Venezuela. O<br />

presi<strong>de</strong>nte da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou nesta quinta-feira a<br />

<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lização <strong>de</strong> uma das maiores instituições fi<strong>na</strong>nceiras do país, o Banco<br />

da Venezuela, que pertence ao grupo espanhol Santan<strong>de</strong>r.(...) No ano<br />

passado, Chávez adiantou que pretendia transformar a re<strong>de</strong> do Banco da<br />

Venezuela, com sucursais em todo o país, em uma versão venezuela<strong>na</strong> da<br />

Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral.”<br />

Chávez anuncia <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lização <strong>de</strong> banco do grupo espanhol Santan<strong>de</strong>r<br />

Chávez tem promovido uma onda <strong>de</strong> estatizações <strong>na</strong> Venezuela<br />

O presi<strong>de</strong>nte da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou nesta quinta-feira a<br />

<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lização <strong>de</strong> uma das maiores instituições fi<strong>na</strong>nceiras do país, o Banco<br />

da Venezuela, que pertence ao grupo espanhol Santan<strong>de</strong>r.<br />

Em meio à crise fi<strong>na</strong>nceira inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, que tem afetado a economia do país<br />

com a abrupta queda do preço do petróleo, o presi<strong>de</strong>nte venezuelano afirmou<br />

que não retroce<strong>de</strong>ria <strong>na</strong> <strong>de</strong>cisão, que havia sido anunciada por ele no ano<br />

passado.<br />

"Não, <strong>na</strong>da para trás. Hoje retomamos o tema, anuncio a <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lização do<br />

Banco da Venezuela para dar mais força ao sistema bancário público <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l",<br />

afirmou o presi<strong>de</strong>nte durante uma reunião ministerial transmitida pelo ca<strong>na</strong>l<br />

estatal.<br />

No ano passado, Chávez adiantou que pretendia transformar a re<strong>de</strong> do Banco<br />

da Venezuela, com sucursais em todo o país, em uma versão venezuela<strong>na</strong> da<br />

Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral.<br />

Chávez não informou, porém, quando a compra será efetivada.<br />

Oferta<br />

No início do mês, o ministro <strong>de</strong> Fi<strong>na</strong>nças, Ali Rodriguez, afirmou que o governo<br />

e o grupo espanhol mantinham uma "excelente relação", mas não haviam<br />

chegado ainda a um acordo sobre a <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lização.<br />

A imprensa venezuela<strong>na</strong> afirmou em novembro que as negociações estavam


estancadas porque não havia acordo quanto ao valor a ser pago como<br />

in<strong>de</strong>nização.<br />

O grupo Santan<strong>de</strong>r estaria exigindo o equivalente a US$ 1,2 bilhão, mas a<br />

oferta do governo era <strong>de</strong> US$ 800 milhões.<br />

O Banco da Venezuela é uma das principais instituições do sistema fi<strong>na</strong>nceiro<br />

do país e conta com pelo menos US$ 700 milhões investidos em operações <strong>na</strong><br />

Venezuela.<br />

Expropriações<br />

Esta medida se soma a outras que o governo venezuelano vêm tomando <strong>na</strong>s<br />

últimas sema<strong>na</strong>s, após prometer "aprofundar" a revolução bolivaria<strong>na</strong>.<br />

Há duas sema<strong>na</strong>s, o governo retomou as expropriações <strong>de</strong> terras consi<strong>de</strong>radas<br />

ociosas e <strong>de</strong>terminou a estatização da produção <strong>de</strong> arroz da multi<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />

norte-america<strong>na</strong> Cargill.<br />

As estatizações dos setores consi<strong>de</strong>rados estratégicos, porém, ocorrem <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

2007.<br />

A partir <strong>de</strong>ste período, foram <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lizadas as companhias <strong>de</strong><br />

telecomunicações e <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>, a faixa petrolífera do rio Orinoco, a maior<br />

indústria si<strong>de</strong>rúrgica do país e três empresas <strong>de</strong> cimento.<br />

Em todos os processos, o governo pagou pela aquisição das empresas.<br />

27/05/2009<br />

Chávez anuncia assessoria da Caixa para criação <strong>de</strong> sistema bancário<br />

público<br />

Fonte: BBC Brasil-<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/05/090525_venezuela_caix<br />

a_cj_cq.shtml<br />

Acesso: 27/05/2009 – 16:00<br />

“...O presi<strong>de</strong>nte da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou, nesta segunda-feira, que<br />

contará com a assessoria da Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral para a construção <strong>de</strong><br />

uma re<strong>de</strong> bancária pública e <strong>na</strong> criação <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> fi<strong>na</strong>nciamento <strong>de</strong><br />

casas populares <strong>na</strong> Venezuela. O acordo <strong>de</strong>ve ser assi<strong>na</strong>do <strong>na</strong> terça-feira, em


Salvador, <strong>na</strong> Bahia, on<strong>de</strong> Chávez se reunirá com o presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula<br />

da Silva para tratar da agenda comercial bilateral e <strong>de</strong> temas <strong>de</strong> integração<br />

regio<strong>na</strong>l...”<br />

Chávez anuncia assessoria da Caixa para criação <strong>de</strong> sistema bancário público<br />

Chávez chegará ao Brasil a bordo <strong>de</strong> um avião cubano<br />

O presi<strong>de</strong>nte da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou, nesta segunda-feira, que<br />

contará com a assessoria da Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral para a construção <strong>de</strong><br />

uma re<strong>de</strong> bancária pública e <strong>na</strong> criação <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> fi<strong>na</strong>nciamento <strong>de</strong><br />

casas populares <strong>na</strong> Venezuela.<br />

O acordo <strong>de</strong>ve ser assi<strong>na</strong>do <strong>na</strong> terça-feira, em Salvador, <strong>na</strong> Bahia, on<strong>de</strong><br />

Chávez se reunirá com o presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva para tratar da<br />

agenda comercial bilateral e <strong>de</strong> temas <strong>de</strong> integração regio<strong>na</strong>l.<br />

"O projeto da Caixa Fe<strong>de</strong>ral é muito importante. Eles querem nos ajudar com<br />

sua experiência (no fi<strong>na</strong>nciamento para) a construção <strong>de</strong> moradias (...) e em<br />

um sistema <strong>de</strong> poupança popular", afirmou o presi<strong>de</strong>nte venezuelano durante<br />

reunião dos chanceleres da Alba (Alter<strong>na</strong>tiva Bolivaria<strong>na</strong> para as Américas)<br />

transmitida pelo ca<strong>na</strong>l estatal.<br />

"Amanhã vamos assi<strong>na</strong>r este documento para estabelecer <strong>na</strong> Venezuela uma<br />

re<strong>de</strong> bancária pública e programas <strong>de</strong> moradia", acrescentou.<br />

O déficit habitacio<strong>na</strong>l <strong>na</strong> Venezuela é <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 2 milhões <strong>de</strong> casas.<br />

A re<strong>de</strong> bancária que po<strong>de</strong> ser utilizada para a implementação <strong>de</strong>sse sistema é<br />

a do Banco da Venezuela, filial do grupo Santan<strong>de</strong>r, cuja reestatização foi<br />

acertada <strong>na</strong> sema<strong>na</strong> passada.<br />

Des<strong>de</strong> o ano passado, Chávez vinha afirmando que pretendia transformar o<br />

Banco da Venezuela em uma versão venezuela<strong>na</strong> da Caixa Econômica<br />

Fe<strong>de</strong>ral.<br />

BNDES<br />

Chávez também indicou que, durante seu sexto encontro com Lula, po<strong>de</strong>rá ser<br />

criado um fundo bi<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l com o BNDES (Banco Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong><br />

Desenvolvimento Econômico e Social) "para incrementar os investimentos e a<br />

força <strong>de</strong> ambos os países".


"Ao Lula faltam dois anos (<strong>de</strong> mandato), para nós, faltam quatro anos, (razão<br />

pela qual) <strong>de</strong>cidimos acelerar esses convênios <strong>de</strong> cooperação", afirmou.<br />

Diferente do colega brasileiro, Chávez po<strong>de</strong> se candidatar a um terceiro<br />

mandato presi<strong>de</strong>ncial.<br />

Na prática, <strong>de</strong> acordo com fontes do Itamaraty, a Venezuela <strong>de</strong>cidiu recorrer<br />

aos fundos do BNDES para fi<strong>na</strong>nciar os gran<strong>de</strong>s projetos <strong>de</strong> infraestrutura no<br />

país que estarão a cargo das gran<strong>de</strong>s empreiteiras brasileiras.<br />

Na sema<strong>na</strong> passada, o BNDES anunciou que o total do empréstimo à<br />

Venezuela po<strong>de</strong>ria ser <strong>de</strong> US$4,3 bilhões.<br />

Uma fonte <strong>de</strong> chancelaria venezuela<strong>na</strong>, no entanto, afirmou à BBC Brasil que o<br />

valor da linha <strong>de</strong> crédito po<strong>de</strong>ria girar entre US$ 5 a US$ 10 bilhões.<br />

"É um acordo que interessa a ambos", disse a fonte. "Para as empresas<br />

brasileiras, é a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter acesso a um mercado garantido e, para a<br />

Venezuela, a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dar continuida<strong>de</strong> aos projetos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento e utilizar nossos recursos petroleiros em outros projetos<br />

<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is", acrescentou.<br />

Outro fator a ser consi<strong>de</strong>rado é a crise fi<strong>na</strong>nceira inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, que <strong>de</strong>rrubou<br />

os preços do petróleo, motor da economia venezuela<strong>na</strong>.<br />

"Obviamente, se o barril estivesse a US$ 150, o governo não teria porque<br />

aceitar o fi<strong>na</strong>nciamento do BNDES", afirmou a fonte venezuela<strong>na</strong>.<br />

De acordo com o Ministério <strong>de</strong> Fi<strong>na</strong>nças, a receita petrolífera caiu pela meta<strong>de</strong><br />

neste ano, em comparação com 2008.<br />

A queda no preço do barril <strong>de</strong> petróleo, cotado a US$ 53 <strong>na</strong> sema<strong>na</strong> passada,<br />

também afetou o <strong>de</strong>sempenho do PIB no primeiro trimestre <strong>de</strong>ste ano, que<br />

registrou crescimento <strong>de</strong> ape<strong>na</strong>s 0,3% em relação ao mesmo período do ano<br />

passado, segundo o Banco Central da Venezuela.<br />

Avião cubano<br />

De acordo com Chávez, também <strong>de</strong>verá ser firmado um acordo para a<br />

instalação <strong>de</strong> uma indústria bi<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l petroquímica <strong>na</strong> Bahia, em parceria com<br />

a brasileira Braskem e a venezuela<strong>na</strong> Pequiven.<br />

Chávez viajou a Salvador <strong>na</strong> noite <strong>de</strong>sta segunda-feira em um avião da<br />

companhia Cuba<strong>na</strong> <strong>de</strong> Aviação, <strong>de</strong>vido à falhas apresentadas no avião


presi<strong>de</strong>ncial <strong>de</strong>pois da visita ao Equador, neste fim <strong>de</strong> sema<strong>na</strong>.<br />

"Nós vamos hoje no avião <strong>de</strong> Fi<strong>de</strong>l (Castro), <strong>de</strong> Raúl (Castro), do povo<br />

cubano", disse Chávez. "O nosso (avião) aspirou um pássaro", disse o<br />

presi<strong>de</strong>nte venezuelano.<br />

27/05/2009 - 08h05<br />

Menem diz querer disputar Presidência argenti<strong>na</strong> em 2011<br />

MARCIA CARMO<br />

da BBC, em Buenos Aires<br />

O ex-presi<strong>de</strong>nte da Argenti<strong>na</strong>, Carlos Menem, 78, afirmou <strong>na</strong> terça-feira que<br />

quer ser candidato <strong>na</strong>s eleições presi<strong>de</strong>nciais <strong>de</strong> 2011.<br />

A <strong>de</strong>claração foi dada durante um popular humorístico da televisão argenti<strong>na</strong>,<br />

no qual atores imitam e satirizam políticos locais, como se eles estivessem<br />

participando <strong>de</strong> um programa nos mol<strong>de</strong>s do Big Brother.<br />

Durante o quadro "Gran Cuñado" ("Gran<strong>de</strong> cunhado"), do programa<br />

Showmatch, Menem foi "cortejado" pela perso<strong>na</strong>gem <strong>de</strong> Cristi<strong>na</strong> Kirchner,<br />

interpretada pelo ator Martín Bossi.<br />

"Carlos, olhe nos meus olhos. Você iria comigo a qualquer parte?", perguntou a<br />

perso<strong>na</strong>gem <strong>de</strong> Cristi<strong>na</strong>. O ex-lí<strong>de</strong>r respon<strong>de</strong>u: "A qualquer lugar do mundo.<br />

Você está cada vez mais bonita".<br />

A "falsa" presi<strong>de</strong>nte perguntou então a Menem se ele aceitaria ser seu vice, ao<br />

que ele foi evasivo.<br />

No ano passado, o atual vice-presi<strong>de</strong>nte do país, Julio Cobos votou contra o<br />

projeto do governo que aumentava impostos sobre as exportações da soja.<br />

Cobos diz que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então não mais foi recebido por Cristi<strong>na</strong>.<br />

Sexo e cabelos<br />

A gestão <strong>de</strong> Menem, <strong>de</strong> 1989 a 1999, costuma ser criticada publicamente pela<br />

presi<strong>de</strong>nte e por seu marido, o ex-lí<strong>de</strong>r Néstor Kirchner.<br />

O ator que imita Kirchner no programa perguntou a Menem quantos <strong>de</strong>cretos<br />

ele assinou e que índice <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego <strong>de</strong>ixou ao fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> seu governo.<br />

Menem respon<strong>de</strong>u lembrando que, nos anos 90, quando ainda era presi<strong>de</strong>nte,<br />

foi elogiado por Kirchner.<br />

"Jamais me esquecerei que ele era gover<strong>na</strong>dor <strong>de</strong> Santa Cruz quando me<br />

disse que eu era o melhor presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> todos os tempos", afirmou.


Os humoristas tampouco <strong>de</strong>ixaram passar em branco episódios da vida<br />

pessoal <strong>de</strong> Menem. "Antes era o senhor e agora é o [presi<strong>de</strong>nte do Paraguai,<br />

Fer<strong>na</strong>ndo] Lugo. O senhor continua atuando?", perguntou um dos atores, em<br />

referência à comentada vida sexual do ex-presi<strong>de</strong>nte. Menem riu.<br />

Recentemente, três mulheres acusaram Lugo <strong>de</strong> ser pai <strong>de</strong> seus filhos.<br />

O imitador <strong>de</strong> Cristi<strong>na</strong> Kirchner também abordou o tema, ao dizer que Menem<br />

lhe <strong>de</strong>ixou uma herança que "dói muito --um colchão muito gasto".<br />

O ex-presi<strong>de</strong>nte esclareceu ainda o implante <strong>de</strong> cabelos que fez quando ainda<br />

estava no governo, e que foi muito comentado <strong>na</strong> época por ter <strong>de</strong>ixado sua<br />

cabeça inflamada. Menem revelou que um amigo, então, <strong>de</strong>u a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> dizer<br />

que havia sido uma picada <strong>de</strong> abelha.<br />

O "Gran Cuñado" tem sido um dos assuntos mais comentados <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong> em<br />

meio à campanha para as eleições legislativas, marcadas para 28 <strong>de</strong> junho.<br />

Participam 16 atores que interpretam os principais candidatos --do governo e<br />

da oposição--, além do casal Kirchner.<br />

Na próxima segunda-feira, os perso<strong>na</strong>gens <strong>de</strong> Cristi<strong>na</strong> e Kirchner, além <strong>de</strong><br />

outros, vão para o "Paredão", quando o público <strong>de</strong>cidirá quem vai permanecer<br />

<strong>na</strong> casa.<br />

27/05/2009 - 18h55<br />

Cristi<strong>na</strong> Kirchner questio<strong>na</strong> Chávez sobre privilégio a empresas<br />

brasileiras<br />

colaboração para a Folha Online<br />

Atualizado às 19h17.<br />

A presi<strong>de</strong>nte argenti<strong>na</strong>, Cristi<strong>na</strong> Kirchner, pediu nesta quarta-feira a seu colega<br />

venezuelano, Hugo Chávez, que esclareça se as empresas brasileiras ficarão<br />

<strong>de</strong> fora do processo <strong>de</strong> <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lizações <strong>na</strong> Venezuela, enquanto empresas da<br />

Argenti<strong>na</strong> estão sendo afetadas, informou nesta quarta-feira a agência oficial<br />

Télam.<br />

"Uma afirmação <strong>de</strong>sse teor --se existiu-- envolveria um grau <strong>de</strong> discrimi<strong>na</strong>ção e<br />

discricio<strong>na</strong>rieda<strong>de</strong> que exce<strong>de</strong> a esfera da soberania própria <strong>de</strong> cada Estado<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte", afirmou a presi<strong>de</strong>nte, segundo um documento divulgado pela<br />

agência do Estado argentino.<br />

Chávez havia dito em tom jocoso ao presi<strong>de</strong>nte brasileiro, Luiz Inácio Lula da


Silva, que a Venezuela passava por uma fase <strong>de</strong> "<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lizações, menos das<br />

empresas brasileiras", segundo indicaram jor<strong>na</strong>listas, que cobriam o encontro<br />

entre os dois presi<strong>de</strong>ntes <strong>na</strong> terça-feira em Salvador.<br />

A frase <strong>de</strong> Chávez provocou uma gargalhada geral <strong>na</strong> reunião e foi ouvido pela<br />

imprensa <strong>de</strong>vido a um erro da organização do evento, que <strong>de</strong>ixou o som dos<br />

microfones ligado para a sala <strong>de</strong> imprensa.<br />

Em Buenos Aires, as maiores câmaras empresariais da Argenti<strong>na</strong> con<strong>de</strong><strong>na</strong>ram<br />

com dureza a <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lização <strong>na</strong> Venezuela <strong>de</strong> três empresas si<strong>de</strong>rúrgicas das<br />

quais o grupo argentino Techint é acionista.<br />

A po<strong>de</strong>rosa União Industrial Argenti<strong>na</strong> (UIA) foi mais longe ao exigir <strong>na</strong> terça-<br />

feira que, em represália, seja impedido o ingresso da Venezuela como membro<br />

pleno do Mercosul.<br />

Kirchner acrescentou: se a <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> Chávez for verda<strong>de</strong>ira "seria uma<br />

atitu<strong>de</strong> i<strong>na</strong>ceitável por parte <strong>de</strong> Estados <strong>de</strong>mocráticos <strong>de</strong> Direito, além <strong>de</strong> ser<br />

absolutamente contraditório com os acordos estratégicos que nosso país<br />

celebrou com a República Bolivaria<strong>na</strong> da Venezuela".<br />

A <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> Chávez <strong>de</strong> estatizar as três empresas, que seguiram a da<br />

Ternium-Sidor, outra forte companhia do grupo Techint, gerou<br />

<strong>de</strong>scontentamento do setor empresarial argentino em relação ao governo<br />

Kirchner em meio à campanha para as eleições legislativas <strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> junho.<br />

Aliado<br />

Movido pelos altos preços do petróleo nos últimos anos, antes da queda a<br />

partir <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 2008 <strong>de</strong>vido à crise fi<strong>na</strong>nceira inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, Chávez<br />

li<strong>de</strong>rou uma diplomacia regio<strong>na</strong>l baseada em exportação <strong>de</strong> petróleo a preços<br />

subsidiados e, no caso da Argenti<strong>na</strong>, <strong>na</strong> compra <strong>de</strong> títulos da dívida.<br />

Para os argentinos a ajuda foi especialmente importante, porque Chávez<br />

comprou cente<strong>na</strong>s <strong>de</strong> milhões <strong>de</strong> dólares em bônus argentinos quando esses<br />

títulos sofriam com a rejeição no mercado inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>de</strong>vido ao calote <strong>de</strong><br />

2001-02.<br />

O apoio aos Kirchner po<strong>de</strong> ter ido ainda mais longe. Em 2007, uma mala com<br />

US$ 800 mil (cerca <strong>de</strong> R$ 1,9 milhão) foi confiscada <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong>, em meio à<br />

campanha eleitoral em que Cristi<strong>na</strong> foi eleita para suce<strong>de</strong>r o marido Nestor no<br />

comando do país.<br />

Evidências mostraram que o dinheiro era uma contribuição do governo da


Venezuela para a campanha Cristi<strong>na</strong>, e suspeitos alegaram que o dinheiro<br />

vinha <strong>de</strong> uma empresa <strong>de</strong> petróleo estatal da Venezuela, mas os dois<br />

presi<strong>de</strong>ntes negaram envolvimento com o episódio.<br />

Em visita a Cristi<strong>na</strong>, no último dia 15, Chávez atribuiu a recuperação argenti<strong>na</strong><br />

após a crise <strong>de</strong> 2001 à gestão <strong>de</strong> Néstor Kirchner, candidato a <strong>de</strong>putado <strong>na</strong>s<br />

eleições <strong>de</strong> julho, que renovarão meta<strong>de</strong> da Câmara e um terço do Se<strong>na</strong>do.<br />

Mas o presi<strong>de</strong>nte venezuelano disse não estar interferindo <strong>na</strong>s questões<br />

inter<strong>na</strong>s da Argenti<strong>na</strong>. "É o povo argentino quem apoia ou não", disse ele.<br />

Com France Presse<br />

28/05/2009<br />

Afetado pela crise, Chávez vem ao Brasil discutir crédito e Mercosul<br />

Fonte: BBC Brasil-<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/05/090525_chavezapresent<br />

a_fa_cq.shtml<br />

Acesso: 27/05/2009 – 14:30<br />

“...Afetado pela queda do preço do petróleo e pela escassez <strong>de</strong> crédito<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, o presi<strong>de</strong>nte da Venezuela, Hugo Chávez, chega nesta terça-<br />

feira à cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Salvador (BA) para discutir maior acesso aos fi<strong>na</strong>nciamentos<br />

do BNDES, além <strong>de</strong> reafirmar compromissos para a entrada do país no<br />

Mercosul...”<br />

Afetado pela crise, Chávez vem ao Brasil discutir crédito e Mercosul<br />

Relação <strong>de</strong> Chávez com os EUA está <strong>na</strong> pauta <strong>de</strong> encontro com Lula<br />

Afetado pela queda do preço do petróleo e pela escassez <strong>de</strong> crédito<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, o presi<strong>de</strong>nte da Venezuela, Hugo Chávez, chega nesta terça-<br />

feira à cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Salvador (BA) para discutir maior acesso aos fi<strong>na</strong>nciamentos<br />

do BNDES, além <strong>de</strong> reafirmar compromissos para a entrada do país no<br />

Mercosul.<br />

O encontro com o presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva faz parte da série <strong>de</strong><br />

reuniões trimestrais entre os dois lí<strong>de</strong>res, que começou em 2007.<br />

Lula e Chávez <strong>de</strong>verão avançar <strong>na</strong>s discussões sobre a ampliação do crédito à<br />

Venezuela, via BNDES.<br />

A proposta, que já vem sendo costurada pelos dois países, prevê


fi<strong>na</strong>nciamento a obras <strong>de</strong> infraestrutura realizadas por empresas brasileiras<br />

<strong>na</strong>quele país, com potencial <strong>de</strong> chegar, a princípio, em US$ 4 bilhões.<br />

Uma fonte do governo venezuelano ouvida pela BBC Brasil, no entanto,<br />

afirmou que o valor da linha <strong>de</strong> crédito do BNDES po<strong>de</strong>ria girar entre US$ 5<br />

bilhões e US$ 10 bilhões.<br />

Alguns projetos já foram prospectados pelo banco brasileiro, entre eles, a<br />

ampliação da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> metrô em Caracas, no valor <strong>de</strong> US$ 730 milhões.<br />

No ano passado, o Brasil enfrentou problemas com o fi<strong>na</strong>nciamento a uma<br />

hidrelétrica no Equador, que alegou <strong>de</strong>ficiências tanto no contrato como <strong>na</strong><br />

prestação do serviço, a cargo da empresa O<strong>de</strong>brecht. Apesar dos atritos<br />

diplomáticos, o governo equatoriano aceitou pagar a dívida, no valor <strong>de</strong> U$ 200<br />

milhões.<br />

A avaliação do governo brasileiro é <strong>de</strong> que não há motivos para "presumir" que<br />

a Venezuela adotará a mesma postura. "Eles têm pago os fi<strong>na</strong>nciamentos em<br />

dia", diz uma fonte diplomática.<br />

O governo da Venezuela anunciou recentemente que suas receitas com o<br />

petróleo caíram pela meta<strong>de</strong> este ano, como reflexo da crise fi<strong>na</strong>nceira<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />

Segundo previsão do Fundo Monetário Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, o PIB do país <strong>de</strong>verá cair<br />

2,2% este ano.<br />

Mercosul<br />

Outro assunto que <strong>de</strong>ve ocupar gran<strong>de</strong> parte da agenda nesta terça-feira são<br />

os preparativos para a entrada da Venezuela no Mercosul.<br />

O assunto está <strong>na</strong>s mãos do Se<strong>na</strong>do brasileiro, que recentemente pediu novas<br />

informações sobre o processo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são.<br />

Os se<strong>na</strong>dores querem <strong>de</strong>talhes sobre como a Venezuela preten<strong>de</strong> se a<strong>de</strong>quar<br />

às regras do grupo antes <strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir se levam ou não o assunto a plenário.


A expectativa é <strong>de</strong> que o presi<strong>de</strong>nte da Venezuela apresente, durante o<br />

encontro, uma proposta mais específica <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são à Tarifa Exter<strong>na</strong> Comum<br />

(TEC). Prazos e percentuais já foram <strong>de</strong>finidos, mas os produtos "<strong>de</strong> exceção"<br />

ainda não.<br />

"Existem diversos pontos que precisam ser esclarecidos. Há registros, por<br />

exemplo, <strong>de</strong> atraso no pagamento pelos produtos brasileiros exportados para a<br />

Venezuela", diz o se<strong>na</strong>dor Eduardo Azeredo, presi<strong>de</strong>nte da Comissão <strong>de</strong><br />

Relações Exteriores.<br />

O presi<strong>de</strong>nte da Fe<strong>de</strong>ração das Câmaras <strong>de</strong> Indústria e Comércio Venezuela-<br />

Brasil, José Francisco Marcon<strong>de</strong>s Neto, diz que os venezuelanos estão<br />

"empenhados" para chegar à reunião <strong>de</strong>sta terça com um cronograma mais<br />

<strong>de</strong>talhado, mas que a aprovação do assunto pelo Se<strong>na</strong>do "não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> disso".<br />

"A aprovação pelo Se<strong>na</strong>do não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses <strong>de</strong>talhes. Brasil e Argenti<strong>na</strong><br />

até hoje discutem quais produtos <strong>de</strong>vem fazer parte da lista <strong>de</strong> exceções", diz.<br />

Estados Unidos<br />

Além das conversas sobre fi<strong>na</strong>nciamento do BNDES e Mercosul, a pauta do<br />

encontro entre Lula e Chávez inclui ainda a relação com o governo americano.<br />

O assessor para assuntos inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is do Palácio do Pla<strong>na</strong>lto, Marco Aurélio<br />

Garcia, diz que os dois presi<strong>de</strong>ntes vão discutir "os avanços" <strong>na</strong> relação entre<br />

Chávez e o presi<strong>de</strong>nte dos Estados Unidos, Barack Obama.<br />

"Estamos muito satisfeitos com o progresso das relações entre os dois países",<br />

disse Garcia.<br />

Segundo ele, a Venezuela "<strong>de</strong>u passos positivos" para uma maior aproximação<br />

com os Estados Unidos, como a indicação <strong>de</strong> um diplomata "<strong>de</strong> altíssimo nível"<br />

para representar a Venezuela em Washington.<br />

De acordo com Garcia, Lula e Chávez <strong>de</strong>verão ainda repassar toda a agenda<br />

bilateral, que inclui acordos <strong>de</strong> cooperação nos setores bancário, agrícola e


industrial.<br />

28/05/2009<br />

Kirchner pe<strong>de</strong> explicações a Chávez sobre excluir empresas brasileiras<br />

<strong>de</strong> <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lizações<br />

Fonte: BBC Brasil-<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/05/090527_argvenezuela_r<br />

c.shtml<br />

Acesso: 28/05/2009 – 15:30<br />

“...A presi<strong>de</strong>nte da Argenti<strong>na</strong>, Cristi<strong>na</strong> Kirchner, telefonou para o presi<strong>de</strong>nte da<br />

Venezuela, Hugo Chávez, para pedir explicações sobre as afirmações que ele<br />

teria feito durante viagem a Salvador, <strong>na</strong> Bahia, on<strong>de</strong> disse que as empresas<br />

brasileiras não seriam afetadas pelas <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lizações em seu país.(...) o<br />

Ministério das Relações Exteriores da Venezuela divulgou comunicado, com o<br />

título: "A Argenti<strong>na</strong> sempre contará com o governo e o povo da Venezuela".No<br />

comunicado, o governo venezuelano atribui o caso a uma "feroz campanha" da<br />

imprensa argenti<strong>na</strong> e diz que a Techint será in<strong>de</strong>nizada pela <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lização.<br />

"Os meios <strong>de</strong> comunicação buscaram manipular um comentário que, em tom<br />

<strong>de</strong> brinca<strong>de</strong>ira, fez o presi<strong>de</strong>nte da República Bolivaria<strong>na</strong> da Venezuela durante<br />

reunião <strong>de</strong> trabalho com seu colega brasileiro, exatamente como informaram<br />

agências inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> notícias"...”<br />

Kirchner pe<strong>de</strong> explicações a Chávez sobre excluir empresas brasileiras <strong>de</strong><br />

<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lizações<br />

Chavez fez as <strong>de</strong>clarações durante encontro com Lula<br />

A presi<strong>de</strong>nte da Argenti<strong>na</strong>, Cristi<strong>na</strong> Kirchner, telefonou para o presi<strong>de</strong>nte da<br />

Venezuela, Hugo Chávez, para pedir explicações sobre as afirmações que ele<br />

teria feito durante viagem a Salvador, <strong>na</strong> Bahia, on<strong>de</strong> disse que as empresas<br />

brasileiras não seriam afetadas pelas <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lizações em seu país.<br />

A informação sobre telefonema <strong>de</strong> Cristi<strong>na</strong>, que foi feito <strong>na</strong> terça-feira, foi<br />

publicada, nesta quarta-feira, pela agência oficial argenti<strong>na</strong> Telam.<br />

Cristi<strong>na</strong> teria dito a Chávez, segundo a Telam, que a atitu<strong>de</strong> seria<br />

"discrimi<strong>na</strong>ção".<br />

Na última sexta-feira, o presi<strong>de</strong>nte venezuelano <strong>de</strong>terminou a <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lização


<strong>de</strong> três empresas da companhia argenti<strong>na</strong> Techint, gerando uma série <strong>de</strong><br />

comunicados <strong>de</strong> industriais, exportadores e sindicalistas argentinos contra a<br />

medida.<br />

"Uma afirmação <strong>de</strong>ste conteúdo, se ela existiu, significaria um grau <strong>de</strong><br />

discrimi<strong>na</strong>ção que exce<strong>de</strong> a esfera da soberania própria <strong>de</strong> cada Estado e seria<br />

uma atitu<strong>de</strong> i<strong>na</strong>ceitável por parte dos Estados <strong>de</strong>mocráticos, além <strong>de</strong> ser<br />

absolutamente contraditório aos acordos estratégicos que nosso país fez com a<br />

Venezuela", afirmou Cristi<strong>na</strong>, <strong>de</strong> acordo com a Telam.<br />

Desmentido<br />

Chávez teria negado as afirmações, levando a presi<strong>de</strong>nte a pedir que ele<br />

fizesse, então, um <strong>de</strong>smentido público.<br />

Mais tar<strong>de</strong>, em Caracas, o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela<br />

divulgou comunicado, com o título: "A Argenti<strong>na</strong> sempre contará com o governo<br />

e o povo da Venezuela".<br />

No comunicado, o governo venezuelano atribui o caso a uma "feroz campanha"<br />

da imprensa argenti<strong>na</strong> e diz que a Techint será in<strong>de</strong>nizada pela <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lização.<br />

"Os meios <strong>de</strong> comunicação buscaram manipular um comentário que, em tom<br />

<strong>de</strong> brinca<strong>de</strong>ira, fez o presi<strong>de</strong>nte da República Bolivaria<strong>na</strong> da Venezuela durante<br />

reunião <strong>de</strong> trabalho com seu colega brasileiro, exatamente como informaram<br />

agências inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> notícias"<br />

No comunicado, <strong>de</strong>staca-se frase atribuída à agência <strong>de</strong> notícia France Presse:<br />

"Em um ambiente <strong>de</strong>scontraído, Chávez chegou a brincar com Lula, ao <strong>na</strong>rrar<br />

que a Venezuela passava por uma fase <strong>de</strong> <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lizações, menos das<br />

empresas brasileiras, provocando uma gargalhada geral <strong>na</strong> reunião", diz a nota<br />

da agência <strong>de</strong> notícias.<br />

Reação argenti<strong>na</strong><br />

A afirmação sobre a exclusão das empresas brasileiras e a <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lização <strong>de</strong><br />

empresas argenti<strong>na</strong>s <strong>na</strong> Venezuela levou a União Industrial Argenti<strong>na</strong> (UIA) a<br />

divulgar comunicado, <strong>na</strong> terça-feira, pedindo uma "revisão" no processo <strong>de</strong><br />

a<strong>de</strong>são da Venezuela como membro pleno do Mercosul.<br />

As palavras <strong>de</strong> Chávez foram um dos principais assuntos <strong>na</strong> imprensa<br />

argenti<strong>na</strong> nesta quarta-feira.<br />

Ex-integrante da cúpula do Mercosul, Eduardo Ama<strong>de</strong>o, disse à emissora <strong>de</strong><br />

televisão TN (Todo Notícias) que seria "discrimi<strong>na</strong>ção" se Chávez tomasse


medidas diferentes para as empresas <strong>de</strong> cada um dos países.<br />

Ama<strong>de</strong>o criticou ainda <strong>de</strong>clarações <strong>de</strong> Cristi<strong>na</strong> e do ministro do Interior da<br />

Argenti<strong>na</strong>, Florencio Randazzo, <strong>de</strong> que um país (a Argenti<strong>na</strong>) não po<strong>de</strong>ria<br />

interferir <strong>na</strong> "soberania" do outro, após a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> Chávez <strong>de</strong> <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lizar<br />

empresas da Techint.<br />

"Não concordo com essa atitu<strong>de</strong>. Recentemente, o presi<strong>de</strong>nte Lula reagiu<br />

contra medidas do governo do Equador que afetavam empresas brasileiras no<br />

país. Isso foi <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r as empresas do Brasil. Po<strong>de</strong>ríamos aqui ter feito o<br />

mesmo", afirmou Ama<strong>de</strong>o.<br />

28/05/2009<br />

Empresários argentinos querem revisão da entrada da Venezuela no<br />

Mercosul<br />

Fonte: BBC Brasil-<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/05/090527_venezuelamarci<br />

acarmo.shtml<br />

Acesso: 28/05/2009 – 15:45<br />

“...A União Industrial Argenti<strong>na</strong> (UIA), que reúne industriais do país, divulgou<br />

comunicado, <strong>na</strong> terça-feira, pedindo que seja "revista a entrada da Venezuela<br />

como membro pleno do Mercosul". No texto, a UIA justifica o pedido após o<br />

governo venezuelano do presi<strong>de</strong>nte Hugo Chávez ter estatizado "empresas <strong>de</strong><br />

capitais do Mercosul".<br />

Empresários argentinos querem revisão da entrada da Venezuela no Mercosul<br />

A União Industrial Argenti<strong>na</strong> (UIA), que reúne industriais do país, divulgou<br />

comunicado, <strong>na</strong> terça-feira, pedindo que seja "revista a entrada da Venezuela<br />

como membro pleno do Mercosul".<br />

No texto, a UIA justifica o pedido após o governo venezuelano do presi<strong>de</strong>nte<br />

Hugo Chávez ter estatizado "empresas <strong>de</strong> capitais do Mercosul".<br />

Na última sexta-feira, Chávez anunciou a <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lização <strong>de</strong> três empresas do<br />

grupo argentino Techint, do setor si<strong>de</strong>rúrgico. A medida provocou reações <strong>de</strong><br />

repúdio público das principais entida<strong>de</strong>s empresariais da Argenti<strong>na</strong>, como a<br />

UIA, <strong>de</strong> setores como construção, bancos, comércio, e <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s sindicais<br />

como a CGT (Central Geral dos Trabalhadores).


No comunicado <strong>de</strong> terça-feira, a UIA justificou seu pedido para que a<br />

Venezuela não seja integrante pleno do Mercosul. "Atenta às reiteradas ações<br />

da Venezuela, que envolveram a estatização <strong>de</strong> empresas <strong>de</strong> capitais <strong>de</strong><br />

origem do Mercosul, a UIA solicita às autorida<strong>de</strong>s argenti<strong>na</strong>s a revisão da<br />

<strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> incorporar a Venezuela como membro pleno <strong>de</strong>ste mercado", diz o<br />

texto.<br />

Brasil<br />

Para a UIA, o governo venezuelano "coloca em risco o processo <strong>de</strong> integração<br />

regio<strong>na</strong>l".<br />

No texto, a união industrial repercute afirmações feitas por Chávez, <strong>na</strong> terça-<br />

feira, em Salvador, <strong>na</strong> Bahia, on<strong>de</strong> se reuniu com o presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula<br />

da Silva.<br />

"As recentes <strong>de</strong>clarações do presi<strong>de</strong>nte Hugo Chávez <strong>de</strong> que os investimentos<br />

brasileiros não serão incluídos no processo <strong>de</strong> estatização do governo parecem<br />

estimular a divisão entre os países do bloco."<br />

Numa reunião a portas fechadas com Lula e outras autorida<strong>de</strong>s brasileiras,<br />

Chávez <strong>de</strong>stacou que as estatizações não afetariam empresas do Brasil.<br />

"Estamos numa fase <strong>de</strong> <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lizações <strong>de</strong> empresas, menos as brasileiras",<br />

disse.<br />

A <strong>de</strong>claração foi ouvida pelos jor<strong>na</strong>listas que cobriam o encontro e usavam<br />

fones <strong>de</strong> ouvido para a tradução <strong>de</strong> espanhol para o português.<br />

Ao lado do presi<strong>de</strong>nte Lula, Chávez <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u as estatizações que envolvem<br />

empresas argenti<strong>na</strong>s.<br />

Em Buenos Aires, a presi<strong>de</strong>nte argenti<strong>na</strong> Cristi<strong>na</strong> Kirchner disse que cada país<br />

"é soberano" para adotar suas <strong>de</strong>cisões. E <strong>de</strong>stacou que, por pedido <strong>de</strong> seu<br />

governo, a Techint está sendo ressarcida pela <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lização anterior realizada<br />

pelo governo Chávez. "Mas lamento que não <strong>de</strong>positem o dinheiro <strong>na</strong><br />

Argenti<strong>na</strong>", ressaltou.<br />

No comunicado, a UIA <strong>de</strong>staca ainda que entida<strong>de</strong>s similares <strong>de</strong> outros países<br />

do Mercosul a<strong>na</strong>lisam ações conjuntas contra as estatizações. Para isso,<br />

informa-se, foi marcada reunião do Conselho Industrial do Mercosul, nos<br />

próximos dias, em Montevidéu, no Uruguai.<br />

A entrada da Venezuela como membro pleno do Mercosul foi aprovada pelos<br />

Congressos da Argenti<strong>na</strong> e do Uruguai, mas o mesmo ainda não ocorreu no


Brasil e no Paraguai.<br />

28/05/2009<br />

Buenos Aires contrata ex-prostitutas para combater prostituição infantil<br />

Fonte: BBC Brasil-<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/05/090527_prostitutasbsas<br />

mc_ba.shtml<br />

Acesso: 28/05/2009 – 16:30<br />

“...O governo da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Buenos Aires contratou ex-prostitutas como parte<br />

<strong>de</strong> um projeto para ajudar no combate à prostituição infantil...”<br />

Buenos Aires contrata ex-prostitutas para combater prostituição infantil<br />

As crianças exploradas sexualmente sofrem mais riscos<br />

O governo da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Buenos Aires contratou ex-prostitutas como parte <strong>de</strong><br />

um projeto para ajudar no combate à prostituição infantil.<br />

O projeto da Secretaria <strong>de</strong> Desenvolvimento Social <strong>de</strong> Buenos Aires começou<br />

em novembro, com uma equipe que inclui <strong>de</strong>z ex-prostitutas com salário<br />

mensal <strong>de</strong> 1,8 mil pesos (cerca <strong>de</strong> R$ 1 mil), pago pelo governo <strong>de</strong> Buenos<br />

Aires.<br />

Segundo Miguel Sorbello, coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dor do projeto e assistente social da divisão<br />

<strong>de</strong> Infância e Adolescência da secretaria, "com a ajuda das prostitutas já<br />

conseguimos retirar cerca <strong>de</strong> 110 jovens das ruas, que se prostituíam ou<br />

vinham sendo explorados sexualmente".<br />

A previsão é que outras <strong>de</strong>z mulheres e cinco travestis sejam contratados nos<br />

próximos dias para se integrar à equipe.<br />

"Como elas conhecem os códigos (da prostituição e da exploração sexual)<br />

melhor do que um assistente social, tivemos a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> contratá-las. O<br />

resultado tem sido positivo. Elas se aproximam dos jovens e afirmam, por<br />

exemplo, que agora que têm 30 ou 40 anos veem que não valeu a pe<strong>na</strong> seguir<br />

por aquele caminho. Ao contrário", afirmou Sorbello à BBC Brasil.<br />

Segundo ele, muitas das mulheres contratadas para o trabalho também foram<br />

exploradas sexualmente quando ainda tinham 12 ou 13 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.<br />

Até o ano passado, algumas <strong>de</strong>las ainda exerciam a prostituição, mas segundo


Sorbello, agora optaram pelo trabalho com o governo.<br />

Os 110 jovens que <strong>de</strong>ixaram as ruas com a ajuda do projeto estão hoje<br />

divididos em centros <strong>de</strong> recuperação contra as drogas, por terem mostrados<br />

si<strong>na</strong>is <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência, ou em locais que incluem cursos profissio<strong>na</strong>lizantes.<br />

"Nosso objetivo é que <strong>de</strong>ixem as ruas, mas que tenham logo uma ocupação,<br />

para que tenham alter<strong>na</strong>tivas <strong>na</strong> vida", afirmou Sorbello.<br />

Ele reconheceu que a exploração sexual é caso <strong>de</strong> polícia e por isso existe<br />

cuidado com a proteção dos que vinham sendo explorados, <strong>de</strong>ixaram as ruas e<br />

aceitaram a proposta do governo.<br />

Estima-se que entre 400 e 500 adolescentes e jovens <strong>de</strong> até 21 <strong>de</strong> ida<strong>de</strong><br />

estejam sendo prostituídos <strong>na</strong> cida<strong>de</strong>.<br />

Desse total, disse Sorbello, a maioria (cerca <strong>de</strong> 70%) tem entre 15 e 17 anos. E<br />

30% do total são homens.<br />

O trabalho do governo <strong>de</strong> Buenos Aires limita-se aos locais públicos e conta<br />

ainda com apoio da Associação <strong>de</strong> Mulheres Meretrizes da Argenti<strong>na</strong>, com<br />

se<strong>de</strong> em Buenos Aires.<br />

"Não servimos ape<strong>na</strong>s para estar numa esqui<strong>na</strong>. Também po<strong>de</strong>mos ajudar a<br />

combater a prostituição (infantil) quando nos dão apoio", disse Graciela<br />

Collantes, da Associação que reúne cerca <strong>de</strong> 30 mulheres.<br />

02/06/2009<br />

Lula vai à América Central <strong>de</strong> olho em vácuo <strong>de</strong>ixado pelos EUA<br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 14:30<br />

“O presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva inicia neste domingo uma viagem <strong>de</strong><br />

quatro dias pela América Central, <strong>na</strong> expectativa <strong>de</strong> conquistar mais espaço...<br />

Tradicio<strong>na</strong>l área <strong>de</strong> influência dos Estados Unidos e do México, a América<br />

Central saiu do radar <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>s dos dois países - o que, segundo o<br />

Itamaraty, abre novas possibilida<strong>de</strong>s para a diplomacia brasileira...”<br />

O presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva inicia neste domingo uma viagem <strong>de</strong><br />

quatro dias pela América Central, <strong>na</strong> expectativa <strong>de</strong> conquistar mais espaço em<br />

uma região que vem sendo <strong>de</strong>ixada <strong>de</strong> lado pelos americanos.<br />

Tradicio<strong>na</strong>l área <strong>de</strong> influência dos Estados Unidos e do México, a América


Central saiu do radar <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>s dos dois países - o que, segundo o<br />

Itamaraty, abre novas possibilida<strong>de</strong>s para a diplomacia brasileira.<br />

"Sem dúvida esse será o tom da mensagem do presi<strong>de</strong>nte Lula nessas visitas",<br />

diz um diplomata brasileiro.<br />

Durante o mandato do presi<strong>de</strong>nte George W. Bush, a América Central recebeu<br />

menos atenção dos americanos. O distanciamento aumentou com a crise<br />

fi<strong>na</strong>nceira, que fez minguar os investimentos e as remessas para a região.<br />

Historicamente bastante ligado aos países da América Central, o México<br />

também vem se distanciando nos últimos anos.<br />

"A priorida<strong>de</strong> dos mexicanos passou a ser os países mais <strong>de</strong>senvolvidos. Além<br />

disso, o governo tem gran<strong>de</strong>s problemas internos para resolver, como a<br />

violência", diz o diretor da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Relações Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is da<br />

Universida<strong>de</strong> Autônoma <strong>de</strong> Guadalajara, Ricardo Flores Cantú.<br />

Esquerda<br />

O vácuo <strong>de</strong>ixado por americanos e mexicanos, nos últimos anos, tem sido<br />

preenchido por outro lí<strong>de</strong>r <strong>na</strong> região: o presi<strong>de</strong>nte da Venezuela, Hugo Chávez.<br />

O caso mais simbólico é o <strong>de</strong> Honduras. Tradicio<strong>na</strong>l aliado dos Estados<br />

Unidos, o país passou por uma inversão política e é, hoje, um dos principais<br />

seguidores da política chavista.<br />

O diplomata do Itamaraty diz que o avanço <strong>de</strong> Chávez <strong>na</strong> região não é "fluido"<br />

e que, por isso, não preocupa.<br />

"Muitos <strong>de</strong>sses países veem no Brasil e não <strong>na</strong> Venezuela uma possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> contraponto", diz o diplomata.<br />

Segundo ele, muitos lí<strong>de</strong>res da região "se espelham" <strong>na</strong> figura do presi<strong>de</strong>nte<br />

Lula, com quem criaram uma "forte relação".<br />

Ele cita o exemplo da Guatemala, cujo governo vem adotando políticas<br />

públicas "inspiradas" <strong>na</strong> experiência brasileira, como o "Mi Familia Progresa",<br />

espécie <strong>de</strong> Bolsa Família local.<br />

Propostas<br />

A agenda oficial começa <strong>na</strong> segunda-feira, em El Salvador. De lá o presi<strong>de</strong>nte<br />

parte para a Guatemala e, em seguida, para a Costa Rica.<br />

O presi<strong>de</strong>nte Lula quer aproveitar a visita para avançar <strong>na</strong>s conversas sobre<br />

um acordo entre o Mercosul e o Sistema <strong>de</strong> Integração Centro-America<strong>na</strong><br />

(Sica), grupo que inclui diversos países da região.


Além disso, há uma série propostas sobre a mesa que po<strong>de</strong>rão resultar em<br />

fi<strong>na</strong>nciamentos brasileiros à América Central.<br />

Apesar da proximida<strong>de</strong> e do <strong>de</strong>sejo brasileiro por maior integração regio<strong>na</strong>l, o<br />

BNDES não tem linhas <strong>de</strong> crédito a nenhum país da região.<br />

"Há muitos pedidos <strong>de</strong> crédito em andamento, mas <strong>na</strong>da foi efetivamente<br />

fechado até hoje", diz o diplomata.<br />

Entre as propostas em fase avançada está uma linha <strong>de</strong> crédito ao governo da<br />

Guatemala para a compra <strong>de</strong> aviões da Embraer, no valor <strong>de</strong> US$ 99 milhões.<br />

O governo da Guatemala estuda ainda um crédito junto ao BNDES para a<br />

compra <strong>de</strong> 3 mil ônibus fabricados no Brasil.<br />

Em El Salvador, Lula participa da posse do presi<strong>de</strong>nte eleito, Mauricio Funes -<br />

um jor<strong>na</strong>lista <strong>de</strong> centro-esquerda, casado com a representante do Partido dos<br />

Trabalhadores (PT) <strong>na</strong> América Central, Vanda Pig<strong>na</strong>to.<br />

02/06/2009<br />

Lula vai à América Central <strong>de</strong> olho em vácuo <strong>de</strong>ixado pelos EUA<br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 14:30<br />

“O presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva inicia neste domingo uma viagem <strong>de</strong><br />

quatro dias pela América Central, <strong>na</strong> expectativa <strong>de</strong> conquistar mais espaço...<br />

Tradicio<strong>na</strong>l área <strong>de</strong> influência dos Estados Unidos e do México, a América<br />

Central saiu do radar <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>s dos dois países - o que, segundo o<br />

Itamaraty, abre novas possibilida<strong>de</strong>s para a diplomacia brasileira...”<br />

O presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva inicia neste domingo uma viagem <strong>de</strong><br />

quatro dias pela América Central, <strong>na</strong> expectativa <strong>de</strong> conquistar mais espaço em<br />

uma região que vem sendo <strong>de</strong>ixada <strong>de</strong> lado pelos americanos.<br />

Tradicio<strong>na</strong>l área <strong>de</strong> influência dos Estados Unidos e do México, a América<br />

Central saiu do radar <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>s dos dois países - o que, segundo o<br />

Itamaraty, abre novas possibilida<strong>de</strong>s para a diplomacia brasileira.<br />

"Sem dúvida esse será o tom da mensagem do presi<strong>de</strong>nte Lula nessas visitas",<br />

diz um diplomata brasileiro.<br />

Durante o mandato do presi<strong>de</strong>nte George W. Bush, a América Central recebeu<br />

menos atenção dos americanos. O distanciamento aumentou com a crise


fi<strong>na</strong>nceira, que fez minguar os investimentos e as remessas para a região.<br />

Historicamente bastante ligado aos países da América Central, o México<br />

também vem se distanciando nos últimos anos.<br />

"A priorida<strong>de</strong> dos mexicanos passou a ser os países mais <strong>de</strong>senvolvidos. Além<br />

disso, o governo tem gran<strong>de</strong>s problemas internos para resolver, como a<br />

violência", diz o diretor da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Relações Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is da<br />

Universida<strong>de</strong> Autônoma <strong>de</strong> Guadalajara, Ricardo Flores Cantú.<br />

Esquerda<br />

O vácuo <strong>de</strong>ixado por americanos e mexicanos, nos últimos anos, tem sido<br />

preenchido por outro lí<strong>de</strong>r <strong>na</strong> região: o presi<strong>de</strong>nte da Venezuela, Hugo Chávez.<br />

O caso mais simbólico é o <strong>de</strong> Honduras. Tradicio<strong>na</strong>l aliado dos Estados<br />

Unidos, o país passou por uma inversão política e é, hoje, um dos principais<br />

seguidores da política chavista.<br />

O diplomata do Itamaraty diz que o avanço <strong>de</strong> Chávez <strong>na</strong> região não é "fluido"<br />

e que, por isso, não preocupa.<br />

"Muitos <strong>de</strong>sses países veem no Brasil e não <strong>na</strong> Venezuela uma possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> contraponto", diz o diplomata.<br />

Segundo ele, muitos lí<strong>de</strong>res da região "se espelham" <strong>na</strong> figura do presi<strong>de</strong>nte<br />

Lula, com quem criaram uma "forte relação".<br />

Ele cita o exemplo da Guatemala, cujo governo vem adotando políticas<br />

públicas "inspiradas" <strong>na</strong> experiência brasileira, como o "Mi Familia Progresa",<br />

espécie <strong>de</strong> Bolsa Família local.<br />

Propostas<br />

A agenda oficial começa <strong>na</strong> segunda-feira, em El Salvador. De lá o presi<strong>de</strong>nte<br />

parte para a Guatemala e, em seguida, para a Costa Rica.<br />

O presi<strong>de</strong>nte Lula quer aproveitar a visita para avançar <strong>na</strong>s conversas sobre<br />

um acordo entre o Mercosul e o Sistema <strong>de</strong> Integração Centro-America<strong>na</strong><br />

(Sica), grupo que inclui diversos países da região.<br />

Além disso, há uma série propostas sobre a mesa que po<strong>de</strong>rão resultar em<br />

fi<strong>na</strong>nciamentos brasileiros à América Central.<br />

Apesar da proximida<strong>de</strong> e do <strong>de</strong>sejo brasileiro por maior integração regio<strong>na</strong>l, o<br />

BNDES não tem linhas <strong>de</strong> crédito a nenhum país da região.<br />

"Há muitos pedidos <strong>de</strong> crédito em andamento, mas <strong>na</strong>da foi efetivamente<br />

fechado até hoje", diz o diplomata.


Entre as propostas em fase avançada está uma linha <strong>de</strong> crédito ao governo da<br />

Guatemala para a compra <strong>de</strong> aviões da Embraer, no valor <strong>de</strong> US$ 99 milhões.<br />

O governo da Guatemala estuda ainda um crédito junto ao BNDES para a<br />

compra <strong>de</strong> 3 mil ônibus fabricados no Brasil.<br />

Em El Salvador, Lula participa da posse do presi<strong>de</strong>nte eleito, Mauricio Funes -<br />

um jor<strong>na</strong>lista <strong>de</strong> centro-esquerda, casado com a representante do Partido dos<br />

Trabalhadores (PT) <strong>na</strong> América Central, Vanda Pig<strong>na</strong>to.<br />

02/06/2009<br />

Desabrigados ainda reverenciam Lula, mas ignoram Dilma Fonte: BBC<br />

Brasil<br />

Acesso: 15:30<br />

“Apesar <strong>de</strong> estarem há quase dois meses sem ter on<strong>de</strong> morar por causa das<br />

enchentes, os <strong>de</strong>sabrigados do Vale do Mearim, no Maranhão, mantêm<br />

aparentemente intacto o seu apoio ao presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva...<br />

mas poucos já ouviram falar <strong>na</strong> ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff,<br />

que está sendo preparada por Lula para concorrer à Presidência em 2010...”<br />

Apesar <strong>de</strong> estarem há quase dois meses sem ter on<strong>de</strong> morar por causa das<br />

enchentes, os <strong>de</strong>sabrigados do Vale do Mearim, no Maranhão, mantêm<br />

aparentemente intacto o seu apoio ao presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva.<br />

Quase todos os cerca <strong>de</strong> 20 entrevistados pela BBC Brasil <strong>na</strong> região disseram<br />

que votariam <strong>de</strong> novo no presi<strong>de</strong>nte, mas poucos já ouviram falar <strong>na</strong> ministra-<br />

chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que está sendo preparada por Lula para<br />

concorrer à Presidência em 2010.<br />

Expulsos <strong>de</strong> suas casas pelas chuvas e muitos <strong>de</strong>les obrigados a viver em<br />

abrigos superlotados e sem higiene, os moradores da região criticam<br />

autorida<strong>de</strong>s locais por causa da situação em que vivem.<br />

No entanto, quando o assunto é o presi<strong>de</strong>nte, as respostas são quase sempre<br />

<strong>de</strong> admiração e reverência.<br />

"Com o Lula, nossa vida está muito melhor, (a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida)<br />

quadruplicou", disse o agricultor Hermógenes Francisco da Conceição, <strong>de</strong> 76<br />

anos.


Conceição vive <strong>na</strong> localida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santa Rosa, no município <strong>de</strong> Bacabal, um dos<br />

mais atingidos pelas cheias no Maranhão.<br />

No local, à beira do rio Mearim, moram cinco famílias, alguns porcos, galinhas<br />

e muitos cachorros.<br />

A comunida<strong>de</strong> não tem luz elétrica, ninguém lá sabe ler e Conceição não soube<br />

dizer ao certo quantas crianças vivem no local. A mais nova, <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> um<br />

ano <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, não tem nome nem ida<strong>de</strong> certa, porque ainda não foi registrada.<br />

Ninguém frequenta a escola, localizada a 1h30 <strong>de</strong> bicicleta, quando as<br />

estradas estão transitáveis. As mulheres nunca ouviram falar em métodos<br />

anticoncepcio<strong>na</strong>is.<br />

Apesar das dificulda<strong>de</strong>s, Conceição e a família disseram que o presi<strong>de</strong>nte<br />

melhorou sua vida e a dos pobres do país, e que votariam nele novamente<br />

caso fosse candidato.<br />

Bolsa Família<br />

Quase todos os entrevistados pela BBC Brasil citaram o programa Bolsa<br />

Família como o principal motivo para apoiarem o presi<strong>de</strong>nte.<br />

"Isso melhorou muito a nossa vida, a <strong>de</strong> muitas famílias. Eu recebo R$ 122 por<br />

mês", afirmou Eliene da Silva Brito, 36 anos, que há mais <strong>de</strong> dois meses vive<br />

em um abrigo improvisado em um ginásio da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Trizi<strong>de</strong>la do Vale.<br />

A agricultora, o marido e os cinco filhos tiveram <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar sua casa <strong>de</strong> barro,<br />

inundada até a meta<strong>de</strong> da pare<strong>de</strong>. No abrigo, divi<strong>de</strong>m espaço com os poucos<br />

móveis que conseguiram salvar da água.<br />

"Votei no Lula e voto <strong>de</strong> novo", disse Eliene.<br />

Em outro abrigo <strong>de</strong> Trizi<strong>de</strong>la do Vale, montado em um hospital abando<strong>na</strong>do,


diversas famílias disseram que repetiriam o voto no presi<strong>de</strong>nte.<br />

De todas as pessoas ouvidas pela BBC Brasil, ape<strong>na</strong>s o comerciante Edivaldo<br />

Almada <strong>de</strong> Oliveira, 54 anos, disse que não votaria <strong>de</strong> novo no presi<strong>de</strong>nte.<br />

"Eu votei nele, mas o Lula nunca mereceu voto <strong>de</strong> ninguém. Toma <strong>de</strong> um pra<br />

dar para os outros", afirmou Oliveira, que teve seu bar inundado e saqueado<br />

durante as enchentes.<br />

Dilma<br />

Se a popularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lula parece quase intocada, o nome <strong>de</strong> sua escolhida<br />

para sucedê-lo <strong>na</strong> Presidência é <strong>de</strong>sconhecido da maioria das pessoas<br />

entrevistadas.<br />

Ape<strong>na</strong>s dois sabiam quem era Dilma Rousseff.<br />

"Gosto muito do Lula, ele nos <strong>de</strong>u o Bolsa Família. Tanta gente hoje tem mais<br />

facilida<strong>de</strong>s, uma vida melhor", disse a comerciante Selma Aguiar, 35 anos, que<br />

nesta sema<strong>na</strong> reabriu sua lanchonete <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> um mês embaixo<br />

d´água.<br />

"Eu também voto nele", afirmou sua filha Giovan<strong>na</strong>, <strong>de</strong> cinco anos.<br />

Selma nunca havia ouvido falar em Dilma Rousseff. Ao ser informada <strong>de</strong> que<br />

se tratava <strong>de</strong> uma provável candidata à Presidência, disse: "Nunca ouvi falar<br />

<strong>de</strong>la, mas se for do lado do Lula, voto nela com certeza."<br />

02/06/2009<br />

Desabrigados ainda reverenciam Lula, mas ignoram Dilma Fonte: BBC<br />

Brasil<br />

Acesso: 15:30<br />

“Apesar <strong>de</strong> estarem há quase dois meses sem ter on<strong>de</strong> morar por causa das<br />

enchentes, os <strong>de</strong>sabrigados do Vale do Mearim, no Maranhão, mantêm<br />

aparentemente intacto o seu apoio ao presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva...<br />

mas poucos já ouviram falar <strong>na</strong> ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff,


que está sendo preparada por Lula para concorrer à Presidência em 2010...”<br />

Apesar <strong>de</strong> estarem há quase dois meses sem ter on<strong>de</strong> morar por causa das<br />

enchentes, os <strong>de</strong>sabrigados do Vale do Mearim, no Maranhão, mantêm<br />

aparentemente intacto o seu apoio ao presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva.<br />

Quase todos os cerca <strong>de</strong> 20 entrevistados pela BBC Brasil <strong>na</strong> região disseram<br />

que votariam <strong>de</strong> novo no presi<strong>de</strong>nte, mas poucos já ouviram falar <strong>na</strong> ministra-<br />

chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que está sendo preparada por Lula para<br />

concorrer à Presidência em 2010.<br />

Expulsos <strong>de</strong> suas casas pelas chuvas e muitos <strong>de</strong>les obrigados a viver em<br />

abrigos superlotados e sem higiene, os moradores da região criticam<br />

autorida<strong>de</strong>s locais por causa da situação em que vivem.<br />

No entanto, quando o assunto é o presi<strong>de</strong>nte, as respostas são quase sempre<br />

<strong>de</strong> admiração e reverência.<br />

"Com o Lula, nossa vida está muito melhor, (a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida)<br />

quadruplicou", disse o agricultor Hermógenes Francisco da Conceição, <strong>de</strong> 76<br />

anos.<br />

Conceição vive <strong>na</strong> localida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santa Rosa, no município <strong>de</strong> Bacabal, um dos<br />

mais atingidos pelas cheias no Maranhão.<br />

No local, à beira do rio Mearim, moram cinco famílias, alguns porcos, galinhas<br />

e muitos cachorros.<br />

A comunida<strong>de</strong> não tem luz elétrica, ninguém lá sabe ler e Conceição não soube<br />

dizer ao certo quantas crianças vivem no local. A mais nova, <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> um<br />

ano <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, não tem nome nem ida<strong>de</strong> certa, porque ainda não foi registrada.<br />

Ninguém frequenta a escola, localizada a 1h30 <strong>de</strong> bicicleta, quando as<br />

estradas estão transitáveis. As mulheres nunca ouviram falar em métodos<br />

anticoncepcio<strong>na</strong>is.<br />

Apesar das dificulda<strong>de</strong>s, Conceição e a família disseram que o presi<strong>de</strong>nte


melhorou sua vida e a dos pobres do país, e que votariam nele novamente<br />

caso fosse candidato.<br />

Bolsa Família<br />

Quase todos os entrevistados pela BBC Brasil citaram o programa Bolsa<br />

Família como o principal motivo para apoiarem o presi<strong>de</strong>nte.<br />

"Isso melhorou muito a nossa vida, a <strong>de</strong> muitas famílias. Eu recebo R$ 122 por<br />

mês", afirmou Eliene da Silva Brito, 36 anos, que há mais <strong>de</strong> dois meses vive<br />

em um abrigo improvisado em um ginásio da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Trizi<strong>de</strong>la do Vale.<br />

A agricultora, o marido e os cinco filhos tiveram <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar sua casa <strong>de</strong> barro,<br />

inundada até a meta<strong>de</strong> da pare<strong>de</strong>. No abrigo, divi<strong>de</strong>m espaço com os poucos<br />

móveis que conseguiram salvar da água.<br />

"Votei no Lula e voto <strong>de</strong> novo", disse Eliene.<br />

Em outro abrigo <strong>de</strong> Trizi<strong>de</strong>la do Vale, montado em um hospital abando<strong>na</strong>do,<br />

diversas famílias disseram que repetiriam o voto no presi<strong>de</strong>nte.<br />

De todas as pessoas ouvidas pela BBC Brasil, ape<strong>na</strong>s o comerciante Edivaldo<br />

Almada <strong>de</strong> Oliveira, 54 anos, disse que não votaria <strong>de</strong> novo no presi<strong>de</strong>nte.<br />

"Eu votei nele, mas o Lula nunca mereceu voto <strong>de</strong> ninguém. Toma <strong>de</strong> um pra<br />

dar para os outros", afirmou Oliveira, que teve seu bar inundado e saqueado<br />

durante as enchentes.<br />

Dilma<br />

Se a popularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lula parece quase intocada, o nome <strong>de</strong> sua escolhida<br />

para sucedê-lo <strong>na</strong> Presidência é <strong>de</strong>sconhecido da maioria das pessoas<br />

entrevistadas.<br />

Ape<strong>na</strong>s dois sabiam quem era Dilma Rousseff.


"Gosto muito do Lula, ele nos <strong>de</strong>u o Bolsa Família. Tanta gente hoje tem mais<br />

facilida<strong>de</strong>s, uma vida melhor", disse a comerciante Selma Aguiar, 35 anos, que<br />

nesta sema<strong>na</strong> reabriu sua lanchonete <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> um mês embaixo<br />

d´água.<br />

"Eu também voto nele", afirmou sua filha Giovan<strong>na</strong>, <strong>de</strong> cinco anos.<br />

Selma nunca havia ouvido falar em Dilma Rousseff. Ao ser informada <strong>de</strong> que<br />

se tratava <strong>de</strong> uma provável candidata à Presidência, disse: "Nunca ouvi falar<br />

<strong>de</strong>la, mas se for do lado do Lula, voto nela com certeza."<br />

03/06/2009<br />

em consenso sobre Cuba, Hillary <strong>de</strong>ixa assembléia da OEA<br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 14:30<br />

“A secretária <strong>de</strong> Estado norte-america<strong>na</strong>, Hillary Clinton, <strong>de</strong>ixou a 39ª<br />

Assembleia Geral da OEA... sem que os chanceleres dos países-membros<br />

chegassem a um consenso sobre a reincorporação <strong>de</strong> Cuba ao sistema<br />

interamericano... A secretária <strong>de</strong> Estado indicou que a posição dos Estados<br />

Unidos - <strong>de</strong> condicio<strong>na</strong>r a reincorporação <strong>de</strong> Cuba a reformas em <strong>de</strong>mocracia e<br />

direitos humanos - estava praticamente isolada...”<br />

Sem consenso sobre Cuba, Hillary <strong>de</strong>ixa assembléia da OEA<br />

A secretária <strong>de</strong> Estado norte-america<strong>na</strong>, Hillary Clinton, <strong>de</strong>ixou a 39ª<br />

Assembleia Geral da OEA (Organização dos Estados Americanos) sem que os<br />

chanceleres dos países-membros chegassem a um consenso sobre a<br />

reincorporação <strong>de</strong> Cuba ao sistema interamericano.<br />

"Não há consenso", disse Clinton a jor<strong>na</strong>listas, pouco antes <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar Honduras<br />

rumo ao Egito, on<strong>de</strong> se encontrará com o presi<strong>de</strong>nte dos EUA, Barack Obama,<br />

que começa uma viagem oficial pelo Oriente Médio nesta quarta-feira.<br />

A secretária <strong>de</strong> Estado indicou que a posição dos Estados Unidos - <strong>de</strong><br />

condicio<strong>na</strong>r a reincorporação <strong>de</strong> Cuba a reformas em <strong>de</strong>mocracia e direitos<br />

humanos - estava praticamente isolada.<br />

"Obviamente, o governo Obama está praticamente sozinho ao afirmar que esta<br />

questão tem que ser pensada cuidadosamente, tem que estar no contexto


correto", afirmou.<br />

Os Estados Unidos teriam sido apoiados por um grupo <strong>de</strong> países caribenhos e<br />

a Colômbia, seu principal aliado <strong>na</strong> região.<br />

De acordo com a secretária <strong>de</strong> Estado, os chanceleres darão continuida<strong>de</strong> à<br />

reunião com a presença <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>legação norte-america<strong>na</strong>.<br />

"Vamos continuar pressio<strong>na</strong>ndo para chegar a um resultado que os Estados<br />

Unidos possam apoiar", disse Hillary Clinton.<br />

A Assembleia Geral da OEA termi<strong>na</strong> nesta quarta-feira.<br />

Democracia<br />

Mais cedo, Clinton voltou a <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a promoção <strong>de</strong> "reformas <strong>de</strong>mocráticas"<br />

como condição para que Cuba possa voltar à OEA.<br />

A condição é consi<strong>de</strong>rada "i<strong>na</strong>ceitável" pelos países da Alba (Alter<strong>na</strong>tiva<br />

Bolivaria<strong>na</strong> para as Américas) encabeçada pelo presi<strong>de</strong>nte da Venezuela,<br />

Hugo Chávez.<br />

"A OEA <strong>de</strong>ve reivindicar (o ingresso <strong>de</strong>) Cuba sem condicio<strong>na</strong>mento <strong>de</strong><br />

nenhum tipo. Escutei uma resolução proposta pelos Estados Unidos que é <strong>de</strong><br />

se indig<strong>na</strong>r. Não se po<strong>de</strong> aceitar", afirmou Chávez, durante ato público <strong>na</strong><br />

Venezuela <strong>na</strong> noite <strong>de</strong>sta terça-feira, logo após conversar com o chanceler<br />

venezuelano, Nicolás Maduro.<br />

De acordo com o presi<strong>de</strong>nte venezuelano, Maduro confirmou que o impasse<br />

sobre o tema cubano permanecia.<br />

Ameaças<br />

A Venezuela ameaçou <strong>de</strong>ixar a OEA se a entida<strong>de</strong> não passasse por uma<br />

reforma.<br />

"Ou ocorre uma transformação da OEA, ou é preciso sair da OEA e criar outra<br />

organização <strong>de</strong> Estados soberanos", afirmou Chávez <strong>na</strong> última sexta-feira.<br />

Em resposta, <strong>na</strong> abertura da Assembleia, o secretário-geral da organização,<br />

José Miguel Insulza, saiu em <strong>de</strong>fesa da entida<strong>de</strong> e disse ver com preocupação<br />

as críticas.<br />

"Quando ouço vocês que querem acabar com a OEA, me pergunto: 'Quantas<br />

décadas serão necessárias para construir algo semelhante e quem fará o<br />

trabalho que realizamos?'", disse o secretário-geral.


"Queremos progredir e <strong>de</strong>ixar para trás um passado que para muitos não é<br />

positivo, mas não com o custo <strong>de</strong> cair <strong>de</strong> novo em divisões", afirmou Insulza.<br />

Preocupação<br />

Antecipando o impasse sobre a situação cuba<strong>na</strong>, <strong>na</strong> tar<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta terça-feira, o<br />

ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, propôs a criação <strong>de</strong> um grupo<br />

<strong>de</strong> trabalho para tentar um acordo consensual que unificasse as duas<br />

propostas sobre a mesa.<br />

"Esse (Cuba) é um tema central pelo qual será recordada a Assembleia <strong>de</strong> San<br />

Pedro Sula", afirmou o chanceler brasileiro.<br />

"Não me sentiria à vonta<strong>de</strong> se <strong>de</strong>ixasse que a roti<strong>na</strong> nos levasse a per<strong>de</strong>r a<br />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter uma solução. Não sei se teremos uma solução, mas<br />

teremos que tentar", afirmou Amorim.<br />

A avaliação do governo brasileiro é <strong>de</strong> que a resolução que retirou Cuba do<br />

grupo é um "a<strong>na</strong>cronismo" e que, portanto, <strong>de</strong>ve ser suspensa imediatamente.<br />

Em uma resolução <strong>de</strong> 1962, período da Guerra Fria, Cuba foi suspensa da<br />

entida<strong>de</strong>, pois os países-membros consi<strong>de</strong>raram incompatível o regime<br />

marxista-leninista adotado pela ilha e suas relações com a União Soviética.<br />

Ironicamente, à época, a suspensão <strong>de</strong> Cuba foi proposta pelo governo<br />

venezuelano do presi<strong>de</strong>nte Romulo Betancourt.<br />

A reincorporação <strong>de</strong> Cuba à OEA é mais simbólica do que prática. Tanto o lí<strong>de</strong>r<br />

cubano Fi<strong>de</strong>l Castro, como seu irmão e presi<strong>de</strong>nte, Raúl Castro, anunciaram<br />

não estarem interessados em voltar à entida<strong>de</strong>, por consi<strong>de</strong>rarem-<strong>na</strong> um<br />

"instrumento" dos Estados Unidos para o controle regio<strong>na</strong>l.<br />

No mês passado, Raúl Castro chegou a afirmar que "era mais fácil que uma<br />

águia <strong>na</strong>sça do ovo <strong>de</strong> uma serpente" que Cuba preten<strong>de</strong>r regressar à OEA.<br />

03/06/2009<br />

OEA revoga suspensão a Cuba <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 47 anos<br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 15:30<br />

“Após dias <strong>de</strong> impasse, os países membros da OEA... <strong>de</strong>cidiram, nesta quarta-<br />

feira, levantar a suspensão imposta a Cuba ainda <strong>na</strong> Guerra Fria, o que po<strong>de</strong><br />

permitir que a ilha seja reincorporada ao sistema interamericano...”


OEA revoga suspensão a Cuba <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 47 anos<br />

Após dias <strong>de</strong> impasse, os países membros da OEA (Organização dos Estados<br />

Americanos) <strong>de</strong>cidiram, nesta quarta-feira, levantar a suspensão imposta a<br />

Cuba ainda <strong>na</strong> Guerra Fria, o que po<strong>de</strong> permitir que a ilha seja reincorporada<br />

ao sistema interamericano.<br />

"A resolução sexta, adotada em 31 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1962, que excluiu o governo<br />

<strong>de</strong> Cuba, fica sem efeito <strong>na</strong> Organização dos Estados Americanos", afirmou a<br />

chanceler <strong>de</strong> Honduras, Patricia Rodas, ao ler a resolução do organismo.<br />

"Que a participação <strong>de</strong> Cuba <strong>na</strong> OEA seja resultado <strong>de</strong> um diálogo realizado a<br />

pedido do governo <strong>de</strong> Cuba e em conformida<strong>de</strong> com a prática e os princípios"<br />

da entida<strong>de</strong>, acrescentou.<br />

Cuba foi suspensa da OEA em 1962. Na ocasião, os países-membros<br />

consi<strong>de</strong>raram o regime adotado pela ilha incompatível com os princípios da<br />

entida<strong>de</strong>.<br />

A resolução fi<strong>na</strong>l anunciada nesta quarta-feira, no entanto, gerou divergências<br />

quanto à interpretação do texto aprovado pelos chanceleres dos 34 países-<br />

membros.<br />

O ministro das Relações Exteriores do Equador, Fan<strong>de</strong>r Falconi, disse que a<br />

<strong>de</strong>cisão por aclamação foi tomada "sem condições", estabelecendo<br />

"mecanismos" para o retorno <strong>de</strong> Cuba, os quais incluem o cumprimento das<br />

regras da OEA.<br />

O Departamento <strong>de</strong> Estado norte-americano, porém, advertiu que a<br />

reincorporação <strong>de</strong> Cuba ao sistema interamericano <strong>de</strong>ve vir acompanhada da<br />

adoção <strong>de</strong> "princípios <strong>de</strong>mocráticos".<br />

"Os Estados Unidos têm trabalhado incansavelmente para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r os nossos<br />

princípios básicos e convencer todos os países da região a apoiar uma posição<br />

que <strong>de</strong>ixe claro que o retorno <strong>de</strong> Cuba <strong>de</strong>ve ser condicio<strong>na</strong>do pelos princípios e<br />

objetivos da <strong>de</strong>mocracia e dos direitos humanos", disse o porta-voz Robert<br />

Wood, em Washington.<br />

Reações<br />

A resolução foi comemorada por autorida<strong>de</strong>s presentes <strong>na</strong> assembleia.<br />

"Hoje <strong>de</strong>mos um passo histórico", disse Ruy <strong>de</strong> Lima Casaes e Silva,<br />

embaixador brasileiro <strong>na</strong> OEA. "Enterramos o cadáver insepulto que era um<br />

obstáculo para um sistema interamericano inclusivo e solidário."


Para o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Honduras, Manuel Zelaya, a medida corrige um "erro<br />

histórico".<br />

"Todos os Estados têm o direito <strong>de</strong> eleger, sem ingerência exter<strong>na</strong>, seus<br />

sistema político, econômico e social", afirmou Zelaya, logo após a leitura da<br />

resolução. "A Guerra Fria terminou hoje, aqui em San Pedro Sula. O erro<br />

cometido não po<strong>de</strong>ria ser eterno."<br />

Na Venezuela, o presi<strong>de</strong>nte Hugo Chávez classificou a medida como "um<br />

gran<strong>de</strong> triunfo", mas afirmou consi<strong>de</strong>rá-la ape<strong>na</strong>s o "início <strong>de</strong> uma nova etapa"<br />

para a região.<br />

Chávez insistiu que a OEA passe por uma reforma, ou <strong>de</strong>verá ser "enterrada".<br />

"Milagre"<br />

Até a noite <strong>de</strong> terça-feira, os chanceleres da OEA não haviam chegado a um<br />

acordo em relação às duas propostas em disputa.<br />

Os EUA condicio<strong>na</strong>vam a suspensão da resolução que expulsou Cuba a<br />

"reformas <strong>de</strong>mocráticas" por parte do governo cubano.<br />

Já os países da Alba (Alter<strong>na</strong>tiva Bolivaria<strong>na</strong> para as Américas) <strong>de</strong>fendiam a<br />

suspensão da resolução <strong>de</strong> 1962 <strong>de</strong> maneira incondicio<strong>na</strong>l, por consi<strong>de</strong>rarem<br />

um "erro histórico" manter a <strong>de</strong>cisão tomada há 47 anos.<br />

A <strong>de</strong>cisão surpreen<strong>de</strong>u as expectativas dos chanceleres reunidos em San<br />

Pedro Sula, no nor<strong>de</strong>ste <strong>de</strong> Honduras. Mais cedo, o ministro <strong>de</strong> Relações<br />

Exteriores, Celso Amorim, havia admitido que um acordo entre os países neste<br />

momento seria "um milagre".<br />

A secretária <strong>de</strong> Estado america<strong>na</strong>, Hillary Clinton, <strong>de</strong>ixou a reunião <strong>na</strong> noite <strong>de</strong><br />

terça-feira advertindo que não havia consenso entre os países e que a posição<br />

dos Estados Unidos estava praticamente isolada.<br />

Ao abando<strong>na</strong>r o encontro, Hillary disse que uma <strong>de</strong>legação america<strong>na</strong><br />

acompanharia o prosseguimento da reunião e continuaria pressio<strong>na</strong>ndo os<br />

outros membros da OEA para chegar a um resultado que os Estados Unidos<br />

pu<strong>de</strong>ssem apoiar.<br />

"Cúmplice"<br />

A reincorporação <strong>de</strong> Cuba à OEA <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do governo cubano. Tanto o lí<strong>de</strong>r<br />

Fi<strong>de</strong>l Castro como seu irmão e presi<strong>de</strong>nte, Raúl Castro, afirmaram que não


estão interessados em voltar à entida<strong>de</strong> por consi<strong>de</strong>rarem que trata-se <strong>de</strong> um<br />

"instrumento" dos Estados Unidos para o controle regio<strong>na</strong>l.<br />

Em seu último artigo, Fi<strong>de</strong>l Castro acusou a OEA <strong>de</strong> ser "cúmplice" <strong>de</strong> crimes<br />

cometidos contra Cuba.<br />

03/06/2009<br />

Para Lula, fim <strong>de</strong> suspensão a Cuba da OEA foi 'vitória do povo latino-<br />

americano'<br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 15:50<br />

“O presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a <strong>de</strong>cisão da Organização<br />

dos Estados Americanos (OEA) <strong>de</strong> revogar a suspensão <strong>de</strong> Cuba da entida<strong>de</strong><br />

representa "uma vitória do povo latino-americano"..."Nós apagamos hoje uma<br />

história <strong>de</strong> muitos anos. E hoje recuperamos o direito <strong>de</strong> Cuba participar da<br />

OEA. Eu acho que é uma vitória do povo latino-americano, é uma vitória <strong>de</strong><br />

Cuba, que esperou pacientemente por tantos anos", afirmou Lula...”<br />

Para Lula, fim <strong>de</strong> suspensão a Cuba da OEA foi 'vitória do povo latino-<br />

americano'<br />

O presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a <strong>de</strong>cisão da Organização<br />

dos Estados Americanos (OEA) <strong>de</strong> revogar a suspensão <strong>de</strong> Cuba da entida<strong>de</strong><br />

representa "uma vitória do povo latino-americano".<br />

Os comentários foram feitos minutos antes <strong>de</strong> ele embarcar rumo ao Brasil, em<br />

San José, a capital costa-riquenha, on<strong>de</strong> o presi<strong>de</strong>nte encerrou o seu giro pela<br />

América Central, que o levou a El Salvador, Guatemala e Costa Rica.<br />

Cuba foi suspensa da entida<strong>de</strong> no auge da Guerra Fria, em 1962, sob o<br />

argumento <strong>de</strong> que o país seguia princípios incompatíveis com os da<br />

organização.<br />

A <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>sta quarta-feira surpreen<strong>de</strong>u as expectativas dos chanceleres que<br />

se reuniram <strong>na</strong> cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> San Pedro Sula, no nor<strong>de</strong>ste <strong>de</strong> Honduras, que<br />

abrigou a reunião da OEA <strong>de</strong>ste ano.<br />

Antes <strong>de</strong> o anúncio da revogação ter sido feito, o ministro das Relações<br />

Exteriores, Celso Amorim, chegou a dizer que um acordo entre os países neste<br />

momento seria "um milagre".<br />

Vitória


"Nós apagamos hoje uma história <strong>de</strong> muitos anos. E hoje recuperamos o direito<br />

<strong>de</strong> Cuba participar da OEA. Eu acho que é uma vitória do povo latino-<br />

americano, é uma vitória <strong>de</strong> Cuba, que esperou pacientemente por tantos<br />

anos", afirmou Lula.<br />

O lí<strong>de</strong>r brasileiro acrescentou: "Eu nem sei se Cuba vai querer voltar à OEA,<br />

mas <strong>de</strong> qualquer forma, não estão mais tão margi<strong>na</strong>lizados".<br />

De acordo com o presi<strong>de</strong>nte, o fim do embargo econômico <strong>de</strong>cretado pelos<br />

Estados Unidos contra Cuba é o "próximo passo".<br />

Obama<br />

O lí<strong>de</strong>r brasileiro afirmou sentir uma "vonta<strong>de</strong>" por parte do presi<strong>de</strong>nte dos<br />

Estados Unidos, Barack Obama, em oferecer avanços <strong>na</strong> política america<strong>na</strong><br />

para Cuba.<br />

Em abril <strong>de</strong>ste ano, Obama reverteu <strong>de</strong>cisões restritivas contra Cuba tomadas<br />

por seu antecessor, George W. Bush.<br />

O lí<strong>de</strong>r dos Estados Unidos <strong>de</strong>cidiu, <strong>na</strong> ocasião, abolir o limite <strong>de</strong> viagens a<br />

Cuba por parte <strong>de</strong> cubano-americanos e <strong>de</strong>cretou o fim <strong>de</strong> limites a remessas<br />

<strong>de</strong> dinheiro à ilha, cujo teto era <strong>de</strong> US$ 100.<br />

"Eu sinto vonta<strong>de</strong> (por parte) do presi<strong>de</strong>nte Obama, em várias conversas com<br />

ele, <strong>de</strong> que as coisas sigam acontecendo, nem mais rápido do que po<strong>de</strong><br />

acontecer e nem mais lento do que <strong>de</strong>va acontecer", afirmou.<br />

De acordo com Lula, o fim do impasse entre cubanos e americanos é<br />

complicado, porque "todo mundo fica pensando no prejuízo político ou no<br />

ganho político".<br />

"Mas vai acontecer, eu acho que é irreversível. Não tem mais explicação (para)<br />

o embargo a Cuba", disse.<br />

Indagado se a <strong>de</strong>cisão fortalece a OEA, o presi<strong>de</strong>nte afirmou que mais do que<br />

fortalecer a entida<strong>de</strong>, a revogação da suspensão ao país caribenho foi um ato


em que "prevaleceu o bom senso", porque "ninguém mais conseguia explicar,<br />

ninguém mais conseguia enten<strong>de</strong>r".<br />

De acordo com o presi<strong>de</strong>nte, o período em que Cuba foi "o patinho feio"<br />

acabou, e isso "foi bom para o mundo".<br />

03/06/2009 - 19h54<br />

Justiça argenti<strong>na</strong> <strong>de</strong>creta embargo <strong>de</strong> bens <strong>de</strong> ex-presi<strong>de</strong>nte Carlos<br />

Menem<br />

da France Presse, em Buenos Aires<br />

A Justiça argenti<strong>na</strong> <strong>de</strong>cretou um embargo <strong>de</strong> US$ 26,5 milhões nos bens do<br />

ex-presi<strong>de</strong>nte Carlos Menem, informou nesta quarta-feira uma fonte judicial.<br />

A medida, ditada pelo juiz fe<strong>de</strong>ral Marcelo Martinez <strong>de</strong> Giorgi, também se<br />

esten<strong>de</strong> a membros do governo <strong>de</strong> Menem, como os ex-ministros da<br />

Economia, Domingo Cavallo, e da Justiça, Raúl Granillo Ocampo, e a ex-<br />

secretária do Meio Ambiente Maria Julia Alsogaray.<br />

De Giorgi está investigando o pagamento <strong>de</strong> propi<strong>na</strong>s <strong>de</strong> até US$ 100 mil<br />

fi<strong>na</strong>nciadas com fundos <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>dos ao Ministério da Defesa ou à Secretaria <strong>de</strong><br />

Inteligência do Estado, <strong>de</strong>stacou a fonte.<br />

Carlos Menem, 78, que dirigiu o país <strong>de</strong> 1989 a 1999, acumula vários<br />

processos por corrupção. Em março passado, foi julgado em um caso <strong>de</strong><br />

frau<strong>de</strong> envolvendo o grupo francês Thales.<br />

O ex-presi<strong>de</strong>nte também está sendo julgado por contrabando <strong>de</strong> armas à<br />

Croácia e ao Equador nos anos 90.<br />

09/06/2009<br />

Venezuela multa ca<strong>na</strong>l <strong>de</strong> oposição em US$ 2,2 milhões<br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 14:00<br />

“A receita fe<strong>de</strong>ral da Venezuela (Seniat) aplicou uma multa <strong>de</strong> US$ 2,2 milhões<br />

ao ca<strong>na</strong>l <strong>de</strong> televisão privado Globovisión, alegando sonegação <strong>de</strong> impostos...<br />

A Globovisión é o principal ca<strong>na</strong>l opositor ao governo da Venezuela... Para o<br />

diretor do ca<strong>na</strong>l, Alberto Fe<strong>de</strong>rico Ravell, a multa tem caráter político...”<br />

Venezuela multa ca<strong>na</strong>l <strong>de</strong> oposição em US$ 2,2 milhões


A receita fe<strong>de</strong>ral da Venezuela (Seniat) aplicou uma multa <strong>de</strong> US$ 2,2 milhões<br />

ao ca<strong>na</strong>l <strong>de</strong> televisão privado Globovisión, alegando sonegação <strong>de</strong> impostos.<br />

A instituição afirma que o ca<strong>na</strong>l não apresentou em sua <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> renda<br />

supostos ganhos com espaços concedidos para difusão <strong>de</strong> propagandas<br />

políticas durante os anos <strong>de</strong> 2002 e 2003, período em que a Venezuela<br />

passava por uma grave crise política.<br />

A Globovisión é o principal ca<strong>na</strong>l opositor ao governo da Venezuela. O fato <strong>de</strong><br />

a emissora frequentemente expressar opiniões contrárias ao presi<strong>de</strong>nte Hugo<br />

Chávez faz com que muitos opositores acreditem que o governo pretenda<br />

"silenciá-la".<br />

Para o diretor do ca<strong>na</strong>l, Alberto Fe<strong>de</strong>rico Ravell, a multa tem caráter político.<br />

"Isso é um terrorismo judicial, fiscal e gover<strong>na</strong>mental", afirmou Ravell, ao ser<br />

notificado.<br />

"Um ca<strong>na</strong>l <strong>de</strong> televisão po<strong>de</strong> ser fechado pela via administrativa ou enforcando-<br />

o economicamente, para que não possa funcio<strong>na</strong>r", acrescentou.<br />

Junto a outros ca<strong>na</strong>is, a Globovisión é acusada pelo governo <strong>de</strong> ter participado<br />

do golpe <strong>de</strong> Estado que, em abril <strong>de</strong> 2002, chegou a afastar Chávez da<br />

Presidência por 48 horas.<br />

Fisco<br />

A direção do ca<strong>na</strong>l alega não ter cobrado pela concessão do espaço <strong>de</strong><br />

transmissão das propagandas políticas.<br />

O Seniat, porém, consi<strong>de</strong>ra que mesmo os espaços doados estão sujeitos ao<br />

pagamento <strong>de</strong> impostos.<br />

Segundo Fanny Márquez, representante do Seniat, ao não <strong>de</strong>clarar os espaços<br />

doados, o ca<strong>na</strong>l "ocultou isso e não pagou impostos ao Estado".<br />

De acordo com Márquez, o mesmo ocorreu com outros dois ca<strong>na</strong>is privados,<br />

que segundo a funcionária, aceitaram pagar a multa.<br />

"Campanhas perversas"<br />

Também nesta sexta-feira, o diretor da Comissão Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong><br />

Telecomunicações da Venezuela (Co<strong>na</strong>tel), Diosdado Cabello, solicitou ao<br />

Ministério Público que realize uma investigação contra a Globovisión,<br />

acusando-a <strong>de</strong> transmitir "campanhas perversas" contra o Estado e a<br />

população venezuela<strong>na</strong>.<br />

Des<strong>de</strong> 2008, foram apresentadas três <strong>de</strong>núncias oficiais contra o ca<strong>na</strong>l. Caso


seja con<strong>de</strong><strong>na</strong>da, a emissora po<strong>de</strong> ser retirada do ar por 72 horas e, se reincidir<br />

em supostas irregularida<strong>de</strong>s, po<strong>de</strong> vir a ser fechada <strong>de</strong>finitivamente.<br />

O último inci<strong>de</strong>nte da disputa entre governo e a Globovisión ocorreu em maio,<br />

quando o ca<strong>na</strong>l noticiou, antes das autorida<strong>de</strong>s venezuela<strong>na</strong>s, um tremor <strong>de</strong><br />

terra <strong>de</strong> baixa intensida<strong>de</strong> em Caracas.<br />

Na ocasião, Ravell afirmou que o governo não havia sido capaz <strong>de</strong> informar a<br />

tempo a população.<br />

Chávez respon<strong>de</strong>u acusando o diretor da Globovisión <strong>de</strong> ser "um louco com um<br />

canhão", ao preten<strong>de</strong>r gerar "terror" entre a população, e ameaçou cassar a<br />

concessão do ca<strong>na</strong>l.<br />

"Usura"<br />

A aplicação da multa contra a Globovisión ocorre horas <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> a polícia ter<br />

inspecio<strong>na</strong>do, pela segunda vez, a casa do presi<strong>de</strong>nte do ca<strong>na</strong>l, Guillermo<br />

Zuloaga, que, <strong>de</strong>ssa vez, foi acusado <strong>de</strong> cometer <strong>de</strong>lito ambiental.<br />

Na casa <strong>de</strong> Zuloaga foram encontradas várias cabeças <strong>de</strong> animais silvestres<br />

empalhadas.<br />

No mês passado, em outra batida, a polícia apreen<strong>de</strong>u 24 automóveis novos<br />

<strong>na</strong> casa do empresário. Nesta sema<strong>na</strong>, Zuloaga foi acusado formalmente pelo<br />

crime <strong>de</strong> "usura".<br />

O Ministério Público acusou o empresário, que é sócio <strong>de</strong> duas<br />

concessionárias <strong>de</strong> veículos, <strong>de</strong> "estocar" os carros em sua residência para,<br />

em seguida, revendê-los com preços mais altos.<br />

Na Venezuela, os consumidores precisam entrar em uma fila <strong>de</strong> espera <strong>de</strong><br />

meses para comprar automóveis novos, pois a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção das<br />

montadoras é inferior à <strong>de</strong>manda.<br />

Para a oposição, no entanto, as medidas são uma estratégia do governo para<br />

"encurralar" a Globovisión.<br />

09/06/2009<br />

Conflito entre índios e polícia teria matado 47 no Peru<br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 15:20<br />

“O confronto entre índios e policiais em Bagua, <strong>na</strong> região amazônica do Peru,<br />

<strong>de</strong>ixou mais nove agentes mortos e sete <strong>de</strong>saparecidos neste sábado... Os


índios protestam contra uma lei que permite a exploração por empresas<br />

estrangeiras <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e minério em terras indíge<strong>na</strong>s... Os conflitos<br />

começaram <strong>na</strong> madrugada <strong>de</strong> sexta-feira, quando policiais tentaram liberar<br />

uma estrada que havia sido fechada pelos indíge<strong>na</strong>s...”<br />

Conflito entre índios e polícia teria matado 47 no Peru<br />

O confronto entre índios e policiais em Bagua, <strong>na</strong> região amazônica do Peru,<br />

<strong>de</strong>ixou mais nove agentes mortos e sete <strong>de</strong>saparecidos neste sábado, segundo<br />

informações das autorida<strong>de</strong>s perua<strong>na</strong>s.<br />

A polícia afirma que os homens eram reféns dos indíge<strong>na</strong>s e morreram durante<br />

uma operação para libertar o grupo que teria sido rendido <strong>na</strong> sexta-feira.<br />

Os índios protestam contra uma lei que permite a exploração por empresas<br />

estrangeiras <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e minério em terras indíge<strong>na</strong>s.<br />

Nos últimos dias, os confrontos teriam <strong>de</strong>ixado pelo menos 22 policiais mortos.<br />

Representantes da Associação Interétnica <strong>de</strong> Desenvolvimento da Selva<br />

Perua<strong>na</strong> (AIDESEP), que representa os indíge<strong>na</strong>s, pelo menos 25<br />

manifestantes da etnia awajún já morreram.<br />

Os conflitos começaram <strong>na</strong> madrugada <strong>de</strong> sexta-feira, quando policiais<br />

tentaram liberar uma estrada que havia sido fechada pelos indíge<strong>na</strong>s.<br />

Acusações<br />

A ação gerou protestos e, por volta do meio dia, segundo a imprensa perua<strong>na</strong>,<br />

as manifestações se espalharam pelas cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Bagua e Jaén, on<strong>de</strong><br />

edifícios públicos foram incendiados.<br />

O presi<strong>de</strong>nte do Peru, Alan García, lamentou as mortes e responsabilizou os<br />

inci<strong>de</strong>ntes a "falsos dirigentes indíge<strong>na</strong>s".<br />

Em entrevista à BBC, o chanceler peruano, José Antonio García Belaún<strong>de</strong>,<br />

afirmou que os manifestantes "portavam armas <strong>de</strong> fogo" e que teriam atirado<br />

contra helicópteros e "logo conseguiram matar policiais".<br />

Já a organização indíge<strong>na</strong> AIDESEP negou as acusações e responsabilizou o<br />

po<strong>de</strong>r executivo pelas mortes, por ter or<strong>de</strong><strong>na</strong>ndo a repressão aos protestos.<br />

Em uma entrevista coletiva nesta sexta-feira, o presi<strong>de</strong>nte da AIDESEP,<br />

Alberto Pizango, afirmou que os indíge<strong>na</strong>s foram "fuzilados" pelos policiais. Ele<br />

pediu também a "atenção inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l" para o caso.<br />

Decretos do governo<br />

Des<strong>de</strong> 9 <strong>de</strong> abril, grupos indíge<strong>na</strong>s peruanos vêm realizando protestos contra


uma série <strong>de</strong> <strong>de</strong>cretos legislativos do presi<strong>de</strong>nte Alan García.<br />

Entre as leis questio<strong>na</strong>das pelos indíge<strong>na</strong>s está uma que regulamenta o<br />

manejo dos recursos hídricos do país e outra que estabelece parâmetros para<br />

a administração <strong>de</strong> recursos florestais.<br />

A nova legislação foi estabelecida em 2008 pelo presi<strong>de</strong>nte, com o uso <strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong>res especiais concedidos a ele pelo Congresso para o processo <strong>de</strong><br />

implementação do acordo <strong>de</strong> livre comércio entre Peru e Estados Unidos.<br />

As comunida<strong>de</strong>s indíge<strong>na</strong>s argumentam que a legislação é "prejudicial" a seus<br />

direitos, por permitir a "privatização" das florestas e dos recursos hídricos.<br />

Até agora, os protestos incluíram bloqueios <strong>de</strong> estradas, o fechamento <strong>de</strong><br />

válvulas <strong>de</strong> gasodutos e o bloqueio <strong>de</strong> rios para <strong>na</strong>vegação.<br />

09/06/2009<br />

Conflito entre índios e polícia teria matado 47 no Peru<br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 15:55<br />

“O Exército do Peru montou postos <strong>de</strong> controle e impôs toque <strong>de</strong> recolher <strong>na</strong>s<br />

províncias <strong>de</strong> Bagua e Utcubamba, <strong>na</strong> Amazônia perua<strong>na</strong>, palco <strong>de</strong> violentos<br />

confrontos entre a polícia e manifestantes indíge<strong>na</strong>s que po<strong>de</strong>m ter <strong>de</strong>ixado<br />

mais <strong>de</strong> 50 mortos...”<br />

Peru impõe toque <strong>de</strong> recolher em zo<strong>na</strong> <strong>de</strong> confronto <strong>na</strong> Amazônia<br />

O Exército do Peru montou postos <strong>de</strong> controle e impôs toque <strong>de</strong> recolher <strong>na</strong>s<br />

províncias <strong>de</strong> Bagua e Utcubamba, <strong>na</strong> Amazônia perua<strong>na</strong>, palco <strong>de</strong> violentos<br />

confrontos entre a polícia e manifestantes indíge<strong>na</strong>s que po<strong>de</strong>m ter <strong>de</strong>ixado<br />

mais <strong>de</strong> 50 mortos.<br />

As autorida<strong>de</strong>s confirmaram a morte <strong>de</strong> 22 policiais e nove manifestantes, mas<br />

representantes dos índios afirmam ter perdido 30 colegas.<br />

A<strong>na</strong>listas dizem que essa é a pior onda <strong>de</strong> violência registrada no Peru <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

fim da militância do grupo Sen<strong>de</strong>ro Luminoso, <strong>na</strong> década <strong>de</strong> 90, e o maior<br />

<strong>de</strong>safio enfrentado pelo atual presi<strong>de</strong>nte, Alan García, que está no po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

2006.<br />

O toque <strong>de</strong> recolher foi imposto das 15h <strong>de</strong> sábado às 6h <strong>de</strong>ste domingo (17h<br />

<strong>de</strong> sábado às 9h <strong>de</strong>ste domingo, no horário <strong>de</strong> Brasília), e 72 pessoas teriam<br />

sido presas.


Os conflitos começaram <strong>na</strong> sexta-feira, quando índios revoltados com uma lei<br />

que permite a exploração <strong>de</strong> recursos <strong>na</strong>turais em terras que eles ocupam<br />

fecharam uma estrada e fizeram refém um grupo <strong>de</strong> 38 policiais.<br />

Pelo menos nove <strong>de</strong>les morreram no confronto que se seguiu a uma operação<br />

militar para resgatar os policiais no sábado.<br />

Lei polêmica<br />

O presi<strong>de</strong>nte García divulgou uma nota afirmando que o Peru sofreu uma<br />

"agressão contra a <strong>de</strong>mocracia", mas prometeu reagir "com compostura e<br />

firmeza".<br />

Os índios protestam contra uma lei que permite a exploração por empresas<br />

estrangeiras <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e minério em terras indíge<strong>na</strong>s.<br />

Os conflitos começaram <strong>na</strong> madrugada <strong>de</strong> sexta-feira, quando policiais<br />

tentaram liberar uma estrada que havia sido fechada pelos indíge<strong>na</strong>s.<br />

Des<strong>de</strong> 9 <strong>de</strong> abril, grupos indíge<strong>na</strong>s peruanos vêm realizando protestos contra<br />

uma série <strong>de</strong> <strong>de</strong>cretos legislativos do presi<strong>de</strong>nte Alan García.<br />

Entre as leis questio<strong>na</strong>das pelos indíge<strong>na</strong>s está uma que regulamenta o<br />

manejo dos recursos hídricos do país e outra que estabelece parâmetros para<br />

a administração <strong>de</strong> recursos florestais.<br />

A nova legislação foi estabelecida em 2008 pelo presi<strong>de</strong>nte, com o uso <strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong>res especiais concedidos a ele pelo Congresso para o processo <strong>de</strong><br />

implementação do acordo <strong>de</strong> livre comércio entre Peru e Estados Unidos.<br />

As comunida<strong>de</strong>s indíge<strong>na</strong>s argumentam que a legislação é "prejudicial" a seus<br />

direitos, por permitir a "privatização" das florestas e dos recursos hídricos.<br />

Até agora, os protestos incluíram bloqueios <strong>de</strong> estradas, o fechamento <strong>de</strong><br />

válvulas <strong>de</strong> gasodutos e o bloqueio <strong>de</strong> rios para <strong>na</strong>vegação.<br />

09/06/2009<br />

Lí<strong>de</strong>r indíge<strong>na</strong> peruano pe<strong>de</strong> asilo à Nicarágua<br />

BBC Brasil<br />

Acesso16:30<br />

“O lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> manifestantes indíge<strong>na</strong>s peruanos que têm protagonizado uma<br />

tensa campanha <strong>de</strong> protestos contra o governo, Alberto Pizango, pediu asilo à<br />

Embaixada da Nicarágua em Lima... Alberto Pizango, que está sendo<br />

procurado pela polícia perua<strong>na</strong> sob a acusação <strong>de</strong> rebelião e sedição, era


suspeito <strong>de</strong> haver escapado para a vizinha Bolívia, em meio a uma violência<br />

que, segundo os relatos, já teria feito 50 mortos, entre policiais e<br />

manifestantes...”<br />

Lí<strong>de</strong>r indíge<strong>na</strong> peruano pe<strong>de</strong> asilo à Nicarágua<br />

O lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> manifestantes indíge<strong>na</strong>s peruanos que têm protagonizado uma tensa<br />

campanha <strong>de</strong> protestos contra o governo, Alberto Pizango, pediu asilo à<br />

Embaixada da Nicarágua em Lima, informou o governo peruano.<br />

"Acabo <strong>de</strong> receber um comunicado da Embaixada da Nicarágua, que diz que<br />

<strong>na</strong> tar<strong>de</strong> <strong>de</strong> hoje (segunda-feira) se refugiou nesta missão o cidadão Alberto<br />

Pizango", afirmou o primeiro-ministro peruano, Yehu<strong>de</strong> Simon.<br />

Alberto Pizango, que está sendo procurado pela polícia perua<strong>na</strong> sob a<br />

acusação <strong>de</strong> rebelião e sedição, era suspeito <strong>de</strong> haver escapado para a vizinha<br />

Bolívia, em meio a uma violência que, segundo os relatos, já teria feito 50<br />

mortos, entre policiais e manifestantes.<br />

O correspon<strong>de</strong>nte da BBC no Peru, Dan Collyns, que está <strong>na</strong> cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bagua<br />

Gran<strong>de</strong>, epicentro do conflito, <strong>de</strong>screveu um ambiente <strong>de</strong> tensão realativa <strong>na</strong><br />

área. Forças policiais perua<strong>na</strong>s impuseram toque <strong>de</strong> recolher <strong>na</strong>s três<br />

principais cida<strong>de</strong>s.<br />

Enquanto isso, cente<strong>na</strong>s <strong>de</strong> indíge<strong>na</strong>s refugiados aguardam para serem<br />

transferidos aos seus povoados. Muitos afirmam que o cerco os impe<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

recuperar os corpos <strong>de</strong> seus familiares mortos.<br />

Violência<br />

O povoado amazônico, que fica 1.400 km ao norte da capital, Lima, foi palco <strong>de</strong><br />

violência acentuada no fim-<strong>de</strong>-sema<strong>na</strong>, quando que cerca <strong>de</strong> 2,5 mil indíge<strong>na</strong>s,<br />

muitos armados com facões, protestaram contra planos do governo <strong>de</strong> permitir<br />

a exploração <strong>de</strong> recursos <strong>na</strong>turais <strong>na</strong> região.<br />

Cerca <strong>de</strong> 400 policiais <strong>de</strong> choque tentaram liberar uma estrada próxima <strong>de</strong><br />

Bagua Gran<strong>de</strong>, e o resultado foi mais violência. Um grupo <strong>de</strong> 38 <strong>de</strong>les foi feito<br />

refém.<br />

Na violência que se seguiu, 22 policiais foram confirmados mortos. Relatos<br />

afirmam que cerca <strong>de</strong> 30 indíge<strong>na</strong>s teriam sido mortos.<br />

Segundo o correspon<strong>de</strong>nte da BBC, as comunida<strong>de</strong>s indíge<strong>na</strong>s questio<strong>na</strong>m os<br />

números <strong>de</strong> vítimas divulgados pelo governo, e elaboraram suas próprias listas<br />

<strong>de</strong> mortos e <strong>de</strong>saparecidos entre os manifestantes.


Em nota divulgada <strong>na</strong> noite da segunda-feira, uma organização perua<strong>na</strong> <strong>de</strong><br />

direitos humanos, Epaf, manifestou cautela em relação à veracida<strong>de</strong> dos<br />

números divulgados por ambos os lados.<br />

Em Bagua, 1.400km <strong>de</strong> Lima, calma é 'tensa', diz enviado da BBC<br />

"Manifestamos preocupação <strong>de</strong> que os números <strong>de</strong> mortos e feridos divulgado<br />

pelo governo e as organizações da socieda<strong>de</strong> civil sejam distintos e em muitos<br />

casos contraditórios", afirmou a organização.<br />

A ONG disse ainda "sentir que as explicações dadas pelo Estado para a<br />

intervenção proveem justificativa insuficiente para as ações tomadas".<br />

Ressentimento<br />

Dan Collyns observou que é forte o ressentimento <strong>de</strong> governo e manifestantes<br />

nos conflitos que se transformaram em violência.<br />

O governo veicula campanhas televisivas retratando os povos <strong>na</strong>tivos como<br />

"selvagens" e "bárbaros" que matam policiais <strong>de</strong>sarmados e fazem outros<br />

reféns.<br />

Já os indíge<strong>na</strong>s dizem que estão <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo seus diretos ancestrais à terra.<br />

"Nossa floresta é nosso mercado, é <strong>de</strong> on<strong>de</strong> tiramos o que precisamos para<br />

sobreviver. A direção que este governo está tomando vai nos <strong>de</strong>ixar ape<strong>na</strong>s<br />

com água e ar", disse uma à BBC.<br />

Des<strong>de</strong> princípios <strong>de</strong> abril, o governo do presi<strong>de</strong>nte Alan Garcia enfrenta<br />

protestos indíge<strong>na</strong>s contra uma série <strong>de</strong> <strong>de</strong>cretos legislativos que regulam os<br />

recursos hídricos e florestais, em especial contra uma lei que permite às<br />

empresas estrangeiras explorar ma<strong>de</strong>ira e minérios em terras indíge<strong>na</strong>s.<br />

Mas o Executivo afirma que a legislação garante 12 milhões <strong>de</strong> hectares <strong>de</strong><br />

floresta aos povos indíge<strong>na</strong>s.<br />

10/06/2009<br />

Cuba anuncia que não vai retor<strong>na</strong>r à OEA<br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 14:30<br />

“O governo cubano anunciou formalmente nesta segunda-feira que não vai se<br />

tor<strong>na</strong>r um membro da Organização dos Estados Americanos (OEA)... o<br />

governo agra<strong>de</strong>ce os esforços <strong>de</strong> países latino-americanos e caribenhos por


<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>rem o direito <strong>de</strong> Cuba <strong>de</strong> retor<strong>na</strong>r à OEA, mas diz que a organização<br />

apoia a hostilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Washington contra a ilha e que prefere manter sua<br />

in<strong>de</strong>pendência...”<br />

Cuba anuncia que não vai retor<strong>na</strong>r à OEA<br />

O governo cubano anunciou formalmente nesta segunda-feira que não vai se<br />

tor<strong>na</strong>r um membro da Organização dos Estados Americanos (OEA).<br />

Em um comunicado publicado no jor<strong>na</strong>l Granma, do Partido Comunista, o<br />

governo agra<strong>de</strong>ce os esforços <strong>de</strong> países latino-americanos e caribenhos por<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>rem o direito <strong>de</strong> Cuba <strong>de</strong> retor<strong>na</strong>r à OEA, mas diz que a organização<br />

apoia a hostilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Washington contra a ilha e que prefere manter sua<br />

in<strong>de</strong>pendência.<br />

O governo <strong>de</strong> Cuba foi suspenso da OEA em 1962, em ple<strong>na</strong> Guerra Fria, sob<br />

o argumento <strong>de</strong> que seguia princípios incompatíveis com os da oganização. Na<br />

quarta-feira passada, em reunião em Honduras, a OEA revogou a suspensão<br />

<strong>de</strong> Cuba.<br />

Inicialmente, os Estados Unidos só aceitavam revogar a suspensão caso Cuba<br />

se comprometesse a respeitar os direitos humanos e a <strong>de</strong>mocracia. No<br />

entanto, <strong>na</strong> reunião da sema<strong>na</strong> passada, os americanos acabaram apoiando<br />

um voto <strong>de</strong> compromisso levantando a suspensão.<br />

"Que a participação <strong>de</strong> Cuba <strong>na</strong> OEA seja resultado <strong>de</strong> um diálogo realizado a<br />

pedido do governo <strong>de</strong> Cuba e em conformida<strong>de</strong> com a prática e os princípios"<br />

da entida<strong>de</strong>, diz a resolução.<br />

Relacio<strong>na</strong>mento<br />

Segundo o correspon<strong>de</strong>nte da BBC em Hava<strong>na</strong>, Michael Voss, houve melhora<br />

no relacio<strong>na</strong>mento entre Cuba e os Estados Unidos com os novos governos <strong>de</strong><br />

Raúl Castro e Barack Obama.<br />

Em março, Obama levantou restrições a viagens <strong>de</strong> cubanos americanos para<br />

a ilha e também pôs fim aos limites para envio <strong>de</strong> dinheiro.<br />

Raúl Castro recentemente concordou em retomar conversações com as<br />

autorida<strong>de</strong>s america<strong>na</strong>s sobre a imigração <strong>de</strong> cubanos para os Estados Unidos<br />

e em ampliar as negociações para envolver também medidas antidrogas e <strong>de</strong><br />

resposta a <strong>de</strong>sastres <strong>na</strong>turais.<br />

No entanto, segundo o correspon<strong>de</strong>nte da BBC, os avanços ainda são lentos, e<br />

os Estados Unidos ainda condicio<strong>na</strong>m o fim do embargo comercial contra Cuba


a reformas <strong>de</strong>mocráticas <strong>na</strong> ilha.<br />

11/06/2009 - 13h15<br />

Jobim diz que i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> punir militares da ditadura é "revanchismo"<br />

da Agência Brasil<br />

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, classificou como "revanchismo" a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />

punir militares que tenham cometido atos <strong>de</strong> tortura durante o período <strong>de</strong><br />

ditadura militar.<br />

Embora tenha organizado um grupo <strong>de</strong> trabalho que já está em campo para<br />

localizar mortos da Guerrilha do Araguaia, Jobim afirmou que a busca tem a<br />

importância <strong>de</strong> contemplar o direito à memória e não <strong>de</strong> servir ao revanchismo.<br />

"Uma coisa é o direito à memória, outra é revanchismo e para o revanchismo,<br />

não contem comigo."<br />

A i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> <strong>de</strong>rrubar o perdão aos militares que cometeram atos <strong>de</strong> tortura está<br />

presente em uma ação apresentada em outubro do ano passado pela OAB<br />

(Or<strong>de</strong>m dos Advogados do Brasil) ao STF (Supremo Tribu<strong>na</strong>l Fe<strong>de</strong>ral).<br />

A ação questio<strong>na</strong> a prescrição e a responsabilização <strong>de</strong> crimes <strong>de</strong> tortura<br />

praticados durante o regime militar. Ela contesta a valida<strong>de</strong> do artigo 1º da Lei<br />

da Anistia (6.683/79), que consi<strong>de</strong>ra como conexos e igualmente perdoados os<br />

crimes "<strong>de</strong> qualquer <strong>na</strong>tureza" relacio<strong>na</strong>dos aos crimes políticos ou praticados<br />

por motivação política, no período <strong>de</strong> 2 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1961 a 15 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong><br />

1979.<br />

Políticos e organizações <strong>de</strong>fensoras <strong>de</strong> direitos humanos <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m que a Lei<br />

<strong>de</strong> Anistia não <strong>de</strong>ve servir para absolver os militares que torturaram. Na<br />

avaliação <strong>de</strong> Jobim, se o STF for favorável à ação estará cometendo um<br />

equívoco.<br />

"Se o Supremo <strong>de</strong>cidir que a Lei <strong>de</strong> Anistia não é bilateral, o que eu não<br />

acredito, terá que enfrentar um outro assunto: a prescrição. Há um equívoco.<br />

Dizem que os tratados inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is consi<strong>de</strong>ram alguns crimes imprescritíveis.<br />

Mas, no Brasil, não é assim. Os tratados inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is aqui não valem mais<br />

que a Constituição. Eles estão sujeitos à Constituição brasileira, que dá<br />

imprescritibilida<strong>de</strong> para um crime só: o <strong>de</strong> racismo. Trata-se <strong>de</strong> uma questão


legal", disse.<br />

Jobim <strong>de</strong>stacou a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tomar atitu<strong>de</strong>s diferentes das que foram<br />

tomadas por outros países da América Lati<strong>na</strong>, como a Argenti<strong>na</strong> e o Uruguai<br />

sobre o período. "Quero que o futuro se aproxime do presente. Às vezes,<br />

gastamos uma energia brutal refazendo o passado. Existem países sul-<br />

americanos que estão ainda refazendo o passado, não estão construindo o<br />

futuro. Eu prefiro gastar minha energia construindo o futuro."<br />

"Não posso comparar o Brasil com a Argenti<strong>na</strong> ou com o Uruguai. Houve um<br />

acordo político em 1979. Houve um projeto <strong>de</strong> lei que foi aprovado pelo<br />

Congresso Nacio<strong>na</strong>l. A questão hoje não é discutir se é a favor ou contra<br />

torturadores. A questão hoje é saber se po<strong>de</strong>mos ou <strong>de</strong>vemos rever um acordo<br />

político que foi feito por uma classe política que já hoje está praticamente<br />

<strong>de</strong>saparecida. É legítimo fazer isso? Vamos per<strong>de</strong>r um tempo imenso fazendo<br />

isso", afirmou Jobim.<br />

A criação da operação para localizar mortos da Guerrilha do Araguaia,<br />

chamada <strong>de</strong> Operação Tocantins, aten<strong>de</strong> a uma <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção judicial para que<br />

o Estado brasileiro dê respostas sobre o assunto. A sentença da Justiça<br />

Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>terminou a quebra do sigilo das informações militares sobre todas as<br />

operações <strong>de</strong> combate à Guerrilha do Araguaia e que a União informe on<strong>de</strong><br />

estão sepultados os mortos no episódio.<br />

Há uma sema<strong>na</strong>, o ministro se reuniu com integrantes da Comissão <strong>de</strong> Mortos<br />

<strong>de</strong> Desaparecidos Políticos da Secretaria Especial <strong>de</strong> Direitos Humanos para<br />

apresentar o planejamento das ações do grupo <strong>de</strong> trabalho, criado no fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong><br />

abril.<br />

"Temos uma obrigação legal <strong>de</strong> prestarmos informações em uma ação judicial<br />

que <strong>de</strong>terminou que nós localizássemos os cadáveres. A primeira fase [da<br />

operação] já foi montada, que é a nomeação <strong>de</strong>sse grupo <strong>de</strong> trabalho, e agora<br />

vem a segunda, que é o reconhecimento do local. Na segunda quinze<strong>na</strong> <strong>de</strong><br />

julho começa a terceira fase. Depen<strong>de</strong>ndo do resultado ainda tem a quarta<br />

fase, que envolvem laboratórios para a análise do que foi encontrado", disse o<br />

ministro.<br />

11/06/2009 - 16h11<br />

Morre chefe <strong>de</strong> grupo <strong>de</strong> extermínio argentino


colaboração para a Folha Online<br />

O ex-chefe operacio<strong>na</strong>l do grupo ultradireitista argentino Aliança Anticomunista<br />

Argenti<strong>na</strong>, Rodolfo Almirón, acusado <strong>de</strong> crimes <strong>de</strong> lesa-humanida<strong>de</strong>, morreu<br />

aos 73 anos em um hospital <strong>de</strong> Buenos Aires, informaram fontes judiciais nesta<br />

quinta-feira.<br />

Almirón, que cumpria prisão domiciliar, foi transferido há algumas sema<strong>na</strong>s ao<br />

hospital Ramos Mejía <strong>de</strong>vido a uma piora em seu estado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Nesta<br />

quinta-feira, ele teve uma parada cardiorrespiratória e não resistiu.<br />

Almirón li<strong>de</strong>rou a organização conhecida como Triplo A. Entre 1973 e 1975, o<br />

grupo cometeu cerca <strong>de</strong> mil assassi<strong>na</strong>tos durante o mandato da ex-presi<strong>de</strong>nte<br />

argenti<strong>na</strong> María Estela Martínez <strong>de</strong> Perón --mais conhecida como Isabelita<br />

Perón-- e <strong>de</strong> seu ministro do Bem-estar Social, José López Rega.<br />

Após a queda <strong>de</strong> López Rega, Almirón fugiu para a Espanha, on<strong>de</strong> foi <strong>de</strong>tido<br />

no fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> 2006 com o objetivo <strong>de</strong> ser extraditado à Argenti<strong>na</strong>.<br />

Ao retor<strong>na</strong>r, foi levado a um presídio e processado por pelo menos 12 crimes,<br />

mas não chegou a ser con<strong>de</strong><strong>na</strong>do e conseguiu o regime <strong>de</strong> prisão domiciliar<br />

<strong>de</strong>vido à gravida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu estado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> após uma embolia cerebral.<br />

Segundo a ação aberta pelo juiz argentino Norberto Oyarbi<strong>de</strong>, López Rega foi o<br />

'supervisor político' do Triplo A e Almirón atuou como 'responsável militar' do<br />

grupo.<br />

O processo judicial contra o grupo, no qual Isabelita Perón também foi<br />

acusada, foi aberto há três décadas, fechado em 1989 e reaberto em 2007,<br />

quando o governo do ex-presi<strong>de</strong>nte Néstor Kirchner aboliu as leis <strong>de</strong> perdão e<br />

os indultos concedidos a repressores acusados <strong>de</strong> crimes <strong>de</strong> lesa-humanida<strong>de</strong>.<br />

Com Efe e France Presse<br />

12/06/2009 - 09h36<br />

América Lati<strong>na</strong> per<strong>de</strong>u 1 milhão <strong>de</strong> empregos no 1º trimestre<br />

THIAGO GUIMARÃES<br />

da Folha <strong>de</strong> S.Paulo, em Buenos Aires<br />

A crise mundial fez com que 1 milhão <strong>de</strong> pessoas per<strong>de</strong>ssem seus empregos<br />

<strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong> no primeiro trimestre <strong>de</strong>ste ano, apontaram ontem a Cepal<br />

(Comissão Econômica para a América Lati<strong>na</strong> e o Caribe) e a OIT (Organização


Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l do Trabalho).<br />

Segundo relatório dos órgãos, ligados à ONU, a taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego <strong>na</strong> região<br />

atingiu 8,5% no primeiro trimestre, ante 7,9% um ano antes.<br />

"A queda <strong>na</strong> <strong>de</strong>manda exter<strong>na</strong> [exportações] e as restrições <strong>de</strong> crédito tiveram<br />

forte impacto sobre o mercado <strong>de</strong> trabalho", afirmou à Folha Osvaldo Kacef,<br />

diretor <strong>de</strong> Desenvolvimento Econômico da Cepal.<br />

A partir <strong>de</strong> uma previsão <strong>de</strong> queda <strong>de</strong> 1,7% no PIB regio<strong>na</strong>l em 2009, Cepal e<br />

OIT estimam que o percentual <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempregados alcance até 9,1% até o fim<br />

do ano --consi<strong>de</strong>rando uma melhora gradual da situação a partir do segundo<br />

semestre.<br />

"Isso significa que entre 2,8 milhões e 3,9 milhões <strong>de</strong> pessoas po<strong>de</strong>riam se<br />

somar aos 15,9 milhões <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempregados que havia em 2008 nos centros<br />

urbanos", alerta o relatório, que também prevê aumento <strong>na</strong> informalida<strong>de</strong>.<br />

Embora o <strong>de</strong>semprego feminino continue superior em toda a região, os dados<br />

do primeiro trimestre indicam que o aumento da <strong>de</strong>socupação atingiu tanto<br />

homens como mulheres.<br />

O <strong>de</strong>semprego urbano subiu mais para os homens no Brasil, no Chile, <strong>na</strong><br />

Colômbia e no México, países nos quais setores que concentram participação<br />

masculi<strong>na</strong> -como construção e indústria- foram mais afetados. A <strong>de</strong>socupação<br />

femini<strong>na</strong> cresceu mais só no Equador.<br />

O informe traz dados dos nove países latino-americanos que, segundo a Cepal<br />

e a OIT, dispõem <strong>de</strong> estatísticas contínuas para avaliar a evolução do mercado<br />

<strong>de</strong> trabalho.<br />

Pelos números, a maioria dos países registra aumento do <strong>de</strong>semprego em<br />

2009, mo<strong>de</strong>rado em alguns casos (Brasil e Colômbia) e superior a um ponto<br />

percentual em outros (Chile, Equador, México). Há redução no Uruguai e <strong>na</strong><br />

Venezuela, já Peru e Argenti<strong>na</strong> mantiveram estabilida<strong>de</strong> --os dados argentinos<br />

estão sob suspeita <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2007, após intervenção no In<strong>de</strong>c (o IBGE local).<br />

Já o comportamento dos salários reais no setor formal foi variado. Há países --<br />

como Brasil (4,5%) e Uruguai (6,2%)-- em que a queda da inflação e os<br />

aumentos do salário mínimo ajudaram a elevar a média dos salários reais.<br />

A Venezuela teve a maior queda nos salários reais, <strong>de</strong> 5,4%, impulsada pela<br />

inflação mais alta da América Lati<strong>na</strong> (30,9% em 2008). Argenti<strong>na</strong>, Peru e<br />

Equador não tinham dados salariais disponíveis.


Medidas anticrise<br />

O ponto <strong>de</strong> reversão da crise ainda é incerto, afirmam Cepal e OIT. Mas as<br />

entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>stacam um melhor preparo da região para enfrentar a crise, bem<br />

como medidas anticíclicas (gastos públicos maiores em período <strong>de</strong> recessão)<br />

para estimular a <strong>de</strong>manda.<br />

Para a Cepal, as políticas mais indicadas envolvem aumento do gasto público,<br />

sobretudo subsídios diretos a setores mais pobres. "Mas, para fazer esse tipo<br />

<strong>de</strong> política focalizada, é necessário um cadastro preciso da população<br />

vulnerável, o que nem todos os países têm", disse Kacef.<br />

Entre medidas tomadas pelo governo brasileiro, o informe cita a ampliação do<br />

seguro-<strong>de</strong>semprego --limitada pelo alto índice <strong>de</strong> informalida<strong>de</strong> no mercado <strong>de</strong><br />

trabalho-- e do Bolsa Família.<br />

16/06/2009<br />

Parlamento do Peru suspen<strong>de</strong> leis que causaram protestos <strong>de</strong> indíge<strong>na</strong>s<br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 15:30<br />

“..., o Congresso do Peru <strong>de</strong>cidiu suspen<strong>de</strong>r temporariamente, nesta quarta-<br />

feira, dois <strong>de</strong>cretos <strong>de</strong> lei que causaram uma série <strong>de</strong> protestos <strong>de</strong> indíge<strong>na</strong>s<br />

da região amazônica do país <strong>na</strong>s últimas sema<strong>na</strong>s... A <strong>de</strong>cisão... causou<br />

revolta entre os parlamentares que representam os indíge<strong>na</strong>s, que exigiam a<br />

suspensão completa das leis...”<br />

Parlamento do Peru suspen<strong>de</strong> leis que causaram protestos <strong>de</strong> indíge<strong>na</strong>s<br />

Depois <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> negociações, o Congresso do Peru <strong>de</strong>cidiu suspen<strong>de</strong>r<br />

temporariamente, nesta quarta-feira, dois <strong>de</strong>cretos <strong>de</strong> lei que causaram uma<br />

série <strong>de</strong> protestos <strong>de</strong> indíge<strong>na</strong>s da região amazônica do país <strong>na</strong>s últimas<br />

sema<strong>na</strong>s.<br />

Segundo fontes do Parlamento, o período durante o qual os <strong>de</strong>cretos ficarão<br />

suspensos ainda <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>do pelo governo e pelo Congresso. A<br />

imprensa local, no entanto, especula que a suspensão po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> 90 dias.<br />

A <strong>de</strong>cisão - por 57 votos a favor, 48 contra e uma abstenção - causou revolta<br />

entre os parlamentares que representam os indíge<strong>na</strong>s, que exigiam a<br />

suspensão completa das leis.


De acordo com o jor<strong>na</strong>lista da BBC Mundo Ricardo Be<strong>na</strong>ssi, os grupos<br />

indíge<strong>na</strong>s alegam que o Decreto Lei 1.090 autoriza a venda para a iniciativa<br />

privada <strong>de</strong> 45 milhões <strong>de</strong> hectares <strong>de</strong> terras com florestas que pertencem ao<br />

Estado e são exploradas por meio <strong>de</strong> concessões atualmente.<br />

De acordo com a agência <strong>de</strong> notícias estatal Andi<strong>na</strong>, a medida também<br />

suspen<strong>de</strong> o <strong>de</strong>creto 1.064, que <strong>de</strong>terminou o regime jurídico para a utilização<br />

agrária <strong>de</strong>stas terras.<br />

Crise<br />

A sessão que aprovou a medida começou com um minuto <strong>de</strong> silêncio em<br />

home<strong>na</strong>gem às vítimas dos confrontos entre indíge<strong>na</strong>s e policiais <strong>na</strong> Província<br />

<strong>de</strong> Bagua, <strong>na</strong> última sexta-feira. Pelo menos 30 manifestantes e 22 policiais<br />

morreram nos conflitos.<br />

Os protestos provocaram a renúncia da ministra da Mulher do governo <strong>de</strong> Alan<br />

García, Carmen Vildoso. Em um comunicado, ela afirmou "não estar <strong>de</strong> acordo<br />

com os argumentos do governo para enfrentar as <strong>de</strong>mandas da população<br />

amazônica".<br />

O governo argumenta que a intenção dos <strong>de</strong>cretos é <strong>de</strong> "or<strong>de</strong><strong>na</strong>r" a exploração<br />

das áreas e que o país precisa <strong>de</strong> investimentos estrangeiros para crescer se<br />

<strong>de</strong>senvolver.<br />

Reação inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />

Nesta quarta-feira, o relator especial para questões indíge<strong>na</strong>s da Organização<br />

das Nações Unidas, James A<strong>na</strong>ya, afirmou, por meio <strong>de</strong> um comunicado, estar<br />

"profundamente preocupado" com os conflitos no Peru e pediu a todas as<br />

partes "que evitem a violência".<br />

A<strong>na</strong>ya ainda pediu que o governo <strong>de</strong> Alan García "adote todas as medidas<br />

necessárias para proteger os direitos e liberda<strong>de</strong>s dos afetados".<br />

A organização <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa dos direitos humanos Anistia Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l também se<br />

disse preocupada com a segurança dos indíge<strong>na</strong>s presos durante os<br />

confrontos.<br />

"Não está claro como estão sendo tratados (os presos), <strong>de</strong> que são acusados e<br />

se têm acesso a assistência médica e legal", disse a organização em um<br />

comunicado.<br />

A organização também afirmou ter relatos <strong>de</strong> uso excessivo da força por parte<br />

das autorida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> que policiais teriam sido "sequestrados e mortos por


membros das comunida<strong>de</strong>s" indíge<strong>na</strong>s.<br />

16/06/2009<br />

Em meio a crise, premiê do Peru diz que <strong>de</strong>ixará o cargo<br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 16:10<br />

“O primeiro-ministro do Peru, Yehu<strong>de</strong> Simon, anunciou nesta terça-feira que<br />

<strong>de</strong>ixará o cargo <strong>na</strong>s próximas sema<strong>na</strong>s, por causa dos violentos conflitos entre<br />

policiais e indíge<strong>na</strong>s que já <strong>de</strong>ixaram 34 mortos <strong>na</strong> região da Amazônia<br />

perua<strong>na</strong>. Simon afirmou, porém, que permanecerá no cargo o tempo<br />

necessário para resolver os conflitos, que são consi<strong>de</strong>rados a crise política<br />

mais grave do governo do presi<strong>de</strong>nte Alan García, no po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2006...”<br />

Em meio a crise, premiê do Peru diz que <strong>de</strong>ixará o cargo<br />

O primeiro-ministro do Peru, Yehu<strong>de</strong> Simon, anunciou nesta terça-feira que<br />

<strong>de</strong>ixará o cargo <strong>na</strong>s próximas sema<strong>na</strong>s, por causa dos violentos conflitos entre<br />

policiais e indíge<strong>na</strong>s que já <strong>de</strong>ixaram 34 mortos <strong>na</strong> região da Amazônia<br />

perua<strong>na</strong>.<br />

Simon afirmou, porém, que permanecerá no cargo o tempo necessário para<br />

resolver os conflitos, que são consi<strong>de</strong>rados a crise política mais grave do<br />

governo do presi<strong>de</strong>nte Alan García, no po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2006.<br />

Ex-ativista <strong>de</strong> esquerda, Simon foi escolhido por García para ser primeiro-<br />

ministro no ano passado, por ser consi<strong>de</strong>rado um gran<strong>de</strong> negociador.<br />

Ele era visto por a<strong>na</strong>listas políticos como uma peça-chave para o governo,<br />

porque po<strong>de</strong>ria solucio<strong>na</strong>r os conflitos sociais que existem no país,<br />

principalmente <strong>na</strong>s regiões mineiras.<br />

Acordo<br />

Os protestos <strong>na</strong> região amazônica foram iniciados há cerca <strong>de</strong> dois meses. Os<br />

manifestantes protestaram contra <strong>de</strong>cretos legislativos aprovados<br />

recentemente pelo governo que permitiriam o investimento <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ireiras e<br />

empresas estrangeiras <strong>de</strong> mineração e energia em áreas que os indíge<strong>na</strong>s<br />

consi<strong>de</strong>ram próprias <strong>de</strong> sua comunida<strong>de</strong>s.<br />

Há 11 dias, violentos confrontos tiveram início <strong>na</strong> cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bágua, quando<br />

policiais foram enviados para liberar uma estrada que havia sido bloqueada por<br />

2,5 mil indíge<strong>na</strong>s.


Na segunda-feira, representantes do Po<strong>de</strong>r Executivo e lí<strong>de</strong>res das etnias<br />

indíge<strong>na</strong>s se reuniram <strong>na</strong> cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> San Ramón e, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> duas horas <strong>de</strong><br />

diálogo, assi<strong>na</strong>ram um acordo <strong>de</strong> conciliação.<br />

Segundo o documento, o governo se compromete a propor a anulação dos<br />

<strong>de</strong>cretos até o dia 18.<br />

Como medida para diminuir a violência e evitar mais mortes, o governo<br />

<strong>de</strong>cretou estado <strong>de</strong> emergência <strong>na</strong> região. Segundo as autorida<strong>de</strong>s perua<strong>na</strong>s,<br />

o estado <strong>de</strong> emergência só será levantado quando as comunida<strong>de</strong>s indíge<strong>na</strong>s<br />

<strong>de</strong>sbloquearem totalmente as estradas.<br />

Para o ministro do Meio Ambiente, Antonio Brack, a <strong>de</strong>cisão tomada pelo<br />

governo <strong>na</strong> última reunião com as comunida<strong>de</strong>s indíge<strong>na</strong>s é um retrocesso<br />

para o país e po<strong>de</strong> afetar o Tratado <strong>de</strong> Livre Comércio com os Estados Unidos.<br />

16/06/2009<br />

Parlamento do Peru revoga leis que causaram protestos indíge<strong>na</strong>s<br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 17:00<br />

“O Congresso do Peru revogou, nesta quinta-feira, os <strong>de</strong>cretos legislativos<br />

1090 e 1064, que estabeleciam normas para a exploração <strong>de</strong> recursos <strong>na</strong>turais<br />

e causaram uma série <strong>de</strong> protestos indíge<strong>na</strong>s <strong>na</strong> região amazônica do país...<br />

Após um longo <strong>de</strong>bate no Congresso, as leis foram revogadas por 82 votos a<br />

favor, 14 contra e nenhuma abstenção...”<br />

Parlamento do Peru revoga leis que causaram protestos indíge<strong>na</strong>s<br />

O Congresso do Peru revogou, nesta quinta-feira, os <strong>de</strong>cretos legislativos 1090<br />

e 1064, que estabeleciam normas para a exploração <strong>de</strong> recursos <strong>na</strong>turais e<br />

causaram uma série <strong>de</strong> protestos indíge<strong>na</strong>s <strong>na</strong> região amazônica do país.<br />

As manifestações contra a legislação <strong>de</strong>ixaram ao menos 34 mortos após<br />

enfrentamentos entre policiais e indíge<strong>na</strong>s <strong>na</strong> Província <strong>de</strong> Bagua, no último dia<br />

5 <strong>de</strong> junho.<br />

Após um longo <strong>de</strong>bate no Congresso, as leis foram revogadas por 82 votos a<br />

favor, 14 contra e nenhuma abstenção.<br />

Os <strong>de</strong>cretos haviam sido estabelecidos em 2008 pelo presi<strong>de</strong>nte peruano, Alan<br />

García, com o uso <strong>de</strong> po<strong>de</strong>res especiais concedidos a ele pelo Congresso para


o processo <strong>de</strong> implementação do acordo <strong>de</strong> livre comércio entre Peru e<br />

Estados Unidos.<br />

A legislação já havia sido suspensa in<strong>de</strong>finidamente pelo Congresso no último<br />

dia 10 <strong>de</strong> junho. Seis dias <strong>de</strong>pois, o governo havia se comprometido a<br />

suspendê-la <strong>de</strong> maneira <strong>de</strong>finitiva.<br />

O Congresso também aprovou a convocação do primeiro-ministro, Yehu<strong>de</strong><br />

Simon - que já afirmou que renunciará <strong>na</strong>s próximas sema<strong>na</strong>s -, e da ministra<br />

do Interior, Merce<strong>de</strong>s Cabanillas, para interrogá-los sobre a responsabilida<strong>de</strong><br />

pela repressão policial nos protestos em Bagua.<br />

Dia histórico<br />

"O dia <strong>de</strong> hoje é histórico para todos os indíge<strong>na</strong>s e toda a <strong>na</strong>ção perua<strong>na</strong>",<br />

afirmou, após a revogação das medidas, Daysi Zapata, vice-presi<strong>de</strong>nte da<br />

Associação Interétnica <strong>de</strong> Desenvolvimento da Selva Perua<strong>na</strong> (AIDESEP), que<br />

representa os indíge<strong>na</strong>s.<br />

Os grupos indíge<strong>na</strong>s peruanos eram contra a legislação por enten<strong>de</strong>rem que<br />

ela permitiria que empresas estrangeiras explorassem a ma<strong>de</strong>ira, minérios e<br />

instalasse gran<strong>de</strong>s fazendas <strong>na</strong>s terras habitadas por eles.<br />

Na última quarta-feira, o presi<strong>de</strong>nte Alan García, em um discurso transmitido<br />

pela televisão, afirmou que foi um erro não ter consultado as comunida<strong>de</strong>s<br />

indíge<strong>na</strong>s antes <strong>de</strong> promulgar os <strong>de</strong>cretos sobre o uso dos recursos <strong>na</strong>turais da<br />

Amazônia perua<strong>na</strong>.<br />

O presi<strong>de</strong>nte afirmou que o objetivo do governo era <strong>de</strong> or<strong>de</strong><strong>na</strong>r a exploração<br />

dos recursos florestais e preservar o meio ambiente, e que a legislação não<br />

afetaria as terras das comunida<strong>de</strong>s indíge<strong>na</strong>s.<br />

Garcia, no entanto, afirmou que lí<strong>de</strong>res indíge<strong>na</strong>s teriam usado a legislação<br />

para fazer "agitação" e "política".<br />

"Estes bons propósitos foram <strong>de</strong>sfigurados, não foram compreendidos<br />

a<strong>de</strong>quadamente. Agitadores violentos e politiqueiros convenceram muitos<br />

<strong>na</strong>tivos <strong>de</strong> boa fé que a lei iria tirar-lhes a água, a terra, o que não era certo",<br />

afirmou.<br />

Triunfo<br />

Para o a<strong>na</strong>lista Martín Ta<strong>na</strong>ka, do Instituto <strong>de</strong> Estudos Peruanos, a revogação


das leis foi um triunfo dos indíge<strong>na</strong>s.<br />

"O governo ficou isolado e se mostrou muito orgulhoso (diante dos protestos<br />

dos indíge<strong>na</strong>s)", afirmou Ta<strong>na</strong>ka à BBC Mundo.<br />

Segundo o a<strong>na</strong>lista, García po<strong>de</strong> promover reformas em seu gabinete para<br />

lidar com a nova situação política.<br />

"Temo que o presi<strong>de</strong>nte não tire as lições corretas <strong>de</strong>sta experiência, que<br />

encare isto (a revogação) como um recuo tático e que <strong>de</strong>pois insista no mesmo<br />

caminho. Isto po<strong>de</strong>ria ser um perigo para a estabilida<strong>de</strong> do país", afirmou.<br />

18/06/2009 - 15h38<br />

Bolívia sente impacto da crise com queda em remessas do exterior<br />

MERY VACA<br />

da BBC Mundo em La Paz<br />

A piora <strong>na</strong> situação econômica <strong>de</strong> países como a Espanha e os Estados<br />

Unidos está tendo efeitos <strong>na</strong> vida fi<strong>na</strong>nceira das famílias bolivia<strong>na</strong>s, que<br />

passaram a receber menos recursos <strong>de</strong> parentes que vivem no exterior.<br />

Segundo o BCB (Banco Central da Bolívia), as remessas para o país <strong>de</strong><br />

bolivianos no exterior caíram 9,2% no primeiro trimestre <strong>de</strong>ste ano em relação<br />

ao mesmo período do ano passado. A<strong>na</strong>listas dizem que este dado afetará<br />

mais o consumo das classes média e baixa.<br />

Indiferente à frieza dos números, o agricultor Carlos Kochnke conta que sua<br />

filha, que vive há sete anos <strong>na</strong> Espanha, tem reduzido a frequência <strong>de</strong> envio <strong>de</strong><br />

dinheiro porque "a situação se agravou" no país.<br />

A filha, Patrícia, agora envia recursos a cada dois, três ou quatro meses. Mas<br />

Kochnke diz que não se importa porque avalia que, mesmo assim, "ela está<br />

melhor lá (<strong>na</strong> Espanha) do que <strong>na</strong> Bolívia".<br />

Para buscar o dinheiro, o agricultor viaja 14 horas <strong>de</strong> Apolo, on<strong>de</strong> vive, até a<br />

capital bolivia<strong>na</strong>, La Paz. Ele diz que cada remessa <strong>de</strong> Patrícia é poupada até<br />

permitir que ele compre uma vaca, posteriormente revendida em troca <strong>de</strong><br />

algum lucro.<br />

Curva <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte<br />

Segundo o BC boliviano, o maior quinhão <strong>de</strong> remessas enviadas <strong>de</strong> fora do<br />

país chega da Espanha (40% do total), seguida por Estados Unidos (22%) e


Argenti<strong>na</strong> (17%).<br />

Em 2007, as remessas para a Bolívia alcançaram pouco mais <strong>de</strong> US$ 1 bilhão,<br />

subindo no ano seguinte para se aproximar <strong>de</strong> US$ 1,1 bilhão.<br />

A trajetória <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte começou a ser observada no último trimestre <strong>de</strong> 2008,<br />

quando houve uma queda <strong>de</strong> 5% <strong>na</strong>s remessas em relação ao mesmo período<br />

do ano anterior. Mas o maior impacto está sendo sentido neste ano.<br />

Durante o primeiro trimestre <strong>de</strong> 2008, o país recebeu <strong>de</strong> bolivianos no exterior<br />

o valor <strong>de</strong> US$ 260 milhões --no mesmo período <strong>de</strong>ste ano, o valor foi <strong>de</strong> US$<br />

236 milhões, uma queda <strong>de</strong> 9,2%.<br />

Nos últimos anos, as remessas vêm representando em torno <strong>de</strong> 10% do PIB<br />

(Produto Interno Bruto) da Bolívia, quase duas vezes mais que o valor dos<br />

investimentos estrangeiros diretos (IED).<br />

O a<strong>na</strong>lista do IBCE (Instituto Boliviano <strong>de</strong> Comércio Exterior) Gary Rodríguez<br />

disse à BBC Mundo que, ao longo <strong>de</strong> 2009, a diminuição <strong>na</strong>s remessas po<strong>de</strong><br />

significar a perda <strong>de</strong> US$ 250 milhões a US$ 300 milhões.<br />

Rodríguez ressalvou, entretanto, que ainda é difícil fazer uma projeção do<br />

impacto da queda das remessas no PIB boliviano, porque ainda não se sabe<br />

ao certo qual será o ritmo <strong>de</strong> crescimento econômico.<br />

Impacto no consumo<br />

Mas, por ora, o governo do presi<strong>de</strong>nte Evo Morales tem procurado diminuir a<br />

importância do tema.<br />

O ministro <strong>de</strong> Economia e Fi<strong>na</strong>nças, Luís Arce, disse que "felizmente, a<br />

economia bolivia<strong>na</strong> não é <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> remessas" e que a situação vai<br />

melhorar nos próximos meses.<br />

Embora, a rigor, isso seja verda<strong>de</strong>, o certo é que, por outro lado, os recursos<br />

têm um impacto direto sobre o consumo dos bolivianos.<br />

"Cerca <strong>de</strong> 80% das remessas são <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>dos para consumo, e isso ten<strong>de</strong> a<br />

diminuir", afirma o a<strong>na</strong>lista Roberto Orihuela, do Centro <strong>de</strong> Estudos<br />

Econômicos em Santa Cruz.<br />

Segundo Orihuela, as remessas são <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>das a fi<strong>na</strong>nciar gastos com<br />

alimentação, habitação, educação, vestuário e entretenimento.<br />

A situação se tor<strong>na</strong> ainda mais grave diante da valorização do peso boliviano<br />

em relação ao euro.<br />

Orihuela lembra que, há dois anos, cada euro comprava 11 pesos <strong>na</strong> Bolívia;


hoje, a proporção é <strong>de</strong> 9 para 1, o que reduz o valor das remessas dos<br />

bolivianos que vivem fora do país.<br />

18/06/2009 - 18h37<br />

Tribu<strong>na</strong>l argentino <strong>de</strong>clara inconstitucio<strong>na</strong>l perdão a ex-ditadores<br />

da Efe, em Buenos Aires<br />

O tribu<strong>na</strong>l máximo pe<strong>na</strong>l da Argenti<strong>na</strong> confirmou a "inconstitucio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>" do<br />

perdão dado em 1990 aos ex-ditadores Jorge Vi<strong>de</strong>la e Emilio Massera, dois<br />

dos três militares que li<strong>de</strong>raram o golpe <strong>de</strong> 1976, informaram nesta quinta-feira<br />

fontes judiciais.<br />

Na resolução, a Câmara Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Cassação Pe<strong>na</strong>l confirmou as pe<strong>na</strong>s <strong>de</strong><br />

prisão perpétua contra os militares por <strong>de</strong>litos <strong>de</strong> lesa-humanida<strong>de</strong> cometidos<br />

durante a ditadura (1976-1983), <strong>de</strong>stacaram as fontes.<br />

O tribu<strong>na</strong>l rejeitou um recurso apresentado pelas <strong>de</strong>fesas dos ex-ditadores<br />

contra uma <strong>de</strong>cisão judicial da Câmara no Tribu<strong>na</strong>l Crimi<strong>na</strong>l Fe<strong>de</strong>ral, que, em<br />

abril <strong>de</strong> 2007, <strong>de</strong>clarou inconstitucio<strong>na</strong>is os perdões dados pelo ex-presi<strong>de</strong>nte<br />

Carlos Menem (1989-1999).<br />

Essa resolução da Câmara foi uma das muitas que rejeitaram os perdões<br />

concedidos por Menem e antece<strong>de</strong>u a <strong>de</strong>cisão da Corte Suprema <strong>de</strong> Justiça <strong>de</strong><br />

anular os indultos, em julho <strong>de</strong> 2007.<br />

Tanto Vi<strong>de</strong>la, como Massera, ambos <strong>de</strong> 83 anos, estão presos por acusações<br />

<strong>de</strong> repressão durante o governo militar. O primeiro está em uma prisão comum<br />

e o segundo cumpre prisão domiciliar.<br />

Segundo números oficiais, 18 mil pessoas <strong>de</strong>sapareceram <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong><br />

durante o regime militar, embora organismos <strong>de</strong> direitos humanos afirmem que<br />

as vítimas chegam a 30 mil.<br />

19/06/2009 - 11h37<br />

Jovens têm mais anos <strong>de</strong> estudo que os adultos <strong>na</strong> América do Sul,<br />

mostra estudo<br />

da Agência Brasil<br />

Os jovens são mais escolarizados que as gerações mais velhas, estão mais<br />

conectados à internet e se dizem menos religiosos que os adultos <strong>na</strong> América<br />

do Sul. Por outro lado, as gerações se aproximam quando o assunto envolve


questões morais e éticas, como a legalização do aborto. Tanto a população<br />

com ida<strong>de</strong> entre 18 e 29 anos quanto a da faixa <strong>de</strong> 30 a 60 anos manifestam<br />

ser contrárias ao tema.<br />

As conclusões fazem parte da pesquisa Juventu<strong>de</strong> e Integração Sul-<br />

America<strong>na</strong>: Diálogos para Construir a Democracia Regio<strong>na</strong>l, divulgada nesta<br />

sexta-feira pelo Ibase (Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Análises <strong>Sociais</strong> e Econômicas).<br />

Ao todo, foram aplicados questionários com 50 perguntas a 14 mil pessoas,<br />

entre jovens e adultos, do Brasil, Chile, Uruguai, Paraguai, da Argenti<strong>na</strong> e<br />

Bolívia.<br />

A fi<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> é que o produto seja usado pelos governos <strong>na</strong> construção <strong>de</strong><br />

políticas públicas voltadas à juventu<strong>de</strong> --que representa 25% da população da<br />

América do Sul-- e também para permitir que os movimentos ligados aos<br />

jovens entendam com mais clareza quais são as principais <strong>de</strong>mandas<br />

apontadas por eles.<br />

19/06/2009 - 18h54<br />

Países latino-americanos pe<strong>de</strong>m negociação sobre futuro das Malvi<strong>na</strong>s<br />

colaboração para a Folha Online<br />

Os países latino-americanos encorajaram o Reino Unido a retomar as<br />

negociações bilaterais com a Argenti<strong>na</strong> sobre o futuro das ilhas Malvi<strong>na</strong>s<br />

(Falklands, para os britânicos), durante reunião do Comitê <strong>de</strong> Descolonização,<br />

concluída nesta sexta-feira <strong>na</strong> se<strong>de</strong> da ONU (Organização das Nações<br />

Unidas), em Nova York.<br />

Localizadas a 400 milhas marítimas (740 km) do território argentino, as ilhas<br />

foram ocupadas pelos britânicos em 1833 e, por sua posse, Argenti<strong>na</strong> e Reino<br />

Unido travaram uma guerra em 1982, <strong>na</strong> qual os argentinos foram <strong>de</strong>rrotados.<br />

"A chamada ao reatamento das negociações para solucio<strong>na</strong>r pacificamente a<br />

questão das ilhas Malvi<strong>na</strong>s é partilhado por várias organizações e foros<br />

regio<strong>na</strong>is" da América Lati<strong>na</strong> e do Caribe, <strong>de</strong>stacou hoje a embaixadora do<br />

Brasil, Maria Luiza Ribeiro Viotti.<br />

O Comitê <strong>de</strong> Descolonização aprovou uma resolução apresentada pelo Chile,<br />

com o respaldo da Bolívia, Cuba, Equador, Venezuela, Brasil, Argenti<strong>na</strong>,<br />

Paraguai, Colômbia e Peru, pedindo o reatamento das negociações sobre a<br />

soberania <strong>de</strong>sse território.


O ministro das Relações Exteriores da Argenti<strong>na</strong>, Jorge Taia<strong>na</strong>, participou <strong>na</strong><br />

quinta-feira das reuniões do Comitê, diante do qual expressou o caráter<br />

"permanente e irrenunciável" <strong>de</strong> seu país <strong>na</strong> reivindicação da recuperação da<br />

soberania sobre as ilhas Malvi<strong>na</strong>s, Geórgia do Sul e Sandwich do Sul.<br />

Taia<strong>na</strong> se reuniu também com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e com<br />

o presi<strong>de</strong>nte da Assembleia Geral, Miguel D'Decoto.<br />

O chanceler argentino reiterou a Ban o pedido das autorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Buenos<br />

Aires para que o principal responsável da ONU "realize uma gestão <strong>de</strong> bons<br />

trabalhos", que permita "que o Reino Unido cumpra as resoluções da ONU",<br />

explicou Argüello.<br />

Buenos Aires consi<strong>de</strong>ra que Londres <strong>de</strong>scumpriu sucessivamente as<br />

resoluções que a Assembleia e o Conselho, principal órgão <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões do<br />

organismo inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, emitiu sobre o assunto, para que as negociações<br />

fossem retomadas com o objetivo <strong>de</strong> resolver um problema que já dura várias<br />

décadas.<br />

"É estranho que um país peça que outro país importante, membro permanente<br />

do Conselho <strong>de</strong> Segurança, cumpra as resoluções da organização. Mas a<br />

realida<strong>de</strong> é que a Grã-Bretanha <strong>de</strong>scumpre as resoluções da ONU <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

1965", acrescentou o embaixador argentino.<br />

No total, 255 soldados britânicos e 655 argentinos morreram <strong>na</strong> Guerra das<br />

Malvi<strong>na</strong>s, que durou 74 dias. A iniciativa da Argenti<strong>na</strong> <strong>de</strong> atacar as ilhas foi<br />

vista como uma manobra ditadura militar do país <strong>de</strong> se fortalecer, mas a<br />

<strong>de</strong>rrota enfraqueceu o regime e colaborou para acelerar o processo <strong>de</strong><br />

re<strong>de</strong>mocratização.<br />

Com Efe<br />

19/06/2009 - 19h18<br />

Favelas <strong>de</strong> Buenos Aires crescem 25% em dois anos<br />

VALERIA PERASSO<br />

da BBC Mundo, em Buenos Aires<br />

Uma pesquisa do governo da Argenti<strong>na</strong> mostra que a população das favelas <strong>de</strong><br />

Buenos Aires, as chamadas "villas <strong>de</strong> emergencia", cresceu 25% nos últimos<br />

dois anos.<br />

As casas das favelas da capital argenti<strong>na</strong> geralmente recebem mais um andar


ou dois em questão <strong>de</strong> sema<strong>na</strong>s e, segundo a pesquisa, abrigam atualmente<br />

cerca <strong>de</strong> 200 mil pessoas.<br />

O número equivale a quase 7% dos habitantes <strong>de</strong> Buenos Aires. Atualmente,<br />

existem 14 favelas e pelo menos 40 assentamentos <strong>na</strong> periferia da capital.<br />

"Economizamos um pouco e agora estamos investindo o dinheiro para comprar<br />

um lugar. Claro que, se tivéssemos dinheiro <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, não estaríamos aqui",<br />

afirma Francisco Ugaz Cruz, que se mudou há alguns meses para Playón <strong>de</strong><br />

Chacarita, um assentamento irregular no oeste <strong>de</strong> Buenos Aires que fica atrás<br />

das principais estações <strong>de</strong> trem da capital argenti<strong>na</strong>.<br />

Aluguel e <strong>de</strong>spejo<br />

A história <strong>de</strong> Cruz e sua família é semelhante a <strong>de</strong> muitos outros que tiveram<br />

que se mudar para as favelas <strong>de</strong> Buenos Aires, on<strong>de</strong> a crise econômica e<br />

social <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2001 fez disparar os índices <strong>de</strong> pobreza urba<strong>na</strong> e<br />

<strong>de</strong>ixou como resultado altos índices <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego e déficit habitacio<strong>na</strong>l.<br />

Catali<strong>na</strong> Chéves, mulher <strong>de</strong> Cruz, afirma que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que chegou do Peru há 15<br />

anos, vivia em casas alugadas até o dia em que recebeu uma or<strong>de</strong>m <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>spejo. A família tentou entrar com recursos durante meses para evitar a<br />

expulsão.<br />

"Não consegui <strong>na</strong>da. Até que me disseram que havia um senhor aqui [em<br />

Playón <strong>de</strong> Chacarita] que queria passar seu terreno para frente. Fizemos o<br />

trato e viemos em novembro", conta Catali<strong>na</strong>.<br />

Muitos dos que chegaram recentemente às favelas passaram pela mesma<br />

situação que a família <strong>de</strong> Cruz. Com os subsídios dados pelo governo em<br />

casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo, as famílias chegam às villas com o pouco dinheiro recebido<br />

para comprar a única casa que po<strong>de</strong>m.<br />

As peque<strong>na</strong>s casas das favelas, construídas em terrenos do Estado, custam<br />

entre 15 mil e 20 mil pesos argentinos (entre R$ 7,9 mil e R$ 10 mil,<br />

aproximadamente). Mas as que estão mais próximas das ruas custam mais e o<br />

aumento do número <strong>de</strong> pessoas chegando às favelas fez os preços<br />

dispararem.<br />

Ape<strong>na</strong>s em Playón <strong>de</strong> Chacarita vivem cerca <strong>de</strong> 800 famílias. Antes, a vila era<br />

um terreno baldio, que foi <strong>de</strong>socupado <strong>de</strong>pois das privatizações das ferrovias<br />

nos anos 90.<br />

Muros


O assentamento fica atrás <strong>de</strong> um muro <strong>de</strong> concreto, alto o bastante para que<br />

não seja visto pelos pe<strong>de</strong>stres. Existem duas entradas e ape<strong>na</strong>s uma <strong>de</strong>las é<br />

acessível para veículos. Ambulâncias e viaturas policiais não entram.<br />

As casas são feitas <strong>de</strong> tijolos, chapas, papelão. Seus moradores sofrem com a<br />

poeira no verão e tudo fica encharcado quando chove.<br />

"Não tenho água corrente, consigo água com mangueiras que ven<strong>de</strong>m aqui, e<br />

a luz é roubada dos cabos", afirma Luis Vilca, peruano que se mudou <strong>de</strong> Lima<br />

para Buenos Aires há 20 anos. Ele mora em Chacarita <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2007. "Eu<br />

gostaria <strong>de</strong> ter minha luz, pagar e ter uma conta em meu nome. Para po<strong>de</strong>r ter<br />

crédito, porque para tudo pe<strong>de</strong>m recibos."<br />

"Vamos construindo aos poucos, tentamos fazer a casa da melhor maneira que<br />

pu<strong>de</strong>rmos. Mas não temos esgotos, temos um poço comunitário e o banheiro<br />

assim, com corti<strong>na</strong>", acrescenta Catali<strong>na</strong> Chéves.<br />

Erradicação x urbanização<br />

As autorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Buenos Aires <strong>de</strong>scartam a erradicação das favelas e dizem<br />

que não há espaço físico <strong>na</strong> cida<strong>de</strong> para transferir os habitantes <strong>de</strong> vilas<br />

inteiras. Cada setor que as autorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>socupam logo é ocupado novamente<br />

por mais famílias que foram <strong>de</strong>spejadas.<br />

Com isso, a política <strong>de</strong> erradicação, em prática <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os anos 60, foi<br />

substituída pela urbanização.<br />

"O plano é fornecer infraestrutura - água, esgotos - formalizar a re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

eletricida<strong>de</strong> e fazer ruas para resolver a questão da insegurança. É passar do<br />

informal para o formal", afirma Fe<strong>de</strong>rico Angelini, diretor da Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Gestão<br />

<strong>de</strong> Intervenção Social do governo <strong>de</strong> Buenos Aires.<br />

O governo <strong>de</strong> Buenos Aires <strong>de</strong>stinou um orçamento <strong>de</strong> 200 milhões <strong>de</strong> pesos<br />

argentinos (cerca <strong>de</strong> R$ 106 milhões) para a gestão das favelas ape<strong>na</strong>s em<br />

2009. Segundo as autorida<strong>de</strong>s, o objetivo é converter em bairros duas das 14<br />

principais favelas antes do fi<strong>na</strong>l do ano.<br />

Política habitacio<strong>na</strong>l<br />

As autorida<strong>de</strong>s argenti<strong>na</strong>s reconhecem que o aumento da população <strong>na</strong>s<br />

favelas é exponencial, principalmente <strong>de</strong>vido à chegada <strong>de</strong> imigrantes dos<br />

países vizinhos, que atualmente são 70% da população nesses<br />

assentamentos.<br />

O problema do crescimento das casas precárias é um dos maiores <strong>de</strong>safios


para as autorida<strong>de</strong>s. Tanto que, há alguns meses, o governo <strong>de</strong> Buenos Aires<br />

pensou em colocar um sistema <strong>de</strong> vigilância policial nos acessos às favelas<br />

mais centrais, para evitar a entrega <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> construção.<br />

"As casas que estão prontas, lá estão", afirma Fe<strong>de</strong>rico Angelini. "Só queremos<br />

melhorar a segurança habitacio<strong>na</strong>l e reposicio<strong>na</strong>r outras casas para abrir ruas<br />

ou fazer melhorias <strong>na</strong> infraestrutura."<br />

Partidos <strong>de</strong> oposição questio<strong>na</strong>m o plano e propõem um <strong>de</strong>bate no Legislativo.<br />

Os próprios moradores das favelas procuram se organizar para ter alguma voz<br />

<strong>na</strong>s <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> urbanização da área on<strong>de</strong> vivem.<br />

Na vila <strong>de</strong> Playón <strong>de</strong> Chacarita, o primeiro passo - por mais paradoxal que seja<br />

- é conseguir que as autorida<strong>de</strong>s reconheçam a região como uma villa <strong>de</strong><br />

emergencia. Atualmente, a concentração urba<strong>na</strong> é tecnicamente consi<strong>de</strong>rada<br />

um assentamento, uma categoria que não garante sequer acesso a fundos do<br />

governo.<br />

22/06/2009 - 07h54<br />

Campanha <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong> entra <strong>na</strong> reta fi<strong>na</strong>l com guerra <strong>de</strong> pesquisas<br />

THIAGO GUIMARÃES<br />

da Folha <strong>de</strong> S. Paulo, em Buenos Aires<br />

A última sema<strong>na</strong> <strong>de</strong> campanha <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong>, que culmi<strong>na</strong> com as eleições<br />

legislativas do próximo domingo (28), começa em meio a uma "guerra" <strong>de</strong><br />

pesquisas <strong>de</strong> intenção <strong>de</strong> voto, com resultados discrepantes e acusações <strong>de</strong><br />

manipulação.<br />

O cenário é a Província <strong>de</strong> Buenos Aires, maior colégio eleitoral do país, que<br />

elege 35 das 127 ca<strong>de</strong>iras em disputa <strong>na</strong> Câmara <strong>de</strong> Deputados. O voto <strong>na</strong><br />

Argenti<strong>na</strong> é dado a partidos ou alianças, que fazem listas fechadas com or<strong>de</strong>m<br />

pre<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da --quanto mais votos, mais candidatos são eleitos.<br />

Um levantamento da consultora Poliarquía para o jor<strong>na</strong>l "La Nación" apontou<br />

empate técnico entre a lista opositora do empresário e <strong>de</strong>putado fe<strong>de</strong>ral<br />

Francisco De Narváez e a chapa do governo, que leva à frente o ex-presi<strong>de</strong>nte<br />

Néstor Kirchner, com vantagem para a primeira --32,5% a 30%.<br />

Segundo a pesquisa, Kirchner é mais votado <strong>na</strong> região metropolita<strong>na</strong> <strong>de</strong><br />

Buenos Aires (32,3%) e entre eleitores com primário completo (38,1%),<br />

enquanto De Narváez ganha no interior (33,2%) e entre votantes com curso


superior (29,3%).<br />

Já levantamento do Ceop, divulgado no sábado (20) pela agência <strong>de</strong> notícias<br />

do governo fe<strong>de</strong>ral, pôs Kirchner com 34,6%, contra 27,1% <strong>de</strong> De Narváez. O<br />

Ceop recebeu meta<strong>de</strong> dos R$ 3 milhões gastos pelo governo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2006 em<br />

pesquisas.<br />

A confiabilida<strong>de</strong> das pesquisas é questio<strong>na</strong>da <strong>na</strong> última edição da "Notícias", a<br />

revista sema<strong>na</strong>l mais vendida no país. Segundo a reportagem, pesquisadores<br />

reconhecem, sob condição <strong>de</strong> anonimato, que apresentam dados maquiados<br />

para influenciar eleitores.<br />

Apesar das suspeitas, tudo aponta para uma eleição disputada <strong>na</strong> Província,<br />

polarizada entre Kirchner e De Narváez. A aliança do radicalismo, rival histórico<br />

do peronismo (partido do governo), per<strong>de</strong>u o fôlego alcançado após a morte do<br />

presi<strong>de</strong>nte Raul Alfonsín (1983-1989) e ocupa o terceiro lugar <strong>na</strong>s pesquisas --<br />

13,2% para Poliarquía, 15,5% para o Ceop.<br />

Para Kirchner, a sema<strong>na</strong> será para reforçar sua priorida<strong>de</strong> <strong>na</strong> região<br />

metropolita<strong>na</strong> <strong>de</strong> Buenos Aires, bastião histórico do peronismo e que concentra<br />

setores <strong>de</strong> baixa renda. Ele encerrará a campanha tendo visitado 22 das 24<br />

cida<strong>de</strong>s da região, que reúne 23% dos votos do país, e só nove no interior.<br />

A aliança do peronismo dissi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> De Narváez <strong>de</strong>ve baixar o tom da<br />

campanha para evitar erros <strong>na</strong> reta fi<strong>na</strong>l. Dará ênfase à distribuição <strong>de</strong> cédulas<br />

--no sistema eleitoral argentino, cada partido imprime sua própria cédula e é<br />

responsável por sua distribuição.<br />

22/06/2009 - 09h01<br />

Procuradoria reabre apuração sobre <strong>de</strong>saparecidos no regime militar<br />

FLÁVIO FERREIRA<br />

da Folha <strong>de</strong> S.Paulo<br />

O Ministério Público Militar reabriu investigações sobre <strong>de</strong>saparecidos políticos<br />

no regime militar (1964-1985). A Procuradoria Geral da Justiça Militar<br />

encaminhou no início <strong>de</strong>ste mês um ofício ao comando do Exército solicitando<br />

informações sobre a composição e as atribuições dos oficiais do DOI-Codi <strong>de</strong><br />

São Paulo --órgão repressor da ditadura militar-- no período <strong>de</strong> 1971 a 1976.<br />

A reabertura dos casos foi realizada com base <strong>na</strong> tese, sustentada pelo<br />

procurador-geral da República, Antonio Fer<strong>na</strong>ndo Souza, <strong>de</strong> que sequestros <strong>de</strong>


pessoas não encontradas, vivas ou mortas, são crimes em andamento --os<br />

chamados crimes permanentes, segundo juristas.<br />

Por serem <strong>de</strong>litos ainda sem solução, os sequestros ou <strong>de</strong>saparecimentos não<br />

prescreveram e não po<strong>de</strong>m ser abrangidos pela Lei da Anistia, <strong>de</strong> acordo com<br />

a nova tese.<br />

Esse entendimento jurídico foi anunciado por Souza no processo <strong>de</strong> extradição<br />

iniciado pelo governo argentino contra o militar uruguaio Manuel Cor<strong>de</strong>ro<br />

Piacentini, no Supremo Tribu<strong>na</strong>l Fe<strong>de</strong>ral. Piacentini é acusado <strong>de</strong> ser o<br />

responsável por vários <strong>de</strong>saparecimentos, entre outros crimes, no período <strong>de</strong><br />

ditadura <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong>.<br />

No julgamento do caso, Souza disse que, "<strong>de</strong> acordo com as informações<br />

prestadas pelo Estado requerente [Argenti<strong>na</strong>], o extraditando participou do<br />

sequestro <strong>de</strong> diversas pessoas, principalmente em 1976, as quais não foram<br />

libertadas até os dias <strong>de</strong> hoje. A <strong>de</strong>speito do tempo <strong>de</strong>corrido, não se po<strong>de</strong><br />

afirmar que estejam mortas, porque seus corpos jamais foram encontrados, <strong>de</strong><br />

modo que ainda subsiste a ação perpetrada pelo extraditando".<br />

A última sessão <strong>de</strong> julgamento do processo foi interrompida quando o placar<br />

era <strong>de</strong> cinco votos a dois pela extradição.<br />

Com base no parecer <strong>de</strong> Souza, os procuradores da República Eugênia Fávero<br />

e Marlon Weichert pediram à Procuradoria Geral da Justiça Militar a reabertura<br />

das investigações sobre supostos sequestros <strong>de</strong> 25 pessoas no período militar.<br />

Para os procuradores, são responsáveis pelos <strong>de</strong>litos os militares Carlos<br />

Alberto Brilhante Ustra e Audir Santos Maciel, que comandaram o DOI-Codi <strong>de</strong><br />

1971 a 1976.<br />

O pedido dos procuradores foi atendido e os casos foram reabertos em maio.<br />

Até a sema<strong>na</strong> passada, segundo a Procuradoria Militar, um ofício enviado ao<br />

Comando do Exército, com um pedido <strong>de</strong> informações sobre o DOI-Codi ainda<br />

não havia sido respondido.<br />

Os procedimentos <strong>de</strong>sse tipo têm caráter administrativo e po<strong>de</strong>m resultar <strong>na</strong><br />

perda <strong>de</strong> patentes e remunerações.<br />

Justiça crimi<strong>na</strong>l<br />

Os supostos sequestros po<strong>de</strong>m voltar a ser investigados também <strong>na</strong> justiça<br />

crimi<strong>na</strong>l. Os procuradores aguardam o fim do julgamento <strong>de</strong> Piacentini no STF<br />

para enviar à Câmara <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção e Revisão do Ministério Público --órgão


orientador da instituição-- um pedido para que os procuradores da área pe<strong>na</strong>l<br />

<strong>de</strong>sarquivem os casos sobre os <strong>de</strong>saparecidos.<br />

O procurador Weichert afirma que a Lei da Anistia não se aplica aos casos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>saparecimento porque essa lei refere-se a <strong>de</strong>litos consumados até 1979.<br />

"A Lei <strong>de</strong> Anistia <strong>de</strong>terminou que eram beneficiados os autores <strong>de</strong> crimes<br />

cometidos até 15 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1979. Se esses crimes <strong>de</strong> <strong>de</strong>saparecimento<br />

forçado são crimes permanentes, não po<strong>de</strong>mos dizer que esses <strong>de</strong>litos<br />

termi<strong>na</strong>ram antes ou até a data prevista <strong>na</strong> lei", disse.<br />

Os parentes dos <strong>de</strong>saparecidos apoiam a reabertura dos casos. "Enquanto<br />

estivermos vivas vamos reivindicar o direito <strong>de</strong> saber como ocorreram os<br />

<strong>de</strong>saparecimentos dos nossos familiares", diz Amparo Almeida Araújo, 59, irmã<br />

do <strong>de</strong>saparecido Luiz Almeida Araújo.<br />

Para Criméia <strong>de</strong> Almeida, 63, da Comissão <strong>de</strong> Familiares <strong>de</strong> Mortos e<br />

Desaparecidos Políticos, as novas investigações po<strong>de</strong>rão ajudar as famílias a<br />

"encerrar seu processo <strong>de</strong> luto".<br />

Outro lado<br />

O general Gilberto Barbosa <strong>de</strong> Figueiredo, presi<strong>de</strong>nte do Clube Militar, entida<strong>de</strong><br />

que reúne militares da ativa e da reserva, criticou a reabertura das<br />

investigações sobre <strong>de</strong>saparecidos políticos pelo Ministério Público Militar.<br />

Figueiredo disse que, mesmo sem conhecer os <strong>de</strong>talhes dos casos, é possível<br />

dizer que, "a priori, isso é coisa <strong>de</strong> gente que quer aparecer".<br />

"É óbvio que, passados mais <strong>de</strong> trinta anos, não há condições para apurar<br />

coisa nenhuma. O coronel Ustra é a bola da vez, todo mundo quer tirar uma<br />

casquinha <strong>de</strong>le para aparecer <strong>na</strong> imprensa. Não vejo um motivo prático para<br />

mexer nisso agora", afirmou o general.<br />

Jarbas Passarinho, ex-ministro em três mandatos do regime militar e coronel<br />

reformado, também fez críticas aos <strong>de</strong>sarquivamentos. "Essa é uma ação<br />

unilateral, que não se justifica do ponto <strong>de</strong> vista do direito", disse.<br />

Passarinho afirmou que a Lei <strong>de</strong> Anistia refere-se a "crimes conexos" e que<br />

eventuais sequestros cometidos por militares foram anistiados por essa<br />

legislação. "Houve uma solução <strong>de</strong> acordo, <strong>de</strong> <strong>na</strong>tureza política, entre oposição<br />

e governo [à época da Lei <strong>de</strong> Anistia]. Não po<strong>de</strong> haver o crime continuado nem<br />

o crime imprescritível se eles foram anistiados. Para nós, foram anistiados os<br />

exageros <strong>de</strong> um lado e do outro lado", disse.


Paulo Esteves, advogado <strong>de</strong> Carlos Alberto Brilhante Ustra, afirmou que o<br />

militar não foi responsável por sequestros supostamente ocorridos no regime<br />

militar. Segundo Esteves, Ustra "já afirmou em outros procedimentos que<br />

nunca participou <strong>de</strong> atos que possam ter <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>do morte ou<br />

<strong>de</strong>saparecimento <strong>de</strong> qualquer pessoa que estivesse submetida a órgãos que<br />

ele comandou". A reportagem não localizou a <strong>de</strong>fesa do militar Aldir Santos<br />

Maciel.<br />

23/06/2009<br />

Favelas <strong>de</strong> Buenos Aires crescem 25% em dois anos<br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 16:00<br />

“Uma pesquisa do governo da Argenti<strong>na</strong> diz que a população das favelas <strong>de</strong><br />

Buenos Aires, as chamadas villas <strong>de</strong> emergencia, cresceu 25% nos últimos<br />

dois anos... O número equivale a quase 7% dos habitantes <strong>de</strong> Buenos Aires.<br />

Atualmente, existem 14 favelas e pelo menos 40 assentamentos no perímetro<br />

da capital...”<br />

Favelas <strong>de</strong> Buenos Aires crescem 25% em dois anos<br />

Uma pesquisa do governo da Argenti<strong>na</strong> diz que a população das favelas <strong>de</strong><br />

Buenos Aires, as chamadas villas <strong>de</strong> emergencia, cresceu 25% nos últimos<br />

dois anos.<br />

As casas das favelas da capital argenti<strong>na</strong> geralmente recebem mais um andar<br />

ou dois em questão <strong>de</strong> sema<strong>na</strong>s e, segundo a pesquisa, abrigam atualmente<br />

cerca <strong>de</strong> 200 mil pessoas.<br />

O número equivale a quase 7% dos habitantes <strong>de</strong> Buenos Aires. Atualmente,<br />

existem 14 favelas e pelo menos 40 assentamentos no perímetro da capital.<br />

"Economizamos um pouco e agora estamos investindo o dinheiro para comprar<br />

um lugar. Claro que, se tivéssemos dinheiro <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>, não estaríamos aqui",<br />

afirma Francisco Ugaz Cruz, que se mudou há alguns meses para Playón <strong>de</strong><br />

Chacarita, um assentamento irregular no oeste <strong>de</strong> Buenos Aires que fica atrás<br />

das principais estações <strong>de</strong> trem da capital argenti<strong>na</strong>.<br />

Aluguel e <strong>de</strong>spejo<br />

A história <strong>de</strong> Cruz e sua família é semelhante a <strong>de</strong> muitos outros que tiveram<br />

que se mudar para as favelas <strong>de</strong> Buenos Aires, on<strong>de</strong> a crise econômica e


social <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2001 fez disparar os índices <strong>de</strong> pobreza urba<strong>na</strong> e<br />

<strong>de</strong>ixou como resultado altos índices <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego e déficit habitacio<strong>na</strong>l.<br />

Catali<strong>na</strong> Chéves, mulher <strong>de</strong> Cruz, afirma que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que chegou do Peru há 15<br />

anos, vivia em casas alugadas até o dia em que recebeu uma or<strong>de</strong>m <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>spejo. A família tentou entrar com recursos durante meses para evitar a<br />

expulsão.<br />

"Não consegui <strong>na</strong>da. Até que me disseram que havia um senhor aqui (em<br />

Playón <strong>de</strong> Chacarita) que queria passar seu terreno para frente. Fizemos o<br />

trato e viemos em novembro", conta Catali<strong>na</strong>.<br />

Muitos dos que chegaram recentemente às favelas passaram pela mesma<br />

situação que a família <strong>de</strong> Cruz. Com os subsídios dados pelo governo em<br />

casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo, as famílias chegam às villas com o pouco dinheiro recebido<br />

para comprar a única casa que po<strong>de</strong>m.<br />

As peque<strong>na</strong>s casas das favelas, construídas em terrenos do Estado, custam<br />

entre 15 mil e 20 mil pesos argentinos (entre R$ 7,9 mil e R$ 10 mil,<br />

aproximadamente). Mas as que estão mais próximas das ruas custam mais e o<br />

aumento do número <strong>de</strong> pessoas chegando às favelas fez os preços<br />

dispararem.<br />

Ape<strong>na</strong>s em Playón <strong>de</strong> Chacarita vivem cerca <strong>de</strong> 800 famílias. Antes, a vila era<br />

uma terreno baldio, que foi <strong>de</strong>socupado <strong>de</strong>pois das privatizações das ferrovias<br />

nos anos 90.<br />

Muros<br />

O assentamento fica atrás <strong>de</strong> um muro <strong>de</strong> concreto, alto o bastante para que<br />

não seja visto pelos pe<strong>de</strong>stres. Existem duas entradas e ape<strong>na</strong>s uma <strong>de</strong>las é<br />

acessível para veículos. Ambulâncias e viaturas policiais não entram.<br />

As casas são feitas <strong>de</strong> tijolos, chapas, papelão. Seus moradores sofrem com a<br />

poeira no verão e tudo fica encharcado quando chove.<br />

"Não tenho água corrente, consigo água com mangueiras que ven<strong>de</strong>m aqui, e<br />

a luz é roubada dos cabos", afirma Luis Vilca, peruano que se mudou <strong>de</strong> Lima<br />

para Buenos Aires há 20 anos. Ele mora em Chacarita <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2007. "Eu<br />

gostaria <strong>de</strong> ter minha luz, pagar e ter uma conta em meu nome. Para po<strong>de</strong>r ter<br />

crédito, porque para tudo pe<strong>de</strong>m recibos."<br />

"Vamos construindo aos poucos, tentamos fazer a casa da melhor maneira que<br />

pu<strong>de</strong>rmos. Mas não temos esgotos, temos um poço comunitário e o banheiro


assim, com corti<strong>na</strong>", acrescenta Catali<strong>na</strong> Chéves.<br />

Erradicação x urbanização<br />

As autorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Buenos Aires <strong>de</strong>scartam a erradicação das favelas e dizem<br />

que não há espaço físico <strong>na</strong> cida<strong>de</strong> para transferir os habitantes <strong>de</strong> vilas<br />

inteiras. Cada setor que as autorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>socupam logo é ocupado novamente<br />

por mais famílias que foram <strong>de</strong>spejadas.<br />

Com isso, a política <strong>de</strong> erradicação, em prática <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os anos 60, foi<br />

substituída pela urbanização.<br />

"O plano é fornecer infraestrutura - água, esgotos - formalizar a re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

eletricida<strong>de</strong> e fazer ruas para resolver a questão da insegurança. É passar do<br />

informal para o formal", afirma Fe<strong>de</strong>rico Angelini, diretor da Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Gestão<br />

<strong>de</strong> Intervenção Social do governo <strong>de</strong> Buenos Aires.<br />

O governo <strong>de</strong> Buenos Aires <strong>de</strong>stinou um orçamento <strong>de</strong> 200 milhões <strong>de</strong> pesos<br />

argentinos (cerca <strong>de</strong> R$ 106 milhões) para a gestão das favelas ape<strong>na</strong>s em<br />

2009. Segundo as autorida<strong>de</strong>s, o objetivo é converter em bairros duas das 14<br />

principais favelas antes do fi<strong>na</strong>l do ano.<br />

Política habitacio<strong>na</strong>l<br />

As autorida<strong>de</strong>s argenti<strong>na</strong>s reconhecem que o aumento da população <strong>na</strong>s<br />

favelas é exponencial, principalmente <strong>de</strong>vido à chegada <strong>de</strong> imigrantes dos<br />

países vizinhos, que atualmente são 70% da população nesses<br />

assentamentos.<br />

O problema do crescimento das casas precárias é um dos maiores <strong>de</strong>safios<br />

para as autorida<strong>de</strong>s. Tanto que, há alguns meses, o governo <strong>de</strong> Buenos Aires<br />

pensou em colocar um sistema <strong>de</strong> vigilância policial nos acessos às favelas<br />

mais centrais, para evitar a entrega <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> construção.<br />

"As casas que estão prontas, lá estão", afirma Fe<strong>de</strong>rico Angelini. "Só queremos<br />

melhorar a segurança habitacio<strong>na</strong>l e reposicio<strong>na</strong>r outras casas para abrir ruas<br />

ou fazer melhorias <strong>na</strong> infraestrutura."<br />

Partidos <strong>de</strong> oposição questio<strong>na</strong>m o plano e propõem um <strong>de</strong>bate no Legislativo.<br />

Os próprios moradores das favelas procuram se organizar para ter alguma voz<br />

<strong>na</strong>s <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> urbanização da área on<strong>de</strong> vivem.<br />

Na vila <strong>de</strong> Playón <strong>de</strong> Chacarita, o primeiro passo - por mais paradoxal que seja<br />

- é conseguir que as autorida<strong>de</strong>s reconheçam a região como uma villa <strong>de</strong><br />

emergencia. Atualmente, a concentração urba<strong>na</strong> é tecnicamente consi<strong>de</strong>rada


um assentamento, uma categoria que não garante sequer acesso a fundos do<br />

governo.<br />

23/06/2009 - 08h02<br />

Empresários se afastam <strong>de</strong> casal Kirchner às vésperas <strong>de</strong> eleição<br />

THIAGO GUIMARÃES<br />

da Folha <strong>de</strong> S. Paulo, em Buenos Aires<br />

O governo Cristi<strong>na</strong> Kirchner chega às eleições legislativas <strong>de</strong> domingo <strong>na</strong><br />

Argenti<strong>na</strong> em meio ao pior momento <strong>de</strong> sua relação com o setor empresarial.<br />

O ponto <strong>de</strong> inflexão foi a onda <strong>de</strong> <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lizações promovida em maio pelo<br />

governo <strong>de</strong> Hugo Chávez (Venezuela), que incluiu três empresas da Techint, a<br />

maior multi<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l argenti<strong>na</strong>. Chávez é um dos principais aliados políticos e<br />

econômicos dos Kirchner.<br />

A iniciativa gerou uma inédita reação em ca<strong>de</strong>ia do setor, com comunicados <strong>de</strong><br />

câmaras dos industriais, empresários, banqueiros, exportadores e<br />

comerciantes. A UIA (União Industrial Argenti<strong>na</strong>), a Fiesp local, pediu a <strong>de</strong>fesa<br />

<strong>de</strong> "interesses legítimos" do país no exterior e rechaçou a entrada da<br />

Venezuela no Mercosul, já aprovada pela Argenti<strong>na</strong>.<br />

Embora tenha buscado se diferenciar do mo<strong>de</strong>lo chavista, o governo subiu o<br />

tom contra a Techint, com críticas <strong>de</strong> Cristi<strong>na</strong> e <strong>de</strong> Néstor Kirchner, seu marido<br />

e antecessor, hoje candidato a <strong>de</strong>putado.<br />

No início <strong>de</strong>ste mês, em outro episódio <strong>de</strong> afastamento do empresariado, o<br />

governo impediu a divisão <strong>de</strong> divi<strong>de</strong>ndos pela distribuidora <strong>de</strong> energia E<strong>de</strong>sur,<br />

que tem 25% das ações <strong>na</strong>s mãos da Petrobras. "Que invistam antes <strong>de</strong><br />

distribuir lucros", afirmou o ministro do Planejamento, Julio <strong>de</strong> Vido.<br />

Mas o si<strong>na</strong>l <strong>de</strong> alerta no setor já havia sido aceso no ano passado, quando o<br />

governo estatizou a Previdência privada obrigatória e passou a <strong>de</strong>sig<strong>na</strong>r<br />

diretores estatais <strong>na</strong>s cerca <strong>de</strong> 40 empresas em que os fundos privados tinham<br />

ações.<br />

As estatísticas oficiais, sob suspeita <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2007, são outro ponto <strong>de</strong> atrito. Em<br />

abril, a UIA registrou queda interanual <strong>de</strong> 9,6% <strong>na</strong> produção industrial. O<br />

governo, que diz que o cálculo da entida<strong>de</strong> é limitado, apontou baixa <strong>de</strong> 1,4%.<br />

A intervenção estatal <strong>na</strong> economia, que passou a ser cavalo <strong>de</strong> batalha da


oposição, é também uma das críticas do setor rural, em conflito com os<br />

Kirchner <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2008 e que reivindica liberação das exportações <strong>de</strong> carne e<br />

leite, autorizadas a conta-gotas pelo governo como forma <strong>de</strong> controlar preços --<br />

quanto maior a oferta inter<strong>na</strong>, mais baratos os produtos.<br />

"Não acredito que a Argenti<strong>na</strong> possa imagi<strong>na</strong>r adotar um mo<strong>de</strong>lo como o<br />

venezuelano", afirmou à Folha o secretário da UIA e ex-ministro da Produção<br />

do governo Eduardo Duhal<strong>de</strong> (2002-2003), José Ig<strong>na</strong>cio <strong>de</strong> Mendiguren.<br />

Em público, a entida<strong>de</strong> mantém o discurso cuidadoso e nega ruptura com o<br />

governo. "Apoiamos as medidas, mas apontamos o que é necessário<br />

introduzir", diz Mendiguren.<br />

Os indícios <strong>de</strong> reacomodação <strong>na</strong> relação, no entanto, existem. Em abril, por<br />

exemplo, banqueiros, industriais e produtores rurais voltaram a se reunir pela<br />

primeira vez <strong>de</strong>s<strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2008, marco do início do conflito dos Kirchner<br />

com o campo. O problema das estatísticas e a <strong>de</strong>sig<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> diretores estatais<br />

em empresas estiveram <strong>na</strong> pauta da reunião, que passou a ser periódica.<br />

24/06/2009 - 10h13<br />

Campanha <strong>de</strong> Kirchner tenta ligar rival ao "pior passado"<br />

THIAGO GUIMARÃES<br />

da Folha <strong>de</strong> S. Paulo, <strong>de</strong> Buenos Aires<br />

Com pesquisas que projetam, a quatro dias da votação, uma eleição legislativa<br />

disputada <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong>, o governo Cristi<strong>na</strong> Kirchner abandonou nesta sema<strong>na</strong><br />

o tom "paz e amor" <strong>de</strong> sua publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> TV e partiu para o ataque contra seu<br />

principal rival <strong>na</strong> Província <strong>de</strong> Buenos Aires.<br />

A peça associa os lí<strong>de</strong>res da Unión-PRO, frente <strong>de</strong> centro-direita formada por<br />

dissi<strong>de</strong>ntes do peronismo (sigla dos Kirchner) e pelo partido do prefeito <strong>de</strong><br />

Buenos Aires, Mauricio Macri, às privatizações do governo Carlos Menem<br />

(1989-1999).<br />

A eleição no maior colégio eleitoral do país (37% dos votos <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is) está<br />

polarizada entre a lista encabeçada por Néstor Kirchner, marido e antecessor<br />

<strong>de</strong> Cristi<strong>na</strong>, e a da Unión-PRO, que leva o empresário e <strong>de</strong>putado fe<strong>de</strong>ral<br />

Francisco De Narváez como primeiro candidato. O voto legislativo <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong><br />

é dado aos partidos ou às alianças eleitorais.<br />

A peça governista usa entrevistas recentes <strong>de</strong> Macri -disse que reprivatizaria a


Aerolíneas Argenti<strong>na</strong>s e a Previdência privada, estatizadas sob Cristi<strong>na</strong>- e <strong>de</strong><br />

De Narváez, que justifica sua <strong>de</strong>fesa, em 2003, da frustrada empreitada <strong>de</strong><br />

Menem por um novo mandato (o terceiro).<br />

Com tipografia igual à da publicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> De Narváez, a peça diz: "Francisco +<br />

Mauricio: seu plano é voltar ao pior passado". Alu<strong>de</strong> ao slogan do empresário:<br />

"Eu tenho um plano".<br />

Associar os rivais ao "passado neoliberal" da Argenti<strong>na</strong> já é praxe no discurso<br />

<strong>de</strong> Kirchner, que vê a eleição como um plebiscito entre "mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> país". Os<br />

ataques, contudo, não haviam chegado a sua propaganda, que priorizava<br />

<strong>de</strong>poimentos pró-governo <strong>de</strong> pessoas comuns, sem exibir candidatos, e o<br />

slogan "Nós fazemos".<br />

O próprio Kirchner, criticado pelo estilo confrontativo, havia alterado sua<br />

postura durante a campanha, usando tom <strong>de</strong> voz baixo e didático em<br />

discursos.<br />

Diferentemente do Brasil, <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong>, não há horário eleitoral gratuito --todas<br />

as inserções são pagas.<br />

Mudança<br />

A eleição <strong>de</strong> domingo renova meta<strong>de</strong> da Câmara dos Deputados e um terço do<br />

Se<strong>na</strong>do, Casas hoje domi<strong>na</strong>das pelo governo. É crucial para o casal Kirchner,<br />

que per<strong>de</strong>u meta<strong>de</strong> da popularida<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o conflito com o campo, aberto em<br />

2008, e hoje é questio<strong>na</strong>do <strong>de</strong>ntro e fora do seu partido.<br />

Sintomaticamente, o slogan da "mudança", usado por Cristi<strong>na</strong> <strong>na</strong> campanha <strong>de</strong><br />

2007 --"A mudança acaba <strong>de</strong> começar"-- foi incorporado pela oposição.<br />

De Narváez usa "A mudança começa um dia", e o radicalismo, rival histórico do<br />

peronismo, "A mudança segura".<br />

"Em 2005 [quando venceu as eleições legislativas com folga], o kirchnerismo<br />

estava no po<strong>de</strong>r havia dois anos. Agora, são seis. Isso explica por que per<strong>de</strong>u<br />

a ban<strong>de</strong>ira da mudança para a oposição", disse à Folha o a<strong>na</strong>lista político<br />

Rosendo Fraga.<br />

O tema "mudança" só apareceu <strong>na</strong> propaganda governista da atual campanha<br />

justamente <strong>na</strong> peça que ataca os rivais, intercalados com imagens <strong>de</strong> Menem e<br />

<strong>de</strong> seu ex-ministro da Economia Domingo Cavallo: "A verda<strong>de</strong>ira mudança é a<br />

que estamos fazendo".<br />

Enquanto Kirchner reforça a ofensiva contra os rivais, Cristi<strong>na</strong> mantém uma


agenda intensa <strong>de</strong> i<strong>na</strong>ugurações <strong>de</strong> obras privadas. Aproveita as tribu<strong>na</strong>s para<br />

repetir o discurso do governo <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa do papel do Estado <strong>na</strong> economia.<br />

"Foi o tempo em que nos queriam convencer que só o mercado <strong>de</strong>cidia e que o<br />

Estado era quase um estorvo à ativida<strong>de</strong> econômica", disse nesta terça-feira <strong>na</strong><br />

i<strong>na</strong>uguração <strong>de</strong> uma unida<strong>de</strong> elétrica da Petrobras.<br />

Seis anos <strong>de</strong>pois, Kirchner precisará pensar <strong>de</strong> novo (Carta Maior-26/06/2009)<br />

As eleições legislativas <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong> tiveram um caráter plebiscitário. E o<br />

plebiscito representou uma parada e um giro à direita cuja extensão <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá<br />

do pulso <strong>de</strong> uma classe política pouco dada à sutileza. Talvez tenha sido um<br />

castigo excessivo para um governo que acumulou méritos interessantes e<br />

manteve firme o timão da economia nestes anos, mas per<strong>de</strong>u contato com a<br />

socieda<strong>de</strong> nos últimos tempos. Não será simples, quando se aguarda a<br />

vingança ruralista e o afã das corporações empresariais para impor a sua<br />

partilha (em benefício próprio) dos custos sociais da crise mudial. A análise é<br />

<strong>de</strong> Mario Weinfeld, do Pági<strong>na</strong> 12.<br />

Mário Weinfeld - Pági<strong>na</strong> 12<br />

Néstor Kirchner e Daniel Scioli foram <strong>de</strong>ixados para trás por um novato,<br />

Francisco <strong>de</strong> Narvaez. Quase todos os presi<strong>de</strong>nciáveis opositores levaram<br />

vitórias: Julio Cobos, Mauricio Macri, Carlos Reutemann. O kirchnerismo<br />

<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l diminuiu em número <strong>de</strong> <strong>de</strong>putados e se<strong>na</strong>dores. Seu <strong>de</strong>sempenho em<br />

Córdoba, Santa Fe, Mendoza e Capital (distritos gran<strong>de</strong>s e muito relevantes)<br />

foram pobres. No mesmo dia, foram golpeadas as três figuras eleitorais do<br />

governo (a presi<strong>de</strong>nte, Scioli e Kirchner).<br />

Kirchner, presi<strong>de</strong>nte do PJ (Partido Justicialista), teve seu pior dia em seis<br />

anos. Vários gover<strong>na</strong>dores aliados com ele venceram, alguns com carradas <strong>de</strong><br />

votos. Pedirão mudanças <strong>na</strong>s regras do jogo, <strong>na</strong> partilha do po<strong>de</strong>r.<br />

A oposição não peronista teve um dia <strong>de</strong> festa, embora com resultados<br />

divididos <strong>de</strong> modo <strong>de</strong>sigual. Os vencedores, que não são um grupo coerente,<br />

precisarão processar suas <strong>de</strong>cisões inter<strong>na</strong>s, organizar-se, formalizar<br />

li<strong>de</strong>ranças. O mapa eleitoral <strong>de</strong>snudou suas fraquezas, sua relativa insolvência,<br />

sua falta <strong>de</strong> afectio societatis. É um mapa <strong>de</strong> domi<strong>na</strong>dores dispersos: Luis Juez


em Cordoba, o PRO <strong>na</strong> capital e <strong>na</strong> província <strong>de</strong> Buenos Aires, o radicalismo<br />

em vários pontos.<br />

Não existe nenhuma unida<strong>de</strong> aí, exceto para questio<strong>na</strong>r o governo. E, talvez,<br />

<strong>na</strong> ofensiva contra as <strong>de</strong>duções da soja, uma bomba relógio que certamente<br />

será acio<strong>na</strong>da em questão <strong>de</strong> dias.<br />

O maior golpe<br />

Kirchner queimou os <strong>na</strong>vios quando concorreu pela província <strong>de</strong> Buenos Aires.<br />

Sua tática foi sempre <strong>de</strong>fensiva: primeiro lugar entrincheirar-se <strong>na</strong> província, <strong>na</strong><br />

periferia em seguida... Todos estes movimentos não bastaram. Este artigo se<br />

fecha ainda ignorando os números oficiais <strong>de</strong>finitivos, o que impossibilita<br />

especificações. À primeira vista, a estratégia evi<strong>de</strong>ntemente fracassou. A<br />

rejeição atravessou toda a geografia <strong>de</strong> Buenos Aires.<br />

Expor Scioli [o gover<strong>na</strong>dor da província, candidato <strong>na</strong> chapa <strong>de</strong> Kirchner] foi um<br />

risco adicio<strong>na</strong>l, cujas consequências o gover<strong>na</strong>dor sofrerá <strong>na</strong> íngreme fase fi<strong>na</strong>l<br />

<strong>de</strong> seu mandato.<br />

Francisco <strong>de</strong> Narvaez é o contrário: passou <strong>de</strong> lanterninha a campeão sem<br />

escalas. Ficou em primeiro lugar, com uma percentagem muito elevada, bem<br />

mais do que conseguiu Gabriela Michetti <strong>na</strong> amigável capital.<br />

A referência não é aleatória, De Narváez <strong>de</strong>rrotou Kirchner-Scioli, faz tempo<br />

que relegou Solá e ontem fez sombra a ''Maurício'' [Macri, o também<br />

oposicionista prefeito da capital]. Ele é uma referência incontornável <strong>na</strong><br />

província, po<strong>de</strong> usar esse capital como quiser. Isto é, aproximar-se <strong>de</strong> Macri ou<br />

<strong>de</strong> Reutemann. No cenário <strong>de</strong> hoje, esta última po<strong>de</strong> ser a jogada ganhadora,<br />

mas qualquer previsão é prematura.<br />

Com isso, Narvaez, um milionário sem pedigree político e com uma<br />

escolarida<strong>de</strong> primitiva, <strong>de</strong>sembarca <strong>na</strong> primeira divisão. É uma proeza, tendo<br />

em conta os seus antece<strong>de</strong>ntes, a vacuida<strong>de</strong> do seu discurso, o parco elenco<br />

que o seguiu.


Presumivelmente, os seus dois pontos fortes foram a campanha e a quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> erros gratuitos <strong>de</strong> seus adversários. O empresário-<strong>de</strong>putado dominou a<br />

ce<strong>na</strong> da campanha, o governo girou em sua órbita, dando-lhe uma centralida<strong>de</strong><br />

que o favorecia. O kirchnerismo incentivou a polarização engordou o 'Colorado'<br />

[apelido <strong>de</strong> De Narváez, <strong>de</strong>vido aos cabelos ruivos]<br />

Martin Sabbatella [terceiro colocado em Buenos Aires], reforçado por anos <strong>de</strong><br />

gestão municipal em Moron, foi capaz <strong>de</strong> conseguir um lugar no meio <strong>de</strong> uma<br />

enorme polarização. Fica posicio<strong>na</strong>do para a fase <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. Conseguiu isso<br />

com armas nobres, manteve-se fiel a seus princípios, apelando para um<br />

discurso aparentemente <strong>de</strong>saconselhável em meio a tanta tensão: o <strong>de</strong><br />

reconhecer o ''alto piso'' do kirchnerismo, porém dizendo que este já bateu no<br />

teto, por falta <strong>de</strong> inovação e porque o PJ é um contrapeso a uma mudança<br />

progressista.<br />

Em teoria, Sabbatella era governista <strong>de</strong>mais para os Contreras [família<br />

empresarial], Contrera <strong>de</strong>mais para o governismo, morno <strong>de</strong>mais para o clima<br />

quente. Mas foi sincero e coerente com suas i<strong>de</strong>ias e atitu<strong>de</strong>s dos últimos<br />

anos. Produziu dois pequenos milagres. O primeiro, agluti<strong>na</strong>r toda a CTA<br />

[central sindical alter<strong>na</strong>tiva] em um espaço político. O outro foi a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

votos. Parece ter ultrapassado 5%, uma cifra si<strong>de</strong>ral em termos absolutos, o<br />

que lhe valerá mais <strong>de</strong> um <strong>de</strong>putado.<br />

Santa Fe, Batman<br />

Reutemann fez uma imensa aposta, podia per<strong>de</strong>r muitas fichas ou faturar<br />

muito. Assim foi, embora por pouco. Seu adversário foi um socialismo<br />

gover<strong>na</strong>nte em que a principal figura, o gover<strong>na</strong>dor Binner, tentou dar volume<br />

ao candidato Rubén Giustiniani.<br />

Reutemann se <strong>de</strong>staca entre os vários lí<strong>de</strong>res provinciais justicialistas, que<br />

pensam ter o bastão <strong>de</strong> marechal. Duas vezes gover<strong>na</strong>dor <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong><br />

província, duas vezes se<strong>na</strong>dor, respeitado por seus pares, apreciado pelo<br />

estabilishment midiático e empresarial, é o melhor projeto <strong>de</strong> presi<strong>de</strong>nciável.


Seus aliados mais próximos, Juan Schiaretti e Jorge Busti se <strong>de</strong>ram mal nos<br />

seus distritos, mas ele agora tem um milhão <strong>de</strong> amigos.<br />

É lindo o inverno em Mendoza<br />

O vice-presi<strong>de</strong>nte Cobos [rompido com os Kirchner] arrasou em Mendoza, um<br />

resultado anunciado que só a cegueira <strong>de</strong> alguns operadores <strong>de</strong> Olivos [a se<strong>de</strong><br />

do governo] po<strong>de</strong>ria ignorar. Isso coloca-o <strong>na</strong> pole position entre os<br />

presi<strong>de</strong>nciáveis do radicalismo [da UCR, União Cívica Radical].<br />

A UCR fez uma eleição aceitável, especialmente nos distritos em que não foi<br />

conduzida por Elisa Carrió. A lí<strong>de</strong>r da Coalizão Cívica, a antagonista <strong>de</strong><br />

Kirchner, sua rival mais extremada foi (vale mencio<strong>na</strong>r) outra per<strong>de</strong>dora da<br />

jor<strong>na</strong>da.<br />

Para Cobos o terceiro lugar <strong>na</strong> capital e província Buenos Aires é uma boa<br />

notícia. Fica hegemonizando o horizonte radical, capitalizando a preferência<br />

dos lí<strong>de</strong>res partidários por ele e não Carrió.<br />

O radicalismo fez uma eleição aceitável em várias províncias. No fechamento<br />

<strong>de</strong>sta edição, tinha surpreen<strong>de</strong>nte precedência em Entre Rios,<br />

assombrosamente em Santa Cruz (mais um golpe para Kirchner) e mais<br />

previsivelmente em Catamarca e Corrientes. Como <strong>de</strong>stacou o presi<strong>de</strong>nte da<br />

UCR, Gerardo Morales, ganhou ca<strong>de</strong>iras no Se<strong>na</strong>do e <strong>na</strong> Câmara, tor<strong>na</strong>ndo-se<br />

o segundo bloco, atrás da FPV [dos Kirchner].<br />

Cobos, além <strong>de</strong> ser uma fantasia <strong>de</strong> uma direita rural que hoje <strong>de</strong>ve estar<br />

afiando suas unhas, continua a crescer <strong>de</strong>pos <strong>de</strong>sta assombrosa jor<strong>na</strong>da <strong>de</strong><br />

voto não negativo.<br />

Pino vai ser bom<br />

Na capital, Gabriela Michetti teve uma vitória anunciada, a curtíssima distância<br />

da estrela da noite em Buenos Aires, Fer<strong>na</strong>ndo 'Pino' Sola<strong>na</strong>s [do Projeto Sul,<br />

<strong>de</strong> centro-esquerda]. O macrismo mantém uma hegemonia persistente, mas<br />

Gabriela foi muito menos do que esperava e se acostumara. Ela pensava que


iria <strong>de</strong> limosine para o governo em 2011. Agora, terá que rever esse panorama,<br />

com seu patrimônio minguando.<br />

Pino Sola<strong>na</strong>s foi um cabal vencedor, irá ao Parlamento com dois outros<br />

colegas. Uma é a socióloga Alcira Argumedo, ativista, acadêmica e lutadora <strong>de</strong><br />

primeira, sempre <strong>na</strong> planície.<br />

O orçamento da campanha Projeto Sul foi ridículo. Foi suprido com recursos<br />

genuinos, no grito: um discurso cheio <strong>de</strong> conteúdo político. Pino propôs uma<br />

agenda ambiciosa, alicerçado no <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l-popular e estatista. Sua bagagem<br />

inclui também uma consistente trajetória <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> meio século como<br />

cineasta, como cidadão e lí<strong>de</strong>r. Suas propostas po<strong>de</strong>m ser controvertidas, suas<br />

metas taxadas <strong>de</strong> utópicas. Mas os temas que levará à ágora são substanciais<br />

e às vezes solapados: o patrimônio público, as empresas estatais, a energia, o<br />

sistema <strong>de</strong> transportes. Sua força tem pouca expansão <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, até hoje só se<br />

expan<strong>de</strong> um pouco para a província <strong>de</strong> Buenos Aires. Mas abre-se para ele<br />

uma janela <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>, competir para o governo da capital, sem prejuízo<br />

do seu programa <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />

O Acordo Cívico e Social foi um fiasco. Elisa Carrió cometeu vários erros,<br />

talvez por onipotência. O maior foi não fazer o óbvio, encabeçar a lista: a<br />

distância entre o seu carisma e o <strong>de</strong> seus entes queridos é si<strong>de</strong>ral. O segundo<br />

erro foi lançar Alfonso Prat Gay, um novato sem cintura nem recursos políticos<br />

primários, <strong>de</strong> conhecimento público quase nulo. O terceiro lugar <strong>na</strong> cida<strong>de</strong> que<br />

sempre a mimou é um forte revés para Elisa Carrió, especialmente porque<br />

evi<strong>de</strong>ncia suas más <strong>de</strong>cisões. E porque os concorrentes aliados farão com que<br />

ela pague.<br />

Vox Populi<br />

Houve um plebiscito, nem mais nem menos. É costumeiro, por aqui, dois anos<br />

antes das eleições presi<strong>de</strong>nciais. Ninguém <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ler o que disse o<br />

eleitorado.<br />

O governo, já foi dito, é o primeiro interpelado. Sua própria trajetória eleitoral


po<strong>de</strong> servir-lhe <strong>de</strong> guia. Ganhou apertado em 2003, quando Kirchner,<br />

surpreen<strong>de</strong>ntemente, chegou à Presidência. Tomou <strong>de</strong>cisões acertadas,<br />

reforçou o po<strong>de</strong>r presi<strong>de</strong>ncial, tomou <strong>de</strong>cisões sobera<strong>na</strong>s, negociou com garra<br />

a dívida, renovou o Supremo Tribu<strong>na</strong>l, tornou <strong>de</strong>cente a política <strong>de</strong> direitos<br />

humanos.<br />

Nesta evolução, o governo foi acompanhado pelos cidadãos e revalidado com<br />

quotas crescentes <strong>na</strong>s eleições <strong>de</strong> 2005 e 2007. A administração <strong>de</strong> Kirchner<br />

foi plebiscitada <strong>na</strong>s ur<strong>na</strong>s, ilumi<strong>na</strong>ndo a folgada chegada <strong>de</strong> Cristi<strong>na</strong> Fernán<strong>de</strong>z<br />

à Casa Rosada.<br />

O governo erra em seu imaginário – o discurso eleitoral o mostrou – quando<br />

põe em ce<strong>na</strong> esses anos dourados, passados, sob o mandato <strong>de</strong> outro<br />

presi<strong>de</strong>nte, fala pouco da gestão atual e pouco propõe para adiante. O povo já<br />

''pagou'' por esse quadriênio positivo.<br />

O que estava em questão ontem era a presidência <strong>de</strong> Cristi<strong>na</strong> Fernán<strong>de</strong>z <strong>de</strong><br />

Kirchner e os próximos anos. O mandato da presi<strong>de</strong>nte foi marcado pelo<br />

conflito das retenções móveis, cujas projeções eleitorais se cristalizaram<br />

ontem.<br />

Mas o oficialismo teve outras <strong>de</strong>ficiências neste biênio. Seu gabinete tem muito<br />

menos peso específico. Muitos aliados o abando<strong>na</strong>ram, não só ''pela direita''<br />

com o problema do campo. Também buscaram outros <strong>de</strong>stinos os Libres <strong>de</strong>l<br />

Sur, o Ibarrismo. Teimou em manter suas figuras mais irritantes (Ricardo<br />

Jaime, Guillermo Moreno). Recusou-se a corrigir a situação do In<strong>de</strong>c.<br />

O governo po<strong>de</strong>, com razão, e<strong>na</strong>ltecer sua resposta à crise econômica<br />

mundial, a <strong>de</strong>fesa dos postos <strong>de</strong> trabalho. E orgulhar-se do maior feito <strong>de</strong><br />

Cristi<strong>na</strong> Kirchner, a estatização das AFJP [fundo <strong>de</strong> pensões]. É certo que<br />

gran<strong>de</strong> parte da raiva que se acumulou ''castiga'' esses sucessos, mas seria<br />

uma simplificação conformista ler um pronunciamento <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e interprovincial<br />

e trasclassista ape<strong>na</strong>s como uma virada massiva para a direita. Também<br />

pesam <strong>na</strong> balança limitações e obsessões do Governo.


Com a foto <strong>de</strong> hoje, temos um governo enfraquecido, mantém bom controle<br />

sobre as variáveis econômicas e uma suposta primazia no Congresso, embora<br />

seja ingênuo supor a lealda<strong>de</strong> da maioria dos seus parlamentares, peronistas<br />

enfim, verticais ape<strong>na</strong>s no sucesso.<br />

O <strong>de</strong>stino peronista<br />

O regresso <strong>de</strong> Kirchner ao PJ bastou para obter gover<strong>na</strong>bilida<strong>de</strong> por quase<br />

quatro anos. O <strong>de</strong>sengajamento da li<strong>de</strong>rança justicialista catalisou sua queda<br />

<strong>de</strong> ontem.<br />

Agora, parece que a melhor cartada do governo é assumir o seu <strong>de</strong>stino<br />

peronista. Convocar seus companheiros vencedores e acordar um sistema <strong>de</strong><br />

gover<strong>na</strong>nça.<br />

É sabido que as contrapartidas vão ser duras para o kirchnerismo. Terão <strong>de</strong><br />

compartilhar o po<strong>de</strong>r, espaços no gabinete, aceitar uma agenda parlamentar<br />

que recusaram durante um quinquênio: coparticipação fe<strong>de</strong>rativa, melhoria <strong>na</strong><br />

distribuição dos fundos da lei <strong>de</strong> cheque, ape<strong>na</strong>s para começar. E, em termos<br />

econômicos, simbólicos e culturais, negociar alguns recuos.<br />

É um cálice amargo, mas parece o caminho que está disponível. A expectativa<br />

do kirchnerismo seria melhorar a reputação da presi<strong>de</strong>nte e capturar terreno<br />

através da gestão. E honrar o seu <strong>de</strong>ver constitucio<strong>na</strong>l, como Kirchner disse ao<br />

aceitar a <strong>de</strong>rrota, o que não é pouca coisa.<br />

Por seu turno, a confe<strong>de</strong>ração dos gover<strong>na</strong>dores (encabeçada paradoxalmente<br />

por um lí<strong>de</strong>r que não é gover<strong>na</strong>dor: Reutemann) tem um incentivo para dar<br />

oxigênio ao governo, que é transitar or<strong>de</strong><strong>na</strong>damente e com chances para 2011.<br />

Não lhes convém uma ruptura institucio<strong>na</strong>l (resultante <strong>de</strong> um assédio<br />

<strong>de</strong>fenestrador ou <strong>de</strong> uma renúncia da presi<strong>de</strong>nte por asfixia), que <strong>de</strong>ixaria o<br />

Executivo <strong>na</strong>s mãos do radical Cobos, para completar o mandato. Além disso,<br />

eles lembram a loucura que foram os últimos dois anos <strong>de</strong> Menem, batido pela<br />

Aliança, em 1997. A batalha com Eduardo Duhal<strong>de</strong> sangrou o peronismo e


impulsionou a vantagem da Aliança. A li<strong>de</strong>rança justicialista quer um governo<br />

que sustente o ritmo <strong>na</strong> economia, que facilite a sustentabilida<strong>de</strong> das<br />

províncias (e seus gover<strong>na</strong>ntes), e não divida suas hostes.<br />

Um acordo <strong>de</strong>sta <strong>na</strong>tureza seria racio<strong>na</strong>l e necessário. Consagraria progressos<br />

e retrocessos <strong>de</strong>cididos ontem pelos cidadãos.<br />

Custa imagi<strong>na</strong>r que os protagonistas em ação aceitem isso; exigiria doses<br />

pouco usuais <strong>de</strong> temperança, responsabilida<strong>de</strong>, e sangue frio. Mas é<br />

necessário para manter a estabilida<strong>de</strong> institucio<strong>na</strong>l, para honrar os prazos dos<br />

mandatos. E também não acentuar a fragilida<strong>de</strong> do po<strong>de</strong>r político, justamente<br />

quando as corporações econômicas se preparam para lançar os custos da<br />

crise sobre os trabalhadores.<br />

As cassandras da frau<strong>de</strong> fracassaram, vários institutos <strong>de</strong> pesquisa engoliram<br />

sapos formidáveis, as pessoas comuns votaram num contexto <strong>de</strong> tolerância.<br />

Os vencedores comemoraram, mas <strong>de</strong>veriam registrar que ainda não<br />

chegaram lá e têm enormes tarefas pen<strong>de</strong>ntes. Entre elas, sossegar seus<br />

aliados, do campo e da indústria. O seu <strong>de</strong>ver não é <strong>de</strong>sestabilizar<br />

maldosamente um governo grogue, embora sua idiossincrasia os incline no<br />

sentido oposto.<br />

Resta ao governo fazer um ato <strong>de</strong> introspeção, olhar-se no espelho,<br />

reconhecer erros, ser flexível para negociar e hábil para conce<strong>de</strong>r, tratando <strong>de</strong><br />

sustentar o que é substancial em seu ''mo<strong>de</strong>lo''.<br />

O plebiscito é uma parada e um giro à direita cuja extensão <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá do<br />

pulso <strong>de</strong> uma classe política pouco dada à sutileza. Talvez tenha sido um<br />

castigo excessivo para um governo que acumulou méritos interessantes e<br />

manteve firme o timão da economia nestes anos, mas per<strong>de</strong>u contato com a<br />

socieda<strong>de</strong> nos últimos tempos.<br />

Seja como for, o veredicto popular forçou um cenário, cabe aos protagonistas<br />

torná-lo mais funcio<strong>na</strong>l para os interesses da maioria. Não será simples,


quando se aguarda a vingança ruralista e o afã das corporações empresariais<br />

para impor a sua partilha (em benefício próprio) dos custos sociais da crise<br />

mudial.<br />

Tradução: Vermelho.org<br />

29/06/2009 - 10h55<br />

Kirchner obtêm 30% dos votos em legislativas e per<strong>de</strong> controle do<br />

Congresso<br />

da Folha Online<br />

A presi<strong>de</strong>nte da Argenti<strong>na</strong>, Cristi<strong>na</strong> Kirchner, sofreu uma dura <strong>de</strong>rrota <strong>na</strong>s<br />

eleições legislativas <strong>de</strong>ste domingo <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong>. Com mais <strong>de</strong> 96% das ur<strong>na</strong>s<br />

apuradas, o partido governista, presidido pelo ex-presi<strong>de</strong>nte e candidato a<br />

<strong>de</strong>putado Néstor Kirchner, per<strong>de</strong>u nos cinco maiores distritos do país. Com<br />

cerca <strong>de</strong> 30% dos votos, o governo <strong>de</strong> Cristi<strong>na</strong> per<strong>de</strong> 22 <strong>de</strong>putados, segundo<br />

cálculos do jor<strong>na</strong>l argentino "Clarín", e po<strong>de</strong> ficar sem gover<strong>na</strong>bilida<strong>de</strong> no<br />

Congresso.<br />

A <strong>de</strong>rrota foi minimizada por Nestor Kirchner, que disse fazer parte do "jogo<br />

<strong>de</strong>mocrático". Contudo, a<strong>na</strong>listas classificam a <strong>de</strong>rrota como um alerta <strong>de</strong><br />

popularida<strong>de</strong> para Cristi<strong>na</strong> Kirchner e o fortalecimento dos opositores como<br />

favoritos para ganhar a Presidência do país em 2011.<br />

Segundo a Junta Eleitoral, o revés mais duro aconteceu <strong>na</strong> Província <strong>de</strong><br />

Buenos Aires, a mais importante do país, on<strong>de</strong> o partido <strong>de</strong> Kirchner obteve<br />

32,12% dos votos contra 34,57% da União-Pro, do principal candidato da<br />

oposição, Francisco De Narváez.<br />

O partido Acordo Cívico e Social, dos social-<strong>de</strong>mocratas e liberais, obteve<br />

21,47% e o partido <strong>de</strong> centro-esquerda Novo Encontro, 5,56%.<br />

O tropeço po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar Kirchner, um político que governou a Argenti<strong>na</strong> com um<br />

estilo áspero e confrontador entre 2003 e 2007, fora da corrida para as eleições<br />

presi<strong>de</strong>nciais <strong>de</strong> 2011. O ex-mandatário, consi<strong>de</strong>rado por muitos quem ostenta<br />

o real po<strong>de</strong>r no governo <strong>de</strong> sua mulher, reconheceu a <strong>de</strong>rrota com um pouco<br />

usual tom conciliador e disse que o país tem um novo marco político.<br />

O governo <strong>de</strong> Cristi<strong>na</strong> Kirchner já prepara mudanças em vários <strong>de</strong> seus


ministros após os resultados das eleições <strong>de</strong>ste domingo, disse a jor<strong>na</strong>listas<br />

uma fonte do governo que pediu anonimato.<br />

O governo havia apostado todas as suas fichas em uma vitória folgada <strong>na</strong><br />

principal Província argenti<strong>na</strong>, on<strong>de</strong> investiu aparato do governo e medidas<br />

eleitoreiras para conquistar eleitores cativos.<br />

Néstor Kirchner se dispôs a apoiar o governo <strong>de</strong> sua mulher <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

Congresso, mas sua <strong>de</strong>rrota e a perda <strong>de</strong> terreno no âmbito legislativo criaram<br />

dificulda<strong>de</strong>s para que Cristi<strong>na</strong> avance com sua agenda no momento em que a<br />

economia argenti<strong>na</strong> se <strong>de</strong>teriora e diminui o saldo fiscal --e que ela precisa da<br />

popularida<strong>de</strong> gerada por uma melhora econômica para se recupera do golpe<br />

da crise com agricultores.<br />

Mudanças<br />

Os candidatos do governo caíram nos cinco principais distritos do país por<br />

população e po<strong>de</strong>r econômico: a Província e a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Buenos Aires,<br />

Córdoba, Santa Fé e Mendoza.<br />

O Acordo Cívico e Social, uma força <strong>de</strong> centro, converteu-se no maior<br />

agrupamento opositor não-peronista e terá o maior bloco <strong>de</strong> <strong>de</strong>putados em<br />

âmbito <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />

Carlos Reutemann, um ex-piloto <strong>de</strong> Fórmula 1 que <strong>de</strong>safiou o candidato<br />

governista em Santa Fé, foi outro dos vencedores do dia e aparece no<br />

horizonte como presi<strong>de</strong>nciável pelo peronismo, já que a li<strong>de</strong>rança dos Kirchner<br />

ficou muito <strong>de</strong>bilitada.<br />

Quase 28 milhões <strong>de</strong> argentinos estiveram habilitados a votar <strong>na</strong>s eleições que<br />

renovaram a meta<strong>de</strong> da Câmara dos Deputados e um terço do Se<strong>na</strong>do.<br />

As projeções indicavam um retrocesso governista <strong>de</strong> até 18 ca<strong>de</strong>iras <strong>na</strong><br />

Câmara baixa e a perda <strong>de</strong> quatro ca<strong>de</strong>iras no Se<strong>na</strong>do, o que faria<br />

<strong>de</strong>saparecer as maiorias com as quais até o momento contava o governo em<br />

ambas as casas para aprovar seus projetos.<br />

Diálogo<br />

Francisco De Narváez, da União-Pro, um carismático milionário e<br />

representante da oposição peronista, comemorou a vitória.<br />

"Eu disse que um dia mudaríamos a história, e este dia é hoje", afirmou, da<br />

se<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua campanha eleitoral. "A má política dos velhos tempos foi<br />

<strong>de</strong>rrotada."


Em um tom mais ameno, Narváez afirmou, contudo, que quer dialogar com o<br />

governo Kirchner.<br />

"Queremos nos sentar em uma mesa com ela [Cristi<strong>na</strong> Kirchner] e com seu<br />

gabinete para colaborar", disse um eufórico De Narváez, que pediu mudanças<br />

no estilo <strong>de</strong> gestão da presi<strong>de</strong>nte, que como seu marido, confronta<br />

abertamente opositores e importantes setores econômicos e sociais.<br />

Resultado<br />

Na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Buenos Aires, que tem 99,65% das ur<strong>na</strong>s apuradas, o partido <strong>de</strong><br />

Kirchner obteve 11,64% dos votos para <strong>de</strong>putados contra 31,09% da União-<br />

Pro. O partido Projeto Sul, <strong>de</strong> centro-esquerda, conseguiu 24,21% dos votos.<br />

Outros 19,05% dos votos ficaram com o Acordo Cívico e Social.<br />

Já <strong>na</strong> Província <strong>de</strong> Córdoba, com 99,16% das ur<strong>na</strong>s apuradas, a vitória <strong>na</strong><br />

disputa pelo Se<strong>na</strong>do é da Frente Cívica, dos social-<strong>de</strong>mocratas, com 30,63%<br />

dos votos. A União Cívica Radical, dos radicais social-<strong>de</strong>mocratas, tem 26,70%<br />

dos votos. Já a União por Córdoba, do peronismo dissi<strong>de</strong>nte, tem 26,05% e o<br />

partido <strong>de</strong> Kirchner, 8,76%.<br />

Nos votos para <strong>de</strong>putados da Província, o cenário muda pouco. A União Cívica<br />

Radical tem 30,63% dos votos contra 26,70% da Frente Cívica, 26,05% do<br />

Justicialista e aliados (peronista dissi<strong>de</strong>nte) e ape<strong>na</strong>s 8,76% da Frente para a<br />

Vitória.<br />

Já <strong>na</strong> Província <strong>de</strong> Santa Fé, com 98,28% dos votos para se<strong>na</strong>dores apurados,<br />

o partido peronista dissi<strong>de</strong>nte Santa Fé Fe<strong>de</strong>ral li<strong>de</strong>ra com 42,26%. O Frente<br />

progressista, dos socialistas, tem 40,59% e o partido do casal Kirchner tem<br />

7,76%.<br />

Na mesma Província, os votos para <strong>de</strong>putados indicam vitória da Frente<br />

progressista, com 39,85%. O Santa Fé Fe<strong>de</strong>ral tem 39,84% e a Frente para a<br />

Vitória 9,56%.<br />

Na Província <strong>de</strong> Mendoza, on<strong>de</strong> 98,23% dos votos para se<strong>na</strong>dores foram<br />

apurados, a UCR-Con Fé, dos radicais social-<strong>de</strong>mocratas, tem 50,04% dos<br />

votos. A Frente para a Vitória tem 25,2% e o Democrata-Pro (direita) tem<br />

14,67%.<br />

Na mesma Província, o Fte Civico-UCR-Con Fe (social-<strong>de</strong>mocrata) tem 48,40%<br />

dos votos para <strong>de</strong>putados contra 27,03% da Frente para a Vitória e 14,40% da<br />

Democrata-Pro (direita).


29/06/2009 - 14h23<br />

Ex-presi<strong>de</strong>nte, Nestor Kirchner amargou <strong>de</strong>rrota <strong>na</strong> eleição legislativa<br />

da Folha Online<br />

O ex-presi<strong>de</strong>nte argentino, Nestor Kirchner, voltou ao topo da política <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />

como candidato a <strong>de</strong>putado pela Província <strong>de</strong> Buenos Aires, a principal do<br />

país. Apoiado pela mulher, a presi<strong>de</strong>nte Cristi<strong>na</strong> Kirchner, e por todo o aparato<br />

do governo, o ex-presi<strong>de</strong>nte não conseguiu vencer a baixa popularida<strong>de</strong> do<br />

atual governo e acabou per<strong>de</strong>ndo <strong>na</strong>s eleições legislativas por uma "margem<br />

muito peque<strong>na</strong>" para o principal candidato da oposição, Francisco De Narváez,<br />

da aliança União-Pro.<br />

Com sua habitual atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> confrontação, Kirchner, 59, voltou a recorrer, <strong>na</strong>s<br />

últimas sema<strong>na</strong>s da campanha, aos bairros populares <strong>de</strong> Buenos Aires --como<br />

não fazia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a campanha <strong>de</strong> 2003, quando foi eleito presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

gover<strong>na</strong>r por quase doze anos a Província <strong>de</strong> Santa Cruz.<br />

Kirchner, que militou junto a Cristi<strong>na</strong> <strong>na</strong> juventu<strong>de</strong> <strong>de</strong> esquerda peronista, <strong>na</strong><br />

década <strong>de</strong> 70, reivindicou a figura do ex-presi<strong>de</strong>nte argentino Juan Perón e<br />

usou a ban<strong>de</strong>ira <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lista durante a campanha.<br />

Seu principal argumento <strong>na</strong> eleição foi sobre as vantagens do "mo<strong>de</strong>lo<br />

econômico" <strong>de</strong> incentivo ao consumo que utilizou em seu mandato e que<br />

continua regendo o governo <strong>de</strong> sua mulher. Ele afirma as vantagens do<br />

mo<strong>de</strong>lo, que evitou as consequências <strong>de</strong> um provável retorno do "nefasto<br />

mo<strong>de</strong>lo neoliberal" da década passada.<br />

A<strong>na</strong>listas afirmam, contudo, que sua <strong>de</strong>rrota <strong>na</strong>s ur<strong>na</strong>s foi, ao menos em parte,<br />

a resposta dos eleitores à efetivida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste mo<strong>de</strong>lo, que ren<strong>de</strong>u a Cristi<strong>na</strong> uma<br />

crise com o setor agricultor e uma retração econômica.<br />

Vida<br />

Kirchner <strong>na</strong>sceu em 25 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1950, em Río Gallegos, <strong>na</strong> Província <strong>de</strong><br />

Santa Cruz. Ele estudou direito <strong>na</strong> Universida<strong>de</strong> Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> La Plata, on<strong>de</strong> foi<br />

membro da Juventu<strong>de</strong> Peronista.<br />

Em 1975, casou-se com Cristi<strong>na</strong> Fernán<strong>de</strong>z, colega do curso <strong>de</strong> direito. Logo<br />

após a formatura, em 1976, voltaram para Santa cruz, on<strong>de</strong> abriram uma firma<br />

<strong>de</strong> advocacia bem-sucedida.<br />

Durante a ditadura militar <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong> (1976-1983), Kirchner foi preso por um


curto período <strong>de</strong> tempo por motivos políticos.<br />

Em 1987, foi eleito prefeito <strong>de</strong> Río Gallegos e, em 1991, conquistou o primeiro<br />

<strong>de</strong> três mandatos consecutivos como gover<strong>na</strong>dor da Província.<br />

A reserva <strong>de</strong> petróleo <strong>de</strong> Santa Cruz, combi<strong>na</strong>da à peque<strong>na</strong> população local,<br />

permitiu a Kirchner uma certa in<strong>de</strong>pendência do governo fe<strong>de</strong>ral. Ele foi um<br />

gran<strong>de</strong> crítico da administração do ex-presi<strong>de</strong>nte Carlos Menem.<br />

Como seu marido, Cristi<strong>na</strong> também se tornou um nome influente <strong>na</strong> política<br />

provincial. Em 2001, foi eleita para o Se<strong>na</strong>do <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />

Presidência<br />

Pouco conhecido fora da Província, Kirchner <strong>de</strong>cidiu arriscar-se <strong>na</strong> candidatura<br />

à Presidência em 2003. Embora sua campanha não tenha sido levada a sério<br />

por muitos observadores, ele conseguiu gerenciá-la <strong>de</strong> maneira habilidosa e<br />

logo recebeu o forte endosso do então presi<strong>de</strong>nte Duhal<strong>de</strong>, figura-chave do<br />

partido peronista.<br />

No primeiro turno, em abril <strong>de</strong> 2003, Kirchner obteve um segundo lugar muito<br />

próximo a Menem. Logo antes do segundo turno, contudo, Menem retirou sua<br />

candidatura e Kirchner se tornou presi<strong>de</strong>nte-eleito. Uma sema<strong>na</strong> <strong>de</strong>pois, fazia o<br />

juramento para posse.<br />

Uma vez <strong>na</strong> Presidência, Kirchner consolidou seu po<strong>de</strong>r com ações populares.<br />

Ele forçou gran<strong>de</strong>s nomes do Exército a se aposentar, anulou legislação<br />

proibindo a extradição <strong>de</strong> militares acusados <strong>de</strong> abusos <strong>de</strong> direitos humanos<br />

(datados da ditadura militar <strong>de</strong> 1976-1983) e atacou instituições impopulares <strong>na</strong><br />

época, como a Suprema Corte.<br />

Em setembro <strong>de</strong> 2003, ele ajudou a negociar um acordo <strong>de</strong> reestruturação <strong>de</strong><br />

dívida com o FMI (fundo Monetário Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l) <strong>de</strong>pois que o país se viu<br />

diante <strong>de</strong> um empréstimo <strong>de</strong> US$ 2,9 bilhões.<br />

As <strong>de</strong>cisões econômicas <strong>de</strong> Kirchner trouxeram crescimento econômico e<br />

popularida<strong>de</strong> ao seu partido, que ganhou força no Congresso <strong>na</strong>s eleições <strong>de</strong><br />

2005.<br />

em uma disputa no Se<strong>na</strong>do, Cristi<strong>na</strong> venceu a mulher do ex-presi<strong>de</strong>nte<br />

Duhal<strong>de</strong>, confirmando o surgimento <strong>de</strong> Nestor Kirchner como li<strong>de</strong>rança<br />

peronista.<br />

Em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2005, Kirchner or<strong>de</strong>nou ao Tesouro que repagasse a dívida<br />

<strong>de</strong> quase US$ 10 bilhões da Argenti<strong>na</strong> ao FMI, um gesto pequeno, mas muito


simbólico, <strong>de</strong> que Kirchner se afastava do órgão e se aproximava <strong>de</strong> outros<br />

lí<strong>de</strong>res latino-americanos.<br />

Apesar da popularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Kirchner, seu último ano <strong>na</strong> Casa Rosada foi<br />

marcada por escândalos <strong>de</strong> corrupção, crise energética e alta inflação. O então<br />

presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>cidiu não concorrer a um segundo mandato e anunciou seu apoio<br />

à sua mulher como candidata presi<strong>de</strong>ncial do partido peronista. Ela ganhou a<br />

eleição com margem significativa.<br />

Alianças<br />

Pouco <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar o governo, em 2007, Kirchner centrou seus esforços<br />

em armar alianças para alcançar a li<strong>de</strong>rança no peronismo, o que conquistou<br />

no ano passado, quando o Partido Judicialista amargava três anos <strong>de</strong><br />

intervenção judicial por severas disputas inter<strong>na</strong>s.<br />

O partido, criado pelo general Perón, em 1946, se caracteriza por agluti<strong>na</strong>r<br />

correntes i<strong>de</strong>ológicas as vezes antagônicas.<br />

Em abril <strong>de</strong> 2008, Néstor se tornou o novo lí<strong>de</strong>r do partido peronista, contudo<br />

as alianças conquistadas por Kirchner começaram a se dissolver no fi<strong>na</strong>l do<br />

ano passado, quando ficou evi<strong>de</strong>nte o <strong>de</strong>sgaste do governo por sua<br />

confrontação com o setor agropecuário, em pé <strong>de</strong> guerra pelo intervencionismo<br />

do governo.<br />

A divisão inter<strong>na</strong> causou a criação <strong>de</strong> diversos partidos peronistas dissi<strong>de</strong>ntes,<br />

incluindo alguns dos principais nomes da oposição a Kirchner <strong>na</strong>s eleições<br />

<strong>de</strong>ste domingo.<br />

Antigos aliados do ex-presi<strong>de</strong>nte Eduardo Duhal<strong>de</strong> (2002-2003), mentor político<br />

<strong>de</strong> Kirchner, abando<strong>na</strong>ram a aliança governista e passaram a ocupar a<br />

oposição da Província <strong>de</strong> Buenos Aires, o maior distrito eleitoral do país e um<br />

bastião peronista.<br />

Agora, Kirchner enfrenta a difícil tarefa <strong>de</strong> manter sua li<strong>de</strong>rança no peronismo e<br />

apaziguar as tensões políticas para facilitar a gestão <strong>de</strong> sua mulher frente ao<br />

governo.<br />

Com Efe, Enciclopédia Britânica<br />

29/06/2009 - 17h35<br />

Gover<strong>na</strong>dor <strong>de</strong> Buenos Aires substitui Kirchner em li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> partido<br />

colaboração para a Folha Online


O gover<strong>na</strong>dor da Província (Estado) <strong>de</strong> Buenos Aires, Daniel Scioli, assumiu<br />

nesta segunda-feira a li<strong>de</strong>rança do peronismo em substituição ao ex-presi<strong>de</strong>nte<br />

da Argenti<strong>na</strong> Néstor Kirchner. Ele renunciou à presidência do Partido<br />

Justicialista após a grave <strong>de</strong>rrota sofrida <strong>na</strong>s eleições legislativas <strong>de</strong>ste<br />

domingo.<br />

"Quando um resultado não é o que alguém pensou, então essa pessoa <strong>de</strong>ve<br />

ter as atitu<strong>de</strong>s que lhe correspon<strong>de</strong>m", disse Kirchner em uma <strong>de</strong>claração<br />

exclusiva à agência oficial Télam.<br />

O ex-presi<strong>de</strong>nte explicou que pediu a Scioli para que continue como<br />

gover<strong>na</strong>dor <strong>de</strong> Buenos Aires e não assuma sua ca<strong>de</strong>ira no Parlamento e que,<br />

como primeiro vice-presi<strong>de</strong>nte do Partido Justicialista, o suceda <strong>na</strong> presidência<br />

da legenda.<br />

"Quero me <strong>de</strong>dicar a me movimentar livremente", acrescentou Kirchner, para<br />

justificar sua <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> que "Daniel [Scioli] tome as ré<strong>de</strong>as".<br />

"Temos que dignificar a política", insistiu o ex-presi<strong>de</strong>nte (2003-2007), ao<br />

ressaltar que os governistas receberam mais <strong>de</strong> cinco milhões <strong>de</strong> votos em<br />

todo o país <strong>na</strong>s eleições do domingo e expressou seu "profundo<br />

agra<strong>de</strong>cimento" aos eleitores.<br />

Segundo Kirchner, ao reconhecer sua <strong>de</strong>rrota, o governo mostrou uma<br />

"conduta <strong>de</strong>mocrática, profunda, clara e respeitável" diante <strong>de</strong> resultados<br />

"muito próximos" em eleições que foram "bastante equilibradas".<br />

A partir <strong>de</strong> agora, disse o ex-presi<strong>de</strong>nte, "é preciso continuar trabalhando com<br />

toda nossa força para nos converter em alter<strong>na</strong>tiva real e profunda" para as<br />

eleições gerais <strong>de</strong> 2011.<br />

Já o gover<strong>na</strong>dor Scioli explicou que a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> Kirchner é uma prova <strong>de</strong><br />

"responsabilida<strong>de</strong> e respeito pela vonta<strong>de</strong> popular".<br />

"Como disse Perón, primeiro a Pátria, <strong>de</strong>pois o Movimento e <strong>de</strong>pois os<br />

homens. Vai haver muito tempo pela frente para discutir projetos pessoais",<br />

acrescentou.<br />

Scioli se apresentou como candidato "testemunhal" por sua província para<br />

apoiar Kirchner e não assumirá sua ca<strong>de</strong>ira parlamentar para se manter em<br />

seu atual cargo <strong>de</strong> gover<strong>na</strong>dor da província mais povoada e com maior peso<br />

político <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong>.<br />

Derrota


Os governistas per<strong>de</strong>ram neste domingo sua maioria parlamentar e sofreram<br />

uma dura <strong>de</strong>rrota nos principais distritos eleitorais da Argenti<strong>na</strong>.<br />

Segundo a Junta Eleitoral, o revés mais duro para os governistas aconteceu <strong>na</strong><br />

Província <strong>de</strong> Buenos Aires, a mais importante do país, on<strong>de</strong> o partido <strong>de</strong><br />

Kirchner obteve 32,12% dos votos contra 34,57% da União-Pro, do principal<br />

candidato da oposição, Francisco De Narváez.<br />

O partido Acordo Cívico e Social, dos social-<strong>de</strong>mocratas e liberais, obteve<br />

21,47% e o partido <strong>de</strong> centro-esquerda Novo Encontro, 5,56%.<br />

O tropeço po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar Kirchner, um político que governou a Argenti<strong>na</strong> com um<br />

estilo áspero e confrontador entre 2003 e 2007, fora da corrida para as eleições<br />

presi<strong>de</strong>nciais <strong>de</strong> 2011. O ex-mandatário, consi<strong>de</strong>rado por muitos quem ostenta<br />

o real po<strong>de</strong>r no governo <strong>de</strong> sua mulher, reconheceu a <strong>de</strong>rrota com um pouco<br />

usual tom conciliador e disse que o país tem um novo marco político. ]<br />

Na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Buenos Aires, que tem 99,65% das ur<strong>na</strong>s apuradas, o partido <strong>de</strong><br />

Kirchner obteve 11,64% dos votos para <strong>de</strong>putados contra 31,09% da União-<br />

Pro. O partido Projeto Sul, <strong>de</strong> centro-esquerda, conseguiu 24,21% dos votos.<br />

Outros 19,05% dos votos ficaram com o Acordo Cívico e Social.<br />

Já <strong>na</strong> Província <strong>de</strong> Córdoba, com 99,16% das ur<strong>na</strong>s apuradas, a vitória <strong>na</strong><br />

disputa pelo Se<strong>na</strong>do é da Frente Cívica, dos social-<strong>de</strong>mocratas, com 30,63%<br />

dos votos. A União Cívica Radical, dos radicais social-<strong>de</strong>mocratas, tem 26,70%<br />

dos votos. Já a União por Córdoba, do peronismo dissi<strong>de</strong>nte, tem 26,05% e o<br />

partido <strong>de</strong> Kirchner, 8,76%.<br />

Nos votos para <strong>de</strong>putados da Província, o cenário muda pouco. A União Cívica<br />

Radical tem 30,63% dos votos contra 26,70% da Frente Cívica, 26,05% do<br />

Justicialista e aliados (peronista dissi<strong>de</strong>nte) e ape<strong>na</strong>s 8,76% da Frente para a<br />

Vitória.<br />

Já <strong>na</strong> Província <strong>de</strong> Santa Fé, com 98,28% dos votos para se<strong>na</strong>dores apurados,<br />

o partido peronista dissi<strong>de</strong>nte Santa Fé Fe<strong>de</strong>ral li<strong>de</strong>ra com 42,26%. O Frente<br />

progressista, dos socialistas, tem 40,59% e o partido do casal Kirchner tem<br />

7,76%.<br />

Na mesma Província, os votos para <strong>de</strong>putados indicam vitória da Frente<br />

progressista, com 39,85%. O Santa Fé Fe<strong>de</strong>ral tem 39,84% e a Frente para a<br />

Vitória 9,56%.<br />

Na Província <strong>de</strong> Mendoza, on<strong>de</strong> 98,23% dos votos para se<strong>na</strong>dores foram


apurados, a UCR-Con Fé, dos radicais social-<strong>de</strong>mocratas, tem 50,04% dos<br />

votos. A Frente para a Vitória tem 25,2% e o Democrata-Pro (direita) tem<br />

14,67%.<br />

Na mesma Província, o Fte Civico-UCR-Con Fe (social-<strong>de</strong>mocrata) tem 48,40%<br />

dos votos para <strong>de</strong>putados contra 27,03% da Frente para a Vitória e 14,40% da<br />

Democrata-Pro (direita).<br />

Com Efe<br />

29/06/2009 - 20h46<br />

Cristi<strong>na</strong> Kirchner admite <strong>de</strong>rrota, mas <strong>de</strong>scarta reforma ministerial<br />

colaboração para a Folha Online<br />

A presi<strong>de</strong>nte argenti<strong>na</strong>, Cristi<strong>na</strong> Kirchner, <strong>de</strong>scartou nesta segunda-feira a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> remo<strong>de</strong>lar <strong>de</strong> seu ministério, como consequência da <strong>de</strong>rrota<br />

sofrida pelo governo <strong>na</strong>s eleições legislativas <strong>de</strong>ste domingo. Ela também<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u sua política econômica intervencionista, mas admitiu que, em minoria<br />

no Congresso, terá <strong>de</strong> buscar consenso político.<br />

"Não vejo que, por causa do resultado das eleições, eu tenha que fazer alguma<br />

mudança <strong>de</strong> gabinete, não vejo isso escrito em lugar nenhum, nem vejo<br />

nenhuma atitu<strong>de</strong> por parte <strong>de</strong> algum ministro, nem alguma política que tenha<br />

sido causadora da <strong>de</strong>rrota <strong>na</strong> Província <strong>de</strong> Buenos Aires", afirmou a presi<strong>de</strong>nte<br />

em entrevista coletiva, a segunda <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>de</strong> seu mandato, em<br />

<strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2007 --ela mantém relação tensa com a imprensa argenti<strong>na</strong>.<br />

Os rumores <strong>de</strong> que Cristi<strong>na</strong> realizaria uma "limpeza" no governo aumentaram<br />

<strong>de</strong>pois que a ministra da Saú<strong>de</strong> argenti<strong>na</strong>, Graciela Ocaña, anunciou nesta<br />

segunda-feira que <strong>de</strong>ixou o cargo. Ela era responsável por combater a o<br />

avanço da gripe suí<strong>na</strong> --gripe A (H1N1)-- que causou pelo menos 23 mortes e<br />

contaminou 1.488 pessoas no país.<br />

Na entrevista, que durou pouco mais <strong>de</strong> uma hora, com poucas perguntas, a<br />

presi<strong>de</strong>nte minimizou o impacto da <strong>de</strong>rrota governista e admitiu que a nova<br />

composição do Parlamento exigirá um consenso para garantir a<br />

gover<strong>na</strong>bilida<strong>de</strong>.<br />

"É importante compreen<strong>de</strong>r que negociação não é uma questão <strong>de</strong> <strong>de</strong>sistir <strong>de</strong><br />

seus princípios", disse Kirchner.<br />

Ela disse que a queda do apoio ao governo se <strong>de</strong>ve ao <strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong> seis anos


<strong>de</strong> gestão, "como ocorre no mundo todo", e a "erros que serão a<strong>na</strong>lisados".<br />

A perda da maioria parlamentar do governo "vai exigir, por parte <strong>de</strong> todos, <strong>de</strong><br />

governistas e opositores, o consenso, para conseguir a gover<strong>na</strong>bilida<strong>de</strong>",<br />

afirmou.<br />

A presi<strong>de</strong>nte disse que o "marco <strong>de</strong> tranquilida<strong>de</strong> e transparência total" das<br />

eleições <strong>de</strong> domingo, após as quais, lembrou, "o governo obteve uma <strong>de</strong>rrota<br />

que foi reconhecida por quem <strong>de</strong>ve fazê-lo".<br />

"Uma <strong>de</strong>rrota por dois pontos, mas é uma <strong>de</strong>rrota e <strong>de</strong>ve ser reconhecida como<br />

tal", acrescentou a presi<strong>de</strong>nte.<br />

A lista <strong>de</strong> candidatos governista em Buenos Aires era li<strong>de</strong>rada pelo marido <strong>de</strong><br />

Cristi<strong>na</strong>, o ex-presi<strong>de</strong>nte Néstor Kirchner, que foi <strong>de</strong>rrotado por Francisco De<br />

Narváez, um milionário empresário <strong>de</strong> uma facção rival <strong>de</strong>ntro do seu partido,<br />

no momento em que as principais figuras peronistas buscam se fortalecer para<br />

as eleições presi<strong>de</strong>nciais <strong>de</strong> 2011. Nascido <strong>na</strong> Colômbia, Narvaéz não po<strong>de</strong> se<br />

candidatar à Presidência.<br />

Nesta segunda-feira, Kirchner renunciou à li<strong>de</strong>rança do Partido Justicialista<br />

(Peronista) e foi substituído pelo gover<strong>na</strong>dor <strong>de</strong> Buenos Aires, Daniel Scioli.<br />

Com Reuters e Efe<br />

Data: 30/06/2009<br />

Título: Estatização e chavismo domi<strong>na</strong>m fim <strong>de</strong> campanha <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong><br />

Fonte: BBC Brasil<br />

Acesso: 14:30<br />

“Na reta fi<strong>na</strong>l da campanha para as eleições legislativas <strong>de</strong>ste domingo <strong>na</strong><br />

Argenti<strong>na</strong>, as estatizações e a influência do presi<strong>de</strong>nte venezuelano, Hugo<br />

Chávez, domi<strong>na</strong>m o <strong>de</strong>bate entre os principais candidatos do governo e da<br />

oposição ao Congresso Nacio<strong>na</strong>l...”<br />

Estatização e chavismo domi<strong>na</strong>m fim <strong>de</strong> campanha <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong><br />

Na reta fi<strong>na</strong>l da campanha para as eleições legislativas <strong>de</strong>ste domingo <strong>na</strong><br />

Argenti<strong>na</strong>, as estatizações e a influência do presi<strong>de</strong>nte venezuelano, Hugo<br />

Chávez, domi<strong>na</strong>m o <strong>de</strong>bate entre os principais candidatos do governo e da<br />

oposição ao Congresso Nacio<strong>na</strong>l.<br />

De um lado, o casal Kirchner <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> o processo <strong>de</strong> estatizações e


eestatizações realizadas em suas gestões – linha à qual se opõe o empresário<br />

Francisco <strong>de</strong> Narváez, candidato à Câmara dos Deputados com o apoio do<br />

prefeito da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Buenos Aires, Maurício Macri.<br />

O pleito <strong>de</strong>finirá o po<strong>de</strong>r do governo e da oposição no Congresso Nacio<strong>na</strong>l.<br />

No ato <strong>de</strong> encerramento <strong>de</strong> sua campanha, o ex-presi<strong>de</strong>nte Nestor Kirchner,<br />

candidato do governo à Câmara dos Deputados, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u a linha estatizante<br />

adotada em sua gestão e <strong>na</strong> atual, da sua esposa Cristi<strong>na</strong>.<br />

"Nós fomos muito claros. Os recursos dos aposentados são administrados pelo<br />

Estado. A empresa Aysa (<strong>de</strong> águas) <strong>de</strong>ve continuar com o Estado e o mesmo<br />

em relação à Aerolíneas Argenti<strong>na</strong>s e às obras públicas", disse Kirchner.<br />

O ex-presi<strong>de</strong>nte também atacou os adversários, acusando a oposição <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r as privatizações. "Cuidado, eles vão privatizar o dinheiro dos<br />

aposentados", afirmou, no palanque.<br />

A campanha televisiva <strong>de</strong> Kirchner sugere que seus adversários repetirão<br />

medidas adotadas pelo ex-presi<strong>de</strong>nte Carlos Menem, que privatizou gran<strong>de</strong><br />

parte da economia nos anos 1990.<br />

Papel do Estado<br />

O <strong>de</strong>bate sobre o papel do Estado <strong>na</strong> economia continuou repercutindo nesta<br />

sema<strong>na</strong>, quando o ex-presi<strong>de</strong>nte antecipou durante um discurso a informação<br />

<strong>de</strong> que Cristi<strong>na</strong> Kirchner teria <strong>de</strong>cidido socorrer fi<strong>na</strong>nceiramente uma das<br />

principais empresas do país.<br />

O socorro vem após a reestatização da Aerolíneas Argenti<strong>na</strong>s, e no momento<br />

em que o governo indica representantes para a direção <strong>de</strong> diferentes empresas<br />

privatizadas que passaram a contar com a participação estatal após a<br />

reestatização dos fundos <strong>de</strong> pensão e aposentadorias.<br />

O prefeito da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Buenos Aires, Maurício Macri, que apoia o candidato<br />

opositor à Câmara dos Deputados, o empresário Francisco <strong>de</strong> Narváez,<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u as privatizações <strong>de</strong> diferentes setores, incluindo fundos <strong>de</strong> pensão e<br />

<strong>de</strong> aposentadorias.<br />

As <strong>de</strong>clarações <strong>de</strong> Macri levaram De Narváez a dizer que era a favor das<br />

estatizações <strong>de</strong> "setores estratégicos" como energia e serviços básicos e citou<br />

as empresas YPF (petroleira), E<strong>de</strong>nor, E<strong>de</strong>sur (<strong>de</strong> energia elétrica) e Metrogas<br />

(<strong>de</strong> gás). Essas empresas são privatizadas.<br />

"Acho que o Estado <strong>de</strong>ve sim garantir e ser o responsável pelas empresas <strong>de</strong>


serviços básicos e estratégicos do país", disse.<br />

Suas <strong>de</strong>clarações surpreen<strong>de</strong>ram governistas e opositores, que não o<br />

i<strong>de</strong>ntificavam com as estatizações.<br />

"Agora, estamos diante <strong>de</strong> um novo Chávez. O nome <strong>de</strong>le é Francisco <strong>de</strong><br />

Narváez", disse a candidata a <strong>de</strong>putada Elisa Carrió, do Acordo Cívico e Social,<br />

que se opõe tanto a Kirchner quanto a De Narváez.<br />

Chavismo<br />

A evocação a Chávez não é à toa. A<strong>na</strong>listas enten<strong>de</strong>m que a linha i<strong>de</strong>ológica<br />

dos Kirchner – tanto o ex-presi<strong>de</strong>nte quanto a atual presi<strong>de</strong>nte – se assemelha<br />

às iniciativas do presi<strong>de</strong>nte da Venezuela, Hugo Chávez. Para eles, ao seguir<br />

essa linha, a Argenti<strong>na</strong> afasta-se <strong>de</strong> outros países do Cone Sul.<br />

"A América do Sul estaria, nesse sentido, dividida, com Brasil, Chile e Uruguai<br />

numa mesma linha e Argenti<strong>na</strong> e Venezuela mais próximas", concordam os<br />

a<strong>na</strong>listas Sergio Berensztein, da Poliarquia Consultores, e Rosendo Fraga, do<br />

Centro <strong>de</strong> Estudos Nova Maioria.<br />

O Brasil é hoje um dos principais investidores <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong>. Essa presença<br />

aumentou a partir da crise que o país viveu em 2001.<br />

Estima-se que as empresas brasileiras <strong>de</strong> energia, construção civil, têxteis,<br />

calçados, bebidas, alimentos, entre outros, tenham investido entre US$ 8<br />

bilhões e US$ 11 bilhões <strong>de</strong> 2001 até agora.<br />

As últimas medidas do governo e o <strong>de</strong>bate em torno da estatização, da<br />

privatização e as semelhanças ou não com iniciativas <strong>de</strong> Chávez geram<br />

gran<strong>de</strong>s expectativas no empresariado local e inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l em relação aos<br />

resultados da eleição legislativa <strong>de</strong> domingo.<br />

30/06/2009<br />

Entenda o que está em jogo <strong>na</strong>s eleições legislativas <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong><br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 14:30<br />

“Mais <strong>de</strong> 27 milhões <strong>de</strong> eleitores argentinos vão às ur<strong>na</strong>s neste domingo para<br />

renovar parcialmente as ca<strong>de</strong>iras do Congresso Nacio<strong>na</strong>l...Esse pleito é<br />

consi<strong>de</strong>rado uma espécie <strong>de</strong> termômetro para as eleições presi<strong>de</strong>nciais,<br />

indicando tendências e candidatos favoritos. A próxima eleição presi<strong>de</strong>ncial <strong>na</strong><br />

Argenti<strong>na</strong> está prevista para 2011...”


Entenda o que está em jogo <strong>na</strong>s eleições legislativas <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong><br />

Mais <strong>de</strong> 27 milhões <strong>de</strong> eleitores argentinos vão às ur<strong>na</strong>s neste domingo para<br />

renovar parcialmente as ca<strong>de</strong>iras do Congresso Nacio<strong>na</strong>l.<br />

Esse pleito é consi<strong>de</strong>rado uma espécie <strong>de</strong> termômetro para as eleições<br />

presi<strong>de</strong>nciais, indicando tendências e candidatos favoritos. A próxima eleição<br />

presi<strong>de</strong>ncial <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong> está prevista para 2011.<br />

Entenda aqui o processo eleitoral para o Legislativo <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong> e a<br />

importância do pleito para a política do país.<br />

Qual a importância <strong>de</strong>sta eleição legislativa?<br />

A eleição legislativa <strong>de</strong>finirá a nova distribuição das ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> <strong>de</strong>putados e<br />

se<strong>na</strong>dores no Congresso Nacio<strong>na</strong>l. Se os candidatos do governo atual da<br />

presi<strong>de</strong>nte Cristi<strong>na</strong> Kirchner vencerem, será mantida a maioria do Executivo<br />

<strong>na</strong>s duas casas.<br />

No entanto, se eles per<strong>de</strong>rem, a expectativa é <strong>de</strong> que o governo tenha que<br />

passar a negociar seus projetos com a oposição. Até agora, o <strong>de</strong>bate entre o<br />

atual governo e a oposição foi nulo, e as medidas propostas pela Presidência<br />

foram aceitas sem a influência da oposição no Parlamento.<br />

Quais os principais temas discutidos nesta campanha?<br />

Os candidatos do governo <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ram a atual gestão e as medidas adotadas<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o ex-presi<strong>de</strong>nte Nestor Kirchner chegou ao po<strong>de</strong>r, em 2003, e foram<br />

mantidas <strong>na</strong> administração atual <strong>de</strong> Cristi<strong>na</strong> Kirchner.<br />

Entre essas medidas estão as reestatizações, como a da companhia aérea<br />

Aerolíneas Argenti<strong>na</strong>s. Outros assuntos em <strong>de</strong>staque são a segurança pública,<br />

o combate ao tráfico <strong>de</strong> drogas e as relações inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is da Argenti<strong>na</strong>.<br />

Com que frequência as eleições legislativas são realizadas?<br />

As eleições legislativas <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong> são realizadas a cada quatro anos e<br />

sempre dois anos após iniciado o mandato presi<strong>de</strong>ncial no país.<br />

Justamente por ser realizado <strong>na</strong> meta<strong>de</strong> da gestão presi<strong>de</strong>ncial, esse pleito é<br />

consi<strong>de</strong>rado um teste popular ou uma espécie <strong>de</strong> plebiscito ao governo em<br />

questão.<br />

A eleição é vista ainda como um termômetro para os possíveis futuros<br />

candidatos presi<strong>de</strong>nciais – neste caso, para as eleições marcadas para 2011.<br />

Na opinião <strong>de</strong> a<strong>na</strong>listas, a <strong>de</strong>rrota dos candidatos governistas <strong>na</strong>s eleições<br />

legislativas, po<strong>de</strong> provocar um <strong>de</strong>sgaste mais acelerado do governo em vigor


no país.<br />

Diferentes pesquisas <strong>de</strong> opinião indicam que a presi<strong>de</strong>nte Cristi<strong>na</strong> Kirchner<br />

enfrenta uma fase <strong>de</strong> baixo apoio popular. O mandato <strong>de</strong> Cristi<strong>na</strong> começou em<br />

2007 e termi<strong>na</strong>rá em 2011.<br />

O que os eleitores votam nesta eleição?<br />

Os eleitores dos 24 distritos do país (23 províncias e a capital, a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Buenos Aires) votarão para renovar meta<strong>de</strong> das ca<strong>de</strong>iras da Câmara dos<br />

Deputados e um terço do Se<strong>na</strong>do.<br />

Do total <strong>de</strong> 257 ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> <strong>de</strong>putados, 127 serão renovadas. Os <strong>de</strong>putados<br />

têm quatro anos <strong>de</strong> mandato. O Se<strong>na</strong>do possui 72 ca<strong>de</strong>iras, e a votação<br />

<strong>de</strong>finirá a renovação <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong>las. O se<strong>na</strong>dores têm seis anos <strong>de</strong> mandato e em<br />

cada eleição somente oito dos 24 distritos votam para eleger esses<br />

parlamentares.<br />

Qual o sistema eleitoral argentino?<br />

O cientista político Pablo Secchi, da ONG Po<strong>de</strong>r Ciudadano, <strong>de</strong>fine o mo<strong>de</strong>lo<br />

argentino como um sistema <strong>de</strong> proporcio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> – conhecido como sistema<br />

D’Hont.<br />

O objetivo é que todos os partidos e forças políticas tenham representação no<br />

Congresso Nacio<strong>na</strong>l. Trata-se <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> listas em que o candidato ou a<br />

chapa mais votada terá maior número <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>iras no Parlamento.<br />

As pessoas costumam votar no lí<strong>de</strong>r da chapa e esse elege, com seus votos,<br />

os <strong>de</strong>mais nomes da lista.<br />

No caso das eleições <strong>de</strong>ste domingo, pesquisas <strong>de</strong> opinião indicam que<br />

nenhuma força <strong>de</strong>verá ter a maioria absoluta, apesar da polarização.<br />

Como é a votação? Por que as atenções ficam concentradas <strong>na</strong> província <strong>de</strong><br />

Buenos Aires e <strong>na</strong> cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Buenos Aires e não em todo o país?<br />

A província <strong>de</strong> Buenos Aires é o maior distrito eleitoral do país e, junto com a<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Buenos Aires, <strong>de</strong>fine uma eleição, seja ela legislativa ou presi<strong>de</strong>ncial<br />

<strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong>.<br />

Dos quase 28 milhões <strong>de</strong> eleitores, cerca <strong>de</strong> 38% (aproximadamente 10<br />

milhões) vivem <strong>na</strong> província <strong>de</strong> Buenos Aires, que vai eleger 35 <strong>de</strong>putados.<br />

Já a capital conta com 2,5 milhões <strong>de</strong> eleitores, número menor do que o total<br />

<strong>de</strong> outras províncias, mas historicamente costuma antecipar a tendência <strong>de</strong><br />

voto dos argentinos.


A cida<strong>de</strong> vai eleger 13 <strong>de</strong>putados. Nesta eleição, respeitando o sistema <strong>de</strong><br />

rotativida<strong>de</strong>, a província e a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Buenos Aires não elegem se<strong>na</strong>dores.<br />

Quem são os principais candidatos nesta eleição legislativa?<br />

O ex-presi<strong>de</strong>nte argentino Nestor Kirchner, que governou o país entre 2003 e<br />

2007, é o principal candidato do governo <strong>na</strong>s eleições.<br />

Kirchner é presi<strong>de</strong>nte do Partido Justicialista e da Frente Justicialista para a<br />

Vitória, um braço do peronismo, e marido da presi<strong>de</strong>nte Cristi<strong>na</strong> Kirchner. Ele é<br />

candidato a <strong>de</strong>putado pela província <strong>de</strong> Buenos Aires, a maior do país.<br />

O principal opositor <strong>de</strong> Kirchner é o candidato Francisco <strong>de</strong> Narváez, da aliança<br />

União-PRO. Crítico do governo <strong>de</strong> Cristi<strong>na</strong>, Narváez é empresário e se tornou a<br />

principal surpresa nesta disputa eleitoral, já que <strong>de</strong> último colocado <strong>na</strong>s<br />

pesquisas passou a concorrer com Kirchner.<br />

Na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Buenos Aires, a principal candidata é Gabriela Michetti, do PRO,<br />

aliada do prefeito Maurício Macri e opositora do casal Kirchner. A corrida pelo<br />

segundo lugar está embolada, com empate técnico entre os outros três<br />

candidatos.<br />

30/06/2009<br />

Eleição argenti<strong>na</strong> é ‘referendo’ para casal Kirchner<br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 15:20<br />

“As eleições legislativas <strong>de</strong>ste domingo <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong> <strong>de</strong>vem servir não<br />

somente para mudar a composição do Congresso do país, mas também<br />

funcio<strong>na</strong>rão como um referendo para o casal que vem domi<strong>na</strong>ndo a política<br />

argenti<strong>na</strong> nos últimos seis anos... Cristi<strong>na</strong> Fernán<strong>de</strong>z, que suce<strong>de</strong>u o marido,<br />

Néstor Kirchner, <strong>na</strong> Presidência em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2007... antecipou as eleições,<br />

origi<strong>na</strong>lmente programadas para outubro, argumentando que isso permitiria ao<br />

país se unir então para enfrentar a crise econômica global... Mas os críticos<br />

dizem que a antecipação das eleições foi um plano para tentar uma vitória<br />

eleitoral antes <strong>de</strong> que os problemas fiquem mais claros e abalem a<br />

popularida<strong>de</strong> do governo...”<br />

Eleição argenti<strong>na</strong> é ‘referendo’ para casal Kirchner<br />

As eleições legislativas <strong>de</strong>ste domingo <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong> <strong>de</strong>vem servir não somente<br />

para mudar a composição do Congresso do país, mas também funcio<strong>na</strong>rão


como um referendo para o casal que vem domi<strong>na</strong>ndo a política argenti<strong>na</strong> nos<br />

últimos seis anos.<br />

Cristi<strong>na</strong> Fernán<strong>de</strong>z, que suce<strong>de</strong>u o marido, Néstor Kirchner, <strong>na</strong> Presidência em<br />

<strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2007, viu sua popularida<strong>de</strong> cair nos últimos tempos em meio ao<br />

agravamento dos problemas econômicos do país.<br />

Ela antecipou as eleições, origi<strong>na</strong>lmente programadas para outubro,<br />

argumentando que isso permitiria ao país se unir então para enfrentar a crise<br />

econômica global.<br />

Mas os críticos dizem que a antecipação das eleições foi um plano para tentar<br />

uma vitória eleitoral antes <strong>de</strong> que os problemas fiquem mais claros e abalem a<br />

popularida<strong>de</strong> do governo.<br />

Recuperação<br />

“Esta não é uma eleição comum”, afirmou durante um comício o ex-presi<strong>de</strong>nte<br />

Néstor Kirchner, que presi<strong>de</strong> o governista Partido Justicialista (peronista).<br />

“A Argenti<strong>na</strong> se recuperou. Fomos capazes <strong>de</strong> construir casas, criar crédito<br />

imobiliário, renovar hospitais. Agora há uma boa administração e nós po<strong>de</strong>mos<br />

nos sustentar em uma crise econômica”, afirmou Kirchner, enumerando à<br />

platéia os supostos avanços <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que ele chegou à Presidência, em 2003.<br />

O próprio Kirchner enfrenta as eleições como cabeça <strong>de</strong> chapa <strong>de</strong> uma ala do<br />

peronismo <strong>na</strong> Província <strong>de</strong> Buenos Aires e tem como objetivo garantir ao<br />

governo a maioria no Legislativo.<br />

Quando Kirchner chegou ao po<strong>de</strong>r, há seis anos, a Argenti<strong>na</strong> estava à bordo<br />

do colapso econômico e político, como resultado <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> calote <strong>na</strong> dívida<br />

pública.<br />

Mas a <strong>de</strong>manda mundial pelos grãos produzidos pela Argenti<strong>na</strong> ajudou a<br />

garantir seis anos <strong>de</strong> crescimento econômico <strong>na</strong> casa dos 8% ao ano – um<br />

crescimento do qual Kirchner e sua mulher se beneficiaram.<br />

Prognósticos<br />

Mas o cenário e os prognósticos políticos e econômicos são bem diferentes<br />

hoje.<br />

As pesquisas <strong>de</strong> opinião indicam que o peronismo per<strong>de</strong>rá sua maioria <strong>na</strong><br />

Câmara dos Deputados e, possivelmente, também no Se<strong>na</strong>do.<br />

“Se o governo não for capaz <strong>de</strong> manter sua maioria em ambas as casas, a<br />

Argenti<strong>na</strong> estará em um caos político”, prevê Aldo Abram, diretor do Centro


para Investigação dos Mercados e das Instituições Argenti<strong>na</strong>s.<br />

“Isso será visto como um alto risco e criará mais incertezas. Isso po<strong>de</strong>rá<br />

esten<strong>de</strong>r a recessão até 2011, e a fuga <strong>de</strong> capitais da Argenti<strong>na</strong> continuará”,<br />

acrescenta Abram.<br />

As eleições ocorrem em meio não somente aos crescentes problemas<br />

econômicos, mas também em meio a questio<strong>na</strong>mentos sobre a competência<br />

do governo.<br />

Dados contestados<br />

Os dados oficiais, contestados, indicam uma inflação anual <strong>na</strong> casa dos 5%,<br />

mas a<strong>na</strong>listas privados dizem que a taxa real <strong>de</strong> inflação seria <strong>de</strong> ao menos<br />

15%.<br />

O consumo popular caiu, enquanto as taxas <strong>de</strong> crime e <strong>de</strong> pobreza têm se<br />

tor<strong>na</strong>do problemas cada vez mais visíveis.<br />

Muitos argentinos têm trocado suas economias em dólares para enviar a<br />

contas no exterior, receosos sobre a habilida<strong>de</strong> do governo <strong>de</strong> lidar com a<br />

crise.<br />

Uma disputa entre o casal Kirchner e o po<strong>de</strong>roso setor agropecuário do país<br />

sobre impostos também serviu para aumentar a preocupação dos eleitores.<br />

No ano passado, Cristi<strong>na</strong> Fernán<strong>de</strong>z <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lizou o sistema privado <strong>de</strong><br />

pensões, em uma atitu<strong>de</strong> que <strong>de</strong>ixou horrorizados os investidores estrangeiros.<br />

Visão otimista<br />

Mas alguns a<strong>na</strong>listas têm uma interpretação mais otimista sobre o futuro pós-<br />

eleições.<br />

“Há muita preocupação <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong> sobre a situação política, como po<strong>de</strong> ser<br />

visto pela fuga <strong>de</strong> capitais”, diz o economista Dante Sica, ex-ministro da<br />

Indústria.<br />

“Mas após as eleições, essa incerteza passará e haverá uma espécie <strong>de</strong><br />

‘<strong>de</strong>scompressão’ quando as pessoas absorverem quais são as novas alianças<br />

que foram feitas no Congresso. Se o governo implementar algumas medidas<br />

econômicas pen<strong>de</strong>ntes, a confiança retor<strong>na</strong>rá”, diz.<br />

Muito <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá da habilida<strong>de</strong> do governo <strong>de</strong> produzir novos pactos políticos.<br />

As pesquisas <strong>de</strong> opinião indicam que o voto no Congresso estará fragmentado<br />

mesmo <strong>de</strong>ntro do próprio partido governista.<br />

Mas Sica sugere que as discussões pós-eleição po<strong>de</strong>riam criar um ambiente


político mais saudável, com um governo que estava acostumado a não<br />

enfrentar nenhuma resistência fi<strong>na</strong>lmente forçado a discutir mais suas<br />

propostas no Congresso.<br />

Além disso, <strong>na</strong> visão <strong>de</strong> Sica, a proximida<strong>de</strong> da eleição presi<strong>de</strong>ncial <strong>de</strong> 2011<br />

também <strong>de</strong>verá ter um efeito reanimador. “O partido governista fará todo o<br />

possível para manter o po<strong>de</strong>r”, disse.<br />

30/06/2009<br />

Casal Kirchner sai <strong>de</strong>rrotado <strong>de</strong> eleição legislativa argenti<strong>na</strong><br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 16:50<br />

“Os candidatos do partido da presi<strong>de</strong>nte da Argenti<strong>na</strong>, Cristi<strong>na</strong> Kirchner, ao<br />

Congresso Nacio<strong>na</strong>l foram <strong>de</strong>rrotados nos principais distritos eleitorais do país,<br />

segundo os primeiros dados da apuração oficial das eleições legislativas<br />

realizadas no domingo...”<br />

Casal Kirchner sai <strong>de</strong>rrotado <strong>de</strong> eleição legislativa argenti<strong>na</strong><br />

Os candidatos do partido da presi<strong>de</strong>nte da Argenti<strong>na</strong>, Cristi<strong>na</strong> Kirchner, ao<br />

Congresso Nacio<strong>na</strong>l foram <strong>de</strong>rrotados nos principais distritos eleitorais do país,<br />

segundo os primeiros dados da apuração oficial das eleições legislativas<br />

realizadas no domingo.<br />

Esta é uma <strong>de</strong>rrota inédita para o "kirchnerismo" <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o ex-presi<strong>de</strong>nte<br />

Nestor Kirchner chegou à Presidência, em 2003. Ele saiu vitorioso <strong>na</strong>s eleições<br />

legislativas <strong>de</strong> 2005 e <strong>na</strong>s presi<strong>de</strong>nciais <strong>de</strong> 2007, quando sua mulher, Cristi<strong>na</strong>,<br />

foi eleita.<br />

Na província <strong>de</strong> Buenos Aires, que representa 38% do eleitorado <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, o<br />

ex-presi<strong>de</strong>nte Kirchner, do Partido Justicialista (peronista) e Frente para a<br />

Vitória, per<strong>de</strong>u para o candidato da oposição, Francisco <strong>de</strong> Narváez, por cerca<br />

<strong>de</strong> 2% dos votos.<br />

Com 91,06% das ur<strong>na</strong>s apuradas, o candidato da oposição à Câmara dos<br />

Deputados, Francisco <strong>de</strong> Narváez, recebeu 34,5% dos votos e o ex-presi<strong>de</strong>nte<br />

Nestor Kirchner teve 32,1%. O dado foi consi<strong>de</strong>rado uma <strong>de</strong>rrota para o<br />

governo, já que a província é o carro-chefe <strong>de</strong> todas as eleições e o governo<br />

contava com uma vitória.<br />

“Per<strong>de</strong>mos <strong>na</strong> província (<strong>de</strong> Buenos Aires) por muito pouco (...) e o mesmo, por


muito pouco, ocorreu em outros distritos. Estamos preparados para continuar a<br />

gover<strong>na</strong>bilida<strong>de</strong> e a administração da Argenti<strong>na</strong>, com amor”, disse Nestor<br />

Kirchner, <strong>na</strong> madrugada <strong>de</strong>sta segunda-feira.<br />

Por sua vez, De Narváez comemorou os resultados, ao lado do prefeito da<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Buenos Aires, Maurício Macri, um dos principais opositores do<br />

governo.<br />

“Foi uma festa da <strong>de</strong>mocracia”, disse De Narváez.<br />

'Crítica'<br />

Os resultados também foram favoráveis à oposição <strong>na</strong>s províncias <strong>de</strong> Santa<br />

Fé, Córdoba e Mendoza – as maiores <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> Buenos Aires – além <strong>de</strong> Entre<br />

Rios e Santa Cruz, terra <strong>de</strong> Nestor Kirchner.<br />

“O resultado é uma crítica ao governo”, disse o a<strong>na</strong>lista Rosendo Fraga, do<br />

Centro <strong>de</strong> Estudos Nova Maioria, em Buenos Aires.<br />

Já o a<strong>na</strong>lista político Enrique Zuleta Puceiro <strong>de</strong>stacou: “As ur<strong>na</strong>s mostraram<br />

que os argentinos votaram por um Congresso pluralista e por um novo país”.<br />

Os a<strong>na</strong>lisas, no entanto, ressaltam que o casal Kirchner não parece ter o estilo<br />

<strong>de</strong> negociar com a oposição, o que, segundo eles, "seria normal" em uma<br />

<strong>de</strong>mocracia.<br />

Pelo resultado das eleições, o governo <strong>de</strong>ve passar dos atuais 116 <strong>de</strong>putados<br />

para 94, longe do quórum próprio <strong>de</strong> 129 votos. Já a oposição, com diferentes<br />

forças políticas, passa <strong>de</strong> 91 para 122 ca<strong>de</strong>iras <strong>na</strong> Câmara. O governo também<br />

per<strong>de</strong> maioria no Se<strong>na</strong>do.<br />

A eleição <strong>de</strong>ste domingo tinha sido antecipada pelo governo - antes, ela estava<br />

prevista para ser realizada em outubro.<br />

Os <strong>de</strong>putados e se<strong>na</strong>dores eleitos, que renovam parcialmente a Câmara dos<br />

Deputados e o Se<strong>na</strong>do, assumirão em <strong>de</strong>zembro próximo.<br />

01/07/2009 - 08h33<br />

Campo terá bancada com 13 membros no Congresso argentino<br />

THIAGO GUIMARÃES<br />

da Folha <strong>de</strong> S. Paulo, em Buenos Aires<br />

Protagonistas do conflito tributário que contribuiu para a <strong>de</strong>rrota do governo<br />

Cristi<strong>na</strong> Kirchner <strong>na</strong>s eleições legislativas <strong>de</strong> domingo passado (28) <strong>na</strong>


Argenti<strong>na</strong>, os produtores rurais agora terão uma bancada própria no Congresso<br />

do país.<br />

Ao transferirem às ur<strong>na</strong>s a disputa pela baixa <strong>de</strong> impostos e por liberação <strong>de</strong><br />

exportações, os ruralistas elegeram 12 <strong>de</strong>putados fe<strong>de</strong>rais e uma se<strong>na</strong>dora,<br />

em 9 das 23 Províncias e por diferentes forças <strong>de</strong> oposição.<br />

"O 28 <strong>de</strong> junho [dia da eleição] será o gran<strong>de</strong> ato do campo em 2009", afirmava<br />

antes do pleito o presi<strong>de</strong>nte da Socieda<strong>de</strong> Rural Argenti<strong>na</strong>, Hugo Biolcati. No<br />

último verão, a maior seca dos últimos 50 anos no país reavivou a já histórica<br />

briga do setor com o governo.<br />

Agora os agro<strong>de</strong>putados buscarão o controle da Comissão <strong>de</strong> Agricultura da<br />

Câmara, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> esperam impor a agenda do setor, que inclui fim <strong>de</strong> controle<br />

<strong>de</strong> preços e incentivos à produção <strong>de</strong> carne, leite e trigo, em retrocesso <strong>na</strong><br />

Argenti<strong>na</strong>.<br />

"Não venceram ape<strong>na</strong>s candidatos ligados a entida<strong>de</strong>s do campo, mas outros<br />

que apoiam nossas propostas", afirmou à Folha Néstor Roullet, vice-presi<strong>de</strong>nte<br />

da CRA (Confe<strong>de</strong>rações Rurais Argenti<strong>na</strong>s).<br />

Os lí<strong>de</strong>res das quatro principais entida<strong>de</strong>s ruralistas não se lançaram à disputa,<br />

mas três vice-presi<strong>de</strong>ntes foram eleitos. Incluindo postulantes a cargos<br />

provinciais e municipais, houve cerca <strong>de</strong> 300 "agrocandidatos" pelo país --o<br />

setor ainda faz o balanço dos eleitos.<br />

Ao comentar a eleição nesta segunda-feira (29), Cristi<strong>na</strong> manteve o discurso<br />

duro em relação ao setor e disse que os candidatos ruralistas haviam perdido<br />

em todas as Províncias.<br />

Omitiu, contudo, o resultado <strong>de</strong> Entre Rios (3,2% dos votos <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is), on<strong>de</strong><br />

venceu a lista encabeçada pelo empresário da soja Atilio Bene<strong>de</strong>tti.<br />

O voto legislativo <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong> é feito em listas <strong>de</strong> partidos --quanto mais votos,<br />

mais candidatos entram. O ex-presi<strong>de</strong>nte Néstor Kirchner (2003-2007), por<br />

exemplo, foi eleito <strong>de</strong>putado mesmo com o seu partido per<strong>de</strong>ndo as eleições.<br />

Dessa maneira, o campo emplacou candidatos em bastiões peronistas como<br />

Formosa e Chaco, no norte do país.<br />

01/07/2009 - 20h48<br />

Secretário <strong>de</strong> Transportes argentino renuncia após <strong>de</strong>rrota dos Kirchner


colaboração para a Folha Online<br />

O secretário <strong>de</strong> Transportes da Argenti<strong>na</strong>, Ricardo Jaime, fundamental <strong>na</strong><br />

<strong>de</strong>sapropriação da Aerolíneas Argenti<strong>na</strong>s <strong>de</strong> um grupo espanhol, apresentou<br />

nesta quarta-feira sua renúncia ao cargo, no que parece indicar uma<br />

reestruturação do gabinete após a <strong>de</strong>rrota da presi<strong>de</strong>nte Cristi<strong>na</strong> Kirchner <strong>na</strong>s<br />

legislativas <strong>de</strong> domingo passado.<br />

"Por razões pessoais apresentei a renúncia <strong>de</strong> forma in<strong>de</strong>clinável ao cargo com<br />

o que fui honrado pela senhora presi<strong>de</strong>nte da <strong>na</strong>ção, Cristi<strong>na</strong> Fernán<strong>de</strong>z <strong>de</strong><br />

Kirchner" disse Jaime em <strong>de</strong>clarações à agência <strong>de</strong> notícias oficial Télam.<br />

"Cumpri uma etapa e ratifico ple<strong>na</strong>mente minha lealda<strong>de</strong>, meu compromisso e<br />

minhas convicções com o projeto que levam adiante do ponto <strong>de</strong> vista político e<br />

institucio<strong>na</strong>l a companheira presi<strong>de</strong>nte e o companheiro Néstor Kirchner",<br />

acrescentou. Jaime era um aliado antigo do casal Kirchner, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a eleição <strong>de</strong><br />

Néstor para a prefeitura da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rio Gallegos, <strong>na</strong> Província <strong>de</strong> Santa Cruz,<br />

no fi<strong>na</strong>l dos anos 80.<br />

Trata-se do segundo funcionário que renuncia após a <strong>de</strong>rrota do governo. Na<br />

segunda-feira, Graciela Ocaña <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser a ministra da Saú<strong>de</strong>.<br />

Jaime, <strong>de</strong> 54 anos e consi<strong>de</strong>rado "homem forte" do kirchnerismo, era um dos<br />

funcionários mais questio<strong>na</strong>dos do Governo, entre outras coisas pela polêmica<br />

forma como conduzia os milionários subsídios ao transporte público.<br />

O funcionário tinha assumido a Secretaria <strong>de</strong> Transportes em 2003, quando<br />

chegou ao po<strong>de</strong>r o peronista Néstor Kirchner, marido e antecessor <strong>de</strong> Cristi<strong>na</strong><br />

<strong>na</strong> Presidência.<br />

No cargo, teve participação central no processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sapropriação da<br />

Aerolíneas Argenti<strong>na</strong>s, <strong>na</strong> gestão das ferrovias e <strong>na</strong> relação com as fortemente<br />

subsidiadas empresas <strong>de</strong> transporte.<br />

Além da saída <strong>de</strong> Jaime, a imprensa local fala sobre uma possível renúncia do<br />

também polêmico secretário <strong>de</strong> Comércio Interior, Guillermo Moreno.<br />

Com Efe e France Presse<br />

02/07/2009 - 02h42<br />

Após <strong>de</strong>rrota do governo <strong>na</strong>s ur<strong>na</strong>s, outro ministro renuncia <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong><br />

MARCIA CARMO


da BBC Brasil, em Buenos Aires<br />

O secretário argentino dos Transportes (equivalente ao cargo <strong>de</strong> ministro no<br />

Brasil), Ricardo Jaime, pediu <strong>de</strong>missão "<strong>de</strong> forma in<strong>de</strong>clinável" nesta quarta-<br />

feira, três dias após a <strong>de</strong>rrota do governo da presi<strong>de</strong>nte Cristi<strong>na</strong> Kirchner <strong>na</strong>s<br />

eleições legislativas do último domingo, que fizeram com que os governistas<br />

per<strong>de</strong>ssem a maioria que tinham no Congresso Nacio<strong>na</strong>l.<br />

Em sua carta <strong>de</strong> <strong>de</strong>missão, o ministro afirmou que a renúncia à chefia da pasta<br />

--que conta com um dos principais orçamentos do governo-- foi motivada por<br />

"questões pessoais", mas a imprensa argenti<strong>na</strong> especula que o ato está<br />

relacio<strong>na</strong>do com a <strong>de</strong>rrota do governo <strong>na</strong>s ur<strong>na</strong>s.<br />

"As consequências do violento castigo que o governo recebeu domingo <strong>na</strong>s<br />

ur<strong>na</strong>s não <strong>de</strong>moraram. A presi<strong>de</strong>nte aceitou a renúncia do questio<strong>na</strong>do ministro<br />

dos Transportes, um dos homens fortes do kirchnerismo", publicou o jor<strong>na</strong>l<br />

Clarin, em sua edição online.<br />

Segundo o jor<strong>na</strong>l La Nación, Jaime estava sendo "questio<strong>na</strong>do" pela oposição<br />

por medidas como a reestatização da companhia aérea Aerolíneas Argenti<strong>na</strong>s<br />

e pelo uso supostamente in<strong>de</strong>vido <strong>de</strong> um avião particular.<br />

Reformas<br />

Emissoras <strong>de</strong> rádio e <strong>de</strong> televisão também especulam que o resultado do pleito<br />

po<strong>de</strong> fazer com que o governo faça mudanças em outros ministérios, entre<br />

eles, o da Economia.<br />

Segundo a rádio Diez, uma eventual reforma ministerial po<strong>de</strong> provocar,<br />

inclusive, uma mudança <strong>na</strong> política econômica do governo.<br />

Procurados pela BBC Brasil, assessores do governo, no entanto, não<br />

confirmaram as informações <strong>de</strong> uma possível reforma ministerial ou <strong>de</strong> novas<br />

<strong>de</strong>missões.<br />

Em uma entrevista <strong>na</strong> segunda-feira, a presi<strong>de</strong>nte Cristi<strong>na</strong> Kirchner já havia<br />

<strong>de</strong>scartado a substituição <strong>de</strong> ministros.<br />

Saú<strong>de</strong><br />

Também nesta quarta-feira, tomou posse o novo ministro da Saú<strong>de</strong> do país,<br />

Juan Carlos Manzur, que substitui Graciela Ocaña, que renunciou <strong>na</strong> última<br />

segunda-feira em meio ao avanço do surto <strong>de</strong> gripe suí<strong>na</strong> <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong>.<br />

Ocaña renunciou no dia seguinte às eleições legislativas e não fez <strong>de</strong>clarações<br />

à imprensa.


A<strong>na</strong>listas argentinos, como Joaquín Morales Solá, do "La Nación", afirmam que<br />

a ex-ministra não era recebida pela presi<strong>de</strong>nte para discutir medidas <strong>de</strong><br />

combate à gripe suí<strong>na</strong> e teria esperado passar a eleição para pedir <strong>de</strong>missão.<br />

A <strong>de</strong>rrota do governo <strong>na</strong>s ur<strong>na</strong>s também fez com que o ex-presi<strong>de</strong>nte Néstor<br />

Kirchner <strong>de</strong>ixasse, <strong>na</strong> última segunda-feira, a Presidência do Partido<br />

Justicialista, a maior legenda do país.<br />

03/07/2009 - 10h14<br />

Honduras diz querer evitar "<strong>de</strong>rramamento <strong>de</strong> sangue"; Zelaya pe<strong>de</strong><br />

marcha<br />

da Folha Online<br />

O presi<strong>de</strong>nte interino <strong>de</strong> Honduras, Roberto Micheletti, afirmou que sua<br />

oposição à volta do presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto, Manuel Zelaya, ao país visa evitar<br />

assim um "<strong>de</strong>rramamento <strong>de</strong> sangue". Zelaya, em viagem a El Salvador, pediu<br />

que seus apoiadores marchem <strong>na</strong> capital Tegucigalpa em um protesto pacífico<br />

pela sua restituição.<br />

"Para a tranquilida<strong>de</strong> e a paz do país, eu preferiria que ele não voltasse. Não<br />

quero que haja uma gota <strong>de</strong> sangue <strong>de</strong>rramada em nosso país", disse<br />

Micheletti em entrevista coletiva, um dia após protestos <strong>na</strong> capital.<br />

"Todos que acompanharem o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto serão recebidos com todo<br />

carinho, e ele também, porque é um irmão, mas ele tem alguns crimes pelos<br />

quais tem <strong>de</strong> pagar", reiterou Micheletti, em referência à volta <strong>de</strong> Zelaya,<br />

programada para este sábado, acompanhado dos presi<strong>de</strong>ntes da Argenti<strong>na</strong>,<br />

Cristi<strong>na</strong> Kirchner, e do Equador, Rafael Correa, além <strong>de</strong> prêmios Nobel da Paz<br />

como a guatemalteca Rigoberta Menchú.<br />

O Ministério Público acusa Zelaya <strong>de</strong> quatro crimes relacio<strong>na</strong>dos a uma<br />

consulta popular com a qual pretendia instalar uma Assembleia Constituinte e<br />

mudar a Constituição. O referendo foi <strong>de</strong>clarado ilegal por diversos órgãos do<br />

Estado.<br />

Micheletti reiterou que o gover<strong>na</strong>nte <strong>de</strong>posto "não po<strong>de</strong> voltar ao comando da<br />

República" e que o Parlamento o nomeou para completar seu mandato <strong>de</strong><br />

quatro anos, até 27 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2010.<br />

Ele aceitou, contudo, antecipar a data da eleição, prevista para 29 <strong>de</strong>


novembro, para tentar acalmar a tensão política no país.<br />

"Sempre e quando o Tribu<strong>na</strong>l [Superior Eleitoral] acertar isto com o Congresso<br />

Nacio<strong>na</strong>l, baseado <strong>na</strong> lei, qualquer dia será bom para nós", <strong>de</strong>clarou Micheletti.<br />

Marcha<br />

Zelaya anunciou que voltará a Honduras neste sábado, quando acaba o prazo<br />

<strong>de</strong> 72 horas imposto pela OEA (Organização dos Estados Americanos) para a<br />

sua restituição como presi<strong>de</strong>nte constitucio<strong>na</strong>l.<br />

Em El salvador, mais recente parada <strong>de</strong> seu tour pela América, Zelaya pediu<br />

aos hondurenhos que "não <strong>de</strong>sanimem" e que marchem a Tegucigalpa para<br />

protestar "pacificamente" contra o golpe <strong>de</strong> Estado.<br />

"Não se <strong>de</strong>ixem vencer, nem <strong>de</strong>sanimem, sintam a força do espírito e<br />

caminhem a Tegucigalpa", afirmou o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto Radio Ca<strong>de</strong><strong>na</strong> Mi<br />

Gente, emissora <strong>de</strong> San Salvador muito escutada em Honduras e que <strong>de</strong>dica<br />

sua programação a cobrir a crise causada pelo golpe <strong>de</strong> Estado.<br />

Zelaya afirmou ainda que confia que as Forças Armadas vão "retificar" o que<br />

fizeram e que "é injusto o que fazem em Honduras."<br />

"Pedimos a Deus que nos dê força e fé para enfrentar pacificamente em todas<br />

as comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Honduras, especialmente as que tem consciência <strong>de</strong> que<br />

<strong>de</strong>vem se organizar e estar prontas porque pacificamente vamos <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r<br />

nossos direitos como cidadãos", disse.<br />

Golpe<br />

Zelaya foi <strong>de</strong>rrubado do po<strong>de</strong>r neste domingo (28) em um golpe orquestrado<br />

pela Justiça e pelo Congresso e executado por militares, que o expulsaram<br />

para a Costa Rica. O golpe foi realizado horas antes do início <strong>de</strong> uma consulta<br />

popular sobre uma reforma <strong>na</strong> Constituição que tinha sido <strong>de</strong>clarada ilegal pelo<br />

Parlamento e pela Corte Suprema.<br />

"Fui retirado da minha casa <strong>de</strong> forma brutal, sequestrado por soldados<br />

encapuzados que me apontavam rifles", contou o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto, após<br />

chegar ao exílio <strong>na</strong> Nicarágua.<br />

"Diziam: "se não soltar o celular, atiramos". Todos apontando para minha cara<br />

e o meu peito. [...] Em forma muito audaz eu lhes disse: 'se vocês vêm com<br />

or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> disparar, disparem, não tenho problema <strong>de</strong> receber, dos soldados da<br />

minha pátria, uma ofensa a mais ao povo, porque o que estão fazendo é<br />

ofen<strong>de</strong>r o povo"."


De acordo com os parlamentares hondurenhos, a <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> Zelaya foi<br />

aprovada por suas "repetidas violações da Constituição e da lei" e por "seu<br />

<strong>de</strong>srespeito às or<strong>de</strong>ns e <strong>de</strong>cisões das instituições". Segundo os seus críticos,<br />

com a consulta, Zelaya pretendia instaurar a reeleição presi<strong>de</strong>ncial no país. As<br />

próximas eleições gerais serão em 29 <strong>de</strong> novembro.<br />

Depois da saída <strong>de</strong> Zelaya do país, no Congresso <strong>de</strong> Honduras, um funcionário<br />

leu uma carta com a suposta renúncia, o que ele nega. Zelaya diz ter sido alvo<br />

<strong>de</strong> "complô da elite voraz"; e seu sucessor, Micheletti, diz que o golpe foi um<br />

"processo absolutamente legal".<br />

04/07/2009 - 19h58<br />

Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto confirma volta a Honduras; car<strong>de</strong>al apoia novo<br />

governo<br />

da Folha Online<br />

O presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto <strong>de</strong> Honduras, Manuel Zelaya, confirmou neste sábado<br />

que voltará neste domingo a Tegucigalpa junto com "vários presi<strong>de</strong>ntes", pediu<br />

a seus simpatizantes que o recebam sem armas e advertiu aos que o<br />

<strong>de</strong>rrubaram que "estão cercados". Mas enquanto Zelaya se apoia no repúdio<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l à sua <strong>de</strong>posição e diz que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a "vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus" e do<br />

povo, o governo interino <strong>de</strong> Honduras recebeu neste sábado o reconhecimento<br />

da mais alta autorida<strong>de</strong> da Igreja Católica no país, que pediu para que o<br />

presi<strong>de</strong>nte não volte neste momento ao país.<br />

"Vamos nos apresentar no aeroporto em Tegucigalpa com vários presi<strong>de</strong>ntes,<br />

vários membros da comunida<strong>de</strong> inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. Neste domingo, estaremos em<br />

Tegucigalpa abraçando-os, acompanhado-os para fazer valer o que tanto<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>mos em nossa vida, que é a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus através da vonta<strong>de</strong> do<br />

povo", disse Zelaya, em discurso transmitido pela emissora venezuela<strong>na</strong><br />

Telesur.<br />

Após lembrar como foi tirado <strong>de</strong> seu país no domingo passado pelos militares,<br />

Zelaya disse que estes "estão em cumplicida<strong>de</strong> com a elite voraz que espreme<br />

e asfixia nosso povo", e fazem parte <strong>de</strong> um golpe que "colocou em evidência<br />

diante do mundo que, em Honduras, ainda há uma espécie <strong>de</strong> barbárie". Ele foi<br />

<strong>de</strong>rrubado pelo Exército, com apoio da Suprema Corte e do Congresso no dia


em que pretendia fazer uma consulta popular sobre mudanças <strong>na</strong> Constituição.<br />

Os adversários dizem que Zelaya, cujo mandato termi<strong>na</strong> no início do próximo<br />

ano, pretendia <strong>de</strong>rrubar a cláusula que impe<strong>de</strong> a reeleição, sob inspiração <strong>de</strong><br />

seu aliado Hugo Chávez, que <strong>na</strong> segunda tentativa conseguiu aprovar por voto<br />

popular o fim do limite para reeleições <strong>na</strong> Venezuela.<br />

As novas autorida<strong>de</strong>s hondurenhas, cujo governo não foi reconhecido por<br />

nenhum país, têm alertado que, se o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto voltar ao país, ele<br />

será imediatamente preso, acusado <strong>de</strong> abuso <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>, violação dos<br />

<strong>de</strong>veres dos funcionários e traição, entre outros crimes.<br />

Na manhã <strong>de</strong>ste sábado, o car<strong>de</strong>al Oscar Andrés Rodríguez apareceu <strong>na</strong><br />

televisão e no rádio para dar o seu apoio às novas autorida<strong>de</strong>s e assegurar que<br />

"todos os po<strong>de</strong>res do Estado, Executivo, Legislativo e Judiciário, legais e em<br />

vigor legal e <strong>de</strong>mocrático, <strong>de</strong> acordo com a Constituição". O car<strong>de</strong>al Rodríguez<br />

é consi<strong>de</strong>rado uma das pessoas mais respeitadas em um país no qual 97% da<br />

população é católica.<br />

A <strong>de</strong>claração foi feita um dia <strong>de</strong>pois que o secretário-geral da OEA<br />

(Organização dos Estados Americanos), Jose Miguel Insulza, visitou<br />

Tegucigalpa e disse que "a ruptura da or<strong>de</strong>m constitucio<strong>na</strong>l persiste e que<br />

quem fez isso não são têm qualquer intenção <strong>de</strong> reverter esta situação". A<br />

organização discute neste sábado a suspensão <strong>de</strong> Honduras da entida<strong>de</strong>, e<br />

rejeitou um pedido <strong>de</strong> exclusão voluntária feito pelo governo <strong>de</strong> Honduras por<br />

não reconhecê-lo como legítimo.<br />

Mas a mais alta autorida<strong>de</strong> da igreja hondurenha consi<strong>de</strong>rou que "as<br />

instituições <strong>de</strong>mocráticas estão em vigor em Honduras". O car<strong>de</strong>al fez uma<br />

interpretação da Constituição para questio<strong>na</strong>r se Zelaya ainda era presi<strong>de</strong>nte<br />

no momento em que foi <strong>de</strong>tido por militares e retirado do país. Segundo o<br />

religioso, como um artigo da Constituição estabelece a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

reeleição do presi<strong>de</strong>nte e <strong>de</strong>termi<strong>na</strong> que "aqueles que propuserem a reforma"<br />

do artigo "<strong>de</strong>ixa imediatamente o cumprimento das suas funções", ele não era<br />

mais presi<strong>de</strong>nte quando os soldados o retiraram <strong>de</strong> casa, ainda <strong>de</strong> pijama.<br />

Ao encerrar a leitura da <strong>de</strong>claração, o car<strong>de</strong>al apelou ao "amigo José Manuel<br />

Zelaya" para que não retorne ao país neste domingo.<br />

"Pensemos se um regresso precipitado ao país, neste momento, po<strong>de</strong>ria<br />

<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar um banho <strong>de</strong> sangue. Eu sei que você ama a vida, eu sei que


você respeita a vida. Até hoje ninguém morreu em Honduras. Por favor, medite,<br />

porque <strong>de</strong>pois seria tar<strong>de</strong> <strong>de</strong>mais", disse o car<strong>de</strong>al.<br />

Segundo a re<strong>de</strong> CNN, muitos dos lí<strong>de</strong>res dos protestos contra o novo governo<br />

e em favor do retorno <strong>de</strong> Zelaya são padres católicos, o que si<strong>na</strong>liza uma<br />

divisão entre a alta hierarquia da igreja no país e parte da base <strong>de</strong> religiosos,<br />

influenciada pela Teologia da Libertação, corrente <strong>de</strong> inspiração marxista que<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> um papel ativo da igreja em questões sociais.<br />

Em <strong>de</strong>clarações ao ca<strong>na</strong>l Telesur feitas em Washington, após o apelo do<br />

car<strong>de</strong>al, Zelaya pediu à imprensa uma gran<strong>de</strong> cobertura jor<strong>na</strong>lística em sua<br />

chegada à capital hondurenha.<br />

"Eu lhes peço, com toda minha alma, com todas as forças do meu coração, que<br />

se mantenham a par <strong>de</strong> nossa chega a Tegucigalpa", uma vez que hoje<br />

termine <strong>na</strong> OEA o que chamou <strong>de</strong> "a última batalha em organismos<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is".<br />

Zelaya disse que dá como "certo" que voltará a Tegucigalpa acompanhado<br />

pelo menos pelos presi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> Argenti<strong>na</strong>, Cristi<strong>na</strong> Kirchner; Paraguai,<br />

Fer<strong>na</strong>ndo Lugo, e Equador, Rafael Correa, e <strong>de</strong> "outros dirigentes mundiais"<br />

que não i<strong>de</strong>ntificou.<br />

"Não vamos diminuir nossa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> luta jamais", frisou.<br />

Os hondurenhos e a comunida<strong>de</strong> inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>de</strong>vem ter "a total segurança <strong>de</strong><br />

que vamos retor<strong>na</strong>r com as mãos limpas, mas com as mãos abertas para<br />

abraçar todos os hondurenhos", afirmou.<br />

Entre oito e <strong>de</strong>z mil apoiadores <strong>de</strong> Zelaya se reuniram diante do aeroporto <strong>de</strong><br />

Tegucigalpa neste sábado, ocuparam uma faixa <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 100 metros em<br />

frente ao aeroporto, sem que ocorressem inci<strong>de</strong>ntes com a polícia, que isolou o<br />

local para impedir o acesso às instalações do aeroporto. No teto do termi<strong>na</strong>l<br />

foram posicio<strong>na</strong>dos vários franco-atiradores do Exército.<br />

O assessor do Comitê Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dor <strong>de</strong> Organizações Camponesas <strong>de</strong><br />

Honduras, Rafael Alegría, um dos promotores das mobilizações que se<br />

repetem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> domingo passado a favor <strong>de</strong> Zelaya disse que o objetivo era<br />

"dar uma mensagem aos golpistas".<br />

Alegría disse que a aproximação ao aeroporto era ape<strong>na</strong>s um "ato simbólico" e<br />

<strong>de</strong>scartou que os manifestantes pretendam ficar ininterruptamente no local até<br />

este domingo.


Golpe<br />

Zelaya foi <strong>de</strong>rrubado do po<strong>de</strong>r no último domingo (28) em um golpe<br />

orquestrado pela Justiça e pelo Congresso e executado por militares, que o<br />

expulsaram para a Costa Rica. O golpe foi realizado horas antes do início <strong>de</strong><br />

uma consulta popular sobre uma reforma <strong>na</strong> Constituição que tinha sido<br />

<strong>de</strong>clarada ilegal pelo Parlamento e pela Corte Suprema.<br />

"Fui retirado da minha casa <strong>de</strong> forma brutal, sequestrado por soldados<br />

encapuzados que me apontavam rifles", contou o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto, após<br />

chegar ao exílio <strong>na</strong> Nicarágua.<br />

"Diziam: 'se não soltar o celular, atiramos'. Todos apontando para minha cara e<br />

o meu peito. [...] Em forma muito audaz eu lhes disse: 'se vocês vêm com<br />

or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> disparar, disparem, não tenho problema <strong>de</strong> receber, dos soldados da<br />

minha pátria, uma ofensa a mais ao povo, porque o que estão fazendo é<br />

ofen<strong>de</strong>r o povo'."<br />

De acordo com os parlamentares hondurenhos, a <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> Zelaya foi<br />

aprovada por suas "repetidas violações da Constituição e da lei" e por "seu<br />

<strong>de</strong>srespeito às or<strong>de</strong>ns e <strong>de</strong>cisões das instituições". Segundo os seus críticos,<br />

com a consulta, Zelaya pretendia instaurar a reeleição presi<strong>de</strong>ncial no país. As<br />

próximas eleições gerais serão em 29 <strong>de</strong> novembro.<br />

Depois da saída <strong>de</strong> Zelaya do país, no Congresso <strong>de</strong> Honduras, um funcionário<br />

leu uma carta com a suposta renúncia, o que ele nega. Zelaya diz ter sido alvo<br />

<strong>de</strong> "complô da elite voraz"; e seu sucessor, Micheletti, diz que o golpe foi um<br />

"processo absolutamente legal".<br />

Com agências inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is<br />

04/07/2009 - 22h48<br />

Lí<strong>de</strong>r da OEA pe<strong>de</strong> suspensão <strong>de</strong> Honduras; presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto prepara<br />

retorno<br />

da Folha Online<br />

O secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), José<br />

Miguel Insulza, afirmou neste sábado que os chanceleres dos países do<br />

continente <strong>de</strong>vem aplicar o artigo 21 da Carta Democrática Interamerica<strong>na</strong> e<br />

suspen<strong>de</strong>r Honduras da entida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vido à <strong>de</strong>posição do presi<strong>de</strong>nte do país no


domingo passado, enquanto Manuel Zelaya prepara seu retorno a Honduras,<br />

sob ameaça <strong>de</strong> ser preso pelo governo interino.<br />

O lí<strong>de</strong>r da OEA, que visitou Honduras nesta sexta-feira, disse neste sábado em<br />

Washington, durante a 37ª Assembleia Geral Extraordinária da entida<strong>de</strong>, que o<br />

governo <strong>de</strong> fato e a Corte Suprema <strong>de</strong> Honduras "não têm nenhuma disposição<br />

para modificar sua conduta" para restituir o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto, restaurar a<br />

<strong>de</strong>mocracia e o estado <strong>de</strong> direito, e portanto "não existe alter<strong>na</strong>tiva" à<br />

suspensão <strong>de</strong>sse país.<br />

Essas são as conclusões às quais chegou Insulza após as negociações<br />

diplomáticas <strong>de</strong>sta sema<strong>na</strong> e a viagem que fez <strong>na</strong> sexta-feira a Tegucigalpa,<br />

on<strong>de</strong> se reuniu com o presi<strong>de</strong>nte da Corte Suprema <strong>de</strong> Justiça, Jorge Rivera.<br />

Ele também se reuniu com o car<strong>de</strong>al Óscar Andrés Rodríguez, dirigentes<br />

sindicais e grupos sociais, candidatos à Presidência e representantes<br />

diplomáticos, em um clima <strong>de</strong> "normalida<strong>de</strong>" embora às vezes "tenso", segundo<br />

seu relato.<br />

Insulza <strong>de</strong>stacou que se encontrou uma conduta "bastante rígida" no novo<br />

governo, que inclusive "ten<strong>de</strong> a se endurecer" quanto às exigências da OEA<br />

para que se restitua Zelaya no cargo <strong>de</strong> presi<strong>de</strong>nte, embora também tenha<br />

observado posturas "mais flexíveis", acrescentou.<br />

O secretário-geral disse que "é provável que se insista" em antecipar as<br />

eleições previstas para novembro, como medida para solucio<strong>na</strong>r a profunda<br />

crise <strong>na</strong> qual Honduras submergiu. A proposta <strong>de</strong> antecipação foi feita pelo<br />

presi<strong>de</strong>nte interino <strong>de</strong> Honduras, Robero Micheletti.<br />

Insulza explicou que "não há normalida<strong>de</strong>" em Tegucigalpa, "mas também não<br />

si<strong>na</strong>is <strong>de</strong> violência", embora "exista o risco" <strong>de</strong> que a crise <strong>de</strong>rive em uma<br />

situação <strong>de</strong> tais magnitu<strong>de</strong>s.<br />

O titular da OEA, afirmou também que em Honduras se "enten<strong>de</strong> o risco <strong>de</strong><br />

eventuais sanções", e sustentou que "existem indícios <strong>de</strong> que a falta <strong>de</strong><br />

reconhecimento por parte <strong>de</strong> ninguém no mundo a uma sema<strong>na</strong> do golpe<br />

provoca preocupação no governo <strong>de</strong> fato".<br />

Apesar disso, insistiu, "não existe nenhuma disposição para modificar a<br />

conduta assumida por parte do novo governo <strong>de</strong> Roberto Micheletti", que <strong>na</strong><br />

noite <strong>de</strong>sta sexta-feira anunciou a renúncia do país a um lugar <strong>na</strong> OEA.<br />

Insulza ressaltou que essa renúncia "não tem nenhum valor jurídico", dado que


a OEA não reconhece a legitimida<strong>de</strong> do governo <strong>de</strong> Micheletti.<br />

"Perante esta situação não acho que exista alter<strong>na</strong>tiva para continuar com a<br />

postura assumida <strong>na</strong> Assembleia Geral e proce<strong>de</strong>r a aplicação do artigo 21 da<br />

Carta Democrática Interamerica<strong>na</strong> com as implicações que isto traz. Então<br />

esse artigo <strong>de</strong>ve ser aplicado", recomendou aos chanceleres e presi<strong>de</strong>ntes que<br />

participam da reunião extraordinária da OEA.<br />

O chanceler argentino, Jorge Taia<strong>na</strong>, que chefia a Assembleia Geral,<br />

suspen<strong>de</strong>u <strong>de</strong> novo a reunião neste sábado para que as <strong>de</strong>legações possam<br />

continuar negociando e fazer as consultas oportu<strong>na</strong>s sobre a resolução que<br />

preveem aprovar neste sábado para suspen<strong>de</strong>r a participação <strong>de</strong> Honduras <strong>na</strong><br />

OEA.<br />

Retorno<br />

Zelaya chegou a Washington pouco antes <strong>de</strong> Insulza informar à Assembleia<br />

Geral sobre o fracasso <strong>de</strong> sua visita, e assegurou que mantém seus planos <strong>de</strong><br />

retor<strong>na</strong>r no domingo a Tegucigalpa acompanhado por presi<strong>de</strong>ntes da região.<br />

Insulza disse, a este respeito, que a Interpol não tem nenhuma or<strong>de</strong>m <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>tenção contra Zelaya por enquanto. O governo Micheletti acusou Zelaya <strong>de</strong><br />

18 crimes, incluindo traição e a não aplicação <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 80 leis aprovadas<br />

pelo Congresso <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que tomou posse em 2006 e advertiu que o presi<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong>posto será preso se cumprir a promessa <strong>de</strong> voltar ao país.<br />

A presi<strong>de</strong>nte da Argenti<strong>na</strong>, Cristi<strong>na</strong> Fernán<strong>de</strong>z <strong>de</strong> Kirchner também participa da<br />

reunião <strong>de</strong> alto nível da OEA, e se espera ainda a chegada do presi<strong>de</strong>nte do<br />

Paraguai, Fer<strong>na</strong>ndo Lugo.<br />

O presi<strong>de</strong>nte do Equador, Rafael Correa, <strong>de</strong>ve chegar no domingo <strong>de</strong> manhã.<br />

Zelaya disse que Kirchner, Correa e cerca <strong>de</strong> 300 jor<strong>na</strong>listas vão acompanhar<br />

seu retorno a Honduras neste domingo.<br />

"Peço a todos os agricultores, moradores, índios, jovens e todos os<br />

trabalhadores, grupos <strong>de</strong> empresários e amigos para que me acompanhem no<br />

meu regresso a Honduras", disse Zelaya. "Não levem armas. Pratiquem o que<br />

eu sempre preguei, que é a não violência. Deixem que sejam eles os que usam<br />

a violência, as armas e a repressão.<br />

Na manhã <strong>de</strong>ste sábado, o car<strong>de</strong>al arcebispo Oscar Andrés Rodríguez, a mais<br />

alta autorida<strong>de</strong> da Igreja Católica em Honduras, apareceu <strong>na</strong> televisão e no<br />

rádio para pedir que Zelaya não retorne neste domingo ao país e para dar o


seu apoio às novas autorida<strong>de</strong>s e assegurar que "todos os po<strong>de</strong>res do Estado,<br />

Executivo, Legislativo e Judiciário, legais e em vigor legal e <strong>de</strong>mocrático, <strong>de</strong><br />

acordo com a Constituição". O car<strong>de</strong>al Rodríguez é consi<strong>de</strong>rado uma das<br />

pessoas mais respeitadas em um país no qual 97% da população é católica.<br />

Ao encerrar a leitura da <strong>de</strong>claração, o car<strong>de</strong>al apelou ao "amigo José Manuel<br />

Zelaya" para que não retorne ao país neste domingo.<br />

"Pensemos se um regresso precipitado ao país, neste momento, po<strong>de</strong>ria<br />

<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar um banho <strong>de</strong> sangue. Eu sei que você ama a vida, eu sei que<br />

você respeita a vida. Até hoje ninguém morreu em Honduras. Por favor, medite,<br />

porque <strong>de</strong>pois seria tar<strong>de</strong> <strong>de</strong>mais", disse o car<strong>de</strong>al.<br />

Segundo a re<strong>de</strong> CNN, muitos dos lí<strong>de</strong>res dos protestos contra o novo governo<br />

e em favor do retorno <strong>de</strong> Zelaya são padres católicos, o que si<strong>na</strong>liza uma<br />

divisão entre a alta hierarquia da igreja no país e parte da base <strong>de</strong> religiosos,<br />

influenciada pela Teologia da Libertação, corrente <strong>de</strong> inspiração marxista que<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> um papel ativo da igreja em questões sociais.<br />

Entre oito e <strong>de</strong>z mil apoiadores <strong>de</strong> Zelaya se reuniram diante do aeroporto <strong>de</strong><br />

Tegucigalpa neste sábado, ocuparam uma faixa <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 100 metros em<br />

frente ao aeroporto, sem que ocorressem inci<strong>de</strong>ntes com a polícia, que isolou o<br />

local para impedir o acesso às instalações do aeroporto. No teto do termi<strong>na</strong>l<br />

foram posicio<strong>na</strong>dos vários franco-atiradores do Exército.<br />

O assessor do Comitê Coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dor <strong>de</strong> Organizações Camponesas <strong>de</strong><br />

Honduras, Rafael Alegría, um dos promotores das mobilizações que se<br />

repetem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> domingo passado a favor <strong>de</strong> Zelaya disse que o objetivo era<br />

"dar uma mensagem aos golpistas".<br />

Alegría disse que a aproximação ao aeroporto era ape<strong>na</strong>s um "ato simbólico" e<br />

<strong>de</strong>scartou que os manifestantes pretendam ficar ininterruptamente no local até<br />

este domingo.<br />

Golpe<br />

Zelaya foi <strong>de</strong>rrubado do po<strong>de</strong>r no último domingo (28) em um golpe<br />

orquestrado pela Justiça e pelo Congresso e executado por militares, que o<br />

expulsaram para a Costa Rica. O golpe foi realizado horas antes do início <strong>de</strong><br />

uma consulta popular sobre uma reforma <strong>na</strong> Constituição que tinha sido<br />

<strong>de</strong>clarada ilegal pelo Parlamento e pela Corte Suprema.<br />

"Fui retirado da minha casa <strong>de</strong> forma brutal, sequestrado por soldados


encapuzados que me apontavam rifles", contou o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto, após<br />

chegar ao exílio <strong>na</strong> Nicarágua.<br />

"Diziam: 'se não soltar o celular, atiramos'. Todos apontando para minha cara e<br />

o meu peito. [...] Em forma muito audaz eu lhes disse: 'se vocês vêm com<br />

or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> disparar, disparem, não tenho problema <strong>de</strong> receber, dos soldados da<br />

minha pátria, uma ofensa a mais ao povo, porque o que estão fazendo é<br />

ofen<strong>de</strong>r o povo'."<br />

De acordo com os parlamentares hondurenhos, a <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> Zelaya foi<br />

aprovada por suas "repetidas violações da Constituição e da lei" e por "seu<br />

<strong>de</strong>srespeito às or<strong>de</strong>ns e <strong>de</strong>cisões das instituições". Segundo os seus críticos,<br />

com a consulta, Zelaya pretendia instaurar a reeleição presi<strong>de</strong>ncial no país. As<br />

próximas eleições gerais serão em 29 <strong>de</strong> novembro.<br />

Depois da saída <strong>de</strong> Zelaya do país, no Congresso <strong>de</strong> Honduras, um funcionário<br />

leu uma carta com a suposta renúncia, o que ele nega. Zelaya diz ter sido alvo<br />

<strong>de</strong> "complô da elite voraz"; e seu sucessor, Micheletti, diz que o golpe foi um<br />

"processo absolutamente legal".<br />

Com agências inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is<br />

05/07/2009 - 01h15<br />

OEA suspen<strong>de</strong> Honduras por causa do golpe <strong>de</strong> Estado contra Zelaya<br />

da Folha Online<br />

Com 33 votos <strong>de</strong> representantes <strong>de</strong> seus países-membros, a OEA<br />

(Organização dos Estados Americanos) <strong>de</strong>cidiu suspen<strong>de</strong>r a participação <strong>de</strong><br />

Honduras no orgão interamericano em resposta ao golpe <strong>de</strong> Estado que tirou<br />

do po<strong>de</strong>r o presi<strong>de</strong>nte Manuel Zelaya. Ele foi <strong>de</strong>posto há uma sema<strong>na</strong> após<br />

tentar realizar um referendo para permitir a reeleição presi<strong>de</strong>ncial e promete<br />

voltar neste domingo, junto <strong>de</strong> outros lí<strong>de</strong>res do continente.<br />

Esta é a primeira vez <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a assi<strong>na</strong>tura da Carta Democrática Interamerica<strong>na</strong>,<br />

em 2001, que os países-membros da OEA <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m pela suspensão. A única<br />

medida do tipo anterior a esta ocorreu em 1962, quando Cuba foi tirada do<br />

bloco.<br />

Segundo o chanceler argentino, Jorge Taia<strong>na</strong>, os países-membros do maior<br />

órgão comercial americano votaram no sistema <strong>de</strong> mão erguida a suspensão


<strong>de</strong> Honduras. Para que a <strong>de</strong>cisão fosse aprovada, precisavam <strong>de</strong> ao menos<br />

dois terços (24) dos votos.<br />

Os países ainda <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ram que "nenhuma gestão implicará o reconhecimento<br />

do regime surgido <strong>de</strong>sta ruptura da or<strong>de</strong>m constitucio<strong>na</strong>l" e exigiram que<br />

Honduras <strong>de</strong>ve continuar cumprindo suas obrigações em matéria <strong>de</strong> direitos<br />

humanos.<br />

Mais cedo, o secretário-geral da organização, José Miguel Insulza, havia<br />

afirmado que os chanceleres dos países do continente <strong>de</strong>veriam suspen<strong>de</strong>r<br />

Honduras da entida<strong>de</strong>. Após visita ao país, <strong>na</strong> sexta-feira, Insulza afirmou que<br />

o governo interino e a Corte Suprema <strong>de</strong> Honduras "não têm nenhuma<br />

disposição para modificar sua conduta" para restituir o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto,<br />

restaurar a <strong>de</strong>mocracia e o estado <strong>de</strong> direito, e portanto "não existe alter<strong>na</strong>tiva"<br />

à suspensão <strong>de</strong>sse país.<br />

Essas são as conclusões às quais chegou Insulza após as negociações<br />

diplomáticas <strong>de</strong>sta sema<strong>na</strong> e a viagem que fez <strong>na</strong> sexta-feira a Tegucigalpa,<br />

on<strong>de</strong> se reuniu com o presi<strong>de</strong>nte da Corte Suprema <strong>de</strong> Justiça, Jorge Rivera.<br />

Ele explicou que "não há normalida<strong>de</strong>" em Tegucigalpa, "mas também não<br />

si<strong>na</strong>is <strong>de</strong> violência", embora exista o risco <strong>de</strong> que a crise <strong>de</strong>rive em uma<br />

situação <strong>de</strong> tais magnitu<strong>de</strong>s.<br />

Retorno<br />

Mesmo expulso, Manuel Zelaya prepara seu retorno a Honduras, sob ameaça<br />

<strong>de</strong> ser preso pelo governo interino. Ele chegou a Washington pouco antes <strong>de</strong><br />

Insulza informar à Assembleia Geral sobre o fracasso <strong>de</strong> sua visita, e diz que<br />

mantém seus planos <strong>de</strong> retor<strong>na</strong>r no domingo a Tegucigalpa acompanhado por<br />

presi<strong>de</strong>ntes da região.<br />

Insulza disse, a este respeito, que a Interpol não tem nenhuma or<strong>de</strong>m <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>tenção contra Zelaya por enquanto. O governo Micheletti acusou Zelaya <strong>de</strong><br />

18 crimes, incluindo traição e a não aplicação <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 80 leis aprovadas<br />

pelo Congresso <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que tomou posse em 2006 e advertiu que o presi<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong>posto será preso se cumprir a promessa <strong>de</strong> voltar ao país.<br />

A presi<strong>de</strong>nte da Argenti<strong>na</strong>, Cristi<strong>na</strong> Fernán<strong>de</strong>z <strong>de</strong> Kirchner também participa da<br />

reunião <strong>de</strong> alto nível da OEA, e se espera ainda a chegada do presi<strong>de</strong>nte do<br />

Paraguai, Fer<strong>na</strong>ndo Lugo. O presi<strong>de</strong>nte do Equador, Rafael Correa, <strong>de</strong>ve<br />

chegar no domingo <strong>de</strong> manhã.


Zelaya disse que Kirchner, Correa e cerca <strong>de</strong> 300 jor<strong>na</strong>listas vão acompanhar<br />

seu retorno a Honduras neste domingo.<br />

"Peço a todos os agricultores, moradores, índios, jovens e todos os<br />

trabalhadores, grupos <strong>de</strong> empresários e amigos para que me acompanhem no<br />

meu regresso a Honduras", disse Zelaya. "Não levem armas. Pratiquem o que<br />

eu sempre preguei, que é a não violência. Deixem que sejam eles os que usam<br />

a violência, as armas e a repressão."<br />

Na manhã <strong>de</strong>ste sábado, o car<strong>de</strong>al arcebispo Oscar Andrés Rodríguez, a mais<br />

alta autorida<strong>de</strong> da Igreja Católica em Honduras, apareceu <strong>na</strong> televisão e no<br />

rádio para pedir que Zelaya não retorne neste domingo ao país e para dar o<br />

seu apoio às novas autorida<strong>de</strong>s e assegurar que "todos os po<strong>de</strong>res do Estado,<br />

Executivo, Legislativo e Judiciário, legais e em vigor legal e <strong>de</strong>mocrático, <strong>de</strong><br />

acordo com a Constituição". O car<strong>de</strong>al Rodríguez é consi<strong>de</strong>rado uma das<br />

pessoas mais respeitadas em um país no qual 97% da população é católica.<br />

Ao encerrar a leitura da <strong>de</strong>claração, o car<strong>de</strong>al apelou ao "amigo José Manuel<br />

Zelaya" para que não retorne ao país neste domingo.<br />

"Pensemos se um regresso precipitado ao país, neste momento, po<strong>de</strong>ria<br />

<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar um banho <strong>de</strong> sangue. Eu sei que você ama a vida, eu sei que<br />

você respeita a vida. Até hoje ninguém morreu em Honduras. Por favor, medite,<br />

porque <strong>de</strong>pois seria tar<strong>de</strong> <strong>de</strong>mais", disse.<br />

Segundo a re<strong>de</strong> CNN, muitos dos lí<strong>de</strong>res dos protestos contra o novo governo<br />

e em favor do retorno <strong>de</strong> Zelaya são padres católicos, o que si<strong>na</strong>liza uma<br />

divisão entre a alta hierarquia da igreja no país e parte da base <strong>de</strong> religiosos,<br />

influenciada pela Teologia da Libertação, corrente <strong>de</strong> inspiração marxista que<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> um papel ativo da igreja em questões sociais.<br />

Entre oito e <strong>de</strong>z mil apoiadores <strong>de</strong> Zelaya se reuniram diante do aeroporto <strong>de</strong><br />

Tegucigalpa neste sábado, ocuparam uma faixa <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 100 metros em<br />

frente ao aeroporto, sem que ocorressem inci<strong>de</strong>ntes com a polícia, que isolou o<br />

local para impedir o acesso às instalações do aeroporto. No teto do termi<strong>na</strong>l<br />

foram posicio<strong>na</strong>dos vários franco-atiradores do Exército.<br />

Golpe<br />

Zelaya foi <strong>de</strong>rrubado do po<strong>de</strong>r no último domingo (28) em um golpe<br />

orquestrado pela Justiça e pelo Congresso e executado por militares, que o<br />

expulsaram para a Costa Rica. O golpe foi realizado horas antes do início <strong>de</strong>


uma consulta popular sobre uma reforma <strong>na</strong> Constituição que tinha sido<br />

<strong>de</strong>clarada ilegal pelo Parlamento e pela Corte Suprema.<br />

"Fui retirado da minha casa <strong>de</strong> forma brutal, sequestrado por soldados<br />

encapuzados que me apontavam rifles", contou o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto, após<br />

chegar ao exílio <strong>na</strong> Nicarágua.<br />

"Diziam: 'se não soltar o celular, atiramos'. Todos apontando para minha cara e<br />

o meu peito. [...] Em forma muito audaz eu lhes disse: 'se vocês vêm com<br />

or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> disparar, disparem, não tenho problema <strong>de</strong> receber, dos soldados da<br />

minha pátria, uma ofensa a mais ao povo, porque o que estão fazendo é<br />

ofen<strong>de</strong>r o povo'."<br />

De acordo com os parlamentares hondurenhos, a <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> Zelaya foi<br />

aprovada por suas "repetidas violações da Constituição e da lei" e por "seu<br />

<strong>de</strong>srespeito às or<strong>de</strong>ns e <strong>de</strong>cisões das instituições". Segundo os seus críticos,<br />

com a consulta, Zelaya pretendia instaurar a reeleição presi<strong>de</strong>ncial no país. As<br />

próximas eleições gerais serão em 29 <strong>de</strong> novembro.<br />

Depois da saída <strong>de</strong> Zelaya do país, no Congresso <strong>de</strong> Honduras, um funcionário<br />

leu uma carta com a suposta renúncia, o que ele nega. Zelaya diz ter sido alvo<br />

<strong>de</strong> "complô da elite voraz"; e seu sucessor, Micheletti, diz que o golpe foi um<br />

"processo absolutamente legal".<br />

Com agências inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is<br />

05/07/2009 - 14h14<br />

Nenhum chefe <strong>de</strong> Estado acompanhará Zelaya <strong>na</strong> volta a Honduras<br />

da Folha Online<br />

O presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto <strong>de</strong> Honduras, Manuel Zelaya, tentará retor<strong>na</strong>r hoje a seu<br />

país em um voo no qual não viajará nenhum outro chefe <strong>de</strong> Estado latino-<br />

americano --ontem, ele disse que iria acompanhado <strong>de</strong> outros presi<strong>de</strong>ntes.<br />

Zelaya <strong>de</strong>ve chegar com o presi<strong>de</strong>nte da Assembleia Geral da ONU<br />

(Organização das Nações Unidas), o ex-chanceler nicaraguense Miguel<br />

D'Escoto.<br />

"Se Zelaya aterrissar e consi<strong>de</strong>rar oportuno, iremos", disse em Washington o<br />

presi<strong>de</strong>nte do Equador, Rafael Correa, que viajará a El Salvador com os<br />

presi<strong>de</strong>ntes da Argenti<strong>na</strong>, Cristi<strong>na</strong> Fernán<strong>de</strong>z <strong>de</strong> Kirchner, e do Paraguai,


Fer<strong>na</strong>ndo Lugo, e o secretário-geral da OEA (Organização dos Estados<br />

Americanos), José Miguel Insulza, para acompanhar <strong>de</strong> perto os eventos.<br />

"Há uma gran<strong>de</strong> mobilização <strong>de</strong> pessoas em Tegucigalpa e nós não sabemos<br />

se o governo interino ou o alto escalão militar vão se atrever a reprimir essas<br />

pessoas. Então nós <strong>de</strong>cidimos que o mais pru<strong>de</strong>nte era que o presi<strong>de</strong>nte da<br />

Assembleia Geral da ONU, Miguel D'Escoto, acompanhasse o presi<strong>de</strong>nte<br />

Zelaya <strong>na</strong> volta a Tegucigalpa", afirmou Correa.<br />

Zelaya confirmou neste domingo que irá voltar a Honduras, apesar da<br />

iminência <strong>de</strong> um confronto entre os apoiadores do novo e do antigo governo do<br />

país. Questio<strong>na</strong>do se preten<strong>de</strong> mesmo embarcar para Tegucigalpa, Zelaya<br />

respon<strong>de</strong>u: "Sim".<br />

"Como presi<strong>de</strong>nte, irei acompanhar meu povo e pedir logicamente a calma, e a<br />

não violência, e tentar fazer com que tudo se <strong>de</strong>senvolva em um ambiente <strong>de</strong><br />

fraternida<strong>de</strong>", afirmou Zelaya, <strong>na</strong> casa do embaixador equatoriano em<br />

Washington.<br />

Ameaça<br />

O chanceler interino <strong>de</strong> Honduras, Enrique Ortez, afirmou hoje que o novo<br />

governo do país não permitirá a entrada do avião <strong>de</strong> Zelaya.<br />

"Com o apoio do presi<strong>de</strong>nte da República e das Forças Armadas, como<br />

chanceler, <strong>de</strong>i instruções para que não <strong>de</strong>ixem entrar o avião", disse Ortez à<br />

imprensa.<br />

A Direção <strong>de</strong> Aeronáutica e outras autorida<strong>de</strong>s "têm instruções <strong>de</strong> não <strong>de</strong>ixar<br />

entrar o avião, venha quem vier". A proibição é válida para todos os aeroportos<br />

<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is e inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is do país, afirmou.<br />

"Estamos notificando o mundo para que não vá morrer um presi<strong>de</strong>nte da<br />

República ou que vá morrer um hondurenho simplesmente pelo capricho <strong>de</strong><br />

uma organização", disse Ortez, ao lembrar que "há or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> captura" contra<br />

Zelaya.<br />

A polícia hondurenha fechou hoje os acessos ao aeroporto inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />

Toncontín <strong>de</strong> Tegucigalpa, on<strong>de</strong>, no sábado, estiveram milhares <strong>de</strong><br />

simpatizantes <strong>de</strong> Zelaya em um "ato simbólico" para ensaiar a recepção ao<br />

<strong>de</strong>posto presi<strong>de</strong>nte, e preveem esperá-lo este domingo.<br />

Neste domingo, completa-se uma sema<strong>na</strong> da <strong>de</strong>rrubada <strong>de</strong> Zelaya pelos<br />

militares, e sua expulsão à Costa Rica. O parlamento elegeu Roberto Micheletti


como presi<strong>de</strong>nte do país.<br />

O governo <strong>de</strong> Micheletti, a Igreja Católica e outros setores pediram a Zelaya<br />

que <strong>de</strong>sista <strong>de</strong> voltar ao país, para evitar um "<strong>de</strong>rramamento <strong>de</strong> sangue".<br />

Com Efe e Reuters<br />

05/07/2009 - 16h41<br />

Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto embarca para Honduras; governo interino proíbe<br />

pouso<br />

da Folha Online<br />

O presi<strong>de</strong>nte hondurenho <strong>de</strong>posto, Manuel Zelaya, partiu <strong>na</strong> tar<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste<br />

domingo em um voo <strong>de</strong> Washington em direção a Honduras, informou a re<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> TV Telesur, que tem um jor<strong>na</strong>lista a bordo do avião. O presi<strong>de</strong>nte da<br />

Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), o ex-chanceler<br />

nicaraguense Miguel D'Escoto, também está no avião, mas, diferentemente do<br />

que o próprio Zelaya havia anunciado neste sábado, nenhum presi<strong>de</strong>nte o está<br />

acompanhando <strong>na</strong> viagem <strong>de</strong> volta ao país, uma sema<strong>na</strong> <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter sido<br />

<strong>de</strong>posto e expulso do país pelo Exército, com apoio do Congresso e da<br />

Suprema Corte.<br />

O diretor da Aeronáutica Civil <strong>de</strong> Honduras, Alfredo San Martín, assegurou que<br />

o avião que transporta o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto aterrissará em El Salvador porque<br />

não tem autorização para pousar em território hondurenho. As novas<br />

autorida<strong>de</strong>s hondurenhas, cujo governo não foi reconhecido por nenhum país,<br />

têm alertado que, se o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto voltar ao país, ele será<br />

imediatamente preso, acusado <strong>de</strong> abuso <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>, violação dos <strong>de</strong>veres<br />

dos funcionários e traição, entre outros crimes.<br />

A <strong>de</strong>posição aconteceu <strong>na</strong>s primeiras horas do último domingo, dia em que<br />

Zelaya pretendia fazer uma consulta popular sobre mudanças <strong>na</strong> Constituição,<br />

que havia sido consi<strong>de</strong>rada ilegal pela Justiça.<br />

Os adversários dizem que Zelaya, cujo mandato termi<strong>na</strong> no início do próximo<br />

ano, pretendia <strong>de</strong>rrubar a cláusula que impe<strong>de</strong> a reeleição, sob inspiração <strong>de</strong><br />

seu aliado Hugo Chávez, que <strong>na</strong> segunda tentativa conseguiu aprovar por voto<br />

popular o fim do limite para reeleições <strong>na</strong> Venezuela.<br />

A <strong>de</strong>rrubada <strong>de</strong> Zelaya foi repudiada inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lmente, e neste sábado, após


uma visita infrutífera <strong>de</strong> seu secretário-geral, José Miguel Insulza, a Honduras,<br />

a OEA <strong>de</strong>cidiu suspen<strong>de</strong>r a participação <strong>de</strong> Honduras no órgão interamericano<br />

em resposta ao que consi<strong>de</strong>ra ter sido um golpe <strong>de</strong> Estado, embora o governo<br />

interino insista que seguiu a Constituição do país.<br />

Esta foi a primeira vez <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a assi<strong>na</strong>tura da Carta Democrática<br />

Interamerica<strong>na</strong>, em 2001, que os países-membros da OEA <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>m pela<br />

suspensão <strong>de</strong> um membro. A única medida do tipo anterior a esta ocorreu em<br />

1962, quando Cuba foi tirada do bloco --<strong>na</strong> assembleia realizada em junho, em<br />

Honduras, o organismo abriu as portas para o retorno <strong>de</strong> Cuba, após 49 anos,<br />

mas o governo cubano informou não preten<strong>de</strong> pedir o retorno à organização.<br />

Apesar do apoio inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, o presi<strong>de</strong>nte do Equador, Rafael Correa, a<br />

presi<strong>de</strong>ntes da Argenti<strong>na</strong>, Cristi<strong>na</strong> Kirchner, e do Paraguai, Fer<strong>na</strong>ndo Lugo,<br />

<strong>de</strong>cidiram não acompanhar a tentativa <strong>de</strong> retorno <strong>de</strong> Zelaya. Juntamente com o<br />

secretário-geral da OEA, eles anunciaram que viajarão a El Salvador.<br />

"Se Zelaya aterrissar e consi<strong>de</strong>rar oportuno, iremos", disse em Washington o<br />

presi<strong>de</strong>nte do Equador, dizendo que vai acompanhar <strong>de</strong> perto os eventos. "Há<br />

uma gran<strong>de</strong> mobilização <strong>de</strong> pessoas em Tegucigalpa e nós não sabemos se o<br />

governo interino ou o alto escalão militar vão se atrever a reprimir essas<br />

pessoas. Então nós <strong>de</strong>cidimos que o mais pru<strong>de</strong>nte era que o presi<strong>de</strong>nte da<br />

Assembleia Geral da ONU, Miguel D'Escoto, acompanhasse o presi<strong>de</strong>nte<br />

Zelaya <strong>na</strong> volta a Tegucigalpa."<br />

Neste sábado, o car<strong>de</strong>al Oscar Andrés Rodríguez, a mais alta autorida<strong>de</strong><br />

católica <strong>de</strong> Honduras, reconheceu a legitimida<strong>de</strong> do novo governo e apelou ao<br />

"amigo José Manuel Zelaya" para que não retor<strong>na</strong>sse ao país neste domingo.<br />

"Pensemos se um regresso precipitado ao país, neste momento, po<strong>de</strong>ria<br />

<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar um banho <strong>de</strong> sangue. Eu sei que você ama a vida, eu sei que<br />

você respeita a vida. Até hoje ninguém morreu em Honduras. Por favor, medite,<br />

porque <strong>de</strong>pois seria tar<strong>de</strong> <strong>de</strong>mais", disse o car<strong>de</strong>al.<br />

Segundo a re<strong>de</strong> CNN, muitos dos lí<strong>de</strong>res dos protestos contra o novo governo<br />

e em favor do retorno <strong>de</strong> Zelaya são padres católicos, o que si<strong>na</strong>liza uma<br />

divisão entre a alta hierarquia da igreja no país e parte da base <strong>de</strong> religiosos,<br />

influenciada pela Teologia da Libertação, corrente <strong>de</strong> inspiração marxista que<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> um papel ativo da igreja em questões sociais.<br />

Golpe


Zelaya foi <strong>de</strong>rrubado do po<strong>de</strong>r no último domingo (28) em um golpe<br />

orquestrado pela Justiça e pelo Congresso e executado por militares, que o<br />

expulsaram para a Costa Rica. O golpe foi realizado horas antes do início <strong>de</strong><br />

uma consulta popular sobre uma reforma <strong>na</strong> Constituição que tinha sido<br />

<strong>de</strong>clarada ilegal pelo Parlamento e pela Corte Suprema.<br />

"Fui retirado da minha casa <strong>de</strong> forma brutal, sequestrado por soldados<br />

encapuzados que me apontavam rifles", contou o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto, após<br />

chegar ao exílio <strong>na</strong> Nicarágua.<br />

"Diziam: 'se não soltar o celular, atiramos'. Todos apontando para minha cara e<br />

o meu peito. [...] Em forma muito audaz eu lhes disse: 'se vocês vêm com<br />

or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> disparar, disparem, não tenho problema <strong>de</strong> receber, dos soldados da<br />

minha pátria, uma ofensa a mais ao povo, porque o que estão fazendo é<br />

ofen<strong>de</strong>r o povo'."<br />

De acordo com os parlamentares hondurenhos, a <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> Zelaya foi<br />

aprovada por suas "repetidas violações da Constituição e da lei" e por "seu<br />

<strong>de</strong>srespeito às or<strong>de</strong>ns e <strong>de</strong>cisões das instituições". Segundo os seus críticos,<br />

com a consulta, Zelaya pretendia instaurar a reeleição presi<strong>de</strong>ncial no país. As<br />

próximas eleições gerais serão em 29 <strong>de</strong> novembro.<br />

Depois da saída <strong>de</strong> Zelaya do país, no Congresso <strong>de</strong> Honduras, um funcionário<br />

leu uma carta com a suposta renúncia, o que ele nega. Zelaya diz ter sido alvo<br />

<strong>de</strong> "complô da elite voraz"; e seu sucessor, Roberto Micheletti, diz que o golpe<br />

foi um "processo absolutamente legal".<br />

Com agências inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is<br />

05/07/2009 - 23h43<br />

Após morte em protesto, Honduras amplia horário do toque <strong>de</strong> recolher<br />

da Folha Online<br />

Após protestos <strong>de</strong> apoio ao presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto Manuel Zelaya no qual morreu<br />

ao menos uma pessoa neste domingo, o governo interino <strong>de</strong> Honduras<br />

anunciou a ampliação do toque <strong>de</strong> recolher que está em vigor no país <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

que as Forças Armadas, com apoio da Justiça e do Congresso pren<strong>de</strong>ram<br />

Zelaya no último domingo e o expulsaram do país.<br />

Um porta-voz informou que o toque <strong>de</strong> recolher começaria às 19h (22h em


Brasília), três horas mais cedo que <strong>na</strong>s noites anteriores. A medida restringe<br />

direitos <strong>de</strong> manifestação, reunião e expressão entre a noite e o amanhecer.<br />

Neste domingo, milhares <strong>de</strong> pessoas foram até o aeroporto inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>de</strong><br />

Tegucigalpa para apoiar o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto, que embarcou em um avião em<br />

Washington rumo à capital hondurenha. Alegando querer evitar um "banho <strong>de</strong><br />

sangue", o governo bloqueou a pista com carros e impediu o pouso do avião<br />

que trazia Zelaya e o presi<strong>de</strong>nte da Assembleia Geral das Nações Unidas,<br />

Miguel D'Escoto.<br />

Uma pessoa morreu com um tiro <strong>na</strong> cabeça, disparado <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro do aeroporto,<br />

guardado pelas forças <strong>de</strong> segurança, segundo testemunhas. Há relatos não<br />

confirmados <strong>de</strong> que até outras duas pessoas teriam sido mortas nos protestos.<br />

O avião com Zelaya seguiu para El Salvador, o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto preten<strong>de</strong><br />

encontrar-se com a presi<strong>de</strong>nte da Argenti<strong>na</strong>, Cristi<strong>na</strong> Kirchner, do Paraguai,<br />

Fer<strong>na</strong>ndo Lugo, do Equador, Rafael Correa, e como o secretário-geral da OEA<br />

(Organização dos Estados Americanos), José Miguel Insulza.<br />

Nenhum país reconheceu o novo governo hondurenho, e neste sábado a OEA<br />

suspen<strong>de</strong>u o país por infringir os princípios <strong>de</strong>mocráticos da organização.<br />

Golpe<br />

Zelaya foi <strong>de</strong>rrubado do po<strong>de</strong>r no último domingo (28) em um golpe<br />

orquestrado pela Justiça e pelo Congresso e executado por militares, que o<br />

expulsaram para a Costa Rica. O golpe foi realizado horas antes do início <strong>de</strong><br />

uma consulta popular sobre uma reforma <strong>na</strong> Constituição que tinha sido<br />

<strong>de</strong>clarada ilegal pelo Parlamento e pela Corte Suprema.<br />

"Fui retirado da minha casa <strong>de</strong> forma brutal, sequestrado por soldados<br />

encapuzados que me apontavam rifles", contou o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto, após<br />

chegar ao exílio <strong>na</strong> Nicarágua.<br />

"Diziam: 'se não soltar o celular, atiramos'. Todos apontando para minha cara e<br />

o meu peito. [...] Em forma muito audaz eu lhes disse: 'se vocês vêm com<br />

or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> disparar, disparem, não tenho problema <strong>de</strong> receber, dos soldados da<br />

minha pátria, uma ofensa a mais ao povo, porque o que estão fazendo é<br />

ofen<strong>de</strong>r o povo'."<br />

06/07/2009 - 00h18


Impedido <strong>de</strong> voltar a Honduras, presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto chega a El Salvador<br />

da Folha Online<br />

O presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto <strong>de</strong> Honduras, Manuel Zelaya, chegou <strong>na</strong> noite <strong>de</strong>ste<br />

domingo à capital <strong>de</strong> El Salvador <strong>de</strong>pois que seu anunciado plano <strong>de</strong> voltar a<br />

Tegucigalpa foi frustrado pelo governo interino. O Exército bloqueou a pista do<br />

aeroporto inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l da capital hondurenha com carros e impediu o pouso<br />

do avião que trazia Zelaya e o presi<strong>de</strong>nte da Assembleia Geral das Nações<br />

Unidas, Miguel D'Escoto, que seguiu então para Manágua e <strong>de</strong>pois para San<br />

Salvador.<br />

Milhares <strong>de</strong> manifestantes favoráveis a Zelaya foram para as ruas em frente ao<br />

aeroporto, on<strong>de</strong> pelo menos uma morreu com um tiro <strong>na</strong> cabeça, disparado <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ntro do aeroporto, guardado pelas forças <strong>de</strong> segurança, segundo<br />

testemunhas. Há relatos não confirmados <strong>de</strong> que até outras duas pessoas<br />

teriam sido mortas nos protestos. Ao menos duas pessoas ficaram gravemente<br />

feridas, segundo fontes do serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Isolado inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lmente, o governo interino prometera pren<strong>de</strong>r Zelaya se ele<br />

voltasse ao país, mas <strong>de</strong>cidiu impedir o retorno do presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto<br />

alegando querer evitar que os ânimos exaltados provocassem um "um banho<br />

<strong>de</strong> sangue".<br />

Depois <strong>de</strong> reunir-se brevemente com os presi<strong>de</strong>ntes da Nicarágua, Daniel<br />

Ortega, e do Paraguai, Fer<strong>na</strong>ndo Lugo, em Manágua, Zelaya seguiu para El<br />

Salvador, on<strong>de</strong> se reuniu com a presi<strong>de</strong>nte da Argenti<strong>na</strong>, Cristi<strong>na</strong> Kirchner, do<br />

Equador, Rafael Correa, e como o secretário-geral da OEA (Organização dos<br />

Estados Americanos), José Miguel Insulza, que estavam em Washington, on<strong>de</strong><br />

neste sábado a OEA <strong>de</strong>cidiu suspen<strong>de</strong>r Honduras por infringir os princípios<br />

<strong>de</strong>mocráticos da organização. Após encontrar-se com eles e com o presi<strong>de</strong>nte<br />

salvadorenho, Mauricio Funes, ele <strong>de</strong>u início a uma entrevista coletiva.<br />

Viagem<br />

A imprensa inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l acompanhou <strong>de</strong> perto a viagem <strong>de</strong> Zelaya <strong>de</strong><br />

Washington para Honduras uma sema<strong>na</strong> <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>posto e expulso do<br />

país pelo Exército, com apoio da Suprema Corte e do Congresso. A tentativa<br />

fracassou logo que o avião chegou ao espaço aéreo hondurenho, quando o<br />

piloto do avião venezuelano em que ele viajava disse que era "impossível<br />

aterrissar" com veículos <strong>na</strong> pista. Ele disse também que o avião sofreu


ameaças <strong>de</strong> abate <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>s hondurenhas enquanto sobrevoava<br />

Tegucigalpa.<br />

Milhares <strong>de</strong> manifestantes gritaram vivas quando avistaram o avião, informou a<br />

CNN em Espanhol.<br />

"Se eu tivesse um paraquedas, eu saltaria", disse disse Zelaya à Telesur, que<br />

acompanhava o voo. "Eles estão ameaçando nos matar."<br />

Ele disse que tentará novamente voltar a Honduras "<strong>na</strong> segunda ou <strong>na</strong> terça-<br />

feira".<br />

Menos <strong>de</strong> uma hora antes, Zelaya tinha feito um apelo ao chefe do Estado<br />

Maior Conjunto das Forças Armadas hondurenhas, Romeo Vásquez, para que<br />

retirasse as tropas que, segundo a Telesur, estavam reprimindo os<br />

manifestantes.<br />

"Eu sou o comandante das Forças Armadas, eleito pelo povo, e peço às Forças<br />

Armadas para cumprirem a or<strong>de</strong>m para abrir o aeroporto a fim <strong>de</strong> que não haja<br />

qualquer problema para que eu pouse e abrace meu povo", disse Zelaya <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ntro do avião à venezuela<strong>na</strong> Telesur. "Hoje eu sinto que tenho força<br />

espiritual suficiente, abençoado com o sangue <strong>de</strong> Cristo, para po<strong>de</strong>r chegar lá<br />

e erguer o crucifixo".<br />

Em <strong>de</strong>clarações ao ca<strong>na</strong>l <strong>de</strong> televisão, Zelaya afirmou que vai sem armas e<br />

pacificamente para dialogar e pediu ao general Vásquez que <strong>de</strong>tenha "o<br />

massacre", ao ser informado pela re<strong>de</strong> <strong>de</strong> televisão, com se<strong>de</strong> em Caracas, <strong>de</strong><br />

disparos e mortos em Tegucigalpa.<br />

"O povo está <strong>na</strong>s ruas. Detenha essas tropas general [...] Detenha esse<br />

massacre", disse Zelaya.<br />

Violência<br />

As agências inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is forneceram relatos diferentes sobre os episódios <strong>de</strong><br />

violência. Um fotógrafo da agência Associated Press informou que pelo menos<br />

uma pessoa morreu <strong>na</strong>s manifestações em favor <strong>de</strong> Zelaya, em frente ao<br />

aeroporto, enquanto relatos <strong>de</strong> mais mortes são divulgados por outras agências<br />

e meios <strong>de</strong> comunicação. Citando uma fonte policial, a agência France Presse<br />

informou que duas pessoas morreram e ao menos duas ficaram feridas, e a<br />

agência estatal <strong>de</strong> notícias da Venezuela --país que apoia abertamente Zelaya-<br />

- divulgou que três pessoas morreram e várias ficaram feridas durante um<br />

ataque das forças <strong>de</strong> segurança contra apoiadores do presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto.


Um trabalhador do serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> disse à Reuters que uma pessoa morreu e<br />

duas estão gravemente feridas.<br />

Segundo o relato da Associated Press, um homem morreu ao ser atingido com<br />

um tiro <strong>na</strong> cabeça quando tentava passar por uma cerca <strong>de</strong> segurança para<br />

entrar no aeroporto <strong>de</strong> Tegucigalpa. O tiro foi disparado <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro do aeroporto<br />

<strong>de</strong> acordo com a agência.<br />

Antes do confronto, as forças <strong>de</strong> segurança chegaram a ser aplaudidas por<br />

terem permitido a passagem da manifestação em uma rua próxima ao<br />

aeroporto. Entre os manifestantes foram vistos funcionários do governo<br />

<strong>de</strong>posto, como Rodolfo Pastor, que ocupava a pasta <strong>de</strong> Cultura, Artes e<br />

Esportes.<br />

Mas logo <strong>de</strong>pois, forças <strong>de</strong> segurança dispararam tiros <strong>de</strong> advertência e gás<br />

lacrimogêneo, e alguns apoiadores <strong>de</strong> Zelaya atiraram pedras e fizeram uma<br />

fogueira. Uma van passou no meio da multidão, com uma pessoa gritando para<br />

que abrissem caminho para os feridos. Um porta-voz da Cruz Vermelha disse<br />

que cerca <strong>de</strong> 30 feridas foram atendidas, incluindo uma mulher esfaqueada.<br />

Governo interino<br />

Enquanto Zelaya partia <strong>de</strong> Washington, o presi<strong>de</strong>nte interino, Roberto<br />

Micheletti, concedia uma entrevista coletiva em Tegucigalpa, ao lado <strong>de</strong> várias<br />

autorida<strong>de</strong>s do novo governo, que assumiu no último domingo, após a<br />

<strong>de</strong>posição <strong>de</strong> Zelaya pelo Exército, com apoio da Suprema Corte e do<br />

Congresso.<br />

Ele justificou a proibição <strong>de</strong> retorno <strong>de</strong> Zelaya ao país como uma forma <strong>de</strong><br />

evitar "<strong>de</strong>rramamento <strong>de</strong> sangue". Anteriormente, o governo havia informado<br />

que o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto seria preso se voltasse a Honduras, acusado <strong>de</strong><br />

abuso <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>, violação dos <strong>de</strong>veres dos funcionários e traição, entre<br />

outros crimes, mas Micheletti disse que o melhor no momento é evitar qualquer<br />

confronto.<br />

"Nós temos insistido que não queremos conflitos internos, não queremos<br />

<strong>de</strong>rramamento <strong>de</strong> sangue", afirmou Micheletti.<br />

O presi<strong>de</strong>nte interino também <strong>de</strong>nunciou a mobilização <strong>de</strong> tropas da Nicarágua<br />

perto da fronteira dos dois países e apelou para que não haja intervenção<br />

exter<strong>na</strong> em Honduras.<br />

"Pedimos ao presi<strong>de</strong>nte Ortega que, por favor, respeite nossa soberania e a


Hugo Chávez [presi<strong>de</strong>nte da Venezuela] que <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> agredir nosso país,<br />

como tem feito, por meio dos meios <strong>de</strong> comunicação que possui", disse<br />

Micheletti. "Somos um país pequeno, respeitoso das leis <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is e<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is."<br />

Questio<strong>na</strong>ndo sobre a <strong>na</strong>tureza da mobilização, ele disse que são pequenos<br />

grupos <strong>de</strong> tropas nicaraguenses que estão se movimentando e que não<br />

po<strong>de</strong>ria dizer se o fazem por or<strong>de</strong>m do governo ou se há perigo real <strong>de</strong> que<br />

cruzem a fronteira.<br />

"É uma invasão psicológica, estão <strong>de</strong> todas as formas tentando intimidar a<br />

<strong>na</strong>ção", disse, afirmando que Honduras está preparada para respon<strong>de</strong>r a<br />

qualquer agressão. Mas ele repetiu que espera que o país e tranquilize, "para<br />

que não se <strong>de</strong>rrame uma gota <strong>de</strong> sangue".<br />

Isolamento<br />

Em um possível si<strong>na</strong>l <strong>de</strong> fragilida<strong>de</strong> do governo interino diante da reação<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e da suspensão <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da neste sábado pela OEA<br />

(Organização dos Estados Americanos), a vice-chanceler hondurenha, Martha<br />

Lore<strong>na</strong> Alvarado, disse <strong>na</strong> entrevista coletiva que está constituindo uma<br />

comissão para negociar com as organizações inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is. Nenhum país<br />

reconheceu a legitimida<strong>de</strong> do novo governo, que está enfrentando também o<br />

corte <strong>de</strong> ajuda fi<strong>na</strong>nceira vital <strong>de</strong> organizamos inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is.<br />

Ela disse que, após um "consenso" entre os po<strong>de</strong>res <strong>de</strong> Honduras, o novo<br />

governo propôs à OEA "a adoção <strong>de</strong> um diálogo <strong>de</strong> boa fé entre uma<br />

<strong>de</strong>legação da República <strong>de</strong> Honduras [...] e uma <strong>de</strong>legação <strong>de</strong> representantes<br />

<strong>de</strong> Estados membros, com a participação <strong>de</strong> funcionários da secretaria-geral",<br />

<strong>de</strong>stacou Alvarado.<br />

"Mas enquanto este diálogo <strong>de</strong> boa fé estiver em curso não po<strong>de</strong>rão ocorrer<br />

atos ou situações que possam colocar em risco a paz social da República e<br />

comprometer o esforço das conversações", afirmou a vice-chanceler.<br />

Apesar do isolamento externo, o governo busca dar mostras <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>. O<br />

presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u várias vezes a legitimida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu mandato, reforçando<br />

que foi eleito pelo Congresso, com autorização da Suprema Corte, e que<br />

Zelaya foi retirado do cargo por infringir a Constituição.<br />

Neste sábado, o car<strong>de</strong>al Oscar Andrés Rodríguez, a mais alta autorida<strong>de</strong><br />

católica <strong>de</strong> Honduras, reconheceu o novo governo e apelou ao "amigo José


Manuel Zelaya" para que não retor<strong>na</strong>sse ao país neste domingo.<br />

"Pensemos se um regresso precipitado ao país, neste momento, po<strong>de</strong>ria<br />

<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar um banho <strong>de</strong> sangue. Eu sei que você ama a vida, eu sei que<br />

você respeita a vida. Até hoje ninguém morreu em Honduras. Por favor, medite,<br />

porque <strong>de</strong>pois seria tar<strong>de</strong> <strong>de</strong>mais", disse o car<strong>de</strong>al.<br />

Segundo a re<strong>de</strong> CNN, muitos dos lí<strong>de</strong>res dos protestos contra o novo governo<br />

e em favor do retorno <strong>de</strong> Zelaya são padres católicos, o que si<strong>na</strong>liza uma<br />

divisão entre a alta hierarquia da igreja no país e parte da base <strong>de</strong> religiosos,<br />

influenciada pela Teologia da Libertação, corrente <strong>de</strong> inspiração marxista que<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> um papel ativo da igreja em questões sociais.<br />

Ao divulgar mortes <strong>na</strong> manifestação <strong>de</strong>ste domingo, a venezuela<strong>na</strong> Agência<br />

Bolivaria<strong>na</strong> <strong>de</strong> Noticias informou que manifestantes responsabilizam o car<strong>de</strong>al<br />

Rodríguez pelo banho <strong>de</strong> sangue.<br />

Golpe<br />

Zelaya foi <strong>de</strong>rrubado do po<strong>de</strong>r no último domingo (28) em um golpe<br />

orquestrado pela Justiça e pelo Congresso e executado por militares, que o<br />

expulsaram para a Costa Rica. O golpe foi realizado horas antes do início <strong>de</strong><br />

uma consulta popular sobre uma reforma <strong>na</strong> Constituição que tinha sido<br />

<strong>de</strong>clarada ilegal pelo Parlamento e pela Corte Suprema.<br />

"Fui retirado da minha casa <strong>de</strong> forma brutal, sequestrado por soldados<br />

encapuzados que me apontavam rifles", contou o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto, após<br />

chegar ao exílio <strong>na</strong> Nicarágua.<br />

"Diziam: 'se não soltar o celular, atiramos'. Todos apontando para minha cara e<br />

o meu peito. [...] Em forma muito audaz eu lhes disse: 'se vocês vêm com<br />

or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> disparar, disparem, não tenho problema <strong>de</strong> receber, dos soldados da<br />

minha pátria, uma ofensa a mais ao povo, porque o que estão fazendo é<br />

ofen<strong>de</strong>r o povo'."<br />

Com agências inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is<br />

06/07/2009 - 03h59<br />

Zelaya lamenta morte <strong>de</strong> manifestante e pe<strong>de</strong> fim da violência em<br />

Honduras<br />

da Folha Online


com Efe<br />

Em discurso proferido <strong>de</strong> El Salvador, o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto <strong>de</strong> Honduras<br />

Manuel Zelaya con<strong>de</strong>nou a morte <strong>de</strong> um manifestante neste domingo, durante<br />

confronto com militares <strong>na</strong> capital hondurenha, Tegucigalpa. Zelaya voltava ao<br />

país quando cente<strong>na</strong>s <strong>de</strong> pessoas saíram às ruas para protestar contra o golpe<br />

militar que o tirou do po<strong>de</strong>r.<br />

Zelaya chegou <strong>na</strong> noite <strong>de</strong>ste domingo à capital <strong>de</strong> El Salvador <strong>de</strong>pois que seu<br />

anunciado plano <strong>de</strong> voltar a Tegucigalpa foi frustrado pelo governo interino. O<br />

Exército bloqueou a pista do aeroporto inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l da capital hondurenha<br />

com carros e impediu o pouso do avião que trazia Zelaya e o presi<strong>de</strong>nte da<br />

Assembleia Geral das Nações Unidas, Miguel D'Escoto, que seguiu então para<br />

Manágua e <strong>de</strong>pois para San Salvador.<br />

Milhares <strong>de</strong> manifestantes favoráveis a Zelaya foram para as ruas em frente ao<br />

aeroporto, on<strong>de</strong> pelo menos uma morreu com um tiro <strong>na</strong> cabeça, segundo<br />

testemunhas. Há relatos não confirmados <strong>de</strong> que até outras duas pessoas<br />

teriam sido mortas nos protestos. Ao menos duas pessoas ficaram gravemente<br />

feridas, segundo fontes do serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Após <strong>de</strong>sembarcar no país vizinho, Zelaya lamentou a morte <strong>de</strong> um jovem, no<br />

que <strong>de</strong>screveu como repressão contra uma manifestação pacífica, e pediu às<br />

Forças Armadas <strong>de</strong> seu país que baixem as armas e não os apontem contra a<br />

população. "Apelo às Forças Armadas <strong>de</strong> Honduras que baixem seus rifles."<br />

Isolado inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lmente, o governo interino prometera pren<strong>de</strong>r Zelaya se ele<br />

voltasse ao país, mas <strong>de</strong>cidiu impedir o retorno do presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto<br />

alegando querer evitar que os ânimos exaltados provocassem um "um banho<br />

<strong>de</strong> sangue".<br />

Depois <strong>de</strong> reunir-se brevemente com os presi<strong>de</strong>ntes Daniel Ortega (Nicarágua)<br />

e Fer<strong>na</strong>ndo Lugo (Paraguai), em Manágua, Zelaya seguiu para El Salvador,<br />

on<strong>de</strong> se reuniu com a presi<strong>de</strong>nte Cristi<strong>na</strong> Kirchner (Argenti<strong>na</strong>), Rafael Correa<br />

(Equador), Mauricio Funes (El Salvador) e com o secretário-geral da OEA<br />

(Organização dos Estados Americanos), José Miguel Insulza. Ele disse que<br />

tentará novamente voltar a Honduras "<strong>na</strong> segunda ou <strong>na</strong> terça-feira".<br />

Zelaya foi <strong>de</strong>rrubado do po<strong>de</strong>r no último domingo (28) em um golpe<br />

orquestrado pela Justiça e pelo Congresso e executado por militares, que o<br />

expulsaram para a Costa Rica. O golpe foi realizado horas antes do início <strong>de</strong>


uma consulta popular sobre uma reforma <strong>na</strong> Constituição que tinha sido<br />

<strong>de</strong>clarada ilegal pelo Parlamento e pela Corte Suprema.<br />

Viagem e violência<br />

A imprensa inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l acompanhou <strong>de</strong> perto a viagem <strong>de</strong> Zelaya <strong>de</strong><br />

Washington para Honduras uma sema<strong>na</strong> <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>posto e expulso do<br />

país pelo Exército, com apoio da Suprema Corte e do Congresso. A tentativa<br />

fracassou logo que o avião chegou ao espaço aéreo hondurenho, quando o<br />

piloto do avião venezuelano em que ele viajava disse que era "impossível<br />

aterrissar" <strong>de</strong>vido aos veículos <strong>na</strong> pista. Ele disse também que o avião sofreu<br />

ameaças <strong>de</strong> abate <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>s hondurenhas enquanto sobrevoava<br />

Tegucigalpa.<br />

Milhares <strong>de</strong> manifestantes gritaram vivas quando avistaram o avião, informou a<br />

CNN em Espanhol. "Se eu tivesse um paraquedas, eu saltaria", disse disse<br />

Zelaya à Telesur, que acompanhava o voo. "Eles estão ameaçando nos matar."<br />

Em <strong>de</strong>clarações ao ca<strong>na</strong>l <strong>de</strong> televisão, Zelaya afirmou que vai sem armas e<br />

pacificamente para dialogar e pediu ao general Vásquez que <strong>de</strong>tenha "o<br />

massacre", ao ser informado pela re<strong>de</strong> <strong>de</strong> televisão, com se<strong>de</strong> em Caracas, <strong>de</strong><br />

disparos e mortos em Tegucigalpa. "O povo está <strong>na</strong>s ruas. Detenha essas<br />

tropas general [...] Detenha esse massacre", disse Zelaya.<br />

As agências inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is forneceram relatos diferentes sobre os episódios <strong>de</strong><br />

violência. Um fotógrafo da agência Associated Press informou que pelo menos<br />

uma pessoa morreu <strong>na</strong>s manifestações em favor <strong>de</strong> Zelaya, em frente ao<br />

aeroporto, enquanto relatos <strong>de</strong> mais mortes são divulgados por outras agências<br />

e meios <strong>de</strong> comunicação.<br />

Citando uma fonte policial, a agência France Presse informou que duas<br />

pessoas morreram e ao menos duas ficaram feridas, e a agência estatal <strong>de</strong><br />

notícias da Venezuela --país que apoia abertamente Zelaya-- divulgou que três<br />

pessoas morreram e várias ficaram feridas durante um ataque das forças <strong>de</strong><br />

segurança contra apoiadores do presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto.<br />

Antes do confronto, as forças <strong>de</strong> segurança chegaram a ser aplaudidas por<br />

terem permitido a passagem da manifestação em uma rua próxima ao<br />

aeroporto. Entre os manifestantes foram vistos funcionários do governo<br />

<strong>de</strong>posto, como Rodolfo Pastor, que ocupava a pasta <strong>de</strong> Cultura, Artes e<br />

Esportes.


Mas logo <strong>de</strong>pois, forças <strong>de</strong> segurança dispararam tiros <strong>de</strong> advertência e gás<br />

lacrimogêneo, e alguns apoiadores <strong>de</strong> Zelaya atiraram pedras e fizeram uma<br />

fogueira. Uma van passou no meio da multidão, com uma pessoa gritando para<br />

que abrissem caminho para os feridos. Um porta-voz da Cruz Vermelha disse<br />

que cerca <strong>de</strong> 30 feridas foram atendidas, incluindo uma mulher esfaqueada.<br />

Governo isolado<br />

Enquanto Zelaya partia <strong>de</strong> Washington, o presi<strong>de</strong>nte interino, Roberto<br />

Micheletti, concedia uma entrevista coletiva em Tegucigalpa, ao lado <strong>de</strong> várias<br />

autorida<strong>de</strong>s do novo governo, que assumiu no último domingo, após a<br />

<strong>de</strong>posição <strong>de</strong> Zelaya pelo Exército, com apoio da Suprema Corte e do<br />

Congresso.<br />

Anteriormente, o governo havia informado que o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto seria<br />

preso se voltasse a Honduras, acusado <strong>de</strong> abuso <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>, violação dos<br />

<strong>de</strong>veres dos funcionários e traição, entre outros crimes, mas Micheletti disse<br />

que o melhor no momento é evitar qualquer confronto. "Nós temos insistido que<br />

não queremos conflitos internos, não queremos <strong>de</strong>rramamento <strong>de</strong> sangue",<br />

afirmou Micheletti.<br />

Em um possível si<strong>na</strong>l <strong>de</strong> fragilida<strong>de</strong> do governo interino diante da reação<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e da suspensão <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>da neste sábado pela OEA<br />

(Organização dos Estados Americanos), a vice-chanceler hondurenha, Martha<br />

Lore<strong>na</strong> Alvarado, disse <strong>na</strong> entrevista coletiva que está constituindo uma<br />

comissão para negociar com as organizações inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is. Nenhum país<br />

reconheceu a legitimida<strong>de</strong> do novo governo.<br />

Ela disse que, após um "consenso" entre os po<strong>de</strong>res <strong>de</strong> Honduras, o novo<br />

governo propôs à OEA "a adoção <strong>de</strong> um diálogo <strong>de</strong> boa fé entre uma<br />

<strong>de</strong>legação da República <strong>de</strong> Honduras [...] e uma <strong>de</strong>legação <strong>de</strong> representantes<br />

<strong>de</strong> Estados membros, com a participação <strong>de</strong> funcionários da secretaria-geral",<br />

<strong>de</strong>stacou Alvarado.<br />

"Mas enquanto este diálogo <strong>de</strong> boa fé estiver em curso não po<strong>de</strong>rão ocorrer<br />

atos ou situações que possam colocar em risco a paz social da República e<br />

comprometer o esforço das conversações", afirmou a vice-chanceler.<br />

Com agências inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is


06/07/2009 - 07h43<br />

Governo <strong>de</strong> Honduras bloqueia retorno <strong>de</strong> Zelaya; presi<strong>de</strong>nte pe<strong>de</strong> que<br />

"baixem rifles"<br />

da Folha Online<br />

Os lí<strong>de</strong>res do governo interino <strong>de</strong> Honduras or<strong>de</strong><strong>na</strong>ram que o Exército<br />

ocupasse as pistas do aeroporto da capital, Tegucigalpa, e impediram o retorno<br />

do presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto, Manuel Zelaya, pouco mais <strong>de</strong> uma sema<strong>na</strong> <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

um golpe <strong>de</strong> Estado que o impediu <strong>de</strong> realizar referendo por uma mudança <strong>na</strong><br />

Constituição que permitiria a reeleição. O avião <strong>de</strong> Zelaya teve que seguir para<br />

Nicarágua, on<strong>de</strong> se reuniu com lí<strong>de</strong>res da OEA (Organização dos Estados<br />

Americanos) para discutir a crise no país.<br />

Milhares <strong>de</strong> manifestantes favoráveis ao seu retorno entraram em confronto<br />

com a polícia e os soldados no aeroporto, <strong>de</strong>ixando ao menos um morto e<br />

<strong>de</strong>ze<strong>na</strong>s <strong>de</strong> feridos. A agência France Presse e alguns jor<strong>na</strong>is inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is<br />

falam em dois mortos.<br />

Zelaya viajou <strong>de</strong> volta a Honduras, em um avião emprestado por seu aliado, o<br />

presi<strong>de</strong>nte venezuelano Hugo Chávez, em uma tentativa <strong>de</strong> mobilizar seus<br />

seguidores e exigir a restituição <strong>de</strong> seu po<strong>de</strong>r das instituições --Exército,<br />

Congresso e a Suprema Corte-- que o <strong>de</strong>rrubaram em um golpe <strong>de</strong> Estado no<br />

último dia 28 <strong>de</strong> junho.<br />

Em uma operação acompanhada <strong>de</strong> perto pela comunida<strong>de</strong> inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l,<br />

unânime em con<strong>de</strong><strong>na</strong>r o golpe, o Exército hondurenho bloqueou a pista do<br />

aeroporto <strong>de</strong> Toncontin com caminhões para impedir o pouso do avião Falcon.<br />

Após a tentativa frustrada <strong>de</strong> retor<strong>na</strong>r ao país, Zelaya passou pela Nicarágua<br />

para um encontro com o colega Daniel Ortega e seguiu para El Salvador, on<strong>de</strong><br />

exigiu que as Forças Armadas não reprimam ainda mais o povo hondurenho.<br />

"Os criminosos não po<strong>de</strong>m dirigir um país", afirmou Zelaya, ao lado do<br />

presi<strong>de</strong>nte salvadorenho Mauricio Funes, da presi<strong>de</strong>nte argenti<strong>na</strong> Cristi<strong>na</strong><br />

Kirchner, do paraguaio Fer<strong>na</strong>ndo Lugo e do equatoriano Rafael Correa.<br />

"Apelo às Forças Armadas <strong>de</strong> Honduras que baixem seus rifles'" <strong>de</strong>clarou<br />

Zelaya.<br />

Zelaya ainda não anunciou seus próximos passos. Ele <strong>de</strong>ixou Washington no<br />

sábado (4), <strong>de</strong>pois que a OEA suspen<strong>de</strong>u Honduras da carta <strong>de</strong>mocrática da<br />

instituição pelo rompimento da or<strong>de</strong>m constitucio<strong>na</strong>l.


O secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, anunciou que preten<strong>de</strong><br />

prosseguir com as gestões diplomáticas para alcançar o objetivo <strong>de</strong> "cumprir as<br />

normas que todos os países adotaram".<br />

Os jor<strong>na</strong>is hondurenhos, favoráveis ao novo governo, <strong>de</strong>stacam que Zelaya<br />

ignorou o apelo <strong>de</strong> 25 dos 33 países da organização para que não retor<strong>na</strong>sse a<br />

Honduras e o responsabilizam pela violência que acabou <strong>na</strong> morte <strong>de</strong> Isis<br />

Obed Murillo, 19.<br />

Os manifestantes preten<strong>de</strong>m prosseguir com os protestos nesta segunda-feira,<br />

à espera do retorno <strong>de</strong> Zelaya.<br />

Investigação<br />

A polícia hondurenha disse nesta segunda-feira que averiguará os confrontos<br />

com os manifestantes pró-Zelaya que <strong>de</strong>ixaram um morto e pelo menos <strong>de</strong>z<br />

feridos.<br />

"Foram or<strong>de</strong><strong>na</strong>das as investigações que nos permitam estabelecer a clareza<br />

dos fatos", disse o porta-voz da polícia, Héctor Iván Mejía, em uma <strong>de</strong>claração<br />

transmitida a todo o país por rádio e televisão <strong>na</strong> qual não foram divulgados<br />

dados <strong>de</strong> mortos ou feridos.<br />

Na comunicação, Mejía afirmou que houve "uma manifestação popular <strong>na</strong> qual<br />

se expressava o apoio ao ex-presi<strong>de</strong>nte José Manuel Zelaya" em frente ao<br />

aeroporto Toncontín <strong>de</strong> Tegucigalpa.<br />

Mejía disse que aconteceu um "confronto entre a autorida<strong>de</strong> e os manifestantes<br />

com resultados ainda não constatados".<br />

Ele acrescentou que a polícia lamenta os fatos ocorridos como consequência<br />

<strong>de</strong>stes distúrbios e apelou à população para se abster <strong>de</strong> promover "a<br />

<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m e a intranquilida<strong>de</strong>".<br />

Brecha<br />

O presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>sig<strong>na</strong>do pelo Congresso hondurenho, Roberto Micheletti, abriu<br />

uma peque<strong>na</strong> brecha ao propor à OEA um diálogo <strong>de</strong> "boa fé" para tentar<br />

buscar uma saída à crise.<br />

Ele já mencionou uma antecipação das eleições <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> novembro, já que as<br />

novas autorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Tegucigalpa estão convencidas <strong>de</strong> que o que aconteceu<br />

sema<strong>na</strong> passada não foi um golpe <strong>de</strong> Estado e sim uma sucessão<br />

constitucio<strong>na</strong>l, que pretendia impedir Zelaya <strong>de</strong> organizar um referendo popular<br />

para modificar a Constituição.


Micheletti acusou a Nicarágua <strong>de</strong> movimentar tropas para a fronteira, o que<br />

Ortega negou <strong>de</strong> modo veemente.<br />

Golpe<br />

Zelaya foi <strong>de</strong>rrubado do po<strong>de</strong>r neste domingo (28) em um golpe orquestrado<br />

pela Justiça e pelo Congresso e executado por militares, que o expulsaram<br />

para a Costa Rica. O golpe foi realizado horas antes do início <strong>de</strong> uma consulta<br />

popular sobre uma reforma <strong>na</strong> Constituição que tinha sido <strong>de</strong>clarada ilegal pelo<br />

Parlamento e pela Corte Suprema.<br />

"Fui retirado da minha casa <strong>de</strong> forma brutal, sequestrado por soldados<br />

encapuzados que me apontavam rifles", contou o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto, após<br />

chegar ao exílio <strong>na</strong> Nicarágua.<br />

"Diziam: "se não soltar o celular, atiramos". Todos apontando para minha cara<br />

e o meu peito. [...] Em forma muito audaz eu lhes disse: 'se vocês vêm com<br />

or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> disparar, disparem, não tenho problema <strong>de</strong> receber, dos soldados da<br />

minha pátria, uma ofensa a mais ao povo, porque o que estão fazendo é<br />

ofen<strong>de</strong>r o povo"."<br />

De acordo com os parlamentares hondurenhos, a <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> Zelaya foi<br />

aprovada por suas "repetidas violações da Constituição e da lei" e por "seu<br />

<strong>de</strong>srespeito às or<strong>de</strong>ns e <strong>de</strong>cisões das instituições". Segundo os seus críticos,<br />

com a consulta, Zelaya pretendia instaurar a reeleição presi<strong>de</strong>ncial no país. As<br />

próximas eleições gerais serão em 29 <strong>de</strong> novembro.<br />

Depois da saída <strong>de</strong> Zelaya do país, no Congresso <strong>de</strong> Honduras, um funcionário<br />

leu uma carta com a suposta renúncia, o que ele nega. Zelaya diz ter sido alvo<br />

<strong>de</strong> "complô da elite voraz"; e seu sucessor, Micheletti, diz que o golpe foi um<br />

"processo absolutamente legal".<br />

Com agências inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is<br />

06/07/2009 - 08h26<br />

Após <strong>de</strong>rrota eleitoral, Cristi<strong>na</strong> Kirchner tenta avançar agenda legislativa<br />

THIAGO GUIMARÃES<br />

da Folha <strong>de</strong> S. Paulo, em Buenos Aires<br />

Até a posse dos novos <strong>de</strong>putados e se<strong>na</strong>dores argentinos, em <strong>de</strong>zembro, o<br />

governo Cristi<strong>na</strong> Kirchner, <strong>de</strong>bilitado pela <strong>de</strong>rrota <strong>na</strong>s eleições legislativas do


dia 28, terá pela frente uma agenda legislativa difícil, com renovação <strong>de</strong> leis<br />

consi<strong>de</strong>radas chave para o caixa estatal.<br />

Entre temas por tratar até o fi<strong>na</strong>l do ano estão a prorrogação dos chamados<br />

"superpo<strong>de</strong>res" do Executivo, da Lei <strong>de</strong> Emergência Econômica e do imposto<br />

do cheque, pilares do mo<strong>de</strong>lo econômico kirchnerista, além do Orçamento<br />

2010.<br />

O governo per<strong>de</strong>u as eleições em 11 dos 24 distritos eleitorais do país, que<br />

somam 77,5% dos votos <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is. Com isso, <strong>de</strong>ixará <strong>de</strong> ter a maioria <strong>na</strong><br />

Câmara e no Se<strong>na</strong>do.<br />

Com o Congresso atual, o governo aprovou com folga suas principais<br />

iniciativas -exceto o aumento dos impostos sobre exportação <strong>de</strong> grãos, que<br />

motivou o conflito com setor rural e foi <strong>de</strong>rrubado no Se<strong>na</strong>do em 2008, com o<br />

voto <strong>de</strong> minerva do vice-presi<strong>de</strong>nte da República, Julio Cobos.<br />

As propostas que o governo tentará aprovar no "velho Congresso" são<br />

fundamentais para a sua agenda econômica, domi<strong>na</strong>da pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

evitar uma queda brusca <strong>na</strong> arrecadação e <strong>de</strong>sacelerar o aumento dos gastos<br />

públicos. Puxados por anúncios pré-eleitorais e medidas anticrise, os gastos<br />

avançaram 31% no ano, ante um crescimento <strong>de</strong> ape<strong>na</strong>s 14% <strong>na</strong> arrecadação.<br />

A primeira disputa será em agosto, pela renovação dos chamados<br />

"superpo<strong>de</strong>res" do Executivo. Aprovada em 2006, a norma autoriza o chefe <strong>de</strong><br />

gabinete do governo a remanejar o Orçamento sem pedir autorização ao<br />

Congresso.<br />

Embora dividida, a oposição já acertou que irá votar pela <strong>de</strong>rrubada da norma.<br />

Com o governo <strong>de</strong>bilitado, há também incerteza sobre como será o<br />

comportamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>putados aliados <strong>de</strong> Cristi<strong>na</strong>, mas que não integram a<br />

Frente para a Vitória (bloco da presi<strong>de</strong>nte) --no Se<strong>na</strong>do, a Frente para a Vitória<br />

tem maioria própria.<br />

"Há partidos provinciais que apoiam o governo e po<strong>de</strong>riam mudar sua atuação<br />

em razão da <strong>de</strong>rrota oficial", afirma o a<strong>na</strong>lista Rodrigo Mallea.<br />

Emergência econômica<br />

A Lei <strong>de</strong> Emergência Econômica é outra norma que o governo buscará<br />

prorrogar até <strong>de</strong>zembro. Concebida durante a crise socioeconômica <strong>de</strong> 2001-<br />

2002, a iniciativa outorga ao Executivo po<strong>de</strong>res para modificar impostos,<br />

renegociar contratos <strong>de</strong> serviços públicos com empresas privatizadas e ampliar


planos sociais, entre outras medidas <strong>de</strong> impacto.<br />

O governo já prorrogou a lei no Congresso sem dificulda<strong>de</strong>s por seis anos<br />

consecutivos. "Os superpo<strong>de</strong>res e a emergência econômica são a verda<strong>de</strong>ira<br />

chave do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> fato do kirchnerismo", afirma o a<strong>na</strong>lista Rosendo Fraga.<br />

O imposto do cheque (a CPMF argenti<strong>na</strong>) será mais uma frente <strong>de</strong> batalha<br />

para o governo. Vigente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2001, atinge operações <strong>de</strong> créditos e débitos<br />

bancários <strong>de</strong> empresas e pessoas físicas. Representa a quarta maior fonte <strong>de</strong><br />

recursos do governo -R$ 11,4 bilhões, pela previsão do Orçamento <strong>de</strong>ste ano.<br />

O governo <strong>de</strong>ve ainda aproveitar a composição favorável do Congresso para<br />

enviar sua polêmica proposta <strong>de</strong> nova lei <strong>de</strong> radiodifusão. O projeto, em fase<br />

fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> consulta pública, atinge os interesses do "Clarín", o maior grupo <strong>de</strong><br />

mídia do país, por abrir o mercado <strong>de</strong> TV a cabo para empresas <strong>de</strong> serviços<br />

públicos e limitar a participação dos atuais operadores, entre outros pontos.<br />

06/07/2009 - 13h05<br />

Chanceler <strong>de</strong> Honduras acusa manifestantes por duas mortes em<br />

confrontos<br />

da Folha Online<br />

O chanceler do governo interino <strong>de</strong> Honduras, Enrique Ortez, confirmou nesta<br />

segunda-feira a morte <strong>de</strong> duas pessoas em confronto entre a polícia e<br />

manifestantes, neste domingo, durante um protesto pela volta do presi<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong>posto, Manuel Zelaya. O chanceler afirmou ainda que a polícia "não fez<br />

nenhum disparo" e culpou os próprios manifestantes pelas mortes.<br />

Neste domingo, cente<strong>na</strong>s <strong>de</strong> manifestantes se reuniram no aeroporto<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Tegucigalpa, capital <strong>de</strong> Honduras, para aguardar o avião<br />

Falcón, <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> venezuela<strong>na</strong>, que trazia Zelaya <strong>de</strong> volta ao país. O<br />

governo interino, contudo, or<strong>de</strong>nou que o Exército ocupasse as pistas do<br />

aeroporto e impedisse a <strong>de</strong>colagem da aero<strong>na</strong>ve, que foi obrigada a retor<strong>na</strong>r<br />

para Nicarágua.<br />

Em entrevista à rádio Cooperativa <strong>de</strong> Santiago, no Chile, ele afirmou nesta<br />

segunda-feira que os disparos efetuados durante os confrontos vieram dos<br />

próprios "oposicionistas".<br />

"Não há nenhuma responsabilida<strong>de</strong> das forças <strong>de</strong> segurança", afirmou o


chanceler do governo do presi<strong>de</strong>nte interino, Roberto Micheletti. Segundo<br />

Ortez, os protestos <strong>de</strong>ixaram ainda <strong>de</strong>z feridos.<br />

Ortez afirmou ainda que "tudo está em or<strong>de</strong>m" em seu país, on<strong>de</strong> o toque <strong>de</strong><br />

recolher foi estendido em uma tentativa <strong>de</strong> conter os protestos pró-Zelaya.<br />

"Zelaya foi presi<strong>de</strong>nte (...) e não vai entrar no território. Porque eles tinham um<br />

plano, até on<strong>de</strong> sei eu, que era aterrissar em terra hondurenha, fazer uma<br />

chamada à comunida<strong>de</strong> inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e pedir que as Forças Armadas da<br />

Venezuela entrassem no país", acrescentou.<br />

Ortez acrescentou que essa situação teria levado a uma "confusão muito<br />

gran<strong>de</strong>" em seu país. "Teríamos tido que recorrer às armas para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a<br />

soberania <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l", advertiu.<br />

Ortez afirma ainda que há fotos aéreas que provam que o Exército da<br />

Nicarágua fez mobilizações <strong>na</strong> fronteira, mas, após uma solicitação "cordial",<br />

interromperam esses movimentos. O governo e o Exército da Nicarágua<br />

negaram a mobilização.<br />

"Só há uma coisa que não é negociável: o retorno do ex-presi<strong>de</strong>nte Zelaya",<br />

disse.<br />

Expulso do po<strong>de</strong>r pelos militares em 28 <strong>de</strong> junho, Zelaya tentou domingo voltar<br />

a Tegucigalpa, mas o governo interino mandou o Exército bloquear a pista do<br />

aeroporto. Pelo menos 30 mil pessoas tinham ido ao aeroporto para recebê-lo,<br />

e houve uma série <strong>de</strong> inci<strong>de</strong>ntes com as forças da or<strong>de</strong>m envolvendo tiros e<br />

bombas <strong>de</strong> gás lacrimogêneo. Dois simpatizantes <strong>de</strong> Zelaya morreram.<br />

"Houve pelo menos dois mortos e <strong>de</strong>z feridos. A polícia não atirou, foram os<br />

militares", afirmou à agência France Presse um <strong>de</strong>legado <strong>de</strong> polícia,<br />

i<strong>de</strong>ntificado ape<strong>na</strong>s como Mendoza.<br />

Zelaya<br />

Após a tentativa frustrada <strong>de</strong> retor<strong>na</strong>r ao país, Zelaya passou pela Nicarágua<br />

para um encontro com o colega Daniel Ortega e seguiu para El Salvador, on<strong>de</strong><br />

exigiu que as Forças Armadas não reprimam ainda mais o povo hondurenho.<br />

"Os criminosos não po<strong>de</strong>m dirigir um país", afirmou Zelaya, ao lado do<br />

presi<strong>de</strong>nte salvadorenho Mauricio Funes, da presi<strong>de</strong>nte argenti<strong>na</strong> Cristi<strong>na</strong><br />

Kirchner, do paraguaio Fer<strong>na</strong>ndo Lugo e do equatoriano Rafael Correa.<br />

"Apelo às Forças Armadas <strong>de</strong> Honduras que baixem seus rifles", <strong>de</strong>clarou<br />

Zelaya.


Zelaya ainda não anunciou seus próximos passos. Ele <strong>de</strong>ixou Washington no<br />

sábado (4), <strong>de</strong>pois que a OEA (Organização dos Estados Americanos)<br />

suspen<strong>de</strong>u Honduras da carta <strong>de</strong>mocrática da instituição pelo rompimento da<br />

or<strong>de</strong>m constitucio<strong>na</strong>l.<br />

Golpe<br />

Zelaya foi <strong>de</strong>rrubado do po<strong>de</strong>r no último dia 28 em um golpe orquestrado pela<br />

Justiça e pelo Congresso e executado por militares, que o expulsaram para a<br />

Costa Rica. O golpe foi realizado horas antes do início <strong>de</strong> uma consulta popular<br />

sobre uma reforma <strong>na</strong> Constituição que tinha sido <strong>de</strong>clarada ilegal pelo<br />

Parlamento e pela Corte Suprema.<br />

"Fui retirado da minha casa <strong>de</strong> forma brutal, sequestrado por soldados<br />

encapuzados que me apontavam rifles", contou o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto, após<br />

chegar ao exílio <strong>na</strong> Nicarágua.<br />

"Diziam: "se não soltar o celular, atiramos". Todos apontando para minha cara<br />

e o meu peito. [...] Em forma muito audaz eu lhes disse: 'se vocês vêm com<br />

or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> disparar, disparem, não tenho problema <strong>de</strong> receber, dos soldados da<br />

minha pátria, uma ofensa a mais ao povo, porque o que estão fazendo é<br />

ofen<strong>de</strong>r o povo"."<br />

De acordo com os parlamentares hondurenhos, a <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> Zelaya foi<br />

aprovada por suas "repetidas violações da Constituição e da lei" e por "seu<br />

<strong>de</strong>srespeito às or<strong>de</strong>ns e <strong>de</strong>cisões das instituições". Segundo os seus críticos,<br />

com a consulta, Zelaya pretendia instaurar a reeleição presi<strong>de</strong>ncial no país. As<br />

próximas eleições gerais serão em 29 <strong>de</strong> novembro.<br />

Depois da saída <strong>de</strong> Zelaya do país, no Congresso <strong>de</strong> Honduras, um funcionário<br />

leu uma carta com a suposta renúncia, o que ele nega. Zelaya diz ter sido alvo<br />

<strong>de</strong> "complô da elite voraz"; e seu sucessor, Micheletti, diz que o golpe foi um<br />

"processo absolutamente legal".<br />

Com agências inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is<br />

07/07/2009<br />

Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Honduras promete realizar polêmico referendo<br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 14:50<br />

Resumo: “O presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Honduras, Manuel Zelaya, prometeu realizar neste


domingo um polêmico referendo para <strong>de</strong>cidir se a Constituição po<strong>de</strong> ser<br />

alterada, o que po<strong>de</strong>ria permitir a reeleição presi<strong>de</strong>ncial...”<br />

Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Honduras promete realizar polêmico referendo<br />

O presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Honduras, Manuel Zelaya, prometeu realizar neste domingo<br />

um polêmico referendo para <strong>de</strong>cidir se a Constituição po<strong>de</strong> ser alterada, o que<br />

po<strong>de</strong>ria permitir a reeleição presi<strong>de</strong>ncial.<br />

O plano do presi<strong>de</strong>nte foi consi<strong>de</strong>rado ilegal pelo Congresso e pela Justiça do<br />

país, enfrenta a oposição também do Exército, e está gerando uma crise em<br />

Honduras.<br />

No sábado, o presi<strong>de</strong>nte ignorou uma <strong>de</strong>cisão da Suprema Corte para <strong>de</strong>volver<br />

o cargo ao chefe do Exército, general Romeo Vasquez, que foi <strong>de</strong>mitido após<br />

se negar a ajudar <strong>na</strong> preparação do referendo.<br />

"Nós não vamos obe<strong>de</strong>cer a Suprema Corte", disse o presi<strong>de</strong>nte a uma<br />

multidão <strong>de</strong> simpatizantes em frente à se<strong>de</strong> do governo. "A corte, que ape<strong>na</strong>s<br />

faz justiça aos po<strong>de</strong>rosos, ricos e banqueiros, só causa problemas para a<br />

<strong>de</strong>mocracia."<br />

Instabilida<strong>de</strong><br />

Zelaya foi eleito em 2006 e, sob a atual Constituição hondurenha, não po<strong>de</strong><br />

disputar a reeleição.<br />

Ele quer realizar uma consulta popular para <strong>de</strong>cidir se uma Assembléia<br />

Constituinte <strong>de</strong>ve ser convocada para fazer mudanças constitucio<strong>na</strong>is junto<br />

com as eleições, marcadas para novembro.<br />

Na terça-feira, o Congresso aprovou uma lei que proíbe a realização <strong>de</strong><br />

referendos ou plebiscitos 180 dias antes ou <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> eleições gerais, o que<br />

impossibilita os planos do presi<strong>de</strong>nte.<br />

Em seguida, o chefe do Exército disse que não ajudaria <strong>na</strong> organização do<br />

referendo para não <strong>de</strong>srespeitar a lei.<br />

Lí<strong>de</strong>res militares se recusaram a entregar ur<strong>na</strong>s para a votação, uma <strong>de</strong>cisão<br />

que levou à <strong>de</strong>missão do general Vasquez e à renúncia do ministro da Defesa,<br />

Edmundo Orella<strong>na</strong>.<br />

Os chefes da Marinha e da Aeronáutica também renunciaram em protesto.<br />

Na quinta-feira, o presi<strong>de</strong>nte e seus simpatizantes entraram em uma base<br />

militar e retiraram as ur<strong>na</strong>s que estavam guardadas lá.<br />

O Exército, por sua vez, colocou cente<strong>na</strong>s <strong>de</strong> soldados <strong>na</strong>s ruas da capital,


dizendo que quer prevenir que os aliados do presi<strong>de</strong>nte causem confusão.<br />

OEA<br />

A Organização dos Estados Americanos (OEA) disse estar preocupada com as<br />

consequências que um enfrentamento entre os diferentes po<strong>de</strong>res po<strong>de</strong>ria ter<br />

sobre "o processo político institucio<strong>na</strong>l <strong>de</strong>mocrático e o exercício legítimo do<br />

po<strong>de</strong>r".<br />

A OEA está enviando uma comissão para a<strong>na</strong>lisar a situação.<br />

No sábado, o presi<strong>de</strong>nte Zelaya disse em uma coletiva <strong>de</strong> imprensa que "90<br />

por cento dos problemas foram superados" e que o referendo iria acontecer.<br />

O presi<strong>de</strong>nte disse ao jor<strong>na</strong>l espanhol El País que um plano para retirá-lo do<br />

po<strong>de</strong>r foi abando<strong>na</strong>do <strong>de</strong>pois que o governo americano negou apoio.<br />

"Estava tudo no lugar para o golpe e, se a embaixada america<strong>na</strong> houvesse<br />

aprovado, teria acontecido. Mas eles não aprovaram (...) Eu estou no cargo<br />

ainda ape<strong>na</strong>s graças aos Estados Unidos", disse Zelaya, que é aliado do<br />

presi<strong>de</strong>nte venezuelano Hugo Chávez.<br />

O presi<strong>de</strong>nte disse ainda que não tem intenção <strong>de</strong> concorrer novamente ao<br />

cargo, mas que quer ape<strong>na</strong>s que presi<strong>de</strong>ntes futuros tenham essa chance.<br />

07/07/2009<br />

Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Honduras é <strong>de</strong>tido pelo Exército<br />

Fonte: BBC Brasil<br />

Acesso: 15:30<br />

“O presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Honduras, Manuel Zelaya, foi <strong>de</strong>tido neste domingo pelo<br />

Exército do país antes da realização <strong>de</strong> um polêmico referendo...Zelaya havia<br />

prometido realizar uma consulta popular para <strong>de</strong>cidir se a Constituição po<strong>de</strong><br />

ser alterada, o que po<strong>de</strong>ria permitir a reeleição presi<strong>de</strong>ncial...O plano...foi<br />

consi<strong>de</strong>rado ilegal pelo Congresso e pela Justiça do país, enfrenta a oposição<br />

também do Exército, e gerou uma crise em Honduras...”<br />

Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Honduras é <strong>de</strong>tido pelo Exército<br />

O presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Honduras, Manuel Zelaya, foi <strong>de</strong>tido neste domingo pelo<br />

Exército do país antes da realização <strong>de</strong> um polêmico referendo.<br />

Zelaya havia prometido realizar uma consulta popular para <strong>de</strong>cidir se a<br />

Constituição po<strong>de</strong> ser alterada, o que po<strong>de</strong>ria permitir a reeleição presi<strong>de</strong>ncial.<br />

O plano do presi<strong>de</strong>nte foi consi<strong>de</strong>rado ilegal pelo Congresso e pela Justiça do


país, enfrenta a oposição também do Exército, e gerou uma crise em<br />

Honduras.<br />

Um secretário do presi<strong>de</strong>nte disse que ele foi levado para uma base aérea fora<br />

da capital, Tegucigalpa.<br />

Segundo a imprensa local, o presi<strong>de</strong>nte foi retirado "à força" <strong>de</strong> sua casa no<br />

início da manhã.<br />

Instabilida<strong>de</strong><br />

No sábado, o presi<strong>de</strong>nte ignorou uma <strong>de</strong>cisão da Suprema Corte para <strong>de</strong>volver<br />

o cargo ao chefe do Exército, general Romeo Vasquez, que foi <strong>de</strong>mitido após<br />

se negar a ajudar <strong>na</strong> preparação do referendo.<br />

"Nós não vamos obe<strong>de</strong>cer a Suprema Corte", disse o presi<strong>de</strong>nte a uma<br />

multidão <strong>de</strong> simpatizantes em frente à se<strong>de</strong> do governo. "A corte, que ape<strong>na</strong>s<br />

faz justiça aos po<strong>de</strong>rosos, ricos e banqueiros, só causa problemas para a<br />

<strong>de</strong>mocracia."<br />

Zelaya foi eleito em 2006 e, sob a atual Constituição hondurenha, não po<strong>de</strong><br />

disputar a reeleição.<br />

Ele queria realizar uma consulta popular para <strong>de</strong>cidir se uma Assembléia<br />

Constituinte <strong>de</strong>ve ser convocada para fazer mudanças constitucio<strong>na</strong>is junto<br />

com as eleições, marcadas para novembro.<br />

Na terça-feira, o Congresso aprovou uma lei que proíbe a realização <strong>de</strong><br />

referendos ou plebiscitos 180 dias antes ou <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> eleições gerais, o que<br />

impossibilita os planos do presi<strong>de</strong>nte.<br />

Em seguida, o chefe do Exército disse que não ajudaria <strong>na</strong> organização do<br />

referendo para não <strong>de</strong>srespeitar a lei.<br />

Lí<strong>de</strong>res militares se recusaram a entregar ur<strong>na</strong>s para a votação, uma <strong>de</strong>cisão<br />

que levou à <strong>de</strong>missão do general Vasquez e à renúncia do ministro da Defesa,<br />

Edmundo Orella<strong>na</strong>.<br />

Os chefes da Marinha e da Aeronáutica também renunciaram em protesto.<br />

Na quinta-feira, o presi<strong>de</strong>nte e seus simpatizantes entraram em uma base<br />

militar e retiraram as ur<strong>na</strong>s que estavam guardadas lá.<br />

O Exército, por sua vez, colocou cente<strong>na</strong>s <strong>de</strong> soldados <strong>na</strong>s ruas da capital,<br />

dizendo que quer prevenir que os aliados do presi<strong>de</strong>nte causem confusão.<br />

OEA<br />

A Organização dos Estados Americanos (OEA) disse estar preocupada com as


consequências que um enfrentamento entre os diferentes po<strong>de</strong>res po<strong>de</strong>ria ter<br />

sobre "o processo político institucio<strong>na</strong>l <strong>de</strong>mocrático e o exercício legítimo do<br />

po<strong>de</strong>r".<br />

A OEA está enviando uma comissão para a<strong>na</strong>lisar a situação.<br />

O presi<strong>de</strong>nte disse ao jor<strong>na</strong>l espanhol El País que um plano para retirá-lo do<br />

po<strong>de</strong>r foi abando<strong>na</strong>do <strong>de</strong>pois que o governo americano negou apoio.<br />

"Estava tudo no lugar para o golpe e, se a embaixada america<strong>na</strong> houvesse<br />

aprovado, teria acontecido. Mas eles não aprovaram (...) Eu estou no cargo<br />

ainda ape<strong>na</strong>s graças aos Estados Unidos", disse Zelaya, que é aliado do<br />

presi<strong>de</strong>nte venezuelano Hugo Chávez.<br />

O presi<strong>de</strong>nte disse ainda que não tem intenção <strong>de</strong> concorrer novamente ao<br />

cargo, mas que quer ape<strong>na</strong>s que presi<strong>de</strong>ntes futuros tenham essa chance.<br />

07/07/2009<br />

Entenda a origem da crise em Honduras<br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 17:30<br />

“A crise política em Honduras que levou à <strong>de</strong>tenção e ao exílio do presi<strong>de</strong>nte<br />

Manuel Zelaya, no fim <strong>de</strong> junho, teve origem num enfrentamento do mandatário<br />

com os outros po<strong>de</strong>res estabelecidos do país: o Congresso, o Exército e o<br />

Judiciário...”<br />

Entenda a origem da crise em Honduras<br />

A crise política em Honduras que levou à <strong>de</strong>tenção e ao exílio do presi<strong>de</strong>nte<br />

Manuel Zelaya, no fim <strong>de</strong> junho, teve origem num enfrentamento do mandatário<br />

com os outros po<strong>de</strong>res estabelecidos do país: o Congresso, o Exército e o<br />

Judiciário.<br />

A BBC preparou uma série <strong>de</strong> perguntas e respostas que ajudam a explicar<br />

como se produziu a crise.<br />

- Qual a origem da crise?<br />

O presi<strong>de</strong>nte Manuel Zelaya queria que as eleições gerais <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> novembro -<br />

quando seriam eleitos o presi<strong>de</strong>nte, congressistas e li<strong>de</strong>ranças municipais -<br />

tivesse mais uma consulta, sobre a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se mudar a Constituição<br />

do país.<br />

Segundo sua proposta, os eleitores <strong>de</strong>cidiriam nessa consulta se <strong>de</strong>sejavam


que se convocasse uma Assembleia Constituinte para reformar a Carta Mag<strong>na</strong>.<br />

Os críticos <strong>de</strong> Zelaya afirmam que sua intenção era mudar o marco jurídico do<br />

país para po<strong>de</strong>r se reeleger, o que é vetado pela atual Constituição.<br />

- O que se planejava para o domingo da <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> Zelaya?<br />

Seria uma consulta sobre a consulta.<br />

Os eleitores teriam que respon<strong>de</strong>r sim ou não à seguinte pregunta: "Está <strong>de</strong><br />

acordo com que <strong>na</strong>s eleições gerais <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2009 se instale uma<br />

quarta ur<strong>na</strong> para <strong>de</strong>cidir sobre a convocação <strong>de</strong> uma Assembleia Constituinte<br />

que aprove uma nova Constituição política?".<br />

- O que <strong>de</strong>cidiu o Congresso sobre a consulta?<br />

O Congresso hondurenho aprovou uma nova lei que regulamenta os<br />

referendos e os plebiscitos e invalidava juridicamente a consulta.<br />

A nova legislação impedia a realização <strong>de</strong> consultas 180 dias antes e <strong>de</strong>pois<br />

das eleições gerais.<br />

O então presi<strong>de</strong>nte do Congresso, Roberto Micheletti, que era do mesmo<br />

partido que Zelaya, o Partido Liberal, afirmou que a consulta não teria valida<strong>de</strong><br />

jurídica e que pela atual Constituição ela seria consi<strong>de</strong>rada um <strong>de</strong>lito.<br />

A proposta <strong>de</strong> Zelaya era rechaçada por Micheletti, que afirmava que o<br />

presi<strong>de</strong>nte pretendia se perpetuar no po<strong>de</strong>r.<br />

- Zelaya pretendia se lançar candidato à reeleição?<br />

O mandato <strong>de</strong> Zelaya termi<strong>na</strong>ria em janeiro <strong>de</strong> 2010, e a atual Constituição<br />

veta a reeleição do presi<strong>de</strong>nte.<br />

Zelaya, que foi eleito em 2005, negou que preten<strong>de</strong>sse continuar no po<strong>de</strong>r<br />

além dos quatro anos para os quais foi eleito.<br />

Segundo ele, uma eventual mudança constitucio<strong>na</strong>l seria válida ape<strong>na</strong>s para<br />

seus sucessores.<br />

- Qual a posição do Exército?<br />

Zelaya havia <strong>de</strong>stituído o chefe do Estado Maior Conjunto das Forças<br />

Armadas, o general Romeo Vázquez, que havia se negado a apoiar a logística<br />

para a consulta <strong>de</strong> junho, <strong>de</strong>clarada ilegal pelo Congresso.<br />

Após a <strong>de</strong>missão <strong>de</strong> Vázquez, o ministro da Defesa, Ángel Edmundo Orella<strong>na</strong>,<br />

e outros comandantes militares também renunciaram.<br />

Porém a remoção <strong>de</strong> Vázquez or<strong>de</strong><strong>na</strong>da por Zelaya foi revertida pela Suprema<br />

Corte <strong>de</strong> Justiça, que aceitou dois recursos contra a <strong>de</strong>cisão do presi<strong>de</strong>nte.


O Exército mobilizou <strong>na</strong> sexta-feira anterior à consulta efetivos para prevenir<br />

possíveis distúrbios por parte <strong>de</strong> organizações populares e indíge<strong>na</strong>s, que<br />

apoiam Zelaya.<br />

07/07/2009<br />

Exilado por golpe, presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Honduras nega ter renunciado<br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 18:00<br />

“O presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Honduras, Manuel Zelaya, <strong>de</strong>tido e exilado por um golpe<br />

militar neste domingo, negou ter renunciado ao cargo, após a divulgação <strong>de</strong><br />

uma suposta carta <strong>de</strong> renúncia no Congresso...”<br />

Exilado por golpe, presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Honduras nega ter renunciado<br />

O presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Honduras, Manuel Zelaya, <strong>de</strong>tido e exilado por um golpe<br />

militar neste domingo, negou ter renunciado ao cargo, após a divulgação <strong>de</strong><br />

uma suposta carta <strong>de</strong> renúncia no Congresso.<br />

Após a leitura da carta em que Zelaya supostamente pediria sua renúncia, o<br />

Legislativo aprovou o seu afastamento do cargo e <strong>de</strong>signou o presi<strong>de</strong>nte do<br />

Congresso, Roberto Micheletti, como presi<strong>de</strong>nte interino até janeiro <strong>de</strong> 2010,<br />

quando termi<strong>na</strong>ria o atual mandato presi<strong>de</strong>ncial.<br />

Em <strong>de</strong>clarações à imprensa da Costa Rica, para on<strong>de</strong> foi mandado <strong>na</strong>s<br />

primeiras horas do domingo, Zelaya disse que o que ocorreu no seu país foi<br />

“uma conspiração política apoiada por um golpe militar”.<br />

“Nunca renunciei e não vou usar esse mecanismo”, afirmou Zelaya. “Isso é<br />

mais um crime”, disse.<br />

A suposta carta <strong>de</strong> renúncia lida pelo Congresso tem data do dia 25 <strong>de</strong> junho.<br />

Crise política<br />

O golpe militar que expulsou Zelaya do país ocorreu após dias <strong>de</strong> uma intensa<br />

crise política no país, por conta <strong>de</strong> um projeto do presi<strong>de</strong>nte para consultar a<br />

população sobre uma possível reforma constitucio<strong>na</strong>l.<br />

O plano do presi<strong>de</strong>nte foi consi<strong>de</strong>rado ilegal pelo Congresso e pela Justiça do<br />

país e enfrentava a oposição também do Exército. Ainda assim, Zelaya havia<br />

<strong>de</strong>cidido realizar a consulta popular neste domingo.<br />

A oposição o acusava <strong>de</strong> querer mudar a Constituição para permitir sua<br />

reeleição, mas o presi<strong>de</strong>nte afirmava que não seria candidato a um novo


mandato e que uma eventual mudança constitucio<strong>na</strong>l somente beneficiaria<br />

seus sucessores.<br />

Cente<strong>na</strong>s <strong>de</strong> pessoas saíram às ruas da capital, Tegucigalpa, para protestar<br />

contra a prisão e o exílio <strong>de</strong> Zelaya.<br />

Tropas do exército dispararam bombas <strong>de</strong> gás lacrimogêneo para tentar<br />

dispersar os manifestantes.<br />

Reação<br />

Em uma reunião <strong>de</strong> emergência em Washington, a Organização dos Estados<br />

Americanos (OEA) con<strong>de</strong>nou o que chamou <strong>de</strong> “golpe <strong>de</strong> Estado” em<br />

Honduras.<br />

A OEA se havia dito preocupada com as consequências que um enfrentamento<br />

entre os diferentes po<strong>de</strong>res po<strong>de</strong>ria ter sobre "o processo político institucio<strong>na</strong>l<br />

<strong>de</strong>mocrático e o exercício legítimo do po<strong>de</strong>r".<br />

O presi<strong>de</strong>nte dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu a Honduras que<br />

“respeite as normas <strong>de</strong>mocráticas e o Estado <strong>de</strong> direito”. A prisão <strong>de</strong> Zelaya<br />

também foi con<strong>de</strong><strong>na</strong>da pela União Européia.<br />

O presi<strong>de</strong>nte da Venezuela, Hugo Chávez, aliado político <strong>de</strong> Zelaya, acusou o<br />

“império ianque” pela <strong>de</strong>rrubada do presi<strong>de</strong>nte hondurenho.<br />

Em uma nota divulgada pelo Itamaraty, o governo brasileiro disse "con<strong>de</strong><strong>na</strong>r <strong>de</strong><br />

forma veemente a ação militar" que tirou Zelaya do po<strong>de</strong>r e o levou para fora<br />

do país.<br />

A nota diz que "ações militares <strong>de</strong>sse tipo configuram atentado à <strong>de</strong>mocracia e<br />

não condizem com o <strong>de</strong>senvolvimento político da região" e pe<strong>de</strong> que Zelaya<br />

seja reposto "incondicio<strong>na</strong>lmente" em seu posto.<br />

07/07/2009 - 08h15<br />

Mundo precisa <strong>de</strong> alter<strong>na</strong>tiva ao dólar para comércio, diz Lula<br />

da Reuters<br />

da Folha Online<br />

O presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva disse, em uma entrevista publicada <strong>na</strong><br />

edição <strong>de</strong>sta terça-feira do diário francês "Le Mon<strong>de</strong>", que o dólar permanecerá<br />

como uma moeda importante por décadas, mas que é possível <strong>de</strong>senvolver<br />

novas relações comerciais que não <strong>de</strong>pendam da moeda america<strong>na</strong> para<br />

serem realizadas.


Na entrevista, Lula disse que a <strong>de</strong>pendência do mundo em relação ao dólar<br />

não é algo bom e que alter<strong>na</strong>tivas são necessárias --embora um <strong>de</strong>bate sobre<br />

essa questão possa levar um longo tempo, reconheceu.<br />

"O dólar ainda será importante por décadas. Substituí-lo no comércio mundial<br />

não será algo simples. Mas o Brasil acredita <strong>na</strong> possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> novas<br />

relações comerciais que não <strong>de</strong>pendam do dólar", disse o presi<strong>de</strong>nte ao "Le<br />

Mon<strong>de</strong>".<br />

No mês passado, após a primeira cúpula do grupo Bric (Brasil, Rússia, Índia e<br />

Chi<strong>na</strong>), o presi<strong>de</strong>nte Lula disse que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o<br />

presi<strong>de</strong>nte do Banco Central, Henrique Meirelles, vão começar a discutir com<br />

seus pares nos outros países do grupo a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> substituir o dólar <strong>na</strong>s trocas<br />

comerciais bilaterais.<br />

"O que nós <strong>de</strong>cidimos é que um conjunto <strong>de</strong> especialistas junto com os<br />

presi<strong>de</strong>ntes dos Bancos Centrais e ministros da Economia vão começar a<br />

discutir isso para nos apresentar sugestões", disse Lula após a cúpula.<br />

A i<strong>de</strong>ia é tentar reproduzir o que começou a ser feito com a Argenti<strong>na</strong>. O<br />

comércio em moeda local entre os dois parceiros do Mercosul representa<br />

ape<strong>na</strong>s cerca <strong>de</strong> 5% do volume total, mas "é um bom começo", disse o<br />

presi<strong>de</strong>nte.<br />

A <strong>de</strong>claração fi<strong>na</strong>l da cúpula dos Brics, realizada em Ecaterimburgo (Rússia),<br />

não fez referência explícita a nenhuma das iniciativas relacio<strong>na</strong>das à busca <strong>de</strong><br />

alter<strong>na</strong>tivas ao dólar como moeda <strong>de</strong> reserva ou usada em trocas comerciais<br />

bilaterais. Destaca ape<strong>na</strong>s a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um sistema monetário<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l estável, previsível e diversificado.<br />

07/07/2009 - 15h38<br />

Uruguai pe<strong>de</strong> a Brasil que continue a comprar leite no Mercosul<br />

da Efe, em Montevidéu<br />

da Folha Online<br />

O Uruguai pediu ao Brasil que continue comprando leite no Mercosul, ao invés<br />

<strong>de</strong> importá-lo dos Estados Unidos ou da Europa, disse nesta terça-feira o<br />

presi<strong>de</strong>nte do Instituto Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Leite do Uruguai, Manuel Marrero, à<br />

agência <strong>de</strong> notícias Efe.


O jor<strong>na</strong>l uruguaio "Últimas Notícias" informou hoje que o Uruguai vendia 16 mil<br />

toneladas <strong>de</strong> leite em pó ao Brasil, que agora estão sem saída. Marrero disse à<br />

Efe que "gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> leite" ficaram presas no Uruguai, já que as<br />

vendas ao Brasil já eram automáticas e que agora o país vizinho mudou o<br />

sistema <strong>de</strong> forma unilateral.<br />

O Brasil ofereceu em troca, <strong>na</strong> sema<strong>na</strong> passada, uma quota <strong>de</strong> importação <strong>de</strong><br />

três mil toneladas <strong>de</strong> leite em pó por mês.<br />

O "Últimas Notícias" informou que a razão para a rejeição da proposta<br />

brasileira foi que isso significaria um retrocesso ao acordo bilateral entre os<br />

dois países e prévio à criação do Mercosul. As mudanças afetam <strong>de</strong> modo<br />

significativo o Uruguai, que exporta 60% do leite que produz.<br />

O ministro <strong>de</strong> Pecuária do Uruguai, Ernesto Agazzi, negou ontem que os<br />

produtos lácteos exportados para o Brasil estejam sendo triangulados por<br />

terceiros como a Argenti<strong>na</strong> ou oferecidos a preços subsidiados, e ressaltou que<br />

o sistema produtivo uruguaio é "eficiente".<br />

Agazzi rejeitou também a alta da TEC (Tarifa Exter<strong>na</strong> Comum) do Mercosul<br />

proposta pelo governo brasileiro, <strong>de</strong> 14% para 27%, até que não se esclareça<br />

ou solucione os impedimentos ao leite uruguaio, apesar <strong>de</strong> Marrero ter<br />

reconhecido que seria um aumento "benéfico".<br />

Marrero <strong>de</strong>clarou que o setor lácteo mundial está em um momento "muito<br />

complicado" e que, por isso, todos os blocos comerciais estão tomando<br />

medidas protecionistas.<br />

Preço<br />

Pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical <strong>de</strong> Estatística e Estudos<br />

Socioeconômicos) divulgada nesta terça-feira mostrou que o preço do leite<br />

UHT integral passou <strong>de</strong> R$ 1,71 em <strong>de</strong>zembro do ano passado para R$ 2,42<br />

em junho <strong>de</strong>ste ano --uma alta <strong>de</strong> 41,5%.<br />

O pesquisador científico do IEA (Instituto <strong>de</strong> Economia Agrícola), ligado a<br />

Secretaria da Agricultura e Abastecimento <strong>de</strong> São Paulo, É<strong>de</strong>r Pi<strong>na</strong>tti, disse à<br />

Folha Online que a alta se <strong>de</strong>ve a fatores como o período <strong>de</strong> entressafra,<br />

associado aos problemas fi<strong>na</strong>nceiros dos laticínios Nilza, à estiagem <strong>na</strong> região<br />

Sul do país e às chuvas no Norte, diminuiu a captação do produto e pressionou<br />

os preços, conforme o pesquisador.<br />

Para ele ainda que o preço ao produtor ainda suba até setembro, no varejo não


<strong>de</strong>ve mais avançar. Nem recuar, pelo menos, nos próximos dois meses.<br />

07/07/2009 - 20h43<br />

Ministro da Economia da Argenti<strong>na</strong> renuncia; chefe <strong>de</strong> gabinete também<br />

<strong>de</strong>ixa governo<br />

da Folha Online<br />

Nove dias <strong>de</strong>pois da <strong>de</strong>rrota dos governistas <strong>na</strong> eleição parlamentar parcial<br />

argenti<strong>na</strong>, o ministro da Economia, Carlos Fernán<strong>de</strong>z, renunciou nesta terça-<br />

feira ao cargo, assim como o chefe <strong>de</strong> gabinete, Sergio Massa, em mais um<br />

si<strong>na</strong>l <strong>de</strong> que as mudanças no governo <strong>de</strong> Cristi<strong>na</strong> Kirchner po<strong>de</strong>m ser<br />

profundas, <strong>de</strong>pois que o governo per<strong>de</strong>u a maioria no Congresso <strong>na</strong>s eleições<br />

do último dia 28.<br />

No dia seguinte à <strong>de</strong>rrota, a ministra da Saú<strong>de</strong> do país, Graciela Ocaña, havia<br />

renunciado, em meio a si<strong>na</strong>is <strong>de</strong> divergência no governo em relação à forma <strong>de</strong><br />

combate à gripe suí<strong>na</strong> --A H1N1. Na última quarta-feira, renunciou o secretário<br />

dos Transportes, Ricardo Jaime.<br />

O novo ministro da economia será o atual titular da Previdência, Amando<br />

Boudou, enquanto Aníbal Fernán<strong>de</strong>z ocupará o cargo <strong>de</strong> chefe <strong>de</strong> gabinete da<br />

Presidência, informou o porta-voz oficial Alfredo Coccimaro.<br />

Segundo fontes oficiais, essas são as duas principais mudanças <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma<br />

remo<strong>de</strong>lação mais ampla no governo <strong>de</strong> Cristi<strong>na</strong>.<br />

O jor<strong>na</strong>l argentino "El Clarín" avalia que a mudança do comando da economia<br />

não <strong>de</strong>ve ter o impacto <strong>de</strong> alterações semelhantes no passado porque gran<strong>de</strong><br />

parte do comando <strong>de</strong>ssa área está, <strong>na</strong> prática, <strong>na</strong>s mãos do marido da<br />

presi<strong>de</strong>nte, o ex-presi<strong>de</strong>nte Néstor Kirchner.<br />

O resultado da eleição foi visto como uma dura <strong>de</strong>rrota do casal Kirchner, que<br />

promovera a eleição parlamentar como um plebiscito sobre a gestão <strong>de</strong><br />

Cristi<strong>na</strong>. O próprio Néstor era o cabeça da lista <strong>de</strong> candidatos governistas em<br />

Buenos Aires, que ficou em segundo lugar, atrás da lista do principal candidato<br />

da oposição, Francisco De Narváez.<br />

O tropeço po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar Kirchner, um político que governou a Argenti<strong>na</strong> com um<br />

estilo áspero e confrontador entre 2003 e 2007, fora da corrida para as eleições<br />

presi<strong>de</strong>nciais <strong>de</strong> 2011. O ex-mandatário, consi<strong>de</strong>rado por muitos quem ostenta


o real po<strong>de</strong>r no governo <strong>de</strong> sua mulher, reconheceu a <strong>de</strong>rrota com um pouco<br />

usual tom conciliador e disse que o país tem um novo marco político.<br />

Um dia <strong>de</strong>pois da eleição, ele <strong>de</strong>ixou a li<strong>de</strong>rança do Partido Justicialista<br />

(peronista), sendo substituído pelo gover<strong>na</strong>dor da Província <strong>de</strong> Buenos Aires,<br />

Daniel Scioli.<br />

Com agências inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is<br />

08/07/2009 - 13h34<br />

Ativista <strong>de</strong>nuncia participação <strong>de</strong> militares brasileiros no Plano Condor<br />

da Ansa, em Brasília<br />

O secretário do MJDH (Movimento <strong>de</strong> Justiça e Direitos Humanos), Jair<br />

Krischke, afirmou em entrevista à Ansa que militares brasileiros, que atuaram<br />

<strong>na</strong> repressão à Guerrilha do Araguaia (1972-1975), foram enviados ao Chile<br />

em 1975 para participar da primeira reunião do Plano Condor.<br />

"Somente agora, passados mais <strong>de</strong> 30 anos, conseguimos saber quem foram<br />

os militares que representaram a ditadura brasileira <strong>na</strong>quele nefasto evento. O<br />

tenente-coronel Flávio <strong>de</strong> Marco (também conhecido pelo codinome Tio Caco),<br />

chefe da <strong>de</strong>legação, e o major Thaumaturgo Sotero Vaz, chamado <strong>de</strong> Doutor<br />

Sabino", afirmou Krischke.<br />

O "nefasto evento" ao qual o ativista se refere é um encontro ocorrido em<br />

Santiago do Chile em novembro <strong>de</strong> 1975, sob a aprovação do ditador Augusto<br />

Pinochet (que governou o país <strong>de</strong> 1971 a 1990).<br />

Krischke falou da participação brasileira no Plano Condor, estratégia <strong>de</strong><br />

repressão coor<strong>de</strong><strong>na</strong>da pelas ditaduras do Cone Sul <strong>na</strong> década <strong>de</strong> 1980, seu<br />

tema <strong>de</strong> estudo.<br />

A Justiça italia<strong>na</strong> consultou o trabalho do secretário do MJDH para, em 2007,<br />

processar 13 militares brasileiros, <strong>de</strong>ntre os quais o presi<strong>de</strong>nte João Baptista<br />

Figueiredo, que governou o país entre 1979 e 1985.<br />

De acordo com o ativista, a missão do regime brasileiro --que viajou ao Chile e<br />

foi recebida pelo chefe da Di<strong>na</strong> (a polícia secreta <strong>de</strong> Pinochet), Manuel<br />

Contreras-- era li<strong>de</strong>rada por Flávio <strong>de</strong> Marco, homem <strong>de</strong> confiança <strong>de</strong><br />

Figueiredo. Em 1975, Marco era o chefe dos serviços <strong>de</strong> Inteligência<br />

brasileiros.<br />

As informações sobre a atuação do Brasil junto às ditaduras <strong>de</strong> Argenti<strong>na</strong>,


Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai começam a aparecer pouco <strong>de</strong>pois que o<br />

major Sebastião Curió divulgou documentos sobre torturas e <strong>de</strong>saparecimentos<br />

<strong>de</strong> guerrilheiros <strong>na</strong> região do Araguaia.<br />

No último mês, o ex-capitão do Exército entregou à imprensa documentos<br />

sobre a repressão militar <strong>na</strong> região do rio Araguaia. Nos papéis consta o nome<br />

do ex-major Vaz, além <strong>de</strong> Marco, ambos responsáveis pelo sumiço <strong>de</strong> <strong>de</strong>ze<strong>na</strong>s<br />

<strong>de</strong> pessoas no Araguaia.<br />

Segundo Krischke, os nomes dos representantes enviados à primeira reunião<br />

do Plano Condor eram um mistério no Brasil, pois eles "não assi<strong>na</strong>ram a ata <strong>de</strong><br />

formação do grupo", juntando-se "formalmente" ao mesmo somente "no<br />

segundo encontro, em junho <strong>de</strong> 1976".<br />

O ativista explicou que agentes brasileiros do SNI (Serviço Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong><br />

Informações) atuavam no Chile <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1971, "buscando <strong>de</strong>sestabilizar o<br />

governo <strong>de</strong> Salvador Allen<strong>de</strong> e monitorando os exilados brasileiros no país, que<br />

<strong>na</strong>quele momento chegavam a mais <strong>de</strong> cinco mil pessoas". O presi<strong>de</strong>nte<br />

Salvador Allen<strong>de</strong> morreu no dia 11 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1973, quando um golpe<br />

militar pôs fim a seu governo.<br />

Outro prece<strong>de</strong>nte, aponta ele, foi a presença <strong>de</strong> repressores brasileiros nos<br />

interrogatórios comandados por agentes chilenos no Estádio Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong><br />

Santiago, após consumado o golpe.<br />

Krischke indicou que outro agente envolvido com o Condor foi o <strong>de</strong>legado<br />

Sérgio Paranhos Fleury, que atuou no Dops (Departamento da Or<strong>de</strong>m Política<br />

e Social) <strong>de</strong> São Paulo. "O próprio Embaixador do Brasil estava muito<br />

envolvido com os golpistas" chilenos, disse ele, referindo-se a Antônio Cândido<br />

da Câmara Canto, que <strong>de</strong>sempenhava a função à época.<br />

Para o MJDH, é possível que os militares ainda impunes no Brasil sejam<br />

processados <strong>na</strong>s cortes dos países sul-americanos. Isto porque, no Brasil, os<br />

militares foram anistiados.<br />

08/08/2009<br />

Lula diz que não reconhece novo governo <strong>de</strong> Honduras<br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 14:30<br />

“O presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira que não


econhece o novo governo <strong>de</strong> Honduras e con<strong>de</strong>nou o golpe <strong>de</strong> Estado que<br />

<strong>de</strong>rrubou o presi<strong>de</strong>nte Manuel Zelaya... “Nós não po<strong>de</strong>mos aceitar ou<br />

reconhecer qualquer novo governo que não seja o presi<strong>de</strong>nte Zelaya, porque<br />

ele foi eleito diretamente pelo voto, cumprindo as regras da <strong>de</strong>mocracia”, disse<br />

Lula... Segundo ele, o retorno <strong>de</strong> Zelaya à Presidência é “a única condição para<br />

que a gente possa estabelecer relações com Honduras”...”<br />

Lula diz que não reconhece novo governo <strong>de</strong> Honduras<br />

O presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira que não<br />

reconhece o novo governo <strong>de</strong> Honduras e con<strong>de</strong>nou o golpe <strong>de</strong> Estado que<br />

<strong>de</strong>rrubou o presi<strong>de</strong>nte Manuel Zelaya.<br />

“Nós não po<strong>de</strong>mos aceitar ou reconhecer qualquer novo governo que não seja<br />

o presi<strong>de</strong>nte Zelaya, porque ele foi eleito diretamente pelo voto, cumprindo as<br />

regras da <strong>de</strong>mocracia”, disse Lula durante o programa <strong>de</strong> rádio Café com o<br />

Presi<strong>de</strong>nte.<br />

Segundo ele, o retorno <strong>de</strong> Zelaya à Presidência é “a única condição para que a<br />

gente possa estabelecer relações com Honduras”.<br />

“Se Honduras não rever a posição, ela vai ficar totalmente ilhada no meio <strong>de</strong><br />

um contingente enorme <strong>de</strong> países <strong>de</strong>mocráticos”, fi<strong>na</strong>lizou o presi<strong>de</strong>nte.<br />

No domingo, dia do golpe, o Itamaraty já havia divulgado uma nota afirmando<br />

que o governo con<strong>de</strong><strong>na</strong>va “<strong>de</strong> forma veemente” a ação militar que resultou <strong>na</strong><br />

retirada do Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Honduras.<br />

“Ações militares <strong>de</strong>sse tipo configuram atentado à <strong>de</strong>mocracia e não condizem<br />

com o <strong>de</strong>senvolvimento político da região. Eventuais questões <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m<br />

constitucio<strong>na</strong>l <strong>de</strong>vem ser resolvidas <strong>de</strong> forma pacífica, pelo diálogo e no marco<br />

da institucio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> <strong>de</strong>mocrática”, diz a nota.<br />

Depois da <strong>de</strong>tenção e exílio <strong>de</strong> Zelaya, o então presi<strong>de</strong>nte do Congresso,<br />

Roberto Micheletti, assumiu o cargo máximo do Executivo do país.<br />

08/08/2009<br />

Brasil suspen<strong>de</strong> retorno <strong>de</strong> embaixador a Honduras<br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 15:05<br />

“O Ministério das Relações Exteriores informou, nesta segunda-feira, que o


etorno do embaixador brasileiro a Honduras está suspenso “por tempo<br />

in<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>do”. A <strong>de</strong>cisão reflete o <strong>de</strong>scontentamento do governo brasileiro<br />

com a <strong>de</strong>posição do presi<strong>de</strong>nte Manuel Zelaya por forças militares, no último<br />

domingo...”<br />

Brasil suspen<strong>de</strong> retorno <strong>de</strong> embaixador a Honduras<br />

O Ministério das Relações Exteriores informou, nesta segunda-feira, que o<br />

retorno do embaixador brasileiro a Honduras está suspenso “por tempo<br />

in<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>do”.<br />

O embaixador Brian Michael Fraiser Neele, que estava <strong>de</strong> férias no Brasil,<br />

retomaria ao trabalho nos próximos dias.<br />

A <strong>de</strong>cisão reflete o <strong>de</strong>scontentamento do governo brasileiro com a <strong>de</strong>posição<br />

do presi<strong>de</strong>nte Manuel Zelaya por forças militares, no último domingo.<br />

O presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva já havia dito, pela manhã, que o Brasil<br />

“não reconhece” o novo governo <strong>de</strong> Honduras, li<strong>de</strong>rado presi<strong>de</strong>nte do<br />

Congresso, Roberto Micheletti.<br />

“Se Honduras não rever a posição, ela vai ficar totalmente ilhada no meio <strong>de</strong><br />

um contingente enorme <strong>de</strong> países <strong>de</strong>mocráticos”, disse Lula.<br />

Ainda no domingo, quando <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> Zelaya foi confirmada, o Itamaraty<br />

divulgou uma nota con<strong>de</strong><strong>na</strong>ndo o episódio “<strong>de</strong> forma veemente”.<br />

“Ações militares <strong>de</strong>sse tipo configuram atentado à <strong>de</strong>mocracia e não condizem<br />

com o <strong>de</strong>senvolvimento político da região. Eventuais questões <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m<br />

constitucio<strong>na</strong>l <strong>de</strong>vem ser resolvidas <strong>de</strong> forma pacífica, pelo diálogo e no marco<br />

da institucio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> <strong>de</strong>mocrática”, diz a nota.<br />

Outros países da região, entre eles Estados Unidos e Venezuela, também<br />

con<strong>de</strong><strong>na</strong>ram o golpe <strong>de</strong> estado em Honduras.<br />

08/08/2009<br />

Análise: Deposição em Honduras po<strong>de</strong> ter sido ação mal calculada<br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 16:00<br />

“A retirada do po<strong>de</strong>r do presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Honduras, Manuel Zelaya, po<strong>de</strong> tê-lo<br />

transformado inesperadamente em um herói com amigos po<strong>de</strong>rosos...<br />

começaram as manifestações <strong>de</strong> outros presi<strong>de</strong>ntes como Barack Obama, dos<br />

Estados Unidos, e Hugo Chávez, da Venezuela.... Nos últimos dias, antes <strong>de</strong>


ser afastado no último domingo, Zelaya estava isolado. A Suprema Corte<br />

acusou Zelaya duas vezes <strong>de</strong> agir ilegalmente e o procurador-geral <strong>de</strong><br />

Honduras afirmou que ele <strong>de</strong>veria renunciar à Presidência....”<br />

Análise: Deposição em Honduras po<strong>de</strong> ter sido ação mal calculada<br />

A retirada do po<strong>de</strong>r do presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Honduras, Manuel Zelaya, po<strong>de</strong> tê-lo<br />

transformado inesperadamente em um herói com amigos po<strong>de</strong>rosos.<br />

Zelaya foi <strong>de</strong>tido em Honduras no último domingo, data marcada para um<br />

plebiscito sobre a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> uma consulta sobre a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma reforma<br />

constitucio<strong>na</strong>l.<br />

Depois <strong>de</strong> ter que abando<strong>na</strong>r a residência oficial em Tegucigalpa e ser<br />

colocado em avião que o levaria para o exílio forçado <strong>na</strong> Costa Rica,<br />

começaram as manifestações <strong>de</strong> outros presi<strong>de</strong>ntes como Barack Obama, dos<br />

Estados Unidos, e Hugo Chávez, da Venezuela.<br />

Nos últimos dias, antes <strong>de</strong> ser afastado no último domingo, Zelaya estava<br />

isolado. A Suprema Corte acusou Zelaya duas vezes <strong>de</strong> agir ilegalmente e o<br />

procurador-geral <strong>de</strong> Honduras afirmou que ele <strong>de</strong>veria renunciar à Presidência.<br />

Zelaya também tinha <strong>de</strong>mitido o chefe do Exército, general Romeo Vasquez, e<br />

os chefes da Marinha e Força Área também tinham renunciado aos seus<br />

cargos.<br />

Pouco antes da madrugada <strong>de</strong> domingo, ele foi acordado por soldados<br />

mascarados que entraram em seu quarto e o então presi<strong>de</strong>nte foi levado para<br />

um aeroporto militar, on<strong>de</strong>, ainda <strong>de</strong> pijama, embarcou em um avião que o<br />

levou à Costa Rica.<br />

Nenhum país do mundo reconheceu o novo governo hondurenho.<br />

"O presi<strong>de</strong>nte Zelaya foi eleito <strong>de</strong>mocraticamente. Ele não completou seu<br />

mandato", afirmou o presi<strong>de</strong>nte americano Barack Obama.<br />

"Este é um golpe contra todos nós", disse o lí<strong>de</strong>r venezuelano Hugo Chávez,<br />

que acrescentou que fará tudo o que pu<strong>de</strong>r para que Zelaya volte ao po<strong>de</strong>r.<br />

Na manhã da segunda-feira o presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que<br />

o Brasil "não reconhece" o novo governo <strong>de</strong> Honduras e o Itamaraty suspen<strong>de</strong>u<br />

a volta do embaixador brasileiro ao país.<br />

Cidadão comum<br />

O presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto falou que voltará a Honduras <strong>na</strong> quinta-feira. Mas, se ele


espera uma recepção <strong>de</strong> herói, po<strong>de</strong>rá ficar <strong>de</strong>cepcio<strong>na</strong>do.<br />

O novo governo <strong>de</strong> Honduras afirmou que Zelaya agora é um cidadão comum<br />

e <strong>de</strong>ve ser preso se voltar ao país.<br />

Mas, os últimos eventos em Tegucigalpa, com cente<strong>na</strong>s <strong>de</strong> manifestantes<br />

gritando o nome do presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto, provaram que ele ainda tem<br />

partidários.<br />

"Ele é o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Honduras, <strong>de</strong>mocraticamente eleito. Ele foi sequestrado<br />

por criminosos", afirmou Pauli<strong>na</strong>, professora primária, enquanto insultava os<br />

soldados que ocupam o palácio presi<strong>de</strong>ncial.<br />

Entretanto, <strong>na</strong>s sema<strong>na</strong>s antes <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar o país, a popularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Zelaya<br />

estava em queda. Uma pesquisa a colocou em um índice <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 30%.<br />

"Nós vimos que isto (a <strong>de</strong>posição) po<strong>de</strong>ria acontecer há seis meses", disse<br />

Miguel, um advogado <strong>de</strong> Tegucigalpa, enquanto testemunhava manifestantes<br />

construindo uma barricada <strong>de</strong> pneus em chamas no centro da capital. "Por<br />

alguma razão, Zelaya se transformou em um radical", acrescentou.<br />

Planejado<br />

Zelaya foi transformado em um símbolo da longa e infeliz luta da América<br />

Central contra a ditadura militar.<br />

Talvez, buscando inspiração no presi<strong>de</strong>nte Chávez <strong>na</strong> Venezuela, Zelaya, que<br />

afirmou que a <strong>de</strong>mocracia hondurenha favorecia a elite rica do país, começou a<br />

voltar sua atenção para Constituição.<br />

Atualmente esta Constituição permite que presi<strong>de</strong>ntes tenham ape<strong>na</strong>s um<br />

mandato no cargo, <strong>de</strong> quatro anos. O mandato <strong>de</strong> Zelaya acabaria em janeiro<br />

<strong>de</strong> 2010.<br />

Seus esforços para mudar a situação pareceriam relativamente pequenos. No<br />

domingo passado ele tentava realizar o que seria um referendo para <strong>de</strong>cidir se<br />

outro referendo seria realizado para <strong>de</strong>cidir a instauração <strong>de</strong> uma Assembleia<br />

Constituinte.<br />

Mas os inimigos <strong>de</strong> Zelaya pareciam querer paralisar este processo logo no<br />

início. E eles contavam com o apoio <strong>de</strong> instituições po<strong>de</strong>rosas como a<br />

Suprema Corte, o Congresso e o Exército.<br />

O afastamento <strong>de</strong> Zelaya foi planejado e orquestrado com muita habilida<strong>de</strong>.<br />

Mas os oponentes do presi<strong>de</strong>nte po<strong>de</strong>m ter calculado errado o momento <strong>de</strong><br />

agir.


Zelaya foi transformado em um símbolo da longa e infeliz luta da América<br />

Central contra a ditadura militar.<br />

E a questão permanece se, supondo que esta era a intenção <strong>de</strong> Zelaya, ele<br />

realmente po<strong>de</strong>ria ter alterado a Constituição para esten<strong>de</strong>r seu mandato.<br />

Mesmo os lí<strong>de</strong>res mais populares, como Hugo Chávez, <strong>de</strong>scobriram que esta<br />

tarefa nem sempre é bem-sucedida.<br />

Os generais, juízes e políticos que <strong>de</strong>cidiram que Manuel Zelaya tinha que ser<br />

<strong>de</strong>posto po<strong>de</strong>riam estar se perguntando se eles não estariam melhores se não<br />

tivessem feito <strong>na</strong>da.<br />

08/07/2009 - 20h57<br />

Após renúncias, Cristi<strong>na</strong> Kirchner empossa novo ministro da Economia<br />

da Folha Online<br />

A presi<strong>de</strong>nte da Argenti<strong>na</strong>, Cristi<strong>na</strong> Kirchner, empossou nesta quarta-feira seu<br />

novo chefe <strong>de</strong> gabinete, Aníbal Fernán<strong>de</strong>z, e o novo ministro da Economia,<br />

Amado Boudou, em substituição aos titulares <strong>de</strong>sses dois cargos, que<br />

renunciaram nesta terça-feira, nove dias <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>rrota governista <strong>na</strong><br />

eleição parlamentar, que tirou do governo a,maioria no Parlamento. Também<br />

tomou posse o novo titular da Justiça, Julio Alak.<br />

A cerimônia foi simples e formal, e a presi<strong>de</strong>nte argenti<strong>na</strong> preferiu não fazer<br />

discursos ou dar <strong>de</strong>clarações durante a posse dos novos ministros.<br />

Aníbal Fernán<strong>de</strong>z <strong>de</strong>ixou o ministério da Justiça, Segurança e Direitos<br />

Humanos para assumir a chefia <strong>de</strong> Gabinete. Sergio Massa, que ocupava o<br />

cargo, voltará a ser prefeito da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Tigre, <strong>na</strong> periferia norte <strong>de</strong> Buenos<br />

Aires. Boudou, por sua vez, saiu da Administração Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Segurança<br />

Social (ANSES) para assumir o ministério da Economia, substituindo Carlos<br />

Fernán<strong>de</strong>z.<br />

"Estou muito contente e com muita força", limitou-se a respon<strong>de</strong>r um exultante<br />

Boudou à imprensa, após pronunciar o juramento <strong>de</strong> posse.<br />

A pasta da Justiça será assumida por Julio Alak, que presidia a reestatizada<br />

Aerolíneas Argenti<strong>na</strong>s, que agora é coor<strong>de</strong><strong>na</strong>da pelo advogado trabalhista<br />

Mariano Recal<strong>de</strong>. Já a ANSES foi assumida por Diego Bossio, ex-diretor do<br />

Banco Hipotecário.<br />

Outras mudanças já haviam acontecido após as eleições. No dia seguinte à


<strong>de</strong>rrota, a ministra da Saú<strong>de</strong> do país, Graciela Ocaña, havia renunciado, em<br />

meio a si<strong>na</strong>is <strong>de</strong> divergência no governo em relação à forma <strong>de</strong> combate à<br />

gripe suí<strong>na</strong> --A H1N1. Na última quarta-feira, renunciou o secretário dos<br />

Transportes, Ricardo Jaime.<br />

Especialistas e a imprensa argenti<strong>na</strong> avaliam que a mudança do comando da<br />

economia não <strong>de</strong>ve ter o impacto <strong>de</strong> alterações semelhantes no passado<br />

porque gran<strong>de</strong> parte do comando <strong>de</strong>ssa área está, <strong>na</strong> prática, <strong>na</strong>s mãos do<br />

marido da presi<strong>de</strong>nte, o ex-presi<strong>de</strong>nte Néstor Kirchner.<br />

O resultado da eleição foi visto como uma dura <strong>de</strong>rrota do casal Kirchner, que<br />

promovera a eleição parlamentar como um plebiscito sobre a gestão <strong>de</strong><br />

Cristi<strong>na</strong>. O próprio Néstor era o cabeça da lista <strong>de</strong> candidatos governistas em<br />

Buenos Aires, que ficou em segundo lugar, atrás da lista do principal candidato<br />

da oposição, Francisco De Narváez.<br />

O tropeço po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar Kirchner, um político que governou a Argenti<strong>na</strong> com um<br />

estilo áspero e confrontador entre 2003 e 2007, fora da corrida para as eleições<br />

presi<strong>de</strong>nciais <strong>de</strong> 2011. O ex-mandatário, consi<strong>de</strong>rado por muitos quem ostenta<br />

o real po<strong>de</strong>r no governo <strong>de</strong> sua mulher, reconheceu a <strong>de</strong>rrota com um pouco<br />

usual tom conciliador e disse que o país tem um novo marco político.<br />

Um dia <strong>de</strong>pois da eleição, ele <strong>de</strong>ixou a li<strong>de</strong>rança do Partido Justicialista<br />

(peronista), sendo substituído pelo gover<strong>na</strong>dor da Província <strong>de</strong> Buenos Aires,<br />

Daniel Scioli.<br />

Com Efe e France Presse<br />

11/07/2009 - 09h15<br />

Após <strong>de</strong>rrota, Cristi<strong>na</strong> Kirchner corteja cúpula sindical<br />

THIAGO GUIMARÃES<br />

da Folha <strong>de</strong> S. Paulo, em Buenos Aires<br />

Após a <strong>de</strong>rrota <strong>na</strong>s eleições legislativas do último dia 28, o governo da<br />

Argenti<strong>na</strong> fez nesta sema<strong>na</strong> concessões à cúpula sindical do país, em tentativa<br />

<strong>de</strong> conservar o apoio <strong>de</strong> um <strong>de</strong> seus últimos aliados fiéis.<br />

Foram dois gestos claros à CGT (Confe<strong>de</strong>ração Geral do Trabalho), maior<br />

central sindical argenti<strong>na</strong>, presidida por Hugo Moyano, primeiro vice-presi<strong>de</strong>nte<br />

do Partido Justicialista (peronista, do governo) e fiador da aliança com o casal<br />

Néstor e Cristi<strong>na</strong> Kirchner.


Na reforma ministerial promovida por Cristi<strong>na</strong>, a direção da reestatizada<br />

Aerolíneas Argenti<strong>na</strong>s ficou com Mariano Recal<strong>de</strong>, filho <strong>de</strong> Hector Recal<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong>putado fe<strong>de</strong>ral reeleito e assessor jurídico da CGT.<br />

No mesmo dia, o governo <strong>de</strong>volveu à CGT o controle <strong>de</strong> uma área no<br />

Ministério da Saú<strong>de</strong> responsável pela distribuição <strong>de</strong> R$ 490 milhões anuais<br />

aos planos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> dos sindicatos. Fez isso tirando do cargo um funcionário<br />

<strong>de</strong>sig<strong>na</strong>do dois dias antes pelo novo ministro da Saú<strong>de</strong> e que substituíra um<br />

nome ligado à central.<br />

Des<strong>de</strong> o conflito tributário com o campo, em 2008, que marcou o<br />

distanciamento do governo da classe média urba<strong>na</strong>, o casal Kirchner reforçou<br />

seu alinhamento com o sindicalismo e com o aparato partidário tradicio<strong>na</strong>l,<br />

representado pelos prefeitos do entorno pobre <strong>de</strong> Buenos Aires.<br />

A <strong>de</strong>rrota situacionista <strong>na</strong> Província <strong>de</strong> Buenos Aires revelou fissuras <strong>na</strong><br />

aliança com os prefeitos -daí o movimento dos Kirchner para manter o apoio <strong>de</strong><br />

Moyano.<br />

O respaldo da central também é fundamental para o governo (que enfrenta<br />

restrições <strong>de</strong> caixa) conter as <strong>de</strong>mandas salariais, que foram solucio<strong>na</strong>das com<br />

acordos transitórios ou adiadas para <strong>de</strong>pois do período eleitoral.<br />

A sema<strong>na</strong> marcou ainda uma mudança no discurso <strong>de</strong> Cristi<strong>na</strong>. Ela pela<br />

primeira vez falou em uma "nova etapa" no país, convocou "amplo diálogo<br />

entre todos os setores" e propôs <strong>de</strong>bater uma reforma política.<br />

As <strong>de</strong>clarações vieram após Cristi<strong>na</strong> ter sofrido críticas por ter minimizado a<br />

<strong>de</strong>rrota eleitoral e feito uma mudança <strong>de</strong> ministros que, por ter ape<strong>na</strong>s<br />

promovido funcionários fiéis ao governo, não indicou mudanças <strong>de</strong> rumo <strong>na</strong><br />

gestão.<br />

12/07/2009 - 15h19<br />

Chávez <strong>de</strong>nuncia prisão <strong>de</strong> jor<strong>na</strong>listas venezuelanos em Honduras<br />

da Efe<br />

O presi<strong>de</strong>nte da Venezuela, Hugo Chávez, <strong>de</strong>nunciou neste domingo a<br />

<strong>de</strong>tenção e posterior libertação <strong>de</strong> vários jor<strong>na</strong>listas venezuelanos por or<strong>de</strong>m<br />

do novo governo <strong>de</strong> Honduras, que os mantém atualmente em um hotel <strong>de</strong><br />

on<strong>de</strong> não po<strong>de</strong>m sair, <strong>de</strong> acordo com o venezuelano.


Chávez falou do caso durante seu programa dominical <strong>de</strong> rádio e televisão, o<br />

"Alô Presi<strong>de</strong>nte", transmitido do Estado <strong>de</strong> Aragua, 120 quilômetros ao oeste<br />

<strong>de</strong> Caracas. "De maneira covar<strong>de</strong>, o governo <strong>de</strong> 'Gorileti' mandou <strong>de</strong>ter os<br />

jor<strong>na</strong>listas do ca<strong>na</strong>l oito e da Telesur, e <strong>de</strong>pois os soltaram, mas agora estão<br />

no hotel e não os <strong>de</strong>ixam sair", disse Chávez.<br />

"Gorileti" é uma das formas <strong>de</strong>preciativas com as quais o gover<strong>na</strong>nte<br />

venezuelano e outros porta-vozes oficiais se referem a Roberto Micheletti, que<br />

presi<strong>de</strong> o novo governo em Honduras após a <strong>de</strong>posição do presi<strong>de</strong>nte eleito,<br />

Manuel Zelaya. O "ca<strong>na</strong>l oito" é a maneira coloquial <strong>de</strong> se referir ao ca<strong>na</strong>l<br />

estatal "Venezola<strong>na</strong> <strong>de</strong> Televisión", enquanto a "Telesur" é uma empresa<br />

multiestatal, criada por Argenti<strong>na</strong>, Bolívia, Cuba, Equador, Nicarágua e<br />

Venezuela e que transmite notícias 24 horas.<br />

Chávez disse que a <strong>de</strong>tenção temporária dos jor<strong>na</strong>listas é uma <strong>de</strong>monstração<br />

da "<strong>de</strong>mocracia que eles promovem" e da oligarquia que "tirou a máscara em<br />

Honduras". presi<strong>de</strong>nte venezuelano voltou a prever que os golpistas<br />

hondurenhos "serão varridos para o lixo da história" e que os militares que<br />

li<strong>de</strong>raram o levante "têm pouco tempo, não digo poucos dias, digo pouco<br />

tempo".<br />

Chávez disse ainda que a conjunção da união cívico-militar com a consciência<br />

do povo hondurenho reverterão a atual situação.<br />

Protestos<br />

Os protestos que seguiram a <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> Zelaya <strong>de</strong>ixaram ao menos dois<br />

mortos, segundo dados do governo. As vítimas foram resultado do confronto<br />

entre tropas do Exército e um grupo <strong>de</strong> manifestantes que aguardava, no<br />

aeroporto <strong>de</strong> Tegucigalpa, o retorno <strong>de</strong> Zelaya --impedido pelo governo<br />

interino, que mandou as tropas ocuparem as pistas.<br />

O governo acusa os próprios manifestantes pelas mortes e diz que as forças <strong>de</strong><br />

segurança não dispararam nenhum tiro no dia.<br />

Zelaya foi expulso do país por militares em 28 <strong>de</strong> junho, quando <strong>de</strong>safiou a<br />

proibição judicial para uma consulta popular sobre uma eventual reforma<br />

constitucio<strong>na</strong>l que permitiria sua reeleição, assim como fizeram seus aliados <strong>na</strong><br />

Venezuela, Bolívia e Equador.<br />

Oscar Arias, presi<strong>de</strong>nte da Costa Rica e ganhador do Prêmio Nobel da Paz,<br />

está mediando as conversas entre Zelaya e o governo interino <strong>de</strong> Honduras,


mas ainda não há um acordo entre as partes.<br />

O impasse se dá porque Zelaya insiste em voltar ao po<strong>de</strong>r, mas o governo<br />

interino não aceita sua restituição, o que é exigido pela maioria dos países do<br />

mundo e por organismos inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is.<br />

14/08/2009<br />

Nestor Kirchner renuncia à li<strong>de</strong>rança do partido peronista <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong><br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 14:00<br />

“O ex-presi<strong>de</strong>nte da Argenti<strong>na</strong> e lí<strong>de</strong>r do partido peronista, Nestor Kirchner,<br />

confirmou, nesta segunda-feira, sua renúncia à Presidência do Partido<br />

Justicialista, a maior legenda do país... O anúncio <strong>de</strong> Kirchner foi feito um dia<br />

após a <strong>de</strong>rrota da lista que ele encabeçava <strong>na</strong>s eleições legislativas para a lista<br />

do candidato opositor, Francisco <strong>de</strong> Narváez, da União-PRO, <strong>na</strong> Província <strong>de</strong><br />

Buenos Aires, maior distrito eleitoral argentino...”<br />

Nestor Kirchner renuncia à li<strong>de</strong>rança do partido peronista <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong><br />

O ex-presi<strong>de</strong>nte da Argenti<strong>na</strong> e lí<strong>de</strong>r do partido peronista, Nestor Kirchner,<br />

confirmou, nesta segunda-feira, sua renúncia à Presidência do Partido<br />

Justicialista, a maior legenda do país.<br />

“Vou continuar trabalhando com toda a minha força para o peronismo e para<br />

respon<strong>de</strong>r às coisas fundamentais que a Argenti<strong>na</strong> precisa. Mas, quando um<br />

resultado não é o que se esperava, a gente tem que tomar as atitu<strong>de</strong>s que<br />

correspon<strong>de</strong>m”, disse.<br />

O anúncio <strong>de</strong> Kirchner foi feito um dia após a <strong>de</strong>rrota da lista que ele<br />

encabeçava <strong>na</strong>s eleições legislativas para a lista do candidato opositor,<br />

Francisco <strong>de</strong> Narváez, da União-PRO, <strong>na</strong> Província <strong>de</strong> Buenos Aires, maior<br />

distrito eleitoral argentino.<br />

No lugar <strong>de</strong> Kirchner, assumirá a Presidência do peronismo o vice-presi<strong>de</strong>nte<br />

do PJ e atual gover<strong>na</strong>dor da Província <strong>de</strong> Buenos Aires, Daniel Scioli.<br />

O pleito legislativo argentino é por proporcio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>, o que significa que tanto<br />

governo como oposição terão presença no Congresso – caso <strong>de</strong> Nestor<br />

Kirchner, por exemplo.<br />

O governo, no entanto, <strong>de</strong>ve per<strong>de</strong>r parte do po<strong>de</strong>r político que tinha.<br />

Derrota


Em sua primeira aparição após a eleição legislativa <strong>de</strong> domingo, a presi<strong>de</strong>nte<br />

Cristi<strong>na</strong> Kirchner reconheceu, nesta segunda-feira, a <strong>de</strong>rrota do governo <strong>na</strong><br />

Província <strong>de</strong> Buenos Aires, mas minimizou as perdas como um todo.<br />

"Reconheço a <strong>de</strong>rrota <strong>na</strong> província <strong>de</strong> Buenos Aires. (..) Mas acho importante<br />

<strong>de</strong>stacar que tivemos 5,9 milhões <strong>de</strong> votos (31% do total dos votos válidos).<br />

Que a segunda força política (opositora <strong>de</strong> centro-esquerda) teve 5,5 milhões e<br />

o PRO (<strong>de</strong> Francisco <strong>de</strong> Narváez), 3,3 milhões (18,50%) ".<br />

Cristi<strong>na</strong> acrescentou que, dos 37 se<strong>na</strong>dores que o governo tinha, passou a ter<br />

35, e, <strong>na</strong> Câmara dos Deputados, dos 115 votos próprios e 22 aliados, passou<br />

a contar com 107 votos e 27 possíveis aliados.<br />

As <strong>de</strong>clarações da presi<strong>de</strong>nte levaram as principais emissoras <strong>de</strong> televisão do<br />

país, como a TN (Todo Noticias), a dizerem que ela estava "minimizando a<br />

<strong>de</strong>rrota".<br />

Cristi<strong>na</strong> afirmou ainda que, após os resultados das eleições, terá que negociar<br />

os projetos do governo com a oposição no Congresso.<br />

"De qualquer maneira, o resultado vai exigir exercício <strong>de</strong> acordo e <strong>de</strong> consenso<br />

para gerar gover<strong>na</strong>bilida<strong>de</strong>", disse Cristi<strong>na</strong>.<br />

Mapa político<br />

As <strong>de</strong>rrotas do governo mudam o mapa político <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong> pela primeira vez<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2003, quando Nestor Kirchner assumiu a Presidência do país.<br />

A eleição legislativa do último domingo teve como resultado uma maior<br />

influência da oposição <strong>na</strong> Câmara dos Deputados e no Se<strong>na</strong>do. Apesar disso,<br />

a opinião <strong>de</strong> a<strong>na</strong>listas políticos é que nenhuma das forças políticas passará a<br />

ter a maioria absoluta <strong>na</strong>s duas casas.<br />

O resultado do domingo, no entanto, levou o governo a per<strong>de</strong>r a maioria no<br />

Congresso Nacio<strong>na</strong>l.<br />

Após a <strong>de</strong>rrota e a renúncia <strong>de</strong> Kirchner, a<strong>na</strong>listas especulam que Cristi<strong>na</strong><br />

po<strong>de</strong>ria ter que negociar a aprovação <strong>de</strong> seus projetos já a partir <strong>de</strong> agora, com<br />

o Parlamento atual. Os novos <strong>de</strong>putados e se<strong>na</strong>dores assumem em <strong>de</strong>zembro.<br />

“É preciso ver como os peronistas vão se comportar a partir <strong>de</strong> agora no<br />

Parlamento. Os peronistas são assim: eles acompanham seus chefes até a<br />

porta do cemitério, mas não entram”, diz o a<strong>na</strong>lista político Edgardo Alfano.<br />

Segundo o a<strong>na</strong>lista, tradicio<strong>na</strong>lmente os peronistas costumam acompanhar<br />

lí<strong>de</strong>res vencedores e, ao si<strong>na</strong>l <strong>de</strong> <strong>de</strong>rrota, afastam-se, unindo-se a outros


lí<strong>de</strong>res.<br />

Foi o que ocorreu <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o retorno da <strong>de</strong>mocracia, em 1983, com os ex-<br />

presi<strong>de</strong>ntes Carlos Menem (1989-1999) e Eduardo Duhal<strong>de</strong> (2002-2003).<br />

O peronismo é um movimento político fundado pelo presi<strong>de</strong>nte argentino Juan<br />

Domingo Perón, morto em 1974.<br />

Perspectivas<br />

De acordo com a<strong>na</strong>listas das consultorias Poliarquia Consultores e do Centro<br />

<strong>de</strong> Estudos Nova Maioria, as eleições legislativas <strong>de</strong> domingo indicaram que os<br />

principais vencedores e possíveis candidatos à sucessão presi<strong>de</strong>ncial em 2011<br />

seriam o vice-presi<strong>de</strong>nte do país, Julio Cobos, o ex-gover<strong>na</strong>dor da província <strong>de</strong><br />

Santa Fé, Carlos Reuteman, e o prefeito da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Buenos Aires, Mauricio<br />

Macri.<br />

Cobos e Reuteman afastaram-se do governo Cristi<strong>na</strong> no ano passado, durante<br />

a disputa entre o setor rural e a Presidência do país.<br />

14/08/2009<br />

Hondurenhos enfrentam vazio <strong>de</strong> informação sobre crise no país<br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 14:45<br />

“Os moradores <strong>de</strong> Tegucigalpa, a capital <strong>de</strong> Honduras, enfrentam um vazio <strong>de</strong><br />

informações <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início dos eventos que resultaram <strong>na</strong> <strong>de</strong>posição do<br />

presi<strong>de</strong>nte Manuel Zelaya no domingo... Os si<strong>na</strong>is das emissoras estatais <strong>de</strong><br />

rádio e televisão, assim como os <strong>de</strong> outras ca<strong>de</strong>ias inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is privadas,<br />

foram suspensos temporariamente. Também há <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> agressões<br />

contra jor<strong>na</strong>listas e instalações físicas <strong>de</strong> empresas <strong>de</strong> comunicação....”<br />

Hondurenhos enfrentam vazio <strong>de</strong> informação sobre crise no país<br />

Os moradores <strong>de</strong> Tegucigalpa, a capital <strong>de</strong> Honduras, enfrentam um vazio <strong>de</strong><br />

informações <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início dos eventos que resultaram <strong>na</strong> <strong>de</strong>posição do<br />

presi<strong>de</strong>nte Manuel Zelaya no domingo.<br />

Os si<strong>na</strong>is das emissoras estatais <strong>de</strong> rádio e televisão, assim como os <strong>de</strong> outras<br />

ca<strong>de</strong>ias inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is privadas, foram suspensos temporariamente. Também<br />

há <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> agressões contra jor<strong>na</strong>listas e instalações físicas <strong>de</strong> empresas<br />

<strong>de</strong> comunicação.<br />

"Estamos <strong>de</strong>sinformados e cheios <strong>de</strong> rumores", disse à BBC Mundo uma


diretora da ONG Christian Aid em Tegucigalpa, Maritza Henriquez.<br />

Na segunda-feira, um dia após a queda do presi<strong>de</strong>nte, a pouca informação que<br />

os hondurenhos tinham sobre o que estava acontecendo no país circulava <strong>de</strong><br />

boca a boca.<br />

“Como cortaram até a luz, procuramos lugares on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>mos encontrar a<br />

informação sobre o que está acontecendo. Algumas pessoas ligam os carros<br />

para po<strong>de</strong>r escutar algumas notícias. No domingo, ficamos o dia todo sem<br />

energia”, disse Henriquez.<br />

O jor<strong>na</strong>lista hondurenho Manuel Torres disse à BBC Mundo que há uma forte<br />

censura nos meios <strong>de</strong> comunicação.<br />

“Se você sintonizar uma das emissoras <strong>de</strong> rádio <strong>de</strong> Honduras, ouvirá que a<br />

informação é mínima sobre os eventos. Quase toda a gran<strong>de</strong> imprensa do país<br />

se <strong>de</strong>dicou a entrevistar os novos funcionários do governo”, disse Torres.<br />

“A tendência dos meios <strong>de</strong> comunicação tem sido impor o critério <strong>de</strong> que o que<br />

ocorreu no domingo não foi um golpe <strong>de</strong> Estado, mas uma ‘troca <strong>de</strong><br />

administração’”, afirmou o jor<strong>na</strong>lista.<br />

O rádio <strong>na</strong> mira<br />

A Radio Globo Honduras <strong>de</strong>nunciou, em seu website, que um comando militar<br />

invadiu as instalações da rádio e tirou o si<strong>na</strong>l da emissora do ar <strong>na</strong>s horas que<br />

seguiram à <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> Zelaya no domingo.<br />

“Depois <strong>de</strong> negociações com os militares, a rádio retomou as operações, mas<br />

sob uma série <strong>de</strong> condições que limitam a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão no país”,<br />

disse o gerente-proprietário da emissora.<br />

A organização Repórteres sem Fronteiras informou que quatro horas <strong>de</strong>pois da<br />

queda <strong>de</strong> Zelaya, cerca <strong>de</strong> 25 militares invadiram a emissora Radio Progreso,<br />

pertencente a Associação Latino-America<strong>na</strong> <strong>de</strong> Educação Radiofônica, e<br />

localizada nos arredores da capital.<br />

“A Radio Progreso, agora <strong>na</strong> mira dos militares, ainda não <strong>de</strong>cidiu quando<br />

retomará sua programação”, afirma a organização.<br />

A Radio Globo Honduras informou, durante sua cobertura, que 95% dos meios<br />

<strong>de</strong> comunicação <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> emitir qualquer tipo <strong>de</strong> informação<br />

sobre a <strong>de</strong>posição do presi<strong>de</strong>nte.<br />

Si<strong>na</strong>l<br />

A Socieda<strong>de</strong> Interamerica<strong>na</strong> <strong>de</strong> Imprensa (SIP) emitiu um comunicado


manifestando a preocupação da organização com a crise política e a “limitação<br />

da liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> informação” em Honduras.<br />

O presi<strong>de</strong>nte da SIP, Enrique Santos Cal<strong>de</strong>rón se referiu a “suspensão<br />

temporária <strong>de</strong> si<strong>na</strong>is <strong>de</strong> rádio e televisão estatais, assim como <strong>de</strong> outras<br />

ca<strong>de</strong>ias inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is e privadas, e vários eventos e agressões registrados<br />

contra jor<strong>na</strong>listas e instalações físicas <strong>de</strong> alguns meios <strong>de</strong> comunicação”.<br />

Segundo a organização, <strong>de</strong>pois da <strong>de</strong>stituição <strong>de</strong> Zelaya e da imposição do<br />

toque <strong>de</strong> recolher por 48 horas, a Comissão Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Telecomunicações<br />

(Co<strong>na</strong>tel) proibiu que as empresas <strong>de</strong> ca<strong>na</strong>is por cabo emitissem seus si<strong>na</strong>is.<br />

“Com esta medida, foram afetadas as recepções das transmissões da CNN<br />

Español, Telesur e Cubavisión Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. Antes disso, soubemos que a<br />

rádio e a televisão estatal foram suspensas durante várias horas”, diz o<br />

comunicado.<br />

A SIP <strong>de</strong>stacou ainda que, segundo os meios <strong>de</strong> comunicação hondurenhos,<br />

jor<strong>na</strong>listas e fotógrafos teriam sido “agredidos e insultados” por grupos<br />

contrários à <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> Zelaya.<br />

“Em San Pedro Sula, o jor<strong>na</strong>l Tiempo informou que militares visitaram suas<br />

instalações e as do Ca<strong>na</strong>l 11 e or<strong>de</strong><strong>na</strong>ram o fim das transmissões com<br />

<strong>de</strong>clarações <strong>de</strong> funcionários do governo <strong>de</strong>posto”, afirmou a organização em<br />

comunicado.<br />

16/07/2009 - 15h23<br />

Chanceler do governo Zelaya ameaça "medidas mais duras" por<br />

restituição<br />

da Folha Online<br />

A chanceler do governo do presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto em Honduras, Patricia Rodas,<br />

afirmou nesta quinta-feira que os apoiadores <strong>de</strong> Zelaya tomarão "medidas mais<br />

sérias" caso os "golpistas" não entreguem a Presidência <strong>na</strong>s negociações para<br />

a solução da crise --que <strong>de</strong>vem ser retomadas neste sábado, sob a mediação<br />

do presi<strong>de</strong>nte da Costa Rica, Oscar Arias.<br />

"Em qualquer momento, o mundo inteiro verá como semeamos a ban<strong>de</strong>ira em<br />

qualquer lugar <strong>de</strong> Honduras, [Zelaya] vai se impor, como fez até agora,<br />

conduzindo pessoalmente a resistência popular. Agora só falta conduzir o


governo", disse Rodas, parte da <strong>de</strong>legação que representará Zelaya <strong>na</strong>s<br />

negociações <strong>de</strong> Costa Rica.<br />

O grupo que irá representar Zelaya será composto ainda por Aristi<strong>de</strong>s Mejia,<br />

ex-ministro da Defesa; Milton Jimenez, ex-ministro dos da Relações Exteriores<br />

e Enrique Flores Lanza, ex-ministro da Presidência. Já a <strong>de</strong>legação<br />

representando o governo interino terá à frente o novo chanceler, Carlos Lopez,<br />

o empresário e antigo dirigente do Partido Democrata-Cristão, Arturo Corrales;<br />

Maurícia Villeda, ex-pré-candidato à Presidência pelo Partido Liberal, e Vilma<br />

Cecilia Morales, ex-presi<strong>de</strong>nte da Suprema Corte hondurenha.<br />

Rodas chegou nesta quinta-feira a La Paz, junto ao presi<strong>de</strong>nte da Venezuela,<br />

Hugo Chávez, principal aliado regio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Zelaya. Os dois participam <strong>de</strong> uma<br />

celebração pelos 200 anos da revolução da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> La Paz.<br />

A ex-chanceler se reuniu ainda com o presi<strong>de</strong>nte boliviano, Evo Morales, o<br />

equatoriano, Rafael Correa, o paraguaio, Fer<strong>na</strong>ndo Lugo; o vice-presi<strong>de</strong>nte do<br />

Conselho <strong>de</strong> Ministros <strong>de</strong> Cuba, Jorge Sierra Cruz, além <strong>de</strong> <strong>de</strong>legados do<br />

Chile, Argenti<strong>na</strong>, Brasil e Espanha.<br />

A chanceler <strong>de</strong> Zelaya acrescentou que "o presi<strong>de</strong>nte já está caminhando para<br />

Honduras" e tomará o po<strong>de</strong>r "<strong>na</strong> medida em que os criminosos contra a<br />

<strong>de</strong>mocracia retroce<strong>de</strong>rem".<br />

"Demos um ultimato para que comecem a <strong>de</strong>smontar o aparelho golpista e o<br />

presi<strong>de</strong>nte possa ir com toda segurança, sem condições e imediatamente, para<br />

que seja <strong>de</strong>volvido o edifício on<strong>de</strong> gover<strong>na</strong> em Honduras", acrescentou, em<br />

uma provável referência ao pedido <strong>de</strong> "insurreição" contra o governo interino<br />

hondurenho por Zelaya nesta terça-feira (14).<br />

Concessão<br />

O presi<strong>de</strong>nte interino, Roberto Micheletti, aceitou nesta quarta-feira a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> renunciar. 'Se em algum momento a <strong>de</strong>cisão [<strong>de</strong> renunciar]<br />

favorecer a paz e a tranquilida<strong>de</strong> no país, sem o retorno, que conste, sem o<br />

retorno do ex-presi<strong>de</strong>nte Zelaya, estou disposto a fazê-lo', disse a jor<strong>na</strong>listas.<br />

Ele afirmou que a sua oferta <strong>de</strong> renúncia foi apresentado por uma <strong>de</strong>legação<br />

hondurenha nos Estados Unidos, presumivelmente para o governo americano.<br />

Não ficou claro se o governo dos EUA recebeu a proposta para pôr fim à<br />

instabilida<strong>de</strong> no país.<br />

Micheletti foi <strong>de</strong>sig<strong>na</strong>do para a Presidência pelo Congresso Nacio<strong>na</strong>l, após o a


<strong>de</strong>rrubada <strong>de</strong> Zelaya pelo Exército, com apoio da Suprema Corte e do<br />

Parlamento, em 28 <strong>de</strong> junho passado. Des<strong>de</strong> então, seu governo, que não foi<br />

reconhecido por nenhum país, sofre com a rejeição inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, e se apoia<br />

em uma aparente coesão entre os po<strong>de</strong>res no país para manter-se no po<strong>de</strong>r<br />

até o início do próximo ano, quando <strong>de</strong>ve assumir o presi<strong>de</strong>nte eleito <strong>na</strong>s<br />

eleições previstas para novembro.<br />

Zelaya foi <strong>de</strong>posto <strong>na</strong> madrugada do dia em que pretendia realizar a votação<br />

sobre mudanças constitucio<strong>na</strong>is que, segundo os opositores, tinha como<br />

objetivo elimi<strong>na</strong>r a proibição à reeleição. O presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto nega essa<br />

intenção, <strong>de</strong>scartando ter sido enquadrado <strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>quada à pe<strong>na</strong> <strong>de</strong><br />

perda <strong>de</strong> mandato prevista <strong>na</strong> Constituição hondurenha para quem tentar<br />

remover essa barreira.<br />

Embora rejeite o retorno <strong>de</strong> Zelaya, o governo interino negocia com o<br />

presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto em reuniões mediadas pelo presi<strong>de</strong>nte da Costa Rica,<br />

Oscar Árias.<br />

A continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sses encontros foi confirmada nesta quarta-feira, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

ter sido colocada em dúvida nesta terça-feira por Zelaya. Segundo o governo<br />

costarriquenho, <strong>de</strong>legações representando Zelaya e o presi<strong>de</strong>nte interino<br />

participarão da segunda reunião <strong>de</strong> negociação neste sábado, em busca <strong>de</strong><br />

uma solução para a crise política. a primeira reunião acabou sem avanços<br />

representativos e nem ao menos um encontro entre Zelaya e Micheletti.<br />

Com Efe<br />

17/07/2009 - 11h08<br />

Presi<strong>de</strong>nte da Argenti<strong>na</strong> tenta abrir diálogo com oposição<br />

THIAGO GUIMARÃES<br />

da Folha <strong>de</strong> S. Paulo, em Buenos Aires<br />

Em tentativa <strong>de</strong> reduzir as frentes <strong>de</strong> conflito após a <strong>de</strong>rrota <strong>na</strong>s eleições<br />

legislativas, o governo da Argenti<strong>na</strong> abriu nesta sema<strong>na</strong> um diálogo com a<br />

oposição, mediante si<strong>na</strong>is inéditos nos seis anos e meio <strong>de</strong> era Kirchner --<br />

governos Néstor (2003-2007) e Cristi<strong>na</strong>.<br />

O governo recebeu a principal força <strong>de</strong> oposição <strong>na</strong> Casa Rosada (se<strong>de</strong> do<br />

Executivo) e acertou com blocos opositores no Congresso uma agenda comum


até <strong>de</strong>zembro, quando assumem meta<strong>de</strong> da Câmara <strong>de</strong> Deputados e um terço<br />

do Se<strong>na</strong>do, eleitos no último dia 28.<br />

Para a<strong>na</strong>listas, Cristi<strong>na</strong> busca saídas para manter a iniciativa política, após<br />

uma reforma ministerial <strong>na</strong> sema<strong>na</strong> passada que, por ter ape<strong>na</strong>s promovido<br />

aliados fiéis, não satisfez a oposição nem a opinião pública.<br />

"Com concessões importantes, o governo procura ganhar tempo para recompor<br />

sua li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong>ntro e fora do peronismo [partido do governo]", afirmou à Folha<br />

a a<strong>na</strong>lista política Graciela Römer.<br />

Na última quarta-feira (15), o ministro do Interior, Florencio Randazzo, reuniu-<br />

se com representantes do ACS (Acordo Cívico e Social), aliança <strong>de</strong> centro-<br />

esquerda formada por UCR (União Cívica Radical), Coalizão Cívica, Partido<br />

Socialista e Consenso Fe<strong>de</strong>ral -sigla do vice-presi<strong>de</strong>nte e opositor Julio Cobos.<br />

A reunião foi a primeira da convocação que o governo lançou após o revés <strong>na</strong>s<br />

ur<strong>na</strong>s para discutir reforma política, com a adoção pelos partidos <strong>de</strong> prévias<br />

obrigatórias e abertas (não restritas aos filiados) para escolher candidatos<br />

presi<strong>de</strong>nciais. Acabou incluindo temas propostos pelo ACS, como combate à<br />

pobreza e suspeitas sobre as estatísticas oficiais.<br />

Com o chamado, o governo conseguiu ainda causar fissuras <strong>na</strong> oposição. O<br />

partido da <strong>de</strong>putada eleita Elisa Carrió, que integra a Coalizão Cívica, resolveu<br />

não participar e foi alvo <strong>de</strong> críticas <strong>de</strong> aliados.<br />

No mesmo dia, os lí<strong>de</strong>res do governo no Congresso reuniram todos os blocos e<br />

aceitaram discutir, até <strong>de</strong>zembro, temas propostos pela oposição. Entre eles,<br />

alterações dos chamados "superpo<strong>de</strong>res" do Executivo para remanejar o<br />

Orçamento e <strong>de</strong> leis que fixam alíquotas <strong>de</strong> impostos sobre exportações -pivô<br />

do conflito tributário do governo com o setor rural.<br />

"A reunião é resultado da situação política. Economizamos várias brigas",<br />

afirmou o lí<strong>de</strong>r do governo <strong>na</strong> Câmara dos Deputados, Agustin Rossi.<br />

Como o governo per<strong>de</strong>rá maioria <strong>na</strong>s duas Casas do Congresso a partir <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>zembro, a abertura ao diálogo também foi lida como uma tentativa do<br />

governo <strong>de</strong> manter essas alterações sob controle, submetendo-as à votação<br />

em um Congresso on<strong>de</strong> ainda tem maioria. O governo per<strong>de</strong>u as eleições <strong>na</strong>s<br />

cinco maiores Províncias --ao todo, obteve 3 milhões <strong>de</strong> votos a menos do que<br />

no pleito presi<strong>de</strong>ncial <strong>de</strong> 2007.<br />

O governo esten<strong>de</strong>u pontes ainda para fora do mundo político. Na última terça-


feira (14), Cristi<strong>na</strong> convidou a cúpula empresarial e sindical para um jantar <strong>na</strong><br />

Casa Rosada. Em razão <strong>de</strong> intervenções estatais <strong>na</strong> economia, a relação com<br />

o setor empresarial passa por turbulência. Chamou ainda os principais<br />

dirigentes ruralistas para ato ontem.<br />

18/07/2009 - 23h38<br />

Mercosul apoiará governo <strong>de</strong>posto <strong>de</strong> Honduras em encontro<br />

da Reuters, em Assunção<br />

Os presi<strong>de</strong>ntes dos países que compõem o Mercosul assi<strong>na</strong>rão um documento<br />

<strong>de</strong> apoio ao governo <strong>de</strong>posto <strong>de</strong> Honduras durante o encontro <strong>de</strong> gover<strong>na</strong>ntes<br />

do bloco sul-americano que acontecerá <strong>na</strong> próxima sema<strong>na</strong> em Assunção,<br />

disse neste sábado o ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Héctor<br />

Lacog<strong>na</strong>ta.<br />

Oito chefes <strong>de</strong> Estado da América do Sul se reunirão <strong>na</strong> próxima sexta-feira <strong>na</strong><br />

capital paraguaia, no encontro semestral do bloco que tem como membros<br />

plenos a Argenti<strong>na</strong>, o Brasil, o Paraguai e o Uruguai, e em processo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são,<br />

a Venezuela.<br />

Lacog<strong>na</strong>ta disse que também estarão presentes os presi<strong>de</strong>ntes do Chile,<br />

Bolívia e Equador.<br />

"O tema <strong>de</strong> Honduras, sem dúvida, estará presente no <strong>de</strong>bate dos presi<strong>de</strong>ntes.<br />

É um tema que tem suficiente importância e transcendência", disse Lacog<strong>na</strong>ta.<br />

"É logicamente estará presente <strong>na</strong> <strong>de</strong>claração dos presi<strong>de</strong>ntes", acrescentou o<br />

ministro.<br />

Honduras enfrenta há três sema<strong>na</strong>s a pior crise política <strong>na</strong> América Central em<br />

duas décadas, <strong>de</strong>spertando a preocupação <strong>de</strong> todos os governos do<br />

continente, que apoiam o gover<strong>na</strong>nte <strong>de</strong>posto, Manuel Zelaya.<br />

O Mercosul já se pronunciou contra a quebra institucio<strong>na</strong>l ocorrida em<br />

Honduras com o golpe <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> junho, no qual Zelaya foi expulso do<br />

país sob a mira <strong>de</strong> armas.<br />

Lacog<strong>na</strong>ta <strong>de</strong>scartou a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que Zelaya participe do encontro <strong>de</strong><br />

chefes <strong>de</strong> Estado.<br />

"Não há um convite oficial e, conversando pessoalmente há alguns dias com a<br />

ministra <strong>de</strong> Relações Exteriores <strong>de</strong> Honduras, Patricia Rodas, ela expressou


que existiam muitas dificulda<strong>de</strong>s para a presença do presi<strong>de</strong>nte Zelaya",<br />

explicou Lacog<strong>na</strong>ta.<br />

20/07/2009 - 10h33<br />

Peru assumirá Presidência da Comunida<strong>de</strong> Andi<strong>na</strong> com esforço <strong>de</strong><br />

integração<br />

da Ansa, em Lima<br />

O Peru receberá nesta terça-feira do Equador a Presidência da Comunida<strong>de</strong><br />

Andi<strong>na</strong> das Nações (CAN) com o objetivo <strong>de</strong> fomentar a integração do bloco --<br />

que passa por uma crise <strong>de</strong>vido às divergências entre seus membros.<br />

Segundo o ministro das Relações Exteriores do Peru, José Antonio García<br />

Belaun<strong>de</strong>, o governo <strong>de</strong> Alan García trabalhará sobre uma "agenda realista" e<br />

espera que os outros membros do grupo --Bolívia, Colômbia e Equador--<br />

também colaborem.<br />

"Temos que ser sinceros, ver o que po<strong>de</strong>mos fazer e o que não. Nos<br />

comprometemos a trabalhar intensamente <strong>na</strong>quilo que é possível", <strong>de</strong>clarou o<br />

chanceler.<br />

Belaun<strong>de</strong> explicou que durante a presidência <strong>de</strong> seu país serão a<strong>na</strong>lisados<br />

todos os assuntos que geram controvérsias e conflitos entre os membros da<br />

CAN, como os relacio<strong>na</strong>dos à economia e comércio.<br />

Para o chanceler, o essencial é que os quatro sejam "muito conscientes em<br />

matéria <strong>de</strong> integração" e i<strong>de</strong>ntifiquem em quais áreas não há avanços <strong>de</strong>vido<br />

às divergências.<br />

"O que temos agora é uma zo<strong>na</strong> <strong>de</strong> livre comércio, mantemos esta zo<strong>na</strong>,<br />

corrigindo os obstáculos que po<strong>de</strong>m ter no comércio, trabalhando no tema da<br />

competitivida<strong>de</strong>, criando uma agenda realista do que se po<strong>de</strong> fazer, e avançar<br />

a Comunida<strong>de</strong> Andi<strong>na</strong>", pontuou o ministro peruano.<br />

A CAN, que tem como membros associados Chile, Argenti<strong>na</strong>, Brasil, Paraguai<br />

e Uruguai, completou 40 anos no último dia 26 <strong>de</strong> maio. Atualmente o bloco<br />

abrange uma população <strong>de</strong> quase 97 milhões <strong>de</strong> habitantes e possui um<br />

Produto Interno Bruto (PIB) <strong>de</strong> aproximadamente US$ 407 bilhões.<br />

Crise<br />

O bloco, no entanto, é marcado por crises geradas por diversos conflitos entre


seus membros. O Equador e a Colômbia mantêm suas relações rompidas<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1º <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2008; o Peru e a Bolívia conservam discrepâncias em<br />

temas comerciais e, recentemente, o asilo outorgado por Lima a três ex-<br />

ministros bolivianos acusados <strong>de</strong> crimes <strong>de</strong> lesa-humanida<strong>de</strong> causou<br />

<strong>de</strong>sconforto em La Paz.<br />

A Venezuela, que também integrava o grupo, <strong>de</strong>cidiu <strong>de</strong>ixá-lo após a<br />

assi<strong>na</strong>tura <strong>de</strong> Tratados <strong>de</strong> Livre Comércio por parte do Peru e da Colômbia<br />

com os Estados Unidos. À época, os presi<strong>de</strong>ntes boliviano, Evo Morales, e<br />

venezuelano, Hugo Chávez, afirmaram que estes acordos ameaçavam a<br />

integração regio<strong>na</strong>l e prejudicavam seus produtores <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is.<br />

Por sua vez, o Chile, fundador da CAN, regressou ao grupo andino como<br />

membro associado em setembro <strong>de</strong> 2006, após 30 anos <strong>de</strong> afastamento, já<br />

que, em 1976, a ditadura militar <strong>de</strong> Augusto Pinochet havia <strong>de</strong>cidido retirar o<br />

país do Pacto Andino ao alegar diferenças econômicas.<br />

21/07/2009<br />

Chávez é vilão em protestos pró-governo interino em Honduras<br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 15:35<br />

“O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou, nesta segunda-<br />

feira, em Paris, que “a situação dos golpistas em Honduras é insustentável” e<br />

que “será muito difícil para eles se manterem no po<strong>de</strong>r, porque são muito<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da ajuda exter<strong>na</strong>”...”<br />

Golpe em Honduras 'não vai durar 2 ou 3 meses', diz Amorim<br />

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou, nesta segunda-<br />

feira, em Paris, que “a situação dos golpistas em Honduras é insustentável” e<br />

que “será muito difícil para eles se manterem no po<strong>de</strong>r, porque são muito<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da ajuda exter<strong>na</strong>”.<br />

“Honduras é muito <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da ajuda dos Estados Unidos, do Banco<br />

Mundial e <strong>de</strong> petróleo. Esse novo governo não tem possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> durar dois<br />

ou três meses”, disse o chanceler, que acompanha o presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio<br />

Lula da Silva em uma visita a Paris, durante uma entrevista <strong>na</strong> embaixada<br />

brasileira <strong>na</strong> capital francesa.


Além do fator econômico, Amorim afirmou que o novo governo hondurenho<br />

“não tem legitimida<strong>de</strong> inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e nem o apoio <strong>de</strong> ninguém”.<br />

O ministro disse esperar que a situação em Honduras se resolva “nos próximos<br />

dias ou sema<strong>na</strong>s” e reiterou a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que haja uma solução rápida<br />

para a crise.<br />

Legitimida<strong>de</strong><br />

Segundo o chanceler, para o governo brasileiro, a solução para a crise em<br />

Honduras tem <strong>de</strong> passar pelo retorno do presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto, Manuel Zelaya,<br />

ao po<strong>de</strong>r, embora sua tentativa <strong>de</strong> retor<strong>na</strong>r ao país <strong>na</strong> noite <strong>de</strong> domingo tenha<br />

fracassado.<br />

Amorim afirmou que “o novo governo (hondurenho) sequer tem legitimida<strong>de</strong><br />

para conduzir as eleições” e, por este motivo, é preciso encontrar uma solução<br />

rápida para o golpe <strong>de</strong> Estado no país.<br />

“Se eles (os golpistas) tiverem uma atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> intransigência, <strong>de</strong> teimosia, o<br />

temor é <strong>de</strong> que isso gere mais <strong>de</strong>monstrações (populares) e que elas sejam<br />

reprimidas com violência, o que vai agravar muito a situação”, afirmou.<br />

“Não há nenhum país no mundo que se disponha sequer a ter relações<br />

diplomáticas com os golpistas. A situação <strong>de</strong>les é insustentável”, afirmou o<br />

chanceler.<br />

Amorim disse ainda que os golpistas “são um tipo <strong>de</strong> direita que não tem mais<br />

lugar nem cabimento <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong>”.<br />

G8<br />

Durante a entrevista, Amorim abordou ainda os temas que serão discutidos<br />

entre os presi<strong>de</strong>ntes Lula e Nicolas Sarkozy, da França, em um encontro no


Palácio do Eliseu, <strong>na</strong> terça-feira.<br />

Segundo ele, os dois presi<strong>de</strong>ntes, às vésperas da reunião do G8 (grupo <strong>de</strong><br />

países mais ricos do mundo e a Rússia) em L’Aquila, <strong>na</strong> Itália, <strong>na</strong> quinta-feira,<br />

vão discutir temas ligados à questão da gover<strong>na</strong>nça global.<br />

O governo francês vem <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo um papel mais importante para os países<br />

emergentes <strong>na</strong>s organizações e fóruns inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is.<br />

“Há uma concordância dos lí<strong>de</strong>res em geral <strong>de</strong> que o G8 não é mais o<br />

instrumento a<strong>de</strong>quado para lidar com os gran<strong>de</strong>s temas da atualida<strong>de</strong>”, disse o<br />

chanceler, ressaltando que “entre a França e o Brasil, existe uma afinida<strong>de</strong><br />

total em relação ao reforço do G20 e à reforma do Conselho <strong>de</strong> Segurança da<br />

ONU”.<br />

Amorim voltou a reiterar que, em termos <strong>de</strong> legitimida<strong>de</strong> e eficácia, o G8<br />

“morreu”, como já havia dito há três sema<strong>na</strong>s, também em Paris.<br />

“Ele (o G8) nem representa mais os anseios do mundo nem tem po<strong>de</strong>r mais<br />

para dizer sozinho o que vai acontecer no resto do mundo”, disse Amorim.<br />

O único compromisso oficial da agenda do presi<strong>de</strong>nte Lula nesta segunda-feira<br />

é um jantar com o primeiro-ministro <strong>de</strong> Portugal, José Sócrates.<br />

Após o encontro com o presi<strong>de</strong>nte Sarkozy <strong>na</strong> terça-feira, Lula recebe um<br />

prêmio <strong>na</strong> Unesco por sua contribuição à <strong>de</strong>fesa da paz no mundo.<br />

21/07/2009<br />

Ví<strong>de</strong>o divulgado <strong>na</strong> Colômbia acusaria Equador <strong>de</strong> ligação com as Farc<br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 16:20<br />

“Um ví<strong>de</strong>o retransmitido nesta sexta-feira por diversas emissoras <strong>de</strong> televisão<br />

<strong>na</strong> Colômbia supostamente mostraria as relações entre os rebel<strong>de</strong>s das Forças<br />

Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o governo do Equador... Nas


imagens... Jorge Briceño Suárez, conhecido como “Mono Jojoy”, um dos<br />

comandantes das Farc, apareceria dizendo a outros rebel<strong>de</strong>s que a guerrilha<br />

teria ajudado a fi<strong>na</strong>nciar a campanha eleitoral do presi<strong>de</strong>nte equatoriano,<br />

Rafael Correa....”<br />

Ví<strong>de</strong>o divulgado <strong>na</strong> Colômbia acusaria Equador <strong>de</strong> ligação com as Farc<br />

Um ví<strong>de</strong>o retransmitido nesta sexta-feira por diversas emissoras <strong>de</strong> televisão<br />

<strong>na</strong> Colômbia supostamente mostraria as relações entre os rebel<strong>de</strong>s das Forças<br />

Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o governo do Equador.<br />

Nas imagens – divulgadas pela agência <strong>de</strong> notícias AP e transmitidas, entre<br />

outras, pelos ca<strong>na</strong>is <strong>de</strong> televisão locais RCN e Caracol– Jorge Briceño Suárez,<br />

conhecido como “Mono Jojoy”, um dos comandantes das Farc, apareceria<br />

dizendo a outros rebel<strong>de</strong>s que a guerrilha teria ajudado a fi<strong>na</strong>nciar a campanha<br />

eleitoral do presi<strong>de</strong>nte equatoriano, Rafael Correa.<br />

“Ajuda em dólares para a campanha <strong>de</strong> Correa e conversas com seus<br />

assessores, inclusive alguns acordos, segundo documentos em nosso po<strong>de</strong>r<br />

que se mostram comprometedores”, afirma o comandante no trecho divulgado<br />

da suposta fita, que seria datada <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 2008.<br />

'Investigação'<br />

O ministro das Relações Exteriores do Equador, Fan<strong>de</strong>r Falconí, anunciou,<br />

nesta sexta-feira, a criação <strong>de</strong> uma comissão para investigar “o suposto ví<strong>de</strong>o<br />

encontrado em um dos três computadores que capturaram durante a incursão<br />

militar que a Colômbia realizou em território equatoriano em 1º <strong>de</strong> março <strong>de</strong><br />

2008”.<br />

Em nota divulgada no site da Presidência, o ministro da Segurança do<br />

Equador, Miguel Carvajal, negou que o governo do Equador tenha qualquer<br />

relação com as Farc.<br />

Em entrevista ao jor<strong>na</strong>l equatoriano El Comercio, Carvajal afirmou que “é<br />

preciso verificar se o ví<strong>de</strong>o não é uma montagem”.<br />

A divulgação do ví<strong>de</strong>o po<strong>de</strong> aumentar as tensões entre os dois países.<br />

Em 2008, Colômbia e Equador romperam as relações diplomáticas <strong>de</strong>pois que<br />

tropas colombia<strong>na</strong>s invadiram uma base rebel<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro do território<br />

equatoriano e mataram 25 rebel<strong>de</strong>s das Farc.


21/07/2009<br />

Presi<strong>de</strong>nte do Equador nega relações com guerrilha colombia<strong>na</strong><br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 17:05<br />

“O presi<strong>de</strong>nte do Equador, Rafael Correa, negou, neste sábado, que sua<br />

campanha à Presidência tenha recebido ajuda fi<strong>na</strong>nceira das Forças Armadas<br />

Revolucionárias da Colômbia (Farc), grupo guerrilheiro que atua há mais <strong>de</strong><br />

quatro décadas no país sul-americano...”<br />

Presi<strong>de</strong>nte do Equador nega relações com guerrilha colombia<strong>na</strong><br />

O presi<strong>de</strong>nte do Equador, Rafael Correa, negou, neste sábado, que sua<br />

campanha à Presidência tenha recebido ajuda fi<strong>na</strong>nceira das Forças Armadas<br />

Revolucionárias da Colômbia (Farc), grupo guerrilheiro que atua há mais <strong>de</strong><br />

quatro décadas no país sul-americano.<br />

Correa ainda pediu que seja investigada qualquer eventual ligação <strong>de</strong> seu<br />

partido com o grupo guerrilheiro e disse que as acusações – classificadas por<br />

ele como “bobagens” – fazem parte <strong>de</strong> uma “campanha contra os governos<br />

progressistas da região”.<br />

As <strong>de</strong>clarações do lí<strong>de</strong>r equatoriano são uma resposta a um ví<strong>de</strong>o divulgado <strong>na</strong><br />

última sexta-feira que mostraria um dos principais lí<strong>de</strong>res militares das Farc,<br />

Jorge Briceño Suárez, conhecido como “Mono Jojoy”, dizendo a outros<br />

rebel<strong>de</strong>s que a guerrilha teria ajudado a fi<strong>na</strong>nciar a campanha eleitoral <strong>de</strong><br />

Correa.<br />

No ví<strong>de</strong>o, supostamente gravado em 2008 e transmitido pela agência <strong>de</strong><br />

notícias AP e por ca<strong>na</strong>is <strong>de</strong> TV colombianos, Mono Jojoy aparece falando<br />

sobre “ajuda em dólares para a campanha <strong>de</strong> Correa e conversas com seus<br />

assessores”.<br />

Investigação<br />

Em um pronunciamento transmitido este sábado pela televisão equatoria<strong>na</strong>,<br />

Correa foi irônico a respeito das acusações e se apresentou dizendo que “aqui<br />

fala o terrorista inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l fi<strong>na</strong>nciado pelas Farc”.<br />

Embora o governo equatoriano já tivesse negado, ainda <strong>na</strong> noite <strong>de</strong> sexta-feira,<br />

qualquer envolvimento com a guerrilha colombia<strong>na</strong>, Correa foi enfático e pediu<br />

que as acusações sejam investigadas.


“Estou pedindo que investiguem se o governo equatoriano ou a Alianza Pais<br />

(partido <strong>de</strong> Correa) recebeu, alguma vez, vinte centavos <strong>de</strong> qualquer grupo<br />

estrangeiro, não ape<strong>na</strong>s das Farc”, afirmou.<br />

“Lembrem-se que, durante a campanha eleitoral, afirmaram que (o presi<strong>de</strong>nte<br />

venezuelano Hugo) Chávez estava nos fi<strong>na</strong>nciado, <strong>de</strong>pois os traficantes <strong>de</strong><br />

drogas, e agora as Farc”, disse.<br />

Campanha<br />

O presi<strong>de</strong>nte equatoriano ainda acusou grupos dos Estados Unidos e da<br />

Colômbia <strong>de</strong> estarem por trás <strong>de</strong> uma “campanha sistemática” contra os<br />

governos <strong>de</strong> esquerda <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong>.<br />

“Há uma campanha sistemática para <strong>de</strong>sestabilizar os governos progressistas<br />

<strong>de</strong>ste continente. O (golpe <strong>de</strong> Estado em) Honduras não é algo isolado, há<br />

grupos po<strong>de</strong>rosos em alguns países, como Colômbia e Estados Unidos, que<br />

estão por trás <strong>de</strong>sta campanha”, afirmou.<br />

“Eles não po<strong>de</strong>m ganhar <strong>de</strong> nós <strong>na</strong>s ur<strong>na</strong>s, querem ganhar com mentiras”.<br />

Relações tensas<br />

De acordo com a<strong>na</strong>listas ouvidos pela BBC Mundo, a divulgação do ví<strong>de</strong>o que<br />

aponta supostas ligações entre a campanha <strong>de</strong> Correa e as Farc <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>ixar<br />

ainda mais tensas as relações entre Colômbia e Equador.<br />

As relações diplomáticas entre os dois países estão em crise <strong>de</strong>s<strong>de</strong> março <strong>de</strong><br />

2008, quando o exército colombiano fez uma incursão no território do Equador<br />

para atacar um acampamento das Farc.<br />

“Sem dúvida, esta foi uma das sema<strong>na</strong>s mais graves para as relações entre<br />

Colômbia e Equador <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o rompimento diplomático no início <strong>de</strong> março <strong>de</strong><br />

2008”, afirma Socorro Ramírez, a<strong>na</strong>lista da Universida<strong>de</strong> Nacio<strong>na</strong>l da<br />

Colômbia.<br />

21/07/2009 - 23h19<br />

Análise: Crise em Honduras reflete batalha i<strong>de</strong>ológica <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong><br />

da BBC Brasil<br />

Des<strong>de</strong> que Manuel Zelaya foi <strong>de</strong>posto da Presidência <strong>de</strong> Honduras pelos que<br />

se opunham ao seu plano <strong>de</strong> mudanças constitucio<strong>na</strong>is, o país está em crise.<br />

O conflito reflete uma batalha i<strong>de</strong>ológica que está ocorrendo por toda a<br />

América Lati<strong>na</strong>, segundo o professor <strong>de</strong> Política Comparativa e da América


Lati<strong>na</strong> <strong>na</strong> London School of Economics George Philip.<br />

Na América Lati<strong>na</strong>, assim como em outros lugares, os conflitos constitucio<strong>na</strong>is<br />

costumam refletir batalhas pelo po<strong>de</strong>r.<br />

A crise em Honduras, que começou quando Zelaya tentou aprovar uma<br />

emenda à Constituição do país para permitir a reeleição presi<strong>de</strong>ncial, também<br />

parece seguir este padrão.<br />

Para alguns, principalmente o presi<strong>de</strong>nte venezuelano Hugo Chávez, o conflito<br />

em Honduras é uma batalha entre esquerda e direita.<br />

Segundo a interpretação do presi<strong>de</strong>nte venezuelano, a esquerda hondurenha<br />

li<strong>de</strong>rada por Zelaya tenta estabelecer uma Presidência forte, capaz <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rar<br />

um processo <strong>de</strong> transformação política e social. Por outro lado, os<br />

conservadores como o presi<strong>de</strong>nte interino <strong>de</strong> Honduras, Roberto Micheletti,<br />

querem um executivo mais fraco, sob controle do Congresso e do Judiciário.<br />

O conflito a respeito do limite <strong>de</strong> mandatos presi<strong>de</strong>nciais, apesar <strong>de</strong> este não<br />

ser o único fator para a inibição ou o reforço <strong>de</strong> uma Presidência forte, pelo<br />

menos reflete parcialmente esta diferença <strong>de</strong> ponto <strong>de</strong> vista.<br />

Estados Unidos<br />

De certa forma, os Estados Unidos têm uma perspectiva diferente.<br />

O presi<strong>de</strong>nte Barack Obama está tentando mostrar que seu governo está<br />

comprometido com a gover<strong>na</strong>nça <strong>de</strong>mocrática <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong>, não importa<br />

quem esteja envolvido.<br />

Ele tem evitado um duelo com Hugo Chávez, seja sobre Honduras ou qualquer<br />

outro assunto.<br />

Para Obama, a questão mais importante é <strong>de</strong> legitimida<strong>de</strong>. Ele quer o governo<br />

dos Estados Unidos livre <strong>de</strong> sua reputação histórica <strong>de</strong> intimidação regio<strong>na</strong>l.<br />

Barack Obama quer ser o promotor da <strong>de</strong>mocracia, não um intervencionista,<br />

além <strong>de</strong> um bom vizinho. Conflitos institucio<strong>na</strong>is <strong>de</strong>ntro da América Lati<strong>na</strong><br />

po<strong>de</strong>m fazer com que este objetivo americano seja mais difícil <strong>de</strong> alcançar.<br />

Reeleição proibida<br />

A questão da reeleição presi<strong>de</strong>ncial recentemente ficou importante <strong>na</strong> América<br />

Lati<strong>na</strong>.<br />

Apesar das histórias diferentes dos países da região, já ocorreram várias<br />

votações relativas, <strong>de</strong> forma direta ou indireta, à questão.<br />

Historicamente a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> proibição da reeleição tinha como objetivo limitar as


vantagens do mandato presi<strong>de</strong>ncial em países on<strong>de</strong> outras formas <strong>de</strong><br />

responsabilida<strong>de</strong> política eram fracas.<br />

Origi<strong>na</strong>lmente, os presi<strong>de</strong>ntes podiam fazer o que queriam, bastava ter o apoio<br />

necessário dos militares.<br />

O lema da Revolução Mexica<strong>na</strong> - "sufragio efectivo, no re-elección" ("um voto<br />

efetivo e sem reeleição", em tradução livre) - era visto como <strong>de</strong>mocratizador.<br />

Quando a <strong>de</strong>mocracia voltou a fincar raízes <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong> no fi<strong>na</strong>l dos<br />

anos 80, a maioria das Constituições dos países da região proibiu a reeleição<br />

imediata.<br />

A década <strong>de</strong> 80 foi um período econômico ruim para a América Lati<strong>na</strong> e poucos<br />

presi<strong>de</strong>ntes tinham chances <strong>de</strong> reeleição, portanto a questão foi colocada <strong>de</strong><br />

lado. No entanto, <strong>na</strong> década <strong>de</strong> 90, quando a economia regio<strong>na</strong>l começou a se<br />

recuperar, a questão voltou a ser discutida.<br />

Outros países<br />

O presi<strong>de</strong>nte peruano Alberto Fujimori fechou o Congresso Nacio<strong>na</strong>l em 1992,<br />

organizou eleições para uma nova Assembleia Constituinte e aprovou uma<br />

nova constituição por plebiscito. Com isso, ele conseguiu um segundo mandato<br />

em 1995.<br />

Mudanças constitucio<strong>na</strong>is durante a década <strong>de</strong> 90 também permitiram um<br />

segundo mandato para a Presidência no Brasil e Argenti<strong>na</strong>.<br />

Na Colômbia, a Constituição foi mudada recentemente para permitir um<br />

segundo mandato consecutivo e o presi<strong>de</strong>nte Álvaro Uribe foi reconduzido ao<br />

po<strong>de</strong>r.<br />

Já <strong>na</strong> Venezuela, a questão da reeleição se tornou mais polarizadora <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />

eleição <strong>de</strong> Hugo Chávez para a Presidência. Ele usou uma série <strong>de</strong> plebiscitos<br />

para mudar a Constituição do país.<br />

A nova Constituição aumenta o mandato presi<strong>de</strong>ncial <strong>de</strong> cinco para seis anos e<br />

permite uma única reeleição. Ao ser reeleito em 2006, ele convocou um novo<br />

plebiscito para permitir o terceiro mandato.<br />

Chávez foi <strong>de</strong>rrotado <strong>na</strong> primeira votação em 2007. Ele então convocou uma<br />

votação sobre a mesma questão (com algumas mudanças) no início <strong>de</strong> 2009 e<br />

venceu.<br />

E este padrão, um presi<strong>de</strong>nte aprovando mudanças constitucio<strong>na</strong>is para<br />

aumentar o po<strong>de</strong>r da Presidência e permitir um segundo mandato (ou mais),


também foi adotado pelos principais aliados <strong>de</strong> Chávez, o presi<strong>de</strong>nte Evo<br />

Morales, da Bolívia, e Rafael Correa, no Equador.<br />

Agora, há a crise em Honduras e o presi<strong>de</strong>nte da Nicarágua, Daniel Ortega,<br />

também pedindo mudanças <strong>na</strong> Constituição do país para permitir a reeleição.<br />

Familiares<br />

Po<strong>de</strong> parecer uma anomalia toda esta preocupação com a questão da<br />

reeleição <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong>.<br />

Afi<strong>na</strong>l, existem formas <strong>de</strong> contor<strong>na</strong>r a questão e uma <strong>de</strong>las é a eleição <strong>de</strong> um<br />

familiar do presi<strong>de</strong>nte.<br />

Cristi<strong>na</strong> Fernán<strong>de</strong>z <strong>de</strong> Kirchner foi eleita para a Presidência da Argenti<strong>na</strong> em<br />

2007, logo <strong>de</strong>pois do fim do mandato <strong>de</strong> seu marido.<br />

Outro presi<strong>de</strong>nte argentino, Juan Perón, foi substituído no cargo pela esposa,<br />

Isabel, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> sua morte em 1974. Mas este mandato foi curto e <strong>de</strong>sastroso.<br />

No conflito particular <strong>de</strong> Honduras, existe o aspecto constitucio<strong>na</strong>l, mas a<br />

questão também po<strong>de</strong> ser vista como o conflito entre Chávez (e seus<br />

partidários) e os conservadores da região.<br />

22/07/2009 - 09h14<br />

Cristi<strong>na</strong> Kirchner inicia diálogo com gover<strong>na</strong>dores da oposição<br />

da Folha <strong>de</strong> S. Paulo, em Buenos Aires<br />

Como forma <strong>de</strong> manter o controle da agenda política após <strong>de</strong>rrota <strong>na</strong>s eleições<br />

legislativas do mês passado, o governo da Argenti<strong>na</strong> abriu ontem uma rodada<br />

<strong>de</strong> conversas com gover<strong>na</strong>dores.<br />

Pela primeira vez em seu mandato, a presi<strong>de</strong>nte Cristi<strong>na</strong> Kirchner recebeu <strong>na</strong><br />

Casa Rosada (se<strong>de</strong> do governo) o prefeito <strong>de</strong> Buenos Aires, Maurício Macri,<br />

um <strong>de</strong> seus principais opositores e pré-candidato à Presidência em 2011. A<br />

capital tem status <strong>de</strong> Província (Estado).<br />

Des<strong>de</strong> discurso no último dia 9, em que Cristi<strong>na</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u um "amplo diálogo"<br />

<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, o governo abriu quatro frentes <strong>de</strong> conversas: com gover<strong>na</strong>dores,<br />

partidos políticos, blocos opositores no Congresso e empresários.<br />

Manifestou intenção <strong>de</strong> alterar núcleos <strong>de</strong> sua política, como o controle das<br />

estatísticas e do Orçamento.<br />

Para a<strong>na</strong>listas, o governo busca dar si<strong>na</strong>is <strong>de</strong> mudança --o estilo confrontativo


do casal Cristi<strong>na</strong> e Néstor Kirchner é alvo <strong>de</strong> críticas--, além <strong>de</strong> manter a<br />

iniciativa política e ganhar tempo para se recompor, aproveitando a<br />

fragmentação opositora.<br />

Com os gover<strong>na</strong>dores, o principal tema <strong>de</strong> diálogo é a situação econômica das<br />

Províncias, que <strong>de</strong>vem fechar as contas em vermelho pelo segundo ano<br />

seguido. Macri, lí<strong>de</strong>r da aliança <strong>de</strong> centro-direita que <strong>de</strong>rrotou o governo <strong>na</strong><br />

Província <strong>de</strong> Buenos Aires, a maior do país, busca aval fe<strong>de</strong>ral para obter<br />

empréstimos inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is.<br />

23/07/2009 - 13h09<br />

Mercosul diz que economia do bloco crescerá em 2009<br />

da Efe, em Assunção<br />

O Mercosul, apesar dos efeitos da crise global, termi<strong>na</strong>rá o ano com taxas <strong>de</strong><br />

crescimento positivas <strong>na</strong> economia, mas alguns membros do maior bloco sul-<br />

americano, como o Paraguai, não resistirão às dificulda<strong>de</strong>s econômicas e<br />

fecharão 2009 em recessão.<br />

A conclusão é dos ministros da área econômica e dos presi<strong>de</strong>ntes dos bancos<br />

centrais do Mercosul (Brasil, Argenti<strong>na</strong>, Paraguai e Uruguai, com a Venezuela<br />

em processo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são), que se reuniram nesta quinta-feira, em Assunção --<br />

capital do Paraguai--, antes do encontro dos chanceleres do bloco.<br />

"Os níveis <strong>de</strong> crescimento que prevemos são mais promissores que as<br />

projeções <strong>de</strong> alguns organismos multilaterais", disse o ministro da Fazenda<br />

paraguaio, Dionisio Borda.<br />

Segundo ele, todos os membros plenos e associados do Mercosul esperam<br />

termi<strong>na</strong>r o ano com a economia em expansão, com exceção do Chile, que <strong>de</strong>ve<br />

registrar uma retração <strong>de</strong> 1%, e do Paraguai, cujo PIB <strong>de</strong>ve encolher entre 3%<br />

e 4%.<br />

As projeções do bloco indicam ainda que o país que mais <strong>de</strong>ve crescer em<br />

2009 é a Bolívia (4%).<br />

"Em nossa análise, vemos elementos comuns entre nossos países, como a<br />

manutenção <strong>de</strong> uma política macroeconômica, monetária e fiscal expansiva",<br />

cujo objetivo "é minimizar os efeitos da crise global", <strong>de</strong>clarou o ministro<br />

paraguaio.<br />

Apesar <strong>de</strong> ter citado as previsões <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong> Chile, Paraguai e Bolívia


para 2009, Borba não fez comentários sobre as economias <strong>de</strong> Brasil,<br />

Argenti<strong>na</strong>, Uruguai e Venezuela.<br />

No entanto, <strong>de</strong>stacou que todas as <strong>na</strong>ções do bloco já veem si<strong>na</strong>is <strong>de</strong><br />

recuperação <strong>na</strong> economia e esperam crescer em 2010.<br />

O encontro <strong>de</strong>sta quinta-feira também serviu para a apresentação do primeiro<br />

boletim <strong>de</strong> indicadores macroeconômicos do Mercosul. Além <strong>de</strong> conter dados<br />

da Venezuela e dos países fundadores do bloco, o documento inclui<br />

estatísticas <strong>de</strong> Bolívia e Chile, <strong>na</strong>ções associadas ao Mercosul.<br />

23/07/2009 - 16h10<br />

OEA pe<strong>de</strong> reconciliação em Honduras; Zelaya insiste em volta imediata<br />

da Folha Online<br />

Atualizado às 16h27.<br />

Diante <strong>de</strong> si<strong>na</strong>is <strong>de</strong> que a negociação da crise hondurenha chegou a um novo<br />

impasse após reunião <strong>de</strong>sta quarta-feira (22) <strong>na</strong> Costa Rica, o secretário-geral<br />

da OEA (Organização dos Estados Americanos), José Miguel Insulza, pediu<br />

nesta quinta-feira ao presi<strong>de</strong>nte hondurenho <strong>de</strong>posto, Manuel Zelaya, e ao<br />

presi<strong>de</strong>nte interino do país, Roberto Micheletti, que optem pela reconciliação e<br />

respondam "positivamente" e "logo" à nova proposta do presi<strong>de</strong>nte costa-<br />

riquenho, Óscar Arias, mediador da crise.<br />

"Todos os hondurenhos têm que refletir sobre o momento crucial que se vive.<br />

Uma resposta propícia abre caminho para a reconciliação e para o<br />

restabelecimento do funcio<strong>na</strong>mento normal do regime constitucio<strong>na</strong>l. Uma<br />

rejeição abre caminho para o confronto. Não queremos este caminho", disse<br />

Insulza em entrevista coletiva.<br />

O secretário-geral da OEA insistiu no apelo para que as partes "tomem o<br />

caminho" da reconciliação. "Esperamos que em breve haja uma resposta.<br />

Tomara que seja positiva."<br />

Mas enquanto acontecem novos protestos em Honduras contra a <strong>de</strong>posição <strong>de</strong><br />

Zelaya, os dois lados da crise si<strong>na</strong>lizam para o fracasso da negociação em<br />

torno do chamado Acordo <strong>de</strong> São José, apresentada nesta quarta-feira pelo<br />

presi<strong>de</strong>nte costa-riquenho, que prevê o retorno <strong>de</strong> Zelaya ao po<strong>de</strong>r, à frente <strong>de</strong><br />

um governo <strong>de</strong> união <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, e a anistia aos lí<strong>de</strong>res que o <strong>de</strong>rrubaram.


Arias, que ganhou o Nobel da Paz por seu papel no fim <strong>de</strong> conflitos da América<br />

Central nos anos 80, disse que não fará uma nova proposta, e que se o acordo<br />

for recusado os hondurenhos <strong>de</strong>vem recorrer à OEA em busca <strong>de</strong> um novo<br />

mediador.<br />

O presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto <strong>de</strong> Honduras já <strong>de</strong>clarou que consi<strong>de</strong>ra as negociações<br />

fracassadas e voltou a anunciar um retorno não consentido a Honduras, sem<br />

consentimento do governo interino. Zelaya, que fez o mesmo anúncio diversas<br />

outras vezes <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a <strong>de</strong>posição, em 28 <strong>de</strong> junho, afirmou que retor<strong>na</strong>rá no<br />

próximo sábado ou no domingo.<br />

"Vamos lentamente, convidando os hondurenhos a chegar com um forte<br />

contingente <strong>de</strong> hondurenhos que acompanhe", disse o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto à<br />

re<strong>de</strong> argenti<strong>na</strong> <strong>de</strong> televisão Todo Noticias (TN), afirmando que fará a entrada<br />

em Honduras através da fronteira terrestre com a Nicarágua.<br />

As <strong>de</strong>clarações parecem indicar um atraso em seus planos <strong>de</strong> volta, pois nesta<br />

quarta-feira ele tinha informado que viajaria nesta quinta-feira ao norte da<br />

Nicarágua e que nesta sexta estaria <strong>na</strong> fronteira com Honduras.<br />

No último dia 4, Zelaya embarcou em Washington em um avião cedido pelo<br />

governo Venezuelano em uma viagem que anunciou como um retorno a<br />

Honduras, mas o voo seguiu para a Nicarágua porque a pista do aeroporto <strong>de</strong><br />

Tegucigalpa foi bloqueada por carros militares. Dois apoiadores <strong>de</strong> Zelaya<br />

morreram no protesto em frente ao aeroporto --governo e manifestantes<br />

responsabilizam-se mutuamente pelas mortes.<br />

Sob pressão, e apesar <strong>de</strong> <strong>de</strong>clarações <strong>de</strong> que a negociação <strong>de</strong>sta quarta-feira<br />

<strong>na</strong> Costa Rica foi um "avanço", o governo interino não parece disposto a<br />

permitir um retorno consensual do presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto a Honduras, e muito<br />

menos ao po<strong>de</strong>r.<br />

Após a reunião, o chefe da <strong>de</strong>legação, o chanceler do governo interino Carlos<br />

López Contreras, disse que "Honduras vibra <strong>de</strong> patriotismo esta noite, como<br />

vibrou <strong>na</strong>s últimas três sema<strong>na</strong>s". Arturo Corrales, também parte da <strong>de</strong>legação,<br />

afirmou que o diálogo "triunfou".<br />

As manifestações <strong>de</strong> júbilo do governo interino relacio<strong>na</strong>m-se ao que seus<br />

representantes interpretam como um reconhecimento da comunida<strong>de</strong><br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> que foram injustas as sanções aplicadas contra Honduras<br />

após a <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> Zelaya, não a algum tipo <strong>de</strong> avanço concreto rumo à


solução da crise.<br />

Eles disseram que as propostas <strong>de</strong> Arias serão entregues ao Congresso e à<br />

Suprema Corte para avaliação, pois há assuntos que fogem à alçada do<br />

governo <strong>de</strong> Micheletti.<br />

"Arias sabe que isto não é competência do Po<strong>de</strong>r Executivo", disse Maurício<br />

Villeda, que assumiu serem poucas as chances do presi<strong>de</strong>nte interino aprove o<br />

plano que estabelece a restituição.<br />

Além da pressão exter<strong>na</strong>, o governo interino tem a oposição <strong>de</strong> sindicalistas do<br />

setor público, professores e ativistas da Frente Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> <strong>Resistência</strong>, que<br />

consi<strong>de</strong>ram ter havido um golpe <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong> Honduras. Eles bloquearam<br />

nesta quinta-feira várias estradas, em manifestação para exigir o retorno <strong>de</strong><br />

Zelaya.<br />

O movimento social, forte especialmente entre os sindicatos <strong>de</strong> professores,<br />

conseguiu também nesta quinta-feira paralisar o trabalho <strong>na</strong>s escolas e em<br />

alguns órgãos públicos <strong>de</strong> Honduras, em um momento em que a tensão<br />

política cresce no país e em que policiais estão em greve por maior salário.<br />

Histórico<br />

Zelaya foi <strong>de</strong>posto <strong>na</strong>s primeiras horas do dia 28 <strong>de</strong> junho, dia em que<br />

pretendia realizar uma consulta popular sobre mudanças constitucio<strong>na</strong>is que<br />

havia sido consi<strong>de</strong>rada ilegal pela Justiça. Com apoio da Suprema Corte e do<br />

Congresso, militares <strong>de</strong>tiveram Zelaya e o expulsaram do país, sob a alegação<br />

<strong>de</strong> que o presi<strong>de</strong>nte pretendia infringir a Constituição ao tentar passar por cima<br />

da cláusula pétrea que impe<strong>de</strong> reeleições no país.<br />

O presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto, cujo mandato termi<strong>na</strong> no início do próximo ano, nega<br />

que preten<strong>de</strong>sse continuar no po<strong>de</strong>r e se apoia <strong>na</strong> rejeição inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l ao que<br />

é amplamente consi<strong>de</strong>rado um golpe <strong>de</strong> Estado --e no auxílio fi<strong>na</strong>nceiro,<br />

político e logístico do presi<strong>de</strong>nte venezuelano, Hugo Chávez-- para <strong>de</strong>safiar a<br />

autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Micheletti e retomar o po<strong>de</strong>r.<br />

Isolado inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lmente, o presi<strong>de</strong>nte interino resiste à pressão exter<strong>na</strong> para<br />

que Zelaya seja restituído e gover<strong>na</strong> um país aparentemente dividido em<br />

relação à <strong>de</strong>stituição, mas com uma elite política e militar --além da cúpula da<br />

Igreja Católica-- unida em torno da interpretação <strong>de</strong> que houve uma sucessão<br />

legítima <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r e <strong>de</strong> que a Presidência será entregue ape<strong>na</strong>s ao presi<strong>de</strong>nte<br />

eleito em novembro --as eleições estavam marcadas antes da crise.


Com Efe e France Presse<br />

24/07/2009 - 02h24<br />

Países do Mercosul aprovam substituição do dólar em comércio<br />

da France Presse, em Assunção<br />

O Conselho do Mercado Comum do Mercosul aprovou nesta quinta-feira a<br />

substituição do dólar por moedas locais no intercâmbio comercial do bloco sul-<br />

americano. Reunidos <strong>na</strong> 37ª Cúpula <strong>de</strong> Assunção (Paraguai), os ministros dos<br />

países-membros <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m que a medida serve para enfrentar a crise<br />

econômica.<br />

Com o acordo para substituir o dólar, "toda ativida<strong>de</strong> que implique o uso <strong>de</strong><br />

dinheiro será realizada com moedas <strong>de</strong> nossos países, sem ter o dólar como<br />

referência", disse à agência <strong>de</strong> notícias France Presse o vice-ministro<br />

paraguaio das Relações Exteriores, Oscar Rodríguez. A medida "terá uma<br />

gran<strong>de</strong> repercussão em todas as ativida<strong>de</strong>s econômicas [da região]", afirmou.<br />

Paraguai e Uruguai estarão incorporados ao novo sistema <strong>de</strong> intercâmbio a<br />

partir do fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> 2010, após a conclusão <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes técnicos envolvendo os<br />

bancos centrais dos dois países.<br />

Atualmente, Brasil e Argenti<strong>na</strong> já realizam trocas comerciais usando o real e o<br />

peso argentino em seu comércio. Os dois países adotaram um acordo bilateral<br />

para o comércio em moeda local, mecanismo que beneficia principalmente as<br />

peque<strong>na</strong>s e médias empresas pela economia <strong>na</strong> intermediação <strong>de</strong> divisas com<br />

o dólar.<br />

Crescimento econômico<br />

Os ministros da Economia e presi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> bancos centrais reunidos em<br />

Assunção estimaram que o Bloco crescerá este ano com as políticas <strong>de</strong><br />

expansão adotadas para se enfrentar a crise mundial. "Os países têm adotado,<br />

em geral, políticas monetárias e fiscais expansivas para paliar o efeito da<br />

recessão mundial", <strong>de</strong>stacou o ministro da Fazenda do Paraguai, Dionisio<br />

Borda.<br />

Os relatórios dos especialistas revelam que "a maioria [dos países] terá<br />

crescimento em 2009, exceto Chile e Paraguai", <strong>de</strong>stacou Borda em entrevista<br />

coletiva.


Borda lembrou que o Chile calcula para 2009 uma queda do PIB <strong>de</strong> 1%,<br />

enquanto o Paraguai <strong>de</strong>ve sofrer um recuo <strong>de</strong> 3% a 4%. Na outra ponta, a<br />

Bolívia <strong>de</strong>ve obter um avanço do PIB <strong>de</strong> 4%. O Brasil tem uma expectativa <strong>de</strong><br />

queda <strong>de</strong> 0,34%, segundo a<strong>na</strong>listas ouvidos pelo Banco Central.<br />

"Os níveis <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong> nossos países são muito mais promissores do<br />

que os previstos pelos organismos multilaterais e os setores privados",<br />

<strong>de</strong>stacou o funcionário paraguaio, ao comentar os relatórios dos ministros<br />

presentes em Assunção.<br />

"Estamos saindo da crise, cujos ca<strong>na</strong>is <strong>de</strong> transmissão foram o setor fi<strong>na</strong>nceiro,<br />

a retração do envio <strong>de</strong> dinheiro (dos emigrantes) e a queda no comércio<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l."<br />

24/07/2009 - 11h44<br />

No Mercosul, Lula pe<strong>de</strong> restituição <strong>de</strong> Zelaya "o quanto antes"<br />

da Ansa, em Assunção<br />

O presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva voltou a <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r nesta sexta-feira o<br />

presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto <strong>de</strong> Honduras, Manuel Zelaya, <strong>na</strong> abertura da 37ª Cúpula <strong>de</strong><br />

chefes <strong>de</strong> Estado do Mercosul, que acontece <strong>na</strong> capital paraguaia, Assunção.<br />

Lula disse que Zelaya <strong>de</strong>ve voltar "o quanto antes" ao po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> seu país e<br />

elogiou os esforços da comunida<strong>de</strong> inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l em buscar a retomada da<br />

<strong>de</strong>mocracia em Honduras.<br />

Na noite <strong>de</strong>sta quinta-feira, Zelaya chegou à cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Estelí, <strong>na</strong> Nicarágua,<br />

primeira escala <strong>de</strong> seu trajeto <strong>de</strong> volta a Honduras.<br />

O presi<strong>de</strong>nte Lula disse ainda que os chefes <strong>de</strong> Estado reunidos em Assunção<br />

"não po<strong>de</strong>m tolerar" o golpe realizado no dia 28 <strong>de</strong> junho que <strong>de</strong>rrubou Zelaya<br />

do po<strong>de</strong>r e não <strong>de</strong>vem abrir mão da exigência <strong>de</strong> que o governo interino <strong>de</strong><br />

Roberto Micheletti o restitua.<br />

Na mesma linha, a presi<strong>de</strong>nte argenti<strong>na</strong>, Cristi<strong>na</strong> Kirchner, pediu nesta sexta-<br />

feira "<strong>de</strong>cisão e precisão" do Mercosul para rejeitar o golpe <strong>de</strong> Estado e exigir a<br />

restituição do po<strong>de</strong>r a Zelaya.<br />

Em seu discurso <strong>na</strong> Cúpula do Mercosul, a argenti<strong>na</strong> disse que o bloco precisa<br />

se esforçar para impedir que golpes "cívico-militares" se consoli<strong>de</strong>m <strong>na</strong><br />

América Lati<strong>na</strong>.


Segundo ela, caso contrário, seria o mesmo que "legitimar o golpe" em<br />

Honduras, que representaria "a certidão <strong>de</strong> óbito da Carta Democrática da OEA<br />

[Organização dos Estados Americanos] e da cláusula <strong>de</strong>mocrática do<br />

Mercosul".<br />

Já o presi<strong>de</strong>nte paraguaio, Fer<strong>na</strong>ndo Lugo, afirmou que "Honduras é uma<br />

ferida que sangra <strong>na</strong> <strong>de</strong>mocracia regio<strong>na</strong>l".<br />

Comércio<br />

O comércio no interior do bloco também foi tema do discurso <strong>de</strong> Lula, que<br />

propôs a adoção das moedas locais <strong>na</strong>s transações comerciais entre os<br />

países-membros do Mercosul, como já fazem Brasil e Argenti<strong>na</strong>. Atualmente, o<br />

dólar é adotado como moeda oficial no comércio interno da região.<br />

Lula também propôs aprofundar a integração e diversificar os mercados. Além<br />

disso, o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u acordos sobre temas <strong>de</strong> políticas sociais, o que<br />

está em sintonia com o pedido do presi<strong>de</strong>nte paraguaio <strong>de</strong> criar uma Secretaria<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> do Mercosul.<br />

De acordo com Lula, o Brasil aumentará voluntariamente as contribuições ao<br />

Fundo <strong>de</strong> Convergência Estrutural do Mercosul (Focem), para fi<strong>na</strong>nciar obras<br />

no Paraguai e Uruguai, países do bloco com economias menores.<br />

24/07/2009 - 11h59<br />

"Honduras é ferida que sangra <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong>", diz presi<strong>de</strong>nte<br />

paraguaio<br />

da Efe, em Assunção (Paraguai)<br />

O presi<strong>de</strong>nte do Paraguai, Fer<strong>na</strong>ndo Lugo, afirmou nesta sexta-feira que<br />

"Honduras é uma ferida que sangra <strong>na</strong> <strong>de</strong>mocracia regio<strong>na</strong>l", ao <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r o<br />

presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto Manuel Zelaya, diante da cúpula <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> Estado do<br />

Mercosul.<br />

"Este semestre foi um período difícil <strong>na</strong> economia para nossos povos e nesta<br />

dura etapa fomos surpreendidos por um ato que imaginávamos que estivesse<br />

enterrado, o golpe <strong>de</strong> Estado que <strong>de</strong>rrubou o governo constitucio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Manuel<br />

Zelaya, no dia 28 <strong>de</strong> junho", disse Lugo, <strong>na</strong> abertura da cúpula do bloco --<br />

marcada por discursos pró-Zelaya.<br />

Em seu discurso diante dos chefes <strong>de</strong> Estado do Brasil, Argenti<strong>na</strong> e Uruguai,


os <strong>de</strong>mais membros plenos do bloco, e dos Estados associados da Bolívia e<br />

Chile, Lugo pediu que "nunca em território da América surja uma ditadura que<br />

provoque o silêncio da voz".<br />

Em seu relatório <strong>de</strong> gestão da Presidência semestral do bloco, ocupada<br />

atualmente pelo Paraguai, o gover<strong>na</strong>nte lembrou o pronunciamento coletivo<br />

feito pelo Mercosul, no mesmo dia em que Zelaya foi tirado do po<strong>de</strong>r, e advertiu<br />

que esse fato "<strong>de</strong>monstrou quão frágil é a <strong>de</strong>mocracia <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong>".<br />

Lugo mencionou ainda a viagem que realizou a Washington para participar da<br />

assembleia extraordinária convocada pela OEA (Organização dos Estados<br />

Americanos) para a<strong>na</strong>lisar a crise em Honduras junto aos gover<strong>na</strong>ntes da<br />

Argenti<strong>na</strong> e do Equador.<br />

"Esse golpe não servirá <strong>de</strong> prece<strong>de</strong>nte e não ficará impune <strong>na</strong> comunida<strong>de</strong><br />

regio<strong>na</strong>l", afirmou Lugo.<br />

Lugo <strong>de</strong>stacou ainda alguns avanços no mecanismo sul-americano <strong>de</strong><br />

integração, mas se lamentou pela falta <strong>de</strong> avanços em várias questões que<br />

fazem parte dos objetivos do bloco, como a elimi<strong>na</strong>ção da cobrança dupla da<br />

Tarifa Exter<strong>na</strong> Comum e a distribuição da renda aduaneira.<br />

24/07/2009 - 14h08<br />

Equador diz que Banco do Sul entrará em operação em 2010<br />

da Efe, em Assunção<br />

O ministro coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dor da Política Econômica do Equador, Diego Borja, disse<br />

nesta sexta-feira que o Banco do Sul, integrado por sete países sul-<br />

americanos, entrará em operação em 2010.<br />

"O Banco do Sul entrará em funcio<strong>na</strong>mento em 2010. Avançamos em todos os<br />

processos para sua constituição <strong>de</strong> forma responsável", disse Borja à agência<br />

<strong>de</strong> notícias Efe, durante a Cúpula do Mercosul, em Assunção.<br />

Brasil, Argenti<strong>na</strong>, Bolívia, Equador, Paraguai, Uruguai e Venezuela selaram em<br />

maio o acordo <strong>de</strong>finitivo para i<strong>na</strong>ugurar o Banco do Sul, com um capital inicial<br />

<strong>de</strong> US$ 7 bilhões. "Superamos os empecilhos, já <strong>de</strong>finimos um esquema <strong>de</strong><br />

votação, <strong>de</strong> modo que acho que saiu <strong>de</strong> uma estag<strong>na</strong>ção, que certamente<br />

houve, e que agora já vai entrar em operação", apontou.


O ministro equatoriano explicou que os investimentos <strong>na</strong> entida<strong>de</strong> regio<strong>na</strong>l<br />

serão feitos em um prazo <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos, <strong>de</strong> acordo com o tamanho das<br />

economias <strong>de</strong> cada um dos parceiros.<br />

Segundo o estipulado em maio, o banco regio<strong>na</strong>l terá um capital inicial <strong>de</strong> US$<br />

7 bilhões, dos quais Brasil, Argenti<strong>na</strong> e Venezuela fornecerão US$ 2 bilhões,<br />

cada um. Equador e Uruguai investirão US$ 400 milhões cada um e os US$<br />

200 milhões restantes serão <strong>de</strong>sembolsados igualmente pela Bolívia e pelo<br />

Paraguai.<br />

Cada parceiro terá um voto no diretório, mas a aprovação <strong>de</strong> empréstimos<br />

maiores que US$ 70 milhões necessitará o apoio dos dois terços do capital<br />

assi<strong>na</strong>do no banco.<br />

O projeto do Banco do Sul foi lançado formalmente por lí<strong>de</strong>res e autorida<strong>de</strong>s<br />

dos sete países fundadores, em Buenos Aires, no dia 9 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2007.<br />

24/07/2009 - 16h02<br />

Brasil e Argenti<strong>na</strong> discutem sobre comércio em cúpula do Mercosul<br />

da Efe, em Assunção<br />

O presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva e sua colega argenti<strong>na</strong>, Cristi<strong>na</strong><br />

Fernán<strong>de</strong>z <strong>de</strong> Kirchner, se reuniram nesta sexta-feira em Assunção, no<br />

encerramento da Cúpula do Mercosul, on<strong>de</strong> a<strong>na</strong>lisaram temas comerciais,<br />

entre outros assuntos.<br />

"Discutimos sobre todas as questões bilaterais e concordamos que os ministros<br />

dos dois países se reunirão para repassar a agenda comum", disse a<br />

presi<strong>de</strong>nte argenti<strong>na</strong> à imprensa, no fi<strong>na</strong>l da reunião.<br />

Ela se referiu às medidas não tarifárias impostas em seu país no início do ano<br />

e que obrigaram acordos <strong>de</strong> quotas <strong>de</strong> comércio entre empresários argentinos<br />

e brasileiros. Esclareceu também que são "restrições ao comércio, mas<br />

instrumentos que estão <strong>de</strong> acordo com o Mercosul e com a OMC [Organização<br />

Mundial do Comércio]".<br />

O Brasil também aplicou este tipo <strong>de</strong> medidas, criticadas pelo Paraguai e<br />

Uruguai.<br />

Tanto o governo brasileiro como o argentino alegaram que essas medidas não<br />

tentam impossibilitar as importações <strong>de</strong> seus vizinhos, mas resistir à ofensiva


comercial <strong>de</strong> países como a Chi<strong>na</strong>, em meio à crise global. "Repassamos<br />

algumas questões <strong>de</strong> <strong>de</strong>svios <strong>de</strong> comércio à Chi<strong>na</strong> e é preciso a<strong>na</strong>lisar caso<br />

por caso e, <strong>de</strong> forma equilibrada, tomar <strong>de</strong>cisões em conjunto", afirmou, sobre<br />

seu diálogo com Lula.<br />

Por outro lado, <strong>de</strong>stacou que a Cúpula do Mercosul e países associados<br />

conseguiu pactuar uma <strong>de</strong>claração sobre Honduras, que inclui uma recusa do<br />

bloco a aceitar qualquer ação do novo governo do país, inclusive a convocação<br />

<strong>de</strong> eleições.<br />

Cristi<strong>na</strong> confirmou que falou hoje com o presi<strong>de</strong>nte hondurenho <strong>de</strong>posto,<br />

Manuel Zelaya, que tenta retor<strong>na</strong>r a seu país.<br />

Zelaya, expulso do po<strong>de</strong>r e <strong>de</strong> Honduras pelos militares no dia 28 <strong>de</strong> junho,<br />

"me agra<strong>de</strong>ceu por meu discurso <strong>na</strong> Cúpula do Mercosul e me disse que seu<br />

<strong>de</strong>sejo é retor<strong>na</strong>r a seu país, mas que seja em absoluta paz, sem clima <strong>de</strong><br />

violência", disse a presi<strong>de</strong>nte argenti<strong>na</strong>.<br />

Além disso, Cristi<strong>na</strong> reiterou que é necessário liberar as patentes das vaci<strong>na</strong>s<br />

contra a gripe suí<strong>na</strong>, para garantir que todos os países possam ter acesso a<br />

elas.<br />

A presi<strong>de</strong>nte argenti<strong>na</strong> afirmou que os laboratórios da região têm capacida<strong>de</strong><br />

"para cobrir a cota que os países centrais dizem que não conseguirão alcançar<br />

para satisfazer a <strong>de</strong>manda mundial".<br />

25/07/2009 - 09h20<br />

Mercosul diz que não reconhecerá eleição organizada por golpistas em<br />

Honduras<br />

THIAGO GUIMARÃES<br />

enviado especial da Folha <strong>de</strong> S.Paulo a Assunção<br />

Os presi<strong>de</strong>ntes dos países do Mercosul exprimiram ontem, em Assunção, seu<br />

apoio ao presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto <strong>de</strong> Honduras, Manuel Zelaya, e reafirmaram que<br />

não consi<strong>de</strong>rarão como legítimas eleições realizadas pelo governo golpista -a<br />

eleição presi<strong>de</strong>ncial para escolher o sucessor <strong>de</strong> Zelaya, marcada para<br />

novembro, teve a data mantida após o golpe.<br />

"Não po<strong>de</strong>mos tolerar a ficção <strong>de</strong> um governo que <strong>de</strong>stitui outro <strong>de</strong>mocrático e<br />

<strong>de</strong>pois se compromete a convocar eleições, e então se reconhece esse


processo eleitoral", afirmou a presi<strong>de</strong>nte da Argenti<strong>na</strong>, Cristi<strong>na</strong> Kirchner.<br />

Para ela, o aval a uma eleição convocada pelos golpistas seria o "atestado <strong>de</strong><br />

óbito da Carta Democrática da OEA [Organização dos Estados Americanos]",<br />

com base <strong>na</strong> qual Honduras foi suspensa da entida<strong>de</strong>.<br />

O paraguaio Fer<strong>na</strong>ndo Lugo afirmou que Honduras representa "uma ferida que<br />

sangra <strong>na</strong> <strong>de</strong>mocracia regio<strong>na</strong>l". O presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva disse<br />

apoiar esforços da comunida<strong>de</strong> inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l pela restituição <strong>de</strong> Zelaya "no<br />

mais breve prazo possível".<br />

Os chefes <strong>de</strong> Estado do Mercosul (formado por Brasil, Argenti<strong>na</strong>, Paraguai e<br />

Uruguai) e dos países associados ao bloco (Venezuela, Colômbia, Chile,<br />

Equador, Peru e Bolívia) divulgaram <strong>de</strong>claração conjunta em repúdio ao golpe.<br />

Segundo o texto, o Mercosul promoverá a aprovação <strong>de</strong> resolução <strong>na</strong> OEA<br />

para garantir que a suspensão <strong>de</strong> Honduras da entida<strong>de</strong> não po<strong>de</strong>rá ser<br />

revertida a partir <strong>de</strong> "atos unilaterais <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>s ilegítimas" -ou seja, a<br />

realização <strong>de</strong> eleições pelos golpistas.<br />

O apoio a Zelaya veio inclusive do chanceler da Colômbia, Jaime Bermú<strong>de</strong>z,<br />

que cobrou "o retorno imediato da constitucio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> a Honduras, para evitar<br />

que se crie um antece<strong>de</strong>nte que nenhum país da região está disposto a<br />

aceitar".<br />

Na segunda, o presi<strong>de</strong>nte colombiano, Álvaro Uribe, recebeu comitiva do<br />

governo interino hondurenho --outros países da região con<strong>de</strong><strong>na</strong>m qualquer<br />

diálogo com os golpistas.<br />

26 DE JULHO DE 2009 - 16h54 (Site ‘Vermelho’)<br />

Chile: com 74% <strong>de</strong> aprovação, Bachelet tenta fazer sucessor<br />

Nunca antes <strong>na</strong> história do Chile re<strong>de</strong>mocratizado — <strong>de</strong> 1990 para cá — houve<br />

um presi<strong>de</strong>nte tão popular como Michelle Bachelet. Em julho, ela atingiu 74%<br />

<strong>de</strong> aprovação e <strong>de</strong>volveu à sua <strong>de</strong>sgastada coalizão centro-esquerdista a<br />

esperança <strong>de</strong> eleger seu quinto presi<strong>de</strong>nte <strong>na</strong>s eleições <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro.<br />

Há um ano, nem seus apoiadores mais entusiastas arriscariam o cenário<br />

acima: em 2008 Bachelet tinha aprovação media<strong>na</strong> e via o megaempresário<br />

Sebastián Piñera, candidato presi<strong>de</strong>ncial direitista que ela <strong>de</strong>rrotou em 2006,


tomar ampla dianteira <strong>na</strong>s pesquisas.<br />

A virada <strong>de</strong> roteiro veio com a crise econômica, que redimiu a presi<strong>de</strong>nte<br />

acusada, à direita e à esquerda, <strong>de</strong> falta <strong>de</strong> ousadia. Ora por não promover<br />

bastante crescimento, ora por não aplicar a contento o dinheiro gerado pela<br />

alta do cobre, meta<strong>de</strong> das exportações do país, <strong>na</strong> redução da <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> ou<br />

em reformas <strong>na</strong> educação.<br />

Foi então que a austera política econômica <strong>de</strong> Bachelet <strong>de</strong>u o troco. O<br />

fi<strong>na</strong>nciamento <strong>de</strong> um pacote <strong>de</strong> estímulo, <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 3% do PIB, veio <strong>de</strong> parte<br />

dos US$ 21 bilhões gerados pelo cobre e poupados em um fundo soberano no<br />

exterior. Bachelet lançou planos <strong>de</strong> obras, distribuiu subsídios, reduziu<br />

impostos e reforçou também programas <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> renda.<br />

O governo acelerou ainda a incorporação <strong>de</strong> idosos pobres <strong>na</strong> Previdência<br />

"solidária", parte da reforma do sistema, prioritária para Bachelet, <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>da a<br />

reverter excessos da reforma ultraliberal feita por Augusto Pinochet (1973-<br />

1990).<br />

A aprovação da gestão tornou mais frequente no discurso do oposicionista<br />

Piñera a promessa <strong>de</strong> que ele vai "manter e ampliar" a "re<strong>de</strong> <strong>de</strong> proteção<br />

social" <strong>de</strong> Bachelet, enquanto sumiram ataques diretos a ela, num dilema<br />

parecido ao da oposição ante Luiz Inácio Lula da Silva e o Bolsa Família.<br />

Renovação<br />

O candidato direitista, <strong>de</strong> 59 anos, segue li<strong>de</strong>rando as pesquisas. Mas em<br />

junho, pela primeira vez, ele empatou tecnicamente com o nome da aliança<br />

governista, a Concertação, <strong>na</strong> simulação <strong>de</strong> segundo turno. O cientista político<br />

Patrício Navia, professor da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Nova York, diz que a<br />

popularida<strong>de</strong> da presi<strong>de</strong>nte ajudou nesse resultado — mas que também influiu<br />

o estoque <strong>de</strong> votos centro-esquerdistas <strong>na</strong> tradicio<strong>na</strong>l polarização do eleitorado<br />

chileno.


Para forçar que a balança penda para seu lado, Piñera apela com um<br />

argumento difícil <strong>de</strong> rebater: o <strong>de</strong> que é hora <strong>de</strong> mudar após 20 anos <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r<br />

da Concertação, que tem no Partido Socialista (PS), <strong>de</strong> Bachelet, e <strong>na</strong><br />

Democracia Cristã (DC), centrista, seus pilares.<br />

A mensagem tem mais eco diante da escolha dos governistas para a disputa: o<br />

se<strong>na</strong>dor e ex-presi<strong>de</strong>nte (1994-2000) Eduardo Frei, <strong>de</strong> 67 anos, da DC. Frei,<br />

mais conservador que Bachelet em termos econômicos e comportamentais,<br />

como o aborto, ganhou a candidatura diante da <strong>de</strong>sistência em disputar as<br />

primárias do ex-presi<strong>de</strong>nte Ricardo Lagos (PS), e do secretário-geral da OEA,<br />

José Miguel Insulza.<br />

28/07/2009 - 05h58<br />

Queda <strong>na</strong> <strong>de</strong>manda brasileira por gás "diminui PIB da Bolívia"<br />

MARCIA CARMO<br />

da BBC Brasil, em Buenos Aires<br />

A redução da <strong>de</strong>manda brasileira pelo gás boliviano provocou uma queda no<br />

Produto Interno Bruto (PIB) da Bolívia no primeiro trimestre <strong>de</strong>ste ano em<br />

comparação ao mesmo período <strong>de</strong> 2008, <strong>de</strong> acordo com o ministro boliviano da<br />

Economia e Fi<strong>na</strong>nças, Luis Arce.<br />

O ministro disse que a economia bolivia<strong>na</strong> registrou crescimento <strong>de</strong> 2,11%<br />

neste período <strong>de</strong> 2009, muito aquém dos 6% registrados em 2008.<br />

"Este crescimento <strong>de</strong> 2,11% está ligado ao setor <strong>de</strong> hidrocarbonetos porque<br />

não foi possível conseguir a produção esperada e é um efeito da redução da<br />

<strong>de</strong>manda do Brasil", afirmou.<br />

O ministro afirmou ainda que, além da queda no PIB, o governo registrou<br />

também um recuo <strong>de</strong> 19,9% <strong>na</strong> produção <strong>de</strong> hidrocarbonetos durante o mesmo<br />

período.<br />

As <strong>de</strong>clarações do ministro foram feitas à emissora <strong>de</strong> rádio bolivia<strong>na</strong> Patria<br />

Nueva e confirmadas por seus assessores à BBC Brasil.<br />

Demanda<br />

Segundo os ministérios da Economia e dos Hidrocarbonetos, a Bolívia espera<br />

que o Brasil volte a incrementar as compras do gás boliviano.


"O Brasil precisa <strong>de</strong> gás e temos condições <strong>de</strong> aumentar nossa produção",<br />

disse Arce. Diante <strong>de</strong>sta expectativa, o governo não mudou, até o momento,<br />

sua previsão <strong>de</strong> crescimento econômico <strong>de</strong> 4% do PIB para este ano.<br />

A <strong>de</strong>manda brasileira pelo gás boliviano costuma variar diariamente, mas nos<br />

últimos dias foi registrada redução <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 10 milhões <strong>de</strong> metros cúbicos<br />

diários.<br />

De acordo com fontes do governo, o Brasil costuamava comprar cerca <strong>de</strong> 31<br />

milhões <strong>de</strong> metros cúbicos diários e passou a comprar ape<strong>na</strong>s 21 milhões<br />

recentemente.<br />

Importação<br />

Fontes do ministério <strong>de</strong> Hidrocarbonetos afirmaram à BBC Brasil que a<br />

diminuição <strong>na</strong> <strong>de</strong>manda brasileira fez a Bolívia produzir menos, levando o país<br />

a ter que importar gás liquefeito <strong>de</strong> petróleo (GLP), gasoli<strong>na</strong> e diesel da<br />

Argenti<strong>na</strong> e do Chile para aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>manda inter<strong>na</strong>.<br />

O presi<strong>de</strong>nte da petroleira estatal Yacimientos Petroliferos Fiscales Bolivianos<br />

(YPFB), Carlos Villegas, concordou que a produção caiu porque diminuiu a<br />

<strong>de</strong>manda brasileira <strong>de</strong> gás.<br />

Para assessores da Câmara Bolivia<strong>na</strong> <strong>de</strong> Hidrocarbonetos, no entanto, além da<br />

redução da <strong>de</strong>manda brasileira por gás, a queda <strong>na</strong> produção do setor também<br />

ocorre <strong>de</strong>vido à baixa <strong>na</strong> ativida<strong>de</strong> nos campos petroleiros antigos.<br />

A<strong>na</strong>listas <strong>de</strong> diferentes tendências, como o economista Carlos Alberto López, já<br />

previam queda nesta produtivida<strong>de</strong> diante da redução nos investimentos,<br />

registrada pela Câmara após o processo <strong>de</strong> <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lização do setor, a partir <strong>de</strong><br />

2006.<br />

Segundo a imprensa local, a produção <strong>de</strong> gás <strong>na</strong>tural caiu, nos primeiros<br />

meses <strong>de</strong>ste ano, <strong>de</strong> 42 milhões para 32 milhões <strong>de</strong> metros cúbicos diários. O<br />

gás é a primeira fonte <strong>de</strong> riqueza da economia bolivia<strong>na</strong>.<br />

Dossier <strong>de</strong> la ofici<strong>na</strong> <strong>de</strong> la CIA en Chile acusa a Piñera (Ofici<strong>na</strong> <strong>de</strong> prensa –<br />

Partido Comunista <strong>de</strong> Chile)<br />

Santiago 24 julio 2009.- Los documentos que el periódico El Siglo puso en<br />

conocimiento <strong>de</strong> la ciudadanía <strong>de</strong>muestran, no sólo la pertenencia <strong>de</strong><br />

Sebastián Piñera Echenique al entorno más inmediato y cercano a Augusto<br />

Pinochet, sino confirman la relación directa entre esa condición <strong>de</strong> afinidad y el


origen <strong>de</strong> su fortu<strong>na</strong>.<br />

Los documentos <strong>de</strong> la CIA muestran no sólo el nivel <strong>de</strong> influencias, incluyendo<br />

u<strong>na</strong> gestión <strong>de</strong> lobby <strong>de</strong>l Embajador <strong>de</strong> Estados Unidos James Theberge con el<br />

Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> la Corte Suprema, Rafael Reta<strong>na</strong>l, sino también la operación <strong>de</strong><br />

inteligencias que lo sacó <strong>de</strong>l país mientras tenía or<strong>de</strong>n <strong>de</strong> <strong>de</strong>tención, sin<br />

perjuicio <strong>de</strong> que la investigación judicial concluyó con la con<strong>de</strong><strong>na</strong> <strong>de</strong> dos <strong>de</strong> los<br />

implicados en la estafa al Banco <strong>de</strong> Talca, mencio<strong>na</strong>dos también en los<br />

documentos, quienes pasaron u<strong>na</strong> respetable temporada tras las rejas.<br />

El primero <strong>de</strong> los documentos es u<strong>na</strong> recopilación <strong>de</strong> antece<strong>de</strong>ntes y un<br />

análisis sobre el ciudadano chileno Miguel Juan Sebastián Piñera Echeñique,<br />

or<strong>de</strong><strong>na</strong>da por el Departamento <strong>de</strong> Comunicaciones <strong>de</strong> la Embajada <strong>de</strong> Estados<br />

Unidos en Santiago, que lleva el número WSA/Was/3215B, registra entrada <strong>de</strong><br />

datos los años 1975, 1984 y 1990, y dice relación con el lavado <strong>de</strong> activos,<br />

constitución <strong>de</strong> empresas ficticias, cohecho y asociación ilícita, actos todos<br />

relacio<strong>na</strong>dos con la intervención y liquidación <strong>de</strong>l Banco <strong>de</strong> Talca, en 1982.<br />

El documento informa que el padre <strong>de</strong> Piñera, José Piñera Carvallo, era<br />

colaborador <strong>de</strong> la CIA <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1965, y que José Piñera Echeñique, hermano <strong>de</strong><br />

Sebastián, quien se <strong>de</strong>sempeñó como Ministro <strong>de</strong>l Trabajo y <strong>de</strong> Minería era<br />

colaborador directo y a<strong>na</strong>lista fi<strong>na</strong>nciero <strong>de</strong> la familia Pinochet.<br />

Empresas fictícias<br />

A continuación viene un listado <strong>de</strong> empresas ficticias constituidas para recibir<br />

créditos <strong>de</strong>l Banco <strong>de</strong> Talca y “comprar acciones <strong>de</strong>l propio banco”. El<br />

documento atribuye la autoría intelectual <strong>de</strong> esa asociación ilícita a José Piñera<br />

Echeñique, Carlos Massad y Sebastián Piñera Echeñique.<br />

Agrega que en virtud <strong>de</strong> ella, se crearon cerca <strong>de</strong> ochenta empresas ficticias<br />

que “utilizaban beneficios que otorgaba el Banco central <strong>de</strong> Chile para sus<br />

exportadores”. Entre las empresas, mencio<strong>na</strong> a Infinco, Inversiones Río Claro,<br />

Indac, Inversiones Sevilla, Los Montes, Tamarugal, Lagu<strong>na</strong> Ver<strong>de</strong>, Forestal Los<br />

Lirios y Fi<strong>na</strong>nciera Con<strong>de</strong>ll, entre otras. En conexión con el lavado <strong>de</strong> activos,<br />

aparecen mencio<strong>na</strong>das Calaf S.A.C.I., Lan Chile, Bancard, Fincard y<br />

Aerolíneas Escandi<strong>na</strong>vas, SAS.<br />

Miguel Calaf y Alberto Danioni, piezas claves junto con Sebastián Piñera, <strong>de</strong> la<br />

asociación ilícita para <strong>de</strong>fraudar al Banco <strong>de</strong> Talca, estuvieron varios meses<br />

<strong>de</strong>tenidos en Capuchinos y fi<strong>na</strong>lmente fueron con<strong>de</strong><strong>na</strong>dos a tres años <strong>de</strong> cárcel


por el magistrado Correa Bulo, sentencia ratificada en todas las instancias por<br />

las cortes superiores, incluido el recurso <strong>de</strong> casación.<br />

Piñera prófugo <strong>de</strong> la justicia<br />

De acuerdo con el número 1 <strong>de</strong>l documento, el Jefe <strong>de</strong> la CIA en Santiago<br />

informa <strong>de</strong> la reunión que sostuvo el Ministro Consejero para Asuntos<br />

Latinoamericanos, George Jones, con José Piñera Carvallo, padre <strong>de</strong><br />

Sebastián y su primo hermano, Herman Chadwick Piñera.<br />

El número 2 informa que en dicha reunión se estableció u<strong>na</strong> “acción <strong>de</strong><br />

contrainteligencia”, eufemísticamente <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>da “neutralización”, consistente<br />

en sacar <strong>de</strong>l país a Sebastián Piñera y su trasladado vía Argenti<strong>na</strong> y México.<br />

El documento agrega que esa “colaboración” fue or<strong>de</strong><strong>na</strong>da por Aguila 1,<br />

<strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>ción en clave que <strong>de</strong>sig<strong>na</strong> al Embajador <strong>de</strong> Estados Unidos en<br />

Santiago, cargo que en ese entonces <strong>de</strong>sempeñaba el conservador James<br />

Theberge, y que para ella se recurrió a Fer<strong>na</strong>ndo Quijano.<br />

Quijano, <strong>de</strong> <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lidad mexica<strong>na</strong>, aparece vinculado no sólo a<br />

organizaciones <strong>de</strong> ultra<strong>de</strong>recha, sino también a re<strong>de</strong>s neofascitas, tales como<br />

la Junta Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Comités Laborales, el Movimiento <strong>de</strong> Solidaridad<br />

Iberoamerica<strong>na</strong>, MSIA, y la Unión Nacio<strong>na</strong>l Si<strong>na</strong>rquista.<br />

Recurso <strong>de</strong> amparo<br />

Los números <strong>de</strong> rol 428-82 y 430-82, correspon<strong>de</strong>n a los recursos <strong>de</strong> amparo<br />

presentados por Sebastián Piñera, Carlos Massad y Emiliano Figueroa en<br />

contra <strong>de</strong> la resolución <strong>de</strong>l juez Luis Correa Bulo, que los encargó reos como<br />

autores <strong>de</strong>l <strong>de</strong>lito <strong>de</strong> Defraudación al Banco <strong>de</strong> Talca y otros ilícitos.<br />

El 8 <strong>de</strong> septiembre <strong>de</strong> 1982, la Séptima Sala <strong>de</strong> la Corte <strong>de</strong> Apelaciones<br />

rechazó el recurso <strong>de</strong> amparo, por dos votos, <strong>de</strong> los ministros Osvaldo<br />

Faún<strong>de</strong>z y Servando Jordán, contra uno, <strong>de</strong>l Ministro Enrique Zurita.<br />

El voto <strong>de</strong> mayoría estableció que “el mérito <strong>de</strong> los autos que se tienen a la<br />

vista, resulta que el mandamiento <strong>de</strong> prisión para los querellantes Sebastián<br />

Piñera Echenique, Emiliano Figueroa Sandoval y Carlos Massad Abud, ha sido<br />

expedido en caso previsto por la ley y con méritos <strong>de</strong> antece<strong>de</strong>ntes que lo<br />

justifican y <strong>de</strong> conformidad, también, con lo dispuesto en el artículo 306 <strong>de</strong>l<br />

Código <strong>de</strong> Procedimiento Pe<strong>na</strong>l".<br />

El origen <strong>de</strong> la trama remonta al 2 <strong>de</strong> noviembre <strong>de</strong> 1981, fecha en que el<br />

Banco <strong>de</strong> Talca fue intervenido por la Superinten<strong>de</strong>ncia <strong>de</strong> Bancos e


Instituciones Fi<strong>na</strong>ncieras, <strong>de</strong>bido a que se encontraba en estado cesación <strong>de</strong><br />

pagos, con u<strong>na</strong> <strong>de</strong>uda con el Banco Central cerca<strong>na</strong> a los 40 millones <strong>de</strong><br />

dólares. La causa rol Nº 99.971-6, <strong>de</strong>l 20 <strong>de</strong> mayo <strong>de</strong> 1982, fue iniciada por<br />

u<strong>na</strong> querella presentada por el liquidador <strong>de</strong>l banco, Eugenio Silva Risopatrón,<br />

contra los socios controladores y quienes resultaran responsables <strong>de</strong> los ilícitos<br />

que precipitaron la intervención y posterior liquidación <strong>de</strong>l banco.<br />

Otros antece<strong>de</strong>ntes<br />

Detalles pormenorizados <strong>de</strong>l proceso, que dicho sea <strong>de</strong> paso, se encuentra<br />

<strong>de</strong>saparecido <strong>de</strong>s<strong>de</strong> el Archivo Judicial, fueron suministrados por el diario La<br />

Nación el 19 <strong>de</strong> abril pasado.<br />

"El Siglo" tiene en su po<strong>de</strong>r los facsímiles <strong>de</strong> los documentos <strong>de</strong>sclasificados<br />

<strong>de</strong> la CIA. A raíz <strong>de</strong> estas <strong>de</strong>nuncias, el periodista Francisco Herreros fue<br />

ame<strong>na</strong>zado <strong>de</strong> muerte el 24 <strong>de</strong> junio pasado por un "Comando Vengadores 11<br />

<strong>de</strong> Septiembre".<br />

Simultáneamente a la difusión <strong>de</strong> estos datos sobre Piñera, la ex ministra <strong>de</strong><br />

Justicia <strong>de</strong> la dictadura, Mónica Madariaga reveló -en entrevista para un ca<strong>na</strong>l<br />

<strong>de</strong> TV en San Antonio, a Patricio Tombilini- que ella recibió presiones <strong>de</strong> la<br />

dictadura para proteger a Piñera <strong>de</strong> la acción <strong>de</strong> la justicia. Más tar<strong>de</strong>, el propio<br />

juez que investigó el caso, Luis Correa Bulo reconoció estas mismas presiones<br />

que impidieron la <strong>de</strong>tención <strong>de</strong>l empresario. También se hizo pública la or<strong>de</strong>n<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>tención y la <strong>de</strong>claración <strong>de</strong> su esposa, Alicia Morel <strong>de</strong> Piñera quien afirmó<br />

que su esposo se había ausentado <strong>de</strong>l domicilion "sin siquiera <strong>de</strong>spedirse".<br />

Por su parte, otro implicado en el caso, el ex presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>l Banco <strong>de</strong> Talca,<br />

Carlos Massad -quien fuera presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>l Banco Central- afirmó que él<br />

"siempre dio la cara".<br />

Otros antece<strong>de</strong>ntes sobre el caso están siendo publicados en sucesivas<br />

ediciones <strong>de</strong>l periódico "El Siglo"<br />

29/07/2009<br />

Nike e Adidas pressio<strong>na</strong>m EUA por solução em Honduras<br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 14:05<br />

“As fabricantes <strong>de</strong> artigos esportivos Nike e Adidas e as confecções Gap e<br />

Knight Apparel enviaram uma carta ao Departamento <strong>de</strong> Estado americano


pedindo uma solução pacífica para a crise política em Honduras...As quatro<br />

empresas fabricam parte <strong>de</strong> produtos no país da América Central, e se dizem<br />

"profundamente preocupadas pelos recentes acontecimentos"...”<br />

Nike e Adidas pressio<strong>na</strong>m EUA por solução em Honduras<br />

As fabricantes <strong>de</strong> artigos esportivos Nike e Adidas e as confecções Gap e<br />

Knight Apparel enviaram uma carta ao Departamento <strong>de</strong> Estado americano<br />

pedindo uma solução pacífica para a crise política em Honduras.<br />

As quatro empresas fabricam parte <strong>de</strong> produtos no país da América Central, e<br />

se dizem "profundamente preocupadas pelos recentes acontecimentos".<br />

"Enten<strong>de</strong>mos que existem graves divergências entre o presi<strong>de</strong>nte eleito (o<br />

<strong>de</strong>posto Manuel Zelaya), o Congresso e a Suprema Corte, mas essas<br />

diferenças <strong>de</strong>veriam ser resolvidas através <strong>de</strong> um diálogo pacífico e<br />

<strong>de</strong>mocrático, em vez <strong>de</strong> ações militares", diz a carta, en<strong>de</strong>reçada à secretária<br />

<strong>de</strong> Estado, Hillary Clinton, e com cópia enviada ao secretário-geral da<br />

Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza.<br />

As companhias garantem que "não apoiam nem apoiarão nenhuma das partes<br />

<strong>na</strong> disputa inter<strong>na</strong>", mas consi<strong>de</strong>ram necessário unir as vozes da comunida<strong>de</strong><br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m "a restauração da <strong>de</strong>mocracia em Honduras".<br />

A carta rompe com o que vinha sendo até agora a posição do setor privado<br />

hondurenho em relação à <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> Zelaya, no último dia 28 <strong>de</strong> junho, que<br />

é majoritariamente favorável ao governo interino nomeado pelo Congresso e<br />

li<strong>de</strong>rado por Roberto Micheletti.<br />

'Liberda<strong>de</strong>s civis'<br />

A assessoria <strong>de</strong> imprensa da Nike disse à BBC Mundo que "até o momento<br />

não houve nenhuma interrupção <strong>de</strong> sua produção" em Honduras.<br />

"Apresentamos esta carta junto com as outras marcas porque sentimos que<br />

po<strong>de</strong>mos enviar uma mensagem mais forte a partir da união das empresas em<br />

apoio a assuntos como este", disse a assessoria, por e-mail.<br />

"Sempre <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>mos energicamente os direitos e as liberda<strong>de</strong>s civis dos<br />

trabalhadores contratados por nossas fábricas ao redor do mundo", segue a<br />

mensagem.<br />

A iniciativa das empresas foi elogiada pela Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> Solidarieda<strong>de</strong> a<br />

Manufatureiros (MSN, <strong>na</strong> sigla em inglês), uma organização com se<strong>de</strong> no


Ca<strong>na</strong>dá que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> os direitos dos trabalhadores empregados pelas<br />

chamadas "maquiladoras" (fábricas que fi<strong>na</strong>lizam produtos para empresas<br />

estrangeiras), em todo o mundo.<br />

Segundo Linda Yanz, diretora da MSN, esta é a primeira vez que companhias<br />

que utilizam "maquiladoras" se pronunciam a favor da constitucio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> em<br />

alguns dos países do Terceiro Mundo on<strong>de</strong> atuam.<br />

"Seguir fazendo negócios como <strong>de</strong> costume não é uma opinião. Estas marcas<br />

não estão tomando posição <strong>na</strong> política inter<strong>na</strong> do país, mas estão dizendo que<br />

as divergências <strong>de</strong>vem ser resolvidas pacificamente", disse Yanz à BBC<br />

Mundo.<br />

Mas para Jesús Ca<strong>na</strong>huati, diretor da Associação Hondurenha <strong>de</strong><br />

Maquiladores, as empresas assi<strong>na</strong>ntes da carta estão tomando partido.<br />

"Elas estão dizendo que em Honduras não há <strong>de</strong>mocracia", afirmou ele à BBC<br />

Mundo. "Mas aqui não há um governo militar mandando em nenhuma<br />

instituição."<br />

"Estas empresas não têm que se pronunciar porque os temas ainda não estão<br />

esclarecidos", disse Ca<strong>na</strong>huati, referindo-se ao <strong>de</strong>bate sobre a legalida<strong>de</strong> do<br />

mecanismo que tirou Zelaya do po<strong>de</strong>r e que divi<strong>de</strong> os hondurenhos.<br />

A crise política em Honduras eclodiu <strong>de</strong>pois que Zelaya tentou fazer uma<br />

consulta pública para perguntar se a população apoiava suas medidas para<br />

mudar a Constituição.<br />

A oposição era contra a proposta <strong>de</strong> Zelaya <strong>de</strong> acabar com o atual limite <strong>de</strong><br />

ape<strong>na</strong>s um mandato por presi<strong>de</strong>nte, o que po<strong>de</strong>ria abrir caminho para uma<br />

reeleição do atual presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto.<br />

29/07/2009<br />

Brasil pe<strong>de</strong> 'transparência' da Colômbia sobre acordo militar com EUA<br />

BBC Brasil<br />

Acesso: 14:55<br />

“O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, disse nesta<br />

quarta-feira, em Brasília, que a Colômbia <strong>de</strong>veria ser mais “transparente” sobre<br />

o acordo militar com os Estados Unidos, que está em processo <strong>de</strong><br />

negociação... O acordo, que po<strong>de</strong>rá transformar a Colômbia no principal reduto<br />

das operações america<strong>na</strong>s <strong>na</strong> América do Sul, tem sido criticado sobretudo


pelo presi<strong>de</strong>nte da Venezuela, Hugo Chávez....A parceria entre colombianos e<br />

americanos é apontada, inclusive, como um dos motivos que levaram a<br />

Venezuela a suspen<strong>de</strong>r suas relações com a Colômbia, nesta terça-feira...”<br />

Brasil pe<strong>de</strong> 'transparência' da Colômbia sobre acordo militar com EUA<br />

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, disse nesta<br />

quarta-feira, em Brasília, que a Colômbia <strong>de</strong>veria ser mais “transparente” sobre<br />

o acordo militar com os Estados Unidos, que está em processo <strong>de</strong> negociação.<br />

“Eu acho, pessoalmente, que se há uma preocupação sobre o novo acordo<br />

militar da Colômbia com os Estados Unidos, seria bom - e eu disse isso ao<br />

chanceler colombiano - seria bom que a Colômbia diga transparentemente o<br />

que é”, disse o chanceler brasileiro.<br />

O acordo, que po<strong>de</strong>rá transformar a Colômbia no principal reduto das<br />

operações america<strong>na</strong>s <strong>na</strong> América do Sul, tem sido criticado sobretudo pelo<br />

presi<strong>de</strong>nte da Venezuela, Hugo Chávez.<br />

A parceria entre colombianos e americanos é apontada, inclusive, como um<br />

dos motivos que levaram a Venezuela a suspen<strong>de</strong>r suas relações com a<br />

Colômbia, nesta terça-feira.<br />

Em um comunicado transmitido em re<strong>de</strong> <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> televisão, o presi<strong>de</strong>nte da<br />

Venezuela, Hugo Chávez, or<strong>de</strong>nou a retirada do embaixador e <strong>de</strong> outros<br />

diplomatas venezuelanos da Colômbia e suspen<strong>de</strong>u as relações diplomáticas<br />

com Bogotá após uma acusação, pelo governo colombiano, <strong>de</strong> um suposto<br />

<strong>de</strong>svio <strong>de</strong> armas para as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).<br />

Confiança<br />

Na avaliação <strong>de</strong> Amorim, uma discussão mais profunda sobre o acordo militar<br />

po<strong>de</strong>ria ajudar a “recriar a confiança” entre os dois países, “como já foi recriada<br />

outras vezes”, disse.<br />

O ministro disse que ainda não conseguiu conversar com seus colegas <strong>de</strong><br />

Venezuela e Colômbia, mas que, <strong>de</strong> uma forma geral, “o Brasil sempre<br />

trabalhou para a reconciliação entre os dois países”.<br />

“São amigos nossos, ambos têm boas relações com o Brasil”, acrescentou.<br />

Tensão<br />

As tensões entre Caracas e Bogotá aumentaram <strong>de</strong> maneira significativa <strong>na</strong>s<br />

últimas sema<strong>na</strong>s, principalmente <strong>de</strong>pois do anúncio, feito pelo governo<br />

colombiano, do possível acordo com os Estados Unidos sobre o uso, pelo


Exército americano, <strong>de</strong> três bases militares <strong>na</strong> Colômbia.<br />

O acordo prevê a entrega das instalações <strong>de</strong> pelo menos três bases aéreas <strong>na</strong><br />

Colômbia ao Exército dos EUA, o que facilitaria as operações contra o<br />

terrorismo e a produção <strong>de</strong> drogas.<br />

A Colômbia já é um dos principais beneficiários da ajuda militar dos EUA <strong>na</strong><br />

região.<br />

As negociações para o novo acordo foram iniciadas <strong>de</strong>pois que o Exército<br />

americano <strong>de</strong>volveu as instalações da base militar <strong>de</strong> Manta ao governo do<br />

Equador. A base servia como o centro das operações dos EUA <strong>na</strong> região há<br />

pelo menos uma década.<br />

Além do possível acordo militar, a tensão se intensificou <strong>na</strong> segunda-feira,<br />

<strong>de</strong>pois da afirmação, feita pelo governo colombiano, <strong>de</strong> que havia capturado<br />

armas usadas por guerrilheiros das Farc e que os armamentos haviam sido<br />

produzidos <strong>na</strong> Suécia e vendidos à Venezuela <strong>na</strong> década <strong>de</strong> 1980.<br />

A existência <strong>de</strong>stas armas <strong>na</strong>s mãos da guerrilha po<strong>de</strong>ria ser interpretada<br />

como um indício <strong>de</strong> eventuais vínculos entre as Farc e o governo <strong>de</strong> Hugo<br />

Chávez.<br />

O governo sueco pediu explicações a Caracas sobre como as armas, que<br />

incluem lançadores <strong>de</strong> foguetes, foram parar <strong>na</strong>s mãos dos rebel<strong>de</strong>s da<br />

guerrilha.<br />

Como resposta, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Nicolas<br />

Maduro, afirmou que existe uma campanha “suja e vulgar” contra seu país que<br />

preten<strong>de</strong> justificar o possível acordo entre Colômbia e Estados Unidos.<br />

29/07/2009<br />

Análise: Crise em Honduras reflete batalha i<strong>de</strong>ológica <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong><br />

Fonte: BBC Brasil<br />

Acesso: 16:10<br />

“Des<strong>de</strong> que Manuel Zelaya foi <strong>de</strong>posto da Presidência <strong>de</strong> Honduras pelos que<br />

se opunham ao seu plano <strong>de</strong> mudanças constitucio<strong>na</strong>is, o país está em<br />

crise...O conflito reflete uma batalha i<strong>de</strong>ológica que está ocorrendo por toda a<br />

América Lati<strong>na</strong>... Na América Lati<strong>na</strong>, assim como em outros lugares, os<br />

conflitos constitucio<strong>na</strong>is costumam refletir batalhas pelo po<strong>de</strong>r...”<br />

Análise: Crise em Honduras reflete batalha i<strong>de</strong>ológica <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong>


Des<strong>de</strong> que Manuel Zelaya foi <strong>de</strong>posto da Presidência <strong>de</strong> Honduras pelos que<br />

se opunham ao seu plano <strong>de</strong> mudanças constitucio<strong>na</strong>is, o país está em crise.<br />

O conflito reflete uma batalha i<strong>de</strong>ológica que está ocorrendo por toda a<br />

América Lati<strong>na</strong>, segundo o professor <strong>de</strong> Política Comparativa e da América<br />

Lati<strong>na</strong> <strong>na</strong> London School of Economics George Philip.<br />

Na América Lati<strong>na</strong>, assim como em outros lugares, os conflitos constitucio<strong>na</strong>is<br />

costumam refletir batalhas pelo po<strong>de</strong>r.<br />

A crise em Honduras, que começou quando Zelaya tentou aprovar uma<br />

emenda à Constituição do país para permitir a reeleição presi<strong>de</strong>ncial, também<br />

parece seguir este padrão.<br />

Para alguns, principalmente o presi<strong>de</strong>nte venezuelano Hugo Chávez, o conflito<br />

em Honduras é uma batalha entre esquerda e direita.<br />

Segundo a interpretação do presi<strong>de</strong>nte venezuelano, a esquerda hondurenha<br />

li<strong>de</strong>rada por Zelaya tenta estabelecer uma Presidência forte, capaz <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rar<br />

um processo <strong>de</strong> transformação política e social. Por outro lado, os<br />

conservadores como o presi<strong>de</strong>nte interino <strong>de</strong> Honduras, Roberto Micheletti,<br />

querem um executivo mais fraco, sob controle do Congresso e do Judiciário.<br />

O conflito a respeito do limite <strong>de</strong> mandatos presi<strong>de</strong>nciais, apesar <strong>de</strong> este não<br />

ser o único fator para a inibição ou o reforço <strong>de</strong> uma Presidência forte, pelo<br />

menos reflete parcialmente esta diferença <strong>de</strong> ponto <strong>de</strong> vista.<br />

Estados Unidos<br />

De certa forma, os Estados Unidos têm uma perspectiva diferente.<br />

O presi<strong>de</strong>nte Barack Obama está tentando mostrar que seu governo está<br />

comprometido com a gover<strong>na</strong>nça <strong>de</strong>mocrática <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong>, não importa<br />

quem esteja envolvido.<br />

Ele tem evitado um duelo com Hugo Chávez, seja sobre Honduras ou qualquer<br />

outro assunto.<br />

Para Obama, a questão mais importante é <strong>de</strong> legitimida<strong>de</strong>. Ele quer o governo<br />

dos Estados Unidos livre <strong>de</strong> sua reputação histórica <strong>de</strong> intimidação regio<strong>na</strong>l.<br />

Barack Obama quer ser o promotor da <strong>de</strong>mocracia, não um intervencionista,<br />

além <strong>de</strong> um bom vizinho. Conflitos institucio<strong>na</strong>is <strong>de</strong>ntro da América Lati<strong>na</strong><br />

po<strong>de</strong>m fazer com que este objetivo americano seja mais difícil <strong>de</strong> alcançar.<br />

Reeleição proibida<br />

A questão da reeleição presi<strong>de</strong>ncial recentemente ficou importante <strong>na</strong> América


Lati<strong>na</strong>.<br />

Apesar das histórias diferentes dos países da região, já ocorreram várias<br />

votações relativas, <strong>de</strong> forma direta ou indireta, à questão.<br />

Historicamente a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> proibição da reeleição tinha como objetivo limitar as<br />

vantagens do mandato presi<strong>de</strong>ncial em países on<strong>de</strong> outras formas <strong>de</strong><br />

responsabilida<strong>de</strong> política eram fracas.<br />

Origi<strong>na</strong>lmente, os presi<strong>de</strong>ntes podiam fazer o que queriam, bastava ter o apoio<br />

necessário dos militares.<br />

O lema da Revolução Mexica<strong>na</strong> - sufragio efectivo, no re-elección ("um voto<br />

efetivo e sem reeleição", em tradução livre) - era visto como <strong>de</strong>mocratizador.<br />

Quando a <strong>de</strong>mocracia voltou a fincar raízes <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong> no fi<strong>na</strong>l dos<br />

anos 80, a maioria das Constituições dos países da região proibiu a reeleição<br />

imediata.<br />

A década <strong>de</strong> 80 foi um período econômico ruim para a América Lati<strong>na</strong> e poucos<br />

presi<strong>de</strong>ntes tinham chances <strong>de</strong> reeleição, portanto a questão foi colocada <strong>de</strong><br />

lado. No entanto, <strong>na</strong> década <strong>de</strong> 90, quando a economia regio<strong>na</strong>l começou a se<br />

recuperar, a questão voltou a ser discutida.<br />

Outros países<br />

O presi<strong>de</strong>nte peruano Alberto Fujimori fechou o Congresso Nacio<strong>na</strong>l em 1992,<br />

organizou eleições para uma nova Assembleia Constituinte e aprovou uma<br />

nova constituição por plebiscito. Com isso, ele conseguiu um segundo mandato<br />

em 1995.<br />

Mudanças constitucio<strong>na</strong>is durante a década <strong>de</strong> 90 também permitiram um<br />

segundo mandato para a Presidência no Brasil e Argenti<strong>na</strong>.<br />

Na Colômbia, a Constituição foi mudada recentemente para permitir um<br />

segundo mandato consecutivo e o presi<strong>de</strong>nte Álvaro Uribe foi reconduzido ao<br />

po<strong>de</strong>r.<br />

Já <strong>na</strong> Venezuela, a questão da reeleição se tornou mais polarizadora <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />

eleição <strong>de</strong> Hugo Chávez para a Presidência. Ele usou uma série <strong>de</strong> plebiscitos<br />

para mudar a Constituição do país.<br />

A nova Constituição aumenta o mandato presi<strong>de</strong>ncial <strong>de</strong> cinco para seis anos e<br />

permite uma única reeleição. Ao ser reeleito em 2006, ele convocou um novo<br />

plebiscito para permitir o terceiro mandato.<br />

Chávez foi <strong>de</strong>rrotado <strong>na</strong> primeira votação em 2007. Ele então convocou uma


votação sobre a mesma questão (com algumas mudanças) no início <strong>de</strong> 2009 e<br />

venceu.<br />

E este padrão, um presi<strong>de</strong>nte aprovando mudanças constitucio<strong>na</strong>is para<br />

aumentar o po<strong>de</strong>r da Presidência e permitir um segundo mandato (ou mais),<br />

também foi adotado pelos principais aliados <strong>de</strong> Chávez, o presi<strong>de</strong>nte Evo<br />

Morales, da Bolívia, e Rafael Correa, no Equador.<br />

Agora, há a crise em Honduras e o presi<strong>de</strong>nte da Nicarágua, Daniel Ortega,<br />

também pedindo mudanças <strong>na</strong> Constituição do país para permitir a reeleição.<br />

Familiares<br />

Po<strong>de</strong> parecer uma anomalia toda esta preocupação com a questão da<br />

reeleição <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong>.<br />

Afi<strong>na</strong>l, existem formas <strong>de</strong> contor<strong>na</strong>r a questão e uma <strong>de</strong>las é a eleição <strong>de</strong> um<br />

familiar do presi<strong>de</strong>nte.<br />

Cristi<strong>na</strong> Fernán<strong>de</strong>z <strong>de</strong> Kirchner foi eleita para a Presidência da Argenti<strong>na</strong> em<br />

2007, logo <strong>de</strong>pois do fim do mandato <strong>de</strong> seu marido.<br />

Outro presi<strong>de</strong>nte argentino, Juan Perón, foi substituído no cargo pela esposa,<br />

Isabel, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> sua morte em 1974. Mas este mandato foi curto e <strong>de</strong>sastroso.<br />

No conflito particular <strong>de</strong> Honduras, existe o aspecto constitucio<strong>na</strong>l, mas a<br />

questão também po<strong>de</strong> ser vista como o conflito entre Chávez (e seus<br />

partidários) e os conservadores da região.<br />

Dia: 02/11/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “Jor<strong>na</strong>l do Brasil”<br />

Link da notícia: http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/11/02/e021119761.asp<br />

Resumo: O Brasil e o Irã po<strong>de</strong>m trocar experiências no uso <strong>de</strong> energia nuclear<br />

para fins pacíficos e adotar posições similares em <strong>de</strong>fesa da pesquisa diante<br />

das restrições <strong>de</strong> organismos inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is.<br />

03/08/2009 - 20h14<br />

Brasil estuda adotar moedas locais em negócios com Uruguai<br />

DENYSE GODOY<br />

da Folha <strong>de</strong> S.Paulo<br />

Depois da Argenti<strong>na</strong>, o próximo país a adotar o chamado Sistema <strong>de</strong><br />

Pagamentos em Moeda Local (SML) --que permite transações comerciais<br />

utilizando somente as divisas dos países envolvidos, sem conversões para o


dólar-- <strong>de</strong>ve ser o Uruguai, disse hoje Henrique Meirelles, presi<strong>de</strong>nte do Banco<br />

Central.<br />

"Neste momento, estamos trabalhando com o Uruguai, avaliando a integração<br />

dos sistemas para que seja correta, bem-sucedida e eficiente", afirmou ele, em<br />

São Paulo, após participar <strong>de</strong> reunião com os presi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> BCs dos países<br />

membros do Mercosul mais os da Bolívia, do Chile, do Peru e da Venezuela.<br />

Meirelles não quis estimar quanto tempo levaria para que a conclusão <strong>de</strong>sse<br />

processo, mas admitiu que po<strong>de</strong> ser já em 2010.<br />

"Tão logo terminemos a implementação com o Uruguai, conversaremos com os<br />

outros países para ver qual será o próximo", comentou. Além dos latino-<br />

americanos, a Chi<strong>na</strong>, a Índia e a Rússia também manifestaram interesse em<br />

empregar o sistema.<br />

No encontro que aconteceu durante todo o dia, nesta segunda-feira, os BCs do<br />

Brasil e da Argenti<strong>na</strong> apresentaram suas experiências.<br />

"O número <strong>de</strong> operações é crescente, o <strong>de</strong> usuários também. Entretanto, os<br />

volumes ainda não são gran<strong>de</strong>s, por uma série <strong>de</strong> circunstâncias relacio<strong>na</strong>das<br />

a preços dos produtos --muitos são fixados em dólar inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lmente. Esses<br />

pontos estão sendo gradualmente en<strong>de</strong>reçados. Na medida em que cresça o<br />

comércio com a Argenti<strong>na</strong> e o sistema seja usado por outros países, a<br />

tendência é <strong>de</strong> haver um aumento dos volumes", disse Meirelles.<br />

04/11/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “Estado <strong>de</strong> São Paulo”<br />

Link da notícia: http://www.estadao.com.br/noticias/<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l,stj-con<strong>de</strong><strong>na</strong>-<br />

<strong>de</strong>scumprimento-<strong>de</strong>-cassacao-<strong>de</strong>-se<strong>na</strong>dor,461158,0.htm<br />

O presi<strong>de</strong>nte do Superior Tribu<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Justiça, ministro César Asfor Rocha,<br />

engrossou hoje o coro contra a <strong>de</strong>cisão da Mesa Diretora do Se<strong>na</strong>do <strong>de</strong><br />

protelar a cassação do se<strong>na</strong>dor Expedito Junior (PSDB-RO), confirmada pelo<br />

Supremo Tribu<strong>na</strong>l Fe<strong>de</strong>ral (STF) no dia 28 <strong>de</strong> outubro.<br />

04/11/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “Jor<strong>na</strong>l do Brasil”<br />

Link da notícia:<br />

http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/11/04/e041120499.asp<br />

O Supremo Tribu<strong>na</strong>l Fe<strong>de</strong>ral (STF) retomou a sessão que <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> se aceita a<br />

<strong>de</strong>núncia contra o se<strong>na</strong>dor Eduardo Azeredo. O tucano é acusado <strong>de</strong> <strong>de</strong>sviar


dinheiro público para sua campanha eleitoral em 1998. O caso ficou conhecido<br />

como mensalão mineiro.<br />

04/11/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “Jor<strong>na</strong>l do Brasil”<br />

Link da notícia:<br />

http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/11/04/e041120429.asp<br />

José Sarney, o presi<strong>de</strong>nte do Se<strong>na</strong>do, <strong>de</strong>scartou a votação em plenário, nesta<br />

sema<strong>na</strong>, do protocolo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são da Venezuela ao Mercosul.<br />

04/08/2009<br />

Uribe vem ao Brasil discutir acordo com EUA e U<strong>na</strong>sul<br />

Fonte: BBC Brasil -<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/08/090803_uribebrasilapre<br />

senta_np.shtml<br />

Acesso: 14:30<br />

“O presi<strong>de</strong>nte da Colômbia, Álvaro Uribe, estará em Brasília nesta quinta-feira<br />

para conversar pessoalmente com o presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva sobre<br />

a crise diplomática com a Venezuela... O objetivo seria “discutir assuntos <strong>de</strong><br />

interesse da Colômbia <strong>na</strong> Cúpula da U<strong>na</strong>sul"...”<br />

Uribe vem ao Brasil discutir acordo com EUA e U<strong>na</strong>sul<br />

O presi<strong>de</strong>nte da Colômbia, Álvaro Uribe, estará em Brasília nesta quinta-feira<br />

para conversar pessoalmente com o presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva sobre<br />

a crise diplomática com a Venezuela e discutir a pauta da União das Nações<br />

Sul-America<strong>na</strong>s (U<strong>na</strong>sul).<br />

Segundo o Palácio do Pla<strong>na</strong>lto, a sugestão do encontro – que não estava<br />

previsto <strong>na</strong> agenda bilateral – partiu do governo colombiano. O objetivo seria<br />

“discutir assuntos <strong>de</strong> interesse da Colômbia <strong>na</strong> Cúpula da U<strong>na</strong>sul".<br />

O grupo se reúne <strong>na</strong> próxima segunda-feira, em Quito, no Equador, mas Uribe<br />

não estará presente.<br />

Colômbia e Equador estão com as relações diplomáticas suspensas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

ano passado, quando o exército colombiano fez uma incursão no território do<br />

Equador para atacar um acampamento das Forças Armadas Revolucionárias<br />

da Colômbia (Farc).


Venezuela<br />

Lula e Uribe <strong>de</strong>verão ainda conversar sobre a crise diplomática entre Colômbia<br />

e Venezuela, que estão com as relações congeladas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sema<strong>na</strong><br />

passada. A <strong>de</strong>cisão partiu do presi<strong>de</strong>nte da Venezuela, Hugo Chávez,<br />

sobretudo em função <strong>de</strong> um acordo militar entre Colômbia e Estados Unidos,<br />

que está em negociação.<br />

O governo brasileiro também tem criticado o acordo entre Caracas e<br />

Washington, pela “falta <strong>de</strong> transparência”. O presi<strong>de</strong>nte Lula disse, <strong>na</strong> sema<strong>na</strong><br />

passada, que a construção <strong>de</strong> bases militares america<strong>na</strong>s em terreno<br />

colombiano “não lhe agrada”.<br />

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que a Colômbia tem<br />

“soberania” para <strong>de</strong>cidir sobre um acordo com os Estados Unidos, mas que<br />

faltou discutir o assunto com o Conselho <strong>de</strong> Defesa da U<strong>na</strong>sul.<br />

Criado em março <strong>de</strong>ste ano, o Conselho tem como um <strong>de</strong> seus objetivos dividir<br />

informações sobre investimentos <strong>na</strong> área <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa entre os 12 países-<br />

membros.<br />

A sugestão do ministro Amorim é <strong>de</strong> que o assunto seja discutido em Quito,<br />

mas o governo do Equador, atualmente <strong>na</strong> presidência da U<strong>na</strong>sul, ainda não<br />

confirmou a realização <strong>de</strong>sse encontro.<br />

Além do Brasil, o governo colombiano anunciou ainda que o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>ve<br />

visitar Peru, Chile, Paraguai e outros dois países para esclarecer o possível<br />

acordo militar com os Estados Unidos.<br />

04/08/2009<br />

Emissora <strong>de</strong> TV <strong>de</strong> oposição sofre ataque <strong>na</strong> Venezuela<br />

Fonte: BBC Brasil -<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/08/090803_venezuela_glob<br />

ovision_cq.shtml<br />

Acesso: 15:00<br />

“Um grupo <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 30 pessoas invadiu, <strong>na</strong> tar<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta segunda-feira, a<br />

se<strong>de</strong> da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> televisão Globovisión, em Caracas, Venezuela, e atacou as<br />

<strong>de</strong>pendências da emissora usando bombas <strong>de</strong> gás lacrimogêneo... o grupo<br />

seria formado por partidários do governo <strong>de</strong> Hugo Chávez e portava armas <strong>de</strong>


fogo...”<br />

Emissora <strong>de</strong> TV <strong>de</strong> oposição sofre ataque <strong>na</strong> Venezuela<br />

Um grupo <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 30 pessoas invadiu, <strong>na</strong> tar<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta segunda-feira, a<br />

se<strong>de</strong> da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> televisão Globovisión, em Caracas, Venezuela, e atacou as<br />

<strong>de</strong>pendências da emissora usando bombas <strong>de</strong> gás lacrimogêneo, informou a<br />

imprensa venezuela<strong>na</strong>.<br />

De acordo com o jor<strong>na</strong>l El Universal, pelo menos duas pessoas teriam ficado<br />

feridas durante o inci<strong>de</strong>nte, sendo um funcionário da emissora - que teria tido<br />

queimaduras em uma das mãos - e um policial, que teria sido agredido.<br />

María Fer<strong>na</strong>nda Flores, uma das diretoras da Globovisíon, disse que o grupo<br />

seria formado por partidários do governo <strong>de</strong> Hugo Chávez e portava armas <strong>de</strong><br />

fogo.<br />

A diretora da Globovisión afirmou ainda que os agressores seriam comandados<br />

por Li<strong>na</strong> Ron, uma conhecida ativista <strong>de</strong> movimentos populares próxima ao<br />

presi<strong>de</strong>nte Hugo Chávez.<br />

Imagens do ataque transmitidas pela televisão venezuela<strong>na</strong> mostram que os<br />

responsáveis utilizavam roupas e boi<strong>na</strong>s <strong>de</strong> cor vermelha, normalmente<br />

associada aos partidários do presi<strong>de</strong>nte Chávez.<br />

Chávez<br />

Conhecido por ser um dos principais veículos <strong>de</strong> imprensa <strong>de</strong> oposição <strong>na</strong><br />

Venezuela, a Globovisión foi multada em US$ 2,2 milhões no último mês <strong>de</strong><br />

junho por suposta sonegação <strong>de</strong> impostos, em uma medida que foi classificada<br />

à época como “perseguição política” pelo diretor-geral do ca<strong>na</strong>l, Alberto<br />

Fe<strong>de</strong>rico Ravell.<br />

Nesta segunda-feira, Ravell responsabilizou diretamente o presi<strong>de</strong>nte Hugo<br />

Chávez pelo ataque à se<strong>de</strong> da emissora.<br />

“Se você quer acabar conosco, faça <strong>de</strong> uma vez”, disse Ravell, dirigindo-se ao<br />

presi<strong>de</strong>nte.<br />

“Eu quero saber o que é que vai dizer o presi<strong>de</strong>nte quando, em ple<strong>na</strong> luz do<br />

dia, atacam um ca<strong>na</strong>l <strong>de</strong> televisão”, disse.<br />

Con<strong>de</strong><strong>na</strong>ção<br />

O ministro do Interior e da Justiça da Venezuela, Tareck El Aissami, no<br />

entanto, con<strong>de</strong>nou o ataque à emissora e disse que os responsáveis serão<br />

levados à Justiça.


“Quem estiver comprometido com esta ação violenta e criminosa <strong>de</strong>ve ser<br />

submetido à Justiça venezuela<strong>na</strong>”, disse o ministro em uma coletiva.<br />

“Con<strong>de</strong><strong>na</strong>mos os grupos que levam a violência para as ruas <strong>de</strong> nosso país e<br />

reitero nossa con<strong>de</strong><strong>na</strong>ção enérgica a esta ação violenta contra um ca<strong>na</strong>l <strong>de</strong><br />

TV.”<br />

Aissami também afirmou ter <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>do investigações para encontrar os<br />

responsáveis pelo inci<strong>de</strong>nte e disse que esta ação “em <strong>na</strong>da se i<strong>de</strong>ntifica com<br />

as ações revolucionárias que temos feito no governo bolivariano do presi<strong>de</strong>nte<br />

Hugo Chávez Frías”.<br />

04/08/2009<br />

Governo da Venezuela assume controle temporário <strong>de</strong> duas companhias<br />

<strong>de</strong> café<br />

Fonte: BBC Brasil -<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/08/090803_cafevenezuelaf<br />

n.shtml<br />

Acesso: 15:30<br />

“As autorida<strong>de</strong>s da Venezuela assumiram o controle temporário <strong>de</strong> duas das<br />

maiores processadoras <strong>de</strong> café do país... as autorida<strong>de</strong>s tomaram a medida<br />

por suspeitarem que os donos das processadoras estivessem<br />

contraban<strong>de</strong>ando o produto para fora do país, on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>riam conseguir preços<br />

melhores... se o abuso for comprovado, o governo po<strong>de</strong>rá confiscar as<br />

companhias....”<br />

Governo da Venezuela assume controle temporário <strong>de</strong> duas companhias <strong>de</strong><br />

café<br />

As autorida<strong>de</strong>s da Venezuela assumiram o controle temporário <strong>de</strong> duas das<br />

maiores processadoras <strong>de</strong> café do país, a Fama <strong>de</strong> América e Café Madrid.<br />

O Ministro do Comércio, Eduardo Saman, afirmou que as autorida<strong>de</strong>s tomaram<br />

a medida por suspeitarem que os donos das processadoras estivessem<br />

contraban<strong>de</strong>ando o produto para fora do país, on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>riam conseguir preços<br />

melhores.<br />

Saman afirmou que, se o abuso for comprovado, o governo po<strong>de</strong>rá confiscar as<br />

companhias. As duas empresas vão passar por uma auditoria para a<br />

investigação das supostas irregularida<strong>de</strong>s.


Auditoria<br />

O ministro da Agricultura e Terras, Elías Jaua, afirmou que o governo vai<br />

manter o controle das processadoras <strong>de</strong> café por três meses, para permitir a<br />

auditoria.<br />

"Se, no fi<strong>na</strong>l da auditoria, observarmos que houve o contrabando, compra e<br />

estocagem <strong>de</strong> mercadoria em alta <strong>de</strong>manda, práticas <strong>de</strong>sleais e <strong>de</strong> monopólio,<br />

po<strong>de</strong>remos consi<strong>de</strong>rar a <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lização das companhias", afirmou.<br />

As empresas, por sua vez, afirmam que serão obrigadas a fechar as portas,<br />

pois estão com estoque baixo <strong>de</strong> café para processamento.<br />

Ainda neste ano, o presi<strong>de</strong>nte Hugo Chávez or<strong>de</strong>nou a <strong>de</strong>sapropriação <strong>de</strong> um<br />

moinho <strong>de</strong> arroz <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma subsidiária da gigante alimentícia<br />

america<strong>na</strong> Cargill, acusando a companhia <strong>de</strong> não distribuir o arroz com os<br />

preços estabelecidos pelo governo.<br />

04/08/2009<br />

Bolívia autoriza referendos sobre autonomias indíge<strong>na</strong>s<br />

Fonte: BBC Brasil -<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/08/090802_bolivia_autono<br />

mias_ac.shtml<br />

Acesso: 16:15<br />

“O presi<strong>de</strong>nte da Bolívia, Evo Morales, autorizou neste domingo, por meio <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>creto, a realização <strong>de</strong> referendos para que os municípios <strong>de</strong>fi<strong>na</strong>m se querem<br />

se transformar em autonomias indíge<strong>na</strong>s...”<br />

Bolívia autoriza referendos sobre autonomias indíge<strong>na</strong>s<br />

O presi<strong>de</strong>nte da Bolívia, Evo Morales, autorizou neste domingo, por meio <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>creto, a realização <strong>de</strong> referendos para que os municípios <strong>de</strong>fi<strong>na</strong>m se querem<br />

se transformar em autonomias indíge<strong>na</strong>s.<br />

"Com responsabilida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> maneira legal e constitucio<strong>na</strong>l, com base <strong>na</strong><br />

Constituição Política do Estado, estamos começando a garantir a autonomia<br />

indíge<strong>na</strong>", disse Morales em uma cerimônia realizada em Camiri, no Estado <strong>de</strong><br />

Santa Cruz, reduto da oposição ao governo <strong>de</strong> Morales e às autonomias<br />

indíge<strong>na</strong>s.<br />

As consultas serão realizadas em 6 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, simultaneamente às eleições


gerais no país. Na data, Morales concorerrá a um novo mandato <strong>na</strong><br />

Presidência, e os eleitores elegerão também um novo Congresso.<br />

A autonomia indíge<strong>na</strong> nos municípios rurais da Bolívia está prevista <strong>na</strong> nova<br />

Constituição, aprovada em janeiro <strong>de</strong>ste ano,<br />

A Bolívia tem 36 povos indíge<strong>na</strong>s e 327 municípios autônomos regidos pelas<br />

leis do Estado. Caso algum <strong>de</strong>sses territórios <strong>de</strong>cida se transformar em<br />

autonomia indíge<strong>na</strong>, as etnias passarão a ser regidas por seus usos e<br />

costumes, escritos em um estatuto autonômico.<br />

Esses estatutos <strong>de</strong>verão ser subordi<strong>na</strong>dos à Constituição e à futura lei <strong>de</strong><br />

Autonomias.<br />

Festa popular<br />

Segundo a correspon<strong>de</strong>nte da BBC em La Paz, Mery Vaca, durante o ato <strong>de</strong><br />

apresentação do <strong>de</strong>creto oito municípios entregaram ao presi<strong>de</strong>nte projetos<br />

para converter-se em autonomias indíge<strong>na</strong>s.<br />

Durante a cerimônia, Morales disse ainda que a nova Constituição reconhece<br />

autonomias <strong>de</strong>partamentais, regio<strong>na</strong>is, municipais e indíge<strong>na</strong>s, e que todas<br />

serão garantidas.<br />

No entanto, segundo a correspon<strong>de</strong>nte da BBC, a aplicação ple<strong>na</strong> das<br />

autonomias <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> ainda da aprovação <strong>de</strong> uma lei que será discutida por<br />

parlamentares que formarão o Po<strong>de</strong>r Legislativo a partir das eleições <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>zembro, com o nome <strong>de</strong> Assembleia Legislativa Pluri<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />

A apresentação do <strong>de</strong>creto das autonomias ocorreu em meio a uma festa<br />

popular, com a participação <strong>de</strong> indíge<strong>na</strong>s e representantes <strong>de</strong> movimentos<br />

sociais <strong>de</strong> várias regiões do país.<br />

De acordo com a correspon<strong>de</strong>nte da BBC, em seu discurso Morales, ele<br />

próprio um indíge<strong>na</strong>, disse que, uma vez conquistado o po<strong>de</strong>r político, agora os<br />

povos <strong>de</strong>vem tomar o po<strong>de</strong>r econômico e <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>de</strong> empresários,<br />

passando a gerar seus próprios recursos.<br />

04/08/2009<br />

Cuba está aberta a diálogo com EUA, mas socialismo fica, diz Raúl Castro<br />

Fonte: BBC Brasil -<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/08/090802_cubaeuacastro<br />

ml.shtml


Acesso: 17:00<br />

“O presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Cuba, Raúl Castro, disse que está disposto a ter um diálogo<br />

com os Estados Unidos, mas reiterou que o sistema comunista <strong>de</strong> seu país<br />

permanece inegociável... "Fui eleito para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r, manter e continuar<br />

aperfeiçoando o socialismo. Não para <strong>de</strong>struí-lo."...”<br />

Cuba está aberta a diálogo com EUA, mas socialismo fica, diz Raúl Castro<br />

O presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Cuba, Raúl Castro, disse que está disposto a ter um diálogo<br />

com os Estados Unidos, mas reiterou que o sistema comunista <strong>de</strong> seu país<br />

permanece inegociável.<br />

"Não me escolheram como presi<strong>de</strong>nte para restaurar o capitalismo em Cuba ou<br />

para renunciar à Revolução", afirmou Castro em um discurso <strong>na</strong> Assembleia<br />

Nacio<strong>na</strong>l, no sábado, após o qual foi aplaudido <strong>de</strong> pé.<br />

"Fui eleito para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r, manter e continuar aperfeiçoando o socialismo. Não<br />

para <strong>de</strong>struí-lo."<br />

Recentemente, a secretária <strong>de</strong> Estado america<strong>na</strong>, Hillary Clinton, fez<br />

comentários sobre a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> retomar o diálogo com Cuba, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que<br />

houvesse reformas no país.<br />

Castro, no entanto, reconheceu que tem havido menos agressões e menos<br />

retórica anti-Cuba nos Estados Unidos com o governo do presi<strong>de</strong>nte Barack<br />

Obama.<br />

Mas lembrou que o embargo econômico à ilha permanece intacto,<br />

"perseguindo" quem comercializa com o país, e disse que o Departamento <strong>de</strong><br />

Estado americano ainda mantém Cuba <strong>na</strong> lista das <strong>na</strong>ções que apoiam o<br />

terrorismo.<br />

Corte no orçamento<br />

Ainda em seu discurso, Raúl Castro atacou aqueles que dizem que o sistema<br />

político cubano vai <strong>de</strong>smoro<strong>na</strong>r "após a morte <strong>de</strong> Fi<strong>de</strong>l (Castro) e todos nós".<br />

"Se é assim que eles pensam, vão fracassar", afirmou.<br />

O presi<strong>de</strong>nte cubano anunciou ainda que o governo fez cortes <strong>de</strong> orçamento<br />

pela segunda vez neste ano, em meio à crescente crise fi<strong>na</strong>nceira.<br />

Recentemente, o governo aprovou uma série <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> austerida<strong>de</strong> e<br />

revisou a previsão <strong>de</strong> crescimento econômico neste ano para 1,7%.


Raúl Castro assumiu a li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> Cuba há três anos, quando seu irmão mais<br />

velho, o ex-presi<strong>de</strong>nte Fi<strong>de</strong>l Castro, foi submetido a uma cirurgia do estômago.<br />

Ele assumiu a formalmente a Presidência no ano passado.<br />

05/11/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “Estado <strong>de</strong> São Paulo”<br />

Link da notícia: http://www.estadao.com.br/noticias/<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l,relator-<br />

aceita-acao-por-lavagem-<strong>de</strong>-dinheiro-contra-azeredo,461828,0.htm<br />

O ministro Joaquim Barbosa concluiu a segunda parte <strong>de</strong> seu voto no inquérito<br />

do mensalão mineiro, e acolheu a <strong>de</strong>núncia da Procuradoria Geral da<br />

República, contra o se<strong>na</strong>dor Eduardo Azeredo, por crime <strong>de</strong> lavagem <strong>de</strong><br />

dinheiro.<br />

04/08/2009 - 12h05<br />

Comissão <strong>de</strong> Anistia do Brasil pleiteia arquivos da ditadura nos EUA<br />

da Folha Online<br />

A Comissão <strong>de</strong> Anistia do Ministério da Justiça vai pedir ao governo norte-<br />

americano que torne acessíveis arquivos secretos que mencionem o Brasil,<br />

processo que já foi feito pelo Chile e pela Argenti<strong>na</strong>.<br />

Segundo o presi<strong>de</strong>nte da Comissão <strong>de</strong> Anistia, Paulo Abrão, os brasileiros<br />

farão reuniões com a ONG Natio<strong>na</strong>l Security Archive, que irá intermediar a<br />

negociação, já no segundo semestre <strong>de</strong> 2009.<br />

Estudos no Brasil mostram que os EUA interferiram <strong>de</strong> forma direta <strong>na</strong>s<br />

<strong>de</strong>cisões do regime militar que governou o país entre 1964 e 1985, mas nunca<br />

houve uma entrega formal <strong>de</strong> documentos ou a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> torná-los<br />

públicos.<br />

Além dos EUA, a Comissão <strong>de</strong> Anistia busca selar outros dois acordos<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is até o primeiro semestre <strong>de</strong> 2009. Uma das possibilida<strong>de</strong>s é<br />

formar uma comitiva com países do Cone Sul para buscar documentos <strong>na</strong><br />

Alemanha. Segundo Abrão, o Brasil buscará incluir <strong>na</strong>s negociações o Uruguai,<br />

o Chile e a Argenti<strong>na</strong>.<br />

Outro acordo que <strong>de</strong>ve ser fechado pedirá ao Paraguai registros da<br />

participação brasileira <strong>na</strong> Operação Condor, uma ação coor<strong>de</strong><strong>na</strong>da entre<br />

países da América do Sul regidos por ditaduras para reprimir esquerdistas.


Com informações do site do Pnud (Programa das Nações Unidas para o<br />

Desenvolvimento)<br />

05/08/2009<br />

Colômbia recebe apoio do Peru e críticas da Bolívia sobre acordo com<br />

EUA<br />

Fonte: BBC Brasil -<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/08/090805_uribe_boliviarg.<br />

shtml<br />

Acesso: 17:30<br />

“O presi<strong>de</strong>nte da Colômbia, Álvaro Uribe, recebeu nesta terça-feira o apoio do<br />

lí<strong>de</strong>r peruano, Alan Garcia, no início <strong>de</strong> um giro por seis países da região para<br />

esclarecer o controvertido acordo militar do país com os Estados Unidos. Em<br />

passagem pela Bolívia, no entanto, Uribe ouviu críticas do presi<strong>de</strong>nte Evo<br />

Morales ao plano...”<br />

Colômbia recebe apoio do Peru e críticas da Bolívia sobre acordo com EUA<br />

O presi<strong>de</strong>nte da Colômbia, Álvaro Uribe, recebeu nesta terça-feira o apoio do<br />

lí<strong>de</strong>r peruano, Alan Garcia, no início <strong>de</strong> um giro por seis países da região para<br />

esclarecer o controvertido acordo militar do país com os Estados Unidos. Em<br />

passagem pela Bolívia, no entanto, Uribe ouviu críticas do presi<strong>de</strong>nte Evo<br />

Morales ao plano.<br />

Garcia, um forte aliado <strong>de</strong> Uribe, disse que o Peru apoia o que chamou <strong>de</strong><br />

“políticas fundamentais” do governo colombiano.<br />

“Acredito que a história reconhecerá, em breve, o quanto foi feito em favor não<br />

ape<strong>na</strong>s da Colômbia, mas do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>mocrático do nosso continente graças<br />

à força mostrada pelo presi<strong>de</strong>nte Uribe e seu governo”, disse Garcia.<br />

O acordo militar, que ainda está em fase <strong>de</strong> negociação, po<strong>de</strong>rá transformar o<br />

país latino-americano no reduto das operações militares america<strong>na</strong>s <strong>na</strong><br />

América do Sul. O acordo prevê o uso, pelo Exército americano, <strong>de</strong> três bases<br />

militares <strong>na</strong> Colômbia. O peruano comentou também o giro diplomático do<br />

colombiano para discutir a i<strong>de</strong>ia.<br />

“O Uribe teve a sensibilida<strong>de</strong> para se dar conta <strong>de</strong> que o clima <strong>na</strong> região não<br />

está bom”, disse Garcia.


Críticas<br />

Como já era esperado, Uribe teve uma escala difícil <strong>na</strong> Bolívia e ouviu críticas<br />

<strong>de</strong> Evo Morales.<br />

"Permitir bases militares <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong> é uma agressão aos governos e<br />

<strong>de</strong>mocracias da América Lati<strong>na</strong>. Vamos <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a soberania da América<br />

Lati<strong>na</strong>", disse Morales após o encontro com Uribe.<br />

O boliviano anunciou que seu governo <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>rá uma resolução <strong>na</strong> próxima<br />

cúpula da União Sul-america<strong>na</strong> <strong>de</strong> Nações (U<strong>na</strong>sul) contra instalação <strong>de</strong> bases<br />

militares estrangeiras <strong>na</strong> região.<br />

Uribe saudou "o povo irmão boliviano" e agra<strong>de</strong>ceu a recepção do seu anfitrião.<br />

Além da Bolívia, os governos da Venezuela, Nicarágua, Equador e do Brasil<br />

também criticaram os planos do governo colombiano.<br />

N esta terça-feira, o assessor do presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva, Marco<br />

Aurélio Garcia, disse ao assessor <strong>de</strong> Segurança Nacio<strong>na</strong>l da Casa Branca,<br />

general Jim Jones, que a existência <strong>de</strong> bases militares america<strong>na</strong>s <strong>na</strong> região<br />

lembram a Guerra Fria.<br />

“Expressei nossa percepção <strong>de</strong> que bases estrangeiras <strong>na</strong> região parece um<br />

pouco como resquício da Guerra Fria”, disse o assessor <strong>de</strong> assuntos<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is da presidência, Marco Aurélio Garcia, logo após encontro com o<br />

general americano.<br />

Uribe chega ao Brasil <strong>na</strong> quinta-feira para conversar pessoalmente com o<br />

presi<strong>de</strong>nte Lula sobre diversos assuntos, entre eles o acordo militar com os<br />

Estados Unidos.<br />

Durante o giro pela região, Uribe <strong>de</strong>ve visitar, além <strong>de</strong> Peru, Bolívia e Brasil, o<br />

Paraguai, a Argenti<strong>na</strong> e o Chile.<br />

05/08/2009 - 15h24<br />

Chanceler chileno culpa partidos fracos por autoritarismo <strong>na</strong> América<br />

Lati<strong>na</strong><br />

da Ansa, em Santiago do Chile<br />

O ministro das Relações Exteriores do Chile, Mariano Fernán<strong>de</strong>z, afirmou que<br />

o enfraquecimento <strong>de</strong> partidos políticos fez surgir <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong> "li<strong>de</strong>ranças<br />

carismáticas, <strong>de</strong> tendência messiânica e com visões autoritárias".


Ao discursar nesta terça-feira no seminário "América Lati<strong>na</strong> <strong>na</strong> Perspectiva<br />

Estratégica", organizado pelo Exército do Chile e pelo Instituto Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />

para Estudos Estratégicos <strong>de</strong> Londres, o chanceler comentou que "os po<strong>de</strong>res<br />

do Estado, em alguns países, per<strong>de</strong>ram in<strong>de</strong>pendência".<br />

"O mais grave é o enfraquecimento brutal dos partidos políticos, instrumento<br />

essencial para que a <strong>de</strong>mocracia funcione", disse.<br />

'Isto é muito grave, e a resposta é o surgimento <strong>de</strong> li<strong>de</strong>ranças carismáticas <strong>de</strong><br />

tendência messiânica e com visões autoritárias", explicou Fernán<strong>de</strong>z, <strong>de</strong><br />

acordo com o jor<strong>na</strong>l "La Segunda", sem precisar a quais países se referia.<br />

Em sua análise, o chanceler chileno ainda assegurou que o enfraquecimento<br />

dos partidos políticos no Cone Sul (região integrada por Brasil, Argenti<strong>na</strong>,<br />

Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai) "é o principal obstáculo para o<br />

estancamento da proposta <strong>de</strong> regio<strong>na</strong>lismo aberto, impulsio<strong>na</strong>do pelo Chile".<br />

Fernán<strong>de</strong>z repudiou ainda um comentário do presi<strong>de</strong>nte boliviano, Evo<br />

Morales, que havia manifestado preocupação pela possibilida<strong>de</strong> da direita<br />

"pinochetista" (em referência ao ex-ditador chileno Augusto Pinochet) chegar<br />

ao po<strong>de</strong>r <strong>na</strong>s eleições presi<strong>de</strong>nciais do Chile, que ocorrerão em <strong>de</strong>zembro.<br />

"O Chile, uma <strong>de</strong>mocracia estável que se apresta para eleger seu novo<br />

presi<strong>de</strong>nte da República em eleições universais, reconhecidamente limpas,<br />

rechaça a ingerência <strong>de</strong> qualquer Estado em seus assuntos internos, e,<br />

portanto, as <strong>de</strong>clarações do chefe <strong>de</strong> Estado da Bolívia", afirmou o chanceler<br />

em um comunicado.<br />

Segundo Fernán<strong>de</strong>z, seu país "é estritamente respeitoso à soberania dos<br />

Estados e particularmente, ao princípio <strong>de</strong> não intervenção nos assuntos <strong>de</strong><br />

outro Estado, prática invariável que temos mantido também diante do processo<br />

político boliviano".<br />

Chile e Bolívia não mantêm relações diplomáticas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1962 --período<br />

marcado por uma única aproximação <strong>na</strong> década <strong>de</strong> 1970, durante as ditaduras<br />

<strong>de</strong> Pinochet e Hugo Bánzer. Contudo, Michelle Bachelet, presi<strong>de</strong>nte do Chile, e<br />

seu par boliviano iniciaram conversações para uma aproximação.<br />

06/08/2009 - 16h43<br />

STF autoriza extradição <strong>de</strong> ex-repressor uruguaio da Operação Condor<br />

da Folha Online


Atualizado às 17h15.<br />

O STF (Supremo Tribu<strong>na</strong>l Fe<strong>de</strong>ral) autorizou a extradição do coronel uruguaio<br />

Manuel Cor<strong>de</strong>ro Piacentini para a Argenti<strong>na</strong>. Ele é acusado <strong>de</strong> ter participado<br />

da Operação Condor --esquema <strong>de</strong> repressão política entre ditaduras da<br />

América do Sul contra opositores.<br />

A <strong>de</strong>cisão foi tomada no julgamento do pedido <strong>de</strong> extradição feito pela<br />

Argenti<strong>na</strong>, on<strong>de</strong> Piacentini respon<strong>de</strong>rá pelo sequestro do cidadão argentino<br />

Adalberto Val<strong>de</strong>mar Soba Fer<strong>na</strong>n<strong>de</strong>s, ocorrido em 1976. Adalberto era menor<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> <strong>na</strong> época em que <strong>de</strong>sapareceu.<br />

O Uruguai, país <strong>de</strong> origem do militar também havia solicitado sua extradição,<br />

mas o pedido foi julgado prejudicado, uma vez que o Estatuto do Estrangeiro<br />

<strong>de</strong>termi<strong>na</strong> que, quando dois países pe<strong>de</strong>m a extradição <strong>de</strong> uma mesma pessoa<br />

pelos mesmos fatos, a preferência é daquele em cujo território a infração foi<br />

cometida.<br />

No julgamento, os advogados <strong>de</strong> Piacentini argumentaram que os crimes <strong>de</strong><br />

formação <strong>de</strong> quadrilha e homicídio prescreveram, segundo a legislação<br />

brasileira. Por isso, a extradição <strong>de</strong>veria ser in<strong>de</strong>ferida.<br />

Para o ministro Ricardo Lewandowski, o sequestro tem caráter permanente até<br />

que a vítima seja entregue. Nessa ótica, o crime não prescreveu, pois a<br />

contagem para prescrição só começaria após o aparecimento da vítima, o que<br />

nunca ocorreu.<br />

Prisão domiciliar<br />

Em <strong>de</strong>zembro do ano passado, o STF autorizou Piacentini a cumprir prisão<br />

domiciliar. O benefício foi condicio<strong>na</strong>do à uma cirurgia cardiovascular que o<br />

militar foi submetido. Ele entrou com o pedido <strong>de</strong> prisão domiciliar por sofrer <strong>de</strong><br />

"grave doença cardiovascular". Ele é casado há 32 anos com uma brasileira e<br />

está preso <strong>de</strong>s<strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2007.<br />

Ao conce<strong>de</strong>r o benefício, o ministro Marco Aurélio Mello levou em consi<strong>de</strong>ração<br />

a ida<strong>de</strong> do militar --70 anos. "Levando em consi<strong>de</strong>ração a <strong>de</strong>monstração do<br />

precário estado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do extraditando e a ida<strong>de</strong> a extravasar os 70 anos,<br />

eu voto no sentido do <strong>de</strong>ferimento do pedido, ou seja, transformando a prisão<br />

em domiciliar", afirmou o ministro.<br />

Em seu voto, o ministro <strong>de</strong>terminou que o militar <strong>de</strong>verá entregar o passaporte<br />

<strong>na</strong> Polícia Fe<strong>de</strong>ral e permanecer no Brasil "confiando <strong>na</strong> jurisdição brasileira


até o término <strong>de</strong>ste processo".<br />

08/11/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “Jor<strong>na</strong>l do Brasil”<br />

Link da notícia:<br />

http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/11/08/e081121631.asp<br />

Investigação da Operação Fumaça mapeou, com quebras legais <strong>de</strong> sigilo<br />

bancário e telefônico e um amontoado <strong>de</strong> cópias <strong>de</strong> contratos e convênios<br />

fraudados, os caminhos do <strong>de</strong>svio <strong>de</strong> verbas da Fundação Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />

(Fu<strong>na</strong>sa).<br />

08/08/2009 - 08h38<br />

Zelaya propõe tribu<strong>na</strong>l inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l para julgar golpistas<br />

da France Presse, em Caracas<br />

O presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto <strong>de</strong> Honduras, Manuel Zelaya, qualificou a missão <strong>de</strong><br />

chanceleres que a OEA enviará a Tegucigalpa como um "esforço extremo" da<br />

diplomacia, que, se fracassar, <strong>de</strong>verá ser seguido por um tribu<strong>na</strong>l inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />

para julgar os golpistas.<br />

"De agora em diante, se a intransigência e a soberba <strong>de</strong>ste grupo <strong>de</strong> golpistas<br />

persistir, só nos restará (...) formar um tribu<strong>na</strong>l inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l para julgar estes<br />

inimigos da humanida<strong>de</strong>", disse Zelaya à re<strong>de</strong> <strong>de</strong> televisão Telesul, com se<strong>de</strong><br />

em Caracas.<br />

A missão da OEA, integrada pelos chanceleres <strong>de</strong> Argenti<strong>na</strong>, México, Ca<strong>na</strong>dá,<br />

Costa Rica, República Dominica<strong>na</strong> e Jamaica, chegará <strong>na</strong> próxima terça-feira<br />

(11) a Honduras, em mais uma tentativa <strong>de</strong> obter uma saída negociada para a<br />

crise.<br />

"A OEA não vai negociar, não vai dar uma trégua (...) Simplesmente vai<br />

explicar ao governo golpista que tem um prazo para abando<strong>na</strong>r o po<strong>de</strong>r",<br />

explicou Zelaya.<br />

Segundo o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, a missão buscará<br />

"promover o restabelecimento da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>mocrática" a partir da proposta do<br />

presi<strong>de</strong>nte da Costa Rica, Oscar Arias, que prevê o retorno ao po<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />

Zelaya, a anistia política e a antecipação das eleições, atualmente previstas<br />

para novembro.


O presi<strong>de</strong>nte interino <strong>de</strong> Honduras, Roberto Micheletti, já advertiu que a missão<br />

<strong>de</strong> chanceleres "não chegará para dar or<strong>de</strong>ns", e sim "para escutar o que<br />

ocorre e o que ocorreu antes do dia 28 (<strong>de</strong> junho, data do golpe <strong>de</strong> Estado)...".<br />

09/11/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “Jor<strong>na</strong>l do Brasil”<br />

Link da notícia:<br />

http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/11/09/e091121998.asp<br />

O gover<strong>na</strong>dor Aécio Neves, disse nesta segunda-feira, em São Paulo, durante<br />

um <strong>de</strong>bate promovido por um grupo <strong>de</strong> empresários que não tem obsessão em<br />

disputar a Presidência da República.<br />

09/11/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “Jor<strong>na</strong>l do Brasil”<br />

Link da notícia:<br />

http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/11/09/e091122093.asp<br />

O Se<strong>na</strong>do concluiu um censo realizado <strong>na</strong> casa dos servidores on<strong>de</strong> 26<br />

funcionários, não se cadastraram, segundo a Secretaria Especial <strong>de</strong><br />

Comunicação Social. Há suspeita <strong>de</strong> que 18 <strong>de</strong>les sejam funcionários-<br />

fantasma.<br />

09/08/2009 - 11h17<br />

Governo <strong>de</strong> Honduras proíbe visita <strong>de</strong> missão da OEA ao país<br />

da Associated Press, em Tegucigalpa<br />

O presi<strong>de</strong>nte interino hondurenho, Roberto Micheletti, afirmou que não irá<br />

permitir a visita da missão diplomática da OEA (Organização dos Estados<br />

Americanos), que tenta negociar um fim para a crise política que o país<br />

enfrenta, por que lí<strong>de</strong>r da instituição carece <strong>de</strong> "imparcialida<strong>de</strong> e<br />

profissio<strong>na</strong>lismo".<br />

Micheletti afirmou neste domingo (9) que está disposto a remarcar a visita da<br />

<strong>de</strong>legação formada por seis chanceleres, previamente marcada para terça-feira<br />

(11), <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, não participe<br />

do encontro.<br />

Na última sexta-feira (7), a OEA anunciou que participariam da missão<br />

representantes da Argenti<strong>na</strong>, Ca<strong>na</strong>dá, Costa Rica, Jamaica, México e<br />

República Dominica<strong>na</strong>.


A visita seria uma tentativa <strong>de</strong> obter uma saída negociada para a crise que o<br />

país enfrenta <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a <strong>de</strong>posição forçada do presi<strong>de</strong>nte Manuel Zelaya.<br />

09/08/2009 - 22h23<br />

U<strong>na</strong>sul apoia Zelaya e rejeita convocação <strong>de</strong> eleições em Honduras<br />

da Efe, em Quito (Equador)<br />

Os chanceleres dos países da União <strong>de</strong> Nações Sul-America<strong>na</strong>s (U<strong>na</strong>sul)<br />

reafirmaram neste domingo, em sua 3ª Reunião Extraordinária em Quito, no<br />

Equador, que não reconhecerão "nenhuma convocação <strong>de</strong> eleições por parte<br />

do governo interino Honduras" --um discurso <strong>de</strong> apoio ao presi<strong>de</strong>nte<br />

hondurenho <strong>de</strong>posto, Manuel Zelaya, que pediu mais cedo ao órgão regio<strong>na</strong>l<br />

que incluísse o golpe <strong>de</strong> Estado <strong>na</strong> cúpula.<br />

A U<strong>na</strong>sul é integrada por Argenti<strong>na</strong>, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador,<br />

Guia<strong>na</strong>, Paraguai, Peru, Suri<strong>na</strong>me, Uruguai e Venezuela.<br />

O não reconhecimento das eleições --previstas antes mesmo do golpe para 29<br />

<strong>de</strong> novembro-- indica um obstáculo ao governo interino, que tem adotado uma<br />

medida <strong>de</strong> prorrogar a situação <strong>de</strong> crise no país a espera do pleito e da escolha<br />

<strong>de</strong> um lí<strong>de</strong>r legítimo, o que, espera, reduza a pressão pela restituição <strong>de</strong><br />

Zelaya.<br />

Os ministros das Relações Exteriores da U<strong>na</strong>sul convocaram a comunida<strong>de</strong><br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l para "extremar os recursos necessários e adotar novas medidas a<br />

fim <strong>de</strong> assegurar o restabelecimento do presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto Manuel Zelaya no<br />

exercício pleno <strong>de</strong> suas funções", informou a Chancelaria do Equador em<br />

comunicado.<br />

Adicio<strong>na</strong>lmente, os ministros pediram "a restauração pacífica da <strong>de</strong>mocracia"<br />

no país centro-americano, "no âmbito da reconciliação <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e da paz, com<br />

irrestrita solidarieda<strong>de</strong> com o povo hondurenho".<br />

Os chanceleres anunciaram também que respaldarão a missão do secretário-<br />

geral José Miguel Insulza, e dos chanceleres da OEA (Organização dos<br />

Estados Americanos).<br />

Desse modo, os chanceleres ratificam "seu compromisso com a <strong>de</strong>mocracia<br />

como único sistema para resolver os <strong>de</strong>safios e trazer mais esperança e<br />

oportunida<strong>de</strong>s".<br />

O presi<strong>de</strong>nte interino hondurenho, Roberto Micheletti, afirmou neste domingo


que não irá permitir a visita da missão diplomática da OEA, que tenta negociar<br />

um fim para a crise política que o país enfrenta, por que lí<strong>de</strong>r da instituição<br />

carece <strong>de</strong> "imparcialida<strong>de</strong> e profissio<strong>na</strong>lismo".<br />

Micheletti afirmou neste domingo (9) que está disposto a remarcar a visita da<br />

<strong>de</strong>legação formada por seis chanceleres, previamente marcada para terça-feira<br />

(11), <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, não participe<br />

do encontro.<br />

10/11/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “Estado <strong>de</strong> São Paulo”<br />

Link da notícia: http://www.estadao.com.br/noticias/<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l,jobim-<br />

<strong>de</strong>scarta-aumento-da-tensao-por-causa-<strong>de</strong>-chavez,464077,0.htm<br />

O ministro, Nelson Jobim, disse não acreditar no aumento da tensão <strong>na</strong><br />

América do Sul por causa das últimas <strong>de</strong>clarações do presi<strong>de</strong>nte Hugo Chávez,<br />

a respeito do acordo da Colômbia com os EUA.<br />

10/08/2009 - 22h19<br />

OEA discute com governo interino <strong>de</strong> Honduras novas condições para<br />

visita<br />

da Folha Online<br />

Representantes do governo interino <strong>de</strong> Honduras e da OEA (Organização dos<br />

Estados Americanos) se reunirão nesta terça-feira em Washington, nos<br />

Estados Unidos, para discutir as novas condições impostas pelos hondurenhos<br />

para a visita da missão <strong>de</strong> ministros <strong>de</strong> Relações Exteriores do órgão que tem<br />

como objetivo facilitar uma solução para a crise criada após o golpe <strong>de</strong> Estado<br />

<strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> junho passado.<br />

A reunião ocorre após a recusa neste domingo do governo interino li<strong>de</strong>rado por<br />

Roberto Micheletti <strong>de</strong> permitir a entrada <strong>de</strong> uma missão da OEA no país por<br />

que o secretário-geral da instituição, José Miguel Insulza, um dos mais<br />

ferrenhos críticos ao golpe <strong>de</strong> Estado, carece <strong>de</strong> "imparcialida<strong>de</strong> e<br />

profissio<strong>na</strong>lismo".<br />

A OEA suspen<strong>de</strong>u Honduras do organismo no dia 4 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong>pois do golpe<br />

<strong>de</strong> Estado contra o presi<strong>de</strong>nte Manuel Zelaya, em meio à pressão inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />

que enfrenta o regime <strong>de</strong> fato para que permita a volta do presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto.<br />

Zelaya foi <strong>de</strong>posto em golpe orquestrado por Congresso, Suprema Corte e


Exército por seu esforço em organizar um referendo pela mudança <strong>na</strong><br />

Constituição que incluiria a reeleição no país.<br />

Horas <strong>de</strong>pois, o governo <strong>de</strong> Honduras <strong>de</strong>cidiu aceitar a visita da missão <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

que Insulza fosse ape<strong>na</strong>s "observador". Micheletti, contudo, manteve o<br />

adiamento da viagem.<br />

"Infelizmente, a intransigência <strong>de</strong> Insulza <strong>de</strong> incluir-se <strong>na</strong> missão e <strong>de</strong> excluir os<br />

chanceleres <strong>de</strong> Estados membros que votaram pela suspensão, mas que têm<br />

uma atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> abertura para reconsi<strong>de</strong>rar nosso caso, tornou impossível essa<br />

visita <strong>na</strong> data prevista", afirma um comunicado da chancelaria hondurenha.<br />

O chanceler hondurenho, Carlos López, confirmou em entrevista coletiva que a<br />

data <strong>de</strong> chegada da <strong>de</strong>legação <strong>de</strong> chanceleres <strong>de</strong> países da OEA a<br />

Tegucigalpa não foi marcada, mas po<strong>de</strong> ser divulgada entre hoje e amanhã.<br />

Ele afirmou ainda que a situação em seu país "ten<strong>de</strong> a se normalizar". López<br />

<strong>de</strong>clarou há alguns dias que o governo interino espera arrastar a situação no<br />

país até 29 <strong>de</strong> novembro, quando eleição presi<strong>de</strong>ncial <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>finir um novo<br />

presi<strong>de</strong>nte legítimo e, espera, diminuir a pressão pela restituição <strong>de</strong> Zelaya.<br />

A missão da OEA, que <strong>de</strong>veria chegar amanhã à capital hondurenha, será<br />

composta pelos chanceleres ou similares da Argenti<strong>na</strong>, Ca<strong>na</strong>dá, Costa Rica,<br />

Jamaica, México e República Dominica<strong>na</strong>.<br />

López enfatizou, <strong>na</strong> entrevista coletiva, que Insulza "não é a pessoa importante<br />

nesta missão, mas os chanceleres".<br />

Insulza, por sua parte, disse nesta segunda-feira em Washington que a<br />

<strong>de</strong>legação <strong>de</strong> alto nível da OEA viajará para Honduras com o propósito <strong>de</strong><br />

dialogar sobre o Acordo <strong>de</strong> San José, mas não impôs uma postura.<br />

Com Efe e France Presse<br />

11/08/2009<br />

Lula expressa preocupação a Uribe sobre bases militares<br />

BBC Brasil -<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/08/090806_lulauribe_rc.sht<br />

ml<br />

Acesso: 14:30<br />

“Em encontro com o presi<strong>de</strong>nte da Colômbia, Álvaro Uribe, o presi<strong>de</strong>nte Luiz<br />

Inácio Lula da Silva expressou preocupação sobre o acordo militar entre


americanos e colombianos, que está em negociação...”<br />

Lula expressa preocupação a Uribe sobre bases militares<br />

Em encontro com o presi<strong>de</strong>nte da Colômbia, Álvaro Uribe, o presi<strong>de</strong>nte Luiz<br />

Inácio Lula da Silva expressou preocupação sobre o acordo militar entre<br />

americanos e colombianos, que está em negociação.<br />

O chanceler Celso Amorim disse que a conversa entre os dois mandatários,<br />

que durou cerca <strong>de</strong> duas horas, “transcorreu em clima <strong>de</strong> diálogo”. Uribe não<br />

comentou a conversa e ape<strong>na</strong>s “agra<strong>de</strong>ceu ao presi<strong>de</strong>nte Lula pelo diálogo<br />

amplo”.<br />

O presi<strong>de</strong>nte Lula sugeriu ao colega colombiano que sejam oferecidas<br />

garantias <strong>de</strong> que o acordo militar se limitará ao território colombiano.<br />

Sobre a resposta <strong>de</strong> Uribe, Amorim limitou-se ape<strong>na</strong>s a dizer que as conversas<br />

continuam com Colômbia e com os Estados Unidos.<br />

“Nossas preocupações foram expressas e o presi<strong>de</strong>nte Uribe <strong>de</strong>u explicações<br />

que achou que <strong>de</strong>veria dar sobre os objetivos do acordo”, disse Amorim.<br />

Giro<br />

A visita <strong>de</strong> Uribe ao Brasil faz parte <strong>de</strong> um giro pela América do Sul, que incluiu<br />

sete países. A iniciativa partiu do governo colombiano, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter sido<br />

criticado por governos da região pela “falta <strong>de</strong> transparência” com relação ao<br />

acordo com os Estados Unidos.<br />

Segundo um integrante do governo brasileiro, Uribe teria se queixado ao<br />

presi<strong>de</strong>nte Lula <strong>de</strong> que o assunto está sendo tratado com “dois pesos e duas<br />

medidas”, já que programas <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa em outros países da região não<br />

<strong>de</strong>spertaram a preocupação brasileira como acontece agora com o caso<br />

colombiano.<br />

Já o presi<strong>de</strong>nte Lula reiterou, segundo Amorim, a importância do Conselho <strong>de</strong><br />

Defesa da U<strong>na</strong>sul (União das Nações Sul-America<strong>na</strong>s), que tem como objetivo,<br />

entre outros, discutir questões técnicas e “permitir um clima <strong>de</strong> confiança”.<br />

“Claro que não somos ingênuos. Muitas vezes isso não é uma coisa fácil, mas<br />

o objetivo é caminharmos nessa direção”, disse Amorim.<br />

Apesar das pon<strong>de</strong>rações do governo brasileiro, Uribe não <strong>de</strong>ve ir à cúpula da<br />

U<strong>na</strong>sul, que acontece nesta segunda-feira, no Equador.<br />

Segundo Amorim, Lula mencionou ainda durante o encontro a “importância <strong>de</strong><br />

os países da América do Sul assumirem também o combate ao <strong>na</strong>rcotráfico”.


“É algo que nós temos que combater, sem ingerências exter<strong>na</strong>s”, disse o<br />

chanceler, referindo-se à participação dos Estados Unidos nos projetos<br />

militares da Colômbia.<br />

Périplo<br />

Depois <strong>de</strong> três dias <strong>de</strong> viagem pela América do Sul, Uribe ouviu posições<br />

diferentes sobre o acordo militar com os Estados Unidos.<br />

Enquanto Bolívia e Argenti<strong>na</strong> foram mais críticos sobre o uso das bases pelos<br />

americanos, Peru e Chile adotaram uma postura mais conciliadora, <strong>de</strong> aceitar o<br />

acordo como um projeto “soberano” da Colômbia.<br />

A posição brasileira seria “intermediária”, segundo avaliação <strong>de</strong> uma fonte do<br />

governo. O Brasil não estaria interessado em “comprar briga” com os<br />

colombianos, justamente no momento em que as relações entre os dois países<br />

passam um “ótimo momento”.<br />

A crítica do Palácio do Pla<strong>na</strong>lto, segundo essa mesma fonte, não seria tanto<br />

em relação às bases militares, mas sim à forma como o assunto foi<br />

encaminhado – “sem diálogo”, o que iria <strong>de</strong> encontro à proposta da<br />

administração <strong>de</strong> Barack Obama para a região.<br />

A avaliação brasileira é <strong>de</strong> que a região “mudou” e que, portanto, merece “um<br />

novo tratamento”.<br />

“Além disso, faltou consi<strong>de</strong>rar a complexida<strong>de</strong> das relações com o presi<strong>de</strong>nte<br />

da Venezuela, Hugo Chávez”, disse a fonte à BBC Brasil.<br />

11/08/2009<br />

Acordo militar entre EUA e Colômbia preocupa região<br />

BBC Brasil -<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/08/090807_colombia_a<strong>na</strong>li<br />

se_dg.shtml<br />

Acesso: 15:30<br />

“Des<strong>de</strong> que foi lançado o Plano Colômbia, com fi<strong>na</strong>nciamento dos Estados<br />

Unidos para combater o <strong>na</strong>rcotráfico e o que é chamado <strong>de</strong> "<strong>na</strong>rcoguerrilhas",<br />

as relações militares entre Colômbia e Estados Unidos tor<strong>na</strong>ram-se o centro <strong>de</strong><br />

críticas e suspeitas... quando entram em jogos as consi<strong>de</strong>rações geopolíticas,<br />

as coisas complicam-se. No episódio mais recente, isso aconteceu não ape<strong>na</strong>s<br />

junto a países retoricamente hostis contra a Colômbia, como é o caso <strong>de</strong>


Venezuela e Equador, mas também com tradicio<strong>na</strong>is aliados, como Brasil e<br />

Chile...”<br />

Acordo militar entre EUA e Colômbia preocupa região<br />

Em Washington, muitas pessoas não enten<strong>de</strong>m a relevância continental do<br />

acordo entre Estados Unidos e Colômbia para que militares americanos usem<br />

as bases colombia<strong>na</strong>s.<br />

As bases colombia<strong>na</strong>s serão usadas pelos americanos em substituição à base<br />

<strong>de</strong> Manta, no Equador, que será <strong>de</strong>volvida aos equatorianos no próximo mês.<br />

Des<strong>de</strong> que foi lançado o Plano Colômbia, com fi<strong>na</strong>nciamento dos Estados<br />

Unidos para combater o <strong>na</strong>rcotráfico e o que é chamado <strong>de</strong> "<strong>na</strong>rcoguerrilhas",<br />

as relações militares entre Colômbia e Estados Unidos tor<strong>na</strong>ram-se o centro <strong>de</strong><br />

críticas e suspeitas.<br />

Em geral, os círculos políticos e militares da capital america<strong>na</strong> valorizam a<br />

importância estratégica da Colômbia <strong>de</strong>ntro do esquema <strong>de</strong> luta contra o tráfico<br />

<strong>de</strong> drogas e dos planos <strong>de</strong> segurança hemisférica, mas esta discussão não é<br />

simplesmente técnica.<br />

E quando entram em jogos as consi<strong>de</strong>rações geopolíticas, as coisas<br />

complicam-se. No episódio mais recente, isso aconteceu não ape<strong>na</strong>s junto a<br />

países retoricamente hostis contra a Colômbia, como é o caso <strong>de</strong> Venezuela e<br />

Equador, mas também com tradicio<strong>na</strong>is aliados, como Brasil e Chile. Isso foi o<br />

que mais surpreen<strong>de</strong>u neste episódio.<br />

Estratégia dos EUA<br />

Grupos <strong>de</strong> direitos humanos que constantemente questio<strong>na</strong>m o histórico dos<br />

militares colombianos neste assunto expressaram "preocupação" com o novo<br />

acordo.<br />

Eu acredito que a presença <strong>de</strong> bases <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong> representa conflitos<br />

por óbvias realida<strong>de</strong>s históricas.<br />

Joy Olson, diretora da ONG WOLA<br />

Fontes do Comitê <strong>de</strong> Assuntos Exteriores do Se<strong>na</strong>do americano disseram à<br />

BBC que "não enten<strong>de</strong>m" a polêmica sobre as bases.<br />

Uma das fontes disse que são "<strong>de</strong>sproporcio<strong>na</strong>is" as acusações <strong>de</strong> que os<br />

Estados Unidos usariam estas bases para invadir a Venezuela.<br />

Na quarta-feira, o ministro da Defesa encarregado e chefe das forças militares


da Colômbia, general Freddy Padilla, disse em uma cúpula militar em<br />

Cartage<strong>na</strong> que as bases "não são bases america<strong>na</strong>s, são colombia<strong>na</strong>s".<br />

Na mesma reunião, o general Douglas Fraser, chefe do Comando Sul das<br />

forças america<strong>na</strong>s, <strong>de</strong>stacou que o "tipo <strong>de</strong> material que vai estar ali (<strong>na</strong>s<br />

bases) <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da Colômbia".<br />

Além do mais, o general Fraser disse que o trabalho dos militares americanos<br />

<strong>na</strong> Colômbia é "muito aberto e é coor<strong>de</strong><strong>na</strong>do com o Congresso dos Estados<br />

Unidos" e afirmou que isso não vai mudar.<br />

O especialista em assuntos <strong>de</strong> segurança, o coronel americano aposentado<br />

Erick Rojo, disse à BBC que "as coisas não mudam" com o novo acordo.<br />

Não são bases america<strong>na</strong>s, são colombia<strong>na</strong>s.<br />

General Freddy Padilla, ministro da Defesa da Colômbia<br />

"Não muda o número <strong>de</strong> pessoas <strong>na</strong> Colômbia. O número <strong>de</strong> equipamentos é o<br />

mesmo. Simplesmente se mantém a opção <strong>de</strong> ter acesso a uma base<br />

operacio<strong>na</strong>l para quando a situação for necessária", disse Rojo.<br />

Venezuela<br />

Para Joy Olson, diretora da ONG Washington Office on Latin America, o mais<br />

preocupante dos planos são a falta <strong>de</strong> informação sobre as negociações que<br />

levaram ao acordo.<br />

Olson diz que a presença <strong>de</strong> soldados americanos em bases colombia<strong>na</strong>s não<br />

é nem necessária nem politicamente sensível.<br />

"Se o que os Estados Unidos querem fazer são ativida<strong>de</strong>s antidrogas e<br />

monitorar voos com drogas que se dirigem aos Estados Unidos, po<strong>de</strong>-se<br />

cumprir essa função sem a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter direito ao uso <strong>de</strong> bases", disse<br />

ela à BBC.<br />

"Eu acredito que a presença <strong>de</strong> bases <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong> representa conflitos<br />

por óbvias realida<strong>de</strong>s históricas", disse ela em referência a invasões<br />

america<strong>na</strong>s <strong>na</strong> região no passado.<br />

Apesar <strong>de</strong> nenhuma base militar no acordo ficar próxima à fronteira com a<br />

Venezuela, o governo <strong>de</strong> Caracas alertou para os supostos <strong>de</strong>sequilíbrios<br />

militares que estão sendo introduzidos <strong>na</strong> região.<br />

Para a diretora da WOLA, no entanto, o novo acordo não é um prelúdio a uma<br />

invasão da Venezuela, como vem sugerindo o presi<strong>de</strong>nte venezuelano, Hugo<br />

Chávez.


Para Erick Rojo, "há uma alta hipocrisia por parte do presi<strong>de</strong>nte Hugo Chávez<br />

ao sugerir que isto muda alguma equação militar <strong>na</strong> região".<br />

"Se olharmos sob um ponto <strong>de</strong> vista muito frio, a Venezuela não representa<br />

nenhum risco para os Estados Unidos", diz.<br />

11/08/2009 - 23h47<br />

Presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto <strong>de</strong> Honduras chega ao Brasil para reunião com Lula<br />

da Folha Online<br />

da Agência Brasil<br />

O presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto <strong>de</strong> Honduras, Manuel Zelaya, chegou <strong>na</strong> noite <strong>de</strong>sta<br />

terça-feira a Brasília, on<strong>de</strong> foi recebido com honras <strong>de</strong> chefe <strong>de</strong> governo. Ele<br />

veio ao Brasil a convite do presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva, que o receberá<br />

<strong>na</strong> tar<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sta quarta-feira (12), no primeiro encontro entre os dois <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />

<strong>de</strong>posição do hondurenho, em 28 <strong>de</strong> junho. Na chegada, Zelaya pediu que os<br />

governos dos Estados Unidos e <strong>de</strong> países da América Lati<strong>na</strong> adotem medidas<br />

mais enérgicas contra o grupo que assumiu o po<strong>de</strong>r em Honduras.<br />

Afirmando que sua <strong>de</strong>tenção por militares e posterior <strong>de</strong>posição do cargo foi<br />

"um <strong>de</strong>lito que afeta a todo o continente americano", Zelaya pediu sobretudo<br />

aos EUA --com que Honduras mantém cerca <strong>de</strong> "70% <strong>de</strong> suas ativida<strong>de</strong>s<br />

econômicas, culturais, militares e políticas", segundo ele-- que <strong>de</strong>monstrem seu<br />

repúdio ao governo <strong>de</strong> Roberto Micheletti <strong>de</strong> forma mais dura.<br />

"Reconhecemos o esforço norte-americano, mas cremos que as ações foram<br />

<strong>de</strong>masiadamente fracas, não sendo suficientes. Consi<strong>de</strong>ramos que o<br />

presi<strong>de</strong>nte [Barack] Obama po<strong>de</strong> tomar medidas mais enérgicas nos aspectos<br />

econômicos, comerciais, migratórios e mesmo em relação a diversos tratados<br />

econômicos que têm com Honduras", afirmou Zelaya. Nesta segunda-feira,<br />

Obama disse ser uma "hipocrisia" os lí<strong>de</strong>res da região exigirem maior<br />

intervenção dos EUA no caso quando eles próprios pediram que "os ianques<br />

<strong>de</strong>ixassem a América Lati<strong>na</strong>".<br />

O governo americano apoiou a suspensão <strong>de</strong> Honduras da OEA (Organização<br />

dos Estados Americanos), suspen<strong>de</strong>u alguns convênios com o país e cassou<br />

os vistos para que quatro autorida<strong>de</strong>s hondurenhas entrem nos EUA, mas se<br />

recusa a adotar "sanções econômicas sufocantes" contra um dos países mais


pobres do continente --os americanos compram 40,6% das exportações<br />

hondurenhas-- ou a retirar a base militar america<strong>na</strong> <strong>de</strong> Honduras. Na última<br />

sexta-feira (7), Obama reiterou seu apoio a Zelaya, mas disse que não po<strong>de</strong>ria<br />

"apertar um botão e reinstalá-lo".<br />

No entanto Zelaya e seu principal aliado, o presi<strong>de</strong>nte da Venezuela, Hugo<br />

Chávez, continuam pressio<strong>na</strong>ndo para que os EUA adotem uma posição mais<br />

dura contra o governo interino <strong>de</strong> Honduras. Chávez disse nesta terça-feira que<br />

militares americanos da base <strong>de</strong> Palmerola, em Honduras, supostamente<br />

apoiaram a <strong>de</strong>posição do presi<strong>de</strong>nte eleito, enquanto o embaixador<br />

venezuelano <strong>na</strong> OEA, Roy Cha<strong>de</strong>rton, disse que a <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> Obama sobre<br />

a "hipocrisia" foi "arbitrária", "maliciosa" e com fins meramente "midiáticos".<br />

"Meu encontro com o presi<strong>de</strong>nte Lula e com o [ministro das Relações<br />

Exteriores] chanceler Celso Amorim é precisamente para tratarmos <strong>de</strong> uma<br />

estratégia para que as medidas contra o regime golpista sejam mais enérgicas,<br />

tanto as medidas norte-america<strong>na</strong>s quanto as latino-america<strong>na</strong>s", disse, logo<br />

após pousar <strong>na</strong> Base Aérea <strong>de</strong> Brasília, a bordo <strong>de</strong> um jato Falcon 50, <strong>de</strong><br />

registro venezuelano.<br />

Zelaya também agra<strong>de</strong>ceu à "firmeza com que Lula e Amorim, além <strong>de</strong><br />

movimentos sociais e setores da imprensa brasileira, con<strong>de</strong><strong>na</strong>ram o golpe <strong>de</strong><br />

Estado em Honduras", um <strong>de</strong>lito que, para ele, <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado um crime<br />

contra a humanida<strong>de</strong>.<br />

"O povo hondurenho completa hoje mais <strong>de</strong> 40 dias <strong>de</strong> resistência cívica<br />

pacífica. Ele foi duramente reprimido, há uma dúzia <strong>de</strong> assassi<strong>na</strong>tos, mais <strong>de</strong><br />

mil presos políticos em todo o país. Há tortura e a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> imprensa foi<br />

suprimida. O povo sofreu primeiro com o golpe <strong>de</strong> Estado e agora com a<br />

instalação <strong>de</strong> uma ditadura", disse o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto, referindo-se a<br />

informações divulgadas pela re<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus apoiadores, mas que são<br />

consi<strong>de</strong>radas exageradas pelo governo interino. "Não há, no âmbito<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, legislação específica sobre golpes <strong>de</strong> Estado e o Brasil é um dos<br />

países dispostos a lutar pela tipificação <strong>de</strong> golpes <strong>de</strong> Estado como um <strong>de</strong>lito <strong>de</strong><br />

lesa-humanida<strong>de</strong>".<br />

O Brasil con<strong>de</strong>nou o golpe <strong>de</strong> Estado em duros termos e exigiu a imediata<br />

restituição <strong>de</strong> Zelaya <strong>na</strong> Presidência. Além disso, mantém em Brasília o


embaixador brasileiro em Tegucigalpa e suspen<strong>de</strong>u vários acordos <strong>de</strong><br />

cooperação que <strong>de</strong>senvolvia com o governo <strong>de</strong> Honduras. Ao anunciar o<br />

encontro, o Ministério <strong>de</strong> Relações Exteriores do Brasil reiterou a con<strong>de</strong><strong>na</strong>ção<br />

do governo brasileiro à <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> Zelaya e insistiu que o presi<strong>de</strong>nte seja<br />

reempossado "<strong>de</strong> maneira incondicio<strong>na</strong>l e no prazo mais breve possível".<br />

A Presidência brasileira não confirmou se Zelaya tem previsão <strong>de</strong> realizar<br />

outras ativida<strong>de</strong>s em Brasília. Na sema<strong>na</strong> passada, o MST (Movimento dos<br />

Trabalhadores Rurais Sem Terra) anunciou que convidou Zelaya a visitar um<br />

acampamento que a organização instalou em Brasília, para protestar contra as<br />

políticas agrárias <strong>de</strong> Lula, mas não confirmou se o político hondurenho aceitou<br />

o convite.<br />

Nesta terça-feira, após uma marcha <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 10 mil apoiadores <strong>de</strong> Zelaya<br />

<strong>na</strong> capital hondurenha que terminou com o incêndio <strong>de</strong> uma lanchonete e a<br />

<strong>de</strong>predação <strong>de</strong> outras lojas, o governo interino restabeleceu o toque <strong>de</strong><br />

recolher em Tegucigalpa. O toque <strong>de</strong> recolher, <strong>de</strong>cretado após a <strong>de</strong>posição <strong>de</strong><br />

Zelaya, não vigorava <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o dia 31 <strong>de</strong> julho <strong>na</strong> capital. De acordo com um<br />

comunicado oficial divulgado pela TV, o toque <strong>de</strong> recolher estará vigente das<br />

22h <strong>de</strong>sta terça-feira (1h <strong>de</strong> quarta em Brasília) às 5h <strong>de</strong> quarta-feira (8h em<br />

Brasília).<br />

Impasse<br />

Zelaya foi <strong>de</strong>posto <strong>na</strong>s primeiras horas do dia 28 <strong>de</strong> junho, dia em que<br />

pretendia realizar uma consulta popular sobre mudanças constitucio<strong>na</strong>is que<br />

havia sido consi<strong>de</strong>rada ilegal pela Justiça. Com apoio da Suprema Corte e do<br />

Congresso, militares <strong>de</strong>tiveram Zelaya e o expulsaram do país, sob a alegação<br />

<strong>de</strong> que o presi<strong>de</strong>nte pretendia infringir a Constituição ao tentar passar por cima<br />

da cláusula pétrea que impe<strong>de</strong> reeleições no país.<br />

O presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto, cujo mandato termi<strong>na</strong> no início do próximo ano, nega<br />

que preten<strong>de</strong>sse continuar no po<strong>de</strong>r e se apoia <strong>na</strong> rejeição inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l ao que<br />

é amplamente consi<strong>de</strong>rado um golpe <strong>de</strong> Estado --e no auxílio fi<strong>na</strong>nceiro,<br />

político e logístico do presi<strong>de</strong>nte venezuelano-- para <strong>de</strong>safiar a autorida<strong>de</strong> do<br />

presi<strong>de</strong>nte interino e retomar o po<strong>de</strong>r.<br />

Isolado inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lmente, o presi<strong>de</strong>nte interino resiste à pressão exter<strong>na</strong> para<br />

que Zelaya seja restituído e gover<strong>na</strong> um país aparentemente dividido em<br />

relação à <strong>de</strong>stituição, mas com uma elite política e militar --além da cúpula da


Igreja Católica-- unida em torno da interpretação <strong>de</strong> que houve uma sucessão<br />

legítima <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r e <strong>de</strong> que a Presidência será entregue ape<strong>na</strong>s ao presi<strong>de</strong>nte<br />

eleito em novembro --as eleições estavam marcadas antes da crise, e nem o<br />

presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto nem o interino são candidatos.<br />

No último sábado (1º), Zelaya prometeu retor<strong>na</strong>r ao po<strong>de</strong>r por meios pacíficos<br />

e negou que esteja armando grupos <strong>de</strong> partidários perto da fronteira com a<br />

Nicarágua, como foi <strong>de</strong>nunciado pelo governo interino.<br />

A OEA, que suspen<strong>de</strong>u Honduras após a <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> Zelaya, formou uma<br />

comissão <strong>de</strong> chanceleres para visitar o país e tentar fazer com que o governo<br />

interino aceite os termos do Acordo <strong>de</strong> San José, a proposta <strong>de</strong> conciliação<br />

feita pelo presi<strong>de</strong>nte da Costa Rica, que prevê, entre outros pontos, a volta do<br />

presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto à frente <strong>de</strong> um governo <strong>de</strong> união <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, a anistia aos<br />

envolvidos <strong>na</strong> <strong>de</strong>posição e a antecipação, em um mês, das eleições<br />

presi<strong>de</strong>nciais.<br />

Inicialmente, a missão, composta pelos chanceleres <strong>de</strong> Ca<strong>na</strong>dá, Argenti<strong>na</strong>,<br />

México, Costa Rica, Jamaica e a República Dominica<strong>na</strong>, pretendia chegar a<br />

Honduras nesta terça-feira, mas divergências com o governo interino sobre a<br />

presença do secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza --acusado <strong>de</strong><br />

parcialida<strong>de</strong> em favor <strong>de</strong> Zelaya--, levaram a um adiamento. Ainda não há uma<br />

data <strong>de</strong>finida para a visita.<br />

Com agências inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is<br />

12/11/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “O Globo”<br />

Link da notícia:<br />

http://g1.globo.com/Sites/Especiais/Noticias/0,,MUL1377062-17814,00-<br />

DILMA+DIZ+QUE+BRASIL+NAO+ESTA+LIVRE+DE+NOVOS+BLECAUTES.<br />

html<br />

A ministra Dilma Rousseff, disse que o país po<strong>de</strong> voltar a ter novos apagões.<br />

12/08/2009<br />

Permitir bases dos EUA <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong> é traição, diz Morales<br />

BBC Brasil -<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/08/090807_morales_rc.sht<br />

ml


Acesso: 16:30<br />

“O presi<strong>de</strong>nte boliviano, Evo Morales, sugeriu nesta sexta-feira que o<br />

presi<strong>de</strong>nte da Colômbia, Álvaro Uribe, estaria cometendo um ato <strong>de</strong> traição ao<br />

permitir que militares dos Estados Unidos operem em bases no país...”<br />

Permitir bases dos EUA <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong> é traição, diz Morales<br />

O presi<strong>de</strong>nte boliviano, Evo Morales, sugeriu nesta sexta-feira que o presi<strong>de</strong>nte<br />

da Colômbia, Álvaro Uribe, estaria cometendo um ato <strong>de</strong> traição ao permitir que<br />

militares dos Estados Unidos operem em bases no país.<br />

“Os que querem implementar bases militares <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong> são traidores<br />

<strong>de</strong> seu povo, traidores da América Lati<strong>na</strong>”, disse ele, em uma clara referência<br />

ao governo colombiano.<br />

Morales comentou notícias sobre supostas ligações existentes entre governos<br />

<strong>de</strong> esquerda da região, como os <strong>de</strong> Bolívia, Venezuela e Equador, e os<br />

guerrilheiros colombianos das Farc.<br />

Com ironia, Morales chamou estes governos <strong>de</strong> “eixo do mal”, em referência a<br />

um termo usado pelo ex-presi<strong>de</strong>nte americano George W. Bush para <strong>de</strong>finir<br />

Estados-párias como Iraque, Irã e Coreia do Norte.<br />

“Este eixo está crescendo e percebo que políticas contra ele estão sendo<br />

aplicadas <strong>na</strong> Colômbia”, disse.<br />

Para o presi<strong>de</strong>nte boliviano, as <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> ligações com as Farc seriam<br />

“invenções para questio<strong>na</strong>r presi<strong>de</strong>ntes que lutam e trabalham pela igualda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> nossos povos”, disse ele.<br />

Posições<br />

Uribe terminou <strong>na</strong> quinta-feira seu giro por sete países da América do Sul em<br />

que apresentou aos colegas presi<strong>de</strong>ntes seu ponto-<strong>de</strong>-vista sobre o acordo<br />

militar com os Estados Unidos.<br />

Antes, o governo colombiano vinha sendo criticado por lí<strong>de</strong>res da região pela<br />

suposta falta <strong>de</strong> transparência em relação ao tema.<br />

O acordo militar ainda está em fase <strong>de</strong> negociação.<br />

Segundo a<strong>na</strong>listas, muitos países <strong>na</strong> região não compartilham da posição<br />

adotada por Bolívia e Venezuela, que alertaram que a presença america<strong>na</strong> <strong>na</strong><br />

Colômbia po<strong>de</strong>ria gerar um conflito militar.<br />

A Venezuela rompeu ligações diplomáticas com a Colômbia e disse que a<br />

única forma <strong>de</strong> reatá-las seria se o país <strong>de</strong>sistisse do acordo militar com os


Estados Unidos.<br />

12/08/2009 - 22h58<br />

Argenti<strong>na</strong> con<strong>de</strong><strong>na</strong> ex-general à prisão perpétua por crime durante a<br />

ditadura<br />

da Folha Online<br />

O ex-general Santiago Omar Riveros, 86, comandante do Campo <strong>de</strong> Mayo,<br />

consi<strong>de</strong>rado um dos maiores centros <strong>de</strong> extermínio da última ditadura argenti<strong>na</strong><br />

(1976-83), foi con<strong>de</strong><strong>na</strong>do nesta quarta-feira à prisão perpétua por crimes <strong>de</strong><br />

lesa-humanida<strong>de</strong>.<br />

Riveros, ex-chefe do Comando <strong>de</strong> Institutos Militares, foi consi<strong>de</strong>rado culpado<br />

pelo assassi<strong>na</strong>to <strong>de</strong> Floreal Avellaneda, <strong>de</strong> 15 anos, e pelo sequestro da mãe<br />

do jovem, Iris Avellaneda. Segundo a <strong>de</strong>núncia, os militares pren<strong>de</strong>ram os dois<br />

para localizar o pai <strong>de</strong> Floreal, que era comunista e conseguiu fugir <strong>de</strong> casa<br />

pulando por telhados <strong>de</strong> casas vizinhas quando lhe avisaram que a polícia<br />

estava chegando à procura <strong>de</strong>le.<br />

O jovem foi torturado e empalado pelos militares que estavam sob comando <strong>de</strong><br />

Riveros no Campo <strong>de</strong> Mayo, <strong>na</strong> periferia <strong>de</strong> Buenos Aires.<br />

"Eles me aplicavam choques elétricos <strong>na</strong>s axilas, seio, boca, órgãos genitais e<br />

ao 'Negrito' [Floreal, filho] faziam exatamente o mesmo. Comecei a gritar e eles<br />

mo trouxeram", contou a mãe do jovem assassi<strong>na</strong>do ao tribu<strong>na</strong>l. "Então ele me<br />

pediu, chorando, que eu dissesse on<strong>de</strong> estava seu pai, mas eu não sabia."<br />

"Estamos satisfeitos, mas ele <strong>de</strong>ve cumprir a pe<strong>na</strong> em uma prisão comum.<br />

Mesmo que ele morra <strong>na</strong> prisão, nunca vai sofrer aquilo que nós sofremos",<br />

disse Floreal Avellaneda, pai, após a leitura da sentença. A mulher foi liberada<br />

após quase três anos <strong>de</strong> <strong>de</strong>tenção.<br />

O tribu<strong>na</strong>l também con<strong>de</strong>nou, a 25 anos <strong>de</strong> prisão, o ex-chefe <strong>de</strong> Inteligência<br />

do Comando <strong>de</strong> Institutos Militares e ex-chefe da Polícia <strong>de</strong> Buenos Aires<br />

Fer<strong>na</strong>ndo Verplaetsen. Outros quatro acusados pela morte <strong>de</strong> Floreal<br />

receberam pe<strong>na</strong>s <strong>de</strong> entre oito e 18 anos <strong>de</strong> prisão.<br />

Pelo Campo <strong>de</strong> Mayo passaram cerca <strong>de</strong> 5.000 prisioneiros da ditadura,<br />

segundo organismos <strong>de</strong> direitos humanos. O ex-general havia sido con<strong>de</strong><strong>na</strong>do<br />

em 1985 e foi perdoado 1989, mas posteriormente foi acusado <strong>de</strong> roubo <strong>de</strong>


ebês, filhos <strong>de</strong> <strong>de</strong>saparecidos, o que foi classificado como um crime contra a<br />

humanida<strong>de</strong>, e, por isso, imprescritível. Ele também já havia sido con<strong>de</strong><strong>na</strong>do, à<br />

revelia, em 2000, <strong>na</strong> Itália, juntamente com outros seis militares, pelo sequestro<br />

e assassi<strong>na</strong>to <strong>de</strong> oito ítalo-argentinos durante a ditadura.<br />

Além <strong>de</strong> comandar o centro clan<strong>de</strong>stino <strong>de</strong> <strong>de</strong>tenção, o ex-general integrava a<br />

Junta Interamerica<strong>na</strong> <strong>de</strong> Defesa, um espaço <strong>de</strong> articulação da repressão <strong>de</strong>ntro<br />

do Plano Condor, a coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção entre as ditaduras do Cone Sul nos anos 70<br />

contra os movimentos armados <strong>de</strong> esquerda.<br />

Os julgamentos dos acusados <strong>de</strong> crimes durante a ditadura argenti<strong>na</strong> foram<br />

retomados <strong>de</strong>pois da revogação, em 2005, das "leis do perdão" -- Ponto Fi<strong>na</strong>l e<br />

Obediência Devida-- aprovadas em 1986 e 1987, e que foram consi<strong>de</strong>radas<br />

inconstitucio<strong>na</strong>is pela Suprema Corte argenti<strong>na</strong>.<br />

Dois anos antes, seguindo uma promessa <strong>de</strong> campanha do então presi<strong>de</strong>nte,<br />

Néstor Kirchner (2003-2007), o Se<strong>na</strong>do argentino aprovou a anulação das leis<br />

<strong>de</strong> anistia para os militares que cometeram crimes contra a humanida<strong>de</strong><br />

durante a ditadura.<br />

Em 1985, o general Jorge Vi<strong>de</strong>la e o almirante Emilio Massera, instigadores do<br />

golpe <strong>de</strong> Estado, tinham sido con<strong>de</strong><strong>na</strong>dos à prisão perpétua, e o general<br />

Roberto Viola, um dos ditadores, a 17 anos <strong>de</strong> <strong>de</strong>tenção, mas o segundo<br />

presi<strong>de</strong>nte após o fim da ditadura, Carlos Menem, conce<strong>de</strong>u um indulto aos<br />

três, além <strong>de</strong> anistiar a maioria dos militares e civis perseguidos por violações<br />

<strong>de</strong> direitos humanos.<br />

Tanto Vi<strong>de</strong>la, como Massera, ambos <strong>de</strong> 83 anos, estão atualmente presos por<br />

acusações <strong>de</strong> repressão durante o governo militar. O primeiro está em uma<br />

prisão comum e o segundo cumpre prisão domiciliar. Viola morreu em 2004.<br />

Vários outros oficiais da ditadura foram con<strong>de</strong><strong>na</strong>dos a pe<strong>na</strong>s <strong>de</strong> prisão<br />

perpétua após a retomada dos julgamentos referentes ao período. Em julho <strong>de</strong><br />

2008, o ex-comandante Luciano Menén<strong>de</strong>z foi con<strong>de</strong><strong>na</strong>do a passar a vida <strong>na</strong><br />

prisão por crimes cometidos em La Perla, um dos três maiores campos<br />

clan<strong>de</strong>stinos <strong>de</strong> <strong>de</strong>tenção da ditadura do país.<br />

Quatro meses <strong>de</strong>pois, o coronel da reserva Alberto Barda recebeu a mesma<br />

pe<strong>na</strong> por crimes <strong>de</strong> lesa-humanida<strong>de</strong> cometidos no centro clan<strong>de</strong>stino <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>tenção conhecido como La Cueva, <strong>na</strong> cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Mar <strong>de</strong>l Plata, a 400 km ao<br />

sul da capital argenti<strong>na</strong>.


Segundo números oficiais, 18 mil pessoas <strong>de</strong>sapareceram <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong><br />

durante o regime militar, embora organismos <strong>de</strong> direitos humanos afirmem que<br />

as vítimas chegam a 30 mil.<br />

Com France Presse e Efe<br />

14/08/2009 - 22h11<br />

Colômbia anuncia ter concluído negociação com EUA sobre acordo<br />

militar<br />

da Folha Online<br />

O governo colombiano informou nesta sexta-feira que fechou o acordo <strong>de</strong><br />

Cooperação e Assistência Técnica em Defesa e Segurança com os Estados<br />

Unidos, que levantou críticas <strong>de</strong> países vizinhos -especialmente Venezuela e<br />

Equador-- por permitir aos EUA utilizar bases militares <strong>na</strong> Colômbia. Os EUA<br />

preveem investimentos <strong>de</strong> até US$ 5 bilhões pelo novo pacto.<br />

"Este acordo reafirma o empenho das partes <strong>na</strong> luta contra o tráfico <strong>de</strong> drogas<br />

e terrorismo", informa um comunicado do Ministério da Defesa colombiano. "O<br />

texto acordado passa agora para a análise técnica por parte das instâncias<br />

gover<strong>na</strong>mentais <strong>de</strong> cada país para sua posterior assi<strong>na</strong>tura."<br />

O acordo, que começou a ser negociado neste ano, logo após a saída dos<br />

americanos da base <strong>de</strong> Manta, no Equador, prevê que os EUA mantenham<br />

1.400 pessoas, entre militares e civis, em até sete bases <strong>na</strong> Colômbia, pelos<br />

próximos <strong>de</strong>z anos. Os dois aliados afirmam que o acordo não é novo, mas<br />

ape<strong>na</strong>s uma extensão do acordo <strong>de</strong> combate ao <strong>na</strong>rcotráfico e às Farc (Forças<br />

Armadas Revolucionárias da Colômbia) chamado <strong>de</strong> Plano Colômbia; e<br />

argumentam que todas as bases ficarão sob o controle colombiano.<br />

No entanto, o acordo gerou tensão e discursos sobre uma possível corrida<br />

armamentista <strong>na</strong> região. No Brasil, o assunto gerou especial <strong>de</strong>sconfiança<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> vir à to<strong>na</strong> a informação <strong>de</strong> que os aviões americanos que operarão<br />

<strong>na</strong> base <strong>de</strong> Palanquero, no centro da Colômbia, têm um raio <strong>de</strong> ação muito<br />

superior ao necessário para o combate ao <strong>na</strong>rcotráfico, com o potencial <strong>de</strong><br />

cobrir o território brasileiro.<br />

Mas o assessor <strong>de</strong> Segurança Nacio<strong>na</strong>l da Casa Branca, general Jim Jones,<br />

afirmou <strong>na</strong> sema<strong>na</strong> passada que os aviões precisam ser capazes <strong>de</strong> realizar<br />

voos <strong>de</strong> longas distâncias somente por causa da distância entre os EUA e a


Colômbia. "Não há mágica, não há segredos sob a mesa", disse.<br />

O chanceler brasileiro, Celso Amorim, pediu nesta sexta-feira que, caso haja<br />

mesmo a presença militar, ela não seja "<strong>de</strong>sproporcio<strong>na</strong>da", assim como<br />

"garantias jurídicas <strong>de</strong> que estes soldados e equipamentos não serão utilizados<br />

<strong>de</strong> uma maneira que possa comprometer a segurança <strong>de</strong> outros países".<br />

Bolívia, Equador e Venezuela já se <strong>de</strong>clararam contra a eventual presença <strong>de</strong><br />

militares americanos <strong>na</strong> região. Já Brasil, Argenti<strong>na</strong> e Uruguai <strong>de</strong>monstraram<br />

preocupação, no entanto, reconhecem a soberania do país <strong>na</strong>s relações<br />

exteriores. Chile e Peru, por sua vez, ratificaram seu apoio ao governo<br />

colombiano.<br />

O presi<strong>de</strong>nte da Venezuela, Hugo Chávez, chegou a dizer, <strong>na</strong> segunda-feira<br />

(10), <strong>na</strong> cúpula da U<strong>na</strong>sul (União <strong>de</strong> Nações Sul-America<strong>na</strong>s), em Quito<br />

(Equador), que a presença militar dos EUA <strong>na</strong> Colômbia "po<strong>de</strong> gerar uma<br />

guerra <strong>na</strong> América do Sul", e afirmou que seu país está se preparando porque<br />

se sente "<strong>na</strong> mira". "Cumpro com minha obrigação moral <strong>de</strong> alertar: ventos <strong>de</strong><br />

guerra começam a soprar", disse.<br />

O presi<strong>de</strong>nte da Colômbia, Álvaro Uribe, preferiu não comparecer à reunião da<br />

U<strong>na</strong>sul no Equador --<strong>na</strong> qual o presi<strong>de</strong>nte equatoriano, seu <strong>de</strong>safeto, assumiu<br />

o comando da união--, preferindo fazer um giro <strong>de</strong> rápidas visitas aos chefes <strong>de</strong><br />

Estado dos países da América do Sul para tranquilizá-los sobre o acordo militar<br />

--a Venezuela e o Equador não foram incluídos no roteiro.<br />

Mas Uribe anunciou que participará da cúpula extraordinária U<strong>na</strong>sul prevista<br />

para o próximo dia 28 <strong>de</strong> agosto, <strong>na</strong> cida<strong>de</strong> argenti<strong>na</strong> <strong>de</strong> Bariloche, para<br />

esclarecer o acordo.<br />

Na sema<strong>na</strong> passada, o presi<strong>de</strong>nte dos EUA, Barack Obama, tentou diminuir a<br />

polêmica em torno do acordo dizendo que não havia o objetivo estabelecer<br />

bases militares america<strong>na</strong>s <strong>na</strong> Colômbia.<br />

"Temos um acordo <strong>de</strong> segurança com a Colômbia há muitos anos e o<br />

atualizamos", disse Obama.<br />

Nesta sexta-feira, Uribe garantiu que o acordo militar com os Estados Unidos é<br />

para "<strong>de</strong>rrotar o terrorismo" e <strong>de</strong>stacou que constitui uma "garantia" para os<br />

vizinhos da Colômbia", durante um ato público <strong>na</strong> cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>llín.<br />

Uribe <strong>de</strong>stacou seu <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> "recompor" as relações com Venezuela e<br />

Equador e afirmou que "a <strong>de</strong>rrota dos terroristas será uma garantia para


nossos vizinhos, nossos irmãos" sul-americanos.<br />

Em uma conferência empresarial <strong>na</strong> cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>llín, o presi<strong>de</strong>nte<br />

colombiano disse que gostaria <strong>de</strong> aumentar os laços militares com o Brasil e<br />

outros países da América do Sul.<br />

"Nós gostaríamos que o acordo com os Estados Unidos fosse projetado em<br />

todo o continente", disse Uribe .<br />

"Nós gostaríamos <strong>de</strong> tê-lo com o Brasil", disse o presi<strong>de</strong>nte colombiano. "Não<br />

vejo esse pacto com os Estados Unidos como incompatível com ter pactos com<br />

outros países também."<br />

Com France Presse, Efe e Reuters<br />

18/08/2009<br />

Após horas <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate, Venezuela aprova polêmica lei <strong>de</strong> Educação<br />

BBC Brasil -<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/08/090814_venezuela_edu<br />

cacao_pu.shtml<br />

Acesso: 12:10<br />

“Depois <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate, a Assembléia Nacio<strong>na</strong>l da Venezuela aprovou a<br />

Lei <strong>de</strong> Educação... a lei busca a<strong>de</strong>quar a educação aos princípios do Plano da<br />

Nação, <strong>de</strong> 2007, que a consi<strong>de</strong>ra uma ferramenta fundamental para o sucesso<br />

do projeto socialista impulsio<strong>na</strong>do pelo governo do presi<strong>de</strong>nte Hugo Chávez...”<br />

Após horas <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate, Venezuela aprova polêmica lei <strong>de</strong> Educação<br />

Depois <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate, a Assembléia Nacio<strong>na</strong>l da Venezuela aprovou a<br />

Lei <strong>de</strong> Educação, que gerou uma ampla mobilização <strong>de</strong> setores a favor da lei e<br />

contra ela.<br />

Na prática, a lei busca a<strong>de</strong>quar a educação aos princípios do Plano da Nação,<br />

<strong>de</strong> 2007, que a consi<strong>de</strong>ra uma ferramenta fundamental para o sucesso do<br />

projeto socialista impulsio<strong>na</strong>do pelo governo do presi<strong>de</strong>nte Hugo Chávez.<br />

A chefe do governo do Distrito Capital, Jacqueline Farias, disse recentemente<br />

que a lei permitiria “formar os Chávez do futuro”.<br />

Para a oposição, isto significa transformar as escolas em centros <strong>de</strong> formação<br />

política, no contexto <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ologia que nem todos compartilham – o que,<br />

para muitos, tor<strong>na</strong> a lei anticonstitucio<strong>na</strong>l.<br />

Só o primeiro dos 54 capítulos da lei levou quase três horas para ser aprovado.


Antes <strong>de</strong> começar a sessão legislativa, os <strong>de</strong>putados do governo haviam se<br />

comprometido a continuar até a aprovação fi<strong>na</strong>l da lei.<br />

Pontos<br />

Entre os pontos mais polêmicos da lei, está a questão do papel do Estado <strong>na</strong><br />

educação dos jovens. O projeto <strong>de</strong> lei previa 44 atribuições neste campo ao<br />

Estado, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a formação e seleção dos professores até a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> vagas<br />

em universida<strong>de</strong>s.<br />

O governo consi<strong>de</strong>ra que o texto “resgata o papel do Estado” <strong>na</strong> educação; a<br />

oposição afirma que a lei encobre uma tentativa <strong>de</strong> aumentar o po<strong>de</strong>r estatal<br />

para que Chávez imponha sua visão socialista.<br />

A lei outorga ainda aos conselhos comunitários - organizações <strong>de</strong> participação<br />

cidadã - po<strong>de</strong>res <strong>de</strong> ingerência <strong>na</strong>s escolas. O governo diz que isto é uma<br />

forma <strong>de</strong> estabelecer um vínculo da escola com a comunida<strong>de</strong>; a oposição diz<br />

que abre uma porta para a comunida<strong>de</strong> interferir <strong>na</strong>s escolas com propósitos<br />

não-pedagógicos.<br />

A nova legislação estabelece também o caráter laico do ensino em geral – o<br />

que, para o governo, é uma questão <strong>de</strong> garantir aos pais o direito <strong>de</strong> escolher a<br />

formação dos filhos. Para a oposição, a medida asfixiará milhares <strong>de</strong> escolas<br />

privadas administradas pela Igreja, uma forte opositora do governo bolivariano.<br />

Além disso, o projeto oficial estabelece que os meios <strong>de</strong> comunicação<br />

transmitam programas educativos e pune quem veicular conteúdo que exerça<br />

influência negativa sobre as crianças. Algo que, para a oposição, abre uma<br />

nova porta para o governo controlar a mídia do país.<br />

Protestos<br />

O ministro da Educação, Héctor Navarro, havia pedido pressa aos <strong>de</strong>putados<br />

para aprovar a lei antes do fim do período legislativo, no dia 15 <strong>de</strong> agosto.<br />

O presi<strong>de</strong>nte Chávez havia reforçado o pedido para que todas as leis do país<br />

estejam <strong>de</strong> acordo com o princípio socialista até o fim <strong>de</strong>ste ano.<br />

A <strong>de</strong>putada opositora Pastora Medi<strong>na</strong>, que integra a comissão <strong>de</strong> Educação da<br />

Assembléia venezuela<strong>na</strong>, disse que o projeto foi apresentado à sua comissão<br />

“da noite para o dia”, sem que houvesse tempo hábil para um <strong>de</strong>bate e sem<br />

que os <strong>de</strong>putados participassem da redação do projeto.<br />

Entretanto, a presi<strong>de</strong>nte da Comissão, a <strong>de</strong>putada governista Maria <strong>de</strong> Queipo,<br />

afirmou que o texto foi <strong>de</strong>batido “ao longo <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos” e que todas as partes


interessadas foram escutadas.<br />

No fi<strong>na</strong>l da tar<strong>de</strong>, a bancada do bloco <strong>de</strong> oposição "Po<strong>de</strong>mos" se retirou da<br />

sessão legislativa, mas acabou voltando diante da evidência <strong>de</strong> que o projeto<br />

seria aprovado pela maioria governista.<br />

“Aqui é preciso sair das ruas, é preciso usar a rebeldia social para reverter essa<br />

lei <strong>de</strong> educação”, disse o lí<strong>de</strong>r da bancada, Ismael García.<br />

Ele propôs um referendo para revogar a lei e disse que, se esta possibilida<strong>de</strong><br />

for negada, a oposição imporia uma “quarta ur<strong>na</strong>” – fazendo uma alusão à<br />

<strong>de</strong>posição do presi<strong>de</strong>nte hondurenho, Manuel Zelaya.<br />

Enquanto isso, os reitores das Universida<strong>de</strong>s Nacio<strong>na</strong>is autônomas se<br />

<strong>de</strong>clararam em “emergência” e afirmaram que não acatarão uma lei que<br />

consi<strong>de</strong>ram sem fundamento.<br />

18/08/2009<br />

Bases militares dos EUA são ameaça à integração regio<strong>na</strong>l, diz Chávez<br />

BBC Brasil -<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/08/090816_chavezacordoa<br />

meacacj.shtml<br />

Acesso: 13:00<br />

“O presi<strong>de</strong>nte da Venezuela Hugo Chávez disse que o acordo que po<strong>de</strong><br />

permitir a instalação <strong>de</strong> bases militares dos Estados Unidos <strong>na</strong> Colômbia é uma<br />

"ameaça" à integração regio<strong>na</strong>l e têm como "alvo" a Amazônia brasileira, o<br />

petróleo venezuelano e o Aquífero Guarani, consi<strong>de</strong>rado a maior reserva <strong>de</strong><br />

água doce do mundo...”<br />

Bases militares dos EUA são ameaça à integração regio<strong>na</strong>l, diz Chávez<br />

O presi<strong>de</strong>nte da Venezuela Hugo Chávez disse que o acordo que po<strong>de</strong> permitir<br />

a instalação <strong>de</strong> bases militares dos Estados Unidos <strong>na</strong> Colômbia é uma<br />

"ameaça" à integração regio<strong>na</strong>l e têm como "alvo" a Amazônia brasileira, o<br />

petróleo venezuelano e o Aquífero Guarani, consi<strong>de</strong>rado a maior reserva <strong>de</strong><br />

água doce do mundo.<br />

"Esse é um eixo que o império ianque (americano) está <strong>de</strong> olho há muito<br />

tempo. As bases militares asseguram o raio <strong>de</strong> ação ianque sobre toda a<br />

América do Sul", afirmou Chávez, neste domingo, durante o programa <strong>de</strong> rádio<br />

e TV Alô Presi<strong>de</strong>nte.


Chávez disse que há uma "corrida bélica" <strong>na</strong> região "dirigida" pelos Estados<br />

Unidos, com o objetivo <strong>de</strong> frear a integração regio<strong>na</strong>l impulsio<strong>na</strong>da pela U<strong>na</strong>sul<br />

(União das Nações Sul-America<strong>na</strong>s) e pela Alba (Alter<strong>na</strong>tiva Bolivaria<strong>na</strong> para<br />

as Américas).<br />

O presi<strong>de</strong>nte venezuelano também ironizou as explicações dadas pelos<br />

governos <strong>de</strong> Washington e Bogotá sobre a instalação das bases, que, <strong>de</strong><br />

acordo com esses países, realizarão operações <strong>de</strong> combate ao <strong>na</strong>rcotráfico.<br />

"Agora preten<strong>de</strong>m convencer-nos do contrário, <strong>de</strong> que o que estão instalando<br />

aí são parques infantis, montanhas-russas. É uma verda<strong>de</strong>ira ameaça",<br />

acrescentou.<br />

O presi<strong>de</strong>nte da Colômbia, Álvaro Uribe, por sua vez, afirmou que o acordo<br />

militar com os Estados Unidos "não tem volta atrás" e que respon<strong>de</strong> à<br />

<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> seu governo <strong>de</strong> "<strong>de</strong>rrotar o terrorismo".<br />

"Nossa política não tem marcha ré. É preciso <strong>de</strong>rrotá-los totalmente e este é<br />

um passo <strong>na</strong> direção correta", afirmou Uribe em um ato público que foi<br />

transmitido pela TV estatal.<br />

Rússia<br />

O acordo militar que <strong>de</strong>ve ser assi<strong>na</strong>do <strong>na</strong> próxima sema<strong>na</strong> po<strong>de</strong>rá transformar<br />

a Colômbia no reduto das operações militares america<strong>na</strong>s <strong>na</strong> América do Sul.<br />

O acordo prevê o uso, pelo Exército americano, <strong>de</strong> três bases militares <strong>na</strong><br />

Colômbia.<br />

"Estamos obrigados a alertar aos vizinhos e ao mundo. As bases são uma<br />

ameaça a todos, inclusive para a própria Colômbia", afirmou o presi<strong>de</strong>nte<br />

venezuelano.<br />

Chávez voltou a afirmar que firmará novos acordos <strong>de</strong> cooperação militar com<br />

a Rússia para incrementar a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> seu país.<br />

"Em poucas sema<strong>na</strong>s vamos para lá (Rússia). (Temos) compromissos<br />

energéticos, tecnológicos e também militares, não nos resta outra alter<strong>na</strong>tiva",<br />

afirmou.<br />

"Não queremos a guerra, a odiamos. Mas lamentavelmente temos que nos<br />

preparar para ela, o império e a burguesia colombia<strong>na</strong> nos obrigam. Nós<br />

estamos <strong>na</strong> lista número um, somos o primeiro alvo do império", acrescentou.<br />

Golpe em Honduras<br />

Chávez voltou a criticar a atuação dos Estados Unidos em relação à crise


hondurenha e afirmou que <strong>na</strong> madrugada em que sofreu o golpe <strong>de</strong> Estado, o<br />

presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto <strong>de</strong> Honduras, Manuel Zelaya, teria sido levado à base<br />

militar america<strong>na</strong> <strong>de</strong> Palmerola (Honduras), antes <strong>de</strong> ser levado à Costa Rica.<br />

Chávez disse que foi o próprio Zelaya quem <strong>de</strong>u <strong>de</strong>talhes da operação que<br />

teria sido coor<strong>de</strong><strong>na</strong>da por funcionários americanos.<br />

"Não sabiam o que fazer os militares ianques e tomaram a <strong>de</strong>cisão ali. É grave,<br />

o senhor não acha presi<strong>de</strong>nte (Barack) Obama?", afirmou o presi<strong>de</strong>nte<br />

venezuelano.<br />

Chávez também rebateu as críticas <strong>de</strong> Obama, que qualificou <strong>de</strong> "hipocrisia", a<br />

posição dos países que dizem que os Estados Unidos não foram rigorosos o<br />

bastante para exigir o retorno do presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Honduras ao po<strong>de</strong>r. Para<br />

Obama, esses países são os mesmos que criticam a política intervencionista<br />

america<strong>na</strong> <strong>na</strong> região.<br />

"Não há hipocrisia (...) não estamos pedindo que intervenham em Honduras,<br />

pelo contrário, estamos pedindo que o império retire suas garras <strong>de</strong> Honduras<br />

e da América Lati<strong>na</strong>", afirmou.<br />

18/08/2009 - 16h32<br />

Governo interino <strong>de</strong> Honduras rompe relações diplomáticas com<br />

Argenti<strong>na</strong><br />

colaboração para a Folha Online<br />

O governo interino <strong>de</strong> Honduras, li<strong>de</strong>rado por Roberto Micheletti, rompeu nesta<br />

terça-feira as relações diplomáticas com a Argenti<strong>na</strong> com base no princípio <strong>de</strong><br />

"estrita reciprocida<strong>de</strong>".<br />

Um comunicado da chancelaria hondurenha afirmou que, a partir <strong>de</strong> agora, as<br />

relações entre os dois países serão ca<strong>na</strong>lizadas por meio da embaixada <strong>de</strong><br />

Buenos Aires em Israel. O país é um dos poucos que mantêm contatos com o<br />

governo <strong>de</strong> Micheletti.<br />

A medida foi tomada após a Argenti<strong>na</strong> haver solicitado, <strong>na</strong> sema<strong>na</strong> passada, o<br />

afastamento da embaixadora <strong>de</strong> Honduras em Buenos Aires, Carmen Eleonora<br />

Ortez Williams, que estaria apoiando o golpe <strong>de</strong> Estado que tirou do po<strong>de</strong>r o<br />

presi<strong>de</strong>nte eleito do país, Manuel Zelaya, em 28 <strong>de</strong> junho.


No comunicado, a diplomacia hondurenha explicou que os funcionários<br />

argentinos que atuam no país --e que <strong>de</strong>ixarão suas funções-- "receberão o<br />

mesmo tratamento, prazo e facilida<strong>de</strong>s concedidos aos funcionários<br />

hondurenhos que trabalhavam <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong>".<br />

Ainda no texto, o ministério reitera que Honduras "conduz suas relações<br />

diplomáticas com base nos propósitos e princípios regidos pelo Direito<br />

Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, <strong>de</strong>ntre os quais se <strong>de</strong>stacam o respeito à soberania e à<br />

integrida<strong>de</strong> territorial, a não-ingerência em assuntos internos e a igualda<strong>de</strong><br />

sobera<strong>na</strong> entre os Estados".<br />

No dia em que ocorreu o golpe, a Argenti<strong>na</strong> não tinha um embaixador em<br />

Tegucigalpa. O diplomata <strong>de</strong>sig<strong>na</strong>do para a função estava prestes a viajar ao<br />

país, mas seu envio foi cancelado após a <strong>de</strong>stituição <strong>de</strong> Zelaya. Ainda assim, a<br />

embaixada continuou aberta.<br />

Ao expulsar a embaixadora Williams, aten<strong>de</strong>ndo a um pedido do próprio<br />

presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto, Buenos Aires informou que manteria relações com<br />

Tegucigalpa por meio da embaixada <strong>de</strong> Honduras nos Estados Unidos.<br />

O governo interino <strong>de</strong> Honduras também havia expulsado os diplomatas da<br />

Venezuela, mas eles <strong>de</strong>sacataram a or<strong>de</strong>m ao não reconhecer a legitimida<strong>de</strong><br />

do Executivo.<br />

Impasse<br />

Zelaya foi <strong>de</strong>posto <strong>na</strong>s primeiras horas <strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> junho, dia em que pretendia<br />

realizar uma consulta popular sobre mudanças constitucio<strong>na</strong>is que havia sido<br />

consi<strong>de</strong>rada ilegal pela Justiça. Com apoio da Suprema Corte e do Congresso,<br />

militares <strong>de</strong>tiveram Zelaya e o expulsaram do país, sob a alegação <strong>de</strong> que o<br />

presi<strong>de</strong>nte pretendia infringir a Constituição ao tentar passar por cima da<br />

cláusula pétrea que impe<strong>de</strong> reeleições no país.<br />

O presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto, cujo mandato termi<strong>na</strong> no início do próximo ano, nega<br />

que preten<strong>de</strong>sse continuar no po<strong>de</strong>r e se apoia <strong>na</strong> rejeição inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l ao que<br />

é amplamente consi<strong>de</strong>rado um golpe <strong>de</strong> Estado --e no auxílio fi<strong>na</strong>nceiro,<br />

político e logístico do presi<strong>de</strong>nte venezuelano, Hugo Chávez-- para <strong>de</strong>safiar a<br />

autorida<strong>de</strong> do presi<strong>de</strong>nte interino e retomar o po<strong>de</strong>r.<br />

Isolado inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lmente, o presi<strong>de</strong>nte interino resiste à pressão exter<strong>na</strong> para<br />

que Zelaya seja restituído e gover<strong>na</strong> um país aparentemente dividido em<br />

relação à <strong>de</strong>stituição, mas com uma elite política e militar --além da cúpula da


Igreja Católica-- unida em torno da interpretação <strong>de</strong> que houve uma sucessão<br />

legítima <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r e <strong>de</strong> que a Presidência será entregue ape<strong>na</strong>s ao presi<strong>de</strong>nte<br />

eleito em novembro --as eleições estavam marcadas antes da crise, e nem o<br />

presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto nem o interino são candidatos.<br />

Em 1º <strong>de</strong> agosto, Zelaya prometeu retor<strong>na</strong>r ao po<strong>de</strong>r por meios pacíficos e<br />

negou que esteja armando grupos <strong>de</strong> partidários perto da fronteira com a<br />

Nicarágua, como foi <strong>de</strong>nunciado pelo governo interino.<br />

A OEA, que suspen<strong>de</strong>u Honduras após a <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> Zelaya, pressio<strong>na</strong> o<br />

governo interino para que aceite os termos do Acordo <strong>de</strong> San José, a proposta<br />

<strong>de</strong> conciliação feita pelo presi<strong>de</strong>nte da Costa Rica, Oscar Arias, que prevê,<br />

entre outros pontos, a volta do presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto à frente <strong>de</strong> um governo <strong>de</strong><br />

união <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, a anistia aos envolvidos <strong>na</strong> <strong>de</strong>posição e a antecipação, em um<br />

mês, das eleições presi<strong>de</strong>nciais.<br />

Com Ansa e France Presse<br />

19/08/2009<br />

Anistia acusa governo interino <strong>de</strong> Honduras <strong>de</strong> violar direitos<br />

BBC Brasil -<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/08/090819_honduras_rc.sh<br />

tml<br />

Acesso: 22:00<br />

“A ONG <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa dos direitos humanos Anistia Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l (AI) divulgou um<br />

relatório em que acusa o governo interino <strong>de</strong> Honduras <strong>de</strong> realizar <strong>de</strong>tenções<br />

ilegais e <strong>de</strong> agredir manifestantes que se opuseram à <strong>de</strong>posição do presi<strong>de</strong>nte<br />

Manuel Zelaya, em 28 <strong>de</strong> junho....”<br />

Anistia acusa governo interino <strong>de</strong> Honduras <strong>de</strong> violar direitos<br />

A ONG <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa dos direitos humanos Anistia Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l (AI) divulgou um<br />

relatório em que acusa o governo interino <strong>de</strong> Honduras <strong>de</strong> realizar <strong>de</strong>tenções<br />

ilegais e <strong>de</strong> agredir manifestantes que se opuseram à <strong>de</strong>posição do presi<strong>de</strong>nte<br />

Manuel Zelaya, em 28 <strong>de</strong> junho.<br />

"As surras e as <strong>de</strong>tenções em massa foram usadas como forma <strong>de</strong> punir<br />

pessoas que expressaram sua oposição ao golpe <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong> junho apoiado<br />

pelos militares", diz o documento, divulgado <strong>na</strong> terça-feira.<br />

A Anistia <strong>de</strong>stacou casos <strong>de</strong> "perseguição" e "intimidação" a que teriam sido


submetidos ativistas <strong>de</strong> direitos humanos e jor<strong>na</strong>listas, limitando a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

expressão.<br />

"O uso da força excessiva e <strong>de</strong> <strong>de</strong>tenções arbitrárias em massa como política<br />

para reprimir a dissidência só serve para inflamar ainda mais as tensões"<br />

afirma o relatório.<br />

O presi<strong>de</strong>nte interino <strong>de</strong> Honduras, Roberto Micheletti, disse em uma entrevista<br />

a um ca<strong>na</strong>l <strong>de</strong> TV local que tanto o Exército como a Polícia estão aplicando a<br />

lei para controlar o "vandalismo" e que ambos só "recebem instruções do<br />

presi<strong>de</strong>nte".<br />

Mortos<br />

De acordo com a Anistia, as acusações do relatório têm como base entrevistas<br />

realizadas com 75 pessoas que teriam sido <strong>de</strong>tidas e agredidas pela polícia<br />

durante um protesto pacífico no qual os manifestantes exigiam o regresso <strong>de</strong><br />

Zelaya ao po<strong>de</strong>r.<br />

Organizações <strong>de</strong> direitos humanos em Honduras afirmam que ao menos quatro<br />

pessoas foram mortas durante manifestações pró-Zelaya.<br />

A AI consi<strong>de</strong>rou como "urgente" a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que a comunida<strong>de</strong><br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l encontre uma solução à crise política em Honduras.<br />

Após o afastamento <strong>de</strong> Zelaya, milhares <strong>de</strong> pessoas têm saído às ruas<br />

diariamente para mostra apoio ao lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong>posto.<br />

OEA<br />

Na terça-feira, a Comissão Interamerica<strong>na</strong> <strong>de</strong> Direitos Humanos iniciou um<br />

trabalho <strong>de</strong> apuração dos supostos abusos em Honduras.<br />

Nessa investigação, que se esten<strong>de</strong>rá até a sexta-feira, a comissão já<br />

conversou com magistrados da Suprema Corte <strong>de</strong> Justiça e com<br />

representantes da socieda<strong>de</strong> civil.<br />

A Comissão, ligada à Organização <strong>de</strong> Estados Americanos (OEA), preten<strong>de</strong><br />

ouvir também pessoas que <strong>de</strong>nunciaram abusos cometidos pela Polícia e<br />

Exército, membros das Forças Armadas e parlamentares, mas não <strong>de</strong>ve se<br />

reunir com representantes do Executivo.<br />

O governo interino vê com cautela a presença da comissão no país.<br />

"Temos que ter muita cautela e não ter muitas expectativas em relação a esses<br />

relatórios", afirmou em coletiva a vice-chanceler Martha Lore<strong>na</strong> Alvarado,<br />

comentando o trabalho da comissão. No enten<strong>de</strong>r do governo, "há muita


infiltração da esquerda" <strong>na</strong>s organizações <strong>de</strong> direitos humanos, disse ela.<br />

A OEA, que expulsou Honduras da organização imediatamente após o<br />

afastamento <strong>de</strong> Zelaya, preten<strong>de</strong> enviar a Honduras uma comissão <strong>de</strong><br />

chanceleres <strong>na</strong> próxima sema<strong>na</strong> para tentar pressio<strong>na</strong>r o governo interino a<br />

aceitar o acordo <strong>de</strong> San José, mediado pelo presi<strong>de</strong>nte costa-riquenho, Oscar<br />

Arias.<br />

O acordo prevê, entre outras coisas, o retorno <strong>de</strong> Zelaya à Presidência e a<br />

antecipação das eleições gerais pautadas para novembro.<br />

23/08/2009 - 17h24<br />

Corte Suprema <strong>de</strong> Honduras rejeita proposta para acabar com crise<br />

colaboração para a Folha Online<br />

A Corte Suprema <strong>de</strong> Honduras rejeitou neste domingo vários pontos da<br />

proposta apresentada pelo mediador da crise política no país, o presi<strong>de</strong>nte<br />

costa-riquenho Óscar Arias, <strong>na</strong>s vésperas da chegada <strong>de</strong> uma missão <strong>de</strong><br />

chanceleres da OEA (Organização dos Estados Americanos).<br />

A <strong>de</strong>legação tentará convencer o governo interino, presidido por Roberto<br />

Micheletti, a aceitar o Acordo <strong>de</strong> San José, proposto por Arias. O principal dos<br />

11 pontos da proposta é o regresso incondicio<strong>na</strong>l do presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto,<br />

Manuel Zelaya. A i<strong>de</strong>ia é rechaçada pelo governo com o argumento <strong>de</strong> que os<br />

militares o pren<strong>de</strong>ram e o expulsaram do país por um mandato judicial e que o<br />

Parlamento <strong>de</strong>signou Micheletti em uma "substituição constitucio<strong>na</strong>l".<br />

A Corte Suprema reafirmou neste domingo em comunicado que, se Zelaya<br />

regressar ao país, será para se submeter à Justiça, e não para recuperar o<br />

po<strong>de</strong>r.<br />

"Existem ações pe<strong>na</strong>is apresentadas [contra ele] pela Procuradoria Geral da<br />

República", diz o texto.<br />

Zelaya é objetivo <strong>de</strong> uma or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> prisão por ser acusado <strong>de</strong> cometer <strong>de</strong>litos<br />

em relação a uma consulta popular que ele pretendia realizar em 28 <strong>de</strong> junho --<br />

dia em que foi tirado do po<strong>de</strong>r-- para promover uma Assembleia Constituinte e<br />

que havia sido <strong>de</strong>clarada ilegal por vários órgãos do governo.<br />

Sobre uma anistia política, a Corte afirmou que "a única forma <strong>de</strong> fi<strong>na</strong>lizar ou<br />

suspen<strong>de</strong>r esses processos pe<strong>na</strong>is é em conformida<strong>de</strong> com a nossa


legislação".<br />

Ao questio<strong>na</strong>r outros aspectos da proposta da solução <strong>de</strong> Arias, a Suprema<br />

Corte argumentou que "qualquer tipo <strong>de</strong> acordo político que se <strong>de</strong>rive do<br />

Acordo <strong>de</strong> San José" <strong>de</strong>ve ser ser implementado "sob o amparo da<br />

Constituição e das leis" <strong>de</strong> Honduras, caso contrário, "seria uma contradição<br />

real".<br />

Outro ponto da proposta, a antecipação da eleição presi<strong>de</strong>ncial prevista para<br />

novembro, foi rejeitado há várias sema<strong>na</strong>s pelo Tribu<strong>na</strong>l Superior Eleitoral,<br />

enquanto que o Parlamento disse estar aberto a <strong>de</strong>bater uma anistia política --<br />

mas só se ambas as partes concordarem com isso.<br />

Missão<br />

É com esse cenário que a missão da OEA se reunirá em Honduras nesta<br />

segunda-feira com autorida<strong>de</strong>s públicas e também com representantes do<br />

setor privado, incluindo representantes <strong>de</strong> igrejas, empresários, trabalhadores,<br />

candidatos presi<strong>de</strong>nciais e organizações da socieda<strong>de</strong> civil.<br />

Neste domingo, os chanceleres Jorge Taia<strong>na</strong>, da Argenti<strong>na</strong>, e Juan Carlos<br />

Varela, do Pa<strong>na</strong>má, confirmaram que participarão da <strong>de</strong>legação, que será<br />

formada ainda pelos ministros das Relações Exteriores <strong>de</strong> Ca<strong>na</strong>dá (Peter<br />

Kent), Costa Rica (Bruno Stagno), Jamaica (Kenneth Baugh), México (Patricia<br />

Espinosa) e República Dominica<strong>na</strong> (Carlos Morales Troncoso).<br />

Em um comunicado, a Chancelaria argenti<strong>na</strong> confirmou que a "comitiva da<br />

OEA se reunirá com distintas instâncias públicas e privadas a fim <strong>de</strong><br />

impulsio<strong>na</strong>r a assi<strong>na</strong>tura do Acordo <strong>de</strong> San José, proposto pelo presi<strong>de</strong>nte da<br />

Costa Rica, Oscar Arias".<br />

Por sua vez, o chanceler pa<strong>na</strong>menho consi<strong>de</strong>rou que "os contatos do Pa<strong>na</strong>má<br />

são como coadjuvantes para melhorar a comunicação no processo <strong>de</strong><br />

mediação <strong>de</strong> San José e esperamos que, produto dos mesmos, as partes<br />

consigam resolver <strong>de</strong> forma pacífica e <strong>de</strong>mocrática as suas diferenças".<br />

"Há comunicação permanente entre o presi<strong>de</strong>nte Ricardo Martinelli e os<br />

mandatários da região, assim como entre os chanceleres para buscar uma<br />

saída à crise <strong>de</strong> Honduras", contou Varela.<br />

O ministro indicou ainda que a missão buscará, "mediante ao diálogo, um<br />

consenso sobre o Acordo <strong>de</strong> San José, única direção a seguir junto ao retorno<br />

a uma ple<strong>na</strong> <strong>de</strong>mocracia e à reconciliação entre todos os hondurenhos".


"O Pa<strong>na</strong>má está respaldando com firmeza a gestão mediadora do presi<strong>de</strong>nte<br />

da Costa Rica" e "sua proposta para o retorno à <strong>de</strong>mocracia e a reconciliação<br />

em Honduras", enfatizou o ministro.<br />

Às vésperas da viagem, o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, por<br />

sua parte, <strong>de</strong>clarou estar animado com o espírito <strong>de</strong> diálogo e que a missão<br />

viajará com "disposição <strong>de</strong> escutar todos os protagonistas relevantes <strong>de</strong>sta<br />

situação que se prolonga há um <strong>de</strong>masiado tempo".<br />

Insulza insistiu que "estamos convencidos <strong>de</strong> que a todos os atores os alenta<br />

uma real vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> restabelecimento institucio<strong>na</strong>l que permita que as eleições<br />

<strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> novembro gerem autorida<strong>de</strong>s efetivamente <strong>de</strong>mocráticas, legitimas e<br />

reconhecidas pela comunida<strong>de</strong> inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l".<br />

Para o secretário da OEA, o acordo proposto por Arias "é um texto satisfatório<br />

e permite retor<strong>na</strong>r à situação prévia à da madrugada <strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> junho, repondo o<br />

presi<strong>de</strong>nte constitucio<strong>na</strong>l e aten<strong>de</strong>ndo às principais apreensões e <strong>de</strong>mandas<br />

que <strong>de</strong>ram origem à crise".<br />

Nesse sentido, a Chancelaria pa<strong>na</strong>menha opinou que o diálogo é fundamental<br />

"para garantir a integrida<strong>de</strong> pessoal dos hondurenhos e o retorno, tão logo seja<br />

possível, da institucio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> <strong>de</strong>mocrática".<br />

"A missão <strong>de</strong> chanceleres <strong>de</strong>ve contribuir à formação <strong>de</strong> um governo <strong>de</strong><br />

unida<strong>de</strong> <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l que inicie e presida o processo eleitoral, permitindo assim<br />

que este seja reconhecido pela comunida<strong>de</strong> inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l", completou.<br />

As eleições presi<strong>de</strong>nciais <strong>de</strong> Honduras estão previstas para o dia 29 <strong>de</strong><br />

novembro, porém, o governo <strong>de</strong> Micheletti já <strong>de</strong>clarou por diversas ocasiões<br />

que não aceitará a condição imposta no pacto e que o pleito ocorrerá sob o seu<br />

regime.<br />

Anteriormente, Micheletti também havia vetado a viagem da <strong>de</strong>legação da<br />

OEA, pois não aceitava a participação <strong>de</strong> Insulza. Contudo, voltou atrás em sua<br />

<strong>de</strong>cisão e o aceitou <strong>na</strong> condição <strong>de</strong> observador.<br />

Com Efe e Ansa<br />

25/08/2009<br />

Uribe vem ao Brasil discutir acordo com EUA e U<strong>na</strong>sul<br />

BBC Brasil -<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/08/090822_venezuelaeduc


acaojardim_ir.shtml<br />

Acesso: 10:30<br />

“Milhares <strong>de</strong> venezuelanos saíram às ruas neste sábado em duas<br />

manifestações diferentes, uma pró e outra contra a nova lei <strong>de</strong> educação<br />

promulgada pelo Parlamento há uma sema<strong>na</strong>.... Os opositores ao governo <strong>de</strong><br />

Hugo Chávez argumentam que a nova lei preten<strong>de</strong> "i<strong>de</strong>ologizar" a educação<br />

venezuela<strong>na</strong>...”<br />

Venezuelanos marcham a favor e contra nova lei <strong>de</strong> educação<br />

Milhares <strong>de</strong> venezuelanos saíram às ruas neste sábado em duas<br />

manifestações diferentes, uma pró e outra contra a nova lei <strong>de</strong> educação<br />

promulgada pelo Parlamento há uma sema<strong>na</strong>.<br />

A marcha da oposição, que ocupou uma das principais avenidas do centro-<br />

oeste da cida<strong>de</strong>, foi dispersa pela Polícia Metropolita<strong>na</strong> com bombas <strong>de</strong> gás<br />

lacrimogêneo e jatos <strong>de</strong> água quando um grupo <strong>de</strong> manifestantes tentou<br />

romper o cordão <strong>de</strong> isolamento colocado pelos policiais perto do ponto fi<strong>na</strong>l da<br />

manifestação, que havia sido previamente acordado entre o Executivo e a<br />

oposição.<br />

Os opositores ao governo <strong>de</strong> Hugo Chávez argumentam que a nova lei<br />

preten<strong>de</strong> "i<strong>de</strong>ologizar" a educação venezuela<strong>na</strong>.<br />

"Não quero que ensinem comunismo para meu filho. Queremos liberda<strong>de</strong>",<br />

afirmou a comerciante Augusta Hernán<strong>de</strong>z, que admitiu à reportagem da BBC<br />

Brasil não ter lido as modificações que foram realizadas <strong>na</strong> nova legislação.<br />

"Não tive tempo, mas vi pela televisão o que esse governo quer fazer, querem<br />

controlar tudo".<br />

Ao longo da manifestação opositora se via cartazes com as frases "Não à<br />

mordaça <strong>na</strong> educação" e " Não admito tua lei cuba<strong>na</strong>".<br />

O governo, por sua vez, argumenta que a nova lei garante o acesso justo ao<br />

sistema educativo e o livre pensamento.<br />

"Essa ferramenta, no caso da educação universitária, dá direito aos estudantes<br />

a ingressarem ao sistema sem que ninguém tenha que fazer provas (vestibular)<br />

(...), é uma lei que permite a inclusão", afirmou o ministro <strong>de</strong> Educação, Luis<br />

Acuña, em entrevista ao ca<strong>na</strong>l estatal, durante a manifestação a favor da lei.<br />

Educação laica


A nova lei, assim como a anterior, reitera o caráter laico da educação<br />

venezuela<strong>na</strong>, medida que provocou o rechaço da cúpula da Igreja Católica, que<br />

adiantou que não acatará a regra.<br />

"A nova lei inclui todos os venezuelanos. Antes, mesmo sendo proibido, davam<br />

aulas <strong>de</strong> catolicismo <strong>na</strong>s escolas. Como ficavam as crianças que seguem outra<br />

religião?", afirmou a professora Nícia Bolívar, durante a manifestação pró-lei<br />

que tomou uma avenida do centro da capital Caracas.<br />

Entre outros aspectos, a nova legislação obriga a aplicação da "doutri<strong>na</strong><br />

bolivaria<strong>na</strong>" - referente a Símon Bolívar, prócer da in<strong>de</strong>pendência da América<br />

Lati<strong>na</strong> hispânica - nos cursos <strong>de</strong> ensino básico e médio.<br />

A lei também permite que os Conselhos Comu<strong>na</strong>is - que funcio<strong>na</strong>m como uma<br />

espécie <strong>de</strong> grupo <strong>de</strong> Orçamento Participativo - assumam um papel <strong>de</strong><br />

controladoria pública <strong>na</strong>s escolas e universida<strong>de</strong>s.<br />

Outro controvertido artigo que tem sido rejeitado pelos grupos empresariais da<br />

comunicação é o que co-responsabiliza aos meios <strong>de</strong> comunicação <strong>na</strong><br />

educação da socieda<strong>de</strong> venezuela<strong>na</strong>.<br />

Além <strong>de</strong> proibir a difusão <strong>de</strong> mensagens <strong>de</strong> violência, que "incitem o ódio" e<br />

que sejam "contrárias à soberania <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l", a legislação <strong>de</strong>termi<strong>na</strong> que os<br />

professores ensinem aos alunos a <strong>de</strong>senvolverem "pensamento crítico" frente<br />

aos meios <strong>de</strong> comunicação.<br />

25/08/2009 - 19h38<br />

Missão da OEA encerra visita a Honduras sem conseguir retorno <strong>de</strong><br />

Zelaya<br />

da Folha Online<br />

Atualizado às 19h47.<br />

A comissão <strong>de</strong> ministros das Relações Exteriores <strong>de</strong> países membros OEA<br />

(Organização dos Estados Americanos) encerrou nesta terça-feira uma visitar<br />

<strong>de</strong> dois dias a Honduras sem conseguir que o governo interino do país aceite o<br />

acordo para o regresso ao po<strong>de</strong>r do presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto do país, Manuel<br />

Zelaya.<br />

"A comissão lamenta que não tenha sido alcançado nesta ocasião o apoio para<br />

o Acordo <strong>de</strong> San José", disse o ministro das Relações Exteriores da Costa


Rica, Bruno Stagno, ao ler um comunicado ao fi<strong>na</strong>l da missão.<br />

Ele se referia à proposta <strong>de</strong> conciliação feita pelo presi<strong>de</strong>nte costa-riquenho,<br />

Oscar Arias, que prevê o retorno <strong>de</strong> Zelaya ao po<strong>de</strong>r, à frente <strong>de</strong> um governo<br />

<strong>de</strong> união <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, e uma anistia aos envolvidos <strong>na</strong> <strong>de</strong>posição, entre outros<br />

pontos.<br />

"Embora a comissão consi<strong>de</strong>re que houve avanços durante sua visita,<br />

reconhece que ainda não há disposição para a aceitação ple<strong>na</strong> do Acordo <strong>de</strong><br />

San José por parte <strong>de</strong> Roberto Micheletti, presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> fato, e setores afins",<br />

anunciou o grupo <strong>na</strong> <strong>de</strong>claração.<br />

Os chanceleres <strong>de</strong> México, Costa Rica, Pa<strong>na</strong>má, Argenti<strong>na</strong>, República<br />

Dominica<strong>na</strong> e Jamaica, o secretário <strong>de</strong> Relações Exteriores para as Américas e<br />

o secretário-geral da OEA, Miguel Insulza divulgaram a <strong>de</strong>claração em<br />

entrevista à imprensa, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma reunião <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> duas horas com<br />

Micheletti.<br />

"A comissão consi<strong>de</strong>ra imprescindível o pronto retorno à normalida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>mocrática [...] dado o iminente início da campanha eleitoral prevista para<br />

primeiro <strong>de</strong> setembro", leu o chanceler da Costa Rica.<br />

Aparentemente, o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> fato <strong>de</strong> Honduras, Roberto Micheletti,<br />

prossegue com a estratégia <strong>de</strong> postergar qualquer solução para a crise,<br />

apostando que a eleição presi<strong>de</strong>ncial prevista para novembro dê legitimida<strong>de</strong><br />

ao governo que for eleito, enterrando as chances <strong>de</strong> retorno <strong>de</strong> Zelaya, cujo<br />

mandato termi<strong>na</strong> em janeiro <strong>de</strong> 2010.<br />

Micheletti, disse à missão <strong>de</strong> chanceleres que, em 29 <strong>de</strong> novembro, "haverá<br />

eleições, reconheçam os países do mundo ou não".<br />

"Vamos ter eleições no dia 29 <strong>de</strong> novembro. Eu peço a Deus que sejam<br />

maciças. Estamos incitando a população para que todo mundo vote, para que<br />

garantamos que neste país queremos viver em <strong>de</strong>mocracia", afirmou Micheletti,<br />

durante uma reunião <strong>na</strong> Casa Presi<strong>de</strong>ncial com a missão <strong>de</strong> chanceleres da<br />

OEA.<br />

A organização já informou anteriormente que não reconhecerá um presi<strong>de</strong>nte<br />

eleito sem que Zelaya volte ao po<strong>de</strong>r, mas Micheletti afirmou que ainda que<br />

não tem "medo do embargo <strong>de</strong> ninguém" e que já "a<strong>na</strong>lisamos com toda<br />

tranquilida<strong>de</strong>, com toda firmeza, que este país po<strong>de</strong> seguir adiante, mesmo<br />

sem o apoio dos senhores e <strong>de</strong> outros países".


As eleições estavam marcadas antes da crise, e nem o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto<br />

nem o interino são candidatos.<br />

A mulher <strong>de</strong> Zelaya, Xiomara Castro, que permanece em Honduras e li<strong>de</strong>ra<br />

manifestações <strong>de</strong> rua contra o novo governo, disse que o presi<strong>de</strong>nte exilado<br />

aceitou todos os 12 pontos do acordo, incluindo o abandono <strong>de</strong> seus esforços<br />

para mudar a Constituição <strong>de</strong> Honduras, movimento que foi utilizado por seus<br />

adversários como justificativa para a <strong>de</strong>posição.<br />

O governo interino se recusa a aceitar todos os pontos do acordo, alegando<br />

que muitos dos itens <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> questões legais e jurídicas que estão além<br />

<strong>de</strong> seu po<strong>de</strong>r. Neste fim <strong>de</strong> sema<strong>na</strong>, a Suprema Corte <strong>de</strong> Honduras, que<br />

apoiou a <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> Zelaya e a posse <strong>de</strong> Micheletti <strong>na</strong> Presidência, rejeitou<br />

vários pontos da proposta. Em um comunicado, o tribu<strong>na</strong>l reafirmou que, se<br />

Zelaya regressar ao país, será para se submeter à Justiça, e não para<br />

recuperar o po<strong>de</strong>r.<br />

Visita<br />

Ao receber a missão da OEA, nesta terça-feira, Micheletti pediu <strong>de</strong>sculpas ao<br />

secretário-geral da organização, José Miguel Insulza, pouco <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> tê-lo<br />

repreendido novamente por seu papel <strong>na</strong> crise política hondurenha.<br />

"Peço <strong>de</strong>sculpas ao senhor Insulza, falo honestamente, <strong>de</strong> todo coração", disse<br />

Micheletti, em mensagem à missão <strong>de</strong> chanceleres da OEA e ao titular <strong>de</strong>sse<br />

organismo, a quem recebeu <strong>na</strong> Casa Presi<strong>de</strong>ncial. "Nos <strong>de</strong>ixou totalmente<br />

entristecidos a vez que o senhor veio aqui [em julho]; no entanto, hoje o<br />

recebemos com todo nosso carinho, com todo nosso respeito e com toda a<br />

admiração por sua luta <strong>na</strong> OEA."<br />

Momentos antes <strong>de</strong> pedir <strong>de</strong>sculpas, Micheletti tinha acusado o secretário-geral<br />

da OEA <strong>de</strong> que, em julho, "não ouviu ninguém" e "veio mandar neste país".<br />

"Isso não é concebível para um país, embora sejamos o mais pobre da<br />

América. Nós temos dignida<strong>de</strong>, queremos um pouco <strong>de</strong> respeito <strong>de</strong> todos,<br />

como estamos obrigados a respeitar vocês", disse o presi<strong>de</strong>nte interino.<br />

O encontro <strong>de</strong>sta terça-feira foi o primeiro contato direto entre Micheletti e<br />

representantes da OEA, que, em 4 <strong>de</strong> julho, suspen<strong>de</strong>u Honduras por não<br />

reinstalar Zelaya <strong>na</strong> Presidência, que foi <strong>de</strong>rrubado em 28 <strong>de</strong> junho, quando o<br />

Parlamento <strong>de</strong>signou o atual presi<strong>de</strong>nte.<br />

Micheletti e outros funcionários <strong>de</strong> seu governo disseram que Insulza não ouviu


todas as opiniões sobre a crise quando visitou Honduras, em 3 <strong>de</strong> julho, e foi<br />

parcial no relatório que apresentou no dia seguinte à Assembleia Geral que<br />

suspen<strong>de</strong>u o país.<br />

Há mais <strong>de</strong> duas sema<strong>na</strong>s, Micheletti adiou em uma primeira ocasião a<br />

chegada da <strong>de</strong>legação da OEA, rejeitando que fosse integrada por Insulza,<br />

mas, no fim, o aceitou como observador.<br />

Os chanceleres reuniram-se ainda com representantes do governo <strong>de</strong>posto do<br />

presi<strong>de</strong>nte, das Forças Armadas, da Igreja Católica e <strong>de</strong> igrejas evangélicas,<br />

com os candidatos presi<strong>de</strong>nciais e organizações da socieda<strong>de</strong> civil.<br />

Eles enfatizaram que a maioria dos setores aceitou o plano do <strong>de</strong> Arias.<br />

Histórico<br />

Zelaya foi <strong>de</strong>posto <strong>na</strong>s primeiras horas do dia 28 <strong>de</strong> junho, dia em que<br />

pretendia realizar uma consulta popular sobre mudanças constitucio<strong>na</strong>is que<br />

havia sido consi<strong>de</strong>rada ilegal pela Justiça. Com apoio da Suprema Corte e do<br />

Congresso, militares <strong>de</strong>tiveram Zelaya e o expulsaram do país, sob a alegação<br />

<strong>de</strong> que o presi<strong>de</strong>nte pretendia infringir a Constituição ao tentar passar por cima<br />

da cláusula pétrea que impe<strong>de</strong> reeleições no país.<br />

O presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto, cujo mandato termi<strong>na</strong> no início do próximo ano, nega<br />

que preten<strong>de</strong>sse continuar no po<strong>de</strong>r e se apoia <strong>na</strong> rejeição inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l ao que<br />

é amplamente consi<strong>de</strong>rado um golpe <strong>de</strong> Estado --e no auxílio fi<strong>na</strong>nceiro,<br />

político e logístico do presi<strong>de</strong>nte venezuelano-- para <strong>de</strong>safiar a autorida<strong>de</strong> do<br />

presi<strong>de</strong>nte interino e retomar o po<strong>de</strong>r.<br />

Isolado inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lmente, o presi<strong>de</strong>nte interino resiste à pressão exter<strong>na</strong> para<br />

que Zelaya seja restituído e gover<strong>na</strong> um país aparentemente dividido em<br />

relação à <strong>de</strong>stituição, mas com uma elite política e militar --além da cúpula da<br />

Igreja Católica-- unida em torno da interpretação <strong>de</strong> que houve uma sucessão<br />

legítima <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r.<br />

Com agências inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is<br />

26/08/2009<br />

Uribe vem ao Brasil discutir acordo com EUA e U<strong>na</strong>sul<br />

BBC Brasil -<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/08/090825_chavezrupturac<br />

olombia_np.shtml


Acesso: 11:30<br />

“O presi<strong>de</strong>nte da Venezuela, Hugo Chávez, orientou o ministro das Relações<br />

Exteriores do país, Nicolás Maduro, a preparar a ruptura das relações<br />

diplomáticas com a Colômbia... A medida é uma resposta ao anúncio, feito pelo<br />

governo colombiano <strong>na</strong> segunda-feira, <strong>de</strong> que apresentará uma queixa contra<br />

Chávez <strong>na</strong> Organização dos Estados Americanos (OEA) por suposta<br />

interferência nos assuntos internos da Colômbia...”<br />

Chávez or<strong>de</strong><strong>na</strong> preparação para ruptura com Colômbia<br />

O presi<strong>de</strong>nte da Venezuela, Hugo Chávez, orientou o ministro das Relações<br />

Exteriores do país, Nicolás Maduro, a preparar a ruptura das relações<br />

diplomáticas com a Colômbia.<br />

A medida é uma resposta ao anúncio, feito pelo governo colombiano <strong>na</strong><br />

segunda-feira, <strong>de</strong> que apresentará uma queixa contra Chávez <strong>na</strong> Organização<br />

dos Estados Americanos (OEA) por suposta interferência nos assuntos internos<br />

da Colômbia.<br />

"O governo colombiano agora nos está acusando <strong>de</strong> ingerência. Há que<br />

preparar a ruptura <strong>de</strong> relações com a Colômbia, Nicolás (Maduro). Isso vai<br />

ocorrer", afirmou Chávez em uma reunião com embaixadores transmitida ao<br />

vivo pelo ca<strong>na</strong>l estatal.<br />

"Essa burguesia colombia<strong>na</strong> nos o<strong>de</strong>ia e já não há aqui possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

retorno, <strong>de</strong> um abraço, é impossível", acrescentou.<br />

Interferência<br />

No domingo, em seu programa sema<strong>na</strong>l <strong>de</strong> rádio e televisão “Alô, Presi<strong>de</strong>nte”,<br />

Chávez indicou que o presi<strong>de</strong>nte da Colômbia, Álvaro Uribe, quer impedir que<br />

“o chavismo chegue à Colômbia”, mas que insistiria em mudar sua imagem no<br />

país vizinho.<br />

Se for concretizada a ruptura, a crise entre os dois países chegará a seu pior<br />

momento em um ano. Chávez já havia or<strong>de</strong><strong>na</strong>do o congelamento das relações<br />

com a Colômbia, <strong>de</strong>pois que Bogotá acusou seu governo <strong>de</strong> facilitar o <strong>de</strong>svio<br />

<strong>de</strong> armas à guerrilha das Farc.<br />

Antes disso, a tensão entre os vizinhos já havia aumentado <strong>de</strong> maneira<br />

significativa <strong>de</strong>pois do anúncio, feito pelo governo colombiano, <strong>de</strong> um acordo<br />

com os Estados Unidos que permitiria o uso <strong>de</strong> sete bases militares <strong>na</strong><br />

Colômbia pelo Exército americano.


"Essas sete bases ianques são uma <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> guerra contra a revolução<br />

bolivaria<strong>na</strong>", afirmou Chávez.<br />

"Não vamos continuar com meios termos, que <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um mês e meio Uribe<br />

venha (a Caracas) ou que diga porque não vou (...) nos acusam <strong>de</strong> ingerência,<br />

anda, quanto cinismo, que governo tão imoral", afirmou o lí<strong>de</strong>r venezuelano.<br />

A instalação das bases militares norte-america<strong>na</strong>s <strong>na</strong> Colômbia tem sido<br />

criticada pelos <strong>de</strong>mais países da América do Sul e será o ponto central <strong>de</strong><br />

discussão da Cúpula da U<strong>na</strong>sul, que será realizada em Bariloche, <strong>na</strong><br />

Argenti<strong>na</strong>, <strong>na</strong> próxima sexta-feira.<br />

Comércio<br />

A ruptura <strong>de</strong> relações po<strong>de</strong> agravar ainda mais a crise econômica do lado<br />

colombiano, que já vinha sendo afetado com o congelamento dos ca<strong>na</strong>is<br />

comerciais e diplomáticos. Isso porque existe um <strong>de</strong>sequilíbrio <strong>na</strong>s trocas<br />

comerciais entre os dois países a favor da Colômbia, com uma balança<br />

comercial que ultrapassa os US$ 7 bilhões.<br />

Na sema<strong>na</strong> passada, o Executivo venezuelano anunciou um plano <strong>de</strong><br />

substituição <strong>de</strong> importações colombia<strong>na</strong>s, que, <strong>de</strong> acordo com funcionários do<br />

governo, po<strong>de</strong> ser concluído em um ano.<br />

26/08/2009<br />

Colômbia e Venezuela transferem divergências sobre acordo militar para<br />

a OEA<br />

Fonte: UOL Notícias-<br />

http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2009/08/26/ult1808u145583.jhtm<br />

Acesso: 21:30<br />

“As tensões entre a Colômbia e a Venezuela sobre o acordo militar negociado<br />

entre Bogotá e Washington se transferiram hoje para os corredores da se<strong>de</strong> da<br />

Organização dos Estados Americanos (OEA), on<strong>de</strong> as ações do presi<strong>de</strong>nte<br />

venezuelano, Hugo Chávez, foram classificadas como um "projeto<br />

intervencionista"...”<br />

Colômbia e Venezuela transferem divergências sobre acordo militar para a<br />

OEA<br />

Washington, 26 ago (EFE).- As tensões entre a Colômbia e a Venezuela sobre


o acordo militar negociado entre Bogotá e Washington se transferiram hoje<br />

para os corredores da se<strong>de</strong> da Organização dos Estados Americanos (OEA),<br />

on<strong>de</strong> as ações do presi<strong>de</strong>nte venezuelano, Hugo Chávez, foram classificadas<br />

como um "projeto intervencionista".<br />

Durante uma sessão do Conselho Permanente da OEA, o embaixador da<br />

Colômbia no organismo, Luis Alfonso Hoyos, apresentou, como estava<br />

previsto, o "mais enérgico protesto" e criticou o que chamou <strong>de</strong> "projeto<br />

intervencionista" <strong>de</strong> Chávez nos assuntos internos <strong>de</strong> seu país.<br />

Hoyos pediu que Chávez utilize suas "capacida<strong>de</strong>s e talentos" <strong>de</strong> forma<br />

construtiva no continente, "sem semear mais ódio, respeitando as diferenças e<br />

não intervindo nos assuntos internos da Colômbia".<br />

Mas o embaixador da Venezuela <strong>na</strong> OEA, Roy Cha<strong>de</strong>rton, já tinha sua<br />

resposta pronta, embora não tenha se referido à <strong>de</strong>núncia imediata da<br />

Colômbia, mas arremetido contra a "oligarquia colombia<strong>na</strong>" e contra "países<br />

que, por infortúnio, parecem viciados em guerra".<br />

A causa imediata da <strong>de</strong>núncia da Colômbia foram as <strong>de</strong>clarações feitas no<br />

domingo pelo presi<strong>de</strong>nte venezuelano, Hugo Chávez, em seu programa "Alô,<br />

presi<strong>de</strong>nte", no sentido <strong>de</strong> que a "burguesia colombia<strong>na</strong> tem medo <strong>de</strong> que a<br />

voz <strong>de</strong> Chávez seja ouvida pelo povo da Colômbia e que, por isso, é preciso<br />

fazer tudo o que tiver que fazer".<br />

Chávez também disse ter or<strong>de</strong><strong>na</strong>do "uma investigação" a todas as empresas<br />

colombia<strong>na</strong>s <strong>na</strong> Venezuela, para evitar que mascarem capitais provenientes do<br />

<strong>na</strong>rcotráfico.<br />

No mesmo programa, Chávez criticou o acordo militar entre os Estados Unidos<br />

e a Colômbia, que ainda não foi assi<strong>na</strong>do e que autorizaria a utilização <strong>de</strong> sete<br />

bases militares em território colombiano por soldados americanos, em missões<br />

no combate ao <strong>na</strong>rcotráfico e ao terrorismo.


Para Chávez, a intenção dos EUA é aumentar sua presença militar e controlar<br />

os recursos <strong>na</strong>turais da região.<br />

O Governo <strong>de</strong> Chávez <strong>de</strong>ve apresentar, <strong>na</strong> sexta-feira, durante a cúpula<br />

extraordinária da União <strong>de</strong> Nações Sul-america<strong>na</strong>s (U<strong>na</strong>sul), <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong>, um<br />

relatório americano para <strong>de</strong>smontar "as mentiras" da Colômbia sobre o acordo<br />

militar.<br />

Sobre isso, Cha<strong>de</strong>rton reiterou que o acordo militar vem acompanhado por<br />

"ventos <strong>de</strong> guerra".<br />

Depois <strong>de</strong> sua apresentação, Cha<strong>de</strong>rton disse aos jor<strong>na</strong>listas que as relações<br />

entre a Colômbia e a Venezuela se encontram "no pior momento" e acusou o<br />

presi<strong>de</strong>nte Álvaro Uribe <strong>de</strong> "provocar um crescente sentimento anti-Venezuela<br />

<strong>na</strong> Colômbia".<br />

Neste sentido, Michael Shifter, a<strong>na</strong>lista do Diálogo Interamericano, disse à<br />

agência Efe que as relações entre os dois países "alcançaram um ponto baixo,<br />

já que a <strong>de</strong>sconfiança entre Uribe e Chávez é profunda".<br />

No entanto, os dois presi<strong>de</strong>ntes ten<strong>de</strong>m a ser "pragmáticos e compreen<strong>de</strong>m<br />

que seus países estão tão entrelaçados que se a situação piorar, os dois<br />

po<strong>de</strong>riam ser afetados".<br />

Cha<strong>de</strong>rton consi<strong>de</strong>rou que o protesto da Colômbia diante da OEA constitui um<br />

"grave erro diplomático" e que, segundo sua opinião, tinha o objetivo <strong>de</strong><br />

"provocar barulho para cobrir com uma corti<strong>na</strong> <strong>de</strong> fumaça as novida<strong>de</strong>s que<br />

possam sair da cúpula <strong>de</strong> Bariloche <strong>na</strong> próxima sexta-feira".<br />

Hoyos <strong>de</strong>stacou que o projeto expansionista <strong>de</strong> Chávez "está violando<br />

princípios fundamentais das relações entre Estados", consagrados <strong>na</strong> Carta<br />

das Nações Unidas, <strong>na</strong> Carta da OEA e <strong>na</strong> Carta Democrática Interamerica<strong>na</strong>.<br />

Além disso, Hoyos pediu que a tragédia da violência <strong>na</strong> Colômbia sirva para


ajudar o país a fazer frente "aos grupos <strong>de</strong> <strong>na</strong>rcotraficantes que nos causam<br />

danos".<br />

"Não é semeando rancor e raiva que se constroem socieda<strong>de</strong>s mais huma<strong>na</strong>s",<br />

afirmou Hoyos.<br />

"Não é <strong>de</strong>sprezando os que pensam diferente que se constrói uma <strong>de</strong>mocracia,<br />

não é silenciando a imprensa e calando os jor<strong>na</strong>listas que se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a<br />

liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão", disse, em alusão às últimas ações <strong>de</strong> repressão <strong>de</strong><br />

Chávez.<br />

Em <strong>de</strong>clarações a jor<strong>na</strong>listas, o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza,<br />

expressou seu <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> "que as relações melhorem" entre os dois países.<br />

27/08/2009 - 04h30<br />

Morales propõe referendo regio<strong>na</strong>l sobre acordo militar entre EUA e<br />

Colômbia<br />

da BBC Brasil<br />

O presi<strong>de</strong>nte da Bolívia, Evo Morales, propôs, nesta quarta-feira, a realização<br />

<strong>de</strong> um referendo regio<strong>na</strong>l sobre o acordo militar entre a Colômbia e os Estados<br />

Unidos.<br />

"Que sejam os povos e não os impérios que <strong>de</strong>cidam sobre a conveniência ou<br />

inconveniência da instalação <strong>de</strong> bases militares (dos Estados Unidos) <strong>na</strong><br />

América do Sul", disse Morales durante discurso <strong>na</strong> localida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Coipasa, no<br />

<strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> Oruro, no centro-oeste do país.<br />

Segundo Morales, os Estados Unidos "levam adiante uma estratégia <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sintegração da região", com a qual preten<strong>de</strong> gerar "divisões" entre os<br />

presi<strong>de</strong>ntes dos países.<br />

"Às vezes, penso que a instalação <strong>de</strong>stas bases <strong>na</strong> América do Sul é uma<br />

provocação do império para criar conflitos entre os presi<strong>de</strong>ntes, para estancar a<br />

integração regio<strong>na</strong>l".<br />

De acordo com a agência oficial <strong>de</strong> notícias ABI (Agência Bolivia<strong>na</strong> <strong>de</strong>


Informação), Morales afirmou que levará a proposta do referendo à reunião da<br />

União das Nações Sul-America<strong>na</strong>s (U<strong>na</strong>sul), nesta sexta-feira, em Bariloche,<br />

<strong>na</strong> Patagônia argenti<strong>na</strong>.<br />

"Vou apresentar em Bariloche a proposta do referendo sobre as bases<br />

militares. (...) Se o presi<strong>de</strong>nte colombiano não quiser retirar estas bases dos<br />

EUA da Colômbia, <strong>de</strong>vemos fazer um referendo <strong>na</strong> Bolívia, <strong>na</strong> Colômbia, no<br />

Equador, Venezuela, Brasil, Argenti<strong>na</strong> e outros para mostrar ao mundo a<br />

<strong>de</strong>cisão do povo", afirmou.<br />

Morales acredita que a ampliação da presença america<strong>na</strong> <strong>na</strong> região permitiria<br />

maior "intromissão" <strong>na</strong>s <strong>de</strong>cisões inter<strong>na</strong>s dos países.<br />

Uribe<br />

O encontro da U<strong>na</strong>sul foi convocado durante a última reunião do grupo, em<br />

Quito, no Equador, para que o presi<strong>de</strong>nte da Colômbia, Álvaro Uribe, esclareça<br />

o acordo aos colegas da região, já que a negociação com os EUA gerou fortes<br />

críticas dos integrantes da Venezuela, Equador e Bolívia.<br />

Uribe não participou do encontro em Quito porque a Colômbia e o Equador<br />

suspen<strong>de</strong>ram as relações diplomáticas após uma operação <strong>de</strong> militares<br />

colombianos no combate a guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias<br />

da Colômbia (Farc).<br />

O presi<strong>de</strong>nte do Equador, Rafael Correa, criticou a ação, argumentando ter<br />

ocorrido uma invasão do território equatoriano.<br />

Nos últimos dias, Uribe e seus assessores, entre eles o chefe das Forças<br />

Militares, Freddy Padilla, afirmaram que o pacto militar com Estados Unidos<br />

"não prevê a instalação <strong>de</strong> bases dos Estados Unidos", mas a maior presença<br />

<strong>de</strong> soldados americanos para o combate ao <strong>na</strong>rcotráfico e terrorismo.<br />

Brasil<br />

Nesta quarta-feira, o ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Jaime<br />

Bermú<strong>de</strong>z, disse que a reunião da U<strong>na</strong>sul <strong>de</strong>ve ser transmitida, ao vivo, por<br />

todos os meios <strong>de</strong> comunicação.<br />

"Isso vai ajudar para que a discussão seja séria e responsável e mostrará o<br />

ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> cada país", afirmou.<br />

Um representante do governo brasileiro que está acompanhando as<br />

discussões <strong>de</strong> perto, disse à BBC Brasil que as bases são colombia<strong>na</strong>s, seriam<br />

compartilhadas entre militares colombianos e americanos, e comandadas pelos


colombianos.<br />

"Mas o problema é a preocupação que essa maior presença <strong>de</strong> soldados<br />

americanos gera <strong>na</strong> região. Por isso, que fique muito claro que se limite a<br />

Colômbia e aí ninguém po<strong>de</strong> se meter. É um assunto da Colômbia", afirmou a<br />

fonte.<br />

O encontro ocorrerá num momento <strong>de</strong> fortes tensões entre Colômbia e<br />

Venezuela, que conta com apoio do Equador e da Bolívia.<br />

Autorida<strong>de</strong>s brasileiras afirmaram que querem garantias <strong>de</strong> que as ações <strong>de</strong><br />

militares americanos <strong>na</strong> Colômbia - on<strong>de</strong> já estão presentes <strong>de</strong>vido ao Plano<br />

Colômbia - se limitem ao território colombiano.<br />

A previsão é que a reunião em Bariloche terá pouco mais <strong>de</strong> três horas <strong>de</strong><br />

duração. O presi<strong>de</strong>nte brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, <strong>de</strong>ve chegar à<br />

cida<strong>de</strong> <strong>na</strong> noite <strong>de</strong> quinta-feira.<br />

27/08/2009 - 14h21<br />

Chávez diz que acordo militar Colômbia-EUA visa acabar com U<strong>na</strong>sul<br />

da Folha Online<br />

da France Presse, em Buenos Aires (Argenti<strong>na</strong>)<br />

O presi<strong>de</strong>nte venezuelano, Hugo Chávez, afirmou nesta quinta-feira que o<br />

acordo militar entre os Estados Unidos e Colômbia faz parte <strong>de</strong> um "um plano<br />

político e militar para acabar com o projeto da U<strong>na</strong>sul [União <strong>de</strong> Nações Sul-<br />

america<strong>na</strong>s]". A crítica foi publicada em uma nota paga em um jor<strong>na</strong>l argentino.<br />

"É parte <strong>de</strong> um plano político e militar orquestrado para acabar com o projeto<br />

da U<strong>na</strong>sul", afirma Chávez referindo-se à permissão da Colômbia para que os<br />

Estados Unidos operem em até sete bases militares <strong>de</strong> seu país.<br />

Chávez é um dos maiores opositores ao acordo militar entre Colômbia e EUA<br />

que permite aos americanos utilizar as bases militares em operações contra a<br />

guerrilha das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e o tráfico<br />

<strong>de</strong> drogas.<br />

A expansão da presença militar america<strong>na</strong> <strong>na</strong> Colômbia tem incentivado<br />

<strong>de</strong>clarações duras da Venezuela e preocupado até os governos mais<br />

mo<strong>de</strong>rados da América do Sul. Se aprovado, o acordo permitirá aos EUA<br />

manter 1.400 pessoas, entre militares e civis, em bases <strong>na</strong> Colômbia, pelos<br />

próximos <strong>de</strong>z anos. Os dois aliados afirmam que o acordo não é novo, mas


ape<strong>na</strong>s uma extensão do acordo <strong>de</strong> combate ao <strong>na</strong>rcotráfico e às Farc<br />

chamado <strong>de</strong> Plano Colômbia.<br />

Nos últimos dias, Chávez também disse que será "difícil e complicada" a<br />

cúpula da U<strong>na</strong>sul <strong>de</strong>sta sexta-feira <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong>, que estará centrada "só" no<br />

acordo militar da Colômbia e EUA.<br />

Os presi<strong>de</strong>ntes dos doze países da U<strong>na</strong>sul se reunirão em Bariloche (cida<strong>de</strong><br />

situada a 1.650 quilômetros ao sul <strong>de</strong> Buenos Aires) para tentar limar as<br />

divergências e conseguir do lí<strong>de</strong>r colombiano, Álvaro Uribe, garantias sobre<br />

seu acordo com Washington.<br />

Na nota publicada no jor<strong>na</strong>l "Pági<strong>na</strong> 12" e dirigida aos presi<strong>de</strong>ntes da U<strong>na</strong>sul,<br />

Chávez afirmou que "o império norte-americano iniciou uma contraofensiva,<br />

anti-histórica e retrógrada com o propósito <strong>de</strong> reverter a união, a soberania e a<br />

<strong>de</strong>mocracia no continente".<br />

Chávez --que consi<strong>de</strong>ra o acordo como "a maior ameaça neste continente<br />

histórico, para as infinitas riquezas do continente"-- afirmou ainda que o<br />

processo se iniciou com o golpe <strong>de</strong> Estado em Honduras, em 28 <strong>de</strong> junho<br />

passado.<br />

27/08/2009 - 21h00<br />

Correa questio<strong>na</strong> capacida<strong>de</strong> da Colômbia <strong>de</strong> controlar uso <strong>de</strong> bases<br />

da Folha Online<br />

Na véspera da reunião regio<strong>na</strong>l que vai discutir o acordo militar entre Estados<br />

Unidos e Colômbia, o presi<strong>de</strong>nte equatoriano, Rafael Correa, questionou nesta<br />

quinta-feira, em Lima, a capacida<strong>de</strong> do governo colombiano <strong>de</strong> controlar o uso<br />

das bases militares em seu território por parte <strong>de</strong> tropas america<strong>na</strong>s e ratificou<br />

que o acordo entre Bogotá e Washington é um assunto <strong>de</strong> toda a região.<br />

"Quando os norte-americanos se <strong>de</strong>ixaram controlar?", disse Correa a<br />

jor<strong>na</strong>listas durante uma escala técnica em Lima a caminho da cúpula da União<br />

<strong>de</strong> Nações Sul-america<strong>na</strong>s (U<strong>na</strong>sul), que será realizada nesta sexta-feira <strong>na</strong><br />

cida<strong>de</strong> argenti<strong>na</strong> <strong>de</strong> Bariloche para discutir o acordo entre Bogotá e<br />

Washington, que permite o uso <strong>de</strong> pelo menos sete bases colombia<strong>na</strong>s por<br />

militares americanos.<br />

As <strong>de</strong>clarações foram feitas diante <strong>de</strong> si<strong>na</strong>is <strong>de</strong> que um dos argumentos que a<br />

Colômbia usará <strong>na</strong> reunião <strong>de</strong>sta sexta-feira para diminuir a resistência ao


acordo será a garantia do governo <strong>de</strong> que as forças america<strong>na</strong>s que utilizarão<br />

as bases do país não farão qualquer ativida<strong>de</strong> além das fronteiras. O<br />

presi<strong>de</strong>nte americano, Barack Obama, ignorou um convite feito pelo presi<strong>de</strong>nte<br />

brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, para que participasse do encontro.<br />

Se aprovado, o acordo permitirá aos EUA manter 1.400 pessoas, entre<br />

militares e civis, em bases <strong>na</strong> Colômbia, pelos próximos <strong>de</strong>z anos. Os dois<br />

aliados afirmam que o acordo não é novo, mas ape<strong>na</strong>s uma extensão do<br />

acordo <strong>de</strong> combate ao <strong>na</strong>rcotráfico e às Farc chamado <strong>de</strong> Plano Colômbia.<br />

Para o presi<strong>de</strong>nte equatoriano, "com essas bases, os norte-americanos têm<br />

uma capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ação em toda a América do Sul. São coisas que<br />

preocupam".<br />

Correa também lembrou que seu país teve uma base america<strong>na</strong> durante uma<br />

década e que, apesar <strong>de</strong> que estava sob controle equatoriano, disse ter<br />

"graves <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> atos que eram impossíveis <strong>de</strong> controlar e<br />

que estão sob investigação".<br />

Além disso, o presi<strong>de</strong>nte equatoriano pôs em dúvida a luta antidrogas<br />

america<strong>na</strong>, uma das justificativas para o uso das bases, ao manifestar que a<br />

luta contra o <strong>na</strong>rcotráfico é "o novo bordão" dos EUA, que substitui à outrora<br />

luta anticomunista, um assunto que "é um motivo <strong>de</strong> grave preocupação para<br />

toda a América Lati<strong>na</strong>".<br />

O presi<strong>de</strong>nte equatoriano também arremeteu contra os gastos com armas da<br />

Colômbia, que, segundo ele, tem as <strong>de</strong>spesas militares mais altas da região,<br />

"sem contar a ajuda america<strong>na</strong> que recebe pelo Plano Colômbia".<br />

Segundo dados oficiais, é o Equador que li<strong>de</strong>ra os gastos militares, em termos<br />

relativos, <strong>na</strong> América do Sul, com 10,7% do orçamento <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>do à<br />

área bélica, contra 9,3% da Colômbia.<br />

O governo <strong>de</strong> Hugo Chávez investiu US$ 4 bilhões em armamento russo para,<br />

segundo o venezuelano, combater a ameaça da ajuda militar america<strong>na</strong> à<br />

Colômbia. O Equador está comprando 24 aviões <strong>de</strong> guerra brasileiros e seis<br />

aviões israelenses, e a Bolívia abriu uma linha <strong>de</strong> crédito <strong>de</strong> US$ 100 milhões<br />

com a Rússia para comprar armas.<br />

Esses movimentos, vistos por alguns a<strong>na</strong>listas como uma corrida armamentista<br />

<strong>na</strong> região, levaram o governo colombiano a anunciar que preten<strong>de</strong> transformar<br />

a cúpula <strong>de</strong>sta sexta-feira em um fórum para discutir os acordos <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa dos


países sul-americanos em geral com países <strong>de</strong> fora da região.<br />

Um dia antes da cúpula da U<strong>na</strong>sul, Correa <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u que a América Lati<strong>na</strong><br />

"seja um território <strong>de</strong> paz, livre <strong>de</strong> bases estrangeiras", ao confiar em que a<br />

reunião <strong>de</strong> Bariloche servirá para resolver "as dúvidas e a incerteza por meio<br />

do diálogo".<br />

Com Efe, France Presse e Associated Press<br />

27/08/2009 - 20h29<br />

Greve dos ruralistas aumenta pressão sobre governo argentino<br />

MARCIA CARMO<br />

da BBC Brasil, em Buenos Aires<br />

A nova paralisação anunciada nesta sema<strong>na</strong> pelos produtores rurais <strong>na</strong><br />

Argenti<strong>na</strong> aumenta a pressão política contra o governo da presi<strong>de</strong>nte Cristi<strong>na</strong><br />

Kirchner.<br />

No ano passado, quatro meses <strong>de</strong> paralisações e bloqueios promovidos pelos<br />

ruralistas contra um projeto o governo que aumentava impostos para<br />

exportações já havia provocado um forte <strong>de</strong>sgaste <strong>na</strong> popularida<strong>de</strong> da<br />

presi<strong>de</strong>nte e culminou com a <strong>de</strong>rrota <strong>de</strong> seu projeto no Congresso.<br />

Parlamentares da oposição e prefeitos <strong>de</strong> diferentes cida<strong>de</strong>s do país reuniram-<br />

se no Congresso Nacio<strong>na</strong>l <strong>na</strong> quarta-feira para discutir como reunir votos para<br />

tentar <strong>de</strong>rrubar o veto da presi<strong>de</strong>nte a um projeto que previa a redução <strong>de</strong><br />

impostos para as regiões afetadas pela recente e histórica seca.<br />

Os lí<strong>de</strong>res dos produtores rurais disseram que foi este veto, somado à falta <strong>de</strong><br />

diálogo com o governo, que os levou a realizar uma nova greve, com uma<br />

sema<strong>na</strong> <strong>de</strong> duração, até a próxima sexta-feira.<br />

"A presi<strong>de</strong>nte po<strong>de</strong>ria percorrer o interior do país para ver qual é a realida<strong>de</strong> do<br />

campo. Muitas regiões estão sofrendo para conseguir pagar suas contas",<br />

disse Mario Llambias, presi<strong>de</strong>nte das Confe<strong>de</strong>raciones Rurales Argenti<strong>na</strong>s<br />

(CRA).<br />

Abastecimento<br />

Segundo Llambias, o protesto não afetará o abastecimento interno. Mas o<br />

grupo, formado por quatro entida<strong>de</strong>s, disse que novas formas <strong>de</strong> protesto<br />

po<strong>de</strong>rão ser adotadas se não conseguirem ver atendidas suas exigências.


Na greve do ano passado, os bloqueios <strong>de</strong> estradas provocaram<br />

<strong>de</strong>sabastecimento em algumas regiões do país.<br />

O produtor rural Ricardo Buryale, também das CRA, disse que o governo vetou<br />

uma medida que ajudaria o setor rural, mas "<strong>de</strong>sembolsou" dinheiro para<br />

estatizar as transmissões <strong>de</strong> futebol.<br />

"O governo vetou uma lei que significaria 500 milhões <strong>de</strong> pesos para o setor<br />

rural. Um setor que gera, pelo menos, bilhões <strong>de</strong> dólares anuais aos cofres<br />

públicos. E preferiu gastar 600 milhões <strong>de</strong> pesos para estatizar as<br />

transmissões <strong>de</strong> futebol", afirmou.<br />

O <strong>de</strong>putado opositor Francisco <strong>de</strong> Nárvaez, da União Pro, autor do texto da<br />

redução <strong>de</strong> impostos, disse que a <strong>de</strong>cisão do governo <strong>de</strong> vetar a medida "não<br />

foi uma boa notícia".<br />

"Esse veto foi um erro histórico", disse o parlamentar.<br />

Conflito<br />

O economista Fausto Spotorno, da consultoria OJF, <strong>de</strong> Buenos Aires, acredita<br />

que a situação provocada pelo veto do governo à ajuda não <strong>de</strong>ve gerar um<br />

conflito tão gran<strong>de</strong> com os ruralistas como no ano passado.<br />

"Mas tudo vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r do tempo real <strong>de</strong>sta greve e da relação do governo<br />

com os ruralistas", disse Spotorno à BBC Brasil.<br />

Para os ministros da Produção, Debora Giorgi, e do Gabinete (equivalente a<br />

Casa Civil, no Brasil), Aníbal Fernán<strong>de</strong>z, o protesto "não faz sentido".<br />

"Nós estamos abertos ao diálogo. Sempre estivemos. Mas não po<strong>de</strong>riamos<br />

aprovar essa lei e castigar o país inteiro", afirmou Fernán<strong>de</strong>z.<br />

Por sua vez, o ex-presi<strong>de</strong>nte Kirchner, <strong>de</strong>putado eleito, disse que é<br />

"lamentável" o retorno da greve rural - um dos principais setores da economia<br />

do país.<br />

'Maquiagem'<br />

Mas <strong>na</strong> opinião do <strong>de</strong>putado opositor Adrian Pérez, da Coalizão Cívica, o veto<br />

"só servirá para gerar conflitos" em alguns setores do país.<br />

"O governo não mostra nenhum interesse em resolver os problemas que temos<br />

hoje no país. A maquiagem dos dados oficiais, o aumento do <strong>de</strong>semprego e,<br />

agora, ainda por cima, esse veto. Medida que só contribui para gerar conflitos",<br />

afirmou Pérez.<br />

Nos últimos tempos, a<strong>na</strong>listas econômicos e investidores afirmam que a


"maquiagem" dos dados oficiais é um dos principais problemas para a falta <strong>de</strong><br />

confiança dos correntistas e investidores <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong>.<br />

Uma reportagem publicada <strong>na</strong> quarta-feira no jor<strong>na</strong>l "Clarín" indicou que o<br />

In<strong>de</strong>c, por recomendação do governo, não realiza o Censo Agropecuário <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

a posse, em 2003, do ex-presi<strong>de</strong>nte Nestor Kirchner, marido e aliado político da<br />

presi<strong>de</strong>nte.<br />

Segundo levantamento do "Clarín", o setor rural sofreu "fortes quedas" <strong>na</strong><br />

exploração <strong>de</strong>ste braço da economia nos últimos anos, apesar do período <strong>de</strong><br />

expansão recor<strong>de</strong> do Produto Interno Bruto entre 2003 e 2007.<br />

Em Estados como Santiago <strong>de</strong>l Estero, Mendoza e Rio Negro, o total <strong>de</strong><br />

produtores rurais caiu mais <strong>de</strong> 20%, entre 2002 e 2008.<br />

Crise<br />

Os conflitos com o setor rural, um dos mais importantes da economia<br />

argenti<strong>na</strong>, ocorre em meio ao forte impacto da crise econômica inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />

sobre o país.<br />

O FMI (Fundo Monetário Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l) prevê uma contração <strong>de</strong> 1,5% no PIB<br />

argentino neste ano. o que interromperia uma série <strong>de</strong> fortes altas iniciadas<br />

após a crise <strong>de</strong> 2001-2002.<br />

Nesta sema<strong>na</strong>, a situação da economia argenti<strong>na</strong> foi tema <strong>de</strong> pelo menos três<br />

seminários inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is em Buenos Aires. Num <strong>de</strong>stes encontros,<br />

promovidos pela universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Tel Aviv, os economistas Ricardo Arriazu e<br />

Miguel Kiguel disseram que a economia <strong>de</strong>verá encolher até 3% este ano.<br />

No entanto, Mario Blejer, conselheiro do Ministério da Economia, disse que a<br />

alta nos preços das commodites no mercado inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l si<strong>na</strong>liza que o<br />

estado da economia argenti<strong>na</strong> vai melhorar.<br />

"A Argenti<strong>na</strong> precisa <strong>de</strong> US$ 5 bilhões para fechar suas contas nos próximos<br />

dois anos. Não é muito para um país <strong>de</strong>ste porte, mas o problema da Argenti<strong>na</strong><br />

é a confiança", <strong>de</strong>stacou.<br />

FMI<br />

A Argenti<strong>na</strong> não tem acesso aos mercados inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> crédito <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que<br />

<strong>de</strong>clarou o calote da dívida em 2001.<br />

Hoje, segundo Kiguel, a Argenti<strong>na</strong> registra uma taxa <strong>de</strong> risco país maior do que<br />

a da Venezuela, da Ucrânia e da Rússia, por exemplo. Esta taxa é um<br />

termômetro para a possível capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pagamento <strong>de</strong> um país.


O ministro da Economia, Amado Boudou, se reuniu com o diretor do FMI para o<br />

Hemisfério Oci<strong>de</strong>ntal, Nicolás Eyzaguirre, <strong>na</strong> quarta-feira.<br />

"Este é um momento a<strong>de</strong>quado para uma volta aos mercados fi<strong>na</strong>nceiros<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, justamente porque quase não precisamos", disse Boudou.<br />

A Argenti<strong>na</strong>, como o Brasil, quitou sua dívida com o FMI em 2006. E <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

2007 o governo evitou visitas <strong>de</strong> integrantes do Fundo ao país para revisão <strong>de</strong><br />

suas contas.<br />

Porém, o país precisaria agora, segundo vários economistas, aceitar esta<br />

revisão anual e resolver a questão das dúvidas sobre os dados públicos sobre<br />

a economia para voltar a ter o aval do Fundo e o acesso aos mercados<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> crédito. "Estamos abertos ao diálogo com a Argenti<strong>na</strong>", disse<br />

Eyzaguirre.<br />

27/08/2009 - 21h54<br />

Cristi<strong>na</strong> Kirchner critica imprensa ao anunciar projeto para regular<br />

radiodifusão<br />

da Folha Online<br />

A presi<strong>de</strong>nte da Argenti<strong>na</strong>, Cristi<strong>na</strong> Kirchner, fez fortes críticas à imprensa<br />

nesta quinta-feira, ao anunciar o envio ao Parlamento do país <strong>de</strong> um projeto<br />

para substituir a lei <strong>de</strong> radiodifusão vigente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a ditadura militar (1976-83).<br />

O projeto recebe críticas da oposição e <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> comunicação, que<br />

<strong>de</strong>nunciam um possível controle <strong>de</strong> conteúdo por parte do Estado.<br />

"Liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> imprensa não po<strong>de</strong> ser confundida com a liberda<strong>de</strong> dos<br />

proprietários da imprensa. Direito à informação significa direito a toda a<br />

informação, não à ocultação <strong>de</strong> uma parte da informação ou à distorção ou<br />

manipulação <strong>de</strong> uma parte", advertiu a gover<strong>na</strong>nte.<br />

Cristi<strong>na</strong> fez as <strong>de</strong>clarações em um ato realizado <strong>na</strong> residência oficial argenti<strong>na</strong><br />

que contou com a presença <strong>de</strong> ministros, gover<strong>na</strong>dores provinciais,<br />

intelectuais, jor<strong>na</strong>listas e membros <strong>de</strong> organizações sociais que apoiam a<br />

iniciativa.<br />

"Este projeto não é <strong>de</strong> um governo ou um partido, é da socieda<strong>de</strong> e dos 118<br />

jor<strong>na</strong>listas <strong>de</strong>tidos ou <strong>de</strong>saparecidos durante a ditadura", disse a presi<strong>de</strong>nte em<br />

discurso transmitido em re<strong>de</strong> <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> rádio e televisão.<br />

Em março, o governo argentino divulgou um anteprojeto da lei <strong>de</strong> serviços


audiovisuais a partir do qual houve uma rodada <strong>de</strong> consultas entre ONGs,<br />

universida<strong>de</strong>s, sindicatos e veículos <strong>de</strong> imprensa. O texto origi<strong>na</strong>l recebeu 50<br />

modificações após ser a<strong>na</strong>lisado em 24 fóruns <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate realizados em todo o<br />

país.<br />

A intenção do Executivo é que o projeto seja aprovado antes <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro,<br />

quando os legisladores escolhidos <strong>na</strong> eleição <strong>de</strong> junho assumirão seus<br />

mandatos, e o governo <strong>de</strong>ixará <strong>de</strong> ter maioria no Parlamento.<br />

A iniciativa gerou polêmicas e, apesar <strong>de</strong> seu conteúdo ainda ser uma<br />

incógnita, setores da oposição e da imprensa advertiram que a reforma<br />

escon<strong>de</strong> a intenção do governo <strong>de</strong> controlar os veículos <strong>de</strong> comunicação. Por<br />

outro lado, há consenso sobre a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atualizar uma normativa<br />

vigente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1980.<br />

Des<strong>de</strong> o governo <strong>de</strong> Néstor Kirchner (2003-07), marido e antecessor <strong>de</strong><br />

Cristi<strong>na</strong>, o Executivo argentino mantém uma relação difícil com a imprensa.<br />

Nos últimos anos, o enfrentamento com o maior conglomerado <strong>de</strong> mídia do<br />

país, o Grupo Clarín, ficou mais intenso.<br />

Apesar <strong>de</strong> concordar com a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atualizar a lei, a associação <strong>de</strong><br />

empresas jor<strong>na</strong>lísticas da Argenti<strong>na</strong> quer excluir totalmente a regulação sobre<br />

os conteúdos jor<strong>na</strong>lísticos, <strong>de</strong> informação e <strong>de</strong> opinião, além das ingerências<br />

estatais em matéria <strong>de</strong> programação.<br />

O texto, modificado diversas vezes <strong>de</strong>s<strong>de</strong> março passado, recebeu em junho<br />

em Genebra o apoio do relator especial da ONU sobre a proteção e a<br />

promoção do direito à liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> opinião e expressão, o guatemalteco Frank<br />

La Rue.<br />

Para La Rue, o projeto argentino é "um exemplo <strong>de</strong> promoção da liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

expressão" e "garante o pluralismo do setor da comunicação".<br />

O texto recebeu o apoio da oposição <strong>de</strong> centro-esquerda, mas foi rejeitado pelo<br />

PRO (direita), a União Cívica Radical (social-<strong>de</strong>mocrata) e a Coalizão Cívica<br />

(liberal e social-<strong>de</strong>mocrata).<br />

"Com esta lei, o governo quer controlar os meios <strong>de</strong> comunicação e condicio<strong>na</strong>r<br />

a opinião pública", <strong>de</strong>nunciou o empresário Francisco <strong>de</strong> Narváez, <strong>de</strong>putado<br />

pelo PRO e dono <strong>de</strong> dois ca<strong>na</strong>is <strong>de</strong> TV.<br />

Com Efe e France Presse


28/08/2009 - 08h31<br />

Fi<strong>de</strong>l diz que acordo Colômbia-EUA facilita intervenção america<strong>na</strong> <strong>na</strong><br />

região<br />

da Reuters, em Hava<strong>na</strong> (Cuba)<br />

O ex-ditador cubano Fi<strong>de</strong>l Castro disse nesta quinta-feira que uma maior<br />

presença militar dos Estados Unidos <strong>na</strong> Colômbia serviria como plataforma<br />

para futuras intervenções america<strong>na</strong>s <strong>na</strong> região. Os dois países enfrentam<br />

duras críticas dos lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> esquerda sul-americanos contra o acordo militar<br />

que permite aos americanos utilizar até sete bases militares colombia<strong>na</strong>s.<br />

O acordo <strong>de</strong>ve domi<strong>na</strong>r --apesar da resistência da Colômbia-- as discussões da<br />

reunião da U<strong>na</strong>sul (União <strong>de</strong> Nações da Sul-America<strong>na</strong>s) nesta sexta-feira <strong>na</strong><br />

Argenti<strong>na</strong>. A reunião foi convocada <strong>de</strong>pois da cúpula do órgão regio<strong>na</strong>l em<br />

Quito, no Equador, que, sem a presença do presi<strong>de</strong>nte colombiano, Alvaro<br />

Uribe, preferiu adiar a polêmica.<br />

"O único propósito dos Estados Unidos com essas bases, é colocar a América<br />

Lati<strong>na</strong> ao alcance <strong>de</strong> suas tropas em questão <strong>de</strong> horas", escreveu Fi<strong>de</strong>l, 83, no<br />

site oficial Cuba<strong>de</strong>bate.cu.<br />

A expansão da presença militar america<strong>na</strong> <strong>na</strong> Colômbia tem incentivado<br />

<strong>de</strong>clarações duras da Venezuela e preocupado até os governos mais<br />

mo<strong>de</strong>rados da América do Sul. Se aprovado, o acordo permitirá aos EUA<br />

manter 1.400 pessoas, entre militares e civis, em bases <strong>na</strong> Colômbia, pelos<br />

próximos <strong>de</strong>z anos. Os dois aliados afirmam que o acordo não é novo, mas<br />

ape<strong>na</strong>s uma extensão do acordo <strong>de</strong> combate ao <strong>na</strong>rcotráfico e às Farc (Forças<br />

Armadas Revolucionárias da Colômbia) chamado <strong>de</strong> Plano Colômbia.<br />

Fi<strong>de</strong>l disse nesta quinta-feira que o combate ao <strong>na</strong>rcotráfico, o terrorismo, o<br />

tráfico <strong>de</strong> armas e outros argumentos dos EUA para aumentar sua presença<br />

militar <strong>na</strong> Colômbia são "cínicos".<br />

No texto publicado quinta-feira <strong>na</strong> Internet, Fi<strong>de</strong>l afirma que os EUA reativaram<br />

no ano passado a 4ª Frota <strong>de</strong> suas Forças Armadas para agredir a Venezuela.<br />

28/08/2009 - 09h01<br />

Sob críticas, Colômbia quer <strong>de</strong>bater corrida armamentista <strong>na</strong> U<strong>na</strong>sul<br />

FERNANDO MUÑOZ<br />

da Efe, em Bogotá (Bolívia)


O presi<strong>de</strong>nte colombiano, Álvaro Uribe, participa nesta sexta-feira da cúpula da<br />

U<strong>na</strong>sul (União <strong>de</strong> Nações Sul-america<strong>na</strong>s), <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong>, para explicar o<br />

acordo que negociou com os Estados Unidos sobre o uso <strong>de</strong> bases militares no<br />

país. Sob duras críticas dos lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong> esquerda, Uribe quer evitar que o tema<br />

monopolize a reunião e preten<strong>de</strong> trazer à mesa outros pactos similares<br />

assi<strong>na</strong>dos <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong>, assim como a corrida armamentista <strong>de</strong> alguns<br />

países vizinhos.<br />

O acordo entre Bogotá e Washington, que permite a soldados e assessores<br />

americanos terem acesso a até sete bases militares em solo colombiano para<br />

operações contra o tráfico <strong>de</strong> drogas e o terrorismo, concluiu sua fase <strong>de</strong><br />

negociação em 14 <strong>de</strong> agosto e está à espera da assi<strong>na</strong>tura fi<strong>na</strong>l dos dois<br />

governos.<br />

Se aprovado, o acordo permitirá aos EUA manter 1.400 pessoas, entre<br />

militares e civis, em bases <strong>na</strong> Colômbia, pelos próximos <strong>de</strong>z anos. Os dois<br />

aliados afirmam que o acordo não é novo, mas ape<strong>na</strong>s uma extensão do<br />

acordo <strong>de</strong> combate ao <strong>na</strong>rcotráfico e às Farc (Forças Armadas Revolucionárias<br />

da Colômbia) chamado <strong>de</strong> Plano Colômbia.<br />

Uribe confirmou a presença <strong>na</strong> cúpula da cida<strong>de</strong> argenti<strong>na</strong> <strong>de</strong> Bariloche (sul),<br />

mas a condicionou à discussão <strong>de</strong> outros acordos <strong>de</strong> cooperação militar que<br />

alguns países têm com <strong>na</strong>ções <strong>de</strong> fora da região.<br />

"Não vamos à Argenti<strong>na</strong> para consultar sobre <strong>na</strong>da; o acordo já foi fechado",<br />

disse recentemente o ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Jaime<br />

Bermú<strong>de</strong>z, ao acrescentar que temas como o "armamentismo <strong>de</strong> certos<br />

vizinhos e o terrorismo" também <strong>de</strong>vem estar <strong>na</strong> agenda da cúpula.<br />

Uribe tomou a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> participar da cúpula extraordinária da U<strong>na</strong>sul após<br />

ter se recusado a estar presente <strong>na</strong> reunião do bloco realizada no começo <strong>de</strong><br />

agosto no Equador, país com o qual a Colômbia não tem relações diplomáticas<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2008.<br />

O diretor da Fundação Segurança e Democracia, Alfredo Rangel, explicou que,<br />

enquanto a Colômbia e os EUA estavam concluindo as negociações do<br />

convênio militar, funcionários do governo do presi<strong>de</strong>nte Hugo Chávez se<br />

reuniam com <strong>de</strong>legados russos para fechar um acordo <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>do "Estatuto<br />

da Comissão Intergover<strong>na</strong>mental Russo-Venezuela<strong>na</strong> para a Cooperação<br />

Técnico-Militar".


"Este acordo é secreto. E se <strong>de</strong>sconhece a forma como regula a presença <strong>de</strong><br />

militares russos em território venezuelano. Queria que Chávez tivesse um<br />

gesto recíproco ao <strong>de</strong> Uribe e explicasse à América do Sul os objetivos e o<br />

alcance <strong>de</strong>sse acordo secreto e dos que está <strong>de</strong>senvolvendo com Chi<strong>na</strong> e Irã",<br />

acrescentou.<br />

Chávez criticou em várias ocasiões o acordo e anunciou no domingo passado<br />

que levará à cúpula da U<strong>na</strong>sul um relatório militar americano com o qual<br />

po<strong>de</strong>rá <strong>de</strong>sarmar "as mentiras" que o governo colombiano po<strong>de</strong>ria apresentar.<br />

O presi<strong>de</strong>nte venezuelano insistiu que um dos objetivos <strong>de</strong>ssas bases é<br />

"aproximar" a Venezuela e, em última instância, controlar a faixa petrolífera do<br />

Orinoco, a maior reserva <strong>de</strong> hidrocarbonetos do mundo, e as reservas hídricas<br />

amazônicas.<br />

Chávez e os presi<strong>de</strong>ntes do Equador, Rafael Correa, e da Bolívia, Evo Morales,<br />

são os mais críticos ao acordo, que também é criticado pela Argenti<strong>na</strong> e pelo<br />

Brasil.<br />

Já Chile, Paraguai, Peru e Uruguai manifestaram seu respeito ao convênio<br />

militar entre Colômbia e EUA.<br />

Consciente da oposição regio<strong>na</strong>l ao acordo, a secretária <strong>de</strong> Estado america<strong>na</strong>,<br />

Hillary Clinton, afirmou <strong>na</strong> sema<strong>na</strong> passada que "não diz respeito" a outros<br />

países e indicou que tem um "claro reconhecimento da soberania e integrida<strong>de</strong><br />

territorial" da Colômbia.<br />

28/08/2009 - 11h43<br />

Colômbia precisa conversar com vizinhos sobre bases, diz Amorim<br />

da Reuters, em Paris<br />

O chanceler Celso Amorim manifestou nesta quinta-feira (27) a preocupação<br />

do Brasil com o acordo militar que permite aos EUA usar até sete bases<br />

militares da Colômbia e disse torcer para que o encontro da U<strong>na</strong>sul (União <strong>de</strong><br />

Nações Sul-America<strong>na</strong>s) que acontece nesta sexta, em Bariloche (Argenti<strong>na</strong>),<br />

resolva a questão.<br />

O acordo enfrenta forte resistência <strong>de</strong> alguns li<strong>de</strong>res latino-americanos,<br />

especialmente do venezuelano Hugo Chávez, que o aponta como uma<br />

agressão "imperialista".


Bogotá e Washington dizem que o acordo se <strong>de</strong>sti<strong>na</strong> a combater o <strong>na</strong>rcotráfico<br />

e o terrorismo, e a Colômbia levou nesta sema<strong>na</strong> à OEA (Organização dos<br />

Estados Americanos) uma queixa contra a Venezuela por supostamente<br />

interferir nos seus assuntos internos. Mas Amorim disse nesta quinta-feira, em<br />

Paris, que a Colômbia tem a obrigação <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r às preocupações <strong>de</strong> seus<br />

vizinhos.<br />

"É claro que o Brasil respeita o direito soberano da Colômbia <strong>de</strong> assi<strong>na</strong>r<br />

acordos inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is que julgar relevantes para garantir a or<strong>de</strong>m em seu<br />

território", disse o chanceler em uma conferência <strong>de</strong> embaixadores franceses<br />

em Paris. "Mas, mesmo assim, a presença <strong>de</strong> bases estrangeiras <strong>na</strong> América<br />

do Sul <strong>de</strong>sperta sensibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uma <strong>na</strong>tureza política e até psicológica, que<br />

<strong>de</strong>vem ser levadas em conta", acrescentou.<br />

Em agosto passado, o presi<strong>de</strong>nte da Colômbia, Álvaro Uribe, visitou sete<br />

países vizinhos --incluindo o Brasil-- para dar esclarecimentos a respeito <strong>de</strong><br />

itens do acordo.<br />

Na opinião do chanceler, qualquer arranjo neste sentido <strong>de</strong>veria conter<br />

garantias jurídicas quanto ao uso <strong>de</strong> pessoal e equipamentos estrangeiros.<br />

Os gover<strong>na</strong>ntes sul-americanos se reúnem <strong>na</strong> sexta-feira <strong>na</strong> cida<strong>de</strong> argenti<strong>na</strong><br />

<strong>de</strong> Bariloche para discutir a questão. O Brasil convidou o presi<strong>de</strong>nte dos<br />

Estados Unidos, Barack Obama, para comparecer ao encontro e apresentar<br />

argumentos que tranquilizem os países da região. Amorim disse que o<br />

encontro da U<strong>na</strong>sul será uma oportunida<strong>de</strong> para que a questão seja resolvida<br />

"<strong>de</strong> maneira cooperativa e pacífica."<br />

28/08/2009 - 11h55<br />

Kirchner i<strong>na</strong>ugura cúpula da U<strong>na</strong>sul e pe<strong>de</strong> doutri<strong>na</strong> comum sobre bases<br />

da Folha Online<br />

A presi<strong>de</strong>nte argenti<strong>na</strong>, Cristi<strong>na</strong> Kirchner, i<strong>na</strong>ugurou <strong>na</strong> manhã <strong>de</strong>sta sexta-feira<br />

a reunião <strong>de</strong> cúpula da U<strong>na</strong>sul (União <strong>de</strong> Nações Sul-America<strong>na</strong>s) com o<br />

pedido para que os 12 países <strong>de</strong>terminem uma doutri<strong>na</strong> comum em relação à<br />

instalação <strong>de</strong> bases estrangeiras em países da região --uma alusão ao acordo<br />

militar Colômbia-EUA que dividiu opiniões e <strong>de</strong>ve domi<strong>na</strong>r os <strong>de</strong>bates da<br />

cúpula.<br />

"Creio que estamos fixando uma doutri<strong>na</strong> da U<strong>na</strong>sul em relação às forças


extraterritoriais em certos países", disse Kirchner, ao i<strong>na</strong>ugurar a cúpula. "O<br />

que resolvermos <strong>de</strong>verá ser uma doutri<strong>na</strong> uniforme. Devemos preservar a<br />

América do Sul como uma região <strong>de</strong> paz, on<strong>de</strong> a unilateralida<strong>de</strong> não venha<br />

perturbar uma região que se manteve longe <strong>de</strong> confrontações."<br />

Kirchner, que já havia alertado o colega colombiano, Alvaro Uribe, sobre o risco<br />

<strong>de</strong> permitir o uso <strong>de</strong> bases do país aos americanos, lembrou em seu discurso<br />

i<strong>na</strong>ugural "as experiências terríveis no continente <strong>de</strong> agressões <strong>de</strong> potências<br />

extrarregio<strong>na</strong>is".<br />

Entre as experiências, a presi<strong>de</strong>nte argenti<strong>na</strong> citou as explosões <strong>na</strong> embaixada<br />

<strong>de</strong> Israel (em 1992) e da Associação Mutual Judia AMIA (em 1994) ocorridas<br />

<strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong>.<br />

Ao dar as boas-vindas aos colegas, Kirchner agra<strong>de</strong>ceu em particular ao<br />

presi<strong>de</strong>nte Uribe por ter aceito participar <strong>na</strong> cúpula extraordinária <strong>de</strong> Bariloche.<br />

"Não po<strong>de</strong> haver uma soberania que imponha condições às <strong>de</strong>mais, que tenha<br />

supremacia", disse Kirchner, em um recado indireto a Uribe --que já falou aos<br />

colegas <strong>de</strong> U<strong>na</strong>sul que não abrirá mão <strong>de</strong> sua soberania.<br />

O encontro da U<strong>na</strong>sul foi convocado durante a última reunião do grupo, em<br />

Quito, no Equador, para que o presi<strong>de</strong>nte Uribe esclareça o acordo aos colegas<br />

da região, já que a negociação com os EUA gerou fortes críticas dos<br />

integrantes da Venezuela, Equador e Bolívia.<br />

Uribe não participou do encontro em Quito porque a Colômbia e o Equador<br />

suspen<strong>de</strong>ram as relações diplomáticas após uma operação <strong>de</strong> militares<br />

colombianos no combate a guerrilheiros das Farc (Forças Armadas<br />

Revolucionárias da Colômbia).<br />

Os presi<strong>de</strong>ntes dos 12 países da região estão reunidos no Hotel Llao Llao <strong>de</strong><br />

Bariloche, no sul argentino, para tentar controlar a crise causada pela<br />

permissão da Colômbia para que tropas america<strong>na</strong>s operem em até sete bases<br />

em seu território.<br />

Se aprovado, o acordo permitirá aos EUA manter 1.400 pessoas, entre<br />

militares e civis, em bases <strong>na</strong> Colômbia, pelos próximos <strong>de</strong>z anos. Os dois<br />

aliados afirmam que o acordo não é novo, mas ape<strong>na</strong>s uma extensão do<br />

acordo <strong>de</strong> combate ao <strong>na</strong>rcotráfico e às Farc chamado <strong>de</strong> Plano Colômbia.<br />

Uribe<br />

Mais cedo, Uribe <strong>de</strong>stacou que o terrorismo e os tráficos <strong>de</strong> armas e drogas


geram problemas graves <strong>na</strong> América do Sul que não po<strong>de</strong>m ser ignorados e<br />

que requerem um trabalho comum dos governos da região.<br />

"O tráfico <strong>de</strong> armas, o <strong>na</strong>rcotráfico, que é fi<strong>na</strong>lmente o gran<strong>de</strong> sustento do<br />

terrorismo, fazem parte dos projetos <strong>de</strong> segurança que não po<strong>de</strong>m ser<br />

ignorados nos processos <strong>de</strong> integração", <strong>de</strong>clarou Uribe, que chegou <strong>de</strong><br />

madrugada a Bariloche.<br />

O presi<strong>de</strong>nte colombiano antecipou que, diante <strong>de</strong> seus pares do U<strong>na</strong>sul,<br />

<strong>de</strong>stacará que "todo processo <strong>de</strong> integração <strong>de</strong>ve levar em conta os interesses<br />

essenciais <strong>de</strong> cada um dos países sig<strong>na</strong>tários e a segurança é um interesse<br />

essencial da Colômbia, como <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> todos".<br />

"Várias gerações <strong>de</strong> colombianos não viveram um dia completo <strong>de</strong> paz.<br />

Estamos melhorando, mas ainda não superamos esta violência. E isto precisa<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> compreensão <strong>de</strong> todos os processos <strong>de</strong> integração da comunida<strong>de</strong><br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l", explicou.<br />

"Nós não po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>svincular as expectativas dos processos <strong>de</strong> integração do<br />

<strong>de</strong>sejo dos colombianos <strong>de</strong> superar esta longa noite <strong>de</strong> violência", <strong>de</strong>stacou.<br />

Uribe insistiu que a violência vem atingindo especialmente os mais pobres <strong>de</strong><br />

seu país. Eles são os maiores afetados pelos <strong>de</strong>slocamentos e foram os<br />

maiores afetados com o aumento da pobreza no país <strong>de</strong>rivado da violência.<br />

Com Efe e France Presse<br />

28/08/2009 - 14h02<br />

Na U<strong>na</strong>sul, Morales propõe <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> repúdio às bases estrangeiras<br />

da Folha Online<br />

O presi<strong>de</strong>nte boliviano, Evo Morales, reiterou nesta sexta-feira a proposta <strong>de</strong><br />

uma <strong>de</strong>claração conjunta da U<strong>na</strong>sul (União das Nações Sul-America<strong>na</strong>s) <strong>de</strong><br />

repúdio à presença <strong>de</strong> militares estrangeiros em bases da América do Sul.<br />

"Se ninguém quer uma base militar por que não po<strong>de</strong>mos assi<strong>na</strong>r um<br />

documento aqui [que indica que] os presi<strong>de</strong>ntes da América do Sul não aceitam<br />

nenhuma base militar estrangeira?", questionou Morales, quinto lí<strong>de</strong>r regio<strong>na</strong>l a<br />

discursar <strong>na</strong> cúpula da U<strong>na</strong>sul, reunião convocada para <strong>de</strong>bater a polêmica<br />

sobre o acordo militar entre Colômbia e os Estados Unidos, que permite aos<br />

americanos utilizar até sete bases colombia<strong>na</strong>s.<br />

Morales pediu ainda a seus colegas que "não tenham medo" <strong>de</strong> assi<strong>na</strong>r uma


<strong>de</strong>claração <strong>de</strong> repúdio como medida pela "dignida<strong>de</strong> e soberania da América<br />

do Sul".<br />

"Minha proposta é que este documento seja aprovado hoje, pela dignida<strong>de</strong> e<br />

soberania da América do Sul", disse o boliviano, referindo-se ao texto que já<br />

havia levado à cúpula anterior da U<strong>na</strong>sul, no Equador. Na época, o texto não<br />

foi discutido pelo fato <strong>de</strong> o colombiano Álvaro Uribe não ter comparecido ao<br />

encontro.<br />

A expansão da presença militar america<strong>na</strong> <strong>na</strong> Colômbia tem incentivado<br />

<strong>de</strong>clarações duras da Venezuela e preocupado até os governos mais<br />

mo<strong>de</strong>rados da América do Sul.<br />

Se aprovado, o acordo permitirá aos EUA manter 1.400 pessoas, entre<br />

militares e civis, em bases <strong>na</strong> Colômbia, pelos próximos <strong>de</strong>z anos. Os dois<br />

aliados afirmam que o acordo não é novo, mas ape<strong>na</strong>s uma extensão do<br />

acordo <strong>de</strong> combate ao <strong>na</strong>rcotráfico e às Farc (Forças Armadas Revolucionárias<br />

da Colômbia) chamado <strong>de</strong> Plano Colômbia.<br />

"Não po<strong>de</strong>mos permitir que uma presença militar estrangeira em nosso<br />

território. É um mandato nobre e sagrado que nos dão os nossos povos.<br />

Pensar que este acordo é melhorar uma guerra contra as drogas, eu duvido,<br />

uma presença militar serve ape<strong>na</strong>s para controlar a política <strong>de</strong> outros países",<br />

afirmou o presi<strong>de</strong>nte da Bolívia, que em conjunto com a Venezuela é o mais<br />

crítico do acordo colombiano-america<strong>na</strong>.<br />

Morales foi um dos lí<strong>de</strong>res a se reunir com Uribe há algumas sema<strong>na</strong>s, quando<br />

este realizou uma viagem por sete países da América do Sul para explicar o<br />

acordo que negocia com os Estados Unidos. Na ocasião, apesar <strong>de</strong> Uribe ter<br />

alegado que o tratado é ape<strong>na</strong>s uma extensão do Plano Colômbia e que tem o<br />

objetivo <strong>de</strong> atuar <strong>na</strong> luta contra o crime e o tráfico <strong>de</strong> drogas no país, Morales já<br />

havia se pronunciado contra.<br />

Há dois dias, ele propôs a realização <strong>de</strong> um "referendo continental" para<br />

discutir o tema.<br />

Impérios<br />

O boliviano, <strong>de</strong> origem indíge<strong>na</strong>, recordou também a época <strong>de</strong> colonização da<br />

América do Sul, quando os "povos indíge<strong>na</strong>s foram humilhados e saqueados<br />

por políticas dos distintos impérios, políticas exter<strong>na</strong>s orientadas a uma<br />

domi<strong>na</strong>ção permanente".


Retomando fatos históricos da região, Morales pediu que os países da U<strong>na</strong>sul<br />

repudiem nesta sexta-feira a presença dos norte-americanos, acusando-os <strong>de</strong><br />

utilizarem o "pretexto" da luta contra as drogas e contra o terrorismo para se<br />

infiltrarem <strong>na</strong> região.<br />

"Como dirigente sindical, eu já vivi a doutri<strong>na</strong> <strong>de</strong> drogas, todo dirigente sindical<br />

é acusado <strong>de</strong> ser <strong>na</strong>rcotraficante", afirmou.<br />

28/08/2009 - 15h33<br />

Presi<strong>de</strong>nte paraguaio pe<strong>de</strong> a Uribe que "abra fronteiras" e <strong>de</strong>talhe acordo<br />

da Folha Online<br />

O presi<strong>de</strong>nte do Paraguai, Fer<strong>na</strong>ndo Lugo, pediu nesta sexta-feira a seu<br />

homólogo colombiano, Álvaro Uribe, que "abra as fronteiras" <strong>de</strong> seu país e dê<br />

<strong>de</strong>talhes sobre o novo acordo militar que negocia com os Estados Unidos para<br />

o uso <strong>de</strong> bases militares em seu território.<br />

"Se não temos <strong>na</strong>da a escon<strong>de</strong>r, porque não po<strong>de</strong>mos abrir nossas fronteiras?<br />

Se isso [o convênio] não constitui um perigo, tudo bem. Mas, se representa<br />

uma ameaça, a U<strong>na</strong>sul <strong>de</strong>ve adotar uma postura radical", afirmou Lugo, em<br />

seu discurso <strong>na</strong> cúpula da U<strong>na</strong>sul (União das Nações Sul-America<strong>na</strong>s) que<br />

ocorre nesta sexta-feira, em Bariloche, no sul argentino.<br />

O paraguaio reiterou que seu governo seguirá respeitando o "princípio da<br />

auto<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção dos povos", mas disse estar preocupado com o alcance das<br />

operações norte-america<strong>na</strong>s que partirão das sete bases situadas <strong>na</strong> Colômbia<br />

e incluídas no convênio bilateral entre Bogotá e Washington.<br />

"Preocupa-me o fato <strong>de</strong> que possam cruzar as fronteiras, ameaçando a nossa<br />

segurança e, sobretudo, nossas <strong>de</strong>mocracias", indicou. "Não po<strong>de</strong>mos aceitar<br />

nenhum intento, ação ou estratégia que possa colocar em risco as <strong>de</strong>mocracias<br />

latino-america<strong>na</strong>s, e em especial as da U<strong>na</strong>sul", prosseguiu.<br />

Lugo ainda mencionou os boatos <strong>de</strong> que o Paraguai po<strong>de</strong>ria abrigar bases<br />

norte-america<strong>na</strong>s <strong>na</strong> região do Chaco.<br />

"Há um ano, assumimos o governo e abrimos as portas às investigações. Mas<br />

ainda seguem aparecendo notícias <strong>de</strong> que há bases norte-america<strong>na</strong>s no<br />

Chaco paraguaio", disse. "Eu posso assegurar que não existem aquelas bases<br />

anunciadas", complementou.<br />

Ao se referir aos conflitos diplomáticos e ao risco <strong>de</strong> que os países da região


elevem gastos com armas e equipamentos militares, o mandatário reiterou o<br />

caráter "pacifista" do Paraguai e prometeu advogar em favor do<br />

"restabelecimento das relações [diplomáticas] entre todos as <strong>na</strong>ções" da<br />

U<strong>na</strong>sul.<br />

"Somos o país que, ao lado da Argenti<strong>na</strong>, fizemos os menores investimentos<br />

em armas nos últimos 30 anos, e creio que isto é uma <strong>de</strong>monstração da nossa<br />

vocação <strong>de</strong> paz", afirmou.<br />

"Dói ver que Colômbia e Equador, dois países irmãos, bolivarianos, hoje não<br />

têm relações ple<strong>na</strong>s", prosseguiu. "Não po<strong>de</strong>mos seguir pensando em uma<br />

integração que esteja baseada <strong>na</strong> <strong>de</strong>sconfiança."<br />

Com Ansa e France Presse<br />

28/08/2009 - 22h58<br />

Juiz do Uruguai extradita militares uruguaios para a Argenti<strong>na</strong> por crimes<br />

<strong>na</strong> ditadura<br />

da Folha Online<br />

A Justiça uruguaia conce<strong>de</strong>u nesta sexta-feira a extradição para a Argenti<strong>na</strong> <strong>de</strong><br />

seis militares uruguaios acusados <strong>de</strong> violar os direitos humanos durante a<br />

ditadura. Antes <strong>de</strong> serem extraditados, os militares terão <strong>de</strong> completar os<br />

processos e cumprir as longas pe<strong>na</strong>s pen<strong>de</strong>ntes no país.<br />

Os militares da reserva José Nino Gavazzo, Jorge Silveira, Ernesto Ramas,<br />

Ricardo Medi<strong>na</strong>, José Arab e Gilberto Vázquez estão presos no Uruguai <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

2006 por crimes cometidos durante a ditadura que governou o país entre 1973<br />

e 1985. Em março <strong>de</strong>ste ano, em meio às investigações, a Justiça os con<strong>de</strong>nou<br />

a entre 20 e 25 anos <strong>de</strong> prisão.<br />

A maioria dos uruguaios sequestrados durante a ditadura foi capturada <strong>na</strong><br />

Argenti<strong>na</strong>, em operações conjuntas com as forças <strong>de</strong> segurança do país<br />

vizinho, que também foi gover<strong>na</strong>do por uma ditadura militar entre os anos <strong>de</strong><br />

1976 e 1983.<br />

A sentença <strong>de</strong>termi<strong>na</strong> que os extraditados sejam julgados pela <strong>de</strong>tenção ilegal<br />

e tortura <strong>de</strong> 65 pessoas no centro <strong>de</strong> <strong>de</strong>tenção Orletti, <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong>, pela<br />

transferência clan<strong>de</strong>sti<strong>na</strong> <strong>de</strong>les para o Uruguai e pela a morte <strong>de</strong> cinco <strong>de</strong>tidos.<br />

Além disso, o juiz <strong>de</strong>cidiu que nenhum dos ex-militares po<strong>de</strong> ser con<strong>de</strong><strong>na</strong>do à<br />

morte ou a prisão perpétua.


Outra limitação da sentença <strong>de</strong> extradição enfatiza que eles não po<strong>de</strong>m ser<br />

julgados pelo sequestro e assassi<strong>na</strong>to da neta do poeta argentino Juan<br />

Gelman, nem pelo caso <strong>de</strong> Adalberto Val<strong>de</strong>mar Soba Fer<strong>na</strong>n<strong>de</strong>s, um menino<br />

uruguaio que tinha <strong>de</strong>z anos quando <strong>de</strong>sapareceu. O juiz enten<strong>de</strong>u que esses<br />

casos tramitam em outros tribu<strong>na</strong>is, que <strong>de</strong>vem tratar <strong>de</strong> pedidos <strong>de</strong> extradição<br />

específicos sobre essas acusações.<br />

No início <strong>de</strong>ste mês, o Supremo Tribu<strong>na</strong>l Fe<strong>de</strong>ral do Brasil autorizou a<br />

extradição para a Argenti<strong>na</strong> do coronel uruguaio Manuel Cor<strong>de</strong>ro Piacentini,<br />

pelo sequestro do menino Adalberto Soba.<br />

As <strong>de</strong>cisões judiciais realçam a colaboração entre as ditaduras da Argenti<strong>na</strong>,<br />

do Uruguai, do Brasil e do Chile para elimi<strong>na</strong>r opositores políticos e membros<br />

<strong>de</strong> grupos armados <strong>de</strong> esquerda --que muitas vezes, também mantinham<br />

colaboração entre eles--, no que ficou conhecido como Operação Condor.<br />

Os julgamentos dos acusados <strong>de</strong> crimes durante a ditadura argenti<strong>na</strong> foram<br />

retomados <strong>de</strong>pois da revogação, em 2005, das "leis do perdão" -- Ponto Fi<strong>na</strong>l e<br />

Obediência Devida-- aprovadas em 1986 e 1987, e que foram consi<strong>de</strong>radas<br />

inconstitucio<strong>na</strong>is pela Suprema Corte argenti<strong>na</strong>.<br />

Segundo números oficiais, 18 mil pessoas <strong>de</strong>sapareceram <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong><br />

durante o regime militar, embora organismos <strong>de</strong> direitos humanos afirmem que<br />

as vítimas chegam a 30 mil. No Uruguai, houve cerca <strong>de</strong> 200 <strong>de</strong>saparecidos.<br />

No Brasil, on<strong>de</strong> o governo reconhece que houve ao menos 475 mortos e<br />

<strong>de</strong>saparecidos políticos durante a ditadura, a Lei <strong>de</strong> Anistia impe<strong>de</strong> processos<br />

contra os agentes do Estado envolvidos em tortura e assassi<strong>na</strong>to durante o<br />

regime militar e contra os membros <strong>de</strong> grupos armados da oposição<br />

esquerdista que praticaram sequestros e assassi<strong>na</strong>tos politicamente motivados<br />

durante o período.<br />

Diante da pressão <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> direitos humanos brasileiros para a reabertura<br />

dos casos e a revisão da Lei <strong>de</strong> Anistia o ministro da Defesa, Nelson Jobim,<br />

disse, em junho, que a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> punir militares por atos <strong>de</strong> tortura cometidos<br />

durante a ditadura militar é "revanchismo".<br />

Com Reuters e Efe<br />

28/08/2009 - 23h21<br />

Cúpula da U<strong>na</strong>sul fracassa em aliviar tensão <strong>na</strong> região


MARCIA CARMO<br />

Enviada especial da BBC Brasil a Bariloche<br />

A reunião da U<strong>na</strong>sul (União das Nações Sul-America<strong>na</strong>s), em Bariloche, <strong>na</strong><br />

Argenti<strong>na</strong>, não foi suficiente para aliviar a tensão entre os lí<strong>de</strong>res da região,<br />

mesmo após sete horas <strong>de</strong> discussões intensas sobre o acordo militar entre<br />

Colômbia e Estados Unidos.<br />

Fontes do governo brasileiro afirmam que o presi<strong>de</strong>nte, Luiz Inácio Lula da<br />

Silva, pretendia que a reunião termi<strong>na</strong>sse em um "clima <strong>de</strong> paz", mas os<br />

discursos foram marcados por tensão, principalmente entre os presi<strong>de</strong>ntes da<br />

Colômbia, Álvaro Uribe, da Venezuela, Hugo Chávez, do Equador, Rafael<br />

Correa, e da Bolívia, Evo Morales.<br />

Os lí<strong>de</strong>res pediram a Uribe a apresentação do documento do acordo aos<br />

integrantes do Conselho <strong>de</strong> Segurança da U<strong>na</strong>sul e o acesso <strong>de</strong> membros do<br />

Conselho às bases colombia<strong>na</strong>s que serão usadas pelos americanos.<br />

Uribe, no entanto, não respon<strong>de</strong>u aos pedidos e disse que o acordo com os<br />

Estados Unidos não significará perda <strong>de</strong> "soberania" colombia<strong>na</strong>.<br />

"Esse acordo é importante para a Colômbia e com ele não per<strong>de</strong>remos um<br />

milímetro <strong>de</strong> nossa soberania. E foram os Estados Unidos que nos ajudaram<br />

no combate aos <strong>na</strong>rcotraficantes e terroristas com o Plano Colômbia, a partir<br />

do ano 2000", disse o presi<strong>de</strong>nte colombiano.<br />

Uribe disse ainda que não são bases america<strong>na</strong>s, mas colombia<strong>na</strong>s que<br />

contarão com militares dos Estados Unidos.<br />

"Mas por mais que eu diga que não são bases america<strong>na</strong>s vão continuar com<br />

esse discurso", disse.<br />

Uribe indicou que o acordo já é um caso consumado e pediu ações conjuntas<br />

no combate ao <strong>na</strong>rcotráfico e ao tráfico <strong>de</strong> armas.<br />

"Lamento que alguns lí<strong>de</strong>res falem <strong>de</strong>stes '<strong>na</strong>rcoterroristas' como aliados<br />

políticos. E queria pedir que integrantes das Farc não encontrem abrigo em<br />

outras regiões", afirmou.<br />

Críticas<br />

O presi<strong>de</strong>nte do Equador disse que Uribe <strong>de</strong>veria "parar <strong>de</strong> transferir"<br />

problemas da Colômbia para outros países.<br />

"Os problemas são da Colômbia e <strong>de</strong>vem ser resolvidos pela Colômbia", disse<br />

Correa.


Chávez também se manifestou sobre o acordo e sugeriu que a U<strong>na</strong>sul discuta<br />

a paz, "mas a paz <strong>na</strong> Colômbia".<br />

Morales voltou a pedir que seja realizado um referendo regio<strong>na</strong>l para que os<br />

eleitores dos países da América do Sul <strong>de</strong>cidam sobre o acordo entre Colômbia<br />

e Estados Unidos.<br />

Correa <strong>de</strong>stacou ainda que a Colômbia é o país da região que,<br />

proporcio<strong>na</strong>lmente, mais investe no setor militar, mas que também seria o lí<strong>de</strong>r<br />

<strong>na</strong> produção <strong>de</strong> drogas. Uribe negou as acusações do lí<strong>de</strong>r equatoriano.<br />

"Presi<strong>de</strong>nte Correa, estes dados que o senhor apresentou não correspon<strong>de</strong>m<br />

aos fatos", disse Uribe.<br />

Transmissão<br />

Todo o <strong>de</strong>bate entre os lí<strong>de</strong>res da U<strong>na</strong>sul foi transmitido ao vivo pelas<br />

principais emissoras <strong>de</strong> televisão da Argenti<strong>na</strong>, como C5N. Além disso, as<br />

discussões também foram transmitidas em telões da sala <strong>de</strong> imprensa do local<br />

da reunião.<br />

Lula lamentou a transmissão ao vivo do encontro. "Eu <strong>na</strong> verda<strong>de</strong> não gostaria<br />

que esta reunião tivesse sido transmitida ao vivo. Porque quando são<br />

transmitidas ao vivo as pessoas não falam o que pensam o que sentem".<br />

Cinco horas após o início dos <strong>de</strong>bates, e ainda sem consenso ou conclusão,<br />

Lula voltou a criticar a abertura da reunião.<br />

"Eu disse <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o começo que uma reunião <strong>de</strong>sse tipo, aberta à imprensa, não<br />

ia funcio<strong>na</strong>r porque os presi<strong>de</strong>ntes ten<strong>de</strong>m a falar para seu público interno. E<br />

se todos tivessem falado (o que pensam) <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a primeira intervenção, não<br />

estaríamos aqui discutindo até agora", afirmou o presi<strong>de</strong>nte.<br />

A reunião terminou com um documento indicando que os assuntos <strong>de</strong> Defesa<br />

serão discutidos <strong>na</strong> próxima reunião do Conselho <strong>de</strong> Defesa, <strong>na</strong> primeira<br />

quinze<strong>na</strong> <strong>de</strong> setembro.<br />

O texto fi<strong>na</strong>l afirma que a América do Sul <strong>de</strong>ve ser uma "área <strong>de</strong> paz" e que<br />

"forças estrangeiras" não <strong>de</strong>vem interferir <strong>na</strong> soberania dos países da região. O<br />

documento diz ainda que as <strong>na</strong>ções sul-america<strong>na</strong>s <strong>de</strong>vem combater o<br />

terrorismo e o <strong>na</strong>rcotráfico.<br />

O encontro terminou com uma foto <strong>de</strong> todos os presi<strong>de</strong>ntes. Mas Uribe<br />

permaneceu <strong>na</strong> sala do encontro enquanto todos já estavam prontos para a<br />

foto. A presi<strong>de</strong>nte da Argenti<strong>na</strong>, Cristi<strong>na</strong> Kirchner, anfitriã da reunião, foi buscá-


lo e todos acabaram aparecendo <strong>na</strong> imagem.<br />

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou que a reunião em<br />

Bariloche foi "um avanço" e que o objetivo do encontro não era "resolver o<br />

problema entre Venezuela e da Colômbia".<br />

Quando questio<strong>na</strong>do sobre a razão pela qual o acordo militar entre Estados<br />

Unidos e Colômbia não estava citado no documento fi<strong>na</strong>l, Amorim respon<strong>de</strong>u:<br />

"Pra bom enten<strong>de</strong>dor, poucas palavras bastam".<br />

30/08/2009 - 16h22<br />

Chávez diz que Colômbia não po<strong>de</strong> oferecer segurança sobre acordo com<br />

EUA<br />

da Efe, em Caracas<br />

A Colômbia não po<strong>de</strong>rá oferecer garantias <strong>de</strong> segurança a ninguém, assim que<br />

os Estados Unidos usarem sete bases militares colombia<strong>na</strong>s, afirmou neste<br />

domingo o presi<strong>de</strong>nte venezuelano, Hugo Chávez, em sua colu<strong>na</strong> <strong>de</strong> imprensa<br />

"As Linhas <strong>de</strong> Chávez".<br />

No texto, o presi<strong>de</strong>nte criticou o discurso do gover<strong>na</strong>nte da Colômbia, Álvaro<br />

Uribe, <strong>na</strong> Cúpula Extraordinária da União <strong>de</strong> Nações Sul-america<strong>na</strong>s (U<strong>na</strong>sul),<br />

realizada <strong>na</strong> sexta-feira em Bariloche, <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong>.<br />

Chávez acusou Uribe <strong>de</strong> apelar ao emprego <strong>de</strong> "sofismas" para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r o<br />

convênio militar estipulado entre Bogotá e Washington.<br />

"Se como fez [Uribe] em um <strong>de</strong> seus discursos em Bariloche, diz-se que<br />

alertamos sobre a instalação <strong>de</strong> bases militares america<strong>na</strong>s em território<br />

colombiano estamos partindo <strong>de</strong> um preconceito, tudo po<strong>de</strong> se transformar em<br />

um preconceito", escreveu Chávez em sua colu<strong>na</strong>, segundo explicou à estatal<br />

Agencia Bolivaria<strong>na</strong> <strong>de</strong> Noticias (ABN).<br />

Ele alegou que "ao se estabelecerem em território colombiano bases" militares<br />

america<strong>na</strong>s, "ali vão ficar quem sabe por quanto tempo".<br />

"E, por conseguinte, a paz <strong>na</strong> região sul-america<strong>na</strong> está e estará<br />

perpetuamente ameaçada. E o que queremos, uma convicção compartilhada<br />

majoritariamente em Bariloche, é consolidar a América do Sul como uma zo<strong>na</strong><br />

<strong>de</strong> paz. O que queremos é impossibilitar a guerra", acrescentou Chávez.<br />

01/09/2009 - 11h53


Acordo entre EUA e Colômbia será divulgado após assi<strong>na</strong>turas, diz<br />

chanceler<br />

da Ansa, em Bogotá<br />

O ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Jaime Bermú<strong>de</strong>z, afirmou<br />

nesta terça-feira que o texto do acordo militar com os Estados Unidos será<br />

divulgado integralmente quando estiver acertado e ratificado por ambas partes.<br />

"Logo que pu<strong>de</strong>rmos vamos assiná-lo, e quando estiver assi<strong>na</strong>do, não haverá<br />

inconveniente para a sua divulgação. Mas, certamente, ainda com o texto em<br />

mãos, muita gente irá querer interpretá-lo <strong>de</strong> uma maneira diferente", disse<br />

Bermú<strong>de</strong>z à rádio Caracol.<br />

O chanceler também assegurou que não existe "mistério" para a divulgação do<br />

documento e que, atualmente, fala-se <strong>de</strong> 'um texto que não existe", uma vez<br />

que ainda está sendo ajustado e <strong>de</strong>verá passar por revisões <strong>de</strong> Bogotá e <strong>de</strong><br />

Washington.<br />

"Nós temos sido muito claros <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o primeiro dia. Este é um acordo que visa<br />

a luta contra o <strong>na</strong>rcotráfico e o terrorismo, e esperamos ter mais cooperação<br />

eficaz com outros países da região e não somente com os EUA. Isto é o que<br />

nos interessa", esclareceu.<br />

Tal tratado é motivo <strong>de</strong> tensão entre os países da América do Sul, uma vez que<br />

<strong>na</strong>ções como Venezuela e Equador argumentam que este po<strong>de</strong> representar<br />

uma "ameaça" para a segurança e a soberania da região.<br />

Para discutir o assunto foi convocada uma reunião extraordinária da União das<br />

Nações Sul-America<strong>na</strong>s (U<strong>na</strong>sul), realizada <strong>na</strong> última sexta-feira (28) <strong>na</strong><br />

Argenti<strong>na</strong>.<br />

Na ocasião, os chefes <strong>de</strong> Estado da U<strong>na</strong>sul reclamaram <strong>de</strong>sconhecer o<br />

conteúdo completo do acordo que, se ratificado, terá vigência <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos e<br />

permitirá o envio <strong>de</strong> um contingente <strong>de</strong> até 1.400 norte-americanos a sete<br />

bases colombia<strong>na</strong>s.<br />

Bermú<strong>de</strong>z retomou nesta terça-feira seu giro por alguns países asiáticos, que<br />

teve que ser interrompido pela suspeita <strong>de</strong> gripe suí<strong>na</strong> --como é chamada a<br />

gripe A (H1N1)--, já que ele acompanhou o presi<strong>de</strong>nte colombiano, Álvaro<br />

Uribe, em sua visita à Argenti<strong>na</strong>.<br />

O mandatário, que contraiu a doença, apresentou os sintomas da nova gripe<br />

em seu retorno da cúpula da U<strong>na</strong>sul.


01/09/2009<br />

Greve dos ruralistas aumenta pressão sobre governo argentino<br />

BBC Brasil -<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/08/090827_argenti<strong>na</strong>ruralc<br />

armo.shtml<br />

Acesso: 10:30<br />

“A nova paralisação anunciada nesta sema<strong>na</strong> pelos produtores rurais <strong>na</strong><br />

Argenti<strong>na</strong> aumenta a pressão política contra o governo da presi<strong>de</strong>nte Cristi<strong>na</strong><br />

Kirchner...”<br />

Greve dos ruralistas aumenta pressão sobre governo argentino<br />

A nova paralisação anunciada nesta sema<strong>na</strong> pelos produtores rurais <strong>na</strong><br />

Argenti<strong>na</strong> aumenta a pressão política contra o governo da presi<strong>de</strong>nte Cristi<strong>na</strong><br />

Kirchner.<br />

No ano passado, quatro meses <strong>de</strong> paralisações e bloqueios promovidos pelos<br />

ruralistas contra um projeto o governo que aumentava impostos para<br />

exportações já havia provocado um forte <strong>de</strong>sgaste <strong>na</strong> popularida<strong>de</strong> da<br />

presi<strong>de</strong>nte e culminou com a <strong>de</strong>rrota <strong>de</strong> seu projeto no Congresso.<br />

Parlamentares da oposição e prefeitos <strong>de</strong> diferentes cida<strong>de</strong>s do país reuniram-<br />

se no Congresso Nacio<strong>na</strong>l <strong>na</strong> quarta-feira para discutir como reunir votos para<br />

tentar <strong>de</strong>rrubar o veto da presi<strong>de</strong>nte a um projeto que previa a redução <strong>de</strong><br />

impostos para as regiões afetadas pela recente e histórica seca.<br />

Os lí<strong>de</strong>res dos produtores rurais disseram que foi este veto, somado à falta <strong>de</strong><br />

diálogo com o governo, que os levou a realizar uma nova greve, com uma<br />

sema<strong>na</strong> <strong>de</strong> duração, até a próxima sexta-feira.<br />

"A presi<strong>de</strong>nte po<strong>de</strong>ria percorrer o interior do país para ver qual é a realida<strong>de</strong> do<br />

campo. Muitas regiões estão sofrendo para conseguir pagar suas contas",<br />

disse Mario Llambias, presi<strong>de</strong>nte das Confe<strong>de</strong>raciones Rurales Argenti<strong>na</strong>s<br />

(CRA).<br />

Abastecimento<br />

Segundo Llambias, o protesto não afetará o abastecimento interno. Mas o<br />

grupo, formado por quatro entida<strong>de</strong>s, disse que novas formas <strong>de</strong> protesto<br />

po<strong>de</strong>rão ser adotadas se não conseguirem ver atendidas suas exigências.


Na greve do ano passado, os bloqueios <strong>de</strong> estradas provocaram<br />

<strong>de</strong>sabastecimento em algumas regiões do país.<br />

O produtor rural Ricardo Buryale, também das CRA, disse que o governo vetou<br />

uma medida que ajudaria o setor rural, mas "<strong>de</strong>sembolsou" dinheiro para<br />

estatizar as transmissões <strong>de</strong> futebol.<br />

"O governo vetou uma lei que significaria 500 milhões <strong>de</strong> pesos para o setor<br />

rural. Um setor que gera, pelo menos, bilhões <strong>de</strong> dólares anuais aos cofres<br />

públicos. E preferiu gastar 600 milhões <strong>de</strong> pesos para estatizar as<br />

transmissões <strong>de</strong> futebol", afirmou.<br />

O <strong>de</strong>putado opositor Francisco <strong>de</strong> Nárvaez, da União Pro, autor do texto da<br />

redução <strong>de</strong> impostos, disse que a <strong>de</strong>cisão do governo <strong>de</strong> vetar a medida "não<br />

foi uma boa notícia".<br />

"Esse veto foi um erro histórico", disse o parlamentar.<br />

Conflito<br />

O economista Fausto Spotorno, da consultoria OJF, <strong>de</strong> Buenos Aires, acredita<br />

que a situação provocada pelo veto do governo à ajuda não <strong>de</strong>ve gerar um<br />

conflito tão gran<strong>de</strong> com os ruralistas como no ano passado.<br />

"Mas tudo vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r do tempo real <strong>de</strong>sta greve e da relação do governo<br />

com os ruralistas", disse Spotorno à BBC Brasil.<br />

Para os ministros da Produção, Debora Giorgi, e do Gabinete (equivalente a<br />

Casa Civil, no Brasil), Aníbal Fernán<strong>de</strong>z, o protesto "não faz sentido".<br />

"Nós estamos abertos ao diálogo. Sempre estivemos. Mas não po<strong>de</strong>riamos<br />

aprovar essa lei e castigar o país inteiro", afirmou Fernán<strong>de</strong>z.<br />

Por sua vez, o ex-presi<strong>de</strong>nte Kirchner, <strong>de</strong>putado eleito, disse que é<br />

"lamentável" o retorno da greve rural – um dos principais setores da economia<br />

do país.<br />

'Maquiagem'<br />

Mas <strong>na</strong> opinião do <strong>de</strong>putado opositor Adrian Pérez, da Coalizão Cívica, o veto<br />

"só servirá para gerar conflitos" em alguns setores do país.<br />

"O governo não mostra nenhum interesse em resolver os problemas que temos<br />

hoje no país. A maquiagem dos dados oficiais, o aumento do <strong>de</strong>semprego e,<br />

agora, ainda por cima, esse veto. Medida que só contribui para gerar conflitos”,<br />

afirmou Pérez.<br />

Nos últimos tempos, a<strong>na</strong>listas econômicos e investidores afirmam que a


"maquiagem" dos dados oficiais é um dos principais problemas para a falta <strong>de</strong><br />

confiança dos correntistas e investidores <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong>.<br />

Uma reportagem publicada <strong>na</strong> quarta-feira no jor<strong>na</strong>l Clarin indicou que o In<strong>de</strong>c,<br />

por recomendação do governo, não realiza o Censo Agropecuário <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />

posse, em 2003, do ex-presi<strong>de</strong>nte Nestor Kirchner, marido e aliado político da<br />

presi<strong>de</strong>nte.<br />

Segundo levantamento do Clarin, o setor rural sofreu "fortes quedas" <strong>na</strong><br />

exploração <strong>de</strong>ste braço da economia nos últimos anos, apesar do período <strong>de</strong><br />

expansão recor<strong>de</strong> do Produto Interno Bruto entre 2003 e 2007.<br />

Em Estados como Santiago <strong>de</strong>l Estero, Mendoza e Rio Negro, o total <strong>de</strong><br />

produtores rurais caiu mais <strong>de</strong> 20%, entre 2002 e 2008.<br />

Crise<br />

Os conflitos com o setor rural, um dos mais importantes da economia<br />

argenti<strong>na</strong>, ocorre em meio ao forte impacto da crise econômica inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />

sobre o país.<br />

O FMI (Fundo Monetário Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l) prevê uma contração <strong>de</strong> 1,5% no PIB<br />

argentino neste ano. o que interromperia uma série <strong>de</strong> fortes altas iniciadas<br />

após a crise <strong>de</strong> 2001-2002.<br />

Nesta sema<strong>na</strong>, a situação da economia argenti<strong>na</strong> foi tema <strong>de</strong> pelo menos três<br />

seminários inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is em Buenos Aires. Num <strong>de</strong>stes encontros,<br />

promovidos pela universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Tel Aviv, os economistas Ricardo Arriazu e<br />

Miguel Kiguel disseram que a economia <strong>de</strong>verá encolher até 3% este ano.<br />

No entanto, Mario Blejer, conselheiro do Ministério da Economia, disse que a<br />

alta nos preços das commodites no mercado inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l si<strong>na</strong>liza que o<br />

estado da economia argenti<strong>na</strong> vai melhorar.<br />

"A Argenti<strong>na</strong> precisa <strong>de</strong> US$ 5 bilhões para fechar suas contas nos próximos<br />

dois anos. Não é muito para um país <strong>de</strong>ste porte, mas o problema da Argenti<strong>na</strong><br />

é a confiança", <strong>de</strong>stacou.<br />

FMI<br />

A Argenti<strong>na</strong> não tem acesso aos mercados inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> crédito <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que<br />

<strong>de</strong>clarou o calote da dívida em 2001.<br />

Hoje, segundo Kiguel, a Argenti<strong>na</strong> registra uma taxa <strong>de</strong> risco país maior do que<br />

a da Venezuela, da Ucrânia e da Rússia, por exemplo. Esta taxa é um<br />

termômetro para a possível capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pagamento <strong>de</strong> um país.


O ministro da Economia, Amado Boudou, se reuniu com o diretor do FMI para o<br />

Hemisfério Oci<strong>de</strong>ntal, Nicolás Eyzaguirre, <strong>na</strong> quarta-feira.<br />

"Este é um momento a<strong>de</strong>quado para uma volta aos mercados fi<strong>na</strong>nceiros<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, justamente porque quase não precisamos", disse Boudou.<br />

A Argenti<strong>na</strong>, como o Brasil, quitou sua dívida com o FMI em 2006. E <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

2007 o governo evitou visitas <strong>de</strong> integrantes do Fundo ao país para revisão <strong>de</strong><br />

suas contas.<br />

Porém, o país precisaria agora, segundo vários economistas, aceitar esta<br />

revisão anual e resolver a questão das dúvidas sobre os dados públicos sobre<br />

a economia para voltar a ter o aval do Fundo e o acesso aos mercados<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> crédito. "Estamos abertos ao diálogo com a Argenti<strong>na</strong>", disse<br />

Eyzaguirre.<br />

01/09/2009<br />

A cúpula da U<strong>na</strong>sul: um gran<strong>de</strong> teste para o Brasil<br />

UOL Notícias -<br />

http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/elpais/2009/08/28/ult581u3453.jhtm<br />

Acesso: 12:30<br />

“A cúpula da União das Nações Sul-america<strong>na</strong>s ... preten<strong>de</strong> tanto dar fim ao<br />

conflito que surgiu entre Colômbia e Venezuela a propósito da <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong><br />

Bogotá <strong>de</strong> permitir o acesso <strong>de</strong> tropas norte-america<strong>na</strong>s a sete bases militares<br />

em seu território, quanto proteger a existência da própria U<strong>na</strong>sul... O Brasil,<br />

promotor da U<strong>na</strong>sul, tenta fazer com que a reunião termine com um <strong>de</strong>sacordo<br />

não traumático, mas o presi<strong>de</strong>nte venezuelano, Hugo Chávez, <strong>de</strong>ixou entrever<br />

que a reconciliação é impossível e que não <strong>de</strong>scarta anunciar, ainda em<br />

Bariloche, a ruptura <strong>de</strong> relações com a Colômbia. Um fracasso estrondoso da<br />

cúpula também implicaria um fracasso do Brasil e prejudicaria suas tentativas<br />

<strong>de</strong> consolidar sua li<strong>de</strong>rança no continente, exatamente através <strong>de</strong> organismos<br />

como a U<strong>na</strong>sul, que <strong>na</strong>sceu há ape<strong>na</strong>s quatro anos com a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> propiciar<br />

processos <strong>de</strong> integração e diálogo exclusivamente sul-americanos...”<br />

A cúpula da U<strong>na</strong>sul: um gran<strong>de</strong> teste para o Brasil<br />

A cúpula da União das Nações Sul-america<strong>na</strong>s (U<strong>na</strong>sul) que acontece nesta<br />

sexta-feira (28), em Bariloche (Argenti<strong>na</strong>), preten<strong>de</strong> tanto dar fim ao conflito<br />

que surgiu entre Colômbia e Venezuela a propósito da <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> Bogotá <strong>de</strong>


permitir o acesso <strong>de</strong> tropas norte-america<strong>na</strong>s a sete bases militares em seu<br />

território, quanto proteger a existência da própria U<strong>na</strong>sul, comprometida como<br />

foro em que os 12 países da América do Sul po<strong>de</strong>m dirimir suas diferenças<br />

políticas e <strong>de</strong> segurança, sem presença estrangeira.<br />

A cúpula, que vai durar só um dia, foi precedida <strong>de</strong> um intenso trabalho<br />

diplomático para tentar impedir que acabe com a evi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong><br />

que as relações sul-america<strong>na</strong>s atravessam um mau momento.<br />

O Brasil, promotor da U<strong>na</strong>sul, tenta fazer com que a reunião termine com um<br />

<strong>de</strong>sacordo não traumático, mas o presi<strong>de</strong>nte venezuelano, Hugo Chávez,<br />

<strong>de</strong>ixou entrever que a reconciliação é impossível e que não <strong>de</strong>scarta anunciar,<br />

ainda em Bariloche, a ruptura <strong>de</strong> relações com a Colômbia. Um fracasso<br />

estrondoso da cúpula também implicaria um fracasso do Brasil e prejudicaria<br />

suas tentativas <strong>de</strong> consolidar sua li<strong>de</strong>rança no continente, exatamente através<br />

<strong>de</strong> organismos como a U<strong>na</strong>sul, que <strong>na</strong>sceu há ape<strong>na</strong>s quatro anos com a<br />

vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> propiciar processos <strong>de</strong> integração e diálogo exclusivamente sul-<br />

americanos.<br />

O Brasil não está contente com a <strong>de</strong>cisão colombia<strong>na</strong> <strong>de</strong> autorizar o uso <strong>de</strong><br />

suas bases, mas aceita que é um fato e se conforma que a Colômbia dê<br />

garantias <strong>de</strong> que só po<strong>de</strong>rão ser usadas pelos EUA para conflitos <strong>de</strong>ntro do<br />

próprio território colombiano. O problema não é tanto <strong>de</strong> segurança como<br />

político, porque o acordo entre Bogotá e Washington implica um quadro muito<br />

diferente do que propunha a U<strong>na</strong>sul, interessada em evitar alianças<br />

extrarregio<strong>na</strong>is. Inclusive, <strong>de</strong>ixa quase sem conteúdo o Conselho Sul-<br />

americano <strong>de</strong> Defesa (CSD), um dos primeiros sucessos da U<strong>na</strong>sul, no qual<br />

teoricamente se preten<strong>de</strong> dar respostas conjuntas para os <strong>de</strong>safios <strong>de</strong><br />

segurança <strong>na</strong> região.<br />

O presi<strong>de</strong>nte Lula manobrou em todas as direções para impedir que a iniciativa<br />

colombia<strong>na</strong>, e a irritada resposta <strong>de</strong> Caracas, acabem com o CSD (que nunca<br />

<strong>de</strong>spertou a menor simpatia entre os militares americanos). Em uma conversa<br />

direta com o presi<strong>de</strong>nte dos EUA, Barack Obama, Lula pediu garantias


"juridicamente válidas" <strong>de</strong> que as bases não serão usadas para outra coisa<br />

além do combate ao terrorismo e ao <strong>na</strong>rcotráfico <strong>de</strong>ntro do território<br />

colombiano, mas ele <strong>de</strong>ixou <strong>na</strong>s mãos da Colômbia qualquer tipo <strong>de</strong><br />

explicação.<br />

A pressão brasileira, apoiada por Argenti<strong>na</strong> e Equador, que ocupa atualmente a<br />

presidência <strong>de</strong> turno da U<strong>na</strong>sul, levou o presi<strong>de</strong>nte colombiano, Álvaro Uribe, a<br />

anunciar sua presença em Bariloche (não participou <strong>de</strong> uma reunião anterior<br />

em Quito) e a realizar um rápido giro prévio por vários países vizinhos. Uribe<br />

propõe que a cúpula a<strong>na</strong>lise os gastos militares da Venezuela e <strong>de</strong> outros<br />

países latino-americanos que estão comprando armamentos da Chi<strong>na</strong> e da<br />

Rússia, mas está consciente <strong>de</strong> que a reunião foi convocada para <strong>de</strong>sativar <strong>na</strong><br />

medida do possível o conflito das bases e se comprometeu a fazer esforços<br />

para tranquilizar os ânimos. Bogotá conta com o apoio do Peru, cujo<br />

presi<strong>de</strong>nte, Alan García, que não costuma participar <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> reunião,<br />

confirmou sua presença em Bariloche.<br />

García apoia a iniciativa <strong>de</strong> ampliar a agenda e ameaça exigir do Chile e da<br />

Bolívia que informem sobre possíveis acordos em relação à histórica<br />

reivindicação <strong>de</strong> La Paz <strong>de</strong> ter uma saída para o mar (que per<strong>de</strong>u no século<br />

19). A presi<strong>de</strong>nte chile<strong>na</strong>, Michelle Bachelet, já <strong>de</strong>ixou claro seu mal-estar e<br />

sua negativa a dar explicações em Bariloche.<br />

A Argenti<strong>na</strong>, anfitriã <strong>de</strong>sse encontro extraordinário, também manifestou seu<br />

incômodo com o tema das bases colombia<strong>na</strong>s. A ministra da Defesa, Nilda<br />

Garré, que acompanhará a presi<strong>de</strong>nte Cristi<strong>na</strong> Fernán<strong>de</strong>z <strong>de</strong> Kirchner, afirma<br />

que os países da região têm o direito <strong>de</strong> saber em que consiste a cooperação<br />

bilateral militar entre Colômbia e EUA e <strong>de</strong> estar seguros <strong>de</strong> que não haverá<br />

intromissão em seus territórios. Em todo caso, Fernán<strong>de</strong>z não se alinhará com<br />

Chávez, mas buscará, como o Brasil, uma <strong>de</strong>claração fi<strong>na</strong>l conjunta. A bola<br />

está no telhado <strong>de</strong> Hugo Chávez, que, por enquanto, se limita a aguçar a<br />

tensão, ameaçando revelar documentos norte-americanos sobre seus<br />

interesses militares <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong> e <strong>na</strong> África.<br />

01/09/2009 - 20h53


Após <strong>de</strong>sentendimento <strong>na</strong> U<strong>na</strong>sul, presi<strong>de</strong>nte do Equador visitará Lula<br />

da Folha Online<br />

O presi<strong>de</strong>nte do Equador, Rafael Correa, visitará o Brasil para se encontrar<br />

com o presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva, com quem preten<strong>de</strong> promover<br />

acordos políticos e comerciais entre os dois países, informou nesta terça-feira a<br />

chancelaria equatoria<strong>na</strong>.<br />

"O encontro (...) tem por fi<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> contribuir para o fortalecimento da<br />

integração latino-america<strong>na</strong> e ampliar as relações políticas e econômicas<br />

bilaterais já existentes", informou a chancelaria, que <strong>de</strong>finirá a data da visita em<br />

breve.<br />

O governo brasileiro convidou o presi<strong>de</strong>nte do Equador para visitar o país<br />

durante a reunião oficial que o chanceler equatoriano, Fan<strong>de</strong>r Falconí, manteve<br />

em Brasília com o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim,<br />

em 24 <strong>de</strong> agosto.<br />

Nessa reunião, os ministros trocaram impressões sobre política, diplomacia,<br />

economia e cooperação, e tentaram gerar uma agenda conjunta para fortalecer<br />

a integração latino-america<strong>na</strong>.<br />

Lula esteve em Quito em 10 <strong>de</strong> agosto passado, por ocasião da U<strong>na</strong>sul<br />

(Cúpula da União das Nações Sul-America<strong>na</strong>s). Os dois presi<strong>de</strong>ntes estiveram<br />

juntos pela última vez <strong>na</strong> sexta-feira da sema<strong>na</strong> passada, durante a cúpula<br />

extraordinária da U<strong>na</strong>sul em Bariloche, <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong>, convocada para discutir o<br />

novo acordo militar que a Colômbia negocia com os Estados Unidos para ce<strong>de</strong>r<br />

sete bases em seu território a oficiais norte-americanos.<br />

O equatoriano, que ocupa a presidência rotativa do bloco, foi criticado por Lula<br />

pela forma como conduziu a reunião, que acabou se esten<strong>de</strong>ndo<br />

excessivamente <strong>na</strong> visão do brasileiro.<br />

Com Efe, France Presse e Ansa<br />

01/09/2009 - 21h06<br />

Produtores argentinos protestam e discutem ampliar locaute contra<br />

governo<br />

da Folha Online<br />

Fazen<strong>de</strong>iros argentinos bloquearam várias rodovias do país <strong>de</strong> forma


intermitente nesta terça-feira, o quinto dia <strong>de</strong> um locaute contra a política<br />

agrícola do governo que reacen<strong>de</strong>u um conflito duradouro sobre taxas <strong>de</strong><br />

exportação.<br />

Os ruralistas preten<strong>de</strong>m bloquear a venda <strong>de</strong> gado e grãos durante a<br />

mobilização, que preten<strong>de</strong> paralisar os mercados agrícolas do país por uma<br />

sema<strong>na</strong>. Alguns produtores querem ampliar o protesto para além <strong>de</strong> sexta-<br />

feira, embora seus dirigentes digam que o prazo para o encerramento <strong>de</strong>ve ser<br />

mantido.<br />

"Há um profundo <strong>de</strong>scontentamento entre as pessoas, mas minha impressão é<br />

<strong>de</strong> que a greve não irá continuar," disse Ricardo Buryaile, vice-presi<strong>de</strong>nte da<br />

Confe<strong>de</strong>ração Rural Argenti<strong>na</strong>.<br />

O país é um dos maiores fornecedores mundiais <strong>de</strong> milho, trigo e soja, mas<br />

a<strong>na</strong>listas do setor dizem que a atual greve não <strong>de</strong>ve afetar as exportações,<br />

porque a maioria das fábricas beneficiadoras <strong>de</strong> soja tem estoques e a safra<br />

<strong>de</strong>ste ano já terminou.<br />

A TV local mostrou grupos <strong>de</strong> agricultores bloqueando estradas em várias<br />

áreas rurais do país, e alguns prometeram intensificar as manifestações.<br />

"Não sei se vamos <strong>de</strong>sistir, porque estamos furiosos," disse um produtor ao<br />

ca<strong>na</strong>l TN <strong>na</strong> localida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Olavarria, <strong>na</strong> Província <strong>de</strong> Buenos Aires.<br />

O atual locaute é tímido em comparação aos protestos do ano passado, que<br />

afetaram os mercados fi<strong>na</strong>nceiros e serviram <strong>de</strong> teste para Cristi<strong>na</strong> Kirchner.<br />

Os choques entre os produtores rurais e o governo são uma constante no atual<br />

governo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>de</strong> 2008. Na época, período <strong>de</strong> alto preço dos produtos<br />

agropecuários no mercado inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, o governo aumentou os impostos<br />

sobre exportações, para aumentar a <strong>de</strong>manda inter<strong>na</strong> e baixar os preços para<br />

os consumidores argentinos.<br />

Os produtores promoveram então cerca <strong>de</strong> 4.000 bloqueios <strong>de</strong> estradas, o que<br />

levou a <strong>de</strong>sabastecimento e à queda da popularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cristi<strong>na</strong>, que nunca<br />

retornou aos níveis <strong>de</strong> antes do confronto.<br />

A mudança do sistema tributário proposta pelo governo foi <strong>de</strong>rrotada no ano<br />

passado pelo Se<strong>na</strong>do --com o voto <strong>de</strong>cisivo do vice-presi<strong>de</strong>nte do país, Julio<br />

Cobos-- e os impostos voltaram ao patamar anterior.<br />

Neste ano, o cenário se alterou, com a queda dos preços inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, em<br />

meio à crise fi<strong>na</strong>nceira global, mas a disputa continuada essencialmente a


mesma: a resistência dos produtores a políticas tributárias e <strong>de</strong> controle <strong>de</strong><br />

preços do governo.<br />

O novo protesto foi provocado por um veto da presi<strong>de</strong>nte a parte <strong>de</strong> uma lei<br />

<strong>de</strong>sti<strong>na</strong>da a ajudar produtores afetados pela seca. A falta <strong>de</strong> chuvas em gran<strong>de</strong><br />

parte das áreas <strong>de</strong> cultivo do país afetou o fi<strong>na</strong>l da colheita <strong>de</strong> grãos e ameaça<br />

a safra <strong>de</strong> trigo e milho.<br />

Outra alteração no cenário é o enfraquecimento político do governo, após a<br />

<strong>de</strong>rrota <strong>na</strong> eleição legislativa <strong>de</strong> junho. Em contraste com a perda da maioria<br />

parlamentar do governo, os produtores rurais conquistaram uma peque<strong>na</strong><br />

bancada própria no Congresso do país. São 12 <strong>de</strong>putados fe<strong>de</strong>rais e uma<br />

se<strong>na</strong>dora, em 9 das 23 Províncias, por diferentes listas partidárias da oposição.<br />

Com Efe e Reuters<br />

02/09/2009<br />

Lula quer 'pacificar' região em Cúpula da U<strong>na</strong>sul<br />

Fonte: BBC Brasil -<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/08/090828_u<strong>na</strong>sulmcarmo<br />

ebc.shtml<br />

Acesso: 13:00<br />

“O presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva participa nesta sexta-feira, em<br />

Bariloche, da reunião da União das Nações Sul-America<strong>na</strong>s (U<strong>na</strong>sul) disposto<br />

a tentar “pacificar” a região após as disputas políticas trazidas à to<strong>na</strong> com o<br />

anúncio sobre o acordo militar entre Colômbia e Estados Unidos... Lula insistirá<br />

que a América do Sul é uma região “<strong>de</strong> paz” e que os assuntos militares <strong>de</strong>vem<br />

ficar restritos ao conselho <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa do grupo...”<br />

Lula quer 'pacificar' região em Cúpula da U<strong>na</strong>sul<br />

O presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva participa nesta sexta-feira, em Bariloche,<br />

da reunião da União das Nações Sul-America<strong>na</strong>s (U<strong>na</strong>sul) disposto a tentar<br />

“pacificar” a região após as disputas políticas trazidas à to<strong>na</strong> com o anúncio<br />

sobre o acordo militar entre Colômbia e Estados Unidos, afirmou à BBC Brasil<br />

uma fonte do governo brasileiro que acompanha as discussões.<br />

O primeiro compromisso <strong>de</strong> Lula será um encontro com o presi<strong>de</strong>nte da<br />

Venezuela, Hugo Chávez, e a expectativa é que o brasileiro tente acalmar as<br />

fortes críticas do lí<strong>de</strong>r venezuelano ao governo da Colômbia.


Segundo o diplomata ouvido pela BBC Brasil, Lula insistirá que a América do<br />

Sul é uma região “<strong>de</strong> paz” e que os assuntos militares <strong>de</strong>vem ficar restritos ao<br />

conselho <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa do grupo.<br />

“Essa é uma discussão principalmente política. Nós já sabemos que são bases<br />

colombia<strong>na</strong>s e que serão compartilhadas por militares dos dois países, mas<br />

com o comando da Colômbia”, disse.<br />

“Sabemos também que estas ações conjuntas dos militares dos dois países<br />

serão limitadas ao território colombiano. E <strong>de</strong>scartamos que o objetivo seja<br />

vigiar a Amazônia brasileira”, ressaltou.<br />

EUA <strong>na</strong> Colômbia<br />

Durante esta sema<strong>na</strong>, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, pediu<br />

“garantias jurídicas” <strong>de</strong> que a maior presença america<strong>na</strong> <strong>na</strong> região se limitará<br />

ao espaço da Colômbia.<br />

Após um encontro com autorida<strong>de</strong>s colombia<strong>na</strong>s em Bogotá, o ministro da<br />

Defesa, Nelson Jobim, disse que o governo <strong>de</strong> Uribe daria estas “garantias<br />

jurídicas” sobre a limitação das bases.<br />

Para o professor <strong>de</strong> Relações Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is da Universida<strong>de</strong> San Andrés,<br />

Juan Gabriel Tokatlian, a presença <strong>de</strong> tropas america<strong>na</strong>s em sete bases<br />

colombia<strong>na</strong>s po<strong>de</strong>ria abrir espaço para a presença dos soldados <strong>na</strong>s regiões,<br />

especialmente <strong>na</strong> fronteira com o Brasil.<br />

“As tropas estarão presentes em áreas sensíveis, como a Amazônia brasileira.<br />

Mas agora o importante é uma forte ação da diplomacia dos países (da U<strong>na</strong>sul)<br />

para se evitar ainda mais tensões <strong>na</strong> região andi<strong>na</strong>”, disse.<br />

Na quarta-feira, o governo colombiano registrou uma queixa formal <strong>na</strong><br />

Organização dos Estados Americanos (OEA) contra as “ingerências” <strong>de</strong><br />

Chávez em suas políticas.<br />

“Mas é a Colômbia que está criando problemas para a região, e não a<br />

Venezuela”, disse a ex-vice-chanceler venezuela<strong>na</strong>, Maripili Hernán<strong>de</strong>z, às<br />

emissoras <strong>de</strong> televisão da Colômbia.<br />

Ao mesmo tempo, o presi<strong>de</strong>nte boliviano, Evo Morales, contrário ao acordo<br />

militar, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u a realização <strong>de</strong> um referendo regio<strong>na</strong>l para que os eleitores<br />

da America do Sul opinem sobre o pacto Colômbia e Estados Unidos. Morales<br />

disse que apresentará a idéia <strong>na</strong> reunião <strong>de</strong>sta sexta.


A expectativa, segundo um diplomata argentino, é <strong>de</strong> que <strong>na</strong> reunião da<br />

U<strong>na</strong>sul, prevista para durar pouco mais <strong>de</strong> três horas, os presi<strong>de</strong>ntes,<br />

acompanhados pelos ministros das Relações Exteriores e da Defesa, ouçam<br />

as palavras do presi<strong>de</strong>nte da Colômbia, Álvaro Uribe, sobre o acordo, mas é<br />

provável que também comentem por pedido <strong>de</strong> Uribe, sobre o maior<br />

investimento em armamentos nos diferentes países da região.<br />

“No caso do Brasil, é transferência <strong>de</strong> tecnologia (em relação aos submarinos<br />

franceses)”, disse o interlocutor brasileiro, antecipando o possível argumento<br />

do Brasil, no encontro.<br />

Nos últimos tempos, segundo dados do Centro <strong>de</strong> Estudos Nova Maioria, <strong>de</strong><br />

Buenos Aires, os países da América do Sul investiram 30% mais em<br />

armamentos em 2008 do que em 2007.<br />

Renovação<br />

“Não se trata <strong>de</strong> corrida armamentista. Mas principalmente <strong>de</strong> renovação dos<br />

velhos estoques”, disse à BBC Brasil o professor <strong>de</strong> relações inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is,<br />

Jorge Battaglino, da Universida<strong>de</strong> Torquato di Tella.<br />

O governo colombiano pediu que a reunião da U<strong>na</strong>sul seja transmitida ao vivo<br />

por diferentes emissoras <strong>de</strong> televisão. Mas no fim da noite <strong>de</strong> quinta-feira, não<br />

se sabia a <strong>de</strong>cisão da presi<strong>de</strong>nte da Argenti<strong>na</strong>, Cristi<strong>na</strong> Kirchner.<br />

O chanceler colombiano, Jaime Bermú<strong>de</strong>z, voltou a dizer, nesta quarta-feira,<br />

que a idéia não é pedir aval sobre o acordo durante a reunião da U<strong>na</strong>sul.<br />

“O acordo já é um fato. É importante para a Colômbia e, ao mesmo tempo,<br />

achamos que <strong>de</strong>veríamos discutir, <strong>na</strong> região, o combate ao terrorismo e<br />

<strong>na</strong>rcotráfico”, disse.<br />

Nesta quinta-feira, em Buenos Aires, o sub-secretário do Hemisfério Oci<strong>de</strong>ntal<br />

do Departamento <strong>de</strong> Estado, Christopher McMuller, disse que Estados Unidos<br />

não preten<strong>de</strong>m instalar bases <strong>na</strong> região. E que o acordo com a Colômbia está<br />

baseado nos princípios das Nações Unidas e da OEA.<br />

Cooperação<br />

“É um acordo <strong>de</strong> cooperação militar. Não queremos e não temos planos <strong>de</strong><br />

construir bases militares”, disse.<br />

Esta será a segunda reunião da U<strong>na</strong>sul em menos <strong>de</strong> um mês. Na anterior, em<br />

Quito, no Equador, por sugestão dos presi<strong>de</strong>ntes Lula e Cristi<strong>na</strong> foi marcada a<br />

<strong>de</strong>sta sexta.


Uribe não esteve em Quito porque as relações entre Colômbia e Equador estão<br />

interrompidas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ano passado, quando o presi<strong>de</strong>nte do Equador, Rafael<br />

Correa, acusou a invasão <strong>de</strong> tropas colombia<strong>na</strong>s em seu território.<br />

No governo brasileiro, ainda se espera que a próxima reunião da U<strong>na</strong>sul conte<br />

com a presença <strong>de</strong> algum representante do governo do presi<strong>de</strong>nte Barak<br />

Obama.<br />

02/09/2009<br />

Em cúpula tensa da U<strong>na</strong>sul, Lula pe<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>ração a Chávez<br />

Fonte: BBC Brasil -<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/08/090828_u<strong>na</strong>sul_lula_mc<br />

.shtml<br />

Acesso: 13:30<br />

“O presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva pediu nesta sexta-feira ao colega<br />

venezuelano Hugo Chávez "mo<strong>de</strong>ração" no discurso durante a reunião da<br />

U<strong>na</strong>sul ,mas a sugestão não reduziu as diferenças em torno do acordo militar<br />

entre Colômbia e Estados Unidos...Chávez citou parágrafos supostamente<br />

atribuídos a um documento das Forças Armadas america<strong>na</strong>s dizendo que os<br />

militares <strong>de</strong>veriam "ampliar a mobilida<strong>de</strong>" <strong>na</strong> América do Sul...Para Chávez,<br />

essa "mobilida<strong>de</strong>" <strong>na</strong> região po<strong>de</strong>ria surgir a partir <strong>de</strong>ste pacto entre Colômbia<br />

e Estados Unidos...”<br />

Em cúpula tensa da U<strong>na</strong>sul, Lula pe<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>ração a Chávez<br />

O presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva pediu nesta sexta-feira ao colega<br />

venezuelano Hugo Chávez "mo<strong>de</strong>ração" no discurso durante a reunião da<br />

U<strong>na</strong>sul (União das Nações Sul-America<strong>na</strong>s), em Bariloche, mas a sugestão<br />

não reduziu as diferenças em torno do acordo militar entre Colômbia e Estados<br />

Unidos – principal tema do encontro.<br />

Chávez citou parágrafos supostamente atribuídos a um documento das Forças<br />

Armadas america<strong>na</strong>s dizendo que os militares <strong>de</strong>veriam "ampliar a mobilida<strong>de</strong>"<br />

<strong>na</strong> América do Sul.<br />

Para Chávez, essa "mobilida<strong>de</strong>" <strong>na</strong> região po<strong>de</strong>ria surgir a partir <strong>de</strong>ste pacto<br />

entre Colômbia e Estados Unidos.<br />

Pouco antes das palavras <strong>de</strong> Chávez, o presi<strong>de</strong>nte da Colômbia, Álvaro Uribe,<br />

justificou o acordo dizendo que os Estados Unidos foram, há muito tempo, o


único país que ajudou seu país "<strong>de</strong> forma prática".<br />

"Recebemos muita solidarieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> muitos lados, mas foram os EUA que nos<br />

ajudou, <strong>na</strong> prática, contra o '<strong>na</strong>rcoterrorismo.'"<br />

Uribe afirmou ainda que o novo pacto militar com Estados Unidos não "afetará<br />

terceiros países" e não "<strong>de</strong>ixará que a Colômbia perca um milímetro <strong>de</strong> sua<br />

soberania".<br />

O lí<strong>de</strong>r colombiano propôs que os países da região combatam o trafico <strong>de</strong><br />

drogas e tente se evitar maior consumo <strong>de</strong> drogas <strong>na</strong> América do sul.<br />

"Antes se dizia que os consumidores estavam <strong>na</strong>s gran<strong>de</strong>s potencias. Mas não<br />

é mais assim. Também estão no nosso continente."<br />

Discussão política<br />

Mas as palavras <strong>de</strong> Uribe não foram suficientes para encerrar a discussão<br />

política em torno <strong>de</strong>ste pacto que gerou fortes críticas dos presi<strong>de</strong>ntes da<br />

Venezuela e ainda da Bolívia, Evo Morales, e do Equador, Rafael Correa.<br />

Eles pediram que Uribe mostrasse os "<strong>de</strong>talhes" <strong>de</strong>ste acordo, para que se<br />

tenha segurança <strong>de</strong> que "não haverá interferência política", como disse<br />

Morales.<br />

Ao mesmo tempo, apesar <strong>de</strong> sugerir apoiar o acordo entre Colômbia e Estados<br />

Unidos, o presi<strong>de</strong>nte do Peru, Alan García, propôs que os integrantes do<br />

Conselho <strong>de</strong> Defesa da U<strong>na</strong>sul visitem as bases colombia<strong>na</strong>s que seriam<br />

usadas pelos americanos.<br />

"E acho que <strong>de</strong>veríamos ter a liberda<strong>de</strong> para visitar as bases <strong>de</strong> outros países<br />

da região, quando seja o caso", disse.<br />

A presi<strong>de</strong>nte da Argenti<strong>na</strong>, Cristi<strong>na</strong> Kirchner, anfitriã do encontro, disse que o<br />

principal, a partir <strong>de</strong>sta reunião, será <strong>de</strong>finir "doutri<strong>na</strong>s" da U<strong>na</strong>sul não só para<br />

questões <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa, mas, principalmente, afirmou, seu melhor funcio<strong>na</strong>mento e<br />

institucio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>.<br />

"Não é tolerável, não é aceitável viver um clima que estamos vivendo, quando<br />

po<strong>de</strong>ríamos ter construído um instrumento (U<strong>na</strong>sul) feito para abordar questões<br />

complicadas”.<br />

02/09/2009<br />

Conflitos <strong>de</strong> fronteira ameaçam provocar outro cisma <strong>na</strong> América do Sul<br />

UOL Notícias -


http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/elpais/2009/08/29/ult581u3454.jhtm<br />

Acesso: 14:30<br />

“Peru e Bolívia combateram contra o Chile <strong>na</strong> chamada Guerra do Pacífico em<br />

1879, que terminou com a vitória <strong>de</strong> Santiago, que anexou territórios dos dois<br />

países. O prejuízo foi especialmente grave para a Bolívia, que per<strong>de</strong>u seu<br />

único acesso ao oceano. Des<strong>de</strong> então, La Paz tenta negociar um acordo com o<br />

Chile que lhe permita usar pelo menos um "corredor" para o mar...”<br />

Conflitos <strong>de</strong> fronteira ameaçam provocar outro cisma <strong>na</strong> América do Sul<br />

A proposta inicial do presi<strong>de</strong>nte peruano, Alan García, <strong>de</strong> levar à cúpula<br />

extraordinária <strong>de</strong> Bariloche o conflito tripartite entre Peru, Chile e Bolívia a<br />

propósito da saída para o mar <strong>de</strong>ste último país, afi<strong>na</strong>l, não passou <strong>de</strong> ameaça.<br />

Não havia tempo nem vonta<strong>de</strong> para que os presi<strong>de</strong>ntes dos 12 países que<br />

integram a U<strong>na</strong>sul tratassem do que constitui provavelmente o conflito mais<br />

longo e mais complexo da América do Sul. Por enquanto, a discussão ficará<br />

fora da U<strong>na</strong>sul, e o Chile e a Bolívia continuarão com seus contatos bilaterais,<br />

sob o olhar preocupado do Peru.<br />

A questão can<strong>de</strong>nte e importante do uso <strong>de</strong> bases militares colombia<strong>na</strong>s por<br />

parte dos EUA impediu que a agenda da cúpula se abrisse realmente para os<br />

outros problemas pen<strong>de</strong>ntes, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o rearmamento <strong>de</strong> vários países sul-<br />

americanos até os diferentes conflitos bilaterais existentes <strong>na</strong> região,<br />

fundamentalmente por questões fronteiriças. A reunião tinha um objetivo claro<br />

e tudo o mais foi adiado.<br />

O conflito entre Chile, Peru e Bolívia é, no entanto, um problema real,<br />

potencialmente grave. Peru e Bolívia combateram contra o Chile <strong>na</strong> chamada<br />

Guerra do Pacífico em 1879, que terminou com a vitória <strong>de</strong> Santiago, que<br />

anexou territórios dos dois países. O prejuízo foi especialmente grave para a<br />

Bolívia, que per<strong>de</strong>u seu único acesso ao oceano. Des<strong>de</strong> então, La Paz tenta<br />

negociar um acordo com o Chile que lhe permita usar pelo menos um<br />

"corredor" para o mar.<br />

O tema afeta o sentimento <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lista dos dois países, e por isso as<br />

conversações são sempre consi<strong>de</strong>radas "material altamente inflamável". Talvez


por isso, Chile e Bolívia mantém um ca<strong>na</strong>l <strong>de</strong> comunicação importante, mas <strong>de</strong><br />

perfil midiático muito baixo. A presi<strong>de</strong>nte Bachelet e o presi<strong>de</strong>nte Morales se<br />

comprometeram a retirar o tema dos foros públicos e é notável a discrição com<br />

que ambos se comportam.<br />

Teoricamente, os dois países concordaram em i<strong>de</strong>ntificar um "temário <strong>de</strong> 13<br />

pontos" sobre o qual não há informação, porém, <strong>de</strong> que já exista acordo. O<br />

governo peruano afirma, apesar <strong>de</strong> tudo, que os dois países negociaram sem<br />

levar em conta seus interesses e exige maior transparência e participação.<br />

É verda<strong>de</strong> que em 150 anos <strong>de</strong> conflito não foi possível implementar um<br />

diálogo <strong>de</strong> três lados entre Santiago, Lima e La Paz. Quando funcio<strong>na</strong> melhor o<br />

eixo Santiago-Lima, La Paz fica <strong>de</strong> fora e vice-versa. Nesse caso, os contatos<br />

entre Bachelet e Morales, embora não tenham dado fruto até agora, provocam<br />

furor no Peru. Talvez porque a crescente mo<strong>de</strong>rnização das forças armadas<br />

chile<strong>na</strong>s tenha posto o Peru em clara <strong>de</strong>svantagem e também porque as<br />

diferenças i<strong>de</strong>ológicas entre Lima e La Paz são notórias.<br />

O presi<strong>de</strong>nte peruano, Alan García, acusou recentemente seus colegas<br />

boliviano, Evo Morales, e venezuelano, Hugo Chávez, <strong>de</strong> promover revoltas<br />

indíge<strong>na</strong>s <strong>na</strong> Amazônia perua<strong>na</strong> e <strong>de</strong> apoiar os grupos políticos indigenistas e<br />

o possível candidato presi<strong>de</strong>ncial Ollanta. No conflito sobre a saída para o mar<br />

da Bolívia, a maior concessão <strong>de</strong>veria ficar por conta do Chile, mas qualquer<br />

solução também afetaria os interesses do Peru, que exige ser consultado e não<br />

escon<strong>de</strong> sua inquietação, embora realmente também não precise por enquanto<br />

convocar a atenção da U<strong>na</strong>sul, por mais que o presi<strong>de</strong>nte equatoriano, Rafael<br />

Correa, tenha se oferecido para convocar uma reunião extraordinária, se assim<br />

for solicitado. Sobretudo porque Lima já optou por recorrer a outro organismo<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, o Tribu<strong>na</strong>l Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Haia, para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r um novo traçado<br />

da linha marítima perua<strong>na</strong>, tema que também é altamente conflituoso <strong>na</strong> área.<br />

A U<strong>na</strong>sul <strong>de</strong>veria ser certamente o melhor foro para discutir outro conflito,<br />

menor, mas incômodo, entre Paraguai e Bolívia. O presi<strong>de</strong>nte paraguaio,<br />

Fer<strong>na</strong>ndo Lugo, pediu repetidamente a La Paz que lhe informe sobre o alcance


e o sentido das novas aquisições bolivia<strong>na</strong>s <strong>de</strong> armamento russo. Na teoria, os<br />

dois países dispõem <strong>de</strong> um mecanismo para incrementar as medidas <strong>de</strong><br />

confiança em termos <strong>de</strong> segurança e <strong>de</strong>fesa, mas <strong>na</strong> prática essa via parece<br />

ineficaz.<br />

Paraguai e Bolívia são outros dois países sul-americanos com conflitos<br />

históricos: ambos protagonizaram em 1932 uma das piores guerras do<br />

continente, a cruel Guerra do Chaco, uma zo<strong>na</strong> fronteiriça fonte <strong>de</strong><br />

permanentes hostilida<strong>de</strong>s - <strong>na</strong> qual hoje o mais importante seria realmente<br />

compartilhar e coor<strong>de</strong><strong>na</strong>r a luta contra a <strong>de</strong>ngue, doença que arrasa a<br />

população -, mas que continua presente no imaginário <strong>de</strong> suas forças armadas<br />

e <strong>de</strong> seus políticos.<br />

03/09/2009 - 16h31<br />

Veja medidas adotadas contra governo interino <strong>de</strong> Honduras<br />

da Folha Online<br />

Os Estados Unidos <strong>de</strong>cidiram nesta quinta-feira suspen<strong>de</strong>r a ajuda econômica<br />

a Honduras como medida <strong>de</strong> pressão contra o governo interino para a<br />

restituição do presi<strong>de</strong>nte Manuel Zelaya, <strong>de</strong>posto em um golpe em 28 <strong>de</strong> junho<br />

passado.<br />

A medida era aguardada por Zelaya e seus opositores que veem os EUA como<br />

ator mais capaz <strong>de</strong> pressio<strong>na</strong>r o governo interino a restituir o presi<strong>de</strong>nte e<br />

restaurar a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>mocrática no país.<br />

Veja medidas adotadas pela comunida<strong>de</strong> inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l para pressio<strong>na</strong>r<br />

Honduras:<br />

Brasil<br />

Vistos: Ministério das Relações Exteriores anunciou suspensão<br />

temporária, a partir <strong>de</strong> 5 <strong>de</strong> setembro, do acordo <strong>de</strong> isenção <strong>de</strong> vistos com<br />

Honduras assi<strong>na</strong>do em 2004. Dessa forma, os portadores <strong>de</strong> passaportes<br />

hondurenhos precisarão <strong>de</strong> visto para entrar no Brasil. Segundo o Itamaraty, a<br />

medida não afeta a situação dos portadores <strong>de</strong> passaportes hondurenhos que<br />

já estejam em situação regular no país.<br />

Parcerias econômicas: O Itamaraty congelou programas <strong>de</strong> cooperação<br />

com Honduras <strong>na</strong>s áreas <strong>de</strong> energia e saú<strong>de</strong>. Ficou suspenso, por exemplo, o


projeto do Brasil com os EUA para a produção triangular <strong>de</strong> biocombustível em<br />

Honduras. Outro programa <strong>na</strong> área <strong>de</strong> energia é entre a Petrobras e o governo<br />

hondurenho, para a construção <strong>de</strong> uma fábrica <strong>de</strong> lubrificantes no país.<br />

Na área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, estavam em andamento um programa <strong>de</strong> combate ao mal<br />

<strong>de</strong> Chagas e três projetos pelo menos: implantação <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> sangue e<br />

hemo<strong>de</strong>rivados; trei<strong>na</strong>mento para manejo <strong>de</strong> bancos <strong>de</strong> leite humano e<br />

construção <strong>de</strong> um centro <strong>de</strong> traumatologia <strong>na</strong> capital, Tegucigalpa.<br />

*<br />

EUA<br />

Vistos: Departamento <strong>de</strong> Estado anunciou a revogação dos vistos para<br />

um número não especificado <strong>de</strong> funcionários do governo que apoiam<br />

Micheletti. Em 25 <strong>de</strong> agosto passado, o Departamento <strong>de</strong> Estado anunciou a<br />

suspensão da emissão da maioria dos vistos <strong>na</strong> embaixada america<strong>na</strong> em<br />

Honduras --fica suspensa assim a emissão <strong>de</strong> vistos para não imigrantes e<br />

casos <strong>de</strong> não emergência, o que representa quase a totalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vistos para<br />

hondurenhos que querem viajar a território americano.<br />

Ajuda econômica: Com o reconhecimento do golpe <strong>de</strong> Estado, o<br />

Departamento <strong>de</strong> Estado suspen<strong>de</strong>u formalmente toda a assistência<br />

econômica ao país. Os americanos compram 40,6% das exportações<br />

hondurenhas. Essa <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção significa a suspensão das ajudas da<br />

Millennium Challenge Corporation (MCC), que assinou em 2005 um convênio<br />

<strong>de</strong> cinco anos com Tegucigalpa por US$ 215 milhões. Até o momento, a MCC<br />

<strong>de</strong>sembolsou US$ 80,3 milhões a Honduras sob esse convênio.<br />

Eleição:Washington afirmou que não reconhecerá o resultado das<br />

eleições presi<strong>de</strong>nciais <strong>de</strong> 29 novembro sob as condições atuais e ressaltou que<br />

o pleito <strong>de</strong>ve ser realizado sob os padrões inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is.<br />

*<br />

Venezuela<br />

Petrodólares: Presi<strong>de</strong>nte Hugo Chávez, um dos principais aliados <strong>de</strong><br />

Zelaya, suspen<strong>de</strong>u o envio <strong>de</strong> petróleo a Honduras em um valor estimado entre<br />

US$ 300 milhões e 450 milhões. Parte do acordo <strong>de</strong> cooperação Petrocaribe,<br />

Honduras recebia cerca <strong>de</strong> 200 mil barris diários <strong>de</strong> petróleo da Venezuela com<br />

facilida<strong>de</strong>s e vantagens fi<strong>na</strong>nceiras.<br />

Os recursos seriam entregues por organizações como o Banco Mundial e o


Banco Interamericano <strong>de</strong> Desenvolvimento (BID), que suspen<strong>de</strong>ram seus<br />

programas <strong>de</strong> ajuda ao país <strong>de</strong>pois da queda <strong>de</strong> Zelaya.<br />

*<br />

Argenti<strong>na</strong><br />

Embaixada: Ministério das Relações Exteriores anulou as funções da<br />

embaixadora <strong>de</strong> Honduras no país, Carmen Eleonora Ortez Williams.<br />

*<br />

OEA (Organização dos Estados Americanos)<br />

Suspensão: OEA suspen<strong>de</strong>u a participação <strong>de</strong> Honduras no órgão<br />

interamericano em uma medida inédita <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a assi<strong>na</strong>tura da Carta<br />

Democrática Interamerica<strong>na</strong>, em 2001. A única medida do tipo anterior a esta<br />

ocorreu em 1962, quando Cuba foi tirada do bloco.<br />

*<br />

Alba<br />

Embaixadores: Os países membros da Alba (Aliança Bolivaria<strong>na</strong> para as<br />

Américas) or<strong>de</strong><strong>na</strong>ram a retirada <strong>de</strong> seus embaixadores <strong>de</strong> Tegucigalpa, capital<br />

<strong>de</strong> Honduras. A Alba é integrada por Antígua e Barbuda, Bolívia, Cuba,<br />

Dominica, Equador, Honduras, Nicarágua, São Vicente e Gra<strong>na</strong>di<strong>na</strong>s e<br />

Venezuela.<br />

05/09/2009 - 02h30<br />

Micheletti respon<strong>de</strong> com reciprocida<strong>de</strong> contra o crescente cerco<br />

diplomático<br />

da Folha Online<br />

O atual chefe do governo <strong>de</strong> Honduras, Roberto Micheletti, segue respon<strong>de</strong>ndo<br />

com reciprocida<strong>de</strong> ao crescente cerco diplomático inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l imposto com o<br />

propósito <strong>de</strong> restituir o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto Manuel Zelaya, <strong>de</strong>stituído do po<strong>de</strong>r<br />

do país no último dia 28 <strong>de</strong> junho.<br />

O Brasil se uniu nesta quinta-feira ao cerco diplomático que vários países dos<br />

continentes americano e europeu impuseram a Micheletti com a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong><br />

suspen<strong>de</strong>r a partir <strong>de</strong> sexta-feira os acordos <strong>de</strong> vistos com Honduras.<br />

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou, mediante nota oficial,<br />

que a suspensão se aplicará a todos os cidadãos hondurenhos, incluídos os


diplomatas, mas que não afetará os que já estejam nesse país.<br />

Em Tegucigalpa, o Ministério hondurenho <strong>de</strong> Relações Exteriores disse ontem<br />

em comunicado que, "em aplicação do princípio da estrita reciprocida<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong>cidiu suspen<strong>de</strong>r os acordos sobre isenção <strong>de</strong> vistos em passaportes<br />

correntes, diplomáticos, oficiais ou <strong>de</strong> serviço" com o Brasil.<br />

"Todo portador <strong>de</strong> passaporte brasileiro requereria, a partir <strong>de</strong> hoje [sexta-feira],<br />

<strong>de</strong> um visto para ingressar a Honduras", medida que não afetará que resi<strong>de</strong>m<br />

legalmente no país, informou nota do ministério. O Brasil também mantém em<br />

suspenso todos os programas <strong>de</strong> cooperação com Honduras, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> também<br />

retirou seu embaixador.<br />

A <strong>de</strong>cisão ocorreu no mesmo dia em que os Estados Unidos congelaram sua<br />

ajuda econômica ao regime <strong>de</strong> Micheletti e anunciaram que suspen<strong>de</strong>rão vistos<br />

a membros do governo hondurenho e pessoas afins.<br />

Os Estados Unidos suspen<strong>de</strong>ram <strong>na</strong> sema<strong>na</strong> passada os trâmites <strong>de</strong> novos<br />

vistos para hondurenhos em sua embaixada em Tegucigalpa, exceto para<br />

casos <strong>de</strong> emergência.<br />

A pedido <strong>de</strong> Zelaya, vários países retiraram as cre<strong>de</strong>nciais aos embaixadores<br />

<strong>de</strong> Honduras porque aceitaram ao governo <strong>de</strong> Micheletti.<br />

Dia 13 <strong>de</strong> agosto, Argenti<strong>na</strong> <strong>de</strong>sconheceu à embaixadora hondurenha, Carmen<br />

Ortez, e or<strong>de</strong>nou a saída do pessoal diplomático da embaixada <strong>de</strong> Honduras<br />

em Buenos Aires.<br />

Uma sema<strong>na</strong> <strong>de</strong>pois, a chancelaria hondurenha aplicou uma medida similar à<br />

representação argenti<strong>na</strong> em Tegucigalpa.<br />

O Uruguai e o Paraguai também retiraram cre<strong>de</strong>nciais diplomáticas <strong>de</strong> Ortez,<br />

que era embaixadora nesses dois países. O Chile retirou em 12 <strong>de</strong> agosto as<br />

cre<strong>de</strong>nciais ao embaixador hondurenho, Francisco Martínez, que tinha feito<br />

<strong>de</strong>clarações favoráveis ao governo <strong>de</strong> Micheletti. Em 19 <strong>de</strong> agosto, a Espanha<br />

retirou as cre<strong>de</strong>nciais, privilégios e imunida<strong>de</strong> diplomática do embaixador<br />

hondurenho, Eduardo Martell, e or<strong>de</strong>nou sua saída do país. Um dia antes, a<br />

Costa Rica havia anunciado a retirada das cre<strong>de</strong>nciais da embaixadora <strong>de</strong><br />

Honduras, Koritza Suazo.<br />

Apesar <strong>de</strong>stas e outras sanções diplomáticas e econômicas, Micheletti reiterou<br />

que não dará "nem um passo atrás" em seu governo e que só entregará o<br />

po<strong>de</strong>r no dia 27 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2010 ao presi<strong>de</strong>nte que vença as eleições <strong>de</strong> 29


<strong>de</strong> novembro.<br />

Com Efe<br />

09/09/2009 - 03h00<br />

Brasil é o país com maior número absoluto <strong>de</strong> a<strong>na</strong>lfabetos <strong>na</strong> América<br />

Lati<strong>na</strong><br />

da Efe<br />

No Dia Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l da Alfabetização (8), o Brasil aparece como o país com o<br />

maior número <strong>de</strong> a<strong>na</strong>lfabetos <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong>, apesar <strong>de</strong> alguns progressos,<br />

segundo dados divulgados pela Organização das Nações Unidas para a<br />

Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).<br />

No total, 14,1 milhões <strong>de</strong> brasileiros, o que equivale a 10,5% da população<br />

maior <strong>de</strong> 15 anos, não sabem ler nem escrever. No mundo, são 776 milhões <strong>de</strong><br />

adultos nesta situação.<br />

Na última década, o Brasil reduziu essa taxa em cinco pontos percentuais.<br />

Porém, em números absolutos, essa diminuição significa a alfabetização <strong>de</strong><br />

ape<strong>na</strong>s dois milhões <strong>de</strong> pessoas.<br />

Em 2003, o governo do presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva lançou um<br />

programa para promover a alfabetização da população adulta centrado em<br />

municípios com taxas <strong>de</strong> a<strong>na</strong>lfabetismo superiores a 25%. A maioria <strong>de</strong>les fica<br />

<strong>na</strong> região Nor<strong>de</strong>ste.<br />

De acordo com os dados cedidos pelos governos latino-americanos e reunidos<br />

pela Unesco, a América Lati<strong>na</strong> tem 25 milhões <strong>de</strong> a<strong>na</strong>lfabetos, principalmente<br />

no Brasil e México, os países mais populosos.<br />

Por outro lado, há <strong>na</strong>ções que avançaram bastante no tema. Hoje, o Equador<br />

foi o sexto país latino-americano a anunciar que está livre do a<strong>na</strong>lfabetismo. Os<br />

outros são Argenti<strong>na</strong>, Cuba, Venezuela, Nicarágua e Bolívia.<br />

Com a exceção da Argenti<strong>na</strong>, todos esses países conseguiram tal feito por<br />

meio da aplicação do reconhecido método cubano "Sim, eu posso" com a ajuda<br />

fi<strong>na</strong>nceira <strong>de</strong> Caracas.<br />

O programa teve sua efetivida<strong>de</strong> reconhecida pela Unesco e já alfabetizou, <strong>de</strong><br />

acordo com números oficiais cubanos, 3,1 milhões <strong>de</strong> pessoas em 28 países.<br />

Além disso, <strong>na</strong>ções como Paraguai, Costa Rica e Chile têm feito constantes


progressos em termos <strong>de</strong> alfabetização e estão próximos <strong>de</strong> serem<br />

consi<strong>de</strong>rados como livres do a<strong>na</strong>lfabetismo.<br />

Os países que apresentam taxas <strong>de</strong> a<strong>na</strong>lfabetismo abaixo <strong>de</strong> 4% da população<br />

adulta são consi<strong>de</strong>rados como livres do problema.<br />

O Dia Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l da Alfabetização é lembrado a cada 8 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

1966, um ano <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> instituída a Unesco.<br />

08/09/2009<br />

Milhares protestam contra Chávez <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong><br />

BBC Brasil -<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/09/090904_chavez_valetop<br />

ico_np.shtml<br />

Acesso: 17:30<br />

“Milhares <strong>de</strong> pessoas protestaram nesta sexta-feira contra o presi<strong>de</strong>nte da<br />

Venezuela, Hugo Chávez, em diversas cida<strong>de</strong>s latino-america<strong>na</strong>s. As<br />

manifestações foram organizadas por ativistas colombianos como resposta às<br />

críticas <strong>de</strong> Chávez sobre o acordo militar entre a Colômbia e os Estados<br />

Unidos...”<br />

Milhares protestam contra Chávez <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong><br />

Milhares <strong>de</strong> pessoas protestaram nesta sexta-feira contra o presi<strong>de</strong>nte da<br />

Venezuela, Hugo Chávez, em diversas cida<strong>de</strong>s latino-america<strong>na</strong>s.<br />

As manifestações foram organizadas por ativistas colombianos como resposta<br />

às críticas <strong>de</strong> Chávez sobre o acordo militar entre a Colômbia e os Estados<br />

Unidos.<br />

Os ativistas usaram re<strong>de</strong>s sociais <strong>na</strong> internet, como Facebook e Twitter, para<br />

organizar os protestos sob o lema “Não mais Chávez”, que contaram com o<br />

apoio <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>s colombia<strong>na</strong>s.<br />

Segundo o correspon<strong>de</strong>nte da BBC Mundo <strong>na</strong> Colômbia Her<strong>na</strong>ndo Salazar, os<br />

manifestantes que foram às ruas <strong>na</strong> Colômbia eram, em sua maioria, pessoas<br />

da classe média e alta do país que se opõem às políticas socialistas do lí<strong>de</strong>r<br />

venezuelano.<br />

Em Bogotá, centro dos protestos, milhares <strong>de</strong> manifestantes se vestiram <strong>de</strong>


anco e carregavam placas com frases contra Chávez. Além da questão das<br />

bases america<strong>na</strong>s, os ativistas ainda criticaram as políticas <strong>de</strong> educação e a<br />

violência no país.<br />

O embaixador da Venezuela <strong>na</strong> Colômbia, Gustavo Márquez, lamentou as<br />

<strong>de</strong>monstrações contra o presi<strong>de</strong>nte e afirmou que se tratam <strong>de</strong> um “feito inédito<br />

contra um chefe <strong>de</strong> Estado em exercício”.<br />

Márquez afirmou ainda que os protestos “buscam semear o ódio entre os dois<br />

países”.<br />

Caracas<br />

Na capital venezuela<strong>na</strong>, Caracas, o protesto também ganhou apoio e cente<strong>na</strong>s<br />

<strong>de</strong> manifestantes foram às ruas protestar contra o presi<strong>de</strong>nte.<br />

Apesar disso, apoiadores <strong>de</strong> Chávez também organizaram manifestações a<br />

favor do presi<strong>de</strong>nte.<br />

Um dos eventos ocorreu <strong>na</strong> Praça Bolívar, em Caracas. Durante a<br />

manifestação, um dos principais lí<strong>de</strong>res do Partido Socialista da Venezuela,<br />

Freddy Ber<strong>na</strong>l, fez um discurso para a multidão e <strong>de</strong>monstrou apoio ao que<br />

chamou <strong>de</strong> “revolução chavista”.<br />

“A revolução não é negociável e não está à venda”, disse.<br />

Chávez não participou das manifestações pois estava em viagem à Síria. Em<br />

uma entrevista exclusiva transmitida pela re<strong>de</strong> <strong>de</strong> televisão Telesur, o lí<strong>de</strong>r<br />

afirmou que “não se importa” com os protestos.<br />

"Vá e marche contra Chávez, porque não é contra Chávez, é contra os povos",<br />

disse o lí<strong>de</strong>r venezuelano.<br />

A especialista em Relações Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is da Universida<strong>de</strong> dos An<strong>de</strong>s Arlene<br />

Ticker disse à BBC Mundo que é “muito preocupante que se realizem<br />

manifestações <strong>de</strong>sse tipo contra o presi<strong>de</strong>nte em exercício do principal vizinho<br />

da Colômbia”.<br />

“Estão construindo um novo inimigo para a pátria colombia<strong>na</strong>. Agora não são<br />

as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), mas Chávez”, disse.<br />

Segundo Ticker, os protestos "sem dúvida irão <strong>de</strong>teriorar o contexto das<br />

relações entre os dois países".<br />

Mundo


Além <strong>de</strong> Colômbia e Venezuela, protestos ocorreram também em cida<strong>de</strong>s<br />

como Madrid, Nova York, Paris, Bruxelas, Toronto, Buenos Aires e<br />

Tegucigalpa, mas em menor escala.<br />

Na capital hondurenha, o lí<strong>de</strong>r do governo interino, Roberto Michelleti, se uniu<br />

aos manifestantes contra o presi<strong>de</strong>nte da Venezuela.<br />

Além <strong>de</strong> Tegucigalpa, outras quatro cida<strong>de</strong>s também realizaram protestos em<br />

Honduras.<br />

Michelleti afirmou que as manifestações “são uma <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> que não<br />

queremos imposições <strong>de</strong> nenhuma espécie nesse país”.<br />

Chávez tem sido um dos maiores críticos do governo interino <strong>de</strong> Honduras.<br />

O lí<strong>de</strong>r venezuelano chegou a pedir para que os Estados Unidos pressionem<br />

mais o governo li<strong>de</strong>rado por Roberto Micheletti retirando os militares<br />

americanos da base que o país possui em Honduras.<br />

08/09/2009<br />

Venezuelanos pró e contra Chávez protestam<br />

BBC Brasil -<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/09/090905_chavezprotesto<br />

scj_ba.shtml<br />

Acesso: 17:50<br />

“Milhares <strong>de</strong> venezuelanos voltaram às ruas <strong>de</strong> Caracas neste sábado em<br />

duas manifestações diferentes, uma pró e outra contra o presi<strong>de</strong>nte da<br />

Venezuela Hugo Chávez ... No leste da capital Caracas, milhares <strong>de</strong> opositores<br />

vestidos com camisetas brancas protestavam em nome <strong>de</strong> velhas e novas<br />

polêmicas, como a recém aprovada lei <strong>de</strong> educação, que para a oposição é<br />

uma tentativa do Executivo <strong>de</strong> "i<strong>de</strong>ologizar" o ensino <strong>na</strong>s escolas...”<br />

Venezuelanos pró e contra Chávez protestam<br />

Milhares <strong>de</strong> venezuelanos voltaram às ruas <strong>de</strong> Caracas neste sábado em duas<br />

manifestações diferentes, uma pró e outra contra o presi<strong>de</strong>nte da Venezuela<br />

Hugo Chávez.<br />

Em uma reedição das marchas dos anos <strong>de</strong> crise política, a divisão entre os<br />

que apoiam as políticas adotadas pelo presi<strong>de</strong>nte, que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> o socialismo do


século 21, e os opositores continua marcando o <strong>de</strong>bate político no país.<br />

No leste da capital Caracas, milhares <strong>de</strong> opositores vestidos com camisetas<br />

brancas protestavam em nome <strong>de</strong> velhas e novas polêmicas, como a recém<br />

aprovada lei <strong>de</strong> educação, que para a oposição é uma tentativa do Executivo<br />

<strong>de</strong> "i<strong>de</strong>ologizar" o ensino <strong>na</strong>s escolas.<br />

O governo, por sua vez, argumenta que a nova lei garante o acesso justo ao<br />

sistema educativo e o "livre pensamento".<br />

"Não houve consulta com a população. Aprovaram a lei e pronto. Isso não é<br />

<strong>de</strong>mocrático", disse à BBC Brasil o estudante universitário Luis Mora, para em<br />

seguida acrescentar utilizando uma frase que tem sido reiterada pelo<br />

presi<strong>de</strong>nte venezuelano em seus 10 anos <strong>de</strong> governo. "Queremos <strong>de</strong>mocracia<br />

participativa e protagônica".<br />

A "confusão" no discurso do estudante opositor provocou risos entre seus<br />

colegas. Mora imediatamente se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u: "Não, cuidado, não sou chavista,<br />

viu?".<br />

Com ban<strong>de</strong>iras venezuela<strong>na</strong>s e cartazes em que se lia "Arréchate ( fique bravo,<br />

em tradução livre), não temos medo!", "Não mais Chávez", e com fotos <strong>de</strong><br />

políticos e supostos presos políticos, os manifestantes foram até o Ministério<br />

Público entregar uma moção "em <strong>de</strong>fesa do direito à protestar".<br />

A polícia, que <strong>na</strong>s manifestações anteriores dispersou os protestos com gás<br />

lacrimogêneo, retirou a barreira <strong>de</strong> oficiais que havia sido instalada a poucos<br />

metros do Ministério Público. Dessa vez, não houve confronto com os<br />

manifestantes.<br />

Acompanhada <strong>de</strong> seu cachorro, a empresária Patricia Arjo<strong>na</strong> se queixava da<br />

"ingerência" <strong>de</strong> Chávez nos assuntos internos da Colômbia. "Se a Colômbia<br />

tem bases militares isso é problema <strong>de</strong>les, não nos afeta. Mas esse senhor<br />

(Chávez) se mete em tudo, acha que é o dono do mundo", disse Arjo<strong>na</strong>.<br />

Colômbia<br />

O acordo militar firmado entre Bogotá e Washington, que prevê o uso <strong>de</strong> sete<br />

bases militares <strong>na</strong> Colômbia pelo Exército americano, é o pivô <strong>de</strong> uma das<br />

piores crises diplomáticas entre os vizinhos Colômbia e Venezuela. Para<br />

Chávez, as bases são "uma <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> guerra" contra a chamada revolução<br />

bolivaria<strong>na</strong>.


A presença militar dos Estados Unidos em território colombiano também tem<br />

preocupado os <strong>de</strong>mais países da região, entre eles, o Brasil.<br />

O <strong>de</strong>bate sobre as bases militares também esteve presente <strong>na</strong> marcha<br />

chavista, que reuniu milhares <strong>de</strong> pessoas vestidas <strong>de</strong> vermelho, no centro da<br />

capital Caracas e <strong>na</strong>s principais cida<strong>de</strong>s do país.<br />

Para a assistente social Crismar Lu<strong>na</strong> a presença militar norte-america<strong>na</strong> <strong>na</strong><br />

Colômbia se trata <strong>de</strong> um plano "para <strong>de</strong>rrubar o presi<strong>de</strong>nte".<br />

"Estamos <strong>na</strong>s ruas para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a revolução e o que os pobres conquistamos<br />

com esse governo", afirmou. "A oligarquia colombia<strong>na</strong> e a norte america<strong>na</strong><br />

estão aliadas para acabar com o processo (governo) e com o exemplo que a<br />

revolução dá para toda a América Lati<strong>na</strong>", acrescentou.<br />

Enquanto os manifestantes dançavam e caminhavam ao som <strong>de</strong> músicas <strong>de</strong><br />

protesto, Chávez interviu, por meio <strong>de</strong> uma ligação telefônica, que foi<br />

retransmitida em um carro <strong>de</strong> som.<br />

"Pátria, socialismo ou morte!", gritou o mandatário venezuelano que está no Irã,<br />

um dos países que visita <strong>na</strong> viagem inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l que também inclui Argélia,<br />

Síria, Líbia, Rússia e Bielorrússia.<br />

"Parabenizo a todos por continuarem <strong>de</strong>rrotando a conspiração contra a pátria,<br />

estou orgulhoso <strong>de</strong> vocês", afirmou Chávez, que foi ovacio<strong>na</strong>do pela multidão.<br />

Cercada por jovens que carregavam um ônibus <strong>de</strong> papel incentivando a volta<br />

às aulas, a professora Kharelys Mata disse acreditar que a polarização no país<br />

está longe <strong>de</strong> acabar. "A oposição é incapaz <strong>de</strong> avaliar se algo é<br />

verda<strong>de</strong>iramente bom ou ruim. Eles se negam a superar o eterno grito <strong>de</strong> fora<br />

Chávez ", disse, ao acrescentar: "Enquanto isso, nós continuamos ganhando".<br />

A manifestação "pela paz" convocada pelo chavismo foi uma resposta aos<br />

protestos que ocorreram <strong>na</strong> sexta-feira, em diversas cida<strong>de</strong>s latino-america<strong>na</strong>s,<br />

contra o presi<strong>de</strong>nte venezuelano.<br />

Sob o lema “Não mais Chávez”, ativistas colombianos usaram re<strong>de</strong>s sociais <strong>na</strong><br />

internet, como Facebook e Twitter, para organizar os protestos que pretendiam<br />

confrontar as críticas <strong>de</strong> Chávez sobre o acordo militar entre a Colômbia e os<br />

Estados Unidos.<br />

08/09/2009 - 21h17<br />

Após locaute, agricultores argentinos fazem novos protestos


da Efe, em Buenos Aires<br />

da Folha Online<br />

Os produtores rurais da Argenti<strong>na</strong> realizaram nesta terça-feira atos em diversos<br />

pontos do país para renovar seus protestos contra o governo, após o locaute<br />

<strong>de</strong> uma sema<strong>na</strong> encerrado <strong>na</strong> sexta-feira (4).<br />

Em coincidência com o Dia do Agricultor, as principais manifestações<br />

aconteceram <strong>na</strong> província <strong>de</strong> Chaco, em meio à seca sofrida há três anos, e <strong>na</strong><br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Olavarría, uma das zo<strong>na</strong>s agrícolas mais ricas do país.<br />

Os atos foram convocados pelas quatro maiores organizações rurais do país,<br />

que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2008 mantêm um sério conflito com o governo argentino<br />

<strong>de</strong>vidos aos impostos às exportações <strong>de</strong> grãos e outras políticas oficiais para o<br />

setor.<br />

"Este tipo <strong>de</strong> manifestação <strong>de</strong> mal-estar continuará e irá se aprofundando<br />

enquanto os produtores não receberem nenhum si<strong>na</strong>l nem resposta do<br />

Governo", disse o presi<strong>de</strong>nte da Confe<strong>de</strong>ração Intercooperativa Agropecuária<br />

(Coni<strong>na</strong>gro), Carlos Garetto, em um ato <strong>na</strong> localida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Theobald, <strong>na</strong><br />

província <strong>de</strong> Santa Fé.<br />

O presi<strong>de</strong>nte da Fe<strong>de</strong>ração Agrária Argenti<strong>na</strong>, Eduardo Buzzi, <strong>de</strong>nunciou<br />

durante o ato convocado em Chaco que cerca <strong>de</strong> 60 mil produtores rurais já<br />

"<strong>de</strong>sapareceram" <strong>de</strong>vido às "políticas <strong>de</strong>sastrosas implementadas" para o setor<br />

agropecuário.<br />

Ao fi<strong>na</strong>l do dia <strong>de</strong> protesto, as patro<strong>na</strong>is rurais confirmaram à imprensa que o<br />

chefe <strong>de</strong> gabinete, Aníbal Fernán<strong>de</strong>z, os convocou a uma reunião para esta<br />

mesma sema<strong>na</strong>, possivelmente <strong>na</strong> quinta-feira, reunião que -- caso se<br />

concretize-- será o reinício do diálogo entre as partes, suspenso <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o fi<strong>na</strong>l<br />

<strong>de</strong> julho.<br />

As associações rurais termi<strong>na</strong>ram <strong>na</strong> sexta-feira passada uma greve <strong>de</strong><br />

comercialização <strong>de</strong> grãos e gado bovino <strong>de</strong> oito dias, a terceira convocada<br />

esse ano e a oitava <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início do conflito com o governo.<br />

O setor aposta em que, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, quando mudar a<br />

composição parlamentar após a <strong>de</strong>rrota do governo <strong>na</strong>s eleições <strong>de</strong> junho, o<br />

Legislativo <strong>de</strong>baterá iniciativas que melhorem a situação do setor.<br />

A última greve interrompeu por completo os mercados <strong>de</strong> carne e grãos da<br />

Argenti<strong>na</strong>, um dos principais exportadores mundiais <strong>de</strong>sses produtos, mas as


manifestações recentes são tímidas em comparação aos protestos do ano<br />

passado, que afetaram os mercados fi<strong>na</strong>nceiros e serviram <strong>de</strong> teste para<br />

Cristi<strong>na</strong> Kirchner.<br />

Entre outros pontos em disputa, os dirigentes do setor pe<strong>de</strong>m uma queda nos<br />

impostos às exportações, algo que o governo dificilmente aceitará, pois<br />

implicaria em uma diminuição da arrecadação fiscal, já prejudicada pela menor<br />

ativida<strong>de</strong> econômica.<br />

Mas o que causou <strong>de</strong>finitivamente os últimos protestos foi a anulação <strong>de</strong><br />

benefícios fiscais que tinham sido aprovados pelo Congresso para produtores<br />

afetados por uma extensa seca.<br />

No início <strong>de</strong> 2008, período <strong>de</strong> alto preço dos produtos agropecuários no<br />

mercado inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, o governo aumentou os impostos sobre exportações,<br />

para aumentar a <strong>de</strong>manda inter<strong>na</strong> e baixar os preços para os consumidores<br />

argentinos.<br />

Os produtores promoveram então cerca <strong>de</strong> 4.000 bloqueios <strong>de</strong> estradas, o que<br />

levou a <strong>de</strong>sabastecimento e à queda da popularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cristi<strong>na</strong>, que nunca<br />

retornou aos níveis <strong>de</strong> antes do confronto.<br />

A mudança do sistema tributário proposta pelo governo foi <strong>de</strong>rrotada no ano<br />

passado pelo Se<strong>na</strong>do --com o voto <strong>de</strong>cisivo do vice-presi<strong>de</strong>nte do país, Julio<br />

Cobos-- e os impostos voltaram ao patamar anterior.<br />

Neste ano, o cenário se alterou, com a queda dos preços inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, em<br />

meio à crise fi<strong>na</strong>nceira global, mas a disputa continuada essencialmente a<br />

mesma: a resistência dos produtores a políticas tributárias e <strong>de</strong> controle <strong>de</strong><br />

preços do governo.<br />

11/09/2009 - 08h26<br />

Disputa política espalha onda <strong>de</strong> crise <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong><br />

MARCIA CARMO<br />

da BBC Brasil, em Buenos Aires<br />

Derrotado <strong>na</strong>s últimas eleições legislativas, o governo argentino trava uma<br />

queda <strong>de</strong> braço com produtores rurais e empresas <strong>de</strong> comunicação, em uma<br />

disputa política que tem provocado reflexos até mesmo no futebol.<br />

No cenário político, a presi<strong>de</strong>nte Cristi<strong>na</strong> Kirchner registra os piores índices <strong>de</strong><br />

popularida<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que assumiu o po<strong>de</strong>r, em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2007. O reflexo


imediato da imagem negativa do governo veio com a <strong>de</strong>rrota <strong>na</strong>s ur<strong>na</strong>s, em<br />

junho.<br />

A poucos meses da posse do novo Congresso, on<strong>de</strong> o governo <strong>de</strong>ixará <strong>de</strong> ser<br />

maioria, a presi<strong>de</strong>nte argenti<strong>na</strong> tem corrido contra o relógio para tentar aprovar<br />

propostas polêmicas, que atingem principalmente produtores rurais e empresas<br />

como o Grupo Clarín --maior conglomerado <strong>de</strong> comunicação do país.<br />

Segundo a<strong>na</strong>listas ouvidos pela BBC Brasil, disputas e crises políticas <strong>de</strong>ste<br />

tipo costumam afetar <strong>de</strong> maneira significativa os outros setores da vida <strong>na</strong><br />

Argenti<strong>na</strong>.<br />

"Na Argenti<strong>na</strong>, a política é <strong>de</strong>cisiva para <strong>de</strong>finir o humor e o rumo dos <strong>de</strong>mais<br />

setores", diz o sociólogo Ernesto Kritz, da Sel Consultores.<br />

Um exemplo disso é o futebol. A disputa entre o governo e o grupo Clarín é um<br />

dos elementos que formam o pano <strong>de</strong> fundo para a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> Kirchner <strong>de</strong><br />

assi<strong>na</strong>r um convênio com a Associação <strong>de</strong> Futebol Argentino (AFA) que<br />

garante a transmissão dos jogos através do ca<strong>na</strong>l 7, emissora <strong>de</strong> televisão<br />

estatal.<br />

Para fechar o acordo com o governo, a AFA rompeu o contrato com uma<br />

empresa do grupo Clarín, responsável pelas transmissões das partidas.<br />

Gripe suí<strong>na</strong><br />

Outro reflexo da disputa política foi a acusação da oposição <strong>de</strong> que o governo<br />

adiou o combate à gripe suí<strong>na</strong> e <strong>de</strong>morou para divulgar dados sobre o avanço<br />

da doença pelo país para não sofrer um prejuízo ainda maior <strong>na</strong>s ur<strong>na</strong>s durante<br />

as eleições <strong>de</strong> junho.<br />

Um dos setores mais afetados pela gripe suí<strong>na</strong> <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong> foi o turismo, com<br />

uma redução drástica no <strong>de</strong>sembarque <strong>de</strong> estrangeiros, principalmente em<br />

Buenos Aires e Bariloche.<br />

"No fim, tudo se ca<strong>na</strong>liza para o mesmo <strong>de</strong>stino: a confiança ou <strong>de</strong>sconfiança<br />

<strong>na</strong>s medidas do governo", afirma a cientista política Graciela Römer, da<br />

consultoria Römer e Associados.<br />

Greve<br />

No fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> agosto, o Congresso Nacio<strong>na</strong>l, ainda com maioria governista,<br />

aprovou a prorrogação por um ano da lei <strong>de</strong> "faculda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>legadas", que<br />

autoriza o governo a adotar algumas medidas sem o aval do legislativo.<br />

Com as "faculda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>legadas", o governo po<strong>de</strong>rá <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r, por exemplo, o


índice dos impostos às exportações do setor agropecuário. A aprovação do<br />

texto levou grupos <strong>de</strong> produtores a protestarem <strong>na</strong> porta do Congresso<br />

Nacio<strong>na</strong>l.<br />

Na sema<strong>na</strong> seguinte, a presi<strong>de</strong>nte vetou um projeto <strong>de</strong> lei, aprovado no<br />

Parlamento, que previa a redução <strong>de</strong> impostos para os distritos afetados pela<br />

recente e histórica seca. Minutos mais tar<strong>de</strong>, os lí<strong>de</strong>res ruralistas anunciaram a<br />

paralisação do comércio <strong>de</strong> grãos e bovinos para exportações e para a<br />

industrialização durante uma sema<strong>na</strong>.<br />

"É a gota d'água", disse, ao comunicar a greve, Carlos Garetto, da<br />

Confe<strong>de</strong>ração Intercooperativa Argenti<strong>na</strong> <strong>de</strong> Agropecuária (Coni<strong>na</strong>gro, <strong>na</strong> sigla<br />

em espanhol).<br />

A paralisação foi mais um episódio do embate entre o governo e os produtores<br />

rurais, que, no ano passado, quase pararam o país com bloqueios em<br />

estradas, que resultaram em <strong>de</strong>sabastecimento.<br />

Os bloqueios aconteceram pouco antes do auge da crise econômica mundial.<br />

Na ocasião, o protesto dos ruralistas era uma reação ao aumento dos impostos<br />

para as exportações, principalmente <strong>de</strong> soja.<br />

Radiodifusão<br />

Outra medida da presi<strong>de</strong>nte que gerou polêmicas foi o projeto <strong>de</strong> lei enviado ao<br />

Congresso Nacio<strong>na</strong>l que prevê uma nova arquitetura para o setor <strong>de</strong><br />

radiodifusão.<br />

O texto prevê uma revisão a cada dois anos das licenças para emissoras <strong>de</strong><br />

rádio e televisão, <strong>de</strong>termi<strong>na</strong> que um terço do setor seja <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>do a<br />

organizações sem fins lucrativos e impe<strong>de</strong> que uma empresa <strong>de</strong> comunicação<br />

tenha mais <strong>de</strong> uma emissora <strong>de</strong> televisão a cabo, por exemplo.<br />

"É claramente uma nova disputa com o grupo Clarín. E, se o texto for aprovado<br />

como está, o governo vai acabar controlando os meios <strong>de</strong> comunicação", diz o<br />

<strong>de</strong>putado Daniel Katz.<br />

O lí<strong>de</strong>r do governo <strong>na</strong> Câmara dos Deputados, Agustín Rossi, da Frente para a<br />

Vitória, por outro lado, afirma que a nova lei "vai <strong>de</strong>mocratizar" os meios <strong>de</strong><br />

comunicação no país.<br />

"A lei atual <strong>de</strong> radiodifusão é dos tempos da ditadura, e é hora <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnizá-<br />

la", disse Rossi.<br />

Já a <strong>de</strong>putada opositora Paula Bertol, da União-Pro, protestou contra o projeto.


"A presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>veria esperar a posse do novo Congresso para enviar este<br />

texto", disse.<br />

"Esse assunto não se resolve <strong>de</strong> um dia para o outro e com um Congresso que<br />

está saindo."<br />

O a<strong>na</strong>lista político Rosendo Fraga, do Centro <strong>de</strong> Estudos Nova Maioria, avalia<br />

que as próximas sema<strong>na</strong>s po<strong>de</strong>m ser "fundamentais" para que os argentinos<br />

percebam se o que vivem é uma "crise ou o caminho para um colapso", a partir<br />

da posse dos novos parlamentares.<br />

Para Graciela Römer, da consultoria Römer e Associados, o impasse político<br />

<strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong> é o resultado <strong>de</strong> um coquetel que inclui a maquiagem dos dados<br />

oficiais, a estatização do setor <strong>de</strong> pensões e aposentadorias e um discurso <strong>de</strong><br />

que o "governo é a pátria, e o resto está, no mínimo, fora <strong>de</strong> moda".<br />

"E os argentinos cansaram disso, do tudo ou <strong>na</strong>da", afirma Römer.<br />

11/09/2009 - 21h00<br />

Atrás <strong>na</strong>s pesquisas, ex-presi<strong>de</strong>nte garante que vai ao segundo turno no<br />

Chile<br />

da Folha Online<br />

O candidato governista à Presidência do Chile, Eduardo Frei, afirmou nesta<br />

sexta-feita em Buenos Aires que irá ao segundo turno da eleição <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro<br />

contra o bilionário Sebastián Piñera, que é o favorito, <strong>de</strong> acordo com as<br />

pesquisas. Ex-presi<strong>de</strong>nte, ele disse achar provável chegar ao um segundo<br />

turno à frente <strong>de</strong> Piñera.<br />

"Esperamos nesses 90 dias até a eleição implantar todos os nossos esforços<br />

para convencer as pessoas que a coligação que representamos não só dá<br />

gover<strong>na</strong>bilida<strong>de</strong> ao Chile, mas dá-lhe a segurança social e aprofunda a<br />

<strong>de</strong>mocracia", disse o candidato.<br />

Frei, que nesta quinta-feira se reuniu com a presi<strong>de</strong>nte da Argenti<strong>na</strong>, Cristi<strong>na</strong><br />

Kirchner, também <strong>de</strong>ixou aberta a hipótese <strong>de</strong> formar uma aliança no segundo<br />

turno com o <strong>de</strong>putado Marco Enríquez-Omi<strong>na</strong>mi, que <strong>de</strong>ixou a coalizão<br />

governista Concertación para disputar a eleição <strong>de</strong> forma in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte.<br />

"Isto será a<strong>na</strong>lisado no momento certo", disse Frei, que já foi presi<strong>de</strong>nte do<br />

Chile entre 1994 e 2000. Segundo ele, uma eventual parceria seria "bem-vinda,


<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que serva para discutir i<strong>de</strong>ias e enriquecer o <strong>de</strong>bate".<br />

Questio<strong>na</strong>do sobre a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que Omi<strong>na</strong>mi, parlamentar <strong>de</strong> 36 anos<br />

que tem ganhado popularida<strong>de</strong> e o apoio do eleitorado, possa absorver parte<br />

<strong>de</strong> seus votos, o candidato governista lembrou que tem o respaldo da<br />

presi<strong>de</strong>nte Michelle Bachelet. "Ela foi absolutamente clara ao dizer que o<br />

candidato do partido sou eu."<br />

De acordo com um levantamento feito pelo Centro <strong>de</strong> Estudos Públicos, se as<br />

eleições fossem hoje, Piñera, com 37% dos votos, e Frei, com 28%,<br />

disputariam o segundo turno. Já Omi<strong>na</strong>mi <strong>de</strong>tém 17% das preferências.<br />

Com Ansa e Efe<br />

12/09/2009 - 09h25<br />

Chávez compra mísseis russos e diz que tem direito <strong>de</strong> se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r<br />

da Folha Online<br />

O presi<strong>de</strong>nte da Venezuela, Hugo Chávez, disse neste sábado que seu país,<br />

dono das "maiores reservas <strong>de</strong> petróleo do mundo" e fincado "em uma<br />

localização geográfica invejável para as potências mundiais, sobretudo para os<br />

Estados Unidos", tem todo o direito <strong>de</strong> se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r. A <strong>de</strong>claração foi publicada<br />

neste sábado pelo jor<strong>na</strong>l espanhol "El País", um dia após Chávez anunciar a<br />

compra <strong>de</strong> mísseis russos com alcance <strong>de</strong> até 300 km.<br />

Questio<strong>na</strong>do pelo "El País" se a Venezuela estaria em uma "corrida<br />

armamentista", Chávez afirmou que "cada país tem o direito, como a Espanha<br />

o tem, <strong>de</strong> ter uma Marinha para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r seus mares, <strong>de</strong> ter uma Aeronáutica<br />

para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r e garantir a soberania do território <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, <strong>de</strong> ter um Exército".<br />

Chávez afirmou ainda que, <strong>na</strong> reunião <strong>de</strong>sta sexta-feira com o chefe do<br />

governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, manifestou o interesse da<br />

Venezuela em comprar alguns aviões <strong>de</strong> transporte CASA --os mesmos que o<br />

ex-presi<strong>de</strong>nte dos Estados Unidos George W. Bush impediu a Espanha <strong>de</strong><br />

ven<strong>de</strong>r às Forças Armadas venezuela<strong>na</strong>s pouco tempo atrás.<br />

O presi<strong>de</strong>nte anunciou <strong>na</strong> noite <strong>de</strong>sta sexta-feira que em breve chegarão ao<br />

país "foguetinhos" russos cuja compra foi oficializada em sua viagem ao país<br />

asiático.<br />

Em um ato público, Chávez disse que os mísseis russos <strong>de</strong> médio alcance, que


"não falham", foram adquiridos para a <strong>de</strong>fesa e não para "atacar ninguém".<br />

"Firmamos uns acordos com a Rússia. Logo começarão a chegar uns<br />

foguetinhos. Você os coloca aqui e lança estes foguetinhos [...] E sabem<br />

quantos quilômetros alcançam? Uns 300 quilômetros, e não falham", disse<br />

Chávez em um comício para celebrar sua recente viagem inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />

Chávez, que consi<strong>de</strong>ra a Rússia um "aliado estratégico", confirmou<br />

recentemente a compra <strong>de</strong> tanques russos do tipo BMP3, MPR e T-72,<br />

<strong>de</strong>sti<strong>na</strong>dos principalmente a proteger a fronteira com a Colômbia, país com o<br />

qual a Venezuela congelou suas relações, em julho passado.<br />

Entre 2005 e 2007, Chávez firmou acordos para a compra <strong>de</strong> armas russas<br />

totalizando US$ 4,4 bilhões. Neste período, a Rússia ven<strong>de</strong>u à Venezuela 24<br />

caças Sukhoi-30, 50 helicópteros <strong>de</strong> combate e 100 mil fuzis <strong>de</strong> assalto<br />

Kalashnikov.<br />

Farc<br />

Consultado pelo "El Pais" sobre o conceito que seu governo aplica às Forças<br />

Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), o gover<strong>na</strong>nte afirmou que,<br />

"assim como Brasil, Chile, Argenti<strong>na</strong>, Peru e Equador", não enxerga os<br />

guerrilheiros como terroristas.<br />

"No continente americano, só EUA e Colômbia têm essa visão", frisou.<br />

Segundo Chávez, "as Farc não são terroristas, são uma força rebel<strong>de</strong>. E é<br />

preciso reconhecê-la como tal para conseguir a paz, porque não se po<strong>de</strong><br />

dialogar com terroristas".<br />

Sobre Manuel Rosales, fundador do partido Um Novo Tempo e que saiu<br />

exilado da Venezuela, Chávez disse que este lí<strong>de</strong>r opositor "não está<br />

autoexilado", mas foragido.<br />

"Ele tem casa <strong>na</strong> Flórida (EUA), não sei quantos milhões <strong>de</strong> dólares,<br />

proprieda<strong>de</strong>s e contas. Em vez <strong>de</strong> ir ao tribu<strong>na</strong>l explicar on<strong>de</strong> conseguiu tudo<br />

isso, optou por fugir do país", acrescentou o presi<strong>de</strong>nte venezuelano.<br />

Com Efe e France Presse<br />

14/09/2009 - 22h55<br />

Na Corte <strong>de</strong> Haia, Argenti<strong>na</strong> acusa Uruguai <strong>de</strong> poluir rio fronteiriço<br />

da Folha Online


Representantes da Argenti<strong>na</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ram nesta segunda-feira <strong>na</strong> Corte<br />

Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Haia, <strong>na</strong> Holanda, que a poluição do rio Uruguai por uma<br />

fábrica <strong>de</strong> celulose localizada <strong>na</strong> margem uruguaia do rio entre os dois países<br />

era uma "flagrante violação" do direito inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. No primeiro dia da<br />

apresentação <strong>de</strong> suas alegações perante os juízes do tribu<strong>na</strong>l da ONU<br />

(Organização das Nações Unidas), a chefe da <strong>de</strong>legação argenti<strong>na</strong>, Susa<strong>na</strong><br />

Ruiz Cerutti, disse que a papeleira era "uma fábrica ruim em um lugar ruim".<br />

A disputa, que foi levada ao tribu<strong>na</strong>l em 2006 pela Argenti<strong>na</strong>, tem tor<strong>na</strong>do<br />

tensas nos últimos anos as relações historicamente amistosas entre os<br />

vizinhos e levou em várias oportunida<strong>de</strong>s a bloqueios por parte <strong>de</strong><br />

manifestantes argentinos <strong>de</strong> pontes-chave sobre o rio.<br />

O governo argentino alega que não foi consultado a<strong>de</strong>quadamente sobre a<br />

construção, o que violaria um tratado bilateral. No início, foi proposta a<br />

construção <strong>de</strong> duas fábricas <strong>de</strong> celulose, mas os planos <strong>de</strong> instalar outra<br />

fábrica agora foram abando<strong>na</strong>dos.<br />

O Uruguai <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u a construção da fábrica há quase dois anos, alegando que<br />

ela cria postos <strong>de</strong> trabalho, contribui para a economia local e cumpre os<br />

padrões ambientais. Segundo os uruguaios, a planta <strong>de</strong> US$ 1,2 bilhão --o<br />

maior projeto <strong>de</strong> investimento estrangeiro <strong>na</strong> história do país-- <strong>de</strong>ve impulsio<strong>na</strong>r<br />

as exportações <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is em 15%.<br />

A Argenti<strong>na</strong> afirma que a usi<strong>na</strong> construída por um grupo finlandês é<br />

responsável pelo aparecimento <strong>de</strong> algas tóxicas no rio e pela liberação <strong>de</strong> gás<br />

sulfídrico sobre cida<strong>de</strong>s e vilas próximas.<br />

"Cheira como ovos podres", disse Cerutti. "É um odor repug<strong>na</strong>nte, <strong>na</strong>useante."<br />

"O Uruguai causou dano ao rio no passado e o fará no futuro <strong>de</strong>vido ao<br />

contínuo <strong>de</strong>spejo <strong>de</strong> substâncias tóxicas", disse ao tribu<strong>na</strong>l <strong>de</strong> 15 juízes o<br />

advogado argentino Philippe Sands, especialista em direito inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />

Sands disse ao tribu<strong>na</strong>l que a poluição é agravada pelo fato <strong>de</strong> o rio correr<br />

lentamente perto da fábrica <strong>de</strong> celulose --às vezes mesmo sendo levado para<br />

trás por ventos fortes-- o que significa que os poluentes se dispersam muito<br />

lentamente.<br />

Ele disse que a capacida<strong>de</strong> do rio para absorver poluentes e nutrientes tinha<br />

sido mal avaliada, o que abria caminho para "um potencial <strong>de</strong>sastre ambiental".<br />

O presi<strong>de</strong>nte uruguaio, Tabaré Vázquez, disse nesta segunda-feira que vários


estudos inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is confirmaram que não existe contami<strong>na</strong>ção e alegou que<br />

a Argenti<strong>na</strong> havia dado o si<strong>na</strong>l ver<strong>de</strong> para a construção da planta meses antes<br />

do conflito.<br />

"A argumentação <strong>de</strong> que o Uruguai não cumpriu o tratado do rio Uruguai não<br />

tem soli<strong>de</strong>z para ser sustentada", comentou Vázquez em <strong>de</strong>clarações à<br />

imprensa <strong>de</strong> seu país em Washington, on<strong>de</strong> está em visita oficial.<br />

O Representante do Uruguai <strong>na</strong> Corte, Carlos Mora, disse a jor<strong>na</strong>listas nesta<br />

segunda-feira que não iria comentar as alegações da Argenti<strong>na</strong>.<br />

Em relação à <strong>de</strong>manda judicial apresentada há três anos, a Corte <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>cidir<br />

se o Uruguai violou o acordo bilateral <strong>de</strong> 1975, que diz que em todas as<br />

questões relacio<strong>na</strong>das com as águas do rio Uruguai ambos os países <strong>de</strong>vem<br />

se consultar e tomar ações comuns.<br />

Processo<br />

A Argenti<strong>na</strong> tem cinco dias para apresentar sua posição, antes que o Uruguai<br />

inicie a <strong>de</strong>fesa, em 21 <strong>de</strong> setembro. Os dois países terão então mais dois dias<br />

cada um para fazer as alegações fi<strong>na</strong>is, para que o tribu<strong>na</strong>l fi<strong>na</strong>lmente comece<br />

a <strong>de</strong>liberar. Uma <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>morar meses para ser pronunciada.<br />

O tribu<strong>na</strong>l recusou-se anteriormente a emitir uma or<strong>de</strong>m para suspen<strong>de</strong>r a<br />

construção das fábricas e rejeitou também um pedido do Uruguai para que a<br />

Argenti<strong>na</strong> acabasse com os bloqueios <strong>de</strong> pontes.<br />

A Corte Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Haia é o mais alto órgão judicial das Nações Unidas e<br />

julga litígios entre as <strong>na</strong>ções. As suas <strong>de</strong>cisões são fi<strong>na</strong>is e vinculativas,<br />

embora nem sempre sejam obe<strong>de</strong>cidas.<br />

Com Reuters e Associated Press<br />

15/09/2009<br />

Chávez anuncia compra <strong>de</strong> mísseis russos<br />

BBC Brasil -<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/09/090912_chavez_russia_<br />

ac.shtml<br />

Acesso: 18:20<br />

“O presi<strong>de</strong>nte da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou nesta sexta-feira que o<br />

país vai receber em breve mísseis <strong>de</strong> fabricação russa com alcance <strong>de</strong> 300<br />

quilômetros...”


Chávez anuncia compra <strong>de</strong> mísseis russos<br />

O presi<strong>de</strong>nte da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou nesta sexta-feira que o<br />

país vai receber em breve mísseis <strong>de</strong> fabricação russa com alcance <strong>de</strong> 300<br />

quilômetros.<br />

"Em breve alguns foguetinhos estarão chegando. E eles não falham", disse<br />

Chávez <strong>na</strong> capital venezuela<strong>na</strong>, Caracas, após voltar <strong>de</strong> uma viagem <strong>de</strong> 10<br />

dias por países da África, Ásia e Europa, entre eles a Rússia.<br />

Chávez disse que os mísseis são ape<strong>na</strong>s para uso <strong>de</strong>fensivo.<br />

"Não vamos atacar ninguém, estes são ape<strong>na</strong>s instrumentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa, porque<br />

nós vamos <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r nosso país <strong>de</strong> qualquer ameaça, venha <strong>de</strong> on<strong>de</strong> vier",<br />

afirmou.<br />

Colômbia<br />

Crítico feroz dos Estados Unidos, Chávez está envolvido em um impasse<br />

diplomático com a Colômbia <strong>de</strong>vido a um acordo militar do país vizinho com o<br />

governo americano para a utilização <strong>de</strong> bases militares em território<br />

colombiano.<br />

O presi<strong>de</strong>nte venezuelano não disse quantos mísseis encomendou à Rússia.<br />

O governo russo vem estreitando seus laços com vários países latino-<br />

americanos, entre eles a Venezuela.<br />

Em novembro, os dois países realizaram exercícios militares conjuntos no Mar<br />

do Caribe.<br />

15/09/2009<br />

Venezuela terá empréstimo russo <strong>de</strong> US$ 2 bi para armas, diz Chávez<br />

BBC Brasil -<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/09/090914_venezuela_russ<br />

ia_dg.shtml<br />

Acesso: 19:20<br />

“A Rússia concordou em emprestar mais <strong>de</strong> US$ 2 bilhões para a Venezuela<br />

para a compra <strong>de</strong> armas, disse neste domingo o presi<strong>de</strong>nte venezuelano, Hugo<br />

Chávez...”


Venezuela terá empréstimo russo <strong>de</strong> US$ 2 bi para armas, diz Chávez<br />

A Rússia concordou em emprestar mais <strong>de</strong> US$ 2 bilhões para a Venezuela<br />

para a compra <strong>de</strong> armas, disse neste domingo o presi<strong>de</strong>nte venezuelano, Hugo<br />

Chávez.<br />

O crédito será usado para compra <strong>de</strong> 92 tanques e um sistema <strong>de</strong> lançamento<br />

<strong>de</strong> foguetes S-300 da Rússia.<br />

Em seu programa sema<strong>na</strong>l <strong>na</strong> televisão Alo, Presi<strong>de</strong>nte, Chávez disse que as<br />

armas <strong>de</strong>vem aumentar a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa da Venezuela.<br />

O acordo foi assi<strong>na</strong>do em meio a tensões entre a Venezuela e a Colômbia,<br />

<strong>de</strong>pois que o governo colombiano anunciou que preten<strong>de</strong> permitir o uso <strong>de</strong><br />

algumas <strong>de</strong> suas bases militares por tropas dos Estados Unidos.<br />

A Colômbia afirma que as forças america<strong>na</strong>s vão ajudar <strong>na</strong> guerra contra<br />

drogas e guerrilhas esquerdistas, e não vão <strong>de</strong>sestabilizar a região.<br />

Segundo Chávez, o governo russo aprovou o fi<strong>na</strong>nciamento <strong>de</strong> US$ 2,2<br />

bilhões. O venezuelano sugeriu que a <strong>de</strong>cisão colombia<strong>na</strong> é uma ameaça à<br />

segurança venezuela<strong>na</strong> e que a compra <strong>de</strong> armas dificultará um eventual<br />

ataque ao seu país.<br />

"Com estes foguetes, ficará muito difícil para que eles [os Estados Unidos]<br />

venham e nos bombar<strong>de</strong>iem. Se isso acontecer, eles <strong>de</strong>veriam saber que nós<br />

vamos instalar em breve estes sistemas", disse.<br />

Chávez disse que as vastas reservas petrolíferas e <strong>de</strong> gás do país precisam<br />

ser protegidas militarmente.<br />

"Nós temos as maiores reservas <strong>de</strong> petróleo do mundo. O império está <strong>de</strong> olho<br />

nelas", disse ele, sobre os Estados Unidos.<br />

"A Venezuela não tem planos para invadir ninguém ou atacar ninguém. Estas<br />

armas são necessárias para a nossa <strong>de</strong>fesa <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l."<br />

Ele disse que o seu governo busca <strong>de</strong>senvolver tecnologia nuclear com a ajuda<br />

russa.<br />

"Com a Rússia, nós criamos uma comissão <strong>de</strong> energia atômica e eu digo ao<br />

mundo: a Venezuela vai começar a <strong>de</strong>senvolver tecnologia nuclear, mas nós<br />

não vamos fazer uma bomba atômica."<br />

Nos últimos anos, a Venezuela assinou acordos com a Rússia para compra <strong>de</strong>


armas que totalizam mais <strong>de</strong> US$ 4 bilhões. Entre os itens negociados estão<br />

24 jatos Sukhoi e mais <strong>de</strong> 100 mil rifles Kalashnikov.<br />

No ano passado, os dois países fizeram exercícios militares conjuntos no<br />

Caribe. Chávez também anunciou recentemente que a Venezuela reconhecerá<br />

a in<strong>de</strong>pendência da Abecásia e da Ossétia do Sul, regiões separatistas da<br />

Geórgia. A Rússia e a Nicarágua já reconhecem a in<strong>de</strong>pendência das regiões.<br />

15/09/2009 - 14h48<br />

Na U<strong>na</strong>sul, Amorim reforça pedido <strong>de</strong> garantias por acordo Colômbia-EUA<br />

da France Presse, em Quito (Equador)<br />

da Folha Online<br />

O ministro <strong>de</strong> Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, afirmou nesta<br />

terça-feira <strong>na</strong> reunião ministerial da U<strong>na</strong>sul (União <strong>de</strong> Nações Sul-America<strong>na</strong>s)<br />

que o Brasil quer garantias por escrito <strong>de</strong> que as tropas america<strong>na</strong>s não<br />

ultrapassarão as fronteiras da Colômbia com o novo acordo militar entre<br />

Bogotá e Washington.<br />

"Por isso nós insistimos <strong>na</strong> questão da transparência, <strong>na</strong> criação <strong>de</strong> medidas<br />

<strong>de</strong> confiança e <strong>na</strong>s garantias", enfatizou Amorim, em uma breve <strong>de</strong>claração<br />

antes <strong>de</strong> iniciar a reunião.<br />

O principal ponto <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate da reunião <strong>de</strong>ve ser, novamente, o acordo entre<br />

Estados Unidos e Colômbia que permite aos americanos utilizar até sete bases<br />

em território colombiano.<br />

O Brasil já havia dito anteriormente, mais <strong>de</strong> uma vez, que respeita a soberania<br />

da Colômbia, mas não vê com bons olhos uma presença tão ampla <strong>de</strong> tropas<br />

america<strong>na</strong>s no país vizinho.<br />

"O que pedimos aos colombianos é que no tratado esteja escrito que as bases<br />

<strong>na</strong> Colômbia só dizem respeito ao território colombiano e não aos outros<br />

países", afirmou o presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva, em recente <strong>de</strong>claração<br />

divulgada <strong>na</strong> França.<br />

Amorim ressaltou ainda que, embora os países tenham o direito a suas<br />

escolhas, essas <strong>de</strong>cisões po<strong>de</strong>m causar apreensões junto a outros governos.<br />

Por isso, Amorim afirmou esperar que a reunião consiga "aumentar a confiança<br />

entre os países da U<strong>na</strong>sul".<br />

Militar


Os ministros das Relações Exteriores e da Defesa da U<strong>na</strong>sul se reuniram nesta<br />

terça-feira, em Quito, no Equador, em um ambiente <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconfiança e tensão<br />

gerado pelo acordo militar da Colômbia com os Estados Unidos e as compras<br />

<strong>de</strong> armamento da Rússia pela Venezuela.<br />

Além disso, a Bolívia está disposta a comprar material militar da Rússia,<br />

enquanto o Brasil iniciou negociações para a compra <strong>de</strong> 36 aviões <strong>de</strong> caça<br />

franceses.<br />

O encontro ministerial extraordinário dos 12 países visa a dissipar o ambiente<br />

<strong>de</strong> intranquilida<strong>de</strong> com o <strong>de</strong>lineamento <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> confiança mútua e <strong>de</strong><br />

segurança para a região, segundo o chanceler equatoriano Fan<strong>de</strong>r Falconí.<br />

Embora a reunião tenha sido convocada fundamentalmente para tratar sobre o<br />

acordo militar EUA-Colômbia, alguns países querem colocar outros assuntos<br />

do âmbito da <strong>de</strong>fesa, como a luta contra o terrorismo e as recentes compras <strong>de</strong><br />

armas por alguns governos da região.<br />

A reunião foi convocada durante cúpula <strong>de</strong> emergência em 28 <strong>de</strong> agosto<br />

passado em Bariloche (Argenti<strong>na</strong>), on<strong>de</strong> acertaram um compromisso sobre a<br />

presença militar exter<strong>na</strong> <strong>na</strong> região e convocaram novo encontro ministerial para<br />

elaborar medidas <strong>de</strong> confiança mútua e segurança.<br />

15/09/2009 - 15h13<br />

Pressio<strong>na</strong>da, Colômbia quer tirar foco da U<strong>na</strong>sul <strong>de</strong> acordo com EUA<br />

da Folha Online<br />

A Colômbia pediu nesta terça-feira que o <strong>de</strong>bate da reunião ministerial da<br />

U<strong>na</strong>sul (União <strong>de</strong> Nações Sul-America<strong>na</strong>s) abor<strong>de</strong> <strong>na</strong>rcotráfico e terrorismo,<br />

um esforço para retirar o foco do acordo militar entre Bogotá e os Estados<br />

Unidos, que criou clima <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconfiança e apreensão <strong>na</strong> região.<br />

"É muito importante que se discuta <strong>de</strong> maneira ampla, compreensiva e em<br />

<strong>de</strong>talhes a compra <strong>de</strong> armas <strong>de</strong> países terceiros, assim como a presença dos<br />

grupos terroristas <strong>na</strong> região e os mecanismos para avançar <strong>na</strong> luta contra o<br />

terrorismo, que á parte da agenda central <strong>de</strong> toda a região", afirmou o<br />

chanceler colombiano, Jaime Bermú<strong>de</strong>z.<br />

O principal ponto <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate da reunião <strong>de</strong>ve ser, novamente, o acordo entre<br />

Estados Unidos e Colômbia que permite aos americanos utilizar até sete bases<br />

em território colombiano. Os países da região querem garantias claras da


Colômbia <strong>de</strong> que os militares dos EUA não ultrapassarão a fronteira america<strong>na</strong>.<br />

A reunião foi convocada durante a cúpula <strong>de</strong> emergência <strong>de</strong> presi<strong>de</strong>ntes da<br />

U<strong>na</strong>sul realizada em Bariloche (Argenti<strong>na</strong>) no mês passado. Os ministros<br />

preveem discutir nesta terça-feira as propostas para a criação <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong><br />

incentivo à confiança em nível regio<strong>na</strong>l em tópicos <strong>de</strong> segurança, baseados<br />

nos princípios <strong>de</strong> respeito à soberania, integrida<strong>de</strong> e inviolabilida<strong>de</strong> territorial e<br />

não ingerência nos assuntos internos dos Estados.<br />

O chanceler colombiano afirmou ainda que a reunião <strong>de</strong>ve tratar os<br />

mecanismos <strong>de</strong> confiança que "façam <strong>de</strong>ste continente uma zo<strong>na</strong> <strong>de</strong> paz".<br />

O ministro <strong>de</strong> Defesa da Colômbia, Gabriel Silva, afirmou que o país vai colocar<br />

<strong>na</strong> mesa "todos os temas e todas as inquietu<strong>de</strong>s".<br />

Silva afirmou que o país está disposto a <strong>de</strong>bater os "assuntos da Colômbia com<br />

os outros países", mas advertiu que <strong>de</strong>vem ser abordados "construtivamente".<br />

"Queremos que esta reunião seja uma senda, um caminho <strong>de</strong> cooperação, <strong>de</strong><br />

confiança e, sobretudo, <strong>de</strong> luta conjunta contra ameaças que não são comuns",<br />

disse, em <strong>de</strong>claração a jor<strong>na</strong>listas antes <strong>de</strong> entrar <strong>na</strong> reunião.<br />

Com Efe e France Presse<br />

16/09/2009<br />

Na Espanha, Evo Morales <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> imigrantes ilegais<br />

Fonte: BBC Brasil -<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/09/090913_bolivia_rc.shtm<br />

l<br />

Acesso: 16:00<br />

“O presi<strong>de</strong>nte Bolivia, Evo Morales, disse neste domingo que vai apoiar a<br />

causa dos bolivianos ilegais <strong>na</strong> Espanha que buscam regularizar suas<br />

situações...”<br />

Na Espanha, Evo Morales <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> imigrantes ilegais<br />

O presi<strong>de</strong>nte Bolivia, Evo Morales, disse neste domingo que vai apoiar a causa<br />

dos bolivianos ilegais <strong>na</strong> Espanha que buscam regularizar suas situações.<br />

Morales fez a <strong>de</strong>claração em uma are<strong>na</strong> <strong>de</strong> touros <strong>de</strong> um bairro popular da<br />

capital espanhola, Madri, on<strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> pessoas, boa parte <strong>de</strong>las


olivia<strong>na</strong>s, compareceram para ouvi-lo falar.<br />

Ele pediu para que os europeus não consi<strong>de</strong>rem ilegais aqueles que vêm <strong>de</strong><br />

outros países para “buscar uma vida melhor”.<br />

“Todos temos o direito <strong>de</strong> habitar qualquer parte do mundo, respeitando as<br />

normas <strong>de</strong> casa país”, disse ele.<br />

Eleições<br />

Cerca <strong>de</strong> 100 mil bolivianos vivem legalmente <strong>na</strong> Espanha, mas acredita-se<br />

que outros 150 mil estejam ilegalmente no país.<br />

Muitos imigrantes não têm o direito <strong>de</strong> votar <strong>na</strong>s eleições presi<strong>de</strong>nciais<br />

bolivia<strong>na</strong>s, situação que Morales diz preten<strong>de</strong>r mudar antes do pleito <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />

<strong>de</strong> 6 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro.<br />

Pesquisas <strong>de</strong> opinião sugerem que Morales é o gran<strong>de</strong> favorito para se<br />

reeleger.<br />

Este foi o terceiro dia da visita do presi<strong>de</strong>nte da Bolivia à Espanha, a primeira<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que assumiu o po<strong>de</strong>r em 2006.<br />

16/09/2009 - 10h30<br />

Presi<strong>de</strong>nte da Argenti<strong>na</strong> recua em outro ponto <strong>de</strong> lei <strong>de</strong> mídia<br />

SILVANA ARANTES<br />

da Folha <strong>de</strong> S.Paulo, em Buenos Aires<br />

O governo argentino fez ontem nova concessão para aprovar no Congresso<br />

seu projeto <strong>de</strong> Lei <strong>de</strong> Serviços Audiovisuais. O texto era <strong>de</strong>batido, até o<br />

fechamento <strong>de</strong>sta edição, pelas Comissões <strong>de</strong> Comunicações, Orçamento e<br />

Liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Expressão da Câmara, que somam 91 (<strong>de</strong> 257) <strong>de</strong>putados.<br />

Somente se aprovado nessa instância, o projeto po<strong>de</strong>rá seguir para votação<br />

em plenário. Para dobrar resistências <strong>na</strong>s comissões, o governo aceitou mudar<br />

a chamada "autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicação" da lei. Esse era o segundo ponto<br />

consi<strong>de</strong>rado crucial pelo governo no texto.<br />

O primeiro era o aval para a entrada das telefônicas no mercado <strong>de</strong> TV a cabo,<br />

oferecendo o "triple play" (telefone, TV a cabo e internet), do qual a presi<strong>de</strong>nte<br />

Cristi<strong>na</strong> Kirchner recuou anteontem.<br />

A "autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicação" da lei terá o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir sobre a concessão<br />

das licenças audiovisuais e sua revisão periódica. Pelo texto origi<strong>na</strong>l, esse


comitê seria subordi<strong>na</strong>do à Secretaria <strong>de</strong> Meios <strong>de</strong> Comunicação da<br />

Presidência e teria maioria <strong>de</strong> membros indicados pelo Executivo.<br />

Parlamentares da oposição e o setor empresarial crítico ao projeto<br />

argumentavam que havia brecha para manipulação do governo sobre o comitê<br />

e exigiram a mudança. Agora, o grupo será vinculado a uma "entida<strong>de</strong><br />

autônoma e autárquica" <strong>de</strong> acordo com a <strong>de</strong>putada governista Patricia Vaca<br />

Narvaja, que anunciou a mudança. Está em estudo a incorporação <strong>de</strong> mais<br />

representantes, para dissolver a maioria do Executivo.<br />

Com esse novo recuo, o governo ce<strong>de</strong>u em dois pontos fundamentais, antes<br />

da chegada do projeto ao Se<strong>na</strong>do, on<strong>de</strong> é prevista a maior resistência. Antes<br />

<strong>de</strong> quinta passada, quando a Receita Fe<strong>de</strong>ral realizou uma blitz <strong>na</strong> se<strong>de</strong> do<br />

diário "Clarín" e em residências <strong>de</strong> diretores do grupo, com cerca <strong>de</strong> 200<br />

fiscais, o governo estimava maioria folgada para aprovar o projeto <strong>na</strong> Câmara<br />

sem fazer modificações substanciais.<br />

A blitz no "Clarín" repercutiu como uma tentativa <strong>de</strong> intimidação oficial a um<br />

jor<strong>na</strong>l opositor e fragilizou a base <strong>de</strong> apoio ao projeto <strong>de</strong> lei, que trata da<br />

regulação do setor <strong>de</strong> mídia. O governo argentino negou a or<strong>de</strong>m para a blitz e<br />

disse que a operação foi "fi<strong>na</strong>nciada" por interessados em prejudicá-lo, quando<br />

atravessa "situação tensa" com o Grupo Clarín.<br />

Principal conglomerado <strong>de</strong> mídia argentino, o Clarín se opõe à lei. A principal<br />

queixa do grupo era a entrada das telefônicas no mercado <strong>de</strong> TV a cabo, em<br />

que o Clarín hoje é lí<strong>de</strong>r.<br />

16/09/2009 - 16h17<br />

Morales critica relatório antidrogas e diz que Colômbia é submissa aos<br />

EUA<br />

da Folha Online<br />

O presi<strong>de</strong>nte da Bolívia, Evo Morales, acusou nesta quarta-feira o governo<br />

colombiano <strong>de</strong> ser submisso aos Estados Unidos, <strong>de</strong>pois que Bogotá disse <strong>na</strong><br />

cúpula <strong>de</strong> ministros da U<strong>na</strong>sul (União <strong>de</strong> Nações Sul-America<strong>na</strong>s), nesta <strong>de</strong><br />

terça-feira (15) que Washington precisa autorizar a apresentação do acordo<br />

militar entre ambos os países. Morales também criticou a inclusão da Bolívia<br />

em uma lista <strong>de</strong> países que, segundo os EUA, fracassaram <strong>na</strong> luta antidrogas.


Morales disse em entrevista coletiva que presi<strong>de</strong>nte colombiano, Álvaro Uribe,<br />

havia se comprometido a entregar-lhe uma cópia do acordo durante a visita<br />

que fez à Bolívia em 4 <strong>de</strong> agosto.<br />

Ainda segundo o boliviano, Uribe fez uma promessa similar aos membros da<br />

U<strong>na</strong>sul <strong>na</strong> cúpula que o grupo realizou <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong> no mês passado.<br />

"Acabo <strong>de</strong> ser informado pelo chanceler [boliviano, David Choquehuanca] que<br />

nenhuma documentação foi entregue. Também me foi dito que <strong>na</strong>da será<br />

entregue sem a autorização dos EUA. É uma prova clara <strong>de</strong> que há uma<br />

submissão do governo da Colômbia à administração america<strong>na</strong>", afirmou<br />

Morales.<br />

O presi<strong>de</strong>nte boliviano voltou a criticar a presença <strong>de</strong> militares americanos <strong>na</strong><br />

Colômbia, ao <strong>de</strong>stacar que este país continua sendo o principal produtor <strong>de</strong><br />

cocaí<strong>na</strong>, apesar da ajuda dos EUA <strong>na</strong> luta contra o <strong>na</strong>rcotráfico.<br />

"Está claro que por trás da luta contra o <strong>na</strong>rcotráfico ou o terrorismo há<br />

interesses do império [EUA]", afirmou Morales.<br />

A reunião <strong>de</strong> chanceleres e ministros da Defesa da U<strong>na</strong>sul terminou nesta<br />

terça-feira, em Quito, sem que a Colômbia tenha apresentado uma cópia do<br />

acordo militar com os EUA.<br />

O fato causou preocupação <strong>na</strong> região, porque a Colômbia precisaria do<br />

consentimento das autorida<strong>de</strong>s america<strong>na</strong>s para divulgar o conteúdo do<br />

documento.<br />

Drogas<br />

Morales, que ascen<strong>de</strong>u politicamente como lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> cocaleiros, também criticou<br />

os EUA ao reagir com veemência a um relatório <strong>de</strong> certificação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />

países produtores ou <strong>de</strong> trânsito <strong>de</strong> drogas, que serve para <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r o<br />

<strong>de</strong>stino <strong>de</strong> sua ajuda ao <strong>de</strong>senvolvimento. Segundo o relatório, Bolívia,<br />

Mianmar e Venezuela "fracassaram ostensivamente" mais um ano em sua luta<br />

contra as drogas, embora o presi<strong>de</strong>nte Barack Obama tenha <strong>de</strong>scartado<br />

sancio<strong>na</strong>r os dois países latino-americanos.<br />

Esses três países já tinham sido colocados <strong>na</strong> lista negra no ano passado, <strong>na</strong><br />

última avaliação divulgada pelo governo <strong>de</strong> George W. Bush (2001-2009), o<br />

que provocou uma dura resposta <strong>de</strong> La Paz, com a expulsão dos agentes da<br />

Administração Antidrogas America<strong>na</strong> (DEA).<br />

"Os Estados Unidos não nos permitiram comprar equipamentos com radares


para a luta contra o <strong>na</strong>rcotráfico, os Estados Unidos já não fornecem dinheiro<br />

como antes, portanto, não têm autorida<strong>de</strong> moral para questio<strong>na</strong>r o combate ao<br />

<strong>na</strong>rcotráfico", afirmou o presi<strong>de</strong>nte boliviano, que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> o cultivo da coca<br />

para usos tradicio<strong>na</strong>is e rituais.<br />

O relatório <strong>de</strong>ste ano informa que, no caso <strong>de</strong> Bolívia e Venezuela, "o<br />

presi<strong>de</strong>nte emitiu uma dispensa por interesse <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, para que os Estados<br />

Unidos possam continuar apoiando programas específicos para beneficiar os<br />

povos boliviano e venezuelano".<br />

"A dispensa permitirá a manutenção do apoio ao <strong>de</strong>senvolvimento agrícola, aos<br />

programas <strong>de</strong> intercâmbio, ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> peque<strong>na</strong>s empresas e ao<br />

trei<strong>na</strong>mento policial", no caso da Bolívia, explicou o texto.<br />

Este ano vinte países são mencio<strong>na</strong>dos. Desses vinte, "Bolívia, Mianmar e<br />

Venezuela fracassaram ostensivamente nos últimos doze meses no momento<br />

<strong>de</strong> cumprir acordos anti<strong>na</strong>rcóticos inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is e <strong>de</strong> tomar medidas <strong>de</strong> acordo<br />

com as leis norte-america<strong>na</strong>s", explicou o texto.<br />

A lista completa dos vinte países é a seguinte: Afeganistão, Bahamas, Bolívia,<br />

Brasil, Colômbia, Equador, Guatemala, Haiti, Índia, Jamaica, Laos, México,<br />

Mianmar, Nigéria, Paquistão, Pa<strong>na</strong>má, Paraguai, Peru, República Dominica<strong>na</strong><br />

e Venezuela.<br />

Como em cada ano, o Departamento <strong>de</strong> Estado ressalta que a inclusão <strong>de</strong> um<br />

país nessa lista "não reflete necessariamente seus esforços <strong>na</strong> luta contra as<br />

drogas nem sua cooperação com os Estados Unidos".<br />

Com Efe e France Presse<br />

17/09/2009 - 08h36<br />

Sob protesto opositor, Câmara argenti<strong>na</strong> aprova lei <strong>de</strong> mídia<br />

SILVANA ARANTES<br />

da Folha <strong>de</strong> S.Paulo, em Buenos Aires<br />

O projeto <strong>de</strong> Lei <strong>de</strong> Serviços Audiovisuais da presi<strong>de</strong>nte da Argenti<strong>na</strong>, Cristi<strong>na</strong><br />

Kirchner, foi aprovado nesta madrugada pela Câmara dos Deputados, com 146<br />

votos a favor e três contra, sob protesto da oposição, que se recusou a votar. O<br />

texto irá agora ao Se<strong>na</strong>do.<br />

O <strong>de</strong>bate durou mais <strong>de</strong> 12 horas. Parlamentares oposicionistas se retiraram


antes da votação, apontando "violação das normas <strong>de</strong> funcio<strong>na</strong>mento" da casa<br />

no veloz trâmite do projeto, conforme disse o <strong>de</strong>putado Omar Aguad (UCR). O<br />

texto havia sido previamente aprovado pelas três comissões da Câmara que o<br />

a<strong>na</strong>lisaram --Comunicações, Orçamento e Liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Expressão-- às 23h45<br />

da terça-feira.<br />

Vencida essa etapa, a bancada governista convocou a sessão <strong>de</strong> análise da lei<br />

em plenário para as 10h <strong>de</strong> ontem.<br />

O governo tem pressa para votar todos os projetos <strong>de</strong> seu maior interesse<br />

antes <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, quando assumem os parlamentares eleitos em junho<br />

passado, e o Congresso passa a ter maioria opositora.<br />

Segundo a oposição, foram pelo menos três os vícios do trâmite da Lei <strong>de</strong><br />

Serviços Audiovisuais. 1) Os votos das comissões foram assi<strong>na</strong>dos em<br />

gabinetes, quando <strong>de</strong>veriam ser proferidos em sessão pública; 2) Não se<br />

respeitou prazo <strong>de</strong> uma sema<strong>na</strong> para convocar a sessão realizada ontem; 3)<br />

Não se cumpriu a regra <strong>de</strong> cancelar, por falta <strong>de</strong> quorum, 30 minutos <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

iniciada, a sessão <strong>de</strong> ontem --o quorum só foi atingido uma hora mais tar<strong>de</strong>.<br />

"Novamente, o kirchnerismo violenta as regras <strong>de</strong>mocráticas. Talvez, diante<br />

disso, a Suprema Corte avalie que esta lei não é legítima", afirmou o <strong>de</strong>putado<br />

opositor Francisco De Narváez.<br />

Para garantir a vitória <strong>de</strong> ontem, Cristi<strong>na</strong> recuou em dois pontos cruciais --<br />

retirou a autorização às companhias telefônicas para entrar no mercado <strong>de</strong> TV<br />

a cabo e aceitou reduzir a participação do governo <strong>na</strong> entida<strong>de</strong> que <strong>de</strong>cidirá<br />

sobre as concessões.<br />

Se tiver <strong>de</strong> ce<strong>de</strong>r novamente no Se<strong>na</strong>do, on<strong>de</strong> é aguardada maior resistência<br />

ao projeto, a presi<strong>de</strong>nte po<strong>de</strong>rá ter que suavizar os aspectos que objetivam<br />

"<strong>de</strong>smonopolizar" o setor.<br />

Como está, a lei estabelece cotas <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> meios <strong>de</strong> comunicação e<br />

limites <strong>de</strong> participação no mercado, além <strong>de</strong> prazo <strong>de</strong> um ano para as<br />

companhias em atuação se adaptarem, retirando investimentos, sem po<strong>de</strong>r<br />

invocar direitos adquiridos. Muitos parlamentares preveem que esse último<br />

ponto resultaria em <strong>de</strong>mandas multimilionárias ao Estado e querem a sua<br />

reformulação.<br />

A estratégia inicial do governo previa um trâmite mais favorável à lei, sem<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tantos recuos. A megaoperação <strong>de</strong> inspeção fiscal realizada


contra o diário "Clarín" e diretores do grupo <strong>de</strong> mídia, <strong>na</strong> quinta passada,<br />

subtraiu parte do apoio que o governo tinha. A ação, cuja autoria é negada pela<br />

direção da Receita Fe<strong>de</strong>ral e pela Casa Rosada, foi vista como tentativa do<br />

governo <strong>de</strong> intimidar um jor<strong>na</strong>l opositor.<br />

Ontem, um juiz fe<strong>de</strong>ral intimou o diretor da Receita, Ricardo Echegaray, que<br />

afastou dois funcionários após a operação, a prestar esclarecimentos. O juiz<br />

investiga suposto abuso <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>.<br />

17/09/2009 - 21h59<br />

Uribe <strong>de</strong>scarta saída da U<strong>na</strong>sul; Brasil diz que presença colombia<strong>na</strong> é<br />

avanço<br />

GABRIELA GUERREIRO<br />

da Folha Online, em Brasília<br />

da Reuters, em Bogotá<br />

O mal estar <strong>na</strong> América do Sul pelo acordo militar em negociação para a<br />

utilização <strong>de</strong> bases da Colômbia por militares americanos não <strong>de</strong>ve provocar a<br />

saída dos colombianos da U<strong>na</strong>sul (União das Nações Sul-America<strong>na</strong>s) <strong>na</strong><br />

avaliação do governo brasileiro, afirmou o porta-voz da Presidência da<br />

República, Marcelo Baumbach nesta quinta-feira. As <strong>de</strong>clarações foram feitas<br />

no dia em que o presi<strong>de</strong>nte da Colômbia, Álvaro Uribe, <strong>de</strong>scartou a saída <strong>de</strong><br />

seu país do fórum <strong>de</strong> <strong>na</strong>ções da região, apesar <strong>de</strong> ministros <strong>de</strong> seu governo<br />

terem admitido essa possibilida<strong>de</strong> nesta qurta-feira.<br />

O porta-voz do Palácio do Pla<strong>na</strong>lto afirmou que o presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da<br />

Silva não acredita que a Colômbia abandone a U<strong>na</strong>sul. Segundo o porta-voz, o<br />

presi<strong>de</strong>nte Lula trabalha pelo entendimento dos chefes <strong>de</strong> Estado da região.<br />

Baumbach disse que o presi<strong>de</strong>nte está confiante que Uribe vai procurar<br />

restabelecer o diálogo com os vizinhos.<br />

"O presi<strong>de</strong>nte está confiante <strong>de</strong> que apesar da dificulda<strong>de</strong> da questão, apesar<br />

das <strong>de</strong>clarações que têm sido feitas, a Colômbia não sairá da U<strong>na</strong>sul e o<br />

diálogo continuará", disse Baumbach.<br />

Na quarta-feira uma reunião entre os ministros da Defesa e <strong>de</strong> Relações<br />

Exteriores dos países da U<strong>na</strong>sul em Quito, <strong>de</strong>ixou a situação ainda mais<br />

<strong>de</strong>licada. O ministro da Defesa da Colômbia, Gabriel Silva, afirmou que seu


país não <strong>de</strong>scarta a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> abando<strong>na</strong>r o órgão caso não encontrasse<br />

"sensibilida<strong>de</strong>" em seus vizinhos.<br />

Separadamente, o chanceler colombiano, Jaime Bermú<strong>de</strong>z, também havia<br />

admitdo que seu país po<strong>de</strong>ria avaliar sua permanência <strong>na</strong> U<strong>na</strong>sul, mas o<br />

própio Uribe disse nesta quinta-feira que o país respeita as instituições<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is.<br />

"A Colômbia é um país <strong>de</strong> instituições inter<strong>na</strong>mente e inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lmente, e [...]<br />

um país como a Colômbia apresentar seus pontos <strong>de</strong> vista me parece bom<br />

para a razão <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>ssas instituições, que <strong>de</strong>vem ser fóruns <strong>de</strong> muita<br />

sincerida<strong>de</strong>", disse Uribe aos jor<strong>na</strong>listas.<br />

Segundo o porta-voz presi<strong>de</strong>ncial brasileiro, Lula, avalia que a participação da<br />

Colômbia <strong>na</strong> reunião da U<strong>na</strong>sul representa uma avanço <strong>na</strong>s negociações.<br />

"O presi<strong>de</strong>nte consi<strong>de</strong>ra que o aspecto mais importante <strong>de</strong>sse assunto é que a<br />

reunião do dia 15 passado cumpriu o mandato <strong>de</strong> Bariloche, que era colocar<br />

todos esses temas relativos à <strong>de</strong>fesa sobre a mesa. O próprio fato <strong>de</strong> não ter<br />

havido consenso nessa reunião do dia 15, evi<strong>de</strong>ncia a importância <strong>de</strong> que ela<br />

tenha sido realizada e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que ela tivesse ocorrido. Até porque<br />

nunca houve esse tipo <strong>de</strong> discussão <strong>de</strong> forma tão clara e aberta. E mesmo<br />

porque esse diálogo é sobre questões sensíveis que evocam rivalida<strong>de</strong>s<br />

históricas", afirmou.<br />

O acordo permitirá aos EUA manter 1.400 pessoas, entre militares e civis, em<br />

bases <strong>na</strong> Colômbia, pelos próximos <strong>de</strong>z anos. Os dois aliados afirmam que o<br />

acordo não é novo, mas sim extensão do acordo <strong>de</strong> combate ao <strong>na</strong>rcotráfico e<br />

às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) chamado <strong>de</strong> Plano<br />

Colômbia; e argumentam que todas as bases ficarão sob controle colombiano.<br />

No entanto, o acordo gerou tensão e discursos sobre uma possível corrida<br />

armamentista <strong>na</strong> região. No Brasil, o assunto gerou especial <strong>de</strong>sconfiança<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> vir à to<strong>na</strong> a informação <strong>de</strong> que os aviões americanos que operarão<br />

<strong>na</strong> base <strong>de</strong> Palanquero, no centro da Colômbia, têm um raio <strong>de</strong> ação muito<br />

superior ao necessário para o combate ao <strong>na</strong>rcotráfico.<br />

Bolívia, Equador e Venezuela já se <strong>de</strong>clararam contra a presença <strong>de</strong> militares<br />

americanos <strong>na</strong> região. Já Argenti<strong>na</strong> e Uruguai, além do Brasil, <strong>de</strong>monstraram<br />

preocupação, porém disseram reconhecer a soberania da Colômbia <strong>na</strong>s suas<br />

relações exteriores. Chile e Peru, por sua vez, ratificaram seu apoio ao governo


colombiano.<br />

18/09/2009 - 09h12<br />

Presi<strong>de</strong>nte da Argenti<strong>na</strong> corre para aprovar lei <strong>de</strong> mídia<br />

SILVANA ARANTES<br />

da Folha <strong>de</strong> S.Paulo, em Buenos Aires<br />

A Argenti<strong>na</strong> vislumbra um completo re<strong>de</strong>senho <strong>de</strong> seu mapa <strong>de</strong> meios <strong>de</strong><br />

comunicação, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> a Câmara dos Deputados aprovar, no início da<br />

madrugada <strong>de</strong> ontem, o projeto <strong>de</strong> Lei <strong>de</strong> Serviços Audiovisuais do governo.<br />

Falta a sanção pelo Se<strong>na</strong>do, on<strong>de</strong> o governo Cristi<strong>na</strong> Kirchner dá como certa<br />

outra vitória.<br />

Como o projeto <strong>de</strong>termi<strong>na</strong> a diminuição forçada dos conglomerados <strong>de</strong> mídia, o<br />

Grupo Clarín, que é lí<strong>de</strong>r no mercado argentino, seria o principal afetado, tendo<br />

<strong>de</strong> se <strong>de</strong>sfazer <strong>de</strong> parte <strong>de</strong> suas empresas, além <strong>de</strong> reduzir participação em<br />

alguns mercados, como o <strong>de</strong> TV a cabo. O grupo possui 47% dos assi<strong>na</strong>ntes<br />

<strong>de</strong> cabo do país. O projeto limita em 35% o total <strong>de</strong> assi<strong>na</strong>ntes por operador.<br />

Adversários do projeto calculam que a eventual entrada em vigor das novas<br />

regras fragilizará a segurança jurídica do país e levará a uma expressiva queda<br />

<strong>de</strong> investimentos no setor.<br />

A aprovação pela Câmara ocorreu à 1h15 <strong>de</strong> ontem, numa sessão classificada<br />

como "escandalosa" pela oposição, que se recusou a votar, em si<strong>na</strong>l <strong>de</strong><br />

protesto. A sessão foi convocada pela bancada governista para ter início<br />

ape<strong>na</strong>s <strong>de</strong>z horas <strong>de</strong>pois que as três comissões que a<strong>na</strong>lisaram o projeto<br />

aprovaram sua ida ao plenário.<br />

As negociações entre as comissões e o governo resultaram em cerca <strong>de</strong> 200<br />

modificações no texto e <strong>na</strong> ampliação do total <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> 157 para 166. A<br />

oposição argumenta que não houve tempo para a<strong>na</strong>lisar um projeto cujo<br />

impacto é enorme e que o trâmite apressado representa um atropelo das<br />

regras <strong>de</strong>mocráticas.<br />

O governo tem pressa em votar com a atual composição do Congresso seus<br />

projetos mais importantes. Em <strong>de</strong>zembro, quando assumirem os <strong>de</strong>putados<br />

eleitos em junho passado, o Legislativo passará a ter maioria opositora.<br />

Em resposta à crítica da escassez <strong>de</strong> tempo para avaliar o projeto, a <strong>de</strong>putada


Paula Merchan (Encontro Popular e Social) disse: "Na nossa bancada,<br />

acreditamos que 26 anos [<strong>de</strong> <strong>de</strong>mocracia] foram suficientes para este <strong>de</strong>bate".<br />

Merchan é uma das parlamentares cujo apoio o governo conquistou ao recuar<br />

da autorização para as companhias telefônicas entrarem no mercado <strong>de</strong> TV a<br />

cabo, oferecendo o "triple play" (telefone, Internet e TV a cabo). A chamada<br />

"oposição <strong>de</strong> esquerda" avaliava que a entrada das telefônicas no negócio do<br />

cabo seria ape<strong>na</strong>s a substituição do monopólio do Clarín por outro.<br />

Não foi a única vez em que o <strong>de</strong>bate mencionou o conflito entre o governo e o<br />

Clarín, que se agravou <strong>na</strong> sema<strong>na</strong> passada, quando a Receita Fe<strong>de</strong>ral fez uma<br />

blitz <strong>na</strong> se<strong>de</strong> do jor<strong>na</strong>l "Clarín" e em residências <strong>de</strong> diretores do grupo, com<br />

aproximadamente 200 fiscais. "Esta lei parte da briga dos Kirchner com o<br />

Clarín. Alguém, nesta altura do campeo<strong>na</strong>to, po<strong>de</strong> acreditar que [Néstor]<br />

Kirchner [marido <strong>de</strong> Cristi<strong>na</strong> e ex-presi<strong>de</strong>nte] queira <strong>de</strong>mocratizar algo neste<br />

país?", disse o <strong>de</strong>putado Omar <strong>de</strong> Marchi (Democrata <strong>de</strong> Mendoza).<br />

No Se<strong>na</strong>do, o projeto voltará a ser avaliado por comissões. O governo quer que<br />

ele só passe por duas, presididas por aliados, e seja votado no início <strong>de</strong><br />

outubro. No entanto, a prerrogativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir as comissões é do presi<strong>de</strong>nte do<br />

Se<strong>na</strong>do, Julio Cobos, que, apesar <strong>de</strong> também ser vice-presi<strong>de</strong>nte da<br />

República, já disse que se opõe à nova lei e tentará <strong>de</strong>rrubar o projeto. Estima-<br />

se que, para ganhar tempo e tentar articular a oposição, Cobos submeta o<br />

projeto a mais três comissões.<br />

Cristi<strong>na</strong> disse que "não lida com a hipótese" <strong>de</strong> a lei não ser aprovada. No<br />

entanto, jor<strong>na</strong>is próximos ao governo afirmam que o gran<strong>de</strong> temor da<br />

presi<strong>de</strong>nte é a repetição do ocorrido em 2008 com a norma sobre impostos<br />

agrários, que a Câmara havia aprovado e o Se<strong>na</strong>do <strong>de</strong>rrubou, com voto <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sempate <strong>de</strong> Cobos. É essa situação que o governo fará tudo para evitar -<br />

cogita-se até que o projeto só seja levado ao plenário concomitantemente com<br />

uma viagem <strong>de</strong> Cristi<strong>na</strong> ao exterior, para que Cobos, <strong>na</strong> condição <strong>de</strong><br />

presi<strong>de</strong>nte interino, não possa ocupar sua ca<strong>de</strong>ira no Se<strong>na</strong>do.<br />

18/09/2009 - 14h18<br />

Justiça argenti<strong>na</strong> contraria Kirchner e permite fusão <strong>de</strong> TVs a cabo<br />

da Efe, <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong>


da Folha Online<br />

A Justiça argenti<strong>na</strong> <strong>de</strong>ixou sem efeito a resolução gover<strong>na</strong>mental 557/09 do<br />

Comitê Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Radiodifusão (Comfer) contra a fusão das companhias <strong>de</strong><br />

televisão a cabo do pais Cablevisión e Multica<strong>na</strong>l, controladas pelo grupo<br />

Clarín, o maior conglomerado <strong>de</strong> meios <strong>de</strong> comunicação do país.<br />

A medida foi um revés para a campanha do governo <strong>de</strong> Cristi<strong>na</strong> Kirchner pela<br />

aprovação do projeto <strong>de</strong> Lei <strong>de</strong> Serviços Audiovisuais que <strong>de</strong>termi<strong>na</strong> a<br />

diminuição forçada dos conglomerados <strong>de</strong> mídia e a redução <strong>de</strong> participação<br />

em alguns mercados, como o <strong>de</strong> TV a cabo.<br />

O principal afetado pela nova lei seria o Grupo Clarín, maior conglomerado <strong>de</strong><br />

mídia argenti<strong>na</strong> e lí<strong>de</strong>r no mercado <strong>de</strong> TV a cabo com 47% dos assi<strong>na</strong>ntes do<br />

país. O projeto limita em 35% o total <strong>de</strong> assi<strong>na</strong>ntes por operador.<br />

O juiz Esteban Fur<strong>na</strong>ri or<strong>de</strong>nou nesta quinta-feira a suspensão da resolução<br />

emitida há duas sema<strong>na</strong>s pelo Comfer contra a fusão das duas empresas e<br />

que obrigava a Cablevisión a apresentar um plano <strong>de</strong> <strong>de</strong>sinvestimento.<br />

A fusão das empresas foi anunciada pelo Grupo Clarín e a america<strong>na</strong> Fintech<br />

Advisory em 29 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2006. Em <strong>de</strong>zembro do ano seguinte, a<br />

Comissão Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Defesa da Concorrência aprovou a fusão com voto<br />

unânime, segundo a edição on-line do jor<strong>na</strong>l "Clarín".<br />

Quase dois anos <strong>de</strong>pois, em 3 <strong>de</strong> setembro passado, um grupo <strong>de</strong> legisladores<br />

que <strong>de</strong>batem o novo projeto <strong>de</strong> Lei <strong>de</strong> Imprensa argentino e o chefe da comfer,<br />

Gabriel Mariotto, anunciaram a resolução proibindo a operação conjunta das<br />

duas empresas.<br />

A resolução do Comfer, que agora ficou sem efeito, também or<strong>de</strong><strong>na</strong>va a<br />

realização <strong>de</strong> uma auditoria e impedia às empresas remover ou substituir bens.<br />

O "Clarín", em sua edição <strong>de</strong> hoje, informou que o juiz Fur<strong>na</strong>ri <strong>de</strong>terminou que<br />

o Comfer não era habilitado para emitir uma resolução contra a fusão.<br />

Multica<strong>na</strong>l e Cablevisión são controladas em 60% pelo grupo Clarín, enquanto<br />

que os 40% restantes das ações está em mãos da america<strong>na</strong> Fintech.<br />

Nova lei <strong>de</strong> comunicação argenti<strong>na</strong> compra briga contra monopólios –<br />

21/09/2009 (Carta Maior)<br />

Aprovada por ampla maioria, a "Nueva Ley <strong>de</strong> Medios" cria uma comissão<br />

bicameral <strong>de</strong> controle, um Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Comunicação Audiovisual e a<br />

figura do Defensor Público <strong>de</strong> consumidores <strong>de</strong> serviços audiovisuais. Entre


outras coisas, a nova legislação estabelece que uma mesma empresa não<br />

possa possuir ca<strong>na</strong>is <strong>de</strong> TV aberta e a cabo, além <strong>de</strong> reduzir <strong>de</strong> 24 para <strong>de</strong>z o<br />

limite das concessões <strong>de</strong> rádio e TV em mãos <strong>de</strong> um mesmo proprietário.<br />

Clarissa Pont<br />

Durante as últimas sema<strong>na</strong>s, os <strong>de</strong>bates em Buenos Aires giram em torno da<br />

nova lei <strong>de</strong> comunicação proposta pelo governo <strong>de</strong> Cristi<strong>na</strong> Kirchner: esteve<br />

em audiências públicas lotadas, nos jor<strong>na</strong>is, televisões e <strong>na</strong>s ruas. Conhecida<br />

pelos portenhos como “Nueva Ley <strong>de</strong> Medios”, o projeto quer regulamentar o<br />

setor e, apesar das críticas <strong>de</strong> opositores, que temem um maior controle do<br />

Estado, <strong>na</strong> última quinta-feira (17), após quase 14 horas <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate, o projeto<br />

governista obteve 146 votos, contra três votos contrários e três abstenções. A<br />

medida ainda passa pelo Se<strong>na</strong>do, possivelmente em outubro. Entre outros<br />

pontos, a nova lei cria uma comissão bicameral <strong>de</strong> controle, um Conselho<br />

Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Comunicação Audiovisual e a figura do Defensor Público <strong>de</strong><br />

consumidores <strong>de</strong> serviços audiovisuais.<br />

O gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>bate que a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mudança <strong>na</strong> legislação vigente <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

a ditadura militar (1976-1983) gerou no país po<strong>de</strong> ser avaliado como a primeira<br />

vitória da proposta do governo. Jor<strong>na</strong>is estamparam o tema durante toda<br />

sema<strong>na</strong> que antece<strong>de</strong>u a votação. No dominical Miradas al Sur, <strong>de</strong> 6 <strong>de</strong><br />

setembro último, a manchete “Papeles manchados” abria a matéria <strong>de</strong> capa<br />

que explicava “por qué Clarín <strong>de</strong>fien<strong>de</strong> la ley <strong>de</strong> la dictadura” e trazia fotografia<br />

on<strong>de</strong> aparecem diretores do diário argentino brindando com ninguém menos<br />

que Jorge Vi<strong>de</strong>la, em agosto <strong>de</strong> 1978. Miradas al Sur também <strong>de</strong>nunciava <strong>na</strong><br />

mesma edição que os outdoors espalhados pela cida<strong>de</strong> que estampavam a<br />

foto foram cobertos por cartazes <strong>de</strong> propagandas falsas. Enquanto isso, a<br />

presi<strong>de</strong>nte Cristi<strong>na</strong> Kirchner anunciava em entrevistas a certeza <strong>de</strong> que a nova<br />

lei reforçará a <strong>de</strong>mocracia ao dar maior acesso aos ca<strong>na</strong>is <strong>de</strong> transmissão para<br />

pequenos grupos e ONGs, além <strong>de</strong> restringir o número <strong>de</strong> concessões que<br />

possam ser outorgadas a uma só empresa.<br />

No mesmo domingo, o diário Clarín trazia matéria intitulada “El formidable<br />

enriquecimiento <strong>de</strong> los amigos <strong>de</strong>l po<strong>de</strong>r K”, <strong>de</strong>nunciando a multiplicação <strong>de</strong><br />

capital do casal Kirchner e <strong>de</strong> aliados. Durante toda sema<strong>na</strong> seguinte, o diário


euniu munição contra a lei e o governo. Segundo o diário, todos que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m<br />

um pluralismo i<strong>de</strong>ológico <strong>de</strong>vem estar preocupados com a <strong>de</strong>cisão da Câmara<br />

dos Deputados argenti<strong>na</strong>. Segundo o lí<strong>de</strong>r da bancada do governo, <strong>de</strong>putado<br />

Agustín Rossi, a lei "é profundamente antimonopolista, propicia uma maior<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vozes com a mesma potência. Propicia uma socieda<strong>de</strong> mais<br />

<strong>de</strong>mocrática, com maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> opções”. Mas, ao contrário do que diz a<br />

oposição, "não coloca a <strong>de</strong>struição da gran<strong>de</strong> empresa, mas a convivência<br />

entre a gran<strong>de</strong> empresa e as empresas peque<strong>na</strong>s”.<br />

Os críticos do chamado “po<strong>de</strong>r K” <strong>de</strong>nunciam que a mudança <strong>na</strong> lei reflete<br />

ape<strong>na</strong>s a briga comprada pela presi<strong>de</strong>nte e o seu marido e antecessor, Néstor<br />

Kirchner, contra o Grupo Clarín, principalmente pela postura crítica <strong>de</strong> seus<br />

veículos <strong>na</strong> disputa do governo com o campo.<br />

O projeto, com 157 artigos, realmente aumenta a regulação dos meios <strong>de</strong><br />

comunicação audiovisuais por parte do Estado. Entre outras coisas, estabelece<br />

que uma mesma empresa não possa possuir ca<strong>na</strong>is <strong>de</strong> TV aberta e a cabo,<br />

além <strong>de</strong> reduzir <strong>de</strong> 24 para <strong>de</strong>z o limite das concessões <strong>de</strong> rádio e TV em mãos<br />

<strong>de</strong> um mesmo proprietário. Cria uma entida<strong>de</strong> <strong>de</strong> supervisão das<br />

comunicações, com a presença da socieda<strong>de</strong> civil e do governo. A recente<br />

revogação <strong>de</strong> uma cláusula que permitia que empresas telefônicas atuassem<br />

no mercado <strong>de</strong> TV a cabo assegurou o apoio <strong>de</strong> parlamentares <strong>de</strong> esquerda ao<br />

novo projeto. De acordo com a presi<strong>de</strong>nte, a nova redação da lei afastará os<br />

temores <strong>de</strong> que as telefônicas criem novos monopólios. A oposição tentou<br />

adiar a votação para <strong>de</strong>zembro, quando assumem os <strong>de</strong>putados e se<strong>na</strong>dores<br />

eleitos no fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> junho.<br />

Para Macri, nova lei <strong>de</strong>monstra “fascismo” do governo<br />

As críticas à lei não partem ape<strong>na</strong>s do Grupo Clarín. Para o prefeito <strong>de</strong> Buenos<br />

Aires e ex-dirigente do Boca Juniors, Mauricio Macri, as mudanças <strong>na</strong> lei <strong>de</strong><br />

radiodifusão representam "mais um retrocesso institucio<strong>na</strong>l dos Kirchners" e<br />

são a prova do "fascismo" do governo. Macri, que se tornou a gran<strong>de</strong> voz<br />

contra os Kirschner pela direita, avalia que a proposta restringe a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

imprensa e tor<strong>na</strong> as empresas do setor vulneráveis a pressões do governo. A


oposição se reuniu para afirmar que fará <strong>de</strong> tudo para barrar as mudanças.<br />

Agustín Rossi <strong>de</strong>scarta a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> anulação ou revisão. "A oposição<br />

não po<strong>de</strong>rá anular a lei, seja com este Parlamento ou com o novo", disse. O<br />

governo agora prepara seus aliados para a votação no Se<strong>na</strong>do, as estimativas<br />

no âmbito parlamentar indicam que o governo contaria com 38 dos 72 votos no<br />

Se<strong>na</strong>do.<br />

“A lei possui muitos aspectos positivos”, diz Esquivel<br />

Para o argentino Pérez Esquivel, Nobel da Paz <strong>de</strong> 1980, o mecanismo <strong>de</strong><br />

concentração e contami<strong>na</strong>ção da informação não está ape<strong>na</strong>s <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong>,<br />

mas existe em escala mundial. “Preten<strong>de</strong>-se confundir liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> imprensa<br />

com liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> empresa, que não são sinônimos. A Nova Lei <strong>de</strong> Serviços <strong>de</strong><br />

Comunicação Audiovisual causa revolta e preocupação principalmente àqueles<br />

que não querem mudança alguma e preten<strong>de</strong>m continuar com a lei vigente,<br />

imposta durante a ditadura militar”, avalia Esquivel, que em 1974 coor<strong>de</strong>nou a<br />

fundação do Servicio Paz y Justicia en América Lati<strong>na</strong> (Serpaj). Ele sublinha<br />

que a todos os governos que se suce<strong>de</strong>ram no país <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1983 até agora,<br />

faltou vonta<strong>de</strong> política para solucio<strong>na</strong>r e <strong>de</strong>mocratizar os meios <strong>de</strong><br />

comunicação. Ao contrário, grifa Esquivel, Menem ape<strong>na</strong>s impulsionou políticas<br />

<strong>de</strong> entrega do patrimônio público, dos recursos do país aos gran<strong>de</strong>s capitais<br />

estrangeiros e permitiu que o monopólio dos meios <strong>de</strong> comunicação seguisse<br />

em poucas mãos.<br />

“A lei possui muitos aspectos positivos, mas é necessário o <strong>de</strong>bate para que se<br />

avance em algumas propostas. Isso, para conquistar a <strong>de</strong>mocratização <strong>de</strong><br />

imprensa como fundamento dos direitos humanos, que a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> informar<br />

e ser informado seja maior que os interesses dos monopólios. A nova lei <strong>de</strong>ve<br />

abrir espaços <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão e valores que nos permitam construir<br />

um novo amanhecer da pátria. Uma palavra, uma participação e um<br />

pensamento esquecido que <strong>de</strong>vemos recuperar. A domi<strong>na</strong>ção não começa<br />

pelo econômico, começa pelo cultural”, resume Esquivel.<br />

Proyecto Sur apóia a proposta, mas mantém ressalvas<br />

“Queremos discutir esta norma que é a lei das leis <strong>na</strong> <strong>de</strong>mocracia e uma


gran<strong>de</strong> política <strong>de</strong> Estado”, explicou o <strong>de</strong>putado <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l eleito e cineasta Pino<br />

Sola<strong>na</strong>s durante coletiva <strong>de</strong> imprensa que também teve a presença do<br />

<strong>de</strong>putado Cláudio Lozano. A força política encabeçada por Sola<strong>na</strong>s, chamada<br />

<strong>de</strong> Proyecto Sur, representa a crítica pela esquerda ao governo e à proposta <strong>de</strong><br />

lei. “No Proyecto Sur confluem tanto o campo cultural como o social, atores que<br />

participaram durante as últimas duas décadas no <strong>de</strong>bate sobre a necessida<strong>de</strong><br />

da <strong>de</strong>mocratização do sistema <strong>de</strong> meios <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong>”, explicou Lozano. “Para<br />

todos nós, existe um conceito central que é o tema <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r o espaço do<br />

audiovisual como um patrimônio do conjunto da socieda<strong>de</strong> que <strong>de</strong>ve ser<br />

administrado pelo Estado com um controle público a<strong>de</strong>quado”, completou.<br />

A revisão <strong>de</strong> licenças a cada dois anos, a convivência entre cooperativas <strong>de</strong><br />

serviços públicos e distribuidoras <strong>de</strong> TV a cabo no interior do país e a<br />

participação das telefônicas <strong>na</strong> comunicação são os principais pontos <strong>de</strong><br />

conflito entre os Kirschner e Sola<strong>na</strong>s, que consi<strong>de</strong>ra pontos positivos <strong>na</strong> nova<br />

lei, mas apresentou modificações no projeto. “O Proyecto Sur não chegou a<br />

este <strong>de</strong>bate nem por uma circunstancial confrontação com o Grupo Clarín, nem<br />

tampouco como parte daqueles que a cada vez que se planteia a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> regular o sistema, colocam isso como se fosse autoristarismo”, comparou<br />

Sola<strong>na</strong>s. O diretor <strong>de</strong> “Sur” é uma das gran<strong>de</strong>s pedras no sapato do casal<br />

Kirchner e possível candidato à prefeitura <strong>de</strong> Buenos Aires ou até a presidência<br />

da república <strong>na</strong>s próximas eleições.<br />

22/09/2009<br />

Colômbia rejeita monitoramento da U<strong>na</strong>sul e reunião termi<strong>na</strong> sem<br />

consenso<br />

BBC Brasil -<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/09/090915_u<strong>na</strong>sul_cj_ac.s<br />

html<br />

Acesso: 16:25<br />

“A reunião <strong>de</strong> ministros <strong>de</strong> Relações Exteriores e <strong>de</strong> Defesa da U<strong>na</strong>sul (União<br />

<strong>de</strong> Nações Sul-America<strong>na</strong>s) terminou sem consenso <strong>de</strong>pois que a Colômbia<br />

rejeitou a proposta <strong>de</strong> que o bloco monitore as sete bases militares que serão<br />

utilizadas pelos Estados Unidos em seu território...”


Colômbia rejeita monitoramento da U<strong>na</strong>sul e reunião termi<strong>na</strong> sem consenso<br />

A reunião <strong>de</strong> ministros <strong>de</strong> Relações Exteriores e <strong>de</strong> Defesa da U<strong>na</strong>sul (União<br />

<strong>de</strong> Nações Sul-America<strong>na</strong>s) terminou sem consenso <strong>de</strong>pois que a Colômbia<br />

rejeitou a proposta <strong>de</strong> que o bloco monitore as sete bases militares que serão<br />

utilizadas pelos Estados Unidos em seu território.<br />

O governo colombiano também se negou a revelar <strong>de</strong>talhes do acordo <strong>de</strong><br />

cooperação firmado com Washington, principal ponto <strong>de</strong> discussão do<br />

encontro, realizado nesta terça-feira em Quito, no Equador.<br />

"Lamentavelmente não alcançamos soluções. Lamentamos a atitu<strong>de</strong> da<br />

Colômbia, a intransigência <strong>de</strong> não querer tor<strong>na</strong>r transparente o convênio sobre<br />

as bases militares", afirmou o chanceler da Bolívia, David Coquehuanca, ao<br />

<strong>de</strong>ixar a reunião.<br />

A apresentação do documento do acordo entre Bogotá e Washington e o<br />

acesso <strong>de</strong> membros do Conselho <strong>de</strong> Defesa às bases colombia<strong>na</strong>s que serão<br />

usadas pelos Estados Unidos foi um pedido dos presi<strong>de</strong>ntes da U<strong>na</strong>sul durante<br />

a Cúpula realizada no mês passado em Bariloche, <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong>.<br />

Ao <strong>de</strong>ixar a reunião <strong>de</strong>sta terça-feira, o ministro <strong>de</strong> Defesa colombiano, Gabriel<br />

Silva Luján, disse que seu governo não po<strong>de</strong> apresentar o documento porque o<br />

acordo militar ainda não foi formalizado e está sendo discutido inter<strong>na</strong>mente.<br />

A negativa da Colômbia em dar garantias aos <strong>de</strong>mais países <strong>de</strong> que as<br />

ativida<strong>de</strong>s militares com os Estados Unidos se limitarão a seu território chegou<br />

a irritar o chanceler brasileiro, Celso Amorim.<br />

"Se vocês estão dizendo que nos dão as garantias, por que não as<br />

escrevem?", questionou Amorim durante o <strong>de</strong>bate com os <strong>de</strong>mais chanceleres.<br />

Venezuela<br />

O acordo militar entre Bogotá e Washington tem sido motivo <strong>de</strong> tensão <strong>na</strong><br />

região, em especial com a vizinha Venezuela, que diz sentir-se ameaçada pela<br />

presença militar america<strong>na</strong> em suas fronteiras.<br />

O anúncio feito no domingo pelo presi<strong>de</strong>nte venezuelano, Hugo Chávez, <strong>de</strong><br />

que a Rússia concordou em emprestar mais <strong>de</strong> US$ 2 bilhões para a<br />

Venezuela para a compra <strong>de</strong> armas aumentou ainda mais a tensão.


"Nós apresentaremos o acordo com os Estados Unidos uma vez que esteja<br />

firmado, mas que seja igual para todos. Que se apresentem convênios <strong>de</strong><br />

compra <strong>de</strong> armamentos, transferência <strong>de</strong> tecnologia, etc. Inclusive os acordos<br />

com terceiros países", disse nesta terça-feira o ministro <strong>de</strong> Defesa colombiano .<br />

Durante um dos intervalos da reunião, o ministro <strong>de</strong> Defesa e vice-presi<strong>de</strong>nte<br />

venezuelano, Ramón Carrizález, disse que a recusa <strong>de</strong> Bogotá em mostrar o<br />

acordo que será firmado com os Estados Unidos "causa preocupação".<br />

"Não vimos nem letras gran<strong>de</strong>s nem letras peque<strong>na</strong>s, e isso <strong>na</strong>turalmente gera<br />

preocupação sobre as verda<strong>de</strong>iras cláusulas <strong>de</strong>sse acordo", disse Carrizalez.<br />

"A Colômbia se nega a entregar a informação que daria uma linha <strong>de</strong><br />

transparência e <strong>de</strong>pois da transparência é que se po<strong>de</strong>m gerar mecanismos <strong>de</strong><br />

confiança."<br />

Carrizáles afirmou ainda que seu governo está disposto a revelar aos <strong>de</strong>mais<br />

países da região <strong>de</strong>talhes do acordo recém-firmado com a Rússia.<br />

"Não temos nenhum impedimento em mostrar à U<strong>na</strong>sul todos os <strong>de</strong>talhes,<br />

porque a confiança começa pela transparência", afirmou.<br />

O governo venezuelano anunciou a compra <strong>de</strong> 92 tanques e um sistema <strong>de</strong><br />

lançamento <strong>de</strong> foguetes S-300 da Rússia.<br />

Hillary Clinton<br />

A aliança entre Caracas e Moscou preocupa o governo dos Estados Unidos,<br />

segundo a secretária <strong>de</strong> Estado, Hillary Clinton, para quem a aquisição <strong>de</strong><br />

novas armas po<strong>de</strong> "incentivar uma corrida armamentista" <strong>na</strong> região.<br />

"Esperamos ver uma mudança <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong> por parte da Venezuela", disse a<br />

secretária america<strong>na</strong>.<br />

O chanceler venezuelano, Nicolas Maduro, rejeitou as críticas <strong>de</strong> Washington,<br />

ao argumentar que o interesse <strong>de</strong> seu país em armar-se é o <strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a paz<br />

<strong>na</strong> região.<br />

"A Venezuela está se equipando para garantir a paz e para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r nosso<br />

petróleo, nosso gás", afirmou Maduro em entrevista coletiva ao fi<strong>na</strong>l da reunião.<br />

Apesar do fracasso das discussões sobre o acordo militar entre Colômbia e<br />

Estados Unidos, a U<strong>na</strong>sul concordou com uma série <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong><br />

cooperação <strong>na</strong> área <strong>de</strong> Defesa que, entre outros pontos, estabelecem o<br />

aumento da vigilância fronteiriça para combater a ação <strong>de</strong> grupos armados e


prevê o intercâmbio "<strong>de</strong> informação transparente" sobre a compra <strong>de</strong><br />

equipamentos e gastos em <strong>de</strong>fesa realizadas pelos países membros.<br />

Os ministros também concordaram em informar os vizinhos sobre ativida<strong>de</strong>s<br />

militares realizadas em seus territórios.<br />

22/09/2009 - 14h52<br />

Zelaya diz ter escolhido embaixada do Brasil por ser "exemplo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>mocracia"<br />

da Ansa, em Bogotá (Colômbia)<br />

da Folha Online<br />

O presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto <strong>de</strong> Honduras, Manuel Zelaya, assegurou nesta terça-feira<br />

que escolheu se refugiar <strong>na</strong> Embaixada do Brasil em Tegucigalpa por<br />

consi<strong>de</strong>rar o país um "exemplo <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocracia".<br />

Zelaya explicou ainda que não teve opção <strong>de</strong> ir a outras embaixadas como a<br />

da Argenti<strong>na</strong> ou a da Venezuela --também aliadas a ele-- porque o corpo<br />

diplomático <strong>de</strong>sses países foi expulso <strong>de</strong> Tegucigalpa pelo governo interino <strong>de</strong><br />

Roberto Micheletti.<br />

O presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva reiterou nesta terça-feira o apoio a<br />

Zelaya e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u ainda que o Brasil fez o que qualquer outro país<br />

<strong>de</strong>mocrático faria ao permitir o refúgio <strong>de</strong> Zelaya em sua embaixada.<br />

"O que <strong>de</strong>veria acontecer agora é os golpistas darem um lugar a quem tem<br />

direito a este lugar, que é o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>mocraticamente eleito pelo povo",<br />

disse Lula em Nova York (EUA), on<strong>de</strong> está para a reunião da Assembleia Geral<br />

da ONU (Organização das Nações Unidas).<br />

Lula foi um dos maiores <strong>de</strong>fensores públicos <strong>de</strong> Zelaya. Além <strong>de</strong> reiterados<br />

discursos pela sua restituição imediata, Lula aprovou diversas medidas <strong>de</strong><br />

pressão contra o governo interino --como o cancelamento <strong>de</strong> vistos e a<br />

suspensão <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> cooperação bilaterais.<br />

O governo interino criticou a <strong>de</strong>cisão brasileira e pediu à embaixada que<br />

entregue Zelaya à justiça hondurenha. O governo disse ainda que<br />

responsabilizará o Brasil por possíveis atos <strong>de</strong> violência como consequência <strong>de</strong><br />

ter dado refúgio a Zelaya.<br />

Histórico<br />

Zelaya foi <strong>de</strong>posto <strong>na</strong>s primeiras horas do dia 28 <strong>de</strong> junho, dia em que


pretendia realizar uma consulta popular sobre mudanças constitucio<strong>na</strong>is que<br />

havia sido consi<strong>de</strong>rada ilegal pela Justiça. Com apoio da Suprema Corte e do<br />

Congresso, militares <strong>de</strong>tiveram Zelaya e o expulsaram do país, sob a alegação<br />

<strong>de</strong> que o presi<strong>de</strong>nte pretendia infringir a Constituição ao tentar passar por cima<br />

da cláusula pétrea que impe<strong>de</strong> reeleições no país.<br />

O presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto, cujo mandato termi<strong>na</strong> no início do próximo ano, nega<br />

que preten<strong>de</strong>sse continuar no po<strong>de</strong>r e se apoia <strong>na</strong> rejeição inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l ao que<br />

é amplamente consi<strong>de</strong>rado um golpe <strong>de</strong> Estado --e no auxílio fi<strong>na</strong>nceiro,<br />

político e logístico do presi<strong>de</strong>nte venezuelano-- para <strong>de</strong>safiar a autorida<strong>de</strong> do<br />

presi<strong>de</strong>nte interino e retomar o po<strong>de</strong>r.<br />

Isolado inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lmente, o presi<strong>de</strong>nte interino resiste à pressão exter<strong>na</strong> para<br />

que Zelaya seja restituído e gover<strong>na</strong> um país aparentemente dividido em<br />

relação à <strong>de</strong>stituição, mas com uma elite política e militar --além da cúpula da<br />

Igreja Católica-- unida em torno da interpretação <strong>de</strong> que houve uma sucessão<br />

legítima <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r e <strong>de</strong> que a Presidência será passada <strong>de</strong> Micheletti ape<strong>na</strong>s ao<br />

presi<strong>de</strong>nte eleito em novembro. As eleições estavam marcadas antes da<br />

<strong>de</strong>posição, e nem o presi<strong>de</strong>nte interino nem o <strong>de</strong>posto são candidatos.<br />

23/09/2009<br />

Chávez estuda <strong>de</strong>rrubar aviões que usam a Venezuela como rota do<br />

tráfico<br />

BBC Brasil -<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/09/090917_chavez_aviao_<br />

<strong>na</strong>rco_cj_np.shtml<br />

Acesso: 16:40<br />

“O presi<strong>de</strong>nte da Venezuela, Hugo Chávez, disse nesta quinta-feira que seu<br />

governo está avaliando a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprovação <strong>de</strong> uma lei que autorizaria<br />

as Forças Armadas a <strong>de</strong>rrubar aviões ilegais que utilizem o espaço aéreo<br />

venezuelano como corredor para o tráfico <strong>de</strong> drogas...”<br />

Chávez estuda <strong>de</strong>rrubar aviões que usam a Venezuela como rota do tráfico<br />

O presi<strong>de</strong>nte da Venezuela, Hugo Chávez, disse nesta quinta-feira que seu<br />

governo está avaliando a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprovação <strong>de</strong> uma lei que autorizaria


as Forças Armadas a <strong>de</strong>rrubar aviões ilegais que utilizem o espaço aéreo<br />

venezuelano como corredor para o tráfico <strong>de</strong> drogas.<br />

Segundo Chávez, atualmente as autorida<strong>de</strong>s venezuela<strong>na</strong>s interceptam as<br />

aero<strong>na</strong>ves provenientes principalmente da Colômbia, e "perseguem" os aviões,<br />

mas não po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>rrubá-los.<br />

"Muitas vezes riem da nossa cara", disse o presi<strong>de</strong>nte em conversa com<br />

jor<strong>na</strong>listas <strong>na</strong> se<strong>de</strong> <strong>de</strong> governo.<br />

Chávez disse estar avaliando a nova proposta para combater o <strong>na</strong>rcotráfico. A<br />

Venezuela é um dos principais corredores do tráfico <strong>na</strong> América do Sul.<br />

"Estou estudando com calma, revisando o direito inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. Que saibam os<br />

<strong>na</strong>rcotraficantes colombianos e norte-americanos", afirmou Chávez.<br />

Estados Unidos<br />

O presi<strong>de</strong>nte venezuelano voltou a responsabilizar o governo dos Estados<br />

Unidos pelo <strong>na</strong>rcotráfico <strong>na</strong> região e por não tomar medidas eficazes para<br />

combatê-lo.<br />

"Os Estados Unidos são o primeiro produtor <strong>de</strong> maconha do mundo e agora<br />

produzem uma supermaconha transgênica", afirmou Chávez, ao anunciar que<br />

um carregamento com este tipo <strong>de</strong> droga vindo da Colômbia foi interceptado<br />

pelas autorida<strong>de</strong>s venezuela<strong>na</strong>s <strong>de</strong> combate ao tráfico.<br />

"Esse é um dos resultados do Plano Colômbia", afirmou o lí<strong>de</strong>r, em uma<br />

referência irônica ao impacto do acordo firmado entre Bogotá e Washington<br />

com o objetivo <strong>de</strong> elimi<strong>na</strong>r a produção e tráfico <strong>de</strong> drogas, além do combate às<br />

guerrilhas colombia<strong>na</strong>s.<br />

As <strong>de</strong>clarações do presi<strong>de</strong>nte venezuelano foram feitas um dia <strong>de</strong>pois da<br />

divulgação <strong>de</strong> um relatório anual do Departamento <strong>de</strong> Estado americano que<br />

avalia que Venezuela, Bolívia e Mianmar "fracassaram <strong>de</strong> forma evi<strong>de</strong>nte" em<br />

cumprir com o combate ao <strong>na</strong>rcotráfico.<br />

A Venezuela rompeu em 2005 o convênio <strong>de</strong> cooperação com a DEA (Agência<br />

Antidrogas dos EUA). Des<strong>de</strong> então, os EUA passaram a acusar o governo<br />

venezuelano <strong>de</strong> não cooperar <strong>na</strong> luta contra o <strong>na</strong>rcotráfico <strong>na</strong> região.<br />

O governo venezuelano, por sua vez, tem reiterado que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a ruptura com a<br />

DEA, seu país "duplicou" a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> drogas apreendidas.<br />

"É simplesmente um discurso cínico, hipócrita. Nós rejeitamos esse relatório",


afirmou o ministro <strong>de</strong> Interior e Justiça, Tarek El Aissami.<br />

"Os Estados Unidos <strong>de</strong>veriam suspen<strong>de</strong>r seu próprio certificado anti<strong>na</strong>rcóticos<br />

e rever suas políticas (...) porque o que têm feito é aumentar o consumo e o<br />

tráfico <strong>de</strong> drogas", disse.<br />

No mesmo relatório, o Brasil é apontado como um gran<strong>de</strong> consumidor e<br />

importante corredor para o <strong>na</strong>rcotráfico proveniente da América do Sul,<br />

principalmente da Colômbia.<br />

23/09/2009 - 09h43<br />

Piloto holandês é preso por "vôos da morte" <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong><br />

da Reuters, em Amsterdã<br />

Autorida<strong>de</strong>s espanholas pren<strong>de</strong>ram um piloto da companhia aérea holan<strong>de</strong>sa<br />

transavia.com sob acusações <strong>de</strong> que ele pilotou os "voos da morte" para o<br />

governo argentino durante a ditadura militar, afirmou o porta-voz do Ministério<br />

do Exterior da Holanda nesta quarta-feira.<br />

O piloto, que possui passaporte argentino e holandês, foi preso <strong>na</strong> terça-feira à<br />

noite por pedido do governo argentino e está atualmente sob custódia, afirmou<br />

o porta-voz.<br />

Uma porta-voz da Transavia, empresa controlada pela Air France-KLM,<br />

confirmou a prisão <strong>na</strong> cida<strong>de</strong> espanhola <strong>de</strong> Valencia e disse que o piloto voou<br />

para lá <strong>na</strong> terça-feira.<br />

Ela preferiu não informar seu nome, ida<strong>de</strong> ou por quanto tempo ele trabalha<br />

para empresa, mas disse que a empresa têm mantido contato com ele <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />

prisão.<br />

Autorida<strong>de</strong>s espanholas não estavam imediatamente disponíveis para<br />

comentar o assunto.<br />

Um relatório do governo argentino diz que mais <strong>de</strong> 11 mil pessoas morreram ou<br />

<strong>de</strong>sapareceram durante a chamada "Guerra Suja", um confronto entre<br />

esquerdistas e outros opositores ao regime militar que vigorou no país entre<br />

1976 e 1983.<br />

Grupos relacio<strong>na</strong>dos aos direitos humanos estimam um número próximo <strong>de</strong> 30<br />

mil mortos.<br />

Em 2005, a Suprema Corte da Argenti<strong>na</strong>, a pedido do então presi<strong>de</strong>nte Nestor<br />

Kirchner, aprovou duas leis <strong>de</strong> anistia que blindou cente<strong>na</strong>s <strong>de</strong> ex-militares <strong>de</strong>


acusações <strong>de</strong> crimes e abusos dos direitos humanos durante a ditadura.<br />

Ativistas dos direitos humanos afirmam que uma das táticas do regime era o<br />

uso dos chamados "voos da morte", nos quais as pessoas eram atiradas <strong>de</strong><br />

helicópteros ou aviões a rios ou no oceano Atlântico para se afogarem.<br />

26/09/2009 - 15h28<br />

Cúpula América do Sul-África vai pedir reformas <strong>na</strong> ONU<br />

da Folha Online<br />

A <strong>de</strong>claração fi<strong>na</strong>l da 2ª Cúpula América do Sul-África (ASA), que começou<br />

neste sábado (26) <strong>na</strong> Venezuela, vai pedir a reforma da Organização das<br />

Nações Unidas (ONU) a fim <strong>de</strong> que este organismo atenda a todas as <strong>na</strong>ções,<br />

segundo antecipou o vice-chanceler venezuelano para a África, Rei<strong>na</strong>ldo<br />

Bolívar.<br />

Nos últimos dias, altos funcionários dos países membros da ASA se reuniram<br />

para elaborar os documentos e acordos que serão submetidos aos chefes <strong>de</strong><br />

governo. O encontro também tem o objetivo <strong>de</strong> aumentar a cooperação Sul-<br />

Sul, especialmente nos setores <strong>de</strong> alimentação, saú<strong>de</strong>, energia, tecnologia e<br />

turismo.<br />

No projeto <strong>de</strong> <strong>de</strong>claração, <strong>de</strong>stacam-se temas como a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se criar<br />

uma nova arquitetura fi<strong>na</strong>nceira, o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> concretizar projetos comuns no<br />

âmbito energético, a rejeição ao tráfico <strong>de</strong> drogas que assola as duas regiões e<br />

o respeito ao princípio da não-ingerência <strong>na</strong>s <strong>de</strong>cisões sobera<strong>na</strong>s dos povos.<br />

Os países sul-americanos <strong>de</strong>sejam incluir uma menção à crise política que<br />

Honduras atravessa há três meses. O governo brasileiro estuda a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> confecção <strong>de</strong> um documento a respeito.<br />

"Vai ser uma cúpula muito importante. Em quase três anos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a cúpula <strong>de</strong><br />

Abuja, quase <strong>na</strong>da aconteceu do ponto <strong>de</strong> vista da união África e América do<br />

Sul. Aqui vai começar a ser concretizada a união", prometeu Chávez em sua<br />

chegada a Margarita <strong>na</strong> sexta-feira à noite.<br />

"Esta cúpula permitirá aprofundar os vínculos, não somente <strong>de</strong> caráter político,<br />

como também <strong>de</strong> caráter comercial para os dois continentes (...) Sabemos que<br />

a África precisa <strong>de</strong> muita ajuda e solidarieda<strong>de</strong> e que também po<strong>de</strong> fornecer<br />

muitas coisas", <strong>de</strong>clarou a presi<strong>de</strong>nte argenti<strong>na</strong>, Cristi<strong>na</strong> Kirchner.


A primeira reunião da ASA ocorreu novembro em 2006 <strong>na</strong> Nigéria, on<strong>de</strong> foi<br />

firmada a Declaração <strong>de</strong> Abuja e acordado o Plano <strong>de</strong> Ação e Resolução, com<br />

a criação do Fórum Cooperativo África-América do Sul (ASACOF).<br />

Com Ansa e France Presse<br />

20/10/2009<br />

Lula diz confiar <strong>na</strong> palavra <strong>de</strong> Uribe sobre uso <strong>de</strong> bases pelos EUA<br />

Fonte: BBC Brasil -<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/10/091019_lula_uribe_dt.s<br />

html<br />

Acesso: 13:30<br />

“O presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira, em São<br />

Paulo, que confia <strong>na</strong>s garantias do presi<strong>de</strong>nte da Colômbia, Álvaro Uribe, <strong>de</strong><br />

que o uso <strong>de</strong> bases militares do país pelos Estados Unidos se limitará ao<br />

território colombiano...”<br />

Lula diz confiar <strong>na</strong> palavra <strong>de</strong> Uribe sobre uso <strong>de</strong> bases pelos EUA<br />

O presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira, em São<br />

Paulo, que confia <strong>na</strong>s garantias do presi<strong>de</strong>nte da Colômbia, Álvaro Uribe, <strong>de</strong><br />

que o uso <strong>de</strong> bases militares do país pelos Estados Unidos se limitará ao<br />

território colombiano.<br />

"Tanto o presi<strong>de</strong>nte Uribe quanto o (presi<strong>de</strong>nte americano, Barack) Obama<br />

dizem que as bases são para cuidar dos problemas internos da Colômbia",<br />

disse Lula, pouco <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma reunião com o presi<strong>de</strong>nte colombiano <strong>na</strong><br />

capital paulista.<br />

"O Brasil não tem por que ficar incomodado. Eu confio <strong>na</strong> palavra do presi<strong>de</strong>nte<br />

Uribe e confio <strong>na</strong> palavra do presi<strong>de</strong>nte Obama", acrescentou o presi<strong>de</strong>nte.<br />

"Aqui, no Brasil, nós vamos apren<strong>de</strong>r um dia que se nós respeitarmos a<br />

soberania <strong>de</strong> cada país, tudo vai ser melhor."<br />

Em agosto, durante a negociação do acordo militar entre Estados Unidos e<br />

Colômbia, o governo brasileiro chegou a manifestar "preocupação" com o<br />

assunto e pediu que os <strong>de</strong>talhes sobre o uso das bases <strong>na</strong> região por forças<br />

america<strong>na</strong>s fossem discutidos com mais "transparência".


A Colômbia afirma que o acordo com os Estados Unidos não representa uma<br />

perda <strong>de</strong> "soberania" e diz que o objetivo é reforçar, com a ajuda america<strong>na</strong>, o<br />

combate ao <strong>na</strong>rcotráfico.<br />

"O Brasil sabe <strong>de</strong> nossos esforços para combater o <strong>na</strong>rcotráfico", disse Uribe,<br />

após o encontro com Lula em São Paulo. "Temos conversado para que haja<br />

mais confiança. Temos instituições fortes e uma Justiça in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e<br />

autônoma."<br />

Clima<br />

Durante a entrevista coletiva conjunta, Lula afirmou que propôs a Uribe que os<br />

países que têm fronteiras <strong>na</strong> Amazônia se reú<strong>na</strong>m no dia 26 <strong>de</strong> novembro, em<br />

Ma<strong>na</strong>us, para discutir uma posição regio<strong>na</strong>l para a reunião sobre mudanças<br />

climáticas que será realizada em Copenhague, em <strong>de</strong>zembro.<br />

"Eu penso que é um momento <strong>de</strong> ouro para a gente falar sobre a Amazônia,<br />

quando se discutir a questão do clima em Copenhague", afirmou Lula. "Antes<br />

disso, os nossos ministros vão trabalhar e tentar construir uma proposta que<br />

unifique os países amazônicos."<br />

A reunião da Conferência das Partes (COP-15), marcada para <strong>de</strong>zembro <strong>na</strong><br />

capital di<strong>na</strong>marquesa, tem como objetivo a formulação <strong>de</strong> um novo<br />

compromisso sobre o clima, dando continuida<strong>de</strong> ao Protocolo <strong>de</strong> Kyoto, que<br />

vence em 2012.<br />

Os presi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> Brasil e Colômbia também foram questio<strong>na</strong>dos sobre temas<br />

domésticos durante a coletiva em São Paulo. Lula afirmou que seu governo<br />

está disposto a fazer "o que for necessário" para ajudar o Rio <strong>de</strong> Janeiro no<br />

combate aos responsáveis pela nova onda <strong>de</strong> violência <strong>na</strong> cida<strong>de</strong>.<br />

Já Uribe foi indagado sobre a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> disputar um terceiro mandato<br />

<strong>na</strong>s próximas eleições presi<strong>de</strong>nciais colombia<strong>na</strong>s, em 2010.<br />

Para o presi<strong>de</strong>nte ser candidato novamente, seria preciso mudar a Constituição<br />

do país, que permite ape<strong>na</strong>s uma reeleição. Um projeto <strong>de</strong> referendo que po<strong>de</strong><br />

permitir a candidatura <strong>de</strong> Uribe já foi aprovado pelo Congresso colombiano,<br />

mas a proposta ainda será a<strong>na</strong>lisada pela Justiça.<br />

"Isso <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> basicamente <strong>de</strong> três elementos: primeiro, do Tribu<strong>na</strong>l<br />

Constitucio<strong>na</strong>l (que avalia a proposta <strong>de</strong> referendo), segundo, do povo<br />

colombiano que têm <strong>de</strong> ir às ur<strong>na</strong>s, e terceiro, da mão <strong>de</strong> Deus", afirmou o


presi<strong>de</strong>nte colombiano em São Paulo.<br />

Apesar <strong>de</strong> se dizer preocupado em não dar si<strong>na</strong>is <strong>de</strong> “apego ao po<strong>de</strong>r”, Uribe<br />

disse que "não se <strong>de</strong>ve colocar em dúvida a soli<strong>de</strong>z institucio<strong>na</strong>l" da Colômbia<br />

e negou que o <strong>de</strong>bate sobre a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mais uma reeleição prejudique<br />

a imagem do país no exterior.<br />

28/09/2009 - 07h41<br />

Honduras enterra esforço por diálogo, dá ultimato ao Brasil e suspen<strong>de</strong><br />

liberda<strong>de</strong>s<br />

da Folha Online<br />

O governo interino <strong>de</strong> Honduras, li<strong>de</strong>rado por Roberto Micheletti, resiste à<br />

pressão inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l renovada pela volta do presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto Manuel<br />

Zelaya há uma sema<strong>na</strong> e endureceu o tom ao dar um ultimato ao Brasil,<br />

impedir a missão <strong>de</strong> mediação <strong>de</strong> chanceleres da OEA (Organização dos<br />

Estados Americanos) e editar um <strong>de</strong>creto que permite ao governo proibir<br />

protestos públicos e suspen<strong>de</strong>r liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão e <strong>de</strong> imprensa.<br />

As medidas ten<strong>de</strong>m a aumentar o isolamento inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Honduras e<br />

liquidam com as chances <strong>de</strong> um diálogo entre Zelaya e Micheletti <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

exatos três meses da crise instaurada pelo golpe <strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> junho.<br />

Zelaya foi <strong>de</strong>posto em golpe <strong>de</strong> Estado orquestrado pelo Congresso, Suprema<br />

Corte e Exército e retornou ao país, em segredo, no último dia 21. Des<strong>de</strong><br />

então, ele está refugiado <strong>na</strong> Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, sob forte<br />

cerco policial e pedidos reiterados para que se entregue à Justiça hondurenha<br />

para enfrentar acusações <strong>de</strong> violação à Constituição.<br />

No fim da noite <strong>de</strong>ste domingo (27), o governo divulgou um <strong>de</strong>creto que prevê<br />

o fechamento <strong>de</strong> meios <strong>de</strong> comunicação, a dissolução <strong>de</strong> reuniões públicas<br />

não autorizadas e a prisão <strong>de</strong> indivíduos que incitem à insurreição.<br />

Em ca<strong>de</strong>ia <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> TV, o governo interino informou que <strong>de</strong>cidiu "interditar<br />

qualquer reunião pública não autorizada e impedir a transmissão, por qualquer<br />

veículo, <strong>de</strong> programas que ameacem a paz".<br />

O ministro do Interior do país, Oscar Matute, disse que os veículos <strong>de</strong> imprensa<br />

que incitarem a violência <strong>de</strong>vem ser regulados pelo novo <strong>de</strong>creto. "Há um<br />

grupo <strong>de</strong> veículos que, em vez <strong>de</strong> focarem <strong>na</strong> paz e harmonia, querem


espalhar discórdia. Muitos <strong>de</strong>les confundiram o que a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão<br />

<strong>de</strong>veria ser", <strong>de</strong>clarou.<br />

O <strong>de</strong>creto autoriza a polícia e as forças armadas a fecharem quaisquer<br />

estações <strong>de</strong> rádio ou televisão "que não ajustarem sua programação às<br />

disposições atuais". O <strong>de</strong>creto suspen<strong>de</strong> por 45 dias a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão,<br />

associação e trânsito, e veda reuniões públicas não autorizadas pela polícia ou<br />

pelo Exército local. Também autoriza a prisão sem mandados.<br />

Ultimato<br />

Na noite <strong>de</strong>ste domingo (27), o atual governo hondurenho pediu ao Brasil que a<br />

embaixada brasileira não seja utilizada para estimular uma insurreição e <strong>de</strong>u<br />

um prazo para a <strong>de</strong>finição da condição <strong>de</strong> Zelaya.<br />

"Nós exigimos que o governo brasileiro <strong>de</strong>fi<strong>na</strong> a condição do senhor Zelaya em<br />

menos <strong>de</strong> <strong>de</strong>z dias", disse o governo interino em comunicado. "Senão,<br />

seremos obrigados a tomar medidas adicio<strong>na</strong>is". O comunicado não <strong>de</strong>u<br />

<strong>de</strong>talhes sobre quais seriam essas medidas.<br />

O ultimato pedia que o Brasil <strong>de</strong>cidisse se daria asilo político ao lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong>posto,<br />

o que abriria caminho para que ele <strong>de</strong>ixasse o país, ou se o tiraria da<br />

embaixada para ser <strong>de</strong>tido pelas autorida<strong>de</strong>s hondurenhas.<br />

O presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva disse neste domingo que não cumprirá o<br />

ultimato e reiterou que as leis inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is protegem a embaixada brasileira.<br />

Ele exigiu ainda <strong>de</strong>sculpas <strong>de</strong> Micheletti. "O Brasil não irá tolerar um ultimato<br />

<strong>de</strong> um governo golpista", disse Lula a jor<strong>na</strong>listas <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> participar da reunião<br />

<strong>de</strong> cúpula América do Sul-África <strong>na</strong> ilha turística <strong>de</strong> Margarita, região caribenha<br />

da Venezuela.<br />

Lula, que havia afirmado anteriormente que o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto po<strong>de</strong>ria ficar<br />

<strong>na</strong> embaixada pelo tempo que quisesse, alertou novamente contra uma<br />

eventual invasão do local por tropas hondurenhas. "Se entrarem pela força,<br />

estarão cometendo um ato que rompe com as normas inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is",<br />

acrescentou o presi<strong>de</strong>nte brasileiro.<br />

O Brasil pediu ante o Conselho <strong>de</strong> Segurança das Nações Unidas o respeito à<br />

sua missão diplomática, bem como suas <strong>de</strong>pendências em Tegucigalpa. O<br />

Conselho con<strong>de</strong>nou o assédio à embaixada brasileira. A chancelaria<br />

hondurenha informou, ainda, que não permitirá o retorno dos embaixadores da<br />

Argenti<strong>na</strong>, Espanha, México e Venezuela, retirados logo após o golpe, a menos


que esses países reconheçam o governo interino.<br />

OEA<br />

Mais cedo, o governo interino barrou a entrada no país <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>legação da<br />

OEA, aumentando o isolamento do país em meio à elevação da tensão com o<br />

Brasil. O grupo <strong>de</strong> representantes da OEA tinha a expectativa <strong>de</strong> tentar<br />

costurar uma saída para a crise política no país após o golpe <strong>de</strong> Estado que<br />

<strong>de</strong>rrubou Zelaya, mas foi barrado no aeroporto da capital, Tegucigalpa.<br />

Micheletti já havia adiado, em agosto, uma visita <strong>de</strong> ministros da organização<br />

com o argumento <strong>de</strong> que seu secretário-geral, José Insulza, é parcial <strong>na</strong><br />

questão ao <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r Zelaya.<br />

Protestos<br />

Enquanto isso, as ruas <strong>de</strong> Tegucigalpa continuam conflagradas entre contrários<br />

e apoiadores do presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto. A medida ten<strong>de</strong> a aumentar o isolamento<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Honduras e liquida as ilusões <strong>de</strong> um diálogo entre Zelaya e<br />

Micheletti. Enquanto isso, as ruas <strong>de</strong> Tegucigalpa continuam conflagradas<br />

entre contrários e apoiadores <strong>de</strong> Manuel Zelaya.<br />

Cerca <strong>de</strong> dois mil partidários do presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto marcharam no sábado (26)<br />

pelas ruas da capital.<br />

Ao passar pela embaixada dos Estados Unidos, jogaram seus sapatos ao ar<br />

para exigir uma maior pressão do governo Barack Obama sobre o governo<br />

interino. O ato faz referência ao episódio em que um jor<strong>na</strong>lista iraquiano<br />

arremessou sapatos em George W. Bush em uma coletiva <strong>de</strong> imprensa.<br />

Com agências inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is<br />

28/09/2009 - 12h11<br />

Governo interino <strong>de</strong> Honduras fecha rádio e TV <strong>de</strong> oposição<br />

da Folha Online<br />

O governo interino <strong>de</strong> Honduras fechou nesta segunda-feira duas das<br />

principais emissoras <strong>de</strong> oposição do país --a emissora <strong>de</strong> rádio Globo e o<br />

Ca<strong>na</strong>l 36. As duas empresas <strong>de</strong> comunicação favoráveis ao presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto<br />

Manuel Zelaya foram fechadas como parte do <strong>de</strong>creto <strong>de</strong>ste domingo (27) que<br />

estabelece estado <strong>de</strong> exceção por 45 dias, o que permite proibir protestos<br />

públicos e suspen<strong>de</strong>r liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão e <strong>de</strong> imprensa.<br />

Deze<strong>na</strong>s <strong>de</strong> soldados soldados do Exército <strong>de</strong> Honduras invadiram e tiraram do


ar <strong>na</strong> madrugada <strong>de</strong> segunda-feira a emissora Rádio Globo. Os militares<br />

também fecharam o Ca<strong>na</strong>l 36, que estava transmitindo ape<strong>na</strong>s um padrão<br />

teste.<br />

O <strong>de</strong>creto do governo, aprovado em Conselho <strong>de</strong> Ministros, autoriza a polícia e<br />

as Forças Armadas a fecharem quaisquer estações <strong>de</strong> rádio ou televisão "que<br />

não ajustarem sua programação às disposições atuais".<br />

Antecipando a medida, o ministro do Interior do país, Oscar Matute, disse neste<br />

domingo que os veículos <strong>de</strong> imprensa que incitarem a violência <strong>de</strong>vem ser<br />

regulados pelo novo <strong>de</strong>creto. "Há um grupo <strong>de</strong> veículos que, em vez <strong>de</strong><br />

focarem <strong>na</strong> paz e harmonia, querem espalhar discórdia. Muitos <strong>de</strong>les<br />

confundiram o que a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão <strong>de</strong>veria ser", <strong>de</strong>clarou.<br />

O porta-voz do governo interino, Rene Zepeda, confirmou que as duas<br />

emissoras foram retiradas do ar pelo <strong>de</strong>creto que fecha meios <strong>de</strong> comunicação<br />

"que atacam a paz e a or<strong>de</strong>m pública". O governo não <strong>de</strong>u mais <strong>de</strong>talhes ou<br />

exemplos <strong>de</strong> incitação cometidos pelas emissoras.<br />

Quase 20 policiais e militares entraram no edifício da emissora <strong>de</strong> rádio às<br />

5h30 locais (8h30 no horário <strong>de</strong> Brasília) e tiraram o si<strong>na</strong>l da Globo do ar,<br />

<strong>de</strong>clarou à France Presse o jor<strong>na</strong>lista Carlos Paz que trabalha <strong>na</strong> rádio.<br />

Paz afirmou que não houve resistência e que, até o momento, não conseguiu<br />

localizar o diretor da rádio, o também jor<strong>na</strong>lista David Romero. Depois <strong>de</strong> entrar<br />

no local, os policiais começaram a retirar material e equipamentos do edifício<br />

da emissora, que fica <strong>na</strong> avenida Morazán, centro da capital.<br />

"Desmantelaram a rádio, <strong>de</strong>smantelaram a Constituição da República", disse<br />

Andrés Pavón, presi<strong>de</strong>nte do Comitê para a Defensa dos Direitos Humanos <strong>de</strong><br />

Honduras (CODEH). "É uma agressão total, estamos diante <strong>de</strong> um regime<br />

militar", completou.<br />

A Rádio Globo já havia sido fechada pelo regime nos primeiros dias após o<br />

golpe <strong>de</strong> Estado que <strong>de</strong>rrubou o presi<strong>de</strong>nte Manuel Zelaya, em 28 <strong>de</strong> junho<br />

passado.<br />

Pressão<br />

O governo Micheletti resiste à pressão inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l renovada pela volta <strong>de</strong><br />

Zelaya há uma sema<strong>na</strong> e endureceu o tom ao dar um ultimato ao Brasil,<br />

impedir a missão <strong>de</strong> mediação <strong>de</strong> chanceleres da OEA (Organização dos<br />

Estados Americanos) e editar o <strong>de</strong>creto <strong>de</strong> estado <strong>de</strong> exceção.


As medidas ten<strong>de</strong>m a aumentar o isolamento inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Honduras e<br />

liquidam com as chances <strong>de</strong> um diálogo entre Zelaya e Micheletti <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

exatos três meses da crise instaurada pelo golpe <strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> junho.<br />

Zelaya foi <strong>de</strong>posto em golpe <strong>de</strong> Estado orquestrado pelo Congresso, Suprema<br />

Corte e Exército e retornou ao país, em segredo, no último dia 21. Des<strong>de</strong><br />

então, ele está refugiado <strong>na</strong> Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, sob forte<br />

cerco policial e pedidos reiterados para que se entregue à Justiça hondurenha<br />

para enfrentar acusações <strong>de</strong> violação à Constituição.<br />

No fim da noite <strong>de</strong>ste domingo (27), o governo divulgou um <strong>de</strong>creto que prevê<br />

o fechamento <strong>de</strong> meios <strong>de</strong> comunicação, a dissolução <strong>de</strong> reuniões públicas<br />

não autorizadas e a prisão <strong>de</strong> indivíduos que incitem à insurreição.<br />

Em ca<strong>de</strong>ia <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> TV, o governo interino informou que <strong>de</strong>cidiu 'interditar<br />

qualquer reunião pública não autorizada e impedir a transmissão, por qualquer<br />

veículo, <strong>de</strong> programas que ameacem a paz' --um cenário no qual o fechamento<br />

<strong>de</strong> uma emissora <strong>de</strong> rádio não se justificaria.<br />

O <strong>de</strong>creto suspen<strong>de</strong> por 45 dias a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão, associação e<br />

trânsito, e veda reuniões públicas não autorizadas pela polícia ou pelo Exército<br />

local. Também autoriza a prisão sem mandados.<br />

Ultimato<br />

Pouco antes, o atual governo hondurenho pediu ao Brasil que a embaixada<br />

brasileira não seja utilizada para estimular uma insurreição e <strong>de</strong>u um prazo<br />

para a <strong>de</strong>finição da condição <strong>de</strong> Zelaya.<br />

O ultimato pedia que o Brasil <strong>de</strong>cidisse se daria asilo político ao lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong>posto,<br />

o que abriria caminho para que ele <strong>de</strong>ixasse o país, ou se o tiraria da<br />

embaixada para ser <strong>de</strong>tido pelas autorida<strong>de</strong>s hondurenhas.<br />

O presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva disse neste domingo que não cumprirá o<br />

ultimato e reiterou que as leis inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is protegem a embaixada brasileira.<br />

Ele exigiu ainda <strong>de</strong>sculpas <strong>de</strong> Micheletti.<br />

O Brasil pediu ante o Conselho <strong>de</strong> Segurança das Nações Unidas o respeito à<br />

sua missão diplomática, bem como suas <strong>de</strong>pendências em Tegucigalpa. O<br />

Conselho con<strong>de</strong>nou o assédio à embaixada brasileira. A chancelaria<br />

hondurenha informou, ainda, que não permitirá o retorno dos embaixadores da<br />

Argenti<strong>na</strong>, Espanha, México e Venezuela, retirados logo após o golpe, a menos<br />

que esses países reconheçam o governo interino.


OEA<br />

Mais cedo, o governo interino barrou a entrada no país <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>legação da<br />

OEA, aumentando o isolamento do país em meio à elevação da tensão com o<br />

Brasil. O grupo <strong>de</strong> representantes da OEA tinha a expectativa <strong>de</strong> tentar<br />

costurar uma saída para a crise política no país após o golpe <strong>de</strong> Estado que<br />

<strong>de</strong>rrubou Zelaya, mas foi barrado no aeroporto da capital, Tegucigalpa.<br />

Micheletti já havia adiado, em agosto, uma visita <strong>de</strong> ministros da organização<br />

com o argumento <strong>de</strong> que seu secretário-geral, José Insulza, é parcial <strong>na</strong><br />

questão ao <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r Zelaya.<br />

Insulza con<strong>de</strong>nou a <strong>de</strong>cisão 'incompreensível' do governo interino.<br />

'Lamentamos esta <strong>de</strong>cisão e a consi<strong>de</strong>ramos incompreensível, posto que o<br />

próprio governo interino <strong>de</strong> Honduras havia aceitado tanto a próxima visita da<br />

missão <strong>de</strong> chanceleres como a da comitiva da OEA, que tinha como objetivo<br />

realizar os preparativos da mesma', explicou.<br />

29/09/2009<br />

Chávez diz que '<strong>de</strong>spistou' autorida<strong>de</strong>s sobre retorno <strong>de</strong> Zelaya<br />

BBC Brasil -<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/09/090923_chavez_zelaya_<br />

viagem_cj_np.shtml<br />

Acesso: 14:20<br />

“O presi<strong>de</strong>nte da Venezuela, Hugo Chávez disse, nesta quarta-feira, que<br />

“sabia <strong>de</strong> tudo” sobre a volta do presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto <strong>de</strong> Honduras, Manuel<br />

Zelaya, ao país, e afirmou ter ajudado a "<strong>de</strong>spistar" as autorida<strong>de</strong>s sobre o<br />

para<strong>de</strong>iro <strong>de</strong> Zelaya, enquanto o hondurenho realizava a viagem <strong>de</strong> retorno a<br />

Honduras...”<br />

Chávez diz que '<strong>de</strong>spistou' autorida<strong>de</strong>s sobre retorno <strong>de</strong> Zelaya<br />

O presi<strong>de</strong>nte da Venezuela, Hugo Chávez disse, nesta quarta-feira, que “sabia<br />

<strong>de</strong> tudo” sobre a volta do presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto <strong>de</strong> Honduras, Manuel Zelaya, ao<br />

país, e afirmou ter ajudado a "<strong>de</strong>spistar" as autorida<strong>de</strong>s sobre o para<strong>de</strong>iro <strong>de</strong><br />

Zelaya, enquanto o hondurenho realizava a viagem <strong>de</strong> retorno a Honduras.<br />

Durante um encontro com sindicalistas em Nova York, nos Estados Unidos,


Chávez disse que Zelaya anunciou que participaria da 64ª Assembleia Geral<br />

das Nações Unidas para confundir seus opositores sobre seu para<strong>de</strong>iro. Para<br />

ajudá-lo, Chávez disse ter telefo<strong>na</strong>do para o hondurenho em um telefone que<br />

estaria grampeado.<br />

"Eu liguei, como sei que estão nos gravando por satélite (as ligações), e disse:<br />

Zelaya, nos vemos em Nova York", afirmou Chávez.<br />

Em outras oportunida<strong>de</strong>s, o presi<strong>de</strong>nte venezuelano afirmou ter conhecimento<br />

<strong>de</strong> que o Departamento <strong>de</strong> Estado americano, por meio <strong>de</strong> sua agência <strong>de</strong><br />

inteligência, intercepta seus telefonemas, razão pela qual utilizaria códigos para<br />

falar com membros <strong>de</strong> seu gabinete.<br />

"Zelaya <strong>de</strong>colou em um aviãozinho e aterrisou em uma cida<strong>de</strong>", para uma<br />

parada técnica, disse Chávez. Em seguida, "o avião <strong>de</strong>colou, mas sem o<br />

Zelaya e aqui (em Nova York) estavam esperando por ele", afirmou Chávez,<br />

em tom divertido, arrancando risos da platéia.<br />

Logo <strong>de</strong>pois, acompanhado do presi<strong>de</strong>nte da Bolívia, Evo Morales, e do<br />

cineasta americano Oliver Stone, Chávez disse que Zelaya teria contado com a<br />

ajuda <strong>de</strong> "alguns militares" hondurenhos durante o trajeto até a chegada em<br />

Tegucigalpa.<br />

Viagem<br />

O presi<strong>de</strong>nte eleito <strong>de</strong> Honduras teria aterrissado no aeroporto inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />

perto da capital salvadorenha, San Salvador, <strong>de</strong> acordo com informações <strong>de</strong><br />

meios locais. O presi<strong>de</strong>nte do país, Maurício Funes, disse que Zelaya "não fez<br />

qualquer pedido através dos ca<strong>na</strong>is formais" para entrar no país e disse ignorar<br />

como seu colega entrou.<br />

Um fonte da chancelaria da Venezuela confirmou à BBC Brasil que era um<br />

avião venezuelano que transportava Zelaya.<br />

De El Salvador, segundo Chávez, Zelaya teria entrado em Honduras "por terra"<br />

<strong>de</strong>ntro do porta-malas <strong>de</strong> um carro, acompanhado por outros três homens.<br />

O presi<strong>de</strong>nte venezuelano disse ainda que monitorou a entrada <strong>de</strong> Zelaya em<br />

Honduras por meio <strong>de</strong> um telefone <strong>de</strong> satélite. Na segunda-feira, quando<br />

Zelaya retornou a Honduras, o lí<strong>de</strong>r venezuelano foi o primeiro em anunciar a<br />

notícia.


Apoio<br />

Chávez disse que seu governo continuará apoiando a restituição <strong>de</strong> Zelaya ao<br />

po<strong>de</strong>r.<br />

"Estamos apoiando e buscando maneiras para que Zelaya volte ao governo,<br />

não po<strong>de</strong>mos aceitar esse golpe", disse.<br />

As outras duas tentativas <strong>de</strong> apoio do presi<strong>de</strong>nte venezuelano fracassaram.<br />

Uma sema<strong>na</strong> <strong>de</strong>pois da <strong>de</strong>posição do colega hondurenho, Chávez colocou um<br />

avião à disposição <strong>de</strong> Zelaya <strong>na</strong> sua primeira tentativa <strong>de</strong> retorno ao país. O<br />

avião, no entanto, foi impedido <strong>de</strong> aterrissar no aeroporto Toncontín, <strong>na</strong> capital<br />

hondurenha, Tegucigalpa. A pista <strong>de</strong> pouso foi bloqueada por soldados e<br />

veículos militares.<br />

Na segunda tentativa <strong>de</strong> retorno do presi<strong>de</strong>nte eleito <strong>de</strong> Honduras, o governo<br />

interino, li<strong>de</strong>rado por Roberto Micheletti, proibiu a chegada <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong><br />

simpatizantes <strong>de</strong> Zelaya à fronteira com a Nicarágua, on<strong>de</strong> o presi<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong>posto esperava reencontrar com seus correligionários para "uma entrada<br />

triunfal", como ele mesmo qualificou <strong>na</strong> ocasião.<br />

Na mesma época, no fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> julho, Zelaya foi recebeu o apoio do chanceler<br />

venezuelano, Nicolas Maduro, que o acompanhou ao longo do dia <strong>na</strong> tentativa<br />

frustrada <strong>de</strong> entrar no país<br />

30/09/2009<br />

'Minha candidata é a Dilma', diz Chávez<br />

BBC Brasil -<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/09/090926_dilmachavez_cj<br />

_ac.shtml<br />

Acesso: 20:55<br />

“O presi<strong>de</strong>nte da Venezuela, Hugo Chávez, disse neste sábado que a ministra-<br />

chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, é sua candidata para as eleições<br />

brasileiras <strong>de</strong> 2010...”<br />

'Minha candidata é a Dilma', diz Chávez<br />

O presi<strong>de</strong>nte da Venezuela, Hugo Chávez, disse neste sábado que a ministra-


chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, é sua candidata para as eleições<br />

brasileiras <strong>de</strong> 2010.<br />

"Dilma será a próxima presi<strong>de</strong>nte do Brasil", afirmou Chávez em seu discurso<br />

<strong>na</strong> abertura da 2ª Cúpula América do Sul-África, realizada em Isla Margarita, <strong>na</strong><br />

Venezuela.<br />

"Sei que vão me acusar <strong>de</strong> ingerência, meu coraçãozinho é quem está<br />

falando", disse. "Minha candidata é a Dilma."<br />

A ministra tem o apoio do presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva para disputar a<br />

Presidência pelo PT.<br />

Lula, que participa da Cúpula <strong>na</strong> Venezuela, sorriu ao ouvir o discurso do<br />

colega. Chávez lamentou o término do mandato do presi<strong>de</strong>nte brasileiro.<br />

"Mas Lula não se irá, ele fica, assim como Néstor Kirchner (ex-presi<strong>de</strong>nte da<br />

Argenti<strong>na</strong>), que se foi, mas não se foi", afirmou Chávez, em referência à eleição<br />

da presi<strong>de</strong>nte Cristi<strong>na</strong> Kirchner como sucessora do marido.<br />

Sul-Sul<br />

Durante a sessão plenária dos chefes <strong>de</strong> Estado, Chávez <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u a<br />

multipolarida<strong>de</strong> <strong>na</strong>s relações inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is e disse ser "vital" a união entre a<br />

América do Sul e a África.<br />

Lula, em seu discurso, disse acreditar "no po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> transformação <strong>de</strong> uma<br />

parceria entre regiões que vivem realida<strong>de</strong>s semelhantes e enfrentam<br />

problemas comuns".<br />

Críticas ao chamado "mo<strong>de</strong>lo imperialista" como causa do sub<strong>de</strong>senvolvimento<br />

das duas regiões foram mencio<strong>na</strong>das <strong>na</strong> maioria das intervenções dos chefes<br />

<strong>de</strong> Estado.<br />

A presi<strong>de</strong>nte argenti<strong>na</strong>, Cristi<strong>na</strong> Kirchner, disse que o <strong>de</strong>safio dos dois<br />

continentes é o <strong>de</strong> modificar os velhos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> cooperação até agora<br />

implementados.<br />

"No século 20, o que importava era ven<strong>de</strong>r, e não fazê-lo sob um conceito <strong>de</strong><br />

cooperação, <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> tecnologia, que é o que nós estamos<br />

impulsio<strong>na</strong>ndo", afirmou.<br />

Projetos<br />

A preocupação levantada pela maioria dos mandatários é a <strong>de</strong> como


concretizar mecanismos viáveis <strong>de</strong> integração para fortalecer o eixo sul-sul.<br />

Chávez, que antes da Cúpula disse que do encontro sairia um plano <strong>de</strong><br />

trabalho para os próximos 10 anos, pediu a criação <strong>de</strong> uma comissão <strong>de</strong><br />

ministros que se <strong>de</strong>diquem exclusivamente à implementação <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento comum.<br />

"Temos que elevar o nível e dar mais soli<strong>de</strong>z à cooperação", disse.<br />

Nos últimos seis anos, o comércio entre América do Sul e África foi ampliado<br />

<strong>de</strong> US$ 6 bilhões para US$ 36 bilhões, dos quais o Brasil tem sido o principal<br />

beneficiário. Neste mesmo período, o intercâmbio comercial Brasil-África saltou<br />

<strong>de</strong> US$ 5 bilhões, registrados em 2002, para US$ 26 bilhões em 2008.<br />

O primeiro encontro da ASA foi realizado em Abuja, <strong>na</strong> Nigéria, em 2006. Na<br />

reunião <strong>de</strong>ste sábado, os presi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>cidiram que a próxima Cúpula será em<br />

2011, <strong>na</strong> Líbia.<br />

30/09/2009<br />

Lí<strong>de</strong>res da América do Sul e da África pe<strong>de</strong>m restituição <strong>de</strong> Zelaya<br />

Fonte: BBC Brasil -<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/09/090926_hondurasvenez<br />

uela_cj_ac.shtml<br />

Acesso: 21:40<br />

“Os chefes <strong>de</strong> Estado que participam da 2ª Cúpula América do Sul-África<br />

(ASA) aprovaram <strong>na</strong> noite <strong>de</strong>ste sábado uma resolução <strong>na</strong> qual exigem o fim<br />

das ações <strong>de</strong> intimidação à embaixada do Brasil em Honduras e pe<strong>de</strong>m a<br />

restituição do presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto, Manuel Zelaya, como saída para solucio<strong>na</strong>r<br />

a crise no país...”<br />

Lí<strong>de</strong>res da América do Sul e da África pe<strong>de</strong>m restituição <strong>de</strong> Zelaya<br />

Os chefes <strong>de</strong> Estado que participam da 2ª Cúpula América do Sul-África (ASA)<br />

aprovaram <strong>na</strong> noite <strong>de</strong>ste sábado uma resolução <strong>na</strong> qual exigem o fim das<br />

ações <strong>de</strong> intimidação à embaixada do Brasil em Honduras e pe<strong>de</strong>m a<br />

restituição do presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto, Manuel Zelaya, como saída para solucio<strong>na</strong>r<br />

a crise no país.<br />

Uma <strong>de</strong>claração lida pelo anfitrião do encontro, o presi<strong>de</strong>nte da Venezuela,


Hugo Chávez, diz que os lí<strong>de</strong>res pe<strong>de</strong>m "a restituição imediata e incondicio<strong>na</strong>l<br />

do presi<strong>de</strong>nte constitucio<strong>na</strong>l Manuel Zelaya à Presidência".<br />

Na resolução, os lí<strong>de</strong>res expresaram sua preocupação com a situação política<br />

em Honduras e <strong>de</strong>cidiram aprovar as <strong>de</strong>clarações da União Africa<strong>na</strong> e da<br />

U<strong>na</strong>sul que con<strong>de</strong><strong>na</strong>ram anteriormente a <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> Zelaya.<br />

Os chefes <strong>de</strong> Estado reunidos em Isla Margarita, <strong>na</strong> Venezuela, também<br />

aprovaram a <strong>de</strong>claração emitida <strong>na</strong> sexta-feira pelo Conselho <strong>de</strong> Segurança<br />

das Nações Unidas, <strong>na</strong> qual con<strong>de</strong><strong>na</strong> os "atos <strong>de</strong> intimidação" do governo<br />

interino <strong>de</strong> Honduras contra a embaixada brasileira.<br />

A ASA afirma que "resulta imperioso garantir que o regime <strong>de</strong> fato respeite e<br />

cumpra ple<strong>na</strong>mente" a Convenção <strong>de</strong> Vie<strong>na</strong>, que prevê a inviolabilida<strong>de</strong> e<br />

segurança das missões diplomáticas.<br />

A resolução, proposta pelo Brasil, foi aprovada por u<strong>na</strong>nimida<strong>de</strong> e aplaudida <strong>na</strong><br />

sessão plenária.<br />

Protesto<br />

Neste sábado, milhares <strong>de</strong> apoiadores <strong>de</strong> Zelaya voltaram às ruas da capital<br />

hondurenha, Tegucigalpa, em um protesto para marcar os 90 dias da<br />

<strong>de</strong>posição do presi<strong>de</strong>nte e exigir seu retorno ao po<strong>de</strong>r.<br />

Zelaya foi <strong>de</strong>posto e expulso <strong>de</strong> Honduras em 28 <strong>de</strong> junho. Na última segunda-<br />

feira, ele retornou ao país sem a autorização do governo interino, que cobra a<br />

sua prisão, e se refugiou <strong>na</strong> embaixada brasileira em Tegucigalpa.<br />

Além <strong>de</strong> Zelaya, cerca <strong>de</strong> 60 <strong>de</strong> seus seguidores também estão abrigados <strong>na</strong><br />

embaixada, que permanece cercada por policiais.<br />

No início da sema<strong>na</strong>, o prédio chegou a ter o fornecimento <strong>de</strong> água e energia<br />

cortado.<br />

Na sexta-feira, o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto havia afirmado que a embaixada brasileira<br />

foi alvo <strong>de</strong> bombas <strong>de</strong> gás lacrimogêneo lançadas pelas forças <strong>de</strong> segurança<br />

do país. Um porta-voz da polícia, no entanto, negou o ataque.<br />

O Comitê Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l da Cruz Vermelha disse que um <strong>de</strong> seus <strong>de</strong>legados<br />

entrou no prédio neste sábado, a pedido <strong>de</strong> Zelaya, mas não constatou<br />

situação <strong>de</strong> emergência no local.<br />

"Retrocesso"


A crise política em Honduras se tornou assunto permanente nos bastidores da<br />

Cúpula entre as <strong>de</strong>legações presentes <strong>na</strong> Venezuela.<br />

O governo interino que assumiu o po<strong>de</strong>r em Honduras, comandado por<br />

Roberto Micheletti, não é reconhecido pela comunida<strong>de</strong> inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. O Brasil,<br />

por exemplo, ainda consi<strong>de</strong>ra Zelaya o presi<strong>de</strong>nte legítimo <strong>de</strong> Honduras.<br />

Em seu discurso <strong>na</strong> sessão <strong>de</strong> abertura da Cúpula, o presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio<br />

Lula da Silva reiterou a con<strong>de</strong><strong>na</strong>ção à <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> Zelaya. "Lutamos muito<br />

para varrer para a lata do lixo da história as ditaduras militares. Não po<strong>de</strong>mos<br />

permitir retrocessos <strong>de</strong>ste tipo no nosso continente", afirmou.<br />

Para Chávez, que disse "saber <strong>de</strong> tudo" em relação ao retorno Zelaya a<br />

Honduras, a solução da crise <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá das pressões exercidas pela<br />

comunida<strong>de</strong> inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />

"É preciso presssio<strong>na</strong>r e pressio<strong>na</strong>r. As Nações Unidas <strong>de</strong>veriam estabelecer<br />

sanções contra este governo (interino)", disse.<br />

01/10/2009 - 10h11<br />

Hondurenhos apoiam estado <strong>de</strong> exceção, diz Micheletti<br />

da Folha Online<br />

O presi<strong>de</strong>nte interino <strong>de</strong> Honduras, Roberto Micheletti, afirmou em entrevista à<br />

agência <strong>de</strong> notícias Efe que o estado <strong>de</strong> exceção <strong>de</strong>cretado por seu governo<br />

no último domingo (27) conta com o apoio da maioria dos hondurenhos, mas<br />

ressaltou que a medida <strong>de</strong>ve ser revogada nesta sexta-feira.<br />

Micheletti afirmou que o governo fez sua própria pesquisa sobre a recepção à<br />

medida, que restringe por 45 dias as liberda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> locomoção, <strong>de</strong> reunião e <strong>de</strong><br />

expressão do pensamento e autoriza as <strong>de</strong>tenções sem or<strong>de</strong>m judicial prévia.<br />

"Cerca <strong>de</strong> 90% diz que está conforme com o que passou", disse Micheletti<br />

sobre o <strong>de</strong>creto, que resultou no fechamento da Rádio Globo e do Ca<strong>na</strong>l 36,<br />

dois meios <strong>de</strong> comunicação ligados ao presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto Manuel Zelaya.<br />

O presi<strong>de</strong>nte interino justificou sua <strong>de</strong>cisão, disse que não foi precipitada e que<br />

reagiu ao fato <strong>de</strong> Zelaya estar "chamando à insurreição à guerra <strong>de</strong> guerrilhas,<br />

ao pleito, às armas, que se po<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar um chamado <strong>de</strong> sedição em um<br />

país".<br />

Zelaya foi <strong>de</strong>posto em golpe <strong>de</strong> Estado em 28 <strong>de</strong> junho e voltou ao país no<br />

último dia 21. Des<strong>de</strong> então, está refugiado <strong>na</strong> Embaixada do Brasil em


Tegucigalpa.<br />

O presi<strong>de</strong>nte interino disse ainda que o <strong>de</strong>creto "não vai durar 45 dias, vão se<br />

restituir as garantias o mais em breve possível".<br />

"Sexta-feira possivelmente chamamos ao Conselho <strong>de</strong> Ministros e entre todos<br />

<strong>de</strong>cidiremos qual é a situação que vamos viver, a <strong>de</strong>cisão será tomada <strong>na</strong><br />

sexta-feira", anunciou, menos <strong>de</strong> uma sema<strong>na</strong> após ditar o <strong>de</strong>creto.<br />

Micheletti afirmou ainda que "o povo está sumamente preocupado com o<br />

retorno" <strong>de</strong> Zelaya e que seu governo "sempre achou que a chegada <strong>de</strong>le<br />

podia ser em qualquer momento". Ele disse ainda que não tem "nenhuma<br />

inimiza<strong>de</strong> pessoal" com Zelaya, com quem compartilhou "amiza<strong>de</strong> <strong>na</strong>s últimas<br />

épocas".<br />

Otimismo<br />

Micheletti disse ainda que quer "ser otimista" sobre a missão <strong>de</strong> chanceleres da<br />

OEA (Organização dos Estados Americanos).<br />

A organização confirmou em comunicado que chegará nesta sexta-feira a<br />

Tegucigalpa para preparar a visita <strong>de</strong> chanceleres e do secretário-geral, José<br />

Miguel Insulza, <strong>na</strong> próxima sema<strong>na</strong>.<br />

"Escutaremos o que dizem os que preparam os palcos e daí é o que se po<strong>de</strong><br />

fazer para o diálogo. Depois, eu imagino que [os chanceleres] virão se há<br />

alguma mesa do diálogo. Se não, não acho que vão vir para passear aqui, para<br />

ver nossas caras, para brigar conosco <strong>de</strong> novo", continuou.<br />

O governo interino havia aprovado a entrada, em 2 <strong>de</strong> outubro, <strong>de</strong> uma missão<br />

para preparar a visita. A missão antecipou a viagem e foi barrada no domingo<br />

(27) para evitar "interferências estrangeiras" <strong>na</strong>s negociações em curso.<br />

A OEA exige a restituição <strong>de</strong> Zelaya, o que Micheletti consi<strong>de</strong>ra impossível. O<br />

presi<strong>de</strong>nte interino critica ainda o chileno Insulza por ser parcial <strong>na</strong> mediação<br />

da crise e já vetou uma missão anterior do órgão, em agosto, pela presença do<br />

secretário-geral.<br />

A missão se unirá <strong>na</strong> capital hondurenha a John Biehl, assessor <strong>de</strong> Insulza,<br />

que chegou ao país no domingo (27), com os outros quatro funcionários da<br />

OEA que foram impedidos <strong>de</strong> entrar em Honduras.<br />

Em agosto, uma missão <strong>de</strong> mediação da OEA com sete chanceleres e Insulza -<br />

-que só foi aceito <strong>na</strong> condição <strong>de</strong> observador-- não conseguiu convencer o<br />

regime interino a aceitar totalmente o Acordo <strong>de</strong> San José, oferecido pelo


presi<strong>de</strong>nte da Costa Rica e mediador da crise, Oscar Arias, e que prevê a<br />

restituição do presi<strong>de</strong>nte Zelaya.<br />

O regime interino havia anunciado no sábado (26) que não receberia<br />

diplomatas <strong>de</strong> países que romperam relações diplomáticas com Honduras --a<br />

lista inclui Argenti<strong>na</strong>, Espanha, México e Venezuela.<br />

Ultimato ao Brasil<br />

Micheletti recuou nesta quarta-feira no ultimato que <strong>de</strong>u ao Brasil para que<br />

<strong>de</strong>cidisse, em <strong>de</strong>z dias, o <strong>de</strong>stino <strong>de</strong> Zelaya.<br />

Na noite <strong>de</strong> domingo passado (27), o governo interino pediu ao Brasil que a<br />

embaixada brasileira não seja utilizada para estimular uma insurreição e <strong>de</strong>u<br />

um prazo <strong>de</strong> <strong>de</strong>z dias para a <strong>de</strong>finição da condição <strong>de</strong> Zelaya --que acabaria <strong>na</strong><br />

próxima quarta-feira (7). Em comunicado, o governo disse que, caso o ultimato<br />

não fosse respeitado, tomaria "medidas adicio<strong>na</strong>is", sem especificar quais<br />

seriam.<br />

Micheletti afirmou nesta quarta-feira que não tomará nenhuma medida<br />

adicio<strong>na</strong>l contra a embaixada brasileira quando o prazo acabar. "Nós não<br />

vamos fazer <strong>na</strong>da que quebre os acordos inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is que temos", disse o<br />

presi<strong>de</strong>nte interino, que assumiu após o golpe que <strong>de</strong>rrubou Zelaya.<br />

O ultimato pedia ainda que o Brasil <strong>de</strong>cidisse se daria asilo político ao lí<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong>posto, o que abriria caminho para que ele <strong>de</strong>ixasse o país, ou se o tiraria da<br />

embaixada para ser <strong>de</strong>tido pelas autorida<strong>de</strong>s hondurenhas e enfrentar <strong>na</strong><br />

Justiça as acusações <strong>de</strong> corrupção e violação da Constituição.<br />

"Eles po<strong>de</strong>m ficar lá o quanto quiserem. Tudo que precisamos é que o Brasil<br />

garanta que sua missão [diplomática] não seja usada para campanha política",<br />

completou.<br />

Com Efe, France Presse e Reuters<br />

01/10/2009 - 15h20<br />

Conselho <strong>de</strong> Direitos Humanos da ONU con<strong>de</strong><strong>na</strong> abusos em Honduras<br />

da Folha Online<br />

O Conselho <strong>de</strong> Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas)<br />

con<strong>de</strong>nou nesta quinta-feira os abusos cometidos em Honduras após o golpe<br />

<strong>de</strong> Estado <strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> junho, que <strong>de</strong>rrubou o presi<strong>de</strong>nte Manuel Zelaya do po<strong>de</strong>r.


A con<strong>de</strong><strong>na</strong>ção foi realizada após aprovação unânime <strong>de</strong> um pedido dos países<br />

da América Lati<strong>na</strong> e Caribe pelo fim imediato <strong>de</strong> todas as violações.<br />

O conselho, que tem 47 membros e base em Genebra, também pediu a<br />

restituição do presi<strong>de</strong>nte Zelaya. O pedido ecoa o tom do documento<br />

apresentado pelos países americanos que faz um chamado a todos os atores e<br />

instituições para que freiem a violência e respeitem os direitos humanos e as<br />

liberda<strong>de</strong>s fundamentais, assim como pela restauração da <strong>de</strong>mocracia em<br />

Honduras.<br />

Des<strong>de</strong> a volta do presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto Zelaya a Honduras, em 21 <strong>de</strong> setembro<br />

passado, as forças <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong> Honduras ampliaram a segurança <strong>na</strong>s<br />

ruas <strong>de</strong> Tegucigalpa e enfrentaram diversas vezes grupos <strong>de</strong> manifestantes. O<br />

governo admitiu a morte <strong>de</strong> duas pessoas durante estes confrontos.<br />

No último dia (22), um dia após Zelaya chegar a Embaixada do Brasil em<br />

Honduras, on<strong>de</strong> está refugiado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então, policiais e militares hondurenhos<br />

expulsaram com gás lacrimogêneo, canhões <strong>de</strong> água e alto-falantes os cerca<br />

<strong>de</strong> 5.000 manifestantes pró-Zelaya que passaram a madrugada em frente à<br />

embaixada, <strong>de</strong>safiando o toque <strong>de</strong> recolher.<br />

O governo interino, que manteve toque <strong>de</strong> recolher durante boa parte dos <strong>de</strong>z<br />

dias <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a volta <strong>de</strong> Zelaya, emitiu <strong>de</strong>creto no domingo (27) que estabelece<br />

estado <strong>de</strong> exceção no país por 45 dias, limitando as liberda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> locomoção,<br />

<strong>de</strong> reunião e <strong>de</strong> expressão do pensamento e autorizando as <strong>de</strong>tenções sem<br />

or<strong>de</strong>m judicial prévia.<br />

A <strong>de</strong>cisão foi, segundo o presi<strong>de</strong>nte interino Roberto Micheletti, uma reação<br />

aos pedidos <strong>de</strong> Zelaya por mais protestos e insurreição no país.<br />

O conselho pediu ainda à alta comissária <strong>de</strong> direitos humanos, Navanethem<br />

Pillay, um informe sobre a situação dos direitos humanos em Honduras <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

o golpe.<br />

O texto foi promovido por Argenti<strong>na</strong>, Bolívia, Brasil, Chile, Cuba, México,<br />

Nicarágua e Paraguai, os oito países latino-americanos que integram o<br />

conselho.<br />

06/10/2009 - 02h12<br />

U<strong>na</strong>sul criará conselho regio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> luta contra <strong>na</strong>rcotráfico


da Folha Online<br />

Os ministros da área <strong>de</strong> segurança dos países-membros da U<strong>na</strong>sul chegaram<br />

a um acordo nesta segunda-feira para formar, antes <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, o Conselho<br />

Sul-Americano <strong>de</strong> Luta Contra o Narcotráfico, informou o Ministério <strong>de</strong> Governo<br />

(Interior) da Bolívia em comunicado.<br />

O ministro boliviano <strong>de</strong> Governo, Alfredo Rada, assi<strong>na</strong>lou que esta ação foi<br />

resolvida durante uma reunião realizada <strong>na</strong> sexta-feira e sábado passados em<br />

Montevidéu.<br />

"(Também) se ratificou que as forças em áreas fronteiriças através <strong>de</strong> acordos<br />

bi<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, são a via mais bem-sucedida para avançar rumo à regio<strong>na</strong>lização<br />

da luta antidroga", disse Rada.<br />

Além do ministro boliviano, no encontro participaram seus colegas da área <strong>de</strong><br />

segurança da Argenti<strong>na</strong>, Brasil, Uruguai, Paraguai e Chile, enquanto a<br />

Colômbia, Venezuela e Equador enviaram <strong>de</strong>legados em representação <strong>de</strong><br />

suas máxima autorida<strong>de</strong>s.<br />

A tarefa <strong>de</strong> constituição e organização do Conselho Sul-americano <strong>de</strong> Luta<br />

Contra o Narcotráfico foi encarregada ao ministro equatoriano <strong>de</strong> Governo,<br />

Gustavo Jalkh, já que esse país ocupa a Presidência pro tempore da U<strong>na</strong>sul<br />

(União <strong>de</strong> Nações Sul-america<strong>na</strong>s).<br />

Rada acrescentou que os países sul-americanos também estudam a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conformar um fundo <strong>de</strong> luta contra o <strong>na</strong>rcotráfico, embora esta<br />

iniciativa ainda esteja em análise.<br />

O governo <strong>de</strong> Evo Morales promove que a luta contra as drogas seja uma<br />

política regio<strong>na</strong>l para que a América Lati<strong>na</strong> <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r dos EUA, país<br />

ao que acusou <strong>de</strong> "fomentar" o <strong>na</strong>rcotráfico para submeter aos países sul-<br />

americanos.<br />

Com Efe<br />

06/10/2009 - 15h50<br />

Lula diz que o único problema <strong>de</strong> Honduras é Micheletti<br />

MARCIA BIZZOTO<br />

enviada especial da BBC Brasil a Estocolmo


O presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira que o "único"<br />

problema <strong>de</strong> Honduras é ter <strong>na</strong> Presidência "alguém que não <strong>de</strong>veria estar ali",<br />

em uma referência ao presi<strong>de</strong>nte interino do país, Roberto Micheletti. "Só tem<br />

uma coisa errada em Honduras: é estar <strong>na</strong> Presidência quem não <strong>de</strong>veria<br />

estar", disse Lula durante a conclusão da cúpula bilateral entre Brasil e União<br />

Europeia, em Estocolmo, <strong>na</strong> Suécia.<br />

"A solução em Honduras seria simples se os que participaram do golpe <strong>de</strong><br />

Estado saíssem e <strong>de</strong>ixassem o presi<strong>de</strong>nte [<strong>de</strong>posto, Manuel Zelaya] voltar. As<br />

eleições seriam realizadas em novembro e ficaria tudo bem."<br />

Lula afirmou que Zelaya é um "hóspe<strong>de</strong>" <strong>na</strong> embaixada brasileira <strong>na</strong> capital<br />

hondurenha, Tegucigalpa, on<strong>de</strong> se encontra <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o dia 21 <strong>de</strong> setembro. "Ele<br />

chegou lá e não íamos <strong>de</strong>ixá-lo <strong>de</strong>samparado", disse o presi<strong>de</strong>nte.<br />

O presi<strong>de</strong>nte também lembrou do papel <strong>de</strong>sempenhado pela embaixada<br />

cuba<strong>na</strong> no Chile durante o golpe <strong>de</strong> Estado perpetrado pelo general Augusto<br />

Pinochet, em 1973. "Os chilenos se refugiaram <strong>na</strong> embaixada <strong>de</strong> Cuba e nem<br />

mesmo o Pinochet violou a integrida<strong>de</strong> da embaixada", disse.<br />

Na <strong>de</strong>claração fi<strong>na</strong>l da cúpula bilateral, as autorida<strong>de</strong>s brasileiras e europeias<br />

pediram que o governo interino <strong>de</strong> Honduras "respeite a inviolabilida<strong>de</strong>" da<br />

embaixada brasileira em Tegucigalpa. O texto também pe<strong>de</strong> que seja mantida<br />

a integrida<strong>de</strong> física <strong>de</strong> Zelaya, sua família e os membros <strong>de</strong> seu governo que o<br />

acompanham.<br />

Distensão<br />

Também nesta terça-feira, o assessor especial da Presidência, Marco Aurélio<br />

Garcia, afirmou que "ao que parece, Micheletti se <strong>de</strong>u conta das besteiras que<br />

está fazendo". Garcia se referia ao fato <strong>de</strong> o presi<strong>de</strong>nte interino <strong>de</strong> Honduras<br />

ter mostrado, nos últimos dias, uma maior disposição para negociar um fim<br />

para a crise no país centro-americano e ter chegado a admitir, inclusive, um<br />

eventual retorno <strong>de</strong> Zelaya ao po<strong>de</strong>r.<br />

Em mais um si<strong>na</strong>l <strong>de</strong> distensão, o governo interino suspen<strong>de</strong>u, <strong>na</strong> segunda-<br />

feira, o estado <strong>de</strong> sítio que vigorava no país <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 26 <strong>de</strong> setembro, cinco dias<br />

após a volta <strong>de</strong> Zelaya a Honduras. Em uma entrevista coletiva no mesmo dia,<br />

Micheletti afirmou que os responsáveis pela <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> Zelaya, em 28 <strong>de</strong><br />

junho, serão "castigados" pela Justiça hondurenha.<br />

Nesta quarta-feira (7), uma missão da OEA (Organização dos Estados


Americanos) <strong>de</strong>sembarca em Honduras para negociar uma solução para crise<br />

no país.<br />

A <strong>de</strong>legação será chefiada pelo secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza,<br />

e contará ainda com os ministros das Relações Exteriores <strong>de</strong> Costa Rica,<br />

Equador, El Salvador, México, Pa<strong>na</strong>má, Ca<strong>na</strong>dá e Jamaica, além dos<br />

embaixadores do Brasil e da Argenti<strong>na</strong> <strong>na</strong> OEA.<br />

A missão também contará com um representante do secretário-geral da ONU<br />

(Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon.<br />

07/10/2009 - 15h52<br />

Representantes <strong>de</strong> Micheletti e Zelaya negociam sob supervisão da OEA<br />

da Folha Online<br />

Os representantes do governo interino <strong>de</strong> Honduras e do presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto,<br />

Manuel Zelaya, iniciaram nesta quarta-feira um diálogo supervisio<strong>na</strong>do pela<br />

OEA (Organização dos Estados Americanos) que preten<strong>de</strong> resolver a crise<br />

política no país.<br />

A mesa <strong>de</strong> negociação foi aberta com as palavras do chanceler do governo<br />

interino, Carlos Lopez, em um hotel da capital, Tegucigalpa, com a presença do<br />

Secretário Geral da OEA, José Miguel Insulza, e <strong>de</strong> representantes <strong>de</strong> países<br />

da região.<br />

A reunião teve início à 12h20 (15h30 em Brasília), com mais <strong>de</strong> duas horas <strong>de</strong><br />

atraso, e em meio a um gran<strong>de</strong> aparato <strong>de</strong> militares e policiais.<br />

A missão <strong>de</strong>ve ficar até amanhã em Honduras, mas conselheiros políticos <strong>de</strong><br />

Micheletti estimam em pelo menos mais duas sema<strong>na</strong>s as conversas por um<br />

acordo e querem que Zelaya permaneça abrigado <strong>na</strong> Embaixada do Brasil em<br />

Tegucigalpa, para on<strong>de</strong> foi ao voltar ao país, em 21 <strong>de</strong> setembro, até<br />

<strong>de</strong>zembro.<br />

Já Zelaya disse nesta terça-feira que acredita ainda em uma saída à crise<br />

política que vive seu país, mas que não a vê no curto prazo. "Acho que ainda<br />

há uma saída, mas não a vejo próxima", disse, em entrevista à rádio HRN.<br />

O encontro foi proposto por Micheletti <strong>na</strong> última sexta-feira, ao fim <strong>de</strong> uma<br />

sema<strong>na</strong> em que a pressão inter<strong>na</strong> e exter<strong>na</strong> levaram o presi<strong>de</strong>nte interino a<br />

adotar uma posição mais flexível. Em acordo com a proposta, participam das


negociações três representantes <strong>de</strong> seu governo e o mesmo número da parte<br />

<strong>de</strong> Zelaya.<br />

Os representantes <strong>de</strong> Zelaya serão dois <strong>de</strong> seus ministros: Victor Meza<br />

(Interior) e Mayra Mejía (Trabalho), além <strong>de</strong> Juan Baraho<strong>na</strong>, coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dor da<br />

Frente Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> <strong>Resistência</strong> contra o Golpe <strong>de</strong> Estado.<br />

Já do lado <strong>de</strong> Micheletti, participarão Vilma Morales, ex-presi<strong>de</strong>nte da Corte<br />

Suprema <strong>de</strong> Justiça, Armando Aguilar Cruz, um dos diretores do Banco central,<br />

e o empresário e político Arturo Corrales.<br />

A missão da OEA, encabeçada por Insulza, conta com os ministros das<br />

Relações Exteriores do Ca<strong>na</strong>dá, Peter Kent; da Costa Rica, Bruno Stagno; do<br />

Equador, Fan<strong>de</strong>r Falconí; <strong>de</strong> El Salvador, Hugo Martínez; da Guatemala,<br />

Haroldo Rosas; da Jamaica, Ro<strong>na</strong>ld Robinson; do México, Patricia Espinosa; e<br />

do Pa<strong>na</strong>má, Juan Carlos Martinez.<br />

Além <strong>de</strong>les, também fazem parte da comitiva o subsecretário <strong>de</strong> Estado norte-<br />

americano para Assuntos do Hemisfério Oci<strong>de</strong>ntal, Thomas Shannon --<br />

indicado pelo presi<strong>de</strong>nte Barack Obama para ser o novo embaixador dos<br />

Estados Unidos no Brasil --, o secretário <strong>de</strong> Estado para a região ibero-<br />

america<strong>na</strong> da Espanha, Juan Pablo <strong>de</strong> Laiglesia, e os representantes<br />

permanentes perante a OEA <strong>de</strong> Argenti<strong>na</strong> e Brasil, Rodolfo Gil e Ruy Casaes,<br />

respectivamente.<br />

O secretário-geral da OEA afirmou, antes da reunião, que, com a abertura das<br />

reuniões formais, "dá-se início ao diálogo". "Vamos ver aqui o que está<br />

ocorrendo", disse.<br />

Micheletti <strong>de</strong>u esperança <strong>de</strong> avanços no diálogo com um discurso <strong>na</strong> noite<br />

<strong>de</strong>sta terça-feira no qual afirmou que olhará com "novo espírito" aos principais<br />

temas em discussão no Acordo <strong>de</strong> San José, proposta do mediador, o<br />

presi<strong>de</strong>nte da Costa Rica, Oscar Arias, que estabelece a restituição <strong>de</strong> Zelaya<br />

sob um governo <strong>de</strong> coalizão.<br />

"Para consolidar a estabilida<strong>de</strong> política e normalizar as relações <strong>de</strong> nosso país<br />

com a comunida<strong>de</strong> inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, eu acredito que chegou a hora <strong>de</strong> intensificar<br />

o diálogo <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l", disse.<br />

Segundo reportagem da Folha nesta quarta-feira, o governo interino <strong>de</strong>ve<br />

apresentar proposta <strong>na</strong> qual oferece a Zelaya um retorno ao cargo no dia 2 <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>zembro --três dias após as eleições presi<strong>de</strong>nciais para eleger o seu


sucessor.<br />

A proposta é aceita pelas alas mais radicais <strong>de</strong> apoio a Micheletti e também por<br />

setores que apoiavam o interino e que <strong>na</strong>s últimas sema<strong>na</strong>s tentaram mediar a<br />

crise com propostas próprias --Igreja Católica, empresários e políticos.<br />

A oferta do governo interino, batizada <strong>de</strong> Acordo Guaymuras --em referência a<br />

um antigo nome <strong>de</strong> Honduras-- inclui ainda um pacote <strong>de</strong> outras medidas como<br />

a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> um gabinete pre<strong>de</strong>finido para Zelaya, a <strong>de</strong>finição, <strong>na</strong>s<br />

negociações, <strong>de</strong> um pacote amplo <strong>de</strong> ajuda exter<strong>na</strong> a Honduras e uma anistia<br />

para ambos os lados.<br />

A i<strong>de</strong>ia central é que uma volta ao po<strong>de</strong>r com um sucessor <strong>de</strong>mocraticamente<br />

eleito esvaziaria, no ponto <strong>de</strong> vista do atual governo, a autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Zelaya e<br />

a pressão inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l por sua restituição.<br />

Para garantir que as eleições ocorram normalmente e sejam<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lmente aceitas, Micheletti estaria disposto a abrir espaço para<br />

observadores <strong>de</strong> todas as organizações que <strong>de</strong>sejem acompanhar o processo<br />

eleitoral.<br />

Outra questão a ser discutida é que Micheletti seja liberado do status <strong>de</strong> ex-<br />

presi<strong>de</strong>nte uma vez que Zelaya reassuma o posto para po<strong>de</strong>r concorrer ao<br />

cargo em eleições futuras.<br />

Zelaya<br />

Já o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto estabeleceu suas precondições para o diálogo neste<br />

fim <strong>de</strong> sema<strong>na</strong>, quando insistiu em quatro condições essenciais para um<br />

"diálogo sincero".<br />

Uma <strong>de</strong>ssas condições era a suspensão do <strong>de</strong>creto <strong>de</strong> estado <strong>de</strong> sítio --<br />

realizada nesta segunda-feira por Micheletti.<br />

Outra condição é que sejam reabertos a rádio Globo e o ca<strong>na</strong>l 36 <strong>de</strong> televisão,<br />

os únicos dois meios <strong>de</strong> comunicação que mantinham uma clara oposição ao<br />

golpe <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> junho e que foram fechados pelo governo no último<br />

dia 28.<br />

As outras duas exigências, segundo Zelaya, é que se retire o cerco militar à<br />

embaixada brasileira, on<strong>de</strong>, segundo ele, "nos mantêm reclusos como em um<br />

campo <strong>de</strong> concentração".<br />

Zelaya também quer escolher as pessoas <strong>de</strong> sua equipe que participarão no<br />

diálogo, o que é dificultado pelo fato <strong>de</strong> que os membros <strong>de</strong> seu gabinete estão


proibidos <strong>de</strong> entrar <strong>na</strong> representação diplomática do Brasil em Tegucigalpa.<br />

"Além disso, pedimos que não se manche a dignida<strong>de</strong> dos países latino-<br />

americanos <strong>de</strong>bochando <strong>de</strong> seus chanceleres", enfatizou Zelaya.<br />

Com France Presse, Efe e Ansa<br />

07/10/2009 - 03h30<br />

Argenti<strong>na</strong> diz que saída da crise requer políticas para recuperar emprego<br />

da Efe<br />

O chanceler argentino, Jorge Taia<strong>na</strong>, assegurou nesta terça-feira que o<br />

fortalecimento <strong>de</strong>mocrático <strong>na</strong> América e a saída da crise global requerem<br />

"políticas ativas" dos governos, em particular para "recuperar os níveis <strong>de</strong><br />

emprego".<br />

"O fortalecimento da <strong>de</strong>mocracia <strong>na</strong> região requer a consolidação <strong>de</strong> estados<br />

com capacida<strong>de</strong> para garantir um crescimento sustentável, gerar emprego<br />

<strong>de</strong>cente, melhorar a distribuição <strong>de</strong> renda, atrair investimentos produtivos e<br />

aumentar a produtivida<strong>de</strong>", afirmou ao abrir em Buenos Aires a XVI<br />

Conferência Interamerica<strong>na</strong> <strong>de</strong> Ministros <strong>de</strong> Trabalho.<br />

O chefe da diplomacia argenti<strong>na</strong> disse que o ser humano "<strong>de</strong>ve ser o centro do<br />

circuito produtivo" e que por isso seu país somou a seus Objetivos do Milênio a<br />

promoção do trabalho <strong>de</strong>cente.<br />

Sob o lema "Enfrentar a crise com <strong>de</strong>senvolvimento, trabalho <strong>de</strong>cente e<br />

proteção social", o primeiro painel do encontro esteve integrado, além disso,<br />

pelo diretor-geral da Organização Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l do Trabalho (OIT), o chileno<br />

Juan Somavía.<br />

Perante os responsáveis das pastas <strong>de</strong> Trabalho dos países do hemisfério,<br />

Taia<strong>na</strong> expressou que a Argenti<strong>na</strong> consi<strong>de</strong>ra que a estreita relação entre<br />

<strong>de</strong>mocracia e gover<strong>na</strong>bilida<strong>de</strong> e a redução da pobreza e o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

exigem uma ação sustentada <strong>na</strong> região, "não só em nível local, mas também<br />

no âmbito mais amplo das relações inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is".<br />

"Esta conferência acontece <strong>de</strong> forma oportu<strong>na</strong>, em um contexto que segue<br />

marcado pela crise global, crise que alguns se apressam em consi<strong>de</strong>rar<br />

superada, mas que ainda segue tendo efeitos negativos <strong>na</strong> maioria dos<br />

países", sustentou.<br />

Nesse sentido, consi<strong>de</strong>rou "importante coor<strong>de</strong><strong>na</strong>r estratégias entre os


ministérios <strong>de</strong> Trabalho e entre os países para que a recuperação (da<br />

economia real) se dê conjuntamente com a recuperação do emprego".<br />

O ministro argentino <strong>de</strong> Trabalho, Carlos Tomada, <strong>de</strong>stacou por sua vez a<br />

pluralida<strong>de</strong> do espaço <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate e consi<strong>de</strong>rou que o <strong>de</strong>safio da região consiste<br />

em "consolidar um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento com igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

oportunida<strong>de</strong>s para todos".<br />

Tomada ressaltou as "mudanças profundas" que houve no hemisfério nos<br />

últimos anos atrás <strong>de</strong> uma "América mais justa" e avaliou, além disso, o fato <strong>de</strong><br />

que entre os países presentes no encontro haja cinco <strong>na</strong>ções da região que<br />

participam do G20.<br />

A conferência se esten<strong>de</strong>rá até a próxima quinta-feira, quando se prevê que os<br />

ministros divulguem uma <strong>de</strong>claração conjunta e um plano <strong>de</strong> ação.<br />

10/10/2009 - 03h02<br />

Se<strong>na</strong>do aprova polêmica lei <strong>de</strong> mídia <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong><br />

da Efe, em Buenos Aires<br />

Atualizado às 3h44<br />

O Se<strong>na</strong>do da Argenti<strong>na</strong> aprovou hoje, após quatorze horas <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates, a nova<br />

lei <strong>de</strong> meios audiovisuais proposta pelo governo <strong>de</strong> Cristi<strong>na</strong> Kirchner em uma<br />

queda-<strong>de</strong>-braço com a oposição e gran<strong>de</strong>s empresas jor<strong>na</strong>lísticas que veem<br />

afetados seus interesses.<br />

A nova lei foi aprovada por 44 votos contra 24, <strong>na</strong> presença <strong>de</strong> 68 dos 72<br />

membros do Se<strong>na</strong>do.<br />

Os mais <strong>de</strong> 160 artigos da normativa já contam com o si<strong>na</strong>l ver<strong>de</strong> da Câmara<br />

dos Deputados.<br />

O resultado <strong>de</strong>ssa primeira votação <strong>de</strong>spertou os aplausos <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong><br />

número <strong>de</strong> manifestantes mobilizados em frente à se<strong>de</strong> do Parlamento por<br />

grupos políticos e sociais que apoiam o governo.<br />

Estes manifestantes seguiram os <strong>de</strong>bates por meio <strong>de</strong> uma "rádio aberta" e<br />

uma gran<strong>de</strong> tela <strong>de</strong> televisão instalada em um camarote da chamada "Coalizão<br />

por uma Radiodifusão Democrática".<br />

O peronista Frente para a Victoria <strong>de</strong> Fernán<strong>de</strong>z sustentava ter mais dos 37<br />

votos necessários para que a lei fosse aprovada sem nenhuma mudança em<br />

seus artigos.


Durante os <strong>de</strong>bates, que começaram às 11h locais <strong>de</strong> sexta-feira (14h <strong>de</strong><br />

Brasília), alguns se<strong>na</strong>dores governistas insistiram que se tratava <strong>de</strong> uma lei<br />

que termi<strong>na</strong>ria com os monopólios midiáticos, e alguns <strong>de</strong>nunciaram haver<br />

recebido "pressões" da imprensa.<br />

Governistas também acusaram a oposição <strong>de</strong> usar <strong>de</strong>sculpas para <strong>de</strong>morar a<br />

aprovação da nova lei, em sintonia com os interesses <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />

conglomerados <strong>de</strong> meios <strong>de</strong> comunicação.<br />

Pichetto sustentou que a nova lei seria aprovada sem mudar o texto aprovado<br />

pelos <strong>de</strong>putados porque "já houve um amplo consenso" <strong>na</strong> câmara legislativa,<br />

no qual o governo aceitou "gran<strong>de</strong>s" modificações, entre elas que as<br />

companhias telefônicas não po<strong>de</strong>rão entrar no negócio dos meios audiovisuais.<br />

Antes <strong>de</strong> começar os <strong>de</strong>bates, o chefe do grupo <strong>de</strong> legisladores governistas<br />

tinha assegurado que entre os 72 membros do Se<strong>na</strong>do havia "entre 38 e 39"<br />

votos a favor <strong>de</strong> não mudar nenhum artigo da nova lei, que substituirá a lei<br />

vigente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a ditadura militar (1976-1983).<br />

Os artigos questio<strong>na</strong>dos são os referentes à criação da Autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Aplicação, encarregada <strong>de</strong> regular a mídia que, segundo a oposição, estará<br />

controlada pelo governo, e ao período que as empresas jor<strong>na</strong>lísticas têm para<br />

se adaptar à nova lei.<br />

11/10/2009 - 20h03<br />

Grupos <strong>de</strong> mídia da Argenti<strong>na</strong> vão recorrer <strong>de</strong> nova lei <strong>na</strong> Justiça<br />

da France Presse, em Buenos Aires<br />

O Clarín, maior grupo empresarial dos meios <strong>de</strong> comunicação da Argenti<strong>na</strong>, e o<br />

Grupo Uno, do mesmo ramo, anunciaram neste domingo que questio<strong>na</strong>rão<br />

judicialmente a constitucio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> da lei <strong>de</strong> Serviços <strong>de</strong> Comunicação<br />

Audiovisual, aprovada <strong>na</strong> véspera.<br />

"O Grupo Clarín vai recorrer à Justiça para fazer valer seus direitos. Não se<br />

trata <strong>de</strong> ganhar tempo, trata-se da existência <strong>de</strong> artigos realmente<br />

inconstitucio<strong>na</strong>is. Alguém tem <strong>de</strong> consertar isso", afirmou o diretor <strong>de</strong> Relações<br />

Exteriores do Clarín, Jorge Rendo.<br />

O executivo disse que o Grupo Clarín tem 16 mil funcionários diretos e já<br />

promoveu a retirada voluntária em sua controlada TYC, que per<strong>de</strong>u o<br />

monopólio das transmissões do futebol <strong>de</strong> primeira divisão, mas não tem outros


planos <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> seu pessoal.<br />

O empresário Daniel Vila, presi<strong>de</strong>nte do Grupo Uno, disse que vai "recorrer à<br />

justiça para impedir que a lei seja aplicada, porque vários <strong>de</strong> seus artigos são<br />

inconstitucio<strong>na</strong>is", acrescentando que as <strong>de</strong>missões serão inevitáveis.<br />

"O que vai acontecer se em um ano não vendo minha empresa?, perguntou<br />

Vila, referindo-se ao artigo da lei que impõe limites à concentração <strong>de</strong> licenças<br />

e si<strong>na</strong>is. "Terei <strong>de</strong> baixar as corti<strong>na</strong>s, pagar as in<strong>de</strong>nizações e <strong>de</strong>mitir pessoas",<br />

respon<strong>de</strong>u.<br />

O Se<strong>na</strong>do argentino adotou <strong>de</strong>finitivamente sábado uma reforma do<br />

audiovisual <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>da a lutar contra os monopólios, apoiada pelos sindicatos<br />

dos jor<strong>na</strong>listas, mas apresentada pela oposição e os gran<strong>de</strong>s grupos <strong>de</strong> mídia<br />

como uma tentativa do executivo <strong>de</strong> controlar a imprensa.<br />

A presi<strong>de</strong>nte argenti<strong>na</strong>, Christi<strong>na</strong> Kirchner, já havia conseguido antes a<br />

aprovação do projeto <strong>de</strong> lei <strong>na</strong> Câmara dos Deputados graças ao apoio dos<br />

blocos <strong>de</strong> centro-esquerda, coalizão que representou uma virada <strong>na</strong> política <strong>de</strong><br />

alianças do governo. A presi<strong>de</strong>nte ainda tenta se refazer politicamente da dura<br />

<strong>de</strong>rrota sofrida nos maiores distritos <strong>na</strong>s eleições legislativas <strong>de</strong> junho.<br />

A nova lei substituirá a atualmente em vigor, que data da ditadura (1976-1983).<br />

Ela prevê que as organizações não-gover<strong>na</strong>mentais terão acesso a um terço<br />

do espaço audiovisual, assim como as mídias públicas e privadas, o que fez<br />

com que a lei fosse apoiada por inúmeras associações.<br />

Para acabar com os monopólios, o projeto impediu também uma mesma<br />

empresa <strong>de</strong> possuir um ca<strong>na</strong>l aberto e um ca<strong>na</strong>l a cabo <strong>na</strong> mesma região. Os<br />

grupos afetados terão um ano para se <strong>de</strong>sfazer <strong>de</strong> um ou <strong>de</strong> outro ca<strong>na</strong>l.<br />

14/10/2009 - 16h51<br />

Paraguai abre arquivo da ditadura; ativistas dizem ter achado dados da<br />

Operação Condor<br />

da Folha Online<br />

Ativistas <strong>de</strong> direitos humanos anunciaram ter encontrado nesta quarta-feira nos<br />

arquivos do Ministério da Defesa paraguaio documentos com dados da<br />

Operação Condor, a colaboração entre os regimes autoritários da região nos<br />

anos 70 e 80 contra opositores políticos e membros <strong>de</strong> grupos armados <strong>de</strong>


esquerda --que muitas vezes, também mantinham colaboração entre eles.<br />

Os arquivos da ditadura paraguaia foram abertos hoje pela primeira vez graças<br />

a um acordo entre o governo do presi<strong>de</strong>nte socialista Fer<strong>na</strong>ndo Lugo e<br />

organizações <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa dos direitos humanos, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um pedido<br />

apresentado pelas vítimas da ditadura do país.<br />

"É um fato histórico que é a primeira vez <strong>na</strong> história da América Lati<strong>na</strong> em que<br />

as Forças Armadas abrem seus arquivos", disse Martin Almada, que li<strong>de</strong>rou o<br />

grupo <strong>de</strong> ativistas que se entrou no arquivo, com a autorização do ministro<br />

paraguaio da Defesa, Luis Bareiro. "O fato <strong>de</strong> as Forças Armadas abrirem seus<br />

arquivos vai ajudar muito a investigação da Operação Condor [...] e vai ajudar a<br />

Justiça inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>na</strong> Espanha, Argenti<strong>na</strong>, Chile e França."<br />

Almada disse ter encontrado uma tonelada <strong>de</strong> documentos no ministério. Em<br />

1992, ele ajudou a <strong>de</strong>scobrir nos arquivos da polícia da ditadura <strong>de</strong> Alfredo<br />

Stroessner (1954-89) os chamados "Arquivos do Terror", on<strong>de</strong> disse que<br />

haviam três toneladas <strong>de</strong> material.<br />

"Nós estamos encontrando dados da Operação Condor, da ligas agrícolas<br />

[movimento camponês <strong>de</strong> oposição à ditadura], da repressão às mulheres, <strong>de</strong><br />

guerrilheiros argentinos e documentos que eram consi<strong>de</strong>rados subversivos",<br />

disse o ativista.<br />

Norma Barrios, responsável pelo processamento <strong>de</strong> documentos, <strong>de</strong>stacou que<br />

das 10 mil pastas que compõem o acervo, cerca <strong>de</strong> 200 contêm informações<br />

sobre o papel dos militares <strong>na</strong> repressão durante a ditadura Stroessner.<br />

"Encontramos documentos que falam do G2, o grupo <strong>de</strong> inteligência<br />

encarregado <strong>de</strong> colocar em prática a Operação Condor, que po<strong>de</strong>m servir <strong>na</strong>s<br />

investigações", explicou.<br />

A abertura dos arquivos acontece quando a Justiça paraguaia investiga uma<br />

possível cova clan<strong>de</strong>sti<strong>na</strong> no sul do país, on<strong>de</strong> estariam enterrados sete<br />

<strong>de</strong>saparecidos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1960. O local foi <strong>de</strong>nunciado por um homem que<br />

escapou da polícia repressiva e disse que seus companheiros foram<br />

enterrados ali.<br />

Essa é a terceira escavação neste ano que tenta <strong>de</strong>scobrir as cente<strong>na</strong>s <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>saparecidos durante o regime <strong>de</strong> Stroessner, que segundo organismos<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes é responsável por mais <strong>de</strong> 900 assassi<strong>na</strong>tos e milhares <strong>de</strong><br />

casos <strong>de</strong> tortura.


"É um gran<strong>de</strong> avanço. Isso se passou há 30 ou 40 anos e ficou impune, mas<br />

isso tem que acabar, temos que saber a verda<strong>de</strong> e que a Justiça aja", concluiu<br />

Almada.<br />

Com Reuters e Efe<br />

14/10/2009 - 22h46<br />

Argenti<strong>na</strong> oferece recompensa por informações sobre repressores da<br />

ditadura<br />

da Efe, em Buenos Aires<br />

O governo argentino oferece recompensas para obter informações que levem à<br />

captura <strong>de</strong> 16 repressores acusados <strong>de</strong> crimes <strong>de</strong> lesa-humanida<strong>de</strong> durante a<br />

última ditadura ditadura no país.<br />

Em comunicado, o Ministério da Justiça argentino diz que dará 100 mil pesos<br />

(US$ 26 mil) por informações corretas sobre o para<strong>de</strong>iro dos procurados.<br />

Segundo as autorida<strong>de</strong>s argenti<strong>na</strong>s, "este mecanismo já permitiu a captura <strong>de</strong><br />

oito foragidos acusados <strong>de</strong> ter participado da repressão ilegal durante a última<br />

ditadura militar".<br />

Os foragidos pelos quais se oferecem recompensas são Roberto Oscar<br />

González, Pedro Osvaldo Salvia, Eduardo Ángel Cruz, Néstor Norberto<br />

Cendón, Luis Enrique Baraldini, Gonzalo Sánchez, Jorge Raúl Vildoza, Juan<br />

Carlos Li<strong>na</strong>res, Jorge Manuel Díaz Smith e Héctor Mario Schwab.<br />

Também estão <strong>na</strong> lista Eduardo Abelardo Britos, Juan Carlos Vázquez<br />

Sarmiento, Aldo Mario Álvarez, Jorge Héctor Di Pascuale, Jorge Héctor Vidal e<br />

Fer<strong>na</strong>ndo Fe<strong>de</strong>rico Delgado.<br />

Segundo números oficiais, quase 20 mil pessoas <strong>de</strong>sapareceram durante a<br />

última ditadura militar <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong> (1976-1983), embora organizações <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>fesa dos direitos humanos elevem este número para 30 mil.<br />

15/10/2009 - 17h27<br />

Uruguai <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que missão da ONU tenha plano <strong>de</strong> longo prazo no Haiti<br />

Da Folha Online<br />

da France Presse, em Montevidéu


O chanceler do Uruguai, Pedro Vaz, afirmou nesta quinta-feira, em entrevista,<br />

que seu país quer elaborar um projeto integral e <strong>de</strong> longo prazo para o Haiti e<br />

não ape<strong>na</strong>s a prorrogação da Missão das Nações Unidas para a Estabilização<br />

do Haiti (Minustah), que é li<strong>de</strong>rada pelas tropas do Brasil. "Isso <strong>de</strong>ve ir além <strong>de</strong><br />

uma prorrogação", disse.<br />

Na opinião do chanceler, o projeto <strong>de</strong>verá permitir "modificar a Minustah em<br />

prol <strong>de</strong> objetivos muitos mais econômicos ou humanos e, ao mesmo tempo,<br />

reduzi-la em termos quantitativos". "É preciso pensar a médio prazo em todos<br />

os aspectos da missão e não só no da segurança, que certamente melhorou<br />

consi<strong>de</strong>ravelmente, mas no reforço <strong>de</strong> alguns setores do Estado haitiano e no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento em todos os sentidos."<br />

Nesta terça-feira (13), o Conselho <strong>de</strong> Segurança da ONU (Organização das<br />

Nações Unidas) aprovou por u<strong>na</strong>nimida<strong>de</strong> a prorrogação da Minustah por um<br />

ano, até 15 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2010, sob o argumento <strong>de</strong> que a situação no país<br />

continua a constituir uma ameaça para a paz e a segurança inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is,<br />

apesar dos progressos recentes.<br />

Para o Conselho <strong>de</strong> Segurança da ONU, o número <strong>de</strong> soldados precisa ser<br />

reduzido em 120 homens, para 6.940, com o simultâneo aumento em 120<br />

homens do número <strong>de</strong> policiais, que passará para 2.211, e po<strong>de</strong> ser revista<br />

novamente no futuro, à medida que a Polícia Nacio<strong>na</strong>l do Haiti ganhar<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> assumir a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> garantir a segurança.<br />

A Minustah foi criada pelo Conselho <strong>de</strong> Segurança em 30 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2004, por<br />

meio da resolução 1542, para restaurar a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>pois da violenta <strong>de</strong>posição<br />

e saída do país do presi<strong>de</strong>nte Jean Bertrand Aristi<strong>de</strong>. Além do Uruguai e do<br />

Brasil, participam da missão países latino-americanos como Argenti<strong>na</strong>, Bolívia,<br />

Chile, Colômbia, Equador, El Salvador, Guatemala, Paraguai e Peru, assim<br />

como Espanha, França, Itália, Ca<strong>na</strong>dá e Estados Unidos, entre outros <strong>de</strong> todos<br />

os continentes.<br />

A renovação do mandato acontece quatro dias <strong>de</strong>pois que um avião Casa-212<br />

do contingente uruguaio da Minustah caiu no interior do Haiti, perto da fronteira<br />

com a República Dominica<strong>na</strong>. No aci<strong>de</strong>nte morreram os seis soldados<br />

uruguaios e cinco soldados jordanianos que formavam a tripulação do avião,<br />

que realizava uma missão rotineira <strong>de</strong> vigilância da fronteira.


16/11/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “Folha <strong>de</strong> S. Paulo”<br />

Link da notícia:<br />

http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u652940.shtml<br />

O presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva foi informado <strong>de</strong> antemão pelo<br />

hondurenho Manuel Zelaya <strong>de</strong> que ele não mais aceitaria o acordo fechado<br />

com o governo do interino Roberto Micheletti para voltar ao cargo.<br />

19/10/2009 - 21h48<br />

Colômbia teve mais <strong>de</strong> 27 mil <strong>de</strong>saparecidos entre 1988 e 2003, diz<br />

promotor<br />

da Reuters, em Bogotá<br />

Mais <strong>de</strong> 27 mil pessoas <strong>de</strong>sapareceram e, posteriormente, foram assassi<strong>na</strong>das<br />

por grupos armados ilegais <strong>na</strong> Colômbia entre 1988 e 2003 em meio ao conflito<br />

interno no país sul-americano, informou nesta segunda-feira um funcionário da<br />

Promotoria-Geral.<br />

O chefe da Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Justiça e Paz da Promotoria, Luis González, disse que<br />

o total <strong>de</strong> 27.384 pessoas <strong>de</strong>saparecidas a força e assassi<strong>na</strong>das foi registrado<br />

durante três anos <strong>de</strong> viagens pelo país enquanto recebia <strong>de</strong>núncias, muitas<br />

admitidas por guerrilheiros e paramilitares.<br />

O número supera as mais <strong>de</strong> 3.000 <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> <strong>de</strong>saparecimentos no Chile<br />

durante a ditadura militar e chega perto dos 30 mil casos <strong>de</strong> pessoas<br />

sequestradas, torturadas e assassi<strong>na</strong>das <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong> durante sua última<br />

ditadura, segundo <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> organismos <strong>de</strong> direitos humanos.<br />

González disse à rádio Caracol que a maioria dos casos, cerca <strong>de</strong> 75%, é<br />

atribuída pelas famílias das vítimas aos esquadrões paramilitares <strong>de</strong> ultradireita<br />

e os <strong>de</strong>mais às guerrilhas esquerdistas das Farc (Forças Armadas<br />

Revolucionárias da Colômbia) e do Exército da Libertação Nacio<strong>na</strong>l (ELN).<br />

De acordo com funcionários judiciais da Colômbia, os integrantes <strong>de</strong> grupos<br />

armados que não confessarem os <strong>de</strong>saparecimentos forçados e os<br />

assassi<strong>na</strong>tos po<strong>de</strong>rão ser investigados e castigados pela Corte Pe<strong>na</strong>l<br />

Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l a partir <strong>de</strong> 1° <strong>de</strong> novembro, quando vence a prorrogação <strong>de</strong> sete<br />

anos que o país pediu ao tribu<strong>na</strong>l.<br />

O funcionário sustentou que a maior parte das pessoas <strong>de</strong>saparecidas e


assassi<strong>na</strong>das <strong>na</strong> Colômbia era camponeses humil<strong>de</strong>s <strong>de</strong>dicados à ativida<strong>de</strong><br />

agrícola, à pecuária ou ao comércio.<br />

Viernes, 23 <strong>de</strong> octubre <strong>de</strong> 2009<br />

EL FRENTE AMPLIO Y SU CANDIDATO JOSE MUJICA ARRASAN EN LAS<br />

ZONAS CARENCIADAS DE MONTEVIDEO (Pági<strong>na</strong> 12)<br />

En el Barrio Sur todos están con el Pepe<br />

La fórmula oficialista, que aspira a ga<strong>na</strong>r el domingo, promete continuar y<br />

profundizar las políticas <strong>de</strong>l gobierno <strong>de</strong> Tabaré Vázquez <strong>de</strong> combate a la<br />

pobreza y reducción <strong>de</strong>l <strong>de</strong>sempleo. El panorama económico que <strong>de</strong>ja el<br />

Frente Amplio.<br />

Por Merce<strong>de</strong>s López San Miguel<br />

Des<strong>de</strong> Montevi<strong>de</strong>o<br />

Se baja <strong>de</strong> la carreta tirada por un caballo, buscando cartones y bolsas <strong>de</strong><br />

plástico en la vereda. Tiene 22 años, pero parece menos, se llama Jo<strong>na</strong>than<br />

Sandalio Lu<strong>na</strong> y junto con su amigo Gerardo Mén<strong>de</strong>z se la rebuscan esta tar<strong>de</strong><br />

soleada en el Barrio Sur <strong>de</strong> la capital. Jo<strong>na</strong>than vota por “el Pepe”, dice que<br />

“por todo” y sonríe; Gerardo todavía no vota, pero también se incli<strong>na</strong> por<br />

Mujica. El candidato <strong>de</strong>l Frente Amplio (FA) arrasa en intención <strong>de</strong> votos en los<br />

barrios humil<strong>de</strong>s como Sur y en los más margi<strong>na</strong>les <strong>de</strong> la periferia. La fórmula<br />

oficialista que aspira a ga<strong>na</strong>r el domingo promete continuar y profundizar las<br />

políticas <strong>de</strong>l gobierno <strong>de</strong> Tabaré Vázquez <strong>de</strong> combate a la pobreza y reducción<br />

<strong>de</strong>l <strong>de</strong>sempleo. El Frente Amplio bajó la pobreza y la indigencia; sin embargo,<br />

la <strong>de</strong>sigualdad persiste en la ciudad.<br />

Mientras toca el timbre <strong>de</strong> u<strong>na</strong> casa, Jo<strong>na</strong>than se muestra amable al diálogo.<br />

–¿Cuánto dinero hacés vendiendo cartones y plásticos?<br />

–Me dan diez pesos (dos pesos argentinos) por kilo <strong>de</strong> nylon y diez por kilo <strong>de</strong><br />

cartón. En un mes puedo sacar 500 pesos.<br />

–¿Tenés familia?<br />

–Sí, mujer y beba. A veces hago changas en el puerto. Des<strong>de</strong> la maña<strong>na</strong> hasta<br />

la noche.<br />

–¿Pudiste ir al colegio?


–El primario.<br />

Termi<strong>na</strong> <strong>de</strong> juntar los cartones, saluda y se va.<br />

En Uruguay la <strong>de</strong>socupación bajó, hoy ronda el 6,3 por ciento y la pobreza, que<br />

en 2004 –cuando ganó el FA– era <strong>de</strong>l 30 por ciento pasó a ser <strong>de</strong>l 20 por<br />

ciento. Rubén Tansini, catedrático <strong>de</strong>l <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> Economía <strong>de</strong> la<br />

Universidad <strong>de</strong> la República, a<strong>na</strong>liza el cambio <strong>de</strong> los indicadores sociales.<br />

“Bajó la indigencia, pero menos <strong>de</strong> lo que se esperaba. Llegó a estar en 3 por<br />

ciento y ahora en el 1,5, según el Instituto Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Estadística. Se redujo la<br />

<strong>de</strong>sigualdad, pero existen sectores difíciles <strong>de</strong> insertar, los <strong>de</strong> mayor pobreza.<br />

Los niños <strong>na</strong>cen pobres, se <strong>de</strong>be romper con el círculo vicioso.” Otros<br />

indicadores son el crecimiento y la inversión. “Subieron las tasas <strong>de</strong><br />

crecimiento <strong>de</strong>l 6 por ciento y <strong>de</strong> inversión, pero eso no tuvo impacto en la<br />

redistribución <strong>de</strong>l ingreso”, señala el académico. Y agrega que el problema <strong>de</strong><br />

la pobreza extendida lo heredó el primer gobierno <strong>de</strong> centroizquierda <strong>de</strong> los<br />

gobiernos anteriores colorados y blancos. “Se formaron núcleos duros <strong>de</strong><br />

pobreza urba<strong>na</strong>, difíciles <strong>de</strong> erradicar.”<br />

Para el a<strong>na</strong>lista, el mecanismo para salir <strong>de</strong> esta situación es generar más<br />

trabajo y mejorar la educación. El Frente Amplio marcó su impronta con el Plan<br />

Ceibal. “En dos años y medio, el gobierno entregó 380 mil computadoras a<br />

chicos <strong>de</strong> primaria, y ahora se preten<strong>de</strong> hacer lo mismo en el secundario. El<br />

impacto es siempre positivo, pero se ve a mediano plazo. Ahora habría que<br />

atacar los problemas <strong>de</strong> los alumnos secundarios. “Existen problemas serios <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>serción, repetición <strong>de</strong> los alumnos. El 60 por ciento solamente termi<strong>na</strong> el<br />

secundario.”<br />

Jo<strong>na</strong>than y Gerardo nunca empezaron el secundario. “Hice hasta sexto”, dice<br />

Gerardo, levantando los hombros y como restán-<br />

dole importancia. Vive en Barrio Sur, en el centro <strong>de</strong> Montevi-<br />

<strong>de</strong>o, un barrio que tiene algo <strong>de</strong> Constitución. Casas viejas y<br />

semiabando<strong>na</strong>das, fachadas grises, puertas sin vidrio tapadas con cartón. Es<br />

un barrio “pichi”, como llaman acá a la zo<strong>na</strong> pobre. De las venta<strong>na</strong>s <strong>de</strong> al<br />

menos u<strong>na</strong> casa por cuadra cuelga la ban<strong>de</strong>ra <strong>de</strong>l Frente Amplio, <strong>de</strong>l tricolor<br />

rojo, azul y blanco; o carteles con slogans “Mujica-Astori. Con el FA el pueblo<br />

ga<strong>na</strong>”.<br />

En un portal, un joven que no tendrá más <strong>de</strong> 14 años duerme <strong>de</strong> cara al sol. Al


pasar por la calle Zelmar Michelini, en home<strong>na</strong>je al político asesi<strong>na</strong>do en la<br />

Argenti<strong>na</strong>, un vecino señala un lugar que ya no es el mismo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> la última<br />

dictadura militar (1973-1985): lo que hoy es un complejo <strong>de</strong> <strong>de</strong>partamentos en<br />

el pasado fue un conventillo. Lo <strong>de</strong>salojaron los militares. Lo habitaban sólo<br />

afro<strong>de</strong>scendientes que tocaban los tambores. Vecinos <strong>de</strong>l barrio siguen con la<br />

vieja costumbre <strong>de</strong> tocar candombes en la plaza Me<strong>de</strong>llín.<br />

Viernes, 23 <strong>de</strong> octubre, 2009 - AÑO 10 - Nro.3427<br />

La República - Política<br />

Traslados clan<strong>de</strong>stinos. 25 años para el dictador por 37 homicidios y 20 años<br />

para el marino por 29 homicidios<br />

Juez con<strong>de</strong>nó al Goyo y a Larcebeau<br />

La Justicia con<strong>de</strong>nó ayer al ex dictador Gregorio "Goyo" Alvarez y al marino<br />

Juan Carlos Larcebeau por reiterados <strong>de</strong>litos <strong>de</strong> "homicidio muy especialmente<br />

agravados". El fallo <strong>de</strong> primera instancia tipifica los crímenes como <strong>de</strong>litos <strong>de</strong><br />

lesa humanidad y los consi<strong>de</strong>ra imprescriptibles.<br />

Mauricio Pérez |<br />

Larcebeau al juzgado. Llegó con fuerte custodia y con un chaleco antibalas.<br />

El ex dictador Gregorio "Goyo" Alvarez, uno <strong>de</strong> los principales referentes <strong>de</strong>l<br />

proceso cívico militar <strong>de</strong>sarrollado en Uruguay entre 1973¬85, fue con<strong>de</strong><strong>na</strong>do<br />

ayer a 25 años <strong>de</strong> penitenciaria, como autor responsable <strong>de</strong> 37 <strong>de</strong>litos <strong>de</strong><br />

"homicidio muy especialmente agravados", por el traslado clan<strong>de</strong>stino <strong>de</strong><br />

presos políticos en 1978.<br />

El juez Pe<strong>na</strong>l <strong>de</strong> 19º Turno, Luis Charles, dispuso la con<strong>de</strong><strong>na</strong> al <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r su<br />

responsabilidad cupular en la configuración <strong>de</strong> la política <strong>de</strong> lucha contra la<br />

subversión. "La teoría <strong>de</strong>l dominio <strong>de</strong>l hecho a través <strong>de</strong> un aparato organizado<br />

<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r es el fundamento legal para consi<strong>de</strong>rar a las Juntas Militares y <strong>de</strong>más<br />

involucrados responsables <strong>de</strong> los <strong>de</strong>litos cometidos durante el régimen<br />

cívico¬militar uruguayo", expresó el magistrado.<br />

En este sentido, el concepto normativo <strong>de</strong> autor podría exten<strong>de</strong>rse "para<br />

abarcar la responsabilidad pe<strong>na</strong>l <strong>de</strong> quienes ostentaban cargos <strong>de</strong> jerarquía en<br />

las estructuras <strong>de</strong>l Estado, ya sea en la órbita militar, policial o civil", dice la<br />

sentencia a la cual accedió LA REPUBLICA.


"Quien tiene el dominio <strong>de</strong>l hecho es el dueño <strong>de</strong> la situación <strong>de</strong>lictiva, a pesar<br />

<strong>de</strong> no intervenir perso<strong>na</strong>lmente en su realización. En dicho 'aparato' existe u<strong>na</strong><br />

estructura objetiva suficiente, que justifica el traslado <strong>de</strong> la condición <strong>de</strong> autor a<br />

quien da las ór<strong>de</strong>nes, sin restarlo <strong>de</strong>l ejecutor inmediato <strong>de</strong> los hechos<br />

materiales", indica.<br />

"Aún no habiendo participado directamente en el momento <strong>de</strong> la consumación,<br />

los mandos <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ron a otros a cometer el <strong>de</strong>lito, ya sea por la pasividad <strong>de</strong><br />

su control en la legalidad <strong>de</strong> las acciones, ya sea por la implementación,<br />

planificación y dirección <strong>de</strong> los operativos", enfatiza.<br />

No sabe/no contesta<br />

Alvarez manifestó "sistemáticamente" ante la Justicia "su <strong>de</strong>sconocimiento<br />

absoluto respecto a la eventual situación <strong>de</strong> ciudadanos uruguayos recluídos<br />

en centros <strong>de</strong> <strong>de</strong>tención clan<strong>de</strong>stinos <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>l territorio <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l o en el<br />

exterior, y <strong>de</strong> la participación <strong>de</strong> militares uruguayos operando" en Argenti<strong>na</strong>,<br />

indica el magistrado.<br />

Sin embargo, "no es ilógico <strong>de</strong>ducir coherentemente que no podía existir<br />

información <strong>de</strong>sconocida ni secreta para él, por su condición <strong>de</strong> jerarca máximo<br />

<strong>de</strong>l Ejército", porque incluso "asumió la responsabilidad por todos los hechos<br />

<strong>de</strong> sus subordi<strong>na</strong>dos vinculados a la lucha contra la subversión", por or<strong>de</strong>n<br />

777/78, señala la sentencia.<br />

"Alvarez niega conocer el funcio<strong>na</strong>miento, ubicación en el organigrama militar y<br />

quien operaba en el establecimiento La Tablada, así como la existencia <strong>de</strong>l<br />

OCOA, ignorando a<strong>de</strong>más la actividad <strong>de</strong> sus subordi<strong>na</strong>dos en la República<br />

Argenti<strong>na</strong> y otros países <strong>de</strong>l Cono Sur".<br />

No obstante, "por la jerarquía militar que <strong>de</strong>sempeñaba y por integrar en el año<br />

1978 la Junta <strong>de</strong> Comandantes en Jefe, en su carácter <strong>de</strong> mando, no podía<br />

<strong>de</strong>sconocer la conducción <strong>de</strong> la política <strong>de</strong> gobierno en materia <strong>de</strong><br />

lineamientos, coordi<strong>na</strong>ción y cooperación con otros gobiernos en la llamada<br />

'guerra contra la subversión'", indica Charles.<br />

En su legajo<br />

El capitán <strong>de</strong> <strong>na</strong>vío (r) Juan Carlos Larcebeau, por su parte, fue con<strong>de</strong><strong>na</strong>do a<br />

20 años <strong>de</strong> penitenciaría, ya que como oficial <strong>de</strong> Inteligencia <strong>de</strong>l Estado Mayor


<strong>de</strong>l Fus<strong>na</strong>, S2, viajaba "asiduamente a Argenti<strong>na</strong>, don<strong>de</strong> participó en<br />

operaciones militares tendientes a la <strong>de</strong>sarticulación <strong>de</strong>l <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>do aparato<br />

subversivo".<br />

Larcebeau participó "<strong>de</strong> los grupos armados que realizaron <strong>de</strong>tenciones<br />

ilegales en Argenti<strong>na</strong>, interrogatorios con apremios psico¬físicos, traslados y<br />

asesi<strong>na</strong>tos", y pese a que "estaba sometido a jerarquía (...) resulta notorio que<br />

poseía faculta<strong>de</strong>s <strong>de</strong> mando y que sus activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Inteligencia eran<br />

operativas", señala el magistrado.<br />

En este sentido, su accio<strong>na</strong>r "constituyó parte <strong>de</strong> u<strong>na</strong> política sistemática <strong>de</strong><br />

aniquilamiento <strong>de</strong> los <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>dos grupos subversivos, <strong>de</strong>biéndose tener<br />

presente las características propias <strong>de</strong> la misma, especialmente su<br />

clan<strong>de</strong>stinidad, así como la total <strong>de</strong>gradación <strong>de</strong> las perso<strong>na</strong>s <strong>de</strong>tenidas que<br />

permanecían encapuchadas o vendadas y eran sometidas a distintas formas<br />

<strong>de</strong> tortura".<br />

La presencia <strong>de</strong> Larcebeau en Argenti<strong>na</strong> fue confirmada por su propio legajo<br />

perso<strong>na</strong>l, y el testimonio <strong>de</strong> efectivos <strong>de</strong> la Armada, como el capitán Eduardo<br />

Laffitte, los cuales confirmaron los viajes <strong>de</strong>l marino para coordi<strong>na</strong>r, como jefe<br />

<strong>de</strong>l S2, acciones con grupos <strong>de</strong> la Escuela <strong>de</strong> Mecánica (ESMA). El marino fue<br />

consi<strong>de</strong>rado autor <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong>litos <strong>de</strong> "homicidio muy especialmente agravado".<br />

Lesa humanidad<br />

La sentencia con<strong>de</strong><strong>na</strong>toria contra Alvarez y Larcebeau <strong>de</strong>sestimó la tipificación<br />

"<strong>de</strong> <strong>de</strong>saparición forzada" imputada por la fiscal Mirtha Guianze (ver recuadro),<br />

pese a lo cual consi<strong>de</strong>ra los crímenes como "<strong>de</strong>litos <strong>de</strong> lesa humanidad", y por<br />

tanto imprescriptibles.<br />

"El asesi<strong>na</strong>to, el secuestro, la tortura y los tratos crueles e inhumanos,<br />

perpetrados contra u<strong>na</strong> población civil a gran escala y <strong>de</strong> acuerdo a un plan<br />

sistemático ¬llevados a cabo por funcio<strong>na</strong>rios estatales o con la aquiescencia<br />

estatal¬ constituyen crímenes contra la humanidad", por lo menos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> la<br />

Segunda Guerra Mundial, recuerda el magistrado.<br />

"Mucho antes <strong>de</strong> la comisión <strong>de</strong> los hechos investigados, las conductas<br />

imputadas eran consi<strong>de</strong>radas crímenes contra la humanidad. Todo lo expuesto<br />

implica reconocer que esos hechos son lesivos <strong>de</strong> normas que protegen<br />

valores fundamentales que la humanidad ha reconocido a todo ser humano".


"La ocurrencia <strong>de</strong> <strong>de</strong>litos ¬cada uno violando gran cantidad <strong>de</strong> <strong>de</strong>rechos<br />

humanos¬ cometidos durante el gobierno <strong>de</strong> facto, en el marco <strong>de</strong>l terrorismo<br />

<strong>de</strong> Estado y en forma sistemática, masiva, planificada (...) compren<strong>de</strong>n las<br />

prácticas que el Derecho Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l consi<strong>de</strong>ra 'crímenes <strong>de</strong> lesa<br />

humanidad', crímenes imprescriptibles y cuyo juzgamiento es irrenunciable por<br />

todos los Estados", agrega Charles.<br />

El <strong>de</strong>recho inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l consi<strong>de</strong>ra "i<strong>na</strong>dmisibles las disposiciones <strong>de</strong><br />

prescripción que pretendan impedir la investigación, procesamiento y sanción<br />

<strong>de</strong> los responsables <strong>de</strong> las violaciones graves <strong>de</strong> los <strong>de</strong>rechos humanos y el<br />

Estado no pue<strong>de</strong> invocarlas para exonerarse <strong>de</strong> obligación <strong>de</strong> juzgar y castigar<br />

a los autores <strong>de</strong> estas violaciones".<br />

Sin embargo, "<strong>de</strong>be tenerse presente que aún aplicando exclusivamente la<br />

normativa prevista en el Código Pe<strong>na</strong>l patrio, la conclusión <strong>de</strong>be ser<br />

exactamente la misma, esto es, que no ha operado la prescripción <strong>de</strong> los<br />

<strong>de</strong>litos imputados", ya que el término <strong>de</strong> la prescripción se inició con el retorno<br />

<strong>de</strong> la <strong>de</strong>mocracia y, ante la gravedad <strong>de</strong> los <strong>de</strong>litos, opera la elevación prevista<br />

en el artículo 123.<br />

Los hechos investigados "son manifiestamente graves, lo que au<strong>na</strong>do a la<br />

<strong>na</strong>turaleza <strong>de</strong> los móviles perseguidos amerita, sin lugar a dudas, el incremento<br />

<strong>de</strong>l tercio", ya que la "calidad" <strong>de</strong>be apreciarse "al momento <strong>de</strong> la consumación<br />

<strong>de</strong>l ilícito y no con posteridad a los acontecimientos", esgrimió el magistrado.<br />

La sentencia con<strong>de</strong><strong>na</strong>toria <strong>de</strong> primera instancia <strong>de</strong> Alvarez y Larcebeau se<br />

conoce ape<strong>na</strong>s un año y 10 meses <strong>de</strong>spués <strong>de</strong> sus procesamientos, lo cual<br />

habla <strong>de</strong> la celeridad <strong>de</strong> acción <strong>de</strong>l Juzgado, en un expediente en el cual<br />

<strong>de</strong>clararon 171 testigos y se solicitaron cente<strong>na</strong>res <strong>de</strong> oficios, incluso a la<br />

República Argenti<strong>na</strong>. La causa fue patroci<strong>na</strong>da por el abogado Oscar López<br />

Goldarace<strong>na</strong>, en nombre <strong>de</strong> los familiares <strong>de</strong> las víctimas <strong>de</strong> los traslados <strong>de</strong><br />

1978.<br />

Charles <strong>de</strong>sestimó <strong>de</strong>saparición forzada<br />

El juez pe<strong>na</strong>l <strong>de</strong> 19º turno, Luis Charles, volvió a <strong>de</strong>sestimar en sentencia <strong>de</strong><br />

con<strong>de</strong><strong>na</strong>, la imputación <strong>de</strong> "<strong>de</strong>saparición forzada" formulada por la fiscal Mirtha<br />

Guianze contra los enjuiciados, al igual que el proceso conocido como<br />

"Segundo Vuelo" <strong>de</strong> Automotores Orletti.


El magistrado reconoce "lo dudoso <strong>de</strong>l tema, especialmente por la aplicación<br />

<strong>de</strong> normas <strong>de</strong>l Derecho Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l", pero se afilia a la jurispru<strong>de</strong>ncia <strong>de</strong> los<br />

actuales TAP. "De acuerdo a la prueba reunida en autos, correspon<strong>de</strong> concluir<br />

que las víctimas están muertas, fueron asesi<strong>na</strong>das y esto por la acción causal<br />

<strong>de</strong> los enjuiciados", señala.<br />

Asimismo, la tipificación <strong>de</strong> "<strong>de</strong>saparición forzada" vulnera "el principio <strong>de</strong><br />

irretroactividad <strong>de</strong> la ley pe<strong>na</strong>l", ya que a la fecha en que las víctimas fueron<br />

<strong>de</strong>tenidas esa figura <strong>de</strong>lictual "no existía", expresó el magistrado.<br />

Viernes, 23 <strong>de</strong> octubre <strong>de</strong> 2009 (Pági<strong>na</strong> 12)<br />

Prisión perpetua para Olivera Róvere y Menén<strong>de</strong>z<br />

El Tribu<strong>na</strong>l Oral Fe<strong>de</strong>ral 5, <strong>de</strong> la Ciudad <strong>de</strong> Buenos Aires, con<strong>de</strong>nó a prisión<br />

perpetua al ex general <strong>de</strong>l Ejército, Jorge Olivera Róvere, y al ex capitán<br />

Ber<strong>na</strong>rdo José Menén<strong>de</strong>z, en el marco <strong>de</strong>l juicio por los <strong>de</strong>litos <strong>de</strong> lesa<br />

humanidad cometidos en la jurisdicción <strong>de</strong>l Primer Cuerpo <strong>de</strong>l Ejército, durante<br />

la última dictadura militar. La Justicia dispuso, a<strong>de</strong>más, la obsolución <strong>de</strong> Felipe<br />

Jorge Alespeiti, Humberto José Lobaiza y Teófilo Saa.<br />

Antes <strong>de</strong> escuchar la sentencia, Róvere, <strong>de</strong> 83 años, negó toda<br />

responsabilidad en los 116 secuestros y dos homicidios que se le imputan y<br />

dijo: “No ejercí ni impartí ór<strong>de</strong>nes que puedan lesio<strong>na</strong>r los <strong>de</strong>rechos humanos".<br />

El Tribu<strong>na</strong>l absolvió a otros tres jefes, el general Teófilo Saa y los coroneles <strong>de</strong><br />

Humberto Lobaiza y Felipe Alespeiti, quienes comandaron el Regimiento <strong>de</strong><br />

Patricios durante los años en que se registraron la mayor cantidad <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>nuncias <strong>de</strong> secuestros y <strong>de</strong>sapariciones en el área <strong>de</strong>l I Cuerpo<br />

Por otra parte, el Tribu<strong>na</strong>l postergó <strong>de</strong>finir la forma y lugar <strong>de</strong> cumplimiento <strong>de</strong><br />

la pe<strong>na</strong> <strong>de</strong> los dos con<strong>de</strong><strong>na</strong>dos hasta que el fallo que<strong>de</strong> firme, por lo cual tanto<br />

Olivera Róvere como Menén<strong>de</strong>z seguirán en libertad ya que llegaron al juicio<br />

excarcelados.<br />

El fallo, leído por el juez Daniel Gordo, provocó gritos <strong>de</strong> indig<strong>na</strong>ción entre<br />

familiares <strong>de</strong> las víctimas, quienes ocuparon un sector <strong>de</strong> la sala <strong>de</strong> audiencias,<br />

y sonrisas <strong>de</strong> festejo entre los familiares <strong>de</strong> los acusados.<br />

Olivera Róvere, mano <strong>de</strong>recha <strong>de</strong>l extinto Carlos Suárez Mason, fue<br />

encontrado culpable <strong>de</strong> 116 privaciones ilegitimas <strong>de</strong> libertad y 4 asesi<strong>na</strong>tos


con alevosía. Menén<strong>de</strong>z, quien comandó el Grupo <strong>de</strong> Artillería <strong>de</strong> Defensa<br />

Antiaérea (GADA 1010), <strong>de</strong> Ciuda<strong>de</strong>la, fue con<strong>de</strong><strong>na</strong>do por 41 secuestros.<br />

En total, a los 5 represores se les imputaron 141 secuestros, 4 homicidios y<br />

<strong>de</strong>ce<strong>na</strong>s <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> tormentos, que integran la megacausa <strong>de</strong>l I Cuerpo <strong>de</strong><br />

Ejército.<br />

En su <strong>de</strong>scargo, Olivera Róvere aseguró que "no ejercí ni impartí ór<strong>de</strong>nes que<br />

puedan lesio<strong>na</strong>r los <strong>de</strong>rechos humanos", y restringió el accio<strong>na</strong>r represivo al<br />

"recorrido <strong>de</strong> patrullas en condiciones <strong>de</strong> disuadir al enemigo".<br />

Al igual que sus camaradas, aseguró que el accio<strong>na</strong>r represivo corrió por<br />

cuenta <strong>de</strong> los marinos <strong>de</strong> la ESMA, la Policía Fe<strong>de</strong>ral y agentes <strong>de</strong> la SIDE.<br />

Los más llamativo <strong>de</strong>l veredicto fue la absolución <strong>de</strong> Humberto José Lobaiza,<br />

Teófilo Saa y Felipe Alespeiti, para quienes el fiscal Félix Crous y las querellas<br />

habían pedido 25 años <strong>de</strong> prisión, por 28 y 32 secuestros respectivamente. Los<br />

tres fueron alter<strong>na</strong>tivamente jefes y subjefes <strong>de</strong>l Regimiento <strong>de</strong> Infantería <strong>de</strong><br />

Patricios, la mayor unidad <strong>de</strong> la Capital Fe<strong>de</strong>ral. Los fundamentos completos<br />

<strong>de</strong>l fallo serán leídos el próximo 10 <strong>de</strong> diciembre a las 19,30.<br />

20/10/2009<br />

Colômbia pren<strong>de</strong> 40 guerrilheiros das Farc<br />

Fonte: BBC Brasil -<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/10/091019_farc_<strong>de</strong>tencao_<br />

cj_np.shtml<br />

Acesso: 15:00<br />

“O Departamento Administrativo <strong>de</strong> Segurança da Colômbia (DAS, o serviço <strong>de</strong><br />

inteligência colombiano) anunciou, nesta segunda-feira, a <strong>de</strong>tenção <strong>de</strong> 40<br />

guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc)...”<br />

Colômbia pren<strong>de</strong> 40 guerrilheiros das Farc<br />

O Departamento Administrativo <strong>de</strong> Segurança da Colômbia (DAS, o serviço <strong>de</strong><br />

inteligência colombiano) anunciou, nesta segunda-feira, a <strong>de</strong>tenção <strong>de</strong> 40<br />

guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).<br />

De acordo com Felipe Muñoz, diretor do DAS, a captura é resultado <strong>de</strong> uma<br />

operação que contou com pelo menos 20 meses <strong>de</strong> investigações. As


ofensivas visam <strong>de</strong>sarticular as bases <strong>de</strong> apoio fi<strong>na</strong>nceiro e <strong>de</strong> milícias do<br />

bloco das Farc que opera no leste do país.<br />

Segundo ele, a operação teve início <strong>na</strong> manhã <strong>de</strong>sta segunda-feira (horário<br />

local) e as autorida<strong>de</strong>s capturaram 53 guerrilheiros. Até agora, 40 foram<br />

<strong>de</strong>tidos em Bogotá, Cúcuta, e nos <strong>de</strong>partamentos (Estados) <strong>de</strong> Arauca, em<br />

Casa<strong>na</strong>re e Bucamaranga.<br />

Os guerrilheiros <strong>de</strong>tidos serão levados à capital, Bogotá, para serem indiciados<br />

por acusações <strong>de</strong> rebelião e extorsão, entre outras.<br />

A chamada operação ABC – uma referência às letras iniciais dos<br />

<strong>de</strong>partamentos (estados) <strong>de</strong> Arauca, Boyacá e Casa<strong>na</strong>re, on<strong>de</strong> atuam algumas<br />

frentes do bloco oriental das Farc - teve início a partir <strong>de</strong> informações que<br />

<strong>de</strong>nunciavam a presença <strong>de</strong> colaboradores da guerrilha nessas regiões.<br />

A partir <strong>de</strong>ssas informações, a Procuradoria Pública da Colômbia emitiu 53<br />

or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> captura "que estão sendo cumpridas", disse Muñoz.<br />

'Golpe'<br />

A região que está sob investigação do DAS é controlada pelos lí<strong>de</strong>res rebel<strong>de</strong>s<br />

conhecidos como "Grannobles", irmão do "Mono Jojoy", um dos principais<br />

dirigentes das FARC, e "Rafael Gutiérrez".<br />

Para o diretor da polícia secreta colombia<strong>na</strong> este é "um golpe forte" <strong>na</strong>s<br />

estruturas do bloco oriental das Farc. De acordo com a imprensa local, as<br />

<strong>de</strong>tenções fragilizam “ao menos cinco frentes da guerrilha”.<br />

As <strong>de</strong>tenções são coinci<strong>de</strong>m com o anúncio, feito pelo Ministério Público, sobre<br />

a reabertura do processo contra o vicepresi<strong>de</strong>nte Francisco Santos, acusado<br />

<strong>de</strong> ter envolvimento com paramilitares <strong>na</strong>rcotraficantes colombianos. Santos,<br />

por sua vez, nega as acusações e disse estar disposto a "cooperar" com as<br />

autorida<strong>de</strong>s.<br />

As ações do DAS também vêm a público logo <strong>de</strong>pois do assassi<strong>na</strong>to <strong>de</strong> dois<br />

conselheiros do Partido Liberal (o equivalente ao cargo <strong>de</strong> vereadores no<br />

Brasil), mortos neste fim <strong>de</strong> sema<strong>na</strong> no distrito <strong>de</strong> Sumapaz, a 90 quilômetros<br />

<strong>de</strong> Bogotá.<br />

O governo responsabilizou a frente 53 das Farc pela morte dos funcionários e<br />

ofereceu 50 milhões <strong>de</strong> pesos (US$ 25,6 mil) por informações que levem a


seus responsáveis.<br />

23/10/2009 - 20h06<br />

Argenti<strong>na</strong> con<strong>de</strong><strong>na</strong> ex-general e ex-coronel à prisão perpétua por crimes<br />

<strong>na</strong> ditadura<br />

da Folha Online<br />

Um tribu<strong>na</strong>l argentino con<strong>de</strong>nou nesta sexta-feira à prisão perpétua o ex-<br />

general Jorge Olivera Róvere por crimes contra a humanida<strong>de</strong> cometidos<br />

durante a última ditadura do país (1976-1983), <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um processo<br />

consi<strong>de</strong>rado um dos mais importantes dos últimos 25 anos no país.<br />

A Corte con<strong>de</strong>nou também à mesma pe<strong>na</strong> o coronel da reserva Ber<strong>na</strong>rdo<br />

Menén<strong>de</strong>z e absolveu os ex-militares Felipe Alespeiti, Humberto Lobaiza e<br />

Teófilo Saá.<br />

Róvere, <strong>de</strong> 82 anos, era o braço direito <strong>de</strong> Carlos Suárez Mason, um dos<br />

símbolos da ditadura, e os outros antigos militares eram julgados <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

fevereiro passado por mais <strong>de</strong> 120 casos <strong>de</strong> sequestro e <strong>de</strong>saparecimento.<br />

Só nove das vítimas sobreviveram. Entre os mortos estão o escritor argentino<br />

Haroldo Conti, os parlamentares uruguaios Zelmar Michelini e Héctor<br />

Rodríguez Ruiz, e os guerrilheiros tupamaros Rosario Barredo e William<br />

Whitelaw.<br />

O advogado Luis Bonomi, da acusação, criticou a <strong>de</strong>cisão dos juízes por terem<br />

absolvido três militares e por permitirem que os dois con<strong>de</strong><strong>na</strong>dos permaneçam<br />

em liberda<strong>de</strong> até que a sentença seja ratificada por uma corte superior.<br />

Antes <strong>de</strong> ouvir o veredicto, Róvere, que chegou ao julgamento em liberda<strong>de</strong>,<br />

disse não ter dado or<strong>de</strong>ns que infringissem os direitos humanos e consi<strong>de</strong>rou<br />

que houve um "exagero traiçoeiro" da repressão, que, segundo números não<br />

oficiais, <strong>de</strong>ixou 30 mil <strong>de</strong>saparecidos.<br />

O promotor fe<strong>de</strong>ral Félix Crous tinha pedido prisão perpétua para Róvere e<br />

Menén<strong>de</strong>z, e 25 anos <strong>de</strong> prisão para outros três envolvidos.<br />

A audiência fi<strong>na</strong>l foi acompanhada por vários parentes dos acusados e<br />

membros <strong>de</strong> organismos humanitários, que reagiram com indig<strong>na</strong>ção ao<br />

ouvirem a sentença.<br />

Os julgamentos dos acusados <strong>de</strong> crimes durante a ditadura argenti<strong>na</strong> foram<br />

retomados <strong>de</strong>pois da revogação, em 2005, das "leis do perdão" -- Ponto Fi<strong>na</strong>l e


Obediência Devida-- aprovadas em 1986 e 1987, e que foram consi<strong>de</strong>radas<br />

inconstitucio<strong>na</strong>is pela Suprema Corte.<br />

Vários oficiais da ditadura foram con<strong>de</strong><strong>na</strong>dos a pe<strong>na</strong>s <strong>de</strong> prisão perpétua após<br />

a retomada dos julgamentos referentes ao período. Em julho <strong>de</strong> 2008, o ex-<br />

comandante Luciano Menén<strong>de</strong>z foi con<strong>de</strong><strong>na</strong>do a passar a vida <strong>na</strong> prisão por<br />

crimes cometidos em La Perla, um dos três maiores campos clan<strong>de</strong>stinos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>tenção da ditadura do país.<br />

Quatro meses <strong>de</strong>pois, o coronel da reserva Alberto Barda recebeu a mesma<br />

pe<strong>na</strong> por crimes <strong>de</strong> lesa-humanida<strong>de</strong> cometidos no centro clan<strong>de</strong>stino <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>tenção conhecido como La Cueva, <strong>na</strong> cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Mar <strong>de</strong>l Plata, a 400 km ao<br />

sul da capital argenti<strong>na</strong>.<br />

No último dia 12 <strong>de</strong> agosto, o ex-general Santiago Omar Riveros, 86, ex-<br />

comandante do Campo <strong>de</strong> Mayo, foi con<strong>de</strong><strong>na</strong>do à prisão perpétua por crimes<br />

<strong>de</strong> lesa-humanida<strong>de</strong>, por implicação no assassi<strong>na</strong>to <strong>de</strong> Floreal Avellaneda, <strong>de</strong><br />

15 anos, filho <strong>de</strong> um militante comunista, e pelo sequestro da mãe do jovem,<br />

Iris Avellaneda.<br />

Também está preso o ex-ditador Jorge Vi<strong>de</strong>la, 84, que presidiu a junta militar<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o golpe <strong>de</strong> Estado, em 1976, até 1981. Em agosto passado, a Justiça<br />

informou que ele voltará ao banco dos réus <strong>de</strong>vido a uma acusação pelas<br />

mortes <strong>de</strong> 32 presos políticos <strong>na</strong> Província <strong>de</strong> Córdoba em 1976. Será a<br />

primeira vez <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1985 que o ex-ditador voltará a enfrentar um tribu<strong>na</strong>l em um<br />

julgamento oral, ainda sem data, embora pesem sobre ele <strong>de</strong>ze<strong>na</strong>s <strong>de</strong><br />

acusações por violações dos direitos humanos.<br />

No julgamento anterior, Vi<strong>de</strong>la foi con<strong>de</strong><strong>na</strong>do à prisão perpétua, mas acabou<br />

indultado em 1990 pelo ex-presi<strong>de</strong>nte Carlos Menem (1989-99). Esse perdão<br />

foi anulado em 2007 pela Justiça.<br />

Repressão<br />

Segundo números oficiais, 18 mil pessoas <strong>de</strong>sapareceram <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong><br />

durante o regime militar, embora organismos <strong>de</strong> direitos humanos afirmem que<br />

as vítimas chegam a 30 mil. A ditadura no país aconteceu em uma época em<br />

que a maioria dos países da América do Sul caíram sob regimes autoritários,<br />

em conflito com grupos <strong>de</strong> esquerda, no âmbito da Guerra Fria entre os<br />

Estados Unidos e a União Soviética.<br />

No Uruguai, on<strong>de</strong> o número estimado <strong>de</strong> vítimas é <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 200, a Justiça


con<strong>de</strong>nou nesta quinta-feira (22) o ex-ditador Gregorio Goyo Álvarez a 25 anos<br />

<strong>de</strong> prisão pelo "homicídio especialmente agravado" <strong>de</strong> 37 opositores e por um<br />

<strong>de</strong>lito <strong>de</strong> lesa-humanida<strong>de</strong>.<br />

Comandante-em-chefe do Exército, em 1978, e último presi<strong>de</strong>nte do regime<br />

militar entre 1981 e 1985, Gregorio Alvarez já havia sido julgado anteriormente<br />

por outros crimes, tendo recebido uma con<strong>de</strong><strong>na</strong>ção à prisão, no dia 17 <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2007 por <strong>de</strong>saparecimentos forçados <strong>de</strong> presos políticos,<br />

executados <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> traslados clan<strong>de</strong>stinos <strong>de</strong> Buenos Aires a<br />

Montevidéu, em 1978.<br />

A lei <strong>de</strong> anistia do Uruguai, <strong>de</strong> 1986, respeitada com rigor pelos governos<br />

anteriores, foi flexibilizada pelo atual presi<strong>de</strong>nte do Uruguai, o socialista Tabaré<br />

Vázquez, que adotou brechas legais para <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> fora do perdão alguns dos<br />

mais famosos casos <strong>de</strong> violações <strong>de</strong> direitos humanos do país, mas sem<br />

chegar a promover a anulação da norma.<br />

No próximo domingo (25), os eleitores uruguaios vão votar, juntamente com a<br />

eleição presi<strong>de</strong>ncial, em um referendo sobre a possível revogação da lei <strong>de</strong><br />

anistia do país.<br />

No Brasil, on<strong>de</strong> o governo reconhece que houve ao menos 475 mortos e<br />

<strong>de</strong>saparecidos políticos durante a ditadura, a Lei <strong>de</strong> Anistia impe<strong>de</strong> processos<br />

contra os agentes do Estado envolvidos em tortura e assassi<strong>na</strong>to durante o<br />

regime militar e contra os membros <strong>de</strong> grupos armados da oposição<br />

esquerdista que praticaram sequestros e assassi<strong>na</strong>tos politicamente motivados<br />

durante o período.<br />

Diante da pressão <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> direitos humanos brasileiros e <strong>de</strong> membros do<br />

governo, como o ministro Paulo Vannucchi, da Secretaria Especial <strong>de</strong> Direitos<br />

Humanos, para a reabertura dos casos e a revisão da Lei <strong>de</strong> Anistia, o ministro<br />

da Defesa, Nelson Jobim, disse, em junho, que a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> punir militares por<br />

atos <strong>de</strong> tortura cometidos durante a ditadura militar é "revanchismo".<br />

Com France Presse e Efe<br />

24/10/2009 - 17h01<br />

Favorito uruguaio à presidência elogia Lula e diz que vai lutar por<br />

Mercosul<br />

da France Presse, em Montevidéu


O candidato da coalizão <strong>de</strong> esquerda Frente Ampla, o ex-guerrilheiro José<br />

Mujica, à eleição presi<strong>de</strong>ncial <strong>de</strong>ste domingo no Uruguai, afirmou hoje que se<br />

chegar ao po<strong>de</strong>r lutará por uma maior abertura do Mercosul para o mundo.<br />

"Vamos trabalhar para tentar melhorar o Mercosul, que tem muitos <strong>de</strong>feitos<br />

institucio<strong>na</strong>is e <strong>de</strong> outros tipos", <strong>de</strong>clarou Mujica em entrevista coletiva,<br />

referindo-se ao bloco formado por Brasil, Argenti<strong>na</strong>, Paraguai e Uruguai.<br />

"Nosso objetivo é lutar para que a América Lati<strong>na</strong> possa ter acordos muito mais<br />

abertos com outras regiões do mundo", acrescentou, mencio<strong>na</strong>ndo<br />

especificamente a Europa.<br />

Mujica ainda elogiou "a metodologia" do governo do presi<strong>de</strong>nte brasileiro Luiz<br />

Inácio Lula da Silva e afirmou que "Deus não é uruguaio, ao que parece é<br />

brasileiro".<br />

Quanto ao conflito que o Uruguai mantém com a Argenti<strong>na</strong> pela instalação <strong>de</strong><br />

uma planta <strong>de</strong> celulose sobre um rio limítrofe, Mujica disse que "este tema nos<br />

preocupa e fazemos o que po<strong>de</strong>mos, e se não fazemos mais é porque não<br />

po<strong>de</strong>mos".<br />

Ele reconheceu que não tem "nenhuma solução a mão", mas que vai perseguir<br />

um <strong>de</strong>sfecho para o caso, assi<strong>na</strong>lando que é "nosso <strong>de</strong>ver é lutar por todos os<br />

caminhos para encontrar saídas".<br />

"Se há que ter paciência asiática, nós teremos", disse ele, acrescentando que<br />

qualifica o conflito "como um furúnculo", que <strong>de</strong>ve ser tratado para não<br />

contami<strong>na</strong>r o restante das relações. "Para nós, as relações com a Argenti<strong>na</strong><br />

são estratégicas".<br />

Sábado, 24 <strong>de</strong> octubre <strong>de</strong> 2009 (Pági<strong>na</strong> 12)<br />

Fi<strong>na</strong>l con polémica en el juicio a altos mandos <strong>de</strong>l Primer Cuerpo <strong>de</strong><br />

Ejército<br />

Más absueltos que con<strong>de</strong><strong>na</strong>dos<br />

El general Jorge Olivera Róvere y el coronel Be<strong>na</strong>rdo José Menén<strong>de</strong>z<br />

recibieron prisión perpetua, aunque por el momento seguirán libres. Tres ex<br />

jefes <strong>de</strong>l Regimiento Patricios fueron absueltos. “Es un paso atrás respecto <strong>de</strong>l<br />

Juicio a las Juntas”, señaló un abogado <strong>de</strong>l CELS.<br />

Por Diego Martínez


Luego <strong>de</strong> treinta años <strong>de</strong> espera, <strong>de</strong> tres meses <strong>de</strong> audiencias anticipadas y<br />

otros nueve <strong>de</strong> juicio oral, en los que cuatrocientos testigos repitieron los<br />

pa<strong>de</strong>cimientos propios y <strong>de</strong> sus seres queridos, la alegría duró ape<strong>na</strong>s<br />

segundos. El Tribu<strong>na</strong>l Oral Fe<strong>de</strong>ral 5 (TOF 5) porteño con<strong>de</strong>nó ayer a prisión<br />

perpetua al general Jorge Olivera Róvere y al coronel Be<strong>na</strong>rdo José Menén<strong>de</strong>z<br />

por secuestros y homicidios en la ciudad <strong>de</strong> Buenos Aires, pero absolvió <strong>de</strong><br />

culpa y cargo a tres ex jefes militares que ocuparon altos cargos en la ca<strong>de</strong><strong>na</strong><br />

<strong>de</strong> mandos <strong>de</strong> las Fuerzas Armadas durante la última dictadura. Tanto<br />

absueltos como con<strong>de</strong><strong>na</strong>dos seguirán en libertad. El fallo marca un quiebre en<br />

el proceso <strong>de</strong> justicia por los crímenes cometidos al amparo <strong>de</strong>l terrorismo <strong>de</strong><br />

Estado.<br />

Ex jefe <strong>de</strong> la subzo<strong>na</strong> Capital Fe<strong>de</strong>ral y mano <strong>de</strong>recha <strong>de</strong>l general Carlos<br />

Suárez Mason como segundo comandante <strong>de</strong>l Primer Cuerpo <strong>de</strong> Ejército,<br />

Olivera Róvere fue con<strong>de</strong><strong>na</strong>do por más <strong>de</strong> un cente<strong>na</strong>r <strong>de</strong> privaciones ilegales<br />

<strong>de</strong> la libertad, agravadas por su condición <strong>de</strong> funcio<strong>na</strong>rio público y por haber<br />

sido cometidas con violencia, y por los homicidios calificados con alevosía <strong>de</strong><br />

los uruguayos Zelmar Michelini, Héctor Gutiérrez Ruiz, Rosario Barredo y<br />

William Whitelaw. El coronel Menén<strong>de</strong>z, ex jefe <strong>de</strong>l Grupo <strong>de</strong> Artillería <strong>de</strong><br />

Defensa Aérea y <strong>de</strong>l área militar 5 en 1977, fue con<strong>de</strong><strong>na</strong>do por sólo cinco <strong>de</strong><br />

los 41 secuestros que le imputaban, más un homicidio agravado.<br />

Los flamantes absueltos son el coronel Humberto José Lobaiza y el general<br />

Teófilo Saa, ex jefes <strong>de</strong>l Regimiento <strong>de</strong> Infantería Patricios en 1976/7 y 1978/9,<br />

a quienes distintas instancias <strong>de</strong> la Justicia fe<strong>de</strong>ral habían procesado por 83 y<br />

28 secuestros respectivamente, y el coronel Felipe José Alespeiti, ex segundo<br />

jefe <strong>de</strong>l Patricios y jefe <strong>de</strong>l área militar 2 durante 1976, imputado por 34<br />

secuestros. Si bien los fundamentos se harán públicos el 10 <strong>de</strong> diciembre,<br />

quienes conocen la causa a fondo <strong>de</strong>scuentan que se con<strong>de</strong>nó sólo por los<br />

casos en los que se probó la intervención directa <strong>de</strong> los imputados.<br />

Con el fallo <strong>de</strong> ayer suman 23 los imputados que fueron juzgados en 2009.<br />

Antes fueron con<strong>de</strong><strong>na</strong>dos cinco represores en San Luis, el apropiador Víctor<br />

Rei, dos carceleros y dos interventores militares <strong>de</strong> Misiones, el general Pedro<br />

Mansilla en Mar <strong>de</strong>l Plata (don<strong>de</strong> fue absuelto Alejandro Duret) y el general<br />

Santiago Riveros y cinco <strong>de</strong> sus subordi<strong>na</strong>dos en Campo <strong>de</strong> Mayo. La lista <strong>de</strong><br />

con<strong>de</strong><strong>na</strong>dos por crímenes <strong>de</strong> lesa humanidad <strong>de</strong>s<strong>de</strong> la reapertura <strong>de</strong> los juicios


ascien<strong>de</strong> a 58, <strong>de</strong> los cuales 26 están en u<strong>na</strong> cárcel, quince gozan <strong>de</strong> arresto<br />

domiciliario, diez están en la unidad <strong>de</strong> Campo <strong>de</strong> Mayo –don<strong>de</strong> ningún juez<br />

realizó nunca u<strong>na</strong> inspección ocular– y siete están en libertad, incluidos Olivera<br />

Róvere, Menén<strong>de</strong>z y los ex jefes <strong>de</strong> Mansión Seré, todos con<strong>de</strong><strong>na</strong>dos por el<br />

TOF 5.<br />

Un paso atrás<br />

La sala explotó cuando el juez Guillermo Gordo, que no presi<strong>de</strong> pero ofició <strong>de</strong><br />

vocero <strong>de</strong>l tribu<strong>na</strong>l, concluyó la lectura. A los gritos <strong>de</strong> “¡cómplices!” y<br />

“¡asesinos!” siguió u<strong>na</strong> música que ya es marca registrada <strong>de</strong> los procesos a<br />

represores: “Como a los <strong>na</strong>zis les va a pasar, a don<strong>de</strong> vayan los iremos a<br />

buscar”. “Por segunda vez este tribu<strong>na</strong>l absuelve a genocidas”, informaba u<strong>na</strong><br />

militante <strong>de</strong> HIJOS con un megáfono en la vereda <strong>de</strong> Comodoro Py.<br />

“Queremos que los vecinos <strong>de</strong> Recoleta tengan claro que si el Po<strong>de</strong>r Judicial<br />

no hace justicia y estos tipos siguen libres, la con<strong>de</strong><strong>na</strong> social seguirá vigente”,<br />

agregó, como anticipo <strong>de</strong> nuevos “ataques acústicos” para informar a los<br />

vecinos <strong>de</strong> represores sobre sus labores durante la dictadura.<br />

“Filmen las caras <strong>de</strong> los genocidas impunes para que todo el mundo las<br />

conozca”, proponían a los camarógrafos, mientras algunos familiares <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>saparecidos alter<strong>na</strong>ban críticas al Po<strong>de</strong>r Judicial y a los medios <strong>de</strong><br />

comunicación presentes. “¿Dón<strong>de</strong> estuvieron uste<strong>de</strong>s durante los nueve meses<br />

que duró el juicio?”, gritaba un hombre con los ojos llenos <strong>de</strong> lágrimas. “Vayan<br />

a buscar a los genocidas, que siguen libres, y no sigan filmando nuestro dolor,<br />

que no sirve <strong>de</strong> <strong>na</strong>da”, les explicaba a los gritos.<br />

“Se probó la división territorial y la función <strong>de</strong> las áreas militares como<br />

elementos <strong>de</strong> ejecución, no se entien<strong>de</strong>n las absoluciones”, <strong>de</strong>stacó Gerardo<br />

Fernán<strong>de</strong>z, <strong>de</strong>l CELS. “Había pruebas para con<strong>de</strong><strong>na</strong>r a todos. Nos hubiera<br />

gustado que la sociedad pudiera tener acceso al <strong>de</strong>bate para comprobarlo. Hay<br />

que esperar los fundamentos, pero la absolución <strong>de</strong> ex jefes <strong>de</strong> áreas es un<br />

paso atrás respecto <strong>de</strong> los criterios aplicados en el Juicio a las Juntas”, agregó.<br />

“De ahora en más se pue<strong>de</strong> esperar cualquier cosa <strong>de</strong> este tribu<strong>na</strong>l”, resumió el<br />

fiscal fe<strong>de</strong>ral Félix Crous, que había pedido u<strong>na</strong> pe<strong>na</strong> <strong>de</strong> 25 años <strong>de</strong> prisión<br />

para los tres absueltos. “Des<strong>de</strong> antes <strong>de</strong>l comienzo <strong>de</strong>l juicio, perso<strong>na</strong>l <strong>de</strong>l<br />

tribu<strong>na</strong>l hizo conocer a terceros la presunción <strong>de</strong> que los jefes <strong>de</strong> área eran<br />

inocentes. Causa inquietud que haya podido haber un prejuicio sobre la


esponsabilidad <strong>de</strong> los imputados y que pueda haber repercutido en el fallo”,<br />

agregó, y consi<strong>de</strong>ró “irónico” que los fundamentos se lean el 10 <strong>de</strong> diciembre,<br />

Día <strong>de</strong> los Derechos Humanos.<br />

“El fallo implica negar la existencia <strong>de</strong> un plan sistemático, implica consi<strong>de</strong>rar<br />

que los jefes <strong>de</strong> área podían <strong>de</strong>sconocer los secuestros y asesi<strong>na</strong>tos que<br />

ocurrían en Capital Fe<strong>de</strong>ral. Es como pensar que entre Olivera Róvere y las<br />

patotas no había <strong>na</strong>die en el medio”, reflexio<strong>na</strong>ron miembros <strong>de</strong> HIJOS regio<strong>na</strong>l<br />

Capital.<br />

“Las con<strong>de</strong><strong>na</strong>s se ven opacadas por la absolución a quienes fueron jefes<br />

operativos. El tribu<strong>na</strong>l preten<strong>de</strong> instalar la teoría <strong>de</strong> la ‘obediencia <strong>de</strong>bida’<br />

cuando ya en el fallo <strong>de</strong> la causa 13 se afirmó la existencia <strong>de</strong> un plan <strong>de</strong><br />

exterminio <strong>de</strong> las Fuerzas Armadas y el Estado en su conjunto”, consi<strong>de</strong>ró la<br />

Liga Argenti<strong>na</strong> por los Derechos <strong>de</strong>l Hombre. Pági<strong>na</strong>/12 le pidió u<strong>na</strong> opinión<br />

sobre el fallo a u<strong>na</strong> <strong>de</strong>ce<strong>na</strong> <strong>de</strong> familiares <strong>de</strong> los imputados. Todos prefirieron<br />

guardar silencio.<br />

25/10/2009 - 07h59<br />

Ex-guerrilheiro é alter<strong>na</strong>tiva para manter esquerda <strong>na</strong> presidência<br />

uruguaia<br />

LUCÍA HERNÁNDEZ<br />

da Efe, em Montevidéu<br />

O ex-guerrilheiro tupamaro José "Pepe" Mujica, 75, disputa amanhã a<br />

presidência do Uruguai, com a promessa <strong>de</strong> levar ao po<strong>de</strong>r uma esquerda<br />

popular, "honesta" e que não renuncia à utopia.<br />

Ex-ministro e se<strong>na</strong>dor e conhecido pela aparência humil<strong>de</strong> e a falta <strong>de</strong> papas<br />

<strong>na</strong> língua, Mujica tem como hobby o cultivo <strong>de</strong> flores e hortaliças em sua<br />

fazenda em Montevidéu. O candidato tentará fazer a coalizão <strong>de</strong> esquerda<br />

Frente Ampla renovar, por mais cinco anos, seu primeiro mandato à frente do<br />

Executivo uruguaio.<br />

Nascido em Montevidéu e filho <strong>de</strong> um casal <strong>de</strong> ascendência basca e italia<strong>na</strong>, o<br />

candidato governista <strong>de</strong>monstrou cedo seu interesse pela política. Já nos<br />

tempos <strong>de</strong> escola, ele era "meio a<strong>na</strong>rquista", segundo o livro "Mujica", <strong>de</strong><br />

Miguel Ángel Campodónico.<br />

No entanto, os primeiros anos <strong>de</strong> militância do ex-rebel<strong>de</strong> foram no


conservador Partido Nacio<strong>na</strong>l (Blanco), seu principal adversário <strong>na</strong> votação<br />

<strong>de</strong>ste domingo.<br />

Só <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> alguns anos é que Mujica mudou <strong>de</strong> rumo e se juntou aos<br />

guerrilheiros do Movimiento <strong>de</strong> Libertação Nacio<strong>na</strong>l-Tupamaros (MLN-T).<br />

Devido à sua condição <strong>de</strong> rebel<strong>de</strong>, ele passou mais <strong>de</strong> 13 anos preso durante o<br />

regime militar que governou o Uruguai <strong>de</strong> 1973 a 1985.<br />

A sombra <strong>de</strong>sse passado turbulento, unida a seu estilo heterodoxo,<br />

transformam o candidato governista em uma figura <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> apelo midiático.<br />

"Robin Hood"<br />

Um dos episódios mais polêmicos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que Mujica foi escolhido candidato<br />

<strong>na</strong>s prévias da Frente Ampla, em junho <strong>de</strong>ste ano, foi a publicação do livro<br />

"Pepe - Coloquios", do jor<strong>na</strong>lista Alfredo García. Nesta obra, Mujica se refere à<br />

Argenti<strong>na</strong> como um país com "reações <strong>de</strong> histeria, loucura e paranoia".<br />

As <strong>de</strong>clarações do uruguaio estremeceram suas relações com a presi<strong>de</strong>nte<br />

argenti<strong>na</strong>, Cristi<strong>na</strong> Fernán<strong>de</strong>z <strong>de</strong> Kirchner, e o marido <strong>de</strong>sta, Néstor Kirchner.<br />

A repercussão foi gran<strong>de</strong> porque ambos chegaram a manifestar seu apoio a<br />

Mujica, mas este evitou aceitá-lo publicamente, preocupado em associar sua<br />

imagem à do presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva, sua principal referência<br />

política <strong>na</strong> região.<br />

Após o episódio, o candidato admitiu em seu blog a importância <strong>de</strong> saber ficar<br />

calado, consciente <strong>de</strong> que suas <strong>de</strong>rrapadas lhe valeram críticas tanto da<br />

oposição como <strong>de</strong>ntro da própria Frente Ampla, on<strong>de</strong> dirigiu durante anos o<br />

Movimento <strong>de</strong> Participação Popular (MPP), grupo majoritário <strong>na</strong> coalizão.<br />

No entanto, o estilo afiado e direto <strong>de</strong>ste ex-ministro da Pecuária (2005-2008) é<br />

avaliado <strong>de</strong> forma positiva por muitos <strong>de</strong> seus eleitores, especialmente pelos<br />

jovens e pelas classes operárias e mais <strong>de</strong>sfavorecidas --que veem em Mujica<br />

uma espécie <strong>de</strong> "Robin Hood" da política, capaz <strong>de</strong> questio<strong>na</strong>r o sistema.<br />

Ciente dos riscos <strong>de</strong>sta imagem, nos últimos meses Mujica se preocupou em<br />

transmitir tranquilida<strong>de</strong> às classes média e alta do país. Já aos empresários e<br />

investidores, prometeu um Governo bem parecido com o <strong>de</strong> seu colega <strong>de</strong><br />

partido e atual presi<strong>de</strong>nte, Tabaré Vázquez.<br />

Mais comedido e mo<strong>de</strong>rado, Vázquez, no entanto, várias vezes <strong>de</strong>ixou<br />

transparecer suas diferenças em relação a Mujica. Nas prévias da Frente<br />

Ampla, por exemplo, ele apoiou o ex-ministro da Economia Danilo Astori, que


acabou virando vice <strong>na</strong> chapa governista após complexas negociações.<br />

Caso não se eleja, Mujica garantiu que vai <strong>de</strong>ixar a política e se <strong>de</strong>dicar<br />

ple<strong>na</strong>mente à manutenção da fazenda que possui nos arredores <strong>de</strong><br />

Montevidéu, on<strong>de</strong> vive há anos com a se<strong>na</strong>dora Lucía Topolanski, com quem<br />

se casou em 2005.<br />

A relação dos dois começou em 1972, quando, <strong>na</strong> guerrilha, o candidato se<br />

envolvida em assaltos e sequestros, ativida<strong>de</strong>s que ren<strong>de</strong>ram a ele sete<br />

ferimentos a bala.<br />

Com o retorno da <strong>de</strong>mocracia e beneficiado por uma lei <strong>de</strong> anistia, o ex-<br />

tupamaro passou a se <strong>de</strong>dicar à política, à antropologia e à literatura, três <strong>de</strong><br />

suas paixões.<br />

Mujica, que aparece em primeiro em todas as pesquisas, com 44% das<br />

intenções <strong>de</strong> voto, preten<strong>de</strong> instalar no Uruguai um governo "honesto", <strong>de</strong><br />

"lutadores sociais, com a cabeça fria, o coração quente e as ban<strong>de</strong>iras da<br />

utopia bem altas".<br />

27/10/2009<br />

Venezuela acusa Colômbia <strong>de</strong> 'espio<strong>na</strong>gem' e 'conspiração'<br />

Fonte: BBC Brasil -<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/10/091026_colombia_vene<br />

zuela_cj_np.shtml<br />

Acesso: 17:10<br />

“O ministério das Relações Exteriores da Venezuela acusou, nesta segunda-<br />

feira, agentes da polícia secreta da Colômbia <strong>de</strong> estarem em território<br />

venezuelano realizando ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> "conspiração" e "espio<strong>na</strong>gem" contra o<br />

governo do presi<strong>de</strong>nte venezuelano, Hugo Chávez...”<br />

Venezuela acusa Colômbia <strong>de</strong> 'espio<strong>na</strong>gem' e 'conspiração'<br />

O ministério das Relações Exteriores da Venezuela acusou, nesta segunda-<br />

feira, agentes da polícia secreta da Colômbia <strong>de</strong> estarem em território<br />

venezuelano realizando ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> "conspiração" e "espio<strong>na</strong>gem" contra o<br />

governo do presi<strong>de</strong>nte venezuelano, Hugo Chávez.<br />

Por meio <strong>de</strong> uma nota <strong>de</strong> protesto, o ministério con<strong>de</strong>nou a "reiterada


presença" <strong>de</strong> funcionários do Departamento Administrativo <strong>de</strong> Segurança<br />

(DAS- agência secreta colombia<strong>na</strong>) <strong>na</strong> Venezuela.<br />

Segundo o comunicado dirigido à chancelaria colombia<strong>na</strong>, os funcionários<br />

foram "<strong>de</strong>tectados realizando trabalhos <strong>de</strong> espio<strong>na</strong>gem e tentativas <strong>de</strong><br />

suborno".<br />

Para o governo Chávez, as ativida<strong>de</strong>s do DAS são "claramente i<strong>na</strong>mistosas e<br />

tipificadas como <strong>de</strong>lito" e teriam como objetivo, a implementação <strong>de</strong> "um<br />

gran<strong>de</strong> plano <strong>de</strong> conspiração e <strong>de</strong>sestabilização contra a Venezuela, com<br />

repercussões <strong>na</strong> região".<br />

Na nota, o governo venezuelano exige o "fim imediato" <strong>de</strong> todas as ativida<strong>de</strong>s<br />

"que atentem contra a soberania, integrida<strong>de</strong> territorial e <strong>de</strong>mocrática da<br />

Venezuela".<br />

De acordo com a chancelaria venezuela<strong>na</strong>, as informações têm como base<br />

documentos que teriam sido apreendidos por meio <strong>de</strong> investigações.<br />

Fronteira<br />

Essa é a segunda nota <strong>de</strong> protesto emitida em 48 horas contra o governo <strong>de</strong><br />

Álvaro Uribe.<br />

No sábado, o ministério venezuelano <strong>de</strong> Relações Exteriores emitiu uma<br />

primeira nota "con<strong>de</strong><strong>na</strong>ndo" as acusações do ministro <strong>de</strong> Defesa colombiano,<br />

Gabriel Silva.<br />

Silva havia afirmado que <strong>na</strong> Venezuela "existe a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> quase um<br />

tráfico livre" <strong>de</strong> aviões utilizados pelo <strong>na</strong>rcotráfico com <strong>de</strong>stino à América<br />

Central.<br />

Também em resposta, no domingo, Chávez acusou o ministro colombiabo <strong>de</strong><br />

"retardado mental".<br />

Ainda no sábado, foram <strong>de</strong>scobertos <strong>de</strong>z corpos <strong>de</strong> jogadores <strong>de</strong> futebol<br />

amador que tinham sido sequestrados no estado venezuelano <strong>de</strong> Táchira,<br />

fronteira com a Colômbia. Oito pessoas do grupo eram colombia<strong>na</strong>s. O<br />

inci<strong>de</strong>nte reforçou a porosida<strong>de</strong> da fronteira colombo - venezuela<strong>na</strong>, local <strong>de</strong><br />

trânsito <strong>de</strong> paramilitares e grupos guerrilheiros.<br />

De acordo com a imprensa local, o governo da Colômbia teria solicitado<br />

autorização para aterrissar um avião que seria utilizado para o traslado dos<br />

corpos. Ainda segundo os jor<strong>na</strong>is locais, a Venezuela teria rejeitado o pedido e


optado por levar os corpos dos colombianos, que trabalhavam como<br />

ven<strong>de</strong>dores ambulantes <strong>na</strong> linha fronteiriça, em veículos do estado <strong>de</strong> Táchira<br />

à Cucuta, <strong>na</strong> Colômbia.<br />

Em um ato público, o presi<strong>de</strong>nte colombiano, Álvaro Uribe, pediu ao seu<br />

homólogo venezuelano coor<strong>de</strong><strong>na</strong>r medidas para "proteger a vida" dos<br />

habitantes da fronteira <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 2,2 mil quilômetros.<br />

" Faço um chamado ao governo da Venezuela, a seu presi<strong>de</strong>nte, que por cima<br />

<strong>de</strong> qualquer diferença, busquemos como po<strong>de</strong> haver uma coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção <strong>de</strong><br />

ativida<strong>de</strong>s para proteger o direito à vida dos cidadãos colombianos e<br />

venezuelanos", afirmou Uribe nesta segunda-feira.<br />

27/10/2009<br />

Venezuela pren<strong>de</strong> colombianos acusados <strong>de</strong> espio<strong>na</strong>gem<br />

BBC Brasil -<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/10/091027_venezuela_rc.s<br />

html<br />

Acesso: 21:50<br />

“O ministério das Relações Exteriores da Venezuela anunciou, nesta terça-<br />

feira, a prisão <strong>de</strong> agentes do Departamento Administrativo <strong>de</strong> Segurança da<br />

Colômbia (DAS, - agência secreta colombia<strong>na</strong>) acusados <strong>de</strong> realizar ativida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> espio<strong>na</strong>gem em território venezuelano...”<br />

Venezuela pren<strong>de</strong> colombianos acusados <strong>de</strong> espio<strong>na</strong>gem<br />

O ministério das Relações Exteriores da Venezuela anunciou, nesta terça-feira,<br />

a prisão <strong>de</strong> agentes do Departamento Administrativo <strong>de</strong> Segurança da<br />

Colômbia (DAS, - agência secreta colombia<strong>na</strong>) acusados <strong>de</strong> realizar ativida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> espio<strong>na</strong>gem em território venezuelano.<br />

De acordo com o vice-chanceler para a América Lati<strong>na</strong> e Caribe, Francisco<br />

Arias Cár<strong>de</strong><strong>na</strong>s, os colombianos <strong>de</strong>tidos respon<strong>de</strong>rão à Justiça venezuela<strong>na</strong><br />

pelos <strong>de</strong>litos <strong>de</strong> espio<strong>na</strong>gem.<br />

Segundo ele, no momento da <strong>de</strong>tenção foram encontrados documentos com<br />

planos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sestabilização contra o "governo, nosso povo e nossa


<strong>de</strong>mocracia".<br />

O vice-chanceler não explicou, no entanto, quantos agentes foram <strong>de</strong>tidos<br />

pelas autorida<strong>de</strong>s venezuela<strong>na</strong>s, tampouco as circunstâncias da prisão.<br />

Conspiração<br />

A <strong>de</strong>tenção dos agentes colombianos ocorre um dia <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> o ministério <strong>de</strong><br />

Relações Exteriores emitir uma nota <strong>de</strong> protesto acusando o governo<br />

colombiano <strong>de</strong> "espio<strong>na</strong>gem" e "conspiração".<br />

Na nota, o ministério venezuelano con<strong>de</strong>nou a "reiterada presença" <strong>de</strong><br />

funcionários do DAS <strong>na</strong> Venezuela.<br />

Segundo o comunicado emitido <strong>na</strong> segunda-feira e entregue à embaixadora da<br />

Colômbia <strong>na</strong> Venezuela, María Luisa Chappe, os funcionários foram<br />

"<strong>de</strong>tectados realizando trabalhos <strong>de</strong> espio<strong>na</strong>gem e tentativas <strong>de</strong> suborno".<br />

Para o governo Chávez, as ativida<strong>de</strong>s do DAS são "claramente i<strong>na</strong>mistosas e<br />

tipificadas como <strong>de</strong>lito" e teriam como objetivo, "um gran<strong>de</strong> plano <strong>de</strong><br />

conspiração e <strong>de</strong>sestabilização contra a Venezuela, com repercussões <strong>na</strong><br />

região".<br />

Na nota, o governo venezuelano exige o "fim imediato" <strong>de</strong> todas as ativida<strong>de</strong>s<br />

"que atentem contra a soberania, integrida<strong>de</strong> territorial e <strong>de</strong>mocrática da<br />

Venezuela".<br />

O episódio ten<strong>de</strong> a incrementar a tensão entre Caracas e Bogotá, que tiveram<br />

as relações diplomáticas "congeladas" pelo presi<strong>de</strong>nte venezuelano Hugo<br />

Chávez, em protesto contra a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>r colombiano, Álvaro Uribe, <strong>de</strong><br />

firmar um acordo <strong>de</strong> cooperação com os Estados Unidos que permitirá às<br />

Forças Armadas america<strong>na</strong>s utilizarem oito bases militares <strong>na</strong> Colômbia.<br />

Fronteira<br />

No fim <strong>de</strong> sema<strong>na</strong>, a chancelaria venezuela<strong>na</strong> emitiu uma primeira nota <strong>de</strong><br />

protesto "con<strong>de</strong><strong>na</strong>ndo" as acusações do ministro <strong>de</strong> Defesa colombiano,<br />

Gabriel Silva.<br />

Silva havia afirmado que <strong>na</strong> Venezuela "existe a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> quase um<br />

tráfico livre" <strong>de</strong> aviões utilizados pelo <strong>na</strong>rcotráfico com <strong>de</strong>stino à América<br />

Central.<br />

Também em resposta, no domingo, Chávez acusou o ministro colombiano <strong>de</strong>


"retardado mental".<br />

Ainda no sábado, foram <strong>de</strong>scobertos <strong>de</strong>z corpos <strong>de</strong> jogadores <strong>de</strong> futebol<br />

amador que tinham sido sequestrados no estado venezuelano <strong>de</strong> Táchira,<br />

fronteira com a Colômbia.<br />

Oito pessoas do grupo eram colombia<strong>na</strong>s. O inci<strong>de</strong>nte evi<strong>de</strong>nciou a porosida<strong>de</strong><br />

da fronteira colombo - venezuela<strong>na</strong>, <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 2,2 mil quilômetros, local <strong>de</strong><br />

trânsito <strong>de</strong> paramilitares e grupos guerrilheiros.<br />

O vice-chanceler Cár<strong>de</strong><strong>na</strong>s afirmou que o comunicado <strong>de</strong> protesto da<br />

chancelaria não está relacio<strong>na</strong>do com o assassi<strong>na</strong>to dos oito colombianos.<br />

"A nota não tem <strong>na</strong>da a ver com o que ocorreu em Táchira no fim <strong>de</strong> sema<strong>na</strong>.<br />

Lamentamos muito a morte <strong>de</strong>ssas pessoas, mas as questões não estão<br />

relacio<strong>na</strong>das", disse. "O documento tem a ver com o que vem ocorrendo com<br />

os membros do Departamento <strong>de</strong> Segurança colombiano", afirmou.<br />

Honduras<br />

27/10/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “Pági<strong>na</strong> 12”<br />

Link da notícia: http://www.pagi<strong>na</strong>12.com.ar/diario/ultimas/20-134203-<br />

2009-10-27.html<br />

Após algumas conversas telefônicas, entre a secretária dos Estados Unidos da<br />

América, Hillary Clinton, e o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto, Manuel Zelaya, foi<br />

estabelecido o envio <strong>de</strong> uma comissão conciliadora, à Tegucigalpa, li<strong>de</strong>ra por<br />

Thomas Shannon, para retomar as negociações, entre o atual governo e o<br />

antigo regime <strong>de</strong> Manuel Zelaya.<br />

Dia: 28/10/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “Pági<strong>na</strong> 12”<br />

Link da notícia: http://www.pagi<strong>na</strong>12.com.ar/diario/ultimas/20-134260-2009-10-<br />

28.html<br />

Resumo: A ONU (Organização das Nações Unidas) <strong>de</strong>clara que Honduras, não<br />

<strong>de</strong>ve realizar eleições, como o atual presi<strong>de</strong>nte Roberto Micheletti, preten<strong>de</strong><br />

fazer, no dia 29 <strong>de</strong> novembro, <strong>de</strong>ste ano.<br />

Dia: 28/10/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “O Estado <strong>de</strong> S. Paulo”<br />

Link da notícia: http://www.estadao.com.br/noticias/inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l,honduras-<br />

processa-brasil-em-tribu<strong>na</strong>l-da-onu-por-abrigar-zelaya,457916,0.htm<br />

Resumo: O atual governo <strong>de</strong> Roberto Micheletti, dá inicio aos trâmites para<br />

processar o Brasil, no tribu<strong>na</strong>l da ONU, por conta do abrigo político, que o


governo brasileiro forneceu a Zelaya.<br />

29/10/2009 - 18h44<br />

Cristi<strong>na</strong> Kirchner cria espécie <strong>de</strong> Bolsa Família argentino<br />

MARCIA CARMO<br />

da BBC Brasil, em Buenos Aires<br />

A presi<strong>de</strong>nte da Argenti<strong>na</strong>, Cristi<strong>na</strong> Kirchner, anunciou nesta quinta-feira (29) a<br />

distribuição <strong>de</strong> 180 pesos (cerca <strong>de</strong> R$ 90) para as crianças e adolescentes <strong>de</strong><br />

até 18 anos que sejam filhos <strong>de</strong> pais <strong>de</strong>sempregados ou que estejam <strong>na</strong><br />

economia informal e não ganhem o suficiente para suas necessida<strong>de</strong>s básicas.<br />

O programa tem traços com o bolsa família brasileiro, já que exige a frequência<br />

<strong>na</strong> escola, além <strong>de</strong> comprovante <strong>de</strong> vaci<strong>na</strong>ção das doenças comuns no país<br />

para aqueles que têm até 4 anos. "Eu estaria mentindo se falasse que com<br />

essa ajuda estamos acabando com a pobreza <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong>. Mas esta é uma<br />

forma <strong>de</strong> socorrer aos mais carentes", afirmou a presi<strong>de</strong>nte, em re<strong>de</strong> <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />

<strong>de</strong> rádio e <strong>de</strong> televisão.<br />

Cristi<strong>na</strong> <strong>de</strong>stacou ainda que o "trabalho é o único instrumento" capaz <strong>de</strong><br />

melhorar a vida das pessoas. Segundo ela, para isso o governo vai continuar<br />

"trabalhando" para que sejam geradas mais ativida<strong>de</strong> industrial e comércio no<br />

país.<br />

A presi<strong>de</strong>nte informou que o programa custará 9,9 bilhões <strong>de</strong> pesos e que<br />

estes recursos serão provenientes da Anses (Administradora Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong><br />

Segurança Social). Recentemente, a Anses incorporou os fundos privados <strong>de</strong><br />

pensão e <strong>de</strong> aposentadorias, estatizados no governo <strong>de</strong> Cristi<strong>na</strong>.<br />

"Se tivéssemos <strong>de</strong>ixado estes recursos <strong>na</strong>s empresas privadas <strong>de</strong><br />

aposentadorias e pensões, eles seriam para pagar comissões ou outras coisas<br />

e não para distribuir para os trabalhadores", afirmou.<br />

O programa prevê, <strong>de</strong>stacou a presi<strong>de</strong>nte, que 80% dos 180 pesos sejam<br />

<strong>de</strong>positados mensalmente para os beneficiados. Os 20% restantes só serão<br />

pagos no ano seguinte a partir da comprovação <strong>de</strong> que os alunos aten<strong>de</strong>ram<br />

as exigências <strong>de</strong> comparecimento à escola e vaci<strong>na</strong>ção. "Esse é um programa<br />

inovador no mundo inteiro", disse a ministra <strong>de</strong> Ação Social, Alícia Kirchner,<br />

cunhada da presi<strong>de</strong>nte.<br />

O ministro da Economia, Amado Boudou, afirmou que a medida entra em vigor


no dia primeiro <strong>de</strong> novembro. Cristi<strong>na</strong> assinou o equivalente a uma medida<br />

provisória no Brasil, chamado <strong>de</strong>creto <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> e urgência. Por isso, o<br />

texto será enviado ao Congresso, mesmo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> passar a vigorar.<br />

O anúncio foi feito num momento em que setores da oposição e da Igreja<br />

Católica, além <strong>de</strong> especialistas, criticam o governo pelo aumento da pobreza e<br />

pela suposta manipulação <strong>de</strong> dados oficiais que comprovariam essa realida<strong>de</strong>.<br />

30/10/2009<br />

Lula vai a Caracas em dia <strong>de</strong> votação sobre Venezuela no Mercosul<br />

BBC Brasil -<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/10/091028_venezuela_cj_a<br />

c.shtml<br />

Acesso: 10:30<br />

“O presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva chega a Caracas nesta quinta-feira, dia<br />

em que a Comissão <strong>de</strong> Relações Exteriores do Se<strong>na</strong>do brasileiro vota a<br />

entrada da Venezuela no Mercosul, para uma visita <strong>de</strong> pouco mais <strong>de</strong> 24<br />

horas...”<br />

Lula vai a Caracas em dia <strong>de</strong> votação sobre Venezuela no Mercosul<br />

O presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva chega a Caracas nesta quinta-feira, dia<br />

em que a Comissão <strong>de</strong> Relações Exteriores do Se<strong>na</strong>do brasileiro vota a<br />

entrada da Venezuela no Mercosul, para uma visita <strong>de</strong> pouco mais <strong>de</strong> 24<br />

horas.<br />

As perspectivas do processo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são da Venezuela ao bloco serão<br />

discutidas em reunião entre Lula e o presi<strong>de</strong>nte venezuelano, Hugo Chávez.<br />

Segundo o porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach, Lula "está confiante<br />

<strong>de</strong> que o protocolo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são será aprovado".<br />

A votação <strong>de</strong>sta quinta-feira ocorre <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> meses <strong>de</strong> discussões entre<br />

parlamentares governistas e <strong>de</strong> oposição.<br />

No início <strong>de</strong> outubro, o relator, se<strong>na</strong>dor Tasso Jereissati (PSDB-CE),<br />

apresentou parecer contrário ao ingresso da Venezuela no Mercosul, em que,<br />

entre outras críticas, afirma que o país não cumpre a cláusula <strong>de</strong>mocrática.<br />

No texto, Jereissati disse que Chávez contribui para a "discórdia" <strong>na</strong> região e


que colaborou para a volta do presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto <strong>de</strong> Honduras, Manuel Zelaya,<br />

a seu país, causando "um problema para o Brasil" - numa referência ao fato <strong>de</strong><br />

o lí<strong>de</strong>r hondurenho ter se refugiado <strong>na</strong> embaixada brasileira, on<strong>de</strong> permanece<br />

há mais <strong>de</strong> um mês.<br />

Além do relatório do se<strong>na</strong>dor tucano, porém, também irá a votação nesta<br />

quinta-feira um parecer substitutivo favorável à entrada da Venezuela,<br />

apresentado pelo lí<strong>de</strong>r do governo no Se<strong>na</strong>do, Romero Jucá (PMDB-RR).<br />

Os parlamentares favoráveis ao ingresso da Venezuela no Mercosul afirmam<br />

que o povo venezuelano não po<strong>de</strong> ser punido por causa do contexto político do<br />

momento. Segundo Jucá, a melhor forma <strong>de</strong> garantir a preservação da<br />

<strong>de</strong>mocracia <strong>na</strong> Venezuela é trazer o país para o bloco.<br />

O ingresso da Venezuela já foi aprovado <strong>na</strong> Câmara. Após passar pela<br />

Comissão <strong>de</strong> Relações Exteriores, será votado no plenário do Se<strong>na</strong>do.<br />

No entanto, o protocolo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são, assi<strong>na</strong>do em 2006 e já ratificado por<br />

Argenti<strong>na</strong> e Uruguai, ainda precisa ser aprovado pelo Paraguai para que a<br />

Venezuela ingresse no Mercosul.<br />

Agenda<br />

A chegada <strong>de</strong> Lula a Caracas está prevista para às 16h (18h30 em Brasília)<br />

<strong>de</strong>sta quinta-feira. Antes <strong>de</strong> se reunir com Chávez, o presi<strong>de</strong>nte participa da<br />

i<strong>na</strong>uguração da nova se<strong>de</strong> do Consulado-Geral do Brasil e do escritório da<br />

Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral <strong>na</strong> capital venezuela<strong>na</strong>.<br />

Em seguida, Lula seguirá para um jantar com Chávez no palácio <strong>de</strong> Miraflores,<br />

em que será discutida a "agenda política regio<strong>na</strong>l", segundo a embaixada<br />

brasileira em Caracas.<br />

Além da entrada da Venezuela no Mercosul, os presi<strong>de</strong>ntes também <strong>de</strong>verão<br />

discutir a crise política em Honduras, que completou quatro meses, e o acordo<br />

militar entre Colômbia e Estados Unidos para o uso <strong>de</strong> sete bases militares<br />

colombia<strong>na</strong>s pelas Forças Armadas america<strong>na</strong>s, que po<strong>de</strong>rá ser assi<strong>na</strong>do<br />

ainda <strong>na</strong> sexta-feira, <strong>de</strong> acordo com o governo colombiano.<br />

Na sexta-feira, os presi<strong>de</strong>ntes viajam ao município <strong>de</strong> El Tigre, no Estado <strong>de</strong><br />

Anzoátegui, on<strong>de</strong> Lula participará da colheita da soja produzida em cooperação<br />

com a Embrapa.<br />

No encontro, <strong>de</strong> acordo com fontes diplomáticas brasileiras e venezuela<strong>na</strong>s, as


estatais petroleiras PDVSA e Petrobras assi<strong>na</strong>rão o acordo <strong>de</strong> associação para<br />

a criação da empresa mista que <strong>de</strong>verá operar <strong>na</strong> refi<strong>na</strong>ria Abreu e Lima, em<br />

Per<strong>na</strong>mbuco.<br />

Outro acordo previsto é a a<strong>de</strong>são da Venezuela ao padrão nipo-brasileiro <strong>de</strong><br />

TV digital. Além da Venezuela, Argenti<strong>na</strong>, Chile e Peru já adotaram esse<br />

padrão.<br />

Às 14h <strong>de</strong> sexta-feira, Lula <strong>de</strong>ixa Caracas rumo a Brasília.<br />

30/10/2009<br />

Entenda o que muda com a Venezuela no Mercosul<br />

Fonte: BBC Brasil –<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/10/091028_venezuelamerc<br />

osulqanda_ac.shtml<br />

Acesso: 10:50<br />

“A Comissão <strong>de</strong> Relações Exteriores do Se<strong>na</strong>do aprovou nesta quinta-feira o<br />

protocolo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são da Venezuela ao Mercosul. A <strong>de</strong>cisão ocorre <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

meses <strong>de</strong> discussões entre parlamentares governistas e <strong>de</strong> oposição...”<br />

Entenda o que muda com a Venezuela no Mercosul<br />

A Comissão <strong>de</strong> Relações Exteriores do Se<strong>na</strong>do aprovou nesta quinta-feira o<br />

protocolo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são da Venezuela ao Mercosul. A <strong>de</strong>cisão ocorre <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

meses <strong>de</strong> discussões entre parlamentares governistas e <strong>de</strong> oposição.<br />

A matéria já passou pela Câmara. Após aprovação <strong>na</strong> comissão, <strong>de</strong>verá ser<br />

votada no plenário do Se<strong>na</strong>do.<br />

O protocolo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são da Venezuela ao Mercosul foi assi<strong>na</strong>do em 2006 e <strong>de</strong>ve<br />

ser aprovado por todos os integrantes para que o país se torne um membro<br />

integral do bloco.<br />

Argenti<strong>na</strong> e Uruguai já ratificaram o ingresso da Venezuela no Mercosul. O<br />

Paraguai espera a <strong>de</strong>cisão do Brasil para votar o protocolo.<br />

Abaixo, a BBC Brasil respon<strong>de</strong> a algumas perguntas sobre os impactos da<br />

entrada da Venezuela no Mercosul.


Que impacto a entrada da Venezuela no Mercosul <strong>de</strong>verá ter no bloco e <strong>na</strong>s<br />

relações com outros países?<br />

Setores contrários à entrada da Venezuela no Mercosul afirmam que o governo<br />

do presi<strong>de</strong>nte Hugo Chávez <strong>de</strong>ixa a <strong>de</strong>sejar em relação ao respeito aos<br />

princípios <strong>de</strong>mocráticos e que a a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> seu país po<strong>de</strong> ser prejudicial ao<br />

bloco.<br />

De acordo com a<strong>na</strong>listas consultados pela BBC Brasil, o estilo "perso<strong>na</strong>lista" <strong>de</strong><br />

Chávez po<strong>de</strong> ser motivo <strong>de</strong> temor em alguns países da região.<br />

"É um tipo <strong>de</strong> governo que, <strong>de</strong> alguma forma, traz outro comportamento para<br />

<strong>de</strong>ntro do Mercosul", diz Sônia <strong>de</strong> Carmago, professora da PUC-Rio. Segundo<br />

ela, enquanto Lula tem uma atuação "agregadora" em política exter<strong>na</strong>, o<br />

presi<strong>de</strong>nte venezuelano é mais intempestivo e cultiva um "<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lismo<br />

exacerbado".<br />

José Alexandre Hage, professor <strong>de</strong> Relações Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is da Trevisan Escola<br />

<strong>de</strong> Negócios, questio<strong>na</strong> ainda como o bloco irá agir diante <strong>de</strong> problemas que a<br />

Venezuela tradicio<strong>na</strong>lmente tem, como os conflitos com a Colômbia.<br />

"Se a Venezuela entra no Mercosul, <strong>de</strong> certa forma estamos corroborando os<br />

problemas <strong>de</strong>la. E a rivalida<strong>de</strong> que a Venezuela tem com a Colômbia, por<br />

exemplo? Como fica o bloco?", questio<strong>na</strong>.<br />

O discurso antiamericano do presi<strong>de</strong>nte da Venezuela também é visto por<br />

alguns como um problema, e há o temor <strong>de</strong> que possa prejudicar as relações<br />

do bloco com os Estados Unidos. "Uma alta dose <strong>de</strong> Chávez no Mercosul po<strong>de</strong><br />

aumentar uma i<strong>de</strong>ologização antiamerica<strong>na</strong>", diz Hage.<br />

Há ainda o temor <strong>de</strong> que a presença da Venezuela prejudique as negociações<br />

para um acordo <strong>de</strong> livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia.<br />

No entanto, o argumento dos <strong>de</strong>fensores do ingresso da Venezuela no<br />

Mercosul é o <strong>de</strong> que não se po<strong>de</strong> impedir a entrada do povo venezuelano no<br />

bloco <strong>de</strong>vido à atual circunstância política e que <strong>de</strong>ixar o governo Chávez<br />

isolado seria pior.<br />

"O problema não é a Venezuela, todo mundo quer que a Venezuela faça parte<br />

do Mercosul. O problema é o governo Chávez", diz Georges Landau,<br />

conselheiro do Centro Brasileiro <strong>de</strong> Relações Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is (Cebri).<br />

A Venezuela <strong>de</strong>ve se beneficiar da integração comercial com o Mercosul. De<br />

acordo com alguns a<strong>na</strong>listas, também o bloco teria benefícios com o ingresso


do país.<br />

"Do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> se criar um bloco político mais coeso, a entrada da<br />

Venezuela po<strong>de</strong> ajudar. De certa forma, os países que compõem o Mercosul<br />

são muito parecidos <strong>na</strong> essência, com governos <strong>de</strong> centro-esquerda, com<br />

traços <strong>de</strong> um certo <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lismo. O Chávez é um pouco mais <strong>de</strong>nso nesse<br />

<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lismo, isso po<strong>de</strong> dar ao bloco um pouco mais <strong>de</strong> consistência", afirma<br />

Hage.<br />

O ingresso da Venezuela no Mercosul po<strong>de</strong> aumentar o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> influência <strong>de</strong><br />

Hugo Chávez <strong>na</strong> região?<br />

Alguns a<strong>na</strong>listas afirmam que o ingresso da Venezuela no Mercosul dará a<br />

Chávez mais po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> influência <strong>na</strong> região. O país, que já integra a Alba<br />

(Aliança Bolivaria<strong>na</strong> para as Américas) e a U<strong>na</strong>sul (União <strong>de</strong> Nações Sul-<br />

America<strong>na</strong>s), ganharia um palco importante.<br />

"Aumenta o grau <strong>de</strong> projeção <strong>de</strong> Chávez, tem muito mais espaço <strong>de</strong><br />

articulação", diz Hage. "Ganharia um palco muito melhor que U<strong>na</strong>sul e Alba,<br />

que são expectativas, enquanto o Mercosul, apesar da crise, realmente existe."<br />

Como os venezuelanos veem a a<strong>de</strong>são do país ao bloco?<br />

Nesta sema<strong>na</strong>, um dos principais opositores <strong>de</strong> Chávez, o prefeito <strong>de</strong> Caracas,<br />

Antonio Le<strong>de</strong>zma, veio ao Brasil e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u a aprovação da entrada da<br />

Venezuela no Mercosul. O lí<strong>de</strong>r opositor afirma que o povo venezuelano não<br />

po<strong>de</strong> ser punido com o isolamento por causa do governo Chávez.<br />

Além disso, há a expectativa <strong>de</strong> que, com a entrada da Venezuela, aumente o<br />

po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> pressão do Mercosul sobre o governo Chávez, para que cumpra pré-<br />

requisitos <strong>de</strong>mocráticos. Em uma audiência no Se<strong>na</strong>do, Le<strong>de</strong>zma disse que a<br />

a<strong>de</strong>são da Venezuela ao Mercosul seria uma chance <strong>de</strong> "enquadrar" Chávez.<br />

O Protocolo <strong>de</strong> Ushuaia, parte do Tratado <strong>de</strong> Assunção, que criou o Mercosul,<br />

afirma que "a ple<strong>na</strong> vigência das instituições <strong>de</strong>mocráticas é condição<br />

essencial para o <strong>de</strong>senvolvimento dos processos <strong>de</strong> integração" do bloco. Em<br />

caso <strong>de</strong> não cumprimento das cláusulas <strong>de</strong>mocráticas, um país po<strong>de</strong> sofrer<br />

suspensão.<br />

"A Venezuela é uma <strong>de</strong>mocracia em termos formais, mas tem uma forma <strong>de</strong><br />

governo muito autoritária", diz Sonia <strong>de</strong> Camargo.


No entanto, alguns a<strong>na</strong>listas afirmam que os resultados práticos <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong><br />

pressão por parte do Mercosul po<strong>de</strong>m ficar aquém do esperado. "Não há<br />

mecanismos para isso, porque o Mercosul é muito pouco institucio<strong>na</strong>lizado", diz<br />

Hage.<br />

Apesar das limitações, alguns <strong>de</strong>fensores do ingresso da Venezuela no<br />

Mercosul afirmam que é melhor ter o país no bloco, aten<strong>de</strong>ndo a algumas<br />

regras, do que in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e sem controle.<br />

Qual o impacto econômico da a<strong>de</strong>são da Venezuela ao Mercosul?<br />

No ano passado, a balança comercial do Brasil com a Venezuela alcançou US$<br />

5,7 bilhões, com superávit <strong>de</strong> US$ 4,6 bilhões para o Brasil.<br />

Des<strong>de</strong> 2007, o Brasil passou a ser o segundo sócio comercial do país, ficando<br />

atrás somente dos Estados Unidos, principal consumidor do petróleo<br />

venezuelano.<br />

A Venezuela importa 70% do que consome, a maior parte da Colômbia e dos<br />

Estados Unidos. Defensores afirmam que o ingresso do país no Mercosul traria<br />

vantagens econômicas e fortaleceria o PIB do bloco. Também esten<strong>de</strong>ria o<br />

bloco para o norte da América do Sul, com influência <strong>na</strong> região caribenha e<br />

benefícios para os Estados da região norte do Brasil.<br />

Para fazer parte do Mercosul, a Venezuela tem <strong>de</strong> cumprir critérios, entre eles<br />

a adoção da Tarifa Exter<strong>na</strong> Comum (TEC), vigente no comércio do bloco.<br />

Críticos afirmam que a Venezuela ainda não cumpriu esses critérios e não<br />

aceitou o tratado <strong>de</strong> tarifas comuns com terceiros países.<br />

30/10/2009<br />

Comissão do Se<strong>na</strong>do aprova entrada da Venezuela no Mercosul<br />

Fonte: BBC Brasil –<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/10/091029_venezuelamerc<br />

osul_ac.shtml<br />

Acesso: 13:05<br />

“A Comissão <strong>de</strong> Relações Exteriores do Se<strong>na</strong>do aprovou nesta quinta-feira o<br />

ingresso da Venezuela no Mercosul. Agora, a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>ve ainda passar pelo<br />

plenário do Se<strong>na</strong>do...”


Comissão do Se<strong>na</strong>do aprova entrada da Venezuela no Mercosul<br />

A Comissão <strong>de</strong> Relações Exteriores do Se<strong>na</strong>do aprovou nesta quinta-feira o<br />

ingresso da Venezuela no Mercosul. Agora, a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>ve ainda passar pelo<br />

plenário do Se<strong>na</strong>do.<br />

A matéria foi aprovada <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> meses <strong>de</strong> discussões e polêmica entre<br />

parlamentares governistas e <strong>de</strong> oposição.<br />

O substitutivo favorável à entrada da Venezuela no Mercosul, apresentado pelo<br />

lí<strong>de</strong>r do governo no Se<strong>na</strong>do, Romero Jucá (PMDB-RR), foi aprovado por 12<br />

votos contra cinco.<br />

O relator, se<strong>na</strong>dor Tasso Jereissati (PSDB-CE), havia apresentado parecer<br />

contrário ao ingresso do país no bloco, que foi rejeitado por 11 votos contra<br />

seis.<br />

A entrada da Venezuela no bloco sofre resistências. Opositores da i<strong>de</strong>ia<br />

afirmam que o governo do presi<strong>de</strong>nte Hugo Chávez <strong>de</strong>ixa a <strong>de</strong>sejar em relação<br />

ao respeito aos princípios <strong>de</strong>mocráticos.<br />

Dizem ainda que o estilo "perso<strong>na</strong>lista" <strong>de</strong> Chávez, que tem um forte discurso<br />

antiamericano e conflitos com países como a Colômbia, po<strong>de</strong> ser prejudicial ao<br />

bloco.<br />

Defensores da i<strong>de</strong>ia afirmam que o povo venezuelano não po<strong>de</strong> ser punido por<br />

causa <strong>de</strong> um governo, que a Venezuela não é somente Chávez e que o Estado<br />

<strong>de</strong>ve ser separado do governo.<br />

Outro argumento é que o Mercosul terá condições <strong>de</strong> exigir que o governo<br />

venezuelano cumpra princípios <strong>de</strong>mocráticos uma vez que entre no bloco.<br />

O Protocolo <strong>de</strong> Ushuaia, que integra o Tratado <strong>de</strong> Assunção, afirma que "a<br />

ple<strong>na</strong> vigência das instituições <strong>de</strong>mocráticas é condição essencial para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento dos processos <strong>de</strong> integração" entre os Estados do bloco. Os<br />

países que não se enquadram po<strong>de</strong>m ser punidos com suspensão.<br />

Essa pressão do Mercosul po<strong>de</strong>ria contribuir para o fortalecimento da<br />

<strong>de</strong>mocracia <strong>na</strong> Venezuela.<br />

Viagem<br />

O protocolo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são da Venezuela ao Mercosul foi assi<strong>na</strong>do em 2006 e<br />

precisa ser aprovado pelos quatro integrantes do bloco. Uruguai e Argenti<strong>na</strong> já


atificaram o ingresso do país. O Paraguai espera a <strong>de</strong>cisão do Brasil para<br />

votar o protocolo.<br />

Os se<strong>na</strong>dores da comissão também rejeitaram nesta quinta-feira o<br />

requerimento para a ida <strong>de</strong> uma comissão <strong>de</strong> cinco se<strong>na</strong>dores à Venezuela.<br />

A viagem seria realizada <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> o prefeito <strong>de</strong> Caracas, Antonio Le<strong>de</strong>zma,<br />

um dos principais opositores <strong>de</strong> Chávez, ter vindo ao Brasil e convidado os<br />

parlamentares a verificar o que <strong>de</strong>screveu como violações da <strong>de</strong>mocracia em<br />

seu país.<br />

O presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva, que havia se <strong>de</strong>clarado "confiante" <strong>na</strong><br />

aprovação do ingresso da Venezuela no Mercosul, chega a Caracas <strong>na</strong> tar<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sta quinta-feira para uma visita <strong>de</strong> pouco mais <strong>de</strong> 24 horas.<br />

O presi<strong>de</strong>nte participa da i<strong>na</strong>uguração da nova se<strong>de</strong> do Consulado-Geral do<br />

Brasil e do escritório da Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral <strong>na</strong> capital venezuela<strong>na</strong>.<br />

Em seguida, seguirá para um jantar com Chávez no palácio <strong>de</strong> Miraflores. Além<br />

da entrada da Venezuela no Mercosul, os presi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>verão discutir a crise<br />

política em Honduras, que completou quatro meses, e o acordo militar entre<br />

Colômbia e Estados Unidos para o uso <strong>de</strong> sete bases militares colombia<strong>na</strong>s<br />

pelas Forças Armadas america<strong>na</strong>s, que po<strong>de</strong>rá ser assi<strong>na</strong>do ainda <strong>na</strong> sexta-<br />

feira, <strong>de</strong> acordo com o governo colombiano.<br />

Na sexta-feira, os presi<strong>de</strong>ntes viajam ao município <strong>de</strong> El Tigre, no Estado <strong>de</strong><br />

Anzoátegui, on<strong>de</strong> Lula participará da colheita da soja produzida em cooperação<br />

com a Embrapa.<br />

No encontro, <strong>de</strong> acordo com fontes diplomáticas brasileiras e venezuela<strong>na</strong>s, as<br />

estatais petroleiras PDVSA e Petrobras assi<strong>na</strong>rão o acordo <strong>de</strong> associação para<br />

a criação da empresa mista que <strong>de</strong>verá operar <strong>na</strong> refi<strong>na</strong>ria Abreu e Lima, em<br />

Per<strong>na</strong>mbuco.<br />

Outro acordo previsto é a a<strong>de</strong>são da Venezuela ao padrão nipo-brasileiro <strong>de</strong><br />

TV digital. Além da Venezuela, Argenti<strong>na</strong>, Chile e Peru já adotaram esse<br />

padrão. Às 14h <strong>de</strong> sexta-feira, Lula <strong>de</strong>ixa Caracas rumo a Brasília.<br />

30/10/2009<br />

Em Caracas, Lula diz que Se<strong>na</strong>do 'amadureceu'<br />

Fonte: BBC Brasil –<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/10/091029_lula_caracas_m


ercosul_cj_np.shtmlAcesso: 13:40<br />

“O presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta quinta-feira, em Caracas,<br />

que os se<strong>na</strong>dores brasileiros "amadureceram", ao comentar a aprovação <strong>na</strong><br />

Comissão <strong>de</strong> Relações Exteriores do Se<strong>na</strong>do do ingresso da Venezuela no<br />

Mercosul. Agora, a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>ve ainda passar pelo plenário do Se<strong>na</strong>do...”<br />

Em Caracas, Lula diz que Se<strong>na</strong>do 'amadureceu'<br />

O presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta quinta-feira, em Caracas,<br />

que os se<strong>na</strong>dores brasileiros "amadureceram", ao comentar a aprovação <strong>na</strong><br />

Comissão <strong>de</strong> Relações Exteriores do Se<strong>na</strong>do do ingresso da Venezuela no<br />

Mercosul. Agora, a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>ve ainda passar pelo plenário do Se<strong>na</strong>do.<br />

"Ainda falta uma etapa que é a votação no plenário, mas estou convencido que<br />

os se<strong>na</strong>dores brasileiros, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> tanto tempo <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate interno,<br />

amadureceram e hoje eu acho que a gran<strong>de</strong> maioria tem consciência da<br />

importância <strong>de</strong>sta parceria", afirmou o presi<strong>de</strong>nte durante discurso <strong>na</strong><br />

cerimônia <strong>de</strong> i<strong>na</strong>uguração do Consulado Geral do Brasil e do primeiro escritório<br />

da Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral <strong>na</strong> América do Sul.<br />

Lula, que chegou à capital venezuela<strong>na</strong> no fi<strong>na</strong>l da tar<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta quinta-feira para<br />

um encontro bilateral com o presi<strong>de</strong>nte venezuelano, Hugo Chávez, disse<br />

"sonhar" com o dia em que todos os países da América do Sul possam<br />

participar do Mercosul.<br />

"Para ficar maior, mais forte, economicamente mais importante,<br />

comercialmente mais importante e politicamente muito mais importante",<br />

afirmou.<br />

Venezuela<br />

A a<strong>de</strong>são da Venezuela ao bloco foi aprovada <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> meses <strong>de</strong> discussões<br />

e polêmica entre parlamentares governistas e <strong>de</strong> oposição.<br />

O substitutivo favorável à entrada da Venezuela no Mercosul, apresentado pelo<br />

lí<strong>de</strong>r do governo no Se<strong>na</strong>do, Romero Jucá (PMDB-RR), foi aprovado por 12<br />

votos contra cinco.<br />

O relator, se<strong>na</strong>dor Tasso Jereissati (PSDB-CE), havia apresentado parecer<br />

contrário ao ingresso do país no bloco, que foi rejeitado por 11 votos contra


seis.<br />

O protocolo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são da Venezuela ao Mercosul foi assi<strong>na</strong>do em 2006 e<br />

precisa ser aprovado pelos quatro integrantes do bloco. Uruguai e Argenti<strong>na</strong> já<br />

ratificaram o ingresso do país. O Paraguai espera a <strong>de</strong>cisão do Brasil para<br />

votar o protocolo.<br />

Para o governo e empresários brasileiros, a entrada da Venezuela ao<br />

Mercosul, que é o quinto parceiro comercial do Brasil, abre as possibildia<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

ampliação do comércio bilateral que no último ano registrou um fluxo <strong>de</strong> US$<br />

5,7 bilhões, com superávit <strong>de</strong> US$ 5,1 bilhões para o Brasil.<br />

‘Milagre’<br />

Entusiasmado com a integração sul-sul, Lula disse que o atual momento <strong>de</strong><br />

integração que vivem os países da região "é um milagre".<br />

"Isso aqui parece pouco, se a gente imagi<strong>na</strong>r o que a gente quer para o futuro,<br />

mas se olharmos para um passado não muito distante, o que se pensava da<br />

relação sul-sul e o que se pensava da relação <strong>na</strong> América do Sul, isso aqui,<br />

para quem acredita em Deus como eu, é um milagre", disse.<br />

Lula disse ainda que os países enfrentam adversários e uma doutri<strong>na</strong> colonial<br />

contrária ao processo <strong>de</strong> integração regio<strong>na</strong>l.<br />

"Os adversários existem, os contras existem, é uma doutri<strong>na</strong> e doutri<strong>na</strong> não é<br />

coisa que a gente muda rapidamente com discursos. São anos e anos <strong>de</strong><br />

persistência para que possamos consolidar cada <strong>de</strong>grau <strong>de</strong>ssa escada da<br />

construção da integração da América do Sul e da América Lati<strong>na</strong>".<br />

Arrancando risos da platéia, Lula disse esperar que os países possam elimi<strong>na</strong>r<br />

suas diferenças ao consolidar o processo <strong>de</strong> integração regio<strong>na</strong>l e que <strong>de</strong>pois<br />

disso, "todos estaremos falando portunhol".<br />

Agenda política<br />

Logo <strong>de</strong>pois da cerimônia, Lula seguiu para um jantar com Chávez. Além da<br />

entrada da Venezuela no Mercosul, os presi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>verão discutir a crise<br />

política em Honduras, que completou quatro meses, e o acordo militar entre<br />

Colômbia e Estados Unidos para o uso <strong>de</strong> sete bases militares colombia<strong>na</strong>s<br />

pelas Forças Armadas america<strong>na</strong>s, que será assi<strong>na</strong>do ainda <strong>na</strong> sexta-feira, <strong>de</strong><br />

acordo com o governo colombiano.


Na sexta-feira, os presi<strong>de</strong>ntes viajam ao município <strong>de</strong> El Tigre, no Estado <strong>de</strong><br />

Anzoátegui, on<strong>de</strong> Lula participará da colheita da soja produzida em cooperação<br />

com a Embrapa.<br />

No encontro, as estatais petroleiras PDVSA e Petrobras <strong>de</strong>vem assi<strong>na</strong>r o<br />

acordo <strong>de</strong> associação para a criação da empresa mista que <strong>de</strong>verá operar <strong>na</strong><br />

refi<strong>na</strong>ria Abreu e Lima, em Per<strong>na</strong>mbuco.<br />

Outro acordo previsto é a a<strong>de</strong>são da Venezuela ao padrão nipo-brasileiro <strong>de</strong><br />

TV digital. Além da Venezuela, Argenti<strong>na</strong>, Chile e Peru já adotaram esse<br />

padrão.<br />

Acompanham o presi<strong>de</strong>nte nesta visita, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma<br />

Roussef, o ministro <strong>de</strong> Relações Exteriores, Celso Amorim, o ministro <strong>de</strong> Mi<strong>na</strong>s<br />

e Energia, Edison Lobão, o ministro <strong>de</strong> Comunicação Hélio Costa, e o Assessor<br />

Especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia.<br />

30/10/2009<br />

Colômbia assi<strong>na</strong> acordo para uso <strong>de</strong> bases militares pelos EUA<br />

BBC Brasil –<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/10/091030_colombia_eua_<br />

pu.shtml<br />

Acesso: 15:30<br />

“Os Estados Unidos e a Colômbia anunciaram nesta sexta-feira que assi<strong>na</strong>ram<br />

o acordo que dá a tropas america<strong>na</strong>s acesso a sete bases colombia<strong>na</strong>s...”<br />

Colômbia assi<strong>na</strong> acordo para uso <strong>de</strong> bases militares pelos EUA<br />

Os Estados Unidos e a Colômbia anunciaram nesta sexta-feira que assi<strong>na</strong>ram<br />

o acordo que dá a tropas america<strong>na</strong>s acesso a sete bases colombia<strong>na</strong>s.<br />

O ministro colombiano do Exterior, Jaime Bermú<strong>de</strong>z, disse que o conteúdo do<br />

entendimento será divulgado <strong>na</strong> sema<strong>na</strong> que vem.<br />

As negociações do acordo, em agosto, causaram mal-estar entre os vizinhos<br />

da Colômbia, como Brasil, Equador e Venezuela, temerosos quanto ao<br />

aumento da presença militar america<strong>na</strong> em suas fronteiras.<br />

O presi<strong>de</strong>nte da Colômbia, Álvaro Uribe, teve <strong>de</strong> acio<strong>na</strong>r sua diplomacia e dar<br />

ao presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva sua "palavra" <strong>de</strong> que o uso <strong>de</strong> bases


militares pelos americanos se limitará ao território colombiano.<br />

"Que fique claro: o que este acordo busca é acabar com o <strong>na</strong>rcotráfico e o<br />

terrorismo <strong>na</strong> Colômbia. Os países vizinhos e toda a região po<strong>de</strong>m ficar<br />

tranquilos", <strong>de</strong>clarou nesta sexta-feira o Bermú<strong>de</strong>z em entrevista à rádio<br />

colombia<strong>na</strong> RCN.<br />

Em nota à imprensa, a chancelaria colombia<strong>na</strong> garantiu que as operações<br />

america<strong>na</strong>s se darão "com base nos princípios <strong>de</strong> respeito total da igualda<strong>de</strong><br />

sobera<strong>na</strong>, integrida<strong>de</strong> territorial e não-intervenção nos assuntos internos dos<br />

outros Estados".<br />

Um dos maiores críticos da negociação colombia<strong>na</strong> com os Estados Unidos foi<br />

o presi<strong>de</strong>nte venezuelano, Hugo Chávez.<br />

Em agosto, o lí<strong>de</strong>r da Venezuela taxou o acordo <strong>de</strong> "ameaça" à integração<br />

regio<strong>na</strong>l, e disse que, com a aproximação, os Estados Unidos <strong>de</strong>sejam manter<br />

os olhos sobre a Amazônia brasileira, o petróleo venezuelano e o Aquífero<br />

Guarani, no Cone Sul, consi<strong>de</strong>rado a maior reserva <strong>de</strong> água doce do mundo.<br />

30/10/2009<br />

Lula chegou como Cristo anunciando o Mercosul, diz Chávez<br />

BBC Brasil –<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/10/091030_chavez_cj_ac.s<br />

html<br />

Acesso: 19:15<br />

“O presi<strong>de</strong>nte venezuelano, Hugo Chávez, disse nesta sexta-feira que seu<br />

colega brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, chegou ao país "como Cristo" ao<br />

anunciar "a boa nova" da aprovação prelimi<strong>na</strong>r do ingresso da Venezuela no<br />

Mercosul...”<br />

Lula chegou como Cristo anunciando o Mercosul, diz Chávez<br />

O presi<strong>de</strong>nte venezuelano, Hugo Chávez, disse nesta sexta-feira que seu<br />

colega brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, chegou ao país "como Cristo" ao<br />

anunciar "a boa nova" da aprovação prelimi<strong>na</strong>r do ingresso da Venezuela no<br />

Mercosul.<br />

"Lula veio como Cristo anunciando o Evangelho. Só faltou o cabelo comprido",


disse Chávez. "Anunciando a boa nova da <strong>de</strong>cisão da Comissão <strong>de</strong> Relações<br />

Exteriores. Saúdo a todos os se<strong>na</strong>dores."<br />

Lula chegou à Venezuela <strong>na</strong> quinta-feira, pouco <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> a Comissão <strong>de</strong><br />

Relações Exteriores do Se<strong>na</strong>do brasileiro ter aprovado a a<strong>de</strong>são da Venezuela<br />

ao Mercosul. A entrada do país no bloco ainda precisa ser votada pelo plenário<br />

do Se<strong>na</strong>do.<br />

"Nossa expectativa, lá no horizonte, é positiva", disse Chávez. "Eu consi<strong>de</strong>ro<br />

do ponto <strong>de</strong> vista econômico, moral, político e territorial que a Venezuela já é<br />

parte do Mercosul. Faltam esses passos, que são próprios <strong>de</strong> cada país."<br />

Ritmo paraguaio<br />

Para se tor<strong>na</strong>r membro integral do Mercosul, a Venezuela precisa ter sua<br />

a<strong>de</strong>são aprovada pelos quatro países integrantes do bloco. Argenti<strong>na</strong> e<br />

Uruguai já ratificaram o protocolo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são. O Paraguai espera a <strong>de</strong>cisão do<br />

Brasil para votar.<br />

"O Paraguai tem seu próprio ritmo. Acredito que mais cedo que tar<strong>de</strong> nós<br />

conseguiremos (que o Paraguai aprove), porque isso beneficia a todos, criar<br />

um gran<strong>de</strong> mercado no Sul", afirmou o presi<strong>de</strong>nte venezuelano.<br />

Chávez disse que mesmo aqueles que se opuseram ao ingresso <strong>de</strong> seu país<br />

no bloco "<strong>de</strong>vem reconhecer que é <strong>de</strong> interesse <strong>de</strong> todos que a Venezuela<br />

entre no Mercosul", citando o fato <strong>de</strong> o país ter uma das maiores reservas <strong>de</strong><br />

petróleo e <strong>de</strong> gás do mundo.<br />

A a<strong>de</strong>são da Venezuela ao Mercosul provocou polêmica no Congresso<br />

brasileiro. Opositores da entrada do país no bloco afirmavam que o governo <strong>de</strong><br />

Chávez <strong>de</strong>ixa a <strong>de</strong>sejar em relação ao respeito aos princípios <strong>de</strong>mocráticos.<br />

Questio<strong>na</strong>do sobre essas críticas, Chávez disse que a Venezuela é um país<br />

"em ple<strong>na</strong> <strong>de</strong>mocracia, com ple<strong>na</strong> liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão".<br />

"Aqui, ninguém acredita nesses contos <strong>de</strong> Chávez ditador, <strong>de</strong> perseguição<br />

contra jor<strong>na</strong>listas", afirmou.<br />

Refi<strong>na</strong>ria<br />

Após meses <strong>de</strong> impasses e <strong>de</strong>sentendimentos, as estatais petroleiras PDVSA<br />

e Petrobras assi<strong>na</strong>ram o acordo <strong>de</strong> associação para operar <strong>na</strong> refi<strong>na</strong>ria Abreu e<br />

Lima em Per<strong>na</strong>mbuco.


O trabalho inicial das obras já foram adiantados pela Petrobras. Assim como<br />

havia sido previsto inicialmente, a participação acionária dos venezuelanos<br />

será <strong>de</strong> 40% e o restante ficará sob controle da Petrobras.<br />

O acordo da refi<strong>na</strong>ria começou a ser discutido em 2005, porém, uma série <strong>de</strong><br />

divergências, como o valor do preço do petróleo venezuelano que será refi<strong>na</strong>do<br />

em Per<strong>na</strong>mbuco, gerou atrasos <strong>na</strong> constituição do contrato e mal-estar entre os<br />

presi<strong>de</strong>ntes Lula e Chávez com as companhias. Lula chegou a comparar com<br />

"duas misses vaidosas" as duas companhias durante a queda <strong>de</strong> braço.<br />

O orçamento inicial da refi<strong>na</strong>ria, cotado em US$ 4 bilhões foi reajustado para<br />

US$12 bilhões.<br />

No quarto encontro entre Lula e Chávez realizado nesta ano, o presi<strong>de</strong>nte,<br />

usando um chapéu <strong>de</strong> palha, acompanhou o colega venezuelano em cima <strong>de</strong><br />

um trator durante a primeira colheita da soja produzida pela Embrapa <strong>na</strong><br />

Venezuela.<br />

Durante a visita, os presi<strong>de</strong>ntes assi<strong>na</strong>ram outros 15 novos acordos <strong>de</strong><br />

cooperação <strong>na</strong>s áreas agrícola, industrial e energética e <strong>de</strong> biotecnologia.<br />

"Estamos colhendo o que plantamos em um momento que era dificil plantar,<br />

quando havia <strong>de</strong>scredito sobre a integração", afirmou Lula ao discursar durante<br />

o ato público.<br />

"A integração entre Brasil e Venezuela não tem volta", disse Lula.<br />

Sobre a apovação <strong>na</strong> Comissão <strong>de</strong> Relações Exteriores do Se<strong>na</strong>do da entrada<br />

da Venezuela no Mercosul, Lula disse que regressava ao Brasil com a<br />

convicção <strong>de</strong> que "valeu a pe<strong>na</strong> a gente apostar nessa integração e valeu a<br />

pe<strong>na</strong> a gente brigar para que a Venezuela entrasse no Mercosul".<br />

Em seguida, Chávez respon<strong>de</strong>u, agra<strong>de</strong>cendo "a todos os se<strong>na</strong>dores, <strong>de</strong> todas<br />

as correntes políticas" pela aprovação da matéria <strong>na</strong> Comissão.<br />

Dilma<br />

O presi<strong>de</strong>nte venezuelano disse que a visita do colega brasileiro "é histórica",<br />

porque ele está acompanhado da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.<br />

"Ele vem com a Dilma. E vocês sabem o peso que a Dilma tem, a trajetória da<br />

Dilma", disse.<br />

Chávez também voltou a manifestar apoio a uma candidatura da ministra à


Presidência. "A próxima presi<strong>de</strong>nte do Brasil será a Dilma. Escrevam, po<strong>de</strong>m<br />

escrever. Eu não me meto nisso diretamente, mas é o que me diz esse<br />

coração."<br />

O lí<strong>de</strong>r venezuelano disse ainda lamentar "que Lula se vá" do po<strong>de</strong>r ao fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong><br />

seu mandato. "E eu sei que muitos no Brasil lamentam. Por que quando um<br />

presi<strong>de</strong>nte está fazendo bem tem que ir?"<br />

Os dois presi<strong>de</strong>ntes participaram <strong>de</strong> um jantar <strong>na</strong> quinta-feira, em que Chávez<br />

disse ter cantado "Parabéns a você" e servido bolo para Lula, que fez<br />

aniversário no último dia 27.<br />

Colômbia<br />

O presi<strong>de</strong>nte venezuelano também voltou a afirmar que está "preocupado" com<br />

o acordo assi<strong>na</strong>do nesta sexta-feira entre a Colômbia e os Estados Unidos, que<br />

dá a tropas america<strong>na</strong>s acesso a sete bases colombia<strong>na</strong>s.<br />

"É preocupante que os Estados Unidos e sua máqui<strong>na</strong> <strong>de</strong> guerra, e seus<br />

homens para a guerra, estejam aí <strong>na</strong> fronteira venezuela<strong>na</strong>", disse. "Acredito<br />

que é uma ameaça não só para a Colômbia. Esses militares ianques têm<br />

impunida<strong>de</strong>, já houve casos <strong>de</strong> violações em que não foi possível fazer <strong>na</strong>da,<br />

porque são imunes."<br />

30/10/2009<br />

Lula vai a Caracas em dia <strong>de</strong> votação sobre Venezuela no Mercosul<br />

BBC Brasil -<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/10/091028_venezuela_cj_a<br />

c.shtml<br />

Acesso: 10:30<br />

“O presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva chega a Caracas nesta quinta-feira, dia<br />

em que a Comissão <strong>de</strong> Relações Exteriores do Se<strong>na</strong>do brasileiro vota a<br />

entrada da Venezuela no Mercosul, para uma visita <strong>de</strong> pouco mais <strong>de</strong> 24<br />

horas...”<br />

Lula vai a Caracas em dia <strong>de</strong> votação sobre Venezuela no Mercosul<br />

O presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva chega a Caracas nesta quinta-feira, dia


em que a Comissão <strong>de</strong> Relações Exteriores do Se<strong>na</strong>do brasileiro vota a<br />

entrada da Venezuela no Mercosul, para uma visita <strong>de</strong> pouco mais <strong>de</strong> 24<br />

horas.<br />

As perspectivas do processo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são da Venezuela ao bloco serão<br />

discutidas em reunião entre Lula e o presi<strong>de</strong>nte venezuelano, Hugo Chávez.<br />

Segundo o porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach, Lula "está confiante<br />

<strong>de</strong> que o protocolo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são será aprovado".<br />

A votação <strong>de</strong>sta quinta-feira ocorre <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> meses <strong>de</strong> discussões entre<br />

parlamentares governistas e <strong>de</strong> oposição.<br />

No início <strong>de</strong> outubro, o relator, se<strong>na</strong>dor Tasso Jereissati (PSDB-CE),<br />

apresentou parecer contrário ao ingresso da Venezuela no Mercosul, em que,<br />

entre outras críticas, afirma que o país não cumpre a cláusula <strong>de</strong>mocrática.<br />

No texto, Jereissati disse que Chávez contribui para a "discórdia" <strong>na</strong> região e<br />

que colaborou para a volta do presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto <strong>de</strong> Honduras, Manuel Zelaya,<br />

a seu país, causando "um problema para o Brasil" - numa referência ao fato <strong>de</strong><br />

o lí<strong>de</strong>r hondurenho ter se refugiado <strong>na</strong> embaixada brasileira, on<strong>de</strong> permanece<br />

há mais <strong>de</strong> um mês.<br />

Além do relatório do se<strong>na</strong>dor tucano, porém, também irá a votação nesta<br />

quinta-feira um parecer substitutivo favorável à entrada da Venezuela,<br />

apresentado pelo lí<strong>de</strong>r do governo no Se<strong>na</strong>do, Romero Jucá (PMDB-RR).<br />

Os parlamentares favoráveis ao ingresso da Venezuela no Mercosul afirmam<br />

que o povo venezuelano não po<strong>de</strong> ser punido por causa do contexto político do<br />

momento. Segundo Jucá, a melhor forma <strong>de</strong> garantir a preservação da<br />

<strong>de</strong>mocracia <strong>na</strong> Venezuela é trazer o país para o bloco.<br />

O ingresso da Venezuela já foi aprovado <strong>na</strong> Câmara. Após passar pela<br />

Comissão <strong>de</strong> Relações Exteriores, será votado no plenário do Se<strong>na</strong>do.<br />

No entanto, o protocolo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são, assi<strong>na</strong>do em 2006 e já ratificado por<br />

Argenti<strong>na</strong> e Uruguai, ainda precisa ser aprovado pelo Paraguai para que a<br />

Venezuela ingresse no Mercosul.<br />

Agenda<br />

A chegada <strong>de</strong> Lula a Caracas está prevista para às 16h (18h30 em Brasília)<br />

<strong>de</strong>sta quinta-feira. Antes <strong>de</strong> se reunir com Chávez, o presi<strong>de</strong>nte participa da<br />

i<strong>na</strong>uguração da nova se<strong>de</strong> do Consulado-Geral do Brasil e do escritório da


Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral <strong>na</strong> capital venezuela<strong>na</strong>.<br />

Em seguida, Lula seguirá para um jantar com Chávez no palácio <strong>de</strong> Miraflores,<br />

em que será discutida a "agenda política regio<strong>na</strong>l", segundo a embaixada<br />

brasileira em Caracas.<br />

Além da entrada da Venezuela no Mercosul, os presi<strong>de</strong>ntes também <strong>de</strong>verão<br />

discutir a crise política em Honduras, que completou quatro meses, e o acordo<br />

militar entre Colômbia e Estados Unidos para o uso <strong>de</strong> sete bases militares<br />

colombia<strong>na</strong>s pelas Forças Armadas america<strong>na</strong>s, que po<strong>de</strong>rá ser assi<strong>na</strong>do<br />

ainda <strong>na</strong> sexta-feira, <strong>de</strong> acordo com o governo colombiano.<br />

Na sexta-feira, os presi<strong>de</strong>ntes viajam ao município <strong>de</strong> El Tigre, no Estado <strong>de</strong><br />

Anzoátegui, on<strong>de</strong> Lula participará da colheita da soja produzida em cooperação<br />

com a Embrapa.<br />

No encontro, <strong>de</strong> acordo com fontes diplomáticas brasileiras e venezuela<strong>na</strong>s, as<br />

estatais petroleiras PDVSA e Petrobras assi<strong>na</strong>rão o acordo <strong>de</strong> associação para<br />

a criação da empresa mista que <strong>de</strong>verá operar <strong>na</strong> refi<strong>na</strong>ria Abreu e Lima, em<br />

Per<strong>na</strong>mbuco.<br />

Outro acordo previsto é a a<strong>de</strong>são da Venezuela ao padrão nipo-brasileiro <strong>de</strong><br />

TV digital. Além da Venezuela, Argenti<strong>na</strong>, Chile e Peru já adotaram esse<br />

padrão.<br />

Às 14h <strong>de</strong> sexta-feira, Lula <strong>de</strong>ixa Caracas rumo a Brasília.<br />

30/10/2009<br />

Entenda o que muda com a Venezuela no Mercosul<br />

BBC Brasil –<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/10/091028_venezuelamerc<br />

osulqanda_ac.shtml<br />

Acesso: 10:50<br />

“A Comissão <strong>de</strong> Relações Exteriores do Se<strong>na</strong>do aprovou nesta quinta-feira o<br />

protocolo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são da Venezuela ao Mercosul. A <strong>de</strong>cisão ocorre <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

meses <strong>de</strong> discussões entre parlamentares governistas e <strong>de</strong> oposição...”<br />

Entenda o que muda com a Venezuela no Mercosul<br />

A Comissão <strong>de</strong> Relações Exteriores do Se<strong>na</strong>do aprovou nesta quinta-feira o


protocolo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são da Venezuela ao Mercosul. A <strong>de</strong>cisão ocorre <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

meses <strong>de</strong> discussões entre parlamentares governistas e <strong>de</strong> oposição.<br />

A matéria já passou pela Câmara. Após aprovação <strong>na</strong> comissão, <strong>de</strong>verá ser<br />

votada no plenário do Se<strong>na</strong>do.<br />

O protocolo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são da Venezuela ao Mercosul foi assi<strong>na</strong>do em 2006 e <strong>de</strong>ve<br />

ser aprovado por todos os integrantes para que o país se torne um membro<br />

integral do bloco.<br />

Argenti<strong>na</strong> e Uruguai já ratificaram o ingresso da Venezuela no Mercosul. O<br />

Paraguai espera a <strong>de</strong>cisão do Brasil para votar o protocolo.<br />

Abaixo, a BBC Brasil respon<strong>de</strong> a algumas perguntas sobre os impactos da<br />

entrada da Venezuela no Mercosul.<br />

Que impacto a entrada da Venezuela no Mercosul <strong>de</strong>verá ter no bloco e <strong>na</strong>s<br />

relações com outros países?<br />

Setores contrários à entrada da Venezuela no Mercosul afirmam que o governo<br />

do presi<strong>de</strong>nte Hugo Chávez <strong>de</strong>ixa a <strong>de</strong>sejar em relação ao respeito aos<br />

princípios <strong>de</strong>mocráticos e que a a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> seu país po<strong>de</strong> ser prejudicial ao<br />

bloco.<br />

De acordo com a<strong>na</strong>listas consultados pela BBC Brasil, o estilo "perso<strong>na</strong>lista" <strong>de</strong><br />

Chávez po<strong>de</strong> ser motivo <strong>de</strong> temor em alguns países da região.<br />

"É um tipo <strong>de</strong> governo que, <strong>de</strong> alguma forma, traz outro comportamento para<br />

<strong>de</strong>ntro do Mercosul", diz Sônia <strong>de</strong> Carmago, professora da PUC-Rio. Segundo<br />

ela, enquanto Lula tem uma atuação "agregadora" em política exter<strong>na</strong>, o<br />

presi<strong>de</strong>nte venezuelano é mais intempestivo e cultiva um "<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lismo<br />

exacerbado".<br />

José Alexandre Hage, professor <strong>de</strong> Relações Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is da Trevisan Escola<br />

<strong>de</strong> Negócios, questio<strong>na</strong> ainda como o bloco irá agir diante <strong>de</strong> problemas que a<br />

Venezuela tradicio<strong>na</strong>lmente tem, como os conflitos com a Colômbia.<br />

"Se a Venezuela entra no Mercosul, <strong>de</strong> certa forma estamos corroborando os<br />

problemas <strong>de</strong>la. E a rivalida<strong>de</strong> que a Venezuela tem com a Colômbia, por<br />

exemplo? Como fica o bloco?", questio<strong>na</strong>.<br />

O discurso antiamericano do presi<strong>de</strong>nte da Venezuela também é visto por<br />

alguns como um problema, e há o temor <strong>de</strong> que possa prejudicar as relações<br />

do bloco com os Estados Unidos. "Uma alta dose <strong>de</strong> Chávez no Mercosul po<strong>de</strong>


aumentar uma i<strong>de</strong>ologização antiamerica<strong>na</strong>", diz Hage.<br />

Há ainda o temor <strong>de</strong> que a presença da Venezuela prejudique as negociações<br />

para um acordo <strong>de</strong> livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia.<br />

No entanto, o argumento dos <strong>de</strong>fensores do ingresso da Venezuela no<br />

Mercosul é o <strong>de</strong> que não se po<strong>de</strong> impedir a entrada do povo venezuelano no<br />

bloco <strong>de</strong>vido à atual circunstância política e que <strong>de</strong>ixar o governo Chávez<br />

isolado seria pior.<br />

"O problema não é a Venezuela, todo mundo quer que a Venezuela faça parte<br />

do Mercosul. O problema é o governo Chávez", diz Georges Landau,<br />

conselheiro do Centro Brasileiro <strong>de</strong> Relações Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is (Cebri).<br />

A Venezuela <strong>de</strong>ve se beneficiar da integração comercial com o Mercosul. De<br />

acordo com alguns a<strong>na</strong>listas, também o bloco teria benefícios com o ingresso<br />

do país.<br />

"Do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> se criar um bloco político mais coeso, a entrada da<br />

Venezuela po<strong>de</strong> ajudar. De certa forma, os países que compõem o Mercosul<br />

são muito parecidos <strong>na</strong> essência, com governos <strong>de</strong> centro-esquerda, com<br />

traços <strong>de</strong> um certo <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lismo. O Chávez é um pouco mais <strong>de</strong>nso nesse<br />

<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lismo, isso po<strong>de</strong> dar ao bloco um pouco mais <strong>de</strong> consistência", afirma<br />

Hage.<br />

O ingresso da Venezuela no Mercosul po<strong>de</strong> aumentar o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> influência <strong>de</strong><br />

Hugo Chávez <strong>na</strong> região?<br />

Alguns a<strong>na</strong>listas afirmam que o ingresso da Venezuela no Mercosul dará a<br />

Chávez mais po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> influência <strong>na</strong> região. O país, que já integra a Alba<br />

(Aliança Bolivaria<strong>na</strong> para as Américas) e a U<strong>na</strong>sul (União <strong>de</strong> Nações Sul-<br />

America<strong>na</strong>s), ganharia um palco importante.<br />

"Aumenta o grau <strong>de</strong> projeção <strong>de</strong> Chávez, tem muito mais espaço <strong>de</strong><br />

articulação", diz Hage. "Ganharia um palco muito melhor que U<strong>na</strong>sul e Alba,<br />

que são expectativas, enquanto o Mercosul, apesar da crise, realmente existe."<br />

Como os venezuelanos veem a a<strong>de</strong>são do país ao bloco?<br />

Nesta sema<strong>na</strong>, um dos principais opositores <strong>de</strong> Chávez, o prefeito <strong>de</strong> Caracas,<br />

Antonio Le<strong>de</strong>zma, veio ao Brasil e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u a aprovação da entrada da<br />

Venezuela no Mercosul. O lí<strong>de</strong>r opositor afirma que o povo venezuelano não


po<strong>de</strong> ser punido com o isolamento por causa do governo Chávez.<br />

Além disso, há a expectativa <strong>de</strong> que, com a entrada da Venezuela, aumente o<br />

po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> pressão do Mercosul sobre o governo Chávez, para que cumpra pré-<br />

requisitos <strong>de</strong>mocráticos. Em uma audiência no Se<strong>na</strong>do, Le<strong>de</strong>zma disse que a<br />

a<strong>de</strong>são da Venezuela ao Mercosul seria uma chance <strong>de</strong> "enquadrar" Chávez.<br />

O Protocolo <strong>de</strong> Ushuaia, parte do Tratado <strong>de</strong> Assunção, que criou o Mercosul,<br />

afirma que "a ple<strong>na</strong> vigência das instituições <strong>de</strong>mocráticas é condição<br />

essencial para o <strong>de</strong>senvolvimento dos processos <strong>de</strong> integração" do bloco. Em<br />

caso <strong>de</strong> não cumprimento das cláusulas <strong>de</strong>mocráticas, um país po<strong>de</strong> sofrer<br />

suspensão.<br />

"A Venezuela é uma <strong>de</strong>mocracia em termos formais, mas tem uma forma <strong>de</strong><br />

governo muito autoritária", diz Sonia <strong>de</strong> Camargo.<br />

No entanto, alguns a<strong>na</strong>listas afirmam que os resultados práticos <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong><br />

pressão por parte do Mercosul po<strong>de</strong>m ficar aquém do esperado. "Não há<br />

mecanismos para isso, porque o Mercosul é muito pouco institucio<strong>na</strong>lizado", diz<br />

Hage.<br />

Apesar das limitações, alguns <strong>de</strong>fensores do ingresso da Venezuela no<br />

Mercosul afirmam que é melhor ter o país no bloco, aten<strong>de</strong>ndo a algumas<br />

regras, do que in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e sem controle.<br />

Qual o impacto econômico da a<strong>de</strong>são da Venezuela ao Mercosul?<br />

No ano passado, a balança comercial do Brasil com a Venezuela alcançou US$<br />

5,7 bilhões, com superávit <strong>de</strong> US$ 4,6 bilhões para o Brasil.<br />

Des<strong>de</strong> 2007, o Brasil passou a ser o segundo sócio comercial do país, ficando<br />

atrás somente dos Estados Unidos, principal consumidor do petróleo<br />

venezuelano.<br />

A Venezuela importa 70% do que consome, a maior parte da Colômbia e dos<br />

Estados Unidos. Defensores afirmam que o ingresso do país no Mercosul traria<br />

vantagens econômicas e fortaleceria o PIB do bloco. Também esten<strong>de</strong>ria o<br />

bloco para o norte da América do Sul, com influência <strong>na</strong> região caribenha e<br />

benefícios para os Estados da região norte do Brasil.<br />

Para fazer parte do Mercosul, a Venezuela tem <strong>de</strong> cumprir critérios, entre eles<br />

a adoção da Tarifa Exter<strong>na</strong> Comum (TEC), vigente no comércio do bloco.<br />

Críticos afirmam que a Venezuela ainda não cumpriu esses critérios e não


aceitou o tratado <strong>de</strong> tarifas comuns com terceiros países.<br />

30/10/2009<br />

Comissão do Se<strong>na</strong>do aprova entrada da Venezuela no Mercosul<br />

Fonte: BBC Brasil –<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/10/091029_venezuelamerc<br />

osul_ac.shtml<br />

Acesso: 13:05<br />

“A Comissão <strong>de</strong> Relações Exteriores do Se<strong>na</strong>do aprovou nesta quinta-feira o<br />

ingresso da Venezuela no Mercosul. Agora, a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>ve ainda passar pelo<br />

plenário do Se<strong>na</strong>do...”<br />

Comissão do Se<strong>na</strong>do aprova entrada da Venezuela no Mercosul<br />

A Comissão <strong>de</strong> Relações Exteriores do Se<strong>na</strong>do aprovou nesta quinta-feira o<br />

ingresso da Venezuela no Mercosul. Agora, a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>ve ainda passar pelo<br />

plenário do Se<strong>na</strong>do.<br />

A matéria foi aprovada <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> meses <strong>de</strong> discussões e polêmica entre<br />

parlamentares governistas e <strong>de</strong> oposição.<br />

O substitutivo favorável à entrada da Venezuela no Mercosul, apresentado pelo<br />

lí<strong>de</strong>r do governo no Se<strong>na</strong>do, Romero Jucá (PMDB-RR), foi aprovado por 12<br />

votos contra cinco.<br />

O relator, se<strong>na</strong>dor Tasso Jereissati (PSDB-CE), havia apresentado parecer<br />

contrário ao ingresso do país no bloco, que foi rejeitado por 11 votos contra<br />

seis.<br />

A entrada da Venezuela no bloco sofre resistências. Opositores da i<strong>de</strong>ia<br />

afirmam que o governo do presi<strong>de</strong>nte Hugo Chávez <strong>de</strong>ixa a <strong>de</strong>sejar em relação<br />

ao respeito aos princípios <strong>de</strong>mocráticos.<br />

Dizem ainda que o estilo "perso<strong>na</strong>lista" <strong>de</strong> Chávez, que tem um forte discurso<br />

antiamericano e conflitos com países como a Colômbia, po<strong>de</strong> ser prejudicial ao<br />

bloco.<br />

Defensores da i<strong>de</strong>ia afirmam que o povo venezuelano não po<strong>de</strong> ser punido por<br />

causa <strong>de</strong> um governo, que a Venezuela não é somente Chávez e que o Estado<br />

<strong>de</strong>ve ser separado do governo.


Outro argumento é que o Mercosul terá condições <strong>de</strong> exigir que o governo<br />

venezuelano cumpra princípios <strong>de</strong>mocráticos uma vez que entre no bloco.<br />

O Protocolo <strong>de</strong> Ushuaia, que integra o Tratado <strong>de</strong> Assunção, afirma que "a<br />

ple<strong>na</strong> vigência das instituições <strong>de</strong>mocráticas é condição essencial para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento dos processos <strong>de</strong> integração" entre os Estados do bloco. Os<br />

países que não se enquadram po<strong>de</strong>m ser punidos com suspensão.<br />

Essa pressão do Mercosul po<strong>de</strong>ria contribuir para o fortalecimento da<br />

<strong>de</strong>mocracia <strong>na</strong> Venezuela.<br />

Viagem<br />

O protocolo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são da Venezuela ao Mercosul foi assi<strong>na</strong>do em 2006 e<br />

precisa ser aprovado pelos quatro integrantes do bloco. Uruguai e Argenti<strong>na</strong> já<br />

ratificaram o ingresso do país. O Paraguai espera a <strong>de</strong>cisão do Brasil para<br />

votar o protocolo.<br />

Os se<strong>na</strong>dores da comissão também rejeitaram nesta quinta-feira o<br />

requerimento para a ida <strong>de</strong> uma comissão <strong>de</strong> cinco se<strong>na</strong>dores à Venezuela.<br />

A viagem seria realizada <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> o prefeito <strong>de</strong> Caracas, Antonio Le<strong>de</strong>zma,<br />

um dos principais opositores <strong>de</strong> Chávez, ter vindo ao Brasil e convidado os<br />

parlamentares a verificar o que <strong>de</strong>screveu como violações da <strong>de</strong>mocracia em<br />

seu país.<br />

O presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva, que havia se <strong>de</strong>clarado "confiante" <strong>na</strong><br />

aprovação do ingresso da Venezuela no Mercosul, chega a Caracas <strong>na</strong> tar<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sta quinta-feira para uma visita <strong>de</strong> pouco mais <strong>de</strong> 24 horas.<br />

O presi<strong>de</strong>nte participa da i<strong>na</strong>uguração da nova se<strong>de</strong> do Consulado-Geral do<br />

Brasil e do escritório da Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral <strong>na</strong> capital venezuela<strong>na</strong>.<br />

Em seguida, seguirá para um jantar com Chávez no palácio <strong>de</strong> Miraflores. Além<br />

da entrada da Venezuela no Mercosul, os presi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>verão discutir a crise<br />

política em Honduras, que completou quatro meses, e o acordo militar entre<br />

Colômbia e Estados Unidos para o uso <strong>de</strong> sete bases militares colombia<strong>na</strong>s<br />

pelas Forças Armadas america<strong>na</strong>s, que po<strong>de</strong>rá ser assi<strong>na</strong>do ainda <strong>na</strong> sexta-<br />

feira, <strong>de</strong> acordo com o governo colombiano.<br />

Na sexta-feira, os presi<strong>de</strong>ntes viajam ao município <strong>de</strong> El Tigre, no Estado <strong>de</strong><br />

Anzoátegui, on<strong>de</strong> Lula participará da colheita da soja produzida em cooperação<br />

com a Embrapa.


No encontro, <strong>de</strong> acordo com fontes diplomáticas brasileiras e venezuela<strong>na</strong>s, as<br />

estatais petroleiras PDVSA e Petrobras assi<strong>na</strong>rão o acordo <strong>de</strong> associação para<br />

a criação da empresa mista que <strong>de</strong>verá operar <strong>na</strong> refi<strong>na</strong>ria Abreu e Lima, em<br />

Per<strong>na</strong>mbuco.<br />

Outro acordo previsto é a a<strong>de</strong>são da Venezuela ao padrão nipo-brasileiro <strong>de</strong><br />

TV digital. Além da Venezuela, Argenti<strong>na</strong>, Chile e Peru já adotaram esse<br />

padrão. Às 14h <strong>de</strong> sexta-feira, Lula <strong>de</strong>ixa Caracas rumo a Brasília.<br />

30/10/2009<br />

Em Caracas, Lula diz que Se<strong>na</strong>do 'amadureceu'<br />

BBC Brasil –<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/10/091029_lula_caracas_m<br />

ercosul_cj_np.shtmlAcesso: 13:40<br />

“O presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta quinta-feira, em Caracas,<br />

que os se<strong>na</strong>dores brasileiros "amadureceram", ao comentar a aprovação <strong>na</strong><br />

Comissão <strong>de</strong> Relações Exteriores do Se<strong>na</strong>do do ingresso da Venezuela no<br />

Mercosul. Agora, a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>ve ainda passar pelo plenário do Se<strong>na</strong>do...”<br />

Em Caracas, Lula diz que Se<strong>na</strong>do 'amadureceu'<br />

O presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta quinta-feira, em Caracas,<br />

que os se<strong>na</strong>dores brasileiros "amadureceram", ao comentar a aprovação <strong>na</strong><br />

Comissão <strong>de</strong> Relações Exteriores do Se<strong>na</strong>do do ingresso da Venezuela no<br />

Mercosul. Agora, a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>ve ainda passar pelo plenário do Se<strong>na</strong>do.<br />

"Ainda falta uma etapa que é a votação no plenário, mas estou convencido que<br />

os se<strong>na</strong>dores brasileiros, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> tanto tempo <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate interno,<br />

amadureceram e hoje eu acho que a gran<strong>de</strong> maioria tem consciência da<br />

importância <strong>de</strong>sta parceria", afirmou o presi<strong>de</strong>nte durante discurso <strong>na</strong><br />

cerimônia <strong>de</strong> i<strong>na</strong>uguração do Consulado Geral do Brasil e do primeiro escritório<br />

da Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral <strong>na</strong> América do Sul.<br />

Lula, que chegou à capital venezuela<strong>na</strong> no fi<strong>na</strong>l da tar<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta quinta-feira para<br />

um encontro bilateral com o presi<strong>de</strong>nte venezuelano, Hugo Chávez, disse<br />

"sonhar" com o dia em que todos os países da América do Sul possam<br />

participar do Mercosul.


"Para ficar maior, mais forte, economicamente mais importante,<br />

comercialmente mais importante e politicamente muito mais importante",<br />

afirmou.<br />

Venezuela<br />

A a<strong>de</strong>são da Venezuela ao bloco foi aprovada <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> meses <strong>de</strong> discussões<br />

e polêmica entre parlamentares governistas e <strong>de</strong> oposição.<br />

O substitutivo favorável à entrada da Venezuela no Mercosul, apresentado pelo<br />

lí<strong>de</strong>r do governo no Se<strong>na</strong>do, Romero Jucá (PMDB-RR), foi aprovado por 12<br />

votos contra cinco.<br />

O relator, se<strong>na</strong>dor Tasso Jereissati (PSDB-CE), havia apresentado parecer<br />

contrário ao ingresso do país no bloco, que foi rejeitado por 11 votos contra<br />

seis.<br />

O protocolo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são da Venezuela ao Mercosul foi assi<strong>na</strong>do em 2006 e<br />

precisa ser aprovado pelos quatro integrantes do bloco. Uruguai e Argenti<strong>na</strong> já<br />

ratificaram o ingresso do país. O Paraguai espera a <strong>de</strong>cisão do Brasil para<br />

votar o protocolo.<br />

Para o governo e empresários brasileiros, a entrada da Venezuela ao<br />

Mercosul, que é o quinto parceiro comercial do Brasil, abre as possibildia<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

ampliação do comércio bilateral que no último ano registrou um fluxo <strong>de</strong> US$<br />

5,7 bilhões, com superávit <strong>de</strong> US$ 5,1 bilhões para o Brasil.<br />

‘Milagre’<br />

Entusiasmado com a integração sul-sul, Lula disse que o atual momento <strong>de</strong><br />

integração que vivem os países da região "é um milagre".<br />

"Isso aqui parece pouco, se a gente imagi<strong>na</strong>r o que a gente quer para o futuro,<br />

mas se olharmos para um passado não muito distante, o que se pensava da<br />

relação sul-sul e o que se pensava da relação <strong>na</strong> América do Sul, isso aqui,<br />

para quem acredita em Deus como eu, é um milagre", disse.<br />

Lula disse ainda que os países enfrentam adversários e uma doutri<strong>na</strong> colonial<br />

contrária ao processo <strong>de</strong> integração regio<strong>na</strong>l.<br />

"Os adversários existem, os contras existem, é uma doutri<strong>na</strong> e doutri<strong>na</strong> não é<br />

coisa que a gente muda rapidamente com discursos. São anos e anos <strong>de</strong><br />

persistência para que possamos consolidar cada <strong>de</strong>grau <strong>de</strong>ssa escada da


construção da integração da América do Sul e da América Lati<strong>na</strong>".<br />

Arrancando risos da platéia, Lula disse esperar que os países possam elimi<strong>na</strong>r<br />

suas diferenças ao consolidar o processo <strong>de</strong> integração regio<strong>na</strong>l e que <strong>de</strong>pois<br />

disso, "todos estaremos falando portunhol".<br />

Agenda política<br />

Logo <strong>de</strong>pois da cerimônia, Lula seguiu para um jantar com Chávez. Além da<br />

entrada da Venezuela no Mercosul, os presi<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>verão discutir a crise<br />

política em Honduras, que completou quatro meses, e o acordo militar entre<br />

Colômbia e Estados Unidos para o uso <strong>de</strong> sete bases militares colombia<strong>na</strong>s<br />

pelas Forças Armadas america<strong>na</strong>s, que será assi<strong>na</strong>do ainda <strong>na</strong> sexta-feira, <strong>de</strong><br />

acordo com o governo colombiano.<br />

Na sexta-feira, os presi<strong>de</strong>ntes viajam ao município <strong>de</strong> El Tigre, no Estado <strong>de</strong><br />

Anzoátegui, on<strong>de</strong> Lula participará da colheita da soja produzida em cooperação<br />

com a Embrapa.<br />

No encontro, as estatais petroleiras PDVSA e Petrobras <strong>de</strong>vem assi<strong>na</strong>r o<br />

acordo <strong>de</strong> associação para a criação da empresa mista que <strong>de</strong>verá operar <strong>na</strong><br />

refi<strong>na</strong>ria Abreu e Lima, em Per<strong>na</strong>mbuco.<br />

Outro acordo previsto é a a<strong>de</strong>são da Venezuela ao padrão nipo-brasileiro <strong>de</strong><br />

TV digital. Além da Venezuela, Argenti<strong>na</strong>, Chile e Peru já adotaram esse<br />

padrão.<br />

Acompanham o presi<strong>de</strong>nte nesta visita, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma<br />

Roussef, o ministro <strong>de</strong> Relações Exteriores, Celso Amorim, o ministro <strong>de</strong> Mi<strong>na</strong>s<br />

e Energia, Edison Lobão, o ministro <strong>de</strong> Comunicação Hélio Costa, e o Assessor<br />

Especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia.<br />

30/10/2009<br />

Colômbia assi<strong>na</strong> acordo para uso <strong>de</strong> bases militares pelos EUA<br />

BBC Brasil –<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/10/091030_colombia_eua_<br />

pu.shtml<br />

Acesso: 15:30<br />

“Os Estados Unidos e a Colômbia anunciaram nesta sexta-feira que assi<strong>na</strong>ram


o acordo que dá a tropas america<strong>na</strong>s acesso a sete bases colombia<strong>na</strong>s...”<br />

Colômbia assi<strong>na</strong> acordo para uso <strong>de</strong> bases militares pelos EUA<br />

Os Estados Unidos e a Colômbia anunciaram nesta sexta-feira que assi<strong>na</strong>ram<br />

o acordo que dá a tropas america<strong>na</strong>s acesso a sete bases colombia<strong>na</strong>s.<br />

O ministro colombiano do Exterior, Jaime Bermú<strong>de</strong>z, disse que o conteúdo do<br />

entendimento será divulgado <strong>na</strong> sema<strong>na</strong> que vem.<br />

As negociações do acordo, em agosto, causaram mal-estar entre os vizinhos<br />

da Colômbia, como Brasil, Equador e Venezuela, temerosos quanto ao<br />

aumento da presença militar america<strong>na</strong> em suas fronteiras.<br />

O presi<strong>de</strong>nte da Colômbia, Álvaro Uribe, teve <strong>de</strong> acio<strong>na</strong>r sua diplomacia e dar<br />

ao presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva sua "palavra" <strong>de</strong> que o uso <strong>de</strong> bases<br />

militares pelos americanos se limitará ao território colombiano.<br />

"Que fique claro: o que este acordo busca é acabar com o <strong>na</strong>rcotráfico e o<br />

terrorismo <strong>na</strong> Colômbia. Os países vizinhos e toda a região po<strong>de</strong>m ficar<br />

tranquilos", <strong>de</strong>clarou nesta sexta-feira o Bermú<strong>de</strong>z em entrevista à rádio<br />

colombia<strong>na</strong> RCN.<br />

Em nota à imprensa, a chancelaria colombia<strong>na</strong> garantiu que as operações<br />

america<strong>na</strong>s se darão "com base nos princípios <strong>de</strong> respeito total da igualda<strong>de</strong><br />

sobera<strong>na</strong>, integrida<strong>de</strong> territorial e não-intervenção nos assuntos internos dos<br />

outros Estados".<br />

Um dos maiores críticos da negociação colombia<strong>na</strong> com os Estados Unidos foi<br />

o presi<strong>de</strong>nte venezuelano, Hugo Chávez.<br />

Em agosto, o lí<strong>de</strong>r da Venezuela taxou o acordo <strong>de</strong> "ameaça" à integração<br />

regio<strong>na</strong>l, e disse que, com a aproximação, os Estados Unidos <strong>de</strong>sejam manter<br />

os olhos sobre a Amazônia brasileira, o petróleo venezuelano e o Aquífero<br />

Guarani, no Cone Sul, consi<strong>de</strong>rado a maior reserva <strong>de</strong> água doce do mundo.<br />

30/10/2009<br />

Lula chegou como Cristo anunciando o Mercosul, diz Chávez<br />

BBC Brasil –<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/10/091030_chavez_cj_ac.s<br />

html


Acesso: 19:15<br />

“O presi<strong>de</strong>nte venezuelano, Hugo Chávez, disse nesta sexta-feira que seu<br />

colega brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, chegou ao país "como Cristo" ao<br />

anunciar "a boa nova" da aprovação prelimi<strong>na</strong>r do ingresso da Venezuela no<br />

Mercosul...”<br />

Lula chegou como Cristo anunciando o Mercosul, diz Chávez<br />

O presi<strong>de</strong>nte venezuelano, Hugo Chávez, disse nesta sexta-feira que seu<br />

colega brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, chegou ao país "como Cristo" ao<br />

anunciar "a boa nova" da aprovação prelimi<strong>na</strong>r do ingresso da Venezuela no<br />

Mercosul.<br />

"Lula veio como Cristo anunciando o Evangelho. Só faltou o cabelo comprido",<br />

disse Chávez. "Anunciando a boa nova da <strong>de</strong>cisão da Comissão <strong>de</strong> Relações<br />

Exteriores. Saúdo a todos os se<strong>na</strong>dores."<br />

Lula chegou à Venezuela <strong>na</strong> quinta-feira, pouco <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> a Comissão <strong>de</strong><br />

Relações Exteriores do Se<strong>na</strong>do brasileiro ter aprovado a a<strong>de</strong>são da Venezuela<br />

ao Mercosul. A entrada do país no bloco ainda precisa ser votada pelo plenário<br />

do Se<strong>na</strong>do.<br />

"Nossa expectativa, lá no horizonte, é positiva", disse Chávez. "Eu consi<strong>de</strong>ro<br />

do ponto <strong>de</strong> vista econômico, moral, político e territorial que a Venezuela já é<br />

parte do Mercosul. Faltam esses passos, que são próprios <strong>de</strong> cada país."<br />

Ritmo paraguaio<br />

Para se tor<strong>na</strong>r membro integral do Mercosul, a Venezuela precisa ter sua<br />

a<strong>de</strong>são aprovada pelos quatro países integrantes do bloco. Argenti<strong>na</strong> e<br />

Uruguai já ratificaram o protocolo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são. O Paraguai espera a <strong>de</strong>cisão do<br />

Brasil para votar.<br />

"O Paraguai tem seu próprio ritmo. Acredito que mais cedo que tar<strong>de</strong> nós<br />

conseguiremos (que o Paraguai aprove), porque isso beneficia a todos, criar<br />

um gran<strong>de</strong> mercado no Sul", afirmou o presi<strong>de</strong>nte venezuelano.<br />

Chávez disse que mesmo aqueles que se opuseram ao ingresso <strong>de</strong> seu país<br />

no bloco "<strong>de</strong>vem reconhecer que é <strong>de</strong> interesse <strong>de</strong> todos que a Venezuela<br />

entre no Mercosul", citando o fato <strong>de</strong> o país ter uma das maiores reservas <strong>de</strong>


petróleo e <strong>de</strong> gás do mundo.<br />

A a<strong>de</strong>são da Venezuela ao Mercosul provocou polêmica no Congresso<br />

brasileiro. Opositores da entrada do país no bloco afirmavam que o governo <strong>de</strong><br />

Chávez <strong>de</strong>ixa a <strong>de</strong>sejar em relação ao respeito aos princípios <strong>de</strong>mocráticos.<br />

Questio<strong>na</strong>do sobre essas críticas, Chávez disse que a Venezuela é um país<br />

"em ple<strong>na</strong> <strong>de</strong>mocracia, com ple<strong>na</strong> liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão".<br />

"Aqui, ninguém acredita nesses contos <strong>de</strong> Chávez ditador, <strong>de</strong> perseguição<br />

contra jor<strong>na</strong>listas", afirmou.<br />

Refi<strong>na</strong>ria<br />

Após meses <strong>de</strong> impasses e <strong>de</strong>sentendimentos, as estatais petroleiras PDVSA<br />

e Petrobras assi<strong>na</strong>ram o acordo <strong>de</strong> associação para operar <strong>na</strong> refi<strong>na</strong>ria Abreu e<br />

Lima em Per<strong>na</strong>mbuco.<br />

O trabalho inicial das obras já foram adiantados pela Petrobras. Assim como<br />

havia sido previsto inicialmente, a participação acionária dos venezuelanos<br />

será <strong>de</strong> 40% e o restante ficará sob controle da Petrobras.<br />

O acordo da refi<strong>na</strong>ria começou a ser discutido em 2005, porém, uma série <strong>de</strong><br />

divergências, como o valor do preço do petróleo venezuelano que será refi<strong>na</strong>do<br />

em Per<strong>na</strong>mbuco, gerou atrasos <strong>na</strong> constituição do contrato e mal-estar entre os<br />

presi<strong>de</strong>ntes Lula e Chávez com as companhias. Lula chegou a comparar com<br />

"duas misses vaidosas" as duas companhias durante a queda <strong>de</strong> braço.<br />

O orçamento inicial da refi<strong>na</strong>ria, cotado em US$ 4 bilhões foi reajustado para<br />

US$12 bilhões.<br />

No quarto encontro entre Lula e Chávez realizado nesta ano, o presi<strong>de</strong>nte,<br />

usando um chapéu <strong>de</strong> palha, acompanhou o colega venezuelano em cima <strong>de</strong><br />

um trator durante a primeira colheita da soja produzida pela Embrapa <strong>na</strong><br />

Venezuela.<br />

Durante a visita, os presi<strong>de</strong>ntes assi<strong>na</strong>ram outros 15 novos acordos <strong>de</strong><br />

cooperação <strong>na</strong>s áreas agrícola, industrial e energética e <strong>de</strong> biotecnologia.<br />

"Estamos colhendo o que plantamos em um momento que era dificil plantar,<br />

quando havia <strong>de</strong>scredito sobre a integração", afirmou Lula ao discursar durante<br />

o ato público.<br />

"A integração entre Brasil e Venezuela não tem volta", disse Lula.


Sobre a apovação <strong>na</strong> Comissão <strong>de</strong> Relações Exteriores do Se<strong>na</strong>do da entrada<br />

da Venezuela no Mercosul, Lula disse que regressava ao Brasil com a<br />

convicção <strong>de</strong> que "valeu a pe<strong>na</strong> a gente apostar nessa integração e valeu a<br />

pe<strong>na</strong> a gente brigar para que a Venezuela entrasse no Mercosul".<br />

Em seguida, Chávez respon<strong>de</strong>u, agra<strong>de</strong>cendo "a todos os se<strong>na</strong>dores, <strong>de</strong> todas<br />

as correntes políticas" pela aprovação da matéria <strong>na</strong> Comissão.<br />

Dilma<br />

O presi<strong>de</strong>nte venezuelano disse que a visita do colega brasileiro "é histórica",<br />

porque ele está acompanhado da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.<br />

"Ele vem com a Dilma. E vocês sabem o peso que a Dilma tem, a trajetória da<br />

Dilma", disse.<br />

Chávez também voltou a manifestar apoio a uma candidatura da ministra à<br />

Presidência. "A próxima presi<strong>de</strong>nte do Brasil será a Dilma. Escrevam, po<strong>de</strong>m<br />

escrever. Eu não me meto nisso diretamente, mas é o que me diz esse<br />

coração."<br />

O lí<strong>de</strong>r venezuelano disse ainda lamentar "que Lula se vá" do po<strong>de</strong>r ao fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong><br />

seu mandato. "E eu sei que muitos no Brasil lamentam. Por que quando um<br />

presi<strong>de</strong>nte está fazendo bem tem que ir?"<br />

Os dois presi<strong>de</strong>ntes participaram <strong>de</strong> um jantar <strong>na</strong> quinta-feira, em que Chávez<br />

disse ter cantado "Parabéns a você" e servido bolo para Lula, que fez<br />

aniversário no último dia 27.<br />

Colômbia<br />

O presi<strong>de</strong>nte venezuelano também voltou a afirmar que está "preocupado" com<br />

o acordo assi<strong>na</strong>do nesta sexta-feira entre a Colômbia e os Estados Unidos, que<br />

dá a tropas america<strong>na</strong>s acesso a sete bases colombia<strong>na</strong>s.<br />

"É preocupante que os Estados Unidos e sua máqui<strong>na</strong> <strong>de</strong> guerra, e seus<br />

homens para a guerra, estejam aí <strong>na</strong> fronteira venezuela<strong>na</strong>", disse. "Acredito<br />

que é uma ameaça não só para a Colômbia. Esses militares ianques têm<br />

impunida<strong>de</strong>, já houve casos <strong>de</strong> violações em que não foi possível fazer <strong>na</strong>da,<br />

porque são imunes."<br />

02/11/2009 - 17h59


Último ditador argentino senta no banco dos réus por crimes contra a<br />

humanida<strong>de</strong><br />

da Folha Online<br />

O general Rey<strong>na</strong>ldo Bignone, <strong>de</strong> 81 anos, último ditador argentino, entre 1982<br />

e 1983, sentou-se nesta segunda-feira no banco dos réus <strong>de</strong> um tribu<strong>na</strong>l, <strong>na</strong><br />

abertura <strong>de</strong> um julgamento oral contra ele por violações <strong>de</strong> direitos humanos e<br />

crimes contra a humanida<strong>de</strong>, informaram fontes judiciais argenti<strong>na</strong>s.<br />

A leitura das acusações <strong>de</strong>ve durar até quarta-feira (4), porque o processo<br />

envolve quatro ações judiciais por crimes <strong>de</strong> que foram vítimas <strong>de</strong> 56 pessoas<br />

<strong>de</strong>tidas no quartel <strong>de</strong> Campo <strong>de</strong> Mayo durante a ditadura, informaram<br />

funcionários do tribu<strong>na</strong>l.<br />

O ex-general Eduardo Esposito, outro acusado, foi excluído do julgamento<br />

porque está gravemente doente, informou o tribu<strong>na</strong>l no início do processo.<br />

Bignone, que cumpre prisão domiciliar, é acusado <strong>de</strong> práticas <strong>de</strong> sequestro e<br />

torturas nos centros clan<strong>de</strong>stinos <strong>de</strong> <strong>de</strong>tenção conhecidos como "La casita" e<br />

"El campito" que funcio<strong>na</strong>ram no quartel militar <strong>na</strong> periferia oeste <strong>de</strong> Buenos<br />

Aires.<br />

O militar assumiu a Presidência durante a última ditadura argenti<strong>na</strong> (1976-<br />

1983), em julho <strong>de</strong> 1982, <strong>na</strong> agonia do regime cívico-militar, <strong>de</strong>pois da <strong>de</strong>rrota<br />

do país <strong>na</strong> guerra das Malvi<strong>na</strong>s (Falklands) contra o Reino Unido.<br />

O acusado entregou o po<strong>de</strong>r em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1983 ao presi<strong>de</strong>nte eleito Raúl<br />

Alfonsín (1983-89), que morreu em março <strong>de</strong>ste ano.<br />

Em relação a Bignone pesam ainda uma acusação por roubo <strong>de</strong> filhos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>saparecidos, e outra por sequestros e torturas a médicos e enfermeiros <strong>de</strong><br />

um hospital da periferia oeste <strong>de</strong> Buenos Aires.<br />

Pelos crimes em Campo <strong>de</strong> Mayo, junto a Bignone, estão sendo julgados cinco<br />

ex-chefes militares, entres eles os generais Fer<strong>na</strong>ndo Verplaetsen, 84, e<br />

Santiago Omar Riveros, 83.<br />

Na Argenti<strong>na</strong> há 204 causas abertas por violações aos direitos humanos<br />

durante a ditadura, <strong>na</strong>s quais estão sendo julgados 526 repressores, dos quais<br />

385 se encontram <strong>de</strong>tidos, segundo um recente levantamento do Centro <strong>de</strong><br />

Estudos Legais e <strong>Sociais</strong> (CELS).<br />

Os julgamentos dos acusados <strong>de</strong> crimes durante a ditadura argenti<strong>na</strong> foram<br />

retomados <strong>de</strong>pois da revogação, em 2005, das "leis do perdão" -- Ponto Fi<strong>na</strong>l e


Obediência Devida-- aprovadas em 1986 e 1987, e que foram consi<strong>de</strong>radas<br />

inconstitucio<strong>na</strong>is pela Suprema Corte.<br />

Vários oficiais da ditadura foram con<strong>de</strong><strong>na</strong>dos a pe<strong>na</strong>s <strong>de</strong> prisão perpétua após<br />

a retomada dos julgamentos referentes ao período. Em julho <strong>de</strong> 2008, o ex-<br />

comandante Luciano Menén<strong>de</strong>z foi con<strong>de</strong><strong>na</strong>do a passar a vida <strong>na</strong> prisão por<br />

crimes cometidos em La Perla, um dos três maiores campos clan<strong>de</strong>stinos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>tenção da ditadura do país.<br />

Quatro meses <strong>de</strong>pois, o coronel da reserva Alberto Barda recebeu a mesma<br />

pe<strong>na</strong> por crimes <strong>de</strong> lesa-humanida<strong>de</strong> cometidos no centro clan<strong>de</strong>stino <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>tenção conhecido como La Cueva, <strong>na</strong> cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Mar <strong>de</strong>l Plata, a 400 km ao<br />

sul da capital argenti<strong>na</strong>.<br />

No último dia 12 <strong>de</strong> agosto, o ex-general Santiago Omar Riveros, 86, ex-<br />

comandante do Campo <strong>de</strong> Mayo, foi con<strong>de</strong><strong>na</strong>do à prisão perpétua por crimes<br />

<strong>de</strong> lesa-humanida<strong>de</strong>, por implicação no assassi<strong>na</strong>to <strong>de</strong> Floreal Avellaneda, <strong>de</strong><br />

15 anos, filho <strong>de</strong> um militante comunista, e pelo sequestro da mãe do jovem,<br />

Iris Avellaneda.<br />

Também está preso o ex-ditador Jorge Vi<strong>de</strong>la, 84, que presidiu a junta militar<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o golpe <strong>de</strong> Estado, em 1976, até 1981. Em agosto passado, a Justiça<br />

informou que ele voltará ao banco dos réus <strong>de</strong>vido a uma acusação pelas<br />

mortes <strong>de</strong> 32 presos políticos <strong>na</strong> Província <strong>de</strong> Córdoba em 1976. Será a<br />

primeira vez <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1985 que o ex-ditador voltará a enfrentar um tribu<strong>na</strong>l em um<br />

julgamento oral, ainda sem data, embora pesem sobre ele <strong>de</strong>ze<strong>na</strong>s <strong>de</strong><br />

acusações por violações dos direitos humanos.<br />

No julgamento anterior, Vi<strong>de</strong>la foi con<strong>de</strong><strong>na</strong>do à prisão perpétua, mas acabou<br />

indultado em 1990 pelo ex-presi<strong>de</strong>nte Carlos Menem (1989-99). Esse perdão<br />

foi anulado em 2007 pela Justiça.<br />

Repressão<br />

Segundo números oficiais, 18 mil pessoas <strong>de</strong>sapareceram <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong><br />

durante o regime militar, embora organismos <strong>de</strong> direitos humanos afirmem que<br />

as vítimas chegam a 30 mil. Organizações <strong>de</strong> direitos humanos estimam ainda<br />

que 500 bebês <strong>na</strong>scidos durante o cativeiro <strong>de</strong> suas mães foram roubados, dos<br />

quais 97 recuperaram a verda<strong>de</strong>ira i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>.<br />

A ditadura no país aconteceu em uma época em que a maioria dos países da<br />

América do Sul caíram sob regimes autoritários, em conflito com grupos <strong>de</strong>


esquerda, no âmbito da Guerra Fria entre os Estados Unidos e a União<br />

Soviética.<br />

No Uruguai, on<strong>de</strong> o número estimado <strong>de</strong> vítimas é <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 200, a Justiça<br />

con<strong>de</strong>nou nesta quinta-feira (22) o ex-ditador Gregorio Goyo Álvarez a 25 anos<br />

<strong>de</strong> prisão pelo "homicídio especialmente agravado" <strong>de</strong> 37 opositores e por um<br />

<strong>de</strong>lito <strong>de</strong> lesa-humanida<strong>de</strong>.<br />

Comandante-em-chefe do Exército, em 1978, e último presi<strong>de</strong>nte do regime<br />

militar entre 1981 e 1985, Gregorio Alvarez já havia sido julgado anteriormente<br />

por outros crimes, tendo recebido uma con<strong>de</strong><strong>na</strong>ção à prisão, no dia 17 <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2007 por <strong>de</strong>saparecimentos forçados <strong>de</strong> presos políticos,<br />

executados <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> traslados clan<strong>de</strong>stinos <strong>de</strong> Buenos Aires a<br />

Montevidéu, em 1978.<br />

A lei <strong>de</strong> anistia do Uruguai, <strong>de</strong> 1986, respeitada com rigor pelos governos<br />

anteriores, foi flexibilizada pelo atual presi<strong>de</strong>nte do Uruguai, o socialista Tabaré<br />

Vázquez, que adotou brechas legais para <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> fora do perdão alguns dos<br />

mais famosos casos <strong>de</strong> violações <strong>de</strong> direitos humanos do país, mas sem<br />

chegar a promover a anulação da norma.<br />

No próximo domingo (25), os eleitores uruguaios vão votar, juntamente com a<br />

eleição presi<strong>de</strong>ncial, em um referendo sobre a possível revogação da lei <strong>de</strong><br />

anistia do país.<br />

No Brasil, on<strong>de</strong> o governo reconhece que houve ao menos 475 mortos e<br />

<strong>de</strong>saparecidos políticos durante a ditadura, a Lei <strong>de</strong> Anistia impe<strong>de</strong> processos<br />

contra os agentes do Estado envolvidos em tortura e assassi<strong>na</strong>to durante o<br />

regime militar e contra os membros <strong>de</strong> grupos armados da oposição<br />

esquerdista que praticaram sequestros e assassi<strong>na</strong>tos politicamente motivados<br />

durante o período.<br />

Diante da pressão <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> direitos humanos brasileiros e <strong>de</strong> membros do<br />

governo, como o ministro Paulo Vannucchi, da Secretaria Especial <strong>de</strong> Direitos<br />

Humanos, para a reabertura dos casos e a revisão da Lei <strong>de</strong> Anistia, o ministro<br />

da Defesa, Nelson Jobim, disse, em junho, que a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> punir militares por<br />

atos <strong>de</strong> tortura cometidos durante a ditadura militar é "revanchismo".<br />

Com Efe e France Presse<br />

03/11/09 – Jor<strong>na</strong>l “O Globo”


Link da notícia: http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1402158-<br />

5602,00-<br />

EUA+DIZEMSE+DESAPONTADOS+COM+DECISAO+CONTRARIA+A+ZELA<br />

YA+EM+HONDURAS.html<br />

Os Estados Unidos <strong>de</strong>clararam-se "<strong>de</strong>sapontados" com a <strong>de</strong>cisão do<br />

Congresso Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Honduras <strong>de</strong> não restituir ao cargo o presi<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong>posto, Manel Zelaya<br />

03/11/2009<br />

Só EUA, Israel e Palau <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m bloqueio contra Cuba<br />

Redação - Carta Maior<br />

Acesso: 17:30<br />

“Mais uma vez, a Organização das Nações Unidas con<strong>de</strong>nou o bloqueio<br />

aplicado pelos Estados Unidos contra a ilha. Em uma nova votação, 187 países<br />

disseram não ao bloqueio, <strong>de</strong>ixando em uma posição isolada os três únicos<br />

<strong>de</strong>fensores da medida: os EUA, Israel e Palau. Proibições e restrições seguem<br />

atingindo diversas áreas. Recentemente, a Orquestra Filarmônica <strong>de</strong> Nova<br />

York foi proibida pelo governo norte-americano <strong>de</strong> se apresentar em Cuba.<br />

Governo cubano vê alguns passos positivos <strong>de</strong> Obama, mas diz que eles ainda<br />

são extremamente limitados e insuficientes.”<br />

Mais uma vez, a esmagadora maioria dos países do mundo con<strong>de</strong>nou, <strong>na</strong><br />

Organização das Nações Unidas, o bloqueio imposto pelos Estados Unidos<br />

contra Cuba. Este ano, 187 países disseram não ao bloqueio, superando o<br />

recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> votos <strong>de</strong> 2008, com dois votos a mais. EUA, Israel e Palau voltaram<br />

a integrar a peque<strong>na</strong> lista <strong>de</strong> países que votou contra o fim do bloqueio.<br />

O governo <strong>de</strong> Cuba, por sua vez, reiterou que o bloqueio dos EUA contra a ilha<br />

permanece intacto e constitui uma violação massiva, fragrante e sistemática<br />

dos direitos humanos. “Esse cerco continua sendo uma política absurda que<br />

provoca carências e sofrimentos, aparecendo tipificado, <strong>na</strong> Convenção <strong>de</strong><br />

Genebra <strong>de</strong> 1948, como um ato <strong>de</strong> genocídio i<strong>na</strong>ceitável eticamente”, disse o<br />

chanceler cubano, Bruno Rodríguez.


Falando no plenário da Assembléia Geral das ONU, o chanceler acrescentou<br />

que essa política é um ato <strong>de</strong> ignorância e acusou Washington <strong>de</strong> mentir<br />

quando diz que se trata <strong>de</strong> um assunto bilateral. Rodríguez lembrou que a<br />

aplicação extraterritorial das leis do bloqueio, como a Helms-Burton e a<br />

Torricelli, também afeta aos <strong>de</strong>mais Estados da ONU e apontou que 56 países<br />

sofreram sanções no último período, em função <strong>de</strong>sta legislação. “Essas<br />

proibições, <strong>de</strong>suma<strong>na</strong>s e a<strong>na</strong>crônicas, não se aplicam somente a Cuba, mas<br />

também aos países que vocês representam”, disse.<br />

Ele falou também sobre o impacto do bloqueio, em especial <strong>na</strong>s áreas da<br />

infância, medici<strong>na</strong>, telecomunicações, alimentação, cultura e ciências.<br />

Recentemente, a Orquestra Filarmônica <strong>de</strong> Nova York foi proibida pelo governo<br />

dos EUA <strong>de</strong> tocar em Cuba.<br />

As 1.941 embarcações que atracaram em Cuba, entre julho <strong>de</strong> 2008 e julho <strong>de</strong><br />

2009, foram proibidas <strong>de</strong> entrar nos portos dos EUA durante 180 dias. O<br />

chanceler <strong>de</strong>stacou ainda que, segundo recentes pesquisas, 76% dos cidadãos<br />

estaduni<strong>de</strong>nses se opõem ao bloqueio. Além disso, cresce a pressão do setor<br />

empresarial pelo fim do bloqueio. As empresas dos EUA estão proibidas <strong>de</strong><br />

investir em Cuba e <strong>de</strong> entrar no mercado da ilha. Isso faz com que as<br />

empresas <strong>de</strong> outros países não sofram a competição das companhias norte-<br />

america<strong>na</strong>s em Cuba.<br />

Ao comentar a prorrogação da aplicação do bloqueio, em setembro <strong>de</strong>ste ano,<br />

Rodriguez rechaçou o pretexto do interesse <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l dos EUA, utilizado por<br />

Barack Obama. “Nenhuma pessoa séria po<strong>de</strong> sustentar que Cuba é uma<br />

ameaça é uma ameaça à segurança <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l da única superpotência”.<br />

O governo cubano também exigiu o fim da inclusão <strong>de</strong> Cuba <strong>na</strong>s listas <strong>de</strong><br />

supostos Estados patroci<strong>na</strong>dores do terrorismo e exigiu a libertação <strong>de</strong> cinco<br />

ativistas cubanos presos nos EUA <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1998. “O presi<strong>de</strong>nte Obama tem a<br />

oportunida<strong>de</strong> histórica <strong>de</strong> mudar essa política e acabar com o bloqueio. Ele tem<br />

os instrumentos executivos que permitiriam, agora mesmo, modificar<br />

substancialmente a aplicação das medidas <strong>de</strong> bloqueio”, observou o chanceler,


que qualificou como positivos, mas extremamente limitados e insuficientes,<br />

diversos passos dados pela Casa Branca para <strong>de</strong>smontar as duríssimas<br />

restrições aplicadas pelo ex-presi<strong>de</strong>nte George W. Bush.<br />

“A realida<strong>de</strong> é que ainda não voltamos sequer à situação <strong>de</strong> 2004, quando os<br />

EUA permitiam um certo nível <strong>de</strong> intercâmbio com contrapartidas cuba<strong>na</strong>s”.<br />

03/11/2009 - 19h07<br />

Congresso <strong>de</strong> Honduras irá consultar Justiça sobre volta <strong>de</strong> Zelaya<br />

da Efe, em Tegucigalpa<br />

da Folha Online<br />

O conselho <strong>de</strong> direção do Congresso <strong>de</strong> Honduras <strong>de</strong>cidiu nesta terça-feira que<br />

a Procuradoria e a Suprema Corte <strong>de</strong> Justiça "darão sua opinião em caráter<br />

urgente" sobre a restituição do presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto, Manuel Zelaya. Não foi<br />

estabelecido prazo para a consulta.<br />

A informação foi dada pelo presi<strong>de</strong>nte do Congresso, Erick Rodríguez -- que é<br />

favorável à volta <strong>de</strong> Zelaya--, após o fi<strong>na</strong>l da reunião do conselho do<br />

Legislativo, <strong>na</strong> qual não foi permitido o acesso da imprensa.<br />

O órgão diretivo se reuniu hoje por mais <strong>de</strong> três horas --quatro dias <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

ter recebido da comissão <strong>de</strong> Zelaya e do presi<strong>de</strong>nte interinos, Roberto<br />

Micheletti, o Acordo Tegucigalpa-San José--, para discutir uma solução para o<br />

impasse em torno da volta <strong>de</strong> Zelaya ao po<strong>de</strong>r.<br />

Rodríguez e as porta-vozes Argenti<strong>na</strong> Valle e Caroli<strong>na</strong> Echeverría, dissi<strong>de</strong>ntes<br />

do Partido Liberal ao qual pertencem tanto Zelaya quanto Micheletti,<br />

consi<strong>de</strong>raram a <strong>de</strong>cisão uma "manobra" das autorida<strong>de</strong>s golpistas para atrasar<br />

a <strong>de</strong>cisão a respeito da restituição.<br />

Para eles, um pedido para imposição <strong>de</strong> um prazo <strong>de</strong> três dias para que os<br />

órgãos <strong>de</strong> Justiça se manifestem foi rejeitada <strong>na</strong> negociação. "Quando não se<br />

estabelece um prazo <strong>de</strong> 24 a 48 horas para que se obtenha uma resposta é<br />

uma manobra para retardar o processo", disse Rodríguez.<br />

Enquanto a reunião entre os membros da junta diretiva ocorria, cerca <strong>de</strong> 400<br />

seguidores <strong>de</strong> Zelaya estavam concentrados em frente à se<strong>de</strong> do Parlamento<br />

para exigir a restauração.


Histórico<br />

A crise política hondurenha foi iniciada quando Zelaya propôs uma pesquisa <strong>de</strong><br />

opinião <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l que abriria caminho para seu projeto <strong>de</strong> convocar uma<br />

Assembleia Constituinte --o que foi visto pelos setores do governo como uma<br />

tentativa <strong>de</strong> aprovar a reeleição no país.<br />

Zelaya chegou a <strong>de</strong>stituir o chefe das Forças Armadas <strong>de</strong> Honduras, o general<br />

Romeo Vázquez, por se recusar a dar apoio logístico à pesquisa <strong>de</strong> opinião<br />

<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. O Congresso e a Corte Suprema do país criticaram a <strong>de</strong>cisão, que<br />

consi<strong>de</strong>raram ilegal, mas Zelaya não recuou. Três dias <strong>de</strong>pois, em 28 <strong>de</strong> junho<br />

o presi<strong>de</strong>nte foi <strong>de</strong>posto e expulso do país.<br />

Micheletti, então presi<strong>de</strong>nte do Congresso, assumiu o cargo <strong>de</strong> presi<strong>de</strong>nte.<br />

Classificada um golpe <strong>de</strong> Estado por governos e entida<strong>de</strong>s inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, a<br />

sucessão foi classificada por Micheletti e pelas instituições hondurenhas como<br />

uma mudança legítima <strong>de</strong> gover<strong>na</strong>nte, referendada pela Suprema Corte e pelo<br />

Congresso.<br />

Mas Zelaya, expulso, <strong>de</strong> pijamas, do país por militares <strong>na</strong> madrugada do dia<br />

em que pretendia realizar a consulta, disse que sofreu um golpe militar e<br />

<strong>de</strong>smentiu qualquer tentativa <strong>de</strong> alterar a cláusula pétrea da Constituição que<br />

impe<strong>de</strong> reeleições para se manter no po<strong>de</strong>r.<br />

Embora a <strong>de</strong>stituição <strong>de</strong> Zelaya tivesse amparo constitucio<strong>na</strong>l sob a hipótese<br />

<strong>de</strong> que ele estivesse tentando reeleger-se, a expulsão não é prevista no texto e<br />

tanto Micheletti quanto o chefe das Forças Armadas eximiram-se<br />

posteriormente <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> por essa iniciativa, sem indicar um possível<br />

autor da medida.<br />

Pressio<strong>na</strong>do --nenhum país reconheceu seu governo-- o governo interino adiou<br />

ao máximo uma solução para o impasse, resistindo à proposta feita pelo<br />

presi<strong>de</strong>nte da Costa Rica, Oscar Arias, para o condicio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Zelaya à<br />

Presidência.<br />

Diálogo frustrado<br />

Mas após quase três meses <strong>de</strong> negociações sem avanços e duas frustradas<br />

tentativas públicas <strong>de</strong> voltar a Honduras, o retorno do presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto no<br />

último dia 21 <strong>de</strong> setembro aumentou a pressão inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l sobre o governo<br />

interino, alimentou uma onda <strong>de</strong> protestos e fez da crise hondurenha um dos<br />

temas da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas),


eunida em Nova York em setembro.<br />

O governo interino chegou a <strong>de</strong>cretar estado <strong>de</strong> sítio no país, restringindo as<br />

liberda<strong>de</strong>s constitucio<strong>na</strong>is, e fechou a Rádio Globo e o Ca<strong>na</strong>l 36, simpatizantes<br />

a Zelaya, para tentar conter os protestos diários favoráveis ao presi<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong>posto.<br />

Neste período, uma <strong>de</strong>legação diplomática da OEA tentou, em vão, mediar o<br />

diálogo por um fim à crise. A insistência <strong>de</strong> cada lado em suas posições, após<br />

algumas concessões aparentes, levou à paralisação e fi<strong>na</strong>lmente ao<br />

rompimento do diálogo. A retomada da negociação aconteceu <strong>na</strong> sema<strong>na</strong><br />

passada, após a visita <strong>de</strong> uma missão norte-america<strong>na</strong>, cuja mediação foi<br />

consi<strong>de</strong>rada fundamental para o acordo, e <strong>de</strong> mais um emissário da OEA.<br />

O secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), José<br />

Miguel Insulza, pediu nesta terça-feira para os congressistas hondurenhos<br />

"<strong>de</strong>ixarem <strong>de</strong> retórica", instalarem um governo <strong>de</strong> unida<strong>de</strong> <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e<br />

restituírem o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto, Manuel Zelaya.<br />

"A única saída <strong>de</strong> paz é restabelecer o presi<strong>de</strong>nte Zelaya pelo escasso tempo<br />

que lhe resta <strong>na</strong> Presidência", disse Insulza à rádio Cooperativa, do Chile. Se<br />

restituído, Zelaya encerra seu mandato em janeiro <strong>de</strong> 2010.<br />

04/11/2009 - 19h59<br />

General da ditadura argenti<strong>na</strong> xinga advogado durante julgamento<br />

da Folha Online<br />

O general reformado Fer<strong>na</strong>ndo Verplaetsen xingou nesta quarta-feira um<br />

advogado durante seu julgamento por crimes contra humanida<strong>de</strong> ocorridos <strong>na</strong><br />

época da ditadura militar argenti<strong>na</strong>.<br />

"Filho da puta, vai à puta que te pariu", disse Verplaetsen ao promotor Pablo<br />

Llonto quando este citava os crimes do general. O juiz repreen<strong>de</strong>u Verplaetsen,<br />

<strong>de</strong> 84 anos, que aparentou não enten<strong>de</strong>r o que ocorria: "não sei a quem <strong>de</strong>vo<br />

me dirigir [...], não ouço, não ouço".<br />

O inci<strong>de</strong>nte aconteceu quando se discutia o pedido da <strong>de</strong>fesa para que ele não<br />

fosse julgado por supostamente ter "faculda<strong>de</strong>s mentais diminuídas".<br />

O juiz que presi<strong>de</strong> o julgamento, Héctor Sagretti, pediu "<strong>de</strong>coro" aos acusados<br />

e autorizou que Verplaetse passe por uma análise médica geral, apesar da<br />

objeção da promotoria e <strong>de</strong> membros <strong>de</strong> organizações humanitárias


A sessão <strong>de</strong>sta quarta-feira do Tribu<strong>na</strong>l Oral Fe<strong>de</strong>ral 1 <strong>de</strong> San Martin, <strong>na</strong><br />

periferia <strong>de</strong> Buenos Aires, foi a terceira do julgamento contra Verplaetsen, o ex-<br />

ditador argentino Rei<strong>na</strong>ldo Bignone e cinco outros ex-policiais e ex-militares por<br />

violações no Campo <strong>de</strong> Mayo, um dos maiores campos <strong>de</strong> prisioneiros da<br />

última ditadura argenti<strong>na</strong> (1976-83).<br />

Verplaetsen foi o temido chefe <strong>de</strong> inteligência do centro <strong>de</strong> prisioneiros. No<br />

local também funcionou uma maternida<strong>de</strong> clan<strong>de</strong>sti<strong>na</strong>, da qual muitos filhos<br />

recém-<strong>na</strong>scidos <strong>de</strong> presos políticos foram sequestrados para serem criados por<br />

famílias adotivas.<br />

Além <strong>de</strong> atuar no Campo <strong>de</strong> Mayo, Verplaetsen chefiou a polícia <strong>de</strong> Buenos<br />

Aires e, anos <strong>de</strong>pois, presidiu a Associação da Unida<strong>de</strong> Argenti<strong>na</strong> (Au<strong>na</strong>r), que<br />

15 anos após a volta da <strong>de</strong>mocracia, em 1983, seguia afirmando que a "luta<br />

contra a subversão foi saudável e patriótica". O general já foi con<strong>de</strong><strong>na</strong>do a<br />

prisão perpétua em outro julgamento por crimes contra a humanida<strong>de</strong><br />

cometidos durante a ditadura.<br />

Após o término da leitura das acusações nesta quarta-feira, o ex-ditador e o<br />

general reformado Santiago Omar Riveros se recusaram a <strong>de</strong>por.<br />

Além <strong>de</strong> Bignone, Verplaetsen e Riveros, enfrentam o julgamento Eugenio<br />

Guañabens Perelló, Carlos Tepedino, Jorge García e Germán Montenegro, por<br />

crimes contra 56 vítimas no Campo <strong>de</strong> Mayo.<br />

Os acusados estão sendo <strong>de</strong>fendidos por advogados públicos. Estima-se que o<br />

julgamento dure até março <strong>de</strong> 2010, ao ritmo <strong>de</strong> três audiências por sema<strong>na</strong>,<br />

disseram os funcionários do tribu<strong>na</strong>l.<br />

Na Argenti<strong>na</strong> há 204 causas abertas por violações aos direitos humanos<br />

durante a ditadura, <strong>na</strong>s quais estão sendo julgados 526 repressores, dos quais<br />

385 se encontram <strong>de</strong>tidos, segundo um recente levantamento do Centro <strong>de</strong><br />

Estudos Legais e <strong>Sociais</strong> (CELS).<br />

Os julgamentos dos acusados <strong>de</strong> crimes durante a ditadura argenti<strong>na</strong> foram<br />

retomados <strong>de</strong>pois da revogação, em 2005, das "leis do perdão" -- Ponto Fi<strong>na</strong>l e<br />

Obediência Devida-- aprovadas em 1986 e 1987, e que foram consi<strong>de</strong>radas<br />

inconstitucio<strong>na</strong>is pela Suprema Corte.<br />

Vários oficiais da ditadura foram con<strong>de</strong><strong>na</strong>dos a pe<strong>na</strong>s <strong>de</strong> prisão perpétua após<br />

a retomada dos julgamentos referentes ao período. Em julho <strong>de</strong> 2008, o ex-<br />

comandante Luciano Menén<strong>de</strong>z foi con<strong>de</strong><strong>na</strong>do a passar a vida <strong>na</strong> prisão por


crimes cometidos em La Perla, um dos três maiores campos clan<strong>de</strong>stinos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>tenção da ditadura do país.<br />

Quatro meses <strong>de</strong>pois, o coronel da reserva Alberto Barda recebeu a mesma<br />

pe<strong>na</strong> por crimes <strong>de</strong> lesa-humanida<strong>de</strong> cometidos no centro clan<strong>de</strong>stino <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>tenção conhecido como La Cueva, <strong>na</strong> cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Mar <strong>de</strong>l Plata, a 400 km ao<br />

sul da capital argenti<strong>na</strong>.<br />

No último dia 12 <strong>de</strong> agosto, o ex-general Santiago Omar Riveros, 86, ex-<br />

comandante do Campo <strong>de</strong> Mayo, foi con<strong>de</strong><strong>na</strong>do à prisão perpétua por crimes<br />

<strong>de</strong> lesa-humanida<strong>de</strong>, por implicação no assassi<strong>na</strong>to <strong>de</strong> Floreal Avellaneda, <strong>de</strong><br />

15 anos, filho <strong>de</strong> um militante comunista, e pelo sequestro da mãe do jovem,<br />

Iris Avellaneda.<br />

Também está preso o ex-ditador Jorge Vi<strong>de</strong>la, 84, que presidiu a junta militar<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o golpe <strong>de</strong> Estado, em 1976, até 1981. Em agosto passado, a Justiça<br />

informou que ele voltará ao banco dos réus <strong>de</strong>vido a uma acusação pelas<br />

mortes <strong>de</strong> 32 presos políticos <strong>na</strong> Província <strong>de</strong> Córdoba em 1976. Será a<br />

primeira vez <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1985 que o ex-ditador voltará a enfrentar um tribu<strong>na</strong>l em um<br />

julgamento oral, ainda sem data, embora pesem sobre ele <strong>de</strong>ze<strong>na</strong>s <strong>de</strong><br />

acusações por violações dos direitos humanos.<br />

No julgamento anterior, Vi<strong>de</strong>la foi con<strong>de</strong><strong>na</strong>do à prisão perpétua, mas acabou<br />

indultado em 1990 pelo ex-presi<strong>de</strong>nte Carlos Menem (1989-99). Esse perdão<br />

foi anulado em 2007 pela Justiça.<br />

Repressão<br />

Segundo números oficiais, 18 mil pessoas <strong>de</strong>sapareceram <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong><br />

durante o regime militar, embora organismos <strong>de</strong> direitos humanos afirmem que<br />

as vítimas chegam a 30 mil. Organizações <strong>de</strong> direitos humanos estimam ainda<br />

que 500 bebês <strong>na</strong>scidos durante o cativeiro <strong>de</strong> suas mães foram roubados, dos<br />

quais 97 recuperaram a verda<strong>de</strong>ira i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>.<br />

A ditadura no país aconteceu em uma época em que a maioria dos países da<br />

América do Sul caíram sob regimes autoritários, em conflito com grupos <strong>de</strong><br />

esquerda, no âmbito da Guerra Fria entre os Estados Unidos e a União<br />

Soviética.<br />

No Uruguai, on<strong>de</strong> o número estimado <strong>de</strong> vítimas é <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 200, a Justiça<br />

con<strong>de</strong>nou nesta quinta-feira (22) o ex-ditador Gregorio Goyo Álvarez a 25 anos<br />

<strong>de</strong> prisão pelo "homicídio especialmente agravado" <strong>de</strong> 37 opositores e por um


<strong>de</strong>lito <strong>de</strong> lesa-humanida<strong>de</strong>.<br />

Comandante-em-chefe do Exército, em 1978, e último presi<strong>de</strong>nte do regime<br />

militar entre 1981 e 1985, Gregorio Alvarez já havia sido julgado anteriormente<br />

por outros crimes, tendo recebido uma con<strong>de</strong><strong>na</strong>ção à prisão, no dia 17 <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2007 por <strong>de</strong>saparecimentos forçados <strong>de</strong> presos políticos,<br />

executados <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> traslados clan<strong>de</strong>stinos <strong>de</strong> Buenos Aires a<br />

Montevidéu, em 1978.<br />

A lei <strong>de</strong> anistia do Uruguai, <strong>de</strong> 1986, respeitada com rigor pelos governos<br />

anteriores, foi flexibilizada pelo atual presi<strong>de</strong>nte do Uruguai, o socialista Tabaré<br />

Vázquez, que adotou brechas legais para <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> fora do perdão alguns dos<br />

mais famosos casos <strong>de</strong> violações <strong>de</strong> direitos humanos do país, mas sem<br />

chegar a promover a anulação da norma.<br />

No próximo domingo (25), os eleitores uruguaios vão votar, juntamente com a<br />

eleição presi<strong>de</strong>ncial, em um referendo sobre a possível revogação da lei <strong>de</strong><br />

anistia do país.<br />

No Brasil, on<strong>de</strong> o governo reconhece que houve ao menos 475 mortos e<br />

<strong>de</strong>saparecidos políticos durante a ditadura, a Lei <strong>de</strong> Anistia impe<strong>de</strong> processos<br />

contra os agentes do Estado envolvidos em tortura e assassi<strong>na</strong>to durante o<br />

regime militar e contra os membros <strong>de</strong> grupos armados da oposição<br />

esquerdista que praticaram sequestros e assassi<strong>na</strong>tos politicamente motivados<br />

durante o período.<br />

Diante da pressão <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> direitos humanos brasileiros e <strong>de</strong> membros do<br />

governo, como o ministro Paulo Vannucchi, da Secretaria Especial <strong>de</strong> Direitos<br />

Humanos, para a reabertura dos casos e a revisão da Lei <strong>de</strong> Anistia, o ministro<br />

da Defesa, Nelson Jobim, disse, em junho, que a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> punir militares por<br />

atos <strong>de</strong> tortura cometidos durante a ditadura militar é "revanchismo".<br />

Com France Presse e Efe<br />

Paraguai, uma nova Honduras? (Carta Maior)<br />

Há duas sema<strong>na</strong>s, foi tor<strong>na</strong>do público o conteúdo <strong>de</strong> um email <strong>de</strong> um<br />

pecuarista chileno <strong>de</strong> nome Avilés, resi<strong>de</strong>nte no Paraguai há mais <strong>de</strong> 30 anos,<br />

que propõe a arrecadação <strong>de</strong> uma contribuição fi<strong>na</strong>nceira entre seus pares<br />

empresariais para comprar armamentos, formar milícias e i<strong>de</strong>ntificar e matar<br />

comunistas. Do mesmo modo que ocorreu em Honduras com as peque<strong>na</strong>s<br />

reformas <strong>de</strong> Manuel Zelaya, a rançosa elite paraguaia não suporta o ex-bispo


como presi<strong>de</strong>nte. Só um parâmetro: fazer um simples cadastro das<br />

proprieda<strong>de</strong>s agrícolas já é uma medida revolucionária no Paraguai. O artigo é<br />

<strong>de</strong> Pablo Stefanoni.<br />

Pablo Stefanoni (Semanário Pulso – Bolívia)<br />

Há pouco mais <strong>de</strong> um ano, o então bispo emérito Fer<strong>na</strong>ndo Lugo conseguia a<br />

façanha: colocar fim a uma hegemonia <strong>de</strong> seis décadas do Partido Colorado,<br />

com uma aliança com os liberais e o apoio dos movimentos campesinos e<br />

populares <strong>de</strong> um país gover<strong>na</strong>do por máfias <strong>de</strong> todos os níveis, <strong>de</strong>dicadas a<br />

todo tipo <strong>de</strong> tráficos, contrabando e ilegalida<strong>de</strong>s diversas, amparadas por um<br />

po<strong>de</strong>r com o qual compartilhavam o botim. Ou simplesmente eram as máfias<br />

que exerciam, sem intermediários, o po<strong>de</strong>r. O ditador Alfredo Stroessner foi o<br />

gran<strong>de</strong> organizador <strong>de</strong>ste mo<strong>de</strong>lo: fincou-se no trono nos anos 50 e lá ficou até<br />

ser afastado por seu genro, Andrés Rodríguez, um dos gran<strong>de</strong>s<br />

<strong>na</strong>rcotraficantes do país, em 1989. Os negócios precisavam continuar...mas em<br />

uma <strong>de</strong>mocracia. Os tempos tinham mudado.<br />

Farto <strong>de</strong> continuísmo, não é casual que em um país on<strong>de</strong> a esquerda foi<br />

perseguida e quase extermi<strong>na</strong>da, o anticomunismo tenha se tor<strong>na</strong>do política <strong>de</strong><br />

Estado (uma gigantesca estátua do lí<strong>de</strong>r chinês anticomunista Chiang Kai Chek<br />

repousa como recordação disso <strong>na</strong> avenida do mesmo nome em ple<strong>na</strong><br />

Assunção) e a moral pública permaneça como um imperioso objetivo a<br />

conquistar, os paraguaios tenham apostado em um bispo, <strong>de</strong> uma região<br />

popular, para tirar do fundo do poço a “ilha ro<strong>de</strong>ada <strong>de</strong> terra, no dizer <strong>de</strong> seu<br />

principal escritor, Augusto Roa Bastos. Mas, para po<strong>de</strong>r ganhar, Lugo se aliou<br />

com os liberais, um partido tradicio<strong>na</strong>l, que hoje controla o Parlamento com os<br />

colorados e os “colorados éticos” (uma contradição em todos os termos) do ex-<br />

golpista fascistói<strong>de</strong> Lino Oviedo.<br />

Após chegar ao po<strong>de</strong>r, a audácia do ex-clérigo para acabar com o velho Estado<br />

não foi exatamente sua principal qualida<strong>de</strong>. Mas, do mesmo modo que ocorreu<br />

em Honduras com as peque<strong>na</strong>s reformas <strong>de</strong> Manuel Zelaya, a rançosa elite<br />

paraguaia não suporta o ex-bispo como presi<strong>de</strong>nte. Só um parâmetro: fazer um<br />

simples cadastro das proprieda<strong>de</strong>s agrícolas já é uma medida revolucionária no<br />

Paraguai, on<strong>de</strong> latifundiários e brasiguaios (filhos <strong>de</strong> brasileiros <strong>na</strong>scidos no


Paraguai) controlam suas fazendas <strong>na</strong> ponta <strong>de</strong> escopetas. Além disso, em<br />

setembro, Lugo anunciou o cancelamento <strong>de</strong> exercícios militares que seriam<br />

realizados por 500 militares dos Estados Unidos e efetivos do Paraguai,<br />

programados para 2010 sob o nome <strong>de</strong> “Novos Horizontes”.<br />

“Não é pru<strong>de</strong>nte nem conveniente neste momento e po<strong>de</strong>ria dar lugar a<br />

questio<strong>na</strong>mentos entre os outros países irmãos do Mercosul e da U<strong>na</strong>sul”,<br />

disse então Lugo com um tom pastoral. “É uma <strong>de</strong>cisão lamentável, mas a<br />

respeitamos. Esperamos que isso não seja um indício <strong>de</strong> rechaço ao resto <strong>de</strong><br />

nossos programas”, reagiu a embaixadora dos Estados Unidos, Lilia<strong>na</strong> Ayal<strong>de</strong>,<br />

com esse tom <strong>de</strong> sutil ameaça que o termo “esperamos” costuma ter <strong>na</strong> boca<br />

<strong>de</strong> diplomatas do país do Norte. E efetivamente, por enquanto, estão mantidos<br />

outros programas <strong>de</strong> cooperação, inclusive alguns <strong>na</strong> área militar. A política do<br />

“poncho yuru” (ficar ao centro, como a boca do poncho) não afastou, porém, os<br />

fantasmas da burguesia paraguaia sobre um trânsito do Paraguai para o<br />

“comunismo” <strong>de</strong> Chávez, Evo e Correa.<br />

Há duas sema<strong>na</strong>s, foi tor<strong>na</strong>do público o conteúdo <strong>de</strong> um email <strong>de</strong> um<br />

pecuarista chileno <strong>de</strong> nome Avilés, resi<strong>de</strong>nte no Paraguai há mais <strong>de</strong> 30 anos,<br />

que propõe a arrecadação <strong>de</strong> uma contribuição fi<strong>na</strong>nceira entre seus pares<br />

empresariais para comprar armamentos, formar milícias e i<strong>de</strong>ntificar e matar<br />

comunistas (ver mais abaixo). Essa proposta veio a público no momento em se<br />

colocava em marcha um plano para termi<strong>na</strong>r com Lugo via terreno político. E<br />

<strong>na</strong> sema<strong>na</strong> passada houve outra <strong>de</strong>núncia <strong>de</strong> um caso <strong>de</strong> paternida<strong>de</strong> não<br />

reconhecida: abundam os casos do ex-bispo que termi<strong>na</strong>ram em gravi<strong>de</strong>z <strong>de</strong><br />

colaboradoras e empregadas. Como disse o jor<strong>na</strong>lista Hin<strong>de</strong> Pomeraniec, “o<br />

celibato é imperfeito, o único perfeito é Deus”. Um pouco cínico, em todo caso.<br />

O a<strong>na</strong>lista e dirigente político Hugo Richer explicou ao Pulso que Lugo tratou<br />

<strong>de</strong> se manter em sua postura <strong>de</strong> “poncho yuru”, com um discurso político<br />

progressista, uma política econômica com componentes neoliberais (projeto <strong>de</strong><br />

privatização <strong>de</strong> estradas, por exemplo) e uma política social assistencialista. No<br />

entanto, acrescenta, Lugo não renunciou a implementar a reforma agrária, as<br />

mudanças no Po<strong>de</strong>r Judiciário e outros pontos importantes <strong>de</strong> seu programa. E


é por isso que a oligarquia e os partidos da direita iniciaram uma forte ofensiva,<br />

on<strong>de</strong> certos meios <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong>sempenham um papel fundamental. Não<br />

toleram a presença <strong>de</strong> Lugo no governo e estão dispostos a tirá-lo <strong>de</strong> lá pela<br />

via que for. I<strong>de</strong>ntificam-no com o socialismo do século XXI e com Chávez e Evo<br />

Morales.<br />

Para além do fato <strong>de</strong> que isso não é bem assim, o que não suportam é seu<br />

relativo distanciamento da política do império. Eles sabem que Lugo não dará<br />

uma orientação socialista ao governo, mas o gran<strong>de</strong> temor é que o cenário<br />

político aberto permita o crescimento da esquerda, em seu amplo espectro.<br />

Não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser tragicômico a razão pela qual a direita fundamenta o pedido<br />

<strong>de</strong> afastamento político <strong>de</strong> Lugo: o fato <strong>de</strong>le ter afirmado em um bairro popular<br />

que os ricos se opõem ao processo <strong>de</strong> mudança. “Os que genui<strong>na</strong>mente<br />

querem mudar o país são os que não têm contas bancárias, são os que não<br />

saem todos os dias <strong>na</strong>s pági<strong>na</strong>s sociais da imprensa, os que querem seguir<br />

olhando o passado em seus privilégios (...) em <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> suas poupanças em<br />

bancos inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is; isso eles não querem mudar.”<br />

Discurso inofensivo? Po<strong>de</strong> ser, mas não no Paraguai das mansões insultuosas<br />

ro<strong>de</strong>das <strong>de</strong> miséria, moscas e cheiro <strong>de</strong> laranjas. O ex-candidato presi<strong>de</strong>ncial<br />

Pedro Fadul, do partido Pátria Querida, quarta força parlamentar, classificou <strong>de</strong><br />

“criminoso” o conteúdo do discurso <strong>de</strong> “confrontação”, que “fere a alma e o<br />

espírito”...É curiosa, em qualquer caso, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> indig<strong>na</strong>ção do<br />

“espírito” <strong>de</strong>sta burguesia mafiosa.<br />

Possivelmente, a direita paraguaia tenha aprendido com os gorilas<br />

hondurenhos que não é bom tirar Lugo do po<strong>de</strong>r, vestido <strong>de</strong> pijamas, <strong>de</strong><br />

madrugada, e enviá-lo a algum país vizinho em um “avião pirata”, mas isso não<br />

significa necessariamente que ela tenha <strong>de</strong>ixado <strong>de</strong> lado suas ambições<br />

<strong>de</strong>sestabilizadoras, mas sim, simplesmente, que <strong>de</strong>cidiu ser mais cuidadosa.<br />

Para isso, controla o Congresso, on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>stituí-lo legalmente. O Partido<br />

Liberal Radical Autêntico (PLRA), do vice-presi<strong>de</strong>nte Fe<strong>de</strong>rico Franco, que<br />

passaria a ocupar a presidência em caso <strong>de</strong> triunfo <strong>de</strong>ste “golpe light”,


praticamente <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser um partido <strong>de</strong> governo: uma boa parte <strong>de</strong> sua<br />

cúpula, <strong>de</strong> seus se<strong>na</strong>dores e <strong>de</strong>putados se jogaram abertamente no julgamento<br />

político das últimas sema<strong>na</strong>s. Somente o grupo daqueles que ocupam cargos<br />

ministeriais po<strong>de</strong>m ser contados, no momento, entre os supostamente leais ao<br />

governo.<br />

Por isso, há uma sema<strong>na</strong>, Lugo chamou a todos os partidos <strong>de</strong> esquerda<br />

(incluindo os social <strong>de</strong>mocratas) para coor<strong>de</strong><strong>na</strong>r um novo bloco político <strong>de</strong><br />

sustentação <strong>de</strong> seu governo. Destas reuniões saiu uma inédita aliança no<br />

Paraguai, on<strong>de</strong> a esquerda nunca se uniu, menos ainda com as frações social<br />

<strong>de</strong>mocratas. É uma iniciativa que conta, além disso, com o apoio <strong>de</strong><br />

organizações campesi<strong>na</strong>s, as <strong>de</strong> maior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mobilização no país. O<br />

objetivo é organizar a resistência à tentativa <strong>de</strong> processo político e <strong>de</strong> uma<br />

possível <strong>de</strong>stituição do presi<strong>de</strong>nte. Como <strong>de</strong>monstra a consolidação no po<strong>de</strong>r<br />

dos golpistas hondurenhos, o rechaço da “comunida<strong>de</strong> inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l” não é<br />

suficiente para repor a <strong>de</strong>mocracia se não há uma real base <strong>de</strong> mobilização<br />

inter<strong>na</strong> como ocorreu em 2002, <strong>na</strong> Venezuela.<br />

“Por enquanto, a estratégia do julgamento político se <strong>de</strong>bilitou”, explica Richer.<br />

E <strong>na</strong> sema<strong>na</strong> passada Lugo afastou a cúpula militar logo após <strong>de</strong>nunciar a<br />

existência <strong>de</strong> bolsões golpistas no âmbito das Forças Armadas. Enquanto isso,<br />

a direita trata <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar Lugo com as ações do suposto grupo guerrilheiro<br />

acusado <strong>de</strong> sequestrar o pecuarista Fi<strong>de</strong>l Zavala (é o quarto seqüestro<br />

atribuído a este grupo). O ministro do Interior, Rafael Filizzola responsabilizou<br />

<strong>de</strong> fato um suposto grupo subversivo <strong>de</strong> esquerda vinculado às FARC da<br />

Colômbia, <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>do Exército Paraguaio do Povo (EPP), cuja existência<br />

efetiva nunca foi <strong>de</strong>monstrada.<br />

“As Forças Armadas não merecem um comandante em chefe como Lugo”,<br />

disparou o ex comandante das Forças Armadas e atual dirigente colorado,<br />

Ber<strong>na</strong>rdino Soto Estigarribia, que <strong>de</strong>scartou, por outro lado, que algum militar<br />

vá se envolver em um possível processo político para fazer um golpe. Segundo<br />

ele, os militares, após muito esforço, estão alinhados ao regime institucio<strong>na</strong>l e<br />

sabem que o <strong>de</strong>lito por golpismo não prescreve. Mas, outra vez, ouve-se: não é


nenhum <strong>de</strong>lito <strong>de</strong>stituir “<strong>de</strong>mocraticamente” ao presi<strong>de</strong>nte mediante um<br />

processo político. “É uma distorção maliciosa falar <strong>de</strong> golpe <strong>de</strong> Estado, mas<br />

não é um disparate falar <strong>de</strong> um processo político”, disse o a<strong>na</strong>lista político<br />

Gonzalo Quinta<strong>na</strong> ao jor<strong>na</strong>l La Nación, <strong>de</strong> Buenos Aires. O titular do<br />

Parlamento paraguaio, se<strong>na</strong>dor Miguel Carrizosa, confirmou que “existiu um<br />

diálogo informal” entre as distintas forças políticas para avaliar a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> um processo político, ainda que, no momento, “não tenha os votos<br />

suficientes”.<br />

Mas em um país on<strong>de</strong> muitas coisas se compram e se ven<strong>de</strong>m, talvez esse<br />

número <strong>de</strong> votos possa ser obtido amanhã. “Lugo fez um discurso incendiário<br />

incentivando a luta <strong>de</strong> classes e a oposição não po<strong>de</strong> ficar calada”, disse o<br />

a<strong>na</strong>lista Carlos Redil, - cujo espírito também parece indig<strong>na</strong>do. Ele acredita<br />

que, por enquanto, não estão dadas as condições para um afastamento,<br />

apesar <strong>de</strong> o presi<strong>de</strong>nte “estar <strong>de</strong>monstrando uma real incapacida<strong>de</strong> para<br />

gover<strong>na</strong>r”.<br />

Afi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> contas, qual é então o tema central do que se passa no Paraguai –<br />

pergunta-se Richer. “A tremenda crise dos partidos tradicio<strong>na</strong>is e o <strong>de</strong>sespero<br />

<strong>de</strong> uma oligarquia ultraconservadora. Essa crise nos leva a profundas<br />

contradições inter<strong>na</strong>s, agravadas pela falta <strong>de</strong> um funcio<strong>na</strong>mento institucio<strong>na</strong>l.<br />

Não há possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acordar um consenso que consoli<strong>de</strong> um novo mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> acumulação. A junção <strong>de</strong> latifundiários (<strong>de</strong> terras mal havidas) empresários<br />

que enriqueceram com a influência do velho po<strong>de</strong>r, e vinculações com a máfia<br />

<strong>de</strong> todo tipo, impe<strong>de</strong>m uma reação rumo a uma proposta <strong>de</strong> consolidação da<br />

<strong>de</strong>mocracia e <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> certas mudanças que a cidadania espera.<br />

Amplos setores seguem esperando que Lugo caminhe nesta direção”.<br />

Não faltam problemas no governo Lugo, mas nenhuma <strong>de</strong> suas falências está<br />

ausente em seus opositores (pelo contrário, multiplicam-se aos milhares), os<br />

quais substituíram faz tempo suas biografias por verda<strong>de</strong>iros prontuários. É<br />

possível que, com todos seus limites, Lugo seja somente um dique <strong>de</strong><br />

contenção para que o infortúnio não volte a tomar as ré<strong>de</strong>as (Roa Bastos,<br />

outras vez) neste castigado país sulamericano.


Correio eletrônico apreendido <strong>de</strong> um pecuarista<br />

Assunto: Comandos anticomunistas<br />

Estimados amigos:<br />

Já é hora <strong>de</strong> colocarmos as bombachas. Até quando teremos que esperar para<br />

combater estes comunistas filhos da puta que estão querendo <strong>de</strong>struir nosso<br />

querido Paraguai, como fizeram os Allendistas no Chile, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1968, até o 11<br />

<strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1974, ou então nos convertermos em uma Nova Colômbia.<br />

Quantos pais, irmãos e filhos teremos que enterrar para po<strong>de</strong>r reagir. Quanto<br />

luto e dor terão que suportar nossas mães, esposas ou filhas antes <strong>de</strong> liquidar<br />

esta peste representada pelos subversivos comunistas.<br />

Todos sabemos que este governo não somente os escon<strong>de</strong> os ajuda, dá<br />

dinheiro e alimentos a eles, fecha os olhos ante o avanço da guerrilha, em vez<br />

<strong>de</strong> or<strong>de</strong><strong>na</strong>r imediatamente a saída das tropas para a zo<strong>na</strong> em questão, para<br />

cercar com pinças <strong>de</strong> fogo, capturar esses bandidos e executa-os no lugar<br />

on<strong>de</strong> forem encontrados. Os verda<strong>de</strong>iros responsáveis <strong>de</strong> tudo isso são<br />

Fer<strong>na</strong>ndo Lugo, Lopez Perito, Marcial Congo, Camilo Suarez (os intelectuais),<br />

Pakoba Le<strong>de</strong>sma, Elvio Benites e outros (os idiotas úteis), Magda Meza,<br />

Cetrine, etc., etc. (os executores).<br />

É hora <strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar:<br />

1. Juntar dinheiro para libertar o amigo Fi<strong>de</strong>l Zabala<br />

2. Juntar dinheiro para nos organizar, como eles, mas em sentido contrário (no<br />

Chile, nos anos 1970, <strong>de</strong>u resultado)<br />

3. Juntar dinheiro para que tenhamos os AR-15, AK-47, etc.<br />

4. Perseguir, capturar e liquidar fisicamente a todos os comunistas que atentam


contra nossas vidas e posses.<br />

5. Comunicar publicamente ao governo do Sr. Lugo, que sua festa está<br />

acabando, que seu idílio com Chávez, Morales, Correa, Castro e outros, tem os<br />

dias contados. Que Filizzola saiba que, ou faz algo para termi<strong>na</strong>r com tudo<br />

isso, ou que esteja pronto para sair do país.<br />

Eu pessoalmente já vivi e passei por tudo isso e não permitirei que volte a<br />

ocorrer com meu novo e querido país, muito menos com minha família e<br />

amigos. Nestas situações, <strong>de</strong>vemos nos unir, estar dispostos a matar e a<br />

morrer, mas nunca a esmorecer, ou senão seremos vítimas como foram os<br />

salvadorenhos, os cubanos, os colombianos e os bolivianos.<br />

Pela formação do Comando Anticomunista Paraguaio (CAP)<br />

Eduardo Avilés L.<br />

Tradução: Katari<strong>na</strong> Peixoto<br />

07/11/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “Estado <strong>de</strong> São Paulo”<br />

Link da notícia: http://www.estadao.com.br/noticias/inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l,zelaya-<br />

e-micheletti-si<strong>na</strong>lizam-nova-proposta-para-resolver-crise,462823,0.htm<br />

O presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto <strong>de</strong> Honduras, Manuel Zelaya, e o lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> facto, Roberto<br />

Micheletti, <strong>de</strong>ram si<strong>na</strong>is <strong>de</strong> que vão tentar novamente neste sábado formar um<br />

governo <strong>de</strong> unida<strong>de</strong> para tirar a <strong>na</strong>ção <strong>de</strong> uma crise <strong>de</strong> quatro meses.<br />

08/11/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “Pági<strong>na</strong> 12”<br />

Link da notícia: http://www.pagi<strong>na</strong>12.com.ar/diario/ultimas/20-134929-<br />

2009-11-08.html<br />

Os Estados Unidos reiteraram o seu apoio para as eleições gerais <strong>de</strong><br />

Honduras, apesar do fracasso em resolver a crise política provocada pelo golpe<br />

<strong>de</strong> 28 <strong>de</strong> junho.<br />

Dia: 09/11/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “Correio do povo”


Link da notícia: http://www.correiodopovo.com.br/Noticias/?Noticia=54266<br />

Resumo: O governo <strong>de</strong> fato <strong>de</strong> Honduras solicitou à comunida<strong>de</strong> inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />

apoio para as eleições <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> novembro, que vê sua legitimida<strong>de</strong><br />

questio<strong>na</strong>da por ameaças <strong>de</strong> boicote <strong>de</strong> partidários do presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto,<br />

Manuel Zelaya.<br />

10/11/2009<br />

Chávez diz a militares e civis que se preparem para a guerra<br />

BBC Brasil:<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/11/091108_chavezguerra_<br />

cj_ac.shtml<br />

Acesso: 14: 05<br />

“O presi<strong>de</strong>nte da Venezuela, Hugo Chávez, disse neste domingo que as<br />

Forças Armadas do país e a população civil <strong>de</strong>vem se "preparar para a guerra"<br />

para garantir a paz. As <strong>de</strong>clarações foram feitas em um momento <strong>de</strong> crescente<br />

tensão <strong>na</strong> fronteira com a Colômbia e da assi<strong>na</strong>tura <strong>de</strong> um acordo militar entre<br />

os governos colombiano e americano.”<br />

Chávez diz a militares e civis que se preparem para a guerra<br />

O presi<strong>de</strong>nte da Venezuela, Hugo Chávez, disse neste domingo que as Forças<br />

Armadas do país e a população civil <strong>de</strong>vem se "preparar para a guerra" para<br />

garantir a paz. As <strong>de</strong>clarações foram feitas em um momento <strong>de</strong> crescente<br />

tensão <strong>na</strong> fronteira com a Colômbia e da assi<strong>na</strong>tura <strong>de</strong> um acordo militar entre<br />

os governos colombiano e americano.<br />

“Senhores oficiais, a melhor forma <strong>de</strong> evitar a guerra é preparando-se para<br />

ela”, afirmou Chávez, durante o programa dominical <strong>de</strong> rádio e TV Alo<br />

Presi<strong>de</strong>nte.<br />

"Não percam tempo em cumprir com o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> preparar-nos para a guerra e<br />

ajudar o povo a preparar-se para a guerra, porque é uma responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

todos”, disse.<br />

"Senhor comandante da guarnição militar, batalhões da milícia, treinemos.<br />

Estudantes revolucionários, trabalhadores, mulheres: todos prontos para<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r esta terra sagrada chamada Venezuela", afirmou.<br />

Estados Unidos<br />

Em alusão ao governo dos Estados Unidos, Chávez disse que se as gran<strong>de</strong>s


potências respeitassem o direito inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l não seria necessário preparar-se<br />

para a <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> seu país.<br />

“Se vivessemos em um mundo que respeitasse o direito inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, bom,<br />

po<strong>de</strong>ríamos <strong>de</strong>dicar-nos a qualquer coisa, menos a preparar-nos para a guerra.<br />

Mas não. Sabemos que este mundo está afetado pelo virús da violência do<br />

mais po<strong>de</strong>roso contra os mais fragéis”, afirmou.<br />

O presi<strong>de</strong>nte venezuelano se opõe a um acordo firmado no fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> outubro<br />

entre Bogotá e Washington que dá às Forças Armadas america<strong>na</strong>s acesso a<br />

sete bases colombia<strong>na</strong>s.<br />

Chávez disse que, diferentemente <strong>de</strong> outros países, seu governo foi cauteloso<br />

com a vitória do presi<strong>de</strong>nte americano, Barack Obama, e que “o império está<br />

vivo e mais ameaçador que nunca”. “A única (coisa) que se viu do Obama foi o<br />

golpe em Honduras e as sete bases militares <strong>na</strong> Colombia”, disse.<br />

Depois <strong>de</strong> afirmar que o acordo militar entre Bogotá e Washington anexa a<br />

Colômbia aos Estados Unidos, Chávez disse estar pronto para enfrentar<br />

qualquer “agressão”.<br />

“Não se equivoque, senhor presi<strong>de</strong>nte Obama, e (não) vá or<strong>de</strong><strong>na</strong>r uma<br />

agressão aberta contra a Venezuela utilizando a Colômbia", disse. "Nós<br />

estamos dispostos a tudo. A Venezuela nunca mais voltará a ser colônia<br />

ianque, nem colônia <strong>de</strong> ninguém.”<br />

Tensão <strong>na</strong> fronteira<br />

A crise diplomática entre Colômbia e Venezuela se aprofundou <strong>na</strong>s duas<br />

últimas sema<strong>na</strong>s, quando dois militares venezuelanos foram assassi<strong>na</strong>dos no<br />

Estado fronteriço <strong>de</strong> Táchira por supostos paramilitares.<br />

Depois do inci<strong>de</strong>nte, a presença militar venezuela<strong>na</strong> foi reforçada <strong>na</strong>s fronteiras<br />

com a Colômbia e o Brasil, sob o argumento <strong>de</strong> intensificar as operações<br />

contra o <strong>na</strong>rcotráfico e a extração ilegal <strong>de</strong> minérios.<br />

Antes do assassi<strong>na</strong>to dos militares, há duas sema<strong>na</strong>s, <strong>de</strong>z pessoas que<br />

haviam sido sequestradas foram encontradas mortas, também no Estado <strong>de</strong><br />

Táchira. O governo venezuelano disse <strong>na</strong> ocasião que se tratavam <strong>de</strong><br />

"paramilitares colombianos em trei<strong>na</strong>mento" <strong>na</strong> Venezuela.<br />

Neste mesmo período, dois agentes do serviço <strong>de</strong> inteligência colombiano<br />

foram presos em território venezuelano acusados <strong>de</strong> espio<strong>na</strong>gem - alegação


que o governo colombiano nega.<br />

10/11/2009<br />

Colômbia vai repatriar guardas venezuelanos presos <strong>na</strong> fronteira<br />

BBC Brasil:<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/11/091110_colombia_acus<br />

a_cj_np.shtml<br />

Acesso: 14:30<br />

“O governo da Venezuela rebateu as críticas da Colômbia e acusou o governo<br />

<strong>de</strong> Álvaro Uribe <strong>de</strong> “mentir” e <strong>de</strong>sestabilizar a região com a assi<strong>na</strong>tura do<br />

acordo militar que ce<strong>de</strong> aos Estados Unidos o acesso a sete bases militares<br />

em território colombiano.”<br />

Venezuela rebate acusações e diz que Colômbia 'mente'<br />

O governo da Venezuela rebateu as críticas da Colômbia e acusou o governo<br />

<strong>de</strong> Álvaro Uribe <strong>de</strong> “mentir” e <strong>de</strong>sestabilizar a região com a assi<strong>na</strong>tura do<br />

acordo militar que ce<strong>de</strong> aos Estados Unidos o acesso a sete bases militares<br />

em território colombiano.<br />

“O governo <strong>de</strong> Uribe mente, pois ficou <strong>de</strong>monstrado que o acordo que oficializa<br />

a ocupação militar estaduni<strong>de</strong>nse <strong>na</strong> Colômbia tem como objetivo projetar a<br />

domi<strong>na</strong>ção estratégica do império sobre América do Sul, permitido operacoes<br />

militares <strong>de</strong> amplo espectro em toda a região”, diz o comunicado emitido <strong>na</strong><br />

noite <strong>de</strong> segunda-feira.<br />

O governo venezuelano qualificou <strong>de</strong> “imoral” e “hipócrita” a ameaça da<br />

Colômbia <strong>de</strong> levar à Organização das Nações Unidas (ONU) e à Organização<br />

dos Estados Americanos (OEA) o que consi<strong>de</strong>rou como “ameaças <strong>de</strong> guerra”<br />

do presi<strong>de</strong>nte venezuelano, Hugo Chávez.<br />

O governo colombiano se referiu às <strong>de</strong>clarações <strong>de</strong> Chávez feitas no último<br />

domingo, quando o lí<strong>de</strong>r venezuelano disse que as Forças Armadas da<br />

Venezuela e a população civil <strong>de</strong>veriam se "preparar para uma guerra" para<br />

garantir a paz.<br />

"Senhores oficiais, a melhor forma <strong>de</strong> evitar a guerra é se preparando para<br />

ela", afirmou Chávez, durante o programa dominical <strong>de</strong> rádio e TV Alô<br />

Presi<strong>de</strong>nte.


"Não percam tempo em cumprir com o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> nos prepararmos para a guerra<br />

e ajudar o povo a se preparar para a guerra, porque é uma responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

todos", disse.<br />

Para o governo da Venezuela, “o governo Uribe mente, pois é o responsável do<br />

único ato <strong>de</strong> guerra <strong>na</strong> história recente do nosso continente, quando o exército<br />

colombiano, com apoio americano, bombar<strong>de</strong>ou e invadiu o território do<br />

Equador”, em 1º <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2008, diz o comunicado.<br />

Tensão<br />

O presi<strong>de</strong>nte venezuelano se opõe ao acordo firmado no fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> outubro entre<br />

a Colômbia e os Estados Unidos por consi<strong>de</strong>rá-lo uma "ameaça à revolução"<br />

venezuela<strong>na</strong> e à América do Sul.<br />

Para o governo venezuelano, a presença cada vez mais frequente <strong>de</strong> conflitos<br />

<strong>na</strong> fronteira com a Colômbia e a presença <strong>de</strong> paramilitares colombianos em<br />

território venezuelano não é casual.<br />

O chanceler venezuelano, Nicolas Maduro, disse <strong>na</strong> sema<strong>na</strong> passada que a<br />

tensão <strong>na</strong> linha fronteiriça é parte <strong>de</strong> uma "estratégia" coor<strong>de</strong><strong>na</strong>da entre os<br />

governos colombiano e americano para "<strong>de</strong>sestabilizar" a Venezuela.<br />

No domingo, Chávez foi além e disse estar pronto a enfrentar uma agressão.<br />

"Não se equivoque, senhor presi<strong>de</strong>nte Obama, e (não) or<strong>de</strong>ne uma agressão<br />

aberta contra a Venezuela utilizando a Colômbia", disse.<br />

"Nós estamos dispostos a tudo. A Venezuela nunca mais voltará a ser colônia<br />

ianque, nem colônia <strong>de</strong> ninguém."<br />

A tensão <strong>na</strong> fronteira entre Colômbia e Venezuela se aprofundou há uma<br />

sema<strong>na</strong>, quando dois militares venezuelanos foram assassi<strong>na</strong>dos no Estado<br />

fronteiriço <strong>de</strong> Táchira por supostos paramilitares.<br />

Depois do inci<strong>de</strong>nte, a presença militar venezuela<strong>na</strong> foi reforçada, com o<br />

<strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> 15 mil militares às fronteiras com a Colômbia e o Brasil, sob o<br />

argumento <strong>de</strong> intensificar as operações contra o <strong>na</strong>rcotráfico e a extração ilegal<br />

<strong>de</strong> minérios.<br />

Antes do assassi<strong>na</strong>to dos militares, há duas sema<strong>na</strong>s, <strong>de</strong>z pessoas<br />

sequestradas foram encontradas mortas também no Estado <strong>de</strong> Táchira. O<br />

governo venezuelano disse, <strong>na</strong> ocasião, que as vítimas eram "paramilitares<br />

colombianos em trei<strong>na</strong>mento" <strong>na</strong> Venezuela.<br />

Neste mesmo período, dois agentes do serviço <strong>de</strong> inteligência colombiano


foram presos <strong>na</strong> Venezuela acusados <strong>de</strong> espio<strong>na</strong>gem - alegação que o<br />

governo colombiano nega.<br />

10/11/2009<br />

Colômbia ameaça reclamar contra Venezuela <strong>na</strong> ONU e <strong>na</strong> OEA<br />

BBC Brasil:<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/11/091109_colombiaguerra<br />

ml.shtml<br />

Acesso: 16: 15<br />

“O governo da Colômbia ameaçou levar à Organização <strong>de</strong> Estados<br />

Americanos (OEA) e à Organização das Nações Unidas (ONU) uma<br />

reclamação contra a Venezuela, após o presi<strong>de</strong>nte venezuelano Hugo Chávez<br />

ter orientado militares e civis a se prepararem "para uma guerra".”<br />

Colômbia ameaça reclamar contra Venezuela <strong>na</strong> ONU e <strong>na</strong> OEA<br />

O governo da Colômbia ameaçou levar à Organização <strong>de</strong> Estados Americanos<br />

(OEA) e à Organização das Nações Unidas (ONU) uma reclamação contra a<br />

Venezuela, após o presi<strong>de</strong>nte venezuelano Hugo Chávez ter orientado militares<br />

e civis a se prepararem "para uma guerra".<br />

"Diante <strong>de</strong>ssas ameaças <strong>de</strong> guerra pronunciadas pelo governo da Venezuela,<br />

o governo da Colômbia se propõe a ir à OEA e ao Conselho <strong>de</strong> Segurança da<br />

ONU", disse um comunicado lido <strong>na</strong> noite <strong>de</strong> domingo pelo porta-voz do<br />

presi<strong>de</strong>nte Álvaro Uribe, César Velásquez.<br />

Ainda no comunicado, em alusão à reação <strong>de</strong> Chávez ao acordo militar firmado<br />

com os Estados Unidos, que permitirá aos militares americanos utilizar sete<br />

bases militares <strong>na</strong> Colômbia, o governo colombiano disse que não fará<br />

"nenhum gesto" contra os países vizinhos.<br />

"A Colômbia não fez e nem fará nenhum gesto <strong>de</strong> guerra contra a comunida<strong>de</strong><br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, menos ainda contra países irmãos, e o único interesse que nos<br />

move é a superação do <strong>na</strong>rcoterrorismo, que durante tantos anos maltratou os<br />

colombianos", afirmou o comunicado.<br />

Discurso <strong>de</strong> Chávez<br />

No domingo, Chávez disse que as Forças Armadas venezuela<strong>na</strong>s e a<br />

população civil <strong>de</strong>veriam se "preparar para uma guerra" para garantir a paz.<br />

"Senhores oficiais, a melhor forma <strong>de</strong> evitar a guerra é se preparando para


ela", afirmou Chávez, durante o programa dominical <strong>de</strong> rádio e TV Alô<br />

Presi<strong>de</strong>nt.<br />

"Não percam tempo em cumprir com o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> nos prepararmos para a guerra<br />

e ajudar o povo a se preparar para a guerra, porque é uma responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

todos", disse.<br />

"Senhor comandante da guarnição militar, batalhões da milícia, treinemos.<br />

Estudantes revolucionários, trabalhadores, mulheres: todos prontos para<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r esta terra sagrada chamada Venezuela", acrescentou.<br />

O presi<strong>de</strong>nte venezuelano se opõe ao acordo firmado no fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> outubro entre<br />

a Colômbia e os Estados Unidos por consi<strong>de</strong>rá-lo uma "ameaça à revolução"<br />

venezuela<strong>na</strong> e à América do Sul.<br />

Chávez afirmou que o pacto militar anexa a Colômbia aos Estados Unidos e se<br />

<strong>de</strong>clarou "pronto" para enfrentar qualquer "agressão".<br />

"Não se equivoque, senhor presi<strong>de</strong>nte Obama, e (não) or<strong>de</strong>ne uma agressão<br />

aberta contra a Venezuela utilizando a Colômbia", disse. "Nós estamos<br />

dispostos a tudo. A Venezuela nunca mais voltará a ser colônia ianque, nem<br />

colônia <strong>de</strong> ninguém."<br />

Tensão <strong>na</strong> fronteira<br />

Para o governo venezuelano, a presença cada vez mais frequente <strong>de</strong> conflitos<br />

<strong>na</strong> fronteira com a Colômbia e a presença <strong>de</strong> paramilitares colombianos em<br />

território venezuelano não é casual.<br />

O chanceler venezuelano, Nicolas Maduro, disse <strong>na</strong> sema<strong>na</strong> passada que a<br />

tensão <strong>na</strong> linha fronteiriça é parte <strong>de</strong> uma "estratégia" coor<strong>de</strong><strong>na</strong>da entre os<br />

governos colombiano e americano para "<strong>de</strong>sestabilizar" a Venezuela.<br />

A tensão <strong>na</strong> fronteira entre Colômbia e Venezuela se aprofundou há uma<br />

sema<strong>na</strong>, quando dois militares venezuelanos foram assassi<strong>na</strong>dos no Estado<br />

fronteiriço <strong>de</strong> Táchira por supostos paramilitares.<br />

Depois do inci<strong>de</strong>nte, a presença militar venezuela<strong>na</strong> foi reforçada, com o<br />

<strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> 15 mil militares às fronteiras com a Colômbia e o Brasil, sob o<br />

argumento <strong>de</strong> intensificar as operações contra o <strong>na</strong>rcotráfico e a extração ilegal<br />

<strong>de</strong> minérios.<br />

Antes do assassi<strong>na</strong>to dos militares, há duas sema<strong>na</strong>s, <strong>de</strong>z pessoas<br />

sequestradas foram encontradas mortas também no Estado <strong>de</strong> Táchira. O<br />

governo venezuelano disse, <strong>na</strong> ocasião, que as vítimas eram "paramilitares


colombianos em trei<strong>na</strong>mento" <strong>na</strong> Venezuela.<br />

Neste mesmo período, dois agentes do serviço <strong>de</strong> inteligência colombiano<br />

foram presos <strong>na</strong> Venezuela acusados <strong>de</strong> espio<strong>na</strong>gem - alegação que o<br />

governo colombiano nega.<br />

28/10/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “O Globo”<br />

Link da notícia: http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL1358567-<br />

5601,00-<br />

REQUIAO+DIZ+QUE+FOI+IMPIEDOSAMENTE+CRITICADO+POR+DECLAR<br />

ACAO.html<br />

Roberto Requião, o gover<strong>na</strong>dor do Paraná, tenta explicar, que seu comentário,<br />

<strong>na</strong> terça-feira, dia 27, quanto ao aumento do câncer <strong>de</strong> mama nos homens, foi<br />

em tom <strong>de</strong> brinca<strong>de</strong>ira e que não pretendia parecer homofôbico.<br />

Dia: 28/10/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “Jor<strong>na</strong>l do Brasil”<br />

Link da notícia: http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/10/28/e281018575.asp<br />

Resumo: O Se<strong>na</strong>dor Expedito Junior, do PSDB-RO, disse que ainda existem<br />

maneiras <strong>de</strong> recorrer a <strong>de</strong>cisão do TSE, que cassou seu mandato, no ano<br />

passado, pela acusação <strong>de</strong> compra <strong>de</strong> votos.<br />

Dia: 28/10/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “O Estado <strong>de</strong> S. Paulo”<br />

Link da notícia: http://www.estadao.com.br/noticias/<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l,lula-confirma-luis-<br />

adams-como-advogado-geral-da-uniao,454857,0.htm<br />

Resumo: Lula confirma Luís Adams, procurador geral da fazenda, como<br />

advogado-geral da União.<br />

11/11/2009 - 19h49<br />

Protestos causam tumulto em Buenos Aires; governo vê manobra<br />

<strong>de</strong>sestabilizadora<br />

da Folha Online<br />

Vários protestos e manifestações <strong>de</strong> rua foram realizados nesta quarta-feira em<br />

Buenos Aires, que sofreu enormes problemas <strong>de</strong> tráfego no momento em que o<br />

governo argentino insiste em que as recentes manifestações são manobras<br />

<strong>de</strong>sestabilizadoras.


O momento <strong>de</strong> maior tensão aconteceu em uma das principais pontes <strong>de</strong><br />

acesso a Buenos Aires, on<strong>de</strong> a polícia impediu que integrantes do Movimento<br />

In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Aposentados e Desempregados (MIJD) interrompesse o<br />

tráfego. Raúl Castells, lí<strong>de</strong>r do MIJD, lamentou a ação da polícia e reclamou <strong>de</strong><br />

diferenças no tratamento dado aos <strong>de</strong>sempregados que estão alinhados com o<br />

governo e aqueles que se opõem à presi<strong>de</strong>nte Cristi<strong>na</strong> Kirchner.<br />

Enquanto isso, os trabalhadores da filial da fábrica america<strong>na</strong> <strong>de</strong> alimentos<br />

Kraft se reuniram em frente ao Ministério do Trabalho para exigir a readmissão<br />

<strong>de</strong> trabalhadores que não aceitaram um acordo com a empresa <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um<br />

longo conflito que aparentemente havia sido resolvido no mês passado<br />

Além disso, <strong>de</strong>ze<strong>na</strong>s <strong>de</strong> estudantes protestaram em frente à se<strong>de</strong> reitoria da<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Buenos Aires (UBA) para rejeitar o adiantamento da próxima<br />

assembléia universitária, que visa a eleger as novas autorida<strong>de</strong>s. Outros<br />

grupos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempregados <strong>de</strong> oposição ao governo se concentraram em frente<br />

à se<strong>de</strong> do Ministério do Desenvolvimento Social para exigir "planos sociais".<br />

Eles se reuniram em um cruzamento da avenida 9 <strong>de</strong> Julio, a principal da<br />

cida<strong>de</strong>. A ação causou congestio<strong>na</strong>mento <strong>na</strong> região.<br />

Pela manhã, veteranos <strong>de</strong> guerra da disputa entre Argenti<strong>na</strong> e Reino Unido<br />

pelas Ilhas Malvi<strong>na</strong>s (Falklands) --vencida pelos britânicos em 1982 --<br />

bloquearam o principal cruzamento próximo ao Congresso Nacio<strong>na</strong>l, em<br />

protesto por benefícios suspensos.<br />

Os bloqueios das ruas e a insegurança aumentaram nos últimos dias, com<br />

gran<strong>de</strong> sensibilização da população da capital argenti<strong>na</strong>. Nesta segunda-feira,<br />

uma greve dos metroviários <strong>de</strong> Buenos Aires também gerou críticas e<br />

protestos.<br />

O governo acusa a oposição <strong>de</strong> fomentar esta convulsão no país, enquanto os<br />

oposicionistas dizem tais ações são parte <strong>de</strong> um plano da administração<br />

fe<strong>de</strong>ral.<br />

O chefe <strong>de</strong> gabinete da presi<strong>de</strong>nte, Aníbal Fernán<strong>de</strong>z, disse que "não é<br />

causal", que os protestos e caos em Buenos Aires tenham se intensificado,<br />

insistindo que há manobras <strong>de</strong> <strong>de</strong>sestabilização, como alertou <strong>na</strong> segunda-feira<br />

a própria Cristi<strong>na</strong> Kirchner.<br />

Alguns meios <strong>de</strong> comunicação informaram que a única notícia positiva <strong>na</strong> roti<strong>na</strong><br />

diária <strong>de</strong> Buenos Aires foi o funcio<strong>na</strong>mento normal das seis linhas <strong>de</strong> metrô da


cida<strong>de</strong>, que <strong>na</strong> terça-feira e quinta-feira passadas foram interrompidas por<br />

greves, em meio a um conflito entre setores sindicais rivais.<br />

Com Efe e Ansa<br />

Dia: 12/11/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “Jor<strong>na</strong>l do Brasil”<br />

Link da notícia:<br />

http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/11/12/e121123227.asp<br />

O governo <strong>de</strong> fato <strong>de</strong> Honduras redobrou as medidas <strong>de</strong> segurança no país,<br />

principalmente em torno dos candidatos presi<strong>de</strong>nciais, diante <strong>de</strong> um aumento<br />

<strong>de</strong> episódios violentos.<br />

12/11/2009<br />

Equador e Bolívia são casos <strong>de</strong> sucesso em meio à crise global<br />

Fonte: Carta Maior:<br />

http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=1<br />

6238&boletim_id=614&componente_id=10279<br />

Acesso: 18:00<br />

“De acordo com a sabedoria convencio<strong>na</strong>l transmitida diariamente <strong>na</strong> imprensa<br />

econômica, os países em <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>veriam se <strong>de</strong>sdobrar para<br />

agradar as corporações multi<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, seguir a política macroeconômica<br />

neoliberal e fazer o máximo para atingir um grau <strong>de</strong> investimento elevado e,<br />

assim, atrair capital estrangeiro... Adivinhem qual país das Américas <strong>de</strong>ve<br />

atingir o crescimento econômico mais rápido nesse ano? A Bolívia. O primeiro<br />

presi<strong>de</strong>nte indíge<strong>na</strong> do país, Evo Morales, foi eleito em 2005 e assumiu o cargo<br />

em janeiro <strong>de</strong> 2006... Evo <strong>de</strong>scartou o FMI ape<strong>na</strong>s três meses <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

assumir a presidência e então <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lizou a indústria <strong>de</strong> hidrocarbonetos...”<br />

Texto em português publicado no Correio Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />

De acordo com a sabedoria convencio<strong>na</strong>l transmitida diariamente <strong>na</strong> imprensa<br />

econômica, os países em <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>veriam se <strong>de</strong>sdobrar para<br />

agradar as corporações multi<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is, seguir a política macroeconômica<br />

neoliberal e fazer o máximo para atingir um grau <strong>de</strong> investimento elevado e,<br />

assim, atrair capital estrangeiro.


Adivinhem qual país das Américas <strong>de</strong>ve atingir o crescimento econômico mais<br />

rápido nesse ano? A Bolívia. O primeiro presi<strong>de</strong>nte indíge<strong>na</strong> do país, Evo<br />

Morales, foi eleito em 2005 e assumiu o cargo em janeiro <strong>de</strong> 2006. Bolívia, o<br />

país mais pobre da América do Sul, seguiu os acordos com o FMI [Fundo<br />

Monetário Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l] por 20 anos consecutivos e sua renda per-capita ao<br />

fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong>s<strong>de</strong> período era mais baixa do que 27 anos antes.<br />

Evo <strong>de</strong>scartou o FMI ape<strong>na</strong>s três meses <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> assumir a presidência e<br />

então <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lizou a indústria <strong>de</strong> hidrocarbonetos (especialmente gás <strong>na</strong>tural).<br />

Não é preciso dizer que isso não agradou a comunida<strong>de</strong> corporativa<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. Também foi mal vista a <strong>de</strong>cisão do país <strong>de</strong> se retirar do painel <strong>de</strong><br />

arbitragem inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l do Banco Mundial em maio <strong>de</strong> 2007, cujas <strong>de</strong>cisões<br />

tinham tendência a favorecer as corporações inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is em <strong>de</strong>trimento dos<br />

governos.<br />

A <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lização e os crescentes lucros advindos dos royalties dos<br />

hidrocarbonetos, no entanto, têm rendido ao governo boliviano bilhões <strong>de</strong><br />

dólares em receita adicio<strong>na</strong>l (o PIB total da Bolívia é <strong>de</strong> ape<strong>na</strong>s 16,6 bilhões <strong>de</strong><br />

dólares, para uma população <strong>de</strong> 10 milhões <strong>de</strong> habitantes). Essas rendas têm<br />

sido úteis para a promoção do <strong>de</strong>senvolvimento pelo governo, e especialmente<br />

para manter o crescimento durante a crise. O investimento público cresceu <strong>de</strong><br />

6,3% do PIB em 2005 para 10,5% em 2009.<br />

O crescimento da Bolívia em meio à crise mundial é ainda mais notável, já que<br />

o país foi atingido em cheio pela queda <strong>de</strong> seus preços dos produtos <strong>de</strong><br />

exportação mais importantes – gás <strong>na</strong>tural e minerais – e também por uma<br />

perda <strong>de</strong> espaço no mercado estaduni<strong>de</strong>nse. A administração Bush cortou as<br />

preferências comerciais da Bolívia, que eram concedidas <strong>de</strong>ntro do Pacto<br />

Andino <strong>de</strong> Promoção do Comércio e Erradicação das Drogas [ATPDA, <strong>na</strong> sigla<br />

em inglês], supostamente para punir a Bolívia por sua insuficiente cooperação<br />

<strong>na</strong> “guerra contra as drogas”.<br />

Na realida<strong>de</strong>, foi muito mais complicado: a Bolívia expulsou o embaixador<br />

estaduni<strong>de</strong>nse por causa <strong>de</strong> evidências do apoio dado pelo governo


estaduni<strong>de</strong>nse à oposição ao governo <strong>de</strong> Morales; a revogação do ATPDA<br />

aconteceu logo em seguida. De qualquer maneira, a administração Obama<br />

ainda não mudou com relação à política da administração Bush para a Bolívia.<br />

Mas a Bolívia já provou que po<strong>de</strong> se virar muito bem sem a cooperação <strong>de</strong><br />

Washington.<br />

O presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> esquerda do Equador, Rafael Correa, é um economista que,<br />

muito antes <strong>de</strong> ser eleito em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2006, enten<strong>de</strong>u e escreveu a<br />

respeito das limitações do dogma econômico neoliberal. Ele tomou posse em<br />

2007 e estabeleceu um tribu<strong>na</strong>l inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l para exami<strong>na</strong>r a legitimida<strong>de</strong> da<br />

dívida do país. Em novembro <strong>de</strong> 2008 a comissão constatou que parte da<br />

dívida não foi legalmente contratada, e em <strong>de</strong>zembro Correa anunciou que o<br />

governo não pagaria cerca <strong>de</strong> 3,2 bilhões <strong>de</strong> dólares da sua dívida<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />

Ele foi tiranizado <strong>na</strong> imprensa econômica, mas a operação foi bem sucedida. O<br />

Equador cancelou um terço da sua dívida exter<strong>na</strong> <strong>de</strong>clarando moratória e<br />

reembolsando os credores a uma taxa <strong>de</strong> 35 centavos por dólar. A avaliação<br />

para o crédito inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l do país continua baixa, mas não mais do que antes<br />

da eleição <strong>de</strong> Correa, e até subiu um pouco <strong>de</strong>pois que a operação foi<br />

completada.<br />

O governo <strong>de</strong> Correa também causou a fúria dos investidores estrangeiros ao<br />

renegociar seus acordos com empresas estrangeiras <strong>de</strong> petróleo para captar<br />

uma parte maior dos lucros com a alta dos preços do petróleo. E Correa<br />

resistiu à pressão feita pela petrolífera Chevron e seus po<strong>de</strong>rosos aliados em<br />

Washington para retirar seu apoio a um processo contra a empresa por<br />

supostamente poluir águas subterrâneas, com danos que po<strong>de</strong>riam exce<strong>de</strong>r 27<br />

bilhões <strong>de</strong> dólares.<br />

Como o Equador está se saindo? O crescimento tem atingido saudáveis 4,5%<br />

durante os dois primeiros anos da presidência <strong>de</strong> Correa. E o governo tem<br />

garantido a redistribuição da renda: gastos com saú<strong>de</strong> em relação ao PIB<br />

dobraram e gastos sociais em geral têm sido expandidos consi<strong>de</strong>ravelmente <strong>de</strong>


4,5% para 8,3% do PIB em dois anos. Isso inclui a duplicação do programa <strong>de</strong><br />

transferência <strong>de</strong> renda às famílias pobres, um aumento <strong>de</strong> 474 milhões <strong>de</strong><br />

dólares em <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> habitação, e outros programas para famílias <strong>de</strong> baixa<br />

renda.<br />

O Equador foi atingido fortemente por uma queda <strong>de</strong> 77% no preço das suas<br />

exportações <strong>de</strong> petróleo <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2008 até fevereiro <strong>de</strong> 2009, assim como<br />

pelo <strong>de</strong>clínio das remessas <strong>de</strong> capital provenientes do exterior. Apesar disso, o<br />

país superou as adversida<strong>de</strong>s muito bem. Outras políticas heterodoxas,<br />

juntamente com a moratória da dívida exter<strong>na</strong>, têm ajudado o Equador a<br />

estimular sua economia sem esgotar suas reservas.<br />

A moeda do Equador é o dólar estaduni<strong>de</strong>nse, o que <strong>de</strong>scarta a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> políticas cambiais e monetárias para esforços contra-cíclicos numa<br />

recessão – uma <strong>de</strong>ficiência relevante. Em vez disso, o Equador foi capaz <strong>de</strong><br />

fazer acordos com a Chi<strong>na</strong> para um pagamento adiantado <strong>de</strong> 1 bilhão <strong>de</strong><br />

dólares por petróleo e mais 1 bilhão <strong>de</strong> empréstimo.<br />

O governo também começou a exigir dos bancos equatorianos que<br />

repatriassem algumas <strong>de</strong> suas reservas mantidas no exterior, esperando trazer<br />

<strong>de</strong> volta 1,2 bilhões e tem começado a repatriar 2,5 bilhões das reservas<br />

estrangeiras do banco central para fi<strong>na</strong>nciar outro gran<strong>de</strong> pacote <strong>de</strong> estímulo<br />

econômico.<br />

O crescimento do Equador provavelmente será <strong>de</strong> 1% esse ano, o que é muito<br />

bom em relação à maior parte <strong>de</strong> seu hemisfério. O México, por exemplo, no<br />

outro lado do espectro, tem projetado um <strong>de</strong>clínio <strong>de</strong> 7,5% no seu PIB em<br />

2009.<br />

A maior parte dos relatórios e até análises quase-acadêmicas da Bolívia e do<br />

Equador dizem que eles são vítimas <strong>de</strong> governos populistas, socialistas e “anti-<br />

americanos” – alinhados com a Venezuela <strong>de</strong> Hugo Chávez e Cuba, é claro – e<br />

estão no caminho da ruí<strong>na</strong>. É claro que ambos os países ainda têm muitos<br />

<strong>de</strong>safios pela frente, dos quais o mais importante será a implementação <strong>de</strong>


estratégias econômicas que diversifiquem e <strong>de</strong>senvolvam suas economias no<br />

longo prazo. Mas eles começaram bem, <strong>de</strong>dicando à or<strong>de</strong>m econômica e<br />

política exter<strong>na</strong> convencio<strong>na</strong>is – <strong>na</strong> Europa e nos Estados Unidos – o respeito<br />

que ela merece.<br />

Tradução: Raquel Tebaldi/Correio Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />

12/11/09<br />

Plantea Cuba reforma urgente <strong>de</strong>l Consejo <strong>de</strong> Seguridad <strong>de</strong> la ONU<br />

http://www.ejor<strong>na</strong>is.com.br/jor<strong>na</strong>l_cuba_granma.html<br />

Acesso: 13/09/11<br />

Plantea Cuba reforma urgente <strong>de</strong>l Consejo <strong>de</strong> Seguridad <strong>de</strong> la ONU<br />

NACIONES UNIDAS, 12 <strong>de</strong> noviembre.— Cuba insistió hoy en u<strong>na</strong> reforma<br />

urgente y profunda <strong>de</strong>l Consejo <strong>de</strong> Seguridad <strong>de</strong> Naciones Unidas, con u<strong>na</strong><br />

ampliación imparcial y no selectiva y la transformación <strong>de</strong> sus métodos <strong>de</strong><br />

trabajo. No podrá existir u<strong>na</strong> verda<strong>de</strong>ra reforma <strong>de</strong> la ONU mientras no se<br />

reforme el Consejo <strong>de</strong> Seguridad, afirmó el representante permanente alterno<br />

<strong>de</strong> Cuba, Rodolfo Benítez, ante el ple<strong>na</strong>rio <strong>de</strong> la Asamblea General. Expresó el<br />

respaldo <strong>de</strong> Cuba a un incremento inmediato <strong>de</strong>l número <strong>de</strong> miembros en<br />

ambas categorías (permanentes y no permanentes), pero "no ampliar por<br />

ampliar, sino rectificar la injustificable subrepresentación <strong>de</strong> los países en<br />

<strong>de</strong>sarrollo en el consejo". Cuba no apoyará ningu<strong>na</strong> ampliación parcial o<br />

selectiva, ni ningún aumento <strong>de</strong> la composición <strong>de</strong> los miembros que vaya en<br />

<strong>de</strong>trimento <strong>de</strong> los países en <strong>de</strong>sarrollo...<br />

13/11/09<br />

Prisionero <strong>de</strong>nuncia abusos<br />

http://www.ejor<strong>na</strong>is.com.br/jor<strong>na</strong>l_cuba_net.html<br />

Acesso: 13/11/09<br />

HOLGUÍN, Cuba, 13 <strong>de</strong> noviembre (María Antonia Hidalgo / www.cubanet.org)<br />

- Des<strong>de</strong> la prisión El Típico Viejo, <strong>de</strong> Las Tu<strong>na</strong>s, el prisionero <strong>de</strong> conciencia<br />

Alfredo Domínguez <strong>de</strong>nunció que es víctima <strong>de</strong> los abusos <strong>de</strong> los carceleros.


Según Domínguez, en la visita familiar <strong>de</strong>l 23 <strong>de</strong> octubre fue puesto al sol por<br />

u<strong>na</strong> hora y media, requisado y maltratado <strong>de</strong> palabra por el “reeducador”<br />

Yu<strong>de</strong>lis Álvarez.<br />

Agregó que en los <strong>de</strong>stacamentos 1 y 2 existen grupos <strong>de</strong> reclusos que se<br />

embriagan con el alcohol que les proporcio<strong>na</strong>n los gariteros, bebida<br />

proveniente <strong>de</strong>l mercado clan<strong>de</strong>stino, cuyo consumo es motivo constante <strong>de</strong><br />

broncas entre los reclusos.<br />

Alfredo Rodolfo Domínguez pertenece al Grupo <strong>de</strong> los 75, es miembro <strong>de</strong>l<br />

Movimiento Cristiano Liberación y cumple u<strong>na</strong> sanción <strong>de</strong> 14 años.<br />

13/11/09<br />

Profesores votaron continuidad <strong>de</strong>l paro<br />

http://www.la<strong>na</strong>cion.cl/profesores-votaron-continuidad-<strong>de</strong>l-<br />

paro/noticias/2009-11-12/221801.html<br />

Acesso: 13/11/09<br />

Por Beatriz Michell/La Nación<br />

Con 94 votos a favor y 29 en contra, la asamblea <strong>de</strong> docentes <strong>de</strong>cidió<br />

mantener las movilizaciones por la <strong>de</strong>uda histórica. Luego <strong>de</strong> un Comité<br />

Político, la ministra Caroli<strong>na</strong> Tohá dijo que “la mesa está lista para el diálogo”.<br />

Conocidos los resultados, los dirigentes <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>les <strong>de</strong> los profesores salieron<br />

<strong>de</strong> la sala dando gritos a favor <strong>de</strong>l paro y <strong>de</strong>l gremio. Foto: Elvis González.<br />

Casi siete horas estuvieron reunidos ayer los más <strong>de</strong> cien representantes <strong>de</strong><br />

los profesores en la asamblea <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l en la CUT, hasta que pasadas las<br />

17:30 horas concluyó la votación: con 94 votos a favor, 29 en contra y 4<br />

abstenciones, el paro <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l in<strong>de</strong>finido continúa a la espera <strong>de</strong> que el<br />

gobierno ceda a dar u<strong>na</strong> reparación por la <strong>de</strong>uda histórica.<br />

Los resultados estuvieron lejos <strong>de</strong> lo que se esperaba en los pasillos <strong>de</strong> La<br />

Moneda, don<strong>de</strong> abundaba la esperanza <strong>de</strong> que concluyera la paralización que<br />

los docentes iniciaron el viernes 23 <strong>de</strong> octubre, hace ya 21 días.<br />

El presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>l Colegio <strong>de</strong> Profesores, Jaime Gajardo, dio a conocer los<br />

resultados y agra<strong>de</strong>ció a los parlamentarios que han apoyado su causa.<br />

“Sentimos el apoyo <strong>de</strong>l Congreso Nacio<strong>na</strong>l. El ministro Velasco se está<br />

quedando solo, se le hace cada vez insostenible mantener su postura <strong>de</strong> que la<br />

<strong>de</strong>uda no existe”, fueron las palabras <strong>de</strong>l dirigente gremial.


La asamblea <strong>de</strong> docentes también solicitó a los casi 60 maestros que continúan<br />

en huelga <strong>de</strong> hambre.<br />

Gajardo reiteró varias veces que los teléfonos están abiertos para que el<br />

gobierno los llame a dialogar.<br />

“LA MESA ESTÁ LISTA”<br />

Mientras los profesores estaban reunidos, en La Moneda se realizó un comité<br />

político. Cerca <strong>de</strong> las 19 horas la ministra Caroli<strong>na</strong> Tohá se refirió al tema.<br />

“No se pue<strong>de</strong> sostener u<strong>na</strong> situación <strong>de</strong> paro más tiempo, porque eso tampoco<br />

le está haciendo bien a la causa <strong>de</strong> los propios profesores. Hay otras maneras<br />

en que po<strong>de</strong>mos conversar sobre los planteamientos que ellos tienen, el<br />

gobierno está dispuesto a avanzar en materias que tienen que ver con mejorar<br />

su situación, está dispuesto a aportar recursos para mejorar la forma en que se<br />

<strong>de</strong>sarrolla el trabajo <strong>de</strong> los profesores en nuestro país”, dijo Tohá.<br />

A<strong>de</strong>más llamó a los profesores a seguir el camino <strong>de</strong> los empleados públicos,<br />

que se sentaron a trabajar con el gobierno para resolver su situación.<br />

“La mesa está lista para el diálogo. Ése es el camino y la vía por la cual este<br />

conflicto se va a resolver”, indicó la ministra.<br />

En la madrugada <strong>de</strong>l miércoles, la Cámara rechazó el presupuesto <strong>de</strong><br />

educación en rechazo a la negativa <strong>de</strong>l gobierno a dar u<strong>na</strong> reparación por la<br />

<strong>de</strong>uda histórica.<br />

El martes <strong>de</strong> la próxima sema<strong>na</strong> el ítem será votado en el Se<strong>na</strong>do, por lo que<br />

los casi doscientos dirigentes <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>les <strong>de</strong>l gremio asistirán a Valparaíso a<br />

presenciar la votación.<br />

El miércoles realizarán u<strong>na</strong> asamblea <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l para <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r la continuidad<br />

<strong>de</strong> las movilizaciones.<br />

Data: 13/11/09<br />

Título: Médicos pi<strong>de</strong>n inyectar $50 mil millones a hospitales<br />

Fonte: La <strong>na</strong>cion<br />

Acesso: 13/09/11<br />

Viernes 13 <strong>de</strong> noviembre <strong>de</strong> 2009 | | País<br />

Fotos<br />

El Regio<strong>na</strong>l Santiago <strong>de</strong>l Colegio Médico <strong>de</strong>nunció ayer que los hospitales no<br />

tienen suficientes recursos para comprar insumos y medicamentos.


El jefe <strong>de</strong> la División <strong>de</strong> Presupuesto, Inversio<strong>de</strong>l Ministerio nes y Concesiones<br />

<strong>de</strong> Salud (Minsal), Patricio Lagos, informó ayer que el gobierno inyectará cerca<br />

<strong>de</strong> $30 mil millones para disminuir la <strong>de</strong>uda hospitalaria que hasta el mes <strong>de</strong><br />

agosto llegaba a los $61.594 millones, según un informe que envió al Se<strong>na</strong>do<br />

el ministro <strong>de</strong>l ramo, Álvaro Erazo.<br />

Lagos precisó que las remesas llegarán a fines <strong>de</strong> noviembre y comienzos <strong>de</strong><br />

diciembre a los hospitales.<br />

El que enfrenta un mayor déficit es el Sótero <strong>de</strong>l Río con $4.494 millones,<br />

seguido por los hospitales San José y Gustavo Fricke.<br />

El anunció se realizó un día <strong>de</strong>spués que la se<strong>na</strong>dora DC Soledad Alvear<br />

revelara las cifras <strong>de</strong> en<strong>de</strong>udamiento en todo Chile y tras la queja <strong>de</strong> los<br />

facultativos agrupados en el Regio<strong>na</strong>l Santiago <strong>de</strong>l Colegio Médico, quienes<br />

<strong>de</strong>nunciaron ayer que los hospitales públicos viven u<strong>na</strong> situación crítica.<br />

“Los recursos fi<strong>na</strong>ncieros aportados a los hospitales públicos, en este momento<br />

son insuficientes, sólo alcanzan para el pago <strong>de</strong> remuneraciones y no para el<br />

pago <strong>de</strong> insumos, medicamentos y cumplimientos <strong>de</strong> compromisos <strong>de</strong> solución<br />

<strong>de</strong> listas <strong>de</strong> espera”, dijo Lorenzo Naranjo, presi<strong>de</strong>nte metropolitano <strong>de</strong>l gremio.<br />

DESCARTAN REBAJAS<br />

Patricio Lagos <strong>de</strong>scartó la existencia <strong>de</strong> rebajas presupuestarias y dijo que la<br />

<strong>de</strong>uda se <strong>de</strong>be a que “los servicios en un año particularmente complejo <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

el punto <strong>de</strong> vista sanitario han realizado un nivel <strong>de</strong> actividad mucho más allá<br />

<strong>de</strong> lo que los marcos presupuestarios vigentes son capaces <strong>de</strong> fi<strong>na</strong>nciar y eso<br />

explica en u<strong>na</strong> medida el nivel <strong>de</strong> en<strong>de</strong>udamiento”.<br />

A lo anterior se suma que el sistema público este año comenzó a aten<strong>de</strong>r 400<br />

mil nuevos beneficiarios especialmente a adultos y adultos mayores más la<br />

pan<strong>de</strong>mia, la compra <strong>de</strong> servicios externos y la puesta en marcha <strong>de</strong>l Hospital<br />

Metropolitano <strong>de</strong> Santiago.<br />

Pero más tar<strong>de</strong> Naranjo reafirmó sus dichos y señaló que los directores <strong>de</strong> los<br />

hospitales están con “limitación <strong>de</strong> recursos, es u<strong>na</strong> realidad, no u<strong>na</strong> ficción”.<br />

“El anuncio <strong>de</strong> inyectar estos $30 mil millones nos da la razón, es u<strong>na</strong> bue<strong>na</strong><br />

señal pero es insuficiente, necesitamos $50 mil millones, que representa la<br />

mitad <strong>de</strong> la <strong>de</strong>uda que tendrán


13/11/09<br />

Declaración <strong>de</strong> apoyo a los blogueros<br />

http://www.ejor<strong>na</strong>is.com.br/jor<strong>na</strong>l_cuba_net.htmAcesso: Data e hora<br />

El Grupo <strong>de</strong> Trabajo <strong>de</strong> Cuba <strong>de</strong> la Sociedad Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Derechos<br />

Humanos (ISHR por sus siglas en inglés) emite la presente Declaración a fin <strong>de</strong><br />

con<strong>de</strong><strong>na</strong>r el atropello perpetrado en días pasados por un grupo <strong>de</strong> agentes <strong>de</strong><br />

la autoridad contra los <strong>de</strong>stacados blogueros Yoani Sánchez (la que —como se<br />

sabe— ha sido merecidamente galardo<strong>na</strong>da con numerosos premios<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>les importantes) y Orlando Luis Pardo, así como contra algunos<br />

amigos suyos.<br />

Según se ha informado, los autores <strong>de</strong>l hecho (varios <strong>de</strong>sconocidos vestidos <strong>de</strong><br />

civil) circulaban en un automóvil negro <strong>de</strong> fabricación chi<strong>na</strong>, en el que<br />

conmi<strong>na</strong>ron a montarse a Yoani y Orlando. La primera, temerosa <strong>de</strong> que se<br />

tratara no <strong>de</strong> u<strong>na</strong> actuación policial, sino <strong>de</strong> un secuestro perpetrado por<br />

facinerosos, <strong>de</strong>mandó <strong>de</strong> los individuos que se i<strong>de</strong>ntificasen o mostrasen u<strong>na</strong><br />

or<strong>de</strong>n <strong>de</strong> <strong>de</strong>tención, lo que no hicieron los aludidos, quienes —por el<br />

contrario— la emprendieron a golpes y empellones con ambos intelectuales, a<br />

quienes obligaron a penetrar al vehículo. Un rato más tar<strong>de</strong>, los <strong>de</strong>jaron en<br />

libertad.<br />

Esta arbitraria <strong>de</strong>tención se produjo en el contexto <strong>de</strong> u<strong>na</strong> marcha pacífica en<br />

contra <strong>de</strong> la violencia que se disponían a realizar (y ciertamente realizaron<br />

minutos más tar<strong>de</strong>) varias veinte<strong>na</strong>s <strong>de</strong> ciudadanos por la céntrica Calle 23.<br />

Como quiera que el objeto central <strong>de</strong> la represión (como queda dicho) fueron<br />

no los manifestantes, sino los informadores alter<strong>na</strong>tivos, nuestro Grupo <strong>de</strong><br />

Trabajo consi<strong>de</strong>ra que estamos en presencia <strong>de</strong> un nuevo ataque contra la libre<br />

emisión <strong>de</strong>l pensamiento y la libertad <strong>de</strong> información.<br />

El Grupo <strong>de</strong> Trabajo <strong>de</strong> Cuba <strong>de</strong> la ISHR con<strong>de</strong><strong>na</strong> enérgicamente este nuevo<br />

atropello <strong>de</strong>l régimen totalitario.<br />

La Haba<strong>na</strong>, 9 <strong>de</strong> noviembre <strong>de</strong> 2009en<br />

En nombre <strong>de</strong>l Ejecutivo <strong>de</strong>l Grupo <strong>de</strong> Trabajo:<br />

René Gómez Manzano<br />

Presi<strong>de</strong>nte


13/11/2009 - 21h49<br />

Candidato oposicionista do Uruguai ameaça tirar país do Parlamento do<br />

Mercosul<br />

da Folha Online<br />

O Uruguai vai se retirar do Parlamento do Mercosul se Luis Alberto Lacalle<br />

vencer a eleição presi<strong>de</strong>ncial, disse nesta sexta-feira o candidato da oposição,<br />

que previu vida curta a essa instituição do bloco comercial.<br />

O ex-presi<strong>de</strong>nte Lacalle (1990-1995), <strong>de</strong> centro-direita, enfrenta em 29 <strong>de</strong><br />

novembro o ex-guerrilheiro José Mujica, da esquerda governista, em um<br />

segundo turno eleitoral para a Presidência.<br />

O ex-gover<strong>na</strong>nte explicou que seu país está impedido <strong>de</strong> convocar eleições<br />

para representantes no Parlamento do Mercosul, que o Uruguai integra com<br />

Argenti<strong>na</strong>, Brasil e Paraguai, <strong>de</strong>vido a uma restrição constitucio<strong>na</strong>l.<br />

"Não se po<strong>de</strong> [legislar para habilitar eleições. É necessário] uma reforma<br />

constitucio<strong>na</strong>l que tem que passar pela aprovação popular", disse Lacalle a<br />

jor<strong>na</strong>listas estrangeiros.<br />

"Portanto, assim que sairmos do Parlamento do Mercosul [...] aí começará a<br />

morte [do organismo], esperemos, quanto mais rápido, melhor", acrescentou o<br />

candidato do Partido Nacio<strong>na</strong>l.<br />

Instalado em 2006, o Parlamento do Mercosul mostrou um funcio<strong>na</strong>mento<br />

inexpressivo, com uma escassa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão e influência em um<br />

bloco domi<strong>na</strong>do por rixas e conflitos comerciais entre sócios.<br />

Segundo as pesquisas <strong>de</strong> opinião, Lacalle tem cerca <strong>de</strong> 40% das intenções <strong>de</strong><br />

voto, enquanto Mujica acumula cerca <strong>de</strong> 49%.<br />

Lacalle disse ainda que não vai dialogar com a Argenti<strong>na</strong> enquanto<br />

manifestantes daquele país mantiverem bloqueada uma ponte inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />

como protesto pela instalação <strong>de</strong> uma fábrica <strong>de</strong> celulose.<br />

A polêmica pela instalação da fábrica da empresa finlan<strong>de</strong>sa Botnia no lado<br />

uruguaio <strong>de</strong> um rio limítrofe chegou até a Corte Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Haia, e terá<br />

uma resolução no próximo ano.<br />

"Com a ponte bloqueada o Uruguai não po<strong>de</strong> nem sequer falar porque é uma<br />

violação flagrante tolerada pelo governo argentino", disse Lacalle.


14/11/2009 - 00h10<br />

CIDH teme que violações <strong>de</strong> direitos em Honduras se alastrem<br />

da Efe, em Washington<br />

A Comissão Interamerica<strong>na</strong> <strong>de</strong> Direitos Humanos (CIDH) expressou hoje sua<br />

preocupação com o impacto que as agora frequentes violações em Honduras<br />

possam ter no resto do continente e, por isso, pediu uma ação firme da<br />

comunida<strong>de</strong> inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />

Ao término <strong>de</strong> seu 137º período <strong>de</strong> sessões, on<strong>de</strong> fez um balanço das 52<br />

audiências que realizou, a comissão emitiu um comunicado em que consi<strong>de</strong>ra<br />

"indispensável" a restituição do <strong>de</strong>posto Manuel Zelaya ao po<strong>de</strong>r e o<br />

restabelecimento da or<strong>de</strong>m constitucio<strong>na</strong>l como garantia do exercício efetivo<br />

dos direitos civis e políticos em Honduras.<br />

A CIDH pediu, além disso, ao Governo interino <strong>de</strong> Honduras que garanta os<br />

direitos humanos <strong>de</strong> todos os cidadãos, especialmente com a proximida<strong>de</strong> das<br />

eleições <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> novembro.<br />

O relator da CIDH para Honduras, Felipe González, afirmou que a situação em<br />

Honduras é "sumamente grave" pelas violações aos direitos humanos que<br />

acontecem no contexto do golpe <strong>de</strong> Estado que <strong>de</strong>rrubou Zelaya em junho.<br />

González ressaltou ainda que a CIDH se preocupa com o impacto que isso<br />

po<strong>de</strong> ter no resto do continente, não só <strong>na</strong> América Central, "caso não haja<br />

uma ação <strong>de</strong>cidida <strong>de</strong> parte dos organismos inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is <strong>de</strong> direitos<br />

humanos".<br />

Por isso, segundo ele, o organismo consi<strong>de</strong>ra "muito importante, tanto para a<br />

situação do povo hondurenho como para a vigência da <strong>de</strong>mocracia no resto do<br />

continente, que seja feito um acompanhamento estreito da situação dos direitos<br />

humanos em Honduras".<br />

Em coletiva <strong>de</strong> imprensa, a presi<strong>de</strong>nte da CIDH, Luz Patricia Mejía, concordou<br />

com o comissário ao ressaltar que o golpe <strong>de</strong> Estado em Honduras não<br />

significa somente "a violação estrutural dos direitos humanos do povo<br />

hondurenho, mas seu impacto vai se refletir diretamente no resto da saú<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>mocrática <strong>de</strong> toda a região".<br />

Nesse sentido, assegurou que "a resposta da comunida<strong>de</strong> inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e o<br />

vigor com que esta resposta for aplicada vai ter um impacto em todos os países<br />

da região".


A CIDH, que manteve durante seu 137º período <strong>de</strong> sessões 28 reuniões <strong>de</strong><br />

trabalho, também se referiu a outras audiências e casos que tratou <strong>na</strong>s últimas<br />

duas sema<strong>na</strong>s.<br />

Sobre a situação geral dos direitos humanos no continente americano, a CIDH<br />

indicou que a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> e a discrimi<strong>na</strong>ção "são graves problemas<br />

estruturais".<br />

A comissão segue preocupada com a frequência dos conflitos sociais e atos <strong>de</strong><br />

violência associados com disputas sobre terras e recursos <strong>na</strong>turais dos povos<br />

indíge<strong>na</strong>s.<br />

Em relação a casos concretos, a CIDH citou <strong>de</strong> novo o governo <strong>de</strong> El Salvador<br />

por ter reconhecido fi<strong>na</strong>lmente sua responsabilida<strong>de</strong> no assassi<strong>na</strong>to do<br />

arcebispo Oscar Arnulfo Romero.<br />

Durante o período <strong>de</strong> sessões houve três acordos <strong>de</strong> solução amistosa; um por<br />

parte do governo do Paraguai, que reconheceu sua responsabilida<strong>de</strong> no<br />

<strong>de</strong>saparecimento forçado <strong>de</strong> duas crianças-soldado, e dois por parte da<br />

Argenti<strong>na</strong>, sobre <strong>de</strong>portações e leis migratórias, e aposentados.<br />

Entre as audiências realizadas se <strong>de</strong>stacaram as da Venezuela e da Colômbia,<br />

embora não tanto pelas <strong>de</strong>núncias ou <strong>de</strong>fesas da situação dos direitos<br />

humanos nos países, mas pela atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus governos.<br />

A Venezuela acusou a CIDH <strong>de</strong> atuar sob interesses <strong>de</strong> <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>dos setores<br />

para <strong>de</strong>sestabilizar e <strong>de</strong>sacreditar o Governo e pediu a substituição do<br />

secretário-executivo, Santiago Canton.<br />

O relator para a Colômbia da CIDH, Victor Abramovich, reiterou hoje que a<br />

<strong>de</strong>cisão sobre a <strong>de</strong>sig<strong>na</strong>ção ou substituição do secretário-executivo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />

exclusivamente do organismo.<br />

Já o Governo da Colômbia abandonou uma audiência em que foi <strong>de</strong>nunciada<br />

uma "gigantesca e ilegal" operação <strong>de</strong> inteligência contra ONGs e <strong>de</strong>fensores<br />

<strong>de</strong> direitos humanos que comprometeria todas as agências <strong>de</strong> Estado.<br />

O embaixador da Colômbia perante a Organização dos Estados Americanos<br />

(OEA), Luis Alfonso Hoyos, abandonou a sala com o argumento <strong>de</strong> que o<br />

Governo não tinha sido informado a<strong>de</strong>quadamente sobre a audiência por parte<br />

da CIDH, embora o organismo tenha <strong>de</strong>monstrado <strong>de</strong>pois que Bogotá tinha<br />

recebido toda a documentação necessária.


15/11/2009 - 09h00<br />

Insegurança pressio<strong>na</strong> governos <strong>na</strong> América do Sul<br />

FLÁVIA MARREIRO<br />

THIAGO GUIMARÃES<br />

da Folha <strong>de</strong> S.Paulo<br />

Na contramão da reativação econômica e da redução da pobreza <strong>na</strong> última<br />

década, os índices <strong>de</strong> violência <strong>na</strong> América do Sul não ce<strong>de</strong>ram ou pioraram. A<br />

insegurança crescente contami<strong>na</strong> a agenda política da região, colocando os<br />

governos <strong>de</strong> centro-esquerda contra as cordas e dando fôlego às oposições.<br />

Da Argenti<strong>na</strong> ao Equador e também <strong>na</strong> Venezuela, a insegurança já supera os<br />

problemas econômicos como a principal preocupação da população. Os<br />

números são eloquentes: com ape<strong>na</strong>s 8% da população mundial, a América<br />

Lati<strong>na</strong> e o Caribe respon<strong>de</strong>m por um terço dos homicídios e mais <strong>de</strong> 50% dos<br />

sequestros mundiais.<br />

Nos oito países da América do Sul (Argenti<strong>na</strong>, Brasil, Chile, Colômbia,<br />

Equador, Paraguai, Uruguai e Venezuela) com dados disponíveis, a taxa <strong>de</strong><br />

homicídios cresceu, em média, 34% <strong>de</strong> 1994 a 2005. O fenômeno tem reflexos<br />

eleitorais. No Chile, <strong>na</strong> Bolívia e no Uruguai, que elegem presi<strong>de</strong>ntes neste<br />

ano, é ban<strong>de</strong>ira da oposição <strong>de</strong> centro-direita contra candidatos governistas.<br />

Mas por que a segurança ficou para trás? Para Paula Miraglia, diretora-<br />

executiva do Ilanud (divisão da ONU para prevenção <strong>de</strong> <strong>de</strong>litos <strong>na</strong> região), é<br />

preciso primeiro dissociar "cuidadosamente" a violência dos fatores estruturais<br />

vinculados a ela e encarar suas causas múltiplas. A dissemi<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> uma nova<br />

droga --como o crack e similares em Buenos Aires ou no Rio-- tem <strong>de</strong> ser<br />

consi<strong>de</strong>rada como fator, por exemplo.<br />

Não há diagnósticos precisos da questão, e a tradição militar-repressiva da<br />

região é farol quase exclusivo das políticas. Some-se ao quadro a dificulda<strong>de</strong><br />

dos governos <strong>de</strong> esquerda com o tema. "O fato <strong>de</strong> as esquerdas consi<strong>de</strong>rarem<br />

esse um tema da direita provocou um vácuo", continua Miraglia.<br />

A falta <strong>de</strong> conexão entre a política <strong>de</strong> segurança local e uma estratégia<br />

integrada regio<strong>na</strong>l também alenta o fracasso. "Como criar cooperação para<br />

enfrentar o <strong>na</strong>rcotráfico quando estão discutindo política militar?", questio<strong>na</strong><br />

ela.<br />

Medo e celebrida<strong>de</strong>s


Na Argenti<strong>na</strong>, a insegurança ajudou a construir a pior <strong>de</strong>rrota do casal Cristi<strong>na</strong><br />

e Néstor Kirchner. Com popularida<strong>de</strong> em baixa, a presi<strong>de</strong>nte apostou <strong>na</strong><br />

candidatura a <strong>de</strong>putado do antecessor Néstor <strong>na</strong>s eleições legislativas <strong>de</strong><br />

junho. Ele foi eleito, mas per<strong>de</strong>u para o dissi<strong>de</strong>nte Francisco De Narváez. "Ele<br />

capitalizou o silêncio oficial sobre a violência. Seu slogan, "a segurança se faz",<br />

alu<strong>de</strong> à i<strong>na</strong>ção do governo", diz o a<strong>na</strong>lista Patricio Giusto.<br />

O caso <strong>de</strong> um ex-jogador <strong>de</strong> futebol baleado durante assalto reavivou o tema<br />

no país. Enquanto o governo fala em "sensação <strong>de</strong> insegurança" alimentada<br />

pela mídia, estrelas da TV saíram a criticar a violência. "As pessoas estão<br />

fartas <strong>de</strong> que os políticos neguem a realida<strong>de</strong>", disse a popular apresentadora<br />

Mirtha Legrand.<br />

Paraguai e Equador<br />

Um crime isolado também foi o estopim <strong>de</strong> uma nova onda <strong>de</strong> pressão sobre o<br />

presi<strong>de</strong>nte do Paraguai, Fer<strong>na</strong>ndo Lugo. O sequestro do fazen<strong>de</strong>iro Fi<strong>de</strong>l<br />

Zavala, há um mês, atribuído a um grupo guerrilheiro <strong>de</strong> esquerda, reacen<strong>de</strong>u<br />

a oposição no país, que tenta vincular Lugo a ações do grupo.<br />

Segundo a pesquisa Barômetro Iberoamericano 2009, só 14% dos paraguaios<br />

confiam <strong>na</strong> polícia, menor índice da região. A gestão do presi<strong>de</strong>nte em<br />

segurança é aprovada por 9% (só maior que os 4% da Argenti<strong>na</strong>). "O Paraguai<br />

está mais inseguro. Diante disso, a direita se fortalece e vai a extremos. O<br />

futuro <strong>de</strong> Lugo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do <strong>de</strong>sfecho <strong>de</strong>sse sequestro", diz o a<strong>na</strong>lista Alfredo<br />

Boccia.<br />

A fatura da segurança bate à porta <strong>de</strong> outro governo <strong>de</strong> esquerda da região. No<br />

Equador, a Justiça aceitou <strong>de</strong>núncia contra o presi<strong>de</strong>nte Rafael Correa feita por<br />

uma mulher que teve o marido morto durante assalto em Guayaquil. "O<br />

governo não está dando respostas eficientes", diz Simon Pacheco, da<br />

Faculda<strong>de</strong> Latinoamerica<strong>na</strong> <strong>de</strong> Ciências <strong>Sociais</strong>.<br />

17/11/2009<br />

Colômbia vai repatriar guardas venezuelanos presos <strong>na</strong> fronteira<br />

BBC Brasil:<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/11/091115_guardascolomb<br />

ia_fp.shtml


Acesso: 13:30<br />

“O governo colombiano afirmou que vai repatriar quatro membros da Guarda<br />

Nacio<strong>na</strong>l da Venezuela, presos <strong>na</strong> sexta-feira no <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> Vichada, <strong>na</strong><br />

fronteira com a Venezuela.”<br />

Colômbia vai repatriar guardas venezuelanos presos <strong>na</strong> fronteira<br />

O governo colombiano afirmou que vai repatriar quatro membros da Guarda<br />

Nacio<strong>na</strong>l da Venezuela, presos <strong>na</strong> sexta-feira no <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> Vichada, <strong>na</strong><br />

fronteira com a Venezuela.<br />

Segundo o Departamento Administrativo <strong>de</strong> Segurança da Colômbia (DAS), os<br />

guardas foram presos pela marinha colombia<strong>na</strong> quando <strong>na</strong>vegavam por um rio<br />

<strong>de</strong>ntro do território colombiano.<br />

Dentro da lancha on<strong>de</strong> os guardas estavam foram encontrados uniforme<br />

camuflados das Forças Armadas da Venezuela, informou o DAS.<br />

O presi<strong>de</strong>nte colombiano, Álvaro Uribe, disse que os militares serão <strong>de</strong>volvidos<br />

à Venezuela.<br />

“O guardas <strong>de</strong>vem levar a seu país a mensagem <strong>de</strong> que temos afeto pelo povo<br />

irmão da Venezuela. E que este afeto é inquebrável”, disse Uribe.<br />

Ainda segundo as autorida<strong>de</strong>s colombia<strong>na</strong>s, os guardas serão entregues<br />

“como <strong>de</strong>portados” a oficiais da Guarda Venezuela<strong>na</strong> no município <strong>de</strong> Puerto<br />

Paez, <strong>na</strong> fronteira com o país vizinho.<br />

Segundo o colaborador da BBC Mundo <strong>na</strong> Colômbia, Her<strong>na</strong>ndo Salazar, com<br />

as últimas prisões sobe para cinco o número <strong>de</strong> integrantes da Guarda<br />

Nacio<strong>na</strong>l da Venezuela <strong>de</strong>tidos em solo colombiano <strong>na</strong>s últimas duas sema<strong>na</strong>s.<br />

Em um comunicado divulgado à imprensa, o DAS disse que também espera a<br />

pronta <strong>de</strong>volução do <strong>de</strong>tetive colombiano Julio Enrique Tocara, que, segundo o<br />

órgão, encontra-se “retido <strong>na</strong> Venezuela” <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> receber um convite <strong>de</strong> um<br />

funcionário do Serviço Administrativo <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntificação e Imigração <strong>de</strong><br />

Venezuela para passar dois dias <strong>de</strong> férias no país.<br />

Tensão crescente<br />

Este é o inci<strong>de</strong>nte diplomático mais recente entre os dois países <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a<br />

Colômbia assinou um acordo com os Estados Unidos que prevê o uso <strong>de</strong> suas<br />

bases por tropas america<strong>na</strong>s.<br />

A tensão entre os dois países aumentou <strong>na</strong> sema<strong>na</strong> passada, <strong>de</strong>pois que o<br />

presi<strong>de</strong>nte venezuelano, Hugo Chávez, disse que seu país <strong>de</strong>ve estar “pronto


para a guerra”.<br />

Em resposta, o governo colombiano levou à ONU e à Organização dos Estados<br />

Americanos (OEA) uma nota <strong>de</strong> protesto contra o que chamou <strong>de</strong> “ameaças”<br />

da Venezuela.<br />

Diante da repercussão inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l que teve sua <strong>de</strong>claração, Chávez disse<br />

que não havia feito um chamado à guerra, mas alertado os venezuelanos para<br />

que estejam prontos para um conflito.<br />

18/11/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “Jor<strong>na</strong>l do Brasil”<br />

Link da notícia:<br />

http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/11/18/e181124742.asp<br />

O presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto, Manuel Zelaya, contou que pediu para o governo dos<br />

Estados Unidos esclarecer sua posição em relação à crise política do país.<br />

19/11/2009<br />

Colômbia acusa Venezuela <strong>de</strong> explodir duas pontes <strong>na</strong> fronteira<br />

BBC- Brasil:<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/11/091119_colombia_vene<br />

zuelaponterg.shtml<br />

Acesso: 15:10<br />

“Em meio à crescente tensão diplomática entre Colômbia e Venezuela, o<br />

governo <strong>de</strong> Bogotá acusou nesta quinta-feira militares venezuelanos <strong>de</strong><br />

di<strong>na</strong>mitarem duas pontes <strong>na</strong> fronteira entre os dois países.”<br />

Colômbia acusa Venezuela <strong>de</strong> explodir duas pontes <strong>na</strong> fronteira<br />

Em meio à crescente tensão diplomática entre Colômbia e Venezuela, o<br />

governo <strong>de</strong> Bogotá acusou nesta quinta-feira militares venezuelanos <strong>de</strong><br />

di<strong>na</strong>mitarem duas pontes <strong>na</strong> fronteira entre os dois países.<br />

O ministro da Defesa da Colômbia, Gabriel Silva, disse que um grupo <strong>de</strong><br />

militares venezuelanos explodiu as pontes para pe<strong>de</strong>stres do município <strong>de</strong><br />

Ragonvalia, no <strong>de</strong>partamento (Estado) <strong>de</strong> Norte <strong>de</strong> Santan<strong>de</strong>r, ação que teria<br />

<strong>de</strong>ixado "isolados" os moradores da região.<br />

"Uniformizados que chegaram em caminhonetes do lado venezuelano,<br />

aparentemente pertencentes ao Exército da Venezuela, localizaram duas


pontes <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stre comunitárias que unem as comunida<strong>de</strong>s dos dois lados (...)<br />

e di<strong>na</strong>mitaram as pontes do lado venezuelano", afirmou Silva a jor<strong>na</strong>listas em<br />

Bogotá.<br />

"Essa ação representa uma violação à lei inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, à lei humanitária, é<br />

uma agressão contra os civis", acrescentou.<br />

O inci<strong>de</strong>nte ainda não foi confirmado pelo governo venezuelano. A BBC Brasil<br />

procurou os ministérios <strong>de</strong> Defesa e <strong>de</strong> Relações Exteriores da Venezuela mas<br />

ainda não obteve resposta.<br />

“Desgraçado”<br />

A tensão entre os dois países vem aumentando <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a Colômbia<br />

anunciou um acordo militar com os Estados Unidos que permitirá a militares<br />

americanos acesso a sete bases militares em território colombiano.<br />

Para o governo <strong>de</strong> Hugo Chávez, o acordo <strong>de</strong>sestabiliza a região e é parte <strong>de</strong><br />

um “plano <strong>de</strong> guerra” contra a Venezuela.<br />

Há duas sema<strong>na</strong>s, Chávez or<strong>de</strong>nou que militares e civis se preparassem "para<br />

a guerra para garantir a paz".<br />

Essas <strong>de</strong>clarações foram interpretadas pelo governo <strong>de</strong> Álvaro Uribe como<br />

uma “ameaça <strong>de</strong> guerra”, o que levou Bogotá a apresentar uma reclamação<br />

contra a Venezuela <strong>na</strong> Organização <strong>de</strong> Estados Americanos (OEA) e <strong>na</strong><br />

Organização das Nações Unidas (ONU).<br />

A última troca <strong>de</strong> farpas entre os dois governos ocorreu <strong>na</strong> quarta-feira, quando<br />

Chávez chamou o presi<strong>de</strong>nte colombiano, Álvaro Uribe, e o chanceler<br />

colombiano, Jaime Bermú<strong>de</strong>z, <strong>de</strong> "<strong>de</strong>sgraçados" <strong>de</strong>vido a críticas à União <strong>de</strong><br />

Nações Sul-america<strong>na</strong>s (U<strong>na</strong>sul).<br />

Bermú<strong>de</strong>z criticou a organização por não ter con<strong>de</strong><strong>na</strong>do as <strong>de</strong>clarações <strong>de</strong><br />

Chávez pedindo que o seu país se preparasse para um conflito.<br />

“Saiu o chanceler da Colômbia dizendo que a Venezuela fala <strong>de</strong> guerra. Não<br />

lhes digo o que me provocava porque estamos no ar. (Mas) vou te dizer,<br />

<strong>de</strong>sgraçado, como <strong>de</strong>sgraçado é seu presi<strong>de</strong>nte, e <strong>de</strong>sgraçaram a Colômbia!",<br />

disse Chávez, durante um ato político transmitido pela TV estatal venezuela<strong>na</strong>.<br />

19/11/2009<br />

Acordo militar entre Colômbia e EUA é parte <strong>de</strong> 'plano <strong>de</strong> guerra', diz


Chávez<br />

BBC- Brasil:<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/11/091113_chavezcolombi<br />

a_cj_np.shtml<br />

Acesso: 16:00<br />

“O presi<strong>de</strong>nte da Venezuela, Hugo Chávez, disse que “não ficará <strong>de</strong> braços<br />

cruzados”, diante <strong>de</strong> uma eventual agressão militar dos Estados Unidos e<br />

afirmou que o polêmico acordo militar entre EUA e Colômbia é parte <strong>de</strong> um<br />

“plano <strong>de</strong> guerra” que po<strong>de</strong> ocasio<strong>na</strong>r um “bombar<strong>de</strong>io” contra Caracas.”<br />

Acordo militar entre Colômbia e EUA é parte <strong>de</strong> 'plano <strong>de</strong> guerra', diz Chávez<br />

O presi<strong>de</strong>nte da Venezuela, Hugo Chávez, disse que “não ficará <strong>de</strong> braços<br />

cruzados”, diante <strong>de</strong> uma eventual agressão militar dos Estados Unidos e<br />

afirmou que o polêmico acordo militar entre EUA e Colômbia é parte <strong>de</strong> um<br />

“plano <strong>de</strong> guerra” que po<strong>de</strong> ocasio<strong>na</strong>r um “bombar<strong>de</strong>io” contra Caracas.<br />

“Sabendo que se está preparando uma guerra contra a Venezuela, que querem<br />

os ianques, que quer a burguesia colombia<strong>na</strong> (...) querem que eu fique <strong>de</strong><br />

braços cruzados? Não ficarei <strong>de</strong> braços cruzados”, disse Chávez diante <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ze<strong>na</strong>s <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> pessoas em uma manifestação contra as bases<br />

militares <strong>na</strong> Colômbia, nesta sexta-feira, em Caracas.<br />

“Eu vou repetir, estamos obrigados a <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a pátria <strong>de</strong> Bolívar, a pátria dos<br />

nossos filhos, ainda que nos custe a vida (...) é uma obrigação minha chamar<br />

aos militares venezuelanos e a todo o povo venezuelano a elevar nosso<br />

espírito <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa, nossa capacida<strong>de</strong> operacio<strong>na</strong>l, <strong>de</strong> trei<strong>na</strong>mento <strong>de</strong> nossas<br />

tropas, <strong>de</strong> terra, <strong>de</strong> água e <strong>de</strong> ar, <strong>de</strong> nossos militares, <strong>de</strong> nossas milícias e <strong>de</strong><br />

todo o povo”, acrescentou.<br />

Em um momento <strong>de</strong> tensão <strong>na</strong>s relações diplomáticas entre Caracas e Bogotá,<br />

Chávez disse que são os Estados Unidos e, não os vizinhos colombianos, que<br />

representam uma “ameaça” a seu país.<br />

Bombar<strong>de</strong>io<br />

Chávez disse ter tido acesso a documentos que revelariam que o acesso norte-<br />

americano às bases militares <strong>na</strong> Colômbia – parte do acordo entre os dois<br />

países - integram um plano <strong>de</strong> guerra contra a Venezuela. Segundo o lí<strong>de</strong>r<br />

venezuelano, a partir <strong>de</strong>ssas instalações militares “planificarão um bombar<strong>de</strong>io<br />

contra Caracas”.


“Inclusive po<strong>de</strong>m mandar uma bomba teledirigida com um celular, assim foi<br />

como mataram a Raul Reyes”, lí<strong>de</strong>r guerrilheiro das FARC, morto em 2008,<br />

durante um bombar<strong>de</strong>io do Exército colombiano em um acampamento da<br />

guerrilha no Equador.<br />

No domingo, dando início a uma nova polêmica <strong>na</strong> região, Chávez or<strong>de</strong>nou que<br />

militares e civis se preparassem para a guerra “para garantir a paz”, repetindo<br />

uma máxima militar. Essas <strong>de</strong>clarações foram interpretadas pelo governo <strong>de</strong><br />

Álvaro Uribe como uma “ameaça <strong>de</strong> guerra”.<br />

Na segunda-feira, o governo colombiano ameaçou levar à Organização <strong>de</strong><br />

Estados Americanos (OEA) e à Organização das Nações Unidas (ONU) uma<br />

reclamação contra a Venezuela, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> Chávez ter orientado militares e<br />

civis a se prepararem "para uma guerra".<br />

Para o governo venezuelano, a frequência cada vez maior <strong>de</strong> conflitos <strong>na</strong><br />

fronteira com a Colômbia e a presença <strong>de</strong> paramilitares colombianos em<br />

território venezuelano é parte <strong>de</strong> uma “estratégia” que coinci<strong>de</strong> com a presença<br />

norte-america<strong>na</strong> <strong>na</strong> Colômbia para “<strong>de</strong>sestabilizar” a revolução li<strong>de</strong>rada por<br />

Chávez.<br />

Os governos colombiano e norte-americanos, no entanto, argumentam que o<br />

uso das bases militares se limitará a combater o <strong>na</strong>rcotráfico <strong>na</strong> Colômbia.<br />

19/11/2009<br />

Acordo militar entre Colômbia e EUA é parte <strong>de</strong> 'plano <strong>de</strong> guerra', diz<br />

Chávez<br />

BBC- Brasil:<br />

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/11/091112_chavez_guerra<br />

_nega_cj_np.shtml<br />

Acesso: 16:40<br />

“O presi<strong>de</strong>nte da Venezuela Hugo Chávez disse, nesta quarta-feira, que suas<br />

<strong>de</strong>clarações sobre o conflito com a Colômbia foram manipuladas e teriam dado<br />

a “volta ao mundo” como se ele tivesse feito uma convocação a uma guerra<br />

com a Colômbia.”<br />

Chávez nega chamado à guerra e diz que <strong>de</strong>claração foi 'manipulada'<br />

O presi<strong>de</strong>nte da Venezuela Hugo Chávez disse, nesta quarta-feira, que suas<br />

<strong>de</strong>clarações sobre o conflito com a Colômbia foram manipuladas e teriam dado


a “volta ao mundo” como se ele tivesse feito uma convocação a uma guerra<br />

com a Colômbia.<br />

"Os militares venezuelanos são pacifistas e nos preparamos para a guerra para<br />

assegurar a paz, foi isso o que eu disse domingo”, disse Chávez, durante um<br />

ato público com atletas venezuelanos.<br />

“Mas o que <strong>de</strong>u volta ao mundo foi que Chávez está chamando a guerra e<br />

como ontem eu fiz umas reflexões, hoje disseram que Chávez mudou o<br />

discurso, que <strong>de</strong> manhã chama a guerra e <strong>de</strong> tar<strong>de</strong> chama a paz”, disse.<br />

As <strong>de</strong>clarações <strong>de</strong> Chávez sobre o conflito com a Colômbia que geraram<br />

polêmica foram feitas no domingo durante o programa <strong>de</strong> rádio e televisão Alô,<br />

Presi<strong>de</strong>nte.<br />

Chávez se referiu ao acordo militar firmado entre Colômbia e Estados Unidos,<br />

que permitirá às tropas norte-america<strong>na</strong>s acesso a sete bases militares<br />

colombia<strong>na</strong>s, e disse que tanto civis como militares teriam que estar<br />

preparados para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r o país.<br />

"Senhores oficiais, a melhor forma <strong>de</strong> evitar a guerra é se preparando para<br />

ela", afirmou Chávez durante o programa.<br />

"Não percam tempo em cumprir com o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> nos prepararmos para a guerra<br />

e ajudar o povo a se preparar para a guerra, porque é uma responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

todos", disse.<br />

Na noite <strong>de</strong> terça-feira, no entanto, Chávez esclareceu suas <strong>de</strong>clarações e<br />

disse que ape<strong>na</strong>s repetiu a velha máxima “se queres a paz, prepara-se para a<br />

guerra”.<br />

“Foi sobre essa base que reflexionei. Agora me estão acusando em todos os<br />

lados <strong>de</strong> que estou chamando à guerra”, disse, em um ato transmitido pela<br />

televisão estatal.<br />

Atitu<strong>de</strong><br />

Os esclarecimentos <strong>de</strong> Chávez sobre a polêmica foram bem recebidos pelos<br />

colombianos, que consi<strong>de</strong>raram a ação do lí<strong>de</strong>r venezuelano como uma<br />

“mudança <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>”.<br />

Armando Bene<strong>de</strong>tti, um dos mais <strong>de</strong> 20 se<strong>na</strong>dores que se reuniram nesta<br />

quarta-feira o presi<strong>de</strong>nte colombiano, Álvaro Uribe, disse à BBC Mundo que o<br />

seu governo consi<strong>de</strong>ra que o clima com a Venezuela mudou “completamente”.<br />

“Uribe nos disse que as <strong>de</strong>clarações <strong>de</strong> Chávez significam uma mudança


adical <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>”, afirmou Bene<strong>de</strong>tti.<br />

Para o governo venezuelano, a frequência cada vez maior <strong>de</strong> conflitos <strong>na</strong><br />

fronteira com a Colômbia e a presença <strong>de</strong> paramilitares colombianos em<br />

território venezuelano é parte <strong>de</strong> uma “estratégia” que coinci<strong>de</strong> com a presença<br />

norte-america<strong>na</strong> <strong>na</strong> Colômbia para “<strong>de</strong>sestabilizar” a revolução li<strong>de</strong>rada por<br />

Chávez.<br />

20/11/2009 - 10h24<br />

Suspeitos <strong>de</strong> roubar bebês <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong> farão teste <strong>de</strong> DNA<br />

SILVANA ARANTES<br />

da Folha <strong>de</strong> S.Paulo, em Buenos Aires<br />

O Congresso argentino aprovou anteontem uma lei que autoriza a Justiça a<br />

<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r exames compulsórios <strong>de</strong> DNA em casos <strong>de</strong> suspeita <strong>de</strong> crime<br />

contra a humanida<strong>de</strong>.<br />

O projeto era uma ban<strong>de</strong>ira da associação Avós da Praça <strong>de</strong> Maio, que tem<br />

nos testes <strong>de</strong> DNA um instrumento para i<strong>de</strong>ntificar crianças apropriadas pela<br />

última ditadura militar argenti<strong>na</strong> (1973-1986).<br />

Até hoje, nove filhos <strong>de</strong> <strong>de</strong>saparecidos políticos foram i<strong>de</strong>ntificados com testes<br />

<strong>de</strong> DNA. O <strong>de</strong>bate sobre o atrito que a questão provoca entre direitos pessoais<br />

e o direito à verda<strong>de</strong> foi reaceso no Se<strong>na</strong>do, que aprovou o texto por 57 votos a<br />

favor e um contra.<br />

A tramitação do projeto foi questio<strong>na</strong>da pela lí<strong>de</strong>r opositora Elisa Carrió, que vê<br />

<strong>na</strong> iniciativa intenção do governo <strong>de</strong> atingir a do<strong>na</strong> do Grupo Clarín, Ernesti<strong>na</strong><br />

Herrera <strong>de</strong> Noble.<br />

A empresária tem dois filhos adotivos. As Avós da Praça <strong>de</strong> Maio suspeitam<br />

que os pais biológicos dos filhos <strong>de</strong> Herrera De Noble tenham sido vítimas da<br />

ditadura militar.<br />

A lei, aprovada com o voto da bancada governista, serviria para obrigar os<br />

filhos <strong>de</strong> Herrera De Noble a confrontar seus exames <strong>de</strong> DNA com os registros<br />

<strong>de</strong> todos os pais cujos filhos são procurados pelas Avós.<br />

Principal conglomerado <strong>de</strong> mídia argentino, o Clarín adota <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2008 tom<br />

crítico ao governo Cristi<strong>na</strong> Kirchner, a quem acusa <strong>de</strong> promover uma série <strong>de</strong><br />

ações para lesá-lo.<br />

Investigações sobre o regime militar indicam que, num <strong>de</strong> seus principais


centros <strong>de</strong> <strong>de</strong>tenção em Buenos Aires, funcio<strong>na</strong>va uma maternida<strong>de</strong><br />

clan<strong>de</strong>sti<strong>na</strong>. As presas políticas que davam à luz <strong>na</strong> carceragem foram<br />

assassi<strong>na</strong>das, e seus filhos, adotados ilegalmente por militares ou<br />

simpatizantes.<br />

23/11/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “ Jor<strong>na</strong>l do Brasil”<br />

Link da notícia:<br />

http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/11/23/e231126104.asp<br />

O Chile recusou que o Equador, como presi<strong>de</strong>nte temporário da União das<br />

Nações Sul-America<strong>na</strong>s (U<strong>na</strong>sul), seja mediador do conflito com o Peru.<br />

Dia: 24/11/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “ Jor<strong>na</strong>l do Brasil”<br />

Link da notícia:<br />

http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/11/24/e241126184.asp<br />

Os governos <strong>de</strong> Colômbia e Equador <strong>de</strong>ram mais um passo no processo <strong>de</strong><br />

retomada dos vínculos diplomáticos, com a reabertura <strong>de</strong> suas respectivas<br />

embaixadas.<br />

24/11/2009 - 00h04<br />

OEA não chega a consenso sobre eleições em Honduras<br />

da BBC Brasil<br />

A OEA (Organização dos Estados Americanos) não chegou a um consenso<br />

sobre que posição adotar frente às eleições presi<strong>de</strong>nciais em Honduras,<br />

marcadas para o próximo domingo (29).<br />

Representantes dos 24 países que formam a Organização se encontraram<br />

nesta segunda-feira (23) para uma reunião <strong>na</strong> se<strong>de</strong> da OEA em Washington.<br />

Ao fi<strong>na</strong>l do encontro, os representantes não apresentaram uma posição comum<br />

sobre os <strong>de</strong>senvolvimentos políticos no país.<br />

Vários países, como Brasil, Nicarágua, Equador, Argenti<strong>na</strong>, Bolívia e<br />

Venezuela, insistem que não reconhecerão o resultado do pleito sem a prévia<br />

restituição do presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto, Manuel Zelaya. Em contrapartida, os<br />

Estados Unidos e o Pa<strong>na</strong>má anunciaram que aceitarão os resultados.<br />

"A maioria dos países está espantada e disseram que as eleições são


inválidas, não têm legitimida<strong>de</strong>", disse o embaixador da Nicarágua <strong>na</strong> OEA,<br />

Denis Moncada.<br />

Fontes da OEA disseram à BBC Mundo que "é pouco provável" que a<br />

Organização divulgue um comunicado sobre as eleições em Honduras nos<br />

próximos dias, já que há gran<strong>de</strong> divisão entre os Estados membros.<br />

Valenzuela<br />

A reunião <strong>de</strong>sta segunda-feira marcou a estreia diplomática <strong>de</strong> Arturo<br />

Valenzuela como secretário-assistente para Assuntos do Hemisfério Oci<strong>de</strong>ntal<br />

do Departamento <strong>de</strong> Estado --o mais alto cargo para as Américas <strong>na</strong><br />

diplomacia america<strong>na</strong>.<br />

Valenzuela substituiu Tom Shannon, o mediador responsável pelo acordo<br />

Tegucigalpa-San José, entre o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto e o governo interino <strong>de</strong><br />

Honduras, assi<strong>na</strong>do no fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> outubro e que fracassou em pôr fim à crise<br />

política no país.<br />

Valenzuela <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u a <strong>de</strong>cisão do governo americano <strong>de</strong> reconhecer as<br />

eleições presi<strong>de</strong>nciais, argumentando que os comícios não foram "inventados"<br />

pelo lí<strong>de</strong>r interino, Roberto Micheletti, mas que correspon<strong>de</strong>m ao calendário<br />

estabelecido antes da crise política, iniciada em 28 <strong>de</strong> junho com a <strong>de</strong>posição<br />

<strong>de</strong> Zelaya.<br />

O secretário-assistente ainda elogiou a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> Micheletti <strong>de</strong> renunciar<br />

temporariamente ao cargo entre os dias 25 <strong>de</strong> novembro e 2 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro para<br />

facilitar a "reflexão <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l", conforme afirmou o presi<strong>de</strong>nte interino ao<br />

anunciar a <strong>de</strong>cisão <strong>na</strong> sema<strong>na</strong> passada.<br />

"Pedimos para que se facilite a formação <strong>de</strong> um governo <strong>de</strong> unida<strong>de</strong> <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l,<br />

tal como estabelece o acordo do dia 30 <strong>de</strong> outubro, um (governo) que possa<br />

inspirar confiança em todos os setores da socieda<strong>de</strong> hondurenha", disse<br />

Valenzuela.<br />

De acordo com as afirmações <strong>de</strong> Valenzuela durante a reunião da OEA,<br />

Washington espera que os hondurenhos "exerçam sua vonta<strong>de</strong> sobera<strong>na</strong>".<br />

O retorno <strong>de</strong> Micheletti às funções presi<strong>de</strong>nciais está previsto para o dia 2 <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>zembro --o mesmo dia em que o Congresso hondurenho se reunirá para<br />

<strong>de</strong>cidir o possível regresso <strong>de</strong> Zelaya à Presidência, um cargo que<br />

eventualmente teria que entregar no fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2010.<br />

Zelaya


Ainda nesta segunda-feira, Zelaya pediu a comunida<strong>de</strong> inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l que não<br />

reconheça as eleições do dia 29 <strong>de</strong> novembro.<br />

"Estas eleições terão que ser anuladas e reprogramadas para que se respeite a<br />

vonta<strong>de</strong> do soberano", disse Zelaya em uma carta entregue a jor<strong>na</strong>listas <strong>na</strong><br />

embaixada do Brasil em Tegucigalpa, on<strong>de</strong> o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto está<br />

refugiado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> setembro.<br />

O pedido <strong>de</strong> Zelaya coinci<strong>de</strong> com o fi<strong>na</strong>l da campanha eleitoral no país,<br />

encerrada nesta segunda-feira.<br />

Zelaya apoiou o acordo Tegucigalpa-San José por enten<strong>de</strong>r que po<strong>de</strong>ria<br />

retor<strong>na</strong>r à Presidência antes das eleições. Ao surgir diferenças sobre a<br />

interpretação do texto do acordo, em relação às datas para o retorno do<br />

presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto ao po<strong>de</strong>r e à formação <strong>de</strong> um governo <strong>de</strong> unida<strong>de</strong> <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l,<br />

Zelaya <strong>de</strong>clarou o acordo como "letra morta".<br />

24/11/2009 - 19h14<br />

Argenti<strong>na</strong> julga acusados por crimes contra 181 presos políticos <strong>na</strong><br />

ditadura<br />

da Folha Online<br />

Quinze repressores argentinos começaram a ser julgados nesta terça-feira por<br />

graves violações aos direitos humanos cometidas contra 181 presos políticos,<br />

levados a três centros ilegais <strong>de</strong> <strong>de</strong>tenção <strong>de</strong> Buenos Aires durante a última<br />

ditadura no país (1976-83).<br />

Estão sendo acusados militares e policiais que agiram nos centros <strong>de</strong> torturas<br />

Club Atlético, El Banco e El Olimpo, sob a jurisdição do então Primeiro Corpo<br />

do Exército, a maior unida<strong>de</strong> militar argenti<strong>na</strong>, que abrangia a capital e a<br />

província <strong>de</strong> Buenos Aires, a zo<strong>na</strong> urba<strong>na</strong> mais povoada do país.<br />

Entre os réus está o ex-policial Julio Simón, conhecido como "Turco Julían",<br />

que em 2006 foi con<strong>de</strong><strong>na</strong>do a 25 anos <strong>de</strong> prisão pelo <strong>de</strong>saparecimento em<br />

1978 <strong>de</strong> um casal composto por um chileno e uma argenti<strong>na</strong>, que foi a primeira<br />

con<strong>de</strong><strong>na</strong>ção no país após a anulação das "leis do perdão".<br />

O julgamento prece<strong>de</strong> em quase três sema<strong>na</strong>s o processo contra os<br />

repressores que atuaram <strong>na</strong> Escola <strong>de</strong> Mecânica da Armada (ESMA), também<br />

localizada em Buenos Aires, e que foi consi<strong>de</strong>rada o centro <strong>de</strong> torturas<br />

emblemático do regime militar, para on<strong>de</strong> foram levados 5.000 prisioneiros, a


maioria <strong>de</strong>saparecidos.<br />

"Bem-vindos ao olimpo dos <strong>de</strong>uses", dizia um cartaz <strong>na</strong> entrada <strong>de</strong> El Olimpo,<br />

por on<strong>de</strong>, estima-se, tenham passado 1.500 prisioneiros.<br />

O processo tentará <strong>de</strong>monstrar que existiu "um plano criminoso global" contra<br />

os opositores durante a ditadura, segundo os <strong>de</strong>nunciantes.<br />

Os 15 acusados, entre eles <strong>de</strong>z policiais e cinco militares, entraram algemados<br />

e escoltados <strong>na</strong> sala <strong>de</strong> audiências do Tribu<strong>na</strong>l Fe<strong>de</strong>ral Oral 2 e se sentaram<br />

em duas fileiras em total silêncio, perto <strong>de</strong> on<strong>de</strong> estavam os que entraram com<br />

a queixa, vários <strong>de</strong>les filhos <strong>de</strong> <strong>de</strong>saparecidos.<br />

Repressão<br />

Segundo números oficiais, 18 mil pessoas <strong>de</strong>sapareceram <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong><br />

durante o regime militar, embora organismos <strong>de</strong> direitos humanos afirmem que<br />

as vítimas chegam a 30 mil. Organizações <strong>de</strong> direitos humanos estimam ainda<br />

que 500 bebês <strong>na</strong>scidos durante o cativeiro <strong>de</strong> suas mães foram roubados, dos<br />

quais 97 recuperaram a verda<strong>de</strong>ira i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>.<br />

A ditadura no país aconteceu em uma época em que a maioria dos países da<br />

América do Sul caíram sob regimes autoritários, em conflito com grupos <strong>de</strong><br />

esquerda, no âmbito da Guerra Fria entre os Estados Unidos e a União<br />

Soviética.<br />

Na Argenti<strong>na</strong> há 204 causas abertas por violações aos direitos humanos<br />

durante a ditadura, <strong>na</strong>s quais estão sendo julgados 526 repressores, dos quais<br />

385 se encontram <strong>de</strong>tidos, segundo um recente levantamento do Centro <strong>de</strong><br />

Estudos Legais e <strong>Sociais</strong> (CELS).<br />

Os julgamentos dos acusados <strong>de</strong> crimes durante a ditadura argenti<strong>na</strong> foram<br />

retomados <strong>de</strong>pois da revogação, em 2005, das "leis do perdão" -- Ponto Fi<strong>na</strong>l e<br />

Obediência Devida-- aprovadas em 1986 e 1987, e que foram consi<strong>de</strong>radas<br />

inconstitucio<strong>na</strong>is pela Suprema Corte.<br />

Vários oficiais da ditadura foram con<strong>de</strong><strong>na</strong>dos a pe<strong>na</strong>s <strong>de</strong> prisão perpétua após<br />

a retomada dos julgamentos referentes ao período. Em julho <strong>de</strong> 2008, o ex-<br />

comandante Luciano Menén<strong>de</strong>z foi con<strong>de</strong><strong>na</strong>do a passar a vida <strong>na</strong> prisão por<br />

crimes cometidos em La Perla, um dos três maiores campos clan<strong>de</strong>stinos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>tenção da ditadura do país.<br />

Quatro meses <strong>de</strong>pois, o coronel da reserva Alberto Barda recebeu a mesma<br />

pe<strong>na</strong> por crimes <strong>de</strong> lesa-humanida<strong>de</strong> cometidos no centro clan<strong>de</strong>stino <strong>de</strong>


<strong>de</strong>tenção conhecido como La Cueva, <strong>na</strong> cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Mar <strong>de</strong>l Plata, a 400 km ao<br />

sul da capital argenti<strong>na</strong>.<br />

No último dia 12 <strong>de</strong> agosto, o ex-general Santiago Omar Riveros, 86, ex-<br />

comandante do Campo <strong>de</strong> Mayo, foi con<strong>de</strong><strong>na</strong>do à prisão perpétua por crimes<br />

<strong>de</strong> lesa-humanida<strong>de</strong>, por implicação no assassi<strong>na</strong>to <strong>de</strong> Floreal Avellaneda, <strong>de</strong><br />

15 anos, filho <strong>de</strong> um militante comunista, e pelo sequestro da mãe do jovem,<br />

Iris Avellaneda.<br />

Também está preso o ex-ditador Jorge Vi<strong>de</strong>la, 84, que presidiu a junta militar<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o golpe <strong>de</strong> Estado, em 1976, até 1981. Em agosto passado, a Justiça<br />

informou que ele voltará ao banco dos réus <strong>de</strong>vido a uma acusação pelas<br />

mortes <strong>de</strong> 32 presos políticos <strong>na</strong> Província <strong>de</strong> Córdoba em 1976. Será a<br />

primeira vez <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1985 que o ex-ditador voltará a enfrentar um tribu<strong>na</strong>l em um<br />

julgamento oral, ainda sem data, embora pesem sobre ele <strong>de</strong>ze<strong>na</strong>s <strong>de</strong><br />

acusações por violações dos direitos humanos.<br />

No julgamento anterior, Vi<strong>de</strong>la foi con<strong>de</strong><strong>na</strong>do à prisão perpétua, mas acabou<br />

indultado em 1990 pelo ex-presi<strong>de</strong>nte Carlos Menem (1989-99). Esse perdão<br />

foi anulado em 2007 pela Justiça.<br />

No Uruguai, on<strong>de</strong> o número estimado <strong>de</strong> vítimas é <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 200, a Justiça<br />

con<strong>de</strong>nou em outubro o ex-ditador Gregorio Goyo Álvarez a 25 anos <strong>de</strong> prisão<br />

pelo "homicídio especialmente agravado" <strong>de</strong> 37 opositores e por um <strong>de</strong>lito <strong>de</strong><br />

lesa-humanida<strong>de</strong>. Os casos foram reabertos no país a partir <strong>de</strong> brechas <strong>na</strong> lei,<br />

mas a população rejeitou em referendo no mês passado a revogação da lei <strong>de</strong><br />

anistia.<br />

No Brasil, on<strong>de</strong> o governo reconhece que houve ao menos 475 mortos e<br />

<strong>de</strong>saparecidos políticos durante a ditadura, a Lei <strong>de</strong> Anistia impe<strong>de</strong> processos<br />

contra os agentes do Estado envolvidos em tortura e assassi<strong>na</strong>to durante o<br />

regime militar e contra os membros <strong>de</strong> grupos armados da oposição<br />

esquerdista que praticaram sequestros e assassi<strong>na</strong>tos politicamente motivados<br />

durante o período.<br />

Diante da pressão <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> direitos humanos brasileiros e <strong>de</strong> membros do<br />

governo, como o ministro Paulo Vannucchi, da Secretaria Especial <strong>de</strong> Direitos<br />

Humanos, para a reabertura dos casos e a revisão da Lei <strong>de</strong> Anistia, o ministro<br />

da Defesa, Nelson Jobim, disse, em junho, que a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> punir militares por<br />

atos <strong>de</strong> tortura cometidos durante a ditadura militar é "revanchismo".


Com France Presse e Efe<br />

24/11/2009 - 21h48<br />

EUA reafirmam apoio à eleição em Honduras, sob críticas <strong>de</strong> Zelaya e do<br />

Brasil<br />

da Folha Online<br />

Os Estados Unidos reafirmaram nesta terça-feira seu apoio às eleições em<br />

Honduras no próximo domingo (29), mesmo sem a resolução prévia da crise<br />

política, posição que segundo o presi<strong>de</strong>nte hondurenho <strong>de</strong>posto, Manuel<br />

Zelaya, abre um "grave prece<strong>de</strong>nte" para a <strong>de</strong>mocracia no continente<br />

americano. Um assessor da Presidência brasileira disse que a atitu<strong>de</strong><br />

america<strong>na</strong> é "equivocada".<br />

O porta-voz do Departamento, Ian Kelly, disse que a posição america<strong>na</strong> sobre<br />

as eleições não mudou e que o país <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a formação <strong>de</strong> um governo <strong>de</strong><br />

união <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />

"Estamos fornecendo assistência técnica para ajudar os hondurenhos a<br />

garantir que esta seja uma eleição livre, justa e transparente", disse o porta-voz<br />

em <strong>de</strong>clarações à imprensa. "Nós, <strong>na</strong>turalmente, temos uma embaixada no<br />

terreno, e a embaixada está acompanhando <strong>de</strong> perto os preparativos para as<br />

eleições, que acontecerão no domingo."<br />

Cerca <strong>de</strong> 4,6 milhões <strong>de</strong> hondurenhos estão registrados para votar no domingo<br />

para eleger o presi<strong>de</strong>nte, <strong>de</strong>putados e prefeitos para o período 2010-2014, com<br />

início em 27 <strong>de</strong> janeiro.<br />

Kelly se recusou a dizer se os EUA reconhecerão o resultado das eleições,<br />

afirmando consi<strong>de</strong>rar i<strong>na</strong><strong>de</strong>quado apoiar o resultado <strong>de</strong> "algo que ainda não<br />

aconteceu".<br />

"Eu acho que é importante compreen<strong>de</strong>r que estas eleições foram conduzidas<br />

um Tribu<strong>na</strong>l Superior Eleitoral in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte. Não foram convocadas pelo<br />

regime <strong>de</strong> fato", disse Kelly, afirmando que essa corte foi instalada em um<br />

"processo <strong>de</strong>mocrático transparente" antes da <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> Zelaya, em 28 <strong>de</strong><br />

junho, assim como a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> candidatos.<br />

Ele também enfatizou que o apoio às eleições é uma das partes da solução da<br />

crise, sendo que a outra seria a implementação <strong>de</strong> todos os pontos o acordo<br />

Tegucigalpa-San José, assi<strong>na</strong>do por representantes <strong>de</strong> Zelaya e do presi<strong>de</strong>nte


interino, Roberto Micheletti, em 30 <strong>de</strong> outubro, especificamente a formação <strong>de</strong><br />

um governo <strong>de</strong> unida<strong>de</strong> <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />

"Nós ainda estamos instando as duas partes a estabelecer o que eles<br />

acertaram", disse Kelly.<br />

Em relação aos direitos humanos, o porta-voz expressou a preocupação<br />

america<strong>na</strong> com algumas restrições às liberda<strong>de</strong>s civis e aos meios <strong>de</strong><br />

comunicação, mas disse que os EUA estão satisfeitos com o fato <strong>de</strong> a<br />

emissora <strong>de</strong> TV opositora Ca<strong>na</strong>l 36 estar funcio<strong>na</strong>ndo sem interferências.<br />

A posição america<strong>na</strong> rompeu o consenso inicial <strong>na</strong> OEA (Organização dos<br />

Estados Americanos) em relação à crise hondurenha. Enquanto países como<br />

Brasil, Nicarágua, Equador, Argenti<strong>na</strong>, Bolívia e Venezuela disseram que não<br />

vão reconhecer a legitimida<strong>de</strong> das eleições sem a prévia restituição <strong>de</strong> Zelaya,<br />

uma minoria <strong>de</strong> membros, como os Estados Unidos, Pa<strong>na</strong>má e Colômbia,<br />

disseram que vão apoiar a eleição ou reconhecer o resultado.<br />

O assessor para Assuntos Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is da Presidência brasileira, Marco<br />

Aurélio Garcia, criticou duramente nesta terça-feira a posição america<strong>na</strong>, em<br />

especial a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> a Casa Branca reconhecer a eleição no próximo<br />

domingo.<br />

"Cremos que é lamentável que se queira limpar um golpe <strong>de</strong> Estado em um<br />

país que vivia em estado <strong>de</strong> sítio [...]. É uma postura equivocada dos Estados<br />

Unidos", disse Garcia à Agência Brasil, afirmando que, em geral, há um "sabor<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>cepção" em relação à política exter<strong>na</strong> do governo Obama.<br />

O presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto, que está <strong>na</strong> embaixada brasileira em Tegucigalpa <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

o dia 21 <strong>de</strong> setembro, quando retornou clan<strong>de</strong>sti<strong>na</strong>mente ao país, também<br />

reagiu ao apoio americano às eleições.<br />

"A posição dos Estados Unidos [..] dividiu a América e está criando um grave<br />

prece<strong>de</strong>nte para o sistema <strong>de</strong>mocrático interamericano", disse Zelaya à<br />

agência <strong>de</strong> notícias Reuters, por telefone. "Essa é a mensagem que estou<br />

recebendo. Estão mudando o sistema, já não querem <strong>de</strong>mocracias como<br />

resposta aos problemas políticos das <strong>na</strong>ções, é a volta do militarismo."<br />

O assessor disse que há outros erros <strong>na</strong> condução da política exter<strong>na</strong><br />

america<strong>na</strong>, como as discussões sobre as mudanças climáticas.<br />

A <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> Zelaya aconteceu após sema<strong>na</strong>s <strong>de</strong> tensão <strong>de</strong>vido à tentativa<br />

do presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> realizar uma consulta popular sobre mudanças


constitucio<strong>na</strong>is, vista como uma tentativa <strong>de</strong> aprovar a reeleição, proibida por<br />

uma cláusula pétrea constitucio<strong>na</strong>l. A consulta também não preenchia os<br />

requisitos legais para referendos, e era apresentada como um tipo <strong>de</strong> pesquisa<br />

pelo governo. O presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto nega que quisesse permanecer no po<strong>de</strong>r<br />

além <strong>de</strong> seu mandato atual.<br />

A Suprema Corte consi<strong>de</strong>rou ilegal a tentativa <strong>de</strong> mudança constitucio<strong>na</strong>l e<br />

validou a <strong>de</strong>stituição, mas um virtual consenso da comunida<strong>de</strong> inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />

classificou <strong>de</strong> golpe a <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> Zelaya, expulso <strong>de</strong> pijamas do país pelas<br />

Forças Armadas.<br />

O retorno <strong>de</strong> Zelaya ao país aumentou a pressão sobre o governo interino, e<br />

representantes <strong>de</strong> Micheletti e <strong>de</strong> Zelaya assi<strong>na</strong>ram um acordo em 30 outubro<br />

para resolver a crise, sob mediação america<strong>na</strong>. Mas o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto<br />

consi<strong>de</strong>rou-o rompido por divergências sobre a formação <strong>de</strong> um governo <strong>de</strong><br />

unida<strong>de</strong> <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l previsto no texto.<br />

Zelaya exigiu seu retorno imediato, mas o Parlamento hondurenho adiou a<br />

<strong>de</strong>cisão sobre o assunto para o dia 2 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro --três dias após as eleições-<br />

-, e o governo que era para ser <strong>de</strong> união <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l acabou sendo formado sem<br />

representantes do governo <strong>de</strong>posto e ainda sob o comando <strong>de</strong> Micheletti, que<br />

assumiu a Presidência em junho.<br />

O presi<strong>de</strong>nte interino anunciou uma licença <strong>de</strong> uma sema<strong>na</strong> do cargo, entre os<br />

dias 25 <strong>de</strong> novembro e 2 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, em uma tentativa <strong>de</strong> dar maior<br />

credibilida<strong>de</strong> ao processo eleitoral.<br />

O governo <strong>de</strong> interino convocou 5.000 reservistas das Forças Armadas para<br />

garantir a realização das eleições e proibiu o porte <strong>de</strong> armas, argumentando a<br />

existência <strong>de</strong> grupos que tentariam <strong>de</strong>sestabilizar a votação.<br />

Dia: Dia: 25/11/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “Jor<strong>na</strong>l do Brasil”<br />

Link da notícia:<br />

http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/11/25/e251126573.asp<br />

A segurança foi reforçada <strong>na</strong>s principais rodovias <strong>de</strong> Honduras, para conter a<br />

ação dos manifestantes pelo país.<br />

Dia: 25/11/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “Estado <strong>de</strong> S. Paulo”<br />

Link da notícia:


http://www.estadao.com.br/noticias/inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l,micheletti-inicia-<br />

renuncia-temporaria-<strong>de</strong>-oito-dias-nesta-4,471817,0.htm<br />

O presi<strong>de</strong>nte do governo <strong>de</strong> facto <strong>de</strong> Honduras, Roberto Micheletti, <strong>de</strong>ixará<br />

temporariamente o cargo por oito dias, para permitir que as atenções estejam<br />

concentradas <strong>na</strong>s eleições e não <strong>na</strong> crise política nesse período.<br />

25/11/2009 - 16h51<br />

Com Abbas, presi<strong>de</strong>nte chile<strong>na</strong> ecoa rejeição a colônias <strong>de</strong> Israel<br />

da Efe, em Santiago do Chile<br />

A presi<strong>de</strong>nte do Chile, Michelle Bachelet, e o presi<strong>de</strong>nte da ANP (Autorida<strong>de</strong><br />

Nacio<strong>na</strong>l Palesti<strong>na</strong>), Mahmoud Abbas, exigiram nesta quarta-feira a Israel o fim<br />

dos assentamentos "ilegais" em territórios palestinos. Em comunicado conjunto<br />

divulgado após uma reunião <strong>de</strong> trabalho no Palácio <strong>de</strong> La Moneda, ambos<br />

"reiteraram imperiosa necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que Israel ponha fim aos assentamentos<br />

ilegais nos territórios palestinos".<br />

Para eles, as colônias travam "a viabilida<strong>de</strong> e a contiguida<strong>de</strong> geográfica do<br />

futuro Estado palestino, que <strong>de</strong>ve ter Jerusalém Oriental como capital".<br />

O Chile é o país que reúne a maior comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes palestinos<br />

fora do mundo árabe, estimada em 450 mil pessoas.<br />

As <strong>de</strong>clarações <strong>de</strong> Bachelet e Abbas coinci<strong>de</strong>m com o anúncio <strong>de</strong> que o<br />

primeiro-ministro <strong>de</strong> Israel, Binyamin Netanyahu, propôs para o seu gabinete a<br />

aprovação <strong>de</strong> uma iniciativa para suspen<strong>de</strong>r por <strong>de</strong>z meses a construção e a<br />

concessão <strong>de</strong> licenças para a edificação <strong>na</strong>s colônias judaicas da Cisjordânia.<br />

Abbas foi recebido nesta quarta-feira com honras <strong>de</strong> chefe <strong>de</strong> Estado por<br />

Bachelet.<br />

Com a viagem, que acontece ape<strong>na</strong>s uma sema<strong>na</strong> <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />

Israel, Shimon Peres, visitar também Brasil e Argenti<strong>na</strong>, Abbas busca apoio<br />

para que a ONU (Organização das Nações Unidas) reconheça um Estado<br />

palestino com as fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias (1967), com<br />

Jerusalém Oriental como capital.<br />

Nota<br />

O presi<strong>de</strong>nte da ANP, que chegou ao Chile <strong>na</strong> terceira escala <strong>de</strong> sua viagem<br />

pela América do Sul, não falou com os meios <strong>de</strong> comunicação, como tinha feito


no Brasil e <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong>, e se limitou a pactuar com Bachelet uma <strong>de</strong>claração<br />

conjunta.<br />

No documento, Bachelet e Abbas con<strong>de</strong><strong>na</strong>ram o "terrorismo em qualquer <strong>de</strong><br />

suas formas" e reafirmaram a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alcançar uma paz "justa e<br />

duradoura", com a solução <strong>de</strong> dois Estados. Fora isso, mostraram "satisfação"<br />

com os princípios anunciados pelo presi<strong>de</strong>nte dos Estados Unidos, Barack<br />

Obama, sobre a nova relação que <strong>de</strong>ve ser estabelecida entre os países<br />

oci<strong>de</strong>ntais e o mundo árabe.<br />

Também reiteraram seu "total apego" aos princípios do direito inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l,<br />

especialmente os referentes à solução pacífica aos conflitos, à con<strong>de</strong><strong>na</strong>ção do<br />

uso da força e ao cumprimento dos tratados inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is e das resoluções da<br />

ONU.<br />

O Chile é um dos países que reconheceu a ANP em 1993, quando foi criada, e<br />

foi também um dos primeiros a ter uma representação diplomática da <strong>na</strong>ção<br />

árabe, li<strong>de</strong>rada agora pela embaixadora Mai Al Kaila. Os dois governos<br />

estabeleceram também um mecanismo bilateral <strong>de</strong> reuniões periódicas, e<br />

exigiram a suas respectivas Chancelarias a busca <strong>de</strong> novas linhas <strong>de</strong><br />

cooperação.<br />

Agenda<br />

A agenda <strong>de</strong> Abbas para esta quarta-feira inclui a i<strong>na</strong>uguração do Passeio<br />

Palestino em Santiago, uma reunião com membros da comunida<strong>de</strong> palesti<strong>na</strong> e<br />

um jantar da Fundação Belém 2000 no Estádio Palestino. Após chegar ontem à<br />

noite ao Chile, Abbas participou <strong>de</strong> outro jantar junto a cerca <strong>de</strong> 200 membros<br />

da comunida<strong>de</strong> palesti<strong>na</strong>, entre os quais estava a embaixadora Mai Al Kaila.<br />

O presi<strong>de</strong>nte da ANP encerrará sua estadia no Chile nesta quinta-feira, quando<br />

participará <strong>de</strong> uma conferência <strong>na</strong> se<strong>de</strong> da Comissão Econômica para a<br />

América Lati<strong>na</strong> e o Caribe (Cepal), por ocasião do Dia Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>de</strong><br />

Solidarieda<strong>de</strong> com o Povo Palestino. Na tar<strong>de</strong> <strong>de</strong> amanhã (26), Abbas <strong>de</strong>ixará<br />

Santiago e visitará nos dias seguintes Paraguai e Venezuela, os próximos<br />

<strong>de</strong>stinos <strong>de</strong> sua viagem pela América do Sul.<br />

Abbas viaja acompanhado do chefe do Departamento <strong>de</strong> Assuntos para as<br />

Negociações da OLP (Organização para a Libertação da Palesti<strong>na</strong>), Saeb<br />

Erekat, e do ministro das Relações Exteriores palestino, Riad al Maliki.


26/11/2009 - 14h28<br />

Comissão anistia Paulo Freire e viúva receberá in<strong>de</strong>nização<br />

da Agência Brasil<br />

da Folha Online<br />

A Comissão <strong>de</strong> Anistia do Ministério da Justiça consi<strong>de</strong>rou nesta quinta-feira,<br />

por u<strong>na</strong>nimida<strong>de</strong>, o educador per<strong>na</strong>mbucano Paulo Freire como anistiado<br />

político. Com isso, a viúva <strong>de</strong> Freire receberá uma in<strong>de</strong>nização <strong>de</strong> 480 salários<br />

mínimos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que respeitado o teto <strong>de</strong> R$ 100 mil.<br />

A audiência pública foi realizada como parte da Carava<strong>na</strong> da Anistia, durante o<br />

Fórum Mundial <strong>de</strong> Educação Profissio<strong>na</strong>l e Tecnológica, promovido pelo<br />

Ministério da Educação, em Brasília.<br />

"Estamos caracterizando o pedido <strong>de</strong> <strong>de</strong>sculpas oficiais pelos erros cometidos<br />

pelo Estado contra Paulo Freire", <strong>de</strong>clarou o presi<strong>de</strong>nte da comissão, Paulo<br />

Abrão, ao fi<strong>na</strong>l da sessão. Ele consi<strong>de</strong>ra que há ainda muito a fazer, uma vez<br />

que há suspeitas <strong>de</strong> que arquivos, principalmente dos serviços <strong>de</strong> inteligência<br />

das Forças Armadas, ainda não tenham sido entregues ou tenham sido<br />

<strong>de</strong>struídos.<br />

Segundo ele, os documentos <strong>de</strong> inteligência encontrados queimados <strong>na</strong> Base<br />

Aérea <strong>de</strong> Salvador são uma prova <strong>de</strong> que há ainda muitos arquivos não<br />

abertos "apesar <strong>de</strong> que, tecnicamente, todos <strong>de</strong>vessem estar [abertos] <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

Projeto Memórias Reveladas, criado pela Casa Civil", disse Abrão.<br />

"Nesse aspecto, Chile, Paraguai, Argenti<strong>na</strong> e Uruguai estão muito melhores do<br />

que o Brasil", acrescentou.<br />

"Ainda que esses documentos apresentem uma visão <strong>de</strong>turpadora da<br />

realida<strong>de</strong>, eles são necessários para fazermos justiça com as tantas vítimas da<br />

ditadura brasileira", disse o presi<strong>de</strong>nte da comissão após a sessão pública que<br />

anistiou o educador.<br />

Para a viúva, A<strong>na</strong> Maria Araújo, a ditadura atingiu "violentamente e com<br />

malva<strong>de</strong>za" o exilado, <strong>de</strong>struindo sua <strong>na</strong>tureza, seu corpo e sua cidadania.<br />

"Paulo Freire, sua cidadania foi retomada como você queria, e proclamada<br />

como você merecia", disse em tom emocio<strong>na</strong>do.<br />

Em meio ao discurso <strong>de</strong> A<strong>na</strong> Maria, um grito vindo da plateia composta<br />

majoritariamente por professores e pedagogos puxou aplausos: "Paulo Freire<br />

não morreu nem nunca morrerá".


"A partir do resultado [a que chegou a comissão, <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar Paulo Freire<br />

anistiado político], encaminharemos nossa <strong>de</strong>cisão ao ministro da Justiça, que<br />

expedirá, caso concor<strong>de</strong> com ela, uma portaria no 'Diário Oficial', <strong>de</strong>clarando<br />

ele como anistiado. No documento constará, também, seus direitos", afirmou<br />

Abrão.<br />

"E, com a portaria, o Ministério do Planejamento fica obrigado a colocar a<br />

previsão do pagamento aos familiares. Acredito que a portaria será publicada<br />

ainda neste ano", reiterou.<br />

Segundo a viúva <strong>de</strong> Freire, há cerca <strong>de</strong> 340 escolas no Brasil, <strong>na</strong> maioria<br />

municipais, com o nome do marido. "Pretendo continuar fazendo o que ele me<br />

pediu em testamento: publicar aquilo que é inédito e cuidar dos livros já<br />

publicados."<br />

Regime autoritário<br />

Freire foi um dos primeiros brasileiros a ser punido pelo regime autoritário,<br />

após o golpe <strong>de</strong> 1964. Ele i<strong>de</strong>ntificou <strong>na</strong> alfabetização um processo <strong>de</strong><br />

libertação dos oprimidos e <strong>de</strong> conscientização. Demitido, preso e exilado, o<br />

educador morreu em 1997.<br />

"Anistiar Paulo Freire é libertar o Brasil da cegueira moral e intelectual que<br />

levou gover<strong>na</strong>ntes a consi<strong>de</strong>rarem inimigos da Pátria educadores que queriam<br />

libertar o país do a<strong>na</strong>lfabetismo", disse o presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva.<br />

A partir da experiência em Angicos (RN), em 1963, quando 300 trabalhadores<br />

foram alfabetizados em 45 dias, o "método Paulo Freire" consolidou-se como<br />

revolucionário e passou a influenciar o pensamento pedagógico em vários<br />

países.<br />

O método seria levado a todo o país com o Programa Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong><br />

Alfabetização, coor<strong>de</strong><strong>na</strong>do por Freire e instituído pelo Ministério da Educação<br />

em janeiro <strong>de</strong> 1964. Menos <strong>de</strong> três meses <strong>de</strong>pois, porém, a iniciativa foi extinta<br />

--eram os primeiros dias do regime militar<br />

Anistia<br />

Des<strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2008, a Carava<strong>na</strong> da Anistia percorreu 16 Estados e julgou mais<br />

<strong>de</strong> 500 processos.<br />

Criada em 2002, a Comissão <strong>de</strong> Anistia do Ministério da Justiça já recebeu 65<br />

mil requerimentos <strong>de</strong> anistia política --foram julgados quase 54 mil processos e<br />

cerca <strong>de</strong> 35 mil foram <strong>de</strong>feridos.


Em ape<strong>na</strong>s um terço dos casos aprovados, há também reparação econômica<br />

por comprovados danos morais ou materiais.<br />

26/11/2009 - 14h39<br />

Lula reitera que não reconhecerá eleições em Honduras sem Zelaya<br />

da Folha Online<br />

da Efe, em Ma<strong>na</strong>us<br />

O governo brasileiro reiterou nesta quinta-feira que não reconhecerá as<br />

eleições previstas para o próximo domingo (29) em Honduras. O pleito elegerá<br />

um novo presi<strong>de</strong>nte para substituir Manuel Zelaya, <strong>de</strong>posto por um golpe <strong>de</strong><br />

Estado há quase cinco meses.<br />

"Os países <strong>de</strong>mocráticos do mundo precisam repudiar <strong>de</strong> forma veemente o<br />

que ocorreu em Honduras, portanto, a posição do Brasil se mantém i<strong>na</strong>lterada.<br />

Nós não aceitamos histórias <strong>de</strong> golpes", disse o presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da<br />

Silva, em entrevista à agência <strong>de</strong> notícias Efe.<br />

Mais cedo, também em Ma<strong>na</strong>us, o chanceler Celso Amorim já havia afirmado<br />

que o Brasil não irá apoiar o novo governo. "Um golpe <strong>de</strong> Estado não po<strong>de</strong> ser<br />

legitimado como uma forma <strong>de</strong> mudança política", disse, à agência <strong>de</strong> notícias<br />

Reuters.<br />

O Brasil faz parte <strong>de</strong> um grupo formado ainda por Venezuela, Bolívia,<br />

Argenti<strong>na</strong>, Chile, Equador e Nicarágua que já afirmaram não reconhecer o<br />

resultado da eleição realizada sem a restituição <strong>de</strong> Zelaya --parte do acordo<br />

San José-Tegucigalpa assi<strong>na</strong>do por ambas as partes em outubro e <strong>de</strong>cretado<br />

como fracassado pelo presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto.<br />

Do outro lado, os Estados Unidos, país <strong>de</strong> maior influência no país, li<strong>de</strong>ra um<br />

pequeno grupo com Peru e Colômbia que aceita o resultado das eleições como<br />

único caminho viável para a resolução da crise política hondurenha.<br />

Questio<strong>na</strong>do sobre se seu país estaria disposto a reconhecer sob alguma<br />

circunstância o resultado das eleições <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> novembro, Lula lembrou que o<br />

Brasil e o resto da América Lati<strong>na</strong> foram enfáticos em que para "restabelecer a<br />

normalida<strong>de</strong>" <strong>na</strong>s relações com Honduras e a "confiança diplomática", é<br />

necessário que Zelaya seja restituído no cargo.<br />

"Da forma como está acontecendo [o processo], o Brasil não reconhecerá o<br />

resultado eleitoral, e manterá sua posição <strong>de</strong> não [retomar] relações com


Honduras", ressaltou Lula.<br />

O Congresso hondurenho só <strong>de</strong>ve cumprir a quinta cláusula do Acordo<br />

Tegucigalpa-San José, que prevê que o Legislativo <strong>de</strong>cida se Zelaya é<br />

restituído ou não, em sessão marcada para o dia 2 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro --após as<br />

eleições. Zelaya criticou o gesto e questionou a legalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> eleições<br />

realizadas sem sua restituição.<br />

Lula, um dos maiores <strong>de</strong>fensores públicos <strong>de</strong> Zelaya, afirmou ainda que<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> com firmeza o retorno <strong>de</strong> Zelaya ao po<strong>de</strong>r, do qual foi <strong>de</strong>posto no dia<br />

28 <strong>de</strong> junho, não porque "seja mais radical, mais bonito ou mais feio que os<br />

outros", mas porque o Brasil viveu 21 anos sob uma ditadura (1964-1985) e<br />

sabe o que é um regime autoritário.<br />

"A América Lati<strong>na</strong> e América Central têm experiências <strong>de</strong> sobra <strong>de</strong> golpistas<br />

que usurpam o po<strong>de</strong>r rompendo os princípios <strong>de</strong>mocráticos, e se aceitarmos<br />

isso, po<strong>de</strong> acontecer o mesmo em outro país amanhã", disse Lula.<br />

Diante da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que os Estados Unidos e outros países reconheçam<br />

o resultado das eleições hondurenhas, Lula advertiu: "Se encararmos com<br />

normalida<strong>de</strong> o golpe <strong>de</strong> Honduras, amanhã qualquer golpista diz "vou dar um<br />

golpe" e todo o mundo vai acreditar [que é normal]".<br />

Zelaya voltou clan<strong>de</strong>sti<strong>na</strong>mente ao país no dia 21 <strong>de</strong> setembro e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então<br />

está abrigado <strong>na</strong> embaixada do Brasil em Tegucigalpa. Com o fracasso do<br />

acordo, Zelaya não está protegido pela anistia e não po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar a embaixada<br />

correndo o risco <strong>de</strong> ser preso.<br />

Com Reuters<br />

Uruguai: nova vitória <strong>de</strong> Mujica si<strong>na</strong>liza direita que vem aí (Carta Maior)<br />

Uma nova vitória da Frente Ampla no Uruguai e a confirmação <strong>de</strong> mais cinco<br />

anos no governo também terá impacto sobre as li<strong>de</strong>ranças políticas <strong>de</strong> direita.<br />

Algumas das características da "nova direita" começaram a ser <strong>de</strong>lineadas<br />

nesta campanha eleitoral. Já estamos presenciando uma política e um discurso<br />

mais irresponsáveis. Movidos por necessida<strong>de</strong>s imediatas, muitos <strong>de</strong> seus<br />

membros ou candidatos, irão <strong>de</strong>senvolver uma forma mais <strong>de</strong>magógica para<br />

tentar recuperar votos perdidos e ganhar apoio em suas regiões, não<br />

importando qualquer implicação <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> suas propostas. O artigo é do<br />

se<strong>na</strong>dor Rafael Michelini.<br />

Rafael Michelini


Em 29 <strong>de</strong> novembro, quando as ur<strong>na</strong>s confirmarem a vitória da fórmula<br />

Mujica/Astori, começará a transição para um novo governo da Frente Ampla e<br />

estará aberto um novo tempo político no país. Esta será uma etapa rica <strong>de</strong><br />

acontecimentos e uma das mais importantes para <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r um novo mapa<br />

político no Uruguai.<br />

Estará consolidada a continuida<strong>de</strong> no governo da Frente Ampla, estará<br />

confirmada a política <strong>de</strong> condução e <strong>de</strong> transformação, li<strong>de</strong>rada pelo presi<strong>de</strong>nte<br />

mais bem sucedido e reconhecido <strong>na</strong> história mo<strong>de</strong>r<strong>na</strong> do Uruguai, Tabaré<br />

Vázquez e será ratificado o apoio da cidadania ao programa <strong>de</strong> governo<br />

surgido no V Congresso da Frente Ampla, chamado <strong>de</strong> Zelmar Michelini (*),<br />

realizado em <strong>de</strong>zembro do ano passado. José Mujica como presi<strong>de</strong>nte e Danilo<br />

Astori como vice-presi<strong>de</strong>nte, serão os responsáveis por li<strong>de</strong>rar um novo<br />

governo <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, que dará continuida<strong>de</strong> ao projeto político <strong>de</strong> esquerda, para<br />

uma nova fase <strong>de</strong> progresso e mudanças para o país.<br />

Mas uma nova vitória da Frente Ampla e da confirmação <strong>de</strong> mais cinco anos no<br />

governo, também terá impacto sobre as li<strong>de</strong>ranças políticas <strong>de</strong> direita. Uma<br />

nova <strong>de</strong>rrota eleitoral será um duro golpe para as li<strong>de</strong>ranças dos partidos<br />

tradicio<strong>na</strong>is, que tiveram mais uma vez contestadas suas propostas, colocando<br />

<strong>na</strong> mesa o <strong>de</strong>safio da renovação e da mudança com a contestação dos atuais<br />

dirigentes.<br />

Estamos mais próximos do fim <strong>de</strong> uma era e <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> fazer política,<br />

tradicio<strong>na</strong>l e caudilhista, separado do povo. O mais importante nesta nova<br />

<strong>de</strong>rrota da direita em 29 <strong>de</strong> Novembro é o fato <strong>de</strong> que ela representa também<br />

um duro golpe contra um dos piores vícios da política tradicio<strong>na</strong>l: a política do<br />

clientelismo, que antes e <strong>de</strong>pois da ditadura, foi padrão <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>res<br />

blancos e colorados <strong>de</strong> todo o país.<br />

Assistiremos a uma mudança inevitável <strong>na</strong> política da direita no Uruguai.<br />

Veremos um processo que terá <strong>de</strong> um lado o <strong>de</strong>clínio fi<strong>na</strong>l do clientelismo e em<br />

segundo lugar a retirada obrigatória dos lí<strong>de</strong>res mais bem-sucedidos e<br />

representativos do pensamento e da política da direita <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.


Para muitos <strong>de</strong> nós, que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a restauração da <strong>de</strong>mocracia estamos<br />

acostumados à presença invariável <strong>de</strong> li<strong>de</strong>ranças tradicio<strong>na</strong>is em ambos os<br />

partidos, políticos que estiveram <strong>na</strong> vanguarda da política uruguaia, saber que<br />

nos próximos cinco anos estarão fora do cenário, é um verda<strong>de</strong>iro alívio e um<br />

dos dados mais animadores ao pensar o futuro do país.<br />

Nem Lacalle, nem Batlle, nem Sanguinetti voltarão a serem candidatos<br />

novamente e já não terão a mesma influencia sobre as <strong>de</strong>cisões dos seus<br />

partidos, se blancos e colorados apostam em retomar seus partidos e<br />

propostas políticas para reconstituir uma proposta política mais mo<strong>de</strong>r<strong>na</strong>.<br />

Nós não sabemos se quando a direita conseguir recompor sua mensagem e<br />

seu po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> convocar a socieda<strong>de</strong>, fará isto cortando os vínculos com seu<br />

passado como fez <strong>na</strong> Espanha, ou retomará os mesmos caminhos que estão<br />

marcando suas li<strong>de</strong>ranças <strong>de</strong>sgastadas. Não se sabe quanto tempo levará este<br />

processo, se um ou dois mandatos <strong>de</strong> governo e se Pedro Bordaberry será o<br />

novo porta-estandarte <strong>de</strong> blancos e colorados, ou talvez pague pelo enorme<br />

custo político da <strong>de</strong>fesa incondicio<strong>na</strong>l do papel <strong>de</strong> seu pai no golpe <strong>de</strong> Estado e<br />

a ascensão da ditadura, oportunizando que apareçam novos dirigentes com<br />

menos resistências do eleitorado.<br />

O certo é que <strong>de</strong>pois do 29 <strong>de</strong> novembro a direita vai mudar e vai agir diferente<br />

da sua forma <strong>de</strong> expressão política atual. Também é <strong>de</strong> se supor, como da vez<br />

anterior, blancos e colorados necessitem <strong>de</strong> alguns anos para aceitar a<br />

realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma nova <strong>de</strong>rrota. A <strong>de</strong>rrota eleitoral po<strong>de</strong> pautar muitas posições<br />

políticas da direita nos próximos meses, <strong>de</strong>sconcertando a todos, como fizeram<br />

durante este período recente.<br />

Mas algumas das características da "nova direita" começaram a ser <strong>de</strong>lineadas<br />

nesta campanha eleitoral. Vamos ter direito a uma política e um discurso mais<br />

irresponsáveis. Movidos por necessida<strong>de</strong>s imediatas, muitos <strong>de</strong> seus membros<br />

ou candidatos, irão <strong>de</strong>senvolver uma forma mais <strong>de</strong>magógica para tentar<br />

recuperar votos perdidos e ganhar apoio em suas regiões, não importando


qualquer implicação <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> suas propostas.<br />

Vamos ter uma direita mais populista. Impedida e restringida <strong>na</strong> possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> praticar o clientelismo político e no afã <strong>de</strong> recompor po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> convocação<br />

eleitoral, começará a prometer coisas que não po<strong>de</strong>m ser atendidas ou que<br />

simplesmente pelo seu impacto <strong>na</strong>s fi<strong>na</strong>nças públicas são irrealizáveis. A atual<br />

proposta <strong>de</strong> campanha <strong>de</strong> Luis Alberto Lacalle <strong>de</strong> renúncia fiscal, elimi<strong>na</strong>ção <strong>de</strong><br />

impostos ou diminuição do imposto <strong>de</strong> renda pessoa física, <strong>de</strong> um lado, com<br />

aumentos para aposentados e <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> mais recursos para as políticas<br />

sociais, tudo sem dar qualquer explicação <strong>de</strong> como conseguira fi<strong>na</strong>nciar as<br />

medidas propostas são os primeiros exemplos do que será o perfil da direita<br />

populista no futuro.<br />

Durante os 20 anos que gover<strong>na</strong>ram juntos colorado e blancos, foi instalado <strong>na</strong><br />

política do dia-a-dia como resposta a todas as reclamações e propostas da<br />

oposição e da socieda<strong>de</strong> civil o discurso do "não po<strong>de</strong>". Surpreen<strong>de</strong>ntemente e<br />

sem qualquer explicação, nesta campanha eleitoral, surgiu como resposta<br />

"agora tudo po<strong>de</strong>" acompanhando as iniciativas mais irresponsáveis.<br />

O efeito <strong>de</strong> uma segunda vitória da Frente Ampla não só trará conseqüências<br />

para o país, seu rumo e a construção do nosso futuro, a mudança terá efeitos<br />

significativos <strong>na</strong> direita e nos partidos tradicio<strong>na</strong>is. A Frente Ampla como força<br />

política e nosso futuro governo terá que ser muito cuidadoso e muito<br />

responsável, para evitar provocações e as políticas nocivas que vêm do<br />

<strong>de</strong>sespero da <strong>de</strong>rrota. Teremos que conjugar muito calma e cautela, com toda<br />

a flexibilida<strong>de</strong> e abertura possível para oferecer um diálogo político sério sobre<br />

as políticas mais importantes a serem aplicadas <strong>na</strong>s áreas nevrálgicas do país.<br />

O público irá nos dar uma enorme responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gover<strong>na</strong>r o país por<br />

mais cinco anos. Os problemas e <strong>de</strong>safios da construção do <strong>de</strong>senvolvimento<br />

do nosso país vão se juntar com o fato <strong>de</strong> que vamos gover<strong>na</strong>r com a oposição<br />

dos partidos tradicio<strong>na</strong>is, cada vez mais incli<strong>na</strong>dos para a direita e<br />

<strong>de</strong>sesperados.


A vitória <strong>de</strong> Mujica e Astori, em 29 <strong>de</strong> Novembro, é a consolidação <strong>de</strong> um<br />

projeto <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l que tem a Frente Ampla no governo como<br />

seu principal protagonista, tanto <strong>na</strong> condução como gestão dos principais<br />

objetivos do país. Representa à confirmação da mudança, a continuida<strong>de</strong> das<br />

nossas reformas, a criação <strong>de</strong> novas transformações. Para a direita é muito<br />

mais do que uma <strong>de</strong>rrota eleitoral e eles sabem muito bem disso.<br />

(*) Se<strong>na</strong>dor, Novo Espaço FA, filho <strong>de</strong> Zelmar Michellini, lí<strong>de</strong>r político da recém<br />

fundada Frente Ampla que foi assassi<strong>na</strong>do nos anos 70, <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong>, por<br />

militares uruguaios.<br />

Tradução: Gustavo <strong>de</strong> Mello<br />

27/11/2009 - 13h21<br />

Presi<strong>de</strong>nte da Costa Rica pe<strong>de</strong> reconhecimento <strong>de</strong> eleição hondurenha<br />

da Folha Online<br />

da Reuters<br />

O presi<strong>de</strong>nte da Costa Rica e ganhador do Prêmio Nobel da Paz, Óscar Arias,<br />

pediu nesta sexta-feira que o mundo reconheça as eleições que serão<br />

realizadas neste domingo (29) em Honduras para que o país centro-americano<br />

recupere a normalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pois da crise política iniciada com a <strong>de</strong>posição do<br />

presi<strong>de</strong>nte Manuel Zelaya, há quase cinco meses.<br />

Na entrevista à TV CNN transmitida <strong>na</strong> noite <strong>de</strong> quinta-feira (26), Arias, que<br />

atuou como um dos primeiros mediadores para a crise, sem sucesso, disse<br />

acreditar no reconhecimento do pleito. "Creio que no fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong>ve rei<strong>na</strong>r a<br />

sensatez, e a sensatez diz que <strong>de</strong>veríamos, se tudo correr bem, normalmente,<br />

e os observadores não virem <strong>na</strong>da mal no domingo 29 <strong>de</strong> novembro, penso<br />

que a gran<strong>de</strong> maioria dos países <strong>de</strong>ve reconhecer a eleição", disse.<br />

O presi<strong>de</strong>nte argumentou que manter o isolamento ao governo interino<br />

presidido por Roberto Micheletti acaba provocando o aprofundamento da<br />

pobreza em Honduras, já consi<strong>de</strong>rado um dos países mais pobres da região.<br />

Honduras se prepara para eleger um novo presi<strong>de</strong>nte, mas as eleições têm<br />

sido questio<strong>na</strong>das pela maioria dos países latino-americanos e muitos,<br />

incluindo o Brasil, já anunciaram que não vão reconhecer o pleito por


consi<strong>de</strong>rá-lo ilegítimo, uma vez que é organizado por um governo que surgiu<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um golpe. Neste grupo estão também Equador, Venezuela,<br />

Argenti<strong>na</strong>, Guatemala, Paraguai e Espanha.<br />

Com o acirramento da crise e as proximida<strong>de</strong>s da eleição, porém, os Estados<br />

Unidos, que são o principal parceiro comercial <strong>de</strong> Honduras, já suavizaram sua<br />

posição contra o golpe e disseram que po<strong>de</strong>m acontecer as eleições se forem<br />

cumpridos os padrões inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is e se o Congresso votar a restituição <strong>de</strong><br />

Zelaya, como <strong>de</strong>termi<strong>na</strong> acordo fechado em outubro.<br />

O Acordo Tegucigalpa/San José Diálogo <strong>de</strong> Guaymuras, firmado com a<br />

mediação dos EUA, estabelecia a criação <strong>de</strong> um governo <strong>de</strong> unida<strong>de</strong> entre as<br />

duas partes até a aprovação, pelo Congresso, do retorno <strong>de</strong> Zelaya ao po<strong>de</strong>r.<br />

Ele, então, <strong>de</strong>veria aceitar as eleições e <strong>de</strong>ixar o cargo, <strong>na</strong> data da posse do<br />

seu sucessor eleito. No entanto, o Congresso <strong>de</strong>ixou para votar essa questão<br />

no próximo dia 2 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, ou seja, após a eleição, o que revoltou Zelaya,<br />

que <strong>de</strong>u o acordo como morto.<br />

27/11/2009 - 19h17<br />

Peru diz que reconhecerá eleição "transparente" em Honduras<br />

da Reuters, em Quito<br />

O Peru reconhecerá os resultados da eleição presi<strong>de</strong>ncial <strong>de</strong> Honduras caso<br />

ela ocorra com transparência e sem nenhuma interferência, confirmou nesta<br />

sexta-feira o chanceler peruano, José Antonio García Belaún<strong>de</strong>.<br />

Os hondurenhos irão às ur<strong>na</strong>s neste domingo em eleições que dividiram os<br />

Estados Unidos e a América Lati<strong>na</strong> sobre reconhecer ou não o futuro governo.<br />

A expectativa é a <strong>de</strong> que o pleito seja capaz <strong>de</strong> encerrar a crise política iniciada<br />

em junho passado, com a <strong>de</strong>posição do presi<strong>de</strong>nte Manuel Zelaya.<br />

"Se as eleições em Honduras forem realizadas com transparência, sem<br />

interferências <strong>na</strong> mesma, <strong>de</strong> modo que o resultado seja a vonta<strong>de</strong> do povo, nós<br />

iremos reconhecer", disse o chanceler peruano a jor<strong>na</strong>listas.<br />

"Não vejo por que se eleições que foram realizadas <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong>, Chile,<br />

Uruguai, Peru e Equador por governos <strong>de</strong> facto que permitiram chegar à<br />

<strong>de</strong>mocracia foram aceitas, por que não vamos aceitar?", acrescentou, durante<br />

intervalo da reunião <strong>de</strong> ministros da U<strong>na</strong>sul (União <strong>de</strong> Nações Sul-


America<strong>na</strong>s), em Quito.<br />

O diplomata si<strong>na</strong>lizou que ainda não existe uma posição da U<strong>na</strong>sul sobre as<br />

eleições, embora o presi<strong>de</strong>nte do Equador, Rafael Correa, tenha dito, <strong>na</strong><br />

Bélgica, que os países sul-americanos não reconhecerão as eleições, pois<br />

foram convocadas por um governo interino, li<strong>de</strong>rado por Roberto Micheletti.<br />

Os EUA con<strong>de</strong><strong>na</strong>ram inicialmente o golpe <strong>de</strong> Estado contra Zelaya e<br />

suspen<strong>de</strong>ram parte da ajuda inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l ao país, mas posteriormente<br />

suavizaram sua posição e <strong>de</strong>clararam apoio às eleições se critérios<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is forem cumpridos.<br />

28/11/2009 - 08h32<br />

Eleições em Honduras provocam racha entre países da América Lati<strong>na</strong><br />

da Folha Online<br />

da Folha <strong>de</strong> S. Paulo<br />

As eleições presi<strong>de</strong>nciais em Honduras estão provocando um racha nos países<br />

da América Lati<strong>na</strong>. De um lado, estão países que, como os Estados Unidos,<br />

dizem que, "se tudo correr bem" apoiarão o pleito <strong>de</strong> domingo, alegando que<br />

rejeitá-lo só pioraria a crise iniciada com o golpe <strong>de</strong> Estado que tirou Manuel<br />

Zelaya do po<strong>de</strong>r.<br />

Neste grupo, estão ainda Peru, Colômbia, Pa<strong>na</strong>má e Costa Rica. Na sexta-<br />

feira, o presi<strong>de</strong>nte costa-riquenho, Óscar Arias --mediador das negociações<br />

entre o governo <strong>de</strong> facto <strong>de</strong> Roberto Micheletti e o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto--, pediu<br />

à comunida<strong>de</strong> inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l que reconhecesse as eleições em Honduras para<br />

que o país centro-americano recupere a normalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pois da crise política.<br />

"Creio que no fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong>ve rei<strong>na</strong>r a sensatez, e a sensatez diz que <strong>de</strong>veríamos, se<br />

tudo correr bem, normalmente, e os observadores não virem <strong>na</strong>da mal no<br />

domingo 29 <strong>de</strong> novembro, penso que a gran<strong>de</strong> maioria dos países <strong>de</strong>ve<br />

reconhecer a eleição", disse Arias.<br />

Do outro lado, a aliança entre Brasil, Chile, Venezuela, Argenti<strong>na</strong>, Uruguai,<br />

Bolívia, Nicarágua, Equador, Paraguai, Guatemala <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que reconhecer a<br />

votação sob os golpistas é um mau prece<strong>de</strong>nte para a região, posição também<br />

<strong>de</strong>fendida pela Espanha.<br />

Muitos <strong>de</strong>les já anunciaram, inclusive, que não vão reconhecer o pleito por<br />

consi<strong>de</strong>rá-lo ilegítimo, uma vez que é organizado por um governo que surgiu


<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um golpe.<br />

Na nota em que expressam seu apoio à eleição, os EUA exortam o vencedor a<br />

dar continuida<strong>de</strong> às análises sobre a volta <strong>de</strong> Zelaya até o fim do mandato,<br />

como previsto em acordos. "Desejamos o melhor ao povo hondurenho <strong>na</strong><br />

escolha <strong>de</strong> seus novos lí<strong>de</strong>res e pedimos a todos que exerçam seus direitos<br />

pacificamente", diz o texto.<br />

Fora dos dois grupos, ainda há o México, que chama a atenção pelo silêncio<br />

eloquente --o país diz não ter escolhido o seu bloco. Na terça, a chanceler<br />

mexica<strong>na</strong>, Patricia Espinosa, disse que não se pronunciaria.<br />

A hesitação do país já marca pontos para o bloco dos EUA, pois todos os<br />

chanceleres da região, à exceção do americano, reunidos <strong>na</strong> reunião<br />

preparatória da Calc (Cúpula América Lati<strong>na</strong> e Caribe), que abriga o Grupo do<br />

Rio ampliado, já disseram que se oporiam à eleição.<br />

Amorim, questio<strong>na</strong>do pela Folha sobre o México, afirmou: "Não ouvi o silêncio<br />

do México. O México é o presi<strong>de</strong>nte do Grupo do Rio, que tem uma posição<br />

muito clara sobre isso. Mas cada um faz o que quiser".<br />

O outro caso <strong>de</strong> silêncio é <strong>de</strong> El Salvador, vizinho <strong>de</strong> Honduras. O esquerdista<br />

Mauricio Funes, amigo do presi<strong>de</strong>nte brasileiro, <strong>de</strong>cidiu que ainda não era hora<br />

<strong>de</strong> se pronunciar.<br />

Lula<br />

Apesar da posição contrária do Brasil às eleições, o candidato favorito em<br />

Honduras, Porfirio Lobo, afirmou <strong>na</strong> sexta que vai 'bater <strong>na</strong> porta' do presi<strong>de</strong>nte<br />

Luiz Inácio Lula da Silva.<br />

"Vamos buscar o presi<strong>de</strong>nte Lula para que reconsi<strong>de</strong>re a sua posição e<br />

sejamos tão amigos como temos sido sempre, talvez mais amigos", disse Lobo,<br />

ressaltando que admira muito o país e que está interessado em conhecer os<br />

programas sociais brasileiros, como o Bolsa Família.<br />

A respeito do conflito <strong>de</strong> posições, o candidato afirmou que "nenhum país<br />

po<strong>de</strong>rá negar o que é o direito <strong>de</strong> um povo <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r eleger."<br />

Lobo disse ainda que, se eleito, a sua priorida<strong>de</strong> será recompor as relações<br />

inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is. Com o racha sobre o apoio ao pleito, porém, será uma tarefa<br />

difícil.


28/11/2009 - 21h41<br />

Ex-ditador argentino nega ter roubado filhos <strong>de</strong> <strong>de</strong>saparecidos<br />

da Folha Online<br />

O ex-ditador argentino Jorge Vi<strong>de</strong>la negou ter roubado e entregue a terceiros<br />

os filhos <strong>de</strong> <strong>de</strong>saparecidos políticos, afirmou seu advogado neste sábado,<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma investigação sobre a origem dos filhos adotivos da do<strong>na</strong> do<br />

grupo <strong>de</strong> comunicação Clarín, Ernesti<strong>na</strong> <strong>de</strong> Noble.<br />

"Não entreguei criança alguma a ninguém ", limitou-se a repetir Vi<strong>de</strong>la, <strong>de</strong> 84<br />

anos, ante o juiz encarregado da causa, informou o advogado <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa Luis<br />

Boffi Carri Pérez.<br />

O ex-ditador (1976-81), <strong>de</strong>tido no quartel militar <strong>de</strong> Campo <strong>de</strong> Mayo (periferia<br />

noroeste), é processado por cente<strong>na</strong>s <strong>de</strong> crimes contra a Humanida<strong>de</strong>.<br />

Vi<strong>de</strong>la foi con<strong>de</strong><strong>na</strong>do à prisão perpétua em 1985, <strong>de</strong>pois indultado em 1990, e<br />

voltou a ser <strong>de</strong>tido em 1998 acusado <strong>de</strong> roubo sistemático <strong>de</strong> bebês durante a<br />

última ditadura argenti<strong>na</strong> (1976-83). O indulto <strong>de</strong> 1990 foi anulado pela Justiça<br />

em 2007.<br />

Cerca <strong>de</strong> 500 filhos <strong>de</strong> <strong>de</strong>saparecidos, a maioria <strong>na</strong>scido durante o cativeiro<br />

das mães, foram roubados e dados para adoção ilegal durante a ditadura.<br />

Vi<strong>de</strong>la foi citado a prestar <strong>de</strong>poimento <strong>de</strong>pois que o ex-empresário do setor<br />

jor<strong>na</strong>lístico José Pirillo <strong>de</strong>clarou há alguns meses que o diretor do Clarín,<br />

Héctor Magnetto, havia lhe contado há muitos anos que fez "gestões pessoais<br />

para que Vi<strong>de</strong>la conseguisse as crianças para Ernesti<strong>na</strong> <strong>de</strong> Noble".<br />

A ação foi aberta há mais <strong>de</strong> sete anos por duas famílias que suspeitam que os<br />

dois filhos adotivos <strong>de</strong> Noble, hoje adultos, po<strong>de</strong>m ser filhos <strong>de</strong> seus parentes<br />

<strong>de</strong>saparecidos.<br />

29/11/2009 - 09h30<br />

Lacalle tenta volta por cima, mas admite <strong>de</strong>rrota em eleição no Uruguai<br />

da Folha Online<br />

O veterano político Luis Lacalle, 68, tentará mais uma vez se eleger presi<strong>de</strong>nte<br />

do Uruguai no segundo turno <strong>de</strong>ste domingo, diante do <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> suce<strong>de</strong>r a<br />

um governo <strong>de</strong> esquerda bem avaliado <strong>na</strong>s esferas econômica e social e da<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apagar um passado <strong>de</strong> políticas neoliberais impopulares e<br />

<strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> corrupção.


Nascido em 13 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1941, Lacalle --neto <strong>de</strong> Luis Alberto <strong>de</strong> Herrera, um<br />

dos principais caudilhos do Partido Nacio<strong>na</strong>l-- tem uma longa carreira política,<br />

iniciada em 1962.<br />

Em 1971, foi eleito representante da Câmara dos Deputados, durante um<br />

período <strong>de</strong> muitas tensões no Uruguai. Cumpriu seu mandato até o fechamento<br />

do Congresso pelo presi<strong>de</strong>nte Juan María Bordaberry, que <strong>de</strong>u um golpe <strong>de</strong><br />

Estado em 27 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1973.<br />

Lacalle foi preso <strong>de</strong>pois do golpe, permanecendo preso por algumas sema<strong>na</strong>s.<br />

Além disso, foi alvo <strong>de</strong> um atentado em 1978: recebeu, como os dirigentes do<br />

PN Carlos Julio Pereyra e Mario Heber, uma garrafa <strong>de</strong> vinho envene<strong>na</strong>da,<br />

enviada por um anônimo.<br />

Nenhum dos <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>tários chegou a beber o conteúdo das garrafas, com<br />

exceção da mulher <strong>de</strong> Heber, Cecilia Fonta<strong>na</strong>, que morreu. O crime é<br />

investigado até hoje pela Justiça.<br />

Em 1981, quando o fim da ditadura começou a <strong>de</strong>spontar no horizonte, Lacalle<br />

fundou o Conselho Nacio<strong>na</strong>l Herrerista <strong>de</strong>ntro do Partido Nacio<strong>na</strong>l. Nas<br />

eleições <strong>de</strong> 1984, que <strong>de</strong>ram origem à re<strong>de</strong>mocratização <strong>de</strong> 1985, foi eleito<br />

se<strong>na</strong>dor, abando<strong>na</strong>ndo o exercício da advocacia.<br />

Nas eleições <strong>de</strong> 1989, chegou à Presidência com 38% dos votos. Era a terceira<br />

vez em que o Partido Nacio<strong>na</strong>l chegava ao po<strong>de</strong>r no século 20.<br />

Casado com Julia Pou, com quem teve três filhos (Pilar, Luis Alberto e Juan<br />

José), Lacalle impulsionou a liberalização da economia e a privatização <strong>de</strong><br />

empresas públicas, reformas que sofreram um duro golpe em 1992, com um<br />

plebiscito organizado pelos sindicatos e pela esquerda para bloqueá-las.<br />

Mesmo assim, foi o responsável pela entrada do Uruguai no Mercosul, que<br />

havia começado com uma aliança entre Argenti<strong>na</strong> e Brasil. Durante a<br />

campanha, ele <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u que o bloco limite-se a seu papel comercial, sem<br />

impedir tratados bilaterais, e propôs a retirada do país do Parlamento do<br />

Mercosul.<br />

Em 1995, após o fim <strong>de</strong> seu mandato, enfrentou <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> corrupção, e a<br />

Justiça con<strong>de</strong>nou dois funcionários <strong>de</strong> seu governo, o que afetou sua imagem<br />

política.<br />

Entretanto, <strong>na</strong> votação inter<strong>na</strong> <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1999, Lacalle conseguiu a<br />

candidatura presi<strong>de</strong>ncial do Partido Nacio<strong>na</strong>l, mas acabou sofrendo uma


severa <strong>de</strong>rrota <strong>na</strong>s eleições. Ele ficou em terceiro lugar, atrás do Partido<br />

Colorado e da coalizão <strong>de</strong> esquerda Frente Ampla.<br />

Político hábil, Lacalle voltou à ce<strong>na</strong> pública e venceu as primárias <strong>de</strong> junho<br />

contra seu rival partidário, Jorge Larrañaga, que agora o acompanha <strong>na</strong> chapa<br />

presi<strong>de</strong>ncial como vice.<br />

Diante da popularida<strong>de</strong> do governo do esquerdista Tabaré Vazquez, Lacalle<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u que as reformas liberais <strong>de</strong> seu governo, estigmatizadas por setores<br />

da Frente Ampla, foram fundamentais para a atual situação do país.<br />

Mas, apesar do apoio <strong>de</strong> Pedro Bordaberry, terceiro colocado no primeiro<br />

turno, Lacalle permaneceu atrás <strong>na</strong>s pesquisas e praticamente admitiu a<br />

<strong>de</strong>rrota ao dizer <strong>na</strong> sema<strong>na</strong> passada que, historicamente, seu partido esteve<br />

acostumado a ficar fora do po<strong>de</strong>r.<br />

Com France Presse e Reuters<br />

Dia: 29/11/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “Jor<strong>na</strong>l do Brasil”<br />

Link da notícia:<br />

http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/11/29/e291127703.asp<br />

Resumo: O povo hondurenho já está votando. Em clima <strong>de</strong> aparente<br />

tranqüilida<strong>de</strong>.<br />

29/11/2009 - 21h30<br />

Lula diz que Brasil "não tem <strong>na</strong>da que repensar sobre Honduras"<br />

da Folha Online<br />

Atualizado às 22h22.<br />

O presi<strong>de</strong>nte brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou neste domingo que<br />

seu governo "não tem <strong>na</strong>da que repensar" em relação a Honduras e que,<br />

portanto, não reconhecerá o resultado das eleições <strong>de</strong> hoje.<br />

"Sobre o caso <strong>de</strong> Honduras, tive uma conversa com Celso Amorim [ministro<br />

das Relações Exteriores do Brasil] e disse a ele que o Brasil não tem porque<br />

repensar <strong>na</strong>da", disse Lula aos jor<strong>na</strong>listas após chegar ao balneário português<br />

<strong>de</strong> Estoril para assistir a 19ª Cúpula Ibero-America<strong>na</strong>.<br />

Lula disse que o Brasil ia manter sua posição para não "enviar um si<strong>na</strong>l para<br />

outros aventureiros".


"Se os países que po<strong>de</strong>m [...] fazer gestos não fizerem então nós não sabemos<br />

on<strong>de</strong> mais po<strong>de</strong>ria haver um golpe", disse Lula a jor<strong>na</strong>listas. "Então, minha<br />

opinião é que o Brasil não tem <strong>de</strong> reconhecer [as eleições]".<br />

"O Brasil manterá sua posição, pois não é possível aceitar um golpe <strong>de</strong> Estado,<br />

seja ele militar [...] ou civil."<br />

Além <strong>de</strong> apontar o sucessor do presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto Manuel Zelaya, que<br />

<strong>de</strong>ixaria o cargo em janeiro <strong>de</strong> 2010, as eleições servirão ainda para eleger três<br />

vice-presi<strong>de</strong>ntes, 128 parlamentares e 298 prefeitos.<br />

O Brasil é um dos principais <strong>de</strong>fensores do retorno <strong>de</strong> Manuel Zelaya ao po<strong>de</strong>r,<br />

e abriga o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto em sua embaixada em Tegucigalpa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 21 <strong>de</strong><br />

setembro, quando ele retornou clan<strong>de</strong>sti<strong>na</strong>mente à capital, dois meses <strong>de</strong>pois<br />

<strong>de</strong> ter sido expulso do po<strong>de</strong>r e do país.<br />

Mesmo com gran<strong>de</strong> parte da comunida<strong>de</strong> inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l ameaçando não<br />

reconhecer o pleito, por consi<strong>de</strong>rar que houve um golpe <strong>de</strong> Estado, em<br />

Honduras os cinco candidatos presi<strong>de</strong>nciais sublinharam hoje a importância da<br />

eleição como uma saída da crise política.<br />

A votação <strong>de</strong>ste domingo, que se <strong>de</strong>senvolveu em um clima <strong>de</strong> tensão, mas<br />

com ape<strong>na</strong>s um inci<strong>de</strong>nte violento --o choque entre manifestantes e policiais<br />

em San Pedro Sula-- foi encerrada às 17h (21h em Brasília). O Tribu<strong>na</strong>l<br />

Eleitoral informou que houve uma abstenção <strong>de</strong> 35%, menor que a da eleição<br />

<strong>de</strong> 2005, mas a frente pró-Zelaya disse que cerca <strong>de</strong> 70% dos eleitores não<br />

foram votar.<br />

Racha<br />

O Brasil ganhou papel central <strong>na</strong> crise em Honduras após a escolha da sua<br />

embaixada em Tegucigalpa como abrigo para Zelaya. Ele li<strong>de</strong>ra <strong>na</strong> OEA<br />

(Organização dos Estados Americanos) o bloco <strong>de</strong> países --que inclui ainda<br />

Argenti<strong>na</strong>, Chile, Venezuela, Nicarágua e Bolívia-- que rejeitam a eleição sem a<br />

restituição <strong>de</strong> Zelaya.<br />

O argumento brasileiro é <strong>de</strong> que o Acordo <strong>de</strong> San José-Tegucigalpa, assi<strong>na</strong>do<br />

por ambas as partes em 30 <strong>de</strong> outubro, estabelece a restituição <strong>de</strong> Zelaya<br />

antes da votação e que não haverá votação livre sob o governo interino.<br />

Os EUA argumentam que as eleições estavam convocadas antes da<br />

<strong>de</strong>posição, e que os candidatos já estavam <strong>de</strong>finidos. Apesar <strong>de</strong> minoria, o<br />

bloco tem o país com mais po<strong>de</strong>r econômico e influência tanto sobre Honduras


como sobre a entida<strong>de</strong>.<br />

A OEA <strong>de</strong>ve fazer uma nova reunião no próximo dia 4 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, <strong>de</strong>pois<br />

das eleições e do parecer do Congresso hondurenho sobre a restituição <strong>de</strong><br />

Zelaya, para <strong>de</strong>finir se aceita a legitimida<strong>de</strong> das eleições e se, com isso,<br />

cancela a suspensão <strong>de</strong> Honduras da entida<strong>de</strong>.<br />

29/11/2009 - 23h39<br />

Boca <strong>de</strong> ur<strong>na</strong> aponta vitória <strong>de</strong> candidato oposicionista em Honduras<br />

da Folha Online<br />

O candidato oposicionista Porfirio Lobo aparece com uma li<strong>de</strong>rança clara <strong>na</strong>s<br />

pesquisas <strong>de</strong> boca <strong>de</strong> ur<strong>na</strong> divulgadas após a eleição presi<strong>de</strong>ncial em<br />

Honduras, realizada neste domingo em meio à divisão inter<strong>na</strong> e entre os países<br />

do continente, rachados em relação à legitimida<strong>de</strong> do pleito.<br />

A eleição é vista pelos Estados Unidos e alguns aliados como uma saída para<br />

crise política hondurenha, agravada há cinco meses pela <strong>de</strong>posição do<br />

presi<strong>de</strong>nte Manuel Zelaya, expulso do país pelo Exército, em uma ação que<br />

teve apoio da Suprema Corte e do Congresso, que reagiram a uma tentativa<br />

consi<strong>de</strong>rada ilegal <strong>de</strong> fazer uma consulta popular sobre mudanças<br />

constitucio<strong>na</strong>is.<br />

Mas, enquanto Washington <strong>de</strong>ve reconhecer a votação, os gover<strong>na</strong>ntes <strong>de</strong><br />

esquerda como os presi<strong>de</strong>ntes do Brasil, Argenti<strong>na</strong> e Venezuela e outros<br />

países latino-americanos dizem que a eleição é inválida, porque foi apoiada por<br />

um governo interino que consi<strong>de</strong>ram golpista.<br />

Os EUA argumentam que a eleição estava convocada antes da <strong>de</strong>posição e<br />

que os candidatos já estavam escolhidos.<br />

Uma pesquisa da estação <strong>de</strong> rádio HRN mostra o conservador Lobo, do<br />

Partido Nacio<strong>na</strong>l (PN), com mais <strong>de</strong> 55% da votação, contra 39% <strong>de</strong> Elvin<br />

Santos, do Partido Liberal, o mesmo <strong>de</strong> Zelaya e do presi<strong>de</strong>nte interino,<br />

Roberto Micheletti.<br />

Duas pesquisas <strong>de</strong> boca <strong>de</strong> ur<strong>na</strong> divulgadas por outros meios <strong>de</strong> comunicação<br />

também mostram Lobo, um rico fazen<strong>de</strong>iro, bem à frente. O candidato do PN é<br />

visto como mais capaz do que Santos <strong>de</strong> tirar Honduras do impasse político e<br />

do isolamento diplomático.<br />

"Esta eleição é um passo importante para consolidar um governo que possa


nos unir", disse Lobo, após a votação. Ele já <strong>de</strong>u si<strong>na</strong>is <strong>de</strong> que preten<strong>de</strong> fazer<br />

um governo <strong>de</strong> unida<strong>de</strong> e disse que Zelaya po<strong>de</strong>rá sair sem medo <strong>de</strong> ser preso<br />

da embaixada brasileira em Tegucigalpa, on<strong>de</strong> o presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto<br />

permanece <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 21 <strong>de</strong> setembro, quando voltou clan<strong>de</strong>sti<strong>na</strong>mente ao país.<br />

Consi<strong>de</strong>rado fundamental para a legitimida<strong>de</strong> da votação, o nível <strong>de</strong><br />

participação <strong>de</strong> eleitores ainda é incerto.<br />

Após o fechamento das seções eleitorais, o Tribu<strong>na</strong>l Supremo Eleitoral (TSE)<br />

disse que abstenção tinha sido <strong>de</strong> 35%, menor que a da última eleição, em<br />

2005, mas a frente pró-Zelaya, que convocara um "toque <strong>de</strong> recolher cívico",<br />

chamou a votação <strong>de</strong> um "fracasso", com cerca <strong>de</strong> 70% <strong>de</strong> abstenção.<br />

Apesar da tensão, as eleições aconteceram em clima <strong>de</strong> relativa tranquilida<strong>de</strong>.<br />

O principal inci<strong>de</strong>nte foi um choque entre policiais e membros da Frente <strong>de</strong><br />

<strong>Resistência</strong> ao Golpe <strong>de</strong> Estado, <strong>na</strong> cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> San Pedro Sula, a segunda<br />

maior do país.<br />

Além do cargo <strong>de</strong> presi<strong>de</strong>nte, estão em disputa todos os assentos do<br />

Parlamento do país, as prefeituras e câmaras municipais.<br />

O secretário-geral da OEA (Organização dos Estado Americanos) anunciou<br />

uma reunião reunião no próximo dia 4 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro para discutir as eleições e<br />

o parecer do Congresso hondurenho sobre a restituição <strong>de</strong> Zelaya.<br />

Enquanto ocorria a votação, o presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que<br />

o Brasil "não tem <strong>na</strong>da que repensar" em relação a Honduras e que, portanto,<br />

não reconhecerá o resultado das eleições, para não incentivar golpes em<br />

outros países.<br />

O TSE <strong>de</strong>ve divulgar resultados parciais da apuração ainda <strong>na</strong> madrugada<br />

<strong>de</strong>sta segunda-feira.<br />

Com Reuters, Efe e France Presse<br />

Lunes, 30 <strong>de</strong> noviembre <strong>de</strong> 2009 (Pági<strong>na</strong> 12)<br />

Cristi<strong>na</strong> en la Cumbre Iberoamerica<strong>na</strong><br />

"Las elecciones en Honduras fueron un simulacro"<br />

Luego <strong>de</strong> felicitar a "Pepe" Mujica por su triunfo en Uruguay, la Presi<strong>de</strong>nta<br />

reconoció que "es público y notorio que hay diferencias respecto <strong>de</strong> Honduras<br />

entre nosotros. Los cancilleres están tratando <strong>de</strong> elaborar u<strong>na</strong> <strong>de</strong>claración<br />

conjunta". "Estimo -afirmó Cristi<strong>na</strong> en rueda <strong>de</strong> prensa- que se llegará a un<br />

acuerdo o habrá u<strong>na</strong> <strong>de</strong>claración <strong>de</strong> la presi<strong>de</strong>ncia", a cargo <strong>de</strong> Portugal,


fórmula diplomática que ya se utilizó en la cumbre <strong>de</strong> las Américas <strong>de</strong> Trinidad<br />

y Tobago.<br />

Cristi<strong>na</strong> precisó que Brasil, Ecuador, Paraguay, Uruguay, Pa<strong>na</strong>má, Chile y<br />

España comparten la posición argenti<strong>na</strong>, <strong>de</strong> con<strong>de</strong><strong>na</strong> al golpe <strong>de</strong> Estado<br />

encabezado por Roberto Micheletti.<br />

La mandataria argenti<strong>na</strong> habló durante la apertura <strong>de</strong> la XIX Cumbre<br />

Iberoamerica<strong>na</strong> <strong>de</strong> Jefes y Jefas <strong>de</strong> Gobierno, que se <strong>de</strong>sarrolla en Estoril,<br />

Portugal y llamó a "agregar valor, <strong>de</strong> modo tal que agregando valor tengamos<br />

más trabajo y mejor remunerado, que son las claves para llegar a la equidad y<br />

romper la brecha <strong>de</strong> la <strong>de</strong>sigualdad que ha convertido a nuestro continente,<br />

precisamente América lati<strong>na</strong>, no en el más pobre pero sí en el más inequitativo<br />

en la distribución <strong>de</strong>l ingreso".<br />

"Creo que innovación y conocimiento, tecnología, biotecnología,<br />

<strong>na</strong>notecnología, software, informática, pue<strong>de</strong>n penetrar todas las distintas<br />

ca<strong>de</strong><strong>na</strong>s <strong>de</strong> valor, y sobre todo en nuestros países, que se han caracterizado<br />

por u<strong>na</strong> fuerte primarización en su producción y en sus exportaciones",<br />

completó la mandataria.<br />

Luego Cristi<strong>na</strong> felicitó al mandatario electo <strong>de</strong> Uruguay, José Mujica, a quien<br />

llamó "amigo y compañero", y <strong>de</strong>stacó el <strong>de</strong>sarrollo <strong>de</strong> las elecciones <strong>de</strong>l país<br />

vecino en el marco <strong>de</strong> "la más absoluta legalidad <strong>de</strong>mocrática".<br />

"Quiero -y <strong>de</strong> aquí diviso la figura <strong>de</strong> mi querido amigo el vicepresi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> la<br />

herma<strong>na</strong> República Oriental <strong>de</strong>l Uruguay- felicitar a Uruguay, al hermano<br />

pueblo, por los comicios realizados en el día <strong>de</strong> ayer, en el marco <strong>de</strong> la más<br />

absoluta legalidad <strong>de</strong>mocrática, como nos tiene acostumbrado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> hace<br />

muchos años afortu<strong>na</strong>damente el continente y también Uruguay", dijo la<br />

Presi<strong>de</strong>nta.<br />

"Y si se me permite, yo sé que aquí hay jefes <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong> distintas<br />

orientaciones políticas, felicitar a mi amigo y compañero José Mujica como el<br />

presi<strong>de</strong>nte electo <strong>de</strong> todos los uruguayos", agregó la jefa <strong>de</strong> Estado.<br />

Tras referirse al triunfo <strong>de</strong> Mújica, la jefa <strong>de</strong> Estado argenti<strong>na</strong> hizo referencia a<br />

los comicios en Honduras.<br />

"La mención <strong>de</strong> elecciones <strong>de</strong>mocráticas en el Uruguay tor<strong>na</strong> insoslayable<br />

también el abordaje <strong>de</strong> otras pseudo elecciones realizadas en el continente y


que tuvieron lugar, yo diría casi un simulacro en Honduras, si se me permite la<br />

adjetivación, en el marco también <strong>de</strong> la más absoluta ilegalidad <strong>de</strong>mocrática",<br />

dijo.<br />

"Todos saben cuál ha sido la postura <strong>de</strong> la Argenti<strong>na</strong>, no voy a reiterarla porque<br />

voy a escuchar las opiniones <strong>de</strong> todos, pero quiero que nos planteemos como<br />

u<strong>na</strong> suerte <strong>de</strong> mirada <strong>de</strong> lo que está sucediendo en el mundo y particularmente<br />

en la región", agregó.<br />

30/11/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “O Globo”<br />

Link da notícia: http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/11/29/candidato-<br />

da-oposicao-porfirio-lobo-vence-eleicoes-em-honduras-914978256.asp<br />

O candidato <strong>de</strong> oposição <strong>de</strong> Honduras, Porfirio Lobo, venceu as eleições<br />

presi<strong>de</strong>nciais.<br />

País: Brasil<br />

Lunes, 30 <strong>de</strong> noviembre <strong>de</strong> 2009 (Pági<strong>na</strong> 12)<br />

Delira la rambla<br />

Mujica ganó con casi el 53 por ciento<br />

El presi<strong>de</strong>nte electo <strong>de</strong> Uruguay, José "Pepe" Mujica, obtuvo 52,99 por ciento<br />

<strong>de</strong> los votos contra 42,92 por ciento <strong>de</strong>l ex mandatario Luis Alberto Lacalle en<br />

la segunda vuelta <strong>de</strong> ayer, con el 96,56 por ciento <strong>de</strong> los circuitos<br />

contabilizados.<br />

Ayer Mujica encabezó ante u<strong>na</strong> multitud el festejo por la victoria, en un<br />

esce<strong>na</strong>rio montado en la costanera <strong>de</strong> Montevi<strong>de</strong>o.<br />

Estos resultados correspon<strong>de</strong>n al escrutinio primario, que no incluye a los votos<br />

observados (perso<strong>na</strong>s que votan en colegios electorales que no les<br />

correspon<strong>de</strong>n), y que serán contabilizados a partir <strong>de</strong>l martes. Los sufragios en<br />

blanco y anulados alcanzan el 4,08 por ciento.<br />

De los 19 <strong>de</strong>partamentos que componen el territorio uruguayo, el presi<strong>de</strong>nte<br />

electo se impuso sólo en cinco, pero se trata <strong>de</strong> los más gran<strong>de</strong>s en cantidad<br />

<strong>de</strong> habitantes, <strong>de</strong>muestra el escrutinio oficial <strong>de</strong>l balotaje <strong>de</strong> ayer.<br />

Mujica triunfó por un amplio margen en Montevi<strong>de</strong>o (59,5 por ciento contra 35,5


<strong>de</strong> Lacalle, 2,3 en blanco y 2 anulados), distrito que alberga a poco más <strong>de</strong> un<br />

millón <strong>de</strong> votantes, <strong>de</strong> un total <strong>de</strong> 2,5 millones en todo el país.<br />

También se impuso en el segundo <strong>de</strong>partamento más importante en cantidad<br />

<strong>de</strong> votantes, Canelones, con u<strong>na</strong> diferencia <strong>de</strong> 57,4 a 37,8 por ciento, y<br />

completó con triunfos en Salto, Paysandú y Soriano.<br />

Lacalle, en cambio, ganó en Florida, Lavalleja, Durazno, Cerro Largo, Treinta y<br />

Tres, Rivera, Tacuarembó, Artigas, Río Negro, Flores, Colonia, San José,<br />

Maldo<strong>na</strong>do y Rocha.<br />

El ministro <strong>de</strong> la Corte Electoral, Wilfredo Penco, dijo que se <strong>de</strong>morará al<br />

menos hasta la tar<strong>de</strong> para contabilizar el 100 por ciento <strong>de</strong> las mesas, <strong>de</strong>bido a<br />

que "se trata <strong>de</strong> ur<strong>na</strong>s <strong>de</strong> zo<strong>na</strong>s inundadas o que fueron afectadas por u<strong>na</strong><br />

enorme tormenta anoche en el norte <strong>de</strong>l país, en especial <strong>de</strong>l <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong><br />

Rivera (limítrofe con Brasil)".<br />

Asimismo, indicó que el resultado fi<strong>na</strong>l oficial con el escrutinio secundario<br />

estará disponible el jueves.<br />

02/12/2009 - 09h59<br />

Mujica se volta ao Brasil por questão <strong>de</strong> energia uruguaia<br />

SILVANA ARANTES<br />

enviado especial da Folha <strong>de</strong> S. Paulo a Montevidéu (Uruguai)<br />

"Temos problemas <strong>de</strong> sobra, mas estamos bem <strong>na</strong> relação com o Brasil",<br />

afirmou à Folha o presi<strong>de</strong>nte eleito do Uruguai, José Mujica, após se encontrar<br />

ontem, em Montevidéu, com o embaixador brasileiro no Uruguai, José Felicio.<br />

O funcio<strong>na</strong>mento do Mercosul e um entrave imposto pela Argenti<strong>na</strong> a um plano<br />

<strong>de</strong> cooperação energética entre Uruguai e Brasil foram tratados no encontro,<br />

preparatório para reunião entre Mujica e Lula, <strong>na</strong> próxima terça --ele também<br />

se reunirá com a presi<strong>de</strong>nte argenti<strong>na</strong> Cristi<strong>na</strong> Kirchner.<br />

Mujica si<strong>na</strong>lizou que proporá a Lula flexibilizar o Mercosul. "Talvez tenhamos<br />

que articular políticas que levem em conta as assimetrias [entre os países-<br />

membros]", disse.<br />

"Por sermos um país pequeno, somos propensos a ter uma atitu<strong>de</strong> mais aberta<br />

[ao comércio extrazo<strong>na</strong>], mas países gran<strong>de</strong>s como o Brasil têm outro tipo <strong>de</strong><br />

problema", afirmou.<br />

O principal tema da pauta <strong>de</strong>verá ser o projeto <strong>de</strong> "interconexão elétrica" entre


Brasil e Uruguai, que dispensaria o vizinho <strong>de</strong> importar energia brasileira via<br />

Argenti<strong>na</strong>, o que eleva os custos da operação.<br />

Para concretizar o projeto, Brasil e Uruguai haviam acordado empréstimo <strong>de</strong><br />

US$ 80 milhões, via um fundo <strong>de</strong> investimentos do Mercosul irrigado por verba<br />

brasileira.<br />

A Argenti<strong>na</strong> vetou o investimento em represália ao atrito que mantém com o<br />

Uruguai em torno da instalação <strong>de</strong> uma fábrica <strong>de</strong> celulose <strong>na</strong> fronteira,<br />

aprovada por Montevidéu sem consentimento argentino.<br />

Mujica disse que irá "lutar muito para melhorar a relação com a Argenti<strong>na</strong>, que<br />

é <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>nte para o Uruguai".<br />

O fato <strong>de</strong> Mujica haver tomado a iniciativa do encontro indica, para o<br />

embaixador brasileiro, "a importância que ele dá à relação entre os dois<br />

países".<br />

Mujica confirmou ainda querer a presença da oposição em seu ministério.<br />

"Tentaremos estabelecer os acordos maiores. Se não for possível, faremos os<br />

médios e pequenos."<br />

A alter<strong>na</strong>tiva, em caso <strong>de</strong> recusa da oposição ou veto <strong>de</strong> sua legenda ao<br />

acordo, seria a presidência <strong>de</strong> estatais e o segundo escalão.<br />

02/12/2009 - 20h32<br />

Argenti<strong>na</strong> i<strong>de</strong>ntifica restos <strong>de</strong> espanhol <strong>de</strong>saparecido <strong>na</strong> ditadura<br />

da France Presse, em Buenos Aires<br />

O corpo do espanhol Manuel Coley Robles, sequestrado em 1976 pela ditadura<br />

argenti<strong>na</strong> (1976-83), foi i<strong>de</strong>ntificado durante exumação realizada em um<br />

cemitério público, anunciou nesta quarta-feira uma fonte judicial.<br />

A i<strong>de</strong>ntificação foi feita pela justiça argenti<strong>na</strong> com a cooperação da equipe <strong>de</strong><br />

Antropologia Forense, como parte da Iniciativa Latino-America<strong>na</strong> <strong>de</strong><br />

I<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> Desaparecidos.<br />

Segundo a Corte Suprema <strong>de</strong> Justiça, Coley Robles <strong>na</strong>sceu no dia 29 <strong>de</strong> junho<br />

<strong>de</strong> 1934 em Barcelo<strong>na</strong> e vivia <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong>, on<strong>de</strong> era <strong>de</strong>legado sindical da<br />

empresa Rigolleau (vidros), localizada em Berazategui (periferia sul).<br />

O homem havia sido sequestrado em sua casa no dia 27 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1976,<br />

"por um grupo armado <strong>de</strong> 20 pessoas que se i<strong>de</strong>ntificaram como pertencentes<br />

ao Exército argentino, <strong>na</strong> hora do jantar, <strong>na</strong> frente da mulher e dos filhos


pequenos.<br />

Manuel passou por vários centros <strong>de</strong> extermínio da ditadura, entre eles o<br />

chamado "Pozo <strong>de</strong> Quilmes", <strong>de</strong> acordo com <strong>de</strong>poimentos <strong>de</strong> sobreviventes.<br />

Segundo a Justiça, o corpo apresentava múltiplas marcas <strong>de</strong> bala e a morte<br />

ocorreu em fevereiro <strong>de</strong> 1977.<br />

A ditadura <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong> <strong>de</strong>ixou 30 mil <strong>de</strong>saparecidos.<br />

04/12/2009 - 08h47<br />

Posse <strong>na</strong> Câmara vira disputa <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong><br />

SILVANA ARANTES<br />

da Folha <strong>de</strong> S. Paulo, em Buenos Aires (Argenti<strong>na</strong>)<br />

A sessão <strong>de</strong> juramento <strong>de</strong> posse dos <strong>de</strong>putados argentinos eleitos em junho<br />

passado, quando o kirchnerismo saiu <strong>de</strong>rrotado das ur<strong>na</strong>s, <strong>de</strong>rivou ontem, em<br />

Buenos Aires, no primeiro impasse entre a maioria opositora recém-eleita e a<br />

bancada governista, sob o comando do ex-presi<strong>de</strong>nte Néstor Kirchner (2003-<br />

2007), que assume ca<strong>de</strong>ira <strong>na</strong> Câmara.<br />

Pouco antes da hora <strong>de</strong> início (17h locais), a sessão foi adiada<br />

in<strong>de</strong>finidamente. Nos bastidores, ocorria o impasse em torno dos temas que<br />

seriam votados <strong>na</strong> sequência do juramento -a formação das comissões que<br />

dão aval ao trâmite dos projetos, a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> seus lí<strong>de</strong>res e da nova diretoria<br />

da Câmara.<br />

Deputados oposicionistas chegaram a celebrar a realização <strong>de</strong> um acordo pelo<br />

qual o kirchnerismo manteria a presidência das comissões e a oposição, a<br />

maioria dos membros.<br />

Pelo trato, os governistas teriam a Presidência da Câmara, respeitando o<br />

regulamento da Casa, que dá o cargo ao maior partido. O <strong>de</strong>putado Ricardo<br />

Alfonsín (Acordo Cívico e Social) seria o vice-presi<strong>de</strong>nte. Os dois cargos estão<br />

<strong>na</strong> linha <strong>de</strong> sucessão presi<strong>de</strong>ncial, em caso <strong>de</strong> vacância.<br />

"Tentaremos substituir a lógica da confrontação pela lógica da negociação",<br />

afirmou Alfonsín. Porém, "quando a oposição aceitou o acordo, os governistas<br />

voltaram atrás", disse a <strong>de</strong>putada opositora Elisa Carrió (Coalizão Cívica). Teria<br />

sido uma <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> Kirchner.<br />

Usufruindo <strong>de</strong> sua maioria, a oposição <strong>de</strong>cidiu ir ao plenário e alcançou o<br />

quorum. As ca<strong>de</strong>iras da bancada governista permaneciam vazias. Após breve


espera, a oposição <strong>de</strong>cidiu iniciar a sessão. Os governistas, então, <strong>de</strong>cidiram ir<br />

ao recinto e participar da sessão.<br />

Depois <strong>de</strong> jurar, os <strong>de</strong>putados discutiram rispidamente sobre a votação, que<br />

não havia ocorrido até a conclusão <strong>de</strong>sta edição. Kirchner jurou "por Deus, pela<br />

Pátria e pelos santos evangelhos exercer fielmente o cargo <strong>de</strong> <strong>de</strong>putado e<br />

trabalhar sempre <strong>de</strong> acordo com o que prescreve a Constituição".<br />

Com a convocação <strong>de</strong> militantes kirchneristas que lotaram a região do<br />

Congresso, o marido da atual presi<strong>de</strong>nte, Cristi<strong>na</strong> Kirchner, fez <strong>de</strong> seu<br />

juramento um ato da campanha à sucessão da mulher.<br />

04/12/2009 - 09h27<br />

Indíge<strong>na</strong>, esquerdista e cocalero, Morales tenta "refundar" Bolívia<br />

IAGO BOLÍVAR<br />

da Folha Online<br />

Primeiro presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> esquerda da Bolívia, Evo Morales enfrentou pressões<br />

econômicas e sociais para resistir, durante seu mandato, à histórica<br />

instabilida<strong>de</strong> que fez o país ter um governo diferente a cada dois anos e meio<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que alcançou a in<strong>de</strong>pendência, em 1825.<br />

Depois <strong>de</strong> uma queda <strong>de</strong> braço com a oposição, concentrada nos bastiões dos<br />

governos dos Departamentos e no Se<strong>na</strong>do, Morales saiu fortalecido <strong>de</strong> um<br />

referendo revogatório em 2008 ao qual alguns <strong>de</strong> seus oponentes sucumbiram.<br />

Ele também conseguiu, por meio <strong>de</strong> referendo, abrir caminho para uma nova<br />

Constituição, que reforçou a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> indíge<strong>na</strong> do país, aumentou o po<strong>de</strong>r do<br />

Estado e lhe <strong>de</strong>u a chance disputar a reeleição.<br />

Como uma forma <strong>de</strong> diminuir as resistências, Morales afirmou que esta será a<br />

única vez que concorrerá novamente ao cargo, embora haja a interpretação <strong>de</strong><br />

que po<strong>de</strong>ria disputar novamente a Presidência em 2014, se reeleito.<br />

Sua <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> "refundar" o país e enfrentar adversários, a amiza<strong>de</strong> e<br />

aliança com o presi<strong>de</strong>nte da Venezuela, Hugo Chávez, seu apelo midiático e o<br />

controle sobre os sindicatos da Bolívia têm <strong>de</strong>spertado tanto entusiasmo como<br />

rejeição intensa.<br />

Um exemplo disso é, por um lado o apoio popular à sua política <strong>de</strong><br />

<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lização da economia e a distribuição <strong>de</strong> "bônus" para crianças,<br />

mulheres e pessoas com mais <strong>de</strong> 60 anos e, por outro, seus ataques ao


Judiciário, que <strong>de</strong>ixaram este po<strong>de</strong>r quase inoperante.<br />

Nesta sema<strong>na</strong>, ele prometeu uma reforma da Justiça que, segundo ele,<br />

permitirá a prisão dos candidatos a presi<strong>de</strong>nte e vice da principal chapa <strong>de</strong><br />

oposição <strong>na</strong>s eleições --o candidato a vice já está preso e conseguiu<br />

autorização judicial para concorrer.<br />

Suas relações exter<strong>na</strong>s também <strong>de</strong>spertam polêmicas. Morales é um dos<br />

membros entusiásticos da Alba (Aliança Bolivaria<strong>na</strong> das Américas), a união <strong>de</strong><br />

<strong>na</strong>ções <strong>de</strong> governos esquerdistas li<strong>de</strong>rada por Chávez, e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> um caminho<br />

para o "socialismo".<br />

Crítico duro do capitalismo e do "imperialismo dos Estados Unidos", Morales<br />

expandiu o controle do Estado sobre a economia, <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lizou campos <strong>de</strong> gás<br />

que estavam concedidos a empresas estrangeiras e levou a participação<br />

estatal a pular 13% para 27% em seu governo, e o orçamento, que foi <strong>de</strong> US$<br />

8 bilhões em 2005 chegou a US$ 19 bilhões neste ano, segundo dados do<br />

vice-presi<strong>de</strong>nte, Álvaro Garcia Linera.<br />

Biografia<br />

Apresentando-se como o primeiro presi<strong>de</strong>nte indíge<strong>na</strong> do país em que a<br />

maioria da população <strong>de</strong>scen<strong>de</strong> dos povos originários, Morales faz questão <strong>de</strong><br />

reforçar sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> aymará. Ele <strong>na</strong>sceu em uma peque<strong>na</strong> construção <strong>de</strong><br />

barro e palha no pla<strong>na</strong>lto andino em uma peque<strong>na</strong> comunida<strong>de</strong> no<br />

<strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> Oruro, mais <strong>de</strong> 400 quilômetros ao sul <strong>de</strong> La Paz. Seus pais<br />

eram agricultores.<br />

Morales teve seis irmãos, mas só ele e outros dois, Hugo e Esther,<br />

sobreviveram. Na infância, ele foi pastor <strong>de</strong> lhamas e cultivou a terra estéril dos<br />

An<strong>de</strong>s, mais <strong>de</strong> 3.000 metros acima do nível do mar, on<strong>de</strong> o produto por<br />

excelência é a batata.<br />

Os professores da peque<strong>na</strong> escola rural <strong>de</strong> sua al<strong>de</strong>ia <strong>na</strong>tal dizem se lembrar<br />

<strong>de</strong>le como 'um bom aluno', mas Morales não terminou o segundo grau. Durante<br />

seu governo, ele recebeu doutoramento 'honoris causa' em universida<strong>de</strong>s <strong>na</strong><br />

Bolívia, Argenti<strong>na</strong>, Equador, Rússia, Venezuela, Pa<strong>na</strong>má e República<br />

Dominica<strong>na</strong>.<br />

Aos 16 anos, foi com sua família para a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Oruro, on<strong>de</strong> ingressou no<br />

serviço militar. Foi <strong>na</strong> banda militar que ele apren<strong>de</strong>u a tocar trombeta, uma <strong>de</strong><br />

suas habilida<strong>de</strong>s mais conhecidas junto à fama <strong>de</strong> ter um bom domínio da bola


no futebol.<br />

Coca<br />

Na década <strong>de</strong> 80, ele emigrou em busca <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s <strong>na</strong> região tropical <strong>de</strong><br />

Chapare, em Cochabamba, on<strong>de</strong> entrou para o sindicalismo dos cocaleiros.<br />

A <strong>de</strong>fesa do cultivo da folha <strong>de</strong> coca --que <strong>na</strong> Bolívia é usada em rituais e como<br />

alimento e remédio <strong>de</strong>s<strong>de</strong> tempos ancestrais, embora o exce<strong>de</strong>nte seja<br />

<strong>de</strong>sti<strong>na</strong>do ao <strong>na</strong>rcotráfico-- o elevou ao topo dos movimentos camponeses<br />

cocaleiros e <strong>de</strong>u início ao choque com a posição do governo, apoiada pelos<br />

Estados Unidos, <strong>de</strong> erradicação do cultivo.<br />

A trajetória sindical <strong>de</strong> Morales, solteiro e pai <strong>de</strong> dois filhos <strong>de</strong> diferentes mães,<br />

foi seu trampolim para a política. Em 1995, ele fundou o Instrumento Político<br />

para a Soberania dos Povos, que participou das eleições com o nome <strong>de</strong><br />

Movimento Ao Socialismo (MAS), seu partido até hoje.<br />

Evo Morales chegou ao Congresso com o partido, mas não abandonou a<br />

direção sindical, o que lhe valeu duras críticas.<br />

Presidência<br />

Em 2002, quando foi candidato à Presidência pela primeira vez, essa dualida<strong>de</strong><br />

representou para Morales a expulsão do Congresso <strong>de</strong>vido a uma suposta<br />

transgressão da ética parlamentar.<br />

Sua saída do Legislativo coincidiu com a Presidência <strong>de</strong> Jorge Quiroga, seu<br />

principal adversário <strong>na</strong>s eleições do próximo dia 18.<br />

Mas a punição acabou tendo efeitos positivos, já que <strong>na</strong>s eleições gerais <strong>de</strong><br />

2002 ele conseguiu um surpreen<strong>de</strong>nte segundo lugar, atrás <strong>de</strong> Gonzalo<br />

Sánchez <strong>de</strong> Lozada, graças a um discurso com um forte sotaque do campo<br />

andino.<br />

A<strong>na</strong>listas concordam que as <strong>de</strong>clarações que o então embaixador dos Estados<br />

Unidos em La Paz, Manuel Rocha, fez contra Morales poucos dias antes do<br />

pleito contribuíram para sua ascensão repenti<strong>na</strong>.<br />

Foi o primeiro choque público entre Washington e o socialista aymará, que<br />

nunca escon<strong>de</strong>u sua fasci<strong>na</strong>ção pelo revolucionário Ernesto Che Guevara,<br />

assassi<strong>na</strong>do <strong>na</strong> Bolívia pelos militares em 1967.<br />

Favorito<br />

Como lí<strong>de</strong>r da oposição e promotor <strong>de</strong> protestos, Morales teve um papel <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>staque <strong>na</strong> queda do ex-presi<strong>de</strong>nte Sánchez <strong>de</strong> Lozada, em outubro <strong>de</strong> 2003,


e <strong>de</strong> seu sucessor, Carlos Mesa, em junho <strong>de</strong> 2005, que levou à convocação<br />

das eleições antecipadas em que foi eleito pela primeira vez.<br />

Após assumir a Presidência, ele se manteve à frente do movimento dos<br />

cocaleros, apesar das críticas renovadas, e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lmente o fim<br />

da crimi<strong>na</strong>lização do uso tradicio<strong>na</strong>l da folha no país.<br />

Com mais <strong>de</strong> 50% das intenções <strong>de</strong> voto, Morales diz que preten<strong>de</strong> conseguir<br />

mais <strong>de</strong> 70% dos votos no domingo. Seu partido também almeja conquistar<br />

uma maioria <strong>de</strong> dois terços no Se<strong>na</strong>do, o que tiraria da oposição um dos<br />

poucos instrumentos <strong>de</strong> bloqueio das reformas continuadas rumo à nova<br />

Bolívia que Morales <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>, o que <strong>de</strong>ve incluir uma ampliação da reforma<br />

agrária e a expansão ainda maior do controle estatal sobre a economia.<br />

04/12/2009 - 19h45<br />

América Lati<strong>na</strong> terá forte crescimento em 2010, dizem a<strong>na</strong>listas<br />

da Efe, em Miami (EUA)<br />

A recuperação econômica <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong> já começou e em 2010 está<br />

previsto um crescimento <strong>de</strong> 4%, bem superior ao dos países <strong>de</strong>senvolvidos,<br />

que será <strong>de</strong> 2,5%, segundo a<strong>na</strong>listas americanos.<br />

As más notícias sobre o <strong>de</strong>sempenho da economia <strong>na</strong> América Lati<strong>na</strong>, que<br />

experimentou uma contração <strong>de</strong> 1% neste ano, mudarão <strong>de</strong> si<strong>na</strong>l com um claro<br />

crescimento a partir <strong>de</strong> 2010, assi<strong>na</strong>lou Kathryn G. Rooney, do grupo Bulltick<br />

Capital Markets.<br />

A especialista consi<strong>de</strong>rou que os "mercados e o mundo mais <strong>de</strong>senvolvido",<br />

como os Estados Unidos, Japão e Europa, enfrentam um "ajuste mais forte" e<br />

um abrandamento do crescimento econômico.<br />

Em contraste com os países mais industrializados, os mercados da América<br />

Lati<strong>na</strong> não estão tão i<strong>na</strong>tivos e vão se beneficiar <strong>de</strong> um maior crescimento<br />

econômico, sustentou Rooney no fórum "prognósticos econômicos, <strong>de</strong> negócio<br />

e comércio para a América Lati<strong>na</strong> em 2010", organizado pelo Conselho das<br />

Américas.<br />

Consi<strong>de</strong>rou que o aumento da <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> matérias-primas <strong>de</strong> países<br />

emergentes como Chi<strong>na</strong>, que experimentará um crescimento econômico em<br />

torno <strong>de</strong> 10% em 2010, é um fator-chave <strong>na</strong> previsão <strong>de</strong> crescimento conjunto<br />

<strong>na</strong> região.


Disse ainda que o crescente e "elástico" consumo <strong>na</strong> região e o potencial do<br />

"mercado interno, doméstico" são a espinha dorsal da ascensão, não só<br />

atribuível ao impacto da economia chinesa.<br />

As economias latino-america<strong>na</strong>s mais afetadas em 2010, em boa parte por<br />

suas "políticas contrárias ao mercado aberto", serão Argenti<strong>na</strong>, cujo PIB<br />

(Produto Interno Bruto) será <strong>de</strong> 3%, Venezuela e Equador, ambos com um PIB<br />

<strong>de</strong> 1%.<br />

Na ponta <strong>de</strong> cima, com maior crescimento <strong>na</strong> região estão Brasil (5%), México<br />

(5%) --que sofreu uma contração <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 5% neste ano--, Peru (4,5%) e<br />

Chile (4,5%).<br />

A melhor receita que se po<strong>de</strong> aplicar para que a economia latino-america<strong>na</strong><br />

mantenha o crescimento econômico passa por potencializar o "mercado<br />

aberto" e atrair "o investimento estrangeiro direto para melhorar as instituições<br />

fi<strong>na</strong>nceiras".<br />

O essencial para um crescimento sustentado da economia é que os governos<br />

da região "continuem aproveitando os juros da época <strong>de</strong> bo<strong>na</strong>nça econômica e<br />

utilizem os recursos para garantir a posição e melhorar o perfil <strong>de</strong><br />

endividamento, mediante o apoio no mercado local".<br />

06/12/2009 - 20h50<br />

Boca <strong>de</strong> ur<strong>na</strong> aponta vítória tranquila <strong>de</strong> Morales <strong>na</strong> Bolívia<br />

da Folha Online<br />

O presi<strong>de</strong>nte Evo Morales saiu vencedor neste domingo no primeiro turno das<br />

eleições bolivia<strong>na</strong>s, com uma votação entre 61% a 63%, segundo pesquisas <strong>de</strong><br />

boca <strong>de</strong> ur<strong>na</strong> apresentadas após o fim das votações. Seu mais imediato<br />

seguidor, Manfred Reyes Villa, obteve entre 23% e 25%, segundo os<br />

resultados <strong>de</strong> três institutos <strong>de</strong> pesquisa diferentes.<br />

A consultora IPSOS estima que o presi<strong>de</strong>nte obteve 63,2%, contra 24% dados<br />

ao direitista Reyes Villa e 7% ao empresário <strong>de</strong> centro-direita Samuel Doria<br />

Medi<strong>na</strong>.<br />

O instituto Mori dá 62% a Morales contra 23% <strong>de</strong> Reyes Villa e 9% <strong>de</strong> Doria<br />

Medi<strong>na</strong>.<br />

Já a Captura Consult consi<strong>de</strong>ra que o presi<strong>de</strong>nte obteve 61%, contra 25%<br />

dados a Reyes Villa e 10% para Doria Medi<strong>na</strong>.


Segundo os institutos, Morales saiu vencedor em seis dos nove Departamentos<br />

(Estados) do país: La Paz, Oruro, Potosí, Cochabamba, Chuquisaca e Tarija.<br />

Reyes Villa teria sido o candidato mais votado em Santa Cruz, Beni e Pando,<br />

on<strong>de</strong> existe um forte movimento opositor e autonomista.<br />

Terceiro mandato<br />

Ao votar <strong>na</strong> escola 14 <strong>de</strong> Setembro, <strong>na</strong> região cocaleira do Chapare, centro da<br />

Bolívia, Morales surpreen<strong>de</strong>u ao falar sobre a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se candidatar a<br />

um terceiro mandato, comentando que estas eleições po<strong>de</strong>m ser interpretadas<br />

como seu primeiro mandato sob a nova Constituição, aprovada em janeiro<br />

<strong>de</strong>ste ano.<br />

É "constitucio<strong>na</strong>lmente minha primeira eleição com base <strong>na</strong> nova Constituição<br />

política do Estado boliviano", insistiu Morales.<br />

Os observadores da OEA e da União Europeia <strong>de</strong>stacaram em separado o<br />

clima <strong>de</strong> "tranquilida<strong>de</strong>" e <strong>de</strong> "festa cívica" que prevaleceu neste domingo <strong>na</strong>s<br />

eleições gerais bolivia<strong>na</strong>s, <strong>na</strong>s quais o presi<strong>de</strong>nte Evo Morales <strong>de</strong>verá renovar<br />

seu mandato até 2015.<br />

O chefe da missão <strong>de</strong> observadores da OEA, Horacio Serpa, consi<strong>de</strong>rou, em<br />

entrevista à imprensa, que "o comportamento foi cívico, tranquilo e <strong>de</strong><br />

participação máxima, o que dá legitimida<strong>de</strong> <strong>de</strong>mocrática às eleições <strong>na</strong><br />

Bolívia".<br />

O chefe adjunto da Missão <strong>de</strong> Observação Eleitoral da União Europeia, José<br />

Antonio <strong>de</strong> Gabriel, disse por sua vez, em entrevista à imprensa, que "não<br />

foram registrados atos violentos".<br />

Um total <strong>de</strong> 5,1 milhões <strong>de</strong> bolivianos foram chamados às ur<strong>na</strong>s, entre eles 170<br />

mil cidadãos resi<strong>de</strong>ntes em Argenti<strong>na</strong>, Brasil, Espanha e Estados Unidos.<br />

Respon<strong>de</strong>ndo a questio<strong>na</strong>mentos sobre a organização da votação, o<br />

presi<strong>de</strong>nte da CNE (Corte Nacio<strong>na</strong>l Eleitoral bolivia<strong>na</strong>), Antonio Costas,<br />

<strong>de</strong>clarou neste domingo que "o padrão é confiável e estou orgulhoso".<br />

Congresso<br />

Os bolivianos escolheram também os 36 se<strong>na</strong>dores e 130 <strong>de</strong>putados que farão<br />

parte da futura Assembleia Legislativa Pluri<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, que substituirá o atual<br />

Congresso.<br />

Sem nenhum suspense, em relação à presi<strong>de</strong>ncial, a chave será saber se o<br />

presi<strong>de</strong>nte conseguirá os dois terços <strong>de</strong> parlamentares no Se<strong>na</strong>do, o que lhe


daria um controle político absoluto.<br />

Morales, que iniciou sua presidência em 2006, conviveu com um Se<strong>na</strong>do <strong>de</strong><br />

maioria opositora, o que gerou problemas <strong>de</strong> gover<strong>na</strong>bilida<strong>de</strong> dos quais disse<br />

sentir-se "cansado". Daí seu interesse por controlar o legislativo com o que<br />

po<strong>de</strong>rá fazer mudanças <strong>na</strong> Constituição, e eventualmente candidatar-se a uma<br />

nova eleição.<br />

Depois <strong>de</strong> quase três anos <strong>de</strong> convulsão --<strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2006 ao fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> 2008--<br />

a Bolívia chegou às eleições <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um ano <strong>de</strong> calma política marcada pela<br />

hegemonia <strong>de</strong> Morales e seu partido, o MAS (Movimento ao Socialismo).<br />

Com um discurso <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lista, o presi<strong>de</strong>nte dotou o país <strong>de</strong> uma Constituição<br />

<strong>de</strong> viés indigenista, <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lizou os hidrocarbonetos, conce<strong>de</strong>u bônus a<br />

crianças, anciãos e gestantes, além <strong>de</strong> dar estabilida<strong>de</strong> econômica ao país.<br />

Mas não conseguiu vencer o <strong>de</strong>semprego (11%, segundo dados<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes), num país que registra uma queda dos investimentos<br />

estrangeiros, em especial em sua maior riqueza, o gás; e em meio a uma<br />

crescente produção <strong>de</strong> coca que alimenta em massa o <strong>na</strong>rcotráfico.<br />

Com Efe e France Presse<br />

07/12/2009 - 20h39<br />

Brasil assi<strong>na</strong> convênio com Uruguai e amplia comércio em moeda local<br />

da BBC Brasil<br />

O governo brasileiro assinou, nesta segunda-feira, em Montevidéu, um<br />

convênio com o Uruguai para a realização <strong>de</strong> operações comerciais em reais e<br />

pesos uruguaios.<br />

A assi<strong>na</strong>tura do acordo aconteceu durante a reunião entre ministros Economia<br />

e Relações Exteriores do Mercosul, que antece<strong>de</strong> a Cúpula <strong>de</strong> presi<strong>de</strong>ntes do<br />

bloco, marcada para terça-feira <strong>na</strong> capital uruguaia.<br />

O convênio, chamado <strong>de</strong> Sistema <strong>de</strong> Pagamento em Moeda Local, se dá em<br />

forma bilateral e já funcio<strong>na</strong> entre Brasil e Argenti<strong>na</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2007. O objetivo do<br />

Brasil é incluir outros países da região.<br />

"Temos a expectativa <strong>de</strong> que possamos implantar o sistema em fase<br />

experimental nos próximos três meses", disse à BBC Brasil Luiz Eduardo Melin,<br />

chefe <strong>de</strong> gabinete do ministro da Fazenda, Guido Mantega. "É um sistema que<br />

permite que micro, peque<strong>na</strong>s e médias empresas possam fazer exportações.


Neste momento, com o comércio inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l ainda muito <strong>de</strong>primido, todos os<br />

mecanismos <strong>de</strong> apoio às transações regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong>vem ser reforçados."<br />

Protecionismo<br />

Também nessa linha, o presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r, em<br />

Montevidéu, a redução do protecionismo <strong>na</strong> região, <strong>de</strong> acordo com o porta-voz<br />

da Presidência, Marcelo Baumbach. Lula tem chegada prevista à capital<br />

uruguaia para a madrugada <strong>de</strong>sta terça-feira.<br />

"Há um bom clima para negociar", afirmou à BBC Brasil o ministro <strong>de</strong><br />

Economia do Uruguai, Alvaro García, que também se mostrou otimista quanto<br />

a avanços para que se <strong>de</strong>strave, a longo prazo, o Focem - Fundo <strong>de</strong><br />

Convergência Estrutural do Mercosul, criado para estimular projetos nos países<br />

menores do bloco.<br />

Da comitiva brasileira fazem parte, além <strong>de</strong> Lula, o chanceler Celso Amorim --<br />

que aterrissou esta tar<strong>de</strong> em Montevidéu--, o ministro-chefe da Secretaria-<br />

Geral da Presidência, Luiz Dulce, o assessor especial da Presidência, Marco<br />

Aurélio Garcia, e os secretários-executivos Antonio Patriota (Relações<br />

Exteriores) e Ivan Ramalho (Ministério <strong>de</strong> Desenvolvimento, Indústria e<br />

Comércio).<br />

A 38ª Cúpula começa com clima <strong>de</strong> <strong>de</strong>savenças inter<strong>na</strong>s que se arrastam entre<br />

os fundadores do bloco.<br />

Brasil e Argenti<strong>na</strong> passam por uma guerra comercial em torno da aplicação <strong>de</strong><br />

licenças não automáticas para importação <strong>de</strong> produtos dos dois países. O<br />

governo <strong>de</strong> Cristi<strong>na</strong> Kirchner também enfrenta <strong>de</strong>savenças com o Uruguai em<br />

razão da instalação da fábrica <strong>de</strong> celulose Botnia às margens do rio Uruguai.<br />

Segundo a Argenti<strong>na</strong>, a iniciativa polui o rio, contami<strong>na</strong>ção negada pelos<br />

uruguaios.<br />

Entre os temas em pauta <strong>na</strong> Cúpula <strong>de</strong>sta terça-feira <strong>de</strong>vem estar a retomada<br />

<strong>de</strong> negociações para um tratado <strong>de</strong> livre comércio entre Mercosul e União<br />

Europeia, a reeleição <strong>de</strong> Evo Morales <strong>na</strong> Bolívia, a crise em Honduras --já que<br />

as eleições no país não contam com o reconhecimento <strong>de</strong> diversos<br />

mandatários, como Lula-- e a diminuição <strong>de</strong> assimetrias no Mercosul, tema<br />

tradicio<strong>na</strong>lmente apresentado pelos sócios menores do bloco, Uruguai e<br />

Paraguai.


Honduras<br />

07/12/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “O Estado <strong>de</strong> S. Paulo”<br />

Link da notícia: http://www.estadao.com.br/noticias/inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l,zelaya-<br />

diz-que-continuara-<strong>na</strong>-embaixada-se-o-brasil-<strong>de</strong>ixar,478105,0.htm<br />

O lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong>posto <strong>de</strong> Honduras, afirmou que permanecerá <strong>na</strong> embaixada do<br />

Brasil, em Tegucigalpa, se o país permitir que continue no local.<br />

07/12/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “Estado <strong>de</strong> S. Paulo”<br />

Link da notícia:<br />

http://www.estadao.com.br/estadao<strong>de</strong>hoje/20091207/not_imp477856,0.php<br />

O se<strong>na</strong>dor, Eduardo Suplicy, saiu em <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> prévias no PT para escolha do<br />

candidato ao governo <strong>de</strong> São Paulo em 2010 e colocou o seu nome entre os<br />

concorrente<br />

07/12/2009 - 23h38<br />

Em Honduras, Brasil procurou "facilitar o diálogo", diz Amorim<br />

da BBC Brasil<br />

O chanceler Celso Amorim <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u, nesta segunda-feira em Montevidéu, o<br />

abrigo ao presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto <strong>de</strong> Honduras, Manuel Zelaya, <strong>na</strong> embaixada do<br />

Brasil em Tegucigalpa e afirmou que o Brasil procurou "facilitar o diálogo".<br />

"Talvez não tenham sido produzidos todos os resultados que se esperavam,<br />

mas se o Brasil não tivesse dado abrigo [a Zelaya] estaria tudo parado. O Brasil<br />

contribuiu para firmar a <strong>de</strong>mocracia no nosso continente. A situação nos<br />

preocupa, mas Honduras vai encontrar uma solução", disse Amorim <strong>na</strong> capital<br />

uruguaia, on<strong>de</strong> se encontra para a Cúpula <strong>de</strong> Presi<strong>de</strong>ntes do Mercosul, que<br />

começa nesta terça-feira (8).<br />

Em reunião entre representantes dos ministérios <strong>de</strong> Economia e <strong>de</strong> Relações<br />

Exteriores do Mercosul, o governo brasileiro também assinou um convênio com<br />

o Uruguai para a realização <strong>de</strong> operações comerciais em reais e pesos<br />

uruguaios.<br />

O convênio, chamado <strong>de</strong> Sistema <strong>de</strong> Pagamento em Moeda Local, se dá em<br />

forma bilateral e já funcio<strong>na</strong> entre Brasil e Argenti<strong>na</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2007. O objetivo do<br />

Brasil é incluir outros países da região.


"Temos a expectativa <strong>de</strong> que possamos implantar o sistema em fase<br />

experimental nos próximos três meses", disse à BBC Brasil Luiz Eduardo Melin,<br />

chefe <strong>de</strong> gabinete do ministro da Fazenda, Guido Mantega.<br />

"É um sistema que permite que micro, peque<strong>na</strong>s e médias empresas possam<br />

fazer exportações. Neste momento, com o comércio inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l ainda muito<br />

<strong>de</strong>primido, todos os mecanismos <strong>de</strong> apoio às transações regio<strong>na</strong>is <strong>de</strong>vem ser<br />

reforçados."<br />

Protecionismo<br />

Também nessa linha, o presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r, em<br />

Montevidéu, a redução do protecionismo <strong>na</strong> região, <strong>de</strong> acordo com o porta-voz<br />

da Presidência, Marcelo Baumbach. Lula tem chegada prevista à capital<br />

uruguaia para a madrugada <strong>de</strong>sta terça-feira e <strong>de</strong>ixa Montevidéu no início da<br />

tar<strong>de</strong>.<br />

"Há um bom clima para negociar", afirmou à BBC Brasil o ministro <strong>de</strong><br />

Economia do Uruguai, Alvaro García, que também se mostrou otimista quanto<br />

a avanços para que se <strong>de</strong>strave, a longo prazo, o Focem (Fundo <strong>de</strong><br />

Convergência Estrutural do Mercosul), criado para estimular projetos nos<br />

países menores do bloco.<br />

Da comitiva brasileira fazem parte, além <strong>de</strong> Lula e Amorim, o ministro-chefe da<br />

Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Dulce, o assessor especial da<br />

Presidência, Marco Aurélio Garcia, e os secretários Antonio Patriota (Relações<br />

Exteriores) e Ivan Ramalho (Ministério <strong>de</strong> Desenvolvimento, Indústria e<br />

Comércio).<br />

A 38ª Cúpula começa com clima <strong>de</strong> <strong>de</strong>savenças inter<strong>na</strong>s que se arrastam entre<br />

os fundadores do bloco.<br />

Brasil e Argenti<strong>na</strong> passam por uma guerra comercial em torno da aplicação <strong>de</strong><br />

licenças não automáticas para importação <strong>de</strong> produtos dos dois países.<br />

O governo <strong>de</strong> Cristi<strong>na</strong> Kirchner também enfrenta <strong>de</strong>savenças com o Uruguai<br />

em razão da instalação da fábrica <strong>de</strong> celulose Botnia às margens do rio<br />

Uruguai. Segundo a Argenti<strong>na</strong>, a iniciativa polui o rio, contami<strong>na</strong>ção negada<br />

pelos uruguaios.<br />

Entre os temas em pauta <strong>na</strong> Cúpula <strong>de</strong>vem estar a retomada <strong>de</strong> negociações<br />

para um tratado <strong>de</strong> livre comércio entre Mercosul e União Europeia, e a<br />

reeleição <strong>de</strong> Evo Morales <strong>na</strong> Bolívia.


08/12/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “O Estado <strong>de</strong> S. Paulo”<br />

Link da notícia:<br />

http://www.estadao.com.br/noticias/inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l,mercosul-diz-<strong>na</strong>o-<br />

reconhecer-novo-governo-<strong>de</strong>-honduras,478743,0.htm<br />

Os presi<strong>de</strong>ntes do Mercosul ratificaram que não reconhecem o novo governo<br />

<strong>de</strong> Honduras.<br />

Dia: 08/12/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “Jor<strong>na</strong>l do Brasil”<br />

Link da notícia:<br />

http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/12/08/e08125492.asp<br />

O presi<strong>de</strong>nte estadual do Psol no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, a <strong>de</strong>putada fe<strong>de</strong>ral<br />

Lucia<strong>na</strong> Genro e o lí<strong>de</strong>r da bancada em Porto Alegre, vereador Pedro Ruas,<br />

afirmaram terem recebido informações sobre a existência <strong>de</strong> outro imóvel<br />

suspeito <strong>na</strong> família da gover<strong>na</strong>dora Yeda Crusius (PSDB).<br />

08/12/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “Jor<strong>na</strong>l do Brasil”<br />

Link da notícia:<br />

http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/12/08/e08125547.asp<br />

O se<strong>na</strong>dor Eduardo Azeredo disse que terá, no Supremo Tribu<strong>na</strong>l Fe<strong>de</strong>ral<br />

(STF), a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer sua <strong>de</strong>fesa.<br />

08/12/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “Jor<strong>na</strong>l do Brasil”<br />

Link da notícia:<br />

http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/12/08/e08125544.asp<br />

O presi<strong>de</strong>nte da Câmara, Michel Temer, se <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u em Plenário das<br />

suspeitas <strong>de</strong> ter recebido R$ 100 mil <strong>de</strong> propi<strong>na</strong> do mensalão do DEM em<br />

Brasília.<br />

08/12/2009 - 13h56<br />

Presi<strong>de</strong>ntes do Mercosul rejeitam presi<strong>de</strong>nte eleito <strong>de</strong> Honduras<br />

da Folha Online<br />

Presi<strong>de</strong>ntes do Mercosul ratificaram nesta terça-feira a "mais enérgica


con<strong>de</strong><strong>na</strong>ção" ao golpe <strong>de</strong> Estado em Honduras e anunciaram o seu "pleno<br />

<strong>de</strong>sconhecimento" do governo <strong>de</strong> Porfirio Lobo, eleito presi<strong>de</strong>nte em 29 <strong>de</strong><br />

novembro passado. O pleito é consi<strong>de</strong>rado nulo por aqueles países que<br />

apoiam a restituição <strong>de</strong> Manuel Zelaya à Presidência e que criticam a<br />

organização <strong>de</strong> eleições sob o governo interino <strong>de</strong> Roberto Micheletti.<br />

Essa con<strong>de</strong><strong>na</strong>ção ao próximo presi<strong>de</strong>nte hondurenho foi expressa em<br />

"comunicado especial" emitido durante a cúpula do Mercosul. O documento foi<br />

assi<strong>na</strong>do pelo presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Cristi<strong>na</strong> Fernán<strong>de</strong>z<br />

<strong>de</strong> Kirchner (Argenti<strong>na</strong>), Fer<strong>na</strong>ndo Lugo (Paraguai), Tabaré Vázquez (Uruguai)<br />

e Hugo Chávez (Venezuela), como lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> país associado.<br />

Essa <strong>de</strong>claração, lida por Vázquez, consi<strong>de</strong>ra "i<strong>na</strong>ceitáveis as graves violações<br />

dos direitos humanos e liberda<strong>de</strong>s fundamentais do povo hondurenho". "Diante<br />

da não restituição do presi<strong>de</strong>nte Manuel Zelaya no cargo para o qual foi<br />

<strong>de</strong>mocraticamente eleito pelo povo hondurenho, [os integrantes do Mercosul]<br />

manifestam o total e pleno <strong>de</strong>sconhecimento do pleito eleitoral realizado em 29<br />

<strong>de</strong> novembro pelo governo <strong>de</strong> fato", acrescenta o documento.<br />

Pelo texto, o pleito "ocorreu num ambiente <strong>de</strong> inconstitucio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>,<br />

ilegitimida<strong>de</strong> e ilegalida<strong>de</strong>, constituindo um duro golpe aos valores<br />

<strong>de</strong>mocráticos para a América Lati<strong>na</strong> e o Caribe".<br />

Os presi<strong>de</strong>ntes já tinham criticado o golpe em Honduras em seus discursos.<br />

Chávez e Lugo chegaram a advertir também sobre o suposto perigo para a<br />

região que po<strong>de</strong> representar a crise <strong>de</strong> Honduras. "Peço que nos acertemos<br />

aqui. Não po<strong>de</strong>mos reconhecer esse governo... mas não ape<strong>na</strong>s não<br />

reconhecer, lá existe um povo <strong>de</strong> resistência, tenho certeza que esse povo vai<br />

seguir a resistência", disse o venezuelano.<br />

No encontro, o vice-presi<strong>de</strong>nte da Colômbia, Francisco Santos, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u Lobo,<br />

alegando que não se po<strong>de</strong> manter em isolamento os hondurenhos.<br />

Com Efe e Reuters<br />

08/12/2009 - 15h46<br />

Argenti<strong>na</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> medidas econômicas da OEA contra Honduras<br />

da Efe, em Montevidéu<br />

A presi<strong>de</strong>nte da Argenti<strong>na</strong>, Cristi<strong>na</strong> Fernán<strong>de</strong>z <strong>de</strong> Kirchner, que assumiu nesta<br />

terça-feira a Presidência temporária do Mercosul, afirmou <strong>na</strong> cúpula semestral


do bloco que a OEA (Organização dos Estados Americanos) "<strong>de</strong>veria tomar<br />

medidas econômicas" contra o governo <strong>de</strong> Honduras eleito em 29 <strong>de</strong> novembro<br />

passado.<br />

"Além da <strong>de</strong>claração clara e contun<strong>de</strong>nte feita pelos presi<strong>de</strong>ntes do Mercosul,<br />

certamente haverá medidas econômicas e acho que a OEA também <strong>de</strong>veria<br />

tomá-las", afirmou Cristi<strong>na</strong> <strong>na</strong> entrevista com a qual encerrou a cúpula do<br />

Mercosul realizada em Montevidéu.<br />

Os presi<strong>de</strong>ntes do Mercosul, ao lado do venezuelano Hugo Chávez, país<br />

associado que busca se tor<strong>na</strong>r membro pleno do bloco, ratificaram a "mais<br />

enérgica con<strong>de</strong><strong>na</strong>ção" ao golpe <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong> Honduras e anunciaram seu<br />

"total e pleno <strong>de</strong>sconhecimento" do novo governo, <strong>de</strong> Porfirio Lobo.<br />

Essa con<strong>de</strong><strong>na</strong>ção ao próximo presi<strong>de</strong>nte hondurenho foi expressa em<br />

"comunicado especial" emitido durante a cúpula do Mercosul. O documento foi<br />

assi<strong>na</strong>do pelo presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Cristi<strong>na</strong> Fernán<strong>de</strong>z<br />

<strong>de</strong> Kirchner (Argenti<strong>na</strong>), Fer<strong>na</strong>ndo Lugo (Paraguai), Tabaré Vázquez (Uruguai)<br />

e Hugo Chávez (Venezuela), como lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> país associado.<br />

O presi<strong>de</strong>nte uruguaio <strong>de</strong>stacou que, <strong>de</strong>pois do golpe <strong>de</strong> Estado em Honduras,<br />

o seu país "<strong>de</strong>sconhece a representação da embaixadora em Montevidéu e<br />

também do Consulado do Uruguai em Tegucigalpa". Vázquez fez as<br />

<strong>de</strong>clarações <strong>na</strong> entrevista que encerrou a cúpula, da qual participou por presidir<br />

o país que até hoje ostentava a Presidência temporária.<br />

Manuel Zelaya foi expulso <strong>de</strong> Honduras em 28 <strong>de</strong> junho passado pelos<br />

militares e <strong>de</strong>stituído horas <strong>de</strong>pois pelo Congresso, que nomeou em seu lugar<br />

o então titular <strong>de</strong>ssa Casa, Roberto Micheletti. Em 29 <strong>de</strong> novembro, houve<br />

eleições em Honduras <strong>na</strong>s quais Lobo, do opositor Partido Nacio<strong>na</strong>l, ganhou o<br />

pleito, que não é reconhecido pela maior parte da comunida<strong>de</strong> inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l,<br />

por consi<strong>de</strong>rar que aconteceu em um marco <strong>de</strong> uma ruptura constitucio<strong>na</strong>l.<br />

Dia: 09/12/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “Jor<strong>na</strong>l do Brasil”<br />

10/12/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “Jor<strong>na</strong>l do Brasil”<br />

Link da notícia:<br />

http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/12/10/e10126153.asp<br />

A <strong>de</strong>cisão do governo <strong>de</strong> Honduras <strong>de</strong> recusar a saída do presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto,<br />

do país rumo ao México provocou críticas no Chile.


10/12/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “Jor<strong>na</strong>l do Brasil”<br />

Link da notícia:<br />

http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/12/10/e10125964.asp<br />

As <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> uma casa usada pelo gover<strong>na</strong>dor do Distrito Fe<strong>de</strong>ral, José<br />

Arruda, <strong>na</strong> campanha <strong>de</strong> 2006, teriam sido pagas com dinheiro da estatal<br />

Co<strong>de</strong>plan.<br />

11/12/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “Jor<strong>na</strong>l do Brasil”<br />

Link da notícia:<br />

http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/12/11/e11126384.asp<br />

Resumo: O gover<strong>na</strong>dor do Distrito Fe<strong>de</strong>ral, enviou um ofício ao secretário <strong>de</strong><br />

Segurança do DF, Valmir Lemos <strong>de</strong> Oliveira, pedindo que a integrida<strong>de</strong> das<br />

pessoas seja respeitada durante manifestações pacíficas.<br />

Equador<br />

11/12/09 – Fonte – Jor<strong>na</strong>l “Ecuador News”<br />

Link da notícia: http://www.eluniverso.com/2009/12/11/1/1355/cinthya-<br />

viteri-presento-mocion-sobre-proyecto-ley-<br />

comunicacion.html?p=1355&m=861<br />

Cinthya Vitari apresenta proposta sobre projeto <strong>de</strong> lei <strong>de</strong> comunicação.<br />

11/12/2009 - 22h51<br />

Argenti<strong>na</strong> con<strong>de</strong><strong>na</strong> general da ditadura a terceira pe<strong>na</strong> <strong>de</strong> prisão perpétua<br />

da Folha Online<br />

O ex-chefe do Terceiro Corpo do Exército argentino Luciano Benjamín<br />

Menén<strong>de</strong>z recebeu nesta sexta-feira uma nova con<strong>de</strong><strong>na</strong>ção à prisão perpétua<br />

por crimes contra a humanida<strong>de</strong> cometidos durante a última ditadura no país<br />

(1976-1983). O Tribu<strong>na</strong>l Oral Fe<strong>de</strong>ral 1 da Província <strong>de</strong> Córdoba também<br />

con<strong>de</strong>nou à prisão perpétua o ex-coronel Rodolfo Aníbal Campos e os ex-<br />

policiais Hugo Cayetano e Armando Cesar Britos Cejas, como resultado do<br />

julgamento iniciado em outubro passado.


Os juízes também con<strong>de</strong><strong>na</strong>ram o ex-policial Miguel Angel Gomez a 16 anos <strong>de</strong><br />

prisão por sequestro e tortura, enquanto o ex-policial Calixto Luis Flores foi<br />

absolvido pelo tribu<strong>na</strong>l.<br />

Este foi a terceira sentença <strong>de</strong> prisão perpétua <strong>de</strong> Menen<strong>de</strong>z, <strong>de</strong> 82 anos,<br />

conhecido como "A hie<strong>na</strong> <strong>de</strong> La Perla" e "Cachorro". Os juízes também<br />

<strong>de</strong>cidiram revogar o benefício <strong>de</strong> prisão domiciliar do ex-general, indicando que<br />

ele <strong>de</strong>verá cumprir a nova pe<strong>na</strong> em prisão comum. Ele foi consi<strong>de</strong>rado<br />

responsável pelos crimes <strong>de</strong> "privação ilegal da liberda<strong>de</strong>, lesões gravíssimas,<br />

a imposição <strong>de</strong> tortura e homicídio".<br />

me<br />

Em sua alegação fi<strong>na</strong>l, antes da sentença, o militar reivindicou a repressão da<br />

ditadura e disse que "os guerrilheiros [que afirmou enfrentar nos anos 70] estão<br />

[agora] no governo ocupando postos sob uma pele <strong>de</strong> cor<strong>de</strong>iro".<br />

"A intenção dos guerrilheiros no po<strong>de</strong>r é matar os pássaros com um só tiro:<br />

<strong>de</strong>sprestigiar a justiça e <strong>de</strong>sprestigiar as Forças Armadas", <strong>de</strong>clarou, referindo-<br />

se ao incentivo dado pela presi<strong>de</strong>nte argenti<strong>na</strong>, Cristi<strong>na</strong> Kirchner, e por seu<br />

marido, o ex-presi<strong>de</strong>nte Néstor Kirchner, aos julgamentos por violações dos<br />

direitos humanos contra membros da ditadura.<br />

O tribu<strong>na</strong>l con<strong>de</strong>nou-o por sequestro, tortura e assassi<strong>na</strong>to do subcomissário<br />

Ricardo Fermín Albareda em 1979, e pela ilegítima da liberda<strong>de</strong> e tormentos<br />

aplicados contra outras <strong>de</strong>z vítimas, que sobreviveram.<br />

Menén<strong>de</strong>z havia sido processado em 1988 por 47 casos <strong>de</strong> homicídio, 76 <strong>de</strong><br />

tortura --quatro seguidas <strong>de</strong> morte--, e quatro subtrações <strong>de</strong> menores, mas foi<br />

beneficiado em 1990 por um indulto do ex-presi<strong>de</strong>nte Carlos Menem (1989-99).<br />

O militar é atualmente investigado por sua participação no Plano Condor, <strong>de</strong><br />

coor<strong>de</strong><strong>na</strong>ção repressiva entre as ditaduras do Cone Sul.<br />

Repressão<br />

Segundo números oficiais, 18 mil pessoas <strong>de</strong>sapareceram <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong><br />

durante o regime militar, embora organismos <strong>de</strong> direitos humanos afirmem que<br />

as vítimas chegam a 30 mil. Organizações <strong>de</strong> direitos humanos estimam ainda<br />

que 500 bebês <strong>na</strong>scidos durante o cativeiro <strong>de</strong> suas mães foram roubados, dos<br />

quais 97 recuperaram a verda<strong>de</strong>ira i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>.<br />

A ditadura no país aconteceu em uma época em que a maioria dos países da<br />

América do Sul caíram sob regimes autoritários, em conflito com grupos <strong>de</strong>


esquerda, no âmbito da Guerra Fria entre os Estados Unidos e a União<br />

Soviética.<br />

Na Argenti<strong>na</strong> há 204 causas abertas por violações aos direitos humanos<br />

durante a ditadura, <strong>na</strong>s quais estão sendo julgados 526 repressores, dos quais<br />

385 se encontram <strong>de</strong>tidos, segundo um recente levantamento do Centro <strong>de</strong><br />

Estudos Legais e <strong>Sociais</strong> (CELS).<br />

Os julgamentos dos acusados <strong>de</strong> crimes durante a ditadura argenti<strong>na</strong> foram<br />

retomados <strong>de</strong>pois da revogação, em 2005, das "leis do perdão" -- Ponto Fi<strong>na</strong>l e<br />

Obediência Devida-- aprovadas em 1986 e 1987, e que foram consi<strong>de</strong>radas<br />

inconstitucio<strong>na</strong>is pela Suprema Corte.<br />

Vários oficiais da ditadura foram con<strong>de</strong><strong>na</strong>dos a pe<strong>na</strong>s <strong>de</strong> prisão perpétua após<br />

a retomada dos julgamentos referentes ao período. Em julho <strong>de</strong> 2008, o ex-<br />

comandante Luciano Menén<strong>de</strong>z foi con<strong>de</strong><strong>na</strong>do a passar a vida <strong>na</strong> prisão por<br />

crimes cometidos em La Perla, um dos três maiores campos clan<strong>de</strong>stinos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>tenção da ditadura do país.<br />

Quatro meses <strong>de</strong>pois, o coronel da reserva Alberto Barda recebeu a mesma<br />

pe<strong>na</strong> por crimes <strong>de</strong> lesa-humanida<strong>de</strong> cometidos no centro clan<strong>de</strong>stino <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>tenção conhecido como La Cueva, <strong>na</strong> cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Mar <strong>de</strong>l Plata, a 400 km ao<br />

sul da capital argenti<strong>na</strong>.<br />

No último dia 12 <strong>de</strong> agosto, o ex-general Santiago Omar Riveros, 86, ex-<br />

comandante do Campo <strong>de</strong> Mayo, foi con<strong>de</strong><strong>na</strong>do à prisão perpétua por crimes<br />

<strong>de</strong> lesa-humanida<strong>de</strong>, por implicação no assassi<strong>na</strong>to <strong>de</strong> Floreal Avellaneda, <strong>de</strong><br />

15 anos, filho <strong>de</strong> um militante comunista, e pelo sequestro da mãe do jovem,<br />

Iris Avellaneda.<br />

Também está preso o ex-ditador Jorge Vi<strong>de</strong>la, 84, que presidiu a junta militar<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o golpe <strong>de</strong> Estado, em 1976, até 1981. Em agosto passado, a Justiça<br />

informou que ele voltará ao banco dos réus <strong>de</strong>vido a uma acusação pelas<br />

mortes <strong>de</strong> 32 presos políticos <strong>na</strong> Província <strong>de</strong> Córdoba em 1976. Será a<br />

primeira vez <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1985 que o ex-ditador voltará a enfrentar um tribu<strong>na</strong>l em um<br />

julgamento oral, ainda sem data, embora pesem sobre ele <strong>de</strong>ze<strong>na</strong>s <strong>de</strong><br />

acusações por violações dos direitos humanos.<br />

No julgamento anterior, Vi<strong>de</strong>la foi con<strong>de</strong><strong>na</strong>do à prisão perpétua, mas acabou<br />

indultado em 1990 pelo ex-presi<strong>de</strong>nte Menem. Esse perdão foi anulado em<br />

2007 pela Justiça.


No Uruguai, on<strong>de</strong> o número estimado <strong>de</strong> vítimas é <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 200, a Justiça<br />

con<strong>de</strong>nou em outubro o ex-ditador Gregorio Goyo Álvarez a 25 anos <strong>de</strong> prisão<br />

pelo "homicídio especialmente agravado" <strong>de</strong> 37 opositores e por um <strong>de</strong>lito <strong>de</strong><br />

lesa-humanida<strong>de</strong>. Os casos foram reabertos no país a partir <strong>de</strong> brechas <strong>na</strong> lei,<br />

mas a população rejeitou em referendo no mês passado a revogação da lei <strong>de</strong><br />

anistia.<br />

No Brasil, on<strong>de</strong> o governo reconhece que houve ao menos 475 mortos e<br />

<strong>de</strong>saparecidos políticos durante a ditadura, a Lei <strong>de</strong> Anistia impe<strong>de</strong> processos<br />

contra os agentes do Estado envolvidos em tortura e assassi<strong>na</strong>to durante o<br />

regime militar e contra os membros <strong>de</strong> grupos armados da oposição<br />

esquerdista que praticaram sequestros e assassi<strong>na</strong>tos politicamente motivados<br />

durante o período.<br />

Diante da pressão <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> direitos humanos brasileiros e <strong>de</strong> membros do<br />

governo, como o ministro Paulo Vannucchi, da Secretaria Especial <strong>de</strong> Direitos<br />

Humanos, para a reabertura dos casos e a revisão da Lei <strong>de</strong> Anistia, o ministro<br />

da Defesa, Nelson Jobim, disse, em junho, que a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> punir militares por<br />

atos <strong>de</strong> tortura cometidos durante a ditadura militar é "revanchismo".<br />

Com Efe e France Presse<br />

13/12/2009 - 16h17<br />

Advogada <strong>de</strong> vítimas francesas quer que "anjo louro da morte" morra <strong>na</strong><br />

prisão<br />

da France Presse, em Buenos Aires<br />

Sophie Thonon, a advogada francesa que representa legalmente as famílias<br />

dos franceses <strong>de</strong>saparecidos durante a ditadura argenti<strong>na</strong> (1976/83), disse em<br />

entrevista publicada neste domingo pelo jor<strong>na</strong>l Clarín que o <strong>de</strong>sejo dos<br />

familiares das vítimas é que o ex-marinheiro Alfredo Astiz morra <strong>na</strong> prisão.<br />

"Queremos que Astiz termine como (Klaus) Barbie (Altman), o <strong>na</strong>zista, <strong>na</strong><br />

prisão <strong>de</strong> Lyon, on<strong>de</strong> ficou até o fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> seus dias. Isso é o que esperam os<br />

familiares e amigos <strong>de</strong> suas vítimas", disse Thonon.<br />

Altman, um alto oficial do <strong>na</strong>zismo, morreu <strong>de</strong> câncer <strong>na</strong> prisão francesa em<br />

setembro 1991, quatro anos <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter sido con<strong>de</strong><strong>na</strong>do à prisão perpétua.<br />

A advogada antecipou que se apresentará às próximas audiências do<br />

julgamento, iniciado sexta-feira, em Buenos Aires, do ex-capitão da Marinha


argenti<strong>na</strong>, Alfredo Astiz, apelidado <strong>de</strong> "anjo louro da morte", acusado <strong>de</strong><br />

envolvimento no sequestro e morte das religiosas francesas Alice Domon e<br />

Léonie Duquet, durante a ditadura (1976-1983).<br />

Astiz está sendo julgado ao lado <strong>de</strong> outros 18 repressores que atuaram <strong>na</strong><br />

Esma (Escola <strong>de</strong> Mecânica da Armada), emblemático campo <strong>de</strong> concentração<br />

da ditadura, por on<strong>de</strong> passaram 5.000 <strong>de</strong>saparecidos, no Tribu<strong>na</strong>l Fe<strong>de</strong>ral Oral<br />

Número 5 da capital.<br />

Na primeira audiência, Astiz mostrou uma atitu<strong>de</strong> provocadora e sorria<br />

mostrando um livro intitulado "Volver a matar".<br />

Astiz, <strong>de</strong> 58 anos, já foi con<strong>de</strong><strong>na</strong>do à revelia, à prisão perpétua <strong>na</strong> França e <strong>na</strong><br />

Itália; também está sendo processado pelo <strong>de</strong>saparecimento da jovem <strong>de</strong><br />

origen sueca Dagmar Hagelin, em 1977.<br />

Resumo: Manuel Zelaya diz que continuará refugiado <strong>na</strong> embaixada brasileira.<br />

Dia: 14/12/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “O Globo”<br />

Link da notícia: http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1415032-<br />

5602,00-<br />

PRESIDENTE+INTERINO+DE+HONDURAS+DIZ+QUE+ZELAYA+SO+PODE<br />

+SAIR+DO+PAIS+COMO+AS.html<br />

O presi<strong>de</strong>nte interino <strong>de</strong> Honduras, disse que o lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong>posto do país, Manuel<br />

Zelaya, só po<strong>de</strong> sair <strong>de</strong> Honduras como asilado político a qualquer país fora da<br />

América Central.<br />

Dia: 14/12/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “Jor<strong>na</strong>l do Brasil”<br />

Link da noticía:<br />

http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/12/14/e14126733.asp<br />

O assessor para Assuntos Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is da Presidência da República, Marco<br />

Aurélio Garcia, e o subsecretário <strong>de</strong> Estado americano para Assuntos do<br />

Hemisfério Oci<strong>de</strong>ntal, Arturo Valenzuela, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ram nesta a saída do<br />

presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> facto do Honduras, Roberto Micheletti, do po<strong>de</strong>r.<br />

14/12/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “Ecuardor News”<br />

Link da notícia: http://www.eluniverso.com/2009/12/14/1/1355/quito-<br />

anuncia-reorganizacion-servicios-inteligencia.html?p=1355&m=861


Quito anuncia reorganização em serviços <strong>de</strong> inteligência.<br />

14/12/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “Ecuador News”<br />

Link da notícia: http://www.eluniverso.com/2009/12/14/1/1355/mari<strong>na</strong>-<br />

confirma-<strong>de</strong>jara-control-petroecuador.html?p=1355&m=861<br />

O presi<strong>de</strong>nte, Rafael Correa, se reunião para <strong>de</strong>cidir a saída <strong>de</strong> Mari<strong>na</strong>, da<br />

Petroecuador.<br />

14/12/2009 - 21h43<br />

Universitários enfrentam polícia em Buenos Aires contra reeleição <strong>de</strong><br />

reitor<br />

da Folha Online<br />

Cente<strong>na</strong>s <strong>de</strong> estudantes enfrentaram a polícia nesta segunda-feira <strong>na</strong> capital<br />

argenti<strong>na</strong>, durante um protesto contra a reeleição do reitor da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Buenos Aires (UBA).<br />

Os estudantes, convocados pela Fe<strong>de</strong>ração Universitária <strong>de</strong> Buenos Aires<br />

(FUBA), tentaram chegar ao prédio do Congresso Nacio<strong>na</strong>l, on<strong>de</strong> era realizada<br />

a assembleia para eleger o reitor, mas foram impedidos pela polícia.<br />

O grupo reagiu atirando paus e pedras contra os policiais, que respon<strong>de</strong>ram<br />

com disparos <strong>de</strong> balas <strong>de</strong> borracha, jatos d'água e bombas <strong>de</strong> gás<br />

lacrimogêneo.<br />

A FUBA, controlada por partidos <strong>de</strong> esquerda, exigia a suspensão da eleição<br />

do reitor Rubén Hallú. O reitor da UBA é escolhido por uma Assembleia<br />

Universitária que reúne estudantes e professores, mas é controlada pelos<br />

últimos.<br />

A entida<strong>de</strong> estudantil exigia o fim da Assembleia e uma reforma do estatuto<br />

que aumente a representativida<strong>de</strong> dos estudantes <strong>na</strong> administração da<br />

universida<strong>de</strong>.<br />

"[A assembleia] é anti<strong>de</strong>mocrática porque os professores e os alunos quase<br />

não temos voz, e sobretudo, é uma assembleia <strong>de</strong> privatizadores", disse o<br />

presi<strong>de</strong>nte da FUBA, Christian Henkel, disse a uma rádio local.<br />

Embora inci<strong>de</strong>ntes ocorressem, o veterinário Hallu conquistou a reeleição com<br />

144 votos <strong>de</strong> um total <strong>de</strong> 236 membros da assembleia.<br />

O protesto congestionou o trânsito e afetou o funcio<strong>na</strong>mento <strong>de</strong> uma das linhas


<strong>de</strong> metrô no centro da capital argenti<strong>na</strong>.<br />

Com Efe e France Presse<br />

14/12/2009 - 22h24<br />

Cristi<strong>na</strong> Kirchner atribui ameaças <strong>de</strong> morte a "dinossauros"<br />

da Folha Online<br />

A presi<strong>de</strong>nte da Argenti<strong>na</strong>, Cristi<strong>na</strong> Kirchner, atribuiu nesta segunda-feira a<br />

"dinossauros" as ameaças <strong>de</strong> morte que recebeu via rádio <strong>na</strong> sexta-feira,<br />

quando seguia para a Casa Rosada a bordo <strong>de</strong> um helicóptero. As ameaças e<br />

ofensas feitas por <strong>de</strong>sconhecidos foram confirmadas hoje pelo governo, que<br />

sugeriu uma possível relação com o julgamento <strong>de</strong> um militar acusado <strong>de</strong><br />

abusos durante a última ditadura no país (1976-83).<br />

A Procuradoria Geral da Argenti<strong>na</strong> entrou <strong>na</strong> Justiça para investigar o caso.<br />

O chefe <strong>de</strong> gabinete da Presidência, Aníbal Fernán<strong>de</strong>z, disse que as ameaças<br />

foram feitas por meio <strong>de</strong> interferências <strong>na</strong> comunicação do helicóptero.<br />

Na gravação, o piloto do helicóptero da frota presi<strong>de</strong>ncial conversa com os<br />

controladores <strong>de</strong> tráfego aéreo <strong>de</strong> um aeroporto enquanto vai <strong>de</strong> Olivos até a<br />

Casa Rosada, com a presi<strong>de</strong>nte a bordo. Em ao menos três momentos, as<br />

indicações técnicas são interrompidas por frases como "matem a égua",<br />

"matem o peixe" e "matem-<strong>na</strong>".<br />

O caso gerou preocupação no governo, e o chefe <strong>de</strong> gabinete foi a público<br />

dizer que o consi<strong>de</strong>rou "muito grave".<br />

"Estamos falando <strong>de</strong> equipamentos que só po<strong>de</strong>riam ser usados <strong>de</strong> outra<br />

aero<strong>na</strong>ve ou <strong>de</strong> um lugar no qual haja dados <strong>de</strong> algum aparato DHF, que são<br />

os que permitem interferir <strong>na</strong> mesma frequência", afirmou, em entrevista para a<br />

Rádio 10 citada pelo jor<strong>na</strong>l "La Nación".<br />

falando a repórteres nesta segunda-feira <strong>na</strong> Casa Rosada, a presi<strong>de</strong>nte atribuiu<br />

o inci<strong>de</strong>nte a "dinossauros", segundo relato do jor<strong>na</strong>l "El Clarín". Quando<br />

questio<strong>na</strong>da sobre a quem se referia, ela respon<strong>de</strong>u: "Vocês os conhecem<br />

melhor do que eu."<br />

Para o governo há suspeita <strong>de</strong> ligação das ameaças com o início do<br />

julgamento do ex-capitão-<strong>de</strong>-fragata Alfredo Astiz, ícone da repressão da<br />

ditadura argenti<strong>na</strong>, acusado <strong>de</strong> crimes contra a humanida<strong>de</strong>. "Não se po<strong>de</strong><br />

provar <strong>na</strong>da agora. Mas isso não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> dar a qualquer <strong>de</strong>turpador a suspeita


<strong>de</strong> que isso [júri] está intimamente ligado com essas ações", disse o chefe <strong>de</strong><br />

gabinete presi<strong>de</strong>ncial, segundo o "La Nación".<br />

O secretário-geral da Presidência, Oscar Parrilli, relatou o inci<strong>de</strong>nte à<br />

Procuradoria-Geral, cujo titular, Esteban Righi, apresentou uma <strong>de</strong>núncia sobre<br />

o inci<strong>de</strong>nte à Câmara Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Buenos Aires.<br />

O fato, qualificado como um "<strong>de</strong>lito <strong>de</strong> ação pública", será investigada pelo 4°<br />

Tribu<strong>na</strong>l Fe<strong>de</strong>ral 4, a cargo do juiz Ariel Lijo, com a participação do promotor<br />

Eduardo Taiano, informaram fontes judiciais.<br />

Com Efe e France Presse<br />

Miércoles, 16 <strong>de</strong> diciembre <strong>de</strong> 2009 (Pági<strong>na</strong> 12)<br />

Para Argenti<strong>na</strong>, mejoraría la producción agrícola, pero aumentaría el riesgo <strong>de</strong><br />

cáncer <strong>de</strong> piel<br />

Las dos caras <strong>de</strong>l calentamiento global<br />

Un informe que la Cepal presenta hoy en la cumbre <strong>de</strong>l clima revela que si la<br />

temperatura sube dos grados en un siglo y medio las lluvias mejorarían el<br />

rendimiento agrícola en algu<strong>na</strong>s zo<strong>na</strong>s <strong>de</strong> América lati<strong>na</strong> y las sequías<br />

perjudicarían al resto.<br />

Entre figuras estelares y <strong>de</strong>mostraciones <strong>de</strong> activistas, la nieve dijo presente en<br />

Copenhague.<br />

Por Cledis Can<strong>de</strong>laresi<br />

Des<strong>de</strong> Copenhague<br />

Si la temperatura mundial sube hasta dos grados por encima <strong>de</strong> la <strong>de</strong> hace<br />

siglo y medio, el agro argentino podría beneficiarse, a semejanza <strong>de</strong>l <strong>de</strong> ciertas<br />

regiones <strong>de</strong> Chile y Uruguay pero, como contrapartida, aumentará<br />

consi<strong>de</strong>rablemente en esas mismas latitu<strong>de</strong>s el riesgo <strong>de</strong> contraer cáncer <strong>de</strong><br />

piel. La advertencia surge <strong>de</strong> un documento sobre el impacto <strong>de</strong>l cambio<br />

climático que presentará hoy la Comisión Económica <strong>de</strong> América lati<strong>na</strong> en el<br />

repleto Bella Center, esce<strong>na</strong>rio <strong>de</strong> un histórico encuentro mundial que persigue<br />

modificar los modos <strong>de</strong> producir y las conductas <strong>de</strong> consumo. Ayer llegó el<br />

primer ministro británico, Gordon Brown, el presi<strong>de</strong>nte colombiano Alvaro Uribe<br />

arriba hoy y, según se espera, Barack Obama estaría aquí el mismo viernes,<br />

último día para algún anuncio que todavía no tiene formato preciso. Las<br />

negociaciones siguieron ayer a ritmo intenso, <strong>de</strong>spués <strong>de</strong> u<strong>na</strong> prolongada


pausa que impuso el día anterior la protesta <strong>de</strong> las <strong>na</strong>ciones sub<strong>de</strong>sarrolladas<br />

porque se había bloqueado <strong>de</strong> hecho u<strong>na</strong> <strong>de</strong> las vías <strong>de</strong> negociación. Entre las<br />

figuras estelares, que alborotó a parte <strong>de</strong> los miles <strong>de</strong> periodistas acreditados,<br />

estuvo el gober<strong>na</strong>dor <strong>de</strong> California, Arnold Schwarzenegger, quien como<br />

preámbulo <strong>de</strong> su discurso a favor <strong>de</strong> la <strong>de</strong>scontami<strong>na</strong>ción, recordó que ya<br />

estuvo antes en Di<strong>na</strong>marca. En aquella ocasión, promocio<strong>na</strong>ndo u<strong>na</strong> <strong>de</strong> sus<br />

películas. Fuera <strong>de</strong>l enorme predio, la nieve.<br />

El informe <strong>de</strong> Cepal “La economía <strong>de</strong>l cambio climático en América lati<strong>na</strong>”<br />

comienza por reconocer como un hecho constatable lo que avala el grueso <strong>de</strong><br />

la comunidad científica inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, a pesar <strong>de</strong> las dudas <strong>de</strong> algunos: el<br />

calentamiento <strong>de</strong>l planeta es un hecho cierto y atribuible a las acciones<br />

antropogénicas, es <strong>de</strong>cir, al quehacer <strong>de</strong>l hombre. No hacer <strong>na</strong>da implica<br />

atentar contra el crecimiento económico.<br />

El texto también enumera las consecuencias negativas <strong>de</strong>l calentamiento en<br />

todo el territorio <strong>de</strong> América lati<strong>na</strong> y el Caribe, entre ellas u<strong>na</strong> alteración <strong>de</strong> las<br />

precipitaciones que difiere por regiones: pue<strong>de</strong> subir entre el 25 y 10 por ciento<br />

o bajar entre el 20 y el 40, con todo el impacto que ello implica. Para algu<strong>na</strong>s<br />

zo<strong>na</strong>s, coyunturalmente positivo. Para el grueso, <strong>de</strong>finitivamente adverso.<br />

“Si no se consi<strong>de</strong>ran los riesgos <strong>de</strong> plagas y problemas <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong>l<br />

<strong>de</strong>rretimiento <strong>de</strong> los glaciares”, en la medida en que el calentamiento no<br />

traspase los dos grados respecto <strong>de</strong> la era preindustrial, podría mejorar la<br />

productividad agrícola en algu<strong>na</strong>s regiones <strong>de</strong> la Argenti<strong>na</strong>, Chile y Uruguay,<br />

consig<strong>na</strong> el texto. Pero entre los efectos adversos que específicamente tienen<br />

sobre la salud las alteraciones <strong>de</strong> temperatura en todo el subcontinente, se<br />

mencio<strong>na</strong> el estrés por el calor y la proliferación y ampliación <strong>de</strong> la frontera <strong>de</strong><br />

enfermeda<strong>de</strong>s como la malaria, el <strong>de</strong>ngue o el cólera, con el alarmante añadido<br />

para Argenti<strong>na</strong> y Chile <strong>de</strong> u<strong>na</strong> mayor propensión a contraer cáncer <strong>de</strong> piel por<br />

la mayor radiación ultravioleta.<br />

El texto <strong>de</strong> Cepal fundamenta con rigor matemático otras i<strong>de</strong>as que <strong>de</strong>scriben<br />

este fenómeno para Latinoamérica:<br />

- A contramano <strong>de</strong> lo que ocurre con el resto <strong>de</strong>l mundo, la principal causa <strong>de</strong><br />

contami<strong>na</strong>ción (51 por ciento) es el cambio <strong>de</strong>l uso <strong>de</strong>l suelo, básicamente<br />

<strong>de</strong>bido al avance sobre los bosques para el uso agrícola. Le sigue la propia<br />

actividad agrícola-ga<strong>na</strong><strong>de</strong>ra (24 por ciento).


- Por su modo <strong>de</strong> crecimiento, la <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> energía seguirá creciendo y por<br />

esto –advierten los autores <strong>de</strong>l trabajo–, los gobiernos regio<strong>na</strong>les <strong>de</strong>ben tener<br />

cuidado <strong>de</strong> no comprometerse a consumir menos combustibles fósiles.<br />

- Esa <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> energía es in<strong>de</strong>pendiente <strong>de</strong> los precios, según se constató<br />

estudiando la historia <strong>de</strong> las últimas décadas: aunque éstos aumenten, la<br />

<strong>de</strong>manda no <strong>de</strong>ja <strong>de</strong> crecer. Pero si el ingreso per cápita sube,<br />

automáticamente se ven<strong>de</strong> más combustible, gas y luz.<br />

- Los países con el más alto PBI per cápita son los que más disminuyeron sus<br />

emisiones, paradójicamente.<br />

El informe provee <strong>de</strong> un extracto <strong>de</strong> i<strong>de</strong>as que promete alimentar el <strong>de</strong>bate<br />

sobre las consecuencias <strong>de</strong>l efecto inver<strong>na</strong><strong>de</strong>ro y los modos <strong>de</strong> producción en<br />

el mundo. Ahí, el corazón <strong>de</strong> las discusiones que libran los representantes <strong>de</strong><br />

los distintos países. Des<strong>de</strong> ayer, ante los oídos <strong>de</strong> menos observadores: un 30<br />

por ciento <strong>de</strong> los asistentes acreditado bajo esta categoría quedó afuera para<br />

evitar el congestio<strong>na</strong>miento <strong>de</strong> las instalaciones.<br />

Fi<strong>na</strong>lmente, a última hora <strong>de</strong>l lunes se consiguió retomar las negociaciones que<br />

se habían paralizado porque los países ricos minimizaron la alter<strong>na</strong>tiva <strong>de</strong><br />

buscar u<strong>na</strong> prórroga al Protocolo <strong>de</strong> Kioto, priorizando la <strong>de</strong> un convenio<br />

totalmente nuevo, que también imponga obligaciones a los sub<strong>de</strong>sarrollados<br />

gran<strong>de</strong>s. Como un recurso <strong>de</strong>sesperado, se fragmentó el universo negociador<br />

en ocho equipos <strong>de</strong> trabajo que poco avanzaron hasta ayer.<br />

15/12/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “Folha <strong>de</strong> São Paulo”<br />

Link da Notícia:<br />

http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u667046.shtml<br />

O presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto <strong>de</strong> Honduras, Manuel Zelaya, e o interino, Roberto<br />

Micheletti, afirmaram nesta terça-feira que não vão renunciar à Presidência do<br />

país.<br />

17/12/2009 - 02h23<br />

Chávez agra<strong>de</strong>ce a Lula e <strong>de</strong>putados brasileiros pela entrada no Mercosul<br />

da Efe, em Caracas<br />

O presi<strong>de</strong>nte da Venezuela, Hugo Chávez, agra<strong>de</strong>ceu nesta quarta-feira (16)


ao governo e aos <strong>de</strong>putados e se<strong>na</strong>dores brasileiros pela aprovação no<br />

Se<strong>na</strong>do brasileiro do ingresso <strong>de</strong> seu país no Mercosul, e disse que esperará<br />

com paciência que esse trâmite também se cumpra no Paraguai.<br />

À "dura batalha" pela ratificação parlamentar do ingresso da Venezuela no<br />

Mercosul "é preciso agra<strong>de</strong>cer a Lula e a toda sua equipe... Aos empresários, a<br />

muitos <strong>de</strong>putados", disse Chávez em Copenhague, on<strong>de</strong> se encontra para<br />

assistir à Cúpula sobre a Mudança Climática.<br />

O Se<strong>na</strong>do brasileiro ratificou <strong>na</strong> terça (15), após quase cinco horas <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates<br />

que se somaram a uma jor<strong>na</strong>da completa <strong>de</strong>senvolvida <strong>na</strong> sema<strong>na</strong> passada, o<br />

tratado <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são da Venezuela ao Mercosul (Mercado Comum do Sul).<br />

O tratado, que os governos da Argenti<strong>na</strong>, Brasil, Uruguai e Paraguai assi<strong>na</strong>ram<br />

em Caracas no dia 4 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2006, até ontem só tinha sido aprovado pelos<br />

Parlamentos argentino e uruguaio.<br />

Chávez disse que o ingresso da Venezuela à união aduaneira "custou muito,<br />

porque há muitos interesses que se opõem a essa união do Sul".<br />

O chefe <strong>de</strong> Estado ressaltou que uma das vantagens da participação <strong>de</strong> seu<br />

país pertença ao Mercosul é que "através da Venezuela" os países sul-<br />

americanos "chegam ao imenso Caribe".<br />

"O ingresso da Venezuela acaba com os limites do chamado Cone Sul (...) isto<br />

é algo histórico", afirmou.<br />

17/12/2009 - 15h00<br />

Se<strong>na</strong>do aprova criação da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Integração Latino-<br />

America<strong>na</strong><br />

da Folha Online<br />

O Se<strong>na</strong>do aprovou <strong>na</strong> noite <strong>de</strong> quarta-feira (16) o projeto <strong>de</strong> lei que cria a Unila<br />

(Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Integração Latino-America<strong>na</strong>), segundo informações<br />

do Ministério da Educação. Para entrar em vigor, o projeto ainda precisa <strong>de</strong><br />

sanção do presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva.<br />

A universida<strong>de</strong> ficará em Foz do Iguaçu (PR), <strong>na</strong> fronteira com a Argenti<strong>na</strong> e o<br />

Paraguai. Terá meta<strong>de</strong> dos alunos e professores brasileiros e será bilíngue<br />

(português-espanhol).<br />

O ministério afirma que o objetivo da nova universida<strong>de</strong>, é, além <strong>de</strong> favorecer a<br />

integração entre os países, promover o <strong>de</strong>senvolvimento regio<strong>na</strong>l e o


intercâmbio cultural, científico e educacio<strong>na</strong>l.<br />

A Unila oferecerá 10 mil vagas --entre graduação, mestrado e doutorado. Os<br />

cursos terão relação com as áreas <strong>de</strong> interesse dos países que integram o<br />

Mercosul, "com ênfase em temas que envolvam exploração <strong>de</strong> recursos<br />

<strong>na</strong>turais e biodiversida<strong>de</strong> transfronteiriça, estudos sociais e linguísticos<br />

regio<strong>na</strong>is e relações inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is", informou o ministério.<br />

18/ 12/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “Jor<strong>na</strong>l do Brasil”<br />

Link da notícia:<br />

http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/12/20/e20128474.asp<br />

O presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva entra no último ano <strong>de</strong> governo com 72%<br />

<strong>de</strong> aprovação.<br />

18/12/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “Estado <strong>de</strong> S. Paulo”<br />

Link da notícia: http://www.estadao.com.br/noticias/inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l,sair-da-<br />

alba-era-objetivo-do-governo-<strong>de</strong>-facto-diz-zelaya,484397,0.htm<br />

O presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>posto <strong>de</strong> Honduras, disse que a exclusão <strong>de</strong> Honduras da<br />

Aliança Bolivaria<strong>na</strong> para as Américas (Alba), era parte da agenda <strong>de</strong>finida<br />

pelos golpistas que o <strong>de</strong>stituíram no dia 28 <strong>de</strong> junho, segundo a agência AFP.<br />

21/12/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “Ecuador News<br />

Link da notícia: http://www.eluniverso.com/2009/12/21/1/1355/indige<strong>na</strong>s-<br />

distancian-gobierno-<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.html?p=1354&m=638<br />

Indíge<strong>na</strong>s rompem dialogo com governo <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l.<br />

22/12/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “Jor<strong>na</strong>l do Brasil”<br />

Link da notícia:<br />

http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/12/22/e22128942.asp<br />

A Frente Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> <strong>Resistência</strong> Contra o Golpe <strong>de</strong> Estado em Honduras vai<br />

convocar uma série <strong>de</strong> manifestações, paralelamente à cerimônia <strong>de</strong> posse do<br />

presi<strong>de</strong>nte eleito, Porfírio Lobo.


Brasil<br />

23/12/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “O Globo”<br />

Link da notícia: http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL1425418-<br />

5601,00-<br />

EXDIRETOR+DO+SENADO+JOAO+CARLOS+ZOGHBI+RECORRE+AO+ST<br />

F+CONTRA+DEMISSAO.html<br />

O ex-diretor <strong>de</strong> Recursos Humanos do Se<strong>na</strong>do, recorreu contra a sua<br />

<strong>de</strong>missão da Casa, resolvida pela Mesa Diretora em outubro por u<strong>na</strong>nimida<strong>de</strong>.<br />

25/12/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “Ecuador News”<br />

Link da notícia: http://www.eluniverso.com/2009/12/25/1/1355/sanciones-<br />

ca<strong>na</strong>l-emisora-altero-agenda-asamblea.html?p=1355&m=861<br />

Sanções a emissora, alteram agenda da assembléia.<br />

25/12/2009 - 08h37<br />

Justiça exige DNA <strong>de</strong> filhos <strong>de</strong> do<strong>na</strong> do Clarín<br />

SILVANA ARANTES<br />

da Folha <strong>de</strong> S. Paulo, em Buenos Aires (Argenti<strong>na</strong>)<br />

A Justiça argenti<strong>na</strong> <strong>de</strong>terminou que os filhos adotivos da proprietária do Grupo<br />

Clarín, Ernesti<strong>na</strong> Herrera De Noble, <strong>de</strong>vem ser submetidos "imediatamente e<br />

sem mais <strong>de</strong>moras" a teste <strong>de</strong> DNA, para verificar se seus pais biológicos são<br />

vítimas da ditadura militar (1976-1983), conforme revelou ontem o jor<strong>na</strong>l<br />

"Crítica".<br />

Contudo, já que após o feriado <strong>de</strong> Natal <strong>de</strong>vem ter início as férias forenses, é<br />

pouco provável o cumprimento "imediato" da medida, observa o jor<strong>na</strong>l.<br />

No mesmo documento em que dispõem a realização do exame compulsório<br />

nos filhos <strong>de</strong> De Noble --Marcela e Felipe Noble Herrera, que têm ambos 33<br />

anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> hoje--, os juízes da Câmara Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> San Martín Hugo<br />

Gurruchaga e Alberto Criscuolo criticam a atuação do juiz responsável pela<br />

causa, Conrado Bergesio, e o repreen<strong>de</strong>m por "enredar-se em discussões<br />

improdutivas, ao mesmo tempo em que não executa a medida básica,


essencial e i<strong>na</strong>diável <strong>de</strong> tomar as mostras <strong>de</strong> DNA [das supostas vítimas]".<br />

O processo em que se investiga se os filhos da proprietária do Grupo Clarín<br />

foram subtraídos <strong>de</strong> vítimas da ditadura e entregues ilegalmente a ela foi<br />

aberto há sete anos, por iniciativa das Avós da Praça <strong>de</strong> Maio.<br />

A suspeita das Avós foi reforçada pela <strong>de</strong>núncia <strong>de</strong> um ex-sócio do Grupo<br />

Clarín, José Pirillo, que <strong>de</strong>clarou à Justiça que o CEO do grupo, Héctor<br />

Magnetto, lhe confessou ter sido o intermediário da "adoção" entre De Noble e<br />

o general Jorge Vi<strong>de</strong>la, que presidiu a Argenti<strong>na</strong> <strong>de</strong> 1976 a 1981.<br />

Magnetto e Pirillo foram submetidos a uma acareação anteontem, em que se<br />

acusaram mutuamente <strong>de</strong> mentir, segundo o diário "Crítica".<br />

A presi<strong>de</strong>nte das Avós da Praça <strong>de</strong> Maio, Estela Carlotto, comemorou ontem a<br />

<strong>de</strong>cisão da Câmara Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> San Martín, que classificou <strong>de</strong> "clara e justa".<br />

"Esses garotos foram adotados <strong>de</strong> forma duvidosa, e o correto, diante <strong>de</strong> tantas<br />

irregularida<strong>de</strong>s, é que se proceda à obtenção <strong>de</strong> seu DNA", afirmou.<br />

No mês passado, o Congresso argentino aprovou uma lei reivindicada pelas<br />

Avós, com respaldo do governo, que autoriza a Justiça a <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r exames<br />

compulsórios <strong>de</strong> DNA em casos <strong>de</strong> suspeita <strong>de</strong> crime contra a humanida<strong>de</strong>,<br />

como é o caso do roubo <strong>de</strong> bebês durante a ditadura. É uma opção para<br />

avançar nos casos <strong>de</strong> vítimas avessas ao exame, como os De Noble.<br />

A lei foi encarada pela <strong>de</strong>putada opositora ao kirchnerismo Elisa Carrió como<br />

parte das ações coor<strong>de</strong><strong>na</strong>das pela gestão Cristi<strong>na</strong> com o suposto objetivo <strong>de</strong><br />

lesar o Grupo Clarín, com o qual o governo está em atrito <strong>de</strong>s<strong>de</strong> meados <strong>de</strong><br />

2008.<br />

São citados como itens da "escalada do governo contra o Clarín" a<br />

transferência ao Estado do contrato <strong>de</strong> exclusivida<strong>de</strong> <strong>na</strong> transmissão <strong>de</strong><br />

torneios <strong>de</strong> futebol; a blitz da Receita Fe<strong>de</strong>ral no diário "Clarín" e em<br />

residências <strong>de</strong> diretores do grupo e a edição da Lei <strong>de</strong> Serviços Audiovisuais,<br />

questio<strong>na</strong>da pelo grupo <strong>na</strong> Justiça.<br />

Domingo, 27 <strong>de</strong> diciembre <strong>de</strong> 2009 (Pági<strong>na</strong> 12)<br />

EL 2009 TERMINA CON 32 CONDENADOS Y EN 2010 HABRA UN SALTO<br />

CUANTITATIVO EN LOS JUICIOS POR CRIMENES DE LESA HUMANIDAD<br />

Ahora viene un año mejor que el anterior<br />

Las elevaciones a juicio oral fueron record en 2009. En el año <strong>de</strong>l bicente<strong>na</strong>rio


escuchará al fin su veredicto casi un cente<strong>na</strong>r <strong>de</strong> imputados en causas por la<br />

represión ilegal. Persisten las <strong>de</strong>moras en los tribu<strong>na</strong>les orales fe<strong>de</strong>rales.<br />

El juicio oral y público por los crímenes cometidos en la ESMA arrancó este<br />

mes y termi<strong>na</strong>rá en la segunda mitad <strong>de</strong> 2010.<br />

Por Diego Martínez<br />

Luciano Menén<strong>de</strong>z conquistó su tercera con<strong>de</strong><strong>na</strong> a prisión perpetua. Santiago<br />

Riveros y Fer<strong>na</strong>ndo Verplaetsen escucharon la primera sentencia por sus<br />

asesi<strong>na</strong>tos en Campo <strong>de</strong> Mayo. Víctor Brusa marcó el <strong>de</strong>but <strong>de</strong> la corporación<br />

judicial en el banquillo. Julio Poch confirmó que Europa no renuncia a<br />

<strong>de</strong>nunciar y extraditar pilotos <strong>de</strong> la muerte. Acosta, Astiz y Guglielminetti rin<strong>de</strong>n<br />

cuentas ante los ojos <strong>de</strong>l mundo. La sucesión <strong>de</strong> imágenes ratifica a la<br />

Argenti<strong>na</strong> como ejemplo ante la comunidad inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> un Estado que<br />

juzga los crímenes cometidos por sus funcio<strong>na</strong>rios cuando un gobierno <strong>de</strong> facto<br />

lo convirtió en terrorista, y anticipa un bicente<strong>na</strong>rio que también pasará a la<br />

historia por casi un cente<strong>na</strong>r <strong>de</strong> represores que escucharán al fin su veredicto.<br />

Detrás <strong>de</strong> las postales subyace un proceso intrincado. La bue<strong>na</strong> nueva para<br />

quienes no se conforman con juzgar sólo a los íconos <strong>de</strong>l terrorismo <strong>de</strong> Estado<br />

pasa por las 67 causas elevadas a juicio durante 2009 y el criterio <strong>de</strong><br />

acumulación <strong>de</strong> expedientes impulsado con éxito por la Unidad Fiscal <strong>de</strong><br />

Coordi<strong>na</strong>ción y Seguimiento <strong>de</strong> la Procuración General <strong>de</strong> la Nación (PGN). El<br />

último año hubo 37 sentencias en 11 juicios, con 3,4 imputados <strong>de</strong> promedio.<br />

Incluso si querellantes y fiscales renunciaran a investigar a los represores no<br />

i<strong>de</strong>ntificados, juzgar al ritmo <strong>de</strong> 2009 a los 860 que ya están imputados<br />

<strong>de</strong>mandaría 23 años. El inicio <strong>de</strong>l juicio por crímenes en ESMA (con 17<br />

imputados) y en Atlético-Banco-Olimpo (ABO, con 15), más los confirmados y<br />

previstos para 2010 (con más <strong>de</strong> 10 acusados <strong>de</strong> promedio), no sólo es<br />

imprescindible para reflejar las dimensiones <strong>de</strong>l terrorismo <strong>de</strong> Estado, también<br />

para que el proceso no se eternice.<br />

La contracara <strong>de</strong>l impulso <strong>de</strong> la PGN pasa por las <strong>de</strong>moras <strong>de</strong> los Tribu<strong>na</strong>les<br />

Orales Fe<strong>de</strong>rales (TOF). Según el último informe <strong>de</strong> la PGN hay 272 imputados<br />

en condiciones <strong>de</strong> ser juzgados. Según un estudio <strong>de</strong>l programa Memoria y<br />

Lucha contra la Impunidad <strong>de</strong>l CELS, el tiempo promedio que transcurre <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

que reciben u<strong>na</strong> causa hasta que inician las audiencias es <strong>de</strong> un año y medio.


El caso extremo, con plazos que van <strong>de</strong> 24 a 36 meses, se da en Comodoro<br />

Py, don<strong>de</strong> este año hubo un solo juicio por secuestros y torturas que concluyó<br />

con tres absoluciones y con<strong>de</strong><strong>na</strong>s simbólicas a Jorge Olivera Róvere y<br />

Ber<strong>na</strong>rdo Menén<strong>de</strong>z, que gracias al TOF5 aún cami<strong>na</strong>n por las callecitas <strong>de</strong><br />

Buenos Aires.<br />

Un arranque para el olvido<br />

El primer semestre fue pobre en materia <strong>de</strong> juicios. En marzo concluyó en San<br />

Luis un proceso previsto para 2008. Su particularidad fueron las acusaciones<br />

entre imputados y hacia afuera: el general Fernán<strong>de</strong>z Gez acusó a ex<br />

subordi<strong>na</strong>dos que <strong>de</strong>clararon como testigos. El TOF or<strong>de</strong>nó investigarlos, igual<br />

que al ex obispo Juan Rodolfo Laise, por pedirle al jefe militar <strong>de</strong> la provincia<br />

que hiciera <strong>de</strong>saparecer a un cura extraviado.<br />

Más allá <strong>de</strong> la con<strong>de</strong><strong>na</strong> al gendarme Víctor Rei por la apropiación <strong>de</strong> Alejandro<br />

Sandoval Fonta<strong>na</strong>, que ahora presencia el juicio a los verdugos <strong>de</strong> sus padres,<br />

la primera noticia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Comodoro Py fue cuando un secretario <strong>de</strong>l TOF5<br />

cubrió la cámara <strong>de</strong>l reportero <strong>de</strong> la agencia Télam para que no retratara a<br />

Jorge Olivera Róvere. El juez Guillermo Gordo resistió con éxito su promesa <strong>de</strong><br />

prohibir el ingreso <strong>de</strong> camarógrafos y se <strong>de</strong>spidió <strong>de</strong>l tribu<strong>na</strong>l con un fallo que<br />

<strong>de</strong>jó sin palabras a cuatrocientos testigos, al absolver a tres ex jefes <strong>de</strong> áreas<br />

militares porteños. La exculpación <strong>de</strong> los mandos medios revirtió el criterio <strong>de</strong><br />

responsabilida<strong>de</strong>s fijado en el Juicio a las Juntas.<br />

Las absoluciones <strong>de</strong> Teófilo Saa, Humberto Lobaiza y Felipe Alespeiti no<br />

fueron las únicas. Días <strong>de</strong>spués <strong>de</strong> la elección que operadores políticos y<br />

judiciales leyeron como el principio <strong>de</strong>l fin <strong>de</strong>l proceso a los represores, un TOF<br />

<strong>de</strong> Mar <strong>de</strong>l Plata absolvió al coronel Alejandro Duret. La viuda <strong>de</strong> Carlos<br />

Labolita, que lo reconoció a la cabeza <strong>de</strong> la patota que allanó su casa tras el<br />

secuestro, con su esposo encapuchado, se <strong>de</strong>smayó al escuchar el fallo. Las<br />

absoluciones <strong>de</strong> 2009 fueron golpes duros para sobrevivientes y organismos, al<br />

tiempo que ratificaron la in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ncia <strong>de</strong> los tribu<strong>na</strong>les que instruyen causas<br />

por la represión ilegal<br />

Se<strong>de</strong> <strong>de</strong>l mayor centro clan<strong>de</strong>stino <strong>de</strong>l país, Campo <strong>de</strong> Mayo sigue siendo la<br />

gran <strong>de</strong>uda <strong>de</strong> la justicia. El 12 <strong>de</strong> agosto, luego <strong>de</strong> invocar a Dios y la virgen,<br />

fueron con<strong>de</strong><strong>na</strong>dos dos <strong>de</strong> sus jefes: los generales Riveros y Verplaetsen.<br />

Pese a que por “El Campito” pasaron 5000 secuestrados, el juicio fue por un


caso, probado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> el Juicio a las Juntas: el homicidio <strong>de</strong> Floreal Avellaneda.<br />

En el segundo juicio por Campo <strong>de</strong> Mayo se sumaron el último dictador,<br />

Rey<strong>na</strong>ldo Bignone, y el coronel Carlos Tepedino, ex jefe <strong>de</strong>l Batallón <strong>de</strong><br />

Inteligencia 601. El proceso a cargo <strong>de</strong>l TOF <strong>de</strong> San Martín se <strong>de</strong>sarrolla en<br />

u<strong>na</strong> sociedad <strong>de</strong> fomento <strong>de</strong> Vicente López, dato no menor para quienes<br />

siguen los procesos en la ciudad, cuyos tribu<strong>na</strong>les orales realizan sólo dos o<br />

tres audiencias sema<strong>na</strong>les ante la supuesta imposibilidad <strong>de</strong> realizar los juicios<br />

en u<strong>na</strong> sala que no sea el subsuelo <strong>de</strong> Comodoro Py.<br />

Córdoba y u<strong>na</strong> muerte atípica<br />

El segundo juicio a Menén<strong>de</strong>z en Córdoba, que en materia <strong>de</strong> con<strong>de</strong><strong>na</strong>s y<br />

participación popular avanza cómoda a la cabeza <strong>de</strong>l país, no sólo pasará a la<br />

historia por su principal víctima, el ex subcomisario y militante <strong>de</strong>l PRT Ricardo<br />

Albareda. Cinco días antes <strong>de</strong>l inicio, fiel al pacto <strong>de</strong> sangre sellado con sus ex<br />

compañeros <strong>de</strong>l Departamento <strong>de</strong> Informaciones (D2), se quitó la vida Jesús<br />

González, testigo <strong>de</strong> la llegada <strong>de</strong> Albareda al “Chalet <strong>de</strong> Hidráulica” y citado<br />

por su amigo imputado Hugo Britos. Cuando todo indicaba que iba a mentir<br />

para no traicio<strong>na</strong>rlo, tras recibir dos llamados <strong>de</strong> otra torturadora <strong>de</strong>l D2 y<br />

comunicarse con la familia Britos, el ex guardia <strong>de</strong>l D2 prefirió matarse.<br />

El mismo día en que Menén<strong>de</strong>z le dio un abrazo <strong>de</strong> oso a Abel Posse comenzó<br />

el primer juicio a los represores <strong>de</strong> la ESMA. La presencia <strong>de</strong> Acosta, Astiz &<br />

Cía. y la nueva conformación <strong>de</strong>l TOF5 <strong>de</strong>rivó en la autorización para el ingreso<br />

<strong>de</strong> los reporteros gráficos y puso fin a la prohibición a los pañuelos blancos <strong>de</strong><br />

las Madres <strong>de</strong> Plaza <strong>de</strong> Mayo, símbolos <strong>de</strong> lucha y dignidad en el mundo. Días<br />

<strong>de</strong>spués comenzó en la misma sala el juicio a un grupo <strong>de</strong> torturadores que<br />

actuaron en Atlético, Banco y Olimpo bajo el mando <strong>de</strong>l fi<strong>na</strong>do Suárez Mason y<br />

<strong>de</strong>l con<strong>de</strong><strong>na</strong>do (libre) Jorge Olivera Róvere. El TOF2 no puso obstáculos al<br />

trabajo <strong>de</strong> la prensa, que por primera vez pudo retratar en u<strong>na</strong> sala a Julio<br />

Simón, al agente civil <strong>de</strong> inteligencia Raúl Guglielminetti y al apropiador Samuel<br />

Miara.<br />

El año concluyó con un hito en materia <strong>de</strong> <strong>de</strong>puración institucio<strong>na</strong>l: la con<strong>de</strong><strong>na</strong><br />

a 21 años <strong>de</strong> cárcel al ex juez fe<strong>de</strong>ral Víctor Brusa por torturar a perso<strong>na</strong>s<br />

secuestradas cuando era secretario <strong>de</strong>l juez Fer<strong>na</strong>ndo Mántaras, <strong>na</strong>zi confeso<br />

a quien luego reemplazó. El juicio <strong>de</strong> Santa Fe incluyó con<strong>de</strong><strong>na</strong>s a cuatro<br />

policías y, por primera vez, a u<strong>na</strong> mujer: la ex guardiacárcel María Eva Aebi. El


año terminó con 32 con<strong>de</strong><strong>na</strong>s y cinco absoluciones.<br />

28/12/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “Jor<strong>na</strong>l do Brasil”<br />

Link da notícia:<br />

http://jbonline.terra.com.br/pextra/2009/12/28/e281210105.asp<br />

Resumo: Os beneficiários do Bolsa Família receberam R$ 12,4 bilhões do<br />

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate (MDS), entre janeiro e<br />

<strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2009.<br />

Dia: 28/12/09 – Fonte: Jor<strong>na</strong>l “Estado <strong>de</strong> S. Paulo”<br />

Link da notícia: http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,lula-sancio<strong>na</strong>-<br />

lei-<strong>de</strong>-mudanca-climatica-com-3-vetos,487790,0.htm<br />

O presi<strong>de</strong>nte Luiz Inácio Lula da Silva vai sancio<strong>na</strong>r, com três vetos, a Lei <strong>de</strong><br />

Mudanças Climáticas.<br />

29/12/2009 - 19h12<br />

Her<strong>de</strong>iros do "Clarín" fazem exame <strong>de</strong> DNA para <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r pais<br />

biológicos<br />

MARCIA CARMO<br />

da BBC Brasil, em Buenos Aires<br />

Os dois filhos adotivos da diretora e do<strong>na</strong> do jor<strong>na</strong>l Clarín, Ernesti<strong>na</strong> Herrera <strong>de</strong><br />

Noble, realizaram nesta terça-feira exames <strong>de</strong> sangue para <strong>de</strong>finir se são filhos<br />

ou não <strong>de</strong> <strong>de</strong>saparecidos políticos durante a ditadura militar argenti<strong>na</strong> (1976-<br />

1983).<br />

"Hoje é um dia muito importante porque o exame po<strong>de</strong> ser feito on<strong>de</strong> a Justiça<br />

<strong>de</strong>terminou, no Corpo Médico Forense, que é ligado ao sistema Judicial do<br />

país", disse o advogado Jorge Anzorreguy, que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> Marcela e Felipe,<br />

ambos com 33 anos.<br />

Segundo seu representante, Marcela e Felipe se apresentaram<br />

"espontaneamente" à Justiça em 2003, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> terem sido informados <strong>de</strong><br />

que po<strong>de</strong>riam ser filhos <strong>de</strong> <strong>de</strong>saparecidos políticos.<br />

Em 2004, um juiz <strong>de</strong> primeira instância <strong>de</strong>terminou que o exame <strong>de</strong> DNA fosse<br />

realizado no Corpo Médico Forense, mas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então surgiu uma disputa<br />

judicial sobre o local da extração <strong>de</strong> sangue.


*Disputa *<br />

O grupo argentino <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa dos direitos humanos Avós da Praça <strong>de</strong> Maio<br />

<strong>de</strong>seja que os exames <strong>de</strong> DNA sejam comparados com os <strong>de</strong> 22 famílias que<br />

buscam netos que po<strong>de</strong>riam ser Marcela e Felipe.<br />

Já os irmãos requisitaram que a comparação seja feita ape<strong>na</strong>s com duas<br />

famílias.<br />

O advogado das Avós da Praça <strong>de</strong> Maio, Mariano Gaitán, afirmou à BBC Brasil<br />

que a medida seria "ilegal" porque "<strong>de</strong>srespeita" uma lei aprovada em<br />

novembro passado.<br />

O advogado afirma que a nova lei <strong>de</strong>termi<strong>na</strong> que os exames <strong>de</strong>vem ser feitos<br />

no Banco Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> DNA e comparados com "todas as 200 famílias" que<br />

buscam seus parentes "sequestrados", e não "com famílias específicas".<br />

Gaitán diz que estuda pedir à Justiça a anulação do exame.<br />

A expectativa é <strong>de</strong> que o resultado saia em entre 15 e 45 dias.<br />

Histórico<br />

A entida<strong>de</strong> Avós da Praça <strong>de</strong> Maio localizou até hoje cem jovens que<br />

recuperaram suas i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s após exames <strong>de</strong> DNA e passaram a saber que<br />

são filhos <strong>de</strong> <strong>de</strong>saparecidos políticos.<br />

Em muitos casos, eles <strong>na</strong>sceram no cativeiro da mãe e foram entregues, ainda<br />

bebês, com nomes trocados, pelos militares a outras famílias.<br />

As Avós estimam que pelo menos outros 400 jovens, agora com mais <strong>de</strong> 30<br />

anos, ainda estejam <strong>na</strong> mesma situação.<br />

Em novembro, o Congresso Nacio<strong>na</strong>l aprovou projeto <strong>de</strong> lei do governo da<br />

presi<strong>de</strong>nte Cristi<strong>na</strong> Kirchner que autoriza a Justiça a <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r a recuperação<br />

compulsiva <strong>de</strong> amostras biológicas para <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>r a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> supostos<br />

filhos <strong>de</strong> <strong>de</strong>saparecidos políticos.<br />

A medida gerou polêmicas no país e levou a oposição a afirmar que o alvo<br />

eram os filhos adotivos <strong>de</strong> De Noble, em um momento <strong>de</strong> fortes diferenças do<br />

governo com a imprensa local, especialmente com o grupo Clarín.<br />

30/11/2009<br />

América do Sul à beira do futuro<br />

Fonte: Carta Maior:<br />

http://www.cartamaior.com.br/templates/colu<strong>na</strong>Mostrar.cfm?colu<strong>na</strong>_id=44


69&boletim_id=616&componente_id=10313<br />

Acesso: 12:00<br />

Resumo: “Depois <strong>de</strong> uma década à esquerda, a América do Sul está entrando<br />

numa zo<strong>na</strong> <strong>de</strong> forte turbulência. Neste fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> 2009, o Uruguai po<strong>de</strong> eleger<br />

para presi<strong>de</strong>nte da República, um homem do povo e ex-guerrilheiro tupamaro,<br />

e o Chile talvez eleja um bilionário arrogante e <strong>de</strong> direita, que lembra muito o<br />

primeiro ministro italiano, Silvio Berlusconi. Estamos há menos <strong>de</strong> um ano da<br />

reeleição dos presi<strong>de</strong>ntes da Bolívia e do Equador que se propõem mudar<br />

radicalmente a estrutura do Estado e da proprieda<strong>de</strong> dos seus países, com<br />

objetivos socialistas, mas sem ruptura revolucionária. Em 2010, haverá<br />

eleições <strong>na</strong> Colômbia e no Brasil, e em 2011, no Peru e <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong>.”<br />

Depois <strong>de</strong> uma década à esquerda, a América do Sul está entrando numa zo<strong>na</strong><br />

<strong>de</strong> forte turbulência. Neste fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong> 2009, o Uruguai po<strong>de</strong> eleger para presi<strong>de</strong>nte<br />

da República, um homem do povo e ex-guerrilheiro tupamaro, e o Chile talvez<br />

eleja um bilionário arrogante e <strong>de</strong> direita, que lembra muito o primeiro ministro<br />

italiano, Silvio Berlusconi. Estamos há menos <strong>de</strong> um ano da reeleição dos<br />

presi<strong>de</strong>ntes da Bolívia e do Equador que se propõem mudar radicalmente a<br />

estrutura do Estado e da proprieda<strong>de</strong> dos seus países, com objetivos<br />

socialistas, mas sem ruptura revolucionária. Em 2010, haverá eleições <strong>na</strong><br />

Colômbia e no Brasil, e em 2011, no Peru e <strong>na</strong> Argenti<strong>na</strong>.<br />

Durante esta primeira década do século, as mudanças no continente foram<br />

apoiadas pela expansão econômica mundial, que também estimulou o projeto<br />

<strong>de</strong> integração América do Sul. Mas a crise fi<strong>na</strong>nceira <strong>de</strong> 2008 provocou uma<br />

<strong>de</strong>saceleração do crescimento e do próprio projeto <strong>de</strong> integração econômica. E<br />

o projeto <strong>de</strong> integração política foi atingido em cheio pelo novo acordo militar<br />

entre a Colômbia e os Estados Unidos, que autoriza o uso do território<br />

colombiano por forças militares norte-america<strong>na</strong>s, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>rão controlar o<br />

espaço aéreo da Venezuela, e <strong>de</strong> toda a América do Sul. Por isso, não é<br />

exagero dizer que o futuro da América do Sul, <strong>na</strong> primeira meta<strong>de</strong> do século<br />

XXI, po<strong>de</strong> estar sendo <strong>de</strong>cidido nestes próximos dois anos. E já é possível<br />

mapear as gran<strong>de</strong>s disjuntivas e escolhas que estão no horizonte do continente<br />

sul-americano.


Em primeiro lugar, do ponto <strong>de</strong> vista econômico, o que se <strong>de</strong>ve esperar para<br />

<strong>de</strong>pois da crise é um aumento da pressão dos mercados inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is e o<br />

aprofundamento da condição periférica e primário-exportadora da maioria dos<br />

países sul-americanos. Mesmo com o alargamento e diversificação dos seus<br />

mercados compradores, <strong>na</strong> direção da Ásia, e da Chi<strong>na</strong>, em particular. Nesta<br />

nova conjuntura, só uma vonta<strong>de</strong> política coesa e continuada po<strong>de</strong>rá manter <strong>de</strong><br />

pé o projeto <strong>de</strong> integração sul-americano. Isto supõe uma <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> Estado e<br />

uma capacida<strong>de</strong> coletiva <strong>de</strong> manter sob controle os conflitos locais, a <strong>de</strong>speito<br />

das mudanças <strong>de</strong> governo. E supõe também, uma política conjunta <strong>de</strong><br />

fortalecimento do mercado interno da América do Sul, com a redução da<br />

<strong>de</strong>pendência regio<strong>na</strong>l das crises e das flutuações dos preços inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is.<br />

Neste ponto, não existe meio termo, porque os países <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da<br />

exportação <strong>de</strong> produtos primários, mesmo no caso do petróleo, nunca<br />

conseguirão comandar sua própria política macro-econômica, e muito menos<br />

ainda, a sua inserção <strong>na</strong> economia mundial. Em segundo lugar, do ponto <strong>de</strong><br />

vista político, a crise econômica explicitou ainda mais as assimetrias e<br />

<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is e sociais que estão por trás da heterogeneida<strong>de</strong><br />

política regio<strong>na</strong>l e que explicam, em parte, a falta <strong>de</strong> interesse ou <strong>de</strong><br />

entusiasmo <strong>de</strong> alguns países do continente, pelo projeto sul-americanista.<br />

Por fim, do ponto <strong>de</strong> vista da segurança continental, o aumento da presença<br />

militar america<strong>na</strong> <strong>na</strong> Colômbia serve para relembrar que a América do Sul<br />

seguirá por um bom tempo – e mesmo que não queira - sob a “proteção” do<br />

po<strong>de</strong>r espacial, aéreo e <strong>na</strong>val dos EUA. E terá que ter uma enorme<br />

persistência e te<strong>na</strong>cida<strong>de</strong> para construir um sistema autônomo <strong>de</strong> segurança<br />

regio<strong>na</strong>l, sem produzir uma corrida armamentista <strong>de</strong>ntro da própria região.<br />

De qualquer forma, uma coisa é certa: o futuro do projeto sul-americano<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá cada vez mais das escolhas brasileiras e da forma que o Brasil<br />

<strong>de</strong>senvolva suas relações com os Estados Unidos. Do ponto <strong>de</strong> vista<br />

econômico, a pressão dos mercados inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is e as novas <strong>de</strong>scobertas do<br />

petróleo da camada do pré-sal, também estão oferecendo para o Brasil, a


possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se transformar numa economia exportadora <strong>de</strong> alta<br />

intensida<strong>de</strong>, uma espécie <strong>de</strong> “periferia <strong>de</strong> luxo” dos gran<strong>de</strong>s potências<br />

compradoras do mundo, como foram no seu <strong>de</strong>vido tempo, a Austrália e a<br />

Argenti<strong>na</strong>, entre outros. Mas existe a possibilida<strong>de</strong> do Brasil escolher um outro<br />

caminho que combine seu potencial exportador, como uma estrutura produtiva<br />

industrial associada e li<strong>de</strong>rada por uma economia mais dinâmica, como é o<br />

caso contemporâneo do Ca<strong>na</strong>dá, por exemplo. E além disto, existe uma<br />

terceira alter<strong>na</strong>tiva, absolutamente nova para o país, e que aponta <strong>de</strong> certa<br />

forma, para o mo<strong>de</strong>lo da estrutura produtiva norte-america<strong>na</strong>: com uma<br />

indústria extensa e sólida, e uma enorme capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção e<br />

exportação <strong>de</strong> alimentos e outras commodities <strong>de</strong> alta produtivida<strong>de</strong>, incluindo<br />

o petróleo, no caso brasileiro.<br />

Por outro lado, no campo político, <strong>de</strong>pois da hegemonia das idéias neoliberais<br />

e privatistas, e do “cosmopolitismo subserviente”, no campo inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, está<br />

se consolidando no Brasil, um novo consenso <strong>de</strong>senvolvimentista, <strong>de</strong>mocrático<br />

e popular, mas que neste caso, não tem <strong>na</strong>da a ver com socialismo. As<br />

perspectivas futuras <strong>de</strong>sta coalizão <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, entretanto, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rão, em<br />

gran<strong>de</strong> medida, da estratégia inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l dos próximos governos brasileiros.<br />

O Brasil po<strong>de</strong> se transformar num “aliado estratégico” dos Estados Unidos, da<br />

Grã Bretanha e da França, com direito <strong>de</strong> acesso à uma parte <strong>de</strong> sua<br />

tecnologia <strong>de</strong> ponta, como no caso do Japão, ou mesmo <strong>de</strong> Israel, que<br />

acessou à tecnologia atômica militar, com a ajuda da França. Mas o Brasil<br />

também po<strong>de</strong> escolher um caminho próprio <strong>de</strong> afirmação sobera<strong>na</strong> e <strong>de</strong><br />

expansão do seu po<strong>de</strong>r inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. E neste caso, se o Brasil quiser mudar<br />

sua posição geopolítica, obe<strong>de</strong>cendo as “regras <strong>de</strong> jogo’ do sistema mundial,<br />

terá que <strong>de</strong>senvolver um trabalho extremamente complexo <strong>de</strong> administração<br />

contínua das relações <strong>de</strong> competição, conflito e complementarida<strong>de</strong> com os<br />

Estados Unidos, e com as <strong>de</strong>mais potências, tomando com norte os seus<br />

próprios interesses econômicos e geopolíticos.<br />

Numa disputa prolongada pela hegemonia da América do Sul, como se fosse<br />

uma “luta oriental” com os Estados Unidos. Caminhando através <strong>de</strong> uma trilha<br />

muito estreita e durante um tempo que po<strong>de</strong> se prolongar por várias décadas.


Além disto, se o Brasil quiser li<strong>de</strong>rar a integração sobera<strong>na</strong> da América do Sul<br />

no mundo, terá que inventar uma nova forma <strong>de</strong> expansão econômica e política<br />

continental e mundial, sem “<strong>de</strong>stino manifesto” nem vocação missionária, e<br />

sem o imperialismo bélico das duas gran<strong>de</strong>s potências anglo-saxônicas.<br />

Equador e Bolívia são casos <strong>de</strong> sucesso em meio à crise global<br />

Adivinhem qual país das Américas <strong>de</strong>ve atingir o crescimento econômico mais<br />

rápido nesse ano? A Bolívia. O primeiro presi<strong>de</strong>nte indíge<strong>na</strong> do país, Evo<br />

Morales, foi eleito em 2005 e assumiu o cargo em janeiro <strong>de</strong> 2006. Bolívia, o<br />

país mais pobre da América do Sul, seguiu os acordos com o FMI [Fundo<br />

Monetário Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l] por 20 anos consecutivos e sua renda per-capita ao<br />

fi<strong>na</strong>l <strong>de</strong>s<strong>de</strong> período era mais baixa do que 27 anos antes. E o Equador tem<br />

atingido saudáveis 4,5% <strong>de</strong> crescimento durante os dois primeiros anos da<br />

presidência <strong>de</strong> Correa. O artigo é <strong>de</strong> Mark Weisbrot, do The Guardian.<br />

Mark Weisbrot - The Guardian.

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